ITINERANTE Nº 7

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Itinerante Nº7 || JUNHO 2012

CAMINHAR WALKING

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CONHECER KNOWING

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Portugal Cont. 6,50€

CONVIVER SOCIALIZING

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POR TRILHOS DE

SANTUÁRIOS DE PORTUGAL PERCURSOS PEDESTRES

EM ROMARIA PELOS SANTUÁRIOS DE BALSAMÃO, BALSAMÃO, AVESSADAS, LAPA, BROTAS, AVESSADAS, LAPA, BROTAS, CRISTO REI, LOULÉ E S.MATEUS (PICO) FÁTIMA, À CONVERSA COM O REITOR PADRE CARLOS CABECINHAS PADRE CARLOS CABECINHAS 7 PERCURSOS PEDESTRES INÉDITOS MANJARES… DE REZAR POR MAIS! 00007

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A primeira revista de pedestrianismo em Portugal Caminhar, Conhecer e Conviver - a Itinerante faz a ligação entre os trilhos pedestres que propõe e a história/cultura das regiões por onde passam, bem como a gastronomia/hotelaria locais. CIAL O ESPE NÚMER

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trilhos Nº1 Por das Invasões Francesas

Nº2

Por trilhos em redor dos Faróis de Portugal

Nº3

Por trilhos do Caminho Português de Santiago

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Itinerante Nº4 || Novembro 2010 - Fevereiro 2011

CAMINHAR WALKING

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CONHECER KNOWING

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Portugal Cont. 6,50€

CONVIVER SOCIALIZING

Itinerante Nº5 || MAIO 2011

CAMINHAR WALKING

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CONHECER KNOWING

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Nº6 || FEVEREIRO 2012

Portugal Cont. 6,50€

CONVIVER SOCIALIZING

POR TRILHOS DAS

MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL

CAMINHAR WALKING

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CONHECER KNOWING

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Portugal Cont. 6,50€

CONVIVER SOCIALIZING

POR TRILHOS DO

CONTRABANDO PERCURSOS PEDESTRES

PERCURSOS PEDESTRES

FLORESTA LAURISSILVA GRUTAS DE MIRA DE AIRE LAGOA DAS SETE CIDADES PAISAGEM VULCÂNICA DA ILHA DO PICO PARQUE NACIONAL PENEDA-GERÊS PORTINHO DA ARRÁBIDA RIA FORMOSA

INÉDITO: UMA BANDEIRA DA REPÚBLICA 5 DE OUTUBRO, UM ENSAIO DE LOURENÇO PEREIRA COUTINHO JOÃO DA SILVA, UM CHAUFFER INJUSTIÇADO 00003 À CONVERSA COM EDUARDO NOBRE

PELA RAIA, OUVINDO HISTÓRIAS DE CONTRABANDISTAS E GUARDAS-FISCAIS...

POR TRILHOS

DA REPÚBLICA

EM FÓIOS, À CONVERSA COM JOSÉ MANUEL CAMPOS POR UM TRILHO DIFERENTE, EM TERRAS DE MOURA.

PERCURSOS PEDESTRES

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Nº4

Por trilhos da República

trilhos das 7 MaraviPor trilhos do Nº5 Por lhas Naturais de Portugal Nº6 Contrabando

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Se ainda não o fez, comece agora a sua colecção Itinerante! Pode assinar a Itinerante por 4 números em www.itinerante.pt/assinaturas ou adquirir os números que lhe faltam (informações em www.itinerante.pt/como-comprar).


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!"#$%&#'( antuários... e não só! Mais uma edição da revista Itinerante, para juntar à sua coleção de temas com trilhos (ou de trilhos com temas). E porque os caminheiros também podem ser romeiros, crentes ou não, mas certamente interessados pelo nosso riquíssimo património cultural e religioso, trazemos este tema sempre atual: o dos Santuários. Este é sem dúvida um tema intemporal, que atravessa séculos e crenças, por vezes de origem pagã, mas bem presente nos dias de hoje. Continua a mover e motivar multidões! É de facto impressionante o movimento diário à volta da maioria dos Santuários que visitámos, assim como as multidões que aí se concentram nos dias de festa. Os Santuários são também um ponto de referência nas regiões onde se encontram e à sua volta há muitos caminhos a percorrer, por objetivos religiosos e de fé, culturais, de contacto com a natureza e com o património das regiões, ou simplesmente para exercício físico. E há pontos de interesse a não perder... e há caches para praticar geocaching... e há o convívio com a família e os amigos… com iguarias de comer e chorar (ou rezar) por mais! São 7 os percursos pedestres inéditos que apresentamos, todos eles terminando em importantes Santuários, com e sem romarias, por todo o país. Desde Balsamão, concelho de Macedo de Cavaleiros, até Loulé, no Algarve, passando por S.Mateus, na ilha do Pico, fomos conhecer um pouco melhor essa realidade do Portugal que temos. É esse testemunho e experiência que aqui partilhamos consigo, leitor Itinerante. Aceite o desafio e ponha-se a caminho!

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Nuno Gama Nunes

Shrines... and not just that! One more issue of the Itinerante magazine to add to your collection of themes with trails (or trails with themes). And because walkers can also be pilgrims, believers or no believers, but certainly feeling interest in our extremely rich cultural and religious heritage, we bring you a theme that never goes out of fashion: shrines. This is undoubtedly a timeless subject that spans the centuries and the faiths, sometimes pagan, but very much present nowadays since it goes on attracting and motivating crowds! In fact, the daily bustle around the majority of the shrines that we visited is impressive, and so are the crowds that gather together there on feast days. The shrines are also a point of reference in the regions where they stand and further. All around them there are many trails people walk for a variety of reasons: religious, cultural, contact with the nature and with the heritage of the regions, or just to exercise. And there are spots truly worth visiting... and there are caches for the practice of geocaching... and it is a way to socialize with the family and friends... while tasting delicacies to die (or pray) for! In this magazine you will find 7 newly designed walking trails, all of them ending in important shrines with and without pilgrimages all over the country. From Balsamão, in the Macedo de Cavaleiros council to Loulé in Algarve, to S.Mateus in the Azores Pico Island, we set about to discover this side of Portugal. It is this experience that we want to share with you, the Itinerante reader. Accept the challenge and start walking!


#*"#+! Propriedade e Edição: Itinerante - Divulgação Histórica e Cultural, crl. NIPC 508951500 Morada (Sede/Redacção): Rua Abranches Ferrão, 23-3º, 1600-296 Lisboa info@itinerante.pt www.itinerante.pt Direcção: Nuno Gama Nunes Redacção: José Constantino Costa (coordenador CONHECER) - jose.costa@itinerante.pt Nuno Gama Nunes (coordenador CAMINHAR) - nuno.nunes@itinerante.pt Carlos Vaz (coordenador CONVIVER) - carlos.vaz@itinerante.pt Carlos Oliveira Duarte Vilar Miguel Ângelo (cartoon) Tratamento de imagem: Luís Ribeiro - luis.ribeiro@itinerante.pt Tradução: Casimira Albuquerque Maria João Batalha Reis 4VSHYpnS +Vj½GE Joana Oliveira Susana Gama Web Design: CoreFactor - IT Consulting & Design Publicidade: publicidade@itinerante.pt

MOMENTOS CAMINHEIROS

CONHECER OS SANTUÁRIOS, DO PAGANISMO À CONTEMPORANEIDADE

por José António Falcão

SANTUÁRIOS DE PORTUGAL

ESTANTE

À CONVERSA COM O PADRE CARLOS CABECINHAS

A MINHA ROMARIA POR SANTUÁRIOS DE PORTUGAL por José Constantino Costa

UMA FESTA INVULGAR... por João Romero Chagas Aleixo

A MINHA ROMARIA POR SANTUÁRIOS DE PORTUGAL (CONT.) por José Constantino Costa

Tiragem: 5.000 exemplares Periocidade: Quadrimestral Registo ERC nº 125763 Depósito Legal nº 301328 / 09 ISSN nº 1647-4082

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CARTOON

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por Graça Poças Santos

por Miguel Ângelo

Assinaturas e Nº anteriores: assinaturas@itinerante.pt

Distribuição: Logista Portugal

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TURISMO RELIGIOSO

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Impressão: 7-+ 7SGMIHEHI -RHYWXVMEP +Vj½GE Rua Pêro Escobar, 21 2680-574 Camarate

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CAMINHAR NATUREZA + AVENTURA + GPS = GEOCACHING

LOCALIZAÇÃO DOS TRILHOS

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54 55 59 63 67 71 75 79

INFORMAÇÕES SOBRE OS TRILHOS

EM REDOR DO CONVENTO DE BALSAMÃO

DO CONVENTO DE AVESSADAS A TONGÓBRIGA

DA SRA. DOS AFLITOS À N. SRA. DA LAPA

DO FLUVIÁRIO AO SANTUÁRIO DE BROTAS

DO CRISTO REI A CACILHAS

DE QUERENÇA AO SANTUÁRIO DA MÃE SOBERANA

DA MADALENA AO SANTUÁRIO DE S. MATEUS

CONVIVER

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O SABOR DA MEMÓRIA

UM SANTUÁRIO A MERECER ROMARIA

SOBERANO RESTAURANTE

UMA FATIA DA HISTÓRIA FESTARIA SEM COMEDORIA É COMO GAITA QUE NÃO ASSOBIA

AS COMPONENTES DE UMA ROMARIA A PASSAR por Duarte Vilar

BLOCO DE NOTAS



Cristo Rei – N 38º 41' 54.0'' W 9º 10' 92.0''


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!"!#$%"&' ()!*$+#*,"& por MARIA LETRA

2 -"*&'#.'/"&%"'#'0#'-#,*1.*%"& – “Adoro cães!” – “Ah eu não, eu gosto é de gatos!” – “Como é possível? Os gatos são...” e blá blá blá e blá blá blá cho que toda a gente no mundo já participou numa “discussão” deste tipo ou, pelo menos, assistiu a uma, ressalvando as óbvias adaptações à fauna local – “Adoro elefantes!” e “Ah eu não, eu gosto é de leões!”ou “Adoro golfinhos!” e “Ah eu não, eu gosto é de baleias!”, por exemplo. Montanha versus mar, Sporting versus Benfica, sandálias versus ténis, doces versus salgados... Infinitas variações. De forma algo inconsciente, os seres humanos usam este tipo de questões um pouco idiotas – “Gostar mais de X ou de Y” – para melhor identificarem “os seus”, ou seja, os outros seres humanos com quem podem criar laços, pois há pelo menos uma coisa – X ou Y – que têm em comum e sobre a qual sabem que podem falar. Por outro lado, mas igualmente importante, identificam também “os outros”, ou seja, aqueles com quem podem entrar em disputa, mesmo que ligeira; numa sociedade civilizada, é o que mais se aproxima de uma luta, batalha ou mesmo guerra aberta, permitindo-lhes extravazar os instintos guerreiros presentes nos seus genes. Por estranho que pareça, estas questões servem também para alimentar atitudes “interessantes” – respostas do tipo “Pois eu gosto é de Z!” podem ter consequências diversas, dependendo do contexto em que são proferidas, mas são normalmente capazes de criar silêncio e atrair olhares, mesmo que momentaneamente. O instante seguinte a esse primeiro embate é importantíssimo para o futuro de quem o provocou no seio do grupo em que o fez. Tudo depende do “Z” escolhido. Alguém que diga “Pois eu gosto é de periquitos!” num grupo que se divide entre cães e gatos é, com grande probabilidade, liminarmente ignorado... pura e simplesmente deixa de ter visibilidade e, das duas uma: ou desiste de ser interessante e se esforça por escolher um dos dois lados primordiais ou se afasta e tenta ser interessante nalgum outro grupo. Mas... se esse mesmo alguém disser “Pois eu gosto é de tarântulas!” sem se rir, vai certamente merecer, para o mal ou para o

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bem, a atenção da maior parte do grupo. Mas que tem isto a ver com caminheiros?, perguntará o leitor mais perspicaz. Tudo!, digo eu. Quem nunca se viu envolvido, por exemplo, na clássica discussão “Subidas versus descidas”? – “Adoro descidas!” – “Ah eu não, eu gosto é de subidas!” e blá blá blá “...os joelhos...” e ti ti ti “... a falta de fôlego...” e “...as unhas à frente nas botas...” e “...o tabaco...” e blá blá blá. Quem nunca se envolveu ou assistiu a uma destas? E aqui, como é de adivinhar, não há lugar para gente “interessante”, pois a única alternativa a “subida” e “descida” é “plano” que, convenhamos, é perfeitamente desinteressante e catapulta qualquer um que se atreva a dizer “Pois eu gosto é de andar em plano!”, para a marginalidade total. Estão a ver como isto tem tudo a ver com caminheiros? A pouco e pouco estão a lembrar-se de mais, certo? E aposto que consigo adivinhar... – “Adoro caminhar com o céu azul!” – “Ah eu não, eu gosto é que o céu esteja nublado para não estarmos sempre à chapa do sol!” Os candidatos a “interessantes” diriam qualquer coisa do estilo “Pois eu gosto é de caminhar com neve!” ou “Pois eu gosto é de caminhar debaixo de uma bruta trovoada!”. Os incautos seriam marginalizados por frases do tipo “Pois eu gosto é de caminhar umas vezes com sol e outras com nuvens!” – “Adoro estes caminhos estreitos, cheios de vegetação!” – “Ah eu não, eu gosto é daqueles largos, com paisagem a perder de vista!” Sugestões para frases “interessantes” poderiam ser, por exemplo, “Pois eu gosto é de caminhar à beira de precipícios!” ou “Pois eu gosto é de caminhar dentro de grutas!”. A frase “Pois eu gosto é de caminhar no alcatrão!” pode ter o efeito lógico de condenar a pessoa que a diz à invisibilidade perpétua ou, pelo contrário, de tão absurda, criar uma aura de “originalidade suprema”. Eu poderia terminar dizendo que gosto é de caminhar, tout simplement. Ao sol ou à chuva, vistas largas ou caminhos cerrados, subindo ou descendo... o que importa é caminhar! É claro que estaria a dizer a verdade... mas eu gosto mesmo é de periquitos!


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0"'-)/)$*&!"')' ("$%#!-",)$#*0)0# por JOSÉ ANTÓNIO FALCÃO

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eta da peregrinação, o santuário constitui um espaço extraordinário, apartado das vivências do quotidiano, onde a enigmática substância do Divino se revela de maneira particularmente intensa. Locus amœnus num mundo incerto e às vezes cruel, representa um porto seguro para quem aí se dirige, independentemente do motivo que deu origem à viagem: devoção, procura de paz para o espírito ou de cura para o corpo, cumprimento de um voto ou de uma penitência. No contexto do universo peregrinatório sobressaem as romarias que, a despeito da origem do termo, acabaram por ser identificadas vulgarmente com as visitas, não já a Roma, mas a santuários de proximidade – lugares privilegiados da festa. Assumindo uma rutura com o quotidiano, esta instaura um tempo extraordinário e é um espelho da comunidade que a celebra, revelando-lhe não só as crenças, mas também os valores e a organização intrínseca. O homo ludens oferece outra faceta do homo peregrinus. De facto, as celebrações são algo muito importante para a sociedade; contêm em si uma componente ancestral que aproxima as pessoas de si mesmas, dos seus semelhantes, dos ritmos e dos elementos da natureza. Tornaram-se igualmente um “recurso turístico” de primeira ordem.


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!"#$%&'()!* +,*-)'$%."/ Fonte: Associação de Reitores dos Santuários de Portugal

DIOCESE DO ALGARVE nossa senhora da piedade - mãe soberana | loulé

DIOCESE DE ANGRA senhor santo cristo dos milagres | ponta delgada (ilha de são miguel) nossa senhora da conceição | angra do heroísmo (ilha terceira) nossa senhora dos milagres | serreta - angra do heroísmo (ilha terceira) santo cristo da caldeira | ribeira seca - calheta (ilha de são jorge) senhor bom jesus | são mateus - madalena (ilha do pico)

DIOCESE DE AVEIRO nossa senhora auxiliadora (salesianos) | mogofores (anadia) mãe e rainha três vezes admirável de shoenstatt | gafanha da nazaré (ilhavo) santa maria de vagos | vagos nossa senhora do socorro | albergaria a velha

DIOCESE DE BEJA nossa senhora da cola | cola (ourique) nossa senhora de guadalupe | monte de são gens (serpa)

DIOCESE DE BRAGA beata alexandrina | balazar (póvoa de varzim) nossa senhora da saúde | laundos (póvoa de varzim) santa maria madalena da falperra | falperra (braga) bom jesus do monte | tenões (braga) nossa senhora da conceição do sameiro | espinho (braga) nossa senhora da abadia | santa maria do bouro (amares) nossa senhora do alívio | soutelo (vila verde) nossa senhora do bom despacho | cervães (vila verde) nossa senhora da guia | belinho (esposende) nossa senhora da assunção do facho | oliveira (barcelos) nossa senhora do socorro | areias de vilar (barcelos) nossa senhora do rosário do monte da franqueira | pereira (barcelos) nossa senhora do carmo de lemenhe | lemenhe (vila nova de famalicão) são torcato | são torcato (guimarães) nossa senhora do carmo da penha | penha (guimarães) nossa senhora da lapinha | calvos (guimarães) são bento das peras | caldas de vizela (vizela) nossa senhora das neves | lagoa (fafe) nossa senhora do pilar | póvoa de lanhoso nossa senhora do porto d’ave | taíde (póvoa de lanhoso) bom jesus das mós | carvalheira (terras do bouro) são bento da porta aberta | rio caldo (terras do bouro) nossa senhora da fé | cantelães (vieira do minho) nossa senhora do viso | caçarilhe (celorico de basto) nossa senhora da aparecida | balugães (barcelos)

DIOCESE DE BRAGANÇA/MIRANDA nossa senhora dos montes ermos | freixo de espada à cinta nossa senhora do caminho | mogadouro nossa senhora do naso | miranda do douro nossa senhora da serra | bragança santo cristo | outeiro (bragança) nossa senhora da ribeira | quintanilha (bragança) nossa senhora do campo | macedo de cavaleiros nossa senhora de balsamão | chacim (macedo de cavaleiros) nossa senhora dos anúncios | vilarelhos (alfândega da fé) imaculado coração de jesus dos cerejais | cerejais (alfândega da fé) santo antão da barca | parada (alfândega da fé) nossa senhora da assunção | vilas boas (vila flor) nossa senhora da lapa | vila flor nossa senhora do amparo | mirandela

DIOCESE DE COIMBRA nossa senhora do pranto | dornes (ferreira do zêzere) santo antónio dos olivais | coimbra rainha santa isabel | coimbra nossa senhora de atocha | tocha (cantanhede) nossa senhora da piedade | cabo do soito (lousã) nossa senhora da piedade das tábuas | tábuas (miranda do corvo) senhor da serra | semide (miranda do corvo) nossa senhora do monte alto ou montalto | valbona (arganil) nossa senhora das preces | aldeia das dez (oliveira do hospital) santa eufémia | serra da moita (tábua)

DIOCESE DE ÉVORA nossa senhora do castelo | coruche nossa senhora da visitação | montemor-o-novo nossa senhora de aires | viana do alentejo nossa senhora da lapa | vila viçosa nossa senhora da conceição, rainha e padroeira de portugal | vila viçosa nossa senhora da boa nova | terena (alandroal) senhor jesus da piedade | elvas nossa senhora de entre águas | benavila (avis) nossa senhora das brotas | brotas (mora) santo cristo dos mártires | alcácer do sal

DIOCESE DO FUNCHAL nossa senhora da paz | funchal nossa senhora do monte | funchal senhor bom jesus de ponta delgada | ponta delgada (são vicente) nossa senhora de fátima | câmara de lobos

DIOCESE DA GUARDA nossa senhora da póvoa | penamacor nossa senhora das dores | paúl (covilhã) nossa senhora do desterro | póvoa do miléu (guarda) nossa senhora do mileu | póvoa do miléu (guarda) nossa senhora de sacaparte | alfaiates (sabugal) nossa senhora da ajuda | malhada sorda (almeida)

DIOCESE DE LAMEGO nossa senhora da ouvida | castro daire são torcato | cabaços (moimenta da beira) santa eufémia | penedono nossa senhora da saúde | fonte arcada (sernancelhe) nossa senhora da lapa | quintela da lapa (sernancelhe) nossa senhora de ao pé da cruz | sernancelhe nossa senhora das necessidades | vila da ponte (sernancelhe) nosso senhor da boa sorte | touro (vila nova de paiva) nossa senhora da paz | vila cova à coelheira (vila nova de paiva) nossa senhora de cárquere | cárquere (resende) senhor dos enfermos | fornelos (cinfães) santa eufémia | parada do bispo (lamego) nossa senhora dos remédios | lamego são domingos | fontelo (armamar) nossa senhora do sabroso | barcos (tabuaço) são salvador do mundo | são joão da pesqueira

DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA senhor jesus dos milagres | milagres (leiria) nossa senhora da encarnação | leiria nossa senhora do fetal | reguengo do fetal (batalha) nossa senhora da urtiga | ourém nossa senhora do rosário de fátima | fátima (ourém)

DIOCESE DE LISBOA nossa senhora da penha de frança | penha de frança (lisboa) nossa senhora da nazaré | sítio (nazaré) senhor da pedra | são pedro (óbidos) nossa senhora dos remédios | remédios (peniche) senhor jesus do carvalhal | carvalhal (bombarral) nossa senhora das neves | lamas (cadaval) nossa senhora dos milagres | dois portos (torres vedras) senhor jesus do calvário | matacães (torres vedras) nossa senhora da piedade da merceana | merceana (alenquer) santa quitéria de meca | meca (alenquer) nossa senhora de alcamé | vila franca de xira senhor jesus da boa morte | povos (vila franca de xira) nossa senhora do socorro | enxara do bispo (mafra) nossa senhora da saúde | sacavém (loures) nossa senhora da lapa | falagueira (amadora) nossa senhora da piedade da serra | almargem do bispo (sintra) nossa senhora da rocha | queijas (oeiras)

DIOCESE DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO nossa senhora de mercoles ou mercules | castelo branco nossa senhora do almortão | idanha-a-nova senhor dos aflitos | fortios (portalegre)

DIOCESE DO PORTO nossa senhora de la salette | oliveira de azeméis nossa senhora da saúde | castelões (vale de cambra) schoenstatt | vila nova de gaia nossa senhora da saúde | carvalhos (vila nova de gaia) monte da virgem - imaculada conceição | oliveira do douro (vila nova de gaia) santa rita | ermesinde (valongo) nossa senhora do bom despacho | maia nossa senhora da piedade e santos passos | penafiel santa quitéria | margaride (felgueiras) nossa senhora da natividade do castelinho | avessadas (marco de canavezes) menino jesus de praga | avessadas (marco de canavezes) nossa senhora da assunção | santo tirso

DIOCESE DE SANTARÉM santíssimo milagre | santarém

DIOCESE DE SETÚBAL cristo rei | almada nossa senhora da atalaia | atalaia (montijo) nossa senhora do cabo | cabo espichel (sesimbra)

DIOCESE DE VIANA DO CASTELO nossa senhora da agonia | viana do castelo nossa senhora da pena | moselos (paredes de coura) nossa senhora do castelo | vila fonche (arcos de valdevez) nossa senhora da peneda | gavieira (arcos de valdevez) nossa senhora da paz | vila chã s. joão (ponte da barca) nossa senhora da boa morte | correlhã (ponte de lima) senhor do socorro | labruja (ponte de lima) nossa senhora da conceição do minho | serra de arga (ponte de lima) santa luzia – sagrado coração de jesus | viana do castelo

DIOCESE DE VILA REAL nossa senhora da graça | monte farinha (mondim de basto) nossa senhora do viso | fontes (santa marta de penaguião) nossa senhora da saúde | são lourenço de ribapinhão (sabrosa) nossa senhora da piedade | sanfis do douro (alijó) são caetano | ervededo (chaves) nossa senhora da saúde | valpaços senhor do monte | pinho (boticas)

DIOCESE DE VISEU nossa senhora da esperança | mouraz (tondela) nossa senhora do castelo | mangualde nossa senhora de cervães | santiago de cassurrães (mangualde) senhor dos caminhos | romão (satão) nossa senhora da esperança | satão nossa senhora do castelo | vouzela


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!"#$%&!$'!"# (#%"#)'*$%"# +$,"#'-('!"# ./&#0%.0('+%1# 2($(3$'.!45%6# 7%$.!-!# (#8("+! por JOSÉ DO CARMO FRANCISCO

Quando uma multidão ou um simples grupo de pessoas se dirige num dia certo do ano a um lugar sagrado, faz essa viagem por etapas e, depois de andar em volta do santuário, se diverte entre sol e pó num arraial, podemos dizer que temos então uma romaria.

No livro “Júlio César Machado no Oeste” organizado por Vítor Wladimiro Ferreira (edição Museu Municipal do Bombarral) surgem as Festas da Nazaré que são afinal no Sítio, lugar onde aconteceu o milagre de D. Fuas Roupinho. O texto é de 1861: “Já lá vêm cobrindo a estrada, os círios uns após outros! Deixemo-lo entrar, o grande Círio da Prata Grande! Depois dele virá o das Caldas e, depois do das Caldas, chegará à noite o de Óbidos, descendo brilhantemente as serranias da Pederneira e alumiando a Nazaré ao clarão dos seus archotes! A romaria desfilava pela praça e girava três vezes em roda da igreja. A música rompia a marcha e os anjos encetavam o cortejo. São três crianças de calção de meia, manta bordada e gorro de paladino que se aguentam em cima dos seus cavalos e guardam os pés em enormes estribos de pau. O povo ajoelha, escuta e aplaude. É fabuloso o número de criaturas que se arrastam de joelhos pela praça! Pelo adro! Pela igreja!”



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por JOSÉ CONSTANTINO COSTA

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Visiting shrines in Portugal... We travelled six thousand kilometres! In round numbers, it is... Six thousand kilometres to present you 7 Portuguese shrines. We travelled to Minho (Avessadas – Marco de Canavezes) to the Algarve (Loulé), to the inner northern region (Chacim – Macedo de Cavaleiros) to the Lisbon coast (Almada). We travelled through Beira (Lapa – Sernancelhe), the Alentejo (Brotas – Mora) and we flew to the Azores, to the Pico Island! Let us now tell you what we have seen and heard!

!"#$$!%!$&#&'#()(*& +#$,$&%#&-.!/!0&!& 1*',(23*&-#.4#)5!6 o início, foram casamentos e dotes. A nobre espanhola D. Isabela Manrique de Lara y Mendoza oferece à filha Maria Manrique, como presente do seu casamento com o nobre checo Vojtech de Pernstejn, no ano de 1555, uma pequena estátua em cera, com 48 cm de altura, representando Menino Deus, com a mão direita erguida em sinal de benção e a mão esquerda a segurar um globo. Anos mais tarde, em 1603, a imagem passa para a geração seguinte: é parte do dote que a sua filha Polyxena von Lobkowicz leva quando casa com Vilem de Rozumberk. Será essa imagem que, em 1628, a Princesa Polyxena oferecerá aos Padres Carmelitas Descalços de Praga. Conta a tradição que ela lhes terá dito: “Entrego-vos o que mais valioso possuo. Honrem este Menino Jesus e nada vos faltará!” Depois, tornou-se devoção. Venerada desde a primeira hora, a Imagem veio a sofrer, anos mais tarde, os efeitos das guerras; durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), o exército protestante de Gustavo Adolfo da Suécia, em 1631, saqueou as igrejas católicas de Praga e a Imagem do Menino Jesus acabou entre um monte de entulho por detrás do altar. Descoberta em 1637, com os braços partidos, a imagem foi restaurada e coroada pelo bispo de Praga, em 1655, sendo ainda hoje visitada por milhares de peregrinos que acorrem à Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, no bairro de Malá Strana, para venerarem a imagem de Jesus menino. E a devoção chegou a Portugal. Foi no dia 17 de julho de 1749 que

!

O Santuário do Menino Jesus de Praga, em Avessadas, está a pouco mais de 50 km do Porto, na estrada de Marco de Canavezes para Entre-os-Rios. Avessadas é uma freguesia do concelho de Marco de Canavezes. Situada a três quilómetros da sede do concelho, tem, para além do Convento do Menino Jesus de Praga, um outro santuário, o de Nossa Senhora da Natividade do Castelinho. É um caso quase raro em Portugal; dois santuários na mesma freguesia. Mas a região de Marco de Canavezes tem muito mais para visitar. Para além da sede do concelho – o Pelourinho de São Nicolau, as Caldas de Canavezes, com vestígios arqueológicos romanos, e a Igreja de Santa Maria, projetada por Álvaro Siza Vieira, merecem a sua visita –, há nas freguesias rurais muitos pontos de interesse. Por exemplo, as igrejas matrizes de Santo André (na freguesia de Vila Boa de Quires), Santa Eulália (Constance) e Santo Isidoro (Santo Isidoro), o Pelourinho da Torre, em Vila Boa de Quires, e Tongóbriga, a área arqueológica do Freixo. E há o rio Tâmega, presença constante na paisagem; é, em Portugal, o mais extenso afluente do rio Douro – nasce na serra de São Mamede, em Espanha, e desagua em Entre-os-Rios, passados 164 km – com as suas pontes, muitas delas de origem romana, a serem sinais inequívocos da sua importância. A não perder também, as “Fatias do Freixo”! Mas isso é uma outra história. É história de conviver...



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!"#$#%&'(%)*%& %+!"#&+&),"(%-+& "#.(/(+%+& #&*./,-*%&0+)*%& *'.(1*2*%&*&34)(-* por GRAÇA MOUGA POÇAS SANTOS, Professora Coordenadora da ESECS – IPLeiria; Investigadora do CIID (www.ciid.ipleiria.pt)

em sempre é fácil compreender, medir e explicar os fenómenos humanos em que se inclui uma componente espiritual e não apenas porque ela se projeta sobretudo enquanto realidade subjetiva e interiorizada, de que a dimensão pública ou social (isto é, objetiva e exteriorizada) não é senão uma parte. Tais obstáculos não devem fazer-nos renunciar à tentativa de compreensão, medição e explicação de realidades de inegável alcance como é o caso dos factos religiosos. Estes situam-se a uma escala que se confunde com a pessoa, mesmo quando envolvem multidões e que, embora frequentemente se realizem num lugar sagrado e num território demarcado por uma dada comunidade religiosa, não se reconduzem ao elemento estritamente material que aqueles também possuem, sobrelevando as suas características simbólicas. Na matéria que nos propusemos abordar, a pedra de toque é constituída pela motivação ou complexo de motivações, na medida em que são estas que presidem tanto às deslocações turísticas como às diferentes práticas de lazer e que, na sua articulação recíproca (re)produzem uma rede de variáveis onde se integram, no caso de Fátima, as formas com que se exprime o triângulo religião (motivação) / turismo (deslocação) / lazer (ocupação).

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Fátima é um exemplo interessante desta realidade triangular, prova da modernidade e complexidade do fenómeno em causa, com o impressionante número de visitantes e o seu objetivo de ser o altar do mundo enfatizado pelas visitas de três papas. As práticas religiosas são portadores de uma densidade espacial que se pode traduzir em campos tão variados como os trajetos ou itinerários percorridos de e para os lugares sagrados (entre os quais avultam as peregrinações), as edificações ou monumentos de cunho religioso, certas formas da natureza a que se atribui caráter simbólico ou sagrado, a toponímia de inspiração religiosa, a difusão no espaço das formas litúrgicas ou rituais, ou ainda os objetos móveis de uso ou significado religioso (estátuas, relíquias, etc.). O conhecimento sobre o turismo não pode alhear-se do estudo de problemáticas emergentes como é o caso do turismo religioso, em que a dimensão espacial é uma coordenada fundamental, a par do contexto de tempo livre, e onde a distinção face ao conceito tradicional de peregrinação deve igualmente ser tida em conta. A possível articulação com atividades de lazer realizadas não pode também ser posta de parte liminarmente. Por outro lado, a motivação religiosa, com-

parada com a grande diversidade de fins que contribuem para levar os indivíduos a viajar, é considerada por alguns como não turística. Contudo, não devemos esquecer que o próprio conceito de lazer tem sofrido alterações à medida que os padrões sociais e culturais vão evoluindo. Efetivamente, a realidade atual tem demonstrado o cada vez maior relevo de fenómenos como o das jornadas multifuncionais, nas quais uma mesma deslocação pode servir várias finalidades, ou o dos chamados packages turísticos, produto oferecido pelas agências de viagem em que se podem incluir várias modalidades de turismo. Fátima surge no contexto português como a primeira cidade resultante da função de peregrinação. Esta cidade-santuário tem tido um crescimento assinalável, tanto em termos de turismo, como de urbanismo, muitas vezes algo caoticamente. Isto mesmo é observável in loco, onde o turista religioso apresenta frequentemente um conjunto de finalidades de viagem que vão desde as genuínas motivações de fé, a razões de ordem cultural, balnear, etc... existentes na região envolvente. Assim, surge a dificuldade de medir as verdadeiras intenções dos visitantes de Fátima. A própria ideia de turismo religioso surge algo controversa, tanto do ponto de vista das autoridades religiosas, como de uma perspetiva académica de estudo do turismo. Se para os primeiros o fenómeno é tido como um certo desvio das puras práticas peregrinacionais, para a análise teórica ele reveste alguma indefinição, quando não é mesmo objeto de rejeição como realidade turística. Apesar de qualquer preconceito que possa existir acerca deste fenómeno, certo é que o turismo religioso, nas suas várias componentes e nas diferentes modalidades de que se reveste, se tem vindo a impor pela sua dimensão, no contexto do turismo mundial. Embora de difícil medição, pela ausência de dados estatísticos específicos (tanto a nível nacional como internacional), independentemente dos números que cada santuário ou centro religioso recolhe, têm sido avançadas estimativas que apontam para uma percentagem de cerca de 1/4 dos fluxos turísticos totais o que demonstra a incontornável relevância de um tema que carece de reflexão e aprofundamento.


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!"#$%&'"(")&!#$%"(*+,- *&./"/01!* EM ROMARIA ÀS “CACHES” A “ida às caches” tal como as romarias, também tem um pouco de ritual de cumprimento do dever – encontrar o tesouro e fazer o registo – e de diversão, havendo sempre lugar para os piqueniques, almoçaradas ou jantaradas com momentos de partilha e convívio entre os geocachers. O que importa é a confraternização e o retempero das forças! Na arte de descobrir tesouros utilizando o GPS, os geocachers, faça chuva ou faça sol, continuam a percorrer grandes distâncias para encontrar caches em lugares ermos, muitos deles coincidentes com locais de passagem ou de destino de romarias. São inúmeras as caches junto de santuários como, por

exemplo, em S. João D’Arga (Caminha), Cruzes (Barcelos), Senhora da Peneda (Arcos de Valdevez), Senhora D'Agonia (Viana do Castelo), S. Bento da Porta Aberta (Rio Caldo, Gerês), S. Bento de Ermelo (Arcos de Valdevez), Feiras Novas (Ponte de Lima), S. João da Fraga (Pitões das Júnias, Montalegre), Senhora dos Remédios (Lamego), Senhora do Almortão (Idanha), Senhor Santo Cristo (S. Miguel, Açores). Os geocachers acabam por se tornar “devotos” de todos estes padroeiros pois visitam-nos e ficam a conhecer a sua história e a do local que os abriga e divulgam essa sua nova “devoção”.

GEOCOINS – MOEDAS QUE “VIAJAM” No próximo mês de agosto, dias 3, 4 e 5 irá realizar-se o GeocoinFest, o maior evento de geocoins a nível mundial. Mas o que são geocoins? São medalhas ou objetos metálicos, de vidro, madeira, plástico ou até de cerâmica, de variadas formas, cores e tamanhos, que “viajam”! A ideia é que, durante a sua viagem – de cache em cache ou entre amigos – a geocoin vá colecionando histórias e fotos que enriqueçam o seu percurso até atingir o objetivo. Para isso, a geocoin tem um website próprio – que pode ser encontrado através do tracking number, que é único, nela gravado – de modo a que seja possível seguir o seu movimento através do mundo e para que os visitantes possam deixar o seu comentário quando a encontram. Quando registadas no website associado dizem-se “ativadas” (em oposição a “desativadas”). A colocação de uma geocoin numa cache tem objetivos diferentes conforme esteja ativada ou desativada: no primeiro caso pretende-se a sua movimentação de cache em cache, enquanto que se estiver desativada poderá servir de troféu e levada por quem a encontra.

O website associado a uma geocoin permite vários tipos de registo, entre os quais o registo de “picking up” (pegar ou retirar da cache onde se encontrava), “dropping off ” (deixar ou colocar numa cache) e “discovering” (descobrir), e ainda a partilha de pensamentos e fotos associados com o achado. Qualquer destes registos contribui para a coleção virtual do geocacher que encontrou e/ou moveu a geocoin. Os geocachers fãs destas moedas que viajam, procuram fazer também uma coleção real de geocoins “em carne e osso”. Obviamente não se deve guardar numa coleção pessoal uma geocoin ativada que ande a circular, pois isso é considerado “roubo”. A raridade de algumas delas faz com que muitos dos seus proprietários exibam estes objetos de coleção com orgulho em certos eventos e encontros, maravilhando assim os felizardos que têm a oportunidade de as admirar. Voltamos agora ao início e relembramos que de 3 a 5 de agosto irá realizar-se o GeocoinFest, o maior evento de geocoins a nível mundial. Este ano será em Lisboa, terá muitas surpresas, animação e convívio. Mais informações em http://geocoinfest.pt.

As romarias sucedem-se anualmente como que festejando o aniversário dos santos padroeiros. A festa prepara-se cuidadosamente ao longo do ano e na altura da romaria são, no mínimo, três dias de excesso – nesses dias não faz mal beber demais e dançar até inchar as pernas; o arraial prolonga-se por toda a noite; as bandas de música entram em despique; sucedem-se as girândolas. Há amores que nascem nas romarias e duram para toda a vida. O que importa é a festa e que no final da caminhada e da romaria nos sintamos regenerados, satisfeitos e com vontade de voltar. Assim suceda sempre com os geocachers nas suas caminhadas pelos trilhos das caches das romarias; e por todos os outros também, claro!

SÍMBOLOS QUE CARACTERIZAM O TAMANHO E O TIPO DAS CACHES E SEU SIGNIFICADO TAMANHOS DE CACHES (PARA TODAS AS CACHES QUE TENHAM UM RECIPIENTE FÍSICO): Micro – Caixas de rolos fotográficos de 35mm ou mais pequenas normalmente contendo apenas o livro de visitas (logbook). Pequena (small) – Recipiente do tipo Tupperware comportando um livro de visitas e alguns itens para troca. Regular – Recipiente do tipo Tupperware ou caixas de munições. Grande (large) – Bidão de 20 litros ou maior. TIPOS DE CACHES: Cache tradicional – Este é o tipo original de cache. Consiste, no mínimo, de um recipiente e de um livro de visitas. As coordenadas publicadas na página de uma cache tradicional são as da sua localização exacta. Multi-Cache – Semelhante à cache tradicional, mas é necessário visitar um ou mais pontos intermédios para determinar as coordenadas da cache final. Cache Mistério – Envolve normalmente a resolução prévia de complicados quebra-cabeças para determinar as coordenadas da cache. Caixa Postal Híbrida (Letterboxes) – É uma mistura de Caixa Postal e Geocache na mesma caixa. Cache Evento – São reuniões organizadas por geocachers, abertas a todos os geocachers.

ALGUNS EXEMPLOS DE GEOCOINS

EarthCache – Mantidas pela Sociedade Geológica da América, são caches com fins pedagógicos, que apresentam alguma particularidade geofísica única no terreno.



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Em redor do Convento de Balsamão

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Do Convento de Avessadas a Tongóbriga

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Do Fluviário ao Santuário de Brotas

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Do Cristo Rei a Cacilhas

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De Querença ao Santuário da Mãe Soberana

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Da Madalena ao Santuário de S.Mateus

7



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!"#$%&'()*+,+$-%* ! $+,.%!/0$+ TIPO | Circular ou não circular. TYPE

Circular or non circular.

OUTROS SÍMBOLOS OTHER SYMBOLS

Circular: que termina no ponto de partida.

Existência (ou não) de WC público no trilho.

Não circular: que não termina no ponto de partida.

Existência (ou não) de locais de abastecimento no trilho.

Public toilets available/not available along the trail.

Circular: it starts and ends at the same place.

Non circular: it does not end at starting point.

Refreshments available/not available along the trail.

Localidade mais próxima. Nearest town.

DIFICULDADE | Avaliação do nível de dificuldade física atribuído,

resultante da avaliação do conjunto de caraterísticas do trilho que influenciam a progressão: distância, ascensão total, tipo de piso, duração do esforço.

DIFFICULTY

Level of physical difficulty resulting from the assessment of the trail’s features that may influence the walking activity: distance, total ascent, type of terrain, effort duration.

Muito baixa | Very low Baixa | Low Média | Moderate Alta | High Muito alta | Very high

CARATERÍSTICAS FEATURES

Não aconselhável em tempo invernoso. Not advised in winter weather.

Não aconselhável em tempo muito quente. Not advised in very hot weather.

Com muita lama em tempo de chuva. Very muddy in rainy weather.

Escorregadio em tempo de chuva. Slippery in rainy weather

Pouco arborizado, pouca sombra. Few trees, little shade.

DISTÂNCIA | Distância total a percorrer (Km). Total walking distance (Km).

DISTANCE

Obrigatório o uso de botas - piso difícil, irregular. Boots are compulsory – hard, irregular surface.

Desaconselhado o uso de calções/ saias - passagem por vegetação muito densa.

Shorts / skirts not advised – passes through very dense vegetation.

Paisagem muito bonita.

DURAÇÃO |Duração média total, em função da distância e da dificul-

Superb scenery.

dade de progressão (horas e minutos). Não inclui paragens.

TIME

Total time required according to the distance and the difficulty level (hours and minutes). Stops not included.

ASCENSÃO TOTAL | Total da ascensão efetuada, acumulado de todas as subidas (metros).

TOTAL ASCENT

The total cumulative ascent (metres).

“A descrição dos trilhos não pretende ser exaustiva e o percurso pode ser alvo de alterações, pelo que podem ocorrer erros ou omissões. Os trilhos deverão ser percorridos com o mapa, uma bússola, e se possível com o GPS. A Itinerante não assume qualquer responsabilidade legal ou civil pelos leitores que percorram os trilhos apresentados.” Os mapas apresentados são extratos das folhas da Carta Militar de Portugal, do Instituto Geográfico do Exército, na escala 1/25.000 - Séries: M888 (Continente), M889 (Açores) e P821 (Madeira).

INÍCIO E FIM DO TRILHO COM COORDENADAS GPS START AND END OF THE TRAIL WITH GPS COORDINATES

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Nome do local onde o trilho começa/termina. Name of the place where the trail starts/ends.

Formato Lat/ Lon hdddº mm’ ss.s’’ Sistema de referência: WGS 84

Os trilhos para GPS poderão ser descarregados a partir do site GPS trails may be downloaded from

www.itinerante.pt


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Rating

ITINERANTE

9,3 km (10,7 km) 3h00 (3h30) 520 m (560 m) Chacim Não/No Não/No

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/012'345'36708' 962':15'33718

Mapas/Maps IGeoE: Folha nº 78 e 92

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*&,%*2$%,2$,3$"4*".$, 2*,-'/+'&1$ Situado no nordeste transmontano, no alto de um monte, o Convento de Balsamão é um ótimo local para iniciar e terminar um passeio pedestre. De facto, o local do Convento é um autêntico miradouro sobre toda a região em redor, que inclui o Maciço de Morais. Com uma história geológica de 300 milhões de anos, este é um dos poucos lugares que demonstra a colisão que se deu entre os dois enormes continentes Gondwana e Laurússia, fechando o gigantesco oceano Rheic. O percurso inicia-se a uma altitude de cerca de 500 m, desce até ao rio Azibo, depois acompanha a outra encosta até às antigas Termas da Abelheira. A partir daí vai na direção da aldeia do Lombo, mas desvia-se para encontrar novamente o Rio Azibo, no local onde ainda são bem visíveis as poldras mandadas colocar pelo Rei D. Diniz. Acompanham-se as bonitas margens deste rio até à ponte românica após o qual se faz a subida final até ao convento. É um trilho de grande riqueza geológica mas também vegetal, com a presença de inúmeras espécies, das quais se destacam azinheiras, sobreiros, medronheiros, giestas, estevas, estevinhas, oliveiras, amieiros, e choupos. TRILHO PREPARADO COM O APOIO DA CÂMARA Â MUNICIPAL DE MACEDO DE CAVALEIROS

2*+3%!(1$,2$,.%!/0$ 6,

'%$7"2,.0*,-'/+'&1$, &$"'+.*%8 Located in northeastern Trás-os-Montes, on top of a hill, the Balsamão monastery is a wonderful place to start and finish our walk. In fact, the place where the monastery stands is an authentic belvedere over the whole region, including the Morais mountains. The trail starts at an altitude of around 500 m. We make our way down the slope to the Azibo river, then walk along the other slope until we reach the ancient Abelheira thermal springs. From there we head towards the village of Lombo, but make a detour in order to reach the Azibo river again, at a place where we can still see the rocks that were laid there by order of King D. Diniz so that people could cross the river on foot. We walk along the banks of the river up to the Roman bridge, after which we climb the final ascent that leads to the monastery. It is a trail of great geological and vegetal richness, with an abundance of species among which holm-oaks, corktrees, olive-trees, poplars, alders, strawberry-trees, black rockroses and broom plants stand out.

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O percurso inicia-se no alto do monte de Balsamão, nas traseiras do convento, junto ao depósito de água. Desce-se a encosta por trilho de pé posto, bastante inclinado e que pode ser escorregadio com tempo húmido. Atravessa-se uma estrada de terra batida e mais abaixo entronca-se noutra, que se acompanha a descer para o rio Azibo, passando-se perto das ruínas escondidas de um antigo castro (para se chegar aqui, em tempo de chuva, pode-se em opção iniciar o percurso pela estrada de acesso ao convento, saindo-se à esquerda, quase no final da descida, por estrada de terra que se inicia junto às casas). Segue-se a estrada até ao Poço dos Paus, um espaço muito agradável de sombra, água e vegetação, onde a ribeira de Chacim se encontra com o rio Azibo.

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O percurso segue pela ponte, para pouco depois subir para a esquerda uma encosta de grande declive. Segue-se a estrada de terra, nas duas bifurcações seguintes toma-se a esquerda, na direção do convento, para mais à frente se encontrar as Termas da Abelheira.

COM O APOIO DE

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A partir daqui segue-se a estrada de paralelepípedo até à estrada de alcatrão, que se atravessa para continuar pelo caminho de terra do outro lado. Depois da passagem por um vale, já a iniciar a subida para a localidade do Lombo, na primeira curva à direita, sai-se por caminho de terra à esquerda. Segue-se sempre o caminho agrícola mais marcado, até se entroncar com uma estrada de terra que vem do Lombo e que se acompanha para a esquerda, a descer. Caso se pretenda fazer a opção de ida ao Lombo, não se sai para o caminho de terra à esquerda; continua-se sempre a subir e já na aldeia segue-se a estrada de alcatrão para a esquerda (pode-se também refrescar numa fonte de água potável); Chega-se pouco depois ao largo da igreja. Continua-se pela rua principal, para depois se seguir à esquerda pela rua da Ponte, a descer novamente na direção do convento, que se começa a ver ao longe, com piso que passa novamente a terra. Na bifurcação segue-se à esquerda, até ao rio Azibo, na zona das Poldras, mandadas colocar pelo rei D. Diniz para permitir a passagem. Passa-se o rio e segue-se um pouco para a esquerda, até se passar novamente pelas pedras para a outra margem (se tiver dificuldade na passagem pelas poldras ou pelas pedras - as passagens exigem alguma destreza -, pode-se andar para trás algumas dezenas de metros e encontrar o percurso junto ao rio um pouco mais à frente). Segue-se acompanhando os choupos, num local de grande beleza, até à antiga ponte românica da Paradinha. Sobe-se para a estrada de alcatrão, que se segue para a esquerda, até ao cruzamento para o convento, e depois para a direita. A subida do monte faz-se por trilho de pé posto que passa junto às capelas, depois um pouco de estrada a partir da 3ª capela, para se regressar no final da subida ao Convento de Balsamão.


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' !"#$ Extrato da carta militar 1/25000 do Instituto GeogrĂĄfico do ExĂŠrcito

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Located in the Balsamão property on top of a hill with superb views over the whole region and the Azibo River on the east side, the Balsamão monastery belongs to the Congregation of the Marian Fathers of the Immaculate Conception. The shrine of Our Lady of Balsamão was built in the 18th century by the Balsamão religious community of the Marian Fathers that had been founded by Father Casimiro Wyszynski, who died there in 1755. In 1834 the community was made extinct as were all the religious orders in Portugal. In 1945 the Marian Fathers came back to the monastery. The seminary began to be built in 1960, and some time later so did the hostel and the Abelheira spa.

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RIO AZIBO

O rio Azibo nasce na Serra da Nogueira, concelho de Bragança. Este rio atravessa o concelho de Macedo de Cavaleiros e desagua no rio Sabor. Tem um comprimento de cerca de 50 km. A cerca de 2 km de Macedo de Cavaleiros, o rio forma uma albufeira que é o centro da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, com valioso património natural e paisagístico. Destacam-se ainda as praias fluviais da Ribeira e da Fraga da Pegada. The Azibo River starts in Serra da Nogueira, Bragança municipality. This 50 km river flows through the municipality of Macedo de Cavaleiros and into the Sabor River. About 2 km from Macedo de Cavaleiros, the river forms a lagoon that is the centre of the Protected Landscape of the Azibo Lagoon and is very rich in terms of nature and landscape. The Ribeira and the Fraga da Pegada river beaches are worth visiting.

FOTOS DE VALTER CAVALEIRO

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CONVENTO DE BALSAMÃO

Situado na quinta de Balsamão, no alto de um monte com vistas soberbas sobre toda a região e com o rio Azibo a leste, o Convento de Balsamão pertence à Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição. O Santuário de Nossa Senhora de Balsamão foi fundado no século XVIII, com a Comunidade religiosa dos Marianos de Balsamão iniciada por Frei Casimiro Wyszynski, que aqui veio a falecer em 1755. Em 1834 a Comunidade foi extinta com a expulsão das Ordens Religiosas de Portugal, tendo os Marianos regressado ao convento em 1954. Em 1960 iniciam-se as obras de construção do edifício do Seminário, época em que são também refeitos o albergue e balneário da Abelheira.

BANHOS DA ABELHEIRA

Situado perto do convento de Balsamão e pertença da Congregação dos Padres Marianos, os Banhos da Abelheira são termas de água sulfúrea, descoberta por volta de 1860 e indicada para reumatismo, nevralgias e dermatoses. Em 1944 há referências da existência de um balneário rudimentar. Em 1960 iniciam-se as obras de construção do atual balneário, um edifício de 3 pisos que inclui também um albergue.

Located in the vicinity of the Balsamão monastery and belonging to the Congregation of the Marian Fathers, the Abelheira springs were discovered around 1860. They are sulphurous springs which are excellent for rheumatism, neuralgia and dermatitis. It is said that there was already a rudimentary bathhouse in 1944. The construction of the current spa, a three floor building that also includes a hostel, started in 1960.

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ALDEIA DO LOMBO

A antiga freguesia do Espírito Santo do Lombo pertenceu ao concelho de Chacim até à sua extinção em 1853, após a qual passou a integrar a comarca e concelho de Macedo de Cavaleiros. A sua Igreja Matriz, de arquitetura recente, e uma fonte de mergulho são os elementos patrimoniais de maior relevo na freguesia. The old parish of Espírito Santo do Lombo belonged to the municipality of Chacim until its extinction in 1853. Afterwards it was included in the municipality of Macedo de Cavaleiros. Its recently built parish church and a fountain are the most relevant elements of the village.


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+ ()(!&*$ risto Rei... margem sul (do Tejo)... férias... Costa da Caparica... claudinos e garibaldis! Confundidos? Não fiquem! Quando se falou em Cristo Rei, o que logo me veio à memória foram realmente os tempos idos da juventude, férias e fins de semana passados na Costa da Caparica e uns bolos que faziam a delícia do lanche ou da sobremesa de jantar, já que de manhã, na praia, a bola de Berlim, com ou sem creme, ou a batata frita com sabor a sol e mar, eram iguarias incontornáveis. Estou a falar de claudinos e garibaldis, dois bolos de pastelaria fabricados na antiga Pastelaria e Restaurante Costa Nova, situada mesmo no centro da Costa, que permanecem para sempre gravados na lembrança. Na recordação ficaram, pois, as “romarias” vespertinas ao Costa Nova, esperando na fila pela fornada das sete e meia da tarde pelos

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quentinhos claudinos e pelos garibaldis. Se em relação a estes últimos não se conhece a responsabilidade que o Garibaldi da unificação italiana teve na sua denominação, já no que respeita aos claudinos, o facto de na origem das gentes da Costa da Caparica estarem migrações sazonais provenientes de Ílhavo, torna provável a ligação de “Costa Nova” a esta situação. No norte, também lhes chamam caparicanos. Com o desaparecimento do Costa Nova, o cozinheiro Carlos Capote e o seu irmão Manuel António, que já na altura exploravam o restaurante O Capote na rua dos Pescadores (que saudades dos pratinhos de caracóis e das imperiais no regresso da praia!), decidiram não deixar morrer estas delícias, tendo contratado os pasteleiros. E assim, há cerca de 28 anos, na véspera de um grande casamento ocorrido nesta antiga vila, agora cidade, nascia a Pastelaria O Capote, como o testemunha Rita Ferrinho, sobrinha do

chefe Carlos que, com a saída deste se tornou, conjuntamente com o pai e o irmão Ricardo, proprietária d’O Capote. Garantia-se assim a manutenção da receita original dos claudinos, inalterada e em segredo, uma vez que os sucessivos pasteleiros que a foram conhecendo pertencem à mesma família, por curiosidade, de origem alentejana. Ainda hoje é das mãos do Sr. Manuel, que veio do Costa Nova, ajudado por outros dois pasteleiros, que continuam a sair os claudinos, os garibaldis e demais pastelaria d’O Capote. Para quem sabe fazer massa folhada, o claudino é um bolo simples que se apresenta na forma de um crocante charuto folhado, dividido em duas partes, recheado com um creme pasteleiro que leva um toque de baunilha. Rita assegura-nos que o segredo está na qualidade dos ingredientes. Cortada a massa folhada, desde sempre com a mesma medida, cada metade do claudino é depois esticada sobre açúcar e colocada a descansar num tabuleiro, em conjuntos de 40. Os da fornada da manhã são feitos na véspera e os da tarde, de manhã. Depois de terem ido ao forno e amornarem, são


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The taste of memories Finding something that could be gastronomically associated with the city/municipality of Almada (where the Cristo Rei shrine is built) was an easy task since there is no lack of original recipes and restaurants where we can find truly delicious dishes. But what came immediately to my mind were the holidays in my youth that were spent in Costa da Caparica and a few confectionery cakes that we used to eat at tea time or dessert, since in the morning the Bola de Berlim (Berlin ball) with or without custard cream filling together with fried potatoes that tasted of sun and sea were unavoidable delicacies. I am talking about “claudinos” and “garibaldis”, two confectionery cakes made in the old Costa Nova confectioner’s and restaurant, located in center Costa da Caparica, that are forever present in my memory. Costa Nova disappeared but its pastry-cooks were hired by the O Capote confectioner’s that was founded 28 years ago. The original recipes of “claudinos” and “garibaldis” were therefore kept unchanged and secret since the pastry-cooks that have worked there over the years belonged to the same family. “Claudino” is a puff-pastry cake with an innovative design in the shape of a crunchy cigar divided into two parts and filled with custard cream with a hint of vanilla. “Garibaldi” is a 6 cm cube-shaped cake. It is a consistent chocolate mousse between a basis and a top of “pão de ló” (a spongy, eggy cake) that is covered with a thick layer of hard chocolate. A visit to Costa da Caparica to enjoy a fresh garibaldi or a warm claudino from the O Capote confectioners’ is truly a worthy experience. You will see you will not regret it.

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então recheados manualmente e levados para o balcão. Para além dos de tamanho normal – cerca de 16 cm – os claudinos também saem em miniaturas e em tamanho grande, como bolo de aniversário. O garibaldi, de design inovador, é um bolo feito a partir de uma mousse chocolate muito mais consistente e untuosa do que a que fazemos em nossas casas, colocada sobre uma base de pão de ló com cerca de 5 mm e coberta com outra igual, sendo guarnecida em cima por capa de chocolate. Cada bolo é confecionado sobre uma base, 2 a 3 vezes por semana, e guardado em frigorífico, sendo cortado em cubos de cerca de 6 cm, à medida das necessidades dos clientes, para que o recheio de chocolate não amoleça. Cada receita base dá para cerca de 60 garibaldis. Se nunca provou, ou mesmo já conhecendo, vale a pena uma ida à Costa da Caparica para se deliciar com um fresquinho garibaldi ou um claudino morninho da Pastelaria O Capote. Vai ver que não se vai arrepender.

Rua dos Pescadores, 40-A 2825-386 Costa da Caparica

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Telefone: +351 212 903 838 FAX: +351 212 905 505 ocapote.caparica@gmail.com www.ocapote.pt (em construção)

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7h00 - 20h00

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Só em dinheiro

GARIBALDI

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!"#$%&'%()(*)"# +)#,&!#-%&!-.!# !#'!""!por DUARTE VILAR

s romarias são muitas coisas. São mesmo uma data de coisas ao mesmo tempo: festa, feira, missas, procissão, bênçãos, quermesses, os brindes, as rifas, a tômbola, a música, os cantores e cantoras, os bailes, os comes e bebes, a poeira, poeira, muita poeira, muita gente e encontrões, ex-votos, promessas, pagamento de promessas, divertimentos e carrosséis, farturas, o padre, os mordomos e as mordomas, o pendão e o pálio, o incenso, a alegria, a fé, o fogo de artifício, os foguetes e morteiros – que, aliás, marcam o início das festas – as velas, os terços e, no centro das coisas, um santo de devoção, ou uma santa, conforme, padroeiro e protetor da aldeia ou da zona. Em Portugal, e salvo erro noutros países em que existem, a maior parte das romarias são no verão, quando há calor e, portanto, é pouco provável que caia uma carga de água e estrague tudo – sim, porque as romarias também são os enfeites, os arcos, as decorações de papel e de luz – ou que o frio do inverno enregele tudo e todos – porque são ao ar livre, de manhã à noite. E também são fumo, muito fumo e cheiro a grelhados. Conforme a época do ano – e, como se disse, muitas romarias são no verão – cheira a sardinhas assadas, a febras, a coiratos e coisas assim. E, às vezes, de uns copos a mais surge uma briga desvairada, que começa nunca se sabe bem como, mas que em geral não acaba mal, com ou sem forças da ordem à mistura. Porque às vezes a festa também é pisar o risco e perder o controlo, transgredir, estas pequenas confusões são parte normal da coisa. Música, há-a de vários estilos, mas essencialmente de dois: a música solene, que acompanha a procissão, tocada pela banda do sítio, lenta e compassada, a apelar ao respeito, a recordar aos esquecidos que uma romaria não é só uma festa mas é também um ato religioso, uma manifestação de devoção, um ritual que toca a reunir para orar, rezar e cantar aos santos; e depois há a música para a folia, em geral mais à noite, para cantar e encantar, ora brejeira, ora romântica, para dançar mais ou menos agarradinhos, conforme a vergonha e a timidez, ou a falta delas (ai se as serras e os campos falassem das noites de romaria...). E nas romarias também há, muitas vezes, uma montanha. Uma montanha que se sobe, por caminhos íngremes, a apelar ao sacrifício

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que, como sabemos, também faz parte da componente religiosa. Uma montanha que se sobe como se quiséssemos chegar mais perto da divindade e largar os chãos do dia a dia dos nossos problemas, para nos elevarmos e talvez nos evadirmos durante umas horas, à espera de uma ajudinha, ou mesmo de uma grande ajuda, conforme o tamanho da aflição, quem sabe!... Outra componente importante é a das feiras e dos comes e bebes, como não podia deixar de ser. As primeiras, porque as romarias eram, no passado, importantes concentrações das populações locais e, muitas vezes, dos devotos e devotas de outras bandas e, por isso, bons lugares de negócio. Ainda hoje, apesar dos hiper, dos centros comerciais e das lojas chinesas, não há romaria sem feira, onde se misturam produtos modernos e tradicionais. E sempre se vai feirando. Ah! Já me esquecia. As romarias também são ocasiões para as pessoas se mostrarem umas às outras. Para os ricos se mostrarem aos pobres, os rapazes às raparigas, os emigrantes aos patrícios, as autoridades ao povo e, hoje em dia, os políticos aos eleitores. As romarias são muito antigas. Algumas muito mais antigas do que aquilo que se pensa. Como é sabido, o cristianismo aproveitou muitas vezes as antigas festividades pagãs das colheitas e da fecundidade, nomeadamente as festividades do verão, numa sábia mistura de elementos sagrados e profanos, espirituais e lúdicos, marcando os ciclos da vida e perdurando ao longo dos tempos. Por isso, as romarias são o passado nos dias de hoje, resistindo teimosamente à modernidade; as pessoas querem que elas aconteçam, gostam delas e a sua organização faz também parte dos ciclos de autogestão das comunidades, das tarefas que se têm sempre que fazer ao longo do ano, ao longo dos anos. E tudo isto para quê? Nós, os sociólogos (expressão que uso, às vezes, na brincadeira com outro amigo meu que também é sociólogo), quando queremos perceber as razões de um fenómeno social, por vezes perguntamos para que serve, qual a sua função na vida social? A resposta a esta questão, para além de tudo o que já escrevi, é que talvez as romarias sirvam, finalmente, para mostrarmos aos outros e a nós mesmos que existimos e que continuaremos sempre a existir, para além do tempo que passa.


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BLOCO DE NOTAS DE FREGENEDA À FOZ DO CÔA, por JOSÉ CARLOS DE BARROS CALLIXTO PELA LINHA DO DOURO Notável obra de engenharia concluída em 1887, a linha ferroviária do Douro fazia parte da ligação internacional Porto – Paris. A partir de 1985, contudo, a circulação na linha do Douro passa a terminar no Pocinho... e o troço desativado do Pocinho a Fregeneda, já em terras castelhanas, transforma-se num atrativo para os amantes do pedestrianismo. O percurso compreendido entre Fregeneda e Barca d’Alva, numa extensão de 18 km, é conhecido por Ruta de los Túneles, compreendendo nada menos de 20 túneis e 10 pontes! Há muito que a minha curiosidade tinha despertado para aquela velha linha, esquecida e desgastada pela passagem do tempo. A oportunidade chegou via Facebook, através de um pequeno grupo com alguns elementos já batidos em linhas de comboio desativadas. Assim, em domingo de Carnaval e com um amigo de há muitas luas, parti ao encontro do grupo em Barca d’Alva, onde tinham dormido na velha e abandonada estação de comboio. Agora éramos 7, a bordo da carrinha em que tinham vindo, rumo a Fregeneda, preparados para iniciar a caminhada. E que caminhada! Junto à estação, um painel da RENFE avisa os caminhantes sobre o mau estado das pontes... mas não parece intimidar os aventureiros. O primeiro túnel surge logo escassos 300 metros depois da estação. Comprimento deste primeiro túnel – 2 km. Sensivelmente meia hora de escuridão, iluminados apenas pelos frontais e estimulados pela luz que se via sempre ao fundo do túnel, já que é completamente retilíneo. Ao sair, passamos a acompanhar o vale da Ribeira de Morgáez, afluente do Águeda; as panorâmicas começam a ser deslumbrantes. O terceiro túnel é todo ele em curva. A linha faz um ângulo de sensivelmente 90°, passando do sentido NE/SW para SE/ NW. Este túnel é habitado por uma extensa colónia de morcegos, cujos excrementos são

bem visíveis no solo, atapetando carris e travessas, transformando o solo num tapete fofo que ameniza o sucessivo pisar das pedras. Nesta altura do ano, contudo, não fomos agraciados pelo voo e pelo cheiro daqueles quirópteros, já que se encontram em prolongada hibernação. Também não vimos passar o comboio fantasma que, segundo se conta, ainda por lá passa. Aliás, essa enigmática composição de mercadorias espera neste túnel, enquanto as criaturas do submundo alimentam a sua caldeira com o fogo do inferno, até prosseguir a sua viagem, nas noites mais escuras, sem maquinista que a conduza!... Ao sair do túnel dos morcegos, desembocamos diretamente na primeira ponte, a Puente Morgados, que cruza pequenas linhas de água que correm para o Águeda. O Águeda é o rio “gémeo” do Côa, nascidos ambos do ventre da Serra das Mesas, a menos de 1 km um do outro, de lados diferentes da raia e correndo ambos para o Douro. No seu troço final, o Águeda faz fronteira entre os dois países, e é o seu longo e apertado vale que a velha linha de comboio acompanha, a meia cota das escarpadas encostas da margem direita, ao longo de paisagens de cortar a respiração. De cortar a respiração é também a sensação de atravessar estas velhas e abandonadas pontes. O estado de deterioração das estruturas é grande, principalmente as de madeira, só sendo relativamente segura a passagem através de uma estreita viga metálica com 40 cm de largura. Decididamente... esta não é de todo uma caminhada aconselhável a quem sofra de vertigens. Mas a ponte mais espetacular é talvez a de Pollo Rubio, tanto pela altura como pela espetacularidade das panorâmicas sobre o vale do Águeda. Sempre presente estava também o sabermos que esta linha foi construída nos finais do século XIX! Mais dois túneis e chegamos à ponte de Pollo Valente, com a característica rara de



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DAMOS A PALAVRA AOS NOSSOS PARCEIROS

A Almargem é uma organização Não-Governamental de Ambiente (ONGA) de âmbito regional, fundada na cidade de Loulé em junho de 1988, tendo como objetivos principais: o estudo e divulgação dos valores mais significativos do património natural, histórico e cultural do Algarve; a defesa intransigente desses mesmos valores e a apresentação de propostas concretas para a sua recuperação e valorização; a promoção de atividades que visem um desenvolvimento local integrado e respeitador da natureza. A Almargem desenvolve habitualmente atividades muito diversificadas que vão desde a execução de projetos de sensibilização ecológica e cultural até à organização de ações de descoberta e promoção da natureza e do mundo rural, passando pela produção de estudos e pareceres técnicos e científicos sobre vários assuntos. Procura, também, manter uma vigilância e intervenção constantes perante as ameaças e agressões que afetam o ambiente e o património cultural do Algarve. Destaca-se como o projeto com maior projeção no seio da Almargem a “Via Algarviana”, Grande Rota pedestre (GR13) que atravessa todo o interior do Algarve ao longo de 300 kms, desde Alcoutim ao Cabo de São Vicente, ou vice-versa, uma vez que se encontra sinalizada nos 2 sentidos. Tem como principais objetivos promover e fomentar o Turismo de Natureza no Algarve, nas áreas de baixa densidade, dando ênfase aos seus valores naturais e culturais de forma a ter um desenvolvimento sustentável e um turismo responsável. Dividida em 14 setores, todos eles com oferta de alojamento e restauração, ajuda no desenvolvimento económico das populações locais, atenuando a desertificação humana que se regista nesses territórios, colocando pequenas populações locais do interior no “mapa” e ajudando a revitalizar os saberes e as tradições que por vezes se encontram esquecidas e desvalorizadas. Quem percorre a “Via Algarviana” jamais fica indiferente às gentes, flora, fauna, sabores, saberes, cheiros e paisagens que encontra.

O início: Foi no início de 1993 que um grupo de jovens de Santa Iria de Azóia (Loures) se juntou com o objetivo de concretizar um projeto há muito idealizado: desenvolver iniciativas, estabelecendo contactos com as várias entidades públicas e privadas da zona, de modo a tornar a frente ribeirinha da freguesia um local de lazer e convívio, promovendo a criação de infraestruturas que permitissem à população em geral uma ligação mais próxima e profícua com o seu rio, o Tejo. O Grupo Recreativo Bairro da Belavista: A Direção deste clube local vocacionado para atividades de desporto e recreio (ao qual pertencia grande parte daqueles jovens), foi contactada com o intuito de criar uma secção orientada às atividades náuticas, em particular, e ao Desporto-Aventura, em geral; as atividades pioneiras foram no âmbito da Náutica, do Todo-o-terreno e das Caminhadas. A Secção Desporto-Aventura: O dinamismo demonstrado pela crescente atividade desta Secção foi criando visibilidade e reconhecimento por parte da autarquia, a C. M. Loures, com a qual foi estabelecido protocolo e que lhe atribuiu um espaço no magnífico Parque Urbano de Santa Iria de Azóia, morada da Secção até hoje. Das atividades realizadas, destacam-se as duas notáveis mostras nacionais de desportos e atividades de aventura, denominadas “Parque Aventura”, em 2003 e 2005, realizadas no Parque Urbano de Santa Iria de Azóia, que contribuiram em muito para uma maior visibilidade da Secção e consequente atribuição de medalha de mérito desportivo. O Clube Belavista-Aventura: A necessidade de maior agilidade/independência a nível administrativo, obrigou-nos a refletir sobre a forma de continuarmos presentes no movimento associativo (regional) e de simultaneamente ganharmos visibilidade/credibilidade no relacionamento com os nossos parceiros (quer a nível nacional quer internacional). Em 2008 o nosso estatuto passou de secção autónoma de um clube para clube – “Clube Belavista Aventura” – com os seus próprios estatutos, sem fins lucrativos e reconhecido oficialmente. Porque o Clube procurou sempre, ao longo destes anos, alargar o leque de iniciativas, pode disponibilizar atualmente programas no âmbito da Canoagem, Vela, Tiro c/arco e Caminhadas Temáticas Histórico-Culturais em ambiente Rural ou Urbano. Fizemos uma longa caminhada até ao presente, com os ensinamentos do passado em mente, e o olhar colocado no futuro.


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A Caridade é a Fé em acção Incluir Capacitar

Desenvolver

Formar

Ajudar

Cooperar

Praça Pasteur, nº 11 - 2.º, Esq. 1000-238 LISBOA | tele. +351 218 454 220 www.caritas.pt


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