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ENCARTE 2 – DIAGNÓSTICO PLANO DE GESTÃO APA PALMARES

SUMÁRIO

METODOLOGIA ................................................................................................... 1 1. DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO ..................................................................... 1 1.1. Oficinas Temáticas .................................................................................. 2 2. DIAGNÓSTICO TÉCNICO ................................................................................ 6 2.1. Localização e Área de Abrangência da Unidade de Conservação ................... 6 2.2. Levantamento dos dados bibliográficos e cartográficos ................................ 8 2.3. Montagem da Base de Dados ................................................................... 8 2.4. Mapeamentos, Avaliações e Caracterizações de Campo ............................... 9 RESULTADOS .................................................................................................... 18 1. ÁREA DE INFLUÊNCIA – O CONTEXTO REGIONAL ....................................... 18 1.1. Geopolítica ........................................................................................... 18 1.3. Mata Atlântica e o Contexto Regional ...................................................... 24 1.4. Estratégias de Preservação e Conservação ............................................... 27 1.5. Contexto Institucional e Unidades de Conservação.................................... 34 1.6. Planos co-localizados ............................................................................. 36 2. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE AMBIENTAL DA UNIDADE – O CONTEXTO LOCAL ............................................................................................................... 40 2.1. Contexto Socioeconômico....................................................................... 40 2.2. Caracterização Biogeofísica .................................................................... 49 2.3. Uso Público – O Turismo na APA Palmares .............................................. 120 BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 148


INTRODUÇÃO O conhecimento quanto ao estado atual dos ecossistemas, naturais e antrópicos, assim como a proposição de cenários desejáveis à manutenção e melhoria da qualidade de vida, constitui-se em lugar comum para a evolução de processos de planejamento que almejem compatibilizar as demandas das populações com a conservação dos ecossistemas. Nesse sentido, tornasse fundametal um esforço permanente de acúmulo, processamento e interpretação de dados e informações que permitirão o planejamento e o monitoramento das ações planejadas e implementadas. Neste 2º encarte do plano de manejo da APA Palmares são abordados os procedimentos metodológicos e principais resultados dos diagnósticos técnico e participativo. Tal resultado configura-se no primeiro esforço de sistematização de dados sobre a unidade e vem subsidiar as propostas de zoneaento e programas de ação construídos para a gestão da APA Palmares em sua Fase 1. METODOLOGIA O conhecimento quanto ao estado atual dos ecossistemas, naturais e antrópicos, assim como a proposição de cenários desejáveis à manutenção e melhoria da qualidade de vida, constitui-se em lugar comum para a evolução de processos de planejamento que almejem compatibilizar as demandas das populações com a conservação dos ecossistemas. Não obstante, observando-se o intuito de estabelecer um sistema de planejamento e gestão local participativo, a complexidade da realidade cotidiana com seus aspectos físicos, biológicos e antrópicos, condiciona tal tarefa a um processo sensibilizador, de capacitação e mobilização da sociedade, a partir da evolução do quadro de conhecimento adquirido, experiências obtidas na execução de atividades e aprofundamento da participação dos atores sociais. Tal abordagem, notadamente de caráter processual, portanto, pressupõe a evolução gradual do conhecimento em fases ou momentos, ampliando a capacidade de identificação e resolução participativa dos problemas, além de tornar as ações de gestão mais eficazes no sentido de se alcançar cenários futuros desejáveis (IBAMA, 2001). Por esta maneira, a metodologia utilizada para o diagnóstico socioambiental do território da Área de Proteção Ambiental de Plamares – APA Palmares objetivou o estímulo à participação social por meio do Conselho Gestor da unidade, fomentando a investigação e a evolução gradativa do conhecimento por meio da interação de saberes, quais sejam: saber popular, oriundo do conhecimento cotidiano dos atores diretamente relacionados à unidade e; saber científico, oriundo da sistematização de dados e informações secundários e a produção de dados primários referentes a temas específicos (uso do solo, turismo, biodiversidade e recursos hídricos). 1. DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO Os métodos participativos visam adequar os objetivos da pesquisa a uma linguagem local, facilmente compreendida e interpretada pelas pessoas, fornecendo bases para o envolvimento ativo da população no processo de análise, planejamento e tomada de decisões. Esses métodos são ferramentas poderosas ao se incorporar à complexidade da paisagem sob uma ótica da própria população, reconhecendo os recursos manejados, sua distribuição geográfica e temporal, aspectos históricos e culturais, conflitos territoriais, e outros usos no espaço da comunidade. 2-1


Tais metodologias podem e devem sofrer alterações de acordo com a realidade encontrada em campo, todavia o importante é de forma a se produzir um conhecimento que representa a coletividade, e também a adequação destes a uma linguagem visual representando um conhecimento coletivo, e uma ferramenta poderosa no planejamento da unidade de conservação. Para a realização dos diagnósticos participativos foram utilizadas duas abordagens complementares sendo: oficinas temáticas, realizadas com o apoio e participação do Coselho Gestor e atores locais afins à propostas de implementação da APA e; abordagens de campo, onde, posteriormente à realização das oficinas, moradores da unidade auxiliaram ou acompanharam os técnicos em suas avaliações de campo. 1.1. Oficinas Temáticas 1.1.1. Construção e Organização das Oficinas A metodologia de trabalho foi construída juntamente com o Conselho Gestor da unidade de forma a facilitar e orientar a participação dos atores locais para a discussão, análise e geração de dados e informações a respeito de temas de interesse para a Fase 1 do Plano Gestor da APA Palmares. Foram realizadas reuniões de organização e discussão metodológica com as quatro comissões temáticas criadas pelo Conselho (Uso do Solo e Agricultura, Turismo, Biodiversidade e Recursos Hídricos), discutindo-se e definindo-se conjuntamente datas, locais e horários para as oficinas, assim como os procedimentos metodológicos e as estratégias de mobilização. Foi estruturado um esquema de trabalho, que posteriormente foi apresentado ao Conselho Gestor em reunião ordinária. 1.1.2. Procedimentos Metodológicos Todas as atividades, a iniciar-se por dinâmicas introdutórias discursivas ou de apresentação, buscaram potencializar a vivência dos participantes em atividades lúdicas, inovadoras e de alta capacidade técnico/ educativa. Para o desenvolvimento das atividades os participantes foram organizados em grupos de trabalho. Tal metodologia já se confirmara benéfica aos trabalhos participativos, uma vez que colhe, na maioria das vezes, informações complementares ou mesmo aquelas que possam embasar discussões mais orientadas sobre os principais temas de dissonância entre os grupos. De forma a objetivar o cumprimento das etapas da oficina, à luz do registro das informações apresentadas, foram eleitos um participante “relator” e outro “mapeador”: a) Relator – tem a função de registrar todas as informações produzidas pelo grupo. b) Mapeador – auxilia na identificação e mapeamento das feições de interesse a partir da imagem de satélite fornecida para o trabalho, sempre sob discussão e orientação do grupo. Para os mapeamentos participativos os trabalhos foram auxiliados com a utilização de uma imagem de satélite Quickbird Jun/06 e uma planilha orientadora de forma a facilitar a identificação e o registro de informações. As atividades foram conduzidas por técnico responsável pela análise do tema, sendo dividido em momentos distintos, de forma a evitar confusões e potencializar os esforços dos participantes. - 1ª Oficina (Uso do Solo):  Momento 1: Apresentação 2-2


Explanação inicial a fim de explicar os objetivos do projeto, o conceito de mapas, o significado de imagens de satélite e a utilização dos mesmos no manejo de recursos naturais, na identificação dos conflitos territoriais e na definição de propostas e prioridades locais. Nesta etapa deve ficar claro a importância da troca de conhecimentos entre os participantes da oficina. Também é necessário esclarecer todas as dúvidas quanto ao andamento e a importância da pesquisa.  Momento 2: Mapa Falado Aplicação de uma lista em formato de tabela (em anexo) com o objetivo de identificar os tipos de uso do solo, os recursos naturais existentes na localidade, o tipo de uso dos recursos (uso bom ou ruim e porque na ótica da comunidade), nome do proprietário, se possível, e período do uso de cada recurso apontado na lista. Tias informações permitem ao mediador a compreensão da visão dos participantes em relação às informações listadas e que posteriormente serão espacilaizadas. Esta etapa é direcionada principalmente aos mais velhos, por serem os conhecedores do ambiente em que vivem há mais tempo. A participação dos jovens também é importante para a complementação dos dados.  Momento 3: Mapeamento Participativo Nesta fase da atividade de mapeamento participativo os participantes da oficina indicam uma pessoa para ser o “mapeador”, e outra pessoa para ser o relator. O objetivo desta etapa é localizar na imagem de satélite os usos do solo e os recursos naturais apontados na lista. Cada informação da lista recebe um número. O mesmo número é escrito em um adesivo pequeno. O mapeador vai colando na imagem de satélite os adesivos com os números de acordo com a localização indicada pelos participantes. Paralelamente o relator vai complementando as informações na tabela relacionadas aquele número. Durante esta fase é normal surgirem várias dúvidas quanto ao tipo de uso do espaço em algumas localidades da imagem.  Momento 4: Propostas de Manejo Posteriormente ao registro das informações na imagem e nas tabelas trabalhadas, todos os participantes sentam-se em roda e tentam chegar a propostas para solucionar os conflitos citados, assim como a propostas para impulsionar e alavancar os potenciais localizados na imagem de satélite. Cabe ressaltar que essas propostas devem estar de acordo com os objetivos da Área de Proteção Ambiental. - 2ª Oficina (Turismo):  Momento 1: Mapeamento Participativo Objetivo: Levantamento de todos os potenciais, equipamentos, atrativos e eventos turísticos. Metodologia: Interpretação direta na Imagem, Identificação com adesivo numerado e uso de uma planilha orientadora para registro de informações.  Momento 2: Discussão e Análise da Situação Turística Objetivo: Discussão e avaliação das principais Fortalezas e Oportunidades, Fraquezas e Ameaças relativas a atrativos, equipamentos, eventos e novos potenciais turísticos. Metodologia: Para a análise das diversas situações positivas e negativas relacionadas aos principais atrativos, eventos e potenciais turísticos, foi utilizada a metodologia de análise participativa FOFA. Tal metodologia tratase de uma análise de fortalezas e oportunidades, ameaças e fraquezas de determinado tema, projeto, local... As fortalezas exprimem características 2-3


intrínsecas que podem atuar positivamente (tire vantagens) e as oportunidades, geralmente, derivam das fortalezas considerando-se o contexto ou objetivo almejado (devem ser aproveitadas). As fraquezas, pelo contrário, exprimem características intrínsecas que podem atuar negativamente (devem ser eliminadas) e as ameaças, além daquelas originadas pelas próprias fraquezas, também estão relacionadas à fatores ou acontecimentos externos que podem influenciar negativamente (devem ser evitadas). A partir dos levantamentos, mapeamentos participativos e discussões, os participantes se utilizam de uma planilha orientadora para o desenvolvimento da metodologia FOFA. Momento 3: Propostas de Manejo Foi utilizada a metodologia “tempestade de idéias” para a reunião das propostas. Um relator registra, sintetiza e consolida, em conjunto como grupo, as principais propostas.

- 3ª Oficina (Recursos Hídricos):  Momento 1: Mapeamento Participativo. a) Mapeamento e Caracterização de Corpos Hídricos - Identificação e mapeamento, a partir de base de dados da Agenda 21 local e com apoio da imagem de satélite, dos principais corpos hídricos da APA (rios, lagos, represas...). - Qualificação com legenda especifica: A = Azul, B = Amarelo; C = Vermelho. Essa legenda constituiu a qualificação dos recursos, quais sejam: A = corpo hídrico com águas sem contaminação/impacto; B = corpo hídrico com alguma contaminação/impacto; C = corpo hídrico com significativa contaminação. b) Mapeamento e Caracterização de áreas de Mananciais/Nascentes - Identificação e mapeamento, com apoio da imagem de satélite, das principais áreas de mananciais/nascentes, utilizando-se de adesivos numerados. - Registro de informação de qualidade (perceptiva) de cada área de manancial. - Registro da estimativa (perceptiva) de usuários daquele recurso.  Momento 2: Discussão e Avaliação sobre a Situação Atual a) Corpos Hídricos - Identificação de Conflitos/Impactos - listagem, se possível localização na imagem, dos principais conflitos/impactos incidentes em cada corpo hídrico. b) Áreas de Mananciais - Identificação de Conflitos/Impactos - listagem dos principais conflitos/impactos incidentes em cada área de manancial.  Momento 3: Propostas de Manejo Ao fim, realizadas as diversas discussões e tomadas de informações, o grupo, em discussão aberta e conjunta foi realizada uma “tempestade de idéias” que no final se constituiu em um cardápio de propostas de ação para a recuperação e conservação dos recursos hídricos. - 4ª Oficina (Biodiversidade): Flora 

Momento 1: Mapeamento Participativo

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Identificação e mapeamento dos fragmentos florestais e outros ecossistemas, a partir da base de dados da Agenda 21 local e apoio da imagem de satélite mencionada. Momento 2: Levantamento participativo das espécies de flora presentes nos remanescentes florestais - Registro de informação de espécies de cada fragmento florestal mapeado citado pelos participantes da oficina; - Identificação dos principais vetores de pressão sobre esses fragmentos; - Qualificação desses habitats através da seguinte metodologia: Para cada fragmento florestal apontado foram feitas 10 perguntas, a saber: 1- período de tempo no estado atual; 2- facilidade de acesso; 3- frequência de seres humanos; 4- trânsito de animais; 5- existência de caça ou pesca; 6frequência de queimadas; 7- presença de plantas medicinais; 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa; 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros; 10- importância para a qualidade de vida local. As perguntas 1, 2, 4 e 10 receberam como opções de qualificação as escalas de valoração do quadro abaixo. As demais perguntas foram baseadas na escala de valoração da questão 4.

Quadro 1: escalas de valoração de impactos e outras questões relacionadas a APA Palmares. Questão 1 0- O mínimo ou nunca 1- Muito pouco, mais ou menos 10 anos/ 30 anos 2- Intermediário, mais ou menos 30 anos 3- Quase Sempre, mais de 30 anos 4- Máximo, constante ou sempre: pelo menos 100 anos Questão 4 0- Nunca 1- Baixa freqüência 2- Freqüência intermediaria 3- Freqüente 4- Muito freqüente

Questão 2 0- Impossível 1- Muito difícil 2- Difícil 3- Fácil 4- Muito fácil

Questão 10 0- Sem importância 1- Baixa importância 2- Importante 3- Muito importante 4- Extremamente importante

Momento 3: Propostas de Manejo Nesta etapa, provocou-se os diversos atores sociais presentes na oficina a proporem ações que contribuíssem para reverter a tendência dos problemas e/ou impactos apresentados por eles em fases anteriores.

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Fauna 

Momento 1: Mapeamento Participativo Identificação e mapeamento dos fragmentos florestais e outros ecossistemas, a partir da base de dados da Agenda 21 local e apoio da imagem de satélite mencionada. Momento 2: Discussão e Avaliação sobre a Situação Atual Através de cartas imagens da Unidade de Conservação, em escala de 1: 5000, os moradores e freqüentadores da área de Proteção Ambiental de Palmares, foram estimulados pelo mediador a apontar o nome das espécies já avistadas na região e indicar qual o local aproximado onde foi feito o avistamento. Nesta etapa do levantamento participaram do diagnóstico cerca de 20 moradores locais, ex-caçadores da região e veranistas. Os habitats reconhecidos nas imagens também foram previamente caracterizados segundo o estado de conservação (presença de caça e extração de lenha), acessibilidade e estágio sucessional. Para compor a lista de espécies foram consideradas somente os nomes populares que puderam ser identificados em nível específico ou genérico. Geralmente estes nomes foram referentes a espécies conspícuas e amplamente conhecidas, que não são possuem nomes populares associados a espécies de outras ordens, famílias ou gêneros. Por exemplo, o termo sabiá pode referir aos mimídeos (ex. Mimus gilvus, M. saturninus), turdídeos (Turdus rufiventris, T. amaurochalinus, T. leucomelas) e cotingídeos. Todas as espécies que não puderam ser enquadradas em nenhum gênero, através da descrição e nomenclatura popular, foram excluídas da análise. Também foram descartadas referências quanto à abundância, já que não houve qualquer possibilidade de uniformização das amostragens. Além disso, devido a características comportamentais, algumas espécies podem ser mais facilmente avistadas do que outras sem que isso signifique maior abundância na natureza. Momento 3: Propostas de Manejo Ao fim, realizadas as diversas discussões e tomadas de informações, o grupo, em discussão aberta e conjunta foi realizada uma “tempestade de idéias” que no final se constituiu em um cardápio de propostas de ação para a recuperação e conservação da fauna e dos remanescentes da APA.

2. DIAGNÓSTICO TÉCNICO 2.1. Localização e Área de Abrangência da Unidade de Conservação A área de Proteção Ambiental de Palmares – APA Palmares localiza-se no município de Paty do Alferes-RJ, em sua proção sudeste, compreendendo as localidades de Jardim Chave de Ouro, Marmelos e Palmares. Abrange parte da bacia do rio Tingúa, sub-bacia Ubá 2 segundo o Caderno da Agenda 21 do município, entre as coordenadas UTM 23S N =7517735,9; 7513747,7m e E = 660797,3; 667735,0m (FIGURA 1).

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Figura 1: Localização e Mapeamento Base. Sua poligonal encontra-se definida por legislação municipal específica que define suas características e área de abrangência direta conforme QUADRO 2. Quadro 2: Caracterização da unidade e área de abrangência direta.

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2.2. Levantamento dos dados bibliográficos e cartográficos Verificou-se inicialmente, a existência de trabalhos técnico-científicos através de revisão bibliográfica em browsers de busca da Internet para tentar identificar instituições de pesquisa que pudessem ter gerado informações sobre a região. Paralelamente, foram realizadas buscas em sites de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e outras universidades, bem como prefeituras próximas e instituições atuantes na região. Foi realizada pesquisa biblográfica em periódicos técnico/científicos disponibilizados gratuitamente em www.periodicos.capes.gov.br objetivando identificar publicações referentes à APA ou regiões próximas. Além disso, espcificamente para as avaliações de flora e fauna, foram visitados os herbários do JBRJ e da UFRuralRJ (Departamento de Botânica - Instituto de Biologia - RBR) com intuito de acessar a existência de coletas botânicas para a região, assim como a coleção herpetológica do Museu Nacional/UFRJ, o Laboratório de Ornitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações/UFRJ, utilizado-se também dados disponíveis em relatórios técnicos e comunicações de congressos. 2.3. Montagem da Base de Dados A base de dados construída para a Fase 1 do processo de gestão da APA Palmares objetivou permitir uma análise integrada da paisagem, mediante a articulação de escalas possinbilitando o gradual aporte de dados e informações que permitam avaliações em referentes à área de influência direta e indireta da APA. Desta maneira, foram integrados à base dados em diferentes ecalas, quais sejam: 1/50000 (base cartográfica), 1/20000 (dados primários e base da Agenda 21) e 1/250000 (dados secundários). 2-8


Os levantamentos e mapeamentos realizados foram integrados à base de dados georreferenciada, utilizando-se o sistema de projeção UTM e datum SAD 69. Para a base cartográfica em escala de 1/50000 foram utilizados arquivos digitais vetoriais disponibilizados gratuitamente pelo IBGE em site institucional, sendo utilizada a folha Miguel Pereira (SF.23-Z-B-I-3 MI-2715-3), de onde foram extraídas as informações referentes à topografia (curvas de nível e topos cotados), hidrografia (rios e lagos), limites político-administrativos, infra-estrutura e localidades. Buscaram-se, ainda, informações cartográficas que pudessem esclarecer o contexto bioregional onde se insere a APA Palmares, de modo a entender o seu contexto de fragmentação florestal, os tipos de ecossistemas presentes em seus domínios e sua integridade ecológica atual associada (PROBIO, 2006; SOS, 2005; CPRM, 2001; MMA, 2001; EMBRAPA, 2000). Para a análise local, em escala final 1:20.000, foram utilizadas imagems do satélite Quick Bird dos anos de Jun/2006 e Fev/2007 as quais, utilizando softwares específicos para análise e tratamento de imagens de satélites, foram realizados os seguintes processos: i) Pré-processamento: georreferenciamento, ortorretificação e equalização de cores; ii) Mosaico: construção da Carta Imagem da APA do Rio Santana; iii) Interpretação da Imagem: A partir do Mosaico e com apoio da base cartográfica e atividades de campo, foram realizados os mapeamentos de Uso e Ocupação do Solo, Cobertura Vegetal e Hidrografia. 2.4. Mapeamentos, Avaliações e Caracterizações de Campo Uso e Ocupação do Solo Entende-se por levantamento o conjunto de operações necessárias à elaboração de uma pesquisa temática que pode ser sintetizada através de mapas. O Levantamento do uso e ocupação do solo indicou a distribuição geográfica dos diferentes tipos de uso no território da APA Palmares, identificado através de padrões homogêneos da cobertura terrestre. Envolveu pesquisas de escritório e trabalhos de campo, voltados para a interpretação, análise e registro de observações da paisagem, focando os tipos de uso e cobertura da terra, visando a sua classificação e espacialização através de cartas. O levantamento sobre o uso e a cobertura da terra passou por análises e mapeamentos, alem de ser de grande utilidade para o conhecimento atualizado das formas de uso e de ocupação do espaço, constituindo importante ferramenta de planejamento e de orientação à tomada de decisões. Ao retratar as formas e a dinâmica de ocupação da terra, esse trabalho também representa um instrumento valioso para a construção de indicadores ambientais e para a avaliação da capacidade de suporte ambiental, diante dos diferentes manejos empregados na produção, contribuindo assim para a identificação de alternativas promotoras de sustentabilidade do desenvolvimento regional. Na escala de 1:50.000, para ilustrações e algumas análises, foram utilizadas imagens do satélite Landsat, os mapas de vegetação e uso do solo da Fundação CIDE-RJ, e de remanescentes da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica, 2000). O mapeamento em escala 1:20.000 foi realizado por meio de interpretação visual sobre a imagem de alta resolução do satélite Quick bird em escala 1:5.000 e trabalhos de campo utilizando Carta Imagem e GPS. Sabendo que na região de Palmares não existe mais florestas primárias, as classes de vegetação florestal foram definidas de acordo com critérios estipulados 2-9


pela Resolução CONAMA 06/1994, as classes são: Floresta em Estágio Avançado de Sucessão; Floresta em Estágio Médio de Sucessão e Floresta em Estágio Inicial de Sucessão Ecológica. As classes de uso e ocupação do solo foram definidas de acordo com os objetivos do trabalho e suas nomenclaturas e definições foram extraídas e adaptadas do Manual Técnico de Uso da Terra do IBGE 2006. Definições das Legendas utilizadas na classificação da vegetação, uso e ocupação do solo: VEG EST INICIAL: a) fisionomia herbáceo/arbustiva, cobertura aberta ou fechada, com a presença de espécies predominantemente heliófitas; plantas lenhosas, quando ocorrem, apresentam DAP médio de 5 centímetros e altura média de até 5 metros; b) os indivíduos lenhosos ocorrentes pertencem a, no máximo, 20 espécies botânicas por hectares; c) as espécies são de crescimento rápido e ciclo biológico curto; d) a idade da comunidade varia de 0 a 10 anos; e) a área basal média é de 0 a 10 metros quadrados/hectare; f) epífitas raras, podendo ocorrer trepadeiras; g) ausência de sub-bosque; h) serrapilheira, quando existente, forma uma camada fina pouco decomposta, contínua ou não; i) as espécies herbáceas ou de pequeno porte mais comuns e indicadoras desse estágio são: alecrim-do-campo - Baccharis dracunculifolia (Compositae) assa-peixe - Vernonia polyanthes (Compositae) cambará - Lantana camara (Verbenaceae) guaximba - Urena lobata (Malvaceae) guizo-de-cascavel - Crotalaria mucronata (Leguminosae) erva-colégio - Elephantopus mollis (Compositae) juá - Solanum aculeatissimum (Solanaceae) jurubeba - Solanum paniculatum (Solanaceae) pindoba - Attalea humilis (Palmae) pixirica - Clidemia hirta (Melastomataceae) sapê - Imperata brasiliensis (Gramineae) samambaia-das-taperas - Pteridium aquilinum (Polypodiaceae) oficial-de-sala - Asclepias curassavica (Asclepiadaceae) vassourinha - Sida spp. (Malvaceae) falsa-poaia - Borreria verticillata (Rubiaceae) cipó-cabeludo - Mikania spp. (Compositae) j) as espécies lenhosas mais frequentes e indicadoras desse estágio são: angico - Aradenanthera colubrina (Leguminosae) araçá - Psidium cattleyanum (Myrtaceae) aroeira - Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae) crindiúva - Trema micrantha (Ulmaceae) embaúbas Cecropia spp. (Moraceae) esperta - Peschiera laeta (Apoynaceae) goiabeira - Psidium guayava (Myrtaceae) maricá - Mimosa bimucronata (leguminosae) candeia Vanillosmopsis erythropappa (Compositae) tapiá - Alchornea iricurana (Euphorbiacea) sangue-de-drago - Croton urucurana (Euphorbiacea) VEG EST MÉDIO: a) fisionomia arbustivo/arbórea, cobertura fechada com início de diferenciação em estratos e surgimento de espécies de sombra; b) as espécies lenhosas, por sombreamento, eliminam as componentes herbáceas ou de pequeno porte do estágio inicial; c) as árvores têm DAP médio variando de 10 a 20 centímetros, altura média variando de 5 até 12 metros e idade entre 11 e 25 anos; d) sempre existe uma serrapilheira, na qual há sempre muitas plântulas; e) a área basal média varia de 10 a 28 metros quadrados/hectare; f) muitas das árvores do estágio inicial podem permanecer, porém mais grossas e mais altas; g) sub-bosque presente; h) trepadeiras, quando presentes são predominantemente lenhosas; i) outras espécies arbóreas surgem nesse estágio sendo dele indicadoras: açoita-cavalo - Luethea grandiflora (Tiliaceae) carrapeta - Guarea guidonia (Meliaceae) maminhade-porca - Zanthoxylon rhoifolium (Rutaceae) jacatirão - Miconia fairchildiana (Melastomataceae) guaraperê - Lamanonia ternata (Cunoniaceae) ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha (Bignoniaceae) cinco-folhas Sparattosperma leucanthum (Bignoniaceae) caroba - Cybistax antisyphilitica (Bignoniaceae) guapuruvu Schizolobium parahiba (Leguminosae) aleluia - Senna multijuga (Leguminosae) canudeiro - Senna macranthera (Leguminosae) pindaíba - Xylopia brasiliensis (Annonaceae) camboatá - Cupania oblongifolia (Sapindaceae) j) as espécies mais frequentes que estruturam o sub-bosque são: aperta-ruão, jaborandi - Piper spp. 2-10


(Piperaceae) caapeba - Potomorphe spp. (Piperaceae) fumo-bravo - Solanum sp. (Soloanaceae) grandiúva-d'anta - Pshychotria leiocarpa (Rubiaceae) sonhos-d'ouro Pshychotria nuda (Rubiaceae) caeté - Maranta spp. Ctenanthe spp. (Marantaceae) pacová - Helioconia spp. (Musaceae) VEG EST AVANÇADO: a) fisionomia arbórea, cobertura fechada formando um dossel relativamente uniforme no porte, podendo apresentar árvores emergentes com sub-bosque já diferenciado em um ou mais estratos formados por espécies esciófilas; b) grande variedade de espécies lenhosas com DAP médio 20 centímetros e altura superior a 20 metros; c) comunidade com idade acima de 25 anos; d) há cipós, trepadeiras e abundância de epífitas; e) a área basal média é superior a 28 metros quadrados/hectare; f) serrapilheira sempre presente, com intensa decomposição; g) as espécies arbóreas podem ser remanescentes do estágio médio acrescidas de outras que caracterizam esse estágio, como: canela-santa - Vochysia laurifolia (Vochysiaceae) araribá - Centrolobium robustum (Leguminosae) canela Ocotea, Nectandra, Cryptocarya (Lauraceae) canjerana - Cabralea canjerana (Meliaceae) cedro - Cedrela fissilis (Meliaceae) xixá - Sterculia chicha (Sterculiaceae) sapucaia - Lecythis pisonis (Lecythidaceae) cotieira - Johannesia princeps (Euphorbiaceae) garapa - Apuleia leiocarpa (Leguminosae) figueira - Ficus spp. (Moraceae) jequitibá-branco - Cariniana legalis (Lecythidaceae) jequitibá-rosa Cariniana estrellensis jequitibá-rosa - Couratari pyramidata (Lecythidaceae) bicuíba Virola oleifera (Miristicaceae) vinhático - Plathymenia foliolosa (Leguminosae) perobas - Aspidosperma spp. (Apocynaceae) guapeba - Pouteria sp. (Sapotaceae) pau-d'alho - Gallezia integrifolia (Phyttolaccaceae) airi - Astrocaryum aculeatissimum (Palmae) aricanga - Geonoma spp. (Palmae) palmito - Euterpe edulis (Palmae) pindobuçu - Attalea dubia (Palmae) h) o sub-bosque é menos expressivo que no estágio médio e geralmente muito rico em espécies esciofilas; aumenta o número de espécies de rubiácas e de marantáceas, principalmente, surgindo, ainda criciúma Olyra spp (Gramineae), Leandra spp (melastomataceae), e muitas espécies e famílias de Pteridophyta. ÁREA DE LAVOURA ABANDONADA: Compreendem áreas abandonadas que num passado próximo eram utilizadas para lavouras. Atualmente essas áreas ainda permanecem sem uso. REFLORESTAMENTO DE PINUS: Área reflorestada com Pinus. EUCALIPTPO: Área com reflorestamento de Eucalipto. SISTEMA AGROFLORESTAL: (SAF), é uma forma de uso da terra na qual se combinam espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícola e/ou animais, de forma simultânea ou em seqüência temporal, que interagem econômica e ecologicamente. O sistema agro florestal combina cultivos de lenhosas e perenes e/ou criação de gado em uma mesma unidade de terreno, usando alguma forma de mistura espacial ou seqüencial. Visam a maximizar a ação compensatória e minimizar a competição entre as espécies, com o objetivo de conciliar o aumento de produtividade e rentabilidade econômica com a proteção ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações rurais, promovendo o desenvolvimento sustentado. Num sistema agro florestal, ocorre uma significativa interação ecológica ou econômica entre as diferentes espécies do sistema. O uso das árvores no sistema agrícola possibilita aumentar a diversidade dos sistemas monoculturais, controlar as condições microclimáticas para os outros componentes e melhorar ou conservar as propriedades física, química e biológica do solo. LAVOURA TEMPORÁRIA: Cultura de plantas de curta ou média duração, geralmente com ciclo vegetativo inferior a um ano, que após a produção deixa o terreno disponível para novo plantio. Dentre as culturas destacam-se a de tubérculos e hortaliças. Inclui ainda as plantas hortícolas, floríferas, aromáticas e condimentares 2-11


de pequeno porte. Na maioria dos casos correspondem a estabelecimentos de até 10 ha, podendo eventualmente chegar aos estratos de até 50 ha, empregam tecnologia rudimentar e mão-de-obra basicamente familiar. Normalmente sua produção tem significado econômico, social, ambiental e político em escala regional ou local e não conseguem se inserir ou competir com os agronegócios. LAVOURA PERMANENTE: Cultura de ciclo longo que permite colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio a cada ano. Nessa categoria, estão às espécies como laranjeiras, limoeiros, bananeiras, eucalipto de cheiro, cedrinho e louro. ÁREA URBANIZADA: Compreende área urbana de baixa densidade. São áreas de uso semi-intensivo, estruturadas por edificações e muitas vezes sistema viário. Estão incluídas nesta categoria as vilas, os bairros, os loteamentos áreas de rodovias, serviços e transporte, energia, comunicações e terrenos associados, áreas ocupadas por indústrias, e estabelecimentos comerciais e instituições que podem em alguns casos encontrar-se isolados das áreas urbanas. As áreas urbanizadas podem ser contínuas, onde as áreas não-lineares de vegetação são excepcionais, ou descontínuas, onde as áreas vegetadas ocupam superfícies mais significativas. PASTO SUJO: Áreas utilizadas como pastagem para gado, porém apresentam muitos arbustos e vegetação rasteira. SAIBREIRA: Área utilizada para a retirada de saibro. PASTAGEM: Área utilizada para a prática da Pecuária semi-intensiva: Sistema de criação intermediário em que o manejo varia desde a utilização do pasto natural até o plantado, com divisão das áreas de pastoreio e aplicação de tecnologias de manejo de nível médio a alto. Na maioria dos casos a pecuária é voltada para gados de corte. REPRESAS: São represamentos artificiais d’água utilizados para irrigação, controle de enchentes, bebedouro de animais domésticos, fornecimentos municipais de água, etc. Na maioria dos casos, os reservatórios servem para fins múltiplos e podem compreender todas as funções anteriormente citadas. Vegetação Esta etapa consiste no levantamento florístico realizado no campo, com uso de metodologia própria para tal, a saber: a partir do mapa de estádios sucessionais gerados pela equipe do laboratório de geoprocessamento do Instituto Terra LAGITERRA, foram escolhidas áreas a serem amostradas, a partir de critérios de tipos de ecossistemas (matas ciliares, encostas com orientações diferenciadas, costão rochoso e áreas planas sujeitas ou não a inundações periódicas naturais). Para cada uma dessas áreas adotou-se o Método de Transectos (QUADRO 3), que consiste em colocar linhas aleatórias de 50x2m nas áreas escolhidas, coletando e identificando todos os indivíduos encontrados na mesma, de todos os hábitos: herbáceos (H), arbustivos (Ar), epífitas (E), trepadeiras (L), arbóreas (A) e pteridófitas (SYLVESTRE L., 2002). A identificação das espécies foi feita no campo quando possível e em laboratório, neste caso através de comparações com coletas já existentes para a região, além de chaves de identificação e livros especializados. Quando necessário, coletas botânicas foram encaminhadas a especialistas para identificação, sobretudo, nos casos das famílias Myrtaceae e Leguminosae. Desta forma, ao todo foram distribuídas 18 unidades amostrais no campo (FIGURA 2).

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Figura 2: Localização aproximada dos transectos nos domínios da APA Palmares. Quadro 3: Transectos e suas respectivas características ambientais. Transecto Descrição da condição ambiental fragmento de floresta primária em transição abrupta para um estágio secundário inicial, com altitude de 480 metros, orientação Sudoeste e 1 Sub-bosque pouco desenvolvido, sendo classificado, portanto, como Floresta Sub-Montana. topo do morro próximo ao transecto 1, apresentando as mesmas características fisionômicas do primeiro Transecto, porém florística 2 distinta, com orientação Sudoeste, presença de casas na borda, altitude 600 metros, Montana e relevo levemente acentuado. mata ciliar do Rio que corta uma propriedade, apresentando características de uma formação pioneira no inicio do Transecto. Ao 3 longo do mesmo existe uma mudança para vegetação secundária inicial. mesma propriedade, porém neste transecto as características são de uma formação secundária inicial a tardia; Com sub-bosque 4 desenvolvido e presença de espécies arbóreas de grande porte, ambas apresentam altitude de 550 metros e podem ser classificadas como Montana. vegetação secundária inicial em transição para a Tardia, com declividade levemente acentuada, altitude em torno de 600 metros, por isso Montana; sub-bosque pouco representativo e alta densidade de indivíduos arbóreos de grande porte. Com características de uma 5 vegetação Secundária inicial nos primeiros 20 metros próximos a borda, mas conforme distanciamento da mesma ocorre transição para vegetação secundária tardia. A localidade é conhecida como Mata do Divino Vale. 2-13


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7

8

9

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características de floresta secundária inicial em transição para tardia, com estrutura desenvolvida, sub-bosque dominado por uma espécie de Maranthaceae não identificada, presença de espécimes nobres como Apuleia Leocarpa (Garapa), Virola Oleifera (Virola de cheiro) e Ocotea odorífera (Canela Sassafrás). Altitude de 800 metros, declive pouco acentuado, Montana, localizado próximo à estrada que vai para Petrópolis. Mata na beira do Lago de Palmares, com altitude de 650 metros, declive pouco acentuado, inserida no domínio Montana, apresentando características de uma mata em transição do pioneiro para o secundário inicial, sub-bosque deste transecto apresentou dominância peculiar, sendo encontrada alta densidade das espécies Bathyzia stipulata, Solanum palinacanthum e Vernonia scorpioides. Transecto feito dentro da várzea do lago de Palmares, com objetivo principal de levantar as plantas aquáticas e outras herbáceas que se desenvolvem neste tipo de ambiente. Foram encontradas espécies como Egeria densa, Heteranthera limosa e Myriophyllum brasiliensis. Nos últimos vinte metros deste Transectos foram amostrados alguns indivíduos arbóreos localizados na beira do Lago. Com altitude de 650 metros, por isso no domínio da Floresta Montana, este Transecto não pode ser classificado como um fragmento florestal, sendo enquadrado como uma área de plantio urbano, com presença de herbáceas e plantas aquáticas; Estádio inicial de sucessão, com altitude de 700 metros, Montana; área perturbada por recém queimada, mas sob condições de regeneração espontânea avançada, com alta densidade de espécies pioneiras e típicas de solos ácidos e poucos férteis, destacando a espécie Pteridium aquilium (Samambaia brava); Esta área apresenta início de pequenas erosões e solo compactado; Altitude de 700 metros, pertencente ao domínio da Floresta Montana. Fragmento com árvores de grande porte e sub-bosque definido, apresentando características de uma floresta Secundária tardia, com declividade levemente acentuada, em altitude de 800 metros, nos domínios da Floresta Montana. características de um ambiente secundário inicial, com sub-bosque diverso e estratificado, com poucos indivíduos arbóreos, declividade levemente acentuada, altitude de 700 metros, domínio da Floresta Montana. Amostragem feita próximo ao antigo pesque-pague, com orientação Noroeste, 500 metros de altitude, Sub-Montana. Este Transecto nos primeiros 15 metros apresentou características de estágio inicial de sucessão ecológica, resultante da ação do efeito de borda, com espécies típicas deste tipo ambiente; Conforme foi se amostrando para o interior a estrutura foi se modificando e ganhando aspectos de uma formação secundária inicial, com sub-bosque desenvolvido e estruturado. transecto com características peculiares, pois apresenta estrutura desenvolvida, com indivíduos arbóreos de grande porte e sub-bosque definido, mas com espécies típicas de sucessão inicial. Apresenta uma estrada que corta o fragmento, declividade pouco acentuada, presença de afloramentos rochosos ao longo do Transecto, destacando-se um que tinha alta densidade de uma orquideas do gênero Gomesa. 2-14


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Localizado próximo ao antigo pesque-pague, com orientação Sudoeste, 500 metros de altitude, nos domínios Sub-Montana. características de um ambiente secundário inicial em transição para o tardio, com sub-bosque diverso e estruturado, extrato arbóreo desenvolvido, declividade levemente acentuada, altitude de 700 metros, domínio Montana. pastagem em inicio de regeneração, localizada no Morro da Gruta Manuel Congo, com altitude em torno de 700 metros, no domínio da Floresta Montana. área de pastagem degradada, baixa resiliência, solo com características de alto teor de alumínio e pH baixo e alta densidade de espécies que indicam o desajuste do ecossistema; O relevo é acentuado e apresenta grande quantidade de pequenas erosões ao longo da extensão. Localizado nas proximidades do Morro da Gruta Manuel Congo, com altitude em torno de 750 metros, encontra-se no domínio da Floresta Montana. Características de estágio inicial de sucessão, com altitude de 700 metros, Montana; Localizado próximo a Saibrera.

Fauna

Devido à grande riqueza taxonômica da Mata Atlântica, o objetivo do estudo foi centralizado na fauna de aves e mamíferos. Estes grupos são mais conspícuos e considerados, frequentemente, importantes espécies bandeira para conservação do bioma. Entre os dias 24 e 25 de agosto, 15 de setembro e 8 de dezembro foram realizadas incursões nos remanescentes florestais de APA Palmares, com o objetivo de avistar e/ou detectar através de vocalizações, pegadas ou rastros a presença de aves e mamíferos. Trilhas e estradas no interior da APA foram percorridas durante o dia a partir das 7 horas da manhã até as 18 horas. Dentro dos fragmentos as trilhas foram percorridas a pé, com paradas de 20 a 60 minutos para observação e audição, principalmente de aves. As aves não identificadas em campo, sempre que possível, foram fotografadas e tiveram seu canto gravado. Os cantos foram identificados com o auxílio do professor Ildemar Ferreira, responsável pelo Laboratório de Ornitologia/UFRRJ e Pedro Ernesto Ventura (Museu Nacional/ UFRJ). Grupos pouco amostrados (anfíbios e répteis) foram investigados através do levantamento de dados secundários, através de espécimes provenientes de Paty de Alferes e/ou municípios próximos, e depositados na coleção herpetológica do Museu Nacional/UFRJ. Devido a proximidade com a Reserva Biológica do Tinguá, a listagem de aves da Unidade de Conservação (Scott & Brooke, 1985) foi utilizada como base para o levantamento realizado na APA Palmares. Através de pesquisa bibliográfica (Vaz, 1984) e levantamentos de campo realizados previamente pelo autor foi possível também inferir sobre a riqueza original da comunidade local de mamíferos. Turismo Foram realizados levantamentos e avaliações a campo dos principais equipamentos e atrativos turísticos da APA Palmares. Os mapeamentos foram executados com o uso de equipamento GPS Garmin Map 76CSx, sendo o erro médio de 5,64m (FIGURA 3).

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8.00

7.00

6.00

6.93 6.05

5.78

6.08 5.82

5.00 4.55 4.25

4.00

3.00

2.00

1.00

0.00 Manoel Congo

Dona Isabel

Serra

Sr. Jald

Trilha do Canto

Mirante

Cavaleiros

Figura 3: Avaliação dos erros do GPS durante o mapeamento e avaliação das trilhas. As trilhas apontadas foram mapeadas, avaliando-se seis pontos por meio dos parâmetros: extensão, largura total, largura do piso, largura das bordas, profundidade e espessura da cobertura do piso (FIGURA 4), além de serem realizadas observações visuais registradas em planilha de campo buscando-se registrar indicadores do estado de conservação/degradação da trilha e de seu entorno.

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Esquema 1

m

6 5

4

Y 3

2 1 m

X

Esquema 2

T A

i”

i

B

a

h Cobertura do Piso i’

a = Ponto Médio entre A e A”

Figura 4: Esquemas metodológicos do levantamento e coleta de dados da trilhas. ΔX= extensão; ΔY= desnível; ΔT= largura da trilha; A= largura da borda esquerda; B= largura da borda direita; Δh= profundidade da trilha. Os pontos registrados subdividiram as trilhas em cinco trechos sendo os dados obtidos à campo analisados por meio do Teste de Cochram & Barttelet, onde se verificou a homogeneidade da variância dos dados, e do Teste de Lilliefors, para que fosse possível verificar normalidade dos dados, ou seja sua aderência a curva de distribuição normal (PIMENTEL-GOMES, 1987; .COSTA, 2003; VIEIRA, 1999). Após a realização da padronização dos dados, estes foram submetidos ao Teste F para comparação de médias, com um nível de significância de 5%, buscando-se evidenciar possíveis variações do estado de conservação ao longo de cada percurso. Também foi calculada a declividade média da trilha (θ) a partir da média das declividades de cada trecho ponderada em função de suas extensões (ΔXt) segundo a fórmula abaixo:

=

( Xt

*

)

Trecho

Xt Com os dados anotados a campo, também foram confeccionados croquis de representação das trilhas, adotando-se uma simbologia para indicação dos atrativos

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turísticos e dos elementos encontrados nos percursos conforme figura abaixo (FIGURA 5). Símbolo

Descrição

Símbolo

Estrada de Terra

Descrição Trilhas

Hidrografia

Atrativos

Porteiras

Pontes

Cercas Figura 5: Legenda para representação de dados observados em campo nas trilhas. RESULTADOS 1. ÁREA DE INFLUÊNCIA – O CONTEXTO REGIONAL 1.1. Geopolítica A área de proteção ambiental de Palmares – APA PALMARES está compreendida pelos limites do município de Paty do Alferes-RJ, fazendo parte da região Centro-Sul Fluminenese e estabelecendo limites com o município de Miguel Pereira, em sua face Sul e com o município de Petrópolis em pequena extensão de sua face Leste (FIGURA 6).

Figura 6: Contexto Geopolítico da APA Palmares.

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Atualmente o estado do Rio de Janeiro, com popoulação estimada em 14.391.282 habitantes (8,48% da população do País), produz ao País uma riqueza de algo entorno de R$ 280 bilhões, o equivalente a quase 13% do PIB nacional (CIDE, 2005). O total de ICMS arrecedado em 2007 chegou à ordem dos R$ 14,5 bilhões sendo que cerca de R$ 3,6 bilhões foi repassado aos municípios. O estado possui uma densidade demográfica de 328,0 hab/km², concentrada na região metropolitana, com taxa média de crescimento anual de 1,35% e taxa de urbanização passando de 95,25% em 1991 para 96,04% em 2000. Segundo a classificação do PNUD, está entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8). Em relação aos outros estados do Brasil, o Rio de Janeiro apresenta uma situação boa: ocupa a 5ª posição, sendo que 4 Estados (14,8%) estão em situação melhor e 22 Estados (85,2%) estão em situação pior ou igual. Os setores de atividade econômica que mais se destacam são a extração mineral, com destaque para o petróleo (+ 17,54%); seguido de setores tradicionais, como produção de alimentos (+ 15%); de bebidas (+18%), da Construção Civil (+13,61%); de Edição e Impressão (+ 13,06%) e de produtos farmacêuticos (+ 8,37%). O interior do estado representa cerca de 53% do PIB estadual onde suas difentes regiões administrativas representam maior ou menor percentual de acordo com suas próprias características e potenciais (QUADRO 4). No caso da região de governo onde se situa a APA Plamares, verifica-se baixíssima representatividade na economia estadual e indicadores de denvolvimento que não provem esperanças fáceis em curto prazo (FIGURA 7 e 8). As limitações quanto à infra-estrutura, serviços, capacitação e incentivos fiscais são os principais motivadores da dificuldade de desenvolvimento nesta região (TCE, 2004).

Figura 7: Avaliação comparativa de indicadores econômicos e populacionais dos municípios da região Centro Sul Fluminense. Fonte: IBGE, 2000.

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Figura 8: Avaliação comparativa de indicadores de desenvolvimento dos municípios da região Centro Sul Fluminense. Fonte: PNUD, 2000.

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Região de Unidades da Governo Municípios

Centro Sul

Federação

Engenheiro Paulo de Frontin Mendes Miguel Pereira Paraíba do Sul Paty do Alferes Areal Comendador Levy Gasparian Sapucaia Três Rios Vassouras Sub-Total

Rio de Janeiro

e

Produto Interno Bruto 2002

2003

2004

2005

A preços % PIB Per correntes do capita (1 000 R$) Estado (R$)

A preços % PIB Per correntes do capita (1 000 R$) Estado (R$)

A preços % PIB Per correntes do capita (1 000 R$) Estado (R$)

A preços % PIB Per correntes do capita (1 000 R$) Estado (R$)

68755.63 92023.89 152027.49 226364.42 124173.89 82870.94 64249.70 138240.27 621624.68 197448.503 1767779.42

83164.51 98305.29 167587.88 249607.11 133992.82 93868.82 76570.76 145734.81 711060.02 222043.982 1981935.98

82794.55 107971.48 184877.32 268628.16 153792.95 107017.61 94265.68 165811.31 728217.36 236434.489 2129810.89

92303.20 114711.63 200400.47 298984.65 157802.36 119071.85 101205.13 171036.52 796287.84 245456.945 2297260.59

0.04% 0.05% 0.09% 0.13% 0.07% 0.05% 0.04% 0.08% 0.36% 0.12% 1.03%

5638.48 5262.42 6037.15 5893.07 4769.86 7980.64 7866.03 7830.98 8434.07 6121.3 6583.40

0.04% 0.05% 0.09% 0.13% 0.07% 0.05% 0.04% 0.08% 0.38% 0.12% 1.05%

6813.97 5596.34 6524.74 6432.18 5062.83 8877.32 9266.70 8165.33 9559.44 6817.02 7311.59

0.04% 0.05% 0.08% 0.12% 0.07% 0.05% 0.04% 0.07% 0.33% 0.11% 0.96%

6776.99 6119.44 7059.62 6852.76 5717.42 9941.25 11277.15 9189.28 9701.54 7188.86 7982.43

0.04% 0.05% 0.08% 0.12% 0.06% 0.05% 0.04% 0.07% 0.32% 0.10% 0.93%

7547.89 6472.84 7507.32 7551.07 5773.12 10867.19 11969.86 9377.00 10512.88 7391.95 8497.11

171371993.1 100.00% 11543.23 188014960.1 100.00% 12513.5 222945040.6 100.00% 14663.82 246936060.1 100.00% 16052.1

Quadro 4: Porduto Interno Bruto – Região Centro Sul Fluminense. Fonte: IBGE.

2-21


1.2. Bacia Hidrográfica De acordo com as informações de ANA (2002) o território da APA Palmares encontra-se compreendido pela grande bacia do Rio Paraíba do Sul, fazendo parte de seu trecho nº 4 (região entre Santa Cecília e Três Rios), mais especificamente de sua sub-bacia n° 2367, o rio Ubá (FIGURA 9 e 10).

Figura 9: Contexto hidrológico do município de Paty do Alferes – RJ. Atualmente, na bacia do Rio Paraíba do Sul, o contexto institucional é bastante desenvolvido. A partir de março de 1996, com a publicação do Decreto Federal nº. 1.842, passa a existir o CEIVAP - Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Este órgão constitui-se no grande fórum de discussão, particpação e delilberação de todos os atores relacionados aos usos múltiplos da água da bacia. Aí são discutidos os assuntos referntes aos projetos de empreendimentos, as outorgas e cobranças pelo uso da água, o monitoramento da bacia, e diversos outros assuntos relacionados ao uso e gestão dos recursos hídricos. Como instância e braço executivo dos comitês de bacia são criadas as agência de bacia, no caso do Paraíba do Sul funciona a AGEVAP, responsável por receber e administrar os recursos do CEIVAP, assim como de executar seus projetos. Mais recentemente o governo do estado do Rio de Janeiro, alinhado a uma proposta de gestão descentralizada dos recursos hídricos do estado e de forma a possibilitar maior participação e representatividade dos atores da bacia em seu processo de gestão, incentivou a formação do Comitê do Médio Paraíba do Sul instituído por meio do Decreto n˚ 41.475/2008. Este fórum já se encontra em operação, tendo sido realizada sua primeira reunião ordinária no dia 19 de março de 2008.

2-22


A pequena bacia hidrográfica do rio Ubá (Figura 10) tem suas nascentes localizadas no município de Miguel Pereira e apresenta padrões de qualidade de água bastante comprometidos uma vez a intensidade de uso em seus 44.210,6 ha. De seus 4,18% ocupados por áreas urbanas, verifica-se forte concentração nas áreas de preservação permanente, especialmente nos fundos de vale, desde a nascente nas proximidades do Lago de Javary em Miguel Pereira até Avelar em Paty do Alferes, proporcionando, além de pequenos impactos localizados, significativo aporte de efluentes in natura e lixo em seu leito.

FIGURA 10 : Mapa APA Palmares na Bacia do Rio Ubá. O restante da área, em sua maioria e com significativa intensidade no município de Paty do Alferes, apresenta uso agrícola sob manejo tradicional e com uso freqüente de insumos industrializados como adubos e defensivos químicos. Tais práticas, frequentemente sem orientação ou acompanhamento técnico suficientes, impactam os ecossistemas locais notadamente pela eutrofização de cursos d’água ou mesmo pela contaminação química do ambiente (CEDDIA, 2000; ANA, 2005). Neste contexto, não se verifica viabilidade ou qualidade sanitária para utilização deste recurso como fonte provedora aos centros urbanos dos municípios de Miguel Pereira e Paty do Alferes. No caso do município de Miguel Pereira o abastecimento público é garantido pelo sistema de transposição das águas da bacia do rio Santana e no caso de Paty do Alferes, pela captação das águas dos riachos Tinguá e Marmelos, ambos atualmente protegidos pela APA. A progressiva redução das vazões médias, juntamente á crescente demanda, obrigaram à interligação dos sistemas dos municípios de Miguel pereira e Paty do Alferes, o que reafirma a importância da reabilitação das funções ecológicas do território 2-23


compreendido pela APA. Atualmente a CEDAE opera com uma vazão outorgada de 262,80 m3/h para a ETA Paty do Alferes (captações nos riachos Tinguá e Marmelos) e ainda necessita de um incremento de 30 l/s advindos do rio Santana em Miguel Pereira. 1.3. Mata Atlântica e o Contexto Regional A Mata Atlântica é um complexo conjunto de ecossistemas, que ocupavam, originalmente, áreas desde o Rio Grande do Sul, até o Maranhão e o Ceará, chegando ao Mato Grosso do Sul e ainda pequenas parcelas da Argentina e do Paraguai. Deste complexo, que totalizava cerca de 1.300.000 Km2 (12% do território brasileiro), restaram fragmentos que representam apenas 7,8% da vegetação original (FIGURA 11), sendo destas cerca de 3,8% de matas primitivas e 4% de matas secundárias (RBMA, 2006). A relevância deste bioma é comprovada pelos altos índices de biodiversidade e elevadíssimas taxas de endemismos (GLAINDO-LEAL & CÂMARA, 2005), além dos demais serviços ambientais que presta como a “produção de água” para o abastecimento da imensa população dependente ou a proteção dos solos que históricamente garantiram a exploração e o cultivo das riquezas brasileiras.

Figura 11: Remanescentes www.sosmatlantica.org.br

Florestais

da

Mata

Atlântica

2005.

Fonte:

Apesar de sua importância socioeconômica e de toda a intervenção sofrida e que atualmente não se traduz em benefícios, mas sim em des-serviços à sociedade, o que se constata é que as pressões impostas pelos 100 milhões habitantes da região do bioma e o impacto negativo necessário para se produzir nesta região um percentual de 70% do PIB do País, ainda continuam a reduzir a área de floresta (Quadro 4), consequentemente causando graves perdas de biodiversidade e de comprometimento nos demais serviços prestados pelo Bioma (GLAINDO-LEAL & CÂMARA, 2005). Quadro 4: Monitoramento da Mata Atlântica 2005. Fonte: INPE/SOS, 2005.

2-24


Floresta Área de Mata UF Área da UF Atlântica 2000

2005

%

ES GO MS MG PR RJ RS SC SP BA

476.687 44.355 345.270 2.783.885 1.934.391 815.538 984.280 2.189.883 2.487.015 1.584.572

10.33 3.99 5.45 9.62 9.91 18.60 7.37 22.89 12.11 7.79

4.616.591 34.127.082 36.193.583 58.697.565 20.044.406 4.383.423 28.403.078 9.565.484 24.873.203 56.557.948

4.616.591 1.211.634 6.340.434 28.939.588 19.517.382 4.383.523 13.352.714 9.565.484 20.529.181 20.337.877

477.465 48.414 355.830 2.825.234 1.962.629 816.166 987.255 2.235.413 2.491.685 1.620.612

Desflorestamento % Desflorestamento 1995-2000 x 2000ha % 2005 778 0.16 -95 4.059 8.38 20 10.560 2.96 -42 41.349 1.46 -66 28.238 1.44 -84 628 0.07 -85 2.975 0.30 -74 45.530 2.03 7 4.670 0.18 -91 36.040 2.22 Não avaliado

Na maioria dos estados, se detecta uma redução na velocidade de destruição da floresta fruto do longo processo de construção, aprimoramento e implementação de uma série de políticas e instrumentos (QUADRO 5), reconhecendo a importância e buscando a conservação da Mata Atlântica no território nacional. O processo de amadurecimento institucional quando do desenvolvimento de todo este aparato legal e atenção internacional despertada pela fragilidade e significância planetária do bioma, vêm se consolidando em perspectivas positivas em prol da conservação desta importante região, especialmente pela aprovação da nova lei da Mata Atlântica e da implementação de diversas ações integradas embusca de soluções para o desenvolvimento sustentável no Bioma. Quadro 5: Cronologia dos principais marcos legais e regulatórios relacionados à Mata Atlântica brasileira. Fonte: GLAINDO-LEAL & CÂMARA, 2005. Ano Evento A Constituição Federal declara a Mata Atlântica patrimônio nacional e estabelece 1988 condições para o seu uso Oito estados incluem normas para a proteção da Mata Atlântica em suas 1989 constituições estaduais Primeira avaliação dos remanescentes florestais do bioma com a utilização de 1990 sensoriamento remoto, realizado por meio de colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Encontro histórico de trabalho em Atibaia, no qual os limites da Mata Atlântica são 1990 estabelecidos consensualmente e os tipos de florestas componentes são definidos. Edição do Decreto nº 99.547, proibindo a retirada de madeira e a exploração da 1990 Mata Atlântica As Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) são reconhecidas 1990 oficialmente. Publicação da primeira proposta de um plano de ação para o bioma pela Fundação 1991 SOS Mata Atlântica A UNESCO aprova a primeira e a segunda fase da Reserva d Biosfera da Mata 1991 Atlântica, cobrindo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 1992 A UNESCO aprova a terceira fase da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, de 2-25


1992 1992 1993 1993 1995 1996 1998 1998 1999 1999

2000 2000

acordo com as conclusões do workshop realizado em Atibaia. Criação da Rede de ONGs da Mata Atlântica. Apresentação ao Congresso do Projeto de Lei nº 3.285/92, sobre a regulamentação da Mata Atlântica. Em discussão em 2001. Edição do Decreto nº 750, que substitui o de nº 99.547/90, estabelecendo normas para a proteção e o uso sustentável da Mata Atlântica. Realização do workshop “Prioridades para Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste” em Pernambuco. Sob pressão de grupos interessados, o MMA apresenta ao CONAMA uma iniciativa legal para reduzir a área oficial da Mata Atlântica. A proposta é rejeitada. Realização do workshop em Belo Horizonte, com 40 pesquisadores, políticos e conservacionistas, para confirmar o conceito amplo de cobertura da Mata Atlântica, tal como aprovado pelo CONAMA, rejeitando a iniciativa de reduzir seu tamanho. Aprovação da Lei nº 9.605, “Lei de Crimes Ambientais” não específica para a Mata Atlântica, mas de grande importância para sua conservação. A Mata Atlântica tanto costeira como de interior, é incluída entre os hotspots mundiais. CONAMA aprovou as “Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica”. Realização do workshop “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campus Sulinos”, realizado em Atibaia como parte do workshop promovido pelo MMA para Estratégia Nacional de Biodiversidade. A proposta de alteração do Código Florestal de forma prejudicial às florestas brasileiras, incluindo a Mata Atlântica, é rejeitada pelo Congresso, como resultado de forte pressão da sociedade. Aprovação da Lei nº 9.985, que cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, aperfeiçoado a legislação anterior.

No estado do Rio de Janeiro restam atualmente somente alguns fragmentos isolados, que, somados, representam 7.346,29 quilômetros quadrados, cerca de 17,10% da cobertura original (42.940 quilômetros quadrados), devido, principalmente, aos diferentes ciclos econômicos ocorridos na região, que se basearam na exploração dos recursos naturais. Somente na década de 1990 o estado perdeu cerca de 13% dos remanescentes florestais (FEEMA, 2008). As regiões Norte e Noroeste Fluminense e as porções baixas do Vale do Rio Paraíba do Sul foram as mais afetadas pelo processo de desmatamento das bacias hidrográficas e assoreamento dos rios, de modo que hoje são dominadas por áreas de pastagens, geralmente de baixa produtividade. As regiões da Costa Verde e Serrana apresentam as maiores proporções de áreas florestadas, sobretudo em função da declividade de suas encostas e picos, que em muitos locais são praticamente inacessíveis (IEF, 2008). Comparativamente, em relação aos municípios limítrofes assim como ao contexto regional (QUADRO 6), verifica-se que Paty do Alferes exibe indicadores de cobertura florestal que demonstram a qualidade deteriorada de seus habitats, especialmente tratando-se da porcentagem de remanescentes. Verifica-se, também, que no período analisado (2000-2005) somente três municípios tiveram decremento em sua área de 2-26


remanescentes de Mata Atlântica, sendo registrado o maior decremento em Paty do Alferes. QUADRO 6: Comparação dos Indicadores de Cobertura Florestal com municípios limítrofes e da região centro-sul fluminense. Região de Município Governo

Área*

Centro Sul Areal 11.226 Centro Sul Com. Levy Gasparian 10.646 Metropolitana Duque de Caxias 46.749 Centro Sul Eng. Paulo de Frontin 13.891 Centro Sul Mendes 7.645 Centro Sul Miguel Pereira 28.783 Metropolitana Nova Iguaçu 52.333 Centro Sul Paracambi 17.998 Centro Sul Paraíba do Sul 58.111 Centro Sul Paty do Alferes 31.951 Serrana Petrópolis 77360 Centro Sul Sapucaia 54071 Centro Sul Três Rios 32460 Centro Sul Vassouras 55244 * Valores em ha. Fonte: INPE/SOS

Área Original Remanescente de Mata 2005* Atlântica* 11.226 896 10.644 932 46.458 13.614 13.891 6.423 7.645 2.709 28.783 8.758 52.333 20.526 17.998 4.547 58.111 4.149 31.951 1.805 77360 22821 54071 7691 32460 2060 55244 9948 Mata Atlântica (2005).

Decremento % de de Mata Remanescentes 20002005* 8 0 9 0 32 0 46 5 35 0 30 0 39 0 25 0 7 0 6 15 29 0 14 0 6 0 18 11

1.4. Estratégias de Preservação e Conservação Com um contexto tão adverso e destinada a coexistir à perpétua pressão de uso, fica evidente a necessidade de se buscar diferentes estratégias para a conservação e preservação da biodiversidade da Mata Atlântica. Somando-se a evolução da estrutura ambiental legal e institucional de nosso país, diferentes ações emergiram do movimento ambientalista nacional ou global com o intuito de fortalecer e fomentar a sustentabilidade do Bioma. - Hotspots MYERS et. al (2000) indicaram a Mata Atlântica como uma das áreas prioritárias para a conservação em todo o mundo, a partir do conceito de hotspots de biodiversidade. Os autores definiram o termo como sendo ecossistemas ou biomas que apresentam pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas, tendo perdido mais de ¾ de sua vegetação original. Com base neste trabalho, a Conservation International ampliou essa análise para 34 hotspots no mundo, na segunda edição do estudo sobre os hotspots de em 2005, considerando que estas áreas são crucias para a conservação da biodiversidade planetária (FIGURA 12).

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Figura 12: Hotsposts 2005. Fonte: www.ci.org.br A estratégia de apoio à preservação dos ecossistemas classificados como hotsposts prevê a priorização das áreas em ações semelhantes às desenvolvidas quando da criação da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica em 1999 ou quando, em 2001, o MacArtru Fundation juntamente com o governo japonês reuniu um total de investimentos poara a conservação da ordem de US$ 125 milhões. Estima-se um total de US$ 750 milhões para serem investidos nos próximos 15 anos (web.bodiverrsityhotspots.org, acessado em 08/07/08). - Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Em 1992 a Mata Atlântica foi declarada Reserva da Biosfera pela United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (UNESCO), o que simboliza o reconhecimento internacional da importância deste bioma. As Reservas da Biosfera, como é o caso da Mata Atlântica, devem ser modelos de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, tendo como objetivo básico a preservação dos recursos genéticos, das espécies e dos ecossistemas, além de desenvolver atividades de pesquisa, monitoramento e educação ambiental, gerando a melhoria da qualidade de vida das populações. Com a promulgação da lei 9.985 de 18/07/2000 (SNUC) a Reserva da Biosfera passou a ser reconhecida pelo sistema nacional como unidade de conservação da natureza e a contar com base legal e regulamentação para sua implementação no país. Em seu artigo 41, o SNUC define a Reserva como um modelo adotado internacionalmente, que pode ser constituída por áreas de domínio público ou privado, que pode ser integrada por um conjunto de unidades de conservação já criadas e que deve ser gerida por um Conselho Deliberativo formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente.

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A mesma lei também regulamenta a constituição/zonas para o planejamento e gestão da área da Reserva da Biosfera definindo três tipologias de áreas ou zonas (FIGURA 13): i. ii. iii.

Núcleo: destinadas à proteção integral da natureza; Amortecimento: onde são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas núcleo; Transição: sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis.

Figura 13: Limites e Zoneamento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Em 1993 foi formado o Conselho Nacional e uma Secretaria Executiva com equipe própria. Posteriormente foram criados Comitês e Subcomitês Estaduais e mais recentemente, os Colegiados Regionais integrando suas ações (FIGURA 14). A cada 2 anos, juntamente com as Reuniões do Conselho, é realizado um Seminário Nacional da RBMA, aberto ao público em geral, com temas prioritários para a Mata Atlântica. Desde 1998, na mesma data são realizados os Encontros Nacionais dos Comitês Estaduais da RBMA, fortalecendo a integração horizontal de seu Sistema de Gestão.

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Figura 14: Organograma do sistema de gestão da Reserva da biosfera da Mata Atlântica. Fonte: www.rbma.org.br - Mosaicos de Unidades de Conservação Para viabilizar uma gestão integrada das áreas protegidas e dos corredores em escala regional, o SNUC, em seu artigo 26, prevê a gestão em mosaico, onde um conjunto de áreas protegidas, públicas ou privadas, considerendo seus objetivos distintos, devem interagir buscando compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. Recentemente foi criado pela Portaria MMA nº 350, de 11 de dezembro de 2006 o Mosaico de Unidades Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense (FIGURA 15) composto por diferentes categorias de Unidades de Conservação, quais sejam:  Proteção Integral: a) Federais (Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Reserva Biológica do Tinguá e Estação Ecológica da Guanabara); b) Estaduais (Estação Ecológica do Paraíso, Parque Estadual dos Três Picos e Reserva Biológica de Araras) e c) Municipais (Parque Natural Municipal da Araponga, Monumento Natural da Pedra das Flores, Estação Ecológica Monte das Flores em São José do Vale do Rio Preto, Parque Natural Municipal da Taquara em Duque de Caxias);  Uso Sustentável: a) Federais (Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e Área de Proteção Ambiental de Petrópolis); b) Estaduais (Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio dos Frades, Área de Proteção Ambiental da Floresta do Jacarandá, Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Macacu, Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima e Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu); c) Municipais (Área de Proteção Ambiental da Maravilha em São José do Vale do Rio Preto, Área de Proteção Ambiental Guapiaçu em Guapimirim, Área de Proteção Ambiental do Rio Santana em Miguel Pereira, e Área de Proteção Ambiental de Palmares em Paty do Alferes);  Além de 4 Reservas Particulares (RPPN CEC/Tinguá, El Nagual, Querência e Graziela Maciel);

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Assim, totalizam vinte e cinco Unidades de Conservação distribuídas em seis categorias do SNUC: Parque, Reserva Biológica, Estação Ecológica e Monumento Natural, todas Áreas de Proteção Integral, e Área de Proteção e Reservas Particulares, que são Áreas de Uso Sustentável.

APA Palmares

Figura 15: Contexto da APA Palmares e Mosaico Central Fluminense. Para seu gerenciamento, e integração das diferentes unidades de conservação, os mosaicos deverão contar com um Conselho de caráter consultivo e que será presidido por um dos chefes das unidades componentes. Dentre outras atividades desse conselho figura a resposabilidade de propor diretrizes para compatibilizar, integrar e otimizar: 1os usos nas fronteiras entre as unidades; 2- o acesso às unidades; 3- a fiscalização; 4- o monitoramento e avaliação dos Planos de Manejo; 5- a pesquisa científica e 6- a alocação de recursos da compensação referente ao licenciamento ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental (BRASIL, 2002) Atualmente, segundo a portaria MMA nº 350, a composição do Conselho Consultivo do Mosaico Central Fluminense se dá da seguinte maneira: I) Representação Governamental: a) os chefes, administradores ou gestores das unidades de conservação públicas federais e estaduais; b) um representante de cada órgão responsável pela gestão das unidades de conservação municipais; c) quatro representantes de instituições públicas de pesquisa, com atuação na área do Mosaico. 2-31


II) Representação da Sociedade Civil: a) para cada representante das alíneas “a” e “b”, haverá um representante da sociedade civil, indicado pelos Conselhos Gestores das unidades de conservação, quando houver, ou pelo órgão responsável pela unidade de conservação, quando não houver Conselho Gestor, garantida a representação de organizações nãogovernamentais ambientalistas; b) um representante indicado pela Associação de Reserva Particular do Patrimônio Natural do Estado do Rio de Janeiro, representando as unidades de conservação privadas do Mosaico Mata Atlântica Central Fluminense; c) um representante da sociedade civil indicado pelo Comitê da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos sistemas lagunares de Marica e Jacarepaguá; d) um representante da sociedade civil indicado pelo Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul-CEIVAP; e) um representante da sociedade civil indicado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica das sub-bacias do Piabanha, Paquequer e Preto; f) um representante da sociedade civil indicado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu; - Corredores Ecológicos Outro contexto importante a ser considerado sobre a região diz respeito à estratégia de conservação dos corredores de biodiversidade da Mata Atlântica. Estes corredores são grandes áreas, onde há uma significativa diversidade biológica, mas também um mosaico de paisagem que inclui áreas de ecossistemas conservados, áreas urbanas, pastagens, áreas agrícolas, etc. Portanto, traz a discussão da relação sociedade natureza, buscando alternativas de desenvolvimento sustentável e a conservação dos remanescentes de ecossistemas. A APA Municipal Palmares está inserida no Corredor da Serra do Mar, que engloba uma série de fragmentos de Mata Atlântica existentes na região litorânea brasileira, desde o norte do Paraná até o norte do Rio de Janeiro (FIGURA 16), incluindo uma parcela significativa dos remanescentes de Mata Atlântica ainda em bom estado de conservação.

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Figura 16: Contexto do Corredor da Serra do Mar - Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaina: Com vistas a desenvolver estratégias e ações integradas que possibilitem a conservação dos atributos ambientais da Mata Atlântica, juntamente com o desenvolvimento social, o Instituto Terra de Preservação Ambiental coordena o programa de gestão biorregional – Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaina. Este programa foi construído conjuntamente a um colegiado de 32 entidades dos nove municípios envolvidos: Paty do Alferes, Miguel Pereira, Mendes, Eng. Pulo de Frontin, Vassouras, Barra do Pirai, Paracambi, Piraí e Rio Claro. Sua linha de ação está baseada em três eixos estratégicos: Gestão Compartilhada, Conservação da Biodiversidade e Geração de Emprego e Renda. Desde o ano de 2005 o trabalho vem sendo focado na criação de uma rede de unidades de conservação, englobando UCs públicas e privadas. Dentro de seus limites (FIGURA 17) foram criadas mais de 100.000ha de unidades públicas, sendo estaduais e municipais, compondo a fase 1 deste programa de gestão biorregional. Atualmente a estratégia está focada na implementação das unidades criadas, na criação de RPPNs e no fortalecimento da conservação em terras públicas e privadas fomentando programas de pagamento por serviços ambientais e apoiando o bom aproveitamento do ICMS-Verde recém aprovado no estado do Rio de Janeiro.

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Figura 17: Limites do Corredor Tinguá-Bocaina. 1.5. Contexto Institucional e Unidades de Conservação Atualmente o estado do Rio de Janeiro conta com 66 Unidades de Conservação, o que contabiliza uma área total de mais de 10% do território do Estado, com cerca de 5.700 quilômetros quadrados (FIGURA 18).

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Figura 18: Corredor Tinguá-Bocaina e contexto de unidades de conservação do Sul do estado do Rio de Janeiro. A APA Municipal Palmares está localizada em uma região estratégica no que diz respeito à proteção por unidades de conservação (QUADRO 7). Está posicionada a menos de 10Km de duas Reservas Biológicas, Araras e Tinguá, em suas direções Sudeste e Sul respectivamente. Ao Sul, na porção contígua ao Vale do Rio Santana em Miguel Pereira, faz limite com a APA Municipal do Rio Santana e APA Estadual do Rio Guandu (FIGURA 19). QUADRO 7: Contexto de unidades de conservação contíguas à APA Palmares. Plano Categoria Área Conselho Tipo Nome Gestão Gestor/de SNUC (ha) Gestor Manejo Proteção Rebio REBIO Federal 26260,58 Sim Sim Integral Tinguá Proteção Rebio Em REBIO Estadual 2131,00 Não Integral Araras elaboração Uso APA APA Estadual 74000,00 Não Não Susntentável Guandu Uso APA APA Federal 59049,00 Sim Sim Susntentável Petrópolis Uso APA do Rio APA Municipal 12000,00 Não Sim Susntentável Santana

Sobreposição Não Sim Sim Não Não

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Figura 19: Contexto de unidades de conservação contíguas à APA Palmares. Verifica-se que em algumas porções do território ocorre a sobreposição de unidades, ressaltando ainda mais a necessidade de uma gestão articulada e com enfoque regional entre as UCs. Deve-se aproveitar e buscar a integração com as experiências de gestão biorregional em desenvolvimento quais sejam: Mosaico Central Fluminenense, do qual participam as REBIOS Araras e Tinguá e a APA Petrópolis, e; Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaina, que abrange dentre outras a do Rio Santana e APA Guandu. 1.6. Planos co-localizados 1.6.1 Federais - Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá Após a aprovação da revisão do Plano de Manejo da REBIO Tinguá a APA Palmares não foi incluída na Zona de Amortecimento. Este resultado deve ser foco de aprimoramento do plano daquela unidade mediante a partcipação e luta dos atores da APA Palmares, contudo o relacionamento inter unidades de conservação não deve ser prejudicado ou não incentivado. A REBIO Tinguá representa, mesmo que com diversas dificuldades, o ponto de referência de proteção integral na região. Se inserir no processo de gestão daquela unidade, indiretamente e a longo prazo, pode ser benéfico à região, de forma a aprimorar e garantir a opoeração do apoio institucional que a presença federal proporciona ao trabalho de pequenas UCs como a APA Palmares. Destaca-se a proposição Área Extratégica Externa (AEE) à REBIO Tinguá que pode influenciar o uso, ocupação, gestão e desenvolvimento na APA Palmares. Tal área foi denominada de AEE Corredor Ecológico (FIGURA 20), estando suas definição, carcaterísticas e normas gerais exxpostas no QUADRO 8.

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Figura 20: Áreas Estratégicas Externas. Fonte: Plano de Manejo da REBIO Tinguá. Quadro 8: Definição, carcaterísticas e normas gerais – AEE Corredor Ecológico. Fonte: Plano de Manejo da REBIO Tinguá. AEE Corredor Ecológico Definição: Engloba a área da REBIO Araras (inclusive as porções alta da bacia do Rio Santana) e parte da APA Petrópolis. Ao sul, estão incluídos alguns fragmentos de Floresta Ombrófila Densa, localizado tanto no município de Petrópolis quanto no município de Duque de Caxias, sendo limitada pela divisa municipal de Petrópolis e Magé. Nesta AEE estão inseridas áreas naturais ou pouco antropizadas do entorno da cidade de Petrópolis, interligando a REBIO Tinguá ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Resultados Esperados: Maior conectividades de fragmentos florestais; Estabelecimento de fluxo gênico e populacional entre a REBIO e outras Ucs; Redução dos efeitos de borda e de fragmentação de ecossistemas da REBIO; Aumento no grau de proteção das comunidades da fauna e da flora da REBIO. Atividades, Sub-atividades e Normas: 1) iniciar articulação com as instituições gestoras das unidades do entorno, buscando o entendimento para a viabilização do Corredor Ecológico; 2) Dar suporte técnico necessário para viabilizar as ações junto às unidades estaduais e municipais; 3) Criar um Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes das instituições gestoras envolvidas, bem como seus respectivos chefes, com o intuito de discutir a gestão regional da área atavés do Corredor Ecológico; 4) Realizar uma gestão biorregional com o intuito de integrar as instituições para elaborar uma agenda de prioridades para estabelecer o Corredor Ecológico; 2-37


5) Articular com universidades a elaboração de pesquisas que visam o conhecimento da ecologia da paisagem local como forma de subsidiar a melhor conformação espacial para o Corredor; 6) Definir normas de uso e ocupação no corredor ecológico, limitando o uso de agrotóxicos, o desenvolvimento de atividades potencialmente poluidoras, a instalação de indústrias, lixões, depósitos de rejeitos e empreendimentos de grande impacto ambiental; 7) Incentivar a prática de atividades ambientalmente sustentáveis, tais como: turismo ecológico, agricultura orgânica, artesanato, beneficiamento de frutos e produtos de origem natural; 8) Promover uma gestão participativa, com a criação de um conselho consultivo, contando com as lideranças locais; 9) Realizar divulgação ampla das reuniões para as tomadas de decisão referentes ao Corredor Ecológico, utilizando-se de rádios, cartazes, carrosde-som e propaganda televisiva. 1.6.2 Estaduais - Plano de Manejo da Reserva Biológica de Araras Essa unidade de proteção integral estadual existe desde 1977 (Resolução nº 59 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento), nas terras da antiga fazenda das Araras. Somente em 1987, a administração foi transferida à Fundação Instituto Estadual de Florestas. Sua área de 2.131 hectares compreende porções do município de Petrópolis, localidade de Araras, indo até a vertente atlântica da serra do Couto, em Miguel Pereira com poligonal defida entre as coordenadas UTM S23 N = 7513800;7518300 e E = 671800;679700m (FIGURA 21).

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Figura 21: Mapa Base - REBIO ARARAS. Fonte: IEF, 2002. Atualmente o plano de maneja da REBIO encontra-se em fase de elaboração por equipe própria do Instituto Estadual de Florestas – RJ. A previsão de conclusão do documento é o segundo semestre de 2008 e representará um importante documento de referência para o aperfeiçoamento da gestão da APA Plamares. - Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul Em 2006 A AGEVAP celebrou contrato com a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos - Fundação COPPETEC para a elaboração do resumo atualizado do plano de bacia anterior (2002-2006). Quando do desenvolvimento dos trabalhos contratados, foi consensualmente acordado com a AGEVAP, além da elaboração do resumo do Plano de Recursos Hídricos atualizado, a preparação de “Cadernos” específicos para cada um dos territórios de gestão dos osrganismos da bacia. Além dos comitês já constituídos, Comitê Paulista, o PS1, o COMPE e o Comitê Piabanha, também considerados a Associação dos Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul (AMPAS), o Consórcio Intermunicipal para a Recuperação Ambiental dos Rios Bengalas, Negro, Grande e Dois Rios (BNG-2) e o Consórcio de Municípios e Usuários da Bacia do Rio Paraíba do Sul para a Gestão Ambiental da Unidade Foz (GT-Foz), totalizando 7 organismos de bacia (AGEVAP, 2007). Nesta subdivisão, Paty do Alferes e o território da APA Palmares se enquadra no território da área de gestão do Comitê do Piabanha, Paqueuqer e Preto estando as principais proposições relacionadas com a gestão da APA Palmares elencadas no QUADRO 9. Estas devem ser oportunamente abordadas pelos representantes do município, visando a busca de projetos e ações que fortaleçam e garantam a implementação e a sustentabilidade da APA Palmares. 2-39


QUADRO 9: Contexto de unidades de conservação contíguas à APA Palmares. PROGRAMAS DE GESTÃO A- Redução das Cargas Poluidoras A1. Coleta e tratamento de esgotos domésticos (nível secundário) A3. Coleta e disposição de resíduos sólidos urbano C- Drenagem Urbana e Controle de Cheias C2. Recuperação e Conservação de Faixas Marginais de Proteção E- Projetos para Ampliação da Base de Dados e Informações E1. Desenvolvimento do Sistema de Monitoramento de Qualidade e Quantidade dos Recursos Hídricos E2. Desenvolvimento de um Sistema Piloto de Monitoramento Biológico na bacia do rio Paraíba do Sul F- Plano de Proteção de Mananciais e Sustentabilidade no Uso do Solo F1. Geração de Mapas Cartográficos e Temáticos F2. Recuperação e Proteção de Áreas de Preservação Permanente F3. Integração das Unidades de Conservação à Proteção dos Recursos Hídricos F4. Capacitação e Apoio para Monitoramento e Controle de Queimadas F5. Incentivo à Sustentabilidade no Uso da Terra F6. Incentivo à Produção Florestal Sustentada F7. Apoio Técnico e Institucional para Controle da Erosão em Áreas Rurais G- Ferramentas de construção da gestão participativa G2. Programas de Educação Ambiental G3. Programa de Mobilização Participativa G4. Curso de Capacitação Técnica 2. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE AMBIENTAL DA UNIDADE – O CONTEXTO LOCAL 2.1. Contexto Socioeconômico Histórico de ocupação A ocupação do atual território do município de Paty do Alferes tem seu inicio nos primórdios de 1700 e entremeia-se ao processo de ocupação de toda a grande região do médio vale do rio Paraíba do Sul. Relatos históricos que retratam a ocupação da área remontam ao século XVII, período em que Garcia Rodrigues Pais iniciou a abertura do "Caminho Novo" ligando as Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro. Por este caminho passou-se a realizar a viagem com economia de 75 dias (DEISTER, 2003) e assim, ele passaria nos anos seguintes a ser intensamente utilizado como rota de comunicação e escoamento de ouro produzido nas no interior, assim como de migrantes rumo às Minas Gerais. Nos arredores da sesmaria do Pau Grande, a região foi sendo ocupada em ritmo acelerado. As descrições dos viajantes que percorreram o Caminho Novo citam a

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sesmaria de Pau Grande (no atual distrito de Avelar) como uma roça que se iniciava em plena selva de grandes florestas virgens e habitantes indígenas, os Coroados. (Cultura e Opulência do Brasil, datado de 1711 in....) Acredita-se que o nome Paty do Alferes venha do estabelecimento na região de dois alferes-de-ordenança, Leonardo Cardoso da Silva e Francisco Tavares (depois capitão), cujas propriedades viriam a ser conhecidas como “Roça dos Alferes”. Também havia muitos patis que davam nome à toda região desde a serra até as margens do rio Paraíba do Sul. Tal vocábulo vem do tupi árvore que se eleva, designando uma palmeira da família Syagrus (Syagrus pseudococos), também chamada de palmito-amargoso. Com a união do nome do posto militar que já designava a localidade e o vocábulo indígena, a antiga “Roça dos Alferes”, passou a ser chamada de Paty do Alferes. Para a ocupação da região o modelo comum no médio Paraíba foi a gradativa derrubada e queima da Mata Atlântica para a implantação de grandes monoculturas viabilizadas, especialmente, pela escravidão. As terras férteis banhadas pelo Ribeirão de Ubá e Rio do Saco primeiro acolheram o plantio da cana-de-açúcar e a criação de porcos, cuja carne era vendida no Rio de Janeiro e aos viajantes que seguiam pelo "Caminho Novo", e posteriormente deram lugar às imensas plantações de café. As peculiaridades de clima, as terras férteis nunca antes cultivadas, adubadas pelas cinzas das queimadas e a mão-de-obra composta na maior parte por escravos africanos jovens são os fatores que se combinam para permitir a alta rentabilidade das lavouras de café de Paty do Alferes no meio do século XIX. No ano de 1820, com o crescente trânsito pela região, a freguesia de Conceição do Alferes foi elevada ao posto de vila de Paty do Alferes, fundada pelo então rei de Portugal, D. João VI. Entretanto, com crescimento urbano mais acelerado a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, em 1833, os vereadores concordaram em transferir a sede da vila para a localidade de Vassouras e Conceição do Alferes voltou a ser uma freguesia, embora seus fazendeiros tenham permanecido atuando ativamente na política local. Enriquecida pelas plantações de café, nasceu uma aristocracia rural formada por nobres intimamente ligados à corte como o visconde de Ubá, o barão de Capivari, o barão de Guaribu, dentre muitos outros. Todavia, com o esgotamento dos solos, a abolição dos escravos africanos e sem matas virgens para derrubar, as plantações de café tornaram-se pouco produtivas. A nobreza rural empobreceu e emigrou. A região entrou em grande decadência econômica no final do século XIX. Iniciou-se então a pecuária leiteira e produção de laticínios na região, especialmente por influência dos imigrantes italianos, alemães e japoneses, embora em pequeno número, introduziram técnicas agrícolas que buscavam revitalizar a economia regional. Com a expansão dessa atividade intensificaram-se as derrubadas da mata nativa remanescente dos períodos exploratórios antecedentes, para a constituição de grandes áreas de pastagem. Essa derrubada foi incentivada pela necessidade de carvão para a produção industrial, o que amplificou a intervenção e a alteração dos ecossistemas naturais. Emancipada em 1987, Paty do Alferes mantém uma grande produção agrícola. Atualmente a economia local está calcada na produção de olerícolas, especialmente tomate, pimentão e repolho, mas as técnicas de manejo repetem a histórica exploração indiscriminada do homem e do ambiente, expondo a população a riscos de saúde e causando sérias restrições de atributos ambientais demonstrados pela erosão e redução na fertilidade dos solos, pela degradação dos recursos hídricos do município, pela baixa

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renda per-capta assim como pelas comuns casos de paralisias, alergias e outras enfermidades relacionadas aos agroquímicos utilizados nas lavouras (PATY DO ALFERES, 2006). O histórico do território diretamente abrangido pela APA Palmares remonta ao maior evento de fuga e resistência dos escravos nesta região. Em 5 de novembro de 1838, Manoel Congo e Marianna Crioula, juntamente com Pedro Dias, Vicente Moçambique, Antônio Magro e Justino Benguela, lideraram um grupo de cerca de 600 escravos que fugiram das então Fazendas da Freguesia e Maravilha para as matas da Serra da Estrela, a caminho da Serra da Taquara. A algumas léguas e horas de busca, seus captores oficiais, primeiro ouviram sons de machado seguidos de burburinho de vozes para, posteriormente localizar e prender os fugitivos abrigados em uma gruta que acredita-se ser onde hoje se denomina Gruta Manoel Congo nas vertentes limítrofes entre Paty do Alferes e Miguel Pereira. Perfil Socioeconômico A APA Palmares localiza-se na porção serrana do primeiro distrito do município de Paty do Alferes, RJ. Abrange as localidaes de Jardim Chave de Ouro, Marmelos e Plamares, com um total aproximado de 2000 residentes e densidade populacional que pode variar de 4 (IBGE, 2000) a 5,4 pessoas por família (PATY DO ALFERES, 2006) distribuídos em três setores censitários definidos e utilizados como unidade amostral pelo IBGE (FIGURA 22).

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Figura 22: APA Palmares – Localidades, áreas urbanizadas e setores censitário IBGE.

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Destaca-se que cerca de 75% desta população reside na área a mais de 10 anos, sendo 88% da moradias de alvenaria onde um percentual de 12% não possui documentação da propriedade. Ressalta-se ainda a característica de veraneio de grande número de prorpiredades que só recebem utilização em períodos específicos do ano, finais de semana ou feriados prolongados (PATY DO ALFERES, 2006). A distribuição etária avaliada pelo diagnóstico da Agenda 21 local ressalta o perfil adulto da populaçãp da unidade, com cerca de 60% dos moradores com idades acima de 20 anos. Todavia embora a densidade por domicílio seja relativamente alta, os perfis de renda não se demonstram significativos (FIGURA 23) frente à realidade estadual, com predominância de rendimentgos familiares de até 3 salários mínimos (PATY DO ALFERES, 2006).

Figura 23: Perfil populacional e de renda (IBGE, 2000). Avaliando-se o perfil educacional local (FIGURA 24 E 25) e observando-se que as principais atividades profissionais dos moradores locais são atividades como serviços de caseiros (22%), aposentados (21%), domésticas (10%), pedreiros (8%), diaristas (6%) e agricultores (3%), pode-se inferir uma relação direta com os indicadores econômicos observados. A reduzida escolaridade e a inexistência de possibilidades para capacitação da mão de obra local, associada a inexistência de alternativas para a geração de renda pode condicionar negativamente a geração de renda e a própria evolução socioambiental local.

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Figura 24: Perfil de alfabetização da população maio que 5 anos de idade. (IBGE, 2000).

Figura 25: Perfil de instrução dos responsáveis por domicílios permanetes (IBGE, 2000). As condições de infra-estrutura e saneamento básico são objetos comuns de discussão entre os atores relacionados à unidade sendo, as principais questões destacadas pelo Caderno da Agenda 21 do município, as condições de transporte, coleta de lixo e salubridade local. Quanto ao saneamento mínimo, fica demonstrada uma boa infra-estrutura nas residências (FIGURA 26), contudo o destino dado aos efluentes (FIGURA 27) pode originar riscos à salubridade dos recursos hídricos e solos da APA. Fica eveidente a usência de redes de destinação de efluentes assim qualquer tipo de tratamento viabilizado pelo poder público, predominando o uso de fossas e sumidouros. No caso da 2-45


região abrangida pelo setor censitário 19 (IBGE, 2000) verifica-se um quadro de maior risco ao ambiente, destacando-se altas porcentagens de despejo em valas ou diretamente nos corpos hídricos da unidade (FIGURA 28).

Figura 26: Frequência de sanitários em domicílios permanetes (IBGE, 2000).

Figura 27: Frequência de destino dos efluentes nos domicílios permanetes (IBGE, 2000). Visto as condições de saneamento, deve-se manter cuidados quanto à pronta utilização de recurso hídricos provenientes de camadas superficiais do solo, que em caso de contaminação pode conferir riscos à saúde (PATY DO ALFERES, RJ). Este cuidado, em especial, deve ser observados nas localidades e habitações abrangidas pelo setor censitário 19, onde até 71% do esgoto tem destinos inadequados e a gande maioria dos domicílios têm como fonte provedora de água poços ou nascentes (FIGURA X). A frequência de domicílios abastecidos por poços rasos chega a 31% e abastecidos por 2-46


nascentes a 60% (PATY DO ALFERES, 2006). Estes últimos, visto que as maiores áreas antropizadas com adensamento de domicílios encontram-se nos fundos de vale, na maioria dos casos estão providos de água de melhor qualidade. Contudo a alta dependência e o uso intenso não ordenado das nascentes desta região podem comprometer o potencial do manancial mantido pela APA Palmares. A infra-estrutura para o abastecimento público se vereifica bastante precária sendo que somente 6% dos domicílios possuem água encanada em sua propriedade ou terreno. As condições mais precárias de abastecimento são observadas novamente no setor censitário 19 onde o percentual de domicílios sem água encanada chega a 11,2% (QUADRO 10).

Figura 28: Frequência de destino dos efluentes nos domicílios permanetes (IBGE, 2000). Quadro 10: Frequência de destino dos efluentes nos domicílios permanetes (IBGE, 2000). Infra-Estrutura de Abastecimento (%) CODIGO do Setor Canalizada Canalizada Domicílios Não ID Censitário (IBGE, (min 1 (propriedade Permanentes Canalizada 2000) cômodo) ou terrno) 17 330385605000017 18 330385605000018 19 330385605000019

14 219 511

100.0 95.4 87.1

0.0 4.1 2.3

0.0 2.7 11.2

Quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos no território da APA Palmares, não existe uma organização própria, sendo o serviço de coleta e destinação final dos resíduos responsabilidade da administração municipal por meio de sua Secretaria Municipal de Obras. Naqueles domicílios onde o lixo é coletado (QUADRO11) o tipo de gestão adotada prevê dois sistemas de coleta realizada quais sejam: Serviço de Coleta – onde os resíduos são coletados diretamente para o caminhão e levados ao seu destino final; Caçamba – depositório provisório para a coleta e destinação final periódica. A abrangência destes sistemas encontra-se demonstrada pela FIGURA 29. 2-47


Quadro 11: Abrangência da coleta de lixo na APA Palmares (IBGE, 2000). Setor Censitário 17 18 19

Domicílios Permanentes 14 219 511

Coleta de Lixo Coletad Não o Coletado 11 3 146 73 43 468

% Coleta 78.6 66.7 8.4

de

Figura 29: Frequência dos tipos de coleta de lixo (IBGE, 2000). No ano de 2006, com incentivo da Agenda 21 do município, a associação de moradores (AMA Palmares) e a ONG local (Ipê Amarelo) promoveram um movimento de mobilização dos moradores locias possibilitando a instalação de 20 casinhas de abrigo para as caçambas de lixo visto os transtornos sofridos com animais domésticos e silvestres (PATY DO ALFERES, 2006). Apesar dos esforços públicos e da sociedade local, a percela de lixo não coletado de cerca de 73% dos domicílios (IBGE, 2000) recebe diferentes destinos em especial a queima (FIGURA 30). Este costume, impõem incômodos aos moradores assim como colocam os remanescentes e área em regeneração da APA sob risco de incêndio, especialmente nos períodos secos do ano.

2-48


Figura 30: Frequência dos tipos de coleta de lixo (IBGE, 2000). Uma questão relevante a ser considerada é que a partir de 2003, com a criação da unidade, proibição da queima de resíduos sólidos na APA e o aumento na pressão de conscientização sobre os moradores a respeito da necessidade de se dar um destino correto aos resíduos de seus sítios, resíduos provenientes de podas ou manutenções dos sítios vem se acumulando ao redor dos locais de depósito provisório de resíduos as caçambas. Esta situação vem se tornando um problema estético, de saúde e de risco ao ambiente da APA uma vez relatos de diversos moradores a respeito da degradação estética de seus bairros, da presença de vetores e da constante queima destas montanhas de material predominantemente vegetal colocando a APA sob risco de incêndio, além de degradar significativamente a qualidade do ar das proximidades. 2.2. Caracterização Biogeofísica 2.2.1. Geologia e Geomorfologia O sistema de montanhas representado pelas serras do Mar e da Mantiqueira constitui a mais destacada feição orográfica da borda atlântica do continente sulamericano (FIGURA 31). A Serra do Mar é um conjunto de escarpas festonadas com cerca de 1.000 km de extensão, estendendo-se do Rio de Janeiro ao norte de Santa Catarina, onde deixa de existir como unidade orográfica de borda escarpada de planalto. Na região centro-oriental do Rio de Janeiro apresenta-se como uma montanha constituída por bloco de falhas inclinado para nor-noroeste em direção ao rio Paraíba do Sul, com vertentes abruptas voltadas para a Baixada Fluminense (ALMEIDA & CARNEIRO, 1998).

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Figura 31: Principais serras da região Sudeste do Brasil. Fonte: ALMEIDA & CARNEIRO, 1998. Almeida (2000) individualiza esta região no domínio geológico Piraí – posicionado espacialmente de forma a abranger os municípios de Piraí, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Três Rios e Areal, estendendo-se com direção NE-SW e, portanto, acompanhando o padrão das direções do embasamento do Sudeste brasileiro. Sua litologia compreende, principalmente, rochas ígneas e metamórficas de filiação ígnea, geradas por intenso metamorfismo térmico durante o Arqueano e Proterozóico, com textura granular que corresponde aos granitos, ortognaisses e migmatitos, rochas ricas em quartzo, feldspato e micas.

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Figura 32: Litologia da APA Palmares (CARVALHO FILHO, 2000). O relevo acidentado das serras onde está localizada a APA Palmares está relacionado com a configuração atual da paisagem do sudeste brasileiro, resultado da evolução morfotectônica desencadeada com o processo de separação do continente sulamericano do africano, com início no Mesozóico, decorrente de um regime distensivo. Esse regime foi responsável por um abatimento regional, seguido, a partir do Eoceno, de grandes desnivelamentos de blocos através de falhas orientadas predominantemente para NE-SW (Gontijo,1999 in SILVA, 2002). A conformação do relevo da APA Palmares deverá sempre ser considerada como um dos fatores determinante de fragilidade ambiental. Esse fator, especialmente em regiões serranas, como é o caso do vale do Rio Tingua, pode contribuir significativamente para as tendências de degradação ou de evolução dos sistemas ambientais. Dessa forma, é necessário, minimamente, ter informações sobre as declividades e orientações das encostas, atributos estes, que possibilitam o planejamento e a proposição sobre o tipo de manejo a se adotar em cada área. Segundo PEREIRA JUNIOR (2002), tais informações prestam-se prontamente ao poder público, constituindo-se em instrumentos para o planejamento, uma vez que informam a respeito das áreas de preservação permanente (>45% e topos de morro), bem como, podem caracterizar condições de riscos de utilização de certas áreas, fragilidade a impactos ambientais, maior ou menor capacidade de resiliência, dentre outros usos. A mensuração e espacialização das classes de orientação de encosta encontra-se demonstrada pelo QUADRO12 e FIGURA 33. 2-51


Quadro 12: Avaliação da representatividade das classes de orientação de encostana APA Palmares. Classe Área (ha) % Flat 336,89 26,75 Norte 142,02 11,28 Leste 205,57 16,32 Sul 201,53 16,00 Oeste 373,46 29,65 Total 1259,47 100,00

Figura 33: Mapeamento de orientação das enconsta da APA Palmares. A representatividade das classes de declividades mapeadas para o território da APA Palmares encontra-se demonstrado pela FIGURA 34 estando espacialmente distribuídas conforme FIGURA 35.

2-52


5 a 15 12%

15 a 25 35%

0a5 23%

>45 1%

25 a 45 29%

Figura 34: Representatividade das classes de declividade mapeadas.

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Figura 35: APA Palmares – Mapeamento de Declividades

2-54


2.2.2. Clima e Recursos Hídricos O clima da região da APA Plamares pode ser classificado como AM segundo Köppen, com estação seca pouco definida nos meses de Maio a Agosto, que segundo BARBIERI (2005) representam a estação seca na Região Sudete do Brasil. Os valores médios anuais de temperatura e de precipitação são de 22 a 34°C e 1500 a 1800 mm, respectivamente (CPRM, 2001), sendo que o aporte de umidade nesta região pode ser influenciado pela orientação predominante das bacias que atuam como verdadeiros alçapões de vento direcionando a entrada de umidade vinda do oceano. Com o trabalho realizado por BARBOZA, 2007 identificou-se que a região da APA Palmares está sob influência da bacia aérea Santana (FIGURA 36) sendo esta influência, contribuinte para variações microclimáticas, oferta de atributos e potencial de geração de serviços ambientais.

Figura 36: Bacias aéreas do estado do Rio de Janeiro. Adaptado de BARBOZA, 2007. Neste mesmo estudo, desenvolvido no Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRuralRJ com apoio do Programa Corredor de Biodiversidade TinguáBocaina, o autor desenvolveu o primeiro modelo de zoneamento de áreas com maior potencial de prestação do serviço ambiental Interceptação Vertical. Estas áreas podem contribuir com um aporte de até 40% a mais de água nos sistemas hídricos da região do Corredor Tinguá-Bocaina caso estejam com sua cobertura florestal preservada (BARBOZA, 2007). A avaliação e mapeamento de Áreas Prioritárias para Produção de Água (APP_água) foram produzidos pelo Programa do Corredor de Biodiversidade TinguáBocaina, com mapeamentos finais também em escala 1/50000. Para a APA Palmares foram avaliadas um total de 320ha como áreas com alto e altíssimo potencial de produção de água, apontando e corroborando com o significativa produção de água das microbacias da Água Fria, Alameda da Serra e vertentes do Lago de Palmares (FIGURA 37).

2-55


Figura 37: Mapeamento de áreas prioritárias para a produção de água.

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O potencial de área produtora de água se confirma pela função estratégica que o território da APA Palmares tem hoje enquanto manancial de abastecimento do distrito sede do município de Paty do Alferes. Todavia, são muito escassos ou inexistentes dados sitemáticos que permitam um diagnóstico mais qualificado. O trabalho aqui consolidado é fruto da união de saberes popular e científico, buscando um subsídio inicial para a gestão dos recursos hídricos locais. Destaco que deve se busacar implementação de um sistema de pesquisa, avaliação e monitoramento dos recursos hídricos da bacia de forma a se conhacer mais a fundo o funcionamento, os problemas e os potenciais hídricos da APA Palmares. a) Áreas de Mananciais/Nascentes: Com apoio do Conselho Gestor e participantes da oficina temática sobre Recursos Hídricos foram identificadas, além daquelas já constantes do mapeamento técnico preliminar, 28 nascentes. Destaca-se que os participantes focaram prioritariamente naquelas nascentes responsáveis pelo abastecimento da população local. Todas as nascentes mapeadas foram identificadas, baseando-se no nome do proprietário das terras onde se localiza. Ficou demonstrado que a demanda atual é bastante pulverizada, onde as diversas pequenas nascentes abastecem um número reduzido de famílias, estando a média em torno de 7,32 famílias/nascente. Algumas, conforme destacado no FIGURA 38, possuem uma super-utilização frente as demais. Demanda das Nascentes

60

Nº de Famílias Usuárias

50

40

30

20

10

0 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Nascentes

FIGURA 38: Demanda perceptiva das nascentes da APA apontada pelos participantes da oficina. 2-57


13:

Os principais conflitos/impactos destacados encontram-se resumidos no QUADRO

Quadro 13: Levantamento participativo dos principais conflitos ou impactos sobre áreas de nascente. Áreas Mananciais/nascentes Todas 17 18 19 26

de

Conflitos/Impactos Disputa, entre os moradores, pela utilização dos recursos; Desperdício (encanamentos, falta de consciência); Corte de estradas particulares; Lavoura próxima; Corte de estradas particulares; Corte de estradas particulares; Pecuária (encosta acima da nascente)

Figura: 39 Nascentes com intervenções (obras) e uso intenso.

Figura40: Nacente com processo erosivo e área de captação com pastagem decgradada. 2-58


b) Corpos Hídricos: b.1) Rios e Drenagens Após a avaliação e discussão com base no mapeamento técnico preliminar dos corpos hídricos da APA, foram identificados e incluídos no mínimo mais 6 locais onde os participantes apontam a existência de riachos. O mapeamento final do sistema de recursos hídricos da APA Palmaes foi consolidado poateriormente e está representado pela FIGURA 41. Também foi realizada a marcação em campo de nove pontos para coleta de dados para monitoramento da bacia. Não foram possíveis análises qualitativas de água, somente o registro de localização, lagura e altura linimétrica pontual. Quadro 14: Pontos levantados para coleta e monitoramento hidrológico da APA Palmares. Pontos de Avaliação de Mananciais APA Palmares (Data 08/03/2007) Ponto Manancial Larg. x Profund. Coordenadas 23 K 0663156 1 Rio Tinguá 2.60m x 5 a 7cm UTM 7517602 Alt. 623 23 K 0662337 2 Ribeirão Marmelo 3,30m x 5 a 7cm UTM 7515744 Alt. 738m 23 K 0663353 3 Rio Tinguá 3,90m x 30 cm UTM 7516055 Alt. 780m 23 K 0663743 0,68(2.30)m x 8 a 4 Ribeirão Alrimar UTM 7516285 10cm Alt. 855m 23 K 0663585 5 Rio Betevia 1,3(3,50)m x 5 a 7cm UTM 7515981 Alt. 850m 23 K 0663888 6 Ribeirão da Serra 1,10m x 5 a 7cm UTM 7515817 Alt. 854m 23 K 0665066 Ribeirão Faz. do 7 0,62m x 3 a 5cm UTM 7516346 Governo Alt. 862m 23 K 0665905 8 Rio Água Fria 1,05m x 20cm UTM 7516419 Alt. 895m 23 K 0666079 9 Rio Água Fria 1 1,75m x 15cm UTM 7516423 Alt. 897m

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FIGURA 41: Principais rios e drenagens da APA Palmares.

2-60


Uma avaliação participativa produziu um mapa de zoneamento qualitativo dos principais recursos hídricos da unidade (QUADRO 15). Foram identificados 10 setores dos afluentes do rio Tinguá com a legenda amarela, indicando qualidade B, ou seja, corpo hídrico com alguma contaminação/impacto e 8 setores com a legenda vermelha, indicando qualidade C, ou seja, corpo hídrico com significativa contaminação (FIGURA 42). Quadro 15: Legendas utilizadas para classificação qualitativa e sua descrição. Qualificação Legenda Caracterização A

Azul

Afluentes do rio tinguá em setores das bacias com cotas mais elevadas, onde predomina vegetação, alguns com pastagem e nenhuma ou reduzida ocupação antrópica.

B

Amarelo

Setores com alguma ocupação antrópica (baixa densidade) ou que estejam sob influência de áreas contaminadas por lavouras ou pecuária

C

Rio Tinguá e setores dos afluentes com maiores densidades populacionais. Enquadram-se, também, setores de rios que Vermelho sofrem influência direta de lavouras que empregam o uso de adubos e defensivos químicos.

Figura42: Avaliação perceptiva da qualidade dos mananciais da APA Palmares. Os principais conflitos/impactos encontram-se resumidos no QUADRO 16: Quadro 16: Levantamento participativo dos principais conflitos ou impactos sobre áreas os pequenso rios da APA. Qualificação Legenda Principais Conflitos/Impactos A Azul Ausência de matas ciliares, nascentes desprotegidas B

Amarelo

Despejo de esgoto sem tratamento, possíveis contaminastes 2-61


de lavouras sob manejo tradicional C

Vermelho

Despejo e concentração de esgoto sem tratamento, contaminação por agrotóxicos, lançamento de lixo

b.2) O Lago de Palmares Esta represa, originalmente construída com o objetivo de abastecimento, atualmente se constitui em importante atribiuto ambiental e paisagístico da APA Palmares (FIGURA 43).

Figura43: Aspecto do LAGO da APA Palmares. Relatos de moradores somam-se à sinais facilmente registráveis em campo e demonstram que este atributo vem sofrendo com problemas que podem causar sérios prejuízos ou dificultar o seu uso para o desenvolvimento local. O principal problema apontado e registrado foi o ecesso de sedimentação, originado da a área à montante, e que tem assoreado históricamente o lago (FIGURA 44).

2-62


Fig Figura 44: Imgem com locais assoreados. 2.2.3 Uso e Cobertura do Solo Visto o número expressivo de participantes durante a oficina temática de identificação e avaliação do uso do solo da APA Palmares, a equipe optou pelo trabalho subdividido, de forma a faciliatar a participação dos interessados, além de gerar resultados complementares. Foram elencados, pelo grupo 1, 27 (vinte e sete) tipologias de uso e, pelo grupo 2, 20. Com a realização do mapeamento técnico, partindo da análise participativa, com apoio das imagens de satélite e avaliações em campo, foi consolidado o mapeamento de uso e cobertura do solo (FIGURA 45). A distribuição em hectares das diferentes classes demonstra um predomínio

Gráfico 3: Percentual de usos em relação ao total de área mapeada 2-63


Figura 45: Mapeamento de Uso e Cobertura Vegetal.

2-64


Analisando-se a representatividade das classes mapeadas (GRÁFICO 3), ficou constatado que a maior parte do território da unidade encontra-se coberto com vegetação em estágio Médio e Inicial de regeneração (46,29%). Deve-se destacar que tais áreas encontram-se preferenciamente em porções de acesso extremamente limitado e de alta resiliência, sendo assim, contaram com o grande aporte de umidade e isolamento para se auto-regenerar posteriormente às intervenções sofridas nos diversos cilcos de ocupação. Os fragmentos identificados em estágio Médio e Avançado de regeneração devem ser privilegiados por programas de incentivo à criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), uma vez o caráter de proteção integral de tais áreas e o potencial de contribuição para a menutenção da biodiversidade e atributos ambientais da APA. Tais fragmentos, não se encontram livres da pressão antrópica atual, sendo os principais riscos para sua preservação e conservação os incêncio florestais, visto a contiguidade com áreas de pastagem em muitos trechos, e a caça.

Figura 45: Aspecto e posição geográfica dos fragmentos em estágio médio e avançado de regeneração (Alameda Água Fria e Palmares). A segunda classe de uso com maior representatividade na APA Palmares foi a Pastagem (18,37%) sendo a pecuária a tividade econômica principal desse território (FIGURA 46). Esta classe de uso ocupa principalmente as áreas com altitudes e declividades um pouco mais suaves (fundos de vale, baixadas, topos aplinados e 2-65


encostas), contudo também avançam em poções significativas por áreas de extrema declividade ou restrições legais como as Áreas de Preservação Permanente (APP).

Figura 46: Aspecto e localização das pastagens na APA Palmares (Alameda Saudade). O manejo empregado predominantemente na pecuária local configura-se em risco socioambiental uma vez sua caracterísca extensiva, que gera poquíssimos empregos e quase não agrega ao desenvolvimento e renda da população. Vale destacar que para cuidar de cerca de 100 bois sob manejo extensivo, praticamente o proprietário conta com um empregado podendo ou não se utilizar de mão-de-obra complementar, porém sempre em caráter temporáreo, por curto período e em geral para atividades de baixo retorno como manutenção de pastagem ou para curar os animais que são criados. Grande parcela do território ocupado por esta classe de uso de solo encontra-se em acelerada tendência de degradação, com baixa fertilidade e potencial de geração de renda comprometido (FIGURA 47). Tais áreas tendem a não contemplar as expectativas de desenvolvimento sociaoambiental passando a atuar, cada vez mais, como fator de degradação do ambiente visto a alta produção de sedimentos (sedimentação difusa) que se acumulam nas drenagens, impactando os recursos hídricos da APA e o risco de avanço na degardação da cobertura vegetal, uma vez as práticas de queimada e desmatamento de bordas para manutenção e abertura de novas áreas (FIGURA 48). Deve-se buscar permanentemente a capacitação e informação dos proprietários e agricultores locais, com vista à adequação no manejo de forma a reduzir riscos ambientais e aumentar os beneficios que ainda podem ser obtidos com a atividade.

Figura 47: Aspecto das pastagens em tendência de degradação na APA Palmares (Estada do Imperador e Alameda Água Fria).

2-66


Figura 48: Práticas criminosas de derrubada e queima da vegetação para manutenção ou abertura de novas áreas de pastagem na APA Palmares (Alameda da Serra). Ainda no que diz respeito às areas mapeadas como vegetação em estágio Inicial de regeneração correspondem a 17,08% do território da APA. Estas áreas estão localizadas preferencialmente contíguas aos fragmentos de estágios sucessionais mais avançados, constituindo-se em áreas perturbadas recentemente por estar na interface entre as pastagens e a floresta ou áreas abandonadas, na maioria dos casos em pousio. Nestas áreas desenvolvem-se espécies autóctones, contudo verifica-se alta densidade de invasoras ou exóticas (FIGURA 49), como a brachiara (brachiaria decumbens) e o capim-gordura (mellitus minutiflora), indicando a necessidade de uma intervenção que incremente e privilegie o potencial de resiliência do ecossitema e controle ou elimine a competição e a restrição realizada pelas espécies invasoras. Significativa parcela da cobertura vegetal em estágios iniciais de regeneração encontram-se em áreas consideradas pela legislação como de preservação permanente (APP) ou nos interstícios entre fragmentos mais conservados, exigindo estratégias e ações urgentes para sua conservação e restauração, em especial, pelo potencial de conexão florestal e manutenção de serviços ambientais como a interceptação vertical, a produção de água e a captura de CO2.

Figura 49: Áreas em regenereação inicial com altas densidades de Capim-gordura (a) e brachiara (b). As área urbanizadas se sobrepõem, em termos de abrangência espacial, às demais classes de uso do solo ocupando cerca de 12,34% do território. A localização dos núcleos urbanos ocupa principalmente as áreas do terraço fluvial do Rio Tinguá. Com dificuldades e limitações sociambientais demonstradas, deve-se ressaltar que tais adensamentos populacionais são pequenos e ainda bastante elementares, sob o ponto de vista das suas funções, com atividades restritas de produção, comercialização de

2-67


bens e prestação de serviços. A estrutura produtiva, de funções básicas, procura atender as demanda dos veranistas. O restante das classes mapeadas não chega a 9% da área total da APA. Merecem destaque, ainda, os aspectos das alternativas de produção existente onde destacam-se os cultivos de olerícolas. Cabe ressaltar que nas áreas urbanizadas, existe o cultivo de muitas espécies de plantas e árvores no quintal das residências e que também foi registrado o potencial e o esforço para a produção de alimentos, inclusive a ação organizada em prol da difusão e implementação de uma agricultura sob manejo orgânico. O percental cultivado ainda se verifica extremamente reduzido não atingindo 1% do território da unidade. Todavia, práticas de cultivo inaptas à legislação e à função social do território da APA Palmares ainda se perpetuam, em especial o cultivo em áreas de declividades acentuadas.Também deve-se atentar para a gradual e iminente subistituição de trechos de pastagem por culturas perenes, como o eucalipto e pinus que já cobre 1,02% da APA, sendo necessária um zoneamento e ordenamento da atividade com vistas a impedir novos processo que possam acelerar a dredação do ambiente da APA. Dentre os usos identificados, os atores participantes geraram classificações de conformidade (bons) e de inconformidades (ruins) com os objetivos de desenvolvmento da APA. As listagem e observações produzidas encontram-se elencadas no QUADRO abaixo: Quadro 17: Principais conflitos e potenciais indicados pelos grupos: GRUPO 1 Palmito amargo gera pouco emprego Pastagem diminui o uso da lavoura CONFLITOS Saibreira degradação da área Eucalipto diminui a água

Área de lazer comunitária Lavoura gerando renda Lavoura de louro uso permanente Hortaliças orgânicas e figo não poluem POTENCIAIS

Plantio de palmito não degrada Sabreira na melhoria das estradas Floresta nativa captação de água SAF´s - produção e conhecimento Gruta Manoel Congo monumento histórico Captação CEDAE abastece a cidade

CONFLITOS

GRUPO 2 Falta de saneamento Falta de coleta de lixo / queimada de 2-68


jardim Eucalipto prejudica o solo Pasto e desmatamento para criação de gado Área sem uso é ruim – subutilizada Saibreira é ruim assoreamento do lago e rios Saibreira degradação física e da paisagem Áreas de invasões – desmatamento e falta infra-estrutura Queimada – pega fogo todo ano – destrói a natureza Lavoura – uso agrotóxico Lavoura – gera empregos Lavoura orgânica – qualidade de vida e modelo para conservação Horta familiar – qualidade de vida e renda Pequenos pomares familiares Plantação de louro em pequena larga escala

POTENCIAIS

Lavoura de banana gera renda, não usa agrotóxico e gera água Eucalipto substitui a madeira nativa Floresta tudo de bom Área comercial atende a população Áreas públicas – Igrejas, escola, posto de saúde Áreas de lazer – convivência e interação social Áreas em regeneração Saf´s – modelo e uso

PROPOSTAS PARTICIPATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E ALAVANCAMENTO DOS POTENCIAIS. GRUPO 1 PROPOSTAS PARA CONFLITOS O Produtor

Incentivar o uso de áreas devolutas para plantios agrícolas, introduzindo espécies apropriadas e seguindo a legislação vigente.

2-69


Pastagem

Saibreira

Eucalipto

Área de lazer comunitária

PROPOSTA S PARA POTENCIA Lavoura IS

Lavoura de louro

Diminui uso de lavoura. Orientar os produtores na recuperação das pastagens incentivando o uso de cerca viva, rotação de pastagem, proteção de nascentes, indicando espécies mais adequadas. Degradação. Levantar junto a Prefeitura de Paty do Alferes e Órgãos ambientais fiscalizadores se existe alguma autorização para o uso da saibreira. Criar uma comissão para acompanhar o serviço de saibramento das ruas. Diminui a água. Orientar o plantio para não usar áreas próximas a cursos d´águas. Incentivar a implantação de agroflorestas. Reformar o parquinho. Construir quadra de vôlei. Implantar uma sala de computação. Realizar oficinas de arte (pintura, artesanato, música e dança). Geração de renda. Incentivar a produção orgânica e organização dos produtores. Exigir assistência técnica. Realizar dias de campo de manejo orgânico das lavouras. Uso permanente. Implantar a industrialização para agregação de valor em comum acordo com a Secretaria de Meio Ambiente.

2-70


Floresta Nativa

Sistema Agroflorestal Captação de Água

Preservação e captação de água. Realizar educação ambiental visando a preservação da biodiversidade. Informar nos locais públicos os telefones dos Órgãos de fiscalização (IBAMA, IEF e Batalhão Florestal). Produção e conhecimento. Realizar dias de campo e incentivar a implantação. Abastecer a cidade.

PROPOSTAS PARTICIPATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E ALAVANCAMENTO DOS POTENCIAIS. GRUPO 2

Falta de Saneamento

PROPOSTAS PARA CONFLITOS

Queimadas

Divulgação da APA

Coleta Seletiva

Levantar junto aos agentes de saúde os diferentes tipos de esgotos nas residências, para buscar recursos junto ao poder público e melhorar o sistema com filtros. Educação ambiental. Exigir no Plano de Manejo proibição de qualquer tipo de queimada, e dar alternativas, colocar nas áreas sem uso. Confecção de cartazes, folhetos informativos “você está numa área de proteção ambiental”. Implantação de um Pórtico. Está sendo implantado pela ONG Ipê Amarelo. Solicitar a prefeitura maior abrangência na Coleta do lixo normal.

2-71


Lavoura com Agrotóxico

Eucalipto

Gado

Área sem Uso

Área sem Uso

Saibreira

PROPOSTAS PARA CONFLITOS Áreas de Invasão

Queimadas

Intervenção da secretaria de agricultura, mostrando novas alternativas do cultivo sem agrotóxico. O conselho gestor deverá interferir para que a agricultura seja adequada à região, pedindo a secretaria de agricultura cursos técnicos para informar aos agricultores sobre o orgânico. Definir áreas apropriadas para o plantio do eucalipto. Saf – árvores pioneiras e gado em baixo. Levantar os criadores de gado e levar a idéia do Saf. Sistema Agro-silvo-pastoril. Levantar junto a Prefeitura, as áreas para saber a situação de cada terreno, se tem dono ou se está abandonado. Para serem revestidos em futuros projetos. Ex: Reflorestamento. Galpão de lixo reciclável. Deposito de galhos de poda. Sócio - educativos (hortas – escola técnica, beneficiamento de louro). Impedir a retirada do saibro. Desativar através do Conselho Gestor e proibir à prefeitura de retirar o saibro da área de preservação. Projeto de recuperação da área degrada, junto à prefeitura. Fazer levantamento das famílias. Analisar o local para ver se comporta módulos de residências populares (assunto já está sendo analisados com a secretaria de meio ambiente, agenda 21, secretaria social, conselho gestor e secretaria de obras e planejamento). Educação ambiental – proibir e constar no plano de manejo.

2-72


b.1 - Áreas de ocupação irregular Foram identificadas a campo duas áreas no interiro da APA Palmares apontadas como ocupações irregulares (FIGURAS 50, 51 e 52). Estão localizadas a montante do lago de Palmares sendo seus históricos de origem e perfil bastante peculiares (Quadro 18).

Figura 50: Localização de Áreas com ocupações desordenadas.

Figura 51: Aspectos das habitações existentes na área 1.

Figura 52: Aspectos das habitações existentes na área 2.

2-73


Quadro 18: Perfil das áreas de ocupação desordenada da APA Palmares. Residência Área Habitações Histórico Documentação Pessoas Saneamento (anos) Posse Sim (lote da 1 9 1 a 30 15 Não familiar família) Lote Não (área de 2 5 Familiar reserva do 1 a 15 16 Não + PMPA condomínio) 2.2.4 Biodiversidade – Flora da APA Palmares a) SABER POPULAR – Resultados da Oficina Temática A Oficina Temática Biodiversidade foi realizada no dia 30/06/07 (sábado), no horário das 09:00 às 17:00, na sede da Associação de Moradores de Palmares – AMA Palmares, contando com a presença de representantes de entidades governamentais e não-governamentais e, sobretudo, moradores, somando 28 atores sociais (ANEXO). Os trabalhos foram iniciados com os participantes onde se procedeu com uma dinâmica de discussão sobre a importância e necessidade das florestas para a qualidade de todas as vidas. Posteriormente, formou-se um grupo de trabalho, onde foram escolhidos 2 pessoas para as funções de Relator e Mapeador. Momento 1 – Mapeamentos Participativos Vale destacar que os participantes se sentiram mais à vontade iniciando o trabalho a partir das áreas de remanescentes perto de suas moradias, naturalmente, pelo maior conhecimento dessas áreas, para então poder visualizar os fragmentos de floresta da APA de Palmares como um todo. Foram indicadas pelos participantes 10 remanescentes representativos, além de algumas espécies da flora local, principais pressões e impactos e observações que pudessem contribuir para análise de cada setor da paisagem da APA (Quadro 19 e 20 e Figura 53). Dessa forma, foram identificadas áreas com diferentes características físicas, biológicas e antrópicas, em destaque para os fragmentos florestais presentes ora em encostas, ora em áreas de planalto, além de matas ciliares, áreas sujeitas a alagamento periódico, afloramentos rochosos e encostas com orientações variadas. Isso se deve a conformação da APA, cujos limites físicos acompanham divisores topográficos de uma grande bacia hidrográfica, onde suas drenagens confluem para o centro da APA. Essas diferenças de atributos ambientais, provavelmente, geram reflexos na composição florística de cada área, hipótese que fundamentou inclusive a escolha de áreas a serem estudadas in situ. As encostas com orientações diferenciadas, por exemplo, norte e sul, geram reflexos na quantidade de radiação que chega a superfície terrestre, e com isso as características microclimáticas da floresta se alteram ao ponto que podem restringir uma determinada espécie em se estabelecer no local. Semelhante a isso, algumas espécies não suportam ambientes que periodicamente alagam ou possuem muita umidade, tais como matas ciliares e brejos. 2-74


Como podemos verificar na tabela elaborada junto aos participantes da reunião, das dez áreas levantadas, apenas duas não apresentaram impactos relatados pela comunidade, sendo o fogo os principais impactos, seguidos respectivamente do aumento das pastagens e da especulação imobiliária. Na mata da Alameda da Serra, foi relatada a exploração da vegetação, através da extração do Palmito Juçara e na mesma área também foi destacada a extração de saibro.

2-75


Quadro 19: Informações (sem edição) apresentadas pelos participantes da oficina participativa temática biodiversidade - flora. Remanescentes Espécies de flora

Principais Impactos

Observações

Jacaré, palmeiras, coco baba de boi, abacateiro, nêspera, mangueira, 1Mata Sr. Silvério ---bananeira, embaúba, íris (tamanhos de 15 a 20 metros).

Foi feito algum plantio por iniciativa do proprietário. Predomínio de Jacaré, Embaúba e Bananeira.

2 Alameda da Araçá, quaresma, nêspera, Várzea Região ---bananeira. alagada

Bananeiras em grande quantidade.

Mata fechada, quaresmeira, nêspera, abacateiro, canela do mato, jaquatirão, 3 Mata Divino embaúba, taquara de lixa, Vale jacaré, camboatá, vassourinha, bananeira, capim gordura, cinco folhas, carobinha. Jacaré, ipê, jacatirão, quaresma, fedegoso, camboatá, cabuí, pitanga, 4 Mata da Araucaria, Angico Vermelho, Alameda Orquídeas, Samambaias, Palmares Cambará, Bromélias, Aveuca, Bambús, Maria Sem-Vergonha, Esponjinha, Moranguinho do mato. 5 Mata Água Fria Orquídeas, Aveuca,

Concentração de residências, aumento do Região mais populosa. número de animais domésticos.

Caça armadilhas

Invasão,

e Existem 2 túneis (um acima da Alameda Palmares e outro perto do trilho), possíveis locações de queima de carvão.

Vegetação cobrindo uma grande rocha.

2-76


6 Área de mata, próximo a gruta

7 Área da gruta

8 Lago Palmares

de

9 Mata Alameda da Serra

10 Mata da Fazenda do Tinguá (Fazenda

Bromélias,, Angico, Jacaré, aumento de Gerivá, Roxinho. moradias, caça e prisão de pássaros. Orquídeas, Bromélias, Espinheira Santa, Pau de Aumento de colher, Quaresma, Figueira, pastagem. Unha de Gato, Maricá, Aroeirinha, Jequitibá. Vegetação rasteira, Visitação sem Bromélia, Rainha do Abismo, orientação, Orquídeas. queimadas. Jacaré, Taboa, Mata-Pau, Ipê ( amarelo e roxo ), Poluição, lixo, Goiabeira, Araçá, Maricá, assoreamento do Lírio do Brejo, Margaridão ( lago. amarelo ), Bambú, Aguapé, Colônia, Carqueja. Considerável Jacaré, Quaresma, Maricá, extração de Embaúba, Aroeira saibro, (pequena), Samambaia, queimadas, Sapê, Bananeira, Jaqueira, desmatamento, Café, Nêspera, Gameleira, lixo (não tem Ingá (branco e preto), coleta) e Gerivá, Coco de Iré, Cedro, extração de Eucalipto, Palmito ( Juçara ). palmito. Palmito amargoso, Desmatamento, Eucalipto, Maricá, Araucaria, avanço de Pinheiros, Jequitibá, pastagens,

Área de rochas.

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Já existiu megulhão, capivara e preá.

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da Luz até o sítio Paineiras, Quaresma, queimadas do Ari) Cambuí, Xaxim ( poucos), próximas à mata. Espinheira Santa, Cipócabeludo, Cipó de São João, Panacéia.

2-78


Momento 2 – Levantamento secundário das espécies de flora presentes nos remanescentes

florestais

Foram citados ao todo 68 espécies, pertencentes a 42 famílias botânicas (Tabela 20). São espécies, em sua maioria, consideradas como “carismáticas”, isto é, as mais popularmente conhecidas, como frutíferas, exóticas ou então aquelas mais presentes nas bordas de florestas. No entanto, essa listagem não só incentiva e valoriza os conhecimentos populares, transmitidos de geração em geração, mas também contribuiram para nortear os trabalhos técnicocientíficos realizados posteriormente.

Figura 3: Localização e denominação dada pelos atores sociais aos remanescentes de ecossistemas da APA Palmares. Figura 53 – Carta imagem APA Palmares

2-79


Quadro 20: espécies da flora e seus respectivos locais de ocorrência, citadas pelos atores sociais da APA Palmares presentes na oficina de biodiversidade. FAMILIA ANACARDIACEAE

ARAUCARIACEAE ARECACEAE

ASTERACEAE

BALSAMINÁCEAS BIGNONIACEAE

BOMBACACEAE BROMELIACEAE CAESALPINIACEAE CECROPIACEAE CELASTRACEAE CLUSIACEAE DICKSONIACEA FABACEAE

Nome Científico

Lithraea molleoides Schinus molle Mangifera indica Araucaria angustifólia Chrysalidocarpus lutescens Syagrus romanzoffiana Syagrus romanzoffiana Euterpe edulis Tithonia diversifolia Gochnatia polymorpha Baccharis genistelloides Mikania hirsutissima Impatiens walleriana Jacarandá decurrens Pyrostegia venusta Tabebuia sp. 1 Tabebuia Alba Tabebuia sp.2 Chorisia speciosa Bromeliaceae Peltogyne angustiflora Cecropia sp. Maytenus ilicifolia Clusia fluminensis Dicksonia Sellowiana Anadenanthera macrocarpa Calliandra brevipes Senna macranthera Piptadenia gonoacantha Acacia polyphylla

Nome Popular Aroeira Pequena Aroeirinha Mangueira Araucária Bambu Coco Baba de Boi Palmito Amargoso Palmito Jussara Margaridão Amarelo Cambará Carqueja Cipó-Cabeludo Maria Sem-Vergonha Carobinha Cipó de são João Ipê Ipê Amarelo Ipê Roxo Paineira Bromélia Roxinho Embaúba Espinheira Santa Mata Pau Xaxim Angico Vermelho Esponjinha Fedegoso Jacaré Maricá

1

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x 2-80


GESNERIACEAE IRIDACEAE LAURACEAE

Rechtsteineira leucotricha Iris douglasiana Persea americana Nectandra nitidula

Rainha do Abismo Íris Abacateiro Canela do Mato

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FAMILIA

Nome Científico

Nome Popular

1

LAURACEAE LECYTHIDACEAE MALVACEAE MELAGOPYGIDAE MELASTOMATACEAE MELIACEAE MIMOSOIDEAE

Imperata. Brasililenses Cariniana estrellensis Sida Acuta Meloidogyne incógnita Tibouchina granulosa Cedrela fissilis Inga laurina Inga congesta Ficus guapoi Artocarpus heterophyllus Pachylioides resumens Musa sapientum Psidium cattleianum Eucalyptus spp. Psidium spp. Eugenia uniflora Olea europæa

Sapê Jequitibá Vassourinha Moranguinho do Mato Quaresma Cedro Ingá Branco Ingá Preto Gameleira Jaqueira Pau de Colher Bananeira Araçá Eucalipto Goiabeira Pitanga Figueira Orquídea Gerivá Coco de Iré Palmeira Cambiú Pinheiro Capim Gordura Colônia Taquara de Lixa Samambaia Aguapé

MORACEAE

MUSACEAE MYRTACEAE

OLEACEAE ORQUIDACEAE PALMAE PALMAE SP.1 PALMAE SP.2 PAPILIONOIDEA PINACEAE POACEAE

POLIPODIACEAE PONTEDERIACEAE

Orquidaceae

Syagrus romanzoffianum sp.1 sp.2 Dalbergia Vilosa Pinus sp. Melinis minutiflora Echinochloa colona Merostachys anômala Pteridium aquilinum Eichornia crassipes

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PTERIDACEAE ROSACEAE RUBIACEAE RUBIACEAE SAPINDACEAE SOLANACEAE TYPHACEAE ZINGIBERACEAE

Adiantum capillus-veneris Eriobotrya japônica Coffea arábica Uncaria tomentosa Cupania grandfolia Serjania erecta Solanum cernuum Typha domingensis Hedychium coronarium

Aveuca Nêspera Café Unha de Gato Camboatá Cinco Folhas Panacéia Taboa Lírio do Brejo

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Quadro 21: avaliação qualitativa indireta feita pelos atores sociais da APA Palmares, realizada na ocasião da oficina de biodiversidade. área 1 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 2 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 3

Nota 2 3 --4 0 1 4 4 --4 Nota 3 4 --2 0 0 4 4 --2 Nota

DETALHES Área particular Jaguatirica, Capivara, Macaco Prego, Jacú, pássaros.

Água em abundância DETALHES Era pasto e foi loteado, atualmente existem casas.

Pássaros.

DETALHES 2-82


1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 4 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca

4 2 --3 2 1 4 4 --4 Nota 4 3 --4 3

6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 5 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 6

3 4 4 --4 Nota 4 3 --4 3 1 4 4 --4 Nota

Algumas espécies são raras ( aves migratórias ). Caça de pássaros.

DETALHES Existência de trilhas e estrada que corta a mata.

Sempre quadrados delimitados ( tipo lotes ), parte de bairro da Alameda Palmares.

DETALHES

Água. DETALHES 2-83


1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 7 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 8

2 3 --3 1 3 4 4 --4 Nota 2 3 --3 0 1 4 4 --2 Nota

Área de produção de carvão ( mais de 50 anos )

1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros

1 4 --2 3 0 4 4 ---

10- importãncia para a qualidade de vida local área 9

Por estar muito degradado, mas poderia ser referência 2 turística. Nota DETALHES

Importância turística. DETALHES Difícil entrar na gruta. Da fauna local.

Pelo turismo. DETALHES O lago original existia a mais ou menos 60 anos, secou, virou matagal e foi refeito a uns 10 anos.

Já houve muita caça de animais que existiam. Pesca.

2-84


1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local área 10 1- período de tempo no estado atual 2- facilidade de acesso 3- frequência de seres humanos 4- trânsito de animais 5- existência de caça ou pesca 6- frequência de queimadas 7- presença de plantas medicinais 8- presença de plantas de utilização cultural/religiosa 9-desmatamentos, corte de palmitos e/ou carvoeiros 10- importãncia para a qualidade de vida local

3 3 --3 1 3 4 4 --3 Embora atualmente tenha muito lixo. Nota DETALHES 4 1 Antigamente era caminho para Paty. Área particular. --4 0 1 4 4 --4

2-85


Momento 3 – Propostas de Manejo De acordo com a percepção dos atores sociais presentes na oficina biodiversidade, as soluções para os problemas relacionados à biodiversidade são: ANIMAIS DOMÉSTICOS:  Conscientização dos donos;  Controle de população. CAÇA:  Sinalização de alerta e proibição: * Lei, * Multa, * Fiança;  Fiscalização;  Disque denúncia (amplamente divulgado). VISITAÇÃO SEM ORIENTAÇÃO:  Capacitação de guias;  Sinalização: visita permitida somente com guias;  Parceria com a Secretaria de turismo;  Orientação e organização de proprietários. AUMENTO DE PASTAGEM:  Esclarecimento da lei;  Fiscalização e multa. As soluções apresentadas no âmbito da APA Palmares sugerem que os atores sociais possuem demandas claras quanto às diversas funções do Estado na área ambiental, representado no caso, sobretudo, pela Prefeitura de Paty dos Alferes, haja vista as recorrentes citações como “controle”, “fiscalização”, “disque-denúncia”, “multa” e “orientação da lei”, além de “parceria com a Secretaria de Turismo”. Neste caso, a sugestão de diretriz aponta para a potencialização do nível de organização do Conselho Deliberativo da APA, enquanto instância maior de gestão participativa da região. Através do mesmo, fortalezas e debilidades são administradas coletivamente, e as aspirações quanto às funções de Estado, como é o caso da fiscalização de áreas naturais protegidas, ganham maior poder de ser atendidas quando encaminhadas por um fórum representativo. b) SABER CIENTÍFICO – Avaliações de Campo e Mapeamentos Levantamento secundário Os resultados da revisão bibliográfica apontam que há escassos registros especificamente sobre a flora da APA Palmares, sendo o único encontrado de autoria da EMBRAPA (2001), mas que aborda o município de Paty dos Alferes como um todo. Neste estudo foi apresentada uma lista com 69 espécies, distribuídos em 29 famílias, 52 gêneros e 130 indivíduos (QUADRO 22) Quadro 22: Espécies identificadas em Paty dos Alferes, Rio de Janeiro. Fonte: EMBRAPA (2001). FAMÍLIA

ESPÉCIE

FAMÍLIA

ANNONACEAE

Guatteria sp.

MIMOSACEAE

Xylopia brasiliensis MORACEAE Spreng.

ESPÉCIE

Piptadenia paniculata Ficus sp. 2-86


Sorocea bomplandii

Rollinia laurifolia Didymopanax Longepetiolatus Sparattosperma leucanthum Tibochina granulosa

MYRCINACEAE

BORAGINACEAE

Cordia sp.

MYRTACEAE

CAESALPINACEAE

Apuleia leiocarpa

CECROPIACEAE

Cecropia sp.

COMPOSITAE

Vernonia discolor

CUNONIACEAE

Lamanonia sp Alchornea triplinervea Croton sp.

ARALIACEAE BIGNONIACEAE

EUPHORBIACEAE

Croton urucurana

FLACOURTIACEAE

Hyeronima alchorneoides Machaerium nictitans Machaerium sp. Casearia sp.

LAURACEAE

Nectandra mollis

FABACEAE

Ocotea glaziovii Ocotea laxa cff. Ocotea sp. Cinamomum sp. Cryptocaria micrantha Mezilaurus sp LECYTHIDACEAE

Cariniana sp.

MELASTOMATACEAE Miconia calvescens

Sorocea sp. Rapanea sp. Virola oleifera Campomanesia guaviroba Campomanesia sp. Gomidesia sp Marlierea sp. cf. Myrcia sp. Myrcia tundiana Myrciaria sp. Guapira NYCTAGINACEAE opposita Coccoloba POLYGONACEAE confusa Amaioua RUBIACEAE guianense Psycotria sp. Rudgea sp Bathysa australis Bathysa mendoncaei Bathysa sp. Zanthoxilum RUTACEAE rohifolium Dictyoloma vandellianun Allophillus SAPINDACEAE edulis (St. Hill) Allophyllus sp. Cupania concolor Cupania oblongifolia

Miconia cinnamomifolia Miconia rigidiuscula Miconia sp. 1 SAPOTACEAE Miconia sp. 2 SOLANACEAE

Cupania sp. Matayba sp. Pouteria sp. Solanum 2-87


MELIACEAE MIMOSACEAE

leucodendron

Miconia buddeyoides

TILIACEAE

Cabrallea cangerana

VOCHYSIACEAE

Mimosa schumburghii Piptadenia gonoacatha

Luehea sp. Vochysia acuminata Beng. Vochysia schuwarcheana

Levantamento primário Foram encontrados ao todo 207 espécies, distribuídas em 62 famílias e 149 gêneros (Quadro 23). Desse total indivíduos, 37 foram identificados somente até gênero, 10 somente até família e 3 não foram identificados. Quadro 23: Indivíduos amostrados nos domínios da APA Palmares, distribuídos em família, gênero e espécie, bem como hábito (L=liana; A=árvore; Ar=arbusto; H=herbácea; E= epífita). FAMÍLIA ACANTHACEAE AGAVACEAE ANARCADIACEAE

ANNONACEAE APOCYNACEAE ARACEAE

ARALIACEAE ASCLEPIACEAE ASTERACEAE BALSAMIACEAE BEGONIACEAE

GÊNERO / ESPÉCIE

HÁBITO L H H Ar A A A A A A L H H H H H

Spp. Thunbergia alata Bojer ex Sims Spp. Datura suaveolens L. Manguifera indica L. Schinus terenbinthifolia Raddi. Tapirira Guianensis Aubl. Annona cacans Warm. Xylopia brasiliensis Sprengel. Apidosperma ramiflorum Müll. Arg. Anthurim sp.1 Anthurium loefgrenii Engl. Monstera andansonii Philodendron sp.1 Philodendrum imbe Philodendrum Martianum Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & A Planch Asclepias Curassavica L. H Asplenium mucrunatum H Spp. H Impatiens sp.1 H Impatiens sp.2 H Begonia cucullata Willd. H Spp. H Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. H

2-88


BIGNONIACAEAE

BOMBACACEAE BORAGINACEAE BROMELIACEAE

CACTACEAE FAMÍLIA CACTACEAE CANNACEAE COMPOSITAE

COSTACEAE CYPERACEAE EQUISETACEAE ERYTHROXYLACEAE EUPHORBIACEAE

Jacaranda brasiliana (Cham.) Seem. A Jacaranda micrantha Cham. A Spp. A Pithecoctenium sp.1 L Pithecocthenium crucigerum (L.) Gentry L Pyrostegia venusta Miers. A Sparattosperma leucanthum (Vell.) A K.Schum. Tabebuia Alba (Chan.) Sandwith A Tabebuia cassinoides (Lam.) DC) A Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) A Standl. Tecoma Stans (L.) Juss. Ex Kunth A Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau A Eriotheca sp.1 A Cordia selowiana A Patagonula americana L. A Aechmea sp.1 E Ananas fritzmuelleri Camargo E Ananas sp.1 E Archimedia sp.1 E Canistrum sp.1 E Neoregelia compacta (Mez) L.B. E Tillandsia sp.1 E Tillandsia usneoides L. E Rhipsalis sp.1 H Gênero / Espécie Hábito Rhipsalis sp.2 H Canna sp.1 H Canna sp.2 H Achyrocline satureoides (Lam.) DC. A Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze H Baccharis dracunculifolia DC. Ar Baccharis Trimera (Less.) DC. H Baccharis sp.1 H Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera H Senecio brasiliensis Less. H Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Ar Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. H Costus spiralis H Cyperus ferax Rich H Equisetum giganteum L. H Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. A Croton piptocalyx Müll. Arg. Ar Croton urucurana Baill. A 2-89


FLACOURTIACEAE GRAMINEAE HALORAGACEAE HELICONIACEAE HELICONIACEAE HYDROCHARITACEAE HYMENOPHYLLACEAE LAURACEAE

LECYTHIDACEAE LECYTHIDACEAE

Pachystroma longifolium (Ness) I.M. A Johnst Peschiera fuchiaefolia (A.DC.) Miers A Casearia sp.1 A Casearia sylvestris Sw. A Chusquea bambusoides A Dendrocalamus sp.1 A Myriophyllum brasiliensis H Heliconia densiflora CV. H Heliconia velloziana L.Emygd. H Egeria densa Planch H Trichomanes sp.1 H Endlicheria puniculata (Spreng.) J.F. A Macbr. Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez A Nectranda membranacea (Swartz.) Griseb. A Ocotea notata (Nees) Mez A Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer A Ocotea pulchella Mart. A Ocotea sp.1 A Cariniana Legalis (Mart.) Kuntze A Lecytis pisonis Cambess. A

LEGUMINOSAE CAESALPINACEAE

FABACEAE

MIMOSACEAE

FAMÍLIA

Apuleia Leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. A Bauhinia forficata Link A Bauhinia longifolia (Bong.) Steud A Bauhinia microstachia (Raddi) Macbr. L Caesalpinea ferrea Mart.ex Tul. A Caesalpinea sp.1 A Senna macranthera (DC. ex. Collad.) H.S. A Irwin & Baill. Apuleia Leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. A Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth A Desmodium adscendens (Sw.) DC. H Erythrina Speciosa Andrews A Machaerium aculeatum Raddi. A Platypodium elegans Vogel A Abarema langsdorf A Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip A Abarema sp.1 A Gênero / Espécie Hábito Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Am. Ar Acacia plumosa Lowe Ar Acacia polyphilla DC. A Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan A 2-90


LILIACEAE MALPIGHIACEAE MARANTHACEAE MELASTOMATACEAE

MELIACEAE

MONIMIACEAE MORACEAE

MUSACEAE MYRCINACEAE MYRTACEAE

Anadenanthera macrocarpa (Vell.) Brenan A Inga edulis Mart. A Inga sessilis (Vell.) Mart. A Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze A Mimosa invisa Mart. Ex Colla H Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. A Macbr. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. A Lewis Schizolobium Parahyba (Vell.) S.F. Blake A Sansevieria sp. H Banisteriopsis oxyclada (A. Juss.) B. Gates H Dicella nucifera Chodat L Spp. H Leandra melastomoides Raddi. H Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin A Miconia rugidiusculata A Miconia sp.1 A Tibouchina candolleana (DC.) Cogn. A Tibouchina grandiflora A Tibouchina granulosa (Desr.) Cong. A Tibouchina sp.1 A Cabralea Canjerana (Vell.) Mart. A Cedrela fissilis Vell. A Cedrela odorata L. A Guapira opposita Vell. A Guarea guidonea (L.) Sleumer A Trichilia elegans A Trichilia Hirta L. A Siparuna guianensis Aubl. A Brosimum guianense (Aubl.) Huber A Dorstenia sp.1 H Ficus sp.1 A Sorocea Bomplandii (Baill.) A Musa sp.1 H Myrcine venosa A. DC. A Virola Oleifera (Schott) A.C. Sm. A Calyorectes acutatos (Meq.) Toledo A Calyptranthes sp.1 A Eucalypto sp.1 A Eugenia multicostata D.Legrand. A Eugenia sp.1 A Myrceugenia venosa D. Legrand. A Myrcia eriopus D.C. Ar Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Ar 2-91


Spp. Neomitranthis Glomerata Psidium guajava L. Psidium sp.1 INDETERMINADA I INDETERMINADA II INDETERMINADA III NYCTAGINACEAE FAMÍLIA ORCHIDACEAE

PALMAE

PIPPERACEAE POACEAE

PONTEDERIACEAE PTERIDACEAE RUBIACEAE

RUTACEAE

SAPINDACEAE

SAPOTACEAE SOLANACEAE

Ar A A Ar H H A A Hábito E E E E

Guapira opposita Vell. Gênero / Espécie Sauroglossum Nitidum Ocidium sp.1 Gomesa sp.1 Oeceoclades maculata (Lindl) Astrocaryum aculeatissimum (Schott) A Burret. Geonoma pohliana Mart. Ar Spp. A Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman A Piper Anduncum H Pipper sp.1 H Aristida longiseta Steud. H Brachiaria ruziziensis R.Germ.& Evrard H Cenchrus echinatus L. H Digitaria sp.1 H Melinis minutiflora P.Beauv. H Panicum maximum Jacq. H Heteranthera limosa (Sw.) Willd. H Pteridium aquilium (L.) Kuhn H Amoaioua intermedia Mart. A Coutarea hexandra (jacq.) K. Schum. A Bathysa stipulata A Psychotria nuda (Cham. & Schlecht. ) Ar Alseis floribunda Schott. Ar Citrus auruntifolia A Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich Ar Zanthoxylum rhoifolium Lam. A Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A A. Juss.) Radlk. Cupania oblongifolia Mart. A Cupania racemosa A Matayba eleagnoides Radalk A Spp. A Paullinia sp.1 L Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma A Brugmansia suaveolens (Willd.) Bercht. & Ar

2-92


TILIACEAE ULMACEAE URTICACEAE

VERBENACEAE

ZINGIBERACEAE

J.Presl. Brugmansia suaveolens (Willd.)Bercht. & Ar J.Presl. Solanum grandiflorum Ruiz & Pav. Ar Solanum palinacanthum Dunal H Luehea divaricata Mart. A Trema micrantha (L.) Blume A Cecropia Pachystachya Trécul A Cecropia sp.1 A Cecropia sp.2 A Urera baccifera (L.) Guadich. Ex Wedd H Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. A Aegiphila selowiana Cham. A Spp.I Ar Lantana Camara L. H Hedychium coronarium Koen. H

Quadro 24: Espécies distribuídas por local de ocorrência (T = Transecto). T1

Apuleia Leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. Cedrela odorata L. Cupania oblongifolia Mart. Cupania racemosa Endlicheria puniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera Inga sessilis (Vell.) Mart. Inga sessilis (Vell.) Mart. Matayba eleagnoides Radalk Miconia rugidiusculata Spp.

Ocotea notata (Nees) Mez Paullinia sp.1 Peschiera fuchiaefolia (A.DC.) Miers Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Sorocea Bomplandii (Baill.) Tabebuia Alba (Chan.) Sandwith Tibouchina sp.1 Zanthoxylum rhoifolium Lam. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau T2

Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg. Bauhinia forficata Link. Bauhinia longifolia (Bong.) Steud Cariniana Legalis (Mart.) Kuntze Cecropia Pachystachya Trécul

FAMÍLIA Caesalpinaceae Meliaceae Sapindaceae Sapindaceae LAURACEAE Compositae Mimosaceae Mimosaceae Sapindaceae Melastomataceae Spp. Lauraceae Sapindaceae Euphorbiaceae Mimosaceae Moraceae Bignoniacaeae Melastomataceae Rutaceae Bignoniacaeae FAMÍLIA Apocynaceae Leg.Caesalpinaceae Leg.Caesalpinaceae Lecythidaceae Urticaceae

HÁBITO A A A A A A A A A A H A L A A A A A A A HÁBITO A A A A A 2-93


Cecropia sp.2 Chusquea bambusoides Citrus auruntifolia Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Cupania racemosa Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera Inga sessilis (Vell.) Mart. Leandra melastomoides Raddi. Machaerium aculeatum Raddi. Melinis minutiflora P.Beauv. Miconia rugidiusculata Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Tibouchina granulosa (Desr.)Cong. Trichilia Hirta L. T3

Acacia polyphilla DC. Aegiphila selowiana Cham. Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. Annona cacans Warm. Asplenium mucrunatum Cabralea Canjerana (Vell.)Mart. Costus spiralis Cupania oblongifolia Mart. Datura suaveolens L. Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera Hedychium coronarium Koen. Melinis minutiflora P.Beauv. Monstera andansonii Musa sp.1 Spp. Pachystroma longifolium (Ness) I.M. Johnst Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis Pteridium aquilium (L.) Kuhn Rhipsalis sp.1 Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Tabebuia cassinoides (Lam.) DC) Thunbergia alata Bojer ex Sims Tillandsia stricta T4

Acacia plumosa Lowe Aechmea sp.1 Aegiphila selowiana Cham. Ananas fritzmuelleri Camargo

Urticaceae Gramineae Rutaceae Rubiaceae Sapindaceae Compositae Mimosaceae Melastomataceae Leg.Fabaceae Poaceae Melastomataceae Mimosaceae Melastomataceae Meliaceae FAMÍLIA Mimosaceae Verbenaceae Verbenaceae Annonaceae Aspleniaceae Meliaceae Costaceae Sapindaceae Anarcadiaceae Compositae Zingiberaceae Poaceae Araceae Musaceae Maranthaceae Euphorbiaceae Mimosaceae Mimosaceae Pteridaceae Cactaceae Compositae Palmae Bignoniacaeae Acanthaceae Bignoniacaeae FAMÍLIA Mimosaceae Bromeliaceae Verbenaceae Bromeliaceae

A A A A A A H A H A A A A HÁBITO A A A A H A H A Ar A H H L H H Ar A Ar H H H A A L E HÁBITO Ar E A E 2-94


Anthurium loefgrenii Engl. Bathyzia stipulata Begonia cucullata Willd. Brosimum guianense (Aubl.) Huber Cabralea Canjerana (Vell.)Mart. Cabralea Canjerana (Vell.)Mart. Cordia selowiana Croton urucurana Baill. Cupania oblongifolia Mart. Cupania racemosa Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth Dendrocalamus sp.1 Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch Dicella nucifera Chodat Eucalypto sp.1 Eugenia multicostata D.Legrand. Impatiens sp.2 Inga edulis Mart. Jacaranda micrantha Cham. Leandra melastomoides Raddi. Myrcine venosa A. DC. Ocotea notata (Nees) Mez Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Peschiera fuchiaefolia (A.DC.) Miers Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pithecocthenium crucigerum (L.) Gentry Psidium guajava L. Psychotria nuda (Cham. & Schlecht. ) Sauroglossum Nitidum T5

Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl. Trema micrantha (L.) Blume Trichilia elegans Xylopia brasiliensis Sprengel. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau T6

Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Am. Ananas sp.1 Apuleia Leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. Archimedia sp.1 Bauhinia forficata Link Cabralea Canjerana (Vell.) Mart. Casearia sp.1 Cedrela odorata L.

Araceae Rubiaceae Begoniaceae Moraceae Meliaceae Meliaceae Boraginaceae Euphorbiaceae Sapindaceae Sapindaceae Leg.Fabaceae Gramineae Araliaceae Malpighiaceae Myrtaceae Myrtaceae Balsamiaceae Mimosaceae Bignoniacaeae Melastomataceae Myrcinaceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Euphorbiaceae Mimosaceae Bignoniacaeae Myrtaceae Rubiaceae Orchidaceae FAMÍLIA Bignoniacaeae Ulmaceae Meliaceae Annonaceae Bignoniacaeae FAMÍLIA Mimosaceae Bromeliaceae Leg.Fabaceae Bromeliaceae Leg.Caesalpinaceae Meliaceae Flacourtiaceae Meliaceae

H H H A A A A A A A A A L A A H A A H A A A A A A L A Ar E HÁBITO A A A A A HÁBITO

2-95


Cupania oblongifolia Mart. Geonoma pohliana Mart. Spp.

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Pachystroma longifolium (Ness) I.M. Johnst Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Siparuna guianensis Aubl. Virola Oleifera (Schott) A.C. Sm. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau T7

Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. Bathyzia stipulata Bauhinia forficata Link Brugmansia suaveolens (Willd.) Bercht. & J.Presl. Eucalypto sp.1 Luehea divaricata Mart. Machaerium aculeatum Raddi. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Spp. Ocidium sp.1 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Solanum palinacanthum Dunal Tibouchina granulosa (Desr.)Cong. Tibouchina granulosa (Desr.)Cong. Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. T8

Brugmansia suaveolens (Willd.)Bercht. & J.Presl. Caesalpinea ferrea Mart.ex Tul. Caesalpinea sp.1 Egeria densa Planch Ficus sp.1 Heteranthera limosa (Sw.) Willd. Jacaranda brasiliana (Cham.) Seem. Manguifera indica L. Myriophyllum brasiliensis Spp. Spp. Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma Riphisalis sp.1 Schizolobium Parahyba (Vell.) S.F. Blake Senna macranthera (DC. ex. Collad.) H.S. Irwin & Baill. Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Tibouchina grandiflora T9

Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.

Sapindaceae Palmae Maranthaceae Lauraceae Euphorbiaceae Mimosaceae Monimiaceae Myristicaceae Bygnoniaceae FAMÍLIA Verbenaceae Rubiaceae Leg.Caesalpinaceae Solanaceae Myrtaceae Tiliaceae Leg.Fabaceae Melastomataceae Spp. Orchidaceae Mimosaceae Solanaceae Melastomataceae Melastomataceae Compositae FAMÍLIA Solanaceae Leg.Caesalpinaceae Leg.Caesalpinaceae Hydrocharitaceae Moraceae Pontederiaceae Bignoniacaeae Anarcadiaceae Haloragaceae Spp. Palmae Sapotaceae Cactaceae Mimosaceae Leg.Caesalpinaceae Palmae Melastomataceae FAMÍLIA Sapindaceae

HÁBITO A Ar A Ar A A A A H E A H A A Ar HÁBITO Ar A A H A H A A H A A A H A A A A HÁBITO A 2-96


Amoaioua intermedia Mart. Calyorectes acutatos (Meq.) Toledo Cordia selowiana Cupania oblongifolia Mart. Cyperus ferax Rich. Eriotheca sp.1 Erythrina speciosa Andrews Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera Hedychium coronarium Koen. Leandra melastomoides Raddi. Luehea divaricata Mart. Miconia rugidiusculata Miconia sp.1 Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Spp. Patagonula americana L. Philodendrum imbe Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl. Tibouchina candolleana (DC.) Cogn. Trichomanes sp.1 T10

Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Anadenanthera macrocarpa (Vell.) Brenan Casearia sylvestris Sw. Coutarea hexandra (jacq.) K. Schum. Cupania oblongifolia Mart. Eugenia multicostata D. Legrand. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Spp. Spp. Spp. Neomitranthis Glomerata Ocotea notata (Nees) Mez Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pteridium aquilium (L.) Kuhn Tabebuia Alba (Chan.) Sandwith Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau T 11 - Alameda das águas

Abarema langsdorf Acacia plumosa Lowe Alseis floribunda Schott.

Rubiaceae Myrtaceae Boraginaceae Sapindaceae Cyperaceae Bombacaceae Leg.Fabaceae Erythroxylaceae Compositae Zingiberaceae Melastomataceae Tiliaceae Melastomataceae Melastomataceae Myrtaceae Myrtaceae Boraginaceae Araceae Mimosaceae Mimosaceae Bignoniacaeae Melastomataceae Hymenophyllaceae FAMÍLIA Verbenaceae Mimosaceae Mimosaceae Flacourtiaceae Rubiaceae Sapindaceae Myrtaceae Melastomataceae Asteraceae Bignoniacaeae Verbenaceae Myrtaceae Lauraceae Mimosaceae Pteridaceae Bignoniacaeae Bignoniacaeae FAMÍLIA Mimosaceae Mimosaceae Rubiaceae

A A A A H A A A A H H A A A A A A H A A A A H HÁBITO A A A A A A Ar A H L Ar A A A H A A HÁBITO A L Ar 2-97


Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez

Bathysa estipulata Bauhinia longifolia (Bong.) Steud Canistrum sp.1 Cariniana Legalis (Mart.) Kuntze Cupania oblongifolia Mart. Cupania oblongifolia Mart. Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Eugenia sp.1 Heliconia densiflora CV. Machaerium aculeatum Raddi. Machaerium aculeatum Raddi. Matayba elaegnoides Radlk. Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Nectranda membranacea (Swartz.) Griseb. Ocidium sp.1 Ocotea sp.1 Philodendron sp.1 Pipper sp.1 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis Psidium sp.1 Trichilia Hirta L. Xylopia brasiliensis Sprengel. Xylopia brasiliensis Sprengel. T12

Abarema sp.1 Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez Anthurium loefgrenii Engl.

Bathysa stipulata Cabralea Canjerana (Vell.) Mart. Cupania oblongifolia Mart. Guapira opposita Vell. Heliconia densiflora CV. Lecytis pisonis Cambess. Spp. Spp. Nectranda membranacea (Swartz.) Griseb. Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma Psychotria nuda (Cham. & Schlecht. ) Rhipsalis sp.1 Sorocea Bomplandii (Baill.)

Mimosaceae Lauraceae Rubiaceae Leg.Caesalpinaceae Bromeliaceae Lecythidaceae Sapindaceae Sapindaceae Erythroxylaceae Myrtaceae Heliconiaceae Leg.Fabaceae Leg.Fabaceae Sapindaceae Mimosaceae Myrtaceae Lauraceae Orchidaceae Lauraceae Araceae Pipperaceae Mimosaceae Mimosaceae Myrtaceae Meliaceae Annonaceae Appocynaceae FAMĂ?LIA Leg.Caesalpinaceae Lauraceae Araceae Rubiaceae Meliaceae Sapindaceae Nyctaginaceae Heliconiaceae Lecythidaceae Acanthaceae Begoniaceae Lauraceae Rutaceae Sapotaceae Rubiaceae Cactaceae Moraceae

A A Ar A E A A A A A H A A A A A A E A H H A A A A A A HĂ BITO A Ar H A A A A H A H H A Ar A Ar H A 2-98


Trichilia elegans Zanthoxylum rhoifolium Lam. T13

Aegiphila selowiana Cham. Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze Baccharis Trimera (Less.) DC. Bathyzia stipulata Bauhinia microstachia (Raddi) Macbr. Calyorectes acutatos (Meq.) Toledo Calyptranthes sp.1 Casearia sylvestris Sw. Casearia sylvestris Sw. Croton piptocalyx Müll. Arg. Cupania oblongifolia Mart. Dendrocalamus sp.1 Endlicheria puniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Guapira opposita Vell. Guarea guidonea (L.) Sleumer Inga sessilis (Vell.) Mart. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Spp.

Nectranda membranacea (Swartz.) Griseb. Ocotea pulchella Mart. Peschiera fuchiaefolia (A.DC.) Miers Piper Anduncum Pithecoctenium sp.1 Platypodium elegans Vogel Sansevieria sp. Senecio brasiliensis Less. Solanum palinacanthum Dunal Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. Tillandsia usneoides L. T14

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Canna sp.1 Cecropia sp.1 Cupania oblongifolia Mart. Gomesa sp.1 Guapira opposita Vell. Heliconia velloziana L.Emygd. Leandra melastomoides Raddi.

Meliaceae Rutaceae FAMÍLIA Verbenaceae Compositae Compositae Rubiaceae Leg.Caesalpinaceae Myrtaceae Myrtaceae Flacourtiaceae Flacourtiaceae Euphorbiaceae Sapindaceae Gramineae Lauraceae Erythroxylaceae Meliaceae Meliaceae Mimosaceae Melastomataceae Melastomataceae Mimosaceae Myrtaceae Sapindaceae Lauraceae Lauraceae Euphorbiaceae Pipperaceae Bignoniacaeae Leg.Fabaceae Liliaceae Compositae Solanaceae Bignoniacaeae Bromeliaceae FAMÍLIA Mimosaceae Cannaceae Urticaceae Sapindaceae Orchidaceae Nyctaginaceae Heliconiaceae Melastomataceae

A A HÁBITO A H H H L A A A A A A H A A A A A A A A Ar A A A A H L A H H H A E HÁBITO A H A A E A H H 2-99


Panicum maximum Jacq. Philodendron sp.1 Philodendrum Martianum Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Urera baccifera (L.) Guadich. Ex Wedd T15

Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Bathysa stipulada Begonia cucullata Willd. Casearia sylvestris Sw. Cecropia Pachystachya Trécul Cecropia Pachystachya Trécul Cupania oblongifolia Mart. Dorstenia sp.1 Eugenia multicostata D.Legrand. Guapira opposita Vell. Heliconia densiflora CV. Leandra melastomoides Raddi. Myrceugenia venosa D. Legrand. Myrcia eriopus D.C. Neoregelia compacta (Mez) L.B. Ocotea pulchella Mart. Ocotea sp.1 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pyrostegia venusta Miers. Senna macranthera (DC. Ex Collad) Tapirira Guianensis Aubl. Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. Zanthoxylum rhoifolium Lam. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau T16 Achyrocline satureoides (Lam.) DC. Baccharis dracunculifolia DC. Banisteriopsis oxyclada (A. Juss.) B. Gates Brachiaria ruziziensis R.Germ.& Evrard Cenchrus echinatus L. Desmodium adscendens (Sw.) DC.

Digitaria sp.1 Lantana Camara L. Pyrostegia venusta Miers. Schinus terenbinthifolia Raddi. Senecio brasiliensis Less. Solanum grandiflorum Ruiz & Pav. Thunbergia alata Bojer ex Sims

Poaceae Araceae Araceae Mimosaceae Urticaceae FAMÍLIA Leg.Caesalpinaceae Mimosaceae Rubiaceae Begoniaceae Flacourtiaceae Urticaceae Urticaceae Sapindaceae Moraceae Myrtaceae Nyctaginaceae Heliconiaceae Melastomataceae Myrtaceae Myrtaceae Bromeliaceae Lauraceae Lauraceae Mimosaceae Bignoniacaeae Leg.Caesalpinaceae Anarcadiaceae Begoniaceae Rutaceae Bignoniacaeae FAMÍLIA Compositae Compositae Malpighiaceae Poaceae Poaceae Leg.Fabaceae Poaceae Verbenaceae Bignoniacaeae Anarcadiaceae Compositae Solanaceae Acanthaceae

H H H A H HÁBITO A A A H A A A A H A A H H Ar Ar E A A A L A A H A A HÁBITO H Ar H H H H H H L A H Ar H 2-100


T17 - Pesque-pague Acacia polyphilla DC. Aegiphila selowiana Cham. Aristida longiseta Steud. Asclepias Curassavica L.

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret. Baccharis dracunculifolia DC. Equisetum giganteum L. Gochnatia polymorfa (Less.) Cabrera Machaerium aculeatum Raddi. Mimosa invisa Mart. Ex Colla Spp.

Peschiera fuchiaefolia (A.DC.) Miers Psidium guajava L. Pteridium aquilium (L.) Kuhn Pyrostegia venusta Miers. Schinus terenbinthifolia Raddi. Tecoma Stans (L.) Juss. Ex Kunth Trema micrantha (L.) Blume T18 - Pesque-pague Aegiphila selowiana Cham. Aegiphila selowiana Cham. Baccharis Trimera (Less.) DC.

Bathyzia stipulata Casearia sylvestris Sw. Croton piptocalyx Müll. Arg. Endlicheria puniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Lantana Camara L. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Nectranda membranacea (Swartz.) Griseb. Ocotea pulchella Mart. Senecio brasiliensis Less. Senecio brasiliensis Less. Solanum palinacanthum Dunal Tecoma Stans (L.) Juss. Ex Kunth Thunbergia alata Bojer ex Sims

FAMÍLIA Mimosaceae Verbenaceae Poaceae Asclepiaceae Palmae Compositae Equisetaceae Compositae Leg.Fabaceae Mimosaceae Agavaceae Leiteiro Myrtaceae Pteridaceae Bignoniacaeae Anarcadiaceae Bignoniacaeae Ulmaceae FAMÍLIA

HÁBITO A A H H A Ar H A A H H A A H L A Ar A HÁBITO

Verbenaceae Compositae Rubiaceae Flacourtiaceae Euphorbiaceae Lauraceae Erythroxylaceae Verbenaceae Melastomataceae Lauraceae Lauraceae Compositae Compositae Solanaceae Bignoniacaeae Acanthaceae

A H H A A A A H A A A H H H Ar H

De maneira geral, as famílias com maior número de espécies foram Mimosaceae com 13, Myrtaceae e Bignoniaceae com 12 cada e Caesalpinaceae com 10 (Gráfico 1).

2-101


14 12 10 8 6 4 2

Myrtaceae

Melastomataceae

Mimosoideae

Caesalpinaceae

Lauraceae

Compositeae

Bromeliaceae

Bignoniaceae

0

Gráfico 1: Número de espécies amostradas por Família Botânica. As famílias com maior número de gêneros foram: Mimosaceae (8), Myrtaceae (7) e Compositae (7); resultado que corrobora outros estudos realizados em Mata Atlântica. Lauraceae Cesalpinaceae Sapindaceae Rubiaceae Melastomataceae Poaceae Fabaceae Bromeliaceae Compositae Myrtaceae Mimosaceae 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Gráfico 2 : número de gênero amostrado na APA Palmares por família botânica.

2-102


O componente arbóreo predominou sobre os demais, com 114 espécies, seguido das herbáceas com 57, das epífitas com 11, arbustos com 18 e, por fim, as espécies com hábito de Trepadeiras. 250 Arbóreo

Número de espécies

200

Arbustivo 150

Herbáceo Epfitas

100

Trepadeiras 50

Total

0 Componente estrutural

Gráfico 3: Número de espécies amostrados na APA Palmares por hábito. Em uma comparação entre os estudos primário e secundário constatou-se uma sobreposição de 34 espécies, ou seja, aproximadamente 50% das espécies identificadas consideradas como ocorrentes na região da APA Palmares pelos estudos da EMBRAPA (2001) foram novamente encontradas nos estudos de campo. A presença marcante das famílias Myrtaceae, Leguminosae e Lauraceae é típica da Floresta Ombrófila Densa Atlântica (ou Floresta Pluvial Tropical, conforme o sistema de classificação adotado), e sugere o avanço da sucessão ecológica na região após os recorrentes usos econômicos outrora estabelecidos, na maioria das vezes adotados de maneira irracional, como foi o caso do ciclo do café na região do Médio Vale do Paraíba. Da mesma forma, a presença marcante da Família Melastomataceae, característica em condições iniciais e intermediárias de evolução da floresta, sugere a presença de um mosaico de estádios de sucessão nos domínios da APA, como mostra o mapa abaixo.

2-103


Figura 54: Mosaico de estádios de sucessão ecológica associado (de avançado - verde mais escuro - até inicial - verde mais claro).

2-104


A presença de florestas em estádio inicial de sucessão nos domínios da APA Palmares é notória e reflete bem o contexto macro-ambiental em que a mesma está inserida (Figuras 55 e 56). Contudo, há também expressivos fragmentos florestais em estádio avançado de sucessão, principalmente, nas regiões mais altas da unidade de conservação, onde o acesso é dificultado pela topografia acidentada, o que dificulta o desencadeamento do processo de habitação e realização de atividades econômicas. Essa condição de relevo é, sem dúvida, um dos principais fatores que depõe a favor da manutenção dos fragmentos florestais na região. Sob o ponto de vista macro-ambiental, a APA Palmares está sob uma condição de extrema fragmentação florestal (Figura 6), onde suas florestas deram lugar ao longo da história para diversas atividades econômicas pautadas exclusivamente no lucro a qualquer preço, filosofia que desencadeou a exploração irracional dos recursos naturais locais, acarretando perda de habitat, introdução de espécies exóticas, poluição, degradação dos solos e, conseqüentemente, prejuízo aos processos ecológicos essenciais a vida, como é o caso do provimento de água local e a proteção do solo contra processos erosivos.

Figura 55: Localização do município de Paty dos Alferes no Rio de Janeiro. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica/INPE (2000).

Figura 56: Contexto bioregional do município de Paty dos Alferes, que está situado nos contrafortes da Serra do Mar, cujo destaque na região é a Reserva Biológica do

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Tinguá (IBAMA) - área grande em verde. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica/INPE (2000). Todavia, o fato de o município de Paty dos Alferes está situado, originalmente, nos domínios da Floresta Ombrófila Densa (Fundação SOS Mata Atlântica/INPE, 2000), onde as florestas presentes em seus domínios estão submetidas a condições de precipitação pluviométrica e exposição aos ventos carregados de umidade, oriundos do oceano, os sistemas frontais (frente fria), aumentam a resiliência dos ecossistemas locais, isto é, a sua vocação em se autorecuperarem. Mas cabe salientar que as florestas de Paty dos Alferes fazem fronteira com com outro tipo de fisionomia vegetal do bioma, a Floresta Estacional Semi-decidual, tipologia esta que predomina na região do Vale do Paraíba, onde os índices pluviométricos são menores, sobretudo, sazonalmente. 2.2.5. Biodiversidade – Fauna da APA Palmares a) Análise Participativa – Resultados da Oficina Temática Foram identificadas 96 espécies ou “morfoespécies” (ex. pássaros, morcego). Cinqüenta e quatro espécies (56%) foram identificadas pelo menos ao nível de gênero. Destas 20 (37%) foram mamíferos, 28 de aves (52%), 4 répteis (7,4%) 2 peixes (3,7%) (Quadro 25). Os resultados mostram que para muitos táxons a identificação dos habitantes locais não é precisa o suficiente para avaliações qualitativas, mas foi útil para identificar a presença de espécies esquivas ou raras como mesopredadores (Cerdocyon, Eira) e grandes roedores noturnos (Agouti paca). Os resultados desta avaliação devem ser analisados com cautela. Entretanto a presença de ex-caçadores da região garantiu bons indícios da presença de espécies cinegéticas ( Agouti paca e Nasua nasua) e forneceu um pequeno histórico da riqueza de espécies que habitaram a região a cerca de 30 anos. Além disso, o levantamento em campo revelou apenas 13% do número de espécies descritas por moradores locais. Entre as aves apenas seis espécies indicadas pelos moradores locais não foram identificadas em campo (Passer domesticus, Cariama cristata, Passerina , Leptotilla sp., Spinus, Ramphocealus bresileus) sugerindo a maior facilidade de contatos visuais deste grupo em relação aos mamíferos. Espécies descritas por antigos ex-caçadores, como cateto (Pecari tajacu) e o queixada (Tayassu pecari), possivelmente estão extintas na região ou possuem densidades muito baixas. O relato da presença da ariranha ( Pteronura brasiliensis) na região, provavelmente não é verdadeiro, e deve ser atribuído a indivíduos de lontra (Lontra longicaudis). Ameaças à Biodiversidade Os moradores da APA Palmares assinalaram algumas atividades que, segundo eles, podem afetar negativamente a biodiversidade local. Estas atividades estão relacionadas a principalmente a supressão da vegetação para aumento de pastagens, presença de animais domésticos e a caça. Caça – Durante a primeira expedição de levantamento foram encontrados sinais da presença de caçadores (tiros) no interior da Unidade de Conservação. Estes foram ouvidos nas proximidades da localidade conhecida como “água fria”, onde ocorrem fragmentos em estágio médio de regeneração e sem aparente perturbação recente

2-106


na vegetação. De acordo com os moradores locais as espécies frequentemente caçadas são de pequeno porte como Dasypus e Tupinambis, pois ungulados e grandes roedores parecem ser raros ou estão extintos. Aumento das pastagens – Durante o inventário foram constatados alguns desmatamentos e queimadas recentes. Possivelmente para manutenção de pastagens e ampliação de áreas de cultivo. Entretanto não foi possível distinguir o propósito real da supressão da vegetação nestas áreas. Nota-se também a construção de casas nas encostas florestadas. É possível que o número de avistamentos de determinadas espécies se deva a essa proximidade das habitações com os remanescentes florestais da APA. Animais domésticos – A presença de espécies domésticas foi constante principalmente nas regiões da APA com maior densidade humana. A conservação da biodiversidade é um atributo das Unidades de Conservação considerado incompatível com a presença de espécies animais exóticas, domésticas ou ferais. Visitação sem orientação – Os moradores locais destacaram a presença de visitantes que não respeitam as trilhas principais dentro dos fragmentos ou que deixam o lixo proveniente de suas incursões em locais não apropriados. Espécies cinegéticas Paca (Agouti paca) – Este roedor é intensamente perseguido em toda sua área de distribuição (Smith, 1976; Mena et al . 2000; Peres, 2000). Pode ocorrer em densidades entre 60-90 indivíduos/km² quando suas populações encontram-se livres da pressão de caça. Esta espécie costuma utilizar tocas abandonadas de outras espécies sendo possível estimar “grosseiramente” sua abundância de acordo com o número de tocas utilizadas (Beck-King & Beck-King, 1999). Na Ilha Grande a sua densidade é de 91 ind./km² (Pereira, 2006). Pode tornar-se rara em ambientes muito fragmentados e com alta pressão de caça. É uma espécie frugívora, mas também alimenta-se de folhas e brotos, podendo freqüentar capinzais na beira de mata. É possível que sua abundância esteja relacionada com espécies arbóreas que produzem frutos com grandes sementes. Adapta-se a ambientes alterados e pode também utilizar como recurso frutos de espécies exóticas como jaca e a manga. É considerada um espécie ameaçada de extinção no Estado do Rio de Janeiro (Bergallo et al., 2000) Quati (Nasua nasua)– O quati é uma espécie relativamente comum na floresta atlântica do sudeste brasileiro. Embora seja uma espécie de dieta ampla, sua presença parece estar associada principalmente a formações florestais. A espécie pode atingir altas densidades quando livre de predadores naturais. É caçada na Mata Atlântica (São Bernardo, 2004; Marques, 2004) e aparentemente rara na APA Palmares. Tatu (Dasypus novemcinctus) – No estado do Rio de Janeiro o nome tatu pode referir-se, popularmente, a cinco espécies diferentes ( Dasypus novemcinctus, Dasypus septemcinctus, Cabassous tatouay, Euphractus sexcinctus e Priodontes maximus - extinto). Apesar dos habitats disponíveis na APA poderem abrigar espécies adaptadas a capoeiras e áreas abertas como Cabassous tatouay e Euphractus sexcinctus, a citação feita por moradores locais foi avaliada como referente à D. novemcicntus. A espécie é facilmente avistada e possivelmente é a

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mais comum. Adapta-se a áreas alteradas, mesmo próximo a habitações humanas, e é resistente a pressão de caça. Nenhum exemplar de D. novemcicntus foi avistado, nem mesmo seus rastros. A espécie pode ser pouco abundante na APA Palmares. Preá (Cavia sp.) – É uma espécie comum em locais onde proliferam gramíneas suculentas, mesmo exóticas como o capim-angola (Brachiaria purperascens). Não é uma espécie florestal e costuma ser resistente a pressão de caça, principalmente quando existe recurso alimentar abundante. Espécies de áreas abertas Carcará, (Polyborus plancus) - Espécie típica de formações abertas, podendo ser encontrado mesmo no centro de grandes cidades (Sick, 1997). Apesar do porte se alimenta de animais menores como artrópodes, vermes e carniça. Sua presença em uma área de floresta atlântica não deve ser considerada como bom indicador do estado de conservação do ambiente. Como conseqüência da fragmentação a espécie pode beneficiar-se aumentando a taxa de predação de ninhos de aves florestais, quando estes estão próximos às bordas do fragmento. Siriema (Cariama cristata) – A espécie foi considerada rara pelos moradores locais, e assim como o carcará (P. plancus) é uma espécie típica do cerrado brasileiro. Sua presença em áreas de floresta atlântica indica alterações em grande escala na paisagem. Seu efeito sobre a comunidade local de pequenos vertebrados em áreas onde sua ocorrência é recente é desconhecido. Gralha do campo (Cyanocorax cristatelus) - Espécie típica do cerrado e invasora no estado do Rio de Janeiro. Foi avistada na divisa entre a APA Palmares e APA do Rio Santana em um grupo de cinco a seis indivíduos. Sua dieta é onívora e sua presença pode impactar a comunidade local de aves. Coleiro (Sporophila caurulensens) – É uma espécie campestre ou de capoeiras ralas. O desmatamento e a manutenção de pastos tende a beneficiar esta espécie. É espécie muito apreciada como ave canora. Como medidas para conservação da espécie, é necessário coibir sua captura na natureza e desestimular a prática de manutenção de passeriformes em cativeiro. Espécies de interesse conservacionista Azulão (Cyanocompsa brissonii) - Embora a espécie não seja florestal é muito procurada por “passarinheiros”. É considerada ameaçada de extinção no estado do Rio de Janeiro. Espécie freqüenta ambientes alterados como bordas e capoeiras. Apesar dos moradores locais indicarem a presença da espécie, a ausência de avistamentos e a pressão de captura por passarinheiros (também confirmada pelos moradores locais) indicam que a espécie deve ter seu status populacional avaliado. Trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis) - Espécie muito valorizada pelo comércio de pássaros canoros. Habita florestas de baixadas e encostas, assim como capoeiras e formações secundárias. Durante o levantamento em campo foi avistado um casal. Embora a espécie não esteja na lista de espécies ameaçadas no estado a população da APA Palmares deve ser monitorada ao longo do tempo, devido à pressão de captura por passarinheiros e a alterações do habitat.

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Gato do mato, jaguatirica (Leopardus sp.) - Devido à semelhança das espécies do gênero Leopardus, principalmente quando observadas rapidamente, os indivíduos avistados por habitantes da região e denominados como jaguatirica podem ser indivíduos de Leopardus wiedii e L. tigrinus. Todas as três espécies podem freqüentar áreas próximas a habitações humanas, e eventualmente predar animais domésticos. É possível que a maioria dos avistamentos seja de espécies de pequeno porte. L. pardalis e L. wiedii, consideradas ameaçadas de extinção pela lista estadual (Bergallo et al., 2000). Porcos do mato (Pecari tajacu e Tayassu pecari) – Duas espécies de “porcos-domato” ocorreram originalmente na região, o cateto ( Pecari tajacu) e o queixada (Tayassu pecari). Não foi possível colher nenhum relato recente da presença das duas espécies na região. Devido ao histórico de ocupação da região e as necessidades de qualidade de habitat, o queixada pode ser considerado extinto na APA Palmares, embora ainda ocorra na Rebio Tinguá. O cateto é mais resistente a alterações de habitat e caça (Peres, 1996), entretanto é possível que também esteja extinto localmente. Veado (Mazama sp.) – Um indivíduo de Mazama foi avistado em 1992. Entre as espécies já registradas no estado (Rocha et al., 2003). É possível que uma população da espécie ainda sobreviva, sob baixa densidade, nos fragmentos da APA Palmares. Embora o gênero não seja vulnerável a sobrecaça em habitats contínuos (HurtadoGonzales & Bodmer, 2004) a caça produz redução de sua abundância em áreas fragmentadas (Cullen Jr., 1997). Em longo prazo a persistência de sua população depende da erradicação da caça na região. Tanto M. gouazoubira quanto M. americana são consideradas ameaçadas no estado do Rio de Janeiro (Bergallo et al., 2000). Jacu (Penelope superciliaris e P. obscura) – Foram registradas três observações de indivíduos do gênero, entretanto, não foi possível identificar as espécies. É possível que ambas ocorram na área. Apesar de não serem tão valorizadas como espécies cinegéticas como os grandes mamíferos, os cracídeos costumam declinar quando existe forte pressão de caça (Silva & Strahl, 1991; Keane et al., 2005). A relativa facilidade de avistamento sugere que as espécies não são valorizadas localmente como caça. Quadro 25: Espécies presentes na APA Palmares identificadas na oficina de biodiversidade realizada com os moradores locais. Nome popular

Nome científico

Mamíferos

Nome popular

Nome científico

Aves

Gambá

Didelphis aurita

Jacu

Penelope sp.

Tatu

Dasypus novemcinctus

Inhambu

Crypturellus sp.

Urubu

Coragyps atratus

Preguiça Tamanduá mirim

Bradypus variegatus Tamandua tetradactyla

Bacurau

2-109


Mico-estrela-detufos-brancos

Callithrix jacchus

Tucano

Ramphastos dicolorus

Macaco Prego

Cebus nigritus

Martin Pescador

Ceryle torquata

Veado

Mazama sp.

Saracura

Aramides cajanea

Porco do mato**

Pecari tajacu, Tayassu pecari

Anu branco

Guira guira

Irara

Eira barbara

Anu preto

Crotophaga ani

Cachorro do Mato

Cerdocyon thous Herpailurus yagouarundi

Rabilonga

Piaya cayana

Siriema

Leopardus sp.

Rolinha

Cariama cristata Columbina talpacoti

Lontra

Lontra longicaudis

Juriti

Leptotila sp.

Quati

Nasua nasua

João de Barro

Ouriço

Sphiggurus sp.

Cambachirra

Preá

Cavia sp.

Tiê Preto

Coelho-do-mato

Sylvilagus brasiliensis

Tiê Sangue

Furnarius rufus Troglodytes musculus Tachyphonus coronatus Ramphocelus bresilius

Paca*

Agouti paca Hydrochoerus hydrochaeris

Canário-da-terra

Sicalis flaveola

Sanhaço

Thraupis sayaca

Saíra

Jaguarundi Jaguatirica/gatodo-mato

Capivara*

Sarapó

Gymnotus sp.

Azulão

Acará

Geophagus brasiliensis

Tico-Tico

Tangara spp. Cyanocompsa brissonii Zonotrichia capensis

Trinca Ferro

Saltator similis

Tiziu

Volatinia jacarina

Pintassilgo

Spinus sp. Sporophila caerulescens Pitangus sulphuratus

Peixes

Coleiro Bem-Te-Vi

2-110


Pardal

Passer domesticus

Squamata Lagartixa Camaleão Jararaca

Hemidactylus mabouia Tropidurus torquatus Bothrops jararaca Bothrops jararacassu

Jararacuçu * Espécies de hábitos noturnos e crepusculares, que podem tornar-se esquivas quando submetidas à pressão de caça constante. A atividade de caça atual e histórica possivelmente deprimiu suas densidade e são atualmente assinaladas pela população como espécies de difícil avistamento. ** Espécies cinegéticas de alto valor; provavelmente extintas na APA Palmares devido à caça e perda de habitat, principalmente o queixada (Tayassu pecari).

a) Avaliações de Campo Através do levantamento de campo foram identificadas 54 espécies de aves (Quadro 26), dois de mamíferos (Callithrix jacchus e Sphiggurus sp.) e uma de anfíbio anuro (Chaunus sp.). A avifauna da APA Palmares apresenta elementos florestais (Penelope, Selenidera, Baryphthengus), de bordas e capoeiras (Turdus amaurochalinus) e campestres (Milvago, Sporophila, Sicalis). Entre as espécies identificadas em campo, a saíra-lagarta (Tangara desmaresti) é considerada endêmica da Floresta atlântica brasileira (Sick, 1997). O mosaico de paisagens da APA Palmares proporciona disponibilidade de habitats a espécies com diferentes características ecológicas. Embora este fato contribua para aumento da riqueza geral de espécies encontrada na área, este aumento deve-se a presença de espécies habitat-generalistas ou que habitam preferencialmente áreas abertas ou bordas (ex. Sicalis flaveola, Polyborus plancus, Guira guira). Geralmente estas espécies são menos prejudicadas por perturbações antrópicas, como aumento das paisagens campestres, e não representam bons bioindicadores do estado de conservação de fragmentos florestais. Estas espécies tendem a se beneficiar do desmatamento, e podem inclusive ampliar sua área de distribuição. A área da APA Palmares é formada por habitats originados por diferentes graus de perturbação antrópica na vegetação original. A expansão da lavoura cafeeira no Vale do Paraíba, no século XIX, a abertura de pastos para a pecuária extensiva e o crescimento demográfico com a atual urbanização da região resultou em uma paisagem formada principalmente por pastos, pastos sujos, e florestas secundárias em estágio inicial e médio de regeneração. Atividades humanas como desmatamento, caça e introdução de espécies exóticas resultaram na transformação da paisagem e permitiram que apenas uma parcela da comunidade local de aves e mamíferos sobrevivesse. Devido ao histórico de devastação da região, os primatas (nativos) foram provavelmente extintos devido à perda de habitat original. É provável que os pecaris (Pecari tajacu e Tayassu pecari) os veados (Mazama americana e M. gouazoubira)

2-111


estejam extintos ou sobrevivam em baixas densidades, pois são espécies altamente valorizadas como espécies cinegéticas (Cullen Jr. et al., 2000, 2001). Da comunidade original de aves e mamíferos a APA Palmares ainda abriga grandes frugívoros (Penelope e Ramphastos), e pequenos carnívoros (Eira e Leopardus), mas devido ao curto período amostral não foi possível estimar a densidade de suas populações e inferir sobre seu status de conservação na região. Apesar do parco conhecimento da riqueza biológica original da região onde está inserida a APA Palmares, convém destacar a proximidade desta com a Rebio Tinguá, que abriga populações de espécies regionalmente ameaçadas como a suçuarana (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis) e o queixada (Tayassu pecari), e globalmente como o muriqui (Brachyteles arachnoides) e o bugio (Alouatta guariba) (Bergallo et al., 2000; Brooks & Rylands, 2005). Anfíbios O estado do rio de Janeiro possui 166 espécies de anfíbios sendo 163 da ordem anura (uma espécie exótica, Rana catesbeiana) e 3 pertencentes à ordem Gymnophiona (Rocha et al., 2004). Através do levantamento realizado na coleção herpetológica do Museu Nacional evidenciou-se a ausência de exemplares coletados no município de Paty de Alferes. Devido à falta de espécimes coletados e/ou registrados no município abordado neste relatório, foram compilados dados de exemplares coletados e/ou registrados para a região do Tinguá, Petrópolis, Paulo de Frotin e Miguel Pereira. A inclusão dos taxa sob qualquer ameaça de extinção foi definida através de Hilton-Taylor (2000) e Bergallo e colaboradores (2000). Mamíferos O municipío de Paty de Alferes não conta com acervo significativo de espécimes coletados ao longo do tempo (ex. Tribe, 1987). Devido à escassez de exemplares coletados na região, a lista de mamíferos que potencialmente ocorrem na APA Palmares foi baseada em Tribe (1987), que levantou os registros de toda a classe mammalia no estado do Rio de Janeiro, Vaz (1984), Dias e colaboradores (2001), IBAMA (1996) e nos levantamentos do autor na Rebio Tinguá (dados não publicados). Caça na Floresta atlântica A sobrecaça pode ser considerada a maior ameaça a grandes vertebrados terrestres em Unidades de Conservação da Mata Atlântica (Chiarello, 2000; Cullen Jr. et al., 2000, 2001; São Bernardo, 2004). Populações de grandes roedores, dasipodídeos, cracídeos e principalmente ungulados têm declinado devido a caça recreativa, comercial e de subsistência nos remanescentes florestais do sudeste brasileiro. Espécies vulneráveis devido ao comportamento ou biologia reprodutiva (baixo potencial reprodutivo) têm sido extintas localmente (ex. Tapirus, Tayassu, Pipile) (Sick, 1997; Cullen Jr. et al., 2000, 2001). Durante uma amostragem na APA Palmares foram ouvidos seis disparos de arma de fogo, indicando atividade de caça na região. Os tiros foram ouvidos durante uma incursão na localidade conhecida como “Água Fria”, próximo a um fragmento de floresta secundária sem sinal de perturbação recente. Associada à perda e fragmentação de habitat a caça pode reduzir a persistência de populações em fragmentos muito pequenos (<100 ha) (Peres, 2001).

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Quadro 26. Espécimes de anfíbios coletados em localidades próximas a Paty de Alferes, Rio de Janeiro, e depositados na coleção herpetológica do Museu Nacional do Rio de Janeiro/ UFRJ. Espécie/Família Brachycephalidae

Nome popular

Localidade/Município

Brachycephalus verrucosus

Sapinho

Brachycephalus ephippium

sapinho dourado

Sacra Família do Tinguá – P. de Frontin/RJ Paulo de Frontin/RJ

Brachycephalus didactyla

sapo pulga

Paulo de Frontin/RJ

Chaunus crucifer

Sapo

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Chaunus ictericus

Sapo

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Dendrophryniscus leucomystax

Sapinho

Tinguá- N. Iguaçu/RJ

Sacra Família Tinguá – P. Frontin/RJ

Categoria de ameaça

Fonte Coleção do Museu Nacional-RJ – 25373 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21675 Coleção do Museu Nacional-RJ – 25402

Bufonidae

Coleção do Museu Nacional-RJ – 31683 Coleção do Museu Nacional-RJ – 31739 Coleção do Museu Nacional-RJ – 22061

Dendrobatidae

Colostethus olfersioides

do Presumivelmente de ameaçada (Caramaschi al.,2000)

Coleção do Museu Nacional-RJ – et 40422

Hylidae

Hylodes lateristrigatus

cf. perereca

Tinguá – N. Iguaçu/RJ

Hyla perpusilla

perereca

Tinguá – N. Iguaçu/RJ

Hyla geographica

perereca

Petrópolis/RJ

Hyla albosignata

perereca

Petrópolis/RJ

Hyla faber

sapo ferreiro, Morro Azul – Paulo de sapo martelo Frontin/RJ

Hyla albopunctata

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Coleção do Museu Nacional-RJ – 31766 Coleção do Museu Nacional-RJ – 32021 Coleção do Museu Nacional-RJ – 33518 Coleção do Museu Nacional-RJ – 31329 Coleção do Museu Nacional-RJ – 31680 Coleção do Museu Nacional-RJ – 20107

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Hyla meridiana

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Hyla pardalis

perereca

Marco da Costa Miguel Pereira/RJ

Hyla albomarginata

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Hyla elegans

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Hyla circundata

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Hypsiboas polyataenius

perereca

Rócio – Petrópolis/RJ

Hyla albofrenata

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Hyla semilineata

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Scinax catharinae

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Scinax cuspidatus

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Scinax hayi

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Scinax humilis

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Scinax alter

perereca

Paulo de Frontin/RJ

Scinax eurydice

perereca

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Phylomedusa burmeisteri

perereca verde

Paulo de Frontin/RJ

Crossodactylus sp.

rãzinha

Tinguá – N. Iguaçu/RJ

Crossodactylus gaudichaudii

rãzinha

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

-

Coleção do Museu Nacional-RJ – 21007 Coleção do Museu Nacional-RJ – 3895 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21010 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21677 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21717 Coleção do Museu Nacional-RJ – 48288 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30677 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30677 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30697 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30698 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30703 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21002 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21009 Coleção do Museu Nacional-RJ – 29813 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21005

Leptodactylidae Coleção do Museu Nacional-RJ – 37072 Coleção do Museu Nacional-RJ –

2-114


30692

Megalosia (girinos)

goeldi rã

Petrópolis/RJ

Adenomera marmorata

rãzinha

Paulo de Frontin/RJ

Leptodactylus fuscus

Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Physalemus signifer

rãzinha

Paulo de Frontin/RJ

Cycloranphus sp.

Petrópolis/RJ (Estr. p/ Paty do Alferes)

Cycloramphus brasiliensis

Petrópolis/RJ

Eleuteherodactylus guentheri

Petrópolis/RJ

Eleutherodactylus parvus

Petrópolis/RJ

Proceratophrys apendiculata

sapo chifres

de Lagoa das Lontras /Miguel Pereira/RJ

Proceratophrys boiei

sapo chifres

de Morro Azul – Paulo de Frontin/RJ

Thoropa miliaris

perereca

Petrópolis/RJ (Estr. p/ Paty do Alferes)

Zachaenus parvulus

rãzinha

Paulo de Frontin/RJ

Coleção do Museu Nacional-RJ – 34086 Coleção do Museu Nacional-RJ – 20004 Coleção do Museu Nacional-RJ – 20108 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21090 Coleção do Museu Nacional-RJ – 43139 Coleção do Museu Nacional-RJ – 34084 Coleção do Museu Nacional-RJ – 37088 Coleção do Museu Nacional-RJ – 29854 Coleção do Museu Nacional-RJ – 36534 Coleção do Museu Nacional-RJ – 30694 Coleção do Museu Nacional-RJ – 23118 Coleção do Museu Nacional-RJ – 21006

Subordem Amphisbaenia

Leposternum microcephalum

cobra cega

Itaipava/Petrópolis/RJ

Coleção do Museu Nacional-RJ –10668

Vassouras/RJ

Coleção do Museu Nacional-RJ –15110 Coleção do Museu Nacional-RJ –10563 Coleção do Museu Nacional-RJ –10918 Coleção do Museu Nacional-RJ –12676

Subordem Larcertilia

Ophiodes striatus Hemidactylus mabouia Enyalius sp. Mabuya macrorhyncha

cobra vidro -

de

Paulo de Frontin/RJ Paulo de Frontin/RJ

-

Nova Iguaçu/RJ

2-115


Mabuya agilis

-

Vassouras/RJ

Tupinambis merianae

-

Miguel Pereira/RJ

Coleção do Museu Nacional-RJ –15113 Coleção do Museu Nacional-RJ –13373

Subordem Serpentes

Atractus zebrinus

Petrópolis/RJ

Chironius laevilicolis

Cobra cipó

Echinnathera cyanopleura Liophis miliaris

Boa Esperança –Tinguá/N. Iguaçu Petrópolis/RJ

cobra d’água

Oxyhropus petola

cobra preta

Boa Esperança –Tinguá/N. Iguaçu Boa Esperança –Tinguá/N. Iguaçu Petrópolis/RJ

Spilotes pullatus

caninana

Petrópolis/RJ

Xenodon neuwiedi

boipeva, jararaquinha cobra coral verdadeira jararaca, jararaca dorminhoca jararacuçu

Vassouras/RJ

Siphlophis pulcher

Micrururs corallinus Bothrops jararaca Bothrops jararacussu

Boa Esperança –Tinguá/N. Iguaçu Paulo de Frontin/RJ Petrópolis/RJ 040/km92)

(BR-

Coleção do Museu Nacional-RJ –7757 Coleção do Museu Nacional-RJ – 14009 Coleção do Museu Nacional-RJ –7745 Coleção do Museu Nacional-RJ –14010 Coleção do Museu Nacional-RJ –14012 Coleção do Museu Nacional-RJ –13150 Coleção do Museu Nacional-RJ –15099 Coleção do Museu Nacional-RJ –15111 Coleção do Museu Nacional-RJ –14011 Coleção do Museu Nacional-RJ –7927 Coleção do Museu Nacional-RJ –15320

Quadro 27: Aves registradas na Área de Proteção Ambiental de Palmares. Nome popular Categoria de ameaça Categoria de ameaça

Espécie

Tinamiformes

Crypturellus obsoletus

Galiformes Penelope sp. Cathartiformes

Coragyps atratus Cathartes aura

Inhambu-açu

Estadual al.,2000)

(Bergallo

et Mundial(Hiton-Taylor, 2000) (Hilton-Taylor, 2000)

jacu urubu comum urubu de cabeça vermelha

Falconiformes

Polyborus plancus Milvago chimachima

carcará, gavião carcará gavião carrapateiro

Gruiformes

Aramides cajanea

saracura

Charadriiformes

Vanelus chilensis

quero-quero

, 2000) (Bergallo et al., 2000) 2-116


Columbiformes

Columbina talpacoti Columba sp.

rolinha comum trocal

Psitaciformes

Pionus maximiliani Aratinga lecophtalmus

maitaca bronzeada Periquitão maracanã

Cuculiformes

Piaya cayana Crotophaga ani Guira guira

alma de gato anu preto anu branco

Caprimulgiformes

Nyctidromus albicollis

bacurau

Apodiformes

Phaethornis pretrei Hylocaris sapphirina

beija-flor beija-flor

Coraciformes

Baryphthengus ruficapillus Chloroceryle sp. Ceryle torquata

Juruva martim pescador pequeno martin pescador grande

Piciformes

Selenidera maculirostris Ramphastos dicolorus Picumnus cirratus Colaptes campestris Celeus flavescens Dryocopus lineatus Veniliornis maculifrons

araçari do bico pintalgado, araçari poca Tucano-do-bicoverde pica-pau-anãobarrado pica-pau-docampo pica-pau-decabeça-amarela pica-pau pica-pauzinho- detesta-pintada

Passeriformes

Sittasomus griseicapillus Furnarius rufus Synallaxis sp. Anabazeonops fuscus Thamnophilus sp. Chamaeza sp. Tyranus melancholicus

arapaçu verde joão de barro joão teneném trepador coleira choca tovaca suiriri

2-117


Pintangus sulphuratus Muscipipra vetula Todirostrum sp. Elaenia flavogaster Camptostoma obsoletum Cyanocorax cristatellus Notiochelidon cyanoleuca Troglodytes aedon Mimus saturninus Turdus amaurochalinus Molothrus bonariensis Geothlypis aequinoctialis Coereba flaveola Tangara desmaresti Thraupis sayaca Tachyphonus coronatus Saltator similis Sporophila caerulescens Zonotrichia capensis 54

bem-te-vi teque-teque, ferreirinho guaravaca de barriga amarela risadinha gralha-de-topete andorinha pequena de casa cambaxirra sabiá do campo sabiá poca gaudério, preta pia cobra

maria

cambacica saíra-lagarta sanhaço cinzento tiê preto trinca ferro verdadeiro coleiro, coleirinho tico-tico

Quadro 28: Lista dos mamíferos não voadores registrados na Reserva Biológica do Tinguá. Espécies MMA/IBAMA Travassos, Plano de L. Dias et IBAMA Vaz (1984) manejo Dados não al.(2001) (1996) (2006) publicados Didelphimorphia

Didelphis aurita Philander frenatus Caluromys philander Chironectes minimus

X X

X X X X

X

Cingulata

Dasypus novemcicntus Cabassous tatouay

X X

X

X

X

Pilosa

Bradypus variegatus

2-118


Tamandua tetradactyla

X

X

X X X

X

Primates

Cebus nigritus Alouatta guariba Callithrix jacchus

X X

X

Artiodactyla

Pecari tajacu Tayassu pecari Mazama sp.

X X X

X

Carnivora

Nasua nasua Procyon cancrivorus Potus flavus Galictis sp. Eira barbara Cerdocyon thous Leopardus sp. Leopardus pardalis Puma (Herpailurus) yagouaroundi Puma concolor

X X X X X X X X X

X X X

X X

X X X X

X X

X

X

Rodentia

Kannabateomys amblyonyx Dasyprocta leporina Agouti paca Hydrochoerus hydrochaeris Sphiggurus insidiosus Guerlinguetus (=Sciurus) ingrami Oryzomys sp. Nectomys squamipes Akdon cursor Oxymycterus sp. Trinomys sp. (=Proechimys dimidiatus)

X

X

X X X

X X

X X

X X

X X X X

X X X X X

Lagomorpha

Sylvilagus brasiliensis

X

X

X

Chiroptera

Carollia perpicillata Micronycteris megalopis Artibeus fimbriatus Artibeus lituratus Artibeus obscurus Anoura caudifera Desmodus rotundus Tonatia bidens Platyrrhinus lineatus Pygoderma bilabiatum

X X X X X X X

X X

X X

2-119


Sturnira lilium Vampyressa pusila Molossus molossus Molossus ater Myotis nigricans Total geral

X

X X X X X

51

2.3. Uso Público – O Turismo na APA Palmares O potencial turístico das áreas naturais conservadas é imenso. Juntamente com todo o mercado do turismo, o turismo na natureza vem crescendo a cada ano, todavia de maneira bastante acelerada. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, enquanto o mercado turístico cresce a uma média de 7% o turismo em áreas naturais recebe acréscimo de algo entorno de 10 a 30% ao ano (TNC, 2005). No Brasil, estima-se que algo entorno de US$ 3,5 bilhões seja o potencial de recursos a ser captado pela atividade turística, sendo o turismo em áreas naturais e protegidas responsável em significativa pacela por este potencial. Para se ter uma idéia, o País figura entre os 10 principais destinos dos turistas norte americanos que procuram atrativos naturais, sendo indicado por 21% das operadoras daquele país como um de seus principais destinos de turismo na natureza (TNC, 2005) . Esse valor de uso vem sendo discutido como real possibilidade de se constituir em alternativa de desenvolvimento socioeconômico para poluções residentes ou estabelecidas no entorno de unidades de conservação assim como para uma complexa cadei da atividade ecoturística. Neste mercado estão envolvidos agentes de viagem, operadoras de turismo (emissores e receptores) e os provedores de serviços locais constuindo e viabilizando a complexa cadei de infra-estrutura e atrativos destinados ao atendimento da crescente demanda de vistantes. Todavia, torna-se fundamental ressaltar que diversos autores e experiências já consolidadas demonstram que se desenvolvido sem a observação de diretrizes básicas (MMA, 2006) ou sem o adequado planejamento, os benefícios prometidos e almejados com a atividade podem se trasnformar em malefícios de difícil mitigação e de impactos imprevisíveis tanto ao ambiente, assim como aos atributos socioculturais e históricos de nossas unidades de conservação. Neste contexto, torna-se fundamental o resgate e o gradual conheciemnto dos valores socioambientais locais, inserindo a comunidade local no processo de planejamento, monitoramento e gestão da atividade, de forma a possibilitar a identificação de níveis aceitáveis de modificação do cotiano e do ambiente, atendendo as demandas de vistantes e beneficiários da atividade turística sem o proejuízo do comprometimento dos atributos naturais ou do não cumprimento dos objetivos de criação de nossas áreas protegidas. 2.3.1 – Infra-estrutura e equipamentos turísticos Os equipamentos turísticos constituem-se em todo o aparato público ou privado necessário à sustentação e atendimento de demandas meio ou fim relacionadas á atividade turística. Estão incluídos: infra-estrutura básica, acesso, hospedagem, comunicação, saúde, informação e o apoio à visitação ou utilização dos atrativos. Tais equipamentos visam amplificar a sensação positiva da experiência de

2-120


vistação turística, promovendo conforto e dinamismo ao visitante, potencializando os benefícios e mitigando os possíveis impactos da atividade. Praticamente toda a infra-estrutura, mesmo que simples, existente na APA Palmares está concentrada na principal aglomeração urbana, Palmares. Foram identificados de maneira participativa durante a oficina temática de Turismo 22 equipamentos para apoio ao desenvolvimento da atividade na APA (FIGURA 57 e QUADRO 29).

Figura 57: Localização dos equipamentos turísticos identificados. Quadro 29: Equipamentos turísticos apontados durante a oficina. NÚMERO DESCRIÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Hotel Fazenda Mangalarga * fora da Apa Palmares Pousada Vale do Sol - Atualmente desativada Restaurante Quero Mais - Tião Cutelo Fazendinha Canto da Betevia Estância Santa Fé Bar Sabor da Serra - Darci Campo de Futebol do Tutuca (bar, piscina e borracharia) Mercadinho Palmares (Valdeci) José Augusto Cabelereiro Posto Policial Comunitário (PPC) Bloco Carnavalesco Cacique de Palmares Armazém do Senhor Bié Suítes Palmares Posto Médico Associação de Moradores e Amigos de Palmares Lojinha da Maria (Junto do Bié) Bar do Cadinho

2-121


18 19 20 21 22

Loja Gallú Modas Frutaria Valerinha Mercadinho do Everaldo Triângulo do Baiano (plantas e doces). Pousada e Restaurante Vale do Sereno

Posteriormente, estes equipamentos forma verificados em campo e também foram identificados mais alguns, sendo possível a construção de um mapeamento digital (FIGURA 58) e uma listagem complementar. As principais observações a deficiências de conservação e de estrutura de apoio à atividade, como ausência de layouts atrativos, lixeiras e saneamento.

Figura 58: Equipamentos turísticos - Mapeamento de Campo Deve ser destacado todo o sistema de sinalização de limites, alerta/educação ambiental, trilhas e atrativos, além de um pórtico na estrada de acesso à unidade, que se constituem em importantes equipamentos de apoio à atividade turística. 3.2.3.1 – Atrativos e potenciais - Mapeamento e Caracterização de Atrativos: Em realção aos locais, eventos, atributos históricos e culturais, veradeiros atrativos naturais das unidades de conservação, também foi realizado um levantamento participativo (FIGURA 59 e QUADRO 30). De acordo com os atores locais que realizaram esta identificação, somam-se à listagem identificada em mapa, o clima e a água da unidade, alguns eventos e artesões locais.

2-122


Figura 59: Localização dos atrativos turísticos levantados. Quadro 30: Identificação dos atrativos turísticos levantados. NÚMERO DESCRIÇÃO 23 24 25 26 28 29 30 31 32 33 36 37 38 40 41 42 43 44 45

Caminho do Imperador Caminho Novo do Ouro Lago de Palmares Cachoeira Água Fria Gruta Manoel Congo Queda D'Água Tião Cutelo Jequitibá Ipê Amarelo do Bié Castelo de Palmares Paineira Trilha dos Cabritos Caminho dos Escravos Trilha Di Pendura Trilha do Jald Trilha do Canto Trilha Dona Isabel Trilha da Dalila Trilha dos Cavaleiros Queda D'Água Alameda da Laje

Com base nestas indicações foram realizados mapeamentos em campo resultando na identificação dos atrativos que atualmente possuem maior freqüência de uso, além da identificação e mapeamento das trilhas da APA Palmares.

2-123


Figura 60: Localização complementar.

dos

atrativos

turísticos

mapeamento

de

camo

- Mapeamento e Caracterização das trilhas: Foram mapeadas 7 trilhas como de utilização na APA Palmares (FIGURA 60), destacando-se atualmente como de maior uso público a trilha do Sr. Jald, da gruta Manoel Congo. Também foi mapeado o Circuito de Caminhadas da Natureza da APA Palmares, contudo, visto que grande parte de seu percurso acontece sobre as estradas locais, não foi realizada análise aprofundada. Destaca-se que tal circuito possui excelente potencial como produto turístico ecologicamente correto devendo receber apoio e destaque como potencial gerador de renda para a população residente na UC. Quadro 31: Análise Morfométrica das Trilhas – APA Palmares Comprimento Faixa de Nome E N (∆X) Altitude Manoel 666751 7515581 177 1024 - 1080 Congo 666805 7515687 665870 7516892 Dona Isabel 840 1004 -1091 666541 7517345 663121 7514345 Serra 1416 117 - 984 664047 7514771 665448 7516389 Sr. Jald 147 878 - 942 665499 7516502 Trilha do 665963 7516707 250 903 - 946 Canto 666032 7516849 664546 7516117 Mirante 880 866 - 1087 664884 7515427 Cavaleiros 664249 7515419 684 919 - 1080

Desnível Declividade (∆Y) Média (θ) 56

40.28%

87

13.19%

867

77.96%

64

55.43%

43

21.90%

221

31.98%

161

29.97%

2-124


664872 7515543 1. Gruta Manoel Congo. Proprietária: Alcéia Carius. Características: Formação rochosa que abrigou escravos no séc. XIX, no maior motim do Estado do Rio de Janeiro. Extensão: 177 m até o atrativo. Altitude: 1.084. Atividades: Exploração de caverna e Rappel. Formato: Linear – guiada. A trilha da Gruta Manoel Congo é uma trilha curta que leva a uma formação rochosa do século XIX. A história que gira entorno da gruta é referente ao maior motim de escravos ocorrido no estado do Rio de Janeiro em 1838. Esse motim foi liderado por um escravo chamado Manoel Congo, ferreiro da Fazenda da Freguesia, hoje atual Aldeia de Arcozelo. A história diz que Manoel Congo liderou os rebeldes até uma gruta que ele havia avistado quando levado a Fazenda. O grupo de mais de cem escravos permaneceu na gruta até serem capturados. O líder Manoel Congo foi enforcado para servir como exemplo em Vassouras, Município vizinho a Paty do Alferes. Até hoje não é comprovado que foi a gruta descrita realmente o esconderijo. A Gruta Manoel congo hoje, é um dos principais atrativos da APA Palmares. E com a intenção de proteger o patrimônio histórico, os atores envolvidos em turismo na comunidade, em reunião com a Associação de Moradores e Amigos de Palmares decidiram que o atrativo só poderia ser visitado com a presença de um guia e será cobrada a importância de três (3) reais a cada visitante. Dessa forma a trilha passou a ser caracterizada como uma trilha guiada. Miguel Pereira

2

Pa lmares

1

1 – Casa da proprietária

2 – Gruta Manoel Congo.

Figura 61: Croqui do Traçado da Trilha 1.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 32) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos

2-125


dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso das trilhas da gruta Manoel Congo. Extensão PONTOS E 1 2 177 m

N

Erro 5.1 666805 7515687 m 5.2 666790 7515689 m

3

666792 7515660 5 m 7.3 4 666789 7515634 m 7.1 5 666768 7515614 m 6.6 6 666751 7515581 m Quadro 32: Parâmetros avaliados

Altitude 1.024 m 1.027 m 1.034 m 1.058 m 1.066 m 1.080 m na trilha.

Borda Direita

Profundidade

37 cm 1m 20 cm 1 m 28 cm 23 cm

1 m 31 cm

0

36 cm

5 cm

99 cm 10 cm 2 m 4 cm 61 cm

92 cm

3,8 cm

0

4,2 cm

73 cm 70 cm 1 m 4 cm 48 cm

1 m 12 cm

4 cm

50 cm

4 cm

Largura

Borda Esquerda

Trecho 1: 1. Trânsito de animal. 2. Clareamento da trilha. 3. Escada escavada. 4. Queimada. 5. Erosão. 6. Atalho. Trecho 2: 1. Clareamento da trilha. 2. Queimada. 3. Algumas raízes expostas. 4. Trânsito de animais. 5. Atalho (proprietário). 6. Escada escavada. 7. Erosão. 8. Drenagem. Trecho 3: 1. Atalho (proprietário). 2. Trilha secundária de acesso ao morro da Gruta. 3. Várias raízes expostas. 4. Trânsito de animal. 5. Queimada. 6. Clareamento da trilha. Trecho 4: 1. Rocha exposta. 2. Deslizamento de encosta (lado esquerdo A). 3. Atalhos.

2-126


4. Clareamento da trilha. Trecho 5: 1. Trânsito de animais. 2. Trilhas laterais. 3. Clareamento da trilha. 4. Deslizamento de encosta lado A 5. Trânsito de animal. 6. Queimada. 7. Afloramento de pedras.

Ponto 6: LARGURA BORDA BORDA PROFUNDIDADE PISO ESQUERDA DIREITA 238 B 83 C 72 A 84 A 3B 194 C 114 B 17 B 64 B 5A 251 B 170 A 36 B 46 B 4 AB 278 A 157 A 66 A 56 B 4 AB 247 B 107 B 59 A 81 A 4 AB Quadro 33: Resultados da análise de trechos – trilha gruta Manoel Congo.

TRECHOS 1 2 3 4 5

LARGURA TOTAL

Para o parâmetro largura é possível afirmar que o maior valor está no trecho 4 e o menor valor no trecho 2, respectivamente. Para a largura do piso, os maiores valores são encontrados nos trechos 3 e 4. Para o parâmetro borda, do lado esquerdo é possível inferir que os maiores valores são encontrados no trecho 1 e nos trechos finais 4 e 5. Para o lado direito, observa-se que os maiores valores estão nos trechos extremos, 1 e 5 respectivamente. Para o parâmetro de profundidade, não houve variação significativa ao longo da trilha. 1.2 - Recomendações: a. Pelo solo ser argiloso, torna-se recomendável não visitar a gruta em tempo chuvoso. b. Para auxilio nas subidas e na parte interna da gruta, colocar corrimão para apoio. c. Substituir a cerca de arame farpado no início da trilha por outro tipo de arame para evitar acidentes com turistas. d. Sinalizar o caminho oficial e fechar os atalhos. e. Conscientizar os moradores próximos à trilha, para não fazerem queimada na intenção de limpar o terreno. f. Fixar placa de informação na entrada da Gruta. Essas placas devem conter informações da fuga dos escravos e dos objetos indígenas achados ali. Além das informações básicas do turismo. g. Orientação da drenagem no traçado da trilha. 2-127


2. Trilha Dona Isabel Características: Trilha pouco utilizada e com bastante cobertura florestal na parte da Apa Palmares. Essa trilha possui uma porção na Apa Palmares e outra em Bom jardim. Extensão: A trilha possui em seu total uma distância de 2 quilômetros e 50 metros de comprimento. Dentro da Apa Palmares possui 840 m. Atividades: Indicadas para caminhadas, Educação Ambiental, Observação de Fauna . Altitude: Início 986m. Fim 1.060m. Formato: Circular – Guiada. A Trilha Dona Isabel hoje em seu total se encontra em bom estado. Observando apenas no início de seu traçado algumas raízes expostas e a necessidade de um estuda de drenagem. Essa trilha por não ser de uso constante, apresenta boas qualidades para uso. Deve-se atentar apenas para o zoneamento da Unidade de Conservação, que se for decretado a localidade como Zona da Vida Silvestre (ZVS), necessitará de uma atenção redobrada.

5

Bom Jardim

Alameda Palmares Estrada Paty x Petrópolis

3 4 1 2

1. Ama Palmares 2. Fazenda Palmares 3. Bar do Everaldo 4. Mercearia Bié 5. Dona Isabel Figura 62: Croqui do Traçado da Trilha

2-128


2.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 39) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha Dona Isabel. Extensão PONTOS E 1 2 3 840 m 4 5 6

N

Erro

Altitude

5.9 1.004 m m 6.3 1.031 665982 7516961 m m 5.9 1.022 666082 7517005 m m 5.7 1.053 666289 7517123 m m 6.7 1.088 666406 7517226 m m 4.2 1.091 666541 7517345 m m Tabela 39: Parâmetros avaliados na trilha. 665870 7516892

Largura

Borda Esquerda

Borda Direita

Profundidade

72 cm

1 m 50cm

2 m 50 cm

2.7 cm

2 m 2 cm

76 cm

38 cm

14 cm

2m

1 m 40 cm

80 cm

8 cm

47 cm

57 cm

52 cm

3 cm

67 cm

0

0

2 cm

57 cm

0

0

4 cm

Trecho 1: 1. Raízes exposta. 2. Passagem de animal. 3. Trilha de fauna. 4. Pássaros. 5. Drenagem. 6. Clareamento da trilha. Trecho 2: 1. Raízes expostas. 2. Passagem de animais. 3. Trilha de fauna. 4. Casa Dª Isabel. 5. Cerca de arame farpado. 6. Bifurcação. 7. Drenagem. Trecho 3: 1. Passagem de animal. 2. Trilha de fauna. 3. Cerca de arame farpado. 4. Drenagem Trecho 4: 1. Vista da Pedra das Congonhas e pico

2-129


do Tinguá. 2. Raízes. 3. Drenagem. 4. Trilha de fauna. 5. Bifurcação.

Trecho 5: 1. Raízes expostas. 2. Passagem de animal. 3. Pássaros. 4. Bifurcação. Ponto 6:

Nas imagens podemos observar a inconstância de cobertura no solo, em uma trilha com todo o traçado possuindo cobertura florestal. Tal situação vem se verificando especialmente pela falta de orientação das drenagens que perpassam a trilha. LARGURA BORDA PISO ESQUERDA 403 A 146 A 113 A 278 B 111 A 108 A 189 C 25 C 99 A 112 C 57 B 29 B 62 D 62 B 0C Quadro 35: Resultados da análise de trechos – trilha Dona

TRECHOS 1 2 3 4 5

LARGURA TOTAL

BORDA DIREITA 144 A 59 B 66 B 26 C 0D Isabel.

PROFUNDIDADE 9A 11 A 6A 3A 3A

Segundo a QUADRO 35, para o parâmetro largura total, é possível afirmar que o trecho 1 apresenta os maiores valores, quando comparado ao trecho 5 que apresenta os menores valores. Para o parâmetro largura do piso, é possível afirmar que os trechos 1 e 2 apresentam os maiores valores, e o trecho 3 apresenta o menos valor. Quanto ao parâmetro borda, tanto do lado esquerdo como o lado direito, é possível inferir que os valores tendem a diminuir ao longo dos trechos. Para o parâmetro profundidade não houve diferença significativa para os trechos. 2.2 - Recomendações: a. Trilha de nível leve, mas é necessário da presença de um guia para condução. b. Efetuar um trabalho de orientação da drenagem logo no início da trilha. c. Atentar para o zoneamento da APA, se ela estiver dentro da Zona de Vida Silvestre, terá que ser trabalhada de forma adequada.

2-130


d. Efetuar um desvio da trilha na altura da Casa da Dona Isabel. e. Em alguns locais é necessário fazer o clareamento da trilha. 3.Trilha da Serra Características: Trilha Linear de distância média com fundamental importância de ser guiada, com possibilidades de travessia entre Unidades de Conservação. Altitude: de 1.005 metros a 984 metros. Atividades: Indicada para caminhas leves, mountain bike e cavalgadas. Extensão: 1 Quilômetros 416 metros. Formato: Atalho – Guiada. A trilha da Serra é uma trilha em bom estado de conservação devido ao pequeno fluxo de pessoas. Possui uma distância média e pode interligar duas Unidades de Conservação, APA Palmares-Paty do Alferes e APA do Rio Santana– Miguel Pereira, possuindo relevante potencial para desenvolvimento de um circuito de travessia visto sua extensão, percurso por UCs e local indicado para camping. É fundamental uma aproximação maior com os proprietários da área para o desenvolvimento de um plano de uso sustentável para a trilha, planejando e viabilizando a passagem de turistas com o acompanhamento de guias.

Alameda da Serra

Alameda Três Nascentes 2

1 – Área para Camping 2 – Sítio Patoruzú. 1

2-131


Figura 63: Croqui do Traçado da Trilha 3.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 36) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha da Serra. Extensão

PONTOS E

1.416 m

1 2 3 4 5 6

N

Erro

Altitude 1.005 664047 7514771 5.4 m m 664002 7514656 6.1 m 994 m 663870 7514509 6.6 m 996 m 1.002 663627 7514591 4.7 m m 1.017 663361 7514502 6.1 m m 663121 7514345 6 m 984 m Tabela X: Parâmetros avaliados na trilha.

Borda Largura Esquerda

Borda Direita

Profundidade

45 cm 78 cm 77 cm

2 m 30 cm 3m 2 m 35 cm

1 m 93 cm 2 m 20 cm 1 m 66 cm

1 cm 4 cm 2 cm

41 cm

4m

1 m 92 cm

1 cm

46 cm 31 cm

2m 0

2 m 54 cm 0

2 cm 2 cm

Trecho 1: 1. Passagem de animal. 2. Passagem de veículo. 3. Fauna. 4. Clareamento da Trilha. 5. Vista Panorâmica. Trecho 2: 1. Passagem de animal. 2. Passagem de veículo. 3. Fauna. 4. Cobertura florestal em um trecho. 5. Clareamento da trilha. 6. Casa. Trecho 3: 1. Passagem de animal. 2. Fauna. 3. Cobertura florestal em um trecho. 4. Área particular. 5. Clareamento da Trilha. Trecho 4: 1. Passagem de Animal. 2. Fauna. 3. Cobertura florestal em um trecho. 4. Área particular. 5. Clareamento da trilha.

2-132


Trecho 5: 1. Passagem de animal. 2. Vista da Reserva Biológica do Tinguá. 3. Cerca. 4. Drenagem. 5. Fauna. 6. Área de camping. 7. Cobertura florestal em um trecho. 8. Área particular.

Ponto 6: As imagens e análises de cobertura do solo na tabela mostram a deficiência de cobertura orgânica no traçado no traçado da trilha. Ela apresenta um clareamento significativo. O clareamento da trilha pode causar o desaparecimento de algumas espécies da flora local e a expulsão da fauna. É visível que esse clareamento brusco da trilha deve-se a passagem de carro, o que além dos impactos já citados, também contribui para a compactação do piso da trilha. LARGURA BORDA BORDA PISO ESQUERDA DIREITA 385 A 62 A 117 A 207 A 390 A 78 A 119 A 193 A 358 A 59 AB 120 A 179 A 270 A 44B 3B 223 A 167 B 39B 1B 127 B Quadro 37: Resultados da análise de trechos – trilha da Serra.

TRECHOS 1 2 3 4 5

LARGURA TOTAL

PROFUNDIDADE 3 3 2 2 2

A A A A A

O parâmetro largura total só apresenta diferença no trecho 5, onde se encontra o menor valos. Para a largura do piso, nota-se que os trechos 1 e 2 apresentam os maiores valores em comparação aos trechos 4 e 5 que apresentam os menores trechos, estando o trecho 3 no limite intermediário desses trechos. Quanto a borda, do lado esquerdo é possível afirmar que os trechos iniciais apresentam os maiores valores. Já para o lado direito, somente se observa variação significativa no trecho 5. Para o parâmetro profundidade, não houve diferença significativa.

2-133


3.2 - Recomendações: a. b. c. d. e. f. g.

Autorização dos proprietários. Sinalização. Contenção no clareamento da trilha. Substituição da cerca. Mudança de traçado no início. Manutenção do traçado correto. Proibir a passagem de veículos.

4.Trilha Sr. Jald Características: Trilha de atalho de curta distância, todo o traçado coberto por vegetação. Altitude: de 878 a 942 metros. Atividades: Trilha indicada para atividades educacionais, e caminhadas leves. Extensão: 147 metros. Formato: Atalho – Auto Guiada. Esta trilha serve de atalho cotidiano para os moradores locais e apresenta um alto grau de degradação especialmente por lixo identificado no trabalho de campo. Foram encontrados muitos sacos, garrafas pet, copos descartáveis, pacotes de biscoito e, pelo caráter constante de uso, deve-se prever uma forma de implantação de cestas de lixo, sem agressão ao meio.

Alameda Palmares

2

Alameda do Lago

1

4 3

Alameda Carioca

1 – lago de Palmares 2 – Castelo de Palmares 3 – Água 4 – Atalho brusco Figura 64: Croqui do Traçado da Trilha

2-134


4.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (TABELA X) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha Sr. Jald. Extensão PONTOS E 1 147 m

2 3 4 5 6

N

Erro

665448 7516389 6 m 6.4 665476 7516393 m 6.9 665498 7516434 m 5.8 665501 7516452 m 5.7 665521 7516478 m 5.7 665499 7516502 m Quadro 38: Parâmetros avaliados

878 m

66 cm

Borda Esquerda 1 m 45 cm

900 m

47 cm

53 cm

71 cm

3 cm

916 m

69 cm

44 cm

84 cm

5 cm

925 m

94 cm

56 cm

1 m 60 cm

10 cm

939 m

50 cm

0

0

0

942 m

86 cm

0

81 cm

8 cm

Altitude Largura

Borda Direita 1 m 55 cm

na trilha.

Trecho 1: 1. Muitas raízes expostas. 2. Bifurcação. 3. Passagem de animal. 4. Clareamento de trilha. 5. Lixo. 6. Trilha de fauna. 7. Pássaros. Trecho 2: 1. Raízes expostas. 2. Passagem de animal. 3. Lixo. 4. Pássaros. 5. Clareamento da trilha. 6. Bifurcação. Trecho 3: 1. Raízes expostas. 2. Lixo. 3. Trilha de fauna. 4. Passagem de animal. 5. Clareamento da trilha. Trecho 4: 1. Escada feita. 2. Começo de fissura na terra. 3. Atalho. 4. Clareamento da trilha.

2-135

Profundidade 0


5. Drenagem. 6. Pássaros. 7. Passagem de animal. Trecho 5: 1. Raízes expostas. 2. Atalhos. 3. Drenagem. 4. Clareamento da trilha. 5. Profundidade. Ponto 6:

Mesmo que todo o seu traçado seja coberto, a trilha passa por um rápido processo de erosão devido à entrada superior da trilha servir como canaleta para a água, além de servir como passagem de motocicleta para uma casas que só tem acesso pela trilha. Com a passagem de água pela trilha, as raízes das árvores e plantas encontram-se expostas, isso indica também que o nível da trilha está baixando por causa do curso da água e trânsito freqüente. O fato pode ser resolvido de forma fácil, com uma correta drenagem da trilha. A manutenção da trilha está ocorrendo de forma errada. Isso causa um clareamento da trilha o que faz a flora recuar e a fauna abandonar o local que serve de passagens para animais silvestres locais. A visível regeneração e conseqüente ocorrência de cobertura vegetal no piso da trilha no ponto 5, pode ser explicada devido a abertura de um atalho recente na trilha. Isso fez com que as pessoas utilizassem esse atalho, enquanto o caminho original foi abandonado (sem tráfego). No croqui da trilha está indicado um atalho brusco na cor vermelha, esse atalho pode ser identificado na fotografia do trecho 2. Como poderá observar também a pressão sobre a pequena mancha de cobertura deixada entre a trilha principal e a bifurcação. LARGURA

BORDA

BORDA

PISO

ESQUERDA

DIREITA

366 A

57 C

99 A

113 A

2A

2

171 A

58 C

49 B

78 B

4A

3

197 A

82 A

50 B

122 A

8A

TRECHOS

LARGURA TOTAL

1

PROFUNDIDADE

2-136


4

310 A

72 B

28 B

80 B

5A

5

50 B

68 B

0C

41 C

4A

Quadro 39: Resultados da análise de trechos – trilha Sr. Jald. Com base nos resultados podemos inferir que para o parâmetro largura total da trilha, somente o trecho 5 apresentou diferença significativa. Para o parâmetro largura do piso, é possível inferir que o trecho 3 apresenta a maior largura entre trechos, sendo seguido pelo trecho 4 e 5, e pelos trechos 1 e 2, consecutivamente. Para a largura das bordas, do lado esquerdo, o trecho 1 apresenta a maior largura, em contrapartida ao trecho 5 que apresenta a menor largura. Para o lado direito, os trechos 1 e 3 apresentam as maiores dimensões, em contrapartida novamente ao trecho 5 que apresenta menor dimensão. Para o parâmetro profundidade, não houve variação significativa ao logo da trilha. 4.2 - Recomendações: a. b. c. d. e. f. g.

Sinalizar a trilha. Sistema de drenagem. Apoio para subida em áreas escorregadias. Manutenção adequada. Colocação de cestos de lixo. Fechamento das bifurcações. Proibição de tráfico com motocicletas.

5. Trilha do Canto Características: Trilha com traçado curto e coberto em toda a extensão. Características auto guiada. Extensão: 250 metros de comprimento. Atividades: Indicada para a prática de caminhadas leves e educacionais. Altitude: de 903 a 945 metros. Formato: Atalho – Auto Guiada. A trilha do Canto tem características semelhantes à Trilha do Senhor Jald. Uma trilha que serve de atalho entre duas alamedas e apresenta um grau de impacto um pouco menor que a trilha comparada. Possui todo seu traçado coberto, mas começa a apresentar problemas na drenagem e exposição de raiz.

2-137


Alameda Palmares

2 4 3

Alameda Fluminense

Alameda do Lago

1

1 – Pousada Vale do Sereno 2 – Telefone Público 3 e 4 - Atalhos Figura 65: Croqui do Traçado da Trilha 5.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 40) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha do Canto. Extensão PONTOS E N Erro Altitude 1 666032 7516707 6.4 m 903 m 2 665998 7516737 6.2 m 910 m 3 665987 7516757 7.8 m 932 m 250 m 4 665935 7516770 6.6 m 929 m 5 665952 7516820 7.1 m 932 m 6 665963 7516849 7.5 m 946 m Quadro 40: Parâmetros avaliados na trilha.

Borda Largura Esquerda 32 cm 0 53 cm 0 32 cm 97 cm 58 cm 0 52 cm 0 42 cm 0

Borda Direita 0 0 56 cm 0 0 0

Profundidade 0 3 cm 27 cm 6 cm 6 cm 2 cm

Trecho 1: 1. Afloramento de água. 2. Desmatamento. 3. Pássaros. 4. Passagem de animal.

2-138


Trecho 2: 1. Escada construída. 2. Passagem de animal. 3. Trilha de fauna. 4. Pássaros.

Trecho 3: 1. Trilha de fauna. 2. Passagem de animal. 3. Queda de barranco. 4. Pássaros. 5. Atalho. 6. Solo escorregadio. Trecho 4: 1. Raiz exposta. 2. Drenagem. 3. Passagem de animal. 4. Pássaros. 5. Bifurcação. Trecho 5: 1. Drenagem. 2. Passagem de animal. 3. Bifurcação. 4. Raiz exposta. Ponto 6:

A trilha apresenta algumas bifurcações desnecessárias. Essas deveriam ser fechados para a recuperação florestal. É necessário destacar o fluxo intenso de animais de tração, principalmente de cavalo, já que é utilizado como um meio de transporte para os moradores. É possível observar o processo de lavagem do solo em algumas fotografias, principalmente nas do ponto cinco. Isso pode explicar a variação de cobertura do

2-139


solo entre pontos. O repentino aumento da barda no ponto 3, refere-se a um local que foi desmatado anteriormente e hoje passa por processo de recuperação florestal. LARGURA

BORDA

BORDA

PISO

ESQUERDA

DIREITA

45 B

43 A

1B

1B

2B

2

120 A

43 A

49 A

28 A

15 A

3

122 A

45 A

49 A

28 A

17 A

4

57 B

55 A

1B

1B

6B

5

49 B

47 A

1B

1B

4B

TRECHOS

LARGURA TOTAL

1

PROFUNDIDADE

Quadro 41: Resultados da análise de trechos – trilha do Canto. De acordo com os resultados obtidos, é possível concluir que para o parâmetro largura da trilha, a largura total apresentou variações significativas, indicando os maiores valores para os trechos 2 e 3. Para a largura do piso não houve variações significativas. Porém para os parâmetros borda, houve variações ao longo da trilha para ambos os lados nos pontos 2 e 3. O parâmetro profundidade apresentou variações significativa para os trechos 2 e 3 da trilha. 5.2 - Recomendações técnicas: a. Colocar degraus e suporte para apoio na primeira subida de barro. b. Conter os atalhos existentes no traçado. c. Necessita de placa de sinalização. d. Mudar a entrada da trilha de lugar, pois existe um afloramento de água. 6. Trilha do Mirante Proprietários: Dois proprietários diferentes – Sr. André e Sr. Ney. Indicada para ser uma trilha Guiada. Características: Elevação com vista panorâmica da Unidade de Conservação em 360º. Opção de acessar outras trilhas e fazer uma travessia entre os dois municípios. Extensão: 880 metros. Atividade: Indicada para a prática do Hikking e Trekking. Altitude: Início – 868m. Fim - 1.094 m. Formato: Linear – Guiada. A trilha do mirante apresenta vários impactos causados pelo homem no decorrer de sua existência. Possível prever que a trilha só existe devido a constante manutenção da cerca e do acero que a acompanha em todo o seu traçado. Os impactos apontados ocorrem por vários motivos: por estar dentro de um pasto, não possuir cobertura florestal em toda sua extenção, estar em terreno particular e não aplicar a manutenção adequada, sofrer queimadas quase todo ano, apresenta um grave processo de ravinamento (cortes do topo do mirante até a sua base). Todo o traçado da trilha segue juntamente com uma cerca de arame farpado, o que a torna

2-140


perigosa uma vez o tipo de solo do local que aumenta as chanches de escorregamento das pessoas que por ali venham a passar. Toda ela se encontra dentro de áreas particulares de donos diferentes, isso implica na autorização ou não do proprietária para a exploração da mesma no turismo local. O terreno hoje passa por queimadas todos os anos, o que impede a regeneração do local e faz a trilha se tornar cansativa, pois todo o traçado é feito embaixo de sol, já que não é indicado utilizar a trilha em dias úmidos por causa do solo argiloso.

1

2 Ce

ntr

al Alamed a da Es perança

ed a

Alamed a da Es perança

Al am

3

1 – Associação de Moradores 2 – Plantação orgânica

3 - Atrativo

Figura 66: Croqui do Traçado da Trilha 5.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 42) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha do Mirante. Extensão

880 m

PONTOS E N 1 664546 7516117 2 664534 7515987 3 664637 7515829 4 664763 7515703 5 664862 7515565 6 664884 7515427 Quadro 42: Parâmetros

Erro Altitude 7.4 m 866 m 4.1 m 898 m 3.9 m 931 m 4.6 m 979 m 4.1 m 1.041 m 3.2 m 1.087 m avaliados na trilha.

Largura 97 cm 2 m 3 cm 4 m 16 cm 1 m 40 cm 1 m 55 cm 1 m 72 cm

Borda Esquerda 0 9m 0 0 0 0

Borda Direita 0 0 0 1 m 60 cm 7 m 52 cm 0

2-141

Profundidade 6 cm 16 cm 16 cm 11 cm 5 cm 7 cm


Trecho 1: 1. Queimada no início da trilha. 2. Pássaros. 3. Passagem da fauna. 4. Mata jovem. 5. Travessa de arame farpado. Trecho 2: 1. Travessa de cerca de arame farpado. 2. Lavoura de milho. 3. Criação de gado. 4. Passagem da fauna. 5. Casa (lado B).

Trecho 3: 1. Passagem de gado. 2. Cerca de arame farpado. 3. Terreno escorregadio.

Trecho 4: 1. Pasto. 2. Cerca de arame farpado.

Trecho 5: 1. Queda de barranco (lado A). 2. Cerca de arame farpado. 3. Vista panorâmica.

2-142


Ponto 6:

O aprofundamento da trilha nos pontos: 2, 3 e 4. Deve-se a vertente do morro na divisa de terrenos. Um desnível no lado direito da trilha. É possível observar também o repentino alargamento da trilha. Isso acontece porque a trilha tem seu início em área coberta, sem muita intervenção do e não ser contínua a cerca. LARGURA

BORDA

BORDA

PISO

ESQUERDA

DIREITA

168 C

164 B

5A

0C

11 A

2

328 B

323 A

5A

0C

16 A

3

358 B

278 A

0A

80 B

14 A

4

604 A

148 B

0A

456 A

8B

5

540 A

164 B

0A

376 A

6B

TRECHOS

LARGURA TOTAL

1

PROFUNDIDADE

Quadro 43: Resultados da análise de trechos – trilha do Mirante. É possível afirmar que os valores referentes ao parâmetro largura total aumentam conforma se segue os trechos, sendo o maior valor encontrado no trecho 4. Para o parâmetro largura do piso, o maior valor e o menor valor obtidos foram, respectivamente, nos trechos 2 e 4. Para o parâmetro bordas, para o lado esquerdo não foi identificada variação significativa. Porem para o lado direito, os trechos 4 e 5 apresentaram os maiores valores, respectivamente. No parâmetro profundidade, os trechos iniciais apresentaram profundidade superior ao final da trilha. 6.2 - Recomendações: a. b. c. d. e. f.

Sinalizar a pista para a prática de competição de trekking. Pedir um documento dos proprietários do terreno autorizando passagem. Substituir as cercar de arame farpado. Conter a voçoroca que está começando a se formar. Orientação da drenagem. Elaborar um plano contra queimadas.

2-143


g. Suporte de apoio na parte final da trilha. 7. Trilha dos Cavaleiros Características: Trilha com características de atalho ou circular. Extensão: 684 metros. Atividades: Indicada para caminhadas educativas e para visualização local. Altitude: de 919 metros a 1.094metros. Formato: Linear – Guiada. A Trilha dos Cavaleiros é contígua à Trilha do Mirante, é uma trilha temporária, isto é, ela só existe em épocas que o acero da cerca que a acompanha está limpo, como podemos observar nas imagens. É possível através dela, ter acesso a outras trilhas, possibilitando até a travessia para o município vizinho. Observações devem ser enfatizadas na questão da cerca que acompanha todo ao trajeto por se tratar de um pasto de animais. Atentar também que a trilha só existe por ser fruto de acero para o não alastramento de fogo, e decorrente de idas e vindas dos piões em busca de animais. A Trilha dos Cavaleiros em todo o seu traçado não dispõem de cobertura florestal, o que a torna desgastante em dia de sol. Essa trilha como fruto de uma caminhada média para novatos, proporcionará em seu ponto final, uma vista panorâmica de toda a Unidade de Conservação.

1

2

Alameda da Serra

1 – Mirante

2 – Casa

Figura 67: Croqui do Traçado da Trilha 7.1 - Análise por trecho demarcado Os pontos e parâmetros coletados ao longo da extensão da trilha (QUADRO 44) permitiram a avaliação da condição de conservação subdividida em cinco trechos

2-144


dando início a um sistema de monitoramento e gestão do uso da trilha dos Cavaleiros. Extensão PONTOS E 1 2 684 m

3 4 5 6

N

Erro Altitude 5.1 664249 7515543 m 919 m 4.1 664359 7515569 m 973 m 4.3 664467 7515480 m 995 m 4.4 664603 7515436 m 1.007 m 3.8 664734 7515406 m 1.046 m 3.8 664872 7515419 m 1.080 m Quadro 44: Parâmetros avaliados na trilha.

Largura

Borda Esquerda

Borda Direita

Profundidade

67 cm

0

0

3 cm

1 m 35 cm

0

1 m 90 cm

33 cm

1 m 31 cm

34 cm

1 m 80 cm

3 cm

41 cm

0

4 m 5 cm

4 cm

55 cm

34 cm

1 m 70 cm

5 cm

66 cm

40 cm

1 m 27 cm

5 cm

Trecho 1: 1. Grave escoamento de água. 2. Passagem de animal. 3. Cerca por todo o traçado da trilha.

Trecho 2: 1. Drenagem. 2. Passagem de animal. 3. Cerca. 4. Clareamento da trilha. Trecho 3: 1. Passagem de animal. 2. Cerca. 3. Queimada. 4. Drenagem. 5. Clareamento da trilha.

Trecho 4:

2-145


1. 2. 3. 4. 5.

Passagem de animal. Pedras soltas. Cerca. Queimada. Clareamento da trilha.

Trecho 5: 1. Passagem de animal. 2. Cerca. 3. Drenagem.

Ponto 6:

LARGURA

BORDA

BORDA

PISO

ESQUERDA

DIREITA

196 B

101 A

0C

95 C

18 A

2

335 A

133 A

17 B

185 B

18 A

3

418 A

86 A

17 B

315 A

4B

4

375 A

48 B

17 B

310 A

5B

5

246 B

61 B

37 A

149 C

5B

TRECHOS

LARGURA TOTAL

1

PROFUNDIDADE

Quadro 45: Trechos avaliados Quanto a largura total da trilha é possível afirmar que o trecho central da trilha, ou seja, os trechos 2, 3 e 4, apresentam os maiores valores. Para a largura do piso, infere-se os valores nos trechos iniciais são superiores aos valores dos trechos finais. Para o parâmetro borda, para o lado esquerdo, encontro-se o maior valos no trecho 5 e menos no trecho 1. Para o lado direito, também foram encontrados os maiores valos nos trechos 3 e 4 da trilha. Quanto a profundidade, os maiores valores foram obtidos nos trechos 1 e 2 da trilha. 7.1 - Recomendações:

2-146


1. 2. 3. 4. 5.

Obter autorização para tráfego de turistas. Sinalizar todo o traçado da trilha. Pontos de apoio. Manutenção adequada. Plantio de árvores para a contenção de voçoroca e sombreamento da trilha.

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