Highberian Experience

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PICOS DA EUROPA 2007

PERSONAL MOTOGRAPHIC

2007 HIGHBERIAN EXPERIENCE


Picos da Europa 2007

B

em-vindos ao relato da nossa aventura pelos Picos da Europa.

Optámos por um formato misto entre a internet, onde habitualmente publicamos as nossas aventuras, e o formato «booklet», imprimível.

mo e v is it e e detalh cono r çã e a s m e pode ras delís inf or d ai n o m t, ra Pa e out terne , rotas, it e de in noss o s do o itinerário to s ultado v iajantes … ra a p s ia c / in e.co m um e: .u ebiz a do c ost g io in ít r s u o .. .n el sTo woWh e h ttp :/ /T


Preparativos e outros preliminares

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O que há a verificar na moto e os cuidados a ter

Equipamento e arrumação

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Quais as opções de equipamento e as soluções de arrumação

Bagagem e outras tralhas

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O que levamos

Pendura também é gente

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Tributo ao «Pendura Anónimo»

Gadgets ou tecnoTouring

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Quais os brinquedos tecnológicos que levamos e como fizemos uso deles

Plano de viagem

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O planeamento inicial para os vários dias de viagem

...e outras andando

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Passeios a pé A descrição e os relatos diários

Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia

1: travessia de Portugal 2: Riaño e Valdeón 3: Garganta de Cares 4: Desfiladero de los Beyos 5: Lagos de Covadonga 6: Desfiladero de la Hermida 7: Áliva e Fuente Dé 8: Regresso

Recarregar baterias

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As estadias e os locais onde dormimos

GPS Guia de caminhos Planeamento de rotas Gestão de GPS Geocoding

GlobalSat DG100 DataLogger Picos de Europa—Car Tours and Walks Via Michelin DGManager.NET GPicSy nc

http://www.globalsat.com.tw ISBN 1-85691-291-4 Ed. Sunf lower Landscapes http://viamichelin.com http://sourceforge.net/projects/dgmanager-net/ http://code.google.com/p/gpicsy nc/

Esta publicação é parte integrante do site de experiências e v iagens em moto TwoWheelsTouring.


Picos da Europa 2007

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viagem deverá abranger 2500kms o equivalente a 5 semanas de condução diária minha pelo que a revisão é bem-vinda na véspera da partida. Desde a segurança aos fluidos vitais, passando pelos «dissuadores dos amantes do alheio», até à afinação da pré-carga da suspensão traseira. A VFR é uma mota excelente! À chegada estava idêntica à partida (excepção aos 2kg de mosquitos que apanharam boleia). Nem uma gota de óleo perdeu de tal forma que para a próxima vamos reservar quarto para ela também nos Hotéis… mais asseada que muitos animais de estimação e alguns maridos.

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O vidro alto melhora o comportamento da mota quando recorro ao saco de depósito expandido ao máximo e permiteme rolar numa posição de condução mais direita (teoricamente, pelo menos)… mas é feio que se farta.

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A opção pelos alforges tem as suas desvantagens. Uma delas é a abrasão na carenagem traseira causada pela fricção e a trepidação. Para evitar danos mais profundos uma das técnicas consiste em protegê-las com fita adesiva com pouca goma (transparente é um boa opção estética, escusamos de parecer que acabámos de cair e raspar a moto). No depósito o efeito e a protecção adoptada são semelhantes.

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A manutenção da corrente é uma obrigação quase diária dada a extensão percorrida. Verificar a folga e ajustar a transmissão foram tarefas devidamente garantidas


Preparativos e outros preliminares

“[…]mais asseada que muitos animais de estimação… ...e alguns maridos”

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A condução em alta montanha exige mais dos travões, mesmo optando por reduzir o andamento com o motor. Verificação de pastilhas à frente e atrás essencial.

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Não faz parte da minha natureza temer constantemente o roubo, preferindo viver uma vida relaxada. Mas nas vésperas da viagem a moto de um vizinho é roubada, guardada em condições semelhantes à minha. Conclusão: já que vou de viagem e não consigo garantir garagem vigiada onde quer que vá e não quero estar limitado, toca de montar um alarme.

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Nos Picos da Europa a chuva é mais do que uma possibilidade pelo que pneus com um piso à altura são aconselháveis. Ambos os BT020 estão para durar...


Picos da Europa 2007

GPS GlobalStar DG100 Datalogger. Numa bolsa da Via Verde carreguei o DG100 para todo o lado, a pé ou de moto, o satélite viajou sempre connosco. Em conjunto com a máquina digital permite-nos geo-referenciar automaticamente todas as fotos… Para mais pormenor consultem a ficha técnica.

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O Balaclav (vulgo «tubo») para proteger o pescoço é óptimo de ter à mão pois permite suportar uma viagem de noite ou em condições mais frias ou húmidas. Não precisa de ter polar; basta de licra simples.

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Este blusão Seatle da Bering, desenhado para «não-Verão», ganhou a corrida contra o casaco de Verão e o blusão de cabedal, por ser a solução com o melhor compromisso de protecção ao frio, impermeabilidade e segurança. Foi uma opção vencedora pois levantámonos cedo e circulámos em altitude com muita frequência.

As calças impermeáveis Seatle da Bering em GoreTex (sem sob-calças) têm sido excepcionais. Com dois anos de uso e muitas chuvadas fortes, alguma água passa nas costuras mas cumpriu com distinção o que se propunha quando as comprei.

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ispúnhamos de cerca de 140L de arrumação, entre os alforges, saco de depósito e mochila para os 8 dias de viagem, com a ameaça de algum frio nos Picos e a possibilidade de chuva… E, sim, éramos dois. Pior: um dos honoráveis viajantes era um a m ulher! Descubram aqui os segredos e técnicas.

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Equipamento e arrumação Recentemente nas experiências em pista, o meu C2 modular da Schuberth começava a parecer demasiado grande e pouco adaptado, levando-me a questionar até que ponto não compensaria ter um capacete integral… Pois bem, já me lembrei porque o comprei. Podem ficar uns pontos abaixo em segurança ao impacto mas quando se rola na montanha sabe bem abrir o capacete para tirar uma foto, ver o chão e mastigar a paisagem. Os Schuberth permitem um maior conforto pelo isolamento acústico ímpar para os kms da viagem.

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O saco de depósito da Cameron deunos 40L de arrumação sendo a coisa mais parecida com o porta-luvas cá do sítio. Permite-nos usá-la como mochila para levar o capacete, servir de capa transparente para o mapa de estradas e pagar as portagens. Junto com capa impermeável… Impecável e essencial.

Máquina fotográfica digital: como era possível a vida antes delas? Ah! Já me esquecia: serve para tirar fotografias. E ponto. Relógio interno sincronizado com o satélite e toca a tirar fotos… Para mais pormenores, vejam a ficha técnica.

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Dois impermeáveis tamanho XXL, um conjunto de ferramentas e lubrificante para a transmissão são tudo aquilo que o compartimento debaixo do assento permitiram levar. Felizmente apenas o último foi necessário durante a viagem.

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As GPPlus da AlpineStars, sendo luvas para todo o ano, revelaram-se apropriadas para a ocasional chuva, frio e longas distâncias. 5 estrelas.

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As botas de turismo da AlpineStars em GoreTex permitiram utilizá-las sempre, desde a chuva, frio e calor. Não serão o topo de gama em protecção mas não faço tenções de cair.

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Os alforges laterais da Oxford permitiram-nos arrumar 70L de roupa para duas pessoas. Acabaram por nem ir na máxima capacidade o que, para quem já viajou com a mulher, será impressionante a vários níveis. As coberturas impermeáveis saíram algumas vezes mas nem teria sido realmente necessárias.

Na AS253 próximo de Puerto de San Isidro

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Picos da Europa 2007 Roupa (condutor) • • • • • • • • •

2 pares de calças de treking; 8 slips (e não boxers que ocupam mais espaço); 1 par de sapatos de treking (e não botas); 4 t-shirts normais + 2 de treking; 1 par de meias por cada dia de moto e meias de desporto curtas por cada dia de passeios a pé; 1 calças de ciclismo que funcionam como sobcalças caso apanhemos muito frio (não usei); 1 boné; 1 casaco leve corta-vento para passeios; 1 fato de banho;

Roupa (pendura) • • • • • • • • •

1 t-shirt de manga comprida de treking; Roupa interior; 6 pólos; 1 par de sapatos de treking (e não botas); 1 calças de ciclismo que funcionam como sobcalças caso apanhemos muito frio (não usámos); 1 boné; 1 casaco leve corta-vento para passeios; 1 par de «chinelos-de-enfiar-o-dedo»; 1 fato de banho.

Mota • • • • • • •

1 kit de ferramentas da Honda; 1 spray de lubrificação Silkolene; 1 aloquete de disco; 1 canivete multi-ferramenta da Scott; 1 canivete suíço pequeno; Jogo suplementar de chaves e comando de alarme (com a pendura); 1 rolo de fita adesiva larga, transparente (boa para eventuais reparações de carenagem e afins).

Coisas • • • • • • • • • • •

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2 mapas de estradas (regional e nacional); 1 toalha de rosto; Pilhas (4 alcalinas e 4 recarregáveis); Carregador de pilhas; Carregador de telemóvel; 2 telemóveis; 1 máquina fotográfica digital (a nossa não é compacta mas não comprometeu); 2 carteiras pequenas com documentos e cartões. 1 GPS datalogger DG100 da GlobalSat; 2 impermeáveis XXL; Bolsa de cosméticos (não levar champôos e optar por amostras de desodorizante e perfume, em lugar dos frascos maiores); NÃO levei máquina de barbear; 1 pacote de lenços de papel; 5 sacos de plástico de supermercado (para o que der e vier); 2 sacos de plástico do lixo de 30L, dos mais resistentes; Livro (não perguntem…).


Pendura também é gente

“[…]levar roupa velha que, uma vez usada, possa ser deitada fora por troca com t-shirts novas tipo souvenir do local.”

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a lista de vestuário que a seguir encontram frequentemente aparece material de treking, o qual resulta bem, para lá das vantagens da utilização, em termos de arrumação ocupando pouco espaço e sendo muito leve. Na escolha de roupa como as t-shirts optámos por itens a puxar para o

velho. Assim, se nos faltar o espaço quando sucumbir mos ao impulso consumista da «t-shirt tipo-souvenir» deitamos fora uma das sujas e substituímos pela nova. Para a roupa suja o melhor são os sacos dos hotéis para lavagem de roupa.


Picos da Europa 2007

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elemento mais injusta e frequentemente esquecido nos relatos das aventuras em mota será, porventura, a pendura. Em muitas ocasiões, quando a estrada é de tal forma cativante e a concentração se reúne nas próximas curvas apenas damos conta de que existe alguém a seguir-nos na ocasional travagem e respectiva headbanging, para lá de uma frente demasiado leve nas subidas de montanha. Mas a homenagem à minha companheira é sentida, mais do que devida, especialmente quando viajamos apenas nós dois, sem mais motos, conforme inicialmente previsto. Arrisco mesmo a dizer que serão m uitos os potenciais mototourers os quais, por falta de encorajamento ou ânimo das suas companheiras para tudo o resto, não embarcam nestas aventuras Não é segredo que a companhia com que se partilham as experiências em viagens é potenciadora do sucesso (ou insucesso) destas. Já para não falar da qualidade e quantidade da «reportagem fotográfica», as quais seriam incomparavelmente menores. Quer me parecer que ao visitar os Picos da Europa sozinho na moto, provavelmente chegava ao fim com apenas

“a homenagem à minha companheira é, para além de devida, muito sentida”

uma mão cheia de fotos, de tão absorvente que pode ser a condução aqui. Por isto tudo, tem a palavra a ilustre pendura...


Pendura ...também é gente

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ão é fácil descrever as sensações vividas em cima da mota durante umas férias. Viajar de moto dá-nos mais facilmente a alienação que precisamos para que a mente deixe o trabalho e outras preocupações inacessíveis.

Na cabeça do pendura O que vai na «caixinha das ideias» quando o tempo parece demorar mais a passar e os kms se acumulam indistintos? Talvez a coisa mais parecida seja o momento de introspecção que se consegue na casa-de-banho onde grandes epifanias da Humanidade poderão ter ocorrido, qual Arquimedes na sua fase «Eureka». Fluir nas curvas com uma câmara nas mãos O papel de camarawoman na Volta aos Picos coube-me a mim. O que em boa parte das vezes é um entretém, nas estradas mais sinuosas é uma preocupação, entre agarrar-me a algo e apontar a objectiva para a magnética silhueta das cordilheiras ou a curva que enrola à frente. Combustível Porque não pôr gasolina sempre que se vê uma bomba? Os únicos susto s que passámos foram devidos à (quase) falta de gasolina… Dois episódios em

“[…]uma espécie de formiga que se aloja no traseiro […]”

8 dias, mais precisamente. A subida até Llenares de la Reina vindos de Potes foi feita com galopante receio e ainda hoje consigo saborear o alívio de ver a bomba de gasolina nesta povoação montanheira. O amargo de boca expulsou este néctar ao ouvirmos, estupefactos: «No hay nada! Ni una gota». Conv ocados os santinhos e todo o arsenal de orações, desejei que a prometida descida até Riaño não nos forçasse ao embaraço e desconforto iminente. A reza funcionou e com 9cl (!) no depósito atestamos, assegurando ao empregado da bomba «Te la compraria por el dobro» Mas de onde vem estas formigas? Faz parte de viajar conseguir lidar com a fauna autóctone das regiões que visitamos e uma das que esteve sempre connosco é uma espécie de formiga que se aloja no traseiro e outras extremidades inferiores. Não deixa de ser um bichinho astuto e esquivo pois sempre que paramos e saímos da mota ele parece esfumar-se… Voltamos a rolar e eis que, passados alguns minutos, regressa, primeiro timidamente e depois de forma descarada e desavergonhada… Mistério. TopCase vs Mocilha do Pendura Quer-me cá parecer que para a próxima uma top-case vinha a calhar. Não tanto pelo amparo que pode dar mas pelo alívio às costas. A mochila que me calhou levar era frequentemente um pouco para o pesado. Quiroterapeuta precisa-se! [Nota do condutor: «Para a próxima é melhor levar mais uns livrinhos.. Pode ser útil, nunca se sabe. Eu sugiro as Páginas Amarelas» (sarcasmo)]


Picos da Europa 2007

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Chega a ser ofensivo nos dias que correm explicar o que é uma máquina fotográfica digital ou para que serve. Há de todos os tamanhos e feitios e para todos os gostos. Para este efeito onde o que se pretende é fazer uso da capacidade da máquina associar um carimbo digital com a data e hora da fotografia qualquer uma serve. Poderão escolher levar um modelo que privilegie outros atributos como: caber no bolso do blusão, ou não ser demasiado cara que deixá-la cair em movimento seja uma grande perda… Se fizer uns filmes com alguma qualidade, melhor ! Se tiverem um sistema de captura de imagem onboard já montado na moto também serve, desde que não

comprometa a capacidade de bagagem por ocupar o depósito. Sincronização de hora Antes de começar a tirar fotos certifiquem-se que a data e hora da máquina está sincronizada com a hora UTC. Se descobrirem a meio da viagem que não está, mantenham-na como está. É mais fácil ajustar depois por relatividade do que ter irregularidades… Atenção: para o caso da bateria da máquina se esgotar completamente e seja necessário redefinir a hora, tenham um outro relógio como referência.

A captura dos trajectos efectuados pede um instrumento adequado para o efeito sendo o GPS aquele que melhor cumpre. Até aí… A sofisticação do mesmo pode variar indo desde o mais básico que consiste num antena e uma unidade de memória e aquele que consegue ter conversas inteligentes connosco em vários idiomas e imitando personalidades do showbiz. Nós escolhemos a versão mais simples e leve: o DG100 datalogger da GlobalSat (€75). Este possui uma antena interna, um interface USB para se configurar os 3 modos possíveis de captura de pontos e memória que chega para 2 semanas consecutivas a armazenar. Não dispensa o mapa de estradas ou roadbook (eu chamo-lhe van-

tagem; outros dirão que é defeito), nem vos vai indicar o melhor caminho. Transporta-mo-lo envolto num plástico transparente (para a possível chuvada valente) dentro de uma bolsa da Via Verde a qual, por um acaso do destino, lhe serve como uma luva. Recomendo umas voltas antes para testar e afinar ao vosso gosto. Lembrem-se que não vão poder ajustar a configuração durante a viagem (a não ser que vão de GoldWing e levem o portátil).

Agora, ide e viajai! Configurem o GPS por forma a não capturar pontos adicionais quando não saem do mesmo sítio mas não quando a velocidade baixe a partir de dado valor. No modo que escolherem para ir a pé escolham uma

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frequência de captura de 15 segundos. Para percursos de moto escolham de 10 em 10 segundos; alternativamente para as autovias, 20 em 20. Mantenham o GPS sempre ligado durante os passeios a pé ou de moto (salvo esquecimentos palerma como os nossos).

Apesar do DG100 trazer um software, existem alternativas desenvolvidas sobre este que são melhores. A que nós utilizámos chama-se DGManager.NET (ver ficha técnica para mais detalhes). Este permite agrupar os ficheiros de coordenadas detectando pausas ou paragens (muito útil) e, ainda melhor, também faz geocoding para as fotografias (apesar de

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nós recorrermos a outro software para essa função, pois este não permite definir o tamanho da tolerância para encontrar a localização de cada foto). Este software serve também para gerar os ficheiros KML para usar mais à frente no geoposicionamento das fotos e directamente no site, para download e consulta das rotas.

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zação entre as datas e horas da posição e da foto, se ficarmos muito tempo parados a tirar fotos as últimas não seriam consideradas. O GPicSync permite ajustar esse intervalo. Permite também capturar o nome do local mais próximo e escrevê-lo nos dados da imagem.

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Para o geo-posicionamento das fotografias utilizámos o GPicSync (ver ficha técnica). Este permite bastante mais configurações e sem complicar demasiado. A decisão mais inteligente para o GPS será a de não continuar a capturar pontos quando se permanece no mesmo sítio. Visto que o geocoding é feito pela sincroni-

Se não gostarem de mapas ou de estar ocasionalmente incertos sobre se tomaram o caminho certo, escolham um com interface gráfico… mas atenção que costumam ter «memória curta».


Gadgets ou tecnoTouring

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O resultado final que referimos é aquele que nos propusemos atingir. Cada um terá o seu e nenhum será sempre melhor que o outro. No nosso site incluímos as rotas em

KML, sendo possível visualizá-las também no Google Earth. Ao navegar no mapa interactivo do site agregámos as fotos em função do local onde foram tiradas evitando sobreposições. Para além do site o DGManager permite-vos utilizar em vossa casa como álbum digital georeferenciado, escrevendo automaticamente o KML com as fotos e os dados das mesmas. Existirão outras abordagens igualmente válidas. Esta é apenas uma. Disfrutem da viagem e tudo o resto ganhará valor.

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pesar do pretencioso título desta secção, as soluções tecnológicas que decidimos adoptar não são state-of-theart. Qualquer pessoa consegue ter acesso a parafernália de giz mos que levámos, que estão no mercado há uns bons anos. Em traços gerais, deci-

dimos arranjar forma de documentar o percurso através de uma reportagem fotográfica mais extensiva, seguindo as rotas que tomámos. Para tal existem 3 ou 4 soluções tecnológicas que num abrir e fechar de olhos nos facilitam a vida. Aqui encontram a receita para saber fazer o que fizemos...


Picos da Europa 2007

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Travessia de Portugal

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O regresso


Plano de viagem

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Garganta de Cares

Desfiladeiro de los Beyos

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Lagos de Covadonga

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La Hermida e Potes Puerto de Áliva

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plano de viagem não é sagrado pois vão sempre aparecer oportunidades de improviso e, pas me-se, serão quase todas boas opções. E esse é um dos fascínios de viajar, o não controlarmos tudo, e é importante estarmos receptivos à surpresa e ao impulso da descoberta. Neste estado de espírito, planeámos estadias de duas noites em cada local (ver Recarga de

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energias). O objectivo é simples: um dia para disfrutar as estradas e saborear as curvas na moto e outro para mergulhar no coração dos Picos em percursos a pé. Outro objectivo é não exceder o n.º máximo de kms por dia fixado em 600 nas ligações e um terço nas voltas pelos Picos. O terceiro e mais importante objectivo é degustar a viagem , e não o plano teórico inicial da mes ma.

No caminho para Sotres, após Tielve

Riaño e Valdeón


Picos da Europa 2007

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ara conhecer bem o que são realmente os Picos da Europa seguimos as recomendações dos guias e dos colegas experimentados: não basta andar na estrada; sigam os trilhos e caminhos que só a pé disfrutarão da riqueza deste Parque Natural. São muitos os caminhos para tão pouco o tempo...

levar a moto no dia seguinte e alguma beleza natural da localização. A primeira razão livra-nos da preocupação de o que fazer com a bagagem e logística de quem viaja sem malas rígidas mas não dispensa a protecção motociclista completa… Nesta secção falamos sobre os trilhos que optámos, ilustrando com fotos e mapas com os trajectos respectivos. Para maior profundidade, recomendamos a visita ao nosso site, onde cada foto está georeferenciada junto às rotas seguidas.

Repartimos os dias entre passeios de moto e a pé, procurando sempre ficar alojado algures que combine o dispensar de

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… e outras andando

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Garganta Divina Local: Extensão: Duração: Dificuldade:

Rio Cares 11+11 km 7h Fácil

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Lagos de Covadonga Local: Extensão: Duração: Dificuldade:

Covadonga 10km 4h Moderada

Aliva Local: Extensão: Duração: Dificuldade:

Fuente Dé 15km 5h Moderada

«[…]só a pé disfrutarão da riqueza deste Parque Natural.» Lembrem-se como regra de ouro, que ao nos aventurarmos em áreas naturais, devemos sempre honrar o local que visitamos e quem nos acolhe. Levem várias camadas de roupa leve e respirável e calçado confortável e robusto. Acordem cedo. Água e peças de fruta são, no Verão, opções ganhadoras. Ah!… e, se possível, não tragam o capacete.

Peña Vella

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Picos da Europa 2007

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destino final ficava a cerca de 900km os quais optámos por não percorrer logo no primeiro dia de uma assentada. Desde a zona de Lisboa, percorremos meia milena de km para pernoitar em Bragança. Aqui, cortesia do Hotel Íbis, guardamos a moto em garagem fechada, coberta e vigiada. Acabamos por chegar mais cedo e menos cansados do que o previsto, tomando uma nota mental de que, para o regresso, talvez a escala com pernoita seja dispensável. O restante tempo gastámo-lo a visitar Bragança a qual, por força da interioridade e reclusão que a geografia de Portugal lhe garante, ainda não conhecíamos. Como qualquer cidade portuguesa que se preze tem o seu castelo, lá picámos o ponto e rumámos para o centro, onde a Sé domina a paisagem num conjunto recuperado recentemente à boleia do Polis, num aproveitamento ribeir inho simpático ainda que numa escala desproporcionada para a dimensão da terra, tema recorrente na utilização dos fundos comunitários que caem do Céu. Arriscamos na comida transmontana a qual não se faz rogada em nos entupir de quantidades generosas e a puxar para o gorduroso. Dois «copos-de-três» de Fairy depois, des moemos tudo com um passeio a pé até ao Hotel que fica a uns 5 kms do centro, uma boa oportunidade para moldar mos o calçado de caminhada ao pé.


Dia 1—travessia de Portugal

Castelo de Bragança

Barragem da Aguieira

Barragem da Aguieira


Picos da Europa 2007

Na AS253 próximo de Puerto de San Isidro

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om uma boa extensão ainda para percorrer em autovia, rumámos para Riaño por Léon e Oviedo. A estrada que acompanha a albufeira de Riaño soube- me bem, num tornear de curvas suaves e rápidas com a paisagem do espelho de água à direita. Foi assim até Portilla de la Reina, altura em que volvemos à esquerda, seguindo as indicações do Parque Natural dos Picos da Europa em direcção a Caín de Valdeón, próxima estadia. A subida começa num a paisagem deslumbrante onde a névoa devora os cumes, deixando para os vales o misticismo que se revela mais fascinante que um dia de céu aberto.

Estrada para Riaño, junto a Puebla de Lillo

Em Santa Marina de Valdeón começo a perceber que a assumpção de que encontraria um posto de combustível estava comprometida, à medida que a estrada se estreita uma e outra, e outra!, vez. A luz da reserva pisca onde, em cada vez que se apaga, o temor de não mais se reacender me percorre um arrepio. Ainda avento um apelo desesperado «Se avistares uma bomba…». Chegamos a Posada onde algum alívio ao avistar algumas casas rapidamente se esfuma em gases, com a confirmação junto dos locais ao demandar pelo desejado «sumo da vida». Eu acreditava que conseguiríamos percorrer a dezena de kms que faltavam até Caín, agravando contudo a interioridade dos Picos.


Dia 2— Riaño e Valdeón

Embalse de Riaño

Povoação de Caín de Valdeón

“Ainda avento um apelo, desesperado: - «Se avistares uma bomba…»” grafia e pelas motas e é seguramente uma pessoa inteligente ao referir que a VFR é o melhor que a Honda fez. Amoroso, não é? … mes mo preferindo a VFR750.

No dia seguinte, a montada fica a descansar enquanto David, o nosso anifitrião do Hotal la Ruta, se dirige a Riaño empunhando um jerican de 25L e nós percorremos a Garganta de Cares a pé. David partilha a paixão pela fotoParte final da rota do dia, desde Riaño até Caín de Valdeón

Estrada entre Portilla de la Reina e Posada de Valdeón

Uns portugueses de carro ainda nos tentam dar alguma gasolina com uma mangueira arranjada por um voluntarioso Posadense, mas o sistema anti-roubo apenas me consegue dar algumas náuseas na tentativa de aspirar algo líquido. Um telefonema para o nosso estalajadeiro em Caín dá-nos uma nova alternativa… desde que consigamos chegar até ele. Arriscamos então onde a prometida descida que nos leva até ao ouro líquido ao longo do vale (numa estrada fabulosa) se fez num ponto morto cauteloso, com a ocasional disputa pelo espaço de estrada a em purrarnos para a berma. Caín chega até nós numa envolvência extraordinária, fazendo esquecer o vazio que junto ao peito cresce, e com ela a confirmação de que vale a pena vir até aos Picos e neles mergulhar.


Picos da Europa 2007

«[…]Caín é, sem comparação possível, melhor que Poncebos.»

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caminho conhecido por Garganta de Cares (ou Divina para alguns) acompanha o Rio homónimo por entre escarpas esculpidas no trabalho em que este se empenhou durante séculos. Há pouco de novo e diferente que se pode acrescentar a tudo o que há foi dito e escrito sobre este percurso, sendo o mais popular e emblemático dos Picos da Europa. Este pode ser feito partindo de cada uma das extremidades: Caín de Valdeón (Sul) ou Poncebos (Norte).

A nossa forte recomendação, tendo feito toda a extensão do percurso, é fazerem este no sentido Sul-Norte. A porção Sul é de longe mais esplendorosa e Caín é, sem comparação possível, melhor que Poncebos.


Entrada da Garganta de Cares a partir de Caín

… e outras andando

Bulnes! A aldeia à qual, até há poucos anos, apenas se chegava seguindo a senda de Bulnes (agora servida por um funicular caríssimo que parece servir mais os turistas que os interesses da população local). O caminho pedonal (ou percorrível de burro) é altamente recomendado juntamente com a aldeia a qual é descrita como uma viagem no tempo… Gostávamos de ter tido a força para o fazer mas fica a recomendação.


Picos da Europa 2007

Caín—Posada de Valdeón

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Desfiladero de los Beyos

o sair de Caín, enquanto serpenteamos na estrada única que nos leva de volta a Posada de Valdeón, recordo-me de pensar «Vai ser difícil de superar» e é com este estado de espírito que chegamos à entrada para o Desfiladero de los Beyos, logo após Oseja de Sajambre. Esta estrada alinha com a qualidade das suas conterrâneas e convida-nos a fluir junto com o rio Sella até Norte, em Cangas de Onís primeiro e depois em Ribadesella.

Sotres

A refeição que melhor nos soube nos Picos da Europa foi um pequeno-almoço nesta estrada num café onde vim os o Sol nascer sobre as escarpas de los Beyos, apesar de não mais ser que uma tabla de quesos de vaca produzidos no vale e um café com leche óptimo tendo em conta que nasceu em Espanha.


Dia 4— Valdeón , los Beyos, Ribadesella, Cabrales, Tresviso

O percurso em estrada resertarde, agora já com a bagagem vado para hoje adivinha-se no Hotel e a moto «despida». mais curto em distância pelo que optamos por visitar RibaDe Arenas se chega facilmente desella, cidade costeira da à outra extremidade a Garganta Cantábr ia. Esta é, contudo, de Cares por Poncebos e ao destino para muitos nesta funicular de Bulnes, não recoCosta cantábrica em Ribadesella época do ano. Entre a confumendados, apenas valendo pela são de carros e veraneantes estrada e paisagem. algo frustados pela ausência de Sol e alguma Tresviso é um dos pontos mais procurados chuva que nos salpica lá chegamos à costa pelos caminhantes para o caminho homónimo onde a impossibilidade de nos sentar mos em ziguezagueante até ao Rio Deva e a La Her miqualquer sítio que fosse para comer algo (dadas da. Para os amantes da caminhada em montaas horas) leva-nos a sair da cidade com algum nha é altamente recomendado. mal-estar, no mínimo. Na passagem, Sotres per mite o descanso para No caminho para Arenas de depenicar (mais) um café con Cabrales, onde pernoitar íaleche. mos, passamos pela estrada que no dia seguinte nos levaTempo de regressar a Arenas e ria a Covadonga. A chegada de convencer mais um cozinheiao Hotel acontece bem no ro a servir-nos mais cedo... meio do dia pelo que o a viagem para visitar Tresviso e Sotres é adiantada para a

Sotres—Tresviso

Estrada de Caín para Posada de Valdeón

“[…]convida-nos a fluir com o Sella até Norte[…]”


Picos da Europa 2007

Estrada de Covadonga para os Lagos

Invernales de Belbín

«… mas ao contrário da vaca, o abutre não é tão afável.» Invernales de Belbín a partir da cumeada


… e outras andando

Este é o passeio menor dos 3 escolhidos mas não deixa de ser óptimo. São inúmeros os percursos pedestres em redor ou com origem nos Lagos de Covadonga, para todos os gostos. Aquele que optámos fazer levou-nos até Invernales

de Belbín e trouxe-nos de regresso ao longo das cumeadas, sob o vôos rasantes e m ajestosos dos Butreos que tiram partido das correntes ascendentes de ar quente. A proximidade é tal que apetece esticar o braço e tocar-lhes. Mas ao contrário da vaca, o abutre não é tão dado e afável.

Invernales de Belbín a partir da cumeada

Regressando ao Lago por entre as vacas arraçadas de cabrito-montês (as quais revelam capacidades de escalada que deixaram as nossas alentejanas bovinas com ar de palonças) revemos as desgraçadas vacas, luzidias já de tão polidas pelas hordas de festas e de olhos semi-cerrados do flash das máquinas.

Por termos marcado tão em cima as estadias, para este passeio apenas conseguimos ficar em Arenas de Cabrales, a cerca de 15km de Covadonga. Este facto fez com que não pudéssemos deixar a moto no Hotel nem evitar carregar o capacete, tendo de carregá-los dentro das duas mochilas (mochila e mala de depósito «transformer»). O arrependimento? Não ter optado por malas rígidas quanto comprei os (óptimos, a propósito) alforges da Oxford.

Vista do Lago La Ercina

O

guia de passeios dos Picos da Europa (ver ficha técnica) lança o aviso que em Agosto não nos deveríamos deixar assustar com as hordas de turistas que sobem até aos lagos, visto estes terem por objectivo fazer umas festas às vacas, tirar umas fotos nestes preparos e regressar. Parece anedota mas a verdade é que assim foi e valeu a pena; andando 100m para lá dos Lagos e não fica ninguém à vista.


Picos da Europa 2007

“[…] os espanhóis não são meninos para facilitarem a vida às motos! “

San Vicente de la Barquera

O

percurso para hoje até Fuente Dé era, inicialmente, ainda mais curto que o anterior de ligação a Arenas pelo que a incursão até San Vicente de la Barquera se torna mais sedutora. A estrada algo movimentada até aí, confirma uma sensação que já havia tido antes: os espanhóis não são meninos para facilitarem a vida às motos! A amostra que me foi dada a experimentar não deixa margem para dúvidas de que existe um padrão comportamental claro e pouco simpático. Fora isso, San Vicente vale a visita como variação de paisagem, trocando a montanha pela planura do

Teleférico de Fuente Dé

Mar Cantábr ico recortado por verdejantes prados. Almoçamos numa marisqueira junto ao mar umas almejas al natural e uma ensalada mista (muito popular: atum e cebola com alface e tomate? Enfim… serve para desenjoar das inúmeras tábuas de queijos que já enfardámos). Rumamos a Potes onde viramos para a direita em direcção a Fuente Dé. Chegamos aí ao princ ípio da tarde, apercebendo-me que me esqueci de ligar o GPS desde a última paragem junto ao Rio Deva… Não estranhem ver muitas fotos nessa paragem nem a interrupção da rota*; não ganhám os asas, apenas um as orelhas de burro.


Dia 6— Panes, San Vicente, la Hermida, Potes, Fuente Dé

Instalados no Hotel Rebeco rumamos a Potes para uma visita mais demorada e para picar algo: objectivo: chorizo a la sidra. Quanto à sidra, acho que aquilo só tem piada depois de 2L emborcados, altura a partir da qual parece água ou outra coisa qualquer. Não me interpretem mal, gastronomicamente falando, pois ficámos fãs dos queijos… mas só destes. O abuso dos fritos e enchidos também não ajuda.

Desfiladero de la Hermida

Vista da vila de Potes

Vista para Sul a partir do topo de Fuente Dé

* Visitem o site para conhecer as rotas GPS e ver todas as fotos georeferenciadas.


Picos da Europa 2007

E

ste percurso começámo-lo em Fuente Dé onde a recomendação essencial é chegar ao teleférico o m ais cedo possível (08:30, 1/2h antes da abertura da bilheteira), especialmente durante a época do Verão. Depois das 09:30 torna-se desesperante segundo os locais. Cada viagem leva até 20 pessoas se não houverem bicicletas à mistura… Este caminho conjuga bem com os anteriores pois na paisagem do Sul dos Picos da Puerto de Áliva Europa a vida é completamente diferente, desde a vegetação às pessoas e culturas. Esta paisagem, mais árida nesta altura do ano e exposta ao Sol nos amplos vales de Áliva opõese ao verde dos Lagos ou às escarpas da Garganta Divina onde o Sol não faz parte da ementa.

O trilho bem marcado e amplo per mite inclusive a circulação de veículos motorizados todo-oterreno. Contudo a nossa recomendação é navegar à bolina, optando por percorrer as encostas mantendo à vista o caminho, evitando a secura e o pó deste. Naturalmente que sempre que este o permita e não vamos de encontro aos princípios de preservação do espaço. Na última parte do percurso a paisagem muda radicalmente, onde o trilho serpenteia nos pomares e pastos invernais, típicos da transumância do pastoreio local num jogo luzes e de cheiros admirável, especialmente com o Sol a pino.


… e outras andando

Pouco depois do Refúgio de Áliva existe uma encruzilhada que alternativamente nos teria tomado pelo cam inho até Mogrojevo e Cosgaya. Esta opção teria sido melhor e recomendamos a quem também tenha pedalada. São poucos mais km tomando um transporte (táxi ou autocarro) em Cosgaya para retornar a Fuente Dé, caso aí tenham começado.

Pido, no caminho para Fuente Dé

Puerto de Áliva

[…]o trilho serpenteia nos pomares e pastos invernais[…]

Para mais detalhe, visitem o site.


Picos da Europa 2007

O

dia mais triste é o do regresso. Saímos cedo de Fuente Dé rumando para Sul através da N-621 através de La Veja numa estrada óptima não fora a luz da reserva começar a palpitar… onde é que eu já vi este episódio? Recupero o mesmo exercício da ocasião anterior e começo a fazer contas de cabeça e a alimentar esperanças de encontrar uma povoação com uma bomba de combustível. Ser quiserem por menores deste episódio, espreitem a secção «Pendura também é gente».

Para este dia hav íamos planeado fazer escala em Bragança, à semelhança da ida ainda que para lá chegar escolhêssemos outro caminho, evitando ir até Oviedo, preferindo rumar directos a León. A estrada até León, excepção ao troço imediato a Riaño, é aborrecida e enfadonha e León paupérrima e cinzentona. Por esta altura já adivinham que não recomendamos a mes ma vinda que tomámos… Aqui começa a série de autovias e autoestradas que nos levaria até casa, decisão tomada ao chegar a Bragança a meio do dia. contas, preferimos poupar uma estadia em hotel e um dia de férias e engolir os 900km de uma assentada.

20,91L num depósito de 21,00L… ...com 9cl ainda fazia 1500 metros.


Dia 8— o regresso


Picos da Europa 2007

A

opção de ficarmos 2 noites em cada estadia foi feliz e as opções que acabámos por, à última da hora, conseguir cumpriram. Não serão as melhores estadias da vossa vida (nem poderiam ser pelo preço que pretendíamos) mas fomos felizes na escolha.. Ao escolhermos soluções mais intimistas tiramos

partido da relação pessoal com os anfitriães que nos apontam para os locais ideias e as boas opções a visitar. A assepsia de um hotel com mais de 3 estrelas tem dificuldade em estabelecer essa ligação e, sinceramente, prefiro o contacto directo e caloroso ao frio do rigor e protocolo.

Rio Cares, junto a Caín

Decidindo ficar em Caín as opções não são muitas nem luxuousas, sendo mais próximas do conceito de albergue de montanha do que do Hotel. A nossa escolha não foi especialmente criteriosa visto termos ficado entusiasmados com a vaga que encontrámos e agarrámo-la. Ainda assim, tivemos sorte pois o Hostal la Ruta é asseado, tem bom aspecto e não compromete. Beneficia do facto de, junto com

outros 3 hostals, estar neste vale esplendoroso. Não tem parqueamento nem garagem mas a moto ficou em frente à janela, sob a tutela de um local com uma taxa de criminalidade nula… ainda para mais ficou os dois dias sem gasolina nenhuma no depósito pelo que não iria longe pelos próprios meios.

À partida antevia-se ser a melhor das 3 estadias, d ção. Arenas de Cabrales está longe de ser charmo

Aldeia de Caín de Valdeón

Fachada principal do Hostal la Ruta

Estacionamento do Hotel


Recarregar baterias Fachada principal do Hotel Rebeco

Querem ficar em Fuente Dé? Pois bem, ou ficam no Hotel Rebeco ou no Parador Nacional ( Pousadas de Portugal cá do sítio), sendo este último caro e algo decepcionante, para ser franco. Em boa verdade, para ficar perto do teleférico (ponto de partida de eleição para várias rotas pedestres) existem alternativas e um a delas saltou-nos à vista: Cosgaya. O Hotel Rebeco pretence a uma família Fim de tarde em Fuente Dé

brasonada e é um pouso simpático e acolhedor, com uma vista seguramente melhor que o Parador. O restaurante é fraquito com uma ventilação péssima, mas que não compromete os alojamentos.

se ser a melhor das 3 estadias, dada a classificação. Arenas de Cabrales está longe de ser charmosa ou sedutora como Caín, ou breathtaking como Fuente Dé, funcionando como porto de comércio local para os pastores e criadores de gado das montanhas, num entreposto de venda algo

pitoresco. O Hotel localizado no centro da pequena aldeia, resguardase da confusão e oferece muito bom descanso e um atendimento digno. O restaurante é sofrível mas tudo o resto revela um bom gosto secular do qual os donos se orgulham em ostentar, com classe. Acho que foi o primeiro hotel com biblioteca e mapoteca, dignas desse nome, em que estivemos. Não menos importante: tem parque fechado descoberto.

Piscina do Hotel

Vista da janela do quarto

Cosgaya, junto à estrada entre Potes e Fuente Dé

Possui parque vigiado descoberto mas a segurança não é problema no aglomerado de Fuente Dé, com duas casas e o teleférico.


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