Ă€ Descoberta dos Azulejos
Casa-Museu Frederico de Freitas
Titulo À descoberta dos azulejos Edição Escola Secundária Francisco Franco Autoria Carolina Sousa Ferreira
Ficha Técnica
Design Gráfico Carolina Sousa Ferreira
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Revisão Professora Vera Carvalho Professores Orientadores Isabel Lucas Paulo Pimenta Impressão Style Publicidade, Toldos Tiragem 1 a 10 exemplares Funchal, Março 2018
Ă€ Descoberta dos Azulejos
Fotográfia
Editorial
Carolina Ferreira e Micaela Abreu da Cruz
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Bibliografia
Sou a Carolina Ferreira, da Escola Secundária de Francisco Franco, do 12º ano, do Curso Profissional Técnico de Multimédia. Este livro surgiu no desenvolver do projeto sobre o Património Cultural da Madeira para a Prova de Apetidão Profissional. Este livro tem como finalidade de contribuir para as atividades da Casa-Museu Frederico de Freitas.
Págs.
Azulejos Portugueses sécs.XVI,XVII,XVIII,XIX e XX Azulejaria Holandesa em Inglaterra e outros países Lourdes de Castro Conclusão
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Índice
Introdução História dos Azulejos Azulejaria Oriental, Islâmica e Mudejar Índia Pérsia e Irão Turquia Siria Tunísia Península Ibérica Azulejos de corda seca Cerâmica Espanhola Pós-renascentista
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Introdução
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ste livro foi criado para a atividade “À descoberta dos azulejos” que surgiu com base no projeto da prova de aptidão profissional, para a Casa-Museu Frederico de Freitas, vem assim renovar o design das ativi-
dades. Criei este livro a fim de ser uma ajuda para que os jovens, adultos e crianças, a partir dos 8 anos, possam entender ou perceber melhor a origem dos azulejos, as técnicas utilizadas, as cores e muito mais.
tos seguros e pela prodigiosa quantidade de núcleos existentes, tanto os muitos milhares que se mantêm
nos locais originais como o número inimaginável de exemplos deslocados desses locais ou desaparecidos de circulação, da maior parte dos quais não há sequer registos. A documentação conhecida limita-se, em geral, a fornecer datas, pormenores das encomedas e o nome do empreiteiro.
História dos Azulejos
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estudo da azulejaria portuguesa tem sido dificultado pela dispersão e relativa escassez de conhecimen-
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Azulejaria oriental, Islâmica e Mudejar
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irige-te ao 1º andar da Casa dos Azulejos. Bem-vindo à Azulejaria Oriental, Islâmica e Mudejar, aqui irás encontrar azulejos da Índia, Pérsia e Irão,
Turquia, Tunísia, Península Ibéria. Vamos lá começar a descoberta.
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s Sultanatos de Delhi ocupam até ao princípio do séc.XVI, apesar dos ataques dos timuridas que provocam o 1º saque de Delhi em 1398, uma grande parte do território indiano.
Os portugueses que fizeram chegar, durante os sécs. XVII e XVIII, os seus azulejos aos Açores, Madeira
Estes azulejos são retangulares e hexagonais, em barro vermelho ferruginoso, coberto de engobe branco, que suporta a decoração pintada em azul forte, turquesa e verde cobre, sob um vidrado transparente de Zarcão. Estas peças, do séc. XVII, têm uma decoração com motivos orientais que recordam a Turquia e o Irão.
Índia
e Brasil, deixaram uma ténue presença em África.
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esde o início da era islâmica (622) que se procurou encontrar uma linguagem artística, suficientemente significativa para identificar esta nova civilização. Foi através do desenvolvimento da arte caligráfica que
se tornou possível difundir a mensagem e os ensinamentos compilados no corão pelo profeta Maomé. A cerâmica permitiu levar o conteúdo dos textos até à arquitetura através de frisos com inscrições incor-
Foi indiscutivelmente no Médio Oriente que o azulejose revelou e descobriu a sua verdadeira dimensão. Realizaram-no como um elemento de animação dominante e indispensável nas suas superfícies da arquitetura islâmica que, definiram e caracterizaram como modo inconfundível, passando a construir a cintilante imagem de refleção da luz dos espaços urbanos. O azulejo encontrou a sua linguagem de cor e frescura que o viria a definir e personalizar para sempre. Através desta feliz experimentação, aprendida pelos povos árabes, esta sensivel expressão de gosto sob a forma de revestimento cerâmico, vai expandir-se pelo mediterrâneo até ao norte de África e da Península Ibérica, durante os séculos XV e XVI.
Pérsia e Irão
poradas em revestimentos azulejares.
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A
vasta utilização da cerâmica mural na Turquia remonta a perídos anteriores ao século XIV. Existem várias fases de produção Isnik, geralmente considerados e referidos 3 períodos particularmente
importantes: 1º período (1490-1525) - Em que utilizaram azuis de turquesa e de cobalto para pintar arabescos e elementos tipo “rumi” associados a palmetas e a grande variedade de flores; 2º período (1525-1550) - Alargamento da paleta cromática e preferência pela decoração naturalista; 3º período (posterior a 1550) - Conhecido como periodo clássico, de maior realismo e com predomínio da
O primor desta louça ficou a dever-se principalmente à requintada beleza dos vidrados aplicados sobre um excelente engobe branco, o que lhe emprestava um aspeto bastante próximo de almejada porcelana. No século XVII gerou um declive nas produções de azulejaria turca otomona de Isnik. A policromia foi perdendo a expressão com o desaparecimento do vermelho tomate para um tom acastanhado, mantiveram-se os azuis de colbato e turqueza, assim como o verde cobre.
Turquia
cor vermelho tomate.
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s especialistas têm dificuldades em encontrar no estudo dos azueljos sírios elementos concretos que permitiam saber a sua proveniência, porque a maioria dos painéis encontram-se recolocados em edifícios
cujas construções não correspondem aos destino original dos azulejos. As manufaturas cerâmicas de Damasco, que haviam atravessado um período de sensível declínio durante
(1554-15600). Os caractéres constituem uma manifestação artística fundamental e preencheram como elementos essenciais.
Siria
a 1ª metade do século XVI, conheceram então uma fase de grande progresso em meados do século XVIII
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origem da reputada cerâmica tunisína proveniente do Magrheb, à semelhança das produções da cerâmica paleolítica do Médio Oriente, perde-se na ancestralidade dos tempos (desde os séculos VI ao VII a.c).
Particularmente os curiosos são chamados “azulejos cristãos” produzidos em El Jem e Kairouan, no período bizantino ( 2ª metade do séc. VI ao séc. VII) constituídos popr placas quadrangulares relevadas, com elementos
Os tacelos em faiança, que constituem as “peças do puzzel”, têm formas de losangos, quadrados, cruzes ou estrelas, vidradas em cores diferentes, e permitiram organizar sábias composições de grande valor plástico. Esta técnica, de origem andaluza, generalisou-se no decurso do século XVI, conheceu o seu Kacem, emblemático mestre de faiança andaluz, e perdurou até ao século XVI. Foi ainda durante os séculos XV e XVI que também se começou a usar azulejos de corda-seca de tipo andaluz.
Tunísia
ornamentais cristãos e zoomórficos, decorados com engobes, muito bem representados no Museu de Cartago.
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monumental feita com materiais efémeros e muito pobres (terra e barro cozido), e tanto aqui como na
Mesopotâmia, depois de arrasada por invasões e conquistas, foi desaparecendo pela ação implacável de tempo. O material deste tipo de construção é completamente camuflado sob a sumptuosa decoração obtida pelo deslumbrante brilho da faiança esmaltada, pelo relevo dos estuques gravados e pelos alfarges de madeira, com que era revestido. A função do espaço, a cenografia resultou do ambiente fabuloso que a pouca iluminação, difusa e filtrada, atribuía à cintilância das paredes azulejadas dos misteriosos espaços limitados por portas e tapetes, em profundo contraste com a violenta luz dos páteos refrescados pela constante presença viva da cerâmica vidrada e de água.
Península Ibérica
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civilização árabe que alcançou a península ibérica, soube construir uma arquitetura verdadeiramente
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hama-se alicatados ao resultado duma apurada técnica de revestimento cerâmico que consiste em conjugar as peças de formas diferentes e cores variadas, cortadas com enorme exactidão a partir de azulejos
Os alicatados
monocromáticos, para obter as impecáveis superfícies que formam magníficos puzzles polícromos. Os azulejos monocromáticos ( em negro, verde, amarelo melado, castanho e morado) eram fabricados por ceramistas,e, depois eram escolhidos e rigorosamente cortados pelo ladrilhador,habilmente, compôr e montar as magnificas laçarias e estrelas com que cobriam paredes e pavimentos. Os mais antigos vivem de cores frias ( negros, azuis turqueza e brancos) enquanto que os posteriores, já contemporâneos dos azulejos de corda seca da transição do séc. XV para o inicio do séc. XVI - usam maior policromia ( verdes, laranjas, amarelos melados e avermelhados). Do mesmo período são os revestimentos modestos muito mais simples, enxaquetados ou de caixilho, que surgem nos templpos cristãos em Espanha e Portugal, formando superficies cerâmicas polícromas em coberturas, pavimentos e outrops revestimentos interiores.
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Azulejos de corda
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hama-se azulejo de corda seca porque resulta da transposição do desenho formado pelos tacelos do alicatado num módulo quadrangular, procurando manter-lhe a composição e os aspeto.
A técnica da corda seca consite na separação física das cores através dum sulco marcado na pasta do
azulejo que, sendo preenchido com óxido de manganés, misturado com uma gordura (óleo de linhaça ou sebo), repelia os esmaltes, impedindo que as cores se misturassem durante a cozedura e mantendo, assim, a sua separação. Normalmente, este tipo de azulejos foi decorado apenas com elementos geométricos (laçarias e estrelas). As cores em tons de branco, negro, amarelo melado e azul turquesa esverdungado têm um aspeto um pouco baço e acinzentado. No final do século XV, esta técnica ganha uma grande expansão e desenvolvimento utilizando agora sulcos muito profundos e cores muito mais transparentes e brilhantes que as dos almóadas. Os temas são tradicionais da gramática decorativa hispano-mourisca.
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CerâmicaEspanhola pós-renascentista
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ão se sabe quase nada sobre o notável pintor cerâmico renascentista, de origem italiana, Francisco Niculoso, conhecido por Niculoso Pizarro.
Mais tarde se retoma este tipo de pintura em Triana graças à vinda do flamengo Frans Andries, natural de
Antuérpia que ficou conhecido por Francisco Andrea. No final do séc.XVI até oa primeiro terço do séc.XVII, destacou-se o atelier da familia Valladares que ocupou uma posição importante na produção sevilhana, com particular relevo para Hernando Valladares.Este utilizou uma paleta de tons fortes, recortando os temas de padronagem têxtil sobre fundos de ocre e amarelo ( ao gosto flamengo), e inicia a produção de lambrilhas com elementos de figura avulsa de expressivo desenho e característico colorido. As lambrilhas são pequenos azulejos (7.5x7.5) , que eram muito usados em pavimentos, e que eram habitualmente combinadas com a tijoleira vermelha. Durante a 2ª metade do séc. XVII, a cerâmica sevilhana também vai ser marcada pela “moda do azul e branco”, radicada na Holanda e em Portugal, o que provocou alguma descaracterização na acreditada imagem da faiança de Triana.
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CerâmicaEspanhola pós-renascentista
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cerâmica valenciana antigiu a famosa notoriedade no final do séc.XIV e durante o século XV, através da incomparável qualidade dos seus produtos em que se conjungam composições do gótico tardio com o
apreciável domínio técnico de reflexos metálicos. Estas peças foram motivo de imitação, inclusivamente em Itália, enquanto que a admirável azulejaria se chegou a exportar para pavimentar as Estâncias dos Borgias no Vaticano. O barroco valenciano começou tarde e com dificulades sobretudo devido à progressiva decadência de Manises. A itália vem influenciar a azulejaria maneirista valenciana que, assim mesmo mantém o naturalismo popular vindo da decroração textil até aos finais do séc. XVII. No séc. XVIII, Valência atinge o seu segundo período de auge na produção azulejar, usando na composição de grande aparato uma policromia de gama fria (azuis, verdes, castanhos e ocres) em coexistência com as conhecidas e saborosas pinturas ingénuas. No final da época setecentista, surgem as animadas cozinhas em trompe-l’oeil, coloridas e cheias de pitoresco em contraste com a decoração palaciana de bergeries rocócó.
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AzulejosPortugueses sécs.xvi,xvii,xviii,xix & xx
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irige-te ao 2º andar da Casa dos Azulejos. Bem-vindo aos azulejos portugueses dos séculos XVI,XVII,XVIII,XIX e XX.
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AzulejosPortugueses sécs.xvi,xvii,xviii,xix & xx
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coleção conta com uma amostra reconstituida a partir de fragmentos do raro padrão, proveninete do convento de Sta. Clara, assim como alguns elementos monocromáticos vindos da torre da Sé do Funchal.
O séc. XVIII está bem representado no património construido da Madeira, mas como já foi dito, certamente
por razões de respeito, conserva-se sem grandes alterações nos locais a que foi destinado. Este painel ornamental onde podes observar acima é muito semelhante aos restos que se encontram mal montados numa dependência da cave da Igreja de Campanário, tudo fazendo crer que são provenientes dum revestiemnto madeirense destruído por alguma razão.
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Azulejaria Holandesa em Inglaterra e outros países
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irige-te ao 3º andar da Casa dos Azulejos. Bem-vindo à Azulejaria Holandesa em Inglaterra e outros países.
A Holanda e os Países Baixos, graças às estreitas relações comerciais que mantiveram com a Itália e com
o sul da Península Ibérica, durante os sécs. XV e XVI, foram recebendo por via marítima, louça proveniente de Veneza, Montelupo, Manises, Málaga e Sevilha. A argila branqueada e endurecida permitiu obter espessuras mínimas e uma grande delicadeza dos suportes. O processo de tranferência das primorosas gravuras, por intermédio de cuidadosos desenhos picados em papel, para permitir que o fino pó de carvão, passando pelos minúsculos orificios, pudesse construir o fantasma indispensável ao contorno executado com pinceladas rápidas e precisas sobre a base de esmalte estranhifero.Por fim a intensa cor azul ou violeta, obtida com cobalto e aplicada com espontânea facilidade em seguras manchas de aguada para atribuir uma modelação fresca às figuras e a imensa variedade dos motivos recolhidosna obra impressa completavam os ingredientes indispensáveis ao enorme sucesso da azulejaria holandesa.
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Azulejaria Holandesa em Inglaterra e outros páises
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s métodos da decalcomia a partir de impressões calcográficas muito usados na faiança, foram adoptados pela manufatura de Liverpool para reproduzir em transport prints laboriosas gravuras.
O processo consistia em imprimir sobre folhas de papel de arroz os desenhos previamente gravados
em chapas metálicas (cobre). A folha molhada aderia à chacota que se cozia uma 2ª vez para fixar as imagens e, por fim, cobria-se o azulejo com vidro transparente que se cozia pela 3ª vez. Foi por influência da figura avulsa criada pelos holandeses que se produziram em Sevilha, Talavera, Valência e Catalunha azulejos de motivo único. Pela mesma razão, em Portugal foram igualmente adoptados aos azulejos de figura avulsa durante o período de transição do séc. VXII para o XVIII, tendo continuado posteriomente com muita aceitação devido sobretudo aos caticismo da sua ingenuidade popular.
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Lourdes de Castro
“Sombra de Teatro�, 1998 - Lourdes Castro
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a Casa dos Azulejos podemos encontrar, no andar do bar, um painel da artista madeirense Lourdes de Castro, ou seja, ĂŠ uma rapariga no douche e ainda podemos encontrar 2 paineis exclusivos, foram
feitos especialemente para a Casa-Museu Frederico de Freitas.
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Conclusão
S
e chegaste ao fim deste livro é porque, por hoje completaste a viagem pelos azulejos, descobriste informação que não conhecias. Este livro, embora pertença a atividade Uma descoberta pelos azulejos, é um
livro que te ensina um pouco sobre os mesmos. Espero que tenhas gostado da descoberta.
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