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Agrupamento Vertical de S. Lourenço – Ermesinde PNEP – 2009/2010 REFLEXÃO PÓS-OBSERVAÇÃO Nome da Formanda: Isabel Maria de Rezende Pinto dos Santos Alves Escola: EB1/JI do Carvalhal
Turma: 3º B
Data da aula observada: 08/03/2010
1. Faça uma apreciação global à sua aula (aspectos positivos/negativos/sentimentos…).
A 8ª sessão tutorial foi, talvez, a que menos correspondeu às minhas expectativas iniciais, na medida em que alguns imprevistos, nomeadamente na utilização das tecnologias informáticas, bem como, na interrupção da actividade lectiva por funcionárias, impossibilitaram o cumprimento de toda a planificação. Os conteúdos propostos para a aula, de acordo com a planificação, foram abordados, mas sem o rigor e a eficiência que lhes eram devidos. A análise das pesquisas efectuadas pelos alunos, relativas à biografia e obra literária do escritor Álvaro Magalhães foi uma actividade de motivação bastante positiva. Com esta análise consegui que os alunos despertassem em si mesmos a curiosidade de saberem mais sobre a obra do autor, e lhes possibilitasse concretizar mentalmente aspectos pessoais (idade, naturalidade, gostos, vivências, …) e profissionais (quando começou a escrever, quais os livros que escreveu, de que géneros literários, …) da vida deste escritor em particular. Como apenas alguns alunos fizeram a pesquisa que lhes foi proposta como “trabalho de fim-de-semana”, os que a fizeram puderam partilhar os seus conhecimentos com os colegas que não efectuaram a mesma. Ao procederem às leituras sobre as suas pesquisas relativas à biografia do autor do livro proposto fui avaliando as mesmas e reflectindo com os alunos que saber ler não é apenas decifrar um conjunto de letras agrupadas em palavras, frases, parágrafos e períodos.
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Formadora: Neuza Pinto
__ Parafraseando Sim-Sim, I. (2009), “ler é compreender o que está escrito. A leitura é acima de tudo um processo de compreensão que mobiliza simultaneamente um sistema articulado de capacidades e de conhecimentos” (p. 9). É necessário que se saiba o que se está a ler e ter consciência e discernimento daquilo que é relevante ou acessório numa pesquisa. É necessário saber seleccionar a informação e não repetir as relatadas por outros colegas. Um aluno disse ter feito a pesquisa pedida, e quando lhe foi solicitado que a lesse teve inúmeras dificuldades em o fazer, denotando-se desconhecimento de algum léxico/ vocabulário, bem como, um total desconhecimento daquilo que estava a “ler”. Ao reflectir com este aluno o objectivo da pesquisa consegui perceber que a mesma se limitou a pedir à mãe que fizesse por si uma busca de um artigo da internet e que o imprimisse. O aluno nem sequer fez uma primeira leitura do mesmo, estava na aula apenas a decifrar, pela primeira vez, o artigo. A actividade seguinte foi a apresentação do livro a abordar nesta unidade didáctica: “Magalhães, Álvaro, 2000. O Limpa-palavras e outros poemas, Porto, Edições Asa”. A capa do livro foi mostrada aos alunos com o título coberto, com o propósito de, através da análise da ilustração, designadamente: as cores utilizadas, os elementos figurativos/objectos e os seus diferentes tamanhos, estes conseguissem antever o mesmo. A fotografia que se segue ilustra esta actividade (cfr. fotografia 1).
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Fotografia 1: Antevisão do título do livro com base na ilustração da capa – preenchimento de ficha de trabalho.
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__ Todos os alunos deram uma sugestão e escreveram-na na respectiva ficha de trabalho. Os títulos e as histórias que foram surgindo ao longo desta actividade são curiosos; seguem-se alguns exemplos:
Títulos e histórias centrados na imagem real, no concreto: - “A nuvem e a lua” (Joana Lameirinhas, 8 anos – 3º ano); - “O senhor a limpar” (Ana Raquel Queirós, 8 anos – 3º ano); - “O rapaz que queria esfregar um pássaro” (José Carlos, 8 anos – 3º ano);
- “O menino que gosta de limpar” (Bruno Soares, 8 anos – 3º ano);
- “O desenho de um menino” (Ana Rita Lopes, 8 anos – 3º ano);
Títulos e histórias que sugerem um processo imagético, que vão para além do livro, tais como: - “Tenho medo de sonhar” (José Eduardo, 8 anos – 3º ano);
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- “Os animais fugitivos” (Gerson Moreira, 8 anos – 3º ano);
- “Um menino nas nuvens” (Rita Carvalho, 8 anos – 3º ano); - “As letras estão a brilhar” (Inês Magalhães, 8 anos – 3º ano);
- “A nuvem cheia de letras” (Ana Beatriz, 8 anos – 3º ano);
- “A nuvem de todas as letras” (Leonor, 8 anos – 3º ano);
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- “A nuvem Estranha” (João Afonso, 8 anos – 3º ano);
- “A obra de arte” (João Pedro, 8 anos – 3º ano); - “A tinta mágica” (Rafaela, 8 anos – 3º ano);
Títulos que são aproximações a outros da obra do autor, denunciando um conhecimento prévio da mesma, como sejam: - “Histórias com muitas letras” (Mariana Tavares, 8 anos – 3º ano);
- “O menino que tinha medo de voar” (Ana Carlota, 8 anos – 3º ano); - “O menino que queria voar” (Daniel Filipe, 8 anos – 3º ano); PNEP 2009/2010
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__ - “O menino que voou três vezes” (Beatriz Loureiro, 8 anos – 3º ano);
Denota-se, nesta análise que alguns alunos estão mais familiarizados com o texto literário e com obras completas de literatura infantil, não se limitando a ler apenas as recomendadas no espaço escolar. Conseguem, deste modo, ir para além do universo deste livro. Outros por seu turno não conseguem imaginar, criar, sentir para fora da capa deste livro, centrando-se apenas nos elementos visuais presentes na capa do mesmo para sugerir um título para a obra. Como afirma VIANA, F. L. e MARTINS, M. M (2007) “o percurso de vida de cada criança está associado a percursos de leitura e os percursos de leitura a percursos de vida. O percurso de vida de cada criança, o tipo de experiências (directas ou mediatizadas) vividas permitir-lhe-ão uma maior riqueza de vocabulário, uma maior ou menor complexidade morfo-sintáctica, uma maior ou menor adequação do discurso face ao contexto comunicativo e uma maior ou menor apetência para a leitura”.
No decorrer desta actividade os alunos puderam proceder à resolução da ficha de trabalho. A professora leu-a previamente e aludiu a outros aspectos paratextuais do livro, na capa, na contracapa e na lombada, nomeadamente: título do livro; editora; colecção a que pertence, autor e biografia do mesmo, necessários para que os alunos pudessem responder correctamente à ficha de trabalho (cfr. fotografia 2).
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__ Fotografia 2: Resolução da ficha de trabalho.
De seguida os alunos sentaram-se “confortavelmente” numa manta no chão, para poderem observar as ilustrações de um outro livro da ilustradora Danuta Wojciechowska (Ondjaki, 2006 “Ynari. A Menina das Cinco Tranças”, Editora Caminho, 2ª edição). Os alunos puderam visualizar a beleza das ilustrações, nomeadamente das guardas do livro (cfr. fotografia 3).
Fotografia 3: Observação das guardas do livro “Ynari. A Menina das Cinco Tranças” de Ondjaki, 2006.
Seguidamente, ouviram a leitura de um dos textos do livro (poema) efectuada pela professora (cfr. fotografia 4).
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__ Fotografia 4: Leitura/ récita do poema “O Limpa-palavras” de Álvaro Magalhães.
Este processo foi dificultado pela novidade do mesmo pois os alunos costumam ler e ouvir ler, sentados em cadeiras, de modo que ficaram inquietos e excitadíssimos. O que poderia ser facilitador da fruição e prazer do poema foi, ao invés disso, para alguns alunos, razão de atropelos e desmotivação para o foco da actividade que era o livro (cfr. fotografia 5).
Fotografia 5: Visualização das ilustrações do poema – “O Limpa-palavras”.
Os alunos foram deitando-se progressivamente, à medida que a professora ia lendo o poema, o que resultou num “deleite” de fruição para alguns e numa distracção/ fuga para outros. Para que os alunos possam ler é necessário que se criem contextos propícios à leitura, e esses contextos passam nomeadamente pela reorganização do espaço da sala de aula. Citando SIM-SIM, I. (2009), “criar um espaço na sala de aula destinado à leitura recreativa, implicando as crianças (e respectivas famílias) na construção e organização desse espaço, que deverá ser muito acolhedor, com almofadas coloridas, tapete, cadeiras diferentes das carteiras” (p. 28) é fundamental para que se possa criar um contexto adequado de leitura. A récita do poema foi ainda perturbada por dois factores distintos. Por um lado, pela interrupção de uma funcionária e por outro, pela dificuldade que a professora teve em ler nomeadamente de forma fluente, ritmada e com colocação de voz adequada, algumas partes do poema. Em muito contribuiu a minha inexperiência na PNEP 2009/2010
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__ récita de poemas, a dificuldade que tenho em ler em voz alta associada ao meu défice de articulação (dislália) do som [ r ]. Já antevendo o segundo entrave mencionado pesquisei na internet sites de récitas de poemas, tendo encontrado uma do poema “O Limpa-palavras”. Como não consegui aceder à internet, nem concomitantemente projectar a referida página da Web, os alunos não puderam ouvir novamente a leitura do poema. A próxima aula iniciar-se-á com esta actividade. Passámos então aos sentimentos/ emoções despertados nos alunos pelo poema e aludimos a alguns aspectos da compreensão do texto referido. Detivemo-nos com o valor metafórico de algumas palavras e com o jogo que o autor utiliza para “brincar” com o sentido das palavras. As palavras que precisam de ser limpas… “Que palavras precisam de ser limpas?”. Os alunos foram referindo as seguintes: “sujas”; “guerra”, “lutas”, “asneiras”, … Parafraseando VIANA, F. L. e MARTINS, M. M (2007), “o texto literário constróise de implícitos, de ambiguidades, o que promove o jogo lúdico com o leitor, em que é convidado a participar na sua descodificação”. Neste sentido, reflectimos as palavras que precisam de ser limpas segundo o autor do poema e analisámos as ilustrações de algumas palavras no decorrer do livro. Para finalizar a aula os alunos completaram uma ficha de avaliação formativa na qual preencheram as legendas adequadas às ilustrações que surgiram no decorrer da obra.
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__ Fotografia 6: Ficha de avaliação Formativa – Legendagem das ilustrações do poema.
De acordo com as respostas da ficha, todos conseguiram perceber o valor simbólico e figurado das mesmas. No final da aula os alunos fizeram uma reflexão sobre o que aprenderam com a aula, dos seus conteúdos e actividades da mesma. 2. A planificação foi cumprida/houve necessidade de alterar? A planificação não foi totalmente cumprida, por dificuldades técnicas, de acesso à internet e de projecção de algumas páginas da Web. O factor tempo também foi limitativo para o cumprimento de toda a planificação. As actividades que ficaram por desenvolver nesta aula serão realizadas na próxima sessão.
3. Relação entre o que foi ensinado e o que aprenderam os alunos. Julgo que os alunos conseguiram compreender e apreender os conceitos que foram propostos para esta aula. Prova disso mesmo é o resultado da resolução da ficha de avaliação formativa.
4. Que dificuldades encontrou? Como foram resolvidas? Detive-me com alguns constrangimentos relativamente à récita do poema, na gestão do tempo/ cumprimento da planificação bem como na superação das dificuldades técnicas que foram surgindo, como já referi anteriormente.
5. Que pensa fazer relativamente a acções futuras (aspectos a alterar)? Em acções futuras começarei a sessão com a projecção de conteúdos, o que me permitirá ter os aparelhos electrónicos todos ligados no início da aula, colmatando possíveis imprevistos técnicos. Os aspectos de leitura não conseguidos nesta sessão serão revistos numa próxima aula, para servirem de aporte à compreensão do poema. O ênfase/ carga PNEP 2009/2010
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__ emocional dados a algumas das palavras do poema poderão auxiliar este segundo patamar do processo de leitura.
6. Em que medida a planificação ajudou a concretização da aula? A planificação ajudou, em primeira análise a estruturar as actividades a realizar para o ensino/ aprendizagem dos conteúdos objectivados para esta aula e em segunda análise a equacionar possíveis dificuldades sentidas pelos alunos. No decorrer da aula a planificação serviu de orientação para a prossecução das actividades em função do tempo de aula/ feedback dos alunos.
Referências Bibliográficas: - SIM-SIM, I. (2009). O Ensino da Leitura: A Decifração. Editor: Ministério da Educação: Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, editado no âmbito do PNEP. - VIANA, F. L. e MARTINS, M. M (2007). “Percursos de leitura e percursos de vida” In CERRILLO, P.; CANÂRES, C. & ORTIZ, C. (org). Literatura Infantil: Nuevas lecturas y nuevos lectores. Actas del V Seminário Internacional de Lectura y Património (pp. 439-444). Cuenca: Ediciones de la Universidad de Castilla la Mancha.
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