O Arauto 05

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Arauto

abril/maio de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita Nº 5

O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP

CORPO

pág.07

Maurício Bueno / O ARAUTO

CASA DE BELÉM

A interessante arte que mistura poesia, cores, música e grafite. O grupo movimentou o CEUNSP.

Da redação / O Arauto

Evandro Ananias / O ARAUTO

CUIDADO TINTA FRESCA Tribos urbanas

Por que o mundo - e, sobretudo, os jovens - se reúnem em grupos? Em texto, fotos e humor...

Além de conhecer casos, saiba como colaborar com a entidade que ajuda na reconstrução de infâncias.

Portfólio Pessoal

pág.06

Jornal CEUNSP

Encarte

Uma flor amarela encravada numa porta azul. A imagem criada por uma estudante do CEUNSP despertou interesse de uma importante revista de fotografia.

Encartado nesta edição de O Arauto, as páginas onde você fica por dentro das novidades do Centro Universitário.

GALERIA DE FOTOS

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CURRICULUM VITAE

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E MAIS

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Evandro Ananias / O ARAUTO

Eles mostram ao mundo seu estilo através do


DA MESA DO REDATOR

O Arauto / abr-mai.09 pág.02

PROIBIDO FUMAR A reportagem “Se é proibido fumar, por que fumam?”, publicada na edição de março de O Arauto, além de ter sido bastante comentada, precisa ser atualizada porque o governo paulista aprovou uma nova legislação sobre o tema tabagismo. No início de abril, a Assembleia Legislativa deu seguimento ao projeto do governador José Serra (PSDB) que proíbe o consumo de cigarro e similares em recintos coletivos do Estado de São Paulo. A proposta teve 69 votos a favor e 18 contra. O projeto prevê que a lei entre em vigor imediatamente, mas os estabelecimentos terão 90 dias para se adaptarem às novas regras.

TRIBOS

Por André Brandão

OPS! ERRAMOS...

- Não foi possível ler o nome do autor da foto “Vício”, que ilustrava a reportagem “Se é proibido fumar, por que fumam?” A autoria é de Maurício Bueno. - O nome do coordenador do curso de fisioterapia é Prof. Ms. José Alberto Provenzano.

Maurício Bueno / O ARAUTO

- Tiago Rodrigues é revisor, ao contrário do publicado.

Reconstruindo o ser

Por Adriane Souza

A ONG Casa de Belém está, há 13 anos, acolhendo e reestruturando a vida de crianças em Salto. Foi fundada em 1995, como resposta à Campanha da Fraternidade promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sob o lema: quem acolhe o menor a mim acolhe. A Pastoral do Menor, sob orientação do padre Geraldo da Cruz, iniciou o projeto do abrigo para atender crianças da cidade que sofrem com a violência doméstica e que foram retiradas judicialmente de suas famílias.

Sua mão pode fazer a diferença...e sua generosidade também! Ajude: Rua Carlos Gomes, 345 Jd. Santo Antônio - Salto/SP Telefone: (11) 4029-5939 Email: casadebelem@itelefonica.com.br Doações em dinheiro: Nossa Caixa S.A. Agência: 0179-1 Conta Corrente: 04000732-6 Doe roupas, leite, fraldas, produtos de higiene e limpeza, materiais escolares, roupas, brinquedos, alimentos, etc.

Em 1996, a entidade começou a funcionar numa pequena casa, no centro da cidade. “Eram sete crianças e quase não havia espaco para todos”, recorda a diretora, Édina Margarida Santos. Algum tempo depois, a prefeitura cedeu uma antiga escola que servia como Centro Comunitário. Então, a Casa de Belém se ampliou e hoje tem capacidade para atender dezesseis crianças de 0 a 12 anos (hoje são treze abrigadas). A diretora lembra que a entidade chegou a comportar cerca de vinte crianças sem reduzir a qualidade do atendimento. Abrigar o menor na Casa de Belém costuma ser o úl-

miliares. Houve um caso de uma criança, também com 5 anos, cujo agressor foi o padrasto. Ela foi para a casa da avó, no Espírito Santo. “Foi muito emocionante o encontro de neta e avó. A prefeitura de lá pagou a passagem para ela ir e a prefeitura daqui pagou para ela voltar”, relembra a diretora. Até hoje, nenhum agressor sexual das crianças que passaram pelo abrigo foi preso.

timo recurso judicial, pois o Juizado de Menores procura anteriormente todas as formas possíveis para manter o vínculo familiar. Tentam o acompanhamento, acordos ou a mudança de atitude na família. A diretora disse que quando a criança chega à Casos - De uma maneira Casa, já sofreu muito durante o processo e, por isso, o geral, a criança tem um peacompanhamento psicológi- ríodo de permanência mínimo de um ano, enquanto co é primordial. a Justiça realiza um estudo Os tipos de maus-tratos psicossocial da família, a ocorridos nos lares são clas- fim de tentar uma reintesificados em negligência e gração. Em 80% dos casos, violência física, psicológica isso acontece, informa Édiou sexual. Pais ou familia- na. Porém, quando não é res privam as crianças de possível que o menor fique recursos básicos para a so- com nenhum familiar, o probrevivência, mesmo tendo cesso de adoção começa. Há uma procura no cadastro condições para isso. local, regional e estadual, A diretora cita ainda que mas como a maioria prefeo aumento da violência in- re bebês, as crianças maiotrauterina é alarmante. O res acabam permanecendo feto se torna vítima da mãe mais tempo na casa. por meio de tentativas de Com autorização judicial, abortos mal sucedidos e consumo de drogas. O físi- a Casa de Belém também auco da criança é preservado, xilia na busca por famílias mas emocionalmente e afe- adotivas. Por isso, a diretora tivamente ficam totalmente considera importante o vínbloqueados pela violência. culo dos assistidos com pesAtualmente a casa está com soas da comunidade: “Numa um bebê de 2 meses, vítima visita, uma pessoa que nunca pensou em adoção pode do abandono dos pais. se encantar e acabar assuAgressões - Os casos mindo uma criança.” de violência sexual vivenA entidade abriga menociados pelo abrigo atingem res de até 12 anos. Ao commais meninas com idade entre 5 e 9 anos. Édina cita pletarem 13, aqueles que um caso marcante: o de um ainda permanecerem lá, são avô que molestou sexual- encaminhados para abrigos mente a neta de 5 anos. Em em outras cidades da região. todos esses casos, houve Parceria - A Casa de Bereintegração com outros fa-

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lém é mantida pela parceria entre comunidade e Poder Público. A prefeitura de Salto mantém um pagamento fixo de R$ 8 mil/mês, sendo que a casa tem um gasto mensal de R$ 30 mil. Esses gastos, fixos, são para folha de pagamento, comida, roupas, remédios e contas, como energia elétrica, infoma a diretora.

O trabalho voluntário é fundamental para a sobrevivência da entidade. Setenta voluntários ativos se revezam hoje entre eventos, bazares e cozinha. As doações de alimentos, roupas e serviços médicos garantem o bem-estar e a saúde das crianças. A Assistência Social da Casa de Belém informa que é sempre preciso doações de fraldas (tamanho G) e leite, pois o estoque desses produtos é fundamental. A instituição conta hoje com 21 funcionários registrados, que trabalham para organizar e “manter a rotina o mais normal possível”. Todo segundo domingo do mês a Casa é aberta à visitações. Nos outros dias da semana é necessário agendar. No ano passado, alunos de Relações Públicas do CEUNSP fizeram uma campanha pró-Casa como trabalho de classe: arrecadaram donativos e fizeram visitas.

Aliás, o ato de visitar é importantíssimo. Como diz a diretora Édina: “O grande desafio nosso não é a roupa, o calçado, o alimento, levar na escola e dar o caderno, não é isso. Isso é o mais simples do trabalho que qualquer pessoa pode fazer. O mais complicado, o grande desafio do trabalho é reconstruir este ser.”


VIDA UNIVERSITÁRIA Evandro Ananias / O ARAUTO

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Na aldeia do CEUNSP há muitas tribos Por Mariana Sugahara

Com apenas alguns passos e uma dose de observação é possível notar a variedade de estilos. Dentro da vida universitária as diferenças são ainda maiores. Esta diversidade cultural é chamada de “Tribos Urbanas”, que reúnem pessoas com os mesmos interesses, como música, roupa, ideologias e hábitos, mas o principal objetivo delas é se relacionar. A origem do termo deve-se ao movimento ser comum nas metrópoles. A expressão é usada desde 1985, citada pelo sociólogo francês

Michel Maffisoli. A formação de tribos não é tão recente quanto parece. Na Pré-História, os humanos já se agrupavam por interesses em comum. Isso ajudava na sobreviência, espécie de “a união faz a força”. Ou seja, se fortaleciam. Os sociólogos não retratam apenas as satisfações das tribos, mas apresentam questões que estão escondidas na mente e explicitas nas ações. Exemplos - Os “Carecas” (skinheads brasileiros), os “White Power” (poder dos brancos) e os “Pós-Punk” são exemplos destas ações: têm em comum o racismo e fundamentam-se na ideologia nazista. Esses movimentos pregam a violência e por diversas vezes já foram destaques na imprensa pela sua intolerância. Opiniões - Para o aluno Gabriel, de Rádio e TV, a sociedade, hoje, não segue padrões: “Cada um se encaixa com aquilo que combina mais.” Cada tribo é vista de um ângulo diferente pelas outras “comunidades”. A alu-

Cem anos sem EUCLIDES Euclides da Cunha. Você já ouviu falar desse nome. É nome de uma cidade, mas também de um escritor e jornalista. Conhece o livro ‘Os Sertões’? É dele. E por que falamos nele? Porque este ano é o do centenário da morte dele. Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, município do Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1866. Órfão, foi criado por tias na Bahia, onde fez os primeiros estudos. Mais tarde, matricula-se na Escola Politécnica do Rio, transferindo-se depois para a Escola Militar. Positivista e republicano, desacata o então Ministro da Guerra, sendo expulso do estabelecimento em 1888. No ano seguinte, após a proclamação da República, reingressa na Escola Superior de Guerra, formando-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais. Em 1896, discordando dos rumos tomados pela República, desliga-se definitivamente do exército. Em 1897, abandona o Rio de Janeiro, fixando-se em São Paulo. Como correspondente do jornal A Província (hoje: O Estado) de S.

Paulo, é enviado a Canudos, na Bahia, para cobrir a revolta que lá explodira. De volta a São Paulo, desliga-se do jornal e é chamado para planejar a construção de uma ponte em São José do Rio Pardo, no interior. Nessa época, redige Os Sertões, publicado em 1902 (Você tem de ler!). Em 1903 é eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico e da Academia Brasileira de Letras. Entre 1905 e 1906, designado para tratar de problemas de fronteira no norte do país, estuda profundamente a Amazônia. Retornando ao Rio de Janeiro, é nomeado professor de Lógica no Colégio Pedro II. É assassinado no Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909. O crime foi retatado na minissérie ‘Desejo’, da Rede Globo, tendo Tarcísio Meira como Euclides, Vera Fischer como a mulher (Ana Emília Ribeiro) que o traíra com Dilermano de Assis, interpretado por Guilherme Fontes. A vida desse brilhante brasileiro foi bastante movimentada. A obra também não deixa nenhum leitor parado. Embora apresente

Por

na Amanda, 1° semestre do curso de Moda, declara: “As pessoas de Moda se diferenciam na multidão e são apontadas como os estranhos”. Já a turma de Engenharia é taxada como nerds, mas para o aluno Ivan não é bem dessa maneira: “A realidade não é esta, saímos, vamos em barzinhos, como vários outros estudantes. Mas temos muitos projetos e isso nos torna muito presos às salas de aula.” Na aldeia do Bloco K, Faculdade de Comunicação e Artes do CEUNSP, as tribos são ainda mais extravagantes. A estudante de Jornalismo, Thuany, do 5° semestre, declara: “Este curso é marcado por pessoas curiosas, que questionam tudo.” Estereótipo - A professora Maria Paula Piotto esclarece: “O estereótipo de uma tribo é passar imagens para as outras pessoas, como um cantor de Hip Hop tem a imagem ligada às famílias de baixa renda, mas na atual realidade nem sempre é assim. É que a ligação é tão forte que por mais que não seja, ficará com essa marca.” Pedro Courbassier

Retrato de Euclides da Cunha produzido pelo pintor Candido Portinari, em 1944

uma visão de mundo profundamente determinista - no prefácio de Os sertões cita Hypolite Taine, o “pai do determinismo”, cientificista e naturalista, Euclides da Cunha deve ser estudado como um pré-modernista

pela denúncia que faz da realidade brasileira, trazendo à luz, as verdadeiras condições de vida do Nordeste brasileiro. É deste livro que pinçaram a famosa frase “O nordestino é antes de tudo um forte.”


Evandro Ananias / O ARAUTO

ESPECIAL

Body Modification:

o m o c o p r o c o

di inicius Fred por Marcos V

e n i r t i v

A modificação corporal, originada do inglês body modification, é hoje uma tendência cada vez mais aceita entre os jovens que procuram, por meio de opções como brincos, alargadores de orelha, piercing, tatuagem, bifurcação da língua e outros meios, expor ao mundo a sua vaidade, sua personalidade ou mesmo sua autoafirmação.


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A seguir, exemplos de quem fez. O aluno de Fotografia Renan Amorim, de 19 anos, tem uma tatuagem de uma granada alada em suas costas. Diz ele ser uma referência ao grupo musical que curte. “Fiz por causa da banda NXZero e porque já tinha vontade de fazer”, explica. Ele também acha que a body art tem a ver com o lado da vaidade, da estética das pessoas.

Já para o aluno de Moda Bruno Freak, 26, que tem o ‘Sagrado Coração de Jesus’ na perna, tatuagem não tem significado especial. Ele diz apenas que gosta dessa arte desde criança. “Sempre gostei e pretendo fazer outras”, resume. Pedro Spagnol, 21, aluno de Fotografia do Ceunsp, diz que suas tatuagens têm sim um significado artístico e particular. “Todas as minhas tattoos foram pensadas e têm um motivo pessoal, estético e representativo da minha vida.” A primeira que fez lhe rendeu críticas de seus pais e um arrependimento, pois teria sido feita por impulso. Preconceito - Décadas atrás, tatuagem era sinônimo de ser homem do mar (piratas, marinheiros) ou presidiário (até hoje cada facção criminosa tem uma marca característica, assim como o crime que o detento cometeu). Lembramos também das marcas deixadas pelos nazistas nos pulsos dos prisioneiros judeus.

Há muito tempo na pele da humanidade A body modification está presente na cultura de diversos países. Os primeiros registros da historia da tatuagem são de mais de dois mil anos. Há registros de pinturas nos corpos de povos nativos da Polinésia, Filipinas, Nova Zelandia, Índia (uso da Henna) e Egito. A maioria das manifestações nos corpos era para fins religiosos.

Tipos de body modification:

Escarificção - Técnica que produz cicatrizes na pele por meio de instrumentos cortantes, como um bisturi. Branding - Aplicação de “ferro quente”/chapa de aço esquentada por um maçarico. Após a queima, forma-se uma cicatriz com o desenho desejado.

Bifurcação da lingua - Cirurgia que divide a língua em duas partes (imita língua de cobra).

Pocket - É como se fosse um piercing, porém a haste fica para fora e as pontas arredondadas ficam dentro da pele (em qualquer parte do corpo). Implantes subcutâneos - É o implante de um objeto (placa de silicone, aço etc.) sob a pele, formando um alto relevo. Surface - O objeto pontiagudo que brota da pele (a haste fica para dentro).

Implante transdermal - Implante com aço cirúrgico, entre a gordura e o músculo. Metade do objeto fica exposto e metade fica para dentro do corpo. Alargador - O objeto é colocado para alargar um orifício (o mais comum é no buraco do brinco da orelha). É a versão, ao contrário, “das mulheres girafas” da Tailândia (você já deve ter visto no Discovery Channel).

Talvez pelas razões apresentadas no parágrafo acima, tattoo sempre foi um tema recheado de sentimentos hostis. Preconceitos que ainda existem. A aluna de Rádio e TV, Ana Paula Godoy, 21, diz que já sofreu repulsa de um colega de trabalho. “Mas não ligo. Sempre tive vontade de fazer. Aí fiz a primeira quando completei 18”, conta. Ana Paula, que é roqueira, diz ainda que só faz os desenhos num único estúdio e com a mesma tatuadora: “Já tenho idéia para fazer mais duas .”

Evandro Ananias / O ARAUTO

E

m grupos de jovens a incidência da body modification (modificação do corpo) é cada vez mais presente. No CEUNSP, os estudantes adeptos desta “arte”, como eles mesmos afirmam, dizem que a decisão de alterar o seu corpo segue questões pessoais ou para expressar ao mundo seu estilo de ser. Claro, há opiniões diferentes. Há quem não aceite qualquer mudança corporal. Arte, atitude, modismo? Esta edição de O Arauto debate o tema.

Nem sempre é fácil - Brian Richard, 17, decidiu colocar um piercing em sua língua. Ele cursa Publicidade e Propaganda e revela estar em constante atrito com os pais para poder realizar seu desejo. “Eles ficaram muito bravos.”

Já a aluna de Fotografia, Priscila Fernandes, 17, passou por uma situação mais delicada. Ela sempre gostou da body art e aos 14 anos decidiu colocar um piercing no septo nasal. Entretanto a reação de seu pai foi além do esperado: ficou sem conversar com ela por um ano.

A vida de um tatuador Se há muita gente que curte uma tatuagem, um piercing e outras alterações corporais, de outro lado tem alguém que curte fazer isso e que se prepara para fazer o desejo do cliente com qualidade, segurança, higiene e bom gosto. É o caso de Rodrigo Finott, 29, que trabalha na área há 9 anos e possui seu próprio estúdio de tatuagem. O artista sempre gostou de desenhar e aprendeu o ofício com outros tatuadores que conheceu no início de sua carreira. Com o tempo foi aperfeiçoando a técnica e hoje é um dos mais respeitados tatuadores da região.

O tatuador revela não haver uma formação para ser tatuador, pois a profissão não é regulamentada. Ele cita que há um sindicato representante dos profissionais, com sede em São Paulo, do qual faz parte. Cuidados - Finott pede às pessoas que forem colocar um piercing que cobrem do profissional um comprovante do curso de preparação, pois, se não houver preparo, um piercing mal colocado pode causar infecção generalizada e levar à morte. Finott, ao fazer tatuagem ou piercing, pede antes que o interessado - ou o responsável legal - assine um termo de autorização para a intervenção no corpo. “E mais, se percebo que o cliente está em dúvida, eu falo para ele não fazer”, alerta o tatuador.

Outro dica do artista é exigir a licença de funcionamento do estúdio, que comprova o alvará da Vigilância Sanitária, atestando que o local é apto para as atividades. Ao chegar ao local, depois dos documentos, confira as condições de higiene e como os materiais são esterilizados. Observe também se há o uso de descartáveis. “O bico de aço inox é a única peça que é esterilizada. Agulhas, luvas são todas descartáveis”, avisa Finott.

Alerta!

Da redação

Amauri Chamorro, Coordenador da AECA (Agência Experimental de Comunicação e Artes) e professor de Publicidade e Propaganda da FCA, alerta que antes de decidir por marcar o corpo para sempre as pessoas devem “pensar muito”. O Prof. Chamorro fez a primeira tatuagem quando tinha 15 anos de idade. “Minha mãe não sabia que eu iria fazer. Foi uma decisão muito arriscada e irresponsável. Uma tatuagem não é um tênis que sai de moda e você deixa guardado. Ela fica com você para sempre.” “Tenho 4 tatuagens, uma delas eu me arrependi de fazer. Por sorte fica nas costas. Não a vejo todos os dias. Imagina se fosse no braço?”, indaga Chamorro. Ele afirma também que a relação jovens-mundo muda e num determinado momento os piercings e tatuagens podem não fazer mais sentido. “Praticamente não há como voltar atrás. Seu corpo carregará para sempre algo que irá te incomodar.”

Cuidados!

Depois de ter “parado para pensar” nos riscos psicológicos, há de se cuidar também da saúde física. Se o estúdio que for fazer tatoo ou piercing não for higienizado há risco de contaminação por vírus e bactérias que causam doenças como Aids e Hepatite C.

Dica após fazer uma tatuagem: - Lavar cuidadosamente o local com sabonete neutro ou antisséptico duas vezes ao dia; - Passar pomada cicatrizante no local duas vezes ao dia; - Evitar sol, mar, piscina e sauna durante 15 dias; - Não coçar, nem arrancar cascas de ferida; - Sempre que expor a tatuagem ao sol, use protetor solar. Por toda a vida. Piercing: - Limpar o local pelos 90 dias seguintes à colocação, com sabonete antisséptico (3 vezes ao dia) e passar pomada cicatrizante; - Quem colocou piercing na boca deve usar enxaguante bucal toda vez que se alimentar; - É recomendado não fumar, evitar bebidas alcoólicas, não comer alimentos sólidos e não brincar com a jóia.


PORTFÓLIO PESSOAL

O Arauto / abr-mai.09 pág.06

Uma flor desabrocha Por Jean Pluvinage

Revista Fotografe Melhor destaca foto de estudante do CEUNSP Um simples exercício para a faculdade pode revelar talentos profissionais. É o que mostra Cissa Victal, estudante do curso de Fotografia do CEUNSP, que teve sua foto publicada na revista Fotografe Melhor de abril. A revista, dedicada à fotografia profissional, selecionou a aos alunos que produzissem foto de Cissa para a disputa- uma sequencia de fotos, com da seção aberta aos leitores. diferentes níveis de exposição à luz. Cissa decidiu reA foto foi produzida du- tratar a porta da Igreja Marante as aulas da Faculda- triz Nossa Senhora do Monte de de Comunicação e Artes Serrat, situada perto da en(FCA). O coordenador de Ar- trada do Campus V, com uma tes e professor de cinema e câmera Nikon D40. Ao olhar fotografia Filipe Salles pediu a porta de baixo para cima

ela percebeu que um forte tom azul era refletido. “Eu vi a porta e estava tudo azul. Ficou sem graça. Então fui na praça ao lado e peguei uma flor amarela para por numa fresta e tirei a foto” conta Cissa. O trabalho produzido saiu do espaço acadêmico

para ter divulgação no meio profissional. Cissa revela que ficou muito surpresa: “Enviei a foto junto com duas outras para a revista Fotografe Melhor. Não tinha muitas expectativas. Mas então veio a resposta da revista e fiquei emocionada, ainda mais porque soube

por email que minha foto foi selecionada no dia do meu aniversário!”

progresso na carreira. Em momento algum faça comentários negativos com relação a empresa em que está trabalhando (ou que atuou anteriormente). Destaque a questão de buscar desafios. 2 - Se você foi ou está sendo demitido, não negue. Fale a verdade. Explique que a demissão foi causada por corte de custos, e que o desligamento não ocorreu por baixo desempenho de sua parte. No entanto, se a demissão foi consequência de uma atitude infeliz de sua parte, mencione brevemente que cometeu um erro, mas que aprendeu a lição e que isso não voltará a se repetir.

trar que você está flexível e aceita estudar ofertas. Assim como na situação anterior, evite dizer quanto quer ganhar. Procure fazer com que o empregador faça uma oferta. Exemplo: “Qual seria a faixa salarial oferecida pela empresa para este cargo?”.

Melhor palavra: competente. Diga que é admirado e respeitado.

A foto publicada e outros trabalhos fotográficos de Cissa estão disponíveis em sua galeria virtual:

xerovero.deviantart.com

CURRICULUM VITAE

Você sabe o que falar em uma entrevista de seleção?

Momento da entrevista, hora de apresentar qualidades, competências e fazer marketing pessoal. No geral, os entrevistadores têm uma rotina de perguntas. Em quase todas as entrevistas são aplicadas praticamente as mesmas questões. Conheça um pouco mais a respeito do que poderá ser perguntado e prepare-se para respondêlas de maneira adequada. É óbvio que se faz necessário dar uma resposta que agrade ao empregador, no entanto, jamais falte com a verdade, seja sincero! Um exemplo que ocorre com frequência é o caso do entrevistador perguntar algo delicado para provocar uma situação de tensão. O objetivo é avaliar como você age sob pressão ou se você cai em contradição (com alguma resposta anterior). Portanto, para enfrentar com mais calma situações como essa é importante estudar respostas antes da Profª. Ms. Cátia entrevista, desta forma a Guillardi probabilidade de você obter é consultora organizacional em Gestão de Pessoas, professora de MBA, pós-gradu- melhor desempenho duranação e graduação, palestrante, articulista, te a entrevista será maior. especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional, Orientação de Carreira e em assuntos da área de Gestão da Qualidade e Responsabilidade Social Empresarial.

Seguem alguns exemplos de questões realizadas em entrevistas de emprego:

Por que você está deixando (ou deixou) seu emprego? 1 - Se você está empregado e buscando outra colocação, diga que está a procura de melhor oportunidade e

Qual a sua pretensão salarial? Esta é uma questão muito delicada e geralmente costuma colocar os candidatos em “maus lençóis”, caso não estejam preparados para uma resposta pronta. Não responda diretamente quanto quer ganhar. Preferencialmente, espere uma oferta e discuta sobre esse valor. 1 – Se você está empregado e a entrevista deriva de uma proposta de emprego que você recebeu, você tem um alto poder de negociação e pode argumentar que está ganhando bem, e que só se interessaria em mudar caso houvesse uma compensação financeira adequada. 2 - Se você está desempregado, a situação é outra, e a sua resposta deve mos-

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Estes pontos são importantíssimos no momento da entrevista, mas algumas outras questões são usualmente colocadas para medir traços da personalidade e das Quais são seus objetivos a potencialidades. longo prazo? Procure restringir-se ao No final da entrevista, futuro profissional e não co- quando o entrevistador enmente a respeito de sua vida cerrar as questões, alguns pessoal, a menos que lhe praticam o hábito de perseja perguntado. Não é este guntar ao candidato se ele o interesse da empresa nes- tem alguma dúvida ou alte momento da entrevista. guma questão a fazer. Neste momento é bem visto você Qual é o seu ponto fraco? perguntar algo, desde que Em momento algum men- seja adequado, ao entreviscione algo muito negativo. tador. Demonstra interesse, Responda aquilo que, na iniciativa e que você está realidade, acaba sendo um buscando informações para pequeno problema, ou um tomar a decisão mais acerpequeno defeito. Explique tada a respeito de aceitar ou também que está trabalhan- não a proposta da empresa. do para amenizar ou resol- Exemplo: questione a resver este ponto fraco em seu peito do plano de carreira perfil ou sua carreira. ou sobre os benefícios oferecidos. Ou, ainda, sobre o Você acredita que precisa índice de turnover (rotatide quanto tempo para tra- vidade de pessoal, refere-se zer contribuições para a à relação entre admissões e nossa empresa? demissões) da organização, Responda: “Espero po- entre outras questões. der colaborar a partir do meu primeiro dia, e a cada Tente se manter calmo, dia mais, à medida que for passar tranquilidade e conhecendo melhor a orga- confiança. nização, as necessidades e objetivos.” Na próxima edição vamos falar de negociação salarial. O que seus subordina- Abraços e até lá!!! dos pensam de você? (caso você tenha subordinados)


CONTRACULTURA Fotos: Evandro Ananias / O ARAUTO

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Cuidado Tinta Fresca

Por Jean Pluvinage

A tinta que ainda não secou na tela pode ainda sofrer alterações e mudanças inusitadas, fruto de acidente ou improvisação do pintor. dialogava com o curso de Moda, Bieto, Rodrigo e Luciana se apresentaram com a artista Cecília Engels, que capturou a manifestação do grupo em vídeo, exibindo o É com esse espírito inoresultado na parede do palvador que o grupo Cuidado co. Tinta Fresca se apresentou aos estudantes do curso de Durante a apresentação, Moda, no teatro escola “Prof. Bieto grafitava em uma Rubens Anganuzzi Filho”, dia enorme tela de pano en17 de abril. Uma apresenquanto Rodrigo compunha tação de difícil definição, a música com acompanhapois mescla improvisação, mento do metalofone e da música, grafite e poesia. voz de Luciana, que declamava versos de ArnalO grupo teve início em do Antunes e Black Alien. 2006 em São Paulo e passou Tudo era improvisado, usanpor várias formações. Atualdo como referências apenas mente o núcleo é composto o tema da moda, as poesias por Bieto (grafites e perselecionadas e o ambiente cussão), Rodrigo Scarcello local. Para quem acompa(teclados, escaleta e eletrônhou os últimos eventos culnicos) e Luciana Araújo (voz turais do CEUNSP, a mistura e metalofone). A formação de artes e a interação com o de cada evento depende do público pode remeter ao Tetema a ser abordado. Na atro Mágico. De fato ambos apresentação de Salto, que valorizam o rompimento de

Por Adriane Souza

Em O Arauto os assuntos não se esgotam numa única edição...

A reportagem “A era dos blogs”, publicada na edição de março, apresentou uma das principais ferramentas da WEB 2.0. Além de suas diversas aplicações, o blog também tem a função de entreter o público. Um bom exemplo vem de um blog criado em maio de 2008, o DrPepper. Ele se destacou ao exibir tirinhas sobre um médico nada convencional e pacientes inusitados. Daniel Thomazelli, que é o criador deste espaço, jamais imaginou ter tantos

fronteiras entre público e artistas e criam novas formas de diálogo entre as artes. Mas a linguagem do Cuidado Tinta Fresca cria uma experiência diferente, mais intuitiva, na descoberta do caminho a ser percorrido. Na apresentação, o grafiteiro influencia a composição do músico que por sua vez inspira o grafiteiro com seu ritmo. O grafite torna-se arte não apenas em seu estado final mas durante todo o seu processo de criação. O objetivo não está apenas no resultado mas também no experimento do percurso: um caminho coletivo onde público e artistas exploram as possibilidades da tela e dos sons. “O ritmo é muito bacana! A música contagia e a gente fica na expectativa do que vai sair.” relata a estudante Viviane Lopes. Na apresentação no teatro escola, o enorme painel grafitado resultou em uma obra psicodélica. Obra que ficará exposta no espaço dos estudantes de Moda do CEUNSP.

O Blog do Pepper acessos. “Na verdade, o blog nasceu de uma brincadeira, apenas do desejo de ter um espaço para mostrar as tirinhas”, explica o blogueiro. Hoje, o espaço on-line gera uma pequena renda, por meio de anúncios. O valor é revertido para melhorar o conteúdo do blog. “As tirinhas surgem ao acaso. Não importa onde estou ou em que situação, sempre penso no que pode virar tirinha. Brigando com a namorada eu já criei tiri-

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nha, tendo problemas pessoais e até dormindo”, explica Thomazelli. Alguns jornais de menor circulação já publicaram as histórias do DrPepper. Daniel, porém, disse que não tem interesse em publicar em jornais de maior circulação. Daniel Thomazelli tem 29 anos e trabalha como webdesigner de uma empresa ecommerce. Acesse: drpepper.com.br

Para assistir aos vídeos de apresentações do Cuidado Tinta Fresca basta acessar:

www.youtube.com/ cuidadotintafresca


GALERIA DE FOTOS

O Arauto /abr-mai.09 pág.08

Qual é a sua tribo?

O espaço permanente para exposições fotográficas expôs o tema “Tribos Urbanas”, tornando público o talento dos estudantes da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA).

Vinicius Correa

Adriana Cruz

O próximo tema “CRIANÇAS”, será exposto do dia 4 a 30 de Maio.

Compareça! Local: Bloco K da Faculdade de Comunicação e Artes CEUNSP / Campus V - Salto Alessandra Luvisotto

Marco Sanches

expediente

Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez / Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro / Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos / Redator Universitário Chefe: Jean-Frédéric Pluvinage Colaboradores TEXTO: Edvaldo Santinon. Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto de Trabalho Integrador - O ARAUTO Alunos participantes: Ariane Campos (editora-chefe); Tiago Cruz (chefe de reportagem); Nelson Lisboa (chefe de pauta); Antonio Augusto Nunes (editor); Thiago Cézar (editor); Adriane Souza (repórter); Alan Vianni (repórter); Állan Guimarães (repórter); Danielle Oliveira (repórter); Marcos Freddi (repórter); Mariana Sugahara (repórter); Valesca Cotafava (repórter); Natalia Esteves (revisora); Tiago Rodrigues (revisor); Gabriel Alves (pauta); Ligia Martin (pauta); Thales Puglia (pauta); Luciana Tambeli (pauta); Pedro Henrique (pauta); André Brandão (ilustração). Editoria de Fotografia: Evandro Ananias, Giuliano Miranda e Maurício Bueno. Coordenação: Prof. Pedro Courbassier. Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Jornalista responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23727).

Contatos: redator@arauto.info

Tiragem: 30.000 exemplares

PÓS-GRADUAÇÃO

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INSCRIÇÕES ABERTAS

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O CEUNSP é o Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, um dos maiores complexos educacionais do País, atualmente com 114 cursos, turnos e habilitações, do Jardim da Infância à Pós-Graduação. Nos últimos 50 anos, tem sido o protagonista principal da revolução e evolução educacional ocorrida na região de Itu e Salto, com qualidade constantemente comprovada em avaliações, como as do MEC e ENADE.

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