2009_01_Jornal Isaltino_abril 2009

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8 MANDATO PARTICIPATIVO | ANO VII- Nº 11 - MAIO A JULHO 2009 Congresso de Enfermagem

Isaltino faz palestra sobre o SUS “O Sistema Único de Saúde em Pernambuco: Dialogando por Uma Prática Emancipatória” é o tema da palestra que o deputado Isaltino Nascimento fará no V Congresso Nacional de Enfermagem. O evento, promovido pelo BJ Feiras e Congressos em parceria com a Faculdade Maurício de Nassau, acontece de 7 a 9 de maio, no Centro de Convenções de Pernambuco. O deputado será debatedor no segundo dia do evento (8 de maio), que pretende mostrar como a Enfermagem vem progredindo expressivamente como detentora do saber científico, sem deixar de lado o aspecto humanitário da profissão. “Concordo com os organizadores do evento quando afirmam que os enfermeiros têm se

Isaltino será um dos palestrantes de Congresso de Enfermagem

especializado cada vez mais, com a ampliação do campo de trabalho, indo da área da saúde pública até a gestão de negócios e em áreas comerciais de empresas voltadas para a saúde”. O congresso abordará o tema

“Enfermagem e o Cuidado: Pesquisando o Novo e Superando os Desafios” e contará com a presença de importantes nomes da saúde brasileira. Entre eles, Roberto Martins Figueiredo, mais conhecido como doutor Bactéria.

40 anos da ECT Dois selos comemorativos aos 40 anos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) foram lançados no dia 23 de março, na Assembléia Legislativa, na sessão alusiva ao aniversário da instituição, proposta por Isaltino Nascimento. “O Sindicato dos Trabalhadores da ECT possui uma estreita ligação com a categoria previdenciária, da qual faço parte. Sempre estivemos juntos na defesa dos interesses da classe. Logo é uma honra homenagear os 40 anos da ECT e seus trabalhadores”, afirmou. Foram entregues duas placas comemorativas, uma ao diretor regional dos Correios, Pedro Luiz Mota Soares, e outra ao atendente comercial dos correios Carlos Augusto Maranhão, que conquistou o título de Empregado Nota 10 concorrendo com mais de 23 mil funcionários no Brasil.

Raiva tratada com amor

Hora do Planeta

(SUS) e de profissionaO Ministério da is que dedicam sua Saúde bateu o vida à rede pública. martelo: vai se “O tratamento de chamar Protocolo Marciano prosperou do Recife para sobretudo pelo Tr a t a m e n t o d a conhecimento técnico Raiva Humana no desta dedicada Brasil o procedimenequipe”. Isaltino to para tratar a também desejou doença, feito com saúde a Marciano, que base no tratamento realizado no jovem Equipe do Oswaldo Cruz foi agraciada na Alepe por cura da raiva ainda luta contra as seqüelas neurológicas Marciano Menezes, curado do vírus da raiva pela Parasitárias (UTI-DIP) também da doença. Gustavo Trindade disse que equipe do Hospital Universitário foi homenageada a direção do Oswaldo Cruz (HUOC). A hospital. Receberam placas de a conquista é da equipe da UTIinformação foi dada pelo médico congratulação os intensivistas DIP, composta de profissionais Gustavo Trindade, na homena- Gustavo Trindade e Ana Flávia, das mais diversas especialidagem que recebeu em março da João Régis Filho (em nome do des. E lembrou que a unidade foi Assembléia Legislativa, por reitor da Universidade de idealizada pelos médicos proposta do deputado Isaltino Pernambuco) e Ricardo Quental, Vicente Vaz e Demócrito diretor do HUOC. Miranda. “Raiva se trata com Nascimento. Isaltino ressaltou a importân- amor e amor é o que esse grupo Na ocasião, além da equipe mais tem para dar”. da UTI de Doenças Infecto cia do Sistema Único de Saúde

A Assembléia Legislativa apagou as luzes do prédio principal e dos 6 anexos por uma hora no dia 28 de março. A decisão atendeu a pleito do deputado Isaltino Nascimento, em adesão à campanha Hora do Planeta da ONG de proteção ambiental WWF. As pessoas que aderiram ao ato simbólico desligaram as luzes de suas residências ou locais de trabalho entre 20h30 e 21h30, com o objetivo de sensibilizar os líderes mundiais para o aquecimento global. Isaltino solicitou a adesão da Alepe, visando chamar a atenção para os problemas ambientais, como o desmatamento, a grande quantidade de poluição emitida no ar e a poluição dos mares e rios.

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Publicação do gabinete do deputado Isaltino Nascimento, líder da Bancada do Governo na Alepe Rua da União, 439, sala 422,Boa Vista - CEP:50.010.010 - Recife-PE Fone: (81)3217.2361/2360 - FAX: 34235061 - E-mail: isaltino_nascimento@alepe.pe.gov.br

Jornalista responsável: Taiza Brito (DRT/PE 2095). Redação: Taiza Brito e Emanuel Belmiro. Fotos: Emanuel Belmiro e Divulgação da Assembléia Legislativa/PE. Projeto gráfico/Ilustração: Ral . Apoio: Jânio Barreto e Roberto de Oliveira. Tiragem: 10.000 exemplares.

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Informativo do gabinete do deputado Isaltino Nascimento, líder da Bancada do Governo na Alepe

Ano VII | Nº 11 | Maio a julho 2009

Guerreiros da paz Zé de Santa, dona Zenilda e cacique Marquinhos, da comunidade Xukuru: símbolos da resistência indígena em Pernambuco que, junto com as lideranças das demais 10 etnias do Estado, lutam por um futuro de paz. (Págs. 3 a 6)


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MANDATO PARTICIPATIVO | ANO VII- Nº 11 - MAIO A JULHO 2009

Uso do formol na mira da lei Salões de beleza terão que afixar placas informando aos clientes se fazem uso da substância

Profissionais condenam manuseio

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lisamento japonês, escova progressiva, permanente, enfim, são várias as opções oferecidas pelos salões de beleza para fazer, literalmente, a cabeça das mulheres. O que poucas sabem é que algumas destas técnicas escondem um grande inimigo da saúde: o formol. Uma substância que se não for usada de forma adequada pode levar à morte. Para alertar sobre o perigo do uso inadequado da substância, o deputado Isaltino Nascimento elaborou o texto da Lei 13.738, de 27 de março de 2008. Pela nova legislação, os salões de beleza ficam obrigados a informar através de placas afixadas em locais visíveis a utilização do formol em tratamentos e técnicas como escovas e alisamento. A partir de junho quem não cumprir esta determinação estará sujeito a multa no valor de R$ 1 mil. “O projeto visa, em essência, colaborar para que os usuários de serviços de cabeleireiro tenham consciência ao procurar as técnicas de escova progressi-

va que utilizam formol”, explicou o parlamentar. O formol ou formaldeído é uma substância utilizada para a conservação de outras substâncias e até de tecidos, sendo usado principalmente em biópsias para impedir a degradação antes da análise.

ACIDENTES

Cadastro ajudará consumidor Outra lei de autoria do deputado Isaltino Nascimento, aprovada este ano, visa amparar os consumidores. Trata-se da Lei 13.337/2009, que cria o Cadastro Estadual de Controle de Acidentes de Consumo. A legislação determina a criação de um banco de dados com a descrição dos casos dos acidentes decorrentes do uso ou manuseio de produtos comercializados no Estado. A idéia é que o cadastro subsidie o trabalho do Procon na defesa dos consumidores que tiverem a saúde ou a integridade física afetadas por produtos que ofereçam riscos.

“O cadastro auxiliará o Poder Público e fornecedores na atuação preventiva e dirigida à educação dos consumidores e na adequação de produtos e serviços”, explicou o parlamentar. Pelo projeto, hospitais e prontossocorros da rede pública e privada encaminharão trimestralmente ao cadastro o registro especificado dos atendimentos desta natureza. No caso dos órgãos públicos, os mesmos poderão expedir notificações aos fornecedores para que prestem informações sobre questões relativas à periculosidade e nocividade dos produtos ou serviços oferecidos.

Por ser facilmente absorvido pelas mucosas pode ocasionar problemas sérios para a saúde da cliente e do cabeleireiro. No contato com a pele a substância pode causar irritação, dores, queimaduras, vermelhidão e até mesmo vários tipos de câncer.

No curso de Cabeleireiro do Senac são formados anualmente 120 alunos e lá a ordem é uma só: nunca utilizar o formol. A instrutora do curso Silvana Alves afirma que nenhum tipo de penteado necessita do formol para ficar bonito. “Isso é uma grande ilusão, pois sem ele o cabelo também ficará com um aspecto ótimo” afirma. No salão da cabeleireira Lucivânia Maria de Lima a substancia nunca foi usada. “Não utilizo o produto, mesmo que eu perca a cliente. Sei muito bem o que ele pode causar”, diz. A psicóloga Claudedeci Ferraz arriscou usar o produto e teve problemas. “Meu cabelo começou a cair rapidamente e em grande quantidade. Ainda estou fazendo um tratamento para o crescimento voltar ao normal”, conta.

ACOMPANHE

Projetos de lei em curso PLO nº 1002/2009 - Cria a Semana da Consciência e do Combate ao Assédio Moral no Estado de Pernambuco. PLO nº 1001/2009 - Institui a obrigatoriedade de fazer constar no banco de dados do Detran-PE a quilometragem exibida no odômetro no ato da vistoria. PLO nº 968/2009 - Considera a “Festa da Batalha do Reduto” Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco. PLO nº 967/2009 - Institui no Calendário Oficial de Eventos do Estado de Pernambuco o "Dia da Batalha do Reduto", a ser comemorado anualmente na data de 7 de fevereiro.

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20 anos da Casa de Passagem A pedido do deputado Isaltino Nascimento a Assembléia Legislativa realizou em 16 de abril Grande Expediente para marcar os 20 anos da Casa de Passagem. Na sessão, Isaltino ressaltou a importância da instituição para a sociedade. “Foi através do trabalho da Casa de Passagem que não só o Brasil, mas outros países compreenderam que é possível mostrar um futuro mais promissor às crianças e adolescentes vitimados pela violência”, afirmou. Uma das fundadoras da entidade, a psicóloga Cristina Mendonça, disse que a vontade de melhorar a vida das pessoas fortalece a luta. Jovens atendidos pela Casa de Passagem recitaram um poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado “Mãos Dadas”. A apresentação de um vídeo sobre a história da ONG e uma mostra fotográfica encerrou a sessão.

174 anos da Alepe Os 174 anos da instalação do Poder Legislativo em Pernambuco foram comemorados, em 1º de abril, em reunião solene. Representantes de várias instituições do poder público, entre eles o governador Eduardo Campos, participaram da cerimônia.O deputado Isaltino Nascimento salientou que "nunca devemos esquecer que o Legislativo é um dos três pilares da democracia", lembrando que na mesma data completou 40 anos da instalação da ditadura militar no país. "Não podemos deixar que o nosso País volte a sucumbir em qualquer tipo de ditadura, do mesmo jeito que não podemos conceber um regime democrático sem o Parlamento”, discursou.

Usuários da Geap debateram aumento do plano de saúde em audiência convocada por Isaltino na Alepe

Saúde em pauta

Em defesa da Geap S

ervidores federais de Pernambuco decidiram solicitar uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da Fundação de Seguridade Social (Geap) para cobrar a imediata suspensão dos reajustes aos planos de saúde, que chegaram a até 400%. A proposta, lançada pelo deputado Isaltino Nascimento, foi aprovada em audiência pública na Assembléia Legislativa, em 15 de abril. Os geapeanos presentes à reunião também decidiram encampar uma mobilização nacional com o objetivo de ir a Brasília para defender a preservação da entidade, cujo

déficit orçamentário chega a R$ 80 milhões no Estado. A meta é pressionar o governo federal a aumentar a participação per capita por servidor, hoje em R$ 62,50, e sanar a dívida da Geap. Também sensibilizar deputados federais e senadores para a importância de aprovar tais medidas. “Não dá para escolher entre a vida e comer”, ressaltou Isaltino, após ouvir as queixas de muitos dos usuários, que estão com dificuldade de atendimento médico e hospitalar mesmo pagando altas mensalidades. O deputado também propôs que servidores e entidades representativas das categorias envolvidas

deflagrem uma campanha para soerguer a Geap, que mesmo em crise presta assistência médica a 42,5 mil pessoas em Pernambuco. “A Geap foi construída por nós, servidores públicos federais”. A sessão foi convocada pelo presidente da Comissão de Saúde, Clodoaldo Magalhães (PTB), a pedido de Isaltino. Participaram representantes de entidades sindicais, entre elas o Sindsprev, Sindpd, Condsef e CNTSS, usuários dos planos da Geap, e o gerente regional da Geap, Luís Carlos Saraiva. Ele argumentou que 67% dos usuários têm mais de 60 anos e a inadimplência chega a 20%, dificultando o custeio do plano.

20 anos do Sindsprev Os 20 anos do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde e Previdência Social do Estado de Pernambuco (Sindsprev-PE) foram comemorados em reunião solene na Assembléia Legislativa. A entidade foi homenageada na Casa por solicitação do deputado Isaltino Nascimento. Isaltino participou da criação do sindicato e foi diretor-geral, entre os anos de 99 e 2002. “Falar da história do Sindsprev-PE é citar minha trajetória. É lembrar companheiros queridos, resgatar uma história de resistência e mobilização”, pontuou. Para o coordenador-geral da

Previdenciários foram agraciados por Isaltino com placas em sessão solene

instituição, José Bonifácio do Monte, “a homenagem representou o reconhecimento da luta do sindicato, que fez história não só em Pernambuco, mas no Brasil”. Na sessão, foram entregues

placas comemorativas a oito previdenciários, entre servidores filiados ao Sindsprev, ex-diretores e funcionários. A solenidade foi encerrada pelo Coral do Sindsprev.


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Voz Truká ecoa no Sertão E

m agosto de 2008 mais um crime marcaria a comunidade dos índios Truká, de Cabrobó: o assassinato de um de seus líderes, Mozenir Araújo. Na época ele tinha se candidatado a vereador pelo PT na cidade sertaneja. Com a sua morte, o cacique da tribo, Aurivan dos Santos Barros, mais conhecido como Neguinho Truká, teve que substituí-lo no pleito. A vitória nas eleições foi também do povo Truká, que há anos Neguinho Truká disse que relação com governo agora é bem melhor são perseguidos por posseiros e plantadores de ambas as tribos é só um exemplo da comunidade Truká é morto a maconha, que insistem em da perseguição da qual os povos polícia chega aqui e faz uma disputar suas terras. indígenas ainda são vítimas em investigação superficial dos fatos. Mas isso não é problema só dos Apesar de estarem distantes Pernambuco e no Brasil. geograficamente, os Truká e os Violência que para o vereador índios, os quilombolas, o pessoal Xukuru possuem uma realidade Neguinho Truká só é grande por do MST enfrentam a mesma muito próxima quando o assunto causa da ausência do Estado nas coisa. Eles não querem nem ouvir é a criminalização. A história de investigações. “Quando alguém o nosso lado”.

Engajado nas causas dos índios, Neguinho vai participar no início de maio, em Brasília, do Acampamento Terra Nova, evento anual que conta com a presença de diversos representantes indígenas do Brasil, entre eles de Pernambuco, como Marcos Xukuru. Desde que assumiu o mandato de vereador, Neguinho tem participado da formulação de políticas públicas voltadas a atender seu povo, como também à população de baixa renda de Cabrobó. Neguinho elogiou o governo, que vem dando mais espaço às causas indígenas e melhorou a educação dos índios. Isso pela sensibilidade de Eduardo Campos e a interlocução do deputado Isaltino Nascimento. “Isaltino já levava a nossa bandeira há tempos. Agora como líder do governo só fez ampliar nosso diálogo”.

ETNIAS EM PERNAMBUCO FULNI-Ô ONDE VIVEM: Aldeia fica a 500 metros da sede do município de Águas Belas. ÁREA DA ALDEIA: 11.500 hectares. POPULAÇÃO: 2.820. CURIOSIDADE: Única tribo do Nordeste que mantém viva sua língua nativa, a Yaathe (ou Yathê). PANKARARU ONDE VIVEM: Às margens do rio São Francisco, entre Tacaratu, Petrolândia e Jatobá. ÁREA DA ALDEIA: 8.100 hectares. POPULAÇÃO: 6.515. CURIOSIDADE: A Dança dos Bichos é a manifestação cultural típica da etnia. XUKURU ONDE VIVEM: Serra do Ororubá, no município de Pesqueira. ÁREA DA ALDEIA: 27.555 hectares. POPULAÇÃO: 9.064 índios. CURIOSIDADE: Fazem o ritual

dos caboclos, onde os homens, vestidos com trajes de palha de milho, dançam com flautas e bastões. KAMBIWÁ ONDE VIVEM: Região do Moxotó, entre os municípios de Ibimirim, Inajá, Floresta e Petrolândia. ÁREA DA ALDEIA: 31.495. POPULAÇÃO: 2.820. CURIOSIDADE: Praticam a caça como atividade complementar de subsistência e se dedicam à extração de mel. KAPINAWÁ ONDE VIVEM: Localidade de Mina Grande, no município de Buíque. ÁREA DA ALDEIA: 12.403 hectares. POPULAÇÃO: 3.294. CURIOSIDADE: Como tradição dançam o Toré, que é apresentado com músicas africanas e coco, realizado num local chamado Furna, onde são encontrados restos mortais de humanos.

ATIKUM ONDE VIVEM: Serra do Umã, entre os municípios de Carnaubeira da Penha, Salgueiro e Mirandiba. ÁREA DA ALDEIA: 16.290. POPULAÇÃO: 5.852. CURIOSIDADE: Em um local afastado chamado "gentio" realizam reuniões secretas, que segundo alguns relatos são semelhantes aos cultos afrobrasileiros. TRUKÁ ONDE VIVEM: Na região do rio São Francisco, a 18 quilômetros da cidade de Cabrobó. ÁREA DA ALDEIA: 5.769. POPULAÇÃO: 4.169. CURIOSIDADE: No Toré os participantes usam sobre as roupas usuais um pequeno saiote feito de fibra e na cabeça um enfeite de penas. PIPIPÃ ONDE VIVEM: Serra do Periquito e Serra Negra, entre Floresta e Petrolândia. POPULAÇÃO: 1.312. OBS: Reivindicam demarcação de

área própria na Serra Negra, que consideram pertencente aos antepassados. TUXÁ ONDE VIVEM: Fazenda Funil, no município de Inajá. ÁREA DA ALDEIA: 164 hectares. POPULAÇÃO: 141. CURIOSIDADE: Viviam na região de Rodelas, na Bahia, e foram deslocados para Pernambuco por causa da construção da barragem de Itaparica. PANKARÁ ONDE VIVEM: Serra do Arapuá, no município de Carnaubeira da Penha. POPULAÇÃO: 2.702 OBS: Lutam pelo reconhecimento junto à Funai desde 2003. PANKAIUKÁ ONDE VIVEM: Fazenda Cristo Rei, no município de Jatobá. ÁREA DA ALDEIA: Em processo de estudo pela Funai. POPULAÇÃO: 2.333. Fonte: Funasa e Nape/UFPE.

Isaltino destaca-se como interlocutor dos índios, como fez em audiência com Eduardo Campos e Márcio Meira, da Funai

Direitos indígenas A defesa dos direitos indígenas é um dos pilares do mandato do deputado Isaltino Nascimento. Há uma relação de respeito e admiração mútua entre o parlamentar e os índios que tem rendido várias ações em prol das 11 etnias que vivem no Estado. E não apenas em abril, quando se comemora o Dia do Índio, mas durante todo o ano, nas diversas frentes de mobilização. Por conta disso, esta edição do Mandato Participativo dedica espaço de destaque para tratar de uma luta que merece a atenção de toda sociedade: a conquista de terra e paz pelos indígenas.

P

ara reforçar a luta dos povos indígenas, Isaltino abre mais uma vez as portas da Assembléia Legislativa para o debate sobre os problemas que afligem os indígenas. Representantes das etnias, indigenistas e integrantes do poder público farão uma avaliação sobre a situação atual das comunidades, numa sessão prevista para meados de maio. Os indígenas pernambucanos devem tratar de temas graves e recorrentes: a violência da qual

são vítimas por parte daqueles que insistem em permanecer em suas terras e a criminalização praticada por parte de alguns agentes das esferas do poder público federal. A problemática já foi tratada em audiência pública realizada na Assembléia Legislativa, em outubro do ano passado, a pedido de Isaltino Nascimento. Na ocasião houve a participação de representantes das 11 etnias pernambucanas e do presidente da Funai, Márcio Meira.

Na Alepe, debate sobre a criminalização mobilizou autoridades

Na ocasião, as lideranças indígenas, entre eles o cacique Marquinhos Xukuru, de Pesqueira, e Lourdes Truká, de Cabrobó, chamaram a atenção para os assassinatos de índios ocorridos no Estado e a falta de punição dos criminosos, o que leva medo e tensão às aldeias. Depois da audiência, Isaltino acompanhou o grupo ao Palácio do Campo das Princesas para repassar as denúncias ao governador Eduardo Campos, que reiterou seu apoio à causa

indígena. “Já construímos uma agenda com os indígenas pernambucanos, mas ainda é preciso maior articulação entre os diversos poderes e a sociedade para enfrentar esta grave problemática”, destacou. O presidente da Funai, Márcio Meira, endossou o apoio da instituição na resolução dos conflitos. “Temos que criar uma agenda positiva que ajude os índios”, reforçou, ao dizer que o encontro foi um passo importante nesse sentido.


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O vice-cacique Zé de Santa, dona Zenilda, Marcos Xukuru e o vereador Agnaldo Xukuru falam sobre a luta incessante dos povos indígenas pela conquista da terra que lhes pertence de direito e por um cotidiano sem violência

Unidos em busca da paz “Somos um povo organizado, unido e com vários aliados. Não estamos sozinhos e vamos sempre nos defender atacando. Só que esse ‘atacar’ é diferente do que os outros pensam. Significa ir atrás dos nossos direitos, porque somos um povo pacífico, faz parte da nossa natureza”. A frase, de Marcos Luidson, 30 anos, cacique dos Xukuru de Pesqueira, resume bem a marcha empreendida pelas 11 etnias indígenas de Pernambuco. São guerreiros em busca de paz. Uma paz quebrada pelos sucessivos conflitos – e assassinatos – alimentados por posseiros e fazendeiros que ainda não se deram conta do direito garantido aos índios de posse sobre as terras que tradicionalmente ocupam, como prega o artigo 231 da Constituição. A violência da qual são vítimas foi um dos temas da conversa entre a reportagem do Mandato Participativo com Marcos Xukuru, o vice-cacique Zé de Santa, o vereador Agnaldo Xukuru e dona Zenilda, mãe de Marcos e viúva de Chicão Xukuru, assassinado há 11 anos em nome de uma guerra insana contra os verdadeiros donos das terras brasileiras. A seguir os trechos da entrevista:

CRIMINALIZAÇÃO “A criminalização contra o nosso povo atrapalha tanto que muitos outros assuntos acabam sendo colocados em segundo plano. Perdemos muito tempo tentando nos defender e outros problemas vão sendo deixados de lado” (Agnaldo Xukuru). “Por tudo que o nosso povo passou acredito que nós aprendemos a conviver com o medo, mas sem deixar ele tomar conta de nós”. (Dona Zenilda) “Existem muitas falhas nas investigações dos crimes cometidos contra os índios. Eu, por exemplo, fui acusado de ser uma das pessoas que planejou a emboscada da qual eu mesmo fui vítima. E a explicação é que eu estaria tentando chamar a atenção para a nossa causa”. (Cacique Marquinhos).

ESTATUTO “A entrada do presidente Lula em 2003 nos motivou muito. O

presidente é muito ligado às causas indígenas. O que nós frustrou foi que o projeto do Estatuto continuou arquivado, apesar de termos a certeza de que até o fim deste governo ele será aprovado. Isto porque algumas atitudes já sinalizam para isso como é o caso da criação da Comissão Nacional de Política Indigenista. O Estatuto foi elaborado em 1992. De lá para cá muita coisa mudou, então a comunidade indígena vem propondo algumas emendas que tratam mais de questões relacionadas às obras do Programa de Aceleração do Crescimento e à extração de minérios em terras indígenas” (Cacique Marquinhos)

existem índios em Pernambuco”. (Cacique Marquinhos) “Eu considero a Comissão de Professores Indígenas de Pernambuco (Copipe) uma aliada na luta dos índios no Estado. Porque a educação é algo muito forte e importante para qualquer pessoa, seja indígena ou não” (Zé de Santa) “É indiscutível o papel da educação numa comunidade. Uma professora universitária me abordou durante um evento e questionou sobre a mudança social que houve aqui. E eu disse que era tudo fruto da educação, pois é só através dela que conseguimos transformar uma realidade” (Aguinaldo Xukuru)

CHICÃO XUKURU EDUCAÇÃO “É fundamental se discutir a educação indígena nas escolas do Estado assim como a educação afro-brasileira também. Muita gente nem sabe que

“Ele deu a sua vida para que nós tenhamos vida. Para mim ele foi um professor, porque nos ensinou a caminhar. Ele levantou esse povo e sempre estará vivo. Chicão não foi um cacique do

povo Xukuru, ele foi um cacique do povo indígena”. (Dona Zenilda) “Na época, o meu pai, juntamente com outras lideranças, entenderam que estava na hora de recuperarem o que lhes foi tomado, no caso, a terra. Eles tiveram que estabelecer a organização sociopolítica Xukuru, reagrupar as pessoas que pertenciam à tribo e que se encontravam dispersas. Esse restabelecimento da nossa identidade também foi complicado”. (Cacique Marquinhos) “Chicão sempre trabalhou com a questão da coletividade e eu acho que esse engajamento nas causas indígenas por parte dos jovens foi trabalhado muito bem por ele” (Zé de Santa)

ISALTINO “Isaltino é um exemplo de pessoa que batalhou para ter uma melhor condição de vida, mas que não esqueceu as raízes e sempre ajuda os mais necessitados, sem esquecer jamais seus amigos do

Alto José do Pinho, de onde veio”. (Cacique Marquinhos) “Em todos os momentos ele está ao nosso lado. Isaltino é um apoio muito forte e importante do qual a gente não abre mão. Já virou uma questão de amizade mesmo”. (Zé de Santa) “Gosto de Isaltino porque ele está sempre disposto a nos ouvir. Nem eu nem ninguém da tribo nunca deixamos de ser recebidos por ele, que sempre nos atende muito bem”. (Aguinaldo Xukuru) “O povo Xukuru vê Isaltino como uma pessoa voltada para o ser humano. Ele sempre está do lado do nosso povo”. (Dona Zenilda)

EDUARDO CAMPOS “Acho que nunca tivemos tanto espaço como agora no governo de Eduardo. Hoje eu represento os índios do Estado no Conselho de Desenvolvimento Econômico. Isso proporciona a você conhecer também representantes de outros movimentos sociais e a troca de

experiências. Também começamos um trabalho de plantio orgânico e temos o apoio do governo estadual. Produzimos para o nosso auto-sustento e o que sobra vendemos em Pesqueira. Estamos estudando um projeto de beneficiamento do leite e queremos o apoio do governo para construção de tanques de resfriamento para armazenarmos o leite e comercializá-lo” (Cacique Marquinhos).

SONHOS “Termos as nossas terras nas nossas mãos e viver nelas sem medo de nada. Podermos garantir tudo aquilo que nossas lideranças antigas lutaram” (Cacique Marquinhos) “ Ve r u m g o v e r n o q u e acabasse de fato com a desigualdade social e fizesse uma reforma agrária de verdade. As intenções são as melhores, mas ainda temos que desenvolver melhor esses temas” (Aguinaldo Xukuru)


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