Leite - Estresse Térmico

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Leite relatório de inteligência novembro | 2013

Estresse térmico como amenizar seus efeitos Uma série de parâmetros como produtividade, qualidade, composição, crescimento, reprodução e saúde do rúmen são influenciados pela ação do estresse térmico na bovinocultura de leite, resultando em um impacto negativo financeiramente. A adoção de um plano de ações visando a redução dessa influência no sistema produtivo é de extrema importância para minimizar as perdas financeiras e agregar bem estar aos animais e trabalhadores envolvidos.

US$ 900 milhões/ano é o impacto nas fazendas leiteiras dos Estados Unidos por conta do estresse térmico nos animais

Quedas de 19% na gestação em lotes de vacas no verão americano de 2010. Ocasionando consequências financeiras preocupantes na produção

Fontes: Michelle Rhoads (2009), Virginia Polytechnic Institute and State University e Rhoads (2009)

O termo “estresse” se caracteriza por influências externas ao sistema corporal, que tende a modificar seu estado interno em relação ao seu normal e/ou de repouso. Estresse térmico ou Estresse calórico é o efeito ocasionado por temperaturas acima ou abaixo do sistema fisiológico de um animal

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Fatores que contribuem para o estresse térmico identificando o problema Fontes: Confinamento de bovino leiteiros (1993) e Rumen acidosis, causes and remedies (2006)

Reduções na ruminação, devido a diminuição de ingestão de alimentos e maior tempo de respiração e na absorção de nutrientes.

8 a 12% É quantidade reduzida de alimentos ingeridos por animais expostos a altas temperaturas.

Acidose ruminal Baixo PH do rúmen, abaixo de 5,8 diminuindo a digestibilidade e em épocas mais quentes, comprometendo a gordura produzida para o leite.

Laminite Processo inflamatório das estruturas sensíveis do casco do animal.

8 a 24°C é a temperatura ambiente ideal para bovinos leiteiros, acima ou abaixo os animais começam a utilizar a energia para dissipar ou aumentar o calor corporal

Diagnóstico na prática O comportamento dos animais com estresse térmico

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Respiração com movimentos aumentados e animais deitados por mais tempo

Alimentaçâo em menor quantidade com o animal permanecendo na sombra

Fluxo sanguíneo

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cutâneo aumenta e o fluxo sanguíneo dos órgãos internos diminui

Cansaço extremo com os animais sem disposição para se levantarem

Consumo de água

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aumenta e a ingestão de matéria seca diminui

Acidose corporal

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e a temperatura estarão acima dos parâmetros fisiológicos normais


O estresse térmico e a relação da frequência respiratória e da temperatura Frequência respiratória

Temperatura

Níveis de Estresse

Abaixo de 30 respirações / minuto

38,3 °C

Não há estresse

45 a 65 respirações / minuto

38,4 a 38,6 °C

O estresse está sob controle, o apetite, a reprodução e a produção estão normais

70 a 75 respirações / minuto

39,1 °C

Início do estresse térmico, menor apetite, mas a produção e a reprodução estão estáveis

80 a 90 respirações / minuto

40,1 °C

Estresse acentuado, cai o apetite, a produção diminui, os sistemas de cio quase desaparecem. É o início do problema

100 a 120 respirações / minuto

40,9 °C

Estresse sério, grandes perdas na produção, a ingestão diminui 50% e a fertilidade pode cair para 12%

Acima de 120 respirações / minuto

41 °C

Estresse mortal, as vacas expõem a língua e babam muito, não conseguem beber água e se alimentarem

Fonte: Embrapa Gado de Leite

Plano de ação contra estresse térmico ações para minimizar este problema

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Áreas de descanso

Criação de raças específicas

Quando os animais estiverem agrupados em lotes é preciso proporcionar comedouros cobertos e áreas propícias para descanso com bebedouros próximos, sombreados e de fácil acesso, além de amplas áreas sombreadas para a circulação.

Outra forma de diminuir os efeitos do estresse calórico é a criação de animais de raças menos sensíveis ao calor, seus híbridos e a utilização de programas nutricionais específicos para tal situação.

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Água de qualidade

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O consumo de água é também um importante auxílio para a manutenção da temperatura corporal adequada para os animais e ligada diretamente a produção de leite. Dessa forma, é essencial a disponibilidade de água limpa, fresca e de alta qualidade microbiológica durante todo o ano, porém em especial nos meses quentes. Os cuidados com a água são extremamente simples e baratos, mas apresentam papel fundamental em auxiliar na manutenção dos animais mais frescos e confortáveis.

87%

da composição de leite é água

50%

é o aumento no consumo de água pelos animais com estresse térmico

Clique aqui e acesse o relatório do SIS sobre a importância da água na produção leiteira e saiba mais sobre esta importante fonte para a atividade.

Arborização na área de produção

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No sistema de controle natural, deve-se oferecer arborização em toda a área de produção, sempre visando a diminuição da carga térmica ou radiação. Porém, a arborização deve ser adequadamente planejada, a fim de não impedir a ventilação natural da região, mas proteger os animais da insolação bem como de ventos frios em períodos mais amenos do ano. Clique aqui e veja os novos conceitos sobre manejo da pastagem para bovinos leiteiros postado no SIS em maio 2013.

O local apropriado

4 a 15 m²

Proporcionar sombra, ventilação e refrigeração aos animais é o método mais prático para reduzir os efeitos do estresse térmico.

É quantidade de área com sombra indicada por animal em climas temperados, dependendo da espécie escolhida.

Recomenda-se árvores que apresentem folhas delgadas, que não percam as folhas no verão e que tenham crescimento rápido e frutos não tóxicos; Em sistemas de confinamento ou semi-confinamento, as árvores devem funcionar como cortinas de proteção, mas também podem servir ao sombreamento parcial do telhado; Árvores são consideradas um investimento a médio/longo prazo, além de proporcionar sombra, podem ser planejados cortes futuros para obtenção de madeira, lenha ou até mesmo para mourões destinados a construções de cercas e curral; As árvores podem beneficiar o crescimento e a qualidade das pastagens, devido ao microclima e ao entorno delas apresentar maior umidade aérea e subterrânea; Os galhos mais baixos das árvores devem ser podados, facilitando assim a ventilação e a dissipação do calor próximo aos animais; Sugere-se a criação de um centro de manejo para instalar as vacas em horários quentes dos dias de verão (10 às 16 horas), neste local devem estar dispostos os comedouros para a alimentação de inverno, saleiros, bebedouros e muita sombra (50 a 80 m² animal); Em casos em que não é possível a instalação de um centro de manejo por falta de árvores, é necessário a utilização prévia de sombrites, até o crescimento das árvores.

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Instalações um dos fatores mais importantes para o combate ao estresse térmico As instalações devem minimizar as situações de desconforto ou mesmo estresse térmico aos animais, apresentando espaços adequados para repouso, exercício e para circulação. Algumas recomendações são importantes:

Áreas sem paredes

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Podendo ser utilizadas cortinas para proteção de chuvas e em dias mais amenos, sendo recolhidas no verão.

Altura do local

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A orientação das instalações no sentido Norte a Sul, pois o sol nascente abrange uma lateral de canzis e comedouros.

Utilização de sombrites

Pintura do telhado

A entrada do ar será facilitada podendo haver redução de 6 a 8°C em dias muito quentes com a utilização dessa simples estrutura.

Pode interceptar mais de 75% da radiação solar e cerca de 70% da carga térmica incidente, principalmente em áreas de espera pré-ordenha ou em corredores.

Com tinta branca facilita a reflexão de raios solares e pode reduzir a temperatura interna da instalação em aproximadamente 2°C.

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Apresentam maior isolamento térmico, seguidas pelas de zinco, sendo mais desconfortáveis que as de amianto.

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Proteção para bezerras

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Devem estar acondicionadas em locais ventilados, protegidas de fortes ventos e da insolação, em sistemas de casinhas individuais.

Ventiladores comuns

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Abertura superior

Telhas de barro

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Deve permitir um vão livre de pelo menos 3,5 metros (distância entre piso e a parte inferior do teto, ou forro quando houver).

Localização

Calcular a potência, movimentação e volume, velocidade mínima do ar deslocado na instalação para o animal em fase de desenvolvimento.

Ventilação natural

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Verifique a direção e a velocidade do vento. Isso auxiliará a ventilação do local e diminuirá o investimento em aparelhos ventiladores.


AÇÕES RECOMENDADAS

É possível adotar medidas de manejo nutricional para amenizar os efeitos do estresse térmico, a adoção de dietas “frias”, com alta densidade energética, além da suplementação adicional de minerais trazem efeitos positivos, mas é preciso muita cautela em sua formulação e administração, consulte um Zootecnista (nutricionista animal) de sua confiança;

O empresário deve ficar atento ao bem estar animal em um sistema que garanta produtividade e lucratividade. Porque os bovinos leiteiros, apresentam locomoção lenta, gradativa e progressiva, por isso, é importante evitar todo e qualquer fator de movimentação estressante. Para mais informações veja o Relatório do SIS – Bem Estar Animal – Janeiro 2013;

Na região de Santa Catarina, recomenda-se o plantio do lingustum ou alfeneiro, o eucalipto, a grevilha, uva japonesa, mimosáceas, ou mesmo as acácias (naja) entre os galpões. Procure um engenheiro florestal ou um viveiro de mudas em sua região para mais informações e recomendações.

Leite relatório de inteligência Setembro | 2013

Coordenador: Marcondes da Silva Cândido Gestor do Projeto: Douglas Luís Três Conteudista: Jardel José Busarello SEBRAE Santa Catarina Endereço: SC 401, KM 01, Lote 02 Parque Tecnológico Alfa - João Paulo CEP: 88030000 - Florianópolis – SC Telefone: 48 3221 0800

Dúvidas ou sugestões sobre o conteúdo do relatório envie um e-mail para: atendimento.sis@sebrae.sc.com.br Faça também suas contribuições para o SEBRAE-SC enviando um e-mail para: falecom.sis@sebrae.sc.com.br

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