Agronegócios - E-commerce no Agronegócio

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E-Commerce: Oportunidades para um Agronegócio

Resposta Técnica

O potencial do comércio eletrônico Segundo o relatório Web-Shoppers 2014 da E-bit, o mercado brasileiro de e-commerce movimentou cerca de R$ 28,8 bilhões em 2013, apresentando um crescimento de 28% em relação a 2012. E com o desenvolvimento da tecnologia, a facilidade de acesso à internet e os novos consumidores, que já nasceram em um mundo conectado, esse número só tende a crescer nos próximos anos.

Nessa Resposta Técnica o empreendedor terá contato com orientações necessárias para um bom desempenho no comércio eletrônico e como aproveitar novas oportunidades nessa modalidade.

/ Esse aumento contínuo e exponencial é um caminho sem volta, potencializado por alguns dados:

88,3 milhões de compras via internet em 2013, um aumento de 32% se comparado ao ano de 2012

cosméticos

9,1 milhões de pessoas realizaram sua primeira compra online em 2013, aumentando em 51,3 milhões o número de consumidores que em algum momento já fizeram compras on-line.

2,5%

moda e acessórios

eletroeletrônicos

Os setores que mais comercializaram foram

perfumaria

de todas compras on-line em janeiro de 2013 foram concluídas via smartphones. em Dezembro do mesmo ano, esse percentual já alcançava 4,8%

400% cuidados pessoais

é a previsão de aumento nas vendas de smartphones para os anos de 2014 e 2015

saúde Fonte: Relatório E-bit, 2014.

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Diante desse cenário, o agronegócio pode aproveitar novas oportunidades com o desenvolvimento do comércio eletrônico. Como visto, os produtos alimentícios não figuram entre os mais vendidos pelo e-commerce, o que revela um mercado em potencial. Além disso, existe uma grande parcela de consumidores que passaram a utilizar o comércio eletrônico recentemente, podendo ser incentivados a comprar os produtos do agronegócio nos próximos anos. Por fim, esses dados revelam também um mercado aquecido para as Olimpíadas Rio 2016, podendo ser um grande momento para os pequenos negócios expandirem suas atividades no e-commerce e gerarem novos negócios. Assim, é natural que as empresas queiram aproveitar as oportunidades oferecidas pela internet, porém, como diferenciar-se nesse mercado cada vez mais competitivo? E como aproveitar essa possibilidade de comércio eletrônico para o agronegócio?

O sucesso de uma boa empresa de e-commerce está muito conectada a esta paixão pelo cliente e uma excelência na execução de tecnologia e de operações bem definidas. Guia E-commerce APADi

O e-commerce no agronegócio O comércio eletrônico é uma realidade que, além de apresentar rápido crescimento, abre um grande leque de oportunidades aos empreendedores. Nos segmentos de varejo e serviços essa modalidade é amplamente utilizada e o agronegócio também pode fazer parte desse momento ao utilizar o e-commerce como estratégia de mercado. O agronegócio representa um dos segmentos mais amplos da economia nacional e traz consigo diversas oportunidade e potencialidades para quem quer empreender virtualmente. Os empreendedores devem estar atentos nos meios de comercialização, para que possam atingir novos mercados. / O comércio eletrônico é um dos meios de venda que mais crescem pois conta com diversas oportunidades aos consumidores, como: Comodidade na compra dos produtos e serviços. Contar com uma loja aberta 24 horas por dia e 7 dias na semana. Poder acessar a loja em qualquer momento do dia, no conforto de sua residência ou onde estiver. Facilidade na pesquisa comparativa de preço e qualidade. Fonte: Sebrae.

/ Exemplos de produtos com oportunidade A lista de produtos com potencialidade para o comércio eletrônico é extensa. Como exemplo, produtos orgânicos, frutas e hortaliças frescas, iguarias utilizadas na cozinha gourmet como pimentas, temperos especiais podem ser comercializados virtualmente. Com isso, os empreendedores podem contar com 4 formas de explorar o comércio eletrônico: 2


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Foco em um produto Nessa modalidade, o empreendedor comercializará apenas o que for produzido em sua propriedade rural. Como exemplo, os pequenos negócios podem vender os vinhos, em embalagens adequadas, diretamente ao consumidor final. Explorando a cadeia produtiva Nesse caso, o empreendedor poderá comercializar diversos produtos de uma mesma cadeia produtiva. Como exemplo, o café traz consigo uma grande variedade de produtos e acessórios para e-commerce. Nesse caso, existe a possibilidade de comercializar grãos selecionados prontos para o consumo, com certificação e rastreabilidade, além de acessórios, como cápsulas de café, xícaras especiais, garrafas térmicas, livros sobre o produto, entre outros. Ou seja, cria-se uma rede de produtos com potencial para agregar valor em uma loja virtual especializada, ampliando as chances de fortalecimento, não somente da loja virtual, mas torná-la referência a quem procura café e seus agregados de qualidade.

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Utilizando produtos com alto valor agregado Nessa modalidade, para diferenciar-se da concorrência e do varejo de alimentos, os empreendedores podem comercializar produtos com alto valor agregado. Ou seja, buscar uma diferenciação que torne o produto único no mercado. Como por exemplo, os produtos orgânicos. Nessa área, além da certificação e a rastreabilidade de origem, o consumidor espera receber os produtos frescos e com comodidade. Agregar um serviço de entrega a domicílio (delivery) pode ser um diferencial, principalmente em grandes centros, onde a rotina estressante faz com que se evite deslocamentos.

Para se ter sucesso nessa empreitada é preciso muito planejamento e estudo de mercado.

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Formando parceria com outros produtores Por fim, os produtores podem explorar o comércio eletrônico em parceria com outros empreendedores, explorando produtos com alto potencial de venda em conjunto. Como exemplo, os vinhos, espumantes e queijos, que podem ser comercializados em um mesmo portal. Nesse caso, os produtores que participarem dessa parceria devem ter potenciais produtivos semelhantes, para que não haja excesso ou falta de estoque. Ficou interessado nessas modalidades? Os empreendedores que desejarem aplicar o comércio eletrônico em suas atividades devem buscar auxílio no Sebrae de sua região para a avaliação de uma possível implementação e iniciar o processo da melhor maneira possível.

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Como preparar um e-commerce

Um bom trabalho em e-commerce inicia-se no planejamento do projeto e vai até a gestão do conteúdo, passando por plataformas existentes no mercado, além de questões delicadas de logística e da entrega efetiva de produtos e serviços. Não raramente, proprietários de pequenos agronegócios sentem dificuldade nesse tema, isso é normal, afinal, o ambiente virtual para muitos é uma grande novidade. Nesse caso, aconselha-se buscar informações com empresas e consultores especialistas no assunto, palestras e seminários.

Uma grande possibilidade para os empreendedores do agronegócio, que desejam investir no comércio eletrônico, é o projeto “Primeiro E-commerce”, uma parceria entre o Sebrae e o Mercado Livre.

Dica! Para conferir as principais dificuldades do comércio eletrônico no Brasil, que podem ser enfrentadas por sua empresa, confira a pesquisa O cenário do e-commerce brasileiro com 201 empresas de pequeno, médio e grande porte de diversos segmentos.

Primeiro E-commerce O projeto surgiu de uma parceria entre o Sebrae e o Mercado Livre, em que ambos têm como objetivo oferecer aos empreendedores a oportunidade de criar uma loja virtual. Sempre com apoio de uma plataforma amigável, intuitiva, rápida e grátis. Todas as informações sobre o comércio eletrônico são agrupadas em um grande portal, que é atualizado sistematicamente com dicas para os empresários, informações do meio virtual, estatísticas e dados sobre o e-commerce. Nessa parceria, o Sebrae fornece capacitações ao empreendedor por meio de cursos on-line. A instituição oferece temas como: internet para pequenos negócios, atendimento ao cliente, aprenda a empreender e análise e planejamento financeiro, além de notícias e vídeos temáticos disponibilizados na TV Sebrae. Já o Mercado Livre repassa tecnologia através de sua plataforma, hospedagem da loja virtual, meios de pagamento e divulgação. Além de ser referência em comércio eletrônico no país, o Mercado Livre tem como público-alvo também os pequenos negócios.

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Com isso, a adesão ao projeto Primeiro E-commerce traz vantagens importantes ao empreendedor, tais como: a) A facilidade em criar uma loja on-line: após o cadastro da empresa, que deve ser formalizada, a plataforma oferece um passo-a-passo que auxilia na criação e personalização da plataforma virtual. Dessa maneira, o empreendedor não necessita de conhecimento em criação de sites, mas sim conhecimento intermediário em informática. b) Gratuidade permanente na criação e hospedagem: o Mercado Livre compromete-se a manter o site da loja virtual sem custos aos pequenos negócios. c) Pagamentos das compras facilitados: através do Mercado Pago, solução de pagamento adotada pelo Mercado Livre, o consumidor tem a possibilidade de realizar o pagamento com qualquer bandeira de cartão, podendo parcelar suas compras em até 12 vezes, ou então realizar o pagamento via boleto bancário.

A plataforma, por sua vez, cobra uma taxa de 4,99% sobre o valor de cada venda. Valor considerado competitivo se comparado às facilidades e à segurança tanto do comprador quanto dos empresários em realizar a transação.

d) Facilidade em marketing: o projeto inclui ainda facilidade no marketing da loja virtual, área considerada de extrema importância nesse segmento. Aqui vale a velha frase “Quem não é visto não é lembrado”, nesse caso, o que não é visto não é comprado. A plataforma oferece a possibilidade de compartilhar as ofertas em redes sociais digitais e, ao clicar na oferta, o potencial cliente é direcionado diretamente à loja virtual. Além disso, cada loja virtual recebe três anúncios grátis no Mercado Livre, sendo que cada anúncio ficará on-line por um prazo de 60 dias. e) Controle de estoques: a plataforma do Mercado Livre auxilia nesse delicado processo, pois ao cadastrar um produto o empresário já cadastra seu volume em estoque e esse saldo é atualizado a cada venda, facilitando o empreendedor a controlar seus estoques e não realizar vendas que não possa cumprir.

Dica 1! É de extrema importância que o empreendedor invista seu tempo nas capacitações que o Sebrae oferece de forma personalizada a esse público. São diversos cursos, vídeos e materiais para leitura relacionados a temas como marketing, logística, gestão de estoque e contato com clientes. O objetivo aqui é capacitar o empreendedor a vender mais e melhor, alinhado sempre às tendências do mercado. Dica 2! Um dos principais erros das lojas virtuais é a gestão da logística. Essas informações e estratégias têm que estar muito claras para o empreendedor, a fim de criar alternativas para o produto chegar com segurança e rapidez ao comprador. Trazendo, assim, comodidade e satisfação ao cliente e tranquilidade e credibilidade à loja virtual. Confira a Resposta Técnica sobre logística, publicada no portal Sebrae 2014. 5


Casos de sucesso

Fonte: Campos de cima. Disponível em: goo.gl/4tpPCz. Acesso em: 28 de julho de 2014.

/ Vinícola Campos de Cima O primeiro exemplo de implantação de e-commerce em produtos ligados ao agronegócio vem do Rio Grande do Sul. Trata-se da vinícola Campos de Cima, de Itaqui, que abriu em seu site um espaço para loja virtual e venda direta ao cliente final. Para Pedro Candelária, diretor comercial da Campos de Cima, a ideia de fazer a venda direta pelo site surgiu por causa da preocupação com o preço do produto, considerado elevado no Brasil. Com essa estratégia, e a possibilidade de venda virtual, são eliminados os atravessadores, o que acaba diminuindo o custo da garrafa. “Queremos chegar ao consumidor com um valor mais competitivo, e uma das opções foi a venda on-line”, explica. Para Candelária, a plataforma virtual representou cerca de 30% de seu faturamento nos meses de novembro e dezembro de 2013, época favorável à compra do vinho para consumo. “Isso sem contar pessoas que nos dizem que visualizam o produto na loja virtual e preferem contatos por telefone ou e-mail para comprar o vinho. Queremos esta proximidade maior com o consumidor, criando uma legião de amigos. Isso ajuda na fidelização do cliente”, completa (Jornal do Comércio, 2014). / Laranjas Online A produção e comercialização de laranja vêm enfrentando grandes desafios econômicos em todo o país e também no mercado internacional. No momento em que muitos produtores estão abandonando a cultura, no interior do estado de São Paulo, Pedro Conde e a filha, Alessandra Conde Sondré, decidiram inovar, reinventaram-se ante a crise e apostaram no ambiente digital. Desde a criação de uma loja virtual, os negócios não param de trazer bons resultados e bons frutos, literalmente. “Eu não imaginava que ia dar certo. Para mim, a fruta é uma coisa que você precisa ver, é uma coisa palpável. Ter pessoas acreditando no produto é muito legal. Além dos clientes, fui criando amizades, hoje tenho clientes que considero amigos”, diz Alessandra. Fonte: RuralBR, 2013.

O produtor conta que um caminhão foi comprado exclusivamente para as entregas. Pelo menos duas vezes por semana ele sai carregado da fazenda e vai diretamente para São Paulo. Na capital, ele tem diversos destinos e os clientes adoram.

Fonte: laranjas online. Disponível em: goo.gl/ijYg8G. Acesso em: 28 de julho de 2014.

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A médica Daniele Valetre compra um saco da fruta pelo menos uma vez por semana. Ela conta que na casa dela não entra suco em caixinha (RuralBr, 2013).

Ações recomendadas

União A criação de um ambiente virtual é um ótimo momento para estreitar laços com outros produtores e agroindústrias, aproveitando a oportunidade para comercializar produtos em conjunto, desenvolver uma logística de entrega, reduzir custos, entre outros benefícios. Para mais informações, confira a série Empreendimentos Coletivos: cooperar para competir. Avaliação do cliente Ingressar no mercado com uma nova alternativa de produto já existente é sempre uma tarefa desafiadora. Contudo, existe uma etapa que faz parte da estrutura de processos de uma loja virtual, que é muito útil para determinar as decisões que serão tomadas durante o avanço da loja. Essa etapa é a avaliação do cliente e nela você solicitará ao cliente, que visitou e/ou realizou uma compra, um feedback sobre a experiência de navegação no site, se encontrou o que procurava, o que achou da experiência de navegação e da entrega, por exemplo. Para mais informações, confira a cartilha de Pesquisa de mercado. Visibilidade Atente-se para a otimização da sua loja nas ferramentas de busca, isso garantirá que o cliente localize a empresa facilmente. Para mais informações, confira o projeto Conecte seu Negócio. Confiança Para ter sucesso no comércio eletrônico é preciso que o cliente tenha total confiança e segurança na sua empresa. Portanto, oferecer meios de pagamento digitais seguros é essencial. Além disso, as certificações em e-commerce podem auxiliar nesse momento, como, por exemplo, a Certificação e-bit, utilizada por sites de comparação de preços, como o Buscapé. Território de atuação O território em que a loja vai atuar é de extrema importância. Assim, a partir dessa definição, sua loja vai apresentar as formas e prazos de entrega dos produtos. Portanto, a definição desse território será avaliada com o planejamento da logística, uma forma prática é trabalhar com um mapa subdividido por raios de atuação, tempo previsto de entrega e custos logísticos.

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Eventos/atualização As mudanças no mercado de e-commerce ocorrem com uma rapidez impressionante, por isso, é recomendável ao empresário assinar revistas especializadas, acessar portais e reportagens sobre o assunto, além de participar de eventos que abordem o e-commerce e suas tendências. Leitura Acesse o relatório Relatório Web-Shoppers 2014 da E-bit e conheça os dados de 2013 e as tendências para 2014/15. Incentive os consumidores Por fim, os pequenos negócios podem mostrar aos potenciais consumidores as facilidades e benefícios em adquirir produtos do agronegócio pelo e-commerce. Essa ação poderá potencializar as chances dos consumidores comprarem o produto no ambiente digital e não nas lojas físicas.

Empreendedor, o comércio eletrônico é uma grande oportunidade para o agronegócio, porém que demanda muito planejamento e estruturação da empresa. Por isso, conte com o apoio do Sebrae de sua região, a instituição possui consultores especialistas prontos para auxiliá-lo.

Sua opinião faz a diferença! Por isso o Projeto de Inteligência Competitiva do Programa Sebrae 2014 quer saber mais sobre suas expectativas e satisfação. Responda a breve pesquisa que elaboramos especialmente para você e seu negócio!

SEBRAE

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

www.sebrae2014.com.br

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões Diretor-Presidente: Luiz Barretto | Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos | Fotos: banco de imagens

Participar

UAMSF – Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros UAGRO – Unidade de Atendimento Coletivo - Agronegócio Conteúdo: Jardel José Busarello

facebook.com/sebrae2014 twitter.com/sebrae_2014


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