ALPHA PACK 07.5 – PHOENIX REBORN J. D. TYLER
TRADUÇÃO: KIARA SARIEL
REVISÃO: EVA M. CARRIE
LEITURA FINAL: JUSTINE O’NEEL
ARTE: ALMA LOPES
SINOPSE
O shifter lobo e Incendiário Phoenix "Nix" Monroe, finalmente encontra seu Companheiro destinado - o enfermeiro da Alpha Pack, Noah Brooks. Incapaz de aceitar sua própria identidade sexual, Nix rejeita o Noah, apesar da intensa atração que sente por ele.
No momento em que Nix percebe que deixou de lado o amor da sua vida, pode ser tarde demais para salvar Noah de um inimigo terrível...
AVISO
A tradução foi feita pelo grupo Butterfly Traduções de forma a proporcionar ao leitor o acesso à obra, motivando-o a adquirir o livro físico ou no formato e-book. O grupo tem como objetivo a tradução de livros sem previsão de lançamento no Brasil, não visando nenhuma forma de obter lucro, direto ou indireto. Para preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, o grupo, sem aviso e se assim julgar necessário, retirará do arquivo os livros que forem publicados por editoras brasileiras. O leitor e usuário ficam cientes que o download dos livros se destina, exclusivamente, para uso pessoal e privado, sendo proibida a postagem ou hospedagem do mesmo em qualquer rede social, assim como a divulgação do trabalho do grupo, sem prévia autorização do mesmo. O leitor e usuário, ao acessar o livro disponibilizado, também responderão individualmente pelo uso incorreto e ilícito do mesmo, eximindo o grupo de qualquer parceria, coautoria ou coparticipação em eventual delito por aquele que, por ação ou omissão, tentar ou utilizar o presente livro para obtenção de lucro direto ou indireto, nos termos do art. 184 do Código Penal e da Lei 9.610/1988
CAPÍTULO UM
Noah Brooks caminhava para o trabalho em um ritmo vagaroso, assoviando uma música de amor que tinha ouvido o Steven Tyler cantando no rádio. Alguma coisa sobre ser o anjo de alguém, ser salvo, ser amado para sempre. Com todas as suas forças, ele queria acreditar no amor. Estar apaixonado por um homem que o amaria e, em troca, cuidaria dele e nunca o deixaria ir embora. Mas até agora, seu Companheiro destinado não tinha problema em observar o Noah caminhar para longe. Toda. Maldita. Vez. O Nix não me ama. Sua biologia, eventualmente, vai forçar o lobo dele a acasalar comigo, mas nunca haverá algo mais. A dor que apertava o coração do Noah estava se tornando muito familiar, e ele piscou para afugentar as lágrimas que ardiam nos seus olhos. Afastando-as, lembrou a si mesmo que tinha um lar aqui, no complexo da Alpha Pack, no coração da Floresta Nacional de Shoshone, onde foi finalmente aceito. Já não precisava mais fugir. Dentro do complexo, tinha um trabalho que amava, como enfermeiro chefe do Santuário, o novo hospital e centro de reabilitação de seres paranormais feridos e doentes. Quando chegou ao Wyoming, há quase dois anos, tinha feito alguns bons amigos. Não importa quão forte a vida parecia estar determinada a derrubálo, sempre conseguiu permanecer confiante. Era uma daquelas pessoas extrovertidas, que foi abençoada com uma disposição alegre e uma personalidade irrequieta. Mas, ultimamente?
Ser constantemente rejeitado pelo seu Companheiro estava, lentamente, deixando-o para baixo, drenando a vida do seu sorriso. "Phoenix Monroe, você vai ser a causa da minha morte", ele murmurou e se perguntou como isso poderia se tornar uma verdade quando se virou para o Santuário. Nix. Alto e magnífico, parecido com um modelo, com longos cabelos loiros da cor do mel e olhos verdes como jade, emoldurados por cílios espessos e escuros. Olhos que tinham ardido com desejo encoberto, mais de uma vez, enquanto olhava fixamente o Noah. Apesar do quanto o Nix lutava contra a atração entre eles, sua reação dava esperanças ao Noah e um pouco de gratificação. Pelo menos, parte do Nix não se opunha a tomar um macho como Companheiro, como Noah queria acreditar, o que significava que a barreira entre eles podia ser derrubada. Certo? Se ele tivesse se entregado, apenas uma vez, e visto quão maravilhoso podia ser entre nós, teria finalmente me reivindicado. Talvez, até mesmo, se apaixonado por mim. Necessidade e desejo subiram como uma trepadeira através das entranhas do Noah, se propagando para baixo. Grunhindo, reprimiu os sentimentos inconstantes, que tornariam seu dia miserável se deixasse. Tinha que tirar o Companheiro relutante da cabeça. Pelo menos, por enquanto. Noah inspirou profundamente o ar revigorante algumas vezes, apenas o que precisava para clarear as ideias antes de trabalhar. Ou foi o que disse a si mesmo. Na verdade, foi uma coisa boa os pacientes estarem silenciosos e acomodados quando chegou no trabalho e fez as rondas da manhã. Nunca tinha se permitido causar
algum dano a um paciente por estar distraído enquanto estava verificando gráficos, aplicando medicamentos e dispensando outros cuidados, mas seus problemas com o Nix pesavam sobre o seu humor. Infelizmente, seu mal-estar não passou despercebido. "O que há de errado com você, hoje? Ou ainda preciso perguntar?" Girando, encarou a Dra. Melina Mallory e deu a ela um sorriso triste. "Provavelmente, não." "Você está bem?" A suavidade da pergunta o surpreendeu. Melina era uma mulher durona, simples, sensata e uma médica malditamente boa. Tinha apoiado o Noah, dando um trabalho para ele quando não tinha para onde ir e ainda não podia, exatamente, chamá-la de amiga. A verdade, porém, é que não tinha certeza se Melina era muito próxima de alguém. De constituição pequena e magra, um pouco mais alta do que o um metro e setenta do próprio Noah, a médica tinha um rosto angular rodeado por cabelos escuros. Depois da morte do seu Companheiro em uma emboscada, vários anos atrás, ela mantinha os cabelos impiedosamente curtos. Só recentemente tinha deixado o cabelo crescer e assim, agora, alcançava seus ombros e, felizmente, suavizava suas feições. Sua atitude ríspida parecia ter mudado para melhor, também. "Noah?" Ela franziu a testa para ele, à espera de uma resposta. "Desculpe. Estou bem, Doutora."
"Você está muito quieto hoje", ela observou. "Estou acostumada a ver você matraqueando como um esquilo brincalhão e ver você por aí calado, fazendo o seu trabalho, simplesmente, é um pouco desconcertante." Um sorriso genuíno floresceu no rosto dele. "Ownn, existe um coração escondido aí embaixo, em algum lugar", disse ele, apontando para o peito dela. "Estou emocionado." Melina fungou. "Não esteja muito certo sobre isso. Queria, apenas, ver se você está bem, isso é tudo." "Bem, pode parar de se preocupar. Não estou prestes a saltar do telhado do prédio. Ainda não, de qualquer maneira." Franziu as sobrancelhas. "Nenhum homem é digno disso, querida." Ela
riu
silenciosamente,
o
retorno
à
habitual
provocação,
aparentemente, afastando suas preocupações. Um pouco. "Como você está certo. Sério, se precisar conversar, minha porta está sempre aberta. Falo sério, Noah." "Obrigado." Estava emocionado e um brilho quente se alastrou através dele quando se virou para sair. Talvez ela fosse mais amigável do que ele acreditava. Continuando a ronda com a energia renovada, verificou que estava na hora de ver o shifter tigre ferido. Ali estava um pobre bastardo que estava em uma forma lamentável. Leonidis foi trazido ao Santuário há várias semanas, e estavam incertos se o guarda-costas sobreviveria às lesões graves tinha sofrido enquanto resolvia um caso na área. Suas irmãs e seus irmãos, todos enormes shifter felinos, possuíam e dirigiam uma empresa de segurança privada em St. Louis, e tinham se revezado no hospital, incessantemente, desde
o ataque. Noah não conseguia entender como conseguiam manter as coisas funcionando no seu local de trabalho. Enquanto o Noah entrava no quarto do Leo, viu que estava vazio, para variar. A família estava, provavelmente, descansando, exaustos como deviam estar. Nick Westfall, o comandante da Alpha Pack, tinha oferecido a eles dois aposentos no complexo, para poupá-los da viagem de ida e volta até a cidade várias vezes, e eles aceitaram com gratidão. O enorme shifter estava dormindo, respirando por conta própria agora, o coração batendo estável e forte. Ele parecia bem hoje e poderia ficar acordado por um tempo, como vinha fazendo, mais e mais, a cada dia. Noah estava ocupado verificando os sinais vitais e registrando-os na prancheta do homem. Tudo de rotina. Verificando seus registros uma última vez, Noah colocou a prancheta sobre a mesa com rodinhas e contornou a cama para trocar o saco do soro do Leo. Trabalhando com eficiência, removeu o utilizado, substituindo-o por um cheio e conectou os tubos para iniciar o gotejamento. "Veneno", uma voz profunda rugiu, vinda da cama. "Traidor." Noah congelou, o cabelo na nuca se arrepiando. Lentamente, baixou os braços e se virou para encarar o homem. Leonidis estava acordado, sentado, observando-o com um olhar predatório, as pupilas aumentadas verticalmente. Não era um bom sinal. Avisos de alarme
atravessaram
o Noah,
enquanto
olhava
as
garras
extraordinariamente nítidas emergindo da ponta dos dedos do homem enorme.
"Sou o seu enfermeiro", começou, o coração apertado em temor. "Meu nome é Noah-" "Mentiroso!" Com um rugido, o homem se transformou na forma do seu tigre mais rápido do que o Noah podia ter imaginado que seria capaz e lançou o corpo maciço bem em cima dele. "Merda!" Noah se jogou para o lado, bem a tempo de evitar ser golpeado pela enorme besta, mas seu pé prendeu na parte inferior do suporte do soro, enviando-o, e à unidade, no chão. Rolando para o lado, procurou freneticamente o botão do dispositivo de alerta de emergência conectado à cintura do seu jaleco e o pressionou. Então, ficou de quatro e se moveu para a frente, tentando ficar debaixo da cama. Uma enorme pata desceu sobre sua coxa e uma dor cauterizante explodiu através da sua perna enquanto as garras penetravam o músculo. Um grito esfarrapado foi arrancado da sua garganta enquanto era puxado para trás, para o que seria uma morte certa se não conseguisse fugir. "Leo!" Noah gritou, tentando agarrar alguma coisa para impedir que fosse puxado para trás, mas não encontrou nada. "Você está no hospital! Você está seguro, eu não vou machucar você!" Seus argumentos caíram em ouvidos surdos. O tigre estava no controle completo, fora de si por causa da raiva. Noah girou o corpo, tentando chutar a besta no rosto com a perna livre, mas conseguiu, apenas, irritar ainda mais o atacante. Então, houve uma pausa. O tigre rugiu, retraiu as garras e atacou novamente, presumivelmente, para segurá-lo melhor.
Por uma fração de segundo, estava livre. Se jogando debaixo da cama, se manteve tão fora de alcance quanto possível. Em sua forma de tigre, Leonidis era muito, muito maior do que a cama e não conseguiria entrar completamente sob a estrutura. Mesmo assim, o mobiliário oferecia pouca proteção contra as garras perfurantes que mergulhavam em sua direção, de novo e de novo. Movida pela força dos golpes, a cama bateu contra a parede com um som alto. Noah se encostou contra a parede o máximo que podia, mas não foi suficiente. Olhos selvagens o fitaram, vindos de uma face enorme, laranja e branco mesclados com preto, e os lábios da fera estavam arreganhados, revelando presas longas que iam cortá-lo em tiras. Então, o grande felino deu um bote novamente, chacoalhando a cama. As garras perfuraram o Noah mais uma vez, cortando-o dos ombros até o quadril. Ele gritou novamente e se curvou no chão, a mente entrando em colapso pelo horror de morrer desta maneira. Agonia o rasgou mais uma vez e ele se afastou. Vagamente consciente, percebeu a pisada de botas. Gritos. Um grande felino guinchando com raiva, depois, um breve silêncio. E, então, uma voz que lhe era muito querida, chamando o seu nome. Implorando para aguentar. *** Lavar as vans da Alpha Pack, com certeza, era muito pior do que combater demônios. O problema era que a tarefa manual dava ao Nix muito tempo para pensar. Muitas horas para sonhar acordado sobre um adorável
enfermeiro com desgrenhados cabelos loiros que, constantemente, faziam sobressair os grandes olhos azuis como o céu. Olhos em um rosto de anjo com um sorriso matador e risada contagiante, e um corpo pequeno e firme que"Terra para Nix", uma voz retumbou com uma risada divertida. "Vai passar sabão na van ou fazer amor com ela?" Piscando, Nix percebeu que estava de pé, imóvel, segurando a esponja bem em cima do teto do carro, espuma descendo pelo seu braço. Olhou por cima do veículo, para ver Aric Savage rindo dele, uma sobrancelha erguida. "Só pensando, isso é tudo", Nix resmungou, retomando a sua tarefa. "Será que preciso perguntar no que está pensando? Ou em quem?" "Cala a boca, cara." Claro que isso não significava que seu amigo estava prestes a deixar o assunto morrer. "Sério, qual é o seu problema? Noah é um grande cara e até um cego pode ver que vocês dois são loucos um pelo outro." Aric pareceu tão verdadeiramente perplexo, que Nix fez um esforço para não ficar irritado com o amigo, por meter o bedelho nas suas coisas. "Não se preocupe com isso, ok? Isto é problema meu e eu tenho que resolvê-lo." "Que problema?" Aric ergueu as sobrancelhas, e pareceu mais perplexo do que nunca. Encostando no capô da van, Nix olhou para o amigo. "Eu não sou gay, maldição! Esse é o problema! Sou fodidamente hétero e meu lobo está prestes a me rasgar, porque está muito irritado comigo!"
Não sou gay. Quando as palavras saíram da sua boca, estremeceu interiormente diante da mentira e imaginou se o seu amigo ouviu. Aparentemente não, a julgar por suas próximas palavras; o ruivo não estava afetado pela sua explosão. "Isto não faz nenhum sentido, você ser hétero. Primeiro de tudo, como é possível o seu Companheiro ser tão errado para você? E em segundo, já vi vocês juntos e sei que você gosta dele. Muito. E não falo como amigos que assistem futebol e bebem cervejas juntos." Um arrepio deslizou sobre a pele do Nix enquanto olhava para o Aric. Todos estes anos, lutou arduamente para erradicar esse lado de si mesmo - a parte que seu pai via como uma aberração. "Eu-" O que quer que fosse que o Nix ia dizer foi interrompido por um som estridente no sistema de interfone. Uma luz vermelha piscava em um canto do hangar, sinalizando uma emergência em algum lugar no interior do complexo. Imediatamente, Nix soltou a esponja e enxugou as mãos na camisa, escutando a voz automatizada anunciando onde a ajuda era necessária. "Dispositivo de alerta de emergência pessoal ativado. Santuário, nível 4. Membros da equipe Alpha Pack mais próximos respondam. Repetindo, emergência pessoal-" Nix estava correndo antes da voz terminar de repetir a informação, Aric logo atrás. Não importava que estivesse vestindo nada mais que uma bermuda, curta e solta, e que não tivesse nenhuma arma. Nada importava, exceto chegar lá e se assegurar que seu Companheiro não estava em perigo.
Nunca, nos seus vinte e oito anos de vida, tinha corrido tão rápido. Cruzou a distância entre o hangar e o Santuário em tempo recorde, saltando os degraus, escancarando as portas e passando pelo átrio. Uma recepcionista assustada estava de pé, atrás da recepção, pânico gravado no rosto. "Quarto 412, no isolamento", ela falou. "É do Leonidis, o quarto do shifter tigre." "Quem está lá com ele?" Nix perguntou. A mulher balançou a cabeça. "Não sei." "Merda." Nix decolou para a escada mais próxima, consciente de outras botas golpeando as escadas atrás dele. Desde que o Santuário tinha sido violado por um monstro que havia tentando matar Micah Chase, um dos irmãos da Alpha Pack, foram implementadas e praticadas novas medidas de emergência em cada prédio. Os elevadores foram desligados para impedir acesso fácil às vias de escape, assim como todas as escadas, com exceção de uma. Todas as pessoas estavam confinadas, ninguém saía ou entrava no prédio, exceto os membros da equipe da Alpha Pack, a menos que seu comandante dissesse isso ou até que a situação estivesse contida. Ponto. Nix e Aric subiram as escadas de dois em dois degraus, Nix mal consciente da queimação nos músculos da coxa enquanto alcançavam o quarto andar. Logo que saíram no corredor, um alarme os direcionou para o quarto correto. O barulho do tigre se jogando contra a pesada porta do hospital, rosnando e arranhando, podia ser ouvido por todo o corredor.
Correndo novamente, contornou uma esquina, para ver a Melina passando com uma pistola de tranquilizantes na mão. Vários enfermeiros pairavam ansiosamente atrás do posto de enfermagem na recepção - nenhum deles era o Noah. O estômago do Nix se contorceu com pavor. "Graças a Deus que você está aqui", disse ela gravemente. "Não consigo abrir a porta para injetar o tranquilizante nele até que seja distraído ou subjugado." "Quem está lá com o tigre?" "Não posso dizer com certeza." O seu olhar desviou para longe do dele. "Mas você tem uma ideia." A besta bateu contra a porta novamente, com tal força que Nix temeu que o batente seria quebrado e arrancado. Se o tigre escapasse do quarto, as coisas podiam ficar complicadas muito rápido. Correção - muito mais complicadas. Com um aceno de cabeça para o Aric, Nix tirou a bermuda no meio do corredor e ficou de quatro, mudando rapidamente para a forma do seu shifter lobo. Seu amigo fez o mesmo, e esperaram a Melina abrir a porta com um estalo. Quando ela a abriu, Nix e Aric não perderam tempo em correr para o tigre que estava à espera, no outro lado. Nix mal percebeu a porta se fechar, batendo atrás deles, enquanto lutavam com o shifter, rolando com a criatura e batendo contra uma cadeira. Jesus, o fodido era enorme! Precisariam de reforço, rápido.
Eles mantiveram o tigre ocupado, livrando-se de lesões graves ao juntarem suas forças. Aric beliscou seu flanco e quando a besta virou, rugindo, para cravar as garras mortais no Aric, Nix se moveu para golpear o rosto e o pescoço do tigre. O tigre estava encurralado, mas não era seguro para a Melina entrar no quarto e fazer uma tentativa com a pistola de tranquilizante. O tigre atacou Nix e ele se esquivou bem a tempo de evitar ter a jugular rasgada. Eles bateram na mesa com rodinhas, jogando-a contra uma parede e Nix rezou que seus companheiros chegassem logo. Finalmente, a porta foi aberta e vários lobos correram para dentro. Até que enfim! Individualmente, um shifter lobo não podia esperar ser páreo para a força do tigre. O objetivo deles era subjugá-lo e não matá-lo. Contudo, com vários lobos, conseguiram subjugá-lo à moda antiga, por assim dizer, formando uma pilha em cima dele. O tigre desabou com o peso deles e, embora lutasse, foi finalmente imobilizado. Na parte superior da pilha, Nix desceu e chamou, "Melina! Entre!" A porta foi aberta e a doutora se apressou a entrar. Avaliando a situação, guardou a pistola de tranquilizantes no jaleco e pegou uma enorme seringa hipodérmica em um bolso. "Já que vocês o têm preso, essa droga vai trabalhar muito mais rápido." Destampando a extremidade da agulha, agachou ao lado da cabeça do tigre. "Desculpe por isso, Leo." O olhar do tigre se transformou no que Nix reconheceu como verdadeiro terror. Era evidente que o shifter tinha despertado no hospital, confuso e assustado, e então tinha partido para o ataque.
Pelo que Nix sabia sobre o homem e sua família, não teria feito tal coisa, normalmente, se estivesse em seu juízo perfeito. Quando o tigre finalmente começou a relaxar, Nix olhou ao redor do quarto. E viu as marcas de sangue que deixaram uma trilha nítida por todo o chão de azulejos até desaparecer sob a cama, que estava empurrada contra a parede. "Aqui, coloque-a novamente." Olhando para cima, Nix viu o Aric ao seu lado segurando sua bermuda. Rapidamente, a vestiu e voltou a atenção para o rastro de sangue. Com o coração acelerado, Nix rastejou até a cama, dizendo a si mesmo que o Noah não podia estar embaixo dela. O homem estava, provavelmente, em algum outro lugar, fazendo outras tarefas. Se estabilizando, deu uma olhada embaixo e o mundo desabou sobre ele. Uma familiar figura magra com muitas abrasões estava enrolada de lado, voltada para o Nix, os cabelos loiros caindo sobre os olhos, que estavam fechados. Seus braços estavam envolvidos em torno de si mesmo para proteção, embora fosse claramente demasiadamente tarde para isso. O ombro esquerdo do Noah, o braço e o que Nix podia ver da sua lateral até o quadril estava aberto e seu Companheiro estava, literalmente, encharcado de sangue. "Noah", ele engasgou. "Oh, Deus." Se erguendo, Nix tirou a cama do caminho. Seu único pensamento era pegar o Noah, e ele se abaixou até o chão, segurando o homem menor em seus braços. A cabeça do Noah caiu para trás e Nix a aconchegou contra o tórax, o pânico quase lhe asfixiando.
"Precisamos de ajuda aqui!" Gritou. Agitando as mãos, afastou algumas mechas desobedientes de cabelo do doce rosto do Noah. Em seguida, seu Companheiro piscou lentamente e olhou para ele com olhos azuis atordoados. "Nix?" Segurando seu companheiro mais apertado, pressionou um beijo na testa dele. "Aguente firme, baby. A ajuda está a caminho." Outra piscada. "Você acabou de me chamar de baby?" Merda. "Eu não quis dizer-" "Você quis. Não pode voltar atrás." Noah sorriu para ele, o que causou coisas divertidas dentro do peito do Nix. Então, os olhos cheios de dor do Noah lentamente se fecharam. Nix o chacoalhou suavemente. "Noah? Acorde, permaneça acordado! Noah!" "Aqui, vamos colocá-lo na maca", disse Melina ao lado dele. Nix não tinha ouvido sua aproximação e olhou para ela, registrando a preocupação gravada no seu rosto. Aparentemente, o shifter havia sido tratado e removido, porque já não estava no quarto. Bom, porque o Nix ficaria tentado a estripar o bastardo por ferir o Noah. Ainda podia fazer isso, se não mantivessem o fodido tigre longe do seu caminho. Um par de mãos se estendeu para baixo, querendo tirar o Noah dele. Em um instante, as presas do Nix surgiram e ele rosnou, quase arrancando um pedaço da pele do agressor.
"Ops!" Exclamou Aric, recuando. "Estou apenas tentando ajudar o homem. Eles precisam levá-lo para a cirurgia." Melina lhe enviou um olhar firme. "Agora. Ele perdeu muito sangue." Nix ficou abalado, mortificado por estar mantendo afastada a ajuda para o seu Companheiro. Levantando, deixou o Aric ajudar a colocar o Noah sobre a maca. Então, não pôde fazer mais nada além de olhar, impotente, enquanto Melina e vários outros membros da equipe o tiravam rapidamente do quarto. Em transe, os seguiu pelo corredor e observou até que desapareceram ao virar a esquina. "Vai dar tudo certo", disse Jax Law, colocando uma mão sobre o seu ombro. "Ele tem o melhor cuidado possível da região." Quando o Jax tinha chegado? O grande shifter lobo cinza, de cavanhaque, era o RetroCog e Guardião do Tempo da Alpha Pack podia tocar um objeto pertencente a uma pessoa e "ver" um acontecimento passado relacionado com ela. Também podia recuar o tempo por uma questão de momentos, e o tinha feito uma vez, com resultados quase catastróficos para o Aric. Nix queria que o Jax voltasse no tempo e evitasse que o Noah fosse atacado. Mas não podia pedir isso, não importa quanto o seu coração lhe suplicasse. Não, depois do que aconteceu na última vez. "Você o viu? Aquele filho da mãe o rasgou inteiro! Ele é humano, Jax! Não vai se curar como nós." De repente, algo ocorreu ao Nix e agarrou o braço do Jax. "Onde está o Zan?" "Está a caminho", seu amigo lhe garantiu. "Foi chamado de volta da cidade quando isso aconteceu." "Quanto tempo?"
"A qualquer minuto." Zander Cole era o curandeiro da equipe e suas habilidades eram malditamente boas. Ele salvou suas bundas em muitas ocasiões e, desta vez, não seria diferente. A qualquer minuto, entretanto, acabou por ser quase dez, enquanto Nix zanzava de um lado para o outro, fora da sala de operações. A necessidade de entrar lá e ver seu Companheiro, verificar por si mesmo que estava vivo e ia se recuperar era, literalmente, uma coisa viva, com seu lobo rosnando e arranhando sua coragem. Tinha uma leve suspeita, no entanto, que não eram apenas os sentimentos do lobo que estavam em jogo. Zan se apressou a atravessar as portas da sala de operações sem parar para falar com ninguém e uma mão no braço do Nix o segurou, para não ir atrás do Curandeiro. Vários dos irmãos de equipe do Nix estavam se acomodando enquanto esperavam notícias sobre o Noah, e Nix apreciou a demonstração de apoio. Não havia nada que não fizesse para os seus amigos e sabia que o sentimento era mútuo. Além disso, todos se preocupavam com o Noah. O enfermeiro espirituoso tinha sido contratado há dois anos já, enquanto o Nix estava sendo mantido em cativeiro e pensavam que estava morto, e tinha rapidamente ganhado o caminho para o coração de todos no complexo. Que ele tivesse sido atacado era impensável. Mais de três horas depois, Melina finalmente saiu pelas portas da sala de cirurgia, seguida pelo Zan. Ambos sorriram para o Nix e a equipe em geral, e os joelhos do Nix quase se dobraram debaixo dele, tão grande foi o seu alívio.
"Noah vai ficar bem", Melina disse. "Zan fechou os piores cortes no braço, tronco e coxa, e ajudou um pouco a reparação muscular. Caso contrário, Noah teria precisado de meses de fisioterapia. Como está, só precisa de alguns dias de descanso antes de voltar ao trabalho." "Vou me assegurar que ele faça isso", Nix garantiu a ela. Ele ouviu uma risadinha, e encarou seus amigos. "Bom. Vou avisar você quando ele estiver acomodado em um quarto. Se tudo correr bem, vou liberá-lo para seus aposentos amanhã, para concluir a recuperação." Nix teve problemas para encontrar a voz. "Melina, obrigado." Sua expressão amansou. "Não é preciso me agradecer. Todos nós amamos o Noah". Fazendo uma pausa, encarou o Nix com um olhar reflexivo. "Posso falar com você, em particular, por um segundo?" "Claro." Preocupado, a seguiu enquanto ela o levava a virar a esquina e ficar fora do alcance dos outros. "Tem algo de errado com o Noah? Algo que você não deseja dizer na frente de mais alguém?" "Não, nada parecido com isso. Gostaria de perguntar quando você planeja dizer ao Noah que está participando do teste para a droga que suprime a doença do acasalamento." "Como você sabe que não contei?" Sua testa se franziu. "Você está brincando? Sei disso porque ele não apareceu no meu escritório pronto para arrancar minha cabeça por permitir que você fizesse isso. E você sabe bem, malditamente bem, que se tivesse me dito, quando encontrou seu Companheiro, que era o nosso Noah, nunca teria aprovado a sua participação. Devo retirar
você agora, antes que ele se machuque ainda mais do que já se machucou?" Nix se sentiu enjoado. "Por favor, Melina. Preciso de mais algumas semanas para colocar minha cabeça em ordem, e esta é uma droga que me concede esse tempo. Então, talvez, não precise sequer ter que dizer a ele." "É uma fuga." Desaprovação furiosa comprimiu sua boca. "Merda". Soltando um suspiro, sacudiu a cabeça. "Você está certa. Vou dizer a ele, mas ainda não. Preciso descobrir como lidar com esta coisa de Companheiros, e então vou contar." "Faça isso, porque a verdade sempre tem uma maneira de aparecer. Se isso acontecer, posso prometer que vai explodir na nossa cara." Com isso, ela se virou e saiu para atender seus pacientes. Por um momento, Nix ficou olhando para ela, atordoado. Estava certa - se o Noah descobrisse isso antes que o Nix lhe contasse, ficaria devastado. Nix não queria que ele se machucasse. Ninguém queria. Todos nós amamos o Noah. Amor. Amava o Noah? De alguma forma, em todos esses meses resistindo à doce atração pelo seu Companheiro, tinha de fato se apaixonado sem querer? Estava terrivelmente assustado por saber a resposta dessa pergunta. Deus, estou muito fodido.
CAPÍTULO DOIS
Noah despertou lentamente, se movendo um pouco na cama. Foi um erro de proporções épicas. Cada músculo do seu corpo parecia que tinha sido utilizado para a prática de rebatidas de um jogo da liga profissional de baseball, e ele era a bola. "Oh, meu Deeeuuuss", ele gemeu. "Acho que como você está se sentindo é uma pergunta estúpida." Aquela voz. Suave, como uísque e mel, enviou um agradável arrepio através da sua coluna vertebral. Outros locais, também. Desejava se aninhar no proprietário da voz, afundar nele até que já não pudesse dizer que eram duas pessoas separadas. E pensar desse jeito certamente não estava ajudando a melhorar sua situação atual – agora seu pau estava dolorido, junto com o resto dele. Merda. Abrindo os olhos, virou a cabeça e deu uma olhada em seu Companheiro relutante. Para sua surpresa, Nix estava olhando para ele com a testa franzida, os luminosos olhos verdes brilhando com preocupação. A visão aqueceu o coração do Noah, dando-lhe um pouco mais de esperança. Talvez o homem não fosse uma causa perdida, afinal de contas. Por um momento, se deu ao luxo de desfrutar dos olhos do seu homem. Bem, tecnicamente seu, de qualquer forma, por causa daquela coisa de vínculo do lobo. O cabelo loiro escuro do Nix estava espalhado ao redor da linda face e dos ombros e, santa merda"Porque está meio despido?" Soltou o Noah.
Nix suspirou, um canto da sua boca erguendo em divertimento. "Estava lavando uma das vans no hangar quando ouvimos a chamada de emergência." "Essa é uma visão que desejaria não ter perdido", provocou, arqueando uma sobrancelha. "Você, sem camisa e descalço, com nada mais que essa bermuda, molhado e cheio de sabão." Enfatizou as últimas palavras gemendo em apreço, deixando o olhar vagar pelo seu Companheiro em boa forma. E que forma, também. O rosto do Nix ficou um pouco vermelho enquanto balançava a cabeça. Noah apenas sorriu, absorvendo toda a forma daquele tórax, que era aspergido com pelos, apenas o suficiente para ser sexy e dar aos dedos do Noah algo para brincar. Nix podia ser alto e magro, mas, sem a camisa, era óbvio que o homem era surpreendentemente forte. Todo o corpo, desde o peito até os braços, o estômago e as coxas, era revestido de músculos e seu estômago ostentava um tanquinho que podia levantar uma grande quantidade de peso, até o teto. Sim, Nix era bonito, mas este tinha sido o último erro de muitos inimigos que assumiam que ele não era tão letal como os maiores e mais volumosos irmãos da Alpha Pack. Noah se mexeu, desconfortavelmente, na cama enquanto sua ereção ameaçava alcançar níveis de alarme assustadores. "Você está bem?" Nix perguntou, se aproximando. "Estou bem. Apenas dilacerado e um pouco ferido." "Você teve sorte." Nix falou. "O fodido tigre quase te matou! Se Zan não tivesse conseguido retornar a tempo de curar você-"
"Eu teria ficado bem", disse Noah suavemente, colocando a mão sobre a do seu Companheiro. "Arranhado e cheio de cicatrizes, marcado infernalmente por todo o corpo, graças às garras, mas estaria bem." "Eventualmente". A palavra saiu como um rugido insatisfeito. O que podia dizer? Quase tinha morrido, mas agora estava mais centrado sobre o fato de que o Nix estava seriamente preocupado com seu bem-estar. Maldição, se isso não causava uma considerável onda de calor em torno do seu coração. "Melhor tomar cuidado. Eu poderia começar a pensar que você se importa, ou algo assim." "Claro que me importo! Por que você diria algo assim?" "Jesus, não consigo imaginar." Soltando um suspiro, Nix o olhou por alguns segundos, frustração estampada no rosto. "Você não entende, Noah." "Então, faça com que eu entenda", praticamente implorou. "O que está te impedindo? É a camiseta com brilho e os sapatos cor de rosa? Preciso me vestir como um lenhador e parar de usar produtos no meu cabelo? O quê?" Nix balançou a cabeça. "Não é você." "Essa é a pior desculpa do mundo. Esta é a parte onde você me diz que foi criado por um pai homofóbico, com tendências abusivas?" "Algo assim." Bem, merda. Ele só estava sendo meio sério, mas estudando a expressão miserável do Nix, podia ver que tinha chegado mais perto
da verdade do que o seu Companheiro teria gostado. "Você pode me falar sobre isso?" Encorajou suavemente. Silêncio. Em seguida, depois de um momento, Nix disse, "Agora não. A minha principal preocupação é garantir que você descanse e termine de se curar. Haverá tempo, mais tarde, para toda essa coisa de conhecer um ao outro." "Mesmo?" "Sim." Noah pensou sobre isso. Tendo em conta a biologia do shifter lobo, em algum ponto Nix ficaria fraco e doente por não reivindicar seu Companheiro. De fato, já devia ter começado. O tempo era uma coisa que não devia estar do seu lado. O que, inferno, estava acontecendo? "Sempre que estiver pronto para falar, estou aqui", disse Noah, em vez de forçar a questão. Ele não podia forçar o Nix. Isso não seria bom, afinal, para qualquer um deles. "Alguma ideia de quando a doutora vai me liberar?" Nix pareceu aliviado com a mudança de assunto. "Ela me disse que liberaria você amanhã, se tudo corresse bem." "Isso é bom. Então, acho que posso voltar a trabalhar depois de amanhã." "Humm, não. Ela disse que você precisa de alguns dias de repouso, e planejo me certificar que você siga as ordens." "Oh!? E como planeja fazer isso?"
O sorriso atraente do Nix tirou a respiração do Noah. "Não deixando você fora da minha vista. Vai ficar no meu quarto, comigo." "O quê?" "Você tem algum problema com isso?" Um problema? Com seu companheiro assumindo o comando finalmente, graças a Deeeuuusss! - e mostrando a ele como, realmente, se importava? Nenhum, caramba! "Não, não tenho nenhum problema com isso. Mas você tem certeza que não tem nenhum problema em ficarmos assim, tão próximos?" "Você pode ficar no quarto, vou ficar no sofá." Nix deu de ombros. "Não é grande coisa." Dor espetou o Noah e ele lutou para não mostrar. "Tanto faz." "Bom, está resolvido. Vou estar de volta mais tarde para verificar você." Mas Nix não se levantou para sair. Em vez disso, hesitou, então se inclinou, encurtando a curta distância entre eles ... E roçou seus lábios nos dele. O contato foi como uma explosão solar detonada dentro dele. Doce menino Jesus! Deus, o homem sabia beijar. Ele demonstrou como era incrível quando, lentamente, se apossou da boca do Noah, a língua deslizando por seus lábios para explorar. A mão do Nix envolveu as bochechas do Noah, e ele se rendeu ao seu toque, quase ganindo diante da necessidade de ter mais, enquanto enfiava uma mão nos longos cabelos do seu Companheiro.
Rápido demais, Nix se afastou, interrompendo o beijo. Mas seu polegar acariciou o rosto do Noah, e seu olhar era fogo puro. Durante cerca de cinco belos segundos, este era o homem que o Noah almejava como parceiro de vida. O Companheiro confiante que adoraria, desejaria, e cuidaria dele, acima de todos os outros. Então, Nix retraiu a mão e o lapso de dúvida voltou, sombreando seus olhos. O que quer que fosse, ou quem, que tinha colocado aquele olhar lá, as reações do Nix representavam uma vida reprimindo o que estava destinado a ser. Noah realmente teria trabalho com ele. "Tenho que ir." Nix se ergueu e parou. Parecia como um lobo com a pata presa em uma armadilha de urso. "Ok. Vejo você mais tarde." Noah lhe deu o que esperava ser um sorriso tranquilizador. "Vou voltar. E, Noah? Não mude a maneira de se vestir ou qualquer coisa sobre si mesmo", disse tranquilamente. "Não por mim, ou por alguém." Com isso, seu Companheiro virou e saiu. Após a porta se fechar atrás dele, Noah relaxou na cama e gemeu. Esse homem ia ser a morte dele, ainda. Será que qualquer um dos outros haviam tido tanta dificuldade em se entender com os seus Companheiros? Pergunta estúpida. Claro que tinham. Cada um deles teve problemas para superar o passado antes que pudessem fazer as coisas funcionar, e parecia que com ele e o Nix não seria diferente. Entediado, pensou em algo para fazer. Era horrível ser o paciente em vez do enfermeiro. Sua atenção foi para a mesa com rodas perto da cama e o copo de plástico e o jarro de água sobre ela. Estendendo o braço, puxou a mesa sobre o colo e olhou para a porta. Melina ou um
dos enfermeiros iam, provavelmente, verificá-lo em breve, e poderiam apanhá-lo usando o seu dom. Mas, e daí? Vivia em um complexo cheio de seres paranormais. Quem ligaria se alguém o visse brincar com sua pequena habilidade? Podiam ficar bravos com ele porque não disse nada sobre isso, mas não porque a possuía, em primeiro lugar. Evidentemente, o chamado dom não era grande coisa. De fato, suas habilidades eram francamente embaraçosas comparadas à merda incrível que os outros podiam fazer. Colocando o copo ao seu lado, Noah olhou o objeto, se concentrando. Focando toda a sua energia, apontou o dedo indicador e fez um lento movimento circular no ar. O copo começou a rodar no lugar, junto com seu dedo. Rindo, Noah o fez girar mais rápido. Não tinha muitos talentos, mas este, entre alguns outros pequenos truques de salão, sempre o faziam rir. Seus amigos também, quando eram crianças, ou pelo menos os pouquíssimos que alguma vez ousou lhes mostrar. As palavras "truque de salão", porém, dissiparam o seu bom humor. Talvez, se pudesse aprender a realizar mágicas maiores, como Kalen ou Blue, seria mais. Mais do que um simples homem frágil. Alguém do qual seu Companheiro podia ficar orgulhoso. Não mude a maneira de se vestir ou qualquer coisa sobre si mesmo. Mas Noah duvidava que ele realmente quis dizer isso, lá no fundo. Como podia, quando mal tolerava a ideia de estarem acasalados? Um som na porta o alertou para o fato que alguém havia entrado no quarto sem que percebesse. Noah viu o Blue, o príncipe Fae, olhando-o com claro divertimento.
O nome verdadeiro do príncipe era Sariel, mas era amplamente conhecido como Blue por causa das enormes e belíssimas asas, e o cabelo azul combinando. "Oi", disse o Noah, sorrindo. "E aí?" "Fiquei sabendo da sua batalha com o shifter tigre. Como está se sentindo?" O príncipe se moveu até a cadeira que o Nix tinha desocupado. "Cansado e dolorido. Mas feliz por estar vivo." "Sem dúvida." Olhou para o Noah detalhadamente. "Você parece bem. Melhor do que, provavelmente, deveria, mesmo depois da cura do Zan." "Talvez." Franziu a testa. "Por que está olhando para mim, assim?" "Como?" "Como se estivesse tentando descobrir alguma coisa." "Talvez porque esteja tentando descobrir alguma coisa." Desviando o olhar do rosto do Noah, olhou para o copo sobre a mesa de rodinhas por um longo momento, antes de voltá-los para o Noah, com os olhos dourados. "Estive pensando ... Você vai revelar aos outros que é um Halfling?" A boca do Noah caiu aberta e encarou o Blue, atordoado. "Dizer o quê?" "Um Halfling", o príncipe repetiu. "Meio Fae, meio humano." "Eu sei o que é um Halfling, mas por que, inferno, você acha que eu sou um? Eu saberia de algo assim! Não saberia?" Blue piscou para ele. "Você quer dizer que não tinha a mínima ideia?"
"Oh meu Deus! Claro que não!" Estremeceu ao ouvir a si mesmo praticamente gritar com o Sariel. "Desculpe. Estou apenas meio que chocado. Como você pode saber?" "Sou um Fae muito poderoso e antigo", Blue lembrou a ele. "Se outro Fae atravessasse o território humano, eu o sentiria através do mundo todo. Detectar você no mesmo edifício não foi um grande desafio." "Humm. Não sei se é para rir ou ficar insultado." "Eu não quis que isso soasse como um insulto", disse Sariel rapidamente. "Minhas habilidades são, simplesmente, um fato assim como as suas." "Claro", disse ele, a voz impressa com sarcasmo. "Minhas quase inúteis habilidades de magia elementar são um fato. Talvez, possa olhar profundamente nos seus olhos e dizer qual é a cor da roupa interior que têm, ou fazer levitar uma cadeira de rodas. Vou ser invejado por toda a Alpha Pack. Não consigo imaginar por que razão eu ainda não lhes disse o que posso fazer." Seu amigo fez um ruído de desaprovação. "Isso não é maneira de falar, especialmente quando você pode aprender a desenvolver as suas capacidades e aperfeiçoá-las." "Como?" "Posso mostrar a você, se quiser." Noah olhou para o Blue, incapaz de acreditar que neste golpe incaracterístico de boa sorte. "Olha, você pode melhorar qualquer coisa acima do nível básico? Isso seria totalmente incrível." "Excelente! O Kalen pode nos ajudar."
Kalen Black era o Feiticeiro/ Necromante / Shifter pantera negra da equipe. Também era meio-irmão do Blue. Kalen e Blue eram durões e, juntos, provavelmente podiam governar o mundo se quisessem. Felizmente para a humanidade, não eram nada como o pai diabólico, Malik, o falecido rei Unseelie. "Isso vai ser legal - se tiver certeza de que ele não vai se importar." "A única coisa com a qual ele se importaria é se descobrisse que ajudei você e ele não fez parte. Não será um problema, vai ser divertido." "Tudo bem", disse o Noah com entusiasmo crescente. "Blue, pode ser isso. Pode ser o que vai mostrar ao Nix que sou digno dele." "Ah, não. Você entendeu tudo errado." Os lábios do príncipe se curvaram. "Seu Companheiro vai, finalmente, descobrir se ele é digno de você." *** Que beijo. Nix não fazia a mínima ideia aonde estava indo quando deixou o Santuário. Em transe, desceu os degraus da frente, contornou o hangar e continuou andando até chegar na beira da floresta. Uma vez lá, escolheu uma trilha aleatoriamente e mergulhou para frente, sem se importar, realmente, em quão longe ia. Não importando quantos quilômetros seus pés o levassem, nunca seria suficiente. Não conseguia tirar da memória os lábios do Noah contra os seus. Tão macios e ainda com a quantidade certa de firmeza. Suas bocas, lentamente, devorando uma à outra, o corpo do Noah respondendo
rapidamente à sua atenção. Tinha apreciado a mão do seu Companheiro no cabelo, demais, e queria que ele fizesse isso muitas vezes. E não foi isso, exatamente, que o deixou fodidamente apavorado? Não devia amar tanto tocar em outro cara. Beijá-lo. Não devia querer enterrar o pau dentro do seu enfermeiro doce, tanto que pensou que ia morrer de antecipação se esperasse muito mais. Com certeza, tinha estado com meninos e meninas no Ensino Médio. E com homens e mulheres mais tarde, quando se juntou à Marinha. Mas seus encontros com homens eram furtivos, secretos. As mulheres eram uma cobertura para o seu verdadeiro eu e sabia. Nem uma única dessas experiências podia se comparar com a reação explosiva que teve quando beijou o Noah. Não chegava nem perto. Nenhum deles era o seu Companheiro. "Não era para isso acontecer", rugiu com angústia, parando para olhar para o céu através das árvores. "Por que ele?" Isso era o mais honesto que podia ser consigo mesmo, por enquanto. Despindo a bermuda, mudou para a forma lobo e correu. Tão rápido quanto podia, correu pelo meio da floresta, ao longo de trilhas familiares. A vida selvagem se agitou com o pequeno jogo da caçada, mas não o incomodava, matar e comer. Estava fora do ar, para clarear as ideias. Talvez, se o seu lobo corresse até a exaustão, a maldita besta ficaria demasiadamente cansada para reclamar e rosnar com ele, por não ter tomado seu Companheiro, ainda. Como se fosse possível.
Ainda assim, correu. Quando, finalmente, chegou ao seu córrego favorito, parou e mudou para a forma humana. A corrida tinha sido emocionante, mas estava frustrado e irritado ao descobrir que não tinha ajudado em nada para diminuir sua excitação. Quando ajoelhou na massa de musgo perto da água, seu pau estava duro e ereto, projetado para a frente do seu corpo, vermelho e dolorido. Com um xingamento, Nix tomou a si mesmo na mão, envolvendo o eixo rígido em seu comprimento. Instantaneamente, imaginou o Noah de joelhos, tomando seu pau entre aqueles lábios rechonchudos, até o fundo da garganta. Imaginou aquele rosto suave olhando para ele, os olhos azuis pesados de desejo. Com o conhecimento de que logo que terminasse de gozar, Nix ia agarrar a oportunidade e se preparar, porque iriam para a segunda rodada. Qual seria a aparência do Noah de quatro, o rabo firme levantado no ar, pronto para o seu pau? Fodidamente incrível, imaginou. Especialmente quando o começasse a deslizar no interior"Ah, caralho!" Essa foi toda a fantasia que precisou e gozou, jatos de porra jorrando no córrego à sua frente. Quando os espasmos acabaram, sentou de volta sobre os calcanhares e inspirou profundamente, as mãos sobre as coxas. "Homem, você está majestosamente fodido." Sim. Sabia disso, muito bem. E não tinha a mínima ideia, inferno, do que fazer sobre isso. *** Melina gostava de comparar o Noah a um esquilo brincalhão.
Nix não podia dizer que discordava. Quando o homem era forçado a ficar parado por muito tempo, não era uma boa coisa. Hoje estava tendo alta hospitalar do Santuário, o que era ótimo, mas Noah não parecia saber o significado da palavra "descanso". "Você instrui os seus pacientes a ir devagar, o tempo todo", Nix salientou. "Impossível seguir o seu próprio conselho?" Seu Companheiro fez uma pausa no ato de vestir uma calça folgada e lhe deu um olhar irritado. "Você ainda não ouviu dizer que médicos e enfermeiros são os piores pacientes da história? Raramente sigo os meus conselhos." "Isso é apenas estúpido." "Ah não, você não acabou de me chamar de estúpido." Os olhos azuis se estreitaram. "Não! Não você, só os médicos e enfermeiros, em geral. Cristo, não sei por que razão pensei que ter um homem como Companheiro seria diferente do que ter uma mulher! Ainda tenho que ser fodidamente cuidadoso com tudo o que digo." "O que isso quer dizer?" "Credo. Esqueça. Precisa de ajuda?" "Posso me virar, obrigado." Já estava esgotado, entretanto. Se sentou na cama com um suspiro, vestindo nada mais que a suada calça comprida e parecia cansado, como se tivesse lutado mais três rounds com o tigre. "Aqui". Pegando a camisa que trouxe esta manhã do seu próprio quarto, foi passá-la pela cabeça do seu Companheiro.
"Não estou completamente incapacitado. Posso colocar uma camisa." "Noah? Cala a boca." "Certo." Finalmente, o homem permitiu ser vestido e ajudado com o tênis, sem mais brigas. Por sua parte, Nix ficou surpreendido ao descobrir o quanto gostava de cuidar do seu Companheiro. Esse protecionismo era um sentimento novo e estranho. Ninguém com quem jamais esteve, macho ou fêmea, tinha inspirado essa necessidade dentro dele, para mantê-los próximos e seguros. Para estraçalhar qualquer coisa que pudesse prejudicá-los. Aquela sensação parecia ser reservada para um loiro gostoso. "Pronto?" Noah perguntou. "Como jamais estive." Depois de obter a alta oficial da Melina, Nix os liderou para fora do quarto. Alguns dos colegas do Noah se despediram no caminho, aconselhando-o, de novo, a ir devagar antes de voltar ao trabalho. Nix levou seu Companheiro pelo corredor que conectava o Santuário ao edifício principal do complexo, onde a Alpha Pack e o resto da equipe viviam. Havia algumas portas de segurança para atravessar ao longo do caminho e Nix digitou os códigos. Uma vez que estavam no prédio principal deu várias voltas até que, finalmente, estavam na porta do seu quarto. Mais um código e entraram. "Muito bonito", disse Noah, olhando em volta. "Muito parecido com o meu, os cômodos ligeiramente diferentes."
"Sim, acho que eles variaram um pouco. Ainda é um quarto e um banheiro com uma cozinha, entretanto." "Gosto da forma como você o decorou, com o tom castanho no couro e nos tapetes. É muito masculino." "Obrigada. Como é o seu? Hello Kitty rosa?" Imediatamente, soube que tinha dito a coisa errada. Seu tom provocador tinha sido levado da forma errada e Noah estava olhando para ele com um olhar tão ferido que o coração do Nix afundou. Rapidamente, largou a bolsa do Noah sobre o piso, cruzou a curta distância entre eles e parou, incerto sobre o que fazer em seguida. "Sinto muito. Só estava provocando, sabe, porque você ama muito a cor rosa. Os laços dos sapatos e as camisas? Estava imaginando o restante combinando, isso é tudo." Um pouco da dor saiu do rosto adorável de Noah. "De verdade?" Nix se aproximou lentamente, tocando o rosto do seu Companheiro. "Sim, eu juro. Nunca zombaria de você ou faria nada para te magoar intencionalmente. Por favor, acredite nisso." Noah deve ter ouvido a sinceridade em sua voz e decidiu lhe dar o benefício da dúvida, porque seus braços envolveram Nix. Então, virou o rosto e olhou para o Nix sob os longos cílios. "Pode haver um pouco de rosa." "Eu sabia!" "Mas, apenas, para realçar." "Imagino." "Ei, funciona."
Incapaz de resistir, Nix apertou o Noah contra ele e levantou seu queixo com um dedo. Então, pressionou os lábios nos do seu Companheiro e os saboreou durante um longo momento, degustando e explorando. Noah tinha um cheiro e um gosto doce, como baunilha e caramelo, um aroma exclusivo para ele. O lobo do Nix gostou, muito. Uma vez que interromperam o beijo, era evidente que ambos tinham um pequeno problema. Mas o Noah estava ainda em fase de recuperação e não podia fazer esforço, apesar do desagrado do seu lobo. Além disso, estou realmente pronto para fazer amor com o meu Companheiro? A verdade era, estava nervoso sobre a primeira vez deles. Sua libido teria de sofrer um pouco mais. "Venha, vamos acomodar você. Quero que descanse um pouco antes do jantar." Noah mordeu o lábio antes de pedir timidamente, "Você vai deitar comigo e me abraçar?" "Claro", disse ele, tentando conter a hesitação em sua voz. Era o mínimo que podia fazer para o seu Companheiro, certo? Pegando a mão dele, Nix o levou para o quarto. Noah se arrastou até a cama king-size e Nix o ajudou a tirar a camisa e os sapatos, então tirou sua própria roupa. Depois, se juntou ao seu Companheiro no meio da enorme cama, deitando de costas e se acomodando, meio atrapalhado. O que, inferno, devia fazer, agora? Foder um cara, já tinha feito. Essa coisa de relação? Nunca. A ideia era mais assustadora que o perigo representado por qualquer demônio ou Sluagh que Nix poderia, alguma vez, encarar em uma batalha.
Noah resolveu seu dilema quando sorriu, aconchegando-se feliz ao seu lado e colocando a cabeça no peito do Nix, sob seu queixo. Aparentemente, era o local perfeito. Muito breve, a respiração do Noah acalmou, quando cedeu a uma muito necessária soneca. O sono não veio para o Nix, porém. Não imediatamente. Noah parecia tão estranho nos seus braços. Diferente. Mas tão bom e correto. Tão quente e seu. O primeiro sinal verdadeiro de algo mais do que apenas o instinto de proteção, despertou dentro dele nessas horas tranquilas. Segurando o Noah. Apenas ouvindo ele respirar. E Nix soube que nunca ia voltar a ser o mesmo.
CAPÍTULO TRÊS
A primeira coisa da qual Noah se tornou consciente ao despertar da soneca era que estava confortavelmente aconchegado em um homem gostoso que cheirava divinamente bem. Como pinho e perfume caro. Não precisava de um olfato de lobo para discernir isso, e o fazia apenas querer se aproximar e explorar. A segunda coisa da qual se tornou consciente, depois de abrir um olho, foi o tórax glorioso no qual estava deitado. Encontrou-se olhando para um mamilo perfeitamente formado, rígido, implorando que o lambesse e provasse. Nunca tinha sido dessas pessoas que negam a si mesmas este tipo de prazer e, certamente, não desejava começar a ser com o seu próprio Companheiro. Mordendo o lábio nervosamente, estudou a face do Nix dormindo e imaginou como ele reagiria ao ser acariciado por ele. Piraria? Talvez não. Nix podia não estar completamente à vontade com a coisa do acasalamento, mas veio correndo, rápido o suficiente, quando Noah precisou dele. Não havia engano em quão preocupado o Nix tinha estado, ou o desejo em seus olhos quando olhou para o Noah. E quando Nix o beijou. Decidido, se espreguiçou sensualmente e se moveu para cima do estômago dele, para ficar meio deitado em cima do Nix. Então abaixou a cabeça e passou a trabalhar na pequena protuberância, certificando-se de molestá-lo tão cuidadosamente quanto possível. O pequeno botão marrom se contraiu em uma rígida protuberância e Nix resmungou um pouco no sono. Sorrindo, Noah continuou o
ataque suave, até que longos dedos se enrolaram no seu cabelo, na parte de trás da sua cabeça. Noah travou, mas a mão do Nix era encorajadora, não estava tentando dissuadi-lo. Revigorado, continuou a viagem, beijando e lambendo o caminho até o outro mamilo, que recebeu tratamento igual. Não havia nenhuma vantagem em deixar o pobre coitado de fora. "Noah." Seu nome, resmungado com tal anseio, enviou um relâmpago de excitação diretamente para sua virilha. O homem podia lutar contra seu acasalamento a cada passo do caminho, mas quando sua guarda estava baixa não havia engano em seus desejos. Ele podia mentir na frente dos seus amigos, mas não para o Noah. Não agora, dessa maneira. Depositando beijos para baixo da trilha feliz até a cintura da bermuda do Nix, Noah amou cada centímetro de pele. Quando chegou no botão da bermuda, o abriu e olhou para cima, para avaliar a reação do Nix. Seu companheiro estava observando-o por baixo do longo cabelo louro escuro. Seus olhos estavam brilhando como jade, o desejo dentro deles tão ardente, que se fosse uma chama de verdade, Noah teria sido queimado até as cinzas. Nunca tinha visto nada mais sexy do que Phoenix Monroe levantando os quadris em um convite, sem dizer uma palavra. Com efeito, palavras não eram necessárias. O entusiasmo fez as mãos do Noah tremerem enquanto deslizava para baixo a bermuda do seu Companheiro, junto com a cueca. Uma
vez que as tinha passado pelos tornozelos do Nix, lançou-as no chão e voltou sua atenção para o Deus vivo esparramado na cama. Nix era tudo o que podia ter esperado em um homem. Não apenas fisicamente, embora fosse perfeitamente espantoso. Não, era mais do que isso. Era a forma com a qual estava olhando Noah, como se pudesse ver sua alma, e gostasse do que via. Nix afastou as pernas, os lábios erguidos em um sorriso. Noah não perdeu tempo em descartar sua própria roupa antes de, muito lentamente,
entrar
no meio das
vigorosas
coxas
do seu
Companheiro. Sua atenção foi desviada para o impressionante pênis projetado na direção do teto. O pau do seu companheiro tinha respeitáveis vinte centímetros, pelo menos, e uma circunferência que preencheria o Noah agradavelmente. Estremeceu, em antecipação. O pau do Nix era rodeado por um ninho de cachos cuidadosamente aparados, que eram um tom mais escuro que o cabelo da sua cabeça e um par de bolas pesadas, embaixo. Inclinando-se, Noah agarrou o pênis e provou a gota leitosa sobre a fenda da cabeça, e ficou satisfeito com a rápida ingestão de ar, seguida por um gemido do seu parceiro necessitado. Em seguida, tomou a cabeça na boca, sugando. Então, trabalhou lentamente o caminho até a base, lambendo e chupando, mais e mais, até que estava engolindo todo o membro. Uma e outra vez amou o pênis do Nix, conhecendo cada lugar enquanto amassava as bolas do homem. "Noah", ele gemeu. "Merda, baby! Se continuar com isso, vou gozar!" "Não é essa a intenção?" Sorriu para seu Companheiro.
"Eventualmente." Ele levantou uma sobrancelha, sorrindo de volta, e a visão tirou a respiração do Noah. "Mas quero ter certeza de que você se sinta bem, também, quando gozar dentro de você. Quero foder você, agora. Venha aqui." Oh, Deus. Noah quase entrou em combustão, ali mesmo. Com o coração acelerado, se arrastou sobre o corpo do Nix e se viu envolvido em um forte abraço. Nix os girou, colocando o seu corpo, bem maior, sobre o do Noah, baixou a cabeça e tomou a boca do Noah com uma paixão que fez com que dobrasse os dedos dos pés. O beijo foi feroz, possessivo e suave ao mesmo tempo. Não deixou dúvidas a quem Noah pertencia, e fez seu coração disparar. Podia ter chorado de pura alegria. Nix interrompeu o beijo, acariciando o seu rosto. "Shifters não precisam de preservativos. Oh, é claro que você sabe disso." "Sei". Nix não precisava lhe dizer isso, devido ao trabalho do Noah no Santuário. Foi a maneira de Nix ter certeza que Noah estava de acordo com o que fariam. "Estou pronto." "Bom. Porque não posso esperar mais tempo para estar com você." Finalmente. "Eu, também. Por favor, Nix, não espere mais." Debruçando-se, Nix abriu a gaveta da mesa de cabeceira e procurou o frasco de lubrificante. Noah observava, a boca seca, enquanto Nix ajoelhava entre suas pernas afastadas. O pau do Noah estava duro e latejante, curvado contra seu estômago. Estremeceu com luxúria quando Nix cobriu os dedos com lubrificante e os enrolou em torno do pênis do Noah. "Por favor", sussurrou ele.
A grande mão do Nix fazia maravilhas enrolada em torno do seu pau. Ainda mais quando começou a deslizar para cima e para baixo sobre o comprimento rígido, enviando a excitação do Noah para as nuvens. Noah arqueou ao toque do seu Companheiro, incapaz de evitar os roucos gemidos que escapavam de seus lábios. Estava quase cego de tanta necessidade quando seu Companheiro empinou sua bunda, afastou as nádegas e começou a esfregar o lubrificante na sua abertura. "Tenho que deixá-lo pronto para mim", disse Nix. "Não quero machucar você." "Você está indo bem." "Me avise se eu lhe causar qualquer dor e vou parar." Pela sua expressão grave, falava sério. O coração do Noah falhou. "Prometo, mas você não vai me machucar." Foi bom o suficiente para o seu Companheiro, que continuou a esticálo. Um dedo, depois dois. A ligeira queimadura se tornou um prazer intenso e Noah teve medo de gozar somente com isso, se o seu homem não se apressasse. Por último, Nix agarrou sua bunda, levando a cabeça do seu pau para a abertura dele. Sem desviar os olhos do Noah, empurrou para dentro. Lenta e cuidadosamente, trabalhou o caminho até o fundo, uma expressão de admiração no belo rosto. Noah sabia como ele se sentia. Se unir ao homem no universo, destinado a realmente ser seu, não era como nada que havia experimentado. Os primeiros sinais do fio dourado unindo-os começou a serpentear seu caminho entre eles, e o prazer era tão intenso que pensou que ia desmaiar.
Felizmente, não o fez. Manteve o foco na sensação maravilhosa do seu Companheiro preenchendo-o, a visão dele bombeando dentro do Noah, os músculos do peito e os braços esticados em alívio. Nix começou a golpear mais rápido, mergulhando para dentro e para fora, levando o êxtase a um nível quase insuportável. Nix o abaixou na cama e o cobriu com o seu corpo, fundindo suas bocas. Moveram-se como um e Noah pensou, Isto é fazer amor. É disso que estive sentindo falta durante toda a minha vida. Nada, jamais, poderá se comparar a isso. "Oh, Deus", Nix suspirou. "Baby ..." Seu desejo finalmente cresceu e explodiu, fora de controle. Noah virou a cabeça para o lado, expondo o pescoço. "Me morda. Por favor." Mas Nix apenas afundou o rosto na curva entre o pescoço e o ombro do Noah, bombeando rápido, enquanto os levava além do limite. Gritaram juntos, agarrando-se um ao outro enquanto seus orgasmos acalmavam. Noah se aqueceu diante da maravilhosa sensação de ser cuidadosamente tomado e amado por seu Companheiro. Bem, exceto pela parte do acasalamento. Tentou não ficar decepcionado pelo Nix ter optado por não tornar oficial, ainda, mas pareceu uma rejeição. E machucou. Sufocando a dor, sorriu para o seu parceiro satisfeito. Nix retribui o sorriso, então, lhe deu um beijo escaldante antes de ficar sério. "Desculpe por não reivindicar você", disse ele, afastando uma mecha de cabelo de cima dos olhos do Noah. "Eu vou, entretanto. Prometo. Só preciso colocar a cabeça em ordem com todas estas mudanças na minha vida, primeiro, ok?"
Houve uma série de eu na última frase e Noah não tinha certeza de que isso soava bem. Mas fez uma expressão corajosa, e assentiu. "Claro, querido. Tudo o que precisar. Temos muito tempo." O alívio na face do outro homem foi doloroso de ver. "Ótimo. Você poderia não me chamar de coisas como essa, você sabe, ‘querido', a menos que estejamos sozinhos? Eu gosto, mas é que, simplesmente ..." Noah o encarou, agonia esfaqueando suas vísceras. "Muita frescura para um lobo macho como você?" "Não!" Ele recuou, se afastou do Noah, sentou e afastou o longo cabelo do rosto. "Você não entendeu." Noah se sentou e girou sobre a cama para enfrentá-lo. "É o que você continua dizendo. Explique, então entenderei. Me ajude porque estou voando às cegas aqui, e essa rotina de caloroso e frio está realmente começando a me decepcionar." "Desculpe." Ele ficou em silêncio por tanto tempo, que Noah não tinha certeza que gostaria de continuar. Mas, quando finalmente deixou sair tudo, muito daquilo que tinha estado segurando o Nix, ficou claro. "Meu pai era exatamente o homofóbico furioso que você descreveu, talvez pior. Fez da minha vida um inferno, enquanto eu crescia." "Deve ter sido, para foder com a sua cabeça ao ponto que você não pode aceitar quem é", disse Noah suavemente. "Você não faz a mínima ideia. Minha mãe nos deixou quando eu tinha cerca de quatro ou cinco anos. Não lembro de muita coisa, exceto implorar a ela que não fosse. Em seguida, éramos apenas eu e meu
pai, exceto que ele nunca foi pai. Um pai ama a sua família. Não aquele bastardo. Ele foi um merda, e nada que eu fazia o satisfazia, nunca. Talvez porque sabia o que eu era." Noah esperou. Nix necessitava falar por conta própria, sem interferências. Era claramente difícil para ele admitir em voz alta. "Sou gay, Noah", disse ele calmamente, olhando para a cama. "Sempre soube, e tenho certeza que ele sabia, também. Mas também sabia que ele ia me matar se admitisse, então me esforcei para ser o filho atlético e musculoso do qual ele podia se orgulhar. Pratiquei esportes, fodi meninas, tive um carro descolado. Brinquei com um menino ou dois, mas tive o cuidado infernal de não deixar ninguém saber, para isso não chegar até o meu pai. Quando me formei no ensino médio, entrei para a Marinha mais rápido do que você pode dizer assine na linha pontilhada porque isso ia me afastar daquele merda!" "Entendo tudo isso. Mas você tinha desaparecido, nesse ponto. Podia fazer o que quisesse, certo?" Logo que as palavras saíram da sua boca e viu o sorriso triste do Nix, compreendeu quão estúpido isso soou. "Não seria agradável se a vida funcionasse dessa forma? Mas não. ‘Não pergunte, não conte’ ainda era regra da segurança militar. Sim, tive alguns casos com caras quando estava de férias e foi quando eu, realmente, soube que era gay, sabe? Era a minha primeira oportunidade real longe de casa e com nenhum bastardo para descobrir sobre mim. Mas algo permanente? Não preciso lhe dizer quão mal isso seria recebido, especialmente quando eu fazia parte dos SEAL’s. Essa parte da minha vida ficou em espera."
"E, mesmo se não tivesse ficado, havia a influência do seu pai pairando, sempre em segundo plano", Noah adivinhou. "Acertou em cheio. As crenças deformadas do meu velho, seu ódio por alguém ser diferente, têm sido um câncer na minha alma desde que me lembro. Não tenho nenhuma vergonha de ser gay. Quero que saiba disso. Mas, antes de eu sair de casa, ele me disse algo que me aterrorizou, e nunca esqueci." Então, Noah pegou a mão do seu Companheiro em silencioso encorajamento, enquanto Nix continuava. "Ele disse que, se alguma vez soubesse que tinha cedido ao meu desejo antinatural, ia atrás de mim e também mataria o meu parceiro. Disse que nos levaria a um bosque em algum lugar e me deixaria ver enquanto ele esfolava e eviscerava o cara, então ia colocar uma bala em seu cérebro para tirá-lo da miséria. Se implorasse." "Meu Deus! Que filho da puta pervertido! Desculpe, mas ..." "Não, eu não posso estar mais de acordo. Então, disse que me deixaria ir para eu ter que viver o resto da minha vida com o conhecimento do que eu tinha feito. O que eu tinha feito! Eu!" Ele deu um riso amargo, balançando a cabeça. "Nix, tem certeza que seu pai ainda está vivo? Você está longe de casa há uma década." Qualquer esperança que o bastardo pervertido pudesse ter falecido nos anos que passaram, desapareceu com as próximas palavras do seu Companheiro. "Ele ainda está vivo. Eu mantenho um olho sobre ele. Após nossa equipe de SEALs ser vítima da emboscada dos lobisomens no Afeganistão, há sete anos atrás e nos transformarmos, disseram a ele que eu estava morto - foi o que disseram a todas as nossas
famílias. Mas meu pai sempre foi o tipo de cara desconfiado. Sem o meu corpo para confirmar, fez uma série de perguntas e quanto menos respostas recebia, mais curioso ficava." "Fodidamente assustador, se não se importa que eu diga." "Nem me diga." Apertou a mão do Noah e olhou profundamente em seus olhos, a expressão sincera. "Agora, compreende por que razão estou uma bagunça sobre me assumir? Sobre essa reivindicação aberta e sobre mostras públicas de afeto? Não tenho medo de te amar, Noah. Tenho medo das consequências, se aquela mesquinha desculpa de ser humano algum dia souber sobre você. Ele deseja cumprir cada ameaça e não piscaria um cílio com simpatia. Não posso deixar nada acontecer com você." "Nada vai acontecer comigo. Não só tenho você para me proteger, mas ambos temos uma equipe inteira de shifters lobos, além de um Feiticeiro e um Príncipe Fae na nossa retaguarda". Sorriu. "O que um humano, possivelmente, espera fazer contra um exército como esse?" "Bem, quando você fala assim, meio que faz os meus receios soarem idiotas." Lançou um sorriso para o Noah. "Nada idiota, absolutamente. Cuidado é saudável, mas quando permite o medo assumir sua vida? Isso é um problema, meu Companheiro." "Sim, bem, esse medo teve uma vida inteira para se tornar um problema", Nix disse com repugnância. Então, balançou a cabeça. "Não quero mais pensar no meu velho. Na verdade, nós dois precisamos afastar nossas mentes de coisas desagradáveis, por enquanto."
"Não acabamos de fazer isso?" Noah sorriu. "Você sabe o que quero dizer, seu viciado em sexo." "Sim, sei." Inclinando a cabeça, Noah teve uma ideia. "Por que não damos uma caminhada antes do jantar? Você pode deixar seu lobo correr e eu posso acompanhar e fazer algum exercício." "Parece divertido, mas tem certeza que pode fazer isso?" "Positivo. Vamos lá!" "Certo, mas não vamos demorar. Não quero que você se desgaste quando deve estar se recuperando." "Olha, se eu me desgastar vai ser apenas pelo melhor dos motivos." Sua piscadela foi seguida por uma risada genuína enquanto deslizava da cama e se vestia. Durante todo o caminho até lá fora, tudo que podia fazer era ver por onde estava andando, quando tudo o que queria fazer era comer o Nix com os olhos. Agora, compreendia o seu homem muito melhor. Seu coração chorou por tudo aquilo que o Nix tinha passado durante seu crescimento com aquele pai horrível e como isso estava o atingindo, até hoje. Bem, Noah ia se esforçar para mudar isso. Para ajudar seu Companheiro a ultrapassar seus medos, mostrar-lhe quão incrível a vida pode ser com a pessoa certa. *** Nix decidiu levar seu Companheiro para o córrego ao qual tinha ido no dia anterior. Quem sabe, desta vez, não seria necessário fazer uma performance solo. A ideia fez com que um sorriso aparecesse no seu rosto.
Eu e um cara. Companheiros. E não apenas qualquer cara, mas o Noah. Um pequeno cara gostoso, que é tão doce quanto sexy. Quem teria imaginado? Claro, como havia dito ao Noah, tinha estado com alguns homens. Soube, desde a primeira vez que tinha cedido à tentação, que estar com mulheres nunca seria o bastante para ele. Mas tinham sido aventuras de uma noite. Escondidas e fugazes, para ninguém especialmente o seu pai - jamais descobrir. Nunca esperou ter uma relação de verdade, aberta, muito menos algo permanente. Poderia realmente percorrer essa etapa final, afundar os dentes no seu Companheiro e vinculá-los para sempre? O conhecimento do que o seu pai faria se descobrisse o gelou até os ossos. Cada palavra que disse ao seu Companheiro era verdadeira seu pai ia ter grande prazer em torturar o Noah lentamente, antes de lhe conceder a morte. Estremecendo, afastou a imagem e forçou a si mesmo em se concentrar no lado positivo. Noah havia preenchido um espaço dentro do Nix que não tinha, sequer, reparado que estava desolado até que o encontrou. Mesmo procurando racionalizar seus sentimentos como pura luxúria, aquilo que haviam acabado de fazer não era foder. Eles tinham feito amor. Nunca tinha experimentado tão profunda satisfação com outra pessoa. Só podia imaginar quão maior a gratificação seria, uma vez que fossem verdadeiros Companheiros. A felicidade estava lá, sua para tomar. Apenas um pouco mais, e afastaria os receios que o
tinham consumido desde a adolescência. Se o Noah fosse paciente só mais um tempo. Assim que cruzaram o extenso gramado, antes de chegar na beira da floresta, Nix tomou a mão do seu Companheiro, entrelaçando seus dedos. Estranho, segurar a mão de um homem..., porém, bom. Nix sabia que este era um grande passo para ele e, pelo olhar de surpresa que o Noah lançou na sua direção, o rosto corado de prazer, ele soube também. Uma coisa tão pequena e, ainda assim, imensa. Pela primeira vez, Nix realmente descobriu que sexo e intimidade eram duas coisas completamente diferentes. Dar as mãos, mostrando ao Noah que se importava, era mais íntimo do que um simples ato sexual. Fez uma nota mental para melhorar nas pequenas coisas. Noah merecia a felicidade. Ao final desse pensamento, percebeu que sabia pouco sobre o passado de Noah. "E você?" Perguntou, enquanto entravam na floresta e percorriam a trilha. "Como foram os seus anos de crescimento?" "Um pouco solitário", respondeu melancólico, tristeza atravessando seu rosto. "Bastante estereotipado para um garoto gay, em uma pequena cidade conservadora. Meus pais não eram como seu pai, pelo menos não neste extremo. Não me forçaram a praticar esportes nem nada; estavam bem com o fato de eu ser um tipo de nerd inteligentíssimo, ganhando prêmios pelos meus projetos nas feiras de ciência – desde que acabasse sendo médico, casado com uma mulher igualmente bem-sucedida e produzisse vários pequenos Noahs para dar continuidade ao nome da família."
"Oh!" "Sim. Imagine a surpresa deles quando o futuro médico decidiu ser enfermeiro e chegaram em casa mais cedo, um dia, e o encontraram fazendo o seu melhor para engravidar o Jay Thompson?" Nix não conseguiu evitar - riu em voz alta. "Ah, merda!" Seu companheiro fungou. "Não é? A imagem meio que queima o seu cérebro, não? De qualquer forma, meus pais eram do tipo cujo amor era condicional. Eu te amo apenas se você viver a sua vida exatamente como a imaginei e seguir os meus sonhos. Quando me encontraram com o Jay, estava apenas começando a escola de enfermagem. Esse foi o golpe final, então me expulsaram de casa e me renegaram. Não os vi, desde então. Não sei se estão vivos, mas não me importo." Alguma coisa no tom da sua voz disse que se importava, mas não queria. Nix não pressionou. Em vez disso, perguntou, "Como lidou com isso?" "Fui morar com a família do Jay e terminei a escola. Eu e ele nunca fomos além de amigos com benefícios, mas ele e a sua família me ajudaram a atravessar um momento difícil. Sou grato por isso, embora não tenha mais contato com nenhum deles." Nix estava egoisticamente feliz que seu companheiro não estava ainda falando com seu antigo amigo de foda. Seu lobo podia ter que arrancar fora a garganta do homem. "Então, você acabou aqui?" "Não tão rápido. Consegui um trabalho em um grande hospital, em Atlanta. Que foi, na verdade, onde conheci a Melina."
"Você está brincando?" Tinham começado a andar novamente, ainda de mãos dadas e Nix lhe lançou um olhar de surpresa. "Não fazia a menor ideia que vocês dois já se conheciam, antes." "Sim. Ela foi, realmente, solidária quando passei por algumas merdas no trabalho, por ser homossexual. Em seguida, ela saiu para vir para cá e as coisas ficaram realmente ruins. Eu tinha o número do celular dela e ela me disse para ligar se precisasse dela, mas estava determinado a aguentar as coisas em Atlanta." "Eram seus colegas que estavam incomodando você?" Nix fez uma careta. "Desculpe o estereótipo, mas você não pode ter sido o primeiro enfermeiro homem gay com quem trabalharam!" "Era o que você pensaria, não é? Quer dizer, nunca escondi quem sou. Desde que meus pais me jogaram fora, como lixo. Desde esse dia, jurei nunca ser alguém além de mim mesmo e mandar à merda quem quisesse que eu fosse diferente." Exceto por mim, Nix pensou envergonhado. Ainda no outro dia, ele se ofereceu para mudar, por mim. "Nunca mude", reiterou. "Nem por mim, ou por ninguém. Seja você mesmo." O sorriso do Noah foi como um raio de sol. "Serei." "Então, exatamente como você chegou até aqui, no complexo?" "As coisas em Atlanta chegaram ao limite quando dois rapazes estavam esperando por mim, tarde da noite, quando cheguei ao trabalho. Eles me atacaram do lado do meu carro, me bateram e me deixaram lá."
"O quê?" As presas do Nix saltaram e suas garras brotaram dos dedos. "Vou matar todos eles, porra!" "Não, querido", ele o acalmou, apertando a mão do Nix. "Eles foram para a prisão. Esqueceram que o pessoal do estacionamento subterrâneo tem câmeras de segurança e não apenas não tiveram qualquer defesa contra o que fizeram, como tudo foi capturado em vídeo. A polícia foi muito profissional, de forma que essa parte foi muito bem resolvida. Mas enchi o saco da cidade e fiz uma ligação para a Melina." "E o resto é história." "Basicamente."
Noah
estremeceu
visivelmente.
"Nunca
vou
esquecer o dia em que a equipe salvou você e o trouxeram. Após todos aqueles meses ausente e mantido em cativeiro, você estava completamente confuso, mas não tinha perdido o seu espírito de luta." Parando, Nix puxou o Companheiro contra o seu peito. "Bastou apenas um olhar para você, e me manter por aqui, de repente, parecia verdadeiramente importante. É importante dizer, estou feliz por ter feito isso." Lágrimas surgiram nos grandes olhos azuis do Noah. "É a melhor coisa que alguém já disse para mim." Uma lágrima escapou, rolando pelo seu rosto. Nix a limpou com o dedo. "Não chore, lindo. Eu não aguento." "São lágrimas de felicidade." Incapaz de resistir, Nix segurou o rosto do Noah e o beijou ternamente. Por que razão tinha, sequer, hesitado? Jamais ia ter o
bastante do gosto inebriante dos lábios do seu Companheiro. Seu lobo rugiu de prazer, exigindo que o tomasse novamente. Em breve. Se afastando, Nix guiou seu Companheiro dentro da trilha um pouco mais, até um bom local para deixar suas roupas, para que pudesse se transformar. "Bem aqui, baby. Você está pronto para brincar com seu lobo?" "Sim!" Rapidamente, Nix se despiu e colocou a roupa em um tronco caído. Então, deixou a transformação acontecer. Seu lobo foi libertado e saltou, ansiosamente, para o seu Companheiro, ladrando feliz e dançando ao redor enquanto o Noah ria. Chega de conversa. Hora de diversão.
CAPÍTULO QUATRO
Nix podia ficar correndo a tarde toda, brincando com seu Companheiro, derrubando-o no chão e lutando, escutando ele rir com deleite. Um por um, vários dos rapazes tinham acasalado com suas Companheiras e Nix teve que admitir que jamais havia compreendido o que havia de tão especial em estar vinculado a um parceiro. Alguns dos caras mais durões que conhecia foram pegos com a guarda baixa pelo cupido e Nix tinha, efetivamente, olhado para eles com divertimento. Agora, entendia. Noah era muito mais do que um parceiro. O vínculo entre Companheiros era especial e o fio dourado entre eles crescia, mais forte a cada segundo. Eventualmente, porém, achou que o Noah devia estar cansado e decidiu que estava na hora de visitar o córrego, antes de voltarem. Nix liderou o caminho, gostando da sensação da mão do seu Companheiro repousando sobre os pelos do seu pescoço. Era tranquilizador e amou os dedos do Noah acariciando através do pelo espesso. Ao chegarem no córrego, Noah exclamou, em apreço. "Ah, como é bonito aqui! Posso ver por que gosta deste lugar. Cada par acasalado da equipe tem um lugar favorito na floresta, para onde se esgueiram - talvez este possa ser o nosso?" Nix voltou à forma humana e ficou de pé ao lado do seu Companheiro, segurando sua mão novamente. "Gostaria muito disso. Trouxe você aqui esperando que o adorasse, tanto quanto eu."
"Um homem sexy e nu ao lado de um riacho murmurante, no meio do nada? Como não gostar?" Ele arqueou uma sobrancelha. "Correção - dois homens sexys e nus. Inaugurando o lugar deles." "Oh!" Em tempo recorde, Nix tirou a camisa e os sapatos do seu companheiro, e despiu-o da sua bermuda. Então, esticou a camisa sob a bunda do Noah, erguendo-o da superfície musgosa e sorriu. "Na próxima vez vou planejar isto melhor e trazer um cobertor. E vamos fazer um piquenique também." "Você me ouviu reclamando?" "Nem um pouco, não mesmo." Nenhum deles tinha qualquer queixa, uma vez que ambas as bocas estavam muito ocupadas na maior parte da próxima hora. Nix fez amor com seu companheiro novamente, desta vez, tomando-o de quatro. Empurrando para dentro e para fora, lentamente, construindo o clímax deles. Segurando o Noah pelo quadril, Nix passou a mão livre em volta dele, envolvendo
o
membro
do
seu
Companheiro.
Mergulhou
profundamente, mais e mais rápido, até que ambos explodiram em um orgasmo tão intenso que sua visão ficou em branco por alguns segundos. Quando voltou a si mesmo, estava tombado sobre as costas do seu Companheiro, suado e satisfeito. Dentro dele, no entanto, seu lobo rugiu e arranhou para escapar do confinamento da sua forma humana. Antes do Nix poder detê-lo, suas presas saíram e garras surgiram dos seus dedos. As afiadas pontas dos caninos pairavam a milímetros do pescoço de Noah e
lutou arduamente contra o impulso de reclamar o que era seu. Deles. Meu e do meu lobo. Mas ele não podia. Ainda não. Nix supôs que o medo não havia ido totalmente embora. Mas ia chegar lá, gradualmente. Logo, iria reivindicar o Noah, e nada ia lhe impedir. Rosnando, seu lobo se submeteu, novamente. Suas presas e garras se retraíram. "Vamos estar todos sujos e grudentos quando voltarmos", Nix observou, se movendo ligeiramente. "Vamos precisar de uma ducha antes do jantar." "Ainda sem queixas." Sentando de frente para o Nix, ele sorriu. Mas havia uma sombra sobre sua felicidade que não estava lá anteriormente, e era óbvio que sabia que o Nix tinha se segurado. Novamente. "Certeza que vou ter diversão seguindo por este caminho." Então, Noah ia deixá-lo escapar dessa, novamente. Deus, se sentia horrível. "Eu também". Olhou para o córrego, tentando recapturar a camaradagem que estavam tendo antes. "Ei, temos água aqui mesmo. Pelo menos, podemos limpar o musgo." "Sim, mas deve estar congelando!" "Com medo?" Noah lançou um olhar divertido para ele. "Não. Primeiro você."
Nix aceitou o desafio e chiou quando entrou na água, arrepios percorrendo seu corpo todo, imediatamente. Puta que pariu, os riachos da montanha eram como gelo! Mas fez um show, se inclinando e espalhando água como se não estivesse afetado. "Entre", chamou o Noah. "Não está tão ruim." O rosto do seu Companheiro estava claramente cético. "Não sei." "Você disse que não estava com medo. Venha aqui." Esticou sua mão, esperando. No instante que o Noah a segurou, ele o puxou para a água congelada e o segurou, de modo que não conseguisse fugir. "Aaah!" Ele gritou. "Seu idiota! Me solte, está frio pra caralho!" "Chupa essa, humano insignificante!" "Imbecil!" Espalhando água, riram como bobos, deixando um ao outro limpos e ensopados. No momento em que terminaram, estavam tremendo tão intensamente que seus dentes rangiam, mas, da sua parte, Nix nunca tinha estado tão feliz. "Vamos sair daqui." "Agora, quem é o covarde?" Noah disse. "Covarde congelado." "Ha!" Indo aonde tinha sol, passaram alguns minutos se secando. Então, Nix entregou as roupas ao seu Companheiro. Uma vez que o Noah estava vestido novamente, Nix mudou para a forma de lobo, para a caminhada de volta no meio da floresta para recuperar suas roupas.
Era muito mais confortável do que andar como um ser humano nu, através das moitas. Finalmente, chegaram ao local onde o Nix havia deixado sua roupa, e ele se transformou novamente. Quando estava vestido, andaram juntos de volta para o complexo. Odiava ver sua brincadeira acabar, mas estava confiante de que haveriam muitas mais como as de hoje. "Banho?" Perguntou ao Noah. "Sim. Quente!" "Podemos fazer isso." Sorrindo, tomou a mão do Noah e o levou através de todo o gramado do complexo. Aric, Jax e suas Companheiras, Rowan e Kira, estavam do lado de fora conversando, juntamente com Micah e o Nick. Diante da visão do mais novo casal emergindo da floresta, amarrotados e, obviamente, juntos, o grupo sorriu, acenando para eles. "Oh, rapaz." Noah olhou para ele com preocupação. "Está pronto para isso?" "Não tenho vergonha de você." Mas, ainda assim, soltou a mão do Noah, e o rosto do seu Companheiro entristeceu. Merda. "Sei que você não está pronto para o processo de acasalamento. Tudo bem." Mas o tom e a expressão do Noah traíram a sua decepção. "Venha, vamos ver o que eles querem." Com uma piscadela, andou junto com o Noah até seus amigos. "Entããão", Aric falou lentamente, observando-os. "Vocês parecem meio despenteados, se sabem o que quero dizer. Preciso perguntar o que está acontecendo?"
"Pode perguntar", Noah respondeu com um sorriso. "Não significa que vai obter detalhes." "Vocês estão, oficialmente, acasalados?" O ruivo pressionou. A pergunta, imediatamente, fez com que ganhasse uma cotovelada nas costelas da sua própria esposa, que o encarou ferozmente. "Isso não é da nossa conta!" Rowan disse. "Você está brincando, certo? Todo mundo aqui sabe os assuntos uns dos outros", se queixou, esfregando sua lateral. "Bem, é rude fazer uma pergunta tão pessoal." "Onde você esteve morando?" Aric falou. "Você sabe que não temos muitos limites aqui." "Ahh, rapazes?" Nix interrompeu. "Este grupo não é nada se não o mais barulhento que já conheci. Noah e eu estamos ainda trabalhando as coisas. Mas estamos indo na direção certa e isso é tudo o que vou dizer agora." "Uau", disse o Micah com um sorriso. "Essa é uma boa notícia. Parabéns." Jax assentiu. "O mesmo, aqui." Nick era o único que não estava parecendo feliz da vida. De fato, tinha aquela espécie de olhar perdido que acontecia sempre - merda, estava tendo uma visão. O problema com isso era, as habilidades de vidência do Nick raramente pressagiavam algo bom para alguém em torno dele. Quando o comandante piscou e voltou a ser ele mesmo, se dirigiu aos outros. "Posso ter uma palavra a sós com o Nix e o Noah?"
"Claro", disse Aric, observando seu chefe com um olhar cauteloso. Os outros ecoaram o sentimento e todos saíram, com promessas de se encontrarem no jantar. "O que está acontecendo?" Nix perguntou. O comandante olhou ao redor, aparentemente se assegurando que ninguém estivesse dentro da faixa de audição, antes de falar. "Vocês dois precisam ouvir isso. Vocês estão destinados a encontrar sérias dificuldades juntos, em breve." Fez uma pausa. "A Sacerdotisa Vodu, lembra dela? De quando você estava de férias em New Orleans?" Um calafrio de mau presságio atravessou a coluna vertebral do Nix, seguido de frio. "Como eu poderia esquecer?" Não perguntou como o Nick sabia - o homem era um Vidente. Quando o passado conectava com o presente, podia "ver" o que precisava. "Ela lhe disse algo extremamente importante sobre sua habilidade especial, não como um lobo shifter, que veio mais tarde. Mas aquela com a qual nasceu. Sua habilidade Psy. Você lembra?" "Sim", disse com a voz trêmula. "Jesus, está me assustando." "Ouça. Explique ao Noah sobre o seu dom. Faça ele compreender, e com isto quero dizer, verdadeiramente, compreender de quão vital importância é, que ele confie em você cem por cento. Que acredita em você e no que dirá a ele. Se não o fizer, tudo estará perdido." "Eu ... ok." Passou uma mão trêmula através do cabelo. "Vou contar a ele, agora." "Bom. Não desperdice nenhum momento. Valorize cada segundo juntos, porque a catástrofe está no caminho de vocês e não posso impedi-la."
"O que vai acontecer?" Sussurrou ele. Noah chegou perto, se colocando ao lado do Nix. "Não sei, exatamente", disse com verdadeiro pesar. "Só aquilo que eu disse. Ambos, lembrem do que eu falei e vão ter uma chance." "Tudo bem. Nick, obrigado." "Certo. E se houver algo mais que eu possa fazer para ajudar aos dois, sabem que farei." Batendo sobre o ombro dos dois, se virou e os deixou ali, em pé. O coração do Noah falhou uma batida antes de se virar para seu Companheiro. "Sobre que coisa fodida foi aquilo?" Nix soltou um suspiro profundo. "Vamos sentar e conversar." Olhando em volta, se acomodaram em um popular local gramado, sob uma grande árvore, na beira do campo utilizado para jogos com bola. Esse seria tão bom lugar como qualquer outro para descarregar a bizarrice do seu suposto dom. Uma vez que estavam sentados próximos um do outro, começou. "Portanto, como o Nick disse, estava de licença há alguns anos, quando tinha quase a sua idade. Fui para New Orleans com alguns dos meus amigos da Marinha, e pensei que seria hilariante ver uma bruxa vodu. Obter algumas poções de amor ou algumas dessas merdas, quem sabe? Eu estava aterrorizado pra caralho e estava só no vestíbulo da casa da velha mulher, enquanto eles faziam negócios com ela." "Se você não entrou para vê-la, como se conheceram?" "Ela saiu com eles quando estavam partindo e me viu. Imediatamente, se aproximou de mim, olhou para mim como se
tivesse visto um fantasma, e acenou para eu ir até ela. Meus amigos queriam ir junto, mas ela ordenou que saíssem. Disse que ninguém podia ouvir o que tinha a me dizer, até que fosse o momento certo. Ela disse, Você é o que o seu nome próprio significa. Eu não tinha dito, ainda, o meu nome para ela." A memória ainda lhe dava calafrios. "Você é o que seu nome significa", Noah repetiu. "Phoenix?" "Sim. Um pássaro que renasce a partir das cinzas." "Exceto que você é um lobo." "Bem, eu não era ainda. O ponto é, ela disse que o meu dom é o da Phoenix. Que se eu morrer, posso renascer, mas há um porém." "Claro que há", disse Noah, secamente. "Qual é o porém?" "Tenho que morrer pelo fogo." Seu Companheiro olhou para ele, o horror lentamente despontando no seu rosto. "De jeito nenhum. Foda-se essa merda! Você não vai morrer, pelo fogo ou qualquer outra coisa! Isso é loucura!" "Eu não quero morrer, mas você ouviu o Nick", disse ele, pegando as mãos agitadas do Noah nas suas. "Você acredita em mim, acredita em mim, não é?" "Claro que acredito! Mas-" "Sem reservas. Lembre-se do que o Nick disse, quando a hora chegar. Eu não sei o que é, mas soa mal. Acredite em mim e lembre do meu dom." Estava tão atordoado quanto o Noah. Mas, quando viu as lágrimas saindo e escorrendo dos olhos do seu Companheiro, seu único
pensamento foi reconfortá-lo. Rapidamente, puxou o Noah para os seus braços e o beijou. "Ah, baby. Vai dar tudo certo, você verá." "As visões do Nick sempre são verdadeiras", ele respondeu com um fungar. "Passei tantos anos desejando alguém que fosse meu, para amar. Não posso perder você agora." "Ei, elas se realizam, mas nem sempre da maneira exata como ele as viu. Micah devia ter morrido, lembra? Mas o curso dos acontecimentos mudou e ele não morreu." Tardiamente, percebeu que o Noah tinha dito sobre alguém para amar. Ele não me ama? "Eu sei, mas isso ainda me assusta." "A mim também. Mas não vamos deixar que isto arruíne nosso tempo juntos, entendeu?" Levantando o rosto do seu Companheiro, lhe deu um beijo escaldante, acalmando-o e esfregando as mãos na parte inferior das suas costas. "Ok", ele inspirou. "Bom. Agora vamos tomar aquela chuveirada e ir jantar. Isto é, se você não estiver cansado demais para ir para a sala de jantar?" "Não, estou bem. Será excelente descansar depois do jantar, entretanto", ele admitiu. Essa era a prova do quão esgotado seu Companheiro estava e Nix estava com medo que o tivesse forçado demais e o esgotado. Tinham feito amor duas vezes e saíram para uma longa caminhada. Talvez, tudo isso tivesse sido demais.
Uma vez de volta ao quarto do Nix, Nix despiu a si mesmo e o seu Companheiro cansado. Então, ligou a água quente, puxando-o para o chuveiro e ensaboando-o dos pés à cabeça. Não houve carícias desta vez, porém o Nix já podia estar pronto para gozar novamente, com muito pouco incentivo. Este era o momento para, simplesmente, mimar o seu homem. Fora do chuveiro, enxugou o Noah, pensando no quanto gostava desta nova sensação de cuidar do seu Companheiro. Muito. Cuidar do seu bem-estar, prover suas necessidades, parecia tão natural quanto respirar. Fez votos que cada dia seria mais fácil e superaria o medo irracional de estar com um homem em público. Obrigada, dador de esperma. O bastardo não merecia sequer o título de ‘pai’. "Eu ainda não tenho nenhuma roupa limpa aqui", disse o Noah, de repente. "Podemos passar no meu apartamento?" "Sem problema. Na verdade, por que não arrumamos uma mala para manter aqui? Você também pode ficar aqui até decidirmos em qual quarto vamos morar." Noah piscou para ele. "Você acabou de me pedir para morar com você?" Nix hesitou, então disse timidamente "Sim, acho que sim. Você é meu Companheiro, gosto de ter você por perto e não planejo permitir que vá para nenhum lugar. O que você diz?" "Como proposta, podia ser um pouco melhor", disse Noah com um sorriso, "mas, sim, vamos pegar algumas das minhas coisas. Vou ficar com você até decidirmos."
"Maravilha!" Nix se sentiu absurdamente feliz e puxou o Noah para lhe dar um beijo. *** Alguns minutos mais tarde, aquela sensação vertiginosa foi substituída por algo parecido com choque. O apartamento do Noah parecia o interior da fábrica de chocolates do Willy Wonka, muitas cores gritando por atenção. "Você gosta?" Noah estava olhando para ele ansiosamente. "Humm, baby, odeio lhe dizer isto, mas vou ser o encarregado da decoração." "Mas-" "E pronto." Merda, se sentia como se tivesse acabado de chutar um filhote de cachorro. A face do Noah entristeceu enquanto observava seu lugar. "Bem, suponho que é um pouco exagerado." "Querido, isso daria pesadelos ao Freddy Krueger. Desculpe." "Posso levar algumas das minhas almofadas?" Nix olhou as almofadas de um roxo brilhante como se fossem cascavéis. "Vamos ver. Você pode ajudar na decoração, ok? Mas eu ainda tenho a palavra final." Pelo sorriso feliz do seu Companheiro, imaginou que já tinha perdido a batalha e se perguntava quão horríveis aquelas almofadas roxas ficariam no seu belo sofá de couro marrom. Urgh.
Embalar as coisas não demorou muito tempo e observou enquanto o Noah colocava roupas em uma bolsa de ginástica. A seguir, vieram frascos de loção de banho para o corpo e produtos para os cabelos que o Nix estava certo que custavam mais do que tudo o que havia no seu banheiro. Ia ter que pedir ao Nick um aumento salarial. Finalmente, Noah trocou a roupa usada, pegou sua mala, e estavam prontos para ir. Nix tomou a mala dele e seu Companheiro não protestou, apenas olhou para ele como se tivesse alcançado a lua. Deixaram a mala e foram jantar. Quando chegaram na sala de jantar, várias outras pessoas já estavam lá. Noah tentou sair do seu lado, mas Nix o segurou. "Estou trabalhando em não nos esconder em público." O sorriso que ele lhe deu valia um milhão de dólares. Aparentemente, Aric e os outros que encontraram mais cedo já tinham espalhado a notícia, que estava bem para o Nix. Salvou ambos de ter que ficar repetindo. Quando se sentaram à mesa com o Blue, o Kalen e a companheira do Kalen, Mackenzie, Nix se preparou para aguentar os parabéns e os tapinhas nas costas, que não demoraram a vir. Mas não soube o que dizer quando várias pessoas mostraram curiosidade sobre o motivo dele e do Noah não estarem oficialmente acasalados. Olhando para cima, pegou o Noah virando a cabeça para o outro lado, as bochechas coradas e percebeu que seu doce Companheiro estava perturbado. Noah, aparentemente, não achava a gozação mais divertida do que ele, mas deixou a nítida impressão que estava perturbado com o Nix, não com seus amigos.
Jesus Cristo, esta merda de acasalamento era complicada! Enfrentaram com bravura, passando pela refeição. Uma vez, Nix observou que o Noah e o Blue tinham as cabeças próximas, sussurrando algo. Nix capturou as palavras ‘praticar amanhã’, e optou por não se incomodar, no momento. Não que não estivesse curioso, mas tudo o que sabia era que o príncipe e o Noah eram apenas amigos. Noah não ia mentir para ele sobre isso. "Como está o Leonidis?" Noah perguntou à Mackenzie. Além de ser companheira do Kalen, era uma das médicas que trabalhava com a Melina. Nix não dava a mínima se o tigre tivesse sumido da face da terra. Mas seu Companheiro era uma alma amável e, claramente, um homem melhor do que ele mesmo. "Ele está bem", Mac tranquilizou o Noah. "Quando atacou você, tinha acabado de acordar e ficou confuso e aterrorizado. Não sabia onde estava e se sente terrivelmente mal sobre o que aconteceu. Em algum momento, quer pedir desculpas a você." "Por cima do meu fodido cadáver morto e enterrado", Nix bradou. Todos ao redor dele travaram, e ele calmamente voltou para sua refeição. Noah lançou um olhar para ele antes de voltar a atenção para a Mac. "Vamos discutir isso mais tarde." "Claro." Por fim, Nix pôde ver que a cabeça do Noah estava inclinada e que estava, apenas, empurrando a comida no prato.
"Você teve um dia cheio", disse o Nix dando palmadinhas na coxa do Noah. "Vamos levar você para a cama." Isso rendeu alguns sorrisos, mas, felizmente, nenhum comentário. Nix apenas revirou os olhos, ajudou o Noah a levantar do lugar, e estavam novamente a caminho do seu alojamento. "Você foi meio que um homem das cavernas lá." "Você espera que eu peça desculpas?" "Não, mas vou deixar o Leo pedir desculpas, porque será importante para a sua recuperação e bem-estar mental. Ele já teve o suficiente para lidar com a situação e não precisa de mim na sua consciência, também." Ele tinha razão. No entanto, Nix não estava pronto para reconhecer, portanto abandonou o assunto. Seu bebê estava tão cansado, que não houve brincadeiras essa noite. Enquanto puxava o Noah para os seus braços, porém, sabia que era um homem de sorte. Teriam muito mais amor a fazer, logo que o sol nascesse.
CAPÍTULO CINCO
Noah amava despertar de manhã com a cortesia de um certo lobo sexy. Uma coisa, com certeza, definitivamente não tinha motivo para reclamar - Nix era um amante muito dedicado, voraz. O homem o queria sobre cada superfície, em todas as posições. Alguma coisa ou algum lugar novo a cada dia. Voltaram ao riacho algumas vezes na semana, durante a recuperação do Noah, tinham até mesmo feito a coisa toda em uma das escadas do prédio principal e quase foram flagrados pelo Nick Westfall. Noah tinha certeza que o homem sabia o que tinham feito e ficava vermelho toda vez que via o imponente comandante. Esta manhã, Nix estava o arrastando para a mesma escada que foi cena do crime anterior. "Aonde estamos indo? Não há nada além daqui." "Ah, mas tem." "O quê?" "O telhado." "Sim, mas não há nada no telhado." "Haverá." Parando na frente da porta que levava para o exterior, Nix sorriu. "Nós." Com isso, abriu a porta e os puxou para fora, sob o sol da manhã. O dia estava claro e quente, apenas poucas nuvens no céu, as montanhas se elevando na distância. Uma bela manhã com um
homem ainda mais maravilhoso ali, olhando para o Noah como se ele fosse a mais bela coisa que já tinha visto. "Ainda preciso perguntar o que estamos fazendo aqui?" "Provavelmente, não." Agarrando a barra da camisa, Nix o deleitou com a deslumbrante visão dele tirando-a. "Mas alguém pode ver! Você não percebe que as águias lá em cima podem ser shifters águias do Santuário, que estão reaprendendo a voar, certo?" "Portanto, vão aprender algo sobre os rituais de acasalamento dos lobos e seus Companheiros." Com um floreio, Nix atirou a camiseta sobre um grande duto de ar em forma de U, saindo do telhado. Então perseguiu o Noah, capturando-o facilmente. Não que o Noah tentasse escapar com veemência. Nix se atracou com ele em direção ao duto e se tornou evidente a razão pela qual tinha colocado a camiseta sobre o metal para deixar o Noah mais confortável enquanto penetrava sua bunda por trás. Noah encontrou a si mesmo apoiado sobre o duto, o jeans e a cueca puxados para baixo, enrolados nos seus tornozelos. Nix deu um pequeno empurrão para afastar seus pés, tanto quanto o tecido permitia e se curvou sobre as suas costas para rosnar, gravemente, no seu ouvido. "Quero foder você, forte e duro. Tem algum problema com isso?" Noah quase gozou ali mesmo. O que teria sido uma maldita vergonha. "Nem um único problema", conseguiu dizer.
"Bom." Quando o Nix se moveu para ficar atrás dele, Noah estava tão duro que o seu pau poderia dar várias pancadas através do duto. Amava um homem que sabia o que queria e pegava. Este era um lado do seu Companheiro que esperava ver muitas vezes mais. Não que não adorasse o ato de amor suave tanto quanto. Mas isto? Era. Fodidamente. Quente. "Deus, sua bunda é tão gostosa", disse o Nix, com reverência. "Queria poder passar o dia todo enterrado firmemente bem aqui." As bochechas da bunda do Noah foram abertas, deixando-o totalmente exposto. Havia um quê verdadeiramente safado, sobretudo com o seu homem ainda vestido. Acionava um dos seus botões de perversão. Em seguida, um dedo escorregou por sua abertura, alongando-a, preparando-a corretamente. Embora o Nix pretendesse ser rude, de forma alguma seu Companheiro correria o risco de prejudicá-lo verdadeiramente. A preparação não durou muito tempo, mas foi suficiente. "Se apresse e me foda", grunhiu Noah. "Com todo prazer." Atrás dele, o som de um zíper correndo, roupas caindo. Então, a cabeça do membro rígido do seu Companheiro pressionou seu orifício e empurrou para dentro. Noah arquejou, o desejo se transformando em plena luxúria quando seu Companheiro começou a fodê-lo. Profundo, duro e rápido. Não ia durar muito mais tempo. As batidas ritmadas da pele eram música para os seus ouvidos, e amou a sensação de propriedade. Ser possuído. Não havia maneira
de conseguir segurar seu orgasmo sob tal ataque apaixonado e o clímax explodiu muito antes do que queria. "Ahh! Sim!" Noah mal suportou tomar ele próprio o pau na mão e espremer a última gota do seu gozo, tão brutal foi a foda. Gozou tão forte que pensou que fosse acabar virado do avesso. "Você gosta disso, baby?" Presas rasparam seu pescoço, seguidas por beijos. "Caralho, sim. Acho que morri e fui para o céu." "Não. Você tem de permanecer aqui na Terra, anjo. Para mim." Depois que se recuperaram, Nix se afastou, fechou as calças e o ajudou a colocar suas roupas. Virando-se para encarar seu Companheiro, Noah riu. "O quê?" Nix o encarou. "Desde que estamos juntos, vivo o tempo todo molhado, por gozar e por tomar banho." Seu Companheiro parecia, decididamente, presunçoso. "Seu argumento?" "Bem, não existe. Exceto, não pare." "Foi o que pensei." Permaneceram juntos no telhado por alguns minutos, apreciando a manhã antes de entrarem para tomar banho. Novamente. Depois, Noah contou ao seu companheiro que tinha que encontrar o Blue e o Kalen, como tinha feito todos os dias. Imaginava quando o Nix ia perguntar sobre o assunto e hoje foi esse dia.
"Exatamente o que vocês estão fazendo? Ouvi você falar ao Blue, na outra noite, sobre praticar alguma coisa." "Você está absolutamente certo - estou praticando. Mas é uma surpresa. Não posso mostrar a você até que esteja pronto." "O que você está praticando, karatê ou algo assim?" "Não", revirou os olhos. "Vou deixar essas coisas de combate para você e a sua equipe." "Porque é um segredo tão grande? Não posso assistir?" "Ainda não", disse ele. "Seja paciente. Devo estar pronto para mostrar a você e para todo mundo no churrasco, sábado." "Você quer dizer que vou descobrir junto com todo mundo? Isso não é justo." "Você é realmente bonitinho quando faz biquinho, sabia?" Nix o afastou, mas sem ser rude. E estava rindo quando fez isso. "Cale a boca." Noah mandou beijinhos para ele, que riu mais ainda. "Bom, vou aguardar! Melhor valer a pena." "Oh, confie em mim. E você não será o único a ficar surpreso." *** Noah caminhou até o ginásio e encontrou Blue e Kalen, no lugar habitual, esperando por ele, em uma extremidade distante. Tinham reservado o lugar só para eles, pelo prazo de duas horas todos os dias e, como o Nix, os outros estavam ficando curiosos sobre o que estavam fazendo.
Oh, sabia que sua miserável habilidade era quase nada em comparação com a do príncipe Fae ou do Feiticeiro. Nem podiam ser comparadas às dos seus amigos shifters da Alpha Pack. Mas estava orgulhoso por se encaixar com eles de alguma forma, não importa o quão pequeno fosse o grau. Isso lhe deu uma sensação de conexão, de pertencer, que nunca havia tido quando cresceu ou trabalhou em Atlanta. "Pronto, esguicho?" Sabia que o Kalen não falava sério sobre o apelido. Não havia um único osso malvado no corpo do homem - a menos que você estivesse ameaçando seus amigos ou sua família. Então, ele tinha o poder de destruir a humanidade. "Como jamais estive." Os irmãos o testaram de várias formas e, quando haviam acabado, Blue encostou contra a arquibancada e acenou com a mão para o Noah. "Já ensinamos tudo o que precisa saber sobre como usar bem o seu poder. É mais forte do que você pensa. Apenas se mantenha praticando e lhe dê uma chance de crescer." Sua garganta se contraiu com emoção. "Obrigado, rapazes. Vocês nunca vão saber o quanto isso significa para mim." Kalen trocou um olhar com o Blue, então disse, "Oh, temos uma boa ideia. Confie em nós." Não tinha nada a dizer a este respeito. "Obrigado. Vou continuar a praticar."
"Você precisa", disse o Blue, de repente, sério. "Tenho a sensação que suas capacidades vão ser mais importantes do que você jamais imaginou." Noah estremeceu contra sua vontade. Odiava quando esses caras vinham com essa merda toda de misticismo. "Vou lembrar disso." As palavras do Blue ficaram presas na sua mente e ele não conseguia esquecê-las. Sobretudo por ainda não estar acasalado e pela advertência do Nick também. Ainda assim, conseguiu aproveitar os dias com o seu Companheiro. Com o sábado se aproximando, ficou cada vez mais e mais animado. Tinha certeza que este seria o dia em que iria provar o seu valor. Nix iria enxergá-lo com mais igualdade. E, talvez, finalmente reivindicasse Noah como seu Companheiro. *** O poder abalou a energia no ar sobre a Shoshone. Novo, ao contrário de qualquer um dos outros que tinha observado ao longo dos últimos meses. Nem perto das suas capacidades, mas ... maleável. Um poder exercido, talvez, por um novato. Já havia sentido algumas vezes e, agora, sua curiosidade foi atiçada. Jinn se levantou, envolvendo o manto em torno dele e foi em direção às janelas da casa antiga. Encarando-as, expandiu seus sentidos para captar a direção da qual esta nova energia estava sendo emitida. Foi como suspeitava - a crepitação de potência bruta era proveniente do complexo da Alpha Pack. Seu refúgio, aquele que acreditavam que Jinn não conseguiria violar. E não podia - pelo menos, na forma
física. Aquele maldito Feiticeiro deles tinha o lugar muito bem protegido. Mas Jinn era tão persistente quanto o Kalen, o inimigo que tinha quase
assassinado,
uma
vez.
Provavelmente,
devia
tê-lo
exterminado, mas aquela era a natureza de um gênio cruel, ou trapaceiro, como ele mesmo. Às vezes, fazia o que lhe dava mais proveito - e, às vezes, simplesmente fazia o que o divertia. Deixar o Kalen vivo caiu na última definição. O homem era um adversário digno e uma raridade. Fechando os olhos, se permitiu relaxar. Abriu a mente e deixou sua própria energia se enrolar em torno do novo fio e seguir por milhas, até o alvo. Pelo meio da floresta, passando lagos e córregos, por todas as formas de vida selvagem. Todo o caminho até o complexo e o prédio principal. Uma vez lá, o fio cresceu, amplo e luminoso, levando-o até um aposento grande, que os homens chamavam de ginásio, e lá dentro estavam Kalen, Sariel e um outro homem que Jinn não reconheceu. "É isso aí, Noah!" Kalen gritou. "Você conseguiu!" O jovem Noah não era totalmente humano. Isso era muito claro, assim como ele era a fonte do poder que estava, aparentemente, praticando para melhorar. As mãos do Noah estavam à sua frente, espalmadas, enquanto se concentrava em fazer um haltere levitar. Bastante pesado, se os pesos enormes nas pontas fossem uma indicação. O peso foi erguido mais ainda e, quando chegou a vários metros acima das suas cabeças, Noah abaixou as mãos lentamente. O haltere iniciou a decida em conformidade com elas. No último
segundo, caiu com um barulho alto. Embora o Noah estremecesse diante do ruído, seus amigos lhe deram tapinhas nas costas e um abraço enorme. "Esse foi mais impressionante", disse Sariel sorrindo. "Você acha?" Noah mordeu o lábio, parecendo incerto. "Quero que o Nix sinta orgulho de mim." "Como não sentiria?" O príncipe Fae balançou a cabeça. "Você vai fazer o seu Companheiro ficar de quatro, como os seres humanos dizem." "Oi, sou um Halfling, lembra? Você mesmo disse." Noah observou, satisfeito com esse fato. Um Halfling? Seria verdade? Jinn sorriu para si mesmo. Só então Sariel olhou ao redor do ginásio com o cenho franzido, como se estivesse procurando alguma coisa. Jinn ficou imóvel, se concentrando em tornar sua presença completamente invisível. Após um momento, o príncipe descontraiu e retornou a atenção para seus amigos. Jinn se concentrou no Noah cuidadosamente. Jovem. Vulnerável. Metade Fae. E dono daquele poder inexplorado. As possibilidades eram infinitas. Satisfeito, Jinn se retirou. Manteria um olho sobre o jovem e aguardaria o momento perfeito para liberar sua armadilha. *** "Então", Nix começou, olhando para o Companheiro enquanto se vestia. "Gostaria mesmo de levar você para almoçar hoje, na cidade. Então, pensei que podíamos visitar algumas lojas. O que acha?"
Noah piscou para ele. "Almoço? O que significa isso?" "A maneira como você diz isso." Balançou a cabeça lugubremente. "Sou tão canalha assim?" "Não. Só quero ter certeza que você está pronto para isso." "Não teria sugerido se fosse o contrário." Noah não parecia muito certo, mas não questionou o Nix ainda mais. Melhor assim ou o Nix já podia perder a coragem. Apesar da calma exterior, suas entranhas eram um emaranhado de nós, por causa da ansiedade. No entanto, estava determinado a não deixar nada estragar o dia com seu Companheiro. Pegando uma camisa no armário, Nix foi detido pela visão do Noah vestindo o jeans caído nos quadris. Seu Companheiro não era muito alto, e tinha constituição magra, mas era todo firme, os músculos compactos em sua estrutura. A pele era lisa e um pouco de sol já a bronzeava, dando a ele um aspecto saudável. Principalmente com aqueles olhos azuis e os cabelos loiros que rodeavam o rosto sexy. O cara transformava o ato de colocar a camiseta em um ato erótico. Jesus, estou mal. Se esforçando para se vestir, Nix enfiou a calça jeans e calçou as botas. Uma camiseta escura completava o conjunto, e estava pronto para ir. Andaram até o hangar juntos e, quando se aproximaram da van que o Nix tinha emprestado para a ocasião, franziu o cenho, pensando se devia abrir a porta do lado do passageiro para o seu Companheiro.
Noah resolveu o problema ao passar reto, abrindo a porta e deslizando para dentro. Uma vez que estava lá, notou que o Nix ainda hesitava. "O quê?" "Estava tentando descobrir se eu devia abrir a porta para você", confessou. Noah sorriu. "Correndo o risco de soar sexista, não sou uma menina, sou homem. Posso abrir a porta, mas, obrigada." Nix riu. "Fico feliz por termos tirado isso do caminho." "Várias outras centenas ainda por vir." Seu Companheiro soava bastante animado com a perspectiva. Nix deu a volta, entrou atrás do volante e estavam a caminho. A viagem para a cidade foi em um clima de camaradagem, os dois conversando sobre um pouco de tudo. "Qual é sua comida favorita?" Nix perguntou. "Tenho que escolher? Adoro comer. Pizza, hambúrguer, frutos do mar, carne, mexicana-" "Já vi tudo." Com olhadas constantes para o seu Companheiro, sorriu. "Vai ser fácil agradar você quando sairmos, então." "Quanto a comida, sim. Você, certamente, gosta de ópera?" "O quê?" Oh, inferno, não. Noah deu uma gargalhada. "Você devia ter visto o seu rosto! Brincadeirinha. Como nós iríamos ver o raio de uma ópera aqui, de qualquer maneira?" "Graças a Deus", disse ele com alívio. "Não gosto de musicais, também."
"Ei! My Fair Lady é maravilhoso." "Credo". Balançou a cabeça. "O que mais você gosta de fazer? Além de implicar comigo." "Humm. Gosto de baseball. Filmes. Às vezes, fazer compras. Gosto de olhar antiguidades." "Eu também. Temos mais em comum do que eu pensava." Essa observação colocou um sorriso brilhante no rosto do Noah e o resto da viagem foi bom. Quando a mão do Noah se estendeu através da van e tomou a mão livre do Nix, foi ainda melhor. Nix gostava de tocar seu Companheiro. Tentou afastar a sensação que, agora, estava tudo certo pois ninguém podia vê-los. Estava trabalhando nisso. Quem ligava se alguém os visse? Certo? Na rua principal de Cody, estacionou na frente de uma antiga pizzaria. "Aqui está bom? Provavelmente, está aqui há mais tempo do que temos estado vivos, juntos. Mas a pizza é de matar." "Parece bom. Nunca estive aqui antes e estou morrendo de fome." Saíram da van e caminharam para a entrada. Antes de entrarem, Nix colocou uma mão na parte inferior das costas de Noah e o guiou pela porta. Apenas aquela pequena declaração em público, entre estranhos, fez o coração do Nix acelerar. Mas o olhar de pura alegria que o Noah lançou para ele enquanto entravam, fez o medo diminuir um pouco. Uma vez que estavam sentados em uma mesa próxima da parte de trás, uma garçonete veio anotar seus pedidos de bebida. "Chá gelado para mim", disse o Noah. "Coca diet."
Logo que ela se afastou, Noah fez uma careta. "Coca diet? Essa merda é horrível. Eu sabia que havia algo errado em você. Esta coisa entre nós era muito boa para durar." Nix riu. "Calado, idiota." Noah apenas sorriu. Cristo, estava se apaixonando rápido por esse cara. Por aquela expressão feliz e aqueles olhos que pareciam ver claramente através dele. Leram o menu e pediram uma pizza grande com metade toda de filé para o Nix e a outra metade de presunto, tomate e manjericão para o Noah. Uma vez que a garçonete tinha anotado o pedido deles e se afastado, falaram sobre coisas mínimas, apenas para desfrutar da companhia um do outro. Nix lhe disse que esse era o seu dia de folga na escala, assim, a menos que houvesse uma emergência grave, estava totalmente livre. "Obrigado por desfrutá-lo comigo", disse Noah tranquilamente. Seus olhos brilhavam. "Olha, vou passar tanto tempo com você quanto puder. Não há nada mais que eu prefira fazer. Prometo." "O mesmo da minha parte." A pizza chegou, finalmente, e a atacaram. Nix foi surpreendido pela forma como seu Companheiro podia aguentar tanta comida. No momento em que se recostaram seus lugares, grunhindo, a pizza inteira tinha desaparecido. "Você estava certo", disse Noah. "Estava deliciosa. Vamos, com certeza, voltar aqui."
"Com certeza. Embora possamos ter que esperar um dia ou dois." Bateu no seu estômago estufado. Nix pagou a conta, sob os protestos do seu Companheiro. "Eu recebo salário, também. Posso pagar a minha parte." "Somos um time, ok? Não vamos discutir sobre dinheiro. Podemos nos revezar ou algo assim, se você quiser." "Bem, acho que vai funcionar." Seu companheiro ainda mostrava um beicinho e Nix achou isso adorável. Não que jamais fosse dizer isso. Saíram, andando lentamente, descendo a rua para perambular por algumas das exóticas lojas ao longo do caminho: velas, presentes, roupas, artesanato e uma loja que vendia tanto doces quanto sorvetes caseiros. Noah foi diretamente para os últimos, provando que tinha um estômago oco, depois de tudo. Noah insistiu em pagar as casquinhas e Nix cedeu. Armados com as suas guloseimas, voltaram da mesma forma que vieram. Noah estava andando perto dele. Tão perto que Nix podia sentir seu aroma doce e queria afundar nele. Com a mão livre, o coração acelerado com pavor e emoção, tomou os dedos do Noah nos seus, entrelaçando-os. Sua cabeça flutuou. Tinha dezesseis anos novamente, exceto que desta vez estava realmente com alguém com o qual se importava. Alguém destinado a ser seu. O sentimento era inebriante e queria que nunca acabasse. Mas acabou, quando detectou uma figura alta e de cabelos escuros andando pela calçada na direção deles.
"Oh, meu Deus." Nix travou, seu cone meio comido escorregando da sua mão e se espatifando no concreto. "O que houve? Nix?" Seu Companheiro olhou dele para o homem que já estava de pé diante deles, e se aproximou do Nix. "Lucius", Nix disse com frieza. "O que, inferno, você está fazendo aqui?" Não tinha soltado a mão do Noah. O olhar sombrio do seu pai o percorreu da cabeça aos pés, a expressão surpreendentemente ... desolada? Não, isso não podia estar certo. O homem durão e tatuado na frente dele era maldoso como uma serpente e nunca tinha ligado para alguém além de si mesmo. "Eu sabia que estava vivo. Vim procurar você." "Imaginei. Agora que me encontrou diga o que veio fazer e vá embora." Nix soltou uma respiração. "Esqueça. Apenas vá." "Estive procurando por você porque quero fazer as pazes. Encontrei a Deus, comecei a ir à igreja. Gostaria de lhe dizer o quanto eu estava enganado-" Nix deu um sorriso amargo. "Você está brincando? Fez da minha vida um inferno depois que a mãe nos deixou. Nada do que fiz, jamais foi bom o suficiente. E, então, você ameaçou torturar e assassinar meu parceiro, se alguma vez me pegasse com um homem. Pois bem, adivinha? Se chegar perto dele, uma única vez, vai ficar em pedacinhos? Entendeu?" "Sim, filho. Entendi", Lucius respondeu, infeliz. "Mereço isso após o que fiz você passar."
"Eu não sou seu filho, Lucius. Deixei de ser seu filho há muito tempo. Você pode ir para o inferno." Com isso, Nix arrastou seu Companheiro até a van e, rapidamente, o empurrou para dentro. Mal percebeu o Noah gemendo em protesto, ou que ele tinha perdido o sorvete também. A única coisa que importava era que ficassem malditamente longe do seu pai. Colocando a van em ré, saiu cantando pneu da vaga do estacionamento, desviando por pouco de um carro atrás dele. Pisou no freio para deixá-lo passar, então virou o veículo na direção da rua e acelerou. "Nix, devagar!" Os olhos de seu companheiro estavam arregalados e estava se segurando na porta com tanta força que parecia que sua vida dependia disso. "Desculpe." Ele diminuiu a velocidade e olhou o espelho retrovisor. A figura do seu pai recuando, logo antes de desaparecer em uma esquina da rua. "Acho que ele estava falando sério." A voz do Noah estava tranquila. "Essa é uma nova habilidade que desenvolveu ou algo assim?" Soltou. "Ler a mente das pessoas?" "Não", seu Companheiro respondeu, parecendo magoado. "Não tenho uma história com ele, como você. Não sou tendencioso. Ele parecia sincero, isso é tudo." "Se estava sendo, foi a primeira vez." Seu pai nunca tinha possuído um pedaço de bondade no corpo. Encontrou Deus? Provavelmente, não. Ainda assim, pessoas podiam mudar e faziam isso todo dia.
Não este homem. Não o Lucius. "Desculpe por arruinar nossa tarde", falou para o Noah. "Você não arruinou." Mas seu tom mostrava uma coisa diferente. "E peço desculpas por ser rude com você. Estou muito chateado." Alcançando-o, enrolou a mão ao redor da mão do Noah. Isso o fez ganhar um pequeno sorriso. "Tudo bem, sem preocupações." Sua mente aliviou um pouco. Talvez pudesse salvar o resto do dia, depois de tudo. *** Encostado na frente de uma loja, Jinn assistiu o pequeno drama familiar. Fascinante. Parecia que o pai do Nix tinha realmente virado a página - e a merda dessa coisa toda era, as habilidades do Jinn diziam que o homem estava, efetivamente, dizendo a verdade. Tinha que amar a ironia. Sorrindo para si mesmo, Jinn se virou e seguiu o velho homem humilhado pela calçada, a uma distância discreta. Parecia que o caminho para agarrar o pequeno Halfling do Nix tinha acabado de cair direto nas suas mãos. E, então, tudo o que tinha a fazer era esperar. *** Noah estava um feixe de nervos.
Após o maravilhoso almoço, alguns dias antes, haver terminado em desastre, não tinha a certeza se estava pronto para hoje. Mas tinha se divertido até agora, especialmente estando com o Nix em seu primeiro evento social real com o grupo. Parecia que o Nix estava se divertindo, mesmo que não estivesse sendo totalmente ele mesmo. Apenas alguns toques do seu Companheiro, e aquilo doía, mesmo que entendesse. Todo mundo estava ali, até mesmo o cunhado do Comandante, o príncipe vampiro Tarron Romanoff, e muitos dos homens do Tarron. A Alpha Pack sabia, realmente, como fazer um churrasco. Mas o relógio estava correndo, a diversão e os jogos apenas começando a acalmar. Cerveja tinha estado fluindo copiosamente, hambúrgueres e cachorros quentes devorados com velocidade cega. Várias rodadas de futebol americano e vôlei haviam sido vencidas e perdidas. Já estava na hora do Noah mostrar sua habilidade - ou amarelar e aguardar a próxima festa. "Não", murmurou, endurecendo sua determinação. "Hora de deixar o meu Companheiro orgulhoso." Noah deu ao Blue e ao Kalen um aceno para irem em frente, e Blue andou até o meio do campo de jogo, espalhando as asas em toda a sua glória e levantando a mão para pedir silêncio. Ele já era um espetáculo e não teve dificuldade em ganhar a atenção de todos. "Todos vocês, ouçam! Temos uma apresentação especial, hoje, e tenho orgulho de dizer que Kalen e eu tivemos o privilégio de fazer parte disso. Nosso Noah Brooks, um enfermeiro extraordinário, vai demonstrar alguns talentos, tão profundos, que nem ele mesmo conhecia até recentemente. Noah?"
Deixando o campo, Blue gesticulou para o Kalen, que entrou em uma das vans da equipe e dirigiu até o campo. Estacionou o veículo no local onde o Blue tinha estado, para a permanente curiosidade de todos os presentes. Noah tinha praticado com um equipamento do ginásio, mas a van seria muito mais impressionante. Ao lado do Noah, Nix sussurrou, "Baby, o que está fazendo?" Ele sorriu para seu Companheiro. "Lembra daquela surpresa que eu queria mostrar para você? É isto. Vou fazer você ter orgulho." "Mas você sempre fez isso. Não precisa fazer seja o que for que isso seja, para me impressionar." Ele pareceu incerto, preocupado. Não acreditava que o Noah podia conseguir tudo o que estava prestes a fazer? Abafou o sentimento negativo e andou através do campo. Parando, cerca de dois metros do para-choque dianteiro, esperou o Kalen sair e se afastar. "Não o estamos ajudando, a propósito", Kalen falou para a multidão. "Isso tudo é por conta do Noah." Olhando em volta, para o rosto dos seus amigos, Noah pode ver que alguns estavam se divertindo, outros intrigados. Mas tinha sua audiência cativa, assim, virou para van, ergueu as mãos espalmadas e começou. Abrindo o canal para sua energia Fae interior, exatamente como o Blue e o Kalen tinham lhe ensinado, Noah deixou o fluxo correr através dele. Permitiu que se unisse e crescesse, agrupando-o em uma bola de luz que se formou em suas mãos. Ouviu a multidão engasgar e se sentiu encorajado. Ia conseguir. Finalmente, ia fazer parte. Seria alguém a ser respeitado, digno do seu forte Companheiro
e todas as outras criaturas fantásticas que partilhavam o seu mundo, agora. Mesmo que tudo isso fosse apenas o que podia fazer. Lentamente, o SUV começou a levantar do solo. As exclamações da multidão ficaram em segundo plano enquanto ele se deleitava com seu sucesso. Há uma semana, apenas, podia ter soltado o veículo, mas agora a energia estava sob seu comando. Não estava preocupado. Quando a van estava há cerca de quinze metros no ar, ele parou, deixando que estabilizasse. Tinha marcado seu ponto. Noah Brooks não era mais um ninguém, um rapaz inútil expulso de casa pelos pais e que tinha fugido de uma cidade e do trabalho que amava. Era forte e digno. Gradualmente, deixou o veículo baixar até que aterrissou suavemente, no campo. No mesmo instante, a multidão irrompeu em aplausos selvagens, silvos e gritos. Noah olhou para cima e viu seu Companheiro sorrindo amplamente, aplaudindo e assobiando mais alto do que qualquer um. Era um momento de orgulho, do qual nunca ia se esquecer. Nix avançou e o envolveu em um abraço feroz. Então o largou, mas ainda segurando os ombros do Noah, sorrindo. "Como você fez isso? Que inferno, Noah?" Os sussurros ao redor deles desapareceram, porque queriam ouvir a resposta. Noah sorriu timidamente e disse: "Eu sou um Halfling." "O quê?" Os olhos do Nix arregalaram.
"Meio Fae, meio humano. Blue descobriu isso e finalmente me contou, então ele e o Kalen me ajudaram a aperfeiçoar minhas novas habilidades." Vários dos convidados exclamaram e a palavra começou a se espalhar. "Sou apenas Halfling de baixo nível", disse o Noah, encolhendo os ombros. "Mas é alguma coisa, de qualquer maneira." "O que você quer dizer? Você é incrível!" "Obrigado". Estava tão feliz com a declaração do seu Companheiro. Isto estava indo muito melhor do que o esperado. Lançando os braços ao redor do Nix, o beijou. Forte e profundamente, na frente de todos na festa. Nix correspondeu, a princípio - então, pareceu se lembrar onde estavam e começou a recuar. "Uau. Espere-" "Eu te amo, Nix", disse ele, o coração transbordando. "Você vai nos tornar oficiais, agora? Você vai me reivindicar? Quero dizer, agora não, mas-" "Como você pode fazer isso comigo?" Nix sussurrou, a face lívida. "Na frente de todos, sabendo como me sinto?" Um peso afundou o estômago do Noah que, lentamente, tirou os braços da volta do pescoço do seu Companheiro. "Mas eu pensei ... Achei que você ia ficar orgulhoso de mim. Que você ia ver, finalmente, que não há motivo para esperar. Eu amo você." Nix ficou olhando para ele e não respondeu. Lágrimas brotaram nos olhos do Noah quando percebeu que tinha cometido um erro terrível, forçando a questão muito cedo. Na frente dos seus amigos.
"Eu não quis-" "Jesus, Noah. Não pedi que me desse tempo?" Proferiu, com raiva. "O que acha que a vida é, o grande arco-íris da parada do orgulho gay? Tenho que lidar com toda uma nova forma de vida e você não consegue me dar dez segundos para me ajustar?" "Desculpe", sussurrou. Não conseguia impedir que as lágrimas rolassem pelas suas bochechas. Nix balançou a cabeça e continuou. "Não estou pronto! Por que acha que tenho participado dos testes do remédio da Melina?" "O quê?" Seu mundo inteiro caiu. Desmoronou direto nos seus pés. "Do que você está falando?" "A razão do meu lobo não ter forçado a reivindicação. Estou tomando uma medicação que suprime a doença do acasalamento. Foi por isso que não fiquei doente." Sim, ele tinha pensado naquilo. E, agora, tinha a resposta. Olhou, encontrando o olhar triste da Melina, e ela acenou. Então lançou um olhar zangado para o Nix. "Eu disse para contar a ele." Traído. Por duas pessoas nas quais confiava. Pior de tudo, pelo seu Companheiro. Oh, meu Deus. "Desculpe por ter forçado você", Noah conseguiu falar. "Não vou te incomodar mais. Sinto muito. Eu vou ..." "O que é que isso significa? Noah!" Girando nos calcanhares, ele correu. Não tinha ideia aonde estava indo, mas tinha que fugir. Tinha que fugir da esmagadora agonia
dentro do peito. Ao longe, ouviu pessoas chamando o seu nome. Mas não parou. Correu todo o caminho até o seu quarto, agarrou a carteira e as chaves da porcaria do seu pequeno carro e estava lá fora, novamente, em menos de quinze segundos. Em um minuto, estava atravessando o caminho na direção da estrada que levava para longe do complexo. Iria para a cidade e de lá? Quem sabe. Talvez voltasse mais tarde, depois das coisas esfriarem. Talvez, não. Agora, dirigir para sempre parecia realmente bom. Dirigir e nunca mais regressar para o lugar onde o seu Companheiro o tinha rejeitado, talvez, pela última vez.
CAPÍTULO SEIS
"Noah! Noah, pare!" Mas o seu doce companheiro já estava acelerando para a saída e rugindo para fora do seu campo de visão. "Oh, Deus. Fodi tudo completamente." Enterrou as mãos no cabelo, olhando ao redor vertiginosamente. "Tenho que ir atrás dele." "Sim, você fodeu tudo, seu estúpido idiota!", Aric grunhiu. "Por que você tem que ser um completo babaca?" "Eu não quis magoá-lo", Nix resmungou, suas entranhas ardendo na miséria. "Mas ele sabe quão difícil é me expor em público. Estou aprendendo, mas uma merda que é perfurada no seu crânio não vai desaparecer da noite para o dia!" "Tudo bem. Mas, cara, você não pode sair atacando a pessoa que devia ser a sua luz orientadora. Que devia significar mais para você, do que qualquer outro alguém no mundo. E você o acertou com força na frente de todos os conhecidos, caralho." "Eu sei! Merda, o que é que vou fazer?" "Dar a ele um tempo para esfriar a cabeça e depois ligar para o seu celular. Se ele não atender, siga-o até a cidade. Aposto que ele vai acabar no Grizzly, tomando uma cerveja ou três." "Espero que sim." "Venha, vamos ajudar na limpeza. Depois, você pode ligar." Uma sensação de medo disse ao Nix que devia ligar agora. Após o Aric se afastar, tentou várias vezes, mas todas as chamadas foram
dirigidas para o correio de voz do Noah. Nix deixou mensagens, em seguida, finalmente, deu um tempo e foi ajudar os outros. Que não iam querer papo com ele. Não os culpava, nem um pouco. Quando terminou de limpar a bagunça, Nix tentou o celular do seu Companheiro novamente. Para seu alívio, Noah atendeu. Ele podia afirmar que o seu anjo tinha estado chorando. "Olha, pode parar de ligar, ok? Estou a caminho do centro da cidade e estou bem." "A caminho? Você já devia ter chegado há uma meia hora. O que aconteceu?" "Meu carro morreu a poucos quilômetros de Cody. Mas o Lucius apareceu e parou para me dar uma carona, por isso não se preocupe mais." O pavor retornou a pleno vapor. "Noah, não quero você em nenhum lugar perto dele! Não acredito que ele mudou, pelo menos, não o suficiente para ser seguro ficar a sós com ele." "Ele parece sincero e eu realmente quero que ele me conheça. Por você, Nix. Honestamente, acho que todos podemos nos entender, mesmo que ele esteja agindo um pouco estranho." As palavras atingiram o Nix como uma marreta entre os olhos e ele quase tropeçou e caiu. "Estranho como?" "Não sei. Há um zumbido de energia saindo dele, quase como se fosse um Fae. Mas não é."
"Meu pai não é um Fae. Fique longe dele, Noah! Agora mesmo! Você está no carro com ele?" "Não, ele está olhando alguma coisa sob o capô e estou dentro do carro. Por quê?" "Noah, baby", suplicou. "Tem alguma coisa muito errada. Fique longe dele, por favor, e permaneça no telefone. Estou a caminho." "O quê? Eu-" Houve um barulho de briga e a voz do Noah foi substituída por aquela que o Nix temia. "Olá, filho. Vou cuidar bem do seu menino." A linha ficou muda. Gritando para os companheiros de equipe, Nix correu para o hangar. Uma vez lá, pressionou o botão de emergência em seu interior. Aric, Micah, Jax, e Kalen vieram correndo. Seguidos por outros, mas eles eram os mais próximos. "O que está acontecendo?" Aric bradou. "Meu pai, Lucius Monroe. Ele é perigoso e está com o Noah." Nenhuma outra palavra precisou ser dita. Eles o encontrariam, mas rezou para que não chegassem tarde demais. Só que chegaram. Encontraram o carro do Noah, vazio, parado ao lado da estrada, mas sem pistas de outro veículo ou a direção para a qual tinha ido. Nick chegou e fez uma ligação para o seu amigo, o delegado Jesse Deveraux. O delegado e um par de policiais ajudaram a procurar pela cidade, mas parecia que Noah e Lucius tinham sumido.
"Alguém tem que ter visto eles", disse o Micah. "Algo sobre isso não parece certo." Nick assentiu. "Concordo." Fez uma outra ligação para o Jesse, então desligou. "Jesse vai manter os policiais vigiando o quarto do seu pai no hotel, e procurando. Vamos fazer mais uma varredura da área e se não encontrarmos nada, teremos que voltar até entendermos que inferno está acontecendo." Medo liquefez as entranhas do Nix. Não sabia o que era pior - saber que seu pai estava com o seu Companheiro ou imaginar o que podia acontecer se não o encontrassem a tempo. *** Noah despertou sobre um piso de pedra fria, tremendo. Estava em uma espécie de quarto estéril, que era fedido e úmido. Um porão, ao que parece. Quando tentou se mover, viu que se encontrava amarrado, as mãos atrás das costas, os tornozelos atados. Que diabos tinha acontecido? Lembrou de ter dirigido para longe do complexo, magoado e zangado. Essa parte não tinha mudado. Então, seu carro tinha morrido em um local ermo, a poucos quilômetros da cidade. O homem com tatuagens. Lucius Monroe. O pai do Nix, mas algo parecia fora de lugar nele. Se for verdade, estou afundado na merda. Ele pareceu simpático o suficiente, fazendo algumas perguntas e oferecendo uma carona para a cidade. Noah estava tão aborrecido naquela hora, que aceitou com gratidão. Então, finalmente atendeu
à ligação do Nix, e ele ficou desnorteado. Logo que o Nix tinha começado a gritar, o homem havia retornado e entrou no carro. Ele se virou para o Noah, um sorriso malicioso no rosto. Tomou o celular das mãos do Noah e balançou a palma na frente do rosto do Noah. E eu apaguei como uma luz. Ele me enfeitiçou. Então, ele tem algum tipo de poder, também. Por que razão o Nix disse que não tinha? A porta do sótão rangeu ao ser aberta, e passadas pesadas de botas nos degraus se aproximaram. Não havia nenhuma razão para fingir estar dormindo, então Noah lutou para se sentar. Lucius agachou ao lado dele, sorrindo. "Teve uma boa soneca?" "Foda-se." "Talvez, mais tarde. Você é um senhor achado, deixando o complexo totalmente sozinho e desprotegido, especialmente com seus novos poderes brilhando como um farol... Halfling." Olhou fixamente para o homem. "Como você sabe sobre as minhas novas habilidades? Que não são grande coisa, a propósito. Se foi por isso que me sequestrou, desperdiçou seu tempo." "Como eu disse, eles são como um farol. Você é mais poderoso do que imagina e, com um mestre como eu o ajudando a manter o foco e canalizá-los, você vai ser ainda mais forte." "Bem, você não vai controlar nenhuma parte de mim, então esqueça esta ideia, seu fodido."
"Ah, eu acho que você vai ter que mudar de ideia. Não vou nem precisar recorrer à violência para fazer você entender minha maneira de pensar." "Ok, fui pego", disse, tentando conter o medo em sua voz. "Por que não?" "Porque não sou Lucius Monroe", disse ele sorrindo. "Sou alguém muito mais poderoso do que aquele patético, cujo corpo humano peguei emprestado." O ar em torno do homem vibrou, e ele se transformou. Apesar do homem ainda ser alto, os músculos grossos se tornaram delgados. Suas características faciais foram redesenhadas, bonito até, de um jeito gótico. Tinha o cabelo preto um pouco abaixo dos ombros e olhos furtivos. Todas as unhas eram pintadas de preto. Lembrava ao Noah, uma espécie de versão do mal do Kalen. "Quem é você?" "Ah, sim, o seu comandante me encontrou uma vez, mas não tivemos o prazer de ser apresentados. Meu nome é Jinn, e sou um antigo Feiticeiro das Artes das Trevas. Alguns me chamam de gênio, mas isso é uma simplificação excessiva", ele desdenhou. "Posso alterar minha forma para a aparência de quem ou do que eu quero." "Foi o que você fez com o pai do Nix?" Jinn deu de ombros. "Infelizmente, o velho não sobreviveu à minha tomada da sua forma. Uma pena, também, porque ele foi muito sincero sobre ser um homem mudado. Ah, bem, merdas acontecem." "Seu monstro fodido", sussurrou ele. "Tenho sido chamado de coisas piores."
"E o que você quer comigo? Sou apenas um enfermeiro", disse ele tremendo. "Não. Você é um Halfling, com um poder inexplorado." Correu uma longa e magnífica unha preta pela bochecha do Noah. "E você vai aprender a amar ser meu escravo." "Entenda isso - não vou ser seu escravo ou qualquer outra coisa." Sorrindo, Jinn levantou o próprio punho. Então, abriu um corte nele, com uma afiada unha preta. Sangue jorrou pela sua pele, espesso e escuro como vinho. Noah estremeceu com repulsa, se afastando quando o Feiticeiro segurou o punho contra os lábios do Noah. "Que inferno? Fique longe de mim!" "Beba." "Não!" Mas seus olhos foram capturados pelos do Jinn e ele travou. De repente, tudo que havia dentro dele queria aquela bebida. Ansiava pela oferta. Percebeu que o Feiticeiro o estava compelindo a obedecer, e seu coração chorou quando abaixou a cabeça e provou o sangue. O sabor era uma ímpia explosão na sua língua. Era puro fogo líquido que ia direto para o seu pau, endurecendo-o instantaneamente. Queria mais. Precisava. A mão livre do Feiticeiro segurou a parte de trás da cabeça do Noah, enquanto ele grudava no punho e bebia profundamente, apaziguando sua necessidade. "Aí está", Jinn sussurrou. "Bom, não é?" Sim. Tão delicioso.
"Você quer mais. Tome o quanto quiser e quando quiser - essa é a primeira regra das Artes das Trevas." Ele tomou. Deus o ajudasse, não conseguia parar mesmo que sua alma gritasse a ele que era uma traição ao seu Companheiro. "Uma traição?" O Feiticeiro riu. "Você quer dizer, do Companheiro que nem mesmo o reivindicou? Aquele que o humilhou e rejeitou uma e outra vez?" Lágrimas escorreram pela face do Noah. Era verdade, cada palavra. "Por que você deseja aquele fracote, que se recusa a permitir que o seu lobo faça a reivindicação sobre você? Ele perdeu o direito a você. E eu estou aqui para você, agora." A excitação do Noah era quase insuportável. No momento que o Jinn soltou seu punho do aperto do Noah, já estava perto de gozar. O filho da puta sabia disto, e o deixava querendo mais. "Em breve, meu bichinho. Viu, você já é meu. Vamos oficializar nossa união, em breve. Entretanto, você está pronto para ir para um lugar muito mais confortável para nós." Jinn desamarrou os tornozelos do Noah mas deixou seus braços presos, atrás das costas. Então o levou para fora do ambiente frio e úmido, para cima, para um quarto com uma cama grande, onde amarrou o Noah à estrutura. "Não se preocupe, vou voltar em breve." Após o Jinn haver desaparecido, Noah se recostou, encolhido nas trevas, confuso. Inconsolável. O fio, que uma vez era dourado pelo recente vínculo com o Nix, era agora fino como papel e preto. Pegajoso, como se fosse revestido de alcatrão.
Agora que o Feiticeiro não estava no quarto, sua mente estava mais clara. Mas, outra sessão ou duas como essa, e ia acabar sendo escravo do bastardo, não importa quão duro lutasse. Ah, sim. Estava em uma maldita confusão. Nix. Por favor, me encontre. *** Nix caminhava pela sala de conferências, consciente que a ira anterior dos seus amigos tinha se transformado em preocupação e pavor. Não se preocupava com mais nada, apenas trazer seu Companheiro para casa, seguro e inteiro. Quando o Nix ia gastar o resto da sua vida compensando-o por seu comportamento horrível. Logo o delegado entrou com o Nick. Ele foi direto até o Nix, a expressão sombria. "Me disseram que você não ia ficar triste por ouvir isso, mas seu pai, Lucius Monroe, está morto. Provavelmente, desde hoje de manhã, devido ao estado do corpo e o fato que o gerente do hotel da cidade tinha falado com ele há algumas horas." Nix olhou para ele. Teve que admitir, uma pequena parte dele se perguntava se o Noah estava certo sobre o homem ter mudado para melhor, e queria se sentir triste sobre sua perda. Mas, agora, tinha seu Companheiro no qual pensar. "Então ... quem sequestrou o Noah? Como, inferno, vamos encontrálo?" "Tenho a resposta para isso", Nick disse. "Todos se lembram do Jinn, o Feiticeiro das Trevas que escapou de nós? Ele matou o Lucius e tomou sua forma, então raptou o Noah para nos provocar."
"Como você sabe disso? Você viu isto em uma visão?" Nix perguntou. O comandante assentiu. "Jinn está com o Noah. Um Halfling como cônjuge seria o escravo perfeito para uma criatura como ele, porque acabou de descobrir o seu poder e é maleável. Além disso, ele foi rejeitado e Jinn irá utilizar essa dor como uma alavanca para assumir o controle da mente do Noah, mantê-lo ao seu lado." Nix não conseguia compreender as terríveis ramificações. "Cristo, isso foi o que o Noah quis dizer quando me disse no telefone que tinha detectada uma energia proveniente do Lucius - era apenas o Jinn disfarçado. Temos de impedi-lo. Você sabe onde ele está?" "Não, mas se você tiver uma escova ou um pente que pertence ao Noah, Kalen pode usar isso para ajudar. Ele precisa de alguma coisa orgânica, como um pouco de cabelo." "Ele tem algumas coisas no meu banheiro. Vou pegar." Mantendo a esperança, correu para o seu alojamento. No momento em que voltou com a escova, Kalen já estava pronto na mesa da sala de conferências. À sua volta, os outros o observaram trabalhar. O Feiticeiro desprendeu um fio de cabelo loiro da escova e o colocou no meio da mesa. Então balançou a palma da mão sobre ele, cantando algumas palavras. Em um instante, o cabelo desapareceu. Kalen ficou em silêncio por um momento, os olhos fechados. Quando os abriu novamente, acenou com a cabeça. "Descobri sua localização. Prontos?"
A equipe entrou nos carros rapidamente e estava na estrada em poucos segundos. Nix entrou no veículo do Kalen e não foi tranquilizado por aquilo que o homem estava dizendo. "Vocês lembram do Jinn – eu, com certeza absoluta lembro, já que o bastardo quase me matou, uma vez. Não há nenhuma maneira de vocês lutarem contra ele, então deixem isso comigo. Vocês se espalham e encontram o Noah." Ele não precisou repetir essa ordem para o Nix. Tanto quanto desejava matar o Jinn por tocar seu Companheiro, nem mesmo ele era suficientemente estúpido para pensar que podia lutar contra um Feiticeiro das Trevas e sobreviver. A equipe levou menos de meia hora para se encontraram perto de uma antiga casa abandonada que Jinn estava, aparentemente, usando como base. Saíram, a Alpha Pack se desmembrando ao redor da casa para fazer a vigilância. Da sua posição nas árvores, Nix podia ver que Jinn era o único em movimento. O que não era muito consolo, considerando o poder da criatura. Nick deu o sinal e se aproximaram mais, apertando o cerco ao redor da casa. Nix foi de janela em janela determinado a encontrar o seu Companheiro. E, finalmente, descobriu a figura magra e loira presa a um leito em um quarto na parte de trás. A visão irritou o seu lobo, e quis matar aquele que ousou tratar seu Companheiro daquela forma. Que ousou tocá-lo. De repente, uma explosão ensurdecedora abalou a casa. Sabia que o Kalen tinha feito seu movimento e a luta tinha começado. O único trabalho do Nix era tirar o Noah de lá, rápido. Mudando para a forma de lobo, Nix correu a toda velocidade em direção à janela. Quebrou
o vidro, desembarcando no meio do piso, próximo ao seu Companheiro. "Nix! As cordas!" Se apressando, trabalhou nas cordas com seus dentes e garras. Eram suas melhores ferramentas, mas ainda demoraria minutos preciosos para ter o Noah desamarrado. Quando tinha terminado, levou o Noah até a janela, erguendo-o. O ruído da batalha era horrível, e fumaça estava começando a encher a casa. "Temos que ir", disse o Noah com urgência na voz. Nix mudou de volta para a forma humana. "Está ferido?" "Não. Apenas assustado com o que esse verme estava planejando fazer comigo." "Ele não vai fazer merda nenhuma. O Kalen vai cuidar dele." Uma vez que Nix ajudou seu Companheiro a passar pela janela, parou apenas para colocar o jeans. Então, tomou a mão do Noah e correu para a segurança da floresta e a van que estava além. Mas, quando olhou para trás para ver se os outros os estavam seguindo, viu Aric correndo na sua direção, gritando. "Kalen foi ferido! Precisamos de ajuda!" Nix se virou para o seu Companheiro. "Fique aqui nos veículos! Voltaremos logo!" De certa forma, sabia que o Noah não ia ouvi-lo. Estava certo. Quando chegou na frente da casa, viu o Kalen e vários outros irmãos da Alpha Pack feridos, caídos no chão. Aric, com sua habilidade com o fogo, estava tentando queimar o Jinn, mas o bastardo apenas ria e
direcionava as chamas de volta para ele. Seu amigo mal conseguia ficar fora do caminho a tempo de evitar as chamas. Jinn desapareceu na casa em chamas e Nix o seguiu. E se esforçou arduamente para não lembrar da visão do Nick. "Procurando por mim?" Girando, viu o Feiticeiro das Trevas em pé, no meio de uma coluna de fumaça. Era como olhar o maldito diabo, e o seu coração se contraiu de medo. Mas não demostrou. Em vez disso, lançou a si mesmo em cima do Jinn, em um ataque direto. O Feiticeiro foi em sua direção, mas, apenas quando chegou perto do Nix, mudou a forma e se transformou em um enorme tigre. Ainda maior do que Leo, aquele que quase matou o Noah. Nix se transformou rapidamente em lobo, mas não tinha nenhuma chance contra Jinn. Saltando, colidiu com o predador maior, indo na direção da sua garganta. Mas foi completamente superado. O tigre bateu no seu lobo como se fosse uma mosca, enviando-lhe direto em uma mesa. Algo rachou no seu lado e dor relampejou. Mas correu para atacar novamente, sem contemplar o fogo que queimava em torno deles. O fato era que estava lutando uma batalha perdida. Cada corte, cada bote, cada osso quebrado. O tigre o vencia, cortando novamente e novamente, até que não havia nada além de agonia. Ele se sentiu enfraquecer, e finalmente, seu lobo desabou. Jinn pairou sobre ele, sorrindo, em triunfo. "Sua equipe nunca vai me derrotar. Eu vou continuar voltando." Levantou uma garra afiada, mas, quando estava prestes a desferir o golpe, olhou para cima e seus olhos arregalaram. Além do fogo, Nix viu o Kalen levantando, proferindo uma mágica. Ele a projetava no
Jinn, mas o Feiticeiro das Trevas desapareceu para sempre antes que pudesse atingi-lo. Em seguida, Kalen caiu novamente. "Nix!" Alguém gritou. "Nix, onde você está?" Com grande esforço, voltou à forma humana. Mas não conseguia se mover. Mal podia ver agora. Estava mais morto do que vivo, quebrado e encharcado de sangue. "Nix?" Então, seu Companheiro estava lá, segurando sua cabeça. Soluçando sobre ele. "Oh, Deus. O que foi que eu fiz? Eu causei isto." "Não." "Causei. Eu fugi, e se não tivesse-" "Não foi culpa sua. Ouça", conseguiu falar sobre o rugido do fogo. "Está na hora. A visão do Nick." "O quê?" Os olhos azuis cravaram nos seus, devastados. "Não, eu não consigo. Por favor." "Use o seu dom. Você não tem escolha. Zan não vai conseguir me ajudar. Se eu morrer desta forma, acabou. Para sempre." "Nix." "Acredite em mim. Confie em nós. Faça isso, agora." Nix manteve o olhar do Noah, afastando o seu próprio medo. Esperava que todos os sentimentos que não teve tempo para expressar estivessem em seus olhos, para o seu Companheiro ver. Por favor, deixe o meu amor ajudá-lo a superar aquilo que está por vir.
Tremendo, Noah se levantou. Com nuvens de fumaça em torno deles, concentrou o seu poder. Lentamente, o corpo do Nix começou a levantar, com sua vida sendo drenada. "Nix, eu te amo", ele sussurrou. "Amo você também ... anjo. Espere por mim." Naquele momento, exatamente antes do Noah jogá-lo no fogo, Nix deu seu último suspiro. *** As mãos do Noah tremeram assim que viu o corpo do Nix erguer do piso sujo. O fogo estava consumindo tudo ao redor dele, e ia consumi-lo, também, se não se apressasse. O corpo arrebentado do seu Companheiro estava mole, os cabelos escorrendo como um estandarte sangrento sob ele. "Nix, eu te amo." "Amo você também ... anjo. Espere por mim." Nix fechou os olhos e inspirou profundamenteE Noah empurrou as palmas, lançando seu Companheiro, seu único e verdadeiro amor, no fogo. Com terror, viu o corpo do Nix incendiar, a boca aberta em um grito silencioso. Mas os gritos de Noah não eram silenciosos. Continuaram a reverberar, uma e outra vez, enquanto mãos o puxavam para trás, evitando que se encontrasse com seu Companheiro no outro lado. "Não! Nãooo!" "Kalen! Kalen está consciente? Traga ele aqui!"
"Nix! Phoenix!" Noah exclamou, o horror do que tinha feito atravessando-o horrivelmente. Estava perdido, um poço profundo arrastando-o para baixo. Em seguida, Kalen estava lá, golpeado e sombrio. Balançando a mão sobre o seu rosto. "Durma." E ele dormiu. Durante um longo período de tempo.
CAPÍTULO SETE
Três meses. Doze semanas de puro inferno na terra, sem restrições. Noah não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Não conseguia dormir. Após as duas primeiras semanas, passadas basicamente sob um medicamente que induzia o estupor para impedi-lo de gritar, Noah tinha prometido ficar quieto. Tinha mantido muito bem a sua palavra. Não tinha falado, desde então. Com ninguém. Especialmente com a Melina. Aquela que tinha dado ao Nix remédios para impedir seu acasalamento. Mackenzie tentou consolá-lo, explicando que se tivessem concluído o acasalamento, o vínculo poderia ter sofrido danos irreparáveis quando Nix morreu. Mas ela não sabia, de fato, então Noah a ignorou. Nada importava agora, porque o Nick estava errado. Não, não o Nick. Ele, Noah, tinha feito a escolha errada. Tinha
assassinado
o
seu
próprio
Companheiro
diante
da
possibilidade de que alguma velha bruxa louca sabia do que estava, fodidamente, falando. E, agora, estava condenado a ficar sozinho para sempre. Não conseguiria viver sem o Nix. Não conseguiria viver com o que tinha feito.
Especialmente com o Jinn, bebendo o sangue dele. Quase cedendo à tentação. O fio negro sobre o seu vínculo com o Nix tinha sumido, agora - mas o vínculo estava seco como pó. Morto. Uma videira enrugada que levava a nada, como o seu coração. Enterrando o rosto no travesseiro do Nix, chorou até secar pela última vez. Então, calmamente, deslizou para fora da cama e sentou no chão. Alcançou debaixo da cama e puxou para fora a caixa metálica que tinha encontrado na semana passada. Levantou a tampa. Pegou a Glock que estava aninhada no interior. Carregou o cartucho. Um no tambor. Um era o que precisava. Pare! Espere por mim, baby. Noah balançou a cabeça e ficou de pé. Devia ter enlouquecido. Finalmente. Não que se importasse. Empurrando a pistola no cós da calça, puxou a barra da camisa sobre ela e saiu do quarto. Algo que não tinha feito muito, ultimamente, e despertou demasiada atenção para o seu gosto, agora. Mas achou que devia ser uma espécie de encerramento. Estava certo que todos podiam compreender. Qualquer um deles negaria que faria o mesmo na sua posição? Alguns dos seus amigos o cumprimentaram, e ele conseguiu dar pequenos sorrisos e algumas respostas simples. Breve, educado, sem falar nada significativo, mas ficou feliz porque achou que estava, finalmente, se curando. Curando? Não. Mas ia ficar bem. Finalmente.
Com a sorte que tinha, se encontrou com Melina no meio do caminho entre o jardim e a trilha. "Saindo para uma caminhada?" Ela perguntou, parando na frente dele. Ela estava tentando. Realmente, não tinha sido culpa dela. Sabia disso. Ela era a médica do Nix e ele tinha sido seu paciente. "Podemos dizer que sim." Ela inclinou a cabeça. "Aonde?" "Vou pegar uma trilha. Está um belo dia." O silêncio ficou pesado por um momento. Então, ele disse, tranquilamente, "Te perdoo, apenas para você saber." Pela primeira vez desde que chegou ao complexo, lágrimas encheram seus olhos. "Estou tão triste. Eu queria que Nix tivesse falado a verdade." "Ele estava assustado. Entendi isso, e não guardo mais mágoa contra você." Ela assentiu. "Obrigada. Só para constar, ele me disse um dia antes de você ser sequestrado, que havia parado com o teste do remédio." A garganta do Noah fechou com uma onda de emoção. "Sério?" "Sim. Ele queria parar, por você." "Mas no churrasco ... por que jogou isso na minha cara se já tinha decidido parar?" "Acho que ele estava contra-atacando. Seu medo o dominou, e sei que ele se arrependeu imediatamente." Relembrando aquele momento, Noah conseguiu enxergar aquilo. Acenou. "Sim, você está certa." Deu um passo adiante lhe deu um
abraço rápido. "De qualquer forma, sem ressentimento, agora. Lembre-se disso." Dando a ela um vasto sorriso, começou a andar. Ela agarrou o seu braço. "Noah. Você vai ficar bem, certo? De verdade?" "Sim. Eu vou, de verdade." Algo em seus olhos deve tê-la convencido, porque o deixou ir. Se ela soubesse. Em poucos minutos estava passeando no seu percurso favorito, lembrando quando ele e o Nix percorriam este caminho juntos. Tinha amado ver seu lobo correr e brincar. Lutar com ele. Adorava fazer amor com seu Companheiro no córrego. Eu amei, também. Espere por mim, por favor! "Estou ficando louco", balbuciou, e continuou andando. Por fim, chegou ao lugar isolado pelo córrego. Estava tão bonito como recordava, mas não havia beleza para ser encontrada em nenhum lugar sem o seu Companheiro para ser sua rocha. Sua luz. A pistola era pesada na sua mão quando a puxou da cintura. Não tinha certeza de quanto tempo ficou sentado lá, antes de ter coragem para colocar o cano contra a testa. Fechou os olhos. Um apertão, e ele pararia de ver o amor da sua vida sendo consumido pelas chamas. Baby, espere por mim. *** O lobo do Nix correu, seu coração em uma batida frenética no peito.
Não podia perder seu Companheiro. Agora não. Não após estar em agonia por todos estes meses, deitado nas cinzas que o haviam consumido. Se curando lenta e penosamente. O vínculo deles estava desperto, mas o Noah, na sua dor, não conseguia detectar seu renascimento. Foi através do vínculo que o Nix leu suas emoções, suas horríveis intenções, claras como o dia. Seu amado anjo estava planejando acabar com a sua vida. Noah, pare! Gritou através do seu vínculo. Espere por mim! Mas nunca tinham completado a etapa final e Nix não o tinha reivindicado, por isso o Noah não podia ouvir tão claramente como devia. Seu pobre Companheiro estava pensando que estava ouvindo coisas. Abaixe a pistola! Estou chegando! Apenas um pouco mais. Tinha que chegar a tempo. Finalmente, eclodiu dentro da clareira, onde a visão do seu Companheiro, de joelhos ao lado do córrego, quase parou o seu coração. Parando, voltou para a forma humana e caminhou lentamente para a frente. "Noah." Nenhuma resposta. "Noah, baby. Abaixe a pistola, por favor." Um deslize do dedo do seu companheiro e estaria acabado. Estariam perdidos um do outro, para sempre. Não. Ele não ia perder o Noah. *** "Noah."
A princípio, pensou que estava sonhando. "Noah, baby", uma voz suave sussurrou. Abaixe a pistola, por favor." Piscando, mal podia acreditar nos seus olhos. "Nix?" "Não te disse para acreditar em mim? Em nós? Você prometeu." O atraente sorriso do seu companheiro foi sua ruína. "Você está aqui? Oh, Deus." A pistola caiu do seu aperto para a terra macia. A face do Noah se contraiu, e as lágrimas que gostaria de acreditar terem ido, retornaram em pleno vigor. Mas, desta vez, estava enrolado nos braços do seu Companheiro, enquanto choravam juntos. "Como?" "Eu precisava de tempo para me curar, doçura. Eu estava literalmente enterrado nas cinzas da casa antiga e o processo foi penosamente lento. Foi realmente como a velha bruxa disse, uma fênix renascendo a partir das cinzas. Desculpe se demorou tanto tempo." "Não consigo acreditar que você está aqui." Recuou, olhando para o seu Companheiro, maravilhado. "Estou tão triste por duvidar-" "Não, desculpe a mim por tratar você como merda no dia no churrasco. Eu estava com medo, mas isso não é desculpa. Você pode, algum dia, me perdoar?" O riso do Noah escapou com uma fungada. "Claro que sim. Apenas não me deixe novamente, nunca." "Nunca."
Nix empurrou a pistola a uma boa distância e, suavemente, despiu seu Companheiro. Não houve necessidade de palavras neste momento, qualquer dúvida de que ia tornar o Noah seu, agora, para sempre. Enquanto o Nix o pressionava contra a terra, cobrindo-o com seu corpo, Noah se agarrou a ele e sentiu seu cheiro. Sentiu seu calor humano. Seu Companheiro estava realmente vivo, realmente aqui. Todo seu. Gemeu de prazer quando o membro do Nix entrou nele, com cuidado. Trabalhou seu caminho até o fundo, fazendo amor com o Noah, lenta e levemente. Em seguida, aumentando o ritmo progressivamente, até a paixão os levar ao limite. Assim, quando gozaram, Noah inclinou a cabeça para o lado. Desta vez, seu Companheiro não perdeu tempo em aceitar o convite. Gritou quando o Nix cravou as presas no seu pescoço, marcando-o. Seu. Enfim. Pertenço ao Nix. Sim, pertence. O fio dourado que sempre havia estado ali voltou à vida, brilhando com vitalidade. Reforçando e encaixando no lugar com uma explosão de luz brilhante. Um segundo orgasmo os sacudiu e o Noah, novamente, clamou sua alegria completa. "Graças a Deus você ter chegado na hora certa." Nix se apoiou sobre os cotovelos e olhou para o Noah, através de uma mecha dos cabelos sedosos. "Sim. Estávamos destinados." "Eu te amo muito." "E eu amo você, baby."
Seu Phoenix, renascido. *** Nix segurou o rosto do seu doce Companheiro. "Você é a razão pela qual sobrevivi. Tudo o que sou é por sua causa. Você é a luz da minha vida e nunca vou negar você, novamente." Lágrimas deslizaram pelas bochechas do Noah. "Você realmente está falando sério?" "Juro. Quando chegarmos ao complexo vou fazer uma cena para deixar que todos saibam que estou de volta. Então, vou fazer outra, quando beijar você intensamente, na frente de todos." Isso o fez ganhar um grande sorriso. "Eu gosto de como isso soa." "É melhor. Porque planejo fazer isso todos os dias, pelo resto das nossas vidas. As pessoas vão ficar enjoadas de ver a gente se beijando, sendo amorosos, em todo lugar." "Não, vão fazer a mesma coisa com os seus Companheiros." "Então vamos combinar direitinho." "Isso parece maravilhoso, também." "Noah? Obrigado por ser paciente comigo e por me amar, mesmo quando eu estava agindo como um idiota." Seu Companheiro lhe deu um sorriso. "Sempre amarei." Noah o puxou contra si para lhe dar um tórrido beijo, e Nix se apressou a se certificar que seu Companheiro soubesse o quanto era amado e o quanto o queria. E planejava passar o resto da sua vida demonstrando isso.