Resultados Em menos de 3 meses, foi possível melhorar as condições ecológicas e hidrológicas da Pateira, recuperar o espelho de água, melhorar a capacidade para suportar actividades lúdicas e de lazer, bem como melhorar as condições para a prática das actividades tradicionais no espelho da lagoa. Os custos da intervenção ficaram aquém dos de outras metodologias adoptadas nos últimos anos, noutras áreas, nomeadamente, em Espanha.
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Panorâmica da Pateira de Fermentelos antes (1—Fevereiro 2006) e depois (2— 2008) da remoção do jacinto-de-água pela ceifeira-aquática
Imagem de fundo: massas de jacinto-de-água em floração (© P. Lopes, 2007)
Actualmente a infestação com jacinto-de-água está controlada na Pateira. Estando a ceifeira-aquática a promover o controlo das plantas que vão ocorrendo, não se tendo registado uma nova infestação com a dimensão das registadas antes do início da Requalificação Ambiental e Paisagística da maior lagoa natural da Península Ibérica: a Pateira de Fermentelos.
Recomendações Respeite o espaço natural e as espécies que ocorrem Não apanhe plantas nem animais Aprenda a identificar as espécies invasoras Não contribua para a disseminação de espécies invasoras Promova acções de conservação e preservação da natureza
Legislação Decreto-lei n.º 165/74, de 22 de Abril Decreto-lei n.º 565/99, de 21 de Dezembro
Recuperação do espelho de água para actividades desportivas e tradicionais
Para mais informações contactar Dr.ª Célia Laranjeira Câmara Municipal de Águeda, Praça do Município, 3750-500 Águeda Telf.: 234 610070 E-mail: geral@cm-agueda.pt http://www.cm-agueda.pt Quando já não precisar, recicle este panfleto!
Restabelecimento das condições paisagísticas e ecológicas (Foto da esquerda: © G. Limas)
Requalificação Ambiental da Pateira Programa Operacional Regional do Centro Projecto Co-financiado pela União Europeia
Outcomes It took less than three months to improve the ecological and hydrological conditions of the lake, to recover the water mirror, therefore improving the ability to support recreational activities, as well as improving conditions for traditional activities in the lake. This operation involved costs which stayed well behind other methods adopted in recent years in other countries, namely Spain.
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Panoramic view of the lake before (1) and after (2) removing the waterhyacinth with the aquatic harvester.
Background image: water-hyacinth in bloom. ( © P. Lopes, 2007)
Presently, the water-hyacinth infestation in the lake is controlled. The aquatic harvester promotes the control of the occurring plants, and until now there was no largescale infestation, such as witnessed before starting the operations for the Environmental and Landscape Restoration of the largest natural lake in the Iberian Peninsula: the Pateira de Fermentelos.
The lake was recovered for sports and traditional activities.
Recommendations Respect natural areas and occurring species. Do not catch or collect species of fauna or flora. Learn how to identify the invasive species. Do not contribute to the dissemination of invading species. Promote the conservation and protection of the natural environment.
Legislation Decree-law n. 165/74, 22 April Decree-law n. 565/99, 21 December
For further information, please contact: Célia Laranjeira Câmara Municipal de Águeda / City Hall Main Building Praça do Município, 3750-500 Águeda Telephone.: 00351 234 610070 E-mail: geral@cm-agueda.pt http://www.cm-agueda.pt Please recycle this leaflet after use.
Environmental Restoration of the Pateira Regional Operational Programme for Central Portugal European Union Co-financing Restoring of the ecological and landscape features. (Photo on the left: © G. Limas)
Translation: Luís Arruda
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Biologia da espécie
Identificação Nome comum – Jacinto-de-água (noutros países: Camalote, Lampazo, Violeta-de-água, Buchón, Taruya) Nome científico – Eichhornia crassipes (Mart.) Solms Taxonomia – Angiospermae (Magnoliophyta) | Monocotyledones (Liliopsida) | Liliales | Pontederiaceae (Pontederiáceas)
Imagem de fundo: jacinto de água arrastadas pelo vento
O jacinto-de-água é uma espécie originária da bacia do Amazonas (Brasil), e que assume um comportamento invasor, quando introduzida noutros locais, uma vez que pode originar situações de predação ou competição com as espécies nativas, entre outros efeitos nefastos descrito adiante. Actualmente encontra-se nos 5 continentes. Alastra-se pelos sistemas aquáticos de climas tropicais e temperados, causando rapidamente a ruptura dos sistemas naturais invadidos, com graves prejuízos ambientais e, inerentes a estes, custos económicos. À semelhança de outras espécies invasoras, foi introduzido intencionalmente (ou acidentalmente) como ornamental. Exemplo de utilização como ornamental Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes)
Planta aquática flutuante, cuja inflorescência varia entre 4-15 cm de comprimento, com várias flores. Reproduz-se de forma vegetativa (fragmentos vegetais de plantas originam outras plantas) e sexuada, sendo que, num curto espaço de tempo, pode desenvolver populações aptas às condições do meio: produzindo desde 3 a 450 sementes por planta, que podem permanecer viáveis cerca de 15 a 20 anos. O jacinto-de-água desenvolve-se melhor em águas ricas em nutrientes, tolerando flutuações extremas do nível de água, variações sazonais da corrente, diferenças na disponibilidade de nutrientes, pH (4.0—10.0), temperatura (>5ºC), substâncias tóxicas e salinidade. Na Indonésia foram encontradas populações desta espécie em águas com 2,4% de salinidade, podendo indicar, desta forma, a potencialidade da infestação de áreas do sistema da Ria de Aveiro (a jusante da Pateira).
Controlo do Jacinto-de-água na Pateira de Fermentelos Há várias décadas que esta espécie ocorre noutras áreas de Portugal, contudo, as primeiras observações da sua presença na Pateira de Fermentelos (ZPE da Ria de Aveiro), ocorreram por volta dos anos 90. Em 2006, as massas de jacinto-de-água ocupavam já cerca de 50% do espelho de água. Vista aérea da Pateira
De acordo com as metodologias existentes—controlo biológico, químico e/ou mecânico— recorreu-se à remoção mecânica das massas vegetais flutuantes, sendo a extracção feita com recurso a uma ceifeira-aquática.
Problemas causados pelo jacinto-de-água A invasão dos sistemas hídricos pelo jacinto-de-água afecta o ecossistema uma vez que: 1. Dificulta a troca de oxigénio entre a massa de água e a coluna de ar; 2. Inviabiliza a navegabilidade de pequenas embarcações, as práticas tradicionais e desportivas; 3. Aumenta a sedimentação, contribuindo assim para o assoreamento dos sistemas hídricos; 4. Altera a composição ecológica (fauna e flora) das zonas húmidas; 5. Custos económicos significativos; Pode ainda, e atendendo à densidade populacional, alterar a temperatura e pH do meio, bem como promover alterações hidrológicas significativas que potenciam o risco de cheia nas áreas envolventes às zonas infestadas. Noutros locais foram ainda registados danos em infra-estruturas e sistemas de exploração e abastecimento de água.
Diferentes perspectivas da infestação da lagoa da Pateira e da actuação da ceifeira-aquática
Este “Pato-bravo”, como foi baptizado pelas crianças do Município, começou a trabalhar na Pateira a 13 de Dezembro de 2006. É movimentado por duas rodas de pás com um funcionamento hidráulico, o que garante a grande manobrabilidade do equipamento. O tapete rolante incorporado, movido por um motor, extrai os jacintos-de-água, e armazena-os num depósito, até os descarregar na margem para um camião. Este leva as massas vegetais para o depósito seleccionado para o efeito, contribuindo ainda esta intervenção para a requalificação ambiental de uma antiga saibreira.
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Pateira de Fermentelos: antes (1- Dezembro 2006 ) e depois (2 - Fevereiro 2007) da remoção mecânica dos jacintos
Species Biology
Profile Common name – Water-hyacinth (Jacinto-de-água, Camalote, Lampazo, Violeta-de-água, Buchón, Taruya) Scientific name – Eichhornia crassipes (Martius) SolmsLaubach Taxonomy – Angiospermae (Magnoliophyta) | Monocotyledones (Liliopsida) | Liliales | Pontederiaceae
Background image: masses of water-hyacinth carried by the wind.
Water-hyacinth is a native to the Amazon river watershed, and it assumes an invasive behaviour in most of its introduced range, being nowadays spread throughout the five continents. It spreads along water bodies of tropical and moderate climates, rapidly causing the rupture of natural systems. The environmental damage produced is serious, as well as the economical costs derived of this.
Free-floating aquatic plant supporting an erect stalk varying between 4 to 15 cm long, with several flowers. It multiplies in a vegetative manner (fragments produce other plants) , as well as sexually. It can develop, in a very short time, populations fit for the conditions available: it can producing 3 to 450 seeds, which can be viable 15 to 20 years. The water-hyacinth develops better in nutrient-rich water, while tolerating extreme water-level variations, seasonal changes in water flow direction, differences in the availability of nutrients, pH (4.0 - 10.0), temperature (>5ºC), toxic substances and salinity. In Indonesia, populations of this species were found in water with salinity of 2,4%, which may indicate the potential infestation of areas within the Ria de Aveiro coastal lagoon system (down the Pateira).
Example of ornamental use Water-hyacinth (Eichhornia crassipes)
This species occurs in other areas of Portugal for several decades now; however, the first observations at “Duck Lake” [Pateira de Fermentelos] (Special Protection Area of Ria de Aveiro) occurred during the 1990’s. In 2006, masses of water-hyacinth were already taking more than 50% of the water mirror.
Aerial view of the lake
Considering the existing methods — biological, chemical and/or mechanical —, it was chosen to mechanically remove the floating vegetable masses by using an aquatic harvester .
Impacts due to water-hyacint The invasion of hydric systems by water-hyacinth affects the ecosystem because: 1. It difficult the exchange of oxygen between water mass and air column; 2. It renders impracticable the navigation of small boats, traditional practices and sports activities; 3. It increases sedimentation, therefore contributing for the silting of hydric systems;
Similarly to other invasive plants, it was introduced intentionally (or by accident) as an ornamental aquatic plant for use outdoor and in aquariums.
Water-hyacinth control at the “Duck Lake” [Pateira de Fermentelos]
4. It changes the ecological composition (fauna and flora) of wetlands; According to population density, it may change temperature and pH on the environment, as well as promote significant hydrological changes leading to increased flood-risk for the areas surrounding infested water bodies. In other places there are records of damage on infrastructures for water management and supply.
Different perspectives of the infestation in the lake and operation of the aquatic harvester.
This “Pato-bravo” (“Wild-duck” in Portuguese), as it was named by school-children of the Municipality, is propelled by two hydraulically-powered paddlewheels, guaranteeing the high manoeuvrability of the equipment. The built-in engine powered conveying belt extracts water-hyacinth plants and stores them until it unloads the plants into a dump-truck. The truck then takes the vegetable masses to the deposit selected for this matter, contributing this way for the environmental requalification of an old gravel pit.
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Pateira de Fermentelos: before (1—2006) and after (2—2007) removal of waterhyacinth by mechanical means.