Apicultura - Apicultura Migratória

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Apicultura boletim de tendências ABRIL | 2014

Apicultura migratória Estratégia na intensificação produtiva Atualmente, na apicultura nacional, a necessidade de profissionalização e intensificação se mostram frequentes, independentemente do grau de tecnificação do apicultor. O desafio é produzir uma maior quantidade, com mais qualidade e rentabilidade, mantendo as diretrizes de uma produção ecologicamente correta e socialmente integrada. Uma das técnicas empregadas para obtenção desses resultados é a apicultura migratória e sua aplicação vem demonstrando ser uma importante estratégia no auxílio à intensificação produtiva e aumento dos resultados econômicos aos pequenos apicultores.

Pontos primordiais da apicultura migratória

Equipamentos e manejo diferenciados

A técnica altera a localização das colmeias que formam o apiário, enviando-as momentaneamente a lugares que apresentem adequadas condições de produção e polinização.

Apicultura fixa

Sanidade de todo o sistema

Logística

Abelha rainha

para o manejo e colheira

e sua vida útil produtiva

Veículo

Apiários

adaptado para transporte

reforçados para viagem

Principais diferenças das técnicas produtivas

18 a 20 kg/mel/ano/colmeia

Produtividade

80 a 100 kg/mel/colmeia/ano

50.000 abelhas/colmeia

População

80 a 100 mil abelhas/colmeia

18 a 24 meses

Vida últil da rainha

14 a 16 meses

Langstroth normal

Colmeia

Langstroth reforçada

Apenas para colheita

Transporte

Veículo adaptado

Intensivo sazonal

Manejo

Durante todo o ano

Fonte: Cláudio Alfenas. Apicultura convencional x migratória (2012)

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Apicultura migratória


Floradas nas imediações apícolas um fator determinante para níveis satisfatórios de produção Para aumentar seu rendimento produtivo e rentabilidade com a cultura o produtor necessita intensificar a produção. Uma das técnicas é a adoção da apicultura migratória, como explicado na página anterior. Este deslocamento estratégico de colmeias está ligado diretamente à produção constante de várias floradas durante o ano e com a quantidade de meses com flora disponível que cada enxame terá durante um ano produtivo.

Maior acompanhamento

Uma estratégia montada

na apicultura migratória. O apicultor deve intensificar seu acompanhamento em relação à qualidade e quantidade das floradas disponíveis no local atual do apiário.

com um calendário detalhado das floradas regionais, o produtor constrói sua estratégia de migração e busca uma florada mais adequada para o período.

Duas formas principais de explorar as floradas: A partir da técnica monoflorais, com uma única espécie de flor como eucalipto, seringueiras e laranjeiras e multiflorais, diversas espécies e geralmente compostas por floradas nativas.

As diferentes floradas a serem estudadas para a apicultura migratória Florada de laranjeira

Diferença no mel: para apicultores experientes e especialistas em botânica e apicultura, trata-se de um mel diferenciado em sua qualidade sensorial, com um sabor mais acentuado e característica suave. Produção: monofloral é originada na instalação de colmeias estrategicamente localizadas no interior dos pomares e também ao seu redor, em épocas de pouco manejo com as laranjeiras. Calendários florais: acontecem a partir do segundo semestre, dependendo a espécie. A variedade pêra-rio, por exemplo, floresce entre agosto e setembro e a florada tem duração de duas a três semanas. Já a laranja Natal, floresce entre outubro e novembro, apresentando também, em média, duas semanas de floração. Fonte: Marcelo Coelho Sekita. Floração de laranjeira “valência” com variação de carga pendente (2008)

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Florada de eucalipto Características: a flora de eucalipto é caracterizada pela presença de muitas flores brancas na árvore. É um dos principais destinos para a apicultura migratória, principalmente nos estados de SC, PR e SP, onde apicultores, anualmente transportam milhares de caixas para florestas em floração. Diferentes tipos: não são todas as espécies de eucaliptos que florescem de forma permanente e em quantidade satisfatória à apicultura, mas grande parte deles produz uma excelente quantidade de néctar, o que facilita a larga produção e polinização pelas abelhas melíferas. Local de instalação: a escolha da área deve ser feita com critérios técnicos quanto à qualidade da florada, acesso as florestas e estágio de crescimento da planta, certificando-se que as mesmas não estão próximas do seu período de corte. É comum notar apiários migratórios instalados no interior das florestas de eucalipto, porém próximos a matas nativas, essa estratégia visa auxiliar na variação das características do mel, que poderá ser colhido entre a cor âmbar claro e escuro, entretanto não apresenta diferenciação substancial no sabor, o qual é mais acentuado que o de laranjeira, mas igualmente rico nutricionalmente. Fonte: Tume. O eucalipto e a apicultura

672 espécies de eucalipto classificadas em todo o mundo, e boa parte delas apresenta potencial apícola. Sua floração é bastante variável quanto ao clima e a localização. Exemplos são os eucalyptus saligna e tereticornis que nos meses de agosto a setembro e abril a setembro, respectivamente, florescem na região Sul do país. Fonte: Camila Santos Doubek Lopes. Caracterização da madeira de três espécies de eucalipto para uso em movelaria (2007)

Florada silvestre A flora mais importante: é responsável por grande parte do mel produzido e auxilia de forma direta em sua prevenção, pesquisa e reconhecimento perante a sociedade civil e pesquisadora. Tipo de mel: o mel obtido dessa flora possui cor, aroma e sabor variados de acordo com sua flora predominante ou a junção de várias delas. Nesse tipo de florada raramente é possível distinguir uma tendência floral, o que deixa o mel com uma característica peculiar. Um ponto de destaque é que a introdução das colmeias nesse ambiente ocorre de forma planejada para manter a sustentabilidade e a permanência do apiário por um longo período. Fonte: Gabriela Garcia Batista Lima. A conservação de fauna e da flora silvestres no Brasil: a questão do tráfico ilegal de plantas e animais silvestres e o desenvolvimento sustentável. (2007)

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Apicultura migratória em Santa Catarina Um dos exemplos de apicultura migratória com resultados positivos é o da Associação de Apicultores de Içara (API), pequeno município catarinense. Para o presidente da API, o empresário rural Agenor Castagna, a cidade de Içara é uma grande produtora de mel na região, mas como as abelhas dependem das condições climáticas para trabalhar, é favorecida somente durante o período que corresponde ao outono e ao inverno, quando as abelhas produzem o mel na região litorânea. Por isso a necessidade de fazer o trabalho migratório. Veja abaixo como funciona o trabalho da região com a apicultura migratória:

Transporte das abelhas Içara 48% de mel produzido

Serra 52% de mel produzido

A produção é dobrada com a aplicação da técnica, excluindo ainda a necessidade de complemento alimentar e promotores de crescimento, comumente utilizados em momentos de baixa disponibilidade de alimento para as abelhas.

A produção de mel na Serra é até mais lucrativa do que no Litoral porque na região serrana o sol nasce mais cedo e o pôr do sol acontece mais tarde, o que faz parecer que o dia é mais longo e, portanto, as abelhas trabalham por mais tempo. Produtor Alcides Rosso Fonte: Vanessa Amando. Mudança de ares para garantir a renda do apicultor (2014)

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AÇÕES RECOMENDADAS

Para a apicultura migratória catarinense as cidades mais procuradas para a instalação de apiários migratórios são: Bom Retiro, Urubici, São Joaquim, Painel e cidades da Serra Gaúcha. Desta forma, procure grupos regionais de apicultores migratórios para auxílio na diluição dos custos de transporte e mão de obra; A presença de polinização através da apicultura migratória aumenta em grande escala, por isso busque produções e fruticultores regionais e discuta possíveis parcerias;

Existem diversos cursos sobre o tema disponíveis em várias modalidades, de vídeo-aulas a presenciais, portanto procure o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e mantenha-se atualizado sobre o assunto. Procure orientações sobre a Emissão do Guia de Transporte Animal (GTA) em Santa Catarina, onde o órgão fiscalizador é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc); O SIS possui também o relatório “Apicultura migratória” que oferece outras orientações sobre o tema.

Apicultura boletim de tendências ABRIL | 2014

Coordenador: Marcondes da Silva Cândido Gestor do Projeto: Douglas Luís Três Conteudista: Jardel José Busarello SEBRAE Santa Catarina Endereço: SC 401, KM 01, Lote 02 Parque Tecnológico Alfa - João Paulo CEP: 88030000 - Florianópolis – SC Telefone: 48 3221 0800

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