7° Edição - VISÃONET: 30 anos de Futuro

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Saiba o que fazer contra ataques DDoS Por Rodrigo Fernandes

A polêmica separação dos serviços SCM X SVA Por Paulo Vitor

Distribuição gratuita e selecionada. Venda proibida.



FICHA TÉCNICA Colaboradores: Alan Silva, Andre Farias, Andre Luis Martins Ribeiro, Asshaias Felippe, Eloi Piana, Erich Rodrigues, Fernando Junior, Ignacio Daniel Arias, José Mauricio Pinheiro, Lucas Sillas, Marco Andrade, Paulo Junior, Paulo Vitor, Photton.com, Reinaldo Vignoli, Rodrigo Fernandes Rogério Couto, Ronaldo Couto, Self Solutions, Thiago Buenaño, Visãonet Telecom *Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.

Foto de Capa Visãonet Telecom Diagramação Lucas Sillas Diretor de Atendimento Ayron Oliveira Revisão Lucas Sillas e Vinícius Aragão Fotos Shutterstock.com, Freepik.com, Visãonet Telecom, Reinaldo Vignoli, Photton.com Tirinha André Farias: www.vidadesuporte.com.br

Impressão e Acabamento Gráfica Paraná Publicidade marketing@ispmais.com.br ispmais.com.br : ispmais.com.br/comercial ANO III. EDIÇÃO 07: JANEIRO / FEVEREIRO / MARÇO 2017


SUMÁRIO 05

EDITORIAL

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ARTIGOS • Feliz 2017! • Segurança da informação no cenário corporativo • Recomendações G.652 e G.657 em redes ópticas passivas • Microdutos e Microfibras • 5 Dicas de Marketing para pequenas empresas • Governo não prioriza o fundo garantidor para provedores regionais e Brasil pode ficar pra trás em Banda larga • Organograma de um provedor

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Red

Mascote da Visãonet

PROVEDOR EM DESTAQUE • Visãonet Telecom: 30 Anos acompanhando o futuro

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ARTIGOS • As autuações da Anatel frente às alterações dos contratos sociais das pequenas prestadoras SCM • O impacto de uma gestão eficaz no crescimento sustentável do provedor regional 4.0 • Máximo possível ou máximo provável? • Excelência na gestão das empresas de telecomunicações - Parte 3: A busca pela “qualidade” • 10 pontos importantes dos conectores ópticos de campo • Amazonas, o Estado que mais irá crescer em telecomunicações nos próximos anos • Saiba o que fazer contra ataques DDoS • Terminal de autoatendimento reduz custos para empresas de telecom

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COLUNAS • A polêmica separação dos serviços: SCM x SVA • A execução de rede óptica no sistema de distribuição da concessionária • Um bom clivador é fundamental

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HUMOR VC NA REVISTA CALENDÁRIO


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EDITORIAL Caro leitor, Chegamos à 7ª edição da revista ISP+ comemorando mais uma conquista: aumentamos nossa tiragem de 2000 para 2500 unidades. Isto é muito gratificante, pois mostra que o público está aprovando e se identificando com as matérias e colunas. Assim, divido esta conquista com as pessoas que constroem conosco a revista, sejam articulistas e colunistas, provedores, funcionários e terceirizados. Parabéns a todos nós! Também parabenizo o provedor Visãonet Telecom, que faz aniversário de 30 anos, 30 anos de tecnologia, e que é o Provedor Destaque desta edição. Conhecer sua história é uma verdadeira aula da evolução da tecnologia durante estes anos. Esta edição está tão recheada de boas matérias, que fica comprometedor destacar algumas. Na parte técnica, temos matérias sobre os tipos de fibra óptica para as redes passivas, os 10 pontos a se considerar no uso de conectores de campo e uma explanação sobre o conceito de fibras em microdutos. Em segurança, discutimos a prevenção de ataques DdoS e as boas práticas de segurança da informação em ambientes corporativos. Na área de gestão, temos a continuação do tema já tratado em edições anteriores por Ignacio Dias “Excelência na gestão das empresas telecom”, uma sugestão de organograma para um provedor de internet, crescimento sustentável através de uma eficaz gestão e alternativa para recebimento de títulos. Erich Rodrigues – presidente da Abrint – discorre sobre a importância do fundo garantidor para os provedores regionais. Completamos com artigos de marketing, projetos, jurídico, regulatório e dicas.

Abraços e um próspero 2017.

Tiko Kamide Diretor Geral


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FELIZ 2017!

Num piscar de olhos o ano de 2016 passou! Com crise política, econômica, social, moral... o fato é que o tempo não para e já estamos em 2017! Como se não bastasse, todo início de ano nos faz pensar o que, de fato, fizemos de diferente em nossa vida pessoal e profissional! Na empresa é a mesma coisa! Trabalhamos diariamente conectando pessoas, coisas ou negócios. Somos pressionados a desenvolver diariamente uma entrega melhor e maior de valores para o nosso cliente a um custo cada vez menor. Pois bem, esse é o ponto! Como podemos fazer essa movimentação interna quando um lado requer investimento e o outro requer custo reduzido? Caso não seja feita uma boa reflexão, corremos o risco de eliminarmos nossa margem de lucro e, se não cuidarmos muito bem dos detalhes, a operação pode até incorrer em prejuízo!

Na verdade, como o ano está aí começando, que tal fazermos alguns questionamentos internos para identificarmos quais são as situações e possibilidades que podem ser ajustadas e que resultem positivamente em ações que direcionem percepção de qualidade do cliente? Algumas dicas que acreditamos que possam ajudar: 1. Reveja custos: inúmeras vezes, como mantemos um estado de urgência e emergência em nossa operação, gastamos muito com equipamentos, peças, mão de obra e fornecedores sem sequer termos negociados ou avaliado as ofertas. A pressa muitas vezes nos faz aceitar o que está pronto ou quase pronto para a solução onde o custo deixa de ser observado. Portanto, olhar, fazer uma planilha dos custos do ano passado, entre outras ações podem levar à uma reflexão de como pesquisar melhor o mercado, negociar melhor e limitar as despesas.


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2. Reveja o mercado de atuação: é importante saber como o mercado está potencializado e como os concorrentes estão atuando. Quais são os preços, a tecnologia, mas acima de tudo, qual a percepção de satisfação dos clientes em relação a qualidade do serviço que eles têm contratado? Esta movimentação só é possível através de um trabalho de pesquisa que apresente resultados quantitativos e qualitativos, ou seja, pesquisa na cidade tal, no bairro tal, se o local é residencial ou comercial, se tem acesso à internet, qual o concorrente, a velocidade e, por fim, uma avaliação que ele expresse a opinião positiva ou negativamente. 3. Faça uma análise da equipe: pessoas de alto rendimento precisam estar motivadas, caso contrário elas não são produtivas. Aliás, produtividade é a relação de aproveitamento do tempo em relação ao custo, quanto mais fizer em menor tempo, melhor. Entretanto, não é só! Devemos levar em conta a qualidade do serviço, pois como dizia um jargão publicitário de uma marca de pneus: “velocidade sem controle é nada”. 4. Organize o ambiente: temos inúmeros casos em que a mudança interior (das pessoas) só vem da mudança exterior! Portanto, junte seus colaboradores e promova uma bela arrumação da casa, veja o que faz sentido guardar e o que já passou da hora de jogar fora! Quando tiver dúvidas sobre o que fazer, pergunte aos especialistas como advogados, contadores, engenheiros, consultores, entre outros... porque eles auxiliarão a eliminar o que não for mais útil! Procure fazer do ambiente um lugar “clean” para gerar harmonia entre os colaboradores e um local que esteja preparado para receber os clientes. 5. Realize um planejamento para 2017: procure fazer objetivos comuns, ou seja, que todos devem focar e que não sejam impossíveis! Metas precisam ser desafiadoras, mas precisam ser possíveis de se conquistarem. Paralelamente, faça os objetivos específicos, ou seja, objetivos para NOC, para o SAC, para Infraestrutura de rede, e assim por diante! Não esqueça que um planejamento exige acompanhamento (gerenciamento das informações e indicadores), medição e correção quando necessário para reposicionamento da estratégia e a busca permanente pelo resultado e pela melhoria. 6. Compartilhe as informações: nossos provedo-

res são muito dependentes de seus proprietários e ou gerentes. O que acompanhamos na grande maioria dos provedores que visitamos é que os colaboradores não têm a menor ideia do que está acontecendo ou poderá acontecer. Portanto, comunicação eficiente pode gerar um elemento muito crítico da atividade profissional, que é o comprometimento, porque ninguém pode se comprometer com aquilo que não conhece. Como dizia o Velho-Guerreiro: “Quem não comunica, se trumbica! 7. Comemore os resultados: a rotina é uma ameaça constante para nossos provedores e potencializados pela ausência de planejamento e metas, não temos o hábito de comemorar resultados porque não temos referências. As conquistas não vêm somente pelo resultado positivo, mas pelos esforços que são desprendidos para construir o resultado. E detalhe, nem sempre um resultado negativo é fruto de ausência de esforço. Acima de tudo, junte a equipe, valorize os esforços, compense os que diferenciaram pela conquista e celebre. A melhor coisa da conquista é a comemoração e ela é muito melhor quando feita em conjunto. Afinal ninguém consegue nada sozinho. Pois bem, amigos! Poderíamos até colocar outros pontos que poderiam mudar a vida do nosso provedor em 2017, mas posso ser sincero? Se fizermos essas que acabamos de sugerir, podem ter certeza que teremos um ano bastante promissor, com muito trabalho e com muita alegria. É o que desejo, pessoalmente, a todos! Trabalho, felicidade, saúde e sucesso! Rogério Couto possui sólida experiência com mais de 20 anos em áreas comerciais e estratégicas de empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacionais no mercado de telecomunicações, segurança eletrônica e Indústrias eletrônicas. Atuou no mercado de varejo de serviços com foco na gestão de pessoas, abastecimentos e gestão de performances de canais diretos e indiretos de vendas. Foi executivo da VIVO na gerência de vendas de Canais Indiretos, da ADT Security do grupo Tyco Internacional, da ABSYS Tecnologia e Oneti Tecnologia. Formado em Direito e MBA de Gestão Empresarial pela UNITAU e Filosofia pelo IAE. É fundador da RL2m - Consultoria e Treinamento, Consultor e Instrutor para Desenvolvimento Comercial e Qualidade do Atendimento. Instrutor na Primori e na Voz e Dados Cursos.


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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO NO CENÁRIO CORPORATIVO!

Com o crescimento das pequenas e médias empresas no Brasil, a segurança da informação se tornou uma das grandes preocupações dos gerentes de TI. E isso não é o mais preocupante, segundo pesquisas, muitas dessas empresas não têm o devido conhecimento do assunto e estão cada vez mais vulneráveis. Pela experiência que tenho como profissional de TI, muitas dessas empresas preferem pagar um profissional sem qualificação que às vezes cobram R$ 30,00 para instalar um sistema pirata do que um profissional qualificado para executar um serviço de qualidade e garantir a segurança da informação. O mais estranho que tenho notado que mui-

tos empreendedores e donos de negócio tem consciência dos problemas causados pela má administração da segurança da informação, mais muitos não querem saber de se proteger, e quando acontece o problema já é tarde demais. Arquivos corrompidos, senhas roubadas, arquivos roubados e acabam pagando muito mais tentando recuperar arquivos e senhas roubadas e corrompidas, do que pagariam para elaborar uma segurança da informação eficaz. E o mais preocupante e triste é que as empresas lidam com o departamento de TI como sendo uma área secundária, sendo tratada apenas como suporte, que no final atrapalha todo o planejamento estratégico e o desenvolvimento da segurança.


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Empresário, você deve entender que o uso da tecnologia da informação só trará benefícios para sua empresa se for bem administrado e controlado em todas as áreas da empresa. Você deve entender que a TI é o seu próprio negócio, e se não for tratada com carinho você terá grandes problemas. Tente imaginar sua empresa sem seu sistema principal fora do ar por um dia… por isso são tão importantes o controle e o gerenciamento. Você como empresário gosta muito de ver números, e por isso vou citar alguns benefícios e vantagens de ter uma segurança de TI eficaz na sua empresa.

Pontos importantes na segurança da informação

Antes de planejar uma segurança da informação será preciso identificar que tipo de política é mais recomendada para sua empresa, como: • Identificar e implantar as políticas dos usuários; • Quais antivírus são mais indicados para sua empresa, levando em consideração o número de computadores; • Identificar os sites que serão permitidos e proibidos; • Implantação de um firewall eficiente. Para que essas tecnologias da segurança da informação sejam eficazes, será necessário que gerem relatórios diários ou semanais para identificar possíveis desvios ou ataques de dentro ou fora da organização. Por isso a importância de um profissional de TI certificado e qualificado.

Algumas ferramentas para sua segurança digital Antimalware Solução importantíssima para garantia da segurança digital. Muitas vezes conhecidos como vírus, mas sua estrutura é muito diferenciada, sendo inclusive mais inteligente que os próprios vírus. Existem vários tipos de malware, e geralmente o antivírus não consegue identificar. Na maioria das vezes os antivírus corporativos já possuem essa proteção, mas, nunca é demais perguntar na hora que for adquirí-lo. Antivírus Sem dúvida, é um dos principais recursos con-

tra arquivos corrompidos ou roubo de informações, sendo extremamente importante para a segurança da informação. Mas você como empresário deve entender que essas soluções gratuitas de antivírus não são, de maneira nenhuma, recomendas ao seu negócio. Essas versões são bem limitadas e seu uso é recomendado para usuários domésticos. A solução que você deve implantar e adquirir é o antivírus corporativo se deseja realmente proteger suas informações. Firewall Muitos dos problemas causados por infecções por vírus dentro das empresas, geralmente é iniciado dentro da própria organização. Pendrive infectado que os usuários trazem de casa e plugam em nos computadores vulneráveis, ataques de engenharia social ou dos próprios usuários que aproveitam das liberdades para executar determinados aplicativos ou conteúdos duvidosos e entre outros. Mas devido os riscos envolvidos nos exemplos acima, o mais preocupante da segurança digital está na comunicação com a internet durante as trocas de informações. Para gerenciar o que pode entrar e sair da rede interna para rede externa ou vice-versa é utilizando o firewall. É esse equipamento que vai barrar possíveis ameaças vindas da internet. Por isso a sua importância não está somente na implantação, mas também no gerenciamento por um profissional de TI qualificado. O que achou do assunto? Já teve algum problema por falta de segurança da TI? Compartilhe conosco… Até a próxima!

Marco Andrade, Profissional TI há mais de 10 anos formado em Gestão da Tecnologia da Informação, Certificado Microsoft, ITIL e ISO 27002. Atualmente possui um blog que trata assuntos sobre Tecnologia da Informação, com foco em Certificação Profissional e um canal no Youtube com Cursos para Profissionais de TI. Seu maior objetivo é capacitar e guiar principalmente os Profissionais de TI iniciantes, de modo que possam ser Certificados pelas maiores empresas de Tecnologia do mundo como Microsoft e Cisco, alcançando assim o sucesso Profissional. Blog- http://www.marcoandrade.com.br


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RECOMENDAÇÕES G.652 E G.657 EM REDES ÓPTICAS PASSIVAS

A exigência por larguras de banda mais elevadas tem estimulado os ISP’s a investirem em infraestruturas suportadas por fibra óptica. Esta necessidade de aumento da largura de banda deve-se sobretudo ao uso cada vez maior da Internet e ao aparecimento de novos serviços e novas aplicações nas redes locais de computadores. Nesse contexto, as Redes Ópticas Passivas (Passive Optical Network - PON) representam uma arquitetura tecnológica que vem de encontro às necessidades atuais e futuras das redes de acesso de telecomunicações com alto desempenho. Essas redes são compostas basicamente por cabos ópticos e outros elementos passivos que levam o sinal da central de equipamentos aos centros de distribuição e daí até os usuários finais. Existem no mercado diferentes tipos de fibras

ópticas, com características diversas, desenvolvidas para aplicações variadas. Os cabos ópticos podem apresentar construções diferentes e sua instalação pode ocorrer através de dutos subterrâneos ou instalação em posteamento, espinados em cordoalha ou autossustentados, por exemplo. As fibras são classificadas como monomodo e multimodo de acordo com o diâmetro do núcleo. Como pode ser observado na Figura 1, as fibras monomodo tem um diâmetro pequeno, cerca de 8 µm ou 9 µm, onde se pode transmitir um único feixe de luz, ou seja, um modo de propagação. Ao contrário, nas fibras multimodo, podem viajar vários feixes de luz de forma simultânea. Como podem existir distintos diâmetros de núcleo que cumpram esta condição, se costuma identificar comercialmente as fibras multimodo com o diâmetro de 50 µm ou 62,5 µm.

Figura 1 - Dimensões das fibras ópticas


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Já o diâmetro externo das fibras monomodo e multimodo segue uma medida padrão de 125 µm. Além disso, em torno do vidro há uma cobertura plástica adicional de proteção com 250 µm de diâmetro que também colore a fibra. A escolha da arquitetura PON parte de algumas premissas básicas de projeto, desde alta escalabilidade (capacidade de atender às demandas atuais e futuras), facilidade de operação e manutenção, até a escolha dos tipos de fibras e dos cabos ópticos que serão utilizados na construção da rede. No caso das fibras ópticas, as duas características mais importantes a serem observadas são: • Atenuação, que representa a perda da intensidade da luz ao longo da fibra, causada pelo próprio material da fibra e / ou por eventuais emendas existentes, expressa em dB/Km; • Dispersão, que diz respeito ao espalhamento da luz ao longo da fibra, causado pela existência de diferentes comprimentos de onda no feixe de luz, expressa em ps/nm.Km. A ITU-T (International Telecommunications Union - Telecommunication Standardization Sector) apresenta uma série de recomendações baseadas nas normas IEC e relacionadas as comunicações por fibras ópticas, desenvolvidas pelo departamento dedicado a padronização de soluções de telecomunicações (UIT-T). A fibra óptica pode ser fabricada utilizando-se como matéria-prima básica a sílica (vidro) ou o

plástico. As fibras feitas com material plástico são utilizadas para transmitir luz para fins de iluminação, instrumentação ou decoração. Para telecomunicações se utilizam fibras ópticas de vidro porque apresentam melhores características de transmissão em grandes distâncias. Para aplicação PON, as fibras ópticas mais utilizadas atualmente são as fibras de sílica do tipo monomodo de acordo com a recomendação ITU-T G.652. A recomendação G.652 trata das características geométricas, mecânicas e de transmissão de fibras monomodo com valor de dispersão nulo em 1310 nm. A fibra é constituída basicamente por um núcleo de sílica dopada com germânio, que apresenta um núcleo com diâmetro entre 5 µm e 8 µm, e casca de sílica com 125 µm de diâmetro. A atenuação nominal deste tipo de fibra está na faixa de 0,4 dB/km em 1310 nm e 0,35 dB/km em 1550 nm. Existem quatro subgrupos da recomendação G.652 (A, B, C, D). O padrão A foi projetado para operar no comprimento de onda de 1.310 nm, com dispersão cromática alta na janela de 1.550 nm. Já a fibra do tipo B é usada comercialmente por apresentar valores mais baixos de dispersão cromática, com atenuação máxima de 0,35 dB/km em 1.550 nm. Estas fibras apresentam elevada atenuação na região de comprimento de onda centralizado em 1.383 nm, devido à presença de íons de hidrogênio e hidroxila que são absorvidos durante o processo de fabricação. As variantes G.652.C G.652.D apresentam um


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pico de água reduzido (Low Water Peak – LWP), permitindo que sejam usadas na região de comprimento de onda entre 1.310 nm e 1.550 nm. Em especial, as fibras G.652C e G.652D são amplamente utilizadas em redes PON e as fibras que seguem a recomendação G.652.D são usadas em redes de telecomunicações com taxas de transmissão entre 10 Gbps e 40 Gbps. Conforme mostra a Figura 2, fibras G.652D operam em todas as faixas do espectro óptico (bandas O, E, S, C, L e U), e seu uso se adapta bem a sistemas que utilizam tecnologia WDM.

Por fim, é importante destacar que em PON, além das fibras ópticas monomodo que seguem a recomendação ITU-T G.652.D, existem fibras desenvolvidas especialmente para ambientes que requerem instalação com baixas perdas e com pequenas curvaturas, conhecidas como fibras BLI (Bending Loss Insensitive). Essas fibras seguem a recomendação ITU-T G.657, que define dois tipos básicos de fibras: • Tipo A (A1 e A2) – Apresentam os mesmos parâmetros de transmissão das fibras monomodo G.652.D e são recomendadas para qualquer aplicação de acesso PON; • Tipo B (B2 e B3) – Recomendadas somente para instalações de curta distância, como instalações internas em edifícios. A Tabela 1 apresenta as aplicações típicas para as fibras monomodo G.652D e os quatro tipos de fibras BLI que seguem a recomendação G.657.

Figura 2 - Características das fibras na recomendação G.652D

Tabela 1 - Aplicações G.652D e G.657

José Maurício dos Santos Pinheiro é Gerente de Engenharia e Operações na BRIP Multimídia, Profissional da área de tecnologia, professor universitário e palestrante. Possui mais de 20 anos de experiência profissional e carreira estruturada em gestão, operação e manutenção de redes de telecomunicações, teleprocessamento e automação, com ênfase em projetos de infraestrutura. É autor dos livros e artigos técnicos publicados em congressos e revistas especializadas.



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MICRODUTOS E MICROFIBRAS

Vivemos em constante evolução tecnológica, basta ver o avanço fulminante dos aparelhos eletrônicos como os celulares. Você se lembra como era 10 anos atrás? Pois é, a tecnologia caminha a passos largos de forma que é difícil manter-se antenado em tudo que acontece, porém é interessante estarmos atentos como ela avança na nossa área de atuação. Já faz alguns anos que venho acompanhando e trabalhando com um produto que, na minha modesta opinião, está ganhando muito espaço no segmento das redes ópticas de média e longa distâncias. Trata-se dos microdutos e microfibras. Esta solução chegou ao Brasil há pouco menos de 10 anos, e já é utilizada em algumas capitais na América Latina como Buenos Aires e Montevidéu, e há bem mais de uma década na Europa. A solução é bastante interessante e pode trabalhar em conjunto com os cabos ópticos tradicionais ou simplesmente como solução única. A ideia é criar uma rede que dê capacidade de ampliação sem novos investimentos em infraestrutura. Os microdutos são dutos que possuem diâmetros e composições variadas e que podem ser “customizados” para cada necessidade, incluindo as cores dos dutos internos e da capa externa. Uma vez definidas as rotas das fibras, a infraestrutura de microdutos é instalada em postes (espinada ou auto-sustentada), subterrânea ou diretamente enterrada.

MODELOS DE MICRODUTOS Os microdutos permitem com que o trânsito seja menos impactado durante a instalação pela velocidade em que são instalados, o que passa a ser uma vantagem considerável quando lembramos dos grandes centros urbanos com carros e pessoas em grande quantidade. Outro ponto forte é o aspecto ambiental, uma vez que a poluição visual hoje é motivo de debates, e nesse aspecto os microdutos ganham notoriedade por não exigirem muito espaço para instalação, e ainda assim, permitindo que numa única estrutura dezenas a milhares de fibras sejam roteadas para diversos fins.

Instalação em Asfalto

(corte aproximado de 20 cm de profundidade x 6 cm de largura)


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Máquinas de sopramento em diferentes ambientes

Anatel sobre os requisitos técnicos da solução para que os fabricantes se adequem e possam fornecer os produtos conforme tais especificações. Estas definições envolvem diversos profissionais de operadoras, fabricantes de soluções ópticas e a ABNT, e vem sendo discutida há uns dois anos de maneira sistemática. A homologação dos microdutos deve acontecer em breve, e se faz urgente, já que o uso dos postes nos grandes centros está cada vez mais crítico com enormes quantidades de cabos, não apenas de Telecomunicações, mas também da rede Elétrica. As aplicações dos microdutos se estendem pelas mais diversas possibilidades, uma vez que substituem os cabos tradicionais, ou seja, onde estes seriam aplicados os microdutos podem ser utilizados, veja abaixo: • Edificações comerciais • Residências • Indústrias • Setor petrolífero • Portos • Aeroportos • Estradas • Data centers • Redes de Operadoras de Telecom em geral, etc. A velocidade de lançamento das microfibras (que pode chegar a 50 m/s), a grande capilaridade na infraestrutura, preços competitivos, redução de tempo e custo nas implantações, extração e reutilização das fibras, personalização com cores e quantidade de dutos, são argumentos mais do que interessantes para qualquer projeto óptico como as aplicações de FTTx e GPON. Guardem esta dica: Microdutos e Microfibras, vieram para ficar!!!

Um dos apelos da tecnologia é permitir expansões sem a necessidade de se fazer intervenções na infraestrutura, como cortes de ruas e calçadas, ou subir em postes. Mesmo que seja necessária alguma intervenção como essa, a ação é rápida e eficiente. Por outro lado, ainda pode-se utilizar a infraestrutura eventualmente existente como, tubulações subterrâneas ou bandejamentos, para a passagem dos microdutos. Aqui no Brasil ainda aguardamos a posição da

Reinaldo Vignoli é Engenheiro Eletricista, formado pela PUC/MG, possui MBA em Gerenciamento de Projetos, especialista em Projetos de Infraestrutura Física de Redes e Professor Universitário. Vignoli também atua como consultor e projetista, ministra treinamentos técnicos de cabeamento estruturado e redes ópticas e é colaborador da norma de cabeamento ABNT NBR 14565:2013, além de produtor de conteúdo sobre cabeamento em mídias sociais. Site: www.rvconsultoria.com.br

O concreto é lançado em cima do microduto

Instalação Aéria Auto-Sustentada

(capacidade de dezenas a milhares de fibras)

A partir do momento em que a rede de microdutos, ou seja, a parte de infraestrutura está concluída basta “soprar” as microfibras, as quais vêm agrupadas de 2 a 24 fibras num único “cordão ou elemento” que as envolve e protege. Tal sopramento traz redução de tempo de instalação e, consequentemente, em mão de obra, pois é feito com uma máquina especial de sopramento que tem dimensões reduzidas sendo carregada em uma maleta. Em suas extremidades as microfibras são terminadas convencionalmente através de fusões em DIOs ou qualquer outro dispositivo de conexão óptica. Há técnicas que sopram não só as microfibras, mas também os microdutos, tudo dependerá do fabricante em questão.


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5 DICAS DE MARKETING PARA PEQUENAS EMPRESAS

Porque é tão raro ver pequenas empresas investindo em marketing? Esta pergunta só poderá ser respondida após analisarmos o que uma empresa de pequeno porte poderia fazer em ações de marketing para gerar lucro. Erra quem pensa que é preciso muito dinheiro para divulgar sua empresa e diferenciá-la da concorrência, mas isso também não quer dizer que seja algo fácil, exige um trabalho muito bem planejado e bem executado. Além disso, a criatividade é o contrapeso do investimento, quanto maior a criatividade, menor será o investimento necessário. Vejamos alguns pontos que podem e devem ser pensados:

2 – Planeje bem suas ações

1 – Arrume a casa

O melhor meio de divulgação é sempre onde os seus clientes estão, e hoje praticamente todos estão na internet! Mas é preciso saber utilizar o que ela oferece da melhor maneira, para que obtenha retorno. A redes sociais como o Facebook, Twitter e Instagram são algumas das principais para este tipo de divulgação, pois permitem uma interação muito legal com os clientes, além opções de segmentação que podem fazer sua mensagem chegar exatamente a quem interessa. Outras mídias como YouTube e Snapchat também podem ser muito interessantes, mas tudo depende de quem é o seu público. O SEO (Search Engine Optimization, ou Otimização dos Motores de Busca) é outro ponto importantíssimo. Não sabe o que é? Pois trata-se de melhorar a posição de seu site nas buscas do Google. Imagine o caso de uma pessoa que acaba de se mudar para a sua cidade e busca por um provedor de internet para

Para começar a comunicar por sua empresa é necessário que sejam definidos Missão, Visão e Valores da empresa. Parece algo banal, mas definitivamente não é. Você confiaria no que diz uma pessoa que a cada dia fala algo diferente e por vezes se contradiz? Pois bem, assim também é a comunicação de sua empresa, é necessário manter um padrão de comunicação, definir qual será a sua mensagem e reforça-la em suas campanhas. Este padrão da mensagem se dá somente após a definição da Missão, Visão e Valores da empresa. Lembrando que Missão é o porquê a empresa existe, o que ela faz e para quem. Visão é o que a empresa busca para seu futuro, qual o objetivo dela. E Valores são os princípios éticos e morais da empresa, tais como respeito, confiança, qualidade e etc.

Estude, entenda quem é seu cliente, quem é sua concorrência, no que você é melhor e no que você é pior do que ela. Neste ponto entra a chamada análise SWOT, que nada mais é do que uma análise de Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). É recomendável que se faça uma tabela, listando pontos importantes para seu negócio e comparando seus resultados com o dos concorrentes. Acredite, ajuda e muito!

3 – Use a internet para divulgação


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contratar o fornecimento de banda para sua nova casa, onde será o primeiro lugar onde esta pessoa irá procurar? Muito provavelmente no Google! Se ele buscar por “Provedor de Internet na cidade X”, e o seu provedor aparecer na primeira opção, existe uma grande chance de que seja escolhido.

no, e que chamou muita atenção utilizando apenas adesivos em um elevador.

4 – Promova atividades externas

Promover eventos que envolvam o seu negócio é uma grande oportunidade de marketing, use a criatividade e se pergunte, que interesse em comum os meus clientes tem e que fazem parte do meu negócio? Imagine uma bicicletaria que organiza passeios de bike pela cidade ou por trilhas, ele une clientes e não clientes que tem interesse no que ele vende, fortalece sua marca, não gasta praticamente nada e é muito provável que quando precisarem de peças ou até mesmo uma bike nova, esta biciclataria será a escolhida.

5 – Marketing de Guerrilha pode ser o diferencial

Criado pelo americano Jay Conrad Levinson, o marketing de Guerrilha é assim chamado pois foi inspirada em táticas de guerra utilizadas pelos vietnamitas, que apesar de contarem com menos recursos, venceram os americanos com estratégias e emboscadas. O marketing de guerrilha segue este conceito, usar estratégias para chamar a atenção e chegar ao objetivo utilizando poucos recursos. Para ficar mais claro, veja esta ação que foi utilizada na divulgação do filme Superman: O Retor-

Bônus – Sem ideias? Existe solução

Não tem ideia de como aplicar estas dicas em sua empresa? Procure uma Agência de Publicidade ou um Consultor de Marketing que possa te auxiliar. As orientações de um profissional podem garantir um resultado muito bom para sua empresa, e o melhor, sem fugir de seu orçamento! Ah, e sabe aquela pergunta do início do texto? Porque é tão raro ver pequenas empresas investindo em marketing? Pois bem, é porque geralmente as pequenas empresas que investem em marketing e trabalham todos os pontos previamente abordados, logo deixam de ser pequenas. Lucas Sillas é Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Paranaense, colunista do blog MKT News e compõe a equipe de Marketing da ISP Shop.


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GOVERNO NÃO PRIORIZA O FUNDO GARANTIDOR PARA PROVEDORES REGIONAIS E BRASIL PODE FICAR PARA TRÁS EM BANDA LARGA


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Levar fibra óptica aos municípios menores e mais afastados dos grandes centros não é tarefa fácil, nem barata. O esforço dos provedores regionais para que isso aconteça tem contribuído para o crescimento anual de 4,79% no número de acessos fixos, totalizando cerca de 26 milhões. Apesar desse crescimento, há ainda uma parcela significativa da população excluída da banda larga nos seus domicílios. A ABRINT já identificou esse gargalo há muito tempo e em janeiro de 2014 nós apresentamos um estudo para a criação de um fundo garantidor, caminho para acelerar esses investimentos. Passadas as eleições, a crise política e os diversos ministros que assumiram o MCTIC desde então, o fundo garantidor ainda não teve uma evolução efetiva. O objetivo é oferecer recursos financeiros para investimentos em fibra FTTH (fiber to the home), já que o foco seriam as regiões geograficamente afastadas. Porém, desde então, o fundo de aval não tem sido abastecido com recursos pela administração do secretário de Telecomunicações, André Borges, que assumiu o cargo em julho. Mesmo sabendo das limitações orçamentárias pela qual passa o País, nós temos visto outras áreas sendo priorizadas para não falar dos incentivos de sempre às grandes operadoras, o que amplia o desequilíbrio competitivo no mercado. E por que o fundo é importante? Os provedores regionais enfrentam várias dificuldades no momento de obter empréstimos bancários por conta das garantias financeiras e, na maioria das vezes, acabam por fazer os investimentos de infraestrutura em telecomunicações com recursos pessoais. No sentido oposto, as grandes operadoras captam dinheiro no mercado ou nos bancos com muito mais facilidade. Infraestrutura de telecomunicações no Brasil, como em qualquer outro lugar do mundo, requer um grande volume de investimentos. E por ser um ativo estratégico de desenvolvimento econômico e social é papel do Estado incentivar as empresas privadas a expandir essa infraestrutura. No Brasil, são os provedores regionais que têm investido em redes de alta capacidade pelo interior do Brasil, em áreas desprezadas pelas grandes operadoras. Por isso, nós não cansamos de alertar para a importância da criação desse fundo. Não dá mais para esperar! É através dessa infraestrutura que, por exem-

plo, a Internet das Coisas (IoT) vai acontecer - outra área que necessita de investimentos. A expansão da infraestrutura é o campo fértil e indispensável para o florescimento e desenvolvimento de outras tecnologias e serviços. Recentemente, foi anunciado o repasse de recursos para o setor da Internet das Coisas (IoT) que representa uma boa iniciativa, pois está em expansão. No entanto, uma rede robusta e abrangente de banda larga é a primeira condição para o desenvolvimento da Internet das coisas. Aqui a discussão é sobre o que é prioridade. O setor de banda larga tem crescido a passos largos e demanda uma maior atenção do governo, mais que IoT. É necessária urgência por parte das autoridades do MCTIC e da Anatel com o propósito de abastecer o Fundo Garantidor e gerar mais investimentos em banda larga no Brasil. As regiões mais distantes dependem, e muito, dos provedores regionais para terem uma internet que propicie desenvolvimento econômico e social, ainda mais neste momento desafiador vivido pelo Brasil em termos financeiros e políticos. Olhar para os provedores regionais como os “novos operadores de telecomunicações especializados” é acreditar em um Brasil com espaço para investimentos em todos os municípios e não apenas nos mais prósperos. Isso contribui para aumentar ainda mais os acessos à banda larga e, consequentemente, ajuda na inclusão social com uma internet de qualidade para todos.

Erich Rodrigues é Engenheiro Civil, formado pela Universidade Federal do RN, Especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (MBA), pós-graduado em Engenharia de Produção, na área de tecnologia da Informação. Autor de trabalhos sobre sistemas de indicadores de medição de desempenho e Balanced Scorecard. Atua no mercado de acesso à Internet desde 1995, sendo uma das empresas pioneiras no Brasil a montar provedor de acesso. A empresa foi duas vezes campeã do prêmio Sebrae/MBC na categoria serviços.


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ORGANOGRAMA DE UM PROVEDOR

No mês passado escrevi sobre o tamanho dos provedores de internet e da postura para vencer cada uma das fases. Comentei que o perfil e a postura do empreendedor é algo diferencial e substancial para o crescimento. Porém, faz-se necessário também uma estrutura interna consolidada. Neste artigo vamos abordar o organograma de um provedor de internet, quais as áreas que a empresa deve ser dividida, e qual a responsabilidade de cada uma delas. Claro que um pequeno ou micro provedor não conseguirá estabelecer todas estas áreas dentro da sua empresa no inicio da sua operação, mas, é importante que tenha conhecimento e dentro do seu crescimento já vá estruturando sua empresa desta forma.

A Gestão

A Gestão da empresa é responsável por tudo que acontece na empresa. Seu foco principal e gerir pessoas, pois funcionários e clientes são pessoas. O bom Gestor é aquele que consegue liderar a sua equipe, reduzir custos, programar investimentos, estabelecer tempo e alcançar resultados para suas ações. O Gestor da empresa necessita deixar claro para todos quais são os objetivos e diretrizes da empresa.

Contabilidade / Recursos Humanos / Folha de pagamento

Este item é uma prática comum às pequenas e médias empresas do país, independentemente do setor, que é terceirizar a contabilidade, o departamento de recursos humanos e a folha de pagamento.

Administrativo / Financeiro

A área do administrativo financeiro cuidará de todo os processos relativos a: Administração - Organização da empresa, postura profissional da equipe, relacionamento com conta-


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bilidade / recursos humanos / folha de pagamento, politicas de relacionamento interno, planejamento tributário, comunicação corporativa, gestão da frota, contratos internos e externos. Financeiro - Implementação do plano de contas, Contas a pagar, Contas a receber, fluxo de caixa, cobrança, controle da inadimplência, gestão das compras e relacionamento bancário.

Comercial / Marketing

A área do comercial e marketing cuidará de todo os processos relativos a: Comercial – Equipe de vendas, segmento varejo, segmento corporativo, grandes empresas, comissionamento da equipe, posicionamento no mercado, plano de ação, mídias sociais, elaboração de campanhas. Marketing – Identidade visual, comunicação visual, mídia externa, material impresso, material para redes sociais e material promocional.

Tecnologia da Informação

A área de tecnologia da informação é a área responsável por configurar e manter a rede operacional. É aqui que é pensado e criado toda a estrutura lógica da rede do provedor de internet. Estrutura de TI – Configuração dos servidores, virtualização das máquinas, toda estrutura de TI da empresa é tratada neste setor. Sistemas de Gestão – A implantação dos sistemas da empresa, a gestão e a definição para a operacionalidade e feito pela equipe de TI. Conexão com a Internet – O relacionamento com as operadoras de link, a comunicação com os PTT’s, a ativação das rotas e a gestão dos equipamentos que realizam estas funções são de responsabilidade desta equipe. Rede de acesso dos clientes – A configuração da distribuição e o roteamento interno da rede, toda a parte lógica da rede é configurada, mantida, gerenciada e monitorada por profissionais que atuam nesta equipe.

Rede / Backbone

A equipe de Rede / Backbone é responsável pelo projeto e implantação física da infraestrutura de rede. Projeto da Rede – O projeto da infraestrutura de rede consiste em definir todo o material necessário para a

implantação. Definir o melhor equipamento e a melhor configuração do enlace, o melhor equipamento, tudo isso que venha atender as necessidades da empresa. Fica a cargo desta equipe toda a documentação da rede física. Rádio enlaces – A implantação das torres, dos POP’s, dos rádios enlaces, ativação destes e monitoramento de suas operacionalidades são de responsabilidades desta equipe. Porém, a checagem de interferências e desempenho desta estrutura é verificada e monitorada pela Equipe de TI, que e a responsável pela gestão da rede. Fibra Ótica – O lançamento dos cabos, ativação das caixas até a caixa que fará o atendimento ao assinante e de responsabilidade desta equipe.

Atendimento ao Cliente

A área de atendimento ao cliente ficará responsável por tal. Aproximadamente 70% dos funcionários da sua empresa estarão alocados neste setor. Instalação – A instalação dos clientes será realizada por esta equipe. Normalmente trabalham em dupla para um melhor desempenho. Suporte Externo – Esta equipe será responsável pela visita a casa dos usuários para sanar problemas. Para este trabalho, em sua grande maioria, um técnico somente e capaz de atingir uma alta produção. Suporte Telefônico – O suporte telefônico é responsável pelo atendimento dos clientes. Normalmente é dividido em dois níveis, sendo o primeiro responsável por coletar as informações básicas dos problemas e realizar uma triagem enquanto o segundo, vai checar o problema em busca de uma solução. Caso necessário, abre-se um chamado para encaminhamento do suporte externo comparecer a casa do cliente.

André Ribeiro é Engenheiro de Telecomunicações e atua como Consultor a 8 anos no mercado de Provedores de Internet. Sua atuação é focada na Gestão, Estratégia e Modelamento de Negócios de provimento de internet e redes de telecom.


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PROVEDOR EM DESTAQUE

VISÃONET, 30 ANOS DE FUTURO

A trajetória da Visãonet Telecom reflete a evolução das tecnologias de comunicação no Brasil, a abertura do mercado pelo presidente Collor, a inserção do computador, da privatização e melhorias dos serviços de telecomunicações, dos celulares e da internet como ferramentas indispensáveis nas atividades profissionais e pessoais, sendo um importante exemplo de como é possível adaptar-se, estando atento às mudanças contínuas do mercado, reinventando seu negócio para atender às novas demandas dos clientes. Quando foi fundada, em 1987, na cidade de Goioerê/PR, inicialmente prestava serviços de processamento de dados, realizando serviços de digitalização de contabilidade, folha de pagamento e ativo imobilizado. Naquela época, raras eram as empresas que possuíam seus próprios computadores, e a Visãonet atendia esta demanda. O então sócio-fundador, Tiko Kamide, havia recém se formado em Engenharia de Produção na Universidade Paulista, mas resolveu empreender na área de informática. “Entrei no mundo dos computadores bem cedo, ainda na

faculdade. Trabalhei como digitador na universidade e, logo comprei meu primeiro computador pessoal. Sempre que queria trocar alguma peça pra melhorar seu desempenho ou tirar dúvidas, voltava à mesma loja. De tanto ir até lá, fui convidado a ministrar cursos de informática. Foi o que me despertou para o mercado. Tão logo me formei, decidi voltar pra Goioerê e iniciar a empresa, pois sempre acreditei no potencial da cidade”, conta Tiko. O empresário tenta se manter atualizado buscando inspiração em suas viagens internacionais, a lazer ou negócio. O mercado é extremamente competitivo e exige investimentos constantes, não só de dinheiro, mas de tempo e energia. A percepção de futuro aliada à necessidade de adaptação ao mercado levou a empresa a vários segmentos, como o comércio de computadores e equipamentos, revenda de celulares (primeira a vender e ativar os aparelhos em Goioerê), cursos de informática e inglês, lan house, até chegar ao que é hoje: operadora regional de telecomunicações.


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Para Yumi Kamide – diretora financeira da Visãonet - “a venda de computadores e equipamentos de informática foi, a meu ver, o momento mais importante da empresa. A partir daí, tudo mudou. Os clientes compravam os computadores, mas não sabiam mexer, isso nos levou a trazer cursos de informática. Em seguida, vieram os problemas com os equipamentos, o que nos levou a fornecer assistência técnica. Os computadores

foram evoluindo e a necessidade aumentando, então trouxemos dispositivos complementares. Tempos depois, conhecemos a internet.”. Em 1997, a empresa já se dividia em matriz e duas filiais, revendendo computadores e celulares. À essa altura a internet começava a se tornar o que já conhecemos hoje: uma necessidade básica das pessoas para entretenimento, relacionamento pessoal, aprendizado e trabalho.


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PROVEDOR EM DESTAQUE

Quando surgiu, a internet foi um novo universo, uma grande novidade para todos, inclusive para Tiko. Diligente e visionário, dedicou-se a aprender cada vez mais a respeito daquilo que acreditava ser o futuro. Especializou-se. Desde o primeiro contato com a web reinventou-se, inovou, adaptou e construiu sua vida e empresa enfrentando cada adversidade, mantendo-se firme e focado. Em 1998, a empresa começou a fornecer acesso à internet e seu nome - que era Visão Informática - passou a ser Visãonet Telecom. Se no início não foi fácil para o público compreender a internet, hoje não é fácil viver sem. Em 2000, o surgimento do grupo IG oferecendo acesso discado grátis à internet abalou o mercado imediatamente. Enquanto vários provedores sucumbiram, a Visãonet enxergou um novo nicho de mercado e, no ano seguinte, passou a fornecer a internet banda larga usando o acesso via rádio. A velocidade, que era de 56Kbps, saltou para 1Mbps (quase 20 vezes a velocidade anterior). A internet que era baseada quase toda em texto e imagens estáticas, passou a ter movimento, vídeos e sites começaram a ser mais dinâmicos. A linha telefônica, necessária no acesso discado, deixou de ser obrigatória. “Apesar das dificuldades, nunca me senti abalada: sabia que estavam ali, mas sempre fomos mais fortes que isso. Poderíamos estar melhor, assim como poderíamos estar pior, mas nunca estivemos parados. Tudo o que fazemos e somos hoje, é em função de resultados que estão sendo frutíferos ao longo de toda essa trajetória. Acredito que todo mundo tem um limite, e cada ser humano determina o seu. Mas o que separa o sucesso do fracasso, é a vontade e a coragem de seguir em frente. Estamos aqui, firmes e fortes. Não sabemos ainda qual será a próxima fronteira ou desafio, mas já sabemos que seguiremos em frente”, conta Yumi. No acesso via rádio, os equipamentos, que já não eram baratos, tornaram-se ainda mais caros. Em 2008, a necessidade de mais qualidade

e redução de custos levou Tiko a investir na importação de equipamentos. No início importou somente para uso próprio, mas em curto período já estava comprando grandes quantidades e revendendo o excedente. A demanda foi tão boa e deu tão certo, que já no ano seguinte foi fundada a empresa ISP Shop, atualmente entre os melhores e-commerce B2B especializados no ramo de equipamentos para internet do país. Pioneira em quase todos os segmentos em que atuou, a Visãonet foi o primeiro provedor no Paraná a oferecer acesso residencial de banda ultra-larga via fibra óptica, no ano de 2011. Os planos estavam indo muito bem e, em 2013, a empresa obteve a licença de telefonia fixa (STFC) para atuar em todo o Brasil. Em 2015, em parceria com outros provedores, lançou a ION

Tiko e Yumi Kamide


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TV (TV por assinatura via satélite). Em 2016, o serviço Casa Inteligente, de automação predial, foi introduzido no mercado. Hoje, a Visãonet conta com cerca de 100 funcionários diretos e mais de 14 mil clientes sendo atendidos em 9 filiais. Os desafios ainda existem, como a ausência de mão-de-obra especializada, obrigando a empresa a qualificar e treinar sua própria equipe. Neusa Kumamoto, diretora de RH e colaboradora há mais de 20 anos da Visãonet, faz parte dessa história e diz que o foco sempre foi a evolução pessoal, dependente da decisão de cada um: de onde você veio e para onde você vai definem o grau de dificuldade do caminho a ser percorrido, bem como a intensidade/velocidade dos passos a serem dados: “O Tiko sempre nos deu uma liberdade de escolha muito grande, sempre houve essa confiança. O que me fez crescer e melhorar meu desempenho ao decidir pertencer à essa história, era que, a cada propósito sempre vinha a pergunta do que pensávamos com relação à determinado assunto,

isso nos fazia (faz!) parar pra pensar no que estávamos falando e onde queríamos chegar. Planejamento é indispensável, nos faz ter foco e canalizar a energia naquilo que realmente tem futuro. No mercado que atuamos não podemos perder tempo. Aqui, um ano é muito tempo e, qualquer atraso pode significar perda de clientes ou estagnação, que significa ausência de crescimento. Por isso, buscamos evoluir constantemente”. Dando um passo de cada vez, Tiko enfrentou cada desafio e abraçou todas as oportunidades, fazendo bom uso das ferramentas que tinha. Quando palestra, ensina: “Não espere as condições perfeitas para executar uma atividade ou seguir em frente. A vida da gente tem que ser igual dirigir em uma grande avenida com semáforos em cada esquina: não dá para ficar parado aguardando todos os sinais ficarem verdes. Você pára no sinal vermelho, avança quando fica verde, e assim se repete.. Abrace as oportunidades e conte sua história”.


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AS AUTUAÇÕES DA ANATEL FRENTE ÀS ALTERAÇÕES DOS CONTRATOS SOCIAIS DAS PEQUENAS PRESTADORAS SCM Recentemente, a Anatel iniciou uma verdadeira investida contra as Prestadoras de Pequeno Porte, autorizadas SCM, no que coteja a não informação da alteração dos contratos sociais dentro do prazo estipulado pela Agência. Várias empresas receberam da Anatel (COGE – Gerência Geral de Obrigações) notificações de instauração de processos administrativos diante de indícios de descumprimento da obrigação prevista no art. 35, da Resolução SCM nº 614 de 28 de maio de 2013 (informar a alteração do contrato social). Vejamos o que disciplina atualmente o art. 35 da referida Resolução SCM nº 614/2013:

“Art. 35. Os casos de transferência de controle que não se enquadrarem no artigo anterior, as modificações da denominação social, do endereço da sede e dos acordos de sócios que regulam as transferências de quotas e ações, bem como o exercício de direito a voto, das Prestadoras de SCM e de suas sócias diretas e indiretas devem ser comunicadas à Agência, no prazo de sessenta dias, após o registro dos atos no órgão competente. Parágrafo único. As comunicações de que trata o caput devem ser instruídas com a documentação a que se refere o art. 3º do Anexo III deste Regulamento.”

Atualmente, quando ocorre a alteração do contrato social diante de determinados temas (transferência de controle cujo volume de faturamento bruto anual não ofenda o art. 88 da Lei 12.529/2011, modificação da denominação social, modificação do endereço, modificação dos acordos de sócios que regulam a transferências de quotas e ações, e modificações do direito ao voto) a Anatel exige apenas a comunicação pelas empresas Prestadoras do SCM dentro de um prazo de 60 (sessenta) dias após registro no órgão competente. Anteriormente, a Resolução SCM nº 272/2001, que foi revogada pela Resolução SCM nº 614/2013, previa um critério mais rígido. Qualquer transferência de controle societário, independente do porte da prestadora dos serviços SCM, deveria passar pelo crivo da Anatel. Além disso, as demais alterações no contrato social das Prestadoras SCM (ex. modificações no acordo dos sócios que regulam transferência de quotas e ações e modificações no exercício do direito a voto) deveriam ser encaminhadas para a Anatel dentro do prazo de 15 (quinze) dias após registro no órgão competente. Vejamos o que disciplinava o art. 39 da Resolução SCM nº 272/2001:

“Art. 39. A transferência do controle societário de prestadora de SCM está sujeita à posterior aprovação pela Anatel, visando a manutenção das condições de autorização ou de outras condições previstas na regulamentação, devendo a prestadora enviar à Agência, no prazo


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de até sessenta dias contado da data de registro no órgão competente, requerimento contendo sua composição societária anterior, a operação efetuada e o quadro resultante da operação, além da documentação constante dos Anexos I, III e V deste Regulamento, no que couber. Assim sendo, a Resolução nº 614/2013 liberou as Pequenas Prestadoras SCM da aprovação prévia da Anatel em relação à alteração do controle societário, pois, apenas as empresas cujo capital social atingirem os patamares previstos no art. 88 da Lei Federal nº 12.529 estão sujeitas a tal aprovação. Vale dizer que o referido diploma legal (art. 88 da Lei 12.529) prevê uma movimentação anual a título de faturamento bruto ou volume de negócios de no mínimo R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais). Não há dúvidas de que a alteração feita pela Resolução SCM de nº 614/2013 trouxe certa liberdade para as Pequenas Prestadoras deste seguimento, isto, no que se refere a regra de validação prévia das alterações dos contratos sociais quando ocorre alteração do controle societário, eis que tais empresas não movimentam anualmente a quantia mínima de R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais). Se houver qualquer alteração no contrato social que não esteja dentro do rol taxativo do art. 35 da Resolução SCM nº 614/2013 não será necessário sequer comunicar a Anatel. Mesmo após a desnecessidade de obter autorização prévia, conforme acima narrado, várias Prestadoras SCM não estão informando a Anatel, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias após o registro no órgão competente, as alterações dos contratos sociais cujos temas obrigatórios estão previstos no art. 35 da Resolução SCM 614/2013. Com isso, o COGE iniciou uma verdadeira varredura nos processos de outorga (que mantém os registros das entidades) e começou a atuar todas as empresas que não informaram, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias após o registro no órgão competente, as alterações dos contratos sociais de acordo com as previsões contidas no art. 35 da Resolução nº

614/2013. Ainda não houve julgamento destes processos, logo, não sabemos qual será o critério que a Agência irá utilizar quando deflagrado o não envio da cópia do contrato social alterado. Mas, nestes momentos de crise, e porque de fato a crise também atingiu a Agência Nacional de Telecomunicações, qualquer descuido servirá como motivo para aplicação da sanção de multa. Na minha ótica, a previsão contida no art. 35 da Resolução de nº 614/2013, defronte as Pequenas Prestadoras, não passa de uma mera exigência de atualização cadastral perante a Anatel, sendo que as únicas prejudicadas com o não envio das alterações sociais serão as próprias prestadoras dos serviços. Ou seja, não havendo impacto na competição perante o setor e não havendo obstáculo para a Anatel notificar as prestadoras (endereço atualizado), posto que inclusive quando não encontrada determinada prestadora a Anatel se utiliza do artifício da publicação em edital, tal exigência de atualização de dado cadastral perante as Pequenas Prestadoras não pode ser tida como uma infração, tampouco passível de sanção. Como dito acima, várias empresas (pequenas prestadoras) estão sofrendo processos administrativos diante do não encaminhamento, no prazo (60 dias) das após registro no órgão competente, das alterações sociais, cujos temas estão previstos no art. 35 da resolução nº 614/2013. Então, eu aconselho que as Pequenas Prestadoras criem o hábito de encaminhar cópia dos contratos sociais alterados para Anatel, destaca-se, sempre após o registro no órgão competente, de qualquer alteração societária que abordem os temas previstos no art. 35 da Resolução SCM nº 614/2013. Isto, para evitar a instauração de processos administrativos, e possivelmente a sanção de multa. Dr. Alan Silva Faria é Advogado, Sócio da Silva Vitor, Faria & Ribeiro Advogados Associados, bacharel em Direito pela FESBH, com MBA em Direito Empresarial pela FGV - Fundação Getúlio Vargas. Consultor Jurídico. Atuação em direito das tecnologias, com ênfase em telecomunicações e internet. Atuação em direito regulatório.


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O IMPACTO DE UMA GESTÃO EFICAZ NO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROVEDOR REGIONAL 4.0

Há alguns meses relatei em um artigo no blog desta revista, o conceito que criei de provedor 3.0. Quais são as principais características em quatro macro critérios, na perspectiva financeira (os acionistas estão sendo bem remunerados?), na de pessoas (são competentes e estão contentes na empresa?), na de clientes (estão satisfeitos?), e por fim na de processos (são eficientes e eficazes?). Além disso passamos pela diferença de um provedor regional na infância, na adolescência e na vida adulta. No entanto, quando se trata de gestão de empresas, há a necessidade de identificar em qual fase seu provedor está, para a partir de então, iniciar um processo de melhoria na companhia. Dividiremos agora em oito principais critérios e não mais em quatro (este serviu apenas para identificar onde a empresa está), para que entrem em ação atitudes que devem ser tomadas para a busca da excelência na gestão, com base na FNQ – Fundação Nacional de Qualidade. As oito vertentes que trabalharemos são liderança, estratégia e planos, clientes, sociedade, informação e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Em um total de 37 (trinta e sete) indicadores que determinam a eficácia da gestão da empresa.

Liderança

1. A missão da empresa (motivo pelo qual ela existe) está definida, registrada sob a forma escrita e

é conhecida e entendida por todos os colaboradores. 2. O comportamento ético está definido em regras escritas (manual do colaborador), e são conhecidas e praticadas por todos os dirigentes e colaboradores. 3. A análise de desempenho da empresa é feita regularmente, e inclui aspectos abrangentes ao negócio como, por exemplo, financeiro (fluxo de caixa, DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício, investimentos e custos), vendas (controle de prospecção, cancelamentos, alcance da meta), clientes (medida a satisfação com processo bem definido e registrado), colaboradores (controle de ponto e pesquisa de clima organizacional pelo menos uma vez ao ano), fornecedores (análise de desempenho, registro de problemas, prazo de entrega e orçamento de pelo menos 3 (três) empresas), produção (índice de retrabalho, prejuízos, ociosidade, acompanhamento do plano de ação de cada área, e análise desempenho por colaborador), e uso de alguns indicadores e metas (planejamento estratégico mensurado a cada trimestre, para avaliar o ritmo da aproximação da visão de futuro). 4. O compartilhamento de informações com os colaboradores ocorre regularmente e abrange todos os colaboradores (acompanhamento do plano de ação de cada área, dividindo pelo menos uma vez a cada semestre o andamento do planejamento estratégico da empresa).


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5. Os dirigentes investem regularmente em seu desenvolvimento gerencial, e aplicam os conhecimentos adquiridos na empresa. 6. As informações e conhecimentos para identificar oportunidades de inovação são obtidos regularmente nos relacionamentos externos, e internamente os colaboradores são incentivados formalmente (através de um projeto e uma ferramenta) a apresentarem ideias que podem se converter em inovações, existindo pelo menos um exemplo de inovação implementada a partir dessas informações no últimos 6 (seis) meses.

Estratégias e Planos

7. A visão de futuro da empresa (o sonho) está registrada sob a forma escrita e é conhecida por todos os colaboradores. 8. As estratégias, abrangentes aos principais aspectos do negócio, estão definidas formalmente, por meio de método que considera a análise de informações internas e externas (através de um planejamento atrelado a visão de futuro). 9. Os indicadores e suas respectivas metas são estabelecidos para as principais estratégias e são comunicados aos colaboradores (por exemplo aumentar o faturamento em x% até a data y, horas de treinamento aos colaboradores, entre outros). 10. Planos de ação são estabelecidos para o al-

cance das principais metas da empresa relacionadas às estratégias, e são acompanhados regularmente (pelo menos semestral).

Clientes

11. Os clientes são agrupados e as necessidades e expectativas destes grupos são identificadas formalmente por meio de informações obtidas dos principais grupos de clientes (pessoas física e jurídica, telefonia fixa e banda larga, por exemplo). 12. Os produtos e serviços são divulgados considerando os diferentes grupos de clientes e utilizando meios adequados para assegurar a efetividade desta comunicação. 13. As reclamações recebidas são registradas e tratadas regularmente, e o cliente é informado da solução dada à sua reclamação. 14. A satisfação dos clientes é avaliada periodicamente por meio de método formal para os principais grupos de clientes. 15. As informações obtidas dos clientes são utilizadas regularmente na fidelização dos clientes atuais e captação de novos.

Sociedade

16. As exigências legais aplicáveis à empresa são conhecidas e mantidas atualizadas (outorgas, gestão regulatória, entre outros).


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17. Os impactos negativos ao meio ambiente são identificados e alguns são tratados de forma planejada por meio de ações adequadas. 18. A responsabilidade social faz parte das estratégias e planos da empresa e as ações ou projetos contam com o envolvimento dos colaboradores (fazer uma ação social por ano pelo menos).

Informações e Conhecimento

19. As informações para o planejamento, análise e execução das atividades para a tomada de decisão estão definidas, disponibilizadas para os colaboradores, organizadas em sistemas de informações e são utilizados mecanismos de segurança para proteção das mesmas (fluxogramas, processos, manuais, entre outros). 20. Os colaboradores compartilham o conhecimento adquirido, por meio de métodos formalizados e este conhecimento é registrado.

Pessoas

21. Muitas práticas de gestão apresentam melhorias decorrentes da análise de resultados de diagnóstico de gestão, por meio de indicadores. 22. São obtidas informações comparativas externas e apresenta evidências de utilização na análise do desempenho e melhoria dos produtos/serviços e processos (análise da concorrência por cliente oculto por exemplo). 23. Todas as funções estão definidas e documentadas e são conhecidas por todos os colaboradores. 24. A seleção dos colaboradores é feita com padrão definido para todas as funções, considerando os requisitos e responsabilidades definidas para cada função. 25. Todos os colaboradores são capacitados com base em um plano de capacitação. 26. Os perigos e riscos são identificados formalmente por meio de métodos que incluem PPRA e


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PCMSO e os riscos são tratados com ações corretivas e preventivas. 27. São adotadas ações para identificar e promover o bem-estar e a satisfação dos colaboradores decorrentes de análises regulares (ginástica laboral por exemplo).

Processos

28. Os processos principais do negócio são executados de forma padronizada, com padrões documentados e definidos a partir de requisitos traduzidos das necessidades dos clientes. 29. Os processos principais do negócio são controlados com base em padrões definidos e documentados e também por meio de indicadores e metas para garantir a satisfação das necessidades dos clientes. 30. Os fornecedores são selecionados com critérios definidos e seu desempenho é avaliado periodicamente, gerando ações para melhoria do fornecimento.

31. Existem controles financeiros com utilização do fluxo de caixa e orçamento com horizonte de pelo menos um ano (fluxo de caixa projetado).

Resultados

32. Existem informações da satisfação dos clientes referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. 33. Existem informações de reclamação de clientes referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. 34. Existem informações relativas às capacitações ministradas para os colaboradores, referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. 35. Existem informações relativas a acidentes com colaboradores referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. 36. Existem informações relativas à produtividade no trabalho referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. 37. Existem informações relativas à margem de lucro referente aos três últimos períodos anuais distintos, com tendência favorável considerando os três resultados. Pois bem, as cartas estão na mesa, com ações que aproximam o seu provedor regional da excelência na gestão. E você empresário, o que está fazendo? Elabore um cronograma com as ações necessárias, indique os responsáveis para cada ação e defina um prazo. Assim, com certeza dia após dia, sua empresa irá se aproximar cada vez mais de uma gestão profissional. Pense nisso!

Asshaias Felippe, engenheiro eletricista, formado pela Universidade Norte do Paraná, pós-graduado em Telecomunicações pela Universidade Estadual de Londrina e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É diretor executivo da Solintel e Moga Telecom, sócio fundador do projeto TelCont e atua no mercado de telecomunicações e gestão empresarial há 10 anos.


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MÁXIMO POSSÍVEL OU MÁXIMO PROVÁVEL?

O que se deve levar em consideração na hora de projetar uma rede FTTx? Deve-se prever o atendimento de 100% das residências de um bairro? Ou deve-se estimar uma taxa de penetração para prever a quantidades de portas para se disponibilizar? Para quem gosta de brincar com projeção de redes de FTTh, com certeza já deve ter passado por esta dúvida na hora de definir as premissas de seu projeto. Afinal, essa simples decisão implicará diretamente no custo de sua rede.

A ideia de máximo possível e máximo provável, são duas técnicas usadas na área de engenharia civil, mais especificamente na hidráulica, para dimensionar a tubulação da rede de água fria de uma edificação. A descrição em si da técnica de máximo possível e provável, para nós da área de Telecom, com certeza não irá interessar muito por hora, contudo, o título da idéia é bem interessante para se pensar e pode ser utilizada no momento do dimensionamento do seu backbone e dos ramais de atendimento de sua rede.


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Máximo provável

Para os provedores que já tem suas redes construídas e operando em uma cidade, é provável que tenham algum indicador que mostre o aproveitamento de sua rede em um bairro ou região específica. Um indicador muito usual para esta situação é a Taxa de Penetração, que seria a quantidade de casas atendidas em relação a quantidade total de casas do bairro (home-passed).

O resultado deste indicador, pode ser usado como parâmetro de quantidade de portas de atendimento que deverão ser abertas em um novo bairro onde se pretende lançar uma nova rede FTTx, que apresente características talvez próximas deste bairro já cabeado. Suponha-se que a taxa de penetração de um determinado bairro que você atenda seja de 41%, e você deseja usar este indicador como meta ou premissa para um novo bairro. Logo, para cada 10 casas você deverá prever 4 portas, e para 20 casas, 8 portas de conexão. Com esse número, basta agora alfinetar em um mapa CTO com 8 portas a cada grupo de 20 casas, e assim elaborar toda a setorização de sua rede.

Máximo Possível

Como o próprio título sugere para esta premissa, deverá ser prevista uma porta de conexão para toda residência ou imóvel existente em um bairro ou região. Pode parecer bastante ousada esta ideia, ou de certo modo até impraticável, pois imagine quantidade de spliiters, OLTs e fusões necessárias para se construir uma rede com esta capacidade de atendimento. Mas eis a grande sacada desta ideia. Por mais que o projetista prevê em projeto uma rede que atende 100% do seu home-passed, não quer dizer que ele tenha que construir 100% desta rede logo de início. Esta técnica ela é muito eficiente para se dimensionar o backbone de sua rede. Como você está prevendo o Máximo possível de atendimento de seu bairro ou região, dificilmente você terá problemas a longo prazo com troca ou duplicação de backbone, que é

uma prática que muitos provedores enfrentam hoje por no passado lançarem seus backbones baseados no “achismo” ou mesmo sem uma previsão de longo prazo.

Máximo Possível e Construção da rede

Como mencionado anteriormente, prever o máximo possível não significa que você tenha que construir toda sua rede de início. Em projeto, será comum ser previstos CTO com 16 e até mesmo 24 portas para suprir toda a cobertura da rede. Para uma CTO com 24 portas, que no caso seriam 3 splitters, você já sabe que precisará chegar nela com 3 fibras. De início, é claro que você irá instalar apenas 1 Splitter, mas saberá que sua rede estará estruturada para ampliações sem ter que re-lançar cabos. Para que a técnica de Máximo possível tenha efeito, é importante que se elabore um projeto levando em consideração o home-passed de 100% de sua área de atuação. Ao dimensionar um backbone utilizando a técnica de Máximo possível, você perceberá que quanto mais próximo o DC, maior deverá ser o cabo. Caso não ache interessante trabalhar com cabos muito grandes – 48, 72 ou 144 fibras, poderá ser previsto o uso de Armários Bastidores para a descentralização de redes. Nosso objetivo aqui não é dizer quais métodos são os mais corretos ou melhores de serem usados, estamos apresentando ideias que possam ajudar ou mesmo tirar alguma dúvida no que diz respeito a projetos de redes FTTx. Nas redes que projeto, utilizo as duas técnicas juntas: Máximo possível - para dimensionar todo o backbone e redes de distribuição da rede, e máximo provável para saber o que deverá ser construído de início.

Fernando Junior, 31, é Gestor de Projetos na empresa Visãonet Telecom onde já trabalha há 10 anos na área de Telecom. É responsável pela projeção de mais de 450km de rede óptica e também atua na área de capacitação técnica.


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EXCELÊNCIA NA GESTÃO DAS EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES

PARTE 3- A BUSCA PELA “QUALIDADE”

Prezado Leitor; Nesta 7ª edição o assunto em pauta é: “A busca pela Qualidade”. Melhor dizer, “A constante busca pela qualidade, ou seja, a formação da cultura de avaliação e melhoria contínua nos resultados da empresa”. Não podemos falar em “Empresa Sustentável e Competitiva”, sem pensar no termo “Qualidade”: Qualidade Organizacional e Qualidade de Produtos e Serviços, que são os pontos fundamentais.

“TQM – Gestão da Qualidade Total”

No atual momento de incertezas em nossa economia, caracteriza-se um cenário de grandes desafios para as organizações. Fatores externos de instabilidade política e novas exigências do mercado consumidor podem retrair o crescimento, exigindo maior atenção e mudanças enérgicas na gestão dos negócios. Para ajudar na criação de uma cultura de trabalho e confiança, equipes mais motivadas, gerar uma cultura de mapeamento dos procedimentos e foco na melhoria contínua que contribua para o sucesso e existência da minha empresa, adotei em minha gestão, o conceito “TQM – Gestão da Qualidade Total”.

O TQM é um conceito estratégico que antecede a ação e a produção. É um termo abrangente que sugere a totalidade, ou seja, todos os setores da empresa estão incluídos no processo de qualidade total. Mas quais são as vantagens que venho percebendo ao adotar este modelo em minha empresa? Fundamentalmente são esses: → Crescimento do reconhecimento e satisfação dos clientes, (manutenção e retenção), → Redução de custos internos, → Melhoria significativa de produtividade, → Aumento de lucratividade, → Melhor acompanhamento da maturidade da evolução dos processos, → Mais, (muito mais) credibilidade no mercado, → Acesso ao mercado de modo eficaz.

A Qualidade Nos Processos Organizacionais

BI - Business Intelligence A gestão na qualidade dos processos organizacionais direciona e amplia as necessidades e expectativas da empresa em conjunto com sistemas de controle e gestão, o que torna o processo mais rápido e eficiente. É fato que vivenciamos uma nova era organizacional. Porém, “O mundo muda, mas o conceito


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permanece”. O que quero dizer com isso é que, algumas necessidades que o ser humano apresenta, não são recentes. Vamos analisar o comportamento de alguns povos do oriente, fenícios, egípcios, persas que cruzavam informações obtidas junto a natureza em benefício próprio. Eles observavam o comportamento das secas, chuvas e das marés e estas informações eram utilizadas para tomadas de decisões que permitissem melhores condições de sobrevivência. O grande desafio de um empreendedor é de cruzar informações para realizar uma gestão empresarial eficiente. Da mesma forma que era no passado ao descobrir se a alta da maré propiciaria uma pescaria mais abundante. Descrevi este comparativo, para mencionar um grande aliado em termos de ferramentas de gestão: o BI - Business Intelligence. O termo BI, ou inteligência empresarial, refere-se ao processo de coleta, análise, organização, compartilhamento e monitoramento de informações, dados e estatísticas que oferecem suporte a tomadas de decisão mais eficientes. Ao integrarmos dados externos (Benchmarking) e internos teremos um cenário mais completo, uma “visão macro” do mercado. Estas informações são de extre-

ma importância para tomadas de decisões estratégicas. Podemos definir também como uma espécie de “Inteligência de Negócios”, informação rápida e precisa e tão significativo e importante que o compartilho, oferecendo aos meus clientes, esta excelente ferramenta de trabalho. O BI é sem sombras de dúvidas, uma vantagem estratégica para o empreendedor e realmente faz toda a diferença no mundo corporativo.

A Qualidade Dos Produtos E Serviços

No momento em que sentia necessidade de mudar o “rumo do barco” em minha empresa, busquei um estudo bastante complexo de estratégias para reestruturar alguns pontos. Resumidamente posso transcrever que através de vários brainstormings com toda a equipe, concluímos que era emergencial: • Criação de procedimentos, • Geração de evidências, • Agilidade na busca pela informação e • Trabalhar com mais critérios. Sentimos “na pele” o quanto este caminho foi sinuoso logo de cara. Percebo que algumas mudanças incomodam o estado de “homeostasia da empresa”, gerando insegurança e algumas “doses” de adrenalina


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que nos obrigam a sair da zona de conforto e quebrar paradigmas, mas é fato de que este é um caminho sem volta. Cada certificação é um desafio para todos. Estamos em nossa 6ª certificação e sentimos tantos benefícios com todos esses processos que a cada ano, planejamos novas normas ou certificações para implementar. Quando se trabalha com processos é possível acompanhar melhor sua evolução. É o que chamo de “Cultura de Mapeamento dos Processos”. Despertamos o interesse pela melhoria contínua e para executá-la de modo eficiente, realizamos o mapeamento dos processos com o envolvimento dos nossos colaboradores. Compartilhamos e realizamos o acompanhamento de sua execução para identificar pontos de melhorias, onde ao longo do tempo retiramos suas “arestas” e com isso temos uma forma melhor de visualizar os resultados. Cada avaliação é um “frio na barriga”, momento de ansiedade e alegria geral das equipes, comemoração e fôlego para novos desafios, sempre no intuito de alcançar o SUCESSO. Para possibilitar a melhoria da qualidade dos serviços prestados, existem vários caminhos. Gostaria de recomendar as certificações de prestação de serviços ou a implementação de normativas de serviços. Sugestões: MPS.BR Serviços, IT MARK, MOPROSOFT, ITIL, ISSO (12.207 – 15.504 e 20.000), CMMI- SVC e MEG (Modelo de Excelência em Gestão), dentre outros. Mencionarei alguns modelos que tive experiência de trabalhar nestes últimos anos, por atender melhor às necessidades da empresa: MPS.BR SERVIÇOS Através do Sebrae conheci o MPS. BR e em dois anos de muito esforço e dedicação, conquistamos as certificações de Software e Serviços. O MPS.Br - Serviços está baseado na Norma Internacional ISO/IEC 20000, nas práticas ITIL e no modelo CMMI-SVC, servindo para melhorar tanto os processos de serviços quanto o desempenho nos negócios das organizações públicas e privadas de qualquer porte. Apesar de ter nascido para atender as necessidades do mercado de software, o MPS.BR Serviços, se adapta 99% a uma empresa de prestação de serviços de telecom. Isso porque ela engloba as melhores práticas de gestão de serviços para conse-

guir cumprir todos os níveis de acordo de serviços preestabelecidos, fornecendo métricas, correções e adequações para cada caso e necessidades. Sejam acordos internos (ANS), com fornecedores (ANO) ou de Serviços (SLA), permitindo assim, que possamos elevar o SLA com os nossos clientes e principalmente que ele possa ser controlado e monitorado constantemente. MEG (Modelo de Excelência da Gestão) Outro modelo de TQM de fácil implementação é o MEG (Modelo de Excelência da Gestão) da FNQ (Fundação Nacional da Qualidade). O MEG é um modelo bem completo e abrangente, reconhecido internacionalmente que tem como principal característica um modelo sistêmico, portanto o benefício de buscar a estruturação e o alinhamento dos componentes da gestão sob a ótica de um sistema. Posso destacar como características do MEG: - Atualização anual baseado em práticas de gestão de organizações de classe mundial, - Direcionado aos resultados do negócio, - Promove o aprendizado organizacional, - 100 % adaptado às necessidades do mercado brasileiro, - Possui vários níveis de maturidade da gestão, - Permite um diagnóstico objetivo e a medição do grau de maturidade de gestão. O MEG se baseia em um conjunto de fundamentos da gestão da excelência, que expressam conceitos atuais que se traduzem em práticas encontradas em organizações de elevado desempenho, das empresas consideradas de “Classe Mundial”. Vale reforçar que independente do porte, ramo de atuação ou mesmo se é uma empresa nova ou consolidada no mercado, os Modelos de Certificações, quando bem aplicados e utilizados, podem contribuir muito com o aprimoramento dos processos operacionais e gerenciais, inclusive incentivo à cultura voltada à inovação e criatividade, além de ser excelente investimento para a empresa e diferencial competitivo. Se tiver interesse em fazer parte deste “mundo das Certificações”, poderá entrar em contato com as empresas que aplicam os modelos, Fica como su-


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gestão, em parceria com o Sebrae, tanto na implantação do modelo, assim como para concorrer no PEG (Prêmio de Excelência da Gestão). Quem sabe um dia nos encontraremos em algum evento da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, a sua empresa concorrendo na categoria de serviços e a nossa, na de software. Finalizando o assunto desta edição, gostaria de agradecer pela atenção e interesse por esta leitura e registrar alguns pontos que considero mais importantes em todo o processo na “Busca pela Qualidade”: • Buscar a satisfação total do cliente, • Administrar de forma participativa, • Estabelecer propósitos claros e definidos, • Melhorar tudo (sempre), • Gerenciar processos, por partes e enxergar o todo, • Dar autonomia e exigir responsabilidade, • Ter e garantir qualidade nas informações,

• Enxergar erros e falhas como oportunidade para melhorias e • Estimular a competência dos colaboradores são fundamentais sempre. Até a próxima edição, quando trataremos do assunto: “A Procura das Ferramentas Corretas”. Feliz 2017, a todos!

Ignacio Daniel Arias é natural de Córdoba, Argentina, onde também obteve formação em Sistemas de Informação. Teve participação em empreendimentos nas áreas de informática, TI, comunicação e marketing, todos eles no Brasil. Experiência de 10 anos em Software e Administração de Empresas na Argentina. (2004 – 2016) CEO da EliteSoft – Empresa de Desenvolvimento de Software e Consultoria para Empresas de Telecomunicações (Fundador e Sócio Proprietário).

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10 PONTOS IMPORTANTES DOS CONECTORES ÓPTICOS DE CAMPO Os Conectores Ópticos de Montagem em Campo, também conhecidos pelos nomes em inglês como Fast Connector, Field Montable Connector, etc. representam uma das grandes inovações tecnológicas que vem contribuindo na expansão das redes ópticas de acesso FTTx/FTTH. Uma das principais reivindicações destes conectores ópticos é atribuir maior simplicidade e velocidade na terminação das fibras ópticas em campo, reduzindo o tempo de implantação do acesso e alta de um cliente na rede e, consequentemente, o custo operacional.

1. A causa dos problemas com os conectores de campo

Tenho escutado de alguns profissionais de empresas operadoras e provedores de Serviços de Internet, que estes conectores dão muito trabalho na montagem, que normalmente quebram as fibras e perdem o conector, que não funcionam adequadamente, que não tem confiabilidade e bom desempenho, etc. Entretanto, é fato comprovado que as principais causas destas queixas derivam basicamente de dois fatores: a. Da falta de conhecimento e treinamento adequado dos técnicos com os procedimentos para uma correta montagem e utilização do conector. b. Da utilização de conectores de baixa qualidade, que normalmente apresentam preços muito baixos e de origem questionável. Estes problemas e opiniões podem contaminar negativamente o mercado, empresas e profissionais que planejam utilizá-los, denegrindo uma das mais importantes e consagradas soluções, hoje amplamente utilizada em diversos países da Ásia, como o Japão e Coréia do Sul, da Europa e Américas.

2. Os benefícios dos Conectores de Montagem em Campo

‘A utilização de uma Caixa de Terminação Óp-

tica (CTO) que requer a emenda por fusão da fibra do cabo drop à fibra de saída do splitter, implica em diversos pontos negativos que seguramente representam um aumento de custo e da complexidade da operação, como apresentado no artigo “10 pontos importantes das Caixas de Terminação Óptica”. É neste ponto que entra em jogo a utilização de CTO com splitter pre-conectorizado, que traz vários benefícios na hora de se realizar a alta de um cliente. Uma CTO com o splitter pré-conectorizado requer apenas que o operador realize a conectorização do cabo drop e faça a conexão do mesmo no adaptador presente no patch panel da CTO. Existem diversos tipos de conectores de montagem em campo, tanto para fibras ópticas monomodo (SM) como multimodo (MM). Para as fibras monomodo os mais comuns são os do tipo SC e LC, com polimentos do tipo PC (conector azul) e APC (conector verde). Existe uma gama muito grande de fornecedores destes conectores de campo. Cada fabricante possui suas características e desenho distintos, porém o conector final deve atender aos requisitos das normas nacionais e internacionais.

3. Filosofias dos conectores de montagem em campo

Existem três filosofias básicas de conectores de montagem em campo: a. Conectores que requerem a aplicação de resina e polimento em campo para a sua montagem. b. Conectores pré-polidos, mas que requerem a utilização de uma máquina de emendas por fusão para emendar a fibra do cabo à fibra do conector. c. Conectores pré-polidos nos quais a fibra do cabo é conectada mecanicamente à fibra do conector. O primeiro tipo tem aplicações muito específicas, pois sua montagem não é muito prática e requer uma operação mais complexa e demorada. O segundo tipo tem sido utilizado e apresenta boas características ópticas e estabilidade devido à emen-


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da por fusão, porém requer a utilização de máquinas de fusão apropriadas, o que complica um pouco sua montagem. O terceiro tipo é o que vem ganhando ampla utilização pela sua facilidade de aplicação, mas também pelos importantes avanços e melhorias de qualidade e desempenho, que lhe atribuíram elevada confiabilidade e estabilidade.

4. O principio do conector de campo pré-polido

Um conector de campo pré-polido possui sua estrutura composta basicamente do alojamento externo, do ferrolho, plug e boot, exatamente igual aos conectores montados em fábrica e, portanto, com total compatibilidade óptica e mecânica. A diferença ocorre internamente onde existe uma fibra pré-polida já montada no conector, a qual é interrompida no interior do conector, sendo que sua extremidade clivada fica posicionada em um canal interno. Na figura a seguir é possivel se observar detalhes desta estrutura.

corretamente clivadas, permite um bom acoplamento óptico, mas possui perdas intrínsecas devido à reflexão da luz na interface. Esta reflexão, também conhecida como reflexão de Fresnel, faz com que parte da potencia óptica que se propaga seja refletida e propagada na direção oposta. Para eliminar este problema, os conectores de campo mecânicos possuem um gel neste ponto do contato das fibras, o qual possui um índice de refração muito próximo ao do núcleo das fibras. Com isto o problema de reflexão fica praticamente eliminado, fazendo com que as perdas de inserção e de retorno fiquem dentro dos parâmetros requeridos pelas normas nacionais e internacionais.

5. A importância da fixação da fibra no conector

O acoplamento óptico da fibra do cabo com a fibra do conector ocorre no canal interior. É neste ponto onde ocorre o contato mecânico entre suas extremidades clivadas. Sabemos, entretanto, que um contato mecânico a seco entre duas fibras ópticas

Como a conexão entre as fibras no interior do conector ocorre por contato mecânico, é de extrema importância que a fibra do cabo não se movimente longitudinalmente, pois pode alterar significativamente as perdas ópticas. Existem conectores nos quais a fixação da fibra ocorre somente pela fixação do cabo óptico no boot do conector. Estes conectores podem apresentar problemas quando da movimentação do cabo, quer seja por uma tração, uma curvatura, etc. Mesmo com a utilização de cabos onde a fibra está bem vinculada a sua estrutura, como nos cabos drop flat, a fibra não está aderida a capa do cabo e pode se movimentar longitudinalmente com a movimentação do drop. Normalmente os fabricantes destes conectores recomendam que durante a montagem, a fibra seja submetida a uma pequena curvatura de modo a garantir a tensão sobre a interface com a fibra do


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conector e minimizar este possível problema. Todavia, como normalmente a definição dos comprimentos de montagem é feita com gabarito manual, como veremos mais adiante, podem ocorrer os problemas de ruptura da fibra por excesso de curvatura ou perda óptica elevada por falta de acoplamento. Na minha opinião, os melhores conectores são, portanto, aqueles que possuem um sistema de travamento da fibra, que seguramente garantirá uma estabilidade óptica do acoplamento e de seus parâmetros. Estes conectores possuem mecanismos que permitem fixar e soltar a fibra durante a fase de montagem e desmontagem do conector, garantido a estabilidade da posição e conexão óptica, independentemente da movimentação do cabo.

6. A importância da qualidade das fibras ópticas

Os conectores possuem elevada precisão mecânica, que é requerida para se obter baixas perdas ópticas na conexão. Todavia, se as fibras utilizadas não possuírem elevada qualidade dimensional, podem ocorrer perdas ópticas acima dos valores especificados pelo fabricante do conector. Por exemplo, na tabela abaixo são apresentadas as recomendações do ITU-T G. 652 para alguns parâmetros geométricos da fibra monomodo e suas tolerâncias. Os principais fabricantes de fibras ópticas normalmente adotam tolerâncias mais apertadas, de forma a garantir um melhor desempenho de suas fibras tanto nas emendas por fusão como nos conectores ópticos.

O descasamento destes parâmetros nas emendas entre duas fibras tem implicação direta nas perdas ópticas. Daí a importância de saber a origem e qualidade das fibras utilizada no cabo óptico.

7. Os tipos de cabos utilizados

Os conectores de campo podem ser utilizados com diversos tipos de revestimentos das fibras e de cabos ópticos. Exemplos: - Fibras somente com o revestimento primário de acrilato de 250um. - Fibra com revestimento secundário de 900um, como o dos pigtails. - Cordão óptico de 2mm, 3mm, etc. - Drop óptico circular. - Drop óptico Fig. 8. - Drop óptico Flat para uso externo Fig.8 (5,2 x 2mm). - Drop interno de Baixo Atrito (2 x 1,6mm). Para cada aplicação existe uma solução especifica da terminação do conector (boot) para permitir uma correta fixação do cabo, mas mantendo a sua flexibilidade. É importantíssimo utilizar o conector correto para cada tipo de cabo, pois caso contrário certamente vão ocorrer problemas.

8. A montagem do conector

Os conectores ópticos de campo mecânicos são de fácil montagem, levando tipicamente de 2 a 3 minutos sem necessidade de ferramentas especiais. A utilização de um clivador profissional é altamente recomendado e, para alguns conectores, mandatório. Existem conectores que utilizam gabaritos visuais para definir os pontos de remoção da capa do cabo, dos revestimentos da fibra e o ponto onde deve ocorrer a clivagem. Estes conectores requerem uma elevada habilidade e treinamento do técnico e normalmente não garantem repetibilidade devido à natureza manual da operação.


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Existe outra família de conectores que já são fornecidos com gabaritos mecânicos. Estes gabaritos facilitam a correta remoção dos revestimentos nos comprimentos exatos, são utilizados diretamente no clivador, que garante o comprimento exato da fibra nua a ser introduzida no conector e permitem manipular a fibra sem contato com os dedos até a montagem final. Esta família de conectores de campo são os que apresentam normalmente os melhores resultados de perdas ópticas e elevada repetibilidade, além de um baixíssimo nível de problemas.

9. Reutilização dos conectores de campo

Quase todos os fabricantes reivindicam que seus conectores são reutilizáveis e, alguns mais arrojados, indicam possibilidades de várias dezenas de vezes. Na prática isto é correto e possível. Todavia é importante lembrar que estes conectores possuem um gel casador de índice de refração na interface entre as fibras. Cada vez que a fibra do cabo é removida, é muito provável que parte deste gel é também removida junto com a fibra. Isto ocorrendo poderá alterar o desempenho do conector para as novas utilizações. Reutilizar os conectores de campo pode ser necessário em algumas situações, mas em minha opinião não deve ser uma prática usual, principalmente considerando-se que os conectores são os pontos da rede onde se requer baixas perdas e normalmente onde ocorre a maior parte dos problemas.

10. Parâmetros ópticos dos conectores de campo

Os principais parâmetros ópticos dos conectores são a sua Perda de Inserção (PI) e a Perda de Retorno (PR). A perda de inserção é a relação da potencia de saída em relação a potencia de entrada, definindo quanto será atenuada. Quanto menor a perda de inserção melhor é o conector. A perda de retorno é a relação da potencia refletida em relação a potencia de entrada. Quanto maior for esta perda, melhor é o conector, pois significa que a potencia refletida é muito baixa. As tabelas a seguir apresentam os valores da Perda de Inserção e da Perda de Retorno para as classificações dos conectores, conforme definido pelos requisitos da Anatel e normas internacionais.

A escolha da Classe de PI e da Categoria de PR deve ocorrer segundo as definições do projeto da rede adotado. Obviamente a melhor escolha seria conectores de Classe III e Categoria D, mas evidentemente existirá impacto nos preços dos conectores, cujo custo/benefício deverá ser bem avaliado. Considerações finais • A utilização de conectores de montagem em campo na alta de um cliente de uma rede FTTx/FTTH traz enormes benefícios ao Operador. • O eventual aumento do custo do investimento (CapEx) que possa ocorrer deverá ser compensado com a significativa redução do custo operacional (OpEx) devido aos ganhos de tempo e facilidade de atendimento ao cliente. • A utilização de conectores de primeira linha e alta qualidade, que atendam aos critérios elencados, é o modo de se garantir o sucesso do investimento e de sua aplicação em campo. • O treinamento dos profissionais que irão utilizar estes conectores é fundamental, bem como a utilização de ferramentas adequadas para a preparação do cabo e da fibra. • Como sempre digo, a Certificação Anatel, que é obrigatória para estes conectores, não é uma garantia absoluta de qualidade, mas seguramente ajuda a separar o “joio do trigo”. Se um fornecedor, que possui seu produto certificado, fornecer o joio, a questão então é outra!

Photton O Centro de Competencias Tecnológicas Photton nasceu com o principal objetivo de agregar valor aos Profissionais e Empresas das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, das Telecomunicações e Tecnologias Ópticas na forma de Inteligência Competitiva e Tecnológica. www.photton.com.br


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AMAZONAS, O ESTADO QUE MAIS IRÁ CRESCER EM TELECOMUNICAÇÕES NOS PRÓXIMOS ANOS

Amazônia, a maior concentração de biodiversidade do planeta, maior região hidrográfica do mundo, são mais de 90 mil comunidades espalhadas às margens dos rios e igarapés, mais de 50 municípios com necessidades básicas de comunicação. As dificuldades geográficas fazem com que investir na área de Telecomunicações nesta região seja praticamente insustentável. São no total 62 municípios desprovidos de serviços de Telecomunicações com as mesmas qualidades e preços em relação ao Sul e Sudeste do país e o nosso principal problema sempre foi a chegada de backbone com Fibra Óptica de grandes operadoras, o que ficou durante muitos anos nas mãos de uma ou duas operadoras para atender a capital Manaus e adjacências. Nos últimos anos ocorreu fortes investimentos das operadoras na capital, porém, em relação

aos demais municípios ainda temos muito a crescer. Os Provedores de Internet no Amazonas têm um papel fundamental na comunicação e no desenvolvimento desses municípios, vencendo todos os desafios que essas localidades proporcionam utilizando em muitos lugares ainda tecnologia via satélite com preços altíssimos fazendo com que a grande parte da população não tenha acesso básico à informação, prejudicando o crescimento e desenvolvimento da região. O desafio de enfrentar todas essas adversidades conectando ribeirinhos, áreas rurais, o comércio local, repartições públicas, prefeituras e hotéis de selva, onde as dificuldades de chegar até esses clientes requer empenho acima da média e nessa era da comunicação existem muitos municípios sendo comercializados 128 kbps, 256 kps a 512 kbps com tecnolo-


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gia via rádio e satélite. Vencer essas estradas fluviais requer muito investimento da parte das operadoras e o que inviabiliza o investimento comparando a possibilidade de investir em outras regiões do Brasil com maior densidade populacional e menor dificuldade demográfica. O propósito de levar comunicação e elevar o desenvolvimento desses lugares investindo na capacitação do time técnico, administrativo e vendas gerando emprego e renda, faz com que surjam diversas oportunidades através dos Provedores de Internet. Devido às iniciativas do Programa Amazônia Conectada (www.amazoniaconectada.eb.mil.br) que levará comunicação através de Fibras Ópticas subfluviais atendendo às calhas dos rios Negro, Alto Solimões, Madeira, Purus e Juruá, serão conectados 52 municípios do Estado do Amazonas nos próximos 5 anos (segundo o cronograma do Programa), beneficiados com a interiorização de políticas públicas das esferas de Governo Federal, Governamentais de Tele-Ensino e Telessaúde na Amazônia. Com tantos investimentos sendo feitos no Amazonas, podemos dizer que é o Estado que irá apresentar maior índice de crescimento em telecomunicação do Brasil devido não ter infraestrutura preparada para as necessidades que a população necessita no tempo presente. Nos orgulhamos muito em fazer parte de todo esse processo de construção de uma nova era, onde sabemos que irá transformar as formas de se relacionar e cultura, gerando oportunidades através de serviços de internet banda larga em exemplo aos produtores rurais de cupuaçu, abacaxi e até mesmo na piscicultura, entre outros, de negociarem diretamente com os seus clientes sem precisar de atravessadores. A região norte do Brasil é o grande celeiro de crescimento, mas precisamos estar preparados. O seu Provedor está preparado para essas demandas? Thiago Buenaño, Empreendedor na área de Telecomunicações, Técnico em Telecomunicações pela Fucapi, Sócio Diretor na empresa Projeta Telecom, Gerente de Projetos na empresa Nova Soluções em Tecnologia. Possui conhecimentos nas áreas técnicas e Marketing para Provedores Regionais.


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SAIBA O QUE FAZER CONTRA ATAQUES DDoS

Mais cedo ou mais tarde, todo provedor se depara com o sentimento de incapacidade ao lidar com um ataque DDoS. Quem já passou por isso, sabe o quanto é desesperador estar com tudo parado e a única opção que resta é torcer para que o ataque acabe logo. O pior de tudo é saber que, se você ainda não passou por isso, pode ter certeza que irá passar e para quem já conhece o gosto amargo de receber um ataque, se prepare, porque é apenas uma questão de tempo para ocorrer novamente. O Brasil já lidera o 3º lugar no ranking dos alvos preferidos dos ataques, perdendo apenas para os Estados Unidos e China e a tendência são as coisas piorarem. Mas surge a pergunta: é possível se livrar completamente de um ataque DDoS sem qualquer impacto aos clientes? Essa resposta é relativa, tudo depende da intensidade do ataque. Você pode tomar inúmeras medidas aplicando as mais diversas boas práticas e receber um próximo ataque muito pior do que a soma de todos os

anteriores. Mas o fato é que, por pior que seja o ataque, quanto mais preparado, melhor você irá responder a situação e raramente pequenos e médios provedores serão os alvos dos ataques mais bem elaborados que visam derrubar serviços conhecidos para serem anunciados na mídia, o que significa que isso aumenta nosso sucesso ao tratar de ataques de menor escala. Antes de mencionar algumas boas práticas, é importante analisar um pouco mais nosso inimigo.

O que é um ataque DDoS? Distributed Denial of Service (DDoS), Ataque Distribuído de Negação de Serviço é um ataque organizado, que envolve vários equipamentos conectados à rede combinados e direcionados a um mesmo objetivo, tirar um serviço fora do ar. Esse tipo de ataque não visa invadir ou coletar informações, simplesmente derrubar um serviço que pode ser no caso dos provedores, o roteador de borda, impedindo ou prejudicando o acesso dos clientes.


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O que chama a atenção nos ataques DDoS, e que de certa forma se torna uma situação intrigante, é que na sua grande maioria, os clientes não são prejudicados devido uma sobrecarga no link, consumindo toda banda disponível, pelo contrário, muitas vezes menos de 10% da capacidade de um link é o suficiente para derrubar toda uma rede. Como assim? O ponto fraco não é a capacidade de tráfego e sim a capacidade de comutação ou processamento. Depois de escolhido um alvo, um ataque coordenado, vindo de diversos equipamentos infectados, enviam inúmeras requisições para um tipo de serviço, DNS, NTP ou mesmo um simples pacote de aceite de conexão, TCP Syn. Esses pacotes são pequenos e não consomem uma grande largura de banda, mas dependendo da quantidade de equipamentos que participam do ataque, a quantidade de pequenos pacotes enviados é avassaladora. Se o roteador de borda for o alvo, ele não consegue processar tantas requisições e o processamento vai as alturas e se o alvo for depois dele, a capacidade de encaminhamento (pacotes por segun-

do – pps) também satura e o serviço fica degradado, podendo até mesmo parar de responder. Isso nos mostra que, com certeza, investir em roteadores de borda cada vez mais robustos, nos capacita para lidar melhor com a situação, mas isso por si só, pode não ser o suficiente, por isso o melhor a fazer é dividir ou repassar essa contenção do ataque com a operadora e isso é possível fazendo o uso das configurações de “Communities” do BGP. Uma Community é um atributo do BGP utilizado para marcar um ou mais prefixos, permitindo que o roteador que fecha a sessão BGP na outra ponta, entenda que para aquele prefixo você deseja que seja aplicado uma política de roteamento diferenciada. Cada política recebe uma identificação diferente, (o que é chamado de community no BGP). Esta deve ser combinada ou conhecida previamente. Na sua grande maioria, as grandes operadoras publicam suas políticas de roteamento e as respectivas communities relacionada a elas, para que seus clientes possam utilizá-las. Veja por exemplo a tabela a seguir.


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Nas configurações do BGP, as communities são expressas da seguinte forma: <ASN>:<VALOR>

Como conter os ataques Muitas vezes não podemos resolver um problema por completo, mas podemos torná-lo um problema menor, diminuindo o impacto nos nossos clientes. A imensa maioria dos ataques tem origem internacional. Vamos considerar que o provedor esteja anunciando um /22 para a operadora, quando se inicia um ataque DDoS para um dos IPs desse prefixo. Todos os clientes do provedor estão sendo afetados, até mesmo de outros prefixos, pois é o roteador de borda que está sendo afetado. É possível diminuir o impacto do ataque, quebrando esse /22 em 4 anúncios /24 (menor prefixo aceito para um anúncio público) e no caso do /24 que se encontra o IP destino do alvo, é possível notificar a operadora que esse prefixo /24 não deve ser anunciado para peerings (vizinhos) internacionais. A origem do ataque, não terá mais rota para o IP de destino e o ataque irá cessar, mantendo todos os clientes navegando. É verdade que isso não resolve o problema por completo. Agora temos clientes de um /24 que estamos reclamando que não abrem sites internacionais. Ainda assim, tornamos um problema gigante muito menor. Uma outra ação para tornar o problema menor ainda, é mascarar essa /24 (NAT) enquanto o anúncio internacional está limitado pela community.

Community de blackhole

Uma outra opção para tornar o problema ain-

da menor é utilizar a community de blackhole. A política dessa community é na sua grande maioria, receber um anúncio /32 e descartar todo tráfego destinado a esse host, não permitindo que o ataque seja encaminhado para sua rede. Neste caso, não é preciso nem dividir o prefixo /22 do exemplo anterior. Simplesmente anunciar para operadora um anúncio /32 notificando que para aquele único IP o tráfego deve ser bloqueado.

Simples, fácil e funcional Para garantir o bom funcionamento dessas práticas, não deixe para última hora. Durante um ataque em plena atividade, tudo fica mais difícil. Solicite para sua(s) operadora(s), as políticas de roteamento com suas respectivas communities, deixe as configurações prontas e faça testes. Os ataques estão se intensificando e a correria do dia a dia nos impede de realizar muitas coisas de que gostaríamos, mas reservar tempo e se dedicar em aplicar soluções como estas podem nos livrar de uma grande dor de cabeça.

Rodrigo Martins Fernandes é diretor de Redes da Visãonet Telecom. Especialista em Redes, possui certificações Cisco, Furukawa, MikroTik, Ubiquiti.


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MATÉRIA PATROCINADA

TERMINAL DE AUTOATENDIMENTO REDUZ CUSTOS PARA EMPRESAS DE TELECOM

Redução de custos é um objetivo contínuo no meio empresarial. Em tempos de crise, como o que vivemos, isso é praticamente uma obsessão. Mas além do atrativo financeiro, investir em processos de autoatendimento é uma tendência para setores como o das Telecoms, varejo e sistema bancário. A popularização do uso dos terminais de autoatendimento está entre os destaques das tendências apontadas pela consultoria TendWatching.com desde 2013. Mas os terminais já são uma realidade brasileira. De acordo com dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o número de terminais de autoatendimento no Brasil sempre se mantém próximo aos índices da União Europeia, Austrália e Japão, em torno de dez pontos para cada 10 mil habitantes. O índice somente é mais baixo do que o dos Estados

Unidos, país líder absoluto com quase duas dezenas de checks out por grupo de 10 mil habitantes. Pensando na tendência de diminuir os custos das companhias com operações bancárias e funcionários, as Telecoms devem oferecer terminais de autoatendimento para que seus clientes possam resolver sozinhos suas questões financeiras. A facilidade do processo, além de redução dos custos para as empresas, contribuiu ainda para a diminuição dos índices de inadimplência. Uma dessas soluções já em funcionamento é a que desenvolvemos para a Você Telecom, empresa amapaense. A ideia surgiu durante uma consultoria em que a empresa comentou que queria contratar mais funcionários para aumentar a capacidade de atendimento presencial deles. Percebi que era possí-


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vel criar ali um serviço de autoatendimento que eliminaria essa necessidade. Isso também diminuiria os custos de se ter mais pessoas para fazer o atendimento. Inicialmente desenvolvemos um software adaptado a um totem de autoatendimento já existente. Mas neste processo experimental, a utilização da máquina se tornou inviável por motivos técnicos. Por isso, desenvolvemos um terminal próprio, com a identidade visual do cliente e que atendesse exatamente às necessidades que percebemos durante o uso inicial. O sistema tem interface simplificada para facilitar o autoatendimento aos usuários com diferentes níveis de instrução tecnológica. Para concluir o pagamento ou a negociação da dívida com a Telecom, o usuário só precisa digitar duas vezes o número do seu CPF (que contém 11 dígitos) e clicar outras quatro vezes na tela. O tempo médio deste autoatendimento é de dois minutos. Conseguimos chegar a um sistema tão fácil que mesmo sozinho e em sua primeira experiência o usuário não gasta muito tempo. Em média, as pessoas com até 35 anos levam três minutos. As mais, velhas, quatro minutos. O que ainda é uma média bem baixa. Mas foi a parceria com uma rede de farmácias a solução encontrada para a Você Telecom ampliar e diversificar as opções de autoatendimento em três cidades do Amapá: Macapá, com dois terminais, Santana e Porto Grande, com um terminal cada. Se por um lado a empresa consegue facilitar o pagamento para o seu usuário, em contrapartida as lojas onde estão instalados os totens registram o aumento no fluxo de clientes. Isso é tão claro que as farmácias que ainda não têm os totens já sinalizaram o interesse em tê-los. Quem vai até a loja fazer o pagamento sempre acaba comprando alguma coisa, seja um remédio, um produto de higiene ou até mesmo um chocolate, um chiclete. Então, é interessante para todo mundo. Mensalmente, mais de três mil operações são realizadas em cada um dos terminais de autoatendimento em funcionamento no Amapá. Mas essa taxa é ainda maior em determinados períodos e circunstâncias. Durante a greve dos bancários que ocorreu em setembro deste ano, a Self Soluções registrou um aumento de 20% no número de operações dos totens

da Você Telecom. Com as agências fechadas, as pessoas queriam fugir das longas filas das casas lotéricas. Então, os terminais de autoatendimento se mostraram uma excelente opção. A facilidade do pagamento também ajuda a reduzir as taxas de inadimplência, tão comuns em serviços de telefonia. Outra vantagem no aumento do uso dos totens é a diminuição dos custos com taxas bancárias para as empresas de telecom. Tradicionalmente as empresas têm de pagar taxas referentes aos pagamentos no cartão de débito e crédito, além das próprias taxas de operação bancária para emissão dos boletos. Com o pagamento realizado nos totens, esses custos caem pela metade. A própria Você Telecom que antes tinha um custo fixo de R$ 70 mil referente a essas taxas, agora tem um custo reduzido para R$ 35 mil. Há ainda a questão da redução dos gastos com funcionários. Isso é fácil de perceber, já que cada totem pode substituir até dois funcionários em um serviço de atendimento ao público. Se este funcionário registrado recebe um salário mínimo – de R$ 880, vigente em 2016 -, o custo com esta mão de obra custo é de cerca de R$ 1,6 mil para empresa, por conta de todos os encargos. Já o custo mensal para operação do terminal de autoatendimento é de cerca de um terço deste valor. Todas essas vantagens práticas mostras que investir em pontos de autoatendimento não é apenas uma questão de tendência para as empresas de Telecom, mas uma solução financeira para crescer e economizar em tempos de crise.

Self Soluções Tecnológicas www.selfsolucoes.com.br


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COLUNISTA COLUNA

COM LICENÇA

PAULO VITOR ADVOGADO E CONSULTOR JURÍDICO SÓCIO DA SILVA VITOR, FARIA & RIBEIRO ADVOGADOS ASSOCIADOS

A POLÊMICA SEPARAÇÃO DOS SERVIÇOS: SCM X SVA Como já delineado em artigos anteriores, a carga tributária incidente sobre os serviços de telecomunicações é extremamente elevada, sobretudo se analisarmos as elevadas alíquotas de ICMS aplicáveis em relação às empresas não optantes pelo Simples Nacional, ou seja, aquelas que optaram pelo recolhimento dos tributos segundo o regime de apuração do Lucro Real ou Lucro Presumido. Diante disso, há muito se discute, analisando-se especificamente os serviços de internet, que tipo de serviço pode ser cobrado e faturado do assinante, visando obviamente reduzir a tributação incidente. E dentre esta discussão, surgiram por parte de consultorias tributárias, contabilidades e até mesmo por decisões dos próprios gestores de empresas atuantes nos serviços de internet, diversas modalidades de divisão de serviços/receitas visando a redução da tributação, como por exemplo: em relação à mensalidade de internet, faturar-se do assinante parte como serviços de comunicação multimídia e parte como locação de equipamentos; ou faturar-se do assinante parte como serviços de comunicação multimídia e parte como serviços de suporte. É bom que se diga que, em relação às modalidades acima exemplificadas, a forma em que se fatura do cliente parte como serviços de comunicação multimídia e parte como serviços de suporte deve ser sumariamente descartada, eis que, em relação aos serviços de suporte, a regulamentação da ANATEL exige a disponibilização do suporte gratuitamente ao assinante, motivo pelo qual este tipo de serviço não pode ser objeto de cobrança/faturamento (salvo em casos que o próprio cliente deu causa à prestação do serviço de suporte). Entretanto, a modalidade mais comum de divisão de serviços/receitas, e defendida por este Con-

sultor, é cobrar e faturar do assinante parte como serviços de comunicação multimídia (SCM) e parte como serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado - SVA). Isto porque, a divisão de serviços/receitas entre serviços de comunicação multimídia (SCM) e serviços de valor adicionado (SVA) é melhor amparada juridicamente e jurisprudencialmente, sobretudo em decorrência dos diversos informes e ofícios da ANATEL em que a mesma reconhece que, para que o assinante tenha acesso aos recursos da internet, o mesmo necessita de 02 (dois) serviços distintos, mas complementares: os serviços de comunicação multimídia (SCM) e os serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado - SVA). É o que foi estipulado, a título de exemplificação, no Informe nº 224, de 31/03/2006, expedido pela ANATEL. Confira especialmente o seguinte trecho: “(...) Para prestar o acesso à internet em Banda Larga, a despeito da tecnologia utilizada (xDSL, HF CATV, etc), são necessários dois serviços: um serviço de telecomunicações provido pelas prestadoras de serviços de telecomunicações através das autorizações a elas conferidas pela Anatel, e o serviço de conexão à internet, que é um Serviço de Valor Adicionado prestado pelos provedores internet. O serviço de telecomunicações constitui o suporte provido pelas redes de telecomunicações para viabilização do Serviço de Conexão à Internet, que proporciona a troca de informações entre os equipamentos de usuários conectados à internet, serviço regulamentarmente enquadrado como Serviço de Valor Adicionado, nos termos do art. 3º da Norma 04/95.” E também, porque a própria ANATEL reconhece a natureza jurídica dos serviços de acesso à internet, qual seja, espécie dos serviços de valor adicionado (SVA). E também reconhece que os serviços


COLUNISTA de valor adicionado não se confundem com qualquer modalidade dos serviços de telecomunicações. Confira, neste diapasão, o disposto no Ofício nº 10/2009/PVSTR-ANATEL: “Não bastasse ser clara a conceituação do Serviço de Conexão à Internet como um Serviço de Valor Adicionado, pelas definições do próprio Serviço de Valor Adicionado e pela descrição das atividades que constituem o Serviço de Conexão à Internet, a própria legislação conceitua o Serviço de Conexão à Internet como um Serviço de Valor Adicionado (...). Ainda, faz-se mister ressaltar que além da legislação determinar que o Serviço de Conexão à Internet é um Serviço de Valor Adicionado, também determina claramente que o Serviço de Valor Adicionado não é um serviço de telecomunicações, conforme dispõe o § 1º do art. 61 da Lei Geral de Telecomunicações (...)”. E ainda, porque a própria Lei Geral de Telecomunicações (Lei n.º 9.472/97) reconhece que os serviços de valor adicionado não constituem serviços de telecomunicações. Mas, acima de tudo, o maior alicerce jurídico existente quanto a separação entre serviços de comunicação multimídia (SCM) e serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado - SVA), está relacionado aos inúmeros precedentes jurisprudenciais existentes sobre o tema, todos no sentido de declarar a não incidência do ICMS e do ISSQN sobre os serviços de acesso à internet. Em relação ao ISSQN, veja um precedente do Superior Tribunal de Justiça (RESP nº 674.188/PR, da 1ª Turma do STJ): “RECURSO ESPECIAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBA. TRIBUTÁRIO. ISS. PROVEDORES DE ACESSO À INTERNET. NÃO-INCIDÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. (...) 4. Não há previsão no Decreto-Lei 406/68, com suas alterações posteriores, em que se possa incluir os serviços prestados pelos provedores de acesso à internet entre aqueles sujeitos à incidência de ISS. Isso, porque, conforme anteriormente salientado, esta Corte de Justiça, no julgamento dos EREsp 456.650/PR, consignou que a atividade realizada pelo provedor de acesso à internet é serviço de valor adicionado, constituindo um acréscimo ao serviço de telecomunicações. No entanto, a lista de que trata o decreto-lei supramencionado não incluiu, em seu rol taxativo, os referidos serviços de valor adicionado; além disso, não há nenhuma identidade entre esse

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serviço e os demais nela expressamente previstos. (...) 7. Mesmo após a edição da Lei Complementar 116/2003, não se cogita a incidência de ISS sobre o serviço prestado pelos provedores de acesso à internet, porquanto não se equipara aos serviços de informática e congêneres previstos no item 1 anexo à referida lei - os quais se referem a desenvolvimento, análise e processamento de dados.” E em relação ao ICMS, já existe inclusive uma Súmula do Superior Tribunal de Justiça declarando a não incidência do ICMS sobre os serviços de conexão à internet. Veja: “334. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet.” Portanto, é evidente que, se comparada a outras modalidades de divisão de serviços/receitas, a separação entre serviços de comunicação multimídia (SCM) e serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado - SVA) possui maior sustentáculo jurídico e jurisprudencial. E mais, conta com o respaldo da própria ANATEL. De toda sorte, é também importante esclarecer que, analisando-se o entendimento do Fisco Estadual em relação a este tipo de prática (divisão de serviços/receitas), percebe-se que o Fisco Estadual combate veementemente qualquer tipo de divisão de serviços/receitas. Segundo o entendimento do Fisco Estadual, os serviços de internet devem ser cobrados e faturados 100% como serviços de telecomunicações. E obviamente, segundo o entendimento do Fisco Estadual, os serviços de internet devem ser 100% tributados a título de ICMS. Assim, com fulcro na segurança jurídica, qualquer divisão de serviços/receitas deve sempre ser realizada com o necessário acompanhamento de profissionais habilitados juridicamente, devendo ainda qualquer divisão ser devidamente refletida tanto nos contratos, quanto nas notas fiscais e boletos de cobrança. E mais, recomenda-se que seja ajuizada uma ação declaratória preventiva, para declarar a legalidade da organização adotada pela empresa e, ao mesmo tempo, declarar a não incidência do ICMS e ISSQN sobre os serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado).


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COLUNISTA COLUNA

FAZENDO PLANOS

ELOI PIANA ENGENHEIRO ELETRICISTA FORMADO PELA UNIOESTE DIRETOR DA EMPRESA INSTELPA ENGENHARIA ELÉTRICA PROFISSIONAL CERTIFICADO EM PROJETO E EXECUÇÃO DE REDES ÓPTICAS

EXECUÇÃO DE REDE ÓPTICA NO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA CONCESSIONÁRIA DICAS PARA ELABORAÇÃO DE ROTINA DE TRABALHO

Muitas vezes durante as atividades de campo nos deparamos com situações envolvendo risco de acidente de trabalho, que conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91: “acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Se isso ocorreu na sua empresa, já sabe do que estou falando! A ocorrência de acidente de trabalho vai além das conhecidas perdas físicas e materiais: gera desmotivação e insegurança da equipe, o que também não é fácil de se recuperar. Elaboramos uma pequena lista de itens considerados primordiais na elaboração de um PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para empresa prestadora de serviços da área de telecomunicações de pequeno porte, ou seja, o provedor de internet: REDE ELÉTRICA O trabalho em rede elétrica pode ser classificado ainda, como Risco Adicional ao trabalho em altura, comprovando necessidade da capacitação de todos os colaboradores de campo conforme estabelecido pela NR-10, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Abaixo algumas dicas para trabalho e execução de redes no sistema de distribuição da Concessionária: 1. Respeitar distância de segurança das redes de Baixa e Média Tensão (BT e MT) para trabalho, confor-

me NBR 15.214 ou Manual Técnico da sua Concessionária; 2. Trabalhar com aterramento sempre que possível e necessário; 3. Utilizar Equipamentos de Proteção Individual, Acessórios e Sistemas de Ancoragem de forma adequada, recebendo instrução de Profissional habilitado e capacitado segundo disposições vigentes; 4. Utilizar Equipamento de Proteção Coletiva e Sinalização conforme estabelecido pelas normas vigentes; 5. Não instalar equipamentos em postes com equipamentos como: transformador, chave fusível, religadores, etc. Passando o cabo em tangente nestes componentes estruturais da rede; 6. Instalar o cabo mantendo distância adequada das redes de BT e MT, segundo NBR 15.214: Distância mínima do cabo BT = 0,6m e Distância mínima do cabo MT = 1,5m para classe 13kV e 1,8m para classe 34kV; ESCADAS O trabalho nos postes da rede de distribuição é caracterizado como Trabalho em Altura pode ser classificado como Risco Adicional ao trabalho com eletricidade, os trabalhadores deverão estar capacitados segundo disposições da NR-35, do MTE. Algumas dicas importantes para trabalho em escada: 1. Manusear a escada sempre com luvas; 2. Limpar a sola do calçado antes de usar; 3. Ao transportar em veículos, acomodar corretamente nas gavetas ou ganchos suporte; 4. Subir e descer sempre de frente, segurando


COLUNISTA firmemente os montantes; 5. Trabalhar somente depois de amarrar firmemente, utilizando o cinto de segurança; 6. Ao atravessar vias públicas tomar muito cuidado, a escada deve ser conduzida em paralelo, e somente no momento da travessia de modo perpendicular; 7. Ao instalar a escada, a distância entre o suporte e o pé da escada deve ser de ¼ do seu comprimento; 8. O trabalho em escada deve ser realizado em equipe, ao subir exija que seu companheiro esteja ao pé da escada para segurá-la; 9. Não podendo amarrar a escada, mantenha o companheiro segurando durante o trabalho; Toda a equipe de execução de redes e ativação de clientes deverá ser orientada e capacitada por profissional habilitado pelo sistema CONFEA/CREA apto a ministrar Treinamentos sobre as Normas Regulamentadoras citadas acima. Lembrando que as informações sobre obrigatoriedade da capacitação de equipe constam em Contrato de Compartilhamento de Infraestrutura, ficando toda a responsabilidade no cumprimento desses itens sob a empresa Ocupante dos postes, e não da empresa de lançamento terceirizada, dúvida frequente dos Empresários de Telecom. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, conforme Art. 9.1.3 da NR-9. É importante ressaltar que uma vez flagrado equipe sem as devidas comprovações de cursos e treinamentos, o Contrato de Compartilhamento poderá ser cancelado, gerando inúmeros prejuízos, multas e dor de cabeça. Fique de olho!

A coluna “Fazendo Planos” é dedicada a repassar informações sobre o dia a dia das atividades relacionadas ao projeto e construção de redes de telecomunicações. Buscamos aqui, encurtar a distância entre o empreendedor de telecomunicações e a concessionária de energia, levando informações sempre em primeira mão. Caso você queira fazer alguma crítica, dar uma sugestão ou simplesmente deixar um comentário, entre em contato pelo e-mail: eloi@instelpaengenharia.com.br

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COLUNISTA COLUNA

DEPENDE...

RONALDO COUTO

ENGENHEIRO ELETRICISTA, COM ÊNFASE EM TELECOMUNICAÇÕES. ESPECIALISTA EM REDES DE FIBRA ÓPTICA. FUNDADOR DA PRIMORI TECNOLOGIA.

UM BOM CLIVADOR É FUNDAMENTAL Sempre comento nos treinamentos que realizo que a ferramenta mais importante do técnico de fibra óptica chama-se CLIVADOR! O uso de um clivador de qualidade é imprescindível para obtermos emendas e conectores de campo com baixas perdas, no entanto, é comum me pedirem para indicar um clivador “baratinho” que será usado “somente” para montar conectores de campo e ativar clientes. Confesso que este tipo de questionamento me deixa muito preocupado com a qualidade das ativações que nossos “técnicos” vêm executando.

Com o objetivo de alertar sobre a importância de um bom clivador, demonstro no gráfico acima como a perda de uma conexão mecânica varia em função do ângulo de clivagem das fibras. Observa-se neste gráfico: a) Fibras clivadas com apenas 1o de inclinação geram conexões com perdas de aproximadamente 1 dB em 1490 nm e de 1,3 dBs em 1310 nm. b) Já com ângulos de clivagens de 2o chegam a produzir conexões com mais 4 dBs em 1490 nm e mais de 5 dBs em 1310 nm. Esta é a razão em utilizarmos um clivador de qualidade; sem ele simplesmente não montamos um conector com baixas perdas. Tenha isto em mente quando comprar seu próximo clivador. Verifique sua especificação e confirme que pode obter clivagens com ângulo máximo de 0,5o. Nesta condição, você conseguirá perdas em torno de 0,3 dBs na conexão. Procure sempre manter o clivador sempre bem limpo e conservado, sem quedas e protegido enquanto não estiver sendo utilizado. Nunca “jogado” dentro da caixa de ferramentas. E, igualmente importante, ajude o clivador a fazer uma boa clivagem...limpe bem a fibra antes de clivá-la! Lembre-se, o CLIVADOR é sua ferramenta mais importante! Sem DEPENDE...!


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VIDA DE SUPORTE

Por André Farias: www.vidadesuporte.com.br NÓS SABEMOS QUE DURANTE O CAMINHO MUITAS COISAS ACONTECEM. E, PRINCIPALMENTE, QUE MUITAS COISAS NÃO DEVERIAM ACONTECER. VOCÊ SE IDENTIFICA COM ESTA VIDA DE SUPORTE?


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NA REVISTA

Este espaço é dedicado a todos os Provedores de Internet do Brasil! Envie uma foto para marketing@ispmais.com.br, ela pode estar aqui na próxima edição!

Pollyanna Rigon Valente, da Creral Telecom Visitando o estande da ISP Shop no 9º Encontro Nacional Anid em João Pessoa/PB.

Guilherme Leão e Nancha Carolina, da UP Tecnologia Também estiveram em João Pessoa/PB para prestigiar o 9º Encontro Nacional Anid.

Emanuel Messias e Ubiraci de Melo, da Inforway Provedor Banda Larga Também visitaram o estande da ISP Shop no 9º Encontro Nacional Anid em João Pessoa/PB.


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Erinaldo Miguel, da Conect Mais um que marcou presenรงa no 9ยบ Encontro Nacional Anid e claro, esteve em nosso estande.

Miguel Frost e Alex Miranda, da Conect Virtua Em Joรฃo Pessoa/PB participando do 9ยบ Encontro Nacional Anid.

Gustavo Zanguetin e Arthur Helfstein da Life Acompanhados pelos colaboradores Rafaela Meireles e Alexandre Garcia em visita a ISP Shop.

Rosauro Baretta, Marcelo Siena e Mรกrcio Izui, da Redetelesul/RouterBox Visitando a ISP Shop.


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Geovane José, Jefferson Helliton e Agostinho Anselmi, da GTEC NET Visitando o CDL da ISP Shop.

Gilberto da Fonseca Paiva, da BIT ON Conhecendo a sede da ISP Shop em Goioerê/PR, acompanhado por Tiko Kamide e Ayron Oliveira.

Luã dos Santos Pereira, da CENTRALNETT TELECOM Visitando a ISP Shop, acompanhado por Vinicius Aragão e Rafaela Meireles.

Emanuel Messias e Ubiraci de Melo, da Nova Opição Distribuidora Participando do MUM em Belo Horizonte/MG.


• Evento: Abrint na Estrada • Dia: 14 • Organizador: Abrint • Local: A definir

MARÇO • Evento: IBusiness • Dia: 16 e 17 • Organizador: Redetelesul • Local: Foz do Iguaçu/Paraná

ABRIL

CALENDÁRIO2017

FEVEREIRO

• Evento: Congresso RTI - Provedores de Internet • Dia: 5 e 6 • Organizador: RTI / Aranda Eventos • Local: Fortaleza/Ceará

MAIO • Evento: Future ISP • Dia: 10, 11, 12 e 13 • Local: Olinda/Pernambuco • Evento: 9º ISP • Dia: 31 • Organizador: Abrint • Local: São Paulo/São Paulo

JUNHO • Evento: 9º ISP [continuação] • Dia: 1 e 2 • Organizador: Abrint • Local: São Paulo/São Paulo



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