OUT / NOV / DEZ 2016
76 TELECOM
20 ANOS DE EXPANSÃO CONTÍNUA NO BRASIL E NO EXTERIOR REDETELESUL: INDICADORES DE DESEMPENHO E RESULTADO QUE ESTÃO MUDANDO A GESTÃO DE EMPRESAS INTERNET VIA FIBRA: MESMO COM A PARTICIPAÇÃO MODESTA O CRESCIMENTO ANUAL É REPRESENTATIVO
Distribuição gratuita e selecionada. Venda proibida.
FICHA TÉCNICA Colaboradores: 76 Telecom, Redetelesul, André Luis Martins Ribeiro, Maurício Pinheiro, Paulo Junior, Alan Silva, Asshaias Felippe, Rogério Couto, Reinaldo Vignoli, Lucas Sillas, Ignacio Daniel Dias, Thiago Buenaño, Marco Andrade, Neusa Kumamoto, Lizandra Scheidt, Paulo Vitor, Elói Piana e Ronaldo Couto. *os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista
Capa 76 Telecom Edição de Capa Higor Almeida Diagramação Lemmer Fachin e Jeferson Tonin Diretor de Atendimento Ayron Oliveira Revisão Vinícius Aragão, Lucas Sillas e Paulo Junior Fotos Shutterstock: shutterstock.com – 76 Telecom – ISP Shop Redetelesul – KMD – Gerencianet - Geogrid - Instelpa Tirinha André Farias : vidadesuporte.com.br
Impressão e Acabamento Gráfica Paraná Publicidade marketing@ispmais.com.br ispmais.com.br : ispmais.com.br/comercial ANO II. EDIÇÃO 06: OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2016
SUMÁRIO 05 05
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EDITORIAL EDITORIAL
ARTIGOS ARTIGOS REDETELESUL ESTÁ CRIANDO PROJETO PARA MELHORAR A GESTÃO DAS EMPRESAS REDETELESUL PROJETO INDICADORES JÁ MELHORA GESTÃO DOS ISPS
ICLASS COMERCIALIZA SOLUÇÃO PARA GESTÃO DE EXCELÊNCIA DAS ATIVIDADES DE CAMPO
QUEM SÃO SEUS ALIADOS? ENTREVISTA COM ULISSES COSTA, DIRETOR DA WANAX CONHEÇA ODE NPS. A FORMA MAIS RATING. SIMPLES NO DE MEDIR FRANQUIA DADOS E ZERO BRASILA ESATISFAÇÃO NA RÚSSIADE CLIENTES EM SEU PROVEDOR ACOMPANHANDO A EFICIÊNCIA DA EQUIPE TÉCNICA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO CONCEITO DE PRESTADORAS DE PEQUENO PORTE (PPP) GRADUAÇÃO OU CERTIFICAÇÃO EM TI? QUAL O MELHOR CAMINHO PARA O SUCESSO PROFISSIONAL?
RANSOMWARE: O SEQUESTRADOR DE ARQUIVOS. COMO SE PROTEGER DESTA AMEAÇA? ANID FARÁ 9º ENCONTRO ANUAL EM AGOSTO
76 TELECOMDO EXPANSÃO CONTÍNUA BRASIL E NO EXTERIOR SUPREMACIA ATENDIMENTO ALIADONO À TECNOLOGIA ISP’S E OS PÚBLICA CUIDADOS COMDE ASNUMERAÇÃO INSTALAÇÕES ELÉTRICAS CONSULTA - PLANO PARA SCM SMART VÍDEO KMD: A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA QUE GERA LUCRO PARA OS PROVEDORES INTERNET VIAPORTEIRO FIBRA UMA REALIDADE GOIOERÊ SEDIOU O ENCONTRO REGIONAL DE PROVEDORES DO PARANÁ
PROVEDORES X 2016 DA MUDANÇA
PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS SENSÍVEIS PARA ISP’S
MARKETING NAS MÍDIAS SOCIAIS PARA PROVEDORES ION TV NA 8ISP - ABRINT
NÃO ADIANTACOM JOGAR HANDEBOL SESEM O JOGO AGORAVEJA É BILHAR, NOVOS HÁBITOS DO CONSUMIDOR PREOCUPADO O FIM DO BOLETO REGISTRO? COMO ENCONTRAR SOLUÇÕES A IMPORTÂNCIA DO REGULAMENTO INTERNO NA EMPRESA 42
IMPORTÂNCIA DAS DESPESAS NA FORMAÇÃO DO CUSTO DO SERVIÇO
COLUNAS
EXCELÊNCIA NA GESTÃO EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES - PARTE 2: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO” A POLÊMICA “FRANQUIA DEDAS CONSUMO” NOS SERVIÇOS DE INTERNET ORÇAMENTO DE POTÊNCIA. O QUE É E COMOCOMO CALCULAR. QUAL O TAMANHO DO MEU PROVEDOR? ME COMPORTAR EM CADA UMA DAS FASES? ALTERNATIVAS PARA MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES ÓPTICAS
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HUMOR HUMOR VIDA DE SUPORTE
VIDA DE SUPORTE 48
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ARTIGOS EXCELÊNCIA NA GESTÃO DAS EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES COLUNAS NOVOS DESAFIOS PARA OS ISP’S
O FRACIONAMENTO DAS ATIVIDADES EM EMPRESAS DISTINTAS, E OS RISCOS ENVOLVIDOS MEU PROVEDOR PRECISA DE E.P.I?
PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO DE REDES ÓPTICAS SUBTERRÂNEAS 54
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VC NA REVISTA
RESERVAS TÉCNICAS
CALENDÁRIO CALENDÁRIO
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EDITORIAL Estamos em um excelente momento para os provedores regionais. Enquanto o País passa por uma crise política-financeira, o segmento de provedores continua crescendo em ritmo acelerado, com um aumento de 19,19 % de 2015 para 2016. Só no mês de Julho os Provedores Regionais cresceram 50% a mais que a Net e 150% mais que a Telefônica em números absolutos. Juntos, os provedores regionais seriam a quarta maior operadora brasileira com 9,94% de participação no mercado, atrás apenas do grupo Net-Claro, da Telefônica e da Oi. A importância do segmento se demonstra no crescimento das associações da classe e na proliferação de novos fornecedores de serviços e produtos. Os grandes fornecedores de telecom - que antes atendiam quase que exclusivamente as grandes operadoras – criaram departamentos exclusivos para atender a demanda dos provedores. Ainda há gargalos evidentes que seguram o crescimento. O crédito é quase inexistente e os agentes financeiros não aceitam as redes como garantia do crédito. Assim, praticamente o mercado cresce por conta própria, e poderia ser melhor incentivado se as promessas governamentais fossem cumpridas, a exemplo do fundo garantidor. Outro gargalo é a altíssima carga tributária brasileira (alguns estudos dizem ser a maior do mundo), com legislação confusa e brigas entre estados e municípios. Nesta edição vamos mostrar a 76 Telecom, um provedor regional que se destacou nestes seus 20 anos de história, e que já atua no mercado nacional e internacional. Importante também destacar o projeto de Indicadores de Desempenho, que está sendo implantado pela associação Redetelesul. Temos vários colunistas estreantes nesta 6ª edição, com assuntos diversos e todos importantes para o provedor.
Boa leitura a todos.
Tiko Kamide Diretor Geral
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REDETELESUL PROJETO INDICADORES JÁ MELHORA GESTÃO DOS ISPs Projeto INDICADORES REDETELESUL
Indicadores de Agosto
Implantado há quatro meses no Paraná pela REDETELESUL, com apoio do Sebrae, o Projeto Indicadores de Desempenho e Resultado já começou a mudar a gestão das empresas associadas, contribuindo para a melhoria de vários índices, como inadimplência, churn rate, taxas de crescimento e qualidade, entre outros – lista completa na tabela anexa. “Nossas empresas já vinham bem, mas melhorar nosso desempenho é fundamental para mantermos a competitividade.
Temos que pensar sempre no futuro”, comenta o presidente da associação, Rosauro Baretta. Ele explica que, através da pesquisa, as empresas comparam a média e os maiores e menores índices em áreas como finanças, gestão de pessoas, inadimplência, gestão de processos, clientes e mercado. Através das comparações, os empresários descobrem como estão em relação ao mercado e aos colegas de outras regiões, levantam pontos fracos e onde podem ser mais eficientes para melhorar a competitividade. E, mais que
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isto, os associados se reúnem mensalmente, quando trocam experiências que otimizam resultados. “Antes, trabalhávamos isoladamente. Agora, dividimos nossos problemas e soluções. Com isso, conseguimos pular etapas e implantar novas metodologias de gestão que estão dando certo”, comenta Baretta. Ele lembra, por exemplo, que os índices de inadimplência no primeiro mês do projeto estavam com pico de 11% e média de 8%. Através da troca de experiências e contratação de uma empresa de consultoria especializada, foram implantadas novas metodologias de trabalho e o índice caiu para 4%. O vice-presidente da REDETELESUL, Eduardo Moradore, classifica o Projeto Indicadores como um divisor de águas. “Sem dúvida, é o serviço mais importante ofertado pela associação, ele gera benefícios enormes para os ISPs, com resultados práticos e a curto prazo” ressalta.
INDICADORES JÁ ADOTADOS:
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O empresário diz que, através do projeto e da troca de informações com outros provedores, conseguiu diminuir o churn rate de sua empresa. “A entrada e saída de clientes era muito grande e isso acabava tomando um tempo extra dos funcionários e aumentando nossas despesas. Realizamos algumas mudanças internas, principalmente no atendimento e já colhemos resultados positivos”, relata Moradore. O objetivo da REDETELESUL é expandir o projeto para outros provedores. “Quanto maior o universo de participantes, maiores serão os benefícios”, relata o presidente Rosauro Baretta. Ele frisa que a associação possui diversos serviços que contribuem com o desenvolvimento das empresas, como cursos e treinamentos. “Estamos discutindo com alguns agentes financeiros a oferta de boletos de cobrança com melhores taxas e a possibilidade de implantar a cobrança através do cartão de crédito”, conta.
- Percentual de Churn Rate por período - Churn Rate Revenue no Período - Inadimplência Seca Imediata - Taxa de Inadimplência 30 dias no período - Taxa de Inadimplência 180 dias no período - Ticket Médio geral no Período - Ticket médio de clientes de rádio no período - Ticket médio de clientes cabo/fibra no período - Ticket médio de contratos novos no período - % de custo de link no período - Custo de RH no período - Banda média vendida no varejo no período - Banda média entregue no Varejo no período - Fator de compartilhamento no período - Índice de reclamações geral no período - Índice de reclamações Rádio no período - Índice de reclamações fibra no período - Taxa de crescimento da carteira no período - Taxa de crescimento do faturamento total com Telecom no período - Taxa de renovação de carteira no período - Taxa de upgrade no período
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QUEM SÃO SEUS ALIADOS? Em tempos de crise e com a economia sem perspectiva de uma mudança a curto prazo, todas as empresas se movimentam na tentativa de se ajustarem ao mercado, e esta realidade não é diferente para nossos provedores de internet. Embora tenhamos um mercado que não para de crescer, já é fato que o cliente nos dias de hoje possui mais de uma opção para tomar a prestação de serviço de acesso à internet. Logo, os elementos essenciais para a estabilidade de uma empresa são as alianças que podemos fazer. Mas quem são os nossos possíveis aliados? Acreditamos que os principais sejam: COLABORADORES Acreditamos que uma aliança já inicia com as escolhas dos colaboradores. Quando associamos pessoas ao quadro de funcionários temos que ter consciência que precisamos incorporar competências que deverão estar alinhadas as estratégias de cada um. Não precisamos só de mão de obra, mas do “coração de obra”, do “pensamento de obra”, da “criatividade de obra”; enfim, precisamos de gente que goste efetivamente de cuidar de gente, pois só assim compreenderemos o que, de fato, nossos clientes sentem quando utilizam nossos serviços. Uma empresa que aplica visão de futuro, deve ter bem definida em suas atribuições, o foco da entrega de valores que agreguem à sua marca. Para isso, os colaboradores precisam interiorizar que essa tarefa está ligada a tudo o que o cliente recebe, mas que ele não paga. Só agregamos valor de verdade
quando o preço cobrado pelo serviço não influencia no gosto ou prazer da utilização, porque geram confiança e/ou satisfação. Quando a empresa conta com profissionais determinados a prestar serviços alinhados à esta visão, o bom atendimento, a cordialidade, a disposição em ajudar e a segurança fortalecem o relacionamento e a fidelização à marca. EMPRESAS PARCEIRAS Outra aliança que precisamos desenvolver está fora de nosso provedor, ou seja, precisamos fazer parcerias comerciais que incorporem as possibilidades de captar clientes novos. É uma forma de ampliar indiretamente a força de vendas sem que haja efetivamente um custo operacional. Neste caso, qualquer empresa ou prestador de serviço que para comercializar os seus produtos ou serviços dependam de acesso à internet, podem ser um parceiro de negócio possibilitando que novos clientes venham para a base de clientes através de uma entrega de benefício. Essa metodologia podemos chamar de Pontos de Vendas Alternativos onde o objetivo consiste em efetivar o ganha-ganha em todos os sentidos. Imaginem uma loja de informática ou celulares onde o cliente recebe um voucher para receber um desconto na ativação, ou um período de desconto nas mensalidades, ou até mesmo, se já é cliente oferta ao cliente que já é nosso cliente uma entrega maior de velocidade... enfim, todos ganham! Tanto o parceiro que está vendendo seu produto com um diferencial ao cliente, ganha; quanto o provedor que está recebendo mais um cliente qualificado em sua base, ganha.
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CLIENTES É a outra forma de alavancar resultados a curto prazo e com forte tendência de aliança porque o cliente satisfeito é um veículo de propaganda involuntário, ou seja, ele gera o “boca-a-boca” naturalmente. Porém, essa parceria requer que tenhamos um conjunto de ações de fidelização que atentem ao comportamento dos clientes da base através de abordagem e pesquisa permanente, afim de garantir ele esteja sempre satisfeito com a entrega do serviço e se sinta protegido para indicar aos seus amigos. Ter uma abordagem como essa só é possível extraindo do sistema de gerenciamento do provedor, a performance de uso, analisar os números e identificar se o plano contratado apresenta bom vínculo de funcionalidade. Ora, será que a velocidade contratada pelo cliente tem boa relação com a quantidade de dados que ele está trafegando e se isso atende suas experiências como usuário? Se sim, ótimo! Se não, temos que melhorar e propor um plano superior afim de que sua experiência mude com nova velocidade. Enfim, após esta experiência do cliente, sendo positiva, podemos convida-lo um a “up-grade” do seu plano. Outra possibilidade são as campanhas do tipo “amigo indica amigo”, que parcela dos provedores já faz quando os clientes indicam um novo cliente. Um assinante que gere um novo cliente por conta de sua indicação tem um desconto em sua mensalidade futura. Pode parecer simples, mas pouco fazem campanha neste sentido. O que não podemos perder é receita!
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Acreditamos verdadeiramente que em tempos de alta competitividade, recessão do capital e poucas oportunidades, uma movimentação de aproximação ao cliente e ao mercado entregam valores e fazem a diferença. Isso é pensar fora da caixinha, ou melhor, fora da “casinha”. A força dessa comunhão com colaboradores, parceiros de negócio e clientes tende gerar ALIADOS, que se transformem em FORÇA DE VENDAS capazes de surpreender muitos provedores na busca pelo resultado de aquisição e de fidelização de seus clientes. Boa sorte, mas principalmente, bom trabalho!
Rogério Couto Possui sólida experiência com mais de 20 anos em áreas comerciais e estratégicas de empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacionais no mercado de telecomunicações, segurança eletrônica e Indústrias eletrônicas. Atuou o mercado de varejo de serviços com foco na gestão de pessoas, abastecimentos e gestão de performances de canais diretos e indiretos de vendas. Foi executivo da VIVO na gerência de vendas de Canais Indiretos, da ADT Security do grupo Tyco Internacional, da ABSYS Tecnologia e Oneti Tecnologia. Formado em Direito e MBA de Gestão Empresarial pela UNITAU e Filosofia pelo IAE. É fundador da RL2m - Consultoria e Treinamento, Consultor e Instrutor para Desenvolvimento Comercial e Qualidade do Atendimento. Instrutor na Primori e na Voz e Dados Cursos.
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FRANQUIA DE DADOS E ZERO RATING. NO BRASIL E NA RÚSSIA
Recentemente no Brasil, está havendo um embate entre o Governo, terceiro setor, academia e as empresas para resolver de forma mais equilibrada possível, os interesses multissetoriais. Em junho de 2016 a suspensão na franquia de dados com base na análise n.º 40/2016/SEI do Conselheiro da Anatel Otavio Rodrigues, determinou Consulta Pública e prévia com todos os setores. No início de agosto de 2016 estive visitando a Rússia com alguns provedores regionais brasileiros para entender o mercado de telecom, as tecnologias aplicadas, políticas de fomento, dentre outras questões daquele país. Mas antes de iniciar a comparação – ainda que breve – entre os dois países, vamos entender como está sendo debatido a questão de neutralidade e franquia de dados no Brasil. Quanto a franquia de dados, no Governo do Brasil existem grupos de trabalhos compostos pela Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, Ministério da Justiça e Cida-
dania – MJC, e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC. Os estudos de Análise de Impactos Regulatórios – AIR, e considerando que é competência da União dispor sobre a organização dos serviços de telecomunicações, conforme artigo 21 da Constituição Federal, que o acesso à internet é essencial para a democracia brasileira nos termos da lei 12.965/2014 – Marco Civil da Internet (MCI), e a reavaliação da Resolução do Serviço de Comunicação Multimídia. Considerando que atualmente não há base normativa que proíba a franquia de dados, o Governo deve pensar na equalização da velocidade ofertada versus o volume de dados, uma vez que não adianta o assinante obter alto volume contratado com baixas velocidades. Deve levar em conta as tecnologias distribuídas aos usuários, localização geográfica onde o serviço de conexão é ofertado, o tamanho do provedor e por fim um acompanhamento anual
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para acompanhar o equilíbrio financeiro das empresas com base no que for decidido. Com relação ao zero rating, a disciplina do uso da internet tem como fundamento a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor, conforme artigo 2º do MCI. Já o artigo 9º ressalta a não-discriminação de pacote de dados. E que de alguma maneira os provedores de conteúdo através dos CDNs (content delivery network) já reduzem o tráfego, aumentam a performance, conseguindo diminuir o custo. Tanto nos PTTs (ponto de troca de tráfego), quanto internamente na infraestrutura dos provedores de maior volume. Mas já os menores, não conseguem chegar nem nos PTTs, nem possuem os pré-requisitos exigidos pelos provedores de conteúdo para colocar dentro do provedor. Discriminar pacotes implica ainda em ferir a neutralidade de rede e fomenta monopólio dos grandes grupos econômicos. Ao mesmo tempo, permite que a população de menor poder econômico possa ter acesso gratuito à rede, porém apenas em uma parte da internet, tornando uma rede murada e ainda com manipulação de consumo de conteúdo. Da mesma forma, zero rating deve ser regulamentado apenas para serviços de emergência, serviços públicos, cultura, educação, direito a informação e liberdade de expres-
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são por exemplo. Acesso a determinado conteúdo não é de graça e sim, alguma empresa está financiando este acesso por intermédio de patrocínio, entre negociações bilaterais com os provedores de aplicação, implicando em quebra de isonomia, desestímulo à inovação e à competição. Como por exemplo google, facebook, whatsapp, entre outros, que notoriamente possuem interesses econômicos nesta modalidade. No entanto, atualmente não há base jurídica concreta que proíba esta modalidade de negócio. A restrição do acesso à internet, proposta pelas operadoras de serviço, prejudica a boa execução de políticas públicas de inclusão digital como os Telecentros e demais Centros Públicos de Acesso. Ao limitar o acesso a determinados sites, a prática de zero rating não apenas restringe o direito de livre acesso à informação e de expressão do cidadão na Internet, como também constrói verdadeiras barreiras sociais entre as nações, ferindo, assim, preceitos constitucionais e democráticos. As empresas de telecomunicação e a Anatel devem respeitar o MCI e obedecer os seus princípios constitucionais que regem a ordem econômica, que por um lado, preveem a livre iniciativa e que por outro a defesa do consumidor. Esta é uma legislação internacionalmente aplaudida. O acesso à Internet é um serviço essencial de interesse
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público. Assim, as empresas concessionárias são obrigadas a fornecer esses serviços de forma contínua, só podendo ser interrompidos por falta de pagamento, conforme previsão expressa no artigo 7º, inciso IV, do MCI. O regime de franquia dificulta a utilização de aplicações na Internet, sobretudo de serviços novos, como os provedores de televisão via streaming e serviços de voz sobre IP (VoIP). Por trás da questão referente ao estabelecimento do regime de franquias existe um interesse econômico do oligopólio das telecomunicações que têm seu serviços tradicionais prejudicados pela ascensão da convergência tecnológica. Por isso, é preciso estar atento para a prática de condutas ante competitivas, devido ao poder de mercado que as prestadoras detêm. E por fim, o setor empresarial se coloca em prol do equilíbrio financeiro dos grupos econômicos. Considera que o acesso à Internet é Direito Humano e metade da população brasileira ainda não possui acesso à Internet em sua residência e a meta governamental é de levar a Internet para todos os municípios brasileiros. Que os modelos de franquia já empregados em telefonia móvel trouxeram resultados positivos para o aumento do índice de inclusão e de acesso à Internet, e o seu emprego na banda larga fixa pode representar uma via de igual potencial para a expansão da inclusão digital. Que a governança e uso da Internet deve promover a contínua evolução e ampla difusão de novas tecnologias e modelos de uso e acesso, como definido pelo CGI como um princípio básico da governança da Internet no Brasil. Que a previsão de crescimento da internet para o ano de 2019 será de 9 bilhões de linhas móveis no mundo e que o tráfego de dados na internet tende a centuplicar, acrescentan-
do-se o cenário de desenvolvimento de novas tecnologias e serviços que demandarão atualização e investimento na infraestrutura de telecomunicações brasileira. A necessidade de contínuo investimento para melhoria e expansão da infraestrutura de telecomunicações que dão suporte às redes de provedores de conexão, especialmente em regiões onde ainda carecem de ofertas de acesso. Que outros provedores de acesso à internet em vários países já utilizam franquia de dados para Internet de banda larga fixa em diversos tipos de conexão, obtendo positivos resultados sociais e econômicos. E que ainda faltam estudos empíricos e dados suficientes sobre as externalidades econômicas e sociais existentes no estímulo e uso deste tipo de modelo de negócio no Brasil. E que considera a existência de regulação suficiente para o setor de telecomunicações no Brasil. MAS E NA RÚSSIA COMO FUNCIONA? Já na Rússia é uma outra realidade. Os problemas enfrentados por este país são distintos aos nossos. Primeiramente eles ainda não possuem um marco civil da internet. Diante disso, vamos explorar o mercado de lá, os entraves, as vantagens e os desafios. Lá não há oferta com franquia de dados e muito menos zero rating. Possuem 30 milhões de acessos fixos, o 4º maior país atrás de China, Japão e Estados Unidos. No entanto, 31% entre 10 e 100 Mbps. 65% entre 1 e 10mbps e 3% abaixo de 1mbps. A principal operadora Rosktelecom, tem 37% do mercado. As 5 principais operadoras atendem 67% do mercado com uma média de $7 dólares por 10Mbps, telefone fixo e IPTV. No interior, na cidade
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de Veronej, ofertam GPON por $5 dólares por 100Mbps, ambos sem franquia de dados. O restante é atendido por provedores regionais. Os médios e pequenos operadores (2 mil assinantes em média), estão caindo porque estão se juntando, uma tendência nítida no Brasil. No país há 10 mil licenças emitidas, mas operadores ativos são entre 2 e 3 mil. A grande Moscou e a grande São Petersburgo tem 15% da população. Outras 10 cidades com cerca de 1 milhão de habitantes. Dividem o mercado de três formas. Acima de 100 mil assinantes, de 10 a 100 mil assinantes e entre 1 mil e 10 mil assinantes. A grande curiosidade é que lá na Rússia todas as informações passam pelo Governo, e portanto as pessoas não tem privacidade. Existem diversos processos judiciais relacionados a crimes digitais, tanto contra provedores de acesso, quanto para provedores de conteúdo. Conversamos com a Associação Nacional de Redes Domésticas de Informação e Comunicação. Eles possuem 56 operadoras associadas. Existe há mais de 10 anos. Eles possuem associados pequenos, médios e grandes. A associação colabora com as empresas estatais de segurança. Sofrem alteração da legislação na área de telecomunicações, colaboram com setor agrícola, fazem apresentações nas conferências e ajudam a mídia. Colaboram com as operadoras quando vão discutir alguma causa na justiça. São experts em monopólio. Colaboram com o Ministério das Comunicações. Elaboram soluções alternativas para resolver na legislação. A canalização foi construída aproximadamente há 20 anos atrás. É da Rostelekom ou de outra operadora. Como é caro construir sua própria canalização, as operadoras alugam a canalização. Na Rússia, a guarda de logs é de 2 anos. E agora estão prestes a aprovar uma lei, que vai obrigar as operadoras a arquivarem áudio, vídeo, e demais informações pelo prazo de 6 meses (hoje já fazem, mas sem respaldo legal). As empresas russas não podem comprar equipamentos americanos análogos aos russos. A Agência Federal anti monopólio multou o Google na ordem de 500 milhões de rublos ($7 milhões de dólares). A associação possui um regime de parceria com empresas estrangeiras. Portanto, existe uma política restritiva, um tanto quanto autoritária, quando se fala em acesso pelo Governo, de todo conteúdo consumido pela população, o que coloca o Brasil à frente da Rússia. Contudo, no que diz respeito a direitos fundamentais, como liberdade de expressão e proteção a privacidade, não há que se negar que a Rússia está à frente do Brasil no que tange à tecnologia, poder de mercado e fomento das atividades de telecomunicações.
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Asshaias Felippe, engenheiro eletricista, formado pela Universidade Norte do Paraná, pós-graduado em Telecomunicações pela Universidade Estadual de Londrina e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É diretor executivo da Solintel e Moga Telecom, sócio fundador do projeto TelCont e atua no mercado de telecomunicações e gestão empresarial há 10 anos.
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PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO CONCEITO DE PRESTADORAS DE PEQUENO PORTE (PPP)
A Lei Geral de Telecomunicações (LGT), Lei 9.472/97, adotou o princípio da competição como pilar para a construção do novo modelo nacional para as telecomunicações. Para que fosse efetivado este modelo de competição era essencial estipular condições regulatórias diferentes para as pequenas prestadoras dos serviços de telecomunicações. Ao longo de anos a Agência Nacional de Telecomunicações não se preocupou em caracterizar formalmente blocos distintos de prestadoras, ou seja, não foram criadas diferentes categorias baseadas no porte das empresas, isso, apesar de facilmente identificada tal separação no setor. Em virtude da inexistência de distinção e categorização formal entre as prestadoras, as resoluções expedidas pelas Anatel também não congregavam obrigações diferidas em decorrência do porte das prestadoras. Apenas em 2011, quase 14 anos de vigência da Lei 9.472/97, a Agência Nacional de Telecomunicações resolveu introduzir uma distinção entre as pequenas e as grandes prestadoras. Isto, depois de atuações marcantes das Associações que representam os pleitos dos pequenos prestadores, e depois da Anatel reconhecer a importância destes players
para a efetiva inclusão digital a nível nacional. O conceito de prestadora de pequeno porte foi inicialmente introduzido pela Resolução nº 574/2011 (Regulamento de Qualidade do SCM – RGQ-SCM). Na referida RGQ-SCM a Anatel conceituou as pequenas prestadoras com sendo aquelas empresas com até 50 mil acessos em serviços (usuários), e na mesma toada apontou que tais empresas não precisariam observar as regras de qualidade para o SCM, devendo apenas observar o Anexo I da referida Resolução (SICI). Após a introdução do conceito de prestadora de pequeno porte no RGQ-SCM outros instrumentos regulatórios criados pela Anatel, posteriormente, trouxeram esta mesma distinção. Vale citar o Regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia - SCM (Resolução 614/2013) e o Regulamento Geral de Atendimento do Consumidor – RGC (Resolução 632/2014). É importante destacar também que o RGC ampliou ainda mais a distinção entre as prestadoras atuantes no setor de telecomunicações, sendo assim criados três blocos distintos de prestadoras. Ou seja, as Micro Prestadora de
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Pequeno Porte com até 5 mil usuários, as Prestadoras de Pequeno Porte com até 50 mil usuários, e as Grandes Prestadoras com mais de 50 mil usuários. Recentemente, ao apresentar proposta de alteração do PGMC – Plano Geral de Metas de Competição, a Anatel visa alterar o conceito de Prestadoras de Pequeno Porte (PPP). Na proposta de alteração do PGMC o Conselheiro Aníbal Diniz sugeriu que as prestadoras de pequeno porte, atualmente aquelas com até 50 mil clientes, sejam classificadas como sem Poder de Mercado Significativo (sem PMS). Com isso, a Anatel pretende compatibilizar os conceitos de prestadoras de pequeno porte (PPP) e de prestadoras detentoras de PMS (poder de mercado significativo). Ou seja, não haverá mais a separação entre PPP (prestadora de pequeno porte), GP (grande prestadora) e PMS (empresa ou grupo detentor de poder de mercado significativo). Tudo isso para evitar a confusão de conceitos e classificações. Mesmo porque várias empresas de grande porte também são detentoras de PMS, e várias empresas de pequeno porte (PPP) compõe grupo detentor de PMS. Em suma, dentro de uma ótica regulatória simpli-
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ficativa, a Anatel irá classificar uma empresa ou o seu grupo apenas como sendo detentor de PMS (com PMS) ou PPP (sem PMS). Numa primeira ótica seria inconcebível compatibilizar os conceitos de PPP e PMS, mas, analisando a ideia de unificação das autorizações e a desregulação para o setor, acredito que o novo formato proposto pode ser interessante, de melhor identificação e mais justo. Ademais, é muito complicado realizar a averiguação do número exato de usuários de cada prestadora, isto, para que seja feito o enquadramento da prestadora nos patamares até então existentes. A tentativa de simplificação é salutar, principalmente, tendo em vista a atuação da Superintendência de Competição da Agência no que tange a identificação de mercados relevantes e a identificação das operadoras ou grupos que possuem efetivamente poder de mercado significativo (PMS). Acredito que aquelas empresas ou grupo de empresas que por ventura forem classificadas como detentoras de PMS, pelo menos em uma determinada região, não poderão ter o “selo de PPP”, independente se em outra região
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a mesma empresa ou uma das empresas do mesmo grupo não detiver PMS. Apenas as empresas ou grupo de empresas que não forem consideradas detentoras de PMS, em nenhuma localidade, deverão ser classificadas como PPP. Esta alteração, se feita com patamares bem definidos, eliminará o escalonamento feito pela Agência no bojo das suas Resoluções atualmente em vigor, qual seja, Micro Prestadoras de Pequeno Porte (até 5 mil usuários), Prestadoras de Pequeno Porte (até 50 mil usuários), e Grandes Prestadoras (acima de 50 mil usuários). E ao trazer um novo conceito para PPP é de suma importância que a Anatel realize dois diferentes tipos de credenciamento. Um credenciamento para as prestadoras de pequeno porte (PPP). Ou seja, a Anatel deverá expedir uma espécie de selo chancelador para as PPP. Isto porque, há inúmeros casos nos quais as obrigações da PPP são confundidas com as obrigações das Grandes Prestadoras. Exemplificando, vale destacar o Regulamento de Qualidade do SCM, pelo qual várias empresas PPP são interpeladas judicialmente para cumprir metas de qualidade que não lhe são oponíveis. Outro credenciamento deverá classificar as detentoras de PMS, e os grupos de empresas detentoras de PMS. Sendo feita a distinção formal sob a emissão de certificados (espécie de credenciamento) para o enquadramento das prestadoras ou grupos, com PMS ou PPP (sem PMS), toda a sociedade em geral irá melhor enquadrar os prestadores atuantes no setor de telecomunicações, bem como irá identificar quais são as obrigações de cada empresa ou grupo. Por fim, não há dúvidas de que caso validado o novo conceito de PPP (sem PMS), no formato acima informado, a Anatel também irá desregular por completo as exigências feitas as Micro Prestadoras de Pequeno Porte (empresas com até 5 mil usuários).
Dr. Alan Silva Faria, Advogado, Sócio da Silva Vitor, Faria & Ribeiro Advogados Associados, bacharel em Direito pela FESBH, com MBA em Direito Empresarial pela FGV Fundação Getúlio Vargas. Consultor Jurídico. Atuação em direito das tecnologias, com ênfase em telecomunicações e internet. Atuação em direito regulatório.
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RANSOMWARE: O SEQUESTRADOR DE ARQUIVOS. COMO SE PROTEGER DESTA AMEAÇA? Ransomware é um tipo de malware que após infectar o sistema, cobra um determinado preço pelo resgate dos arquivos infectados. Sem dúvida, uma grande dor de cabeça para quem não está protegido contra essa ameaça. Alguns tipos de ransomwares criptografam os arquivos impossibilitando sua abertura de forma simples. Já outros, apenas travam o sistema, exibindo uma mensagem na tela de como pagar o resgate, que pode variar entre U$ 100 até U$1000 dólares. O único método para recuperar os arquivos é através da chave privada, que infelizmente é mantida nos servidores dos criminosos, e só é fornecida com o pagamento. Mesmo a vítima realizado o pagamento, não há garantias do resgate e a conscientização é fundamental, pois ainda não há ferramentas de descriptografia disponíveis para todos os tipos de Ransomware existentes. E o número de vítimas está crescendo: segundo a Kaspersky Lab, a quantidade de usuários atacados por ransomware de criptografia aumentou de 131 mil em 2014-2015 para 718 mil em 2015-2016. Como exemplo, podemos citar o Ransomware CryptoWall, o vírus que criptografa arquivos que foi descoberto em 2014 e até hoje continua infectando sistemas em todo o mundo, levando prejuízos financeiros e psicológicos para as pessoas, principalmente ligadas no ramo empresarial. O mercado negro de ransomware tem se mostrado muito lucrativo, como apontam diversas empresas de segurança. O primeiro vírus que criptografa arquivos conhecido foi o Dirty Decrypt, após ele veio o CryptoLocker, PowerLocker, Citroni, CryptoWall, CryptoWall 2, CryptoWall 3, Torrent Locker, Cryptographic Locker e recentemente o TeslaCrypt que utiliza criptografia simétrica RSA-2048 para criptografar os arquivos.
VAMOS CONHECER SOBRE ALGUNS EXEMPLOS DE RANSOMWARE, O VÍRUS QUE CRIPTOGRAFA ARQUIVOS.
Ransomware Reveton Em 2012, foi descoberto o Ransomware conhecido como Reveton, e começou a se espalhar rapidamente. Quando o sistema é infectado, é exibido um aviso supostamente vindo de uma agência de segurança, alegando que o computador tem sido usado para atividades ilegais, como o download de software pirata. O aviso informa ao usuário que para desbloquear o sistema é necessário pagar uma multa utilizando um serviço como Ukash ou paysafecard. Para reforçar que o aviso é verdadeiro, é exibido na tela do computador o endereço IP além da imagem da webcam, dando a sensação de que realmente o computador está sendo vigiado por alguém.
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Ransomware CryptoLocker
Uma nova versão do vírus que criptografa arquivos reapareceu em setembro de 2013, como um trojan chamado CryptoLocker, e que agora gerava uma chave de criptografia de 2048 bits RSA enviadas através de um servidor usado para criptografar os arquivos. Esse vírus que criptografa arquivos exibe uma mensagem dizendo que irá excluir a chave privada se um pagamento de Bitcoin não for realizado dentro de 3 dias após a infecção. Devido a complexidade e o tamanho da Chave de criptografia que usa,os analistas e os afetados pelo Ransomware Cryptolocker o consideram extremamente difícil de reparar. Estima-se que, pelo menos U$ 3 milhões foram extorquidos com o malware. Em setembro de 2014, surgiu uma nova onda de trojans ransomware, sendo o primeiro alvo na Austrália. Nomeados CryptoWall e CryptoLocker (como um CryptoLocker 2.0, sem relação com o CryptoLocker original). Os trojans se espalhavam através de e-mails fraudulentos com mensagens sobre falhas de encomenda. A Symantec informou que estas novas variantes, que foram identificadas como CryptoLocker.F, não tem relação com o CryptoLocker original devido as diferenças nas suas operações. Outro trojan criado nesta época foi o Ransomware Torrent Locker,que também usa a mesma keystream para cada computador infectado, tornando a criptografia difícil de ser quebrada. No final de 2014, foi estimado que mais de 9.000 usuários tinham sido infectados pelo Torrent Locker.
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COMO REMOVER O RANSOMWARE? Tal como em outras formas de softwares maliciosos, os anti-vírus podem não detectar uma instalação do Ransomware, especialmente os mais recentes. Se um ataque é detectado em seu estágio inicial, vai levar um tempo para a criptografia ocorrer, e com a remoção imediata do Ransomware os danos serão menores. Você deve ter uma preocupação especial ao lidar com os Ransomwares, utilizando um bom anti-vírus com outras políticas de segurança te ajudarão a prevenir, mas não protege contra todos os ataques. Mantenha uma cópia de segurança dos dados armazenados em locais protegidos, pois os malwares podem criptografar um Backup que esteja armazenado em um HD USB ou servidor de backup. Dependendo do Ransomware e se o sistema operacional estiver funcionando, você pode tentar realizar uma restauração da copia de sombra de arquivos ou fazer uma recuperação de arquivos utilizado um sistema tipo o Data Recovery. Geralmente, o Ransomware exclui o arquivo original e cria um novo criptografado. A ideia aqui e recuperar os arquivos que foram excluídos pelo Ransomware. Enquanto algumas ameaças e ataques de Ransomware não podem ser totalmente eliminadas, o uso da estratégia de segurança em camadas é a melhor possível. Recentemente a Kaspersky juntamente com outras empresas de segurança conseguiram recuperar algumas chaves de criptografia do Ransomware CoinVault nos servidores dos criminosos, e disponibilizou as ferramentas necessárias para você tentar recuperar os seus arquivos criptografados. Acesse o site http://www.marcoandrade.com.br para maiores informações sobre essa ameaça. Bom, no momento só tenho essas informações para te auxiliar na proteção, e aguardamos novas ferramentas que possam recuperar os arquivos criptografados! Até a próxima! Marco Andrade, Profissional TI há mais de 10 anos formado em Gestão da Tecnologia da Informação, Certificado Microsoft, ITIL e ISO 27002. Atualmente possui um blog que trata assuntos sobre Tecnologia da Informação, com foco em Certificação Profissional e um canal no Youtube com Cursos para Profissionais de TI. Seu maior objetivo é capacitar e guiar principalmente os Profissionais de TI iniciantes, de modo que possam ser Certificados pelas maiores empresas de Tecnologia do mundo como Microsoft e Cisco, alcançando assim o sucesso Profissional. Blog- http://www.marcoandrade.com.br Youtube – https://www.youtube.com.br/MarcoAndradeTI
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76 TELECOM
EXPANSÃO CONTÍNUA NO BRASIL E NO EXTERIOR Operadora de internet e telefonia fixa com quase 20 anos de história trabalha para atender as expectativas dos clientes mais exigentes. Até o final desse ano, serviços estarão disponíveis em mais três regiões: Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza A 76 Telecom é a Operadora de Internet e Telefonia Fixa que vem crescendo acima da média frente às demais operadoras no país. Desde que foi fundada, mantém a perenidade de seus negócios, atingindo metas de crescimento muito positivas nos mercados nacional e internacional. A cada ano, registra aumento entre 50% e 80% em seu faturamento com serviços de dados, voz e data center. Hoje, possui mais de 5 mil km de fibra óptica própria e oferece suporte técnico 24 x 7 e tráfego de 40 GB entre seus principais pontos de rede. A 76 Telecom vem trabalhando com muita seriedade, visando atender as expectativas dos clientes mais exigentes. Para isso, investe fortemente na qualificação de seus colaboradores e na expansão contínua de sua malha óptica. Com sede em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, conta com 120 colaboradores e computa milhares de clientes em diversas partes do país. Está presente atualmente nos Estados de São Paulo (Capital; Alto Tietê, composta por 11 municípios com aproximadamente um milhão de habitantes; regiões como Vale
do Paraíba; Grande ABC; além do litoral, em Santos; Caraguatatuba e Ubatuba), Minas Gerais (região sul), Ceará (Fortaleza) e Rio de Janeiro (Capital). Atenta às demandas do setor, atua em segmentos de atacado (com as Operadoras e Provedores), mercado corporativo e governo. Dentro de seus segmentos, a 76 Telecom sai na frente das concorrentes com um diferencial de mercado: tem produtos personalizados para PME, Grandes Empresas e Operadoras/Provedores, com tecnologia de ponta, flexibilidade e agilidade na ativação. Ainda dentro do seu portfólio de clientes, a 76 Telecom atende com serviços de dados e voz importantes órgãos públicos no cenário nacional. Entre eles, o Governo do Estado de São Paulo, prefeituras, câmaras municipais e outras autarquias. Presente nos principais data centers da capital paulista, a 76 Telecom conta com conexão no PTT de São Paulo e do Rio de Janeiro (com rede própria) e possui dentro de sua estrutura física de data center os maiores geradores de conteúdo nacional e internacional, como Netflix, Akamai, Google, entre outros.
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SEGMENTOS COMERCIAIS No Atacado, a 76 Telecom atua prestando atendimento a provedores e operadoras nacionais e internacionais, oferecendo Trânsito IP, LastMile, Lan to Lan entregue em MPLS. Para o Mercado Corporativo, a 76 oferta o link dedicado, telefonia fixa (E1, DDR, SIP, portabilidade), VPN, Lan to Lan e serviços de data center. “Atendemos o SLA de mercado e o tempo de recuperação, em caso de falha, é ágil devido às nossas equipes técnicas serem próprias. Cerca de 90% dos chamados são resolvidos remotamente pela equipe de suporte”, destaca o CEO, Dimas Martins. A 76 Telecom tem soluções de telefonia fixa e internet para mercado SoHo e residencial, oferecidos somente na região de Mogi das Cruzes, atendendo também as áreas rurais na região por meio de sinal de rádio. EXPANSÃO O CEO da 76 Telecom, Dimas Martins, detalha que até o final de 2016, a empresa dará início à operação de serviços de dados e voz para o mercado corporativo em outras partes do país. “O nosso planejamento é chegar com
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estrutura própria no Rio de Janeiro, Fortaleza e em Porto Alegre, o que deve acontecer até o final deste ano ainda. Já estamos no Sul de Minas Gerais e também abrindo bastante frente no Vale do Paraíba, em São Paulo”. Martins destaca a linha de crescimento da empresa, que desperta atenção. “Estamos há quase dez anos no mercado como 76 Telecom e, nos últimos anos, estamos crescendo entre 50% e 80% ao ano. É contínuo”. O CEO acredita que isso se deva a uma equipe engajada e a demanda por serviços de qualidade, como os oferecidos pela 76 Telecom. QUALIDADE E ATENÇÃO ÀS NOVIDADES Um dos preceitos da companhia é manter atendimento de qualidade de ponta a ponta, desde a contratação
até a entrega efetiva do serviço. Por isso, vem galgando cada vez mais espaço no mercado. Para manter o que já conquistou e de olho no futuro, a 76 Telecom atualiza-se com frequência diante das novidades do setor, participando, sazonalmente, de importantes congressos e conferências de telecomunicações. O mais recente foi em maio, em Chicago, e ainda este ano participará de mais dois congressos, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. 76 TELECOM: DO BRASIL PARA O MUNDO Em 2016, a 76 Telecom passou a atuar no exterior, mais precisamente em Miami, nos Estados Unidos, oferecendo serviços de IP e LastMile. “Como atendemos muitas empresas multinacionais, decidimos montar es-
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trutura dentro de um data center. A vantagem para as internacionais é a agilidade de comunicação da matriz, que fica fora do país, com a filial no Brasil. Com essa interligação, provemos serviço de dados entre as unidades, onde a capacidade de troca de arquivos entre elas é bastante ágil”, enaltece o CEO Dimas Martins. HISTÓRIA Dimas Martins começou a idealizar o que hoje é a 76 Telecom em 1998, no centro de Mogi das Cruzes. Na época, ele - que atuava como gerente de TI, inclusive
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prestando assessoria para algumas empresas - percebeu a deficiência do mercado regional na prestação de serviços de dados e decidiu apostar. “Localizamos um problema de comunicação em Mogi. Na época, a oferta era mínima. Foi aí que optamos por montar uma rede para fazer atendimento desse mercado na região”, relembra. Com dois funcionários, Martins abriu a primeira companhia. Em 2010, criou a 76 Telecom com a sede em Mogi, firmou parceria com um grupo de investidores e deu início também à operação de voz. A nomenclatura 76 refere-se ao código de longa distância.
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ISP’s E OS CUIDADOS COM AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Uma instalação elétrica envolve um conjunto de componentes e dispositivos eletroeletrônicos que tem por finalidade prover o suprimento, distribuição e supervisão de energia elétrica de baixa tensão. É composta basicamente pelos cabos elétricos e demais dispositivos que suportam e permitem a proteção e o acionamento dessa rede para suprir as diversas cargas instaladas na infraestrutura de telecomunicações. Por carga identificamos qualquer tipo de equipamento elétrico ou eletrônico, como os sistemas de iluminação e tomadas, sistemas de ar condicionado, alimentação de computadores, rádio enlaces e demais equipamentos de telecomunicações, de telefonia etc., conectados à rede elétrica. As ameaças mais comuns para os equipamentos eletrônicos nas redes de telecomunicações são os ruídos elétricos, variações e transientes de tensão, interrupções no fornecimento de energia elétrica, entre outros. Além destas ameaças, instalações em condições adversas, situadas em torres ou locais de difícil acesso, e ainda aquelas situadas em localidades servidas por redes elétricas de má qualidade, são situações que podem colocar em risco a integridade
dos equipamentos da rede de comunicação. A estabilidade no fornecimento da energia elétrica normalmente é garantida pela concessionária local, permitindo o funcionamento correto dos equipamentos eletrônicos. Entretanto, a energia fornecida possui certas características, como tensão, corrente e frequência, que podem sofrer perturbações eletromagnéticas e afetar o ambiente eletromagnético. O ambiente eletromagnético é o resultado dos diversos elementos adicionados ao ruído ambiente no qual estão inseridos e pode ser definido pelos seus diversos equipamentos e sistemas constituintes, tais como a rede de energia elétrica, tipo de edificação, infraestrutura de telecomunicações, tipo de cabeamento, equipamentos eletrônicos instalados e pelo ambiente externo que o circunda. Segundo a norma brasileira ABNT NBR 5410, as instalações elétricas podem ser classificadas de acordo com o tipo de rede utilizada, cuja escolha é função do ambiente e da modalidade das cargas que serão atendidas e esta será constituída por uma série de componentes, que são representados no diagrama de blocos da Figura 1.
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Figura 1 - Diagrama de blocos de uma instalação elétrica típica
ONDE: • Concessionária – empresa que fornece a energia elétrica comercial; • Entrada e Medição – entrada é o ponto da instalação compreendida entre o ponto de entrega da energia elétrica pela concessionária e o ponto de medição. A Medição é constituída pelo medidor de energia elétrica (relógio medidor de luz), que se destina a registrar o consumo de energia elétrica da instalação; • Dispositivos de Proteção e Comando – compreende os dispositivos de proteção elétrica instalados entre o ponto de entrada e medição e o circuito alimentador contra distúrbios na energia elétrica fornecida
pela concessionária ou falha no sistema elétrico do consumidor; • Alimentador – circuito que interliga o quadro de Entrada e Medição ao Quadro de Distribuição dos circuitos do consumidor; • Quadro de Distribuição – destina-se a receber o alimentador e, por meio de barramento conveniente, alimentar os dispositivos de proteção e comando dos diversos circuitos parciais do sistema elétrico predial; • Circuitos Parciais – circuitos destinados à alimentação de circuitos de iluminação, tomadas para uso geral (equipamentos de testes, por exemplo) e tomadas para uso específico (ar-condicionado, por exemplo).
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PERTURBAÇÃO ELETROMAGNÉTICA Uma perturbação eletromagnética é todo fenômeno eletromagnético, notadamente um “ruído eletromagnético”, um sinal indesejado ou a modificação não planejada do próprio meio de transmissão, suscetível de criar problemas de funcionamento em equipamentos ou sistemas de comunicação. Essas perturbações podem tomar a forma de variações na tensão, variações na corrente, variações na frequência e ruído elétrico. Infelizmente, nem sempre tais problemas são de fácil localização e solução, demandando um cuidadoso trabalho de pesquisa. Em especial, os problemas de infraestrutura requerem a atenção imediata do administrador da rede, sob pena de sérios prejuízos ao funcionamento dos sistemas. Por exemplo, a maior parte das distribuidoras de energia elétrica disponibiliza ao usuário uma instalação secundária composta por três fases de 127 V cada uma, mais o neutro, sendo este, aterrado. O usuário, por sua vez, projeta o quadro de força e a instalação elétrica a partir desta disponibilidade, fazendo o balanceamento por meio de uma equitativa distribuição de cargas entre as fases, tentando equilibrar as perdas no cabeamento. Assim, consegue-se que, em regime de operação, a tensão nominal permaneça em torno dos 127V. Entretanto, pode ocorrer uma interrupção da circulação de corrente pelo neutro em função de algum problema físico na instalação, como rompimento de cabos, oxidação dos contatos na caixa de entrada etc. Em algumas instalações pode acontecer de um eletricista colocar inadvertidamente um fusível de proteção no neutro. Esta é uma situação potencialmente perigosa, pois, se o fusível romper, ao invés de proteger, provocará também a perda do neutro.
Com esta perda, a corrente de retorno antes circulante pelo neutro, passa a circular entre as fases, provocando um completo desbalanceamento da tensão nominal. Dependendo da potência dos equipamentos instalados, o efeito sobre a rede elétrica poderá ser significativo, interferindo no correto funcionamento de equipamentos mais sensíveis como àqueles destinados à comunicação, como switches, routers, bridges, ODU’s, entre outros. A distribuição de energia elétrica se dá através de um sistema com duas ou três fases e um neutro e foi concebida como uma maneira eficaz de conciliar a necessidade de um valor de tensão seguro, com um cabeamento economicamente viável. Entretanto, os desequilíbrios de tensão que ocorrem nesse sistema elétrico afetam a qualidade da distribuição da energia para os consumidores finais (Figura 2).
Figura 2 - Equilíbrio entre fases da energia elétrica
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CUIDADOS COM A REDE ELÉTRICA Para uma rede de comunicação faz-se necessária a adequada alimentação dos diversos equipamentos que serão conectados na rede elétrica. Muitas vezes e, por diversos motivos, não é feita a adequada proteção das linhas de energia, sujeitando os diferentes equipamentos de comunicação aos diversos distúrbios que aí se originam. A alternativa para os problemas de desequilíbrios na energia elétrica é um estudo detalhado do projeto da rede elétrica a fim de equilibrar a distribuição das cargas monofásicas alimentadas pelos diversos circuitos elétricos nos consumidores finais. As precauções a serem tomadas durante o projeto de infraestrutura da rede de energia devem abranger desde o cabeamento, o percurso relativo dos cabos de potência e cabos de baixa corrente elétrica (sistemas de controle e automação), o posicionamento dos equipamentos, cuidados com possíveis fontes de perturbação e interferência até o próprio sistema de aterramento. Uma blindagem ou aterramento mal conectado, um equipamento ou extensão elétrica acrescentada sem os devidos cuidados técnicos podem ser suficiente para trazer problemas sérios ao desempenho da rede elétrica e, em consequência, aos equipamentos instalados. Por esses e outros motivos, é muito importante que qualquer modificação no projeto da infraestrutura seja devidamente analisada e documentada para que informações essenciais não se percam ou sejam negligenciadas no momento de um reparo.
José Maurício dos Santos Pinheiro é Gerente de Engenharia e Operações na BRIP Multimídia, Profissional da área de tecnologia, professor universitário e palestrante. Possui mais de 20 anos de experiência profissional e carreira estruturada em gestão, operação e manutenção de redes de telecomunicações, teleprocessamento e automação, com ênfase em projetos de infraestrutura. É autor dos livros e artigos técnicos publicados em congressos e revistas especializadas.
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INTERNET VIA FIBRA UMA REALIDADE Se formos analisar a evolução das redes físicas que permitiam o acesso à Internet desde os seus primórdios até os dias de hoje, veremos a grande quantidade de tecnologias envolvidas. Desde o surgimento da ARPANET, em 1969, satélites e sistemas via rádio sempre foram utilizados, e ainda são, assim como sistemas cabeados. Quando falamos da evolução tecnológica de cabos para aplicações externas de acesso a serviços, principalmente no Brasil, esta foi mais lenta quando comparamos com os países desenvolvidos. Até hoje boa parte das nossas redes ainda contém cabos antigos, degradados e circuitos com muitas perdas. De acordo com dados coletados da Anatel, o market share das soluções xDSL é líder de acessos no país, seguido pelo cable modem, com percentuais aproximados de 51% e 32% (dados de janeiro a maio de 2016), respectivamente. Ambas tecnologias absorvem mais de 80% do market share do setor, sendo que a solução xDSL utiliza os antigos cabos de cobre da rede telefônica e não é capaz de fornecer a qualidade requerida pelas demandas de multimídia atuais. Esta “responsabilidade” recai sobre o cable modem e as
fibras ópticas. O primeiro utiliza dos cabos coaxiais que possuem largura de banda muito maiores que os cabos de cobre de pares trançados tradicionais e um modem na ponta (lado do usuário). A segunda, fibras ópticas, possui estabilidade, permite longas distâncias, baixas perdas, imunes às interferências eletromagnéticas e largura de banda gigantesca, além do mais, podem ser terminadas dentro da casa do indivíduo. Falando mais especificamente sobre fibra óptica, nesse caso, o Brasil ainda tem uma participação modesta se observarmos que até maio de 2016. O percentual de participação foi apenas de 5,55%! Entretanto, podemos ver com bons olhos este valor, pois há um crescimento de aproximadamente 1% no período de um ano. O valor é discreto, mas há de se verificar que outras tecnologias, no mesmo período, tiveram quedas em suas participações. Ainda baseado em dados da Anatel, se analisarmos a evolução das três principais tecnologias no tempo (excluindo acessos sem fio), trimestralmente, entre o último trimestre de 2014 e o primeiro semestre de 2016, teremos o seguinte gráfico:
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Podemos interpretar que, embora haja uma queda na variação percentual da fibra, esta tecnologia, dentre as três mais representativas no momento (não incluindo soluções sem fio), é a única que apresenta variações positivas e expressivamente maiores, comparando às variações negativas do xDSL, por exemplo. Tanto o xDSL quanto o Cable Modem já denotam quedas nos acessos. Apesar de modestos, devido aos restritos investimentos no período, estes números mostram a tendência na evolução tecnológica de acesso em fibra óptica aos serviços de Internet. Além dos números apresentados, sentimos em nosso dia-a-dia, as demandas por acessos mais ágeis quando tentamos assistir a um vídeo no YouTube, ou a um filme no Netflix, ou uma aula à distância, e a imagem ou áudio começam a “falhar”, não é mesmo? Este aumento de demanda, principalmente, por áudio e vídeo de qualidade, vai exigir mais da rede de acesso que você possui. É nesse momento que a solução óptica começa a despontar. SOLUÇÕES ÓPTICAS Para suprir as demandas de alto desempenho com fibras ópticas o mercado vem implementando redes do tipo FTTx, ou seja, Fiber to the “x”, onde o “x” pode ser diferentes pontos de entrega da rede óptica, como abaixo: FTTB (Fiber to the Building) – é uma arquitetura de rede externa que termina na entrada de um prédio, seja ele comercial ou residencial. Se a edificação possui um sistema de cabeamento estruturado implementado, o cabo externo terminaria na Entrada de Facilidades (EF), e a partir deste ponto o cabo óptico é substituído por outro, porém do tipo interno. Entre a EF e a Sala de Equipamentos (ER), a rede pode ser óptica ou metálica, assim como desta sala às Salas de Telecomunicações. E o cabeamento horizontal é, geralmente, realizado com cabos metálicos. Vide maiores detalhes sobre cabeamento estruturado no “Papo Estruturado” em: http://www.rvconsultoria.com.br/
FTTA (Fiber to the Apartment) – Neste caso, a rede externa é terminada dentro da Sala de Equipamentos (ER) onde o sinal óptico é “dividido” através de splitters ópticos, sendo entregue uma única fibra por apartamento, ou sala comercial. PRÉDIO COMERCIAL OU RESIDENCIAL
2º Pavto.
1º Pavto.
Splitter Óptico
OPERADORA
EF
Rede Troncal ÓPTICA
Cabo drop
ER
Mini-DIO
Equipto. Óptico receptor Distribuição interna
Caixa de emenda óptica externa
TÉRREO
Cabo óptico interno
FTTH (Fiber to the Home) – Essa arquitetura é semelhante à anterior, porém trata de atendimento de casas onde a rede externa é finalizada dentro da casa do cliente por uma única fibra. Splitter Óptico
OPERADORA
Rede Troncal ÓPTICA
Cabo drop Caixa de emenda óptica externa
Mini-DIO
Equipto. Óptico receptor
INTERIOR DA RESIDÊNCIA
Distribuição interna
Os Provedores de Serviços via Internet (ISPs) ou Operadoras em geral, apesar de ainda possuírem longas distâncias em redes baseadas em xDSL, Cable Modem ou híbridas (HFC – Hybrid Fibre Coax), tendem a migrar gradativamente para as redes ópticas como as arquiteturas apresentadas em FTTx, em função da alta demanda pela qualidade, estabilidade, e largura de banda ao acesso à Internet e aos seus serviços com incalculáveis bytes. Referências:
PRÉDIO COMERCIAL OU RESIDENCIAL
2º Pavto.
1º Pavto.
Splitter Óptico
OPERADORA
EF
Rede Troncal ÓPTICA
Cabo drop Caixa de emenda óptica externa
ER
Mini-DIO
Equipto. Óptico receptor Distribuição interna
Cabo óptico interno
TÉRREO
Reinaldo Vignoli, é Engenheiro Eletricista, formado pela PUC/MG, possui MBA em Gerenciamento de Projetos, especialista em Projetos de Infraestrutura Física de Redes e Professor Universitário. Vignoli também atua como consultor e projetista, ministra treinamentos técnicos de cabeamento estruturado e redes ópticas e é colaborador da norma de cabeamento ABNT NBR 14565:2013, além de produtor de conteúdo sobre cabeamento em mídias sociais. Site: www.rvconsultoria.com.br
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PROVEDORES X 2016 DA MUDANÇA Mais da metade do ano passou e seu provedor ainda não investiu em inovação? Mas afinal, o que é inovação?
Se voltarmos no tempo vamos lembrar dos primeiros minutos 2016, quando, rodeados de amigos e familiares, estourávamos champagne e pedimos um ano de muitas conquistas, mudanças e investimentos. Dos 365 dias do novo ano, mais da metade já se foi e ainda não conseguimos encaixar investimentos com aquele efeito dominó positivo. Precisamos de algo que seja contínuo, algo que transforme-se em lucro, aqueça nossas vendas e principalmente, continue fidelizando nossos clientes. Não é simples para um provedor abrir as portas
para novos ramos, mas devido à instabilidade política que a quase 2 anos bate na porta no nosso país, precisamos estar antenados nas inovações, na modernidade que nos faça sair na frente do concorrente, mas que principalmente torne o nosso atual negócio ainda mais forte. Parece um propósito que vem totalmente em desacordo do que ouvimos, em tempos de crise, porém temos que refletir. O que fazer em tempos de “vacas magras”? É óbvio que não vamos arriscar nossas fichas em opções que vão apenas levar nosso dinheiro. Precisamos
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de possibilidades que ofereçam parceria fácil, confiável e que gere resultados. Temos que alinhar o pensamento do que queremos com o que podemos, sem esquecer do nosso consumidor, afinal ele vai ter que encarar nossa ideia e se render aos benefício dessa nova solução. Hoje não existe fórmula mágica para combater a crise, mas temos que olhar ao nosso redor os pontos que são favoráveis para nossos provedores e usar isso como a famosa “carta na manga”, para batermos de frente com a insegurança. Mesmo depois de tantos argumentos, sabemos que muitos ainda veem possibilidades de inovação apenas como um investimento pós crise, porém temos que pensar diferente. Vamos sentar no sofá de casa e esperar a crise passar? Ou vamos arregaçar as mangas e trabalhar ainda mais, mostrar nosso diferencial e fazer com que nosso cliente final não veja nosso serviço como supérfluo. Bingo! Chegamos exatamente no clímax da nossa conversa. Avançar, crescer e investir... Essas três palavras não são apenas um sonho, são realidade para aqueles que tem o pé no chão. É a famosa história do vendedor de lenços, que enxergou um oportunidade enquanto os outros choravam. Nós temos que tornar nossos provedores vendedores de lenços, empresas que mostrarão para os clientes a importância dos nossos serviços e de que as novidades que temos para oferecer, e olha que temos vários argumentos para servir de embasamento. Muitos dizem que a internet é um gasto supérfluo nas casas das pessoas, porém vemos que com o descaso que as grandes Teles tem com os seus planos limitados de 3 e 4G, nossos pequenos provedores são os principais fornecedores de internet de qualidade, nós conectamos o público final e podemos garantir que hoje a Internet deixou de ser um simples adereço para se tornar fundamental na vida dos brasileiros. Agora some todos os pontos positivos, subtraia a crise... Ainda temos um Crédito para mostrar para nossos clientes que eles podem mais e o que eles querem nós vamos oferecer. Aliás, chegou a hora de analisarmos o outro lado da moeda, já que conseguimos mostrar que em tempos de crise temos que nos mexer. Precisamos buscar aquelas parcerias, já citadas, que serão benéficas e vão de encontro com que nosso público busca, potencializando a venda do nosso atual portfólio e elevando os níveis do serviços prestados. Resumindo: Precisamos afinar o vínculo e fidelizar ainda mais nossos clientes. Hoje podemos afirmar que o brasileiro tem investido mais em segurança do que sempre se investiu. Isso por
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que os investimentos governamentais, sejam federais ou estaduais, estão estagnados desde o início da crise, em meado de 2014. Paralelo a isso, a violência tem subido degraus rapidamente, colocando o índice de insegurança do Brasil mais próximo do topo mundial. Com essa afirmação é que podemos perceber que esse é o choro que nosso vendedor de lenços precisava. Nossos provedores precisam de soluções que façam com que as pessoas sinta-se protegida utilizando a internet. Elas precisam de monitoramento web, de saber quem entra e quem sai da sua casa ou de seu comércio, ou seja, precisamos oferecer algo que vai continuar tendo nossa banda larga como fundamental. É claro que não podemos dividir as atenções dos nossos
técnicos, colocando-os para monitorar ambientes em frente a uma tela, ou até mesmo contratar mais pessoal para exercer esse tipo de função. Precisamos aliar esse momento, a necessidade social dos investimentos em segurança e oferecer oportunidade para que os próprios usuários monitorem seus ambientes, façam suas escolhas e até automatizem sua casa, porém temos que ter a solução certa. Uma solução que vai potencializar nosso portfólio, que fará com que a demanda por internet seja maior e agregado a isso supra as necessidades do nosso cliente final. Sinceramente, ainda temos medo da “IOT – Internert of things”, porém percebemos que ela é o melhor caminho para que possamos abranger todos os tópicos aqui citados. Um exemplo claro disso é o do empresário Tiko
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Kamide, que a vários anos vem se destacando no cenário dos provedores e está à frente de um novo projeto relacionado a Internet das Coisas, a KMD. O próprio Tiko destaca o momento de se investir nesse tipo de opção para aquecer o mercado. “Nós provedores somos a frente do tempo e entendemos que quando surge uma opção de crescimento, temos que levar ela para nossos clientes. A KMD é uma inovação que fará com que sejamos um elo entre segurança, monitoramento e a necessidade de uma banda de qualidade para o bom funcionamento. Chegou a hora de apostar na internet das coisas” frisou Kamide. Essa é a hora de vender lenços... descubra qual é o seu em www.kmd.ind.br, ou entre em contato pelo telefone (44)3838.1031 e saiba mais.
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Paulo Junior é Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Acadêmico de Administração pela Faculdade Dom Bosco e Analista de Marketing da ISP Shop.
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MARKETING NAS MÍDIAS SOCIAIS PARA PROVEDORES
Os provedores de internet em geral têm nas mídias sociais uma ferramenta de marketing extremamente poderosa, porém, são poucos os que a utilizam da melhor maneira. O marketing digital para provedores de internet é a oportunidade que toda empresa sonha em ter: Uma mídia relativamente barata, com largo alcance, e que ainda possibilita que se comunique com seus clientes enquanto eles estão utilizando seu serviço! Imaginando que o serviço está sendo prestado com qualidade, e que os clientes estão satisfeitos enquanto o utilizam, é uma oportunidade incrível para fidelizá-los. Mas como trabalhar as redes sociais de um provedor? Aqui vão algumas dicas: 1) Crie uma página, jamais use perfil pessoal Este é um dos piores erros das empresas nas redes sociais, na maioria das vezes cometido por empresas de pequeno porte. Estas empresas criam um perfil pessoal com o nome da marca por considerar mais fácil enviar convites de amizade aos clientes, do que trabalhar seu conteúdo e conseguir incentivá-los a curtir uma página. Realmente este é o
caminho mais fácil, entretanto, é uma decisão que irá limitar (e muito) as suas ferramentas para trabalhar o marketing digital, além de dar a sua empresa um ar de “amadorismo”. Ao criar uma página, terá um pouco mais de trabalho para conseguir as primeiras curtidas, mas para isso poderá contar com inúmeras funcionalidades que uma página oferece. Entre elas, destaco as informações sobre desempenho das publicações (que mostram qual tipo de conteúdo vem, ou não, dando certo com seu público), informações sobre perfil de público que curte sua página (entender quem é seu público te ajuda a entender melhor que tipo de conteúdo deve postar, para obter o melhor retorno) e os gráficos de desempenho da página. Estes são só alguns exemplos das vantagens que uma página oferece. 2) Crie conteúdo de acordo com o perfil de sua marca Criar conteúdo relevante para seu público é essencial, afinal de contas, ninguém curte uma fan page para receber propagandas a todo momento em sua timeline. Ofereça algo a seu público, informação, diversão, entretenimento, enfim, dê a ele um motivo para seguir suas postagens. Cada empresa possui um perfil diferente, um posicionamento diferente, um estilo diferente...e é por
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isso que cada marca precisa trabalhar seu conteúdo de maneira diferente! Algumas empresas alcançam o sucesso nas redes sociais por meio de tutoriais e conhecimento em geral que passam a seus clientes, outros usam o bom humor para se destacar, e por aí vai. O que deve guiá-lo na decisão de qual estilo adotar é o posicionamento de sua empresa, como quer que ela seja reconhecida? Leve em conta também o perfil do seu público, o que estas pessoas esperam de uma empresa como a sua? E o que a sua empresa pode entregar além do esperado? 3) Impulsione/Patrocine os principais posts Patrocinar posts no Facebook é uma opção viável e com ótimo ROI (Return on Investimento ou Retorno sobre investimento). O anunciante pode escolher quanto quer investir, o perfil de público que quer atingir, o período que quer veicular, além de outras opções que possibilitam que sua mensagem chegue até as pessoas que precisam vê-la. 4) Esteja sempre pronto para ser o SAC 3.0 Uma das maiores utilidades do facebook, principalmente levando em conta a facilidade para o usuário, é funcionar como SAC 3.0 da empresa. Esteja sempre pronto para responde-lo, tirando dúvidas e ajudando a facilitar alguns processos. Se o cliente entrar em contato pela página e lhe apresentar um problema, tente ao máximo resolver ali mesmo no chat. Se ele te procurou pelo facebook, é porque este é o meio de contato mais prático para ele no momento (e além disso, é uma boa alternativa para desafogar os telefones do seu provedor). Evite as trocas de meio de contato, a menos que seja realmente necessário. No caso do provedor de internet, é impossível tornar o facebook (ou outro meio via internet, como Whatsapp) o meio exclusivo de SAC. É necessário que se disponibilize outros meios fora da internet, pois, se o cliente precisar contatá-lo por alguma falha ocorrida na prestação do serviço, logicamente estará sem acesso à internet para fazê-lo. Outro ponto importante é a preparação dos atendentes para atender aos clientes por este canal. Ser gentil, educado e tranquilo para lidar com clientes mais “estressados”, além de uma boa escrita (erros de português são péssimos para a imagem de sua empresa) são fatores importantíssimos. 5) Saiba administrar situações de crise Como citado no tópico anterior, é necessário ter tranquilidade para responder clientes mais exaltados. Nessa hora é importante ser educado e mostrar-se sempre disposto
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a resolver o problema. Duas dicas importantes são: Nunca jogar a culpa no cliente, mesmo que a culpa seja realmente dele! Apresente o problema sem dizer diretamente (ou de qualquer forma possivelmente ofensiva) de quem foi o erro. E a segunda dica, quando a falha for da empresa, assuma! Hoje em dia as pessoas valorizam muito mais uma empresa sincera do que uma que tenta parecer perfeita. Se conseguir resolver a situação no ambiente online, ou ao menos demonstrar esforço para resolve-lo, outros clientes irão gostar de sua atitude. Por outro lado, se perder o controle em uma situação de crise, isto pode tomar proporções enormes. 6) Mantenha uma regularidade Mantenha uma regularidade em suas postagens. O Facebook funciona em um sistema de relevância, por tanto, se os clientes interagem frequentemente com suas postagens, elas sempre irão aparecer em sua linha do tempo. Por outro lado, se as postagens não têm uma frequência satisfatória, cada vez menos pessoas irão vê-la de forma orgânica (sem a necessidade de pagar ao facebook para mostra-la). 7) Seja diferente! O Facebook está repleto de cases de sucesso de marcas, mas tentar copiá-los é o caminho do fracasso. Usá-los como inspiração é uma ótima ideia, mas cada empresa precisa de uma identidade própria. A originalidade é o que mais atrai as pessoas nas redes sociais, ache uma maneira de ser útil e original, e as suas chances de sucesso serão gigantes! Como deu para perceber, o trabalho nas redes sociais não é fácil e demanda tempo. O ideal é contar com ao menos um colaborador exclusivamente para trabalhar com as mídias, outra opção é a contratação de uma agência de publicidade ou freelancer para criar as postagens, porém, o atendimento via chat ainda precisa ser feito internamente, para que saibam resolver os problemas que venham a surgir. E aí, pronto para o sucesso nas redes sociais? Lucas Sillas, Graduando em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Paranaense, colunista do blog MKT News e Assistente de Marketing da ISP Shop.
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NÃO ADIANTA JOGAR HANDEBOL SE O JOGO AGORA É BILHAR, NOVOS HÁBITOS DO CONSUMIDOR
Se você tem por volta de 40 anos já deve ter assistido ou ouvido falar sobre a “Armação Ilimitada”, sobre o vídeo game Atari e do histórico bordão “Quem matou Odete Roitman” e ainda, propagandas memoráveis como “O Primeiro Sutiã a gente nunca esquece” da Valisère. Sem dúvida foi uma época muito divertida e de gosto muito duvidoso. Mas, foi-se a época em que novelas batiam 83 pontos na audiência, além das inúmeras propagandas em seus intervalos, nessa mesma época existiam infinidades de anúncios em revistas, rádios, jornais e outdoors para alcançar a maior quantidade de público possível. Basicamente existia uma lei que determinava a comunicação de todas as marcas, quanto mais gente via a propaganda, mais gente comprava. O consumidor em frente do aparelho televisivo assistia o “Sinhozinho Malta” e “Roque Santeiro” no intervalo entre as propagandas. Este consumidor, sem atividade, não reagia às informações. Nos anos 90 já vimos uma mudança de hábitos dos consumidores incentivada por mudanças em todo o mundo, com grandes manifestações mudaram a civilização, ex: o fim do apartheid. Os acontecimentos dos anos 90 mostraram ao consumidor que padrões que reinavam há anos, agora já estavam desgastados. O consumidor vinha se preparando para um ambien-
te com estas características, e estava angustiado por mais meios que o permitissem ser mais participativo na construção desse novo tempo. Eis que surge Telefone e a Internet como uma resposta clara as suas necessidades, adotada por uma grande massa, causando uma nova revolução social nas mesmas proporções que a descoberta da escrita, da agricultura, e da Revolução Industrial. Passando a ter um papel cada vez mais ativo nas decisões da economia e muitas vezes passa a ditar as regras. Deixando de lado a passividade que existia nos anos 80 e passando então a exercer uma função na comunicação que existe no mercado sem precedentes. Diante desses fatos, os Provedores de Internet precisam entender que o consumidor tem rostos distintos, mas com nome e necessidades específicas, não adianta jogar Handebol se o jogo agora é bilhar. Novos tempos trouxeram novas regras, pois os consumidores se unem, independentemente da distância, para conversar, lutar a favor de uma causa, criticar uma empresa e provocar mudanças na sociedade. O consumidor é muito mais ativo nesse novo cenário global e tecnológico, ele não se restringe aos poucos meios de comunicação que existiam na década de 80. Ele não está somente na TV, rádio e jornal, mas também no
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Skype, Instagram, Facebook, Snapchat, na internet de maneira geral. Está no iPhone, escrevendo blog, fazendo Vlog, twittando, viajando para outros países (o que não era tão comum nos anos 80 para grande maioria), e não há verba para alcança-lo em todos os lugares. O Provedor de Internet precisa entender essas mudanças para saber onde está o cliente e como se posicionar, pois o cliente não é apenas alguém que quer acessar a internet, é a dona Maria de 70 anos, que aos 68 encontrou uma nova maneira de se comunicar com sua família distante, mas que não tinha ainda o gatilho que precisava para estar conectada à internet, e “viver melhor”. Hoje ainda estamos vendo propagandas dos anos 80 direcionadas as grandes massas e sem segmentações, onde “VENDE-SE INTERNET BANDA LARGA” é o tema da propaganda, e não “Como trabalhar em casa utilizando a internet”. Ainda temos sites que mais se parecem com panfletos, com botões de quem somos, nossos serviços, nossos parceiros, nosso contato. Precisamos nos adaptar as novas formas de comunicação e Marketing, para que saibamos nos posicionar melhor onde os nossos clientes estão. Agradeço todo apoio na autoria deste artigo que recebi de Olisnei Nascimento, Janaína Horn, nossos diretores e toda equipe da Nova Soluções e da Projeta Telecom.
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Thiago Buenaño, Empreendedor na área de Telecomunicações, Técnico em Telecomunicações pela Fucapi, Sócio Diretor na empresa Projeta Telecom, Gerente de Projetos na empresa Nova Soluções em Tecnologia. Possui conhecimentos nas áreas técnicas e Marketing para Provedores Regionais.
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A IMPORTÂNCIA DO REGULAMENTO INTERNO NA EMPRESA Quando falamos em direitos do trabalho, temos na CLT o documento que engloba a maior parte das leis que regem a relação empregador x empregado. Entretanto, no dia-a-dia das empresas, várias situações se apresentam de maneira que seria impossível estarem todas previstas em um só código ou norma. Para que estas lacunas regulamentares sejam preenchidas, é necessário que os sindicatos patronais e dos trabalhadores criem as regras específicas para cada ramo de atividade, e que cada empresa crie o seu próprio regulamento interno. Mas porque isto é tão importante? Veja bem, para que a empresa funcione de maneira eficiente, é essencial que seus objetivos e expectativas, em relação a seus funcionários, sejam bem claros e evidentes. Se o colaborador não conhece as regras da empresa, não poderá ser cobrado ou penalizado caso venha a infringi-las. Percebeu a importância de contar com um regulamento interno, mas não sabe como e por onde começar? Calma, temos aqui algumas dicas de pontos importantes a serem abordados no regulamento da sua empresa. Para começar, a empresa deve deixar clara a obrigatoriedade (ou não) do uso do uniforme, especificando inclusive a quantidade de peças entregues ao contratado, utilizando também de formulário de entrega assinado pelo mesmo. Se a sua empresa não tiver como exigência o uso do uniforme, é importante contar ao menos com um código de conduta que especifique quais tipos de vestimentas são ou não aceitas no local de trabalho. O colaborador deve também compreender a seriedade
e responsabilidade que a empresa exige na utilização do computador, evitando o uso descabido. Dentro das necessidades e funções de cada colaborador, definir o que se pode ou não fazer, desde o uso das redes sociais, até os downloads pessoais. Outro ponto importante e que não deve ser esquecido, é a segurança quanto a utilização dos equipamentos. A norma que rege este quesito deve contar com as instruções de segurança para o correto manuseio das máquinas e equipamentos, assim como, sobre o uso obrigatório de EPIs. Este é um ponto fundamental para que se evite acidentes de trabalho, que podem acarretar em danos a vida e bem-estar do colaborador, assim como grandes problemas jurídicos para a empresa. A condução dos veículos da empresa é mais um assunto sério, pois tudo o que acontece fora da empresa é mais difícil de se controlar. Quando se trata da condução dos veículos, é necessário que se identifique as medidas que serão tomadas em caso de multas e infrações de trânsito, assim como definir as regras em relação a caronas, uso para fins particulares e etc. Quanto as regras relacionadas a pagamentos, se faz necessário esclarecer o processo para o recebimento do salário, desde a data de fechamento da folha, data do pagamento até as formas de pagamento. É importante também deixá-lo ciente dos procedimentos para solicitação de concessão de férias. Para evitar problemas relacionados a horários, a empresa deve estabelecer regras em relação a faltas e atrasos. É preciso deixar claro em quais condições as faltas serão jus-
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tificadas e abonadas, e em quais o funcionário ficará devendo horas, que deverão ser compensadas posteriormente. O mesmo vale para as normas que regem as horas extras. É interessante também apresentar algo relacionado à hierarquia. Até mesmo para que se crie um bom ambiente de trabalho, e se evite possíveis conflitos, o colaborador deve conhecer toda a hierarquia da empresa, e prezar pelo respeito no tratamento tanto de seus superiores, quanto de seus colegas de trabalho. Por fim, normatizar a Cultura Organizacional da empresa é essencial. É neste ponto que a empresa irá abordar a conduta do funcionário em um âmbito geral. Valores como ética, honestidade, pontualidade e respeito são geralmente colocados em primeiro plano. Após a elaboração do regulamento interno da empresa, é importante que ele seja sempre apresentado ao funcionário no momento da contratação, para que o mesmo possa tirar todas as dúvidas que tiver. Após isto, a empresa deve fornecer ao funcionário uma cópia deste regulamento, devendo ele assinar uma via de protocolo que será parte integrante de seu contrato de trabalho. O objetivo de se instituir um regulamento interno é, em resumo, que a empresa deixe claro, a todos os seus colaboradores, o que espera deles em relação a seu comportamento, além de fornecer a ambas as partes, informações necessárias sobre seus direitos e deveres. Recomendo a todas as empresas que, independentemente da quantidade de funcionários, criem e apliquem o seu regulamento interno, e o mantenham sempre atualizado em seu departamento de Recursos Humanos.
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Neusa Kumamoto, Diretora de Recursos Humanos - Grupo Visãonet.
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IMPORTÂNCIA DAS DESPESAS NA FORMAÇÃO DO CUSTO DO SERVIÇO
Sua empresa tem uma margem aparentemente grande na prestação dos serviços, mas ao final do mês não tem o lucro esperado? Se o cálculo do custo estiver errado, é possível que esteja havendo uma visão distorcida da margem de lucro. O problema pode estar no preço cobrado do seu cliente estar igual ou inferior ao custo para manter o mesmo. Dessa forma, saber calcular e controlar os custos e despesas dos serviços oferecidos é essencial para que a sua empresa alcance o sucesso. Ao montar uma rede e ativar um cliente a empresa realiza várias operações e gasta recursos como matéria-prima e mão de obra. Então, para determinar corretamente o custo de um serviço é preciso levantar todo o material utilizado, desde a criação da rede até a ativação e manutenção de um cliente, de forma a ter o controle dos gastos. Segundo Eliseu Martins, autor do livro Contabilidade de custos, custo é o “gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. O custo pode ser a matéria-prima ou a mão-de-obra. Entretanto, existem outros gastos como aluguel e energia elétrica que não estão diretamente relacionados com a prestação de um serviço ou produção de um produto. Estas são as despesas. Custos e despesas podem ser fixas ou variáveis. Como separar? É simples. O seu aluguel, por exemplo, não varia ao mês: essa é uma despesa fixa. Entretanto, sua energia elétrica varia de acordo com o mês (desde que não seja uma de-
manda contratada): veja bem, essa é uma despesa variável. Em relação aos custos, um técnico de instalação contratado tem o mesmo salário ao final do mês, e esse custo é fixo. Já a quantidade de fibra óptica utilizada para ativar um cliente varia, e esse é um custo variável. Mas qual a importância de diferenciar esses custos? Digamos que seu provedor fique um mês inteiro sem ativar nenhum cliente e sem prestar assistência; ainda será necessário pagar aluguel, energia elétrica, telefone, folha de pagamento, etc., certo? Se ao determinar o custo para ativar um cliente for considerado somente aquele referente aos equipamentos, materiais e mão-de-obra utilizados, ainda não está sendo considerados todos os gastos. Além dos custos já referidos, é preciso inserir as despesas e o investimento inicial para montar uma rede. Se a sua rede pode atender 100 clientes, em uma conta simples, vamos distribuir o investimento pela quantidade de clientes e iniciar a formação do custo dessa forma. Posteriormente, consideraremos os custos de ativação: quantidade em metros de cabo, conectores, ONU/ONT, quantidade de horas de mão-de-obra, entre outros. Por fim, temos as despesas. Para inserir as despesas no custo do seu produto é preciso analisar em qual cenário sua empresa se encontra. Caso seu provedor tenha pouco tempo de atividade, e ainda irá ativar muitos clientes, é
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preciso ter uma previsão de quantos clientes terá em um semestre ou um ano. Caso a empresa já esteja estabilizada pode-se considerar a quantidade atual de clientes. A singularidade do serviço prestado por um provedor de internet, está no fato de ao ativar um cliente, tenha-se um investimento alto e que depois é recuperado com o passar do tempo. Então, por isso que é importante cobrar pela instalação ou ter um tempo mínimo de conta ativa que seja possível recuperar o investimento e ter a margem de lucro necessária. Em cada caso é possível ter uma abordagem diferente. Caso seja cobrada a instalação, inclui-se aquele custo inicial para criação da rede e o custo para efetivar a instalação. E as despesas são consideradas no valor da parcela. Caso não seja cobrada a ativação do cliente é importante que este fique ativo por um tempo determinado que seja possível recuperar o investimento inicial feito. É possível também calcular os custos para um cenário futuro. Digamos que o ideal seria lucrar um certo valor por mês. Então, calcula-se todos os custos e determina-se o preço a ser cobrado pelo valor, e chega-se a uma quantidade ideal de clientes ativos para chegar no lucro desejado. Agora que já entendemos a importância dos custos, como controla-los? Uma forma simples e efetiva de controlar é por meio de planilhas. Todos os custos e despesas devem ser inseridos e rateados pela quantidade de contratos de serviços, ou pela quantidade de produtos. Não tem ideia de como começar? Preparamos para você uma planilha de controle de custos. Esperamos que ela te auxilie no início deste processo.
Lizandra Scheidt é Engenheira de Produção, formada pela Universidade Estadual de Maringá, Analista de Pricing da ISP Shop. Autora de trabalhos sobre Quality Function Deployment e BPMN.
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EXCELÊNCIA NA GESTÃO DAS EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES PARTE 2 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Prezado Leitor, Na 5ª Edição da Revista ISPMAIS elaborei uma publicação com o tema “Excelência na Gestão das Empresas de Telecomunicações”. Inicialmente o texto foi organizado em oito tópicos que, de acordo com minhas experiências e estudo, considero fundamentais não só para “driblar momentos de crise”, como também na gestão de empresas sustentáveis, que sobrevivem às instabilidades do mercado e que explora plenamente sua produtividade. O objetivo desta publicação não é “ensinar” algo ou passar uma “receita pronta”, mas, propagar algumas ideias que fazem a diferença para mim, além de propiciar uma reflexão teórica sem perder a dimensão das
práticas cotidianas e colaborar na busca de um direcionamento da empresa com objetivos e estratégias bem definidos. Desculpe não ter a “receita pronta” para você, caro leitor. Ela não existe. Considero que estas publicações serão uma espécie de “bússola” em direção à “Visão” da organização, ou também, uma coleção de boas práticas. Em resumo, um aprendizado que venho conquistando por toda minha carreira profissional, inclusive na prática de um hobbie. Ao receber o convite para elaborar o desdobramento da matéria, a cada edição da Revista ISPMAIS, detalharei um passo mencionado na publicação inicial. Portanto nesta edição, abordaremos o primeiro:
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A ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Com a dinamicidade exacerbada do mercado corporativo, as mudanças estão mais constantes nas organizações. Essas “Mudanças Organizacionais” estão relacionadas às exigências do mercado, visando: lucratividade, conservação da empresa ao longo do tempo e a busca constante da satisfação do cliente para se obter uma vantagem competitiva e consequentemente o sucesso. Um dia desses, ouvi em algum lugar: “Nada é mais permanente do que a mudança”, e isso é muito verdadeiro. Com a necessidade de mudar processos internos em minha empresa, partimos em busca de capacitação, consultorias (Sebrae/ Senai), novas metodologias tudo isso associado ao conceito de “Gestão da Qualidade Total”. Em muitas situações de nosso cotidiano, a conquista do sucesso é o objetivo que desejamos alcançar. Seja um projeto de trabalho, uma viagem, até mesmo uma prática esportiva ou um hobbie. “O Sucesso da sua gestão está diretamente ligado ao Planejamento”. Há um certo tempo, pratico mergulhos e aprecio muito o estudo sobre espécies marinhas, é uma atividade que me fascina muito. Com esta “paixão” pelo mergulho, decidi desenvolver um projeto pessoal: um Instituto destinado a pesquisas de algumas espécies marinhas, em especial tubarões. As experiências e familiarização que venho conquistando ao longo da minha vida são importantes na elaboração do meu Plano de Negócios - Business Plan (BP). Sempre que tenho oportunidades enriqueço meus conhecimentos com profissionais que já atuam na área, realizo diversas pesquisas de mercado, troco informações com institutos de preservação das espécies, pesquisadores por todo o mundo, escolas de mergulho, dentre outros. Obs.: Este meu projeto serve apenas como analogia do que desejo abordar nesta publicação: “A importância da elaboração de um Planejamento Estratégico”. Para que eu possa obter maior assertividade na condução desta atividade, então desenvolvi a criação do meu Planejamento Estratégico, que envolve: a elaboração do Estatuto Social, estudo do mercado, alocação de recursos (parceiros) o que desejo alcançar e de que forma farei isto, ou seja, quais serão as estratégias que posso adotar. Planejar estrategicamente os próximos mergulhos, é ter plena consciência do que desejo no futuro: o meu “alvo”, quais os caminhos que serão percorridos, metas e estratégias para percorrê-los e em quanto tempo alcançarei meu objetivo.
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Empreender, muitas vezes é um mergulho para uma área desconhecida, mas é preciso ter um objetivo bem definido de acordo com a “Visão” e com foco na “Missão e Valores” e estudar muito “estas águas” por onde se estará mergulhando, minimizando riscos e criando as estratégias ideais. Antes de entrar neste assunto, é necessário mencionar a importância de se criar um Business Plan – BP (Plano de Negócios). Um BP, ou Plano de Negócios, é um “documento vivo”, que será útil durante toda a vida da sua empresa. Um estudo aprofundado dos objetivos e o passo a passo de um negócio. Com ele será possível concluir se as ideias são viáveis buscando informações mais detalhadas sobre o ramo, seus clientes, concorrentes, fornecedores enfim os pontos fortes e fracos para que possam diminuir assim, os riscos e as incertezas. Com a realização de um bom BP é possível identificar e minimizar falhas no papel, ao invés de cometê-las na prática do mercado. Lembre-se de que a preparação de um plano de negócio não é uma tarefa fácil, pois exige persistência, comprometimento, pesquisa, trabalho duro e muita criatividade, por isso sugiro buscar informações no Sebrae/ Senai, que podem ajudar muito neste processo. Bem, agora que já abordamos o tema Plano de Negócios, podemos dar sequência então e mencionar o Planejamento Estratégico (P.E.). AS 06 ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: 1) A criação da Missão, Visão e Valores da Empresa*: Sempre na mente dos colaboradores, esses conceitos devem ser avaliados com frequência para saber se a empresa está no rumo certo que foi definido nestes fundamentos. Uma sugestão seria criar placas na empresa contendo essas definições, para que todos possam ter acesso a esses conceitos diariamente. *Aprofunde a leitura sobre esses conceitos acessando o QR Code ao final da matéria. 2) Análise do Cenário (Ambiente Externo e Interno e Situação Atual) Os responsáveis devem conhecer as partes do ambiente que precisam monitorar para atingir suas metas. Analisar as forças macro ambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais, e os atores micro ambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua lucratividade. Podemos utilizar as análises gerenciais mais importantes da empresa, constituindo quadros, tabelas ou da me-
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lhor forma que convier: Análise SWOT, modelo CANVAS, benchmarking e portfólio de produtos e serviços*. *Aprofunde a leitura sobre esses conceitos acessando o QRCode ao final da matéria. 3) Definição de Metas e Objetivos: Aqui respondemos à pergunta: Para onde queremos ir? De forma bem resumida seriam fatores ligados a rentabilidade, filiais, posicionamento no mercado, etc. É o momento em que a empresa examina seu histórico, realiza uma análise profunda e projeta metas futuras. São elementos que identificam de forma transparente o que a empresa pretende alcançar. A partir dos objetivos e de todos os dados levantados nos itens acima, definimos então as metas. 4) Definição de Estratégias: Formulação e implementação das estratégias. É o “como” vou chegar lá. Um plano bem definido com os responsáveis, setores envolvidos, recursos e prazos definidos. De que forma vou atingir meus objetivos? As estratégias para alcançar meus objetivos (Visão) com foco na “Missão” e “Valores” da empresa. Para cada objetivo, deveremos elaborar uma estratégia a trilhar. 5) Elaboração de um Programa de Ações: O plano de ação define as ações a serem tomadas após coleta e análise de dados. 6) Geração de feedback e controle: O monitoramento é fundamental no processo. A medida que se implementa a estratégia, é preciso rastrear os resultados. Atenção a realização das metas e estratégias e revisando seu planejamento, sempre que necessário. “Um P.E. é um treino mental coletivo que requer muito esforço, dedicação, coragem para enfrentar riscos e inteligência. É como se mergulhasse por mares repletos de desafios”. Espero que este texto tenha acrescentado de alguma forma. Aprofunde seus conhecimentos em tutorias, sites, blogs relacionados ao tema, ou até mesmo sugiro que procurem consultoria no Sebrae/ Senai. Mergulhar para ganhar e foco nas soluções! Na próxima edição da Revista ISPMAIS, abordaremos o tema “A Busca pela Qualidade”. Até a próxima!
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Esta matéria foi resumida para a Revista ISP+, caso queira aprofundar a leitura da parte 1 deste texto e visualizá-lo na íntegra, acesse o link por este QR Code:
Esta matéria foi resumida para a Revista ISP+, caso queira aprofundar a leitura da parte 2 deste texto e visualizá-lo na íntegra, acesse o link por este QR Code:
Ignacio Daniel Arias, natural de Córdoba, Argentina. Formação em Sistemas de Informação em Córdoba, Argentina. Teve participação em empreendimentos nas áreas de informática, TI, comunicação e marketing, todos eles no Brasil. Experiência de 10 anos em Software e Administração de Empresas na Argentina. (2004 – 2016) CEO da EliteSoft – Empresa de Desenvolvimento de Software e Consultoria para Empresas de Telecomunicações (Fundador e Sócio Proprietário).
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QUAL O TAMANHO DO MEU PROVEDOR? COMO ME COMPORTAR EM CADA UMA DAS FASES? Por muito tempo venho trabalhando junto ao segmento dos Provedores de Internet no Brasil. Depois de muitos treinamentos realizados, identifiquei um cenário bem parecido em todas as regiões quanto ao comportamento e estrutura das empresas e empreendedores do segmento. Com essa experiência, obtive know how para classificar estas empresas quanto ao seu tamanho. Para definir cada um destes tamanhos, que estarei comentando a seguir, o faturamento da empresa é o principal divisor de águas. Classifico os provedores com os seguintes tamanhos: · Micro Provedor Faturamento de até R$ 30.000,00 / mês · Pequeno Provedor Faturamento entre R$ 30.000,00 e R$ 200.000,00 / mês · Médio Provedor Faturamento entre R$ 200.000,00 e R$ 600.000,00 / mês · Grande Provedor Faturamento entre R$ 600.000,00 e R$ 1.000.000,00 / mês · Provedor Regional Faturamento acima de R$ 1.000.000,00 / mês MICRO PROVEDOR Todos começam por aqui. O grande ingrediente desta etapa é a VONTADE, muito mais que qualquer conhecimento técnico que o empreendedor possua. O empreendedor conta em sua equipe com alguns familiares para auxilia-lo, tais como a esposa, primos, etc. Antigamente, a estrutura técnica iniciava-se por uma antena omni em cima da sua própria residência e os pri-
meiros clientes eram basicamente seus vizinhos. Para quem está iniciando agora, esta estrutura mudou um pouco, passando a ser formada pela instalação de alguns switchs alocados em caixas de plástico em postes. Normalmente, a banda utilizada aqui é o compartilhamento de acessos ADSL ou outra tecnologia provida por um provedor maior. O controle dos clientes é realizado utilizando uma planilha em excel e toda estrutura é controlada manualmente. A minha dica para você que está neste estágio é: continue tendo muita VONTADE, não existe uma regra definida para o sucesso. Estude o seu mercado, veja o que os maiores estão fazendo, estruture-se para os licenciamentos legais necessários, saia da informalidade. PEQUENO PROVEDOR Vencida a primeira fase de start do negócio. Agora é hora de pensar em montar a equipe de atendimento externo e interno de forma estruturada. Colocar uma URA e disponibilizar a central do assinante. Adotar um sistema de gestão eficiente que te de informações sobre o seu negócio, estruturar e segmentar a rede do provimento do acesso. Tecnicamente, nesta etapa é extremamente importante migrar a conexão da estrutura da empresa com a internet, que antes eram os acessos ADLS ou outros, para link dedicado. A obtenção do ASN nesta etapa também se faz muito importante, para que sua empresa tenha o seu próprio range de IP e distribua IP’s válidos para todos os seus clientes conforme determina a legislação. A minha dica para esta etapa é que você tenha uma extrema preocupação com a CULTURA ORGANIZACIONAL da sua empresa. Neste ponto a sua empresa começa a tomar corpo e nome no mercado. Não admita: instalações malfeitas; posturas equivocadas dos funcionários; aquele provisório que vira definitivo; e nem os famosos recursos técni-
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cos avançados, também conhecidos como “gambiarras”. Toda base construída aqui, será responsável pelo sucesso (ou não) do seu negócio no futuro. Você pode adquirir os melhores equipamentos do mercado, se a cultura organizacional da sua empresa for deficiente, o seu dinheiro estará sendo jogado no lixo pela sua equipe. Qualidade, disponibilidade, estabilidade e velocidade não são diferenciais, são pré-requisitos para o crescimento sustentável da sua empresa. O serviço de acesso à Internet virou um serviço de necessidade básica, então é necessário que o mesmo esteja disponível 24x7x365 dias aos seus clientes. A grande maioria dos provedores não conseguem passar para o próximo tamanho, pois não conseguem ter o conhecimento técnico e de gestão necessário para dar o próximo passo em suas empresas. MÉDIO PROVEDOR Você que está nesta fase já tem um faturamento interessante. Já está passando pela sua empresa há algum tempo valores da ordem de 7 dígitos anualmente. Isso é muito dinheiro. Não se esquecendo dos aprendizados das
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fases anteriores, chegou a hora da expansão territorial. Até aqui normalmente as empresas atuam somente em uma cidade ou microrregião. Chegou a hora da expansão para outros bairros, para outras cidades, a mensagem é CRESCER! Ter neste momento uma equipe qualificada é um diferencial que facilita a estruturação da empresa. Um gestor técnico e um gestor financeiro que possam compartilhar com a estrutura da empresa conhecimentos diferenciados vão fazer toda a diferença. Neste ponto, normalmente os investimentos tomam outra proporção dentro da estrutura, por isso é muito importante saber medir, quantificar e qualificar os riscos a serem corridos, bem como o prazo de retorno dos investimentos que estão sendo realizados. Sempre digo, que neste momento é muito importante que o empreendedor seja menos “dono de provedor” e passe a ser mais “empresário”. Deixem de ser técnicos operacionais para se tornarem gestores estratégicos. A minha dica para quem chegou até aqui e quer almejar um próximo nível, é focar nos PROCESSOS, PROCEDIMENTOS e PADRONIZAÇÃO da empresa. Ter um organograma
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bem definido com os processos estruturados na empresa é essencial para o controle de gastos, aumento da lucratividade e suporte para a expansão territorial da empresa. Também chegou a hora de ter um marketing agressivo e uma equipe de vendas na rua. Consultorias externas em gestão e técnicas podem ser fatores diferenciais. Neste momento, uma conexão com o PTT reduz bastante o custo da banda contratada. É importante no campo técnico pensar em redundâncias eficientes (tanto internas como externas) e também possuir equipamentos de reparo da rede sempre disponíveis. Com a empresa PADRONIZADA, pode-se negociar melhor com os fornecedores e assim obter uma melhor condição de compra, pois você terá um volume diferenciado. GRANDE PROVEDOR Nesta etapa o provedor já atua em diversas cidades, tem uma marca reconhecida, tem um backbone que interliga algumas cidades próximas e uma equipe considerável. Muito provavelmente, nesta fase alguns equipamentos que foram responsáveis pela sua chegada até aqui, estarão dando espaço a outros de maiores capacidades e
mais confiáveis. A partir desta estrutura, projeto, planejamento técnico, planejamento financeiro e planejamento tributário obrigatoriamente necessitam fazer parte do dia a dia da empresa. O dono da empresa, já não deve mais fazer parte da estrutura operacional da empresa, ficando somente no estratégico. O foco do trabalho aqui é a consolidação e fixação da MARCA da empresa. PROVEDOR REGIONAL Parabéns pelo seu trabalho! Sei que não foi fácil chegar aqui. Você começou como todos e fez a diferença para colocar sua empresa em um patamar diferenciado. Muito provavelmente, em sua região não existe um concorrente do mesmo porte. Se prepare para as parcerias estratégicas, e também para ofertar propostas de compra a outras empresas menores que a sua. Esteja também preparado para receber propostas de outros maiores, com uma área de abrangência maior que a sua, e que venham a bater na sua porta.
Mas tenha certeza, você possui um negócio que é um SUCESSO!
André Ribeiro é Engenheiro de Telecomunicações e atua como Consultor a 8 anos no mercado de Provedores de Internet. Sua atuação é focada na Gestão, Estratégia e Modelamento de Negócios de provimento de internet e redes de telecom.
HUMOR
VIDA DE SUPORTE Por André Farias: www.vidadesuporte.com.br
NÓS SABEMOS QUE DURANTE O CAMINHO MUITAS COISAS ACONTECEM. E, PRINCIPALMENTE, QUE MUITAS COISAS NÃO DEVERIAM ACONTECER. VOCÊ SE IDENTIFICA COM ESTA VIDA DE SUPORTE?
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COLUNISTA PAULO HENRIQUE DA SILVA VITOR
ADVOGADO E CONSULTOR JURÍDICO SÓCIO DA SILVA VITOR, FARIA & RIBEIRO ADVOGADOS ASSOCIADOS
COLUNA
COM LICENÇA
O FRACIONAMENTO DAS ATIVIDADES EM EMPRESAS DISTINTAS, E OS RISCOS ENVOLVIDOS
Ao se tratar de qualquer atividade empresarial no Brasil e os custos direta ou indiretamente envolvidos, uma preocupação vem facilmente à tona: a elevada carga tributária envolvida. E em se tratando de serviços de telecomunicações, a preocupação inerente à carga tributária é ainda maior, sobretudo se considerarmos a excessiva alíquota de ICMS incidente sobre os serviços de telecomunicações, em relação às empresas não optantes pelo Simples Nacional, ou seja, aquelas que optaram pelo recolhimento dos tributos segundo o regime de apuração do Lucro Real ou Lucro Presumido. Para se ter uma idéia das alíquotas de ICMS que recaem sobre os serviços de telecomunicações, em relação a empresas não optantes pelo Simples Nacional, veja o quadro demonstrativo a seguir, onde há a especificação das alíquotas de acordo com cada Estado:
Rondônia
ESTADO
Mato Grosso
Alagoas, Amazonas, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Rio de Janeiro Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Tocantins Bahia e Distrito Federal
Maranhão, Minas Gerais
Acre, Espírito Santo, Piauí, Roraima, Santa Catarina e São Paulo
ALÍQUOTA DE ICMS SOBRE TELECOMUNICAÇÕES 37% 32% 30% 29% 28% 27% 25%
Nota-se, do quadro demonstrativo acima, que dependendo do Estado onde a empresa de telecomunicações está sediada, a alíquota de ICMS pode alcançar 37%, como é o caso do Estado de Rondônia. Este cenário é ainda mais alarmante, posto que as empresas de telecomunicações possuem usualmente um limitado direito a crédito de ICMS. Em outras palavras, as empresas de telecomunicações, no levantamento de créditos de ICMS aptos a deduzir o ICMS a pagar (imposto não cumulativo), possuem um direito creditício limitado, eis que usualmente
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se apropriam apenas do ICMS relacionado aos serviços de telecomunicações adquiridos de terceiros. Enquanto que, tais empresas, ao se apropriar de créditos de ICMS relacionados aos equipamentos de telecomunicações adquiridos de terceiros (ativo permanente), se esbarram no aproveitamento de crédito fracionado em 1/48 (regra do Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente – CIAP).
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E tais empresas, ademais, são impedidas de se apropriar de créditos relacionado aos bens adquiridos para uso e consumo, haja vista a limitação temporal prevista no Artigo 33, inciso I, da Lei Complementar n.º 87/96 (creditamento possível apenas a partir de 1º de janeiro de 2020). Desta forma, devido à elevada alíquota de ICMS sobre os serviços de telecomunicações e, ao mesmo tempo, devido ao limitado creditamento de ICMS proporcionado às
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empresas de telecomunicações, a carga tributária de tais empresas, fora do Simples Nacional, mostra-se extremamente elevada. Por outro lado, em se tratando de empresas de telecomunicações optantes pelo Simples Nacional, em que as alíquotas são variáveis de acordo a receita bruta acumulada nos últimos 12 (doze) meses, notam-se alíquotas de ICMS extremamente benéficas. Para se ter uma idéia, as alíquotas do ICMS, dentro do Simples Nacional, variam de 1,25% (faixa de receita bruta até R$ 180.000,00) a 3,95% (faixa de receita bruta de R$ 3.420.000,01 a R$ 3.600.000,00). E diante das alíquotas atrativas do Simples Nacional, as empresas de telecomunicações prolongam o máximo possível suas permanências no mesmo. Até mesmo porque, a saída do Simples Nacional pode representar um salto extraordinário na carga tributária, posto que, apenas se considerarmos o ICMS, a alíquota é majorada de 3,95% para 25% a 37% (dependendo do Estado onde está sediada a empresa prestadora dos serviços de telecomunicações). Sendo este cenário ainda mais prejudicial nos Estados do Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins, posto que estes Estados adotam atualmente sublimites para efeitos de recolhimento do ICMS, ou seja, limites inferiores ao teto máximo do Simples Nacional (inferiores a R$ 3.600.000,00). Isto é, os Estados do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima adotaram, para efeitos do ICMS e em relação ao ano calendário 2016, o limite de apenas R$ 1.800.000,00. De modo que, nestes Estados, as empresas atuantes nos serviços de telecomunicações, com faturamento acima de R$ 1.800.000,00, já devem se submeter a elevadas alíquotas de ICMS (de 25% a 37%, conforme quadro acima). E os Estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Tocantins adotaram, para efeitos do ICMS e em relação ao ano calendário 2016, o limite de apenas R$ 2.520.000,00. De modo que, nestes Estados, as empresas atuantes nos serviços de telecomunicações, com faturamento acima de R$ 2.520.000,00, já devem se submeter a elevadas alíquotas de ICMS (de 25% a 37%, conforme quadro acima). Portanto, diante de toda a contextualização acima, chega-se a uma conclusão inarredável: atualmente, as empre-
sas de telecomunicações têm o enquadramento no Simples Nacional como questão de sobrevivência, posto que a saída do Simples Nacional pode representar, apenas em relação ao ICMS, um aumento da carga tributária de até 1200% (mil e duzentos por cento). E considerando a imprescindibilidade do Simples Nacional, o que se tem visto, em relação a algumas empresas, é a adoção de diversos expedientes com vistas a fracionar o faturamento e, com isso, prolongar o enquadramento da empresa (ou grupo de empresas) no Simples Nacional. Dentre os expedientes mais comuns utilizados por algumas empresas para postergar o desenquadramento do Simples Nacional, destaca-se a criação de várias empresas, com mesma marca, no mesmo endereço, com sócios do mesmo grupo familiar, para a prestação de serviços idênticos. Este tipo de expediente, todavia, tem sido bastante questionado pelo Fisco, que entende que a empresa (ou grupo de empresas) está adotando medidas fraudulentas ou dissimuladas visando reduzir a tributação a que está sujeita. De modo que, para invalidar tais “arranjos” criados com vistas ao fracionamento do faturamento, o Fisco tem se apoiado no seguinte dispositivo do Código Tributário Nacional: “Art. 116. Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. E para desenquadrar do Simples Nacional a empresa (ou grupo de empresas) que adotaram tais expedientes, o Fisco tem-se apoiado no seguinte dispositivo da Lei Complementar nº 123/2006: “Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando: (…) IV - a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; § 1o Nas hipóteses previstas nos incisos II a XII do caput deste artigo, a exclusão produzirá efeitos a partir do próprio mês em que incorridas, impedindo a opção pelo regime diferenciado e favorecido desta Lei Complementar pelos próximos 3 (três) anos-calendário seguintes”. É preciso compreender que existe uma linha tênue
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que distingue o direito subjetivo de o contribuinte organizar-se (direito à liberdade, à propriedade e à livre iniciativa, ou seja, direito ao planejamento tributário) e o direito do Estado considerar estas medidas como fraudulentas e dissimuladas (evasão fiscal). Portanto, para evitar a caracterização de simulação por parte do Fisco, e por conseguinte, para evitar autuações fiscais desta natureza, é fundamental em qualquer organização de empresas e atividades, criar finalidades distintas e autônomas para cada empresa. Neste sentido, confira a seguir uma decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Receita Federal), em que a mesma reconhece que a organização das atividades em 02 (duas) empresas, com o objetivo de racionalizar as operações, não pode ser considerada como simulação: “CARF – CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. Acórdão n.º 103-23.357 (23/01/2008) SIMULAÇÃO - INEXISTÊNCIA - Não é simulação a instalação de duas empresas na mesma área geográfica com o desmembramento das atividades antes exercidas por uma delas objetivando racionalizar as operações e diminuir a carga tributária;” Ademais, ainda para evitar a caracterização de simulação por parte do Fisco, e por conseguinte, para evitar autuações fiscais desta natureza, é fundamental que cada empresa seja auto suficiente, ou seja, cada empresa deve custear suas próprias despesas, com recursos próprios (receitas originárias). E cada empresa deve possuir empregados e infraestrutura suficiente a cumprir, de forma autônoma e independente, seu objetivo social. E cada empresa deve, ainda, possuir sócios distintos (sem relação familiar), sedes distintas, funcionários distintos, infraestrutura distinta, marca distinta e, sobretudo, finalidades distintas e autônomas. Sendo importante destacar que, quanto maior a dificuldade de se implementar concretamente as recomendações acima, maior será o risco da empresa (ou grupo de empresas) sofrer questionamentos quanto ao fracionamento das atividades em pessoas jurídicas distintas que, como já destacado, pode ser considerado como ato de simulação, ao contrário de planejamento tributário.
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COLUNISTA
COLUNA
FAZENDO PLANOS
ELOI PIANA
ENGENHEIRO ELETRICISTA FORMADO PELA UNIOESTE – PARQUE TECNOLÓGICO DE ITAIPU DIRETOR DA EMPRESA INSTELPA ENGENHARIA ELÉTRICA PROFISSIONAL CERTIFICADO EM PROJETO E EXECUÇÃO DE REDES ÓPTICAS
PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO DE REDES ÓPTICAS SUBTERRÂNEAS
Na procura por interconexões de redes, chegada em grandes centros urbanos ou PTT’s, os ISP’s estão executando redes em Fibra Óptica de forma sistemática e planejada. Quando falamos em Enlace de Longa Distância, podemos imaginar uma vasta composição de elementos, e dependendo da característica do projeto, podemos construir redes aéreas, subterrâneas ou até mesmo uma rede submarina. Sabemos que a implantação de uma rede subterrânea requer um maior investimento, pois necessita de mais tempo e recursos do que um lançamento aéreo. Para que se tenha um bom resultado final, a fase preliminar poderá ser realizada com foco em alguns itens básicos, como: - Levantamento prévio de prazo de execução e custo da obra;
- Minimização de problemas futuros, através de estudo minucioso dos trajetos e aplicação das alternativas necessárias para manutenção da confiabilidade da rede; - Consulta a todos os Órgãos Públicos ou Privados competentes, em busca de obtenção de autorização de passagem ou anuência, sempre que necessário; - Consulta das características dos locais de implantação, no caso da rede subterrânea deverá ser realizada vistoria no solo com objetivo de localizar tubulações existentes ou qualquer outro obstáculo que possa causar problemas, sobre os quais falaremos mais adiante; Dependendo basicamente do interesse financeiro e necessidade de passagem, a rede poderá ser feita de al-
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gumas maneiras, apresentadas abaixo: 1. Implantação em locais de travessia de rodovias de forma transversal, em locais de difícil acesso aéreo, com posteamento inadequado ou com necessidade de reforço; 2. Implantação ao longo de rodovias, a rede é construída na faixa de domínio, dentro do canteiro ou na lateral, sendo que a definição dos locais de passagem é dada pelo órgão responsável pela rodovia; 3. Implantação ao longo de ferrovias; A avaliação do método de construção será realizada levando em conta além do custo de implantação, o valor cobrado pela detentora da rodovia ou ferrovia, e também a área de interesse do empreendedor. Claramente a primeira opção nos leva a pensar que só será utilizado a passagem da rede por baixo do solo nos casos onde realmente não for possível lançar via aérea. Mas também devemos levar em conta a vantagem de se enterrar em locais onde possa acontecer algum problema, em qualquer dia ou horário, e assim agregar ainda mais valor na rede. O prazo final de execução e o custo da obra são função direta de sua complexidade, e dependerão de fatores como: constituição do solo, profundidade da vala, distância entre caixas, interferências e locais de acesso; Cada tipo de solo apresenta suas peculiaridades, sendo que a solução pode ser destrutiva, onde rompe-se a superfície para construção da infraestrutura e depois a mesma é reconstruída, ou Não Destrutiva, utilizada na maioria das vezes por provocar pouco, ou nenhum impacto ao pavimento existente. As soluções compostas para aplicação nos diferentes tipos de solo (Normal, rochoso, pantanoso) devem ser levadas em conta, aplicadas juntamente com a Fita de Aviso e os dutos. A profundidade da vala é determinada a partir do tipo de solo e características do ambiente. Normalmente utiliza-se de 1 a 1,2 metros para solos normais. Em geral, a profundidade da vala aumenta para solos menos resistentes e diminui para solos mais resistentes. A distância entre caixas deve levar em conta principalmente o comprimento das bobinas e diferenças de relevo. O projetista, para obter o comprimento de cada lance deverá levar em conta o comprimento da bobina, fator de correção de relevo, reservas técnicas e emendas a realizar. A partir desse resultado escolhe-se os melhores locais para instalação das caixas de passagem, que normalmente são instaladas próximo de 1.000 metros uma da outra. É considerado interferência os obstáculos encontra-
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dos na passagem da rede subterrânea, como: estradas, rios, edificações, entre outros. Nestes locais pode ser utilizado o Método Não Destrutivo, que pode ser definido como a solução para superação de interferências sem a abertura de valas. O equipamento utilizado consegue executar o serviço de forma controlada. A tecnologia utilizada consiste na inserção de tubos que vão se emendando de forma longitudinal, com a aplicação de pressão hidráulica para abertura do solo nos locais de passagem de dutos, que são instalados em seguida. A cabeça de lançamento é o equipamento que mapeia o solo e mostra ao operador as informações necessárias para completar o trajeto, monitorando posição, profundidade, ângulo de ataque da cabeça, e direção para qual está indo a rede. Desta forma, um operador manuseia a máquina recebendo instruções de outro que caminha na mesma direção da instalação, e vai informando a direção a ser tomada pela cabeça de lançamento. Os dutos instalados deverão ser do tipo PEAD, para os diâmetros de 32, 40 e 50mm são denominados Subdutos e atendem os requisitos técnicos da NBR 14.683-1 – Sistemas de Subdutos de Polietileno para Telecomunicações. Para os diâmetros de 63 a 200mm, são denominados Dutos e devem atender os requisitos da NBR 15.551-1 – Sistemas de Dutos de Polietileno Subterrâneos de Energia Elétrica ou Telecomunicações. Os locais de acesso são definidos com base nas características do produto final. A rede pode sair diretamente nos postes da Concessionária, ou em outros locais que forem definidos em projeto, utilizando implantação de poste junto a última caixa para saída do cabo aéreo. A construção de redes subterrâneas deve ser planejada com bastante cuidado, buscamos aqui repassar algumas informações sobre o processo, mas o mais importante é consultar seu Projetista de Redes, ele pode lhe falar quais são as alternativas disponíveis na sua região, e qual a melhor solução para o seu empreendimento. Pois as obras só não podem ficar no papel!
A coluna “Fazendo Planos” é dedicada a repassar informações sobre o dia a dia das atividades relacionadas ao projeto e construção de redes de telecomunicações. Buscamos aqui, encurtar a distância entre o empreendedor de telecomunicações e a concessionária de energia, levando informações sempre em primeira mão. Caso você queira fazer alguma crítica, dar uma sugestão ou simplesmente deixar um comentário, entre em contato pelo e-mail: eloi@ instelpaengenharia.com.br
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COLUNISTA COLUNA
DEPENDE...
RONALDO COUTO
ENGENHEIRO ELETRICISTA, COM ÊNFASE EM TELECOMUNICAÇÕES. ESPECIALISTA EM REDES DE FIBRA ÓPTICA. FUNDADOR DA PRIMORI TECNOLOGIA.
RESERVAS TÉCNICAS Devo usar uma reserva técnica? Onde posicionar uma reserva? Quantos metros de cabo devo considerar para cada reserva? Com frequência estas são as perguntas que me questionam sobre o uso de reservas técnicas nas redes FTTx. A resposta simples, vocês já conhecem bem: DEPENDE! Mas para responder melhor a estas questões apresento na tabela a seguir os 3 tipos de reservas técnicas que podem existir na rede, as finalidades e as recomendações para cada uma dela
Tipo de Reserva
Finalidade
Metragem sugerida
Onde considerar?
Caixa de emendas
Utilizadas para poder se realizar as emendas da caixa no nível do solo.
15 m em cada ponta de cabo a ser emendado.
Em todos os cabos a serem emendados em caixas de emendas e CTOs.
Ampliação da rede
Utilizadas para montagem de futuras caixas de emendas na sangria do cabo e derivação da rede.
30 m.
Posicionar estrategicamente em locais onde se pretende derivar a rede no futuro.
50 m.
Posicionar nos pontos críticos, onde sabidamente o risco de acidente é alto. Sugerese também que entre uma e outra reserva de manutenção observe-se uma distância máxima de 500 m.
Manutenção de rede
Utilizadas num eventual rompimento do cabo.
As informações acima não provenientes de normas técnicas obrigatórias e sim baseadas em boas práticas podendo, portanto, ser alteradas conforme experiência do projetista da rede. Mesmo assim, considero um bom ponto de partida para os que estão iniciando seus projetos de rede FTTx. Finalizando, lembre-se que as concessionárias de energia possuem regras próprias que definem se a acomodação das reservas poderá ser fixada em pontes (com o uso de cruzetas) ou se deverá ser acomodada entre dois postes (fixada numa cordoalha com uso de um par de optiloop oval). Consulte as normas de compartilhamento de infraestrutura da concessionária de energia de sua região para definir os materiais de ferragem que devem ser utilizados na rede.
CALENDÁRIO OUTUBRO 5º CONGRESSO RTI PROVEDORES DE INTERNET Organizador: RTI / Aranda Eventos Data: 6 de outubro de 2016 Local: Ouro Minas Hotel & Convenções Cidade Sede: Belo Horizonte/MG Mais Informações: rtiprovedoresdeinternet.com.br
FUTURECOM
Organizador: Informa Exhibitions Data: 17 a 20 de outubro de 2016 Local: Transamérica Expo Cidade Sede: São Paulo/SP Mais Informações: pt.futurecom.com.br
NOVEMBRO ENCONTRO REGIONAL DE PROVEDORES
Organizador: Bit Social Data: 8 de novembro de 2016 Local: A definir Cidade Sede: Porto Seguro/BA Mais Informações: http://www.eventos.momentoeditorial.com.br/event/27o-provedores-regionais-porto-seguro/
IMERSÃO 2016
Organizador: InternetSul Data: 18 de novembro de 2016 Local: Grêmio Náutico União - Rua Quintino Bocaiuva, 500 - Moinhos de Vento Cidade Sede: Porto Alegre/RS Mais Informações: www.internetsul.org.br
ENCONTRO REGIONAL DE PROVEDORES Organizador: Bit Social Data: 10 de novembro de 2016 Loca: Centro de Convenções Santa Lucia Rua: Constante Sodré , 157 Santa Lucia Cidade Sede: Vitória/ES
PAINEL TELEBRASIL
Organizador: Mikrotik Data: 22 e 23 de novembro de 2016 Local: Royal Tulip Brasília Alvorada Cidade Sede: Brasília/DF Mais Informações: paineltelebrasil.org.br
MUM BRASIL 2016
Organizador: Mikrotik Data: 24 e 25 de novembro de 2016 Local: Actuall Convention Center Cidade Sede: Belo Horizonte/MG Mais Informações: mum.mikrotik.com/2016/BR/info