JACKPOT Magazine - 73, 24 Mar 2014

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PARA TI, PAI Na semana em que se comemora o Dia do Pai, a minha crónica não poderia deixar passar em branco esta data, correndo o risco de me tornar repetitiva, pois há dois anos escrevi sobre o mesmo tema. Desta vez não falarei acerca da falta que esta pessoa me faz, nem em como só passei a dar importância a este dia após a sua ausência. Hoje falo-vos apenas sobre quem era o meu pai e quiçá evocarei alguns episódios, já que estas estórias são escritas ao sabor do vento, sem planificação… as ideias apenas vão surgindo, De nome Manuel, o meu pai era das pessoas mais bem-humoradas que conheci. Sempre pronto a pregar partidas e a fazer rir quem estivesse à sua beira… infelizmente, na reta final as agruras da vida transformaram-no e aquela figura tornou-se irreconhecível: Não se tornou amargo, mas também deixou de nos fazer rir… Eu era doida pelo meu pai… Como não era batizada (o meu pai não quis impor-nos uma religião mas, sim, que fossemos nós a escolher o nosso caminho), posso afiançar-vos que era o senhor Veludo no Céu e o senhor Veludo na terra. Mesmo na idade adulta continuava a ser a Daddy’s little girl, mas qual é a menina que não é? Percebo agora que muitas discórdias que tivemos em volta do tema Namoro se deviam apenas ao seu receio de perder aquele estatuto tão especial. Pena não ter percebido isso antes e não ter sossegado o seu coração de pai, garantindo-lhe que o meu seria sempre dele. O meu pai era o típico daddy cool. Acho que mesmo nestes tempos não deve haver muitos pais como era o meu a quem não lhe fazia espécie se eu tinha mais amigos rapazes do que raparigas, chegando ao ponto de não se importar que eu levasse os meus amigos a passar férias connosco, quando a casa de férias tinha apenas um quarto: Era mesmo tudo ao molho, acampados na sala. Algumas pessoas que estão a ler este texto conheceram o meu pai e tiveram oportunidade de privar com este homem muito simples (até demais), com um coração enorme, brincalhão e muito calmo (tão calmo que chegava a irritar-me eheh), que passava horas a jogar xadrez (chegou a vencer campeonatos) e dominó, gosto que passou para o meu filho mais velho, que www.facebook.com/jackpot.portugal

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sente imensas saudades do seu avô. E a visão já começa a ficar turva, por isso o melhor é parar por aqui… Só queria ter oportunidade de lhe dizer: Amo-te Pai.

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RED HOT CHILI PEPPERS Os Red Hot Chili Peppers começaram na sua escola de Los Angeles em 1983 quando três amigos da Fairfax High School, Michael Blazary (mais conhecido por "Flea"), Hillel Slovak e Jack Irons formaram uma banda chamada Anthyhm. Logo se lhes juntou Anthony Kiedis, outro amigo de Fairfax. O punk de L.A. estava nessa altura no seu auge com bandas como Go-Go’s, Germs, Black Flag e os Circle Jerks. O estilo musical do grupo consiste principalmente em rock, bem como elementos de outros géneros, como punk, funk, rap, metal e rock psicadélico. Em palco, também ninguém pode negar que os Red Hot tinham grandes apresentações ao vivo, guiados pela energia interminável de Kiedis, invadindo todas as partes do palco como se estivesse possuído. Tanto o estilo musical como as performances ao vivo tornaram-se a imagem de marca da banda. A banda ganhou um enorme numero de fãs, e logo houve mudança de membros no grupo(estas mudanças seriam notoriamente frequentes), Slovak e Irons foram-se embora da banda, substituídos respectivamente por Jack Sherman e Cliff Martinez; contudo, Sherman e Martinez também não durariam muito. A banda contratou Andy Gills, da grande banda dos anos 80 Gang of Four, para produzir o seu primeiro álbum, Red Hot Chili Peppers, de 1984. Mas a colaboração foi um desastre, com Gill a querer levar a banda a um som mais pop, em vez da sua atitude de funk “áspero”. Os Red Hot decidiram mudar completamente de direcção, pedindo a um dos seus ídolos, George Clinton da Parliament e Funkadelic, para produzir o seu próximo álbum. O resultado, Freaky Styley, representa a primeira expressão completa do som conhecido hoje como o dos Red Hot Chili Peppers. Mas os problemas pessoais da banda já estavam a ser demasiado fortes. O vício das drogas pesadas estava descontrolado. Naquela altura, Slovak já tinha regressado ao grupo e estava a combater um vício complicado com a heroína. Os seus problemas estavam-se a arrastar à banda também. www.facebook.com/jackpot.portugal

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Os próximos dois álbuns dos Peppers, Uplift Mofo Party Plan e Abbey Road, representaram os seus primeiros pequenos sucessos comerciais, mas logo quando pareciam prontos para explodir, Slovak morreu de uma overdose, o que levou a banda a fazer uma pausa, até mesmo por causa de Kields, que viajou para o México para combater os seus próprios problemas de droga. Isto podia ter sido o fim dos Red Hot, mas Kields, agora sóbrio, e Flea decidiram continuar. Encontraram um novo baterista, Chad Smith e um novo guitarrista, John Frusciante, de 17 anos, um ávido seguidor dos Red Hot e aprendiz de Slovak, que antes trabalhou pouco tempo com a banda de funk/hardcore Thelonious Monster. Com Frusciante e Smith a bordo, os Red Hot Chili Peppers finalmente foram capazes de realizar as suas ambições tanto musicais como comerciais. A banda lançou Mother`s Milk em 1989, e teve um sucesso com a interpretação de Higher Ground de Stevie Wonder. Com a sua grande linha do baixo e ritmo rápido do funk, Higher Ground representa a mistura perfeita do Motown dos anos 70 com o punk. Mas foi a colaboração com o produtor Rick Rubin, o cérebro da discográfica Def Jam, que catapultou a banda para o estrelato internacional. Blood Sugar Sex Magik, lançado em 1991, tornou-se multi platina e ficou nos rankings da Billboard por um ano. O lançamento individual Under the Bridge foi um marco na sua carreira. Under The Bridge conta especificamente a batalha de Kiedis com as drogas e a triste balada que marcou um amadurecimento no seu estilo musical. Cru e com muita dor, os Red Hot tinham aprendido a transformar as suas tragédias pessoais em trabalhos artísticos impressionantes. A banda tinha alcançado o cimo da pirâmide do "rock alternativo". Bandas como Nirvana e Pearl Jam foram o número de abertura na sua digressão. Foram uma das principais bandas de Lollapalooza e Woodstock. Em 1995 lançam o álbum One Hot Minute, que se estreou em número 4 no ranking Billboard 200 e a banda continuou a fazer digressões, realizando 64 concertos em 24 países para promover o álbum. Em 1999 lançam o álbum Californication. Este foi mais um feito inedito, entrou nos rankings Billboard antes de estar oficialmente à venda e os lançamentos individuais de “Scar Tissue” e “Around the World” foram ambos significativos sucessos internacionais. Em 2002 sai o álbum “By the Way”, um disco que continua a estrela mais “poppie” de Californication, e que, por isso, prescinde dos ritmos de fusão que tão famosos os fizeram nos princípios dos anos 90. Graças a este disco, vieram para casa com dois galardões nos MTV Europe Music Awards: melhor actuação ao vivo e melhor grupo de rock. Também ganharam nos MTV Music Awards da América Latina como melhor artista rock internacional. Um EP em 2002 e outro em 2003 abriram as portas para uma compilação de grandes sucessos, editada em 2003. Desde essa altura até 2006, o grupo preencheu a longa espera sem material novo com um disco duplo ao vivo, ”Live at the Hyde Park”. www.facebook.com/jackpot.portugal

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Em 2009 Frusciante deixou novamente a banda e foi substituído por Josh Klinghoffer. O grupo lança o seu décimo álbum, I'm With You, em 29 de agosto de 2011, que estreou em 2º lugar na Billboard. Até dezembro de 2011, I'm With You vendeu pouco mais de 479 mil cópias nos Estados Unidos, sendo o sexto álbum de rock mais vendido do ano. Em abril de 2012, a banda foi entrou para o Rock and Roll Hall of Fame, onde viria a tocar algumas músicas com os antigos bateristas Jack Irons e Cliff Martinez. Até hoje, os Red Hot Chili Peppers já venderam mais de 520 milhões de álbuns em todo o mundo. O grupo detém o recorde de mais hits número um na Alternative Songs (12) e ganhou 6 vezes os Grammy Awards. Sabia que: - Anthony Kiedis, foi actor no filme F.I.S.T, interpretando o papel de filho de Sylvester Stallone? - O nome da banda surgiu porque eles adoravam comida mexicana com bastante pimenta (chili), Flea era fã da banda de apoio de Louis Armstrong "Red Hot Peppers" e Anthony Kiedis não poderia esquecer o nome da banda que tocou num pub em Londres, a "Chili Willy and the Red Hot Peppers”? - O pai de Anthony Kiedis era traficante de drogas e foi ele quem as “apresentou” ao vocalista? - Após recuperar da dependência de drogas, Kiedis se tornou vegetariano? - Os temas “Knock Me Down”, “My Lovely Man” e “Dosed” são homenagens a Hillel Slovak, o primeiro guitarrista dos RHCP? - Flea toca trompete, é um corredor nato (participou em maratonas) e ainda fundou um conservatório de música para crianças carenciadas? - Em 1994, Chad Smith obteve o recorde do Guinness Book por tocar a maior bateria do mundo até então - elaborada em 1994, a bateria era composta por 308 instrumentos, entre eles 53 tambores, 33 sinetas, 12 pratos, 8 tamborins, 6 gongos, 2 maracas e 2 triângulos, além de outros instrumentos? - Quando estão em tournée, Flea gosta de estar completamente nu no quarto do hotel? - Flea já foi supersticioso e, quando lia um livro antes de dormir, não o deixava aberto durante a noite, com medo que as ideias do livro lhe entrassem na cabeça? - Existem duas versões para a alcunha do baixista ser Flea: uma, em miúdo, uma vez cortou o cabelo de forma estranha, a outra é por ele estar sempre aos pulos em palco? - Num show realizado no Kit Kat Club, os elementos da banda entraram em palco completamente nus, apenas com uma meia colocada no respetivo órgão? - Que voltaram a fazer o mesmo para a capa do seu EP Abbey Road de 1988, reproduzindo a famosa pose dos Beatles, e esta viria a ser também a sua imagem de marca?

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UMA FAMÍLIA NO OESTE AMERICANO... Quando olho para esta série lembro a minha infância... Fui tão feliz nesta altura, brincávamos na rua sem a existência das maldades que hoje predominam! Esta familia tinha uma característica que falta nas famílias actuais, eram todos muito unidos e existia um amor incondicional entre eles! Charles pegou na sua mulher, Caroline, e nas suas filhas, Mary, Carrie, Laura e Grace, à procura do sonho americano, um pedacinho de terra e uma casa! O ambiente no oeste era perigoso, os mexicanos apropriavam-se das terras sem autorização e as lutas diárias eram uma constante! Mais tarde esta familia adoptou mais uma criança, Albert! Laura era a narradora desta história incrível e intensa! Nesta época tudo se vivia duma forma mais rebelde e acima de tudo mais verdadeira! Ainda agora comecei a escrever e já me vou ter de despedir, fico triste mas sempre mais animada porque volto para a semana novamente relembrando esta época tão deliciosa e feliz. Até para a semana!

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PUZZLE Puzzle é um jogo onde um jogador deve resolver um problema proposto. Neste tipo de jogo, o raciocínio é bem mais importante que a agilidade e a força física. Os puzzles são normalmente usados como passatempo. Acredita-se que a história começou quando no século XVIII um cartógrafo colou um mapa a uma tábua de madeira. Os primeiros puzzles eram desenhos feitos em tábuas de madeira que depois eram cortados em vários pedaços com uma serra. Atualmente, os mais comuns são feitos num qualquer tipo de papel resistente e possuem as mais variadas imagens impressas, sendo as mais comuns paisagens naturais, reproduções de obras de artes famosas e construções típicas de alguma cidade. A imagem é colada no papel e depois é cortada numa prensa, onde lâminas definem o formato das peças. Além dos puzzles de papel, atualmente também são comercializados os 3D, os que possuem ilusões óticas e os dupla-face.

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Bom dia, bom dia!! Hoje preciso de uma música que me ponha a mexer, e a sorrir, e também a dançar e recordar! Corria o ano de 1986 e eu, do alto dos meus 14 anos (sim, eu já nessa altura era uma moça crescida, de 1.70m), dancei e cantarolei (mal) esta música até à exaustão. Muitas festas de garagem, muitas festas de final de período (escolar, claro!), onde esta música tocou vezes sem conta. Para mim, os anos 80 foram a época de ouro da música, ou não tivesse eu crescido ao som deles. E claro está com a música vem o resto, as memórias! Memórias boas, por supuesto! Foi a altura do Forever Young dos Alphaville, das Gold Ballads dos Scorpions, do Missing You do Tom Waite, e tantas, tantas outras. Foi também a altura em que mais levei na cabeça, porque me enfiava no quarto a ouvir música em altos berros, dando com os meus pais em doidos. Mas, mais doidos ainda deram com o meu irmão, fã incondicional do Heavy Metal! Não devia ser fácil viver com estes dois adolescentes, ai não devia não! E, porque hoje é dia do Pai, data que me traz um amargo de boca desde o ano passado, tenho estas memórias ainda mais presentes, e relembro com saudades os ralhanços do meu Pai, quando dizia que nós não regulávamos bem e que ou baixávamos a música ou tirava-nos as aparelhagens! O que eu não dava para te ter agora a ralhar comigo, Pai.... E obrigada por todas as lições de amor que me deste! Até para a semana, esperemos com melhor disposição! Beijinhos, abraços e outras manifestações de carinho, mais ou menos próprias, a quem de direito, www.facebook.com/jackpot.portugal

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CORAGEM POÉTICA! Tive que ganhar coragem para fazer este Calhamaços de hoje. Até por isso, será talvez um Calhamaços mais curto do que o habitual, pois é também preciso ter alguma coragem - passe a imodéstia de o reconhecer - para escrever sobre poesia, para mais quando não se é especialista. É, aliás, de coragem que se precisa para ler poesia. Não daquela poesia corriqueira mesmo que sendo boa, da que se lê facilmente como quem toma café, que até pode ser muito agradável para ler na praia, relaxado. Falo de poesia como poucos conseguem criá-la. De poesia que, também não sendo daquela massuda, pesadona, chata, exige uma atenção, uma concentração indispensável para poder ser saboreada. Temos, felizmente, vários exemplos em português. Podia estar a referir-me à Florbela ou à Sophia, ao Pessoa ou ao O'Neill, ou ainda a uns quantos mais (a origem nortenha parece predominar nos meus gostos poéticos). Mas escolhi alguém que consegue escrever com elevada erudição sem contudo ser pedante; alguém que sabe as regras, mas não tem uma escrita de "receita" académica; alguém que utiliza um vocabulário fantástico sem chegar a ser rebuscado. E alguém que, de resto, é coerente porque é assim mesmo também no dia-a-dia. Ah! E podem testar esta minha opinião: é preciso ter coragem para ler Vasco Graça Moura com olhos de ler. (Alguns ficarão por aqui na leitura devido a ideias políticas contrárias ao que outros consideram ser o maior poeta português vivo. Aos desistentes porque sim, recordo que Florbela e vários outros eram, digamos, neurasténicos; Pessoa sofria de múltiplas personalidades; Camões era vesgo e de baixa condição social; etc.) Dizia eu que é preciso coragem para ler Vasco Graça Moura com olhos de ler. Eu tive-a por acaso, e não dei o tempo por perdido com (mais) este autor tripeiro que a vida levou para Sul. Ainda não consegui chegar à sua célebre tradução de Dante, mas VGM juntou-se aos nomes que acima refiro e a uns poucos mais que me fizeram gostar de poesia. Poesia daquela que não se lê de um trago, mas que se vai absorvendo, "travando" como um bom charuto. Porque é, a um tempo, prazenteira e meditativa. Daquela que se sente ter saído do âmago, que é feita www.facebook.com/jackpot.portugal

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de sentimentos sentidos e não somente escritos. E que, todavia, tanto pode falar de algo mais transcendente como de algo que, de tão banal, nunca terá focado o nosso pensamento. De amor, claro, muitas vezes, tal como de outros sentimentos, atitudes (incluindo a "Insinceridade"), mas também da Língua, da família, da efemeridade das certezas, de coisas sérias fazendo-nos rir (o "Testamento de VGM"), e tanto mais, com toques de ironia e maneirismo. A poesia de Vasco Graça Moura é um pensar alto que nos contagia. A páginas tantas, já não sabemos se o pensar é dele ou é nosso, e sorrimos de contentes com a coragem de o ter lido. Quando lemos o VGM poeta, não nos lembramos do atual presidente do Centro Cultural de Belém, do VGM que liderou as comemorações dos Descobrimentos Portugueses e a promoção da leitura na Gulbenkian, que foi secretário de Estado e eurodeputado, que é um cavaquista empedernido ou que continua a ser um valente defensor da Língua Portuguesa. Quando se lê alguma da sua poesia, percebe-se que também foi preciso coragem para escrevêla, deixando a nu pensamentos e intimidades, mas de uma forma que nos engrandece ao ser partilhada. Por isso, vá, coragem! Se a indecisão for muito forte, podem sempre optar pelos dois volumes da "Poesia Reunida" (1962-1997 e 1997-2010), publicados em 2012 para assinalar os 50 anos de vida literária do poeta. A título de aperitivo, aqui fica o "Auto-retrato com a musa": «vejo-me ao espelho: a cara severa dos sessenta, alguns cabelos brancos, os óculos por vezes já mais embaciados. sobrancelhas espessas, nariz nem muito ou pouco, sinal na face esquerda, golpe breve no queixo (andanças da gilette). ia a passar fumando mais uma cigarrilha medindo em tempo e cinza coisas atrás de mim. que coisas? tantas coisas,

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palavras e objectos, sentimentos, paisagens. também pessoas, claro, e desfocagens, tudo o que assim se mistura e se entrevê no espelho, tingindo as suas águas de um dúbio maneirismo a que hoje cedo. e fico feito de tinta e feio. quem amo o que é que pode fazer deste retrato? nem sabê-lo de cor, nem tê-lo encaixilhado, nem guardá-lo num livro, nem rasgá-lo ou queimá-lo, mas pode pôr-se ao lado e ter prazer ou pena por nos achar parecidos ou não achar. quem amo não fica desenhado, fica dentro de mim e é quando mais me apago deixo de me ver e apenas me confundo, amador transformado na própria coisa amada por muito imaginar. assim nem john ashberry, nem o parmegianino, nem espelho convexo, nem mesmo auto-retrato. só uma sombra que é na sombra de quem amo provavelmente a minha.

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quem amo tem cabelos castanhos e castanhos os olhos, o nariz direito, a boca doce. em mais ninguém conheço tal porte do pescoço nem tão esguias mãos com aro de safira, nem tanta luz tão húmida que sai do seu olhar, nem riso tão contente, contido e comovente, nem tão discretos gestos, nem corpo tão macio quem amo tem feições de uma beleza grave e música na alma flutua nas volutas de um madrigal antigo em ondas de ternura. é quando eu sinto a musa pousando no meu ombro sua cabeça, assim me enredo horas a fio e fico a magicar. - Vasco Graça Moura»

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ESTAVA A VER QUE NÃO... Hoje esteve mesmo para não haver SÓTÃO. Porque a vida é um corrupio e o tempo escasseia... Porque.... e porque... blá, blá, blá. Depois dá nisto: não há ideias. Lembrei-me de falar da maravilhosa Professora que tive na Escola Primária. Mas não pode ser. Isso já foi nos longínquos anos 60... Podia, quiçá, falar daquele professor de Ginástica que me chamava Génio, porque tinha jeitinho para (quase) todos os desportos. Mas não. Não te ponhas para aqui a gabar. Água benta e presunção... Que tal lembrar os famosos jogos de dominó lá em casa, com o Pai? Mas também não é grande ideia. Ele ganhava sempre... E porque não falar do meu amigo Mendonça que, num lamentável acidente de trabalho a cinco minutos do fim-de-semana, ficou sem um braço? E da sua forma, apesar de tudo, positiva e alegre de encarar a vida. A ponto de, num jogo muito sofrido, o Boavista finalmente marcar o golo da vitória e ele, num pulo de alegria, gritar: "Ai que se eu tivesse os dois "bastelos" até batia palmas"! Sim, se calhar era engraçado... E que tal lembrar aquela vez em que fui com a namorada ao Carnaval de Ovar? Só nós dois e mais uns cinquenta... A hora limite de chegada, fixada pelo pai dela, eram as nove da noite. E chegamos depois das onze... Bolas! É melhor nem lembrar. Pois é! Está visto que hoje não sai nada. Paciência, meus amigos. Hoje deixo-vos com uma não-crónica. www.facebook.com/jackpot.portugal

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Aproveito, pelo menos, para vos desejar uma Primavera florida e solarenga. E agora, se não se importam, vou jantar. Beijos e abraços e até para a semana.

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CAFÉ GUARANY Espaço de convívio, tertúlias e cultura desde a sua fundação, em 2003 o Guarany foi totalmente restaurado, buscando um compromisso entre a tradição e a qualidade de serviço. Uma das paredes passou a ostentar pinturas de Graça Morais. Fundado em 1933, o Café Guarany, mais conhecido como o café dos músicos, destaca-se por ter um ambiente muito especial, resultado do compromisso entre a tradição, a qualidade de serviço e o espírito artístico que desde cedo pautou a sua existência. Sempre fora um espaço de convívio, tertúlias, cultura. Hoje, aliando essa tradição à modernidade, temos um espaço singular, onde a organização de eventos continua a ser uma constante. A 29 de Janeiro de 1933, quando se inaugurou o Café Guarany, o arquiteto Rogério de Azevedo foi o autor da remodelação que contou com a decoração do escultor Henrique Moreira que executou o famoso alto-relevo em mármore do Índio, o qual soube trabalhar com mestria. Guarany relembra os índios da América Meridional que outrora dominaram a região hoje ocupada pelo Paraguai, Paraná e Uruguai. A invocação tropical do Guarany tem a sua razão de ser numa alusão ao Brasil do século XX como primeiro produtor mundial de café. Na década de 1930 assistiu-se ao surgimento massivo de cafés no Porto. Alguns concentraram-se na Avenida dos Aliados anunciando programas modernos, como o café Sport, dirigido a adeptos desportivos, outros apresentavam propostas atualizadas de serviço de caférestaurante em ambiente sonoro. Estes cafés surgem em sequência dos cafés requintados que www.facebook.com/jackpot.portugal

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fizeram voga nos “Anos 20” - época em que o Majestic (1921) dominava, retratando a Arte Nova. Foi no contexto renovador da Avenida dos Aliados que em 29 de Janeiro de 1933 se inaugurou o Café Guarany. Numa época em que o café se afirmava, na evolução do botequim, como um local onde se efetuavam transações comerciais, funcionando como meio proliferador de ideais políticos e de fontes de informação jornalística, a ele se fidelizavam clientes de certas profissões liberais ou adeptos de facões ideológicas. Por conseguinte, a localização do Guarany na Avenida dos Aliados constitui um fator determinante na definição do seu género de frequência: uma clientela seleta onde se contavam intelectuais e homens de negócios.

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