Jornal Corrida ed. 15

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CORRIDA WWW.JORNALCORRIDA.COM.BR / NÚMERO 15

MUSCULAÇÃO Força extra na sua performance

DIETA VEGETARIANA

Cardápio para corredores que não consomem proteína animal

UM TREINADOR PARA CHAMAR DE SEU

Alguns consideram luxo, mas contar com assessoria especializada é fundamental para saúde do corredor

Luana Fleury e seu treinador Diego Lopez

EVENTOS - COMPRAS - TREINAMENTO - GENTE - SAÚDE - NUTRIÇÃO


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EDITORIAL QUASE LÁ! 2013 está chegando ao fim. Nos calendários de provas já começam a pipocar as datas dos principais eventos em 2014. Muitos corredores já estão com suas planilhas e treinos focados para o ano que vem. Para quem treina “por conta própria” talvez este seja o melhor momento para começar a pesquisar e procurar uma assessoria esportiva. Por isso, ouvimos alguns corredores que contam sobre sua performance antes e depois de contar com o apoio de uma estrutura profissional. Também trazemos dados de um instituto dos EUA sobre os exercícios de força. Aliás, o treinamento sem orientação especializada e a ausência de uma rotina de musculação é a combinação perfeita rumo às lesões. Com essas duas matérias, reiteramos nosso compromisso com a prática de corrida de uma forma consciente e saudável. Correr simplesmente porque é moda ou porque aqueles quilinhos extras estão incomodando, pode se transformar num problema a médio prazo e, certamente, nunca será uma solução de curto prazo. A corrida é a melhor metáfora da vida. Ela exige disciplina, envolvimento, comprometimento, paixão, conhecimento e muita determinação. É um eterno recomeço. Por isso, aproveite esses últimos dias de 2013, faço seus planos, estipule suas metas. Não se esqueça de que corrida é saúde, bem-estar, lazer e diversão. É vida! Então, de que forma você quer viver em 2014? Boa leitura e bons treinos! Roberta Palma

O Jornal Corrida é produto da Play Sports&Content Diretora-geral e Publisher Roberta Palma roberta.palma@jornalcorrida.com.br Redação Monica Oliveira redacao@jornalcorrida.com.br Fernanda Alves fernanda.alves@jornalcorrida.com.br www.twitter.com/jornalcorrida Colaborou nesta edição: Fernando Inocente Foto capa: Andrea Ribeiro

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EVENTOS

MIZUNO UPHILL

SERRA ACIMA Tudo pronto para a primeira maratona que será disputada em uma subida no Brasil. As 256 curvas, no percurso que terminará a 1.418 metros acima do nível do mar caracterizam um desafio inédito e intrigante para os 50 corredores convidados pela marca. Serão 42.195 quilômetros em ascensão em percurso que mesclará a dificuldade com o visual paradisíaco da região serrana catarinense. A largada da Mizuno Uphill Marathon será na praça central de Treviso, passando pela rodovia SC-447, atravessará a cidade de Lauro Müller, seguindo pela rodovia SC-438, onde fica a Serra do Rio do Rastro. A chegada será em Bom Jardim da Serra, com inclinação média de 7%, podendo atingir até 35%. “Certamente será inesquecível para todos. Conseguimos aliar a dificuldade de uma maratona na subida com o visual imperdível da Serra do Rio do Rastro. Inovação está no DNA da Mizuno e mais uma vez saímos na frente lançando essa corrida que tem tudo para fazer história no esporte mundial”, diz Rogério Barenco, gerente da Mizuno no Brasil. Serviço: Mizuno Uphill Marathon (www.mizunobr.com.br) Dia 01 de dezembro Treviso (SC) www.jornalcorrida.com.br acesse a programação mensal no link bit.ly/16IGiMn inscrições nas principais provas nacionais, clique em bit.ly/13QDdeV

A DURABILIDADE DO SEU TÊNIS DE CORRIDA Quantos kms dura um tênis de corrida? Segundo alguns fabricantes eles duram até 600 km, variando conforme o peso do atleta. Na minha opinião, para um corredor avançado, isso é quase nada. Nos últimos 3 anos me dediquei a comprovar que essa duração pode ser maior. Fiz testes com o objetivo de manter o conforto para correr, respeitando o afeto que desenvolvemos por nosso companheiro de treino, que nos faz torcer diariamente para que ele não termine mais rapidamente que as planilhas. Para isso, separei 4 pares e comecei a anotar quantos treinos e quantos km eles durariam. Durante esse período, a cada 4 meses – em média, fui acrescentando um novo tênis ao grupo. Foram 4 treinos por semana colocando eles em rodízio e utilizando regras básicas de conservação, higienização externa e limpeza interna; dando o devido descanso para o sistema de amortecimento. Sempre deixava os pares mais velhos para os treinos curtos e os novos para os treinos longos. Por segurança, em alguns casos, utilizei uma palmilha de silicone gel. Com certeza, todos rodaram até o momento muito mais que os 600 km indicados pelos fabricantes. Hoje estou com mais de 10 pares de tênis, todos bons e utilizáveis. Conclusão: ter mais pares de tênis no rodízio aumenta o tempo de vida útil do calçado. Indico o aplicativo www. trackmyshoes.com.br para que você faça um bom controle do uso de cada tênis.

Leandro Sandoval é diretor Técnico da Life Training Assessoria Esportiva, formado em Educação Física UNIb e pós Graduado em Fisiologia do Exercício CEMAFE/USP www.jornalcorrida.com.br acesse o link e acompanhe o blog do Leandro goo.gl/R49Lko

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MOCHILA

PROGRAME-SE

PERNAS DE FORA

VOLTA DA PAMPULHA. Neste ano a prova limitou o número de inscritos para 13.500 competi-

dores. Outras mudanças foram o retorno da largada e chegada na Avenida Otacilio Negrão de Lima - Praça de Iemanjá, e a inversão do sentido em relação às edições anteriores. Informações no site oficial www.voltadapampulha.com.br.

5 MILHAS DE JOAQUIM EGÍDIO. Tradicional evento que acontece no interior de São Paulo, região de

Campinas. Percurso de 8 km. www.noblu.com.br.

FESTA DO CORREDOR. Acontece em Brasília, no

1.

dia 21 de dezembro. Percursos de 5 e 10 kmMais informações: www.corredorderua.com.br

2.

CIRCUITO DAS ESTAÇÕES. Encerra as etapas deste ano dia 22 de dezembro, em São Paulo.

Percursos de 5 e 10 km pela região do Pacaembu e centro da capital paulista. Inscrições: www. circuitodasestacoes.com.br

CIDADE MARAVILHOSA. O evento chega à sua 5a. edição. Dia 22 de dezembro. Tem percursos de 5 e 10 km. Informações e inscrições pelo site www.corridacidademaravilhosa.com.br.

4.

3.

1. Nike Dri FIT Split Leg masculino, com bolso interno. Preço sugerido: R$ 79,90. 2. Oakley masculino, com recorte e detalhe em cor. Preço sugerido: sob consulta. 3. Asics Split Short feminino, tecido de secagem rápida, com bolso interno e detalhes refletivos. Preço sugerido: R$ 79,90 4. Fila Short Pretz feminino, com recortes laterais em malha texturada, com bolso interno. Preço: R$ 59,90

SÃO SILVESTRE. Fecha o calendário nacional

no dia 31 de dezembro, com participação de corredores de todas as regiões do Brasil fazendo a festa pelas ruas de São Paulo. Garanta sua inscrição: www.saosilvestre.com.br.

ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO. A tradicional prova comemora o aniversário da cidade. Tem corrida de 10 e 6 km, além de caminhada. As inscrições são limitadas. Informações: www.trofeucidadedesaopaulo.com.br.

LANÇAMENTO

NIGHT RUN EM FLORIPA. O evento acontece dia 25

de janeiro, no Costão do Santinho, em Florianópolis (SC). Percursos de 5 e 10 km totalmente pela praia. A organização avisa: trechos instáveis e de areia fofa. Inscrições e informações pelo site: www.nightruncostaodosantinho.com.br.

NEW BALANCE RC1600 utiliza tecnologia REVLite na entressola fornece o amortecimento necessário para

longos percursos. Cabedal em mesh sintético proporciona maior leveza, conforto e suporte ao pé. Solado em borracha aerada extremamente flexível. Pisada: neutra. Peso: 150g. Preço Sugerido: R$ 499,90. www.newbalance.com.br

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TREINAMENTO

PASSO CERTO! 6 / NÚMERO 14 / WWW.JORNALCORRIDA.COM.BR


Correr é uma atividade que exige conhecimento e técnica, por isso para obter resultados e prevenir lesões a orientação especializada é fundamental.

ESTÍMULO

Eduardo Pedra, de outro corredor de Brasília, de 34 anos, ressalta que um dos pontos positivos de pertencer a uma equipe são a motivação e os treinos diferenciados. “Fazer parte de um grupo é bem mais estimulante; quando eu treinava sem orientação tinha um percurso padrão e muitas vezes essa mesmice era desanimadora.” Outro ponto que chamou a atenção de Eduardo, depois que ele passou a contar com treinos acompanhados por profissio-

créditos imagens: Andrea Ribeiro (foto a esquerda) e arquivos pessoais

A cada dia há mais gente correndo nas ruas, nos parques e mesmo na esteira. Basta comparar o número de provas que hoje fazem parte do calendário das grandes cidades com o número de eventos que ocorriam há dois ou três anos. Apesar do aumento progressivo dos praticantes de corrida de rua, o número de atletas amadores que contam com orientação profissional especializada é pouco representativo. Isso porque muitos acreditam que para correr bastam um tênis e vontade. Mas como qualquer outra atividade esportiva, a corrida tem sua técnica. E o conhecimento dela está, obviamente, na mão dos especialistas. Assim como na hora de reformar sua casa, você não sai levantando parede para não arriscar que ela caia na sua cabeça; na hora de correr, o risco é o mesmo.

Ou seja: o corredor ainda é, em sua maioria, “audidata”, o que em muitos casos pode trazer problemas. Não raro, recorrer ao acompanhamento de um preparador técnico ainda parece, para muitos, um luxo – pelo menos à primeira vista. A brasiliense Isabella Moreira Fontenele Gusmão, de 40 anos, discorda desse ponto de vista. Em sua opinião, a orientação especializada é básica para quem quer ter uma vida mais saudável. “Não perdi tempo e fui logo buscando um treinador, comecei a correr no início de 2010 e pouco tempo depois já tinha escolhido uma assessoria esportiva”, conta. Ela está convencida de que a orientação profissional racionaliza o treinamento, ajuda o corredor a traçar objetivos e estratégias, além de reduzir o risco de lesões. “Treinar com metas me levou a completar muito bem minha primeira meia maratona em agosto deste ano”, conta. E ela já pensa em enfrentar uma maratona em outubro.

Saldo positivo. Luana Fluery (pág. ao lado), Eduardo Pedra (no alto) e Isabella Gusmão (acima) estão entre os corredores que trocaram os trotes e treinos solitários pela assessoria técnica especializada e já lucram resultados

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TREINAMENTO nais, foi a evolução de seu desempenho. “Completei minha primeira meia maratona em 2h30min; este ano fiz em 1h43min”, comemora. “Antes meus treinos me cansavam com muita facilidade e hoje já não é assim.” Depois de um ano treinando sozinha, Luana Fleury, de 35 anos, também resolveu buscar um treinador para chamar de seu. “Constatei que sozinha não estava conseguindo melhorar, corria apenas para queimar calorias, respeitando os limites do meu corpo e reduzindo o risco de lesões.” A orientação foi fundamental para a melhora de seu desempenho e para que se preparar para provas mais desafiadoras. Para ela, a principal diferença entre quem prioriza ou não a ajuda profissional está na forma como se vê a corrida: uma atividade aeróbica para queimar calorias ou um esporte. “Quem encara a corrida como esporte entende que existem técnicas, atividades e estímulos específicos que serão determinantes para o desempenho. Com o acompanhamento de um (bom) treinador colocamos em prática essas atividades de acordo com nossos objetivos no esporte e adaptados às características e limites de cada um. Isso muda tudo!” A consequência mais imediata da “autossuficiência crônica” dos corredores – que atinge não apenas iniciantes, mas também maratonistas e até ultramaratonistas – é perceptível nos gráficos de lesões entre corredores amadores, que só aumentam. A paulistana Débora Silva e Santos, de 40 anos, engrossa o coro daqueles que alertam para os riscos do autodidatismo. “O treinamento sem orientação não traz progresso e pode realmente causar algum problema físico lesão, fazendo com que a pessoa acabe se afastando do esporte.” Corredora desde 2008, Débora buscou na corrida o ponto de

equilíbrio entre vida pessoal e profissional. No início, ela não contava com ajuda especializada. “Foi em 2010 que procurei um profissional com experiência especifica em corrida, pois entendo que se trata de um esporte simples, mas ao mesmo tempo diferenciado, que precisa de treinamento especifico, não só para obtenção de bons resultados, mas principalmente para que a minha vida de corredora seja longa e sem lesões.” Wagner de Napoli, de 34 anos, também de São Paulo, passou dois anos correndo “por conta própria”. Mas no início deste ano resolveu buscar ajuda. “A principal diferença é que sem treinador muitas vezes corremos por correr e ficamos perdidos, sem ver melhoria no rendimento. Com o treinador, passamos a ter metas e um planejamento a ser cumprido. Antes eu não conseguia ter motivação e não baixava meus tempos nas corridas, agora tenho comprometimento maior e venho conseguindo baixar meus tempos.” Mesmo a alegação do gasto com esse tipo de serviço não convence quem já experimentou – e aprovou – a assessoria. “Em geral, a alegação do custo é uma desculpa, afinal podemos muito bem economizar fazendo menos provas, por exemplo”, afirma Débora. “Conheço pessoas que participam de três provas no mês, sem objetivos definidos, enquanto poderiam participar de uma, pagar um treinador, ter mais foco e obter resultados mais significativos.” www.jornalcorrida.com.br mais informações acesse o link goo.gl/imLKTD

Retorno garantido. A paulista Débora Silva e Santos e seus amigos de treinamento: novas amizades, alegria e bons resultados nas provas.

UMA DOSE DE NATUREZA Recente estudo da Universidade de Illinois, nos EUA, constatou que uma simples caminhada no parque pode ser um remédio simples e barato no tratamento de crianças que sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Tarefas básicas como fazer as lições de casa ou prestar atenção às aulas são uma grande dificuldade para essas crianças. Os pesquisadores já sabiam, através de outras pesquisas, haver uma relação entre estar em contato com a natureza e a redução dos sintomas do TDAH. Para confirmar essa relação, as crianças participantes do estudo caminharam por três diferentes paisagens, um parque e outras duas áreas sem vegetação, uma mais agressiva no centro da cidade e outra em um bairro residencial. Foi verificado um ganho bastante significativo de atenção e concentração após as crianças estarem em contato com a natureza. O resultado foi medido através de testes práticos e não apenas por meio de uma impressão subjetiva. Segundo Faber Taylor, pesquisadora responsável pelo estudo, uma descoberta importante desse estudo é comprovar o quando o ambiente exerce influencia, não apenas sobre as crianças, mas sobre todos nós. Como os participantes da pesquisa estavam sem medicação, foi uma surpresa constatar que uma simples dose de natureza tinha o mesmo efeito, ou por vezes até maior, do que os remédios. De certa forma, a pesquisa só vem endossar o que já é sabido há muito tempo: a importância e o poder que o contato com a natureza tem sobre nós. Em uma cidade como São Paulo tão carente deste contato com a natureza, é preciso ficar atento, Fico muito chocado, quando vejo a enorme quantidade de pessoas que treinam em ambientes fechados, muitas vezes em lugares de grande barulho, com televisões e som alto, enquanto lá fora esta um fim de tarde radiante. O efeito de um exercício ao ar livre é infinitamente mais relaxante e compensador. Nuno Cobra Jr, sóciodiretor da Nuno Cobra Saúde, consultoria em treinamento para alta performance e qualidade de vida, coaching físico e mental. www.jornalcorrida.com.br acesse o link e acompanhe blog do Nuno goo.gl/7c0oYW

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créditos imagens: dreamstime

TREINAMENTO

MUSCULAÇÃO

FORÇA = PERFORMANCE

Isométricos. Ajudam a melhorar a musculatura e a prevenir lesões

Tem gente que ainda torce o nariz para os exercícios de fortalecimento muscular, é verdade, mas não se pode ignorar comprovações de que eles são indispensáveis para garantir qualidade na performance e diminuir o risco de lesões, além de fazer bem ao coração e aos ossos. Com base em vários estudos científicos recentes, Academia Americana de Medicina do Esporte lançou um documento com orientações sobre a prática saudável e eficiente de atividades físicas que oferecem suporte à corrida. A instituição ressalta, por exemplo, a importância do descanso de um a dois minutos, em média, entre séries de exercícios que trabalham o core (como abdominais e agachamento), especialmente quando são feitos com carga. Aliás, o que vai determinar o tempo de repouso é justamente o peso “puxado”: quanto maior for, mais tempo de recuperação será necessário. Outro ponto importante: que sejam incluídos nos treinos os exercícios isométricos – que aumentam a tensão interna do músculo, mesmo sem movimentos do corpo. Esse tipo de atividade contribui para a melhoria da musculatura das costas, evitando dores e auxiliando no alinhamento da coluna, o que na hora de uma prova pode ser decisivo. A ordem em que se faz os exercícios também é

importante, embora nem sempre os atletas dêem a devida atenção a essa questão. Pesquisas mostram que o desempenho tende a cair quando exercícios multiarticulares, que permitem o uso de cargas mais pesadas (como leg press, agachamento, shoulder press – para o ombro e remada, por exemplo) são feitos no fim do treino. Como esse tipo prática mobiliza vários grupos musculares é importante que eles não estejam fatigados para que haja bom rendimento. Especialistas da Academia Americana também alertam para o volume do treino, que significa o número total de repetições realizadas, multiplicado pela carga usada. Sessões com baixo volume, em geral, incluem muita carga e poucas repetições. Para mudar o volume do treino é preciso alterar o número total de exercícios, séries e repetições. Tanto excesso quanto falta de volume podem ser prejudiciais para a saúde e para o desempenho. Por isso, a orientação de um profissional é tão importante, já que há varios fatores a seres considerados e não existe uma fórmula ideal que se aplique indiscriminadamente a qualquer um. Mas, o que especialistas recomendam é que iniciantes (ou pessoas que ficaram sem treinar duas ou três semanas) e intermediários façam pequenos aumentos de volume, em torno de 10% a 15%. Para

os mais avançados as alterações devem ser ainda mais específicas e personalizadas. Do ponto de vista fisiológico, podemos comparar as fibras musculares a “unidades motoras”, que trabalham em uma espécie de sistema de revezamento: quando um grupo se cansa, outro é acionado. Se a quantidade de repetições de séries é pequena, há pouca chance de que determinado grupo de fibras seja novamente requisitado. Para quem ainda resiste à musculação, vale lembrar um estudo desenvolvido na Universidade Tufts, nos Estados Unidos. O trabalho confirmou que ganhar 1, 3 kg de músculos leva a um aumento de aproximadamente 7% de taxa metabólica basal (quanto o corpo queima de caloria). Ou seja, o aumento de musculatura garante maior perda calórica no dia a dia, mesmo nos momentos em que a pessoa não está treinando, o que termina surtindo efeito na hora da corrida. Afinal, convenhamos, correr sentindo-se mais leve costuma fazer uma bela diferença ao fim do treino. www.jornalcorrida.com.br mais informações acesse o link goo.gl/uWKvT8

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GENTE

2. 1.

PARA SEMPRE

créditos imagens: arquivos pessoais

É cada vez mais comum ver atletas amadores gravando no próprio corpo a sua paixão pela corrida de rua. Veja alguns exemplos de tatuagens de corredores das mais diversas regiões do Brasil:

3.

1. Alexandre Oliveira, Cubatão (SP) 2. José Fernando, São Paulo (SP) 3. Mario Martinelli, Mogi das Cruzes (SP) 4. Marcio Rocha, Salvador (BA) 5. Rita Queiroz, Fortaleza (CE) 6. Fabrício Gomes, Curitiba (PR) 7. Ana Lourenço, Belo Horizonte (MG)

7.

6.

5.

4.

Quer sua foto publicada nesta seção? Acompanhe o Jornal Corrida pelo Facebook e participe de nossas promoções. facebook.com/fanpagejornalcorrida ou acesse pelo link on.fb.me/18U7Cau

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GENTE

SOCIAL

SEMENTES NO ASFALTO

crédito imagem: Vicent Sobrinho

No início era apenas uma pista de atletismo pintada no

asfalto escuro de uma rua da Zona Leste paulistana. Quando fundou a AEC Kauê, em abril de 1998, Francisco Carlos da Silva, o Fran, um apaixonado por corrida de rua, sonhava proporcionar às crianças da vizinhança uma infância mais saudável, longe das influências negativas típicas da periferia dos grandes centros urbanos. Mas a iniciativa de Fran transformou a rua, que era sinônimo de perigo, em festa e lazer. Passados 15 anos, a instituição não só cresceu em número de participantes, como também em projetos. Um deles, o Correndo para o Futuro atende centenas de crianças e jovens, com idade entre 3 e 15 anos, oferecendo treinamento na prática do pedestrianismo. Aqueles com maior potencial atlético são encaminhados para programas de rodagem supervisionados, confirmando o potencial competitivo são encaminhados para clubes federados de atletismo. A AEC Kauê ainda oferece aulas de informática, alfabetização, atividades físicas e artesanato para adultos e, também, reforço escolar, judô e recreação para crianças. acesse o link e conheça mais sobre a AEC Kauê http://goo.gl/JxC9kl


NUTRIÇÃO

crédito imagem: dreamstime

Para conquistar bons resultados numa rotina de

atividade física, fatores como disciplina e alimentação são fundamentais. O último, especialmente, requer atenção. Perguntas como o que comer e que proteínas não podem faltar são feitas constantemente aos nutricionistas. De imediato, quando pensamos em proteínas, lembramos que a carne é uma fonte de proteína importante. Ok, mas, e quem é vegetariano, o que faz? Para a nutricionista esportiva, Thaís Verdi Nabholz, de São Paulo, “a maior dificuldade está na ingestão de nutrientes como proteínas de alto valor biológico, como ferro, zinco, cálcio, riboflavina e as vitaminas D e B12, que são apenas encontrados, de maneira significativa, em alimentos dessa origem.” Ela explica que em mulheres corredoras a dieta vegetariana pode provocar alterações hormonais devido ao elevado consumo de fibras, os quais levam à perda de estrógeno. Alguns atletas, por sua vez, aumentam o risco de amenorreia devido à restrição de ferro. Para suprir essa necessidade, aconselha-se o uso diário de cereais integrais, leguminosas, sementes, frutas secas e nozes. “O corredor vegetariano pode consumir maior quantidade de nutrientes vindos dos vegetais para garantir a absorção na quantidade ideal, bem como fazer combinações com uma leguminosa (feijão) e um cereal (arroz), aproveitando ao máximo o potencial desses alimentos”. Outra opção para suprir as carências é a ingestão de suplementos alimentares, desde que com a devida orientação de médicos e nutricionistas. “Os vegans precisam de cuidado redobrado. No caso da vitamina B12, os suplementos são a única opção. Também devem se atentar à quantidade diária de glutamina, presente nas principais fontes de proteína animal e vegetal, como a carne e a soja. Sem um estoque dela, há dificuldade na regeneração dos músculos e na recuperação de lesões”, diz a especialista. Para os atletas vegetarianos, o consumo diário de leguminosas (feijão de qualquer tipo, soja, ervilha, lentilha, grão de bico) junto aos cereais (milho, arroz, trigo etc) é vital, pois só assim pode ser obter todos os aminoácidos necessários

CARDÁPIO VEGETARIANO BOA MESA

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Soja, feijão, lentilha e grão de bico com arroz, milho ou trigo é a combinação indicada para substituir o consumo de proteína animal. Sementes e frutas secas ajudam a suprir as necessidades de ferro. à síntese de proteínas pelo organismo. “Essa combinação é ainda mais importante quando não se usa nenhuma fonte proteica de origem animal”, afirma Thais.

BEM NATURAL

Corredor desde 2009, o paulistano, Rafael Alves, de 30 anos, treina quase todos os dias, fazendo uma média de 300 quilômetros por mês. Vegetariano e maratonista, ele procura não mudar a dieta durante sua preparação para as competições, balanceando as refeições com grãos, legumes, verduras, proteínas de origem vegetal e frutas variadas. “Não consumo nada de origem animal, nem carne, frango, peixes, leite, ovos ou mel, e, recentemente, estou comendo frutas, legumes e verduras apenas de origem orgânica”, conta o atleta da equipe Força Vegana. Antes das provas e dos treinos, Rafael consome batata doce, inhame e suco de beterraba. Durante a atividade física ele sempre tem a mão água, paçoca, castanha, rapadura e tâmaras. “No pós-prova, faço o ‘shake do guerreiro vegano’, à base de leite

vegetal ou suco, mais cacau e catuaba”, indica ele. Para Rafael o esporte tem grande relação com estilo de vida saudável e o veganismo reforça essa questão. “Além disso, conseguimos obter os mesmos índices e desempenho físico de um atleta não vegano”, observa ele, vegetariano há dez anos. Para quem também exclui os alimentos de origem animal do cardápio e está iniciando na corrida, Rafael aconselha a não ter pressa, fazendo da corrida um momento único. “É interessante criar metas e correr em outras cidades. Muitas vezes um treino longe de casa é mais prazeroso do que uma competição na cidade. O fato de ser vegetariano não altera em nada a minha performance e os meus treinos. Aproveito tudo da forma mais natural possível.”

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CORPO E MENTE EM TRANSFORMAÇÃO Quem medita com alguma regularidade, independente da técnica que utilize, passa a sentir no dia a dia os reflexos da prática, seja uma maior concentração, seja mais tranquilidade para lidar com as atribulações cotidianas. Mas, para a maioria, meditar é tido ainda como algo um tanto místico ou mesmo impraticável, visto que parece impossível parar o fluxo de pensamentos. Na realidade, meditar não tem a ver com parar de pensar. Meditar é tornar-se perceptivo. Simplesmente perceber o que se passa no momento, na mente, no corpo, no ambiente ao redor. A todo tempo somos bombardeados por informações vindas do meio externo e, vivendo neste fluxo, dificilmente paramos para perceber o que está se passando conosco. Perdemos com isso, uma importante capacidade, de saber nossos próprios limites, mas também aquilo em que podemos ser melhores. Para quem pratica atividade física, a meditação pode ser uma forte aliada para adquirir maior consciência corporal, verificar o que está precisando ser trabalhado, direcionar a energia e o foco. Assim, a mente ajuda a transformar o corpo. Mas, o caminho oposto também é verdadeiro. A prática regular de atividade física impacta a mente. A própria descarga de endorfina que se tem após um determinado tempo de corrida, por exemplo, altera o que chamamos de estado de consciência e ajuda a nos colocar no momento presente. E quanto mais perceptivos ficamos, mais nos conhecemos, mais é possível fazer escolhas conscientes, mais é possível a superação, o alcance da próxima meta. É o corpo transformando a mente. Um constante aprendizado, novas conexões neurais, novos padrões de pensamento, de atitude, um novo corpo. O ser humano é incrivelmente integrado. E o crescimento é um trabalho a ser feito por inteiro, de corpo e alma. Thianne Leonardo trabalha com marketing e mora em São Paulo. Adora as pessoas, o esporte e a comunicação. Corre desde 2004, medita desde 2009.

Harmonia. Correr ao ar livre e

alimentação vegan fazem parte do estilo de vida adotado pelo maratonista Rafael Alves

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SAÚDE

DURMA TRANQUILO Quanto mais melhor, diz o ditado popular. Mas quando

se trata de exercícios físicos (e, aliás, de quase tudo na vida), as coisas não são bem assim. Exigir demais de si mesmo durante os treinos pode causar problemas de saúde como insônia, pesadelos e distúrbios alimentares. E aí, o que deveria contribuir para o bom rendimento termina, indiretamente, por prejudicá-lo. Tanto a chamada síndrome do excesso de treinamento (ou overtrainning), que muitas vezes afeta os atletas, quanto atividades físicas – como a corrida – realizadas sem orientação podem comprometer os sistemas fisiológico e imunológico e desencadear alterações no padrão de sono, além de contribuir para o desenvolvimento de distúrbios alimentares como anorexia e bulimia. Como uma boa noite de sono é fundamental para que informações aprendidas durante o dia sejam assimiladas e o cérebro se prepare para novos conhecimentos sejam incorporadas, a capacidade de aprender também termina prejudicada. Segundo a especialista em fisiologia e fisioterapia Luciana Mara Lorenzini, membro do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do Sono, a prática extenuante impede que o indivíduo experimente todas as fases do sono ou faz com que passe por elas de forma truncada, acordando diversas vezes

crédito imagem: photodune

BEM-ESTAR

durante a noite. Começa então um círculo vicioso: na ausência do descanso reparador, a pessoa encontra maiores dificuldades para adormecer e, no dia seguinte, durante os treinos, enfrenta mais propensão à ocorrência de lesões físicas e dores articulares. Extenuados, muitos excedem os próprios

limites e novamente prejudicam seu sono, podendo haver maior incidência de pesadelos e insônia, apesar do cansaço. Embora várias academias funcionem até tarde, especialistas fazem outro alerta: é indicado evitar a prática de exercícios de quatro a seis horas antes do horário de dormir.

Para ter uma boa noite (e um bom treino no dia seguinte) - Encerre a prática de atividade física até, no máximo, até 4 horas antes de ir para a cama. - Diminua o consumo de substâncias estimulantes, como cafeína (presente em energéticos, café e refrigerantes) e nicotina (cigarro). - Apesar da ilusão de que causa relaxamento, o álcool também atrapalha o sono; favorece o ronco e o despertar frequente. - Anote as preocupações antes de se deitar, isso ajuda a dispersá-las e facilita o sono. - Ver TV e utilizar o computador na cama estimula o cérebro, por isso convém desligar esses aparelhos meia hora antes de se deitar. - Mantenha uma rotina, com horários regulares para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana.

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MOCHILA

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