Jornal Corrida ed. 17

CORRIDA WWW.JORNALCORRIDA.COM.BR / NÚMERO 17

SANTA CORRIDA

A emoção de correr pelas ruas milenares de Jerusalém

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ERROS MAIS COMUNS QUE ATRAPALHAM O DESEMPENHO

CHOCOLATE

Benefícios inclusive para a prática esportiva

EVENTOS - COMPRAS - TREINAMENTO - GENTE - SAÚDE - NUTRIÇÃO

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EDITORIAL MINHA FÉ

Acredito na corrida como uma ferramenta de saúde. Vejo como um instrumento fundamental não só para o crescimento e desenvolvimento mental e físico, mas também espiritual.

A corrida nos ensina a ter disciplina. Ter fé requer disciplina. A corrida nos mostra que sempre podemos dar um passo a mais e outro e outro. Ter fé é dar esse passo a mais, sempre confiando que, por mais que não sabemos onde estamos pisando; pisamos e seguimos adiante.

Em março tive a oportunidade de vivenciar umas das experiências mais intensas de minha vida: corri 21 quilômetros na Maratona de Jerusalém. A convite do Ministério do Turismo de Israel, eu e mais de 50 jornalistas de vários países, a maioria corredores, participamos desse evento singular. Ele foi muito mais do que uma corrida de rua.

Vielas e muros de pedra que já presenciaram 5 mil anos de história da humanidade, assistiraam ao cortejo de fiéis, praticantes fervorosos dessa verdadeira religião que é a corrida de rua. São mais de 25 mil corredores que estão ali correndo por uma causa, por várias causas ou simplesmente numa celebração da vida. Não tem como não se emocionar. E agradecer, ser grato por estar vivo.

Na matéria destaque, compartilho um pouco disso com vocês.

Correr em Jerusalém, independente de crenças e religiões, é pura emoção. Sobre a minha participação, acesse este link e leia o post ( http://goo.gl/XWeC7B).

Nesta edição além da prova, falamos sobre os erros que você pode estar cometendo, que sabotam seu desempenho e até sobre chocolate. Afinal, ninguém é de ferro.

Boa leitura e bons treinos!

Roberta Palma

O Jornal Corrida é produto da Play Sports&Content Diretora-geral e Publisher Roberta Palma roberta.palma@jornalcorrida.com.br Redação Monica Oliveira redacao@jornalcorrida.com.br Fernanda Alves fernanda.alves@jornalcorrida.com.br www.twitter.com/jornalcorrida Colaborou nesta edição: Tatiana Gomes Foto capa: Shvoong

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EVENTOS

PROGRAME-SE XTREME RACE. No dia 27 de abril, a corrida de

obstáculos que já é sucesso em São Paulo chega em terras mineiras. A etapa de Belo Horizonte está com inscrições abertas. Informações no site www.xtremerace.br

NEM DEZ, NEM VINTE E UM. 10 MILHAS ou 16

km. Este é percurso da prova que acontece dia 27 na capital paulista. Neste ano o evento será realizado na região do Ibirapuera. Acesse www.10milhas.com.br

CORRA NA NATUREZA Correr é bom. Mas praticar seu esporte favorito tendo como cenário os mais lindos recantos naturais da América do Sul é, no mínimo, de tirar o fôlego. E é isso que o circuito de provas de montanha Mountain Do propõe: cair nas trilhas de verdadeiros paraísos.

Ushuaia (Argentina), Praia do Rosa (SC), Costão do Santinho (SC), Canela (RS), Lagoa da Conceição (SC), Campos do Jordão (SP), Fernando de Noronha (PE) e Deserto do Atacama (Chile) estão entre os destinos propostos no calendário do evento. A próxima etapa acontece na Praia do Rosa, em maio. Como o objetivo é levar os corredores para a natureza, todas as provas possuem percursos com quilometragem variada, desde os 5 até os 42 km.

Serviço: Circuito Mountain Do Praia do Rosa - maio Costão do Santinho - agosto Canela - setembro Lagoa da Conceição - outubro Fernando de Noronha - novembro Deserto do Atacama - dezembro Campos do Jordão - a confirmar Inscrições pelo site do evento www.mountaindo.com.br mais informações sobre eventos e inscrições acesse: www.jornalcorrida.com.br

crédito imagem: divulgação

MOUNTAIN DO

CONTRA O CÂNCER DE MAMA. É por este motivo que os corredores do Rio de Janeiro irão para as ruas no dia 16 de maio. Informe-se pelo site www.yescom.com.br HALF MARATHON. O circuito de Meia Maratona da Mizuno chega ao Rio de Janeiro no dia 11 de maio. Inscrições pelo www.webrun.com.br

BOA CAUSA. No dia 11 de maio, em São Paulo,

acontece mais uma edição da Corrida e Caminhada do GRAACC, com renda revertida para o tratamento das crianças assistidas pela instituição. O ator Reynaldo Gianecchini é o padrinho do evento. As inscrições podem ser feitas pelo www.corpore.org.br

MEIA DE SAMPA. Além de 21k, o evento ainda tem percursos mais curtos (5 e 10 km), atendendo vários perfis de corredores. Dia 11 de maio. Informações www.ativo.com

21k EM BH. Marcada para o dia 11 de maio, a 5a. edição do evento traz também percurso de 5 km. Informações pelo site www.meiamaratonadebh.com.br.

ENERGIZER NIGHT RACE. A corrida que acontece simultaneamente em outras cidades do mundo

será realizada na Raia da USP, dia 24 de maio.

Acesse o site www.energizernightrace.com.br e programe-se.

BERTIOGA MARESIAS. A tradicional prova de revezamento, realizada no litoral norte paulista, terá a primeira etapa no dia 31 de maio. a Raia da USP, dia 24 de maio. Informações no site www.ciadeeventos.com.br.

mais informações sobre eventos e inscrições acesse: www.jornalcorrida.com.br

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MOCHILA

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É o termo usado para aquela pessoa que corre uma prova sem se inscrever. Mas, também temos pipocas que se utilizam da estrutura de treinos alheia ou que correm sozinhos e tomam água nas bases das assessorias, fazendo cara de coitados. A cada corrida, treino, lá estão eles. Como se a atitude de “pipoca” fosse normal, natural. E ai do treinador que negar uma água! Logo será transformado em vilão.

Várias são as polêmicas nas redes sociais e fóruns na internet sobre o assunto. Vejo como um erro as pessoas que se utilizam desse artifício para participar de corridas, treinos e afins. São muitas as alegações: os altos preços das inscrições, que está na prova só acompanhar alguém ou aproveitando o percurso fechado para um treino.

Participar de provas todos os finais de semana não é vital. E ninguém é obrigado a fazer o que não pode. E quem pagou assessoria, treinou para o objetivo em questão, fez inscrição e está buscando sua melhor performance? É justo tomarem sua água, correrem na sua frente, no espaço pelo qual ele pagou para correr? São muitos os casos, onde as pessoas com pace acima de 7 min/km, que pagaram inscrição ficam sem água, pois alguém passou antes e tomou. Os organizadores não têm obrigação de colocar água a mais. É um evento fechado, se não temos condições de participar, não vamos. Não é correto se aproveitar do evento alheio. Alguns se utilizam dos jargões, defendendo que “a rua é pública” ou o ”direito de ir e vir”, mas não sabem ou se esquecem que os organizadores pagam altas quantias para a prefeitura e outros órgãos pela locação e utilização do espaço. Além disso, existem todos os outros custos que organizadores arcam pois, apesar de acontecer na rua, é um evento particular. Imagine: seria legal se algo similar acontecesse na sua festa de casamento? No seu aniversário?

Leandro Sandoval é diretor Técnico da Life Training Assessoria Esportiva, formado em Educação Física UNIb e pós Graduado em Fisiologia do Exercício www.jornalcorrida.com.br acesse o link e acompanhe o blog do Leandro goo.gl/R49Lko

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DESTAQUE

SANTA CORRIDA!

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A Maratona de Jerusalém reúne milhares de atletas de todas as regiões do mundo. Os corredores percorrem as ruas milenares da cidade sagrada, num grandioso ritual de alegria, saúde, confraternização e fé.

créditos imagens: Shvoong

Correr, movimentar-se faz parte da evolução humana. O homem corre desde sempre. Mas nas últimas décadas, assombradas pelos males do sedentarismo, milhares de pessoas adotaram a corrida como uma espécie de elixir do bem-estar e da longevidade. Correr cura. Correr salva. Correr liberta.

Quantas vezes você já não ouviu algo assim? É por isso que, religiosamente, milhões de pessoas pelo mundo afora colocam suas vestes divinas e vão para as ruas, em especial aos domingos, numa verdadeira procissão. Correr é para muitos uma religião. É sagrado. Quantas histórias de cura, verdadeiros milagres, a corrida não promoveu? Obesidade, pressão alta, tabagismo, alcoolismo, depressão – tudo eliminado com doses semanais da pratica.

Jerusalém tem mais de 5 mil anos de história.

Suas vielas e muros de pedra assistiram a momentos transformadores da humanidade ao longo desses milênios. É a cidade santa para as 3 principais e maiores religiões do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. É o centro espiritual do planeta desde o século X a.C. Correr pelas ruas de Jerusalém é como um ato de fé. Não há quem não

se comova, quem não se supere, quem não se sinta abençoado. Independentemente de religião ou fé.

Talvez por isso, como resultado dessa mistura de ingredientes místicos e inexplicáveis, a Maratona de Jerusalém tem feito tanto sucesso.

Criada em 2010, a 4ª. edição realizada no último dia 21 de março reuniu mais de 25 mil corredores.

Eram italianos, americanos, canadenses, coreanos, japoneses, chilenos, alemães, argentinos, brasileiros, franceses, espanhóis. Gente dos quatro cantos que foi para a Terra Santa superar um dos mais difíceis percursos de corrida de rua do mundo. “Nunca vi tanta subida”, diz o paulistano Peterson Ladislau, que terminou a Maratona em 2h54’25” – 10º. colocado na classificação geral (melhor resultado entre brasileiros e sul-americanos). “Conversando com outro atleta após a linha de chegada, ele comentou que mais difícil do que Jerusalém só a da Muralha da China, com seus milhares de degraus”, lembra Peterson.

A dificuldade do percurso foi sentida por outros brasileiros. A brasiliense Graça Santiago Luongo já concluiu sete maratonas, sendo quatro delas internacionais. Para ela, Jerusalém “é sem dúvida a mais difícil que enfrentei. A cada subida, uma nova subida.

Mas, acredite, não me amedrontou em nenhum momento. Fui preparada para curtir, apreciar, tirar fotos, me emocionar, chorar e rezar”.

Mesmo com todo esse sobe e desce, o que mais impressionou os atletas brasileiros foram a organização e a participação da população pelas ruas.

Todos garantem que repetirão a dose, assim que possível. Apesar do grande número de participantes, divididos em 3 diferentes percursos (10, 21 e 42 km), além de uma caminhada infantil, a arena tinha serviços variados (todos os expositores da feira de esportes do evento com suas tendas transferidas para lá), largada e chegada em locais diferentes para cada percurso, hidratação e alimentação suficientes em todos os trajetos, guarda-volumes separados por tipo de percurso. “É um evento bem organizado,

Incrível. O visual do percurso, que adentra pelas vielas da antiga Jerusalém, é único e emocionante.

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DESTAQUE

Correr cura. Correr salva. Correr liberta. Quantas vezes você já não ouviu algo assim? Correr é para muitos uma religião. Correr pelas ruas de Jerusalém é como um ato de fé. Não há quem não se comova, quem não se supere, quem não se sinta abençoado. ticipação popular nas ruas é um dos destaques.

Crianças, adultos, jovens e idosos, todo mundo vai para as calçadas. “Desde a largada eu ouvia as pessoas dizerem uma frase que, para mim, soava como ‘corra como um cavalo!’ Só depois descobri que era Kol Ha Kavod , e tem um significado mais impressionante ainda, é algo como toda a honra a você. Isso é da cultura deles. Eu não acredito que uma cidade inteira tenha combinado dizer a mesma coisa ao ver um corredor passando , essa foi a maior diferença para mim”, fala Peterson Ladislau, de São Paulo.

PARA QUANDO VOCÊ FOR

A Maratona de Jerusalém acontece sempre no mês de março. Em 2015 será no dia 13. As inscrições e todas as informações sobre o evento podem ser acessadas pelo site www.jerusalem-marathon.com.

Ir para Jerusalém não requer visto. O pacote com

passagens aéreas (não existe vôo direto, apenas com conexão via Europa) e hospedagem varia de R$ 4 mil a R$ 8 mil, conforme a quantidade de dias e tipo de acomodação.

Dependendo da conexão é possível demorar mais de 21 horas de São Paulo até Tel Aviv (porta de entrada de Israel). Por isso, como a prova acontece às sextas-feiras (e não aos domingos como no Brasil), o ideal é você sair no máximo na 3ª. feira para ter pelo menos um dia de descanso antes da competição. No site www.goisrael.com .br você encontra todas as operadoras turísticas credenciadas pelo governo israelense, que podem montar o seu pacote de viagem.Aproveite que você vai fazer uma viagem tão longa e conheça o país.

Israel não é um país caro. A moeda local é o shekel (atualmente equivale a R$ 1,60). Come-se muito bem. O suco de romã vendido nas ruas é delicioso, uma tradição de Jerusalém.

créditos imagens: Jornal Corrida/@betapalma

com hidratação e alimentação perfeita. Não consigo apontar nada negativo”, diz Graça. Outro brasiliense, Tiago Andrade, destaca ainda “a beleza da cidade, a participação em massa da população, a organização (desde a retirada dos kits até a chegada) e a segurança.” Para ele, “correr em Jerusalém é como correr sobre 5000 anos de história; eu certamente correria de novo”.

Mas quem trouxe na bagagem muito mais que a medalha de participação foi o gaúcho Marcos Rogério da Costa. Ele terminou a prova de 21 km em 1h16’, ficando em terceiro lugar da classificação geral. Subiu ao pódio, recebeu troféu e medalha de bronze (leia mais na pág, ao lado). “Correr em Jerusalém é algo indescritível. Existe uma energia muito forte, que te empurra, ajuda. Acho que todo mundo que corre e gosta de corrida – independente de ritmo e velocidade – deve se programar para um dia correr lá e ter a oportunidade de sentir tudo o que eu senti. É uma benção.”

Apesar das câimbras que o atormentaram nos últimos quilômetros, o carioca Sandro Torres só guarda boas lembranças da prova. “Assim que você entra na área de largada, sente uma energia inexplicável, uma força que vai te empurrando junto com as pessoas que estão ao seu lado. Aí ao longo de todo o percurso, as famílias na rua incentivando e apoiando todos os corredores; coisa que a gente não vê no Brasil”. Aliás, a par-

Maratonistas brasileiros. Peterson Ladislau, que ficou entre os dez primeiros nos 42 Km, e a brasiliense Graça Luongo.

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GENTE

EXEMPLO

SIM. É POSSÍVEL!

créditos imagens: Jornal Corrida/@betapalma

Marcos Rogério da Costa Dias é frentista em um

posto de gasolina na cidade de Santana do Livramento (RS). Corredor desde criança, aos 28 anos, ele carimbou o passaporte e atravessou o oceano pela primeira vez, rumo a Israel para realizar um sonho: correr os 21 km da Maratona de Jerusalém. Mais do que fazer a prova, entre 4 mil atletas de todo o mundo inscritos na Meia Maratona, ele cruzou a linha de chegada em 1h16’ e subiu ao pódio. Arrematou o terceiro lugar, deixando para trás africanos e europeus cotados como favoritos.

Quem vê este sorriso aí da foto, não imagina o valor dessa conquista. Apenas 3 semanas antes do evento, Marcos não tinha todo o dnheiro necessário para a viagem. Nem mesmo as rifas que ele vendeu pela cidade foram suficiente. Com a mesma energia de quem superou todas as subidas da prova israelense, Marcos invadiu a Câmara de Vereadores local e pediu apoio. O caso teve repercussão na mídia regional e, dias antes da competição, ele conseguiu as doações necessárias.

Foi para a Terra Santa e cumpriu sua parte: venceu e trouxe o troféu para o Brasil. Na volta, desfilou pela cidade em carro de Corpo de Bombeiros e foi homenageado pelos seus conterrâneos, entre em contato com o Marcos pelo Facebook no link http://goo.gl/8MiBL1

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créditos imagens: Jornal Corrida/@betapalma

GENTE

2.

1.

ABENÇOADOS A turma do verde e amarelo fez a festa pelas ruas de Jerusalém antes, durante e depois da prova. Segundo a organização , foram mais 100 brasileiros inscritos, divididos entre os percursos de 10, 21 e 42 Km.

3.

1. De Cerquilho para a Terra Santa (só faltou a placa!) 2. Grupo brasiliense 3. Dupla carioca 4. Turma do interior paulista 5. Grupo de diversas regiões reunido pós-prova

5.

Quer sua foto publicada nesta seção? Acompanhe o Jornal Corrida pelo Facebook, participe de nossas promoções. facebook.com/fanpagejornalcorrida ou acesse pelo link on.fb.me/18U7Cau

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4.

créditos imagens: photodune

TREINAMENTO

PERFORMANCE

ELIMINE OS ERROS É comum vermos corredores desmotivados ou reclamando de seu rendimento nas provas e treinos.

Muitos deles nem são iniciantes, já são veteranos e acumulam um bocado de quilômetros rodados.

Alguns chegam até a abandonar a prática, alegando cansaço, falta de paciência com a lentidão da evolução. Sem perceber, muitos desses atletas adquiriram hábitos altamente prejudiciais a sua performance, como também para a sua saúde. A principal deles é, sem dúvida, o velho conceito: “correr é fácil, é só colocar o tênis e ir para a rua”.

Ao som deste mantra, muitos começam a correr sem nenhuma orientação especializada – nem de um profissional de medicina, nem de educação física –; ou então, começam com exames em ordem, auxílio de um treinador nos primeiros meses, mas logo se sentem tão confiantes que viram autodidatas.

Treinamento de corrida é uma ciência. Para alcançar resultados e se beneficiar da prática é preciso técnica e conhecimento. É preciso ter uma visão abrangente de uma mistura que fatores, que incluem a individualização da planilha às características gerais do atleta, suas condições e seus objetivos. Levantamos 4 erros mais comuns cometidos entre os corredores e, é claro, convidamos um especialista para comentá-los: Antônio Vilar de Araujo, o Toninho, é formado em Educação Física pela UNIABC, pós-graduado pela Universidade Gama Filho. É treinador pelas assessoria Mario’s Team, Simtonisa e, ainda, no Clube Paineiras do Morumby.

Falta de periodização. Periodização é a divisão

do treino ao longo do ano. Cada fase tem uma função.”Tudo deve ser individualizado. Cada atleta tem seu objetivo, seja melhorar tempo ou aumentar distâncias. Mas para subir os degraus da qualidade de vida com prudência, o corredor deve respeitar as fases conforme o planejamento. Tem que aprender a caminhar quanto é necessário, correr fraco ou forte e, também, descansar quando proposto. Só assim os objetivos serão atingidos corretamente, sem sofrimento”.

Abordagem generalista. Este é o mal que acomete a maioria dos corredores atualmente.

“Hoje existe muita informação sobre corrida e de fácil acesso. É comum grupos se reunirem para treinar conjuntamente, mesmo com os diferentes perfis dos integrantes do grupo. O amigo está treinando para uma meia maratona e os outros acompanharem, sem nenhuma avaliação, só na empolgação. A corrida é um esporte socializante. É ótimo correr entre amigos. Mas a falta de uma individualização pode trazer lesões e problemas até mais graves. Por isso, correr entre amigos pode, mas cada um no seu passo, com sua planilha, de acordo com as suas condições físicas” Fuga dos treinos de velocidade. Muitos corredores evitam treinos de velocidade, gostam de ficar no “tototó”, ou como dizem, “respeitando o próprio ritmo”. O treinador Toninho lembra que para se desenvolver na corrida “tudo é impor-

tante: velocidade, força e resistência”. “Com liberação médica e acompanhamento técnico, focar nesses 3 pontos é o que vai trazer melhorias na resistência cardiorrespiratória e também ganhos em saúde e performance” Recuperação. Alguns corredores acham que a evolução só vem com treino forte e contínuo.

Muitos até abandonam “aquele treinador que dizia para não correr 7 dias da semana”. “ A sensação de bem-estar provocada pela corrida é viciante.

Se não puxar o freio, muitos atletas vão no limite.

Fui atleta de alta performance, ia e voltava do trabalhando para casa 4 vezes por semana correndo. A recuperação, que pode ser trote leve ou até mesmo day off, dependendo do caso, é muito importante, pois a musculatura que foi estimulada e necessita de um tempo para se recuperar, antes de receber novos estímulos (24h, 48h, 72h ou mais, dependendo do caso). Ao contrário do que muitos pensam, descanso também é treino e ajuda muito a atingir os resultados programados.”

Antes de calçar o tênis de novo, reflita. Veja se você está comtendo algum desses erros. Corrija.

Sua saúde e seu desempenho agradecem. www.jornalcorrida.com.br mais informações acesse o link goo.gl/uWKvT8

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SEM EXAGERO

EXCESSO PODE TRAZER RISCOS Há algumas semanas a morte de dois corredores

durante meias maratonas – uma em Campinas e outra em Porto Alegre –, chamaram a atenção para um tema que incomoda atletas: correr pode ser perigoso e trazer mais risco do que benefícios?

Embora a prática de atividade física esteja associada à prevenção de doenças cardíacas, além de outros problemas, como a obesidade, diversos estudos já apontaram para os prejuízos ao coração causados pelo excesso de exercícios de resistência.

Um deles, realizado nos Estados Unidos, sugere claramente que corrida demais pode levar a morte precoce. Segundo os pesquisadores, as pessoas que vivem por mais tempo são as que fazem uma quantidade moderada de exercício. O artigo científico foi

publicado na revista especializada Health Day. Foram acompanhadas quase 4 mil homens e mulheres com idade média de 46 anos, no Instituto de Pesquisa Cardiovascular Lehigh Valley, na Pensilvânia. Cerca de 70% dos voluntários afirmou durante as entrevistas correr mais de 32 quilômetros por semana. Os especialistas querem aprofundar o estudo, mas já trabalham com a hipótese de que o excesso de exercícios causa desgastes prematuros do organismo.

Outro artigo publicado pelo periódico científico Mayo Clinic Proceedings, apresenta uma revisão da literatura médica existente sobre o assunto e aponta que a prática intensa de atividades afeta a saúde cardíaca.

Os autores da pesquisa ressaltam que provas

de endurance – como maratonas, competições de ciclismo e triatlo – que exigem muito, podem provocar alterações no coração e causar lesões no órgão, o que aumenta o risco de problemas cardiovasculares graves. Foram considerados resultados de pesquisas recentes que mostraram que treinos de resistência cardíaca podem, por exemplo, endurecer as paredes das artérias e elevar os níveis de biomarcadores cardíacos (que são substâncias específicas que o corpo produz quando tem alguma doença).

Em muitos casos, esses efeitos são temporários e o corpo se recupere após uma semana. Porém, pessoas que praticam frequentemente atividades intensas, após meses ou anos de lesões repetitivas, esse processo pode desencadear o aumento do

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SAÚDE

Atividades endurance podem provocar alterações e causar lesões no coração, aumentando o risco de problemas cardiovasculares graves.

Quem tem um rotina de exercícios também precisa manter seus exames em dia. risco de uma arritmia cardíaca (descompasso dos batimentos) ou de uma morte súbita.

“Embora obviamente não seja uma droga, o exercício físico tem muitas características de um agente farmacológico potente”, afirma o cardiologista americano James O’Keefe, um dos autores do estudo. Segundo ele, a prática de atividades físicas costuma funcionar de forma terapêutica, mas é preciso lembrar que, como ocorre com qualquer medicamento, existe uma quantidade segura. Treinar diariamente por períodos de 30 a 60 minutos costuma ser saudável. O’Keefe reconhece que, proporcionalmente, há poucos casos de mortes decorrentes de exercícios intensos e que as pessoas fisicamente ativas são geralmente mais saudáveis do que as sedentárias. Mas deixa um alerta: “Os efeitos nocivos do excesso de atividade podem superar os benefícios da prática”.

Para aproveitar ao máximo o melhor que a corrida pode trazer para saúde, a regra básica é aquela bem simples e conhecida por todos: mantenha seus exames em dia, o ideal é fazer um check-up anual; treine com orientação técnica e siga as orientações dos especialistas das áreas de saúde e educação física, seja para iniciar nos 5km ou correr uma maratona.

Nosso corpo é um organismo em constantes mudanças, alterações, adaptações, influenciadas

pela nossa genética, nossa rotina, pelo ambiente em que vivemos. Mesmo quem já superou as distâncias dos 21 ou 42 km não está isento de atualizar seus exames médicos regularmente.

AS DUAS MORTES

Na manhã de 23 de março, em Porto Alegre, Julio Matos, de 47 anos, passou mal logo depois de completar a meia maratona do circuito Golden Four, da Asics. Em nota, a empresa informou que o corredor foi atendido numa das sete ambulâncias com equipamentos de terapia intensiva disponíveis no evento: “A remoção do paciente até o hospital mais próximo levou oito minutos e o socorro foi prestado imediatamente.” Porém, Julio não resistiu.

No mesmo dia, em Campinas, outro corredor, Hélio Kinoshita, de 52 anos, desmaiou no km 19 da prova – quando faltavam apenas dois para completar o percurso. Ele foi levado ao Hospital Santa casa, mas morreu pouco depois do malestar. A causa exata da morte não foi divulgada. A empresa Noblu Sports, responsável pela organização, informou que ele recebeu os primeiros socorros em aproximadamente dois minutos após cair. Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), nas para corridas e competições de rua devem ambulâncias, cada uma delas com um médico, um enfermeiro e um socorrista.

CUIDADO COM AS VARIZES! Muitos corredores reclamam na hora de

fazer musculação, mas não tem jeito: a prática é necessária para o fortalecimento físico e fundamental para manter o bom rendimento durante a corrida. Embora os exercícios físicos ajudem a prevenir as varizes, pois estimulam a circulação do sangue e evitam o aparecimento de veias doentes, não oferecem garantia de que será possível ficar totalmente livre delas, principalmente se a pessoa apresenta predisposição genética para desenvolver o quadro.

Quando as válvulas dos membros inferiores, pernas e pés – responsáveis pelo bombeamento do sangue de volta para o coração – têm dificuldade para fazer esse movimento, o acúmulo de sangue provoca desconforto e deformação das veias.

O problema acontece porque as válvulas, que funcionam como travas, impedindo que o sangue retorne, falham.

E aí surge uma questão: é preciso fazer musculação para correr bem, mas para algumas pessoas as séries de exercícios para os músculos podem acelerar ou agravar o aparecimento de varizes. Se você enfrenta esse problema, vale estar atento a alguns pontos: • Utilize menos carga e execute um número maior de repetições • Adapte exercícios que são feitos em pé para serem feitos sentados ou deitados, evitando a sobrecarga nas pernas • Não segure a respiração durante os exercícios • Faça exercícios que fortaleçam a musculatura dos membros inferiores • Não utilize roupas apertadas; • Tenha o acompanhamento permanente de professores durante o treinamento

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NUTRIÇÃO

CHOCOLATE

DE VILÃO A MOCINHO FOI-SE O TEMPO que comer chocolate era visto

como um erro na dieta saudável. Felizmente! Graças à ciência, ao longo dos últimos anos a tentação de cacau deixou de ser abominada. Pelo contrário, hoje tem muitos de seus benefícios exaltados, e comprovados por pesquisas científicas realizadas em diferentes partes do mundo.

Até os esportistas ganharam aval para consumir chocolate após treinos. Estudo realizado na Universidade James Madison, nos Estados Unidos, confirmou que o consumo de leite achocolatado light ajuda na recuperação muscular. Mais do que isso: pode ser mais eficaz que os suplementos esportivos à base de carboidratos.

Testes realizados em jogadores de futebol demonstraram um menor dano muscular nos atletas que haviam consumido a bebida no lugar de suplementos. O achocolatado leva a vantagem de conter outros nutrientes não encontrados nos suplementos. Além disso, é sabido que a proteína do leite atua na construção da chamada musculatura magra, reduzindo o dano causado pelo exercício ao músculo. Também ajuda na reidratação e fornece minerais essenciais para quem pratica atividade física (cálcio, potássio e magnésio).

Outra pesquisa, dessa vez realizada na Universidade do Texas, concluiu que a mistura de leite com chocolate é a melhor bebida na recuperação pois combate o desgaste físico.

Apesar dos comprovados benefìcios, especialistas alertam contra o exagero. O consumo indicado é de no máximo 30g. Quem está tentando perder peso, deve reduzir pela metade. Confira alguns dos benefícios do chocolate já comprovados:

Combate lesões cerebrais. Pesquisadores da Universi-

dade de Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram que uma substância presente apenas no chocolate amargo estimula um tipo de atividade cerebral que protege os neurônios de lesões.

Ajuda a emagrecer. Estudo da Universidade de Chung Hsing, em Taiwan, mostrou que os ácidos fenólicos presentes no cacau podem aumentar a produção do hormônio leptina, que aumenta a sensação de saciedade. Sendo assim, o chocolate pode ajudar você a sentir-se mais satisfeito e não exagerar na comida.

Outra pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia confirmou: pessoas saudáveis que praticavam exercícios físicos e comiam chocolate regularmente (duas vezes por semana) tendiam a ter menor índice de massa corpórea (IMC) do que aquelas que se exercitavam e comiam chocolate com menos frequência. Neste caso, é recomendado ingerir apenas 1 quadradinho de uma barra de chocolate meio amargo ou de chocolate negro por dia, durante o período matinal Melhora o humor e diminui o estresse. O chocolate possui substâncias como triptofano, feniletilamina, fenilalanina e tirosina, que reforçam a sensação de

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bem-estar. Libera endorfinas que melhoram o humor e agem contra a depressão. Pesquisadores suíços investigaram a relação entre o consumo diário de chocolate e o nível do hormônio cortisol, responsável pelo estresse. Os cientistas observaram que o índice baixou consideravelmente em todos os participantes que consumiam o doce, chegando a 40% de redução naqueles que sofriam com a ansiedade.

Aumenta o rendimento esportivo. Uma pesquisa publicada pelo Journal of Physiology, apontou que o consumo de pequenas doses do alimento traz importantes benefícios ao rendimento esportivo. Os pesquisadores descobriram que o chocolate, principalmente o amargo, possui um composto chamado epicatequina, capaz de aumentar o número de mitocôndrias nas células dos músculos, contribuindo para o crescimento massa muscular e a redução da fadiga.

Faz bem ao coração. Cientistas da Universidade de Linkoping, na Suécia, descobriram que a versão amarga inibe uma enzima conhecida por elevar a pressão arterial. O resultado é atribuído às catequinas e procianidinas, antioxidantes encontrados no doce.

Mantém a saúde bucal. Apesar de contribuir para o processo de redução de desmineralização dos dentes, ele protege o esmalte dentário por ser rico em proteínas, cálcio, fosfatos e outros minerais. Segundo especialistas, o consumo de chocolate meio amargo e de alimentos a base de cálcio, além de frutas, fibras, hortaliças e grãos integrais previne cáries.

MOCHILA