JORNAL MEIO AMBIENTE

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Lei

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Anvisa restringe venda de produtos em drogarias A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciou as novas regras para a venda de medicamentos pela internet e para a oferta direta de remédios aos usuários por drogarias e farmácias.

Regras protegem contra acesso indiscriminado a remédios Racionalizar o uso dos medicamentos e reduzir a automedicação foram os principais motivos para a edição da Resolução44 da Anvisa. De acordo com a agência, a nova norma reforça as regras para o comércio de medicamentos e a prestação de serviços nos estabelecimentos farmacêuticos desvirtuadas por interpretações pessoais de comerciantes amparados por leis municipais e estaduais. As penas para as infrações variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, conforme a Lei 6.437/77.

Para Rosalba Ciarlini (DEMRN), o mais importante é que haja uma maior fiscalização pela Anvisa. Na avaliação da senadora, a oferta de outros produtos em farmácias e drogarias não é um fato

grave. Gravíssimo, disse é a venda de remédios sem receita médica, um risco para a saúde da população. -"Vemos muitos vendedores facilitando o acesso a antialérgicos e

antigripais, que podem causar problemas sérios em alguns casos. Na Alemanha e Espanha, por exemplo, produtos alimentares e outros são vendidos nas farmácias, mas o acesso aos medicamentos mais simples só podem ser feitos por meio de receita médica, o que não ocorre no Brasil", observou a senadora, que é médica. Rosalba comemora a determinação da Anvisa de levar os remédios para longe do alcance dos usuários nas drogarias. Ela enfatiza ainda a necessidade da presença de farmacêuticos para orientar a população na compra dos remédios mais simples, como analgésicos, e exigir sempre a prescrição médica para os medicamentos mais complexos.

Ano II Nº 11 agosto.2009

w w w.jor nalmeioambiente.com.br

Distribuição Gratuita

Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se conhece. Ter uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo é a melhor (e talvez única) maneira de se mudar o mundo. Economize água, luz, recicle seu lixo, faça sua parte e ajude a construir um futuro para todos.

Os principais pontos da norma O que pode ser vendido Podem ser comercializados em farmácias e drogarias os seguintes produtos regularizados junto à Anvisa e relacionados à saúde: -medicamentos, plantas medicinais (em farmácias e ervanárias), cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal e produtos médicos e para diagnóstico in vitro (utilizados para autoteste em casa). - mamadeiras, chupetas, bicos e protetores de mamilos; - lixas de unha, alicates, cortadores de unhas, palitos de unha, afastadores de cutícula, pentes, escovas, toucas para banho, lâminas para barbear e barbeadores; - brincos estéreis (desde que a farmácia ou a drogaria furem a orelha para colocá-los); - essências florais (em farmácias); - alimentos para dietas e para controle de peso;

- repositores energéticos e suplemenztos vitamínicos; - leites e alimentos à base de cereais para recém-nascidos e crianças; - complementos alimentares para mulheres grávidas ou que estão amamentando; - alimentos para idosos; - chás, mel, própolis e geléia real.

Produtos proibidos - piercings e brincos comuns não utilizados na perfuração da orelha; - lentes de grau (exceto em cidades onde não haja estabelecimento específico); - chicletes, balas, sorvetes e outros alimentos e bebidas.

Internet ou telefone - Somente farmácias e drogarias abertas ao público, com farmacêutico presente durante todo o

horário de funcionamento, podem vender remédios, é preciso apresentar antes a receita ao farmacêutico por meio de fax, e-mail e outros meios. - Medicamentos de tarja preta somente poderão ser comprados pessoalmente. - Os pedidos de remédios por intermédio da internet devem ser feitos somente nos sites de farmácias ou drogarias e esses devem ter o domínio "com.br".

Exposição de medicamentos - Os medicamentos deverão permanecer em área de circulação restrita aos funcionários da farmácia ou drogaria, não sendo permitida a sua exposição direta aos usuários. - Somente poderão ficar ao alcance do consumidor os medicamentos fitoterápicos, os administradors por via dermatológica (ex.: poma-

das) e aqueles sujeitos a notificação simplificada (como água boricada, glicerina, bicarbonato de sódio, etc.). - Na área destinada aos medicamentos, deverá haver a seguinte advertência: "medicamentos podem causar efeitos indesejados. Evite a automedicação: informese com o farmacêutico".

Serviços autorizados - Atenção farmacêutica: medição de pressão arterial, de temperatura e de taxa de glicose (com equipamentos de autoteste), além da aplicação de medicamentos e da atenção farmacêutica domiciliar. - Perfuração da orelha para colocação de brincos: só pode ser feita com aparelho específico para esse fim e que utilize o brinco, devidamente esterilizado, como material perfurante. Fonte: Jornal do Senado

Leia Nesta edição: Congresso Iberoamericano de Restauração Ecológica Pág. 3

Tecnologia no tratamento de lixo Pág. 5

Produtos Orgânicos Pág. 9

Rota dos Tropeiros Pág. 11

A discussão dos Transgênicos Pág. 14


Ação

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8 jeitos de mudar o mundo

Eco Sustentabilidade

O movimento Nós Podemos Paraná é uma iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), em parceria com a Federação das Indústrias de Estado do Paraná (FIEP), com o Serviço Social da Indústria (SESI) e do Observatório de Base dos Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS), a respeito da importância dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Dicas para tornar você e sua empresa Sustentável Evandro Razzoto - Prefácio: Beto Richa

e d i t o r i a l O mundo, ou pelo menos parte dele, está cada vez mais preocupado com os graves problemas ambientais que com espantosa velocidade vem se agravando nas últimas décadas. Definitivamente, não é mais possível ignorar a realidade provocada pelas mudanças climáticas e os efeitos do aquecimento global. As inundações, o derretimento das geleiras, a devastação das florestas e a conseqüente diminuição da água potável, são evidências claras de que o modelo atual de desenvolvimento vem colocando em risco o equilíbrio do planeta, por isso uma nova postura precisa ser urgentemente adotada. É preciso promover desenvolvimento com responsabilidade baseado no conceito de sustentabilidade como etapa de um processo em busca de um resultado econômico- financeiro com proteção ambiental e justiça social, iniciativa que nós, do Jornal Meio Ambiente, procuramos destacar em nossas páginas, divulgando as ações de empresas que procuram assegurar um desenvolvimento sustentável e íntegro para as futuras gerações. Temas como o Congresso Iberoamericano de Restauração Ecológica que será realizado em novembro, as novas tecnologias para o tratamento do lixo, as ações da prefeitura em prol da nossa cidade, os benefícios dos alimentos orgânicos, a polêmica dos transgênicos e muito mais são os assuntos desta edição. Uma ótima leitura.

Objetivo 1 - Acabar com a fome e a miséria O Paraná abriga mais de 2,2 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, sendo, aproximadamente, um terço delas em condição de indigência. Em 1990, mais da metade das famílias não possuíam renda suficiente para comprar uma cesta básica per capita. Esse quadro vem-se modificando gradativamente no Estado, sendo que, em 2005, o percentual de famílias nessa condição passou para 25% (1 a cada 4 famílias). O Paraná, grande produtor agrícola, não pode deixar seus cidadãos sofrerem de fome. Vamos erradicar a extrema pobreza e a fome de nosso Estado. Este é o nosso desafio número 1.

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Objetivo 2 - Educação básica de qualidade para todos O Paraná oferece praticamente acesso universal ao ensino fundamental; mesmo assim, 4,5% das crianças de 7 a 14 anos estão fora do sistema educacional. No ensino médio, a situação é mais grave. Devido à evasão e à defasagem, a taxa líquida de matrícula é pouco mais de 50%. Além da permanência na escola de crianças e jovens, outro fator de preocupação é a qualidade do ensino fundamental, uma vez que quase a metade dos alunos da 8.ª série obteve avaliação crítica ou muito crítica em matemática.

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Objetivo 3 - Igualdade entre os sexos e valorização da mulher Hoje as mulheres já são a maioria nas escolas e universidades paranaenses e, entre os jovens, já possuem maior escolaridade. Entretanto, as disparidades ainda são grandes no mercado de trabalho. No emprego formal, o salário da mulher é apenas 78% do salário do homem. Entre as pessoas com 12 anos ou mais de estudo, os homens ganham, por hora, 70% a mais que as mulheres. A participação da mulher nos processos políticos também é baixa: o número de candidatas a vereadora é pouco mais do que o estabelecido por lei (20%), das quais apenas 11% se elegeram no último pleito. Em apenas 6% dos municípios paranaenses foram eleitas mulheres como Prefeitas. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Objetivo 4 - Reduzir a mortalidade infantil Entre 1990 e 2004, o Paraná reduziu à metade sua taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos de idade, passando de 39 para 18 o número de óbitos a cada 1.000 crianças nascidas vivas. Apesar do enfraquecimento da tendência de queda nos últimos anos e do fato de aumentar a dificuldade de redução à medida que se atinge níveis mais baixos de mortalidade, o Estado se encaminha para o alcance da meta 5, que propõe a redução em dois terços até 2015. Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD, entre 1991 e 2000, 50 municípios brasileiros já haviam atingido a meta, sendo que destes 30 eram paranaenses.

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Objetivo 5 - Melhorar a saúde da gestante Depois de apresentar cinco anos consecutivos de queda, a mortalidade materna no Paraná apresenta um forte aumento e interrompe a tendência de redução. Com uma diminuição de apenas 33%, entre 1990 e 2004, o Estado está distante de reduzir em ¾ a mortalidade materna e cumprir a meta. A proporção de mães adolescentes também é preocupante: a cada 5 bebês, um é gerado por uma mãe com até 19 anos de idade.

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Objetivo 6 - combater a AIDS, a malária e outras doenças Em 2004, 168 municípios paranaenses diagnosticaram casos de AIDS, o que corresponde a 42% do total; essa situação se manteve praticamente igual em 2005, com pequena redução no número de municípios, que passou a 161. Apesar da maior eficácia dos medicamentos atualmente utilizados nos tratamentos, a doença, pela sua gravidade, para ser detida, merece a realização permanente de ações educativas preventivas.

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Objetivo 7 - Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Garantir a preservação dos 8% restantes de cobertura vegetal do Estado, a recuperação dos corredores de biodiversidade e melhorar a gestão dos mais de 3 milhões de hectares das 364 Unidades de Conservação, públicas e particulares, é fundamental para preservar as riquezas da hidrografia e matas paranaenses para as futuras gerações. Precisamos melhorar o ambiente em que vivemos, dando condições mínimas de habitação e infra-estrutura para os mais de um milhão de moradores que vivem sem acesso a tratamento de esgoto, à coleta de resíduo sólido, à energia elétrica, à água tratada ou com mais de dois moradores por dormitório.

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Objetivo 8 - Todos trabalhando pelo desenvolvimento Os indicadores deste Objetivo visam avaliar de for ma macro uma série de fatores estruturais que limitam o potencial para o desenvolvimento da imensa maioria dos países do sul do planeta, como a taxa de desemprego e o controle da dívida externa. Aqueles relativos às metas 12 a 15, por se aplicarem ao âmbito nacional, não foram contemplados neste estudo, assim como os da meta 17, dos quais não há dados disponíveis. O intuito, para efeito deste trabalho, é usar parâmetros para medir a realidade regional e verificar os avanços feitos pela consolidação de parcerias regionais que favoreçam o desenvolvimento local.

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www.nospodemosparana.org.br

e x p e d i e n t e

J O R N A L

Cultura

M E I O

A M B I E N T E

E D I Ç Õ E S

L T D A

Diretor Responsável: José Leonardo de Oliveira | Jornalista: Gilberto Costa - DRT 3951-PR | Instituto Ambiental, Cultural e Turístico CARIJÓ: Nelson Edison de Moura Rosa e Graça Santiago de Moura Rosa | Correspondente: Jeová Cabral | Endereço: Praça Ozório, 351 - 2o andar - sala 25 | Telefones: 3024-8369 | Site: jornalmeioambiente.com.br | E mail: jornalmeioambiente@gmail.com | Diagramação, Arte e Produção: Editora Exceuni - Aldemir Batista (41) 3657-2864 / 9983-3933 - exceuni@uol.com.br| Colaboraram com esta edição: Jornalista Casemiro Eugênio Linarth e o Professor PhD na Área de Inovação Tecnológica e Sustentabilidade da UTFPR Elói F. Casagrande Jr.

Evandro Razzoto é professor universitário, consultor e palestrante. Foi agraciado pela Câmara Municipal de Curitiba como destaque ambiental com o prêmio Ecologia e Ambientalismo 2008. É diretor executivo do Projeto Oxigênio - organização que presta consultoria em gestão empresarial e marketing verde para empresas públicas, privadas e governamentais; consolidando a visão estratégica em sustentabilidade e marketing estratégico. E une ações empresariais e governamentais com fator social e ambiental. Além disso, é diretor da Razzoto Consultoria e MendesRazzoto Consultoria Imobiliária. Esta obra visa discutir o Desenvolvimento Sustentável como forma de conciliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e redução da pobreza, através de ações de empresas, governos e da comunidade. Com foco na Sustentabilidade Empresarial, busca-se mostrar que as ações em Sustentabilidade são muito mais que um “modismo”, são, na verdade, estratégicas para as empresas, gerando ganhos para as mesmas e benefícios também para os consumidores, consistindo em um verdadeiro diferencial em um momento em que os consumidores se tornam mais exigentes e também mais conscientes. Assim, este livro busca mostrar que incorporar as ações sustentáveis nos dia-a-dia das empresas, e também dos indivíduos, é mais fácil do que parece. E, cada cidadão, cada empresa e cada país fazendo sua parte em prol da Sustentabilidade estarão contribuindo para a construção de um mundo melhor para a nossa geração e para as que ainda virão. Prova disto é que este livro possui suas páginas internas em reciclato e o livro será inteiramente neutralizado de emissões de CO2. É possível conciliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e reduçãoda pobreza? Sim, é o que pretende mostrar este livro, já que estes são justamente os três pilares da Sustentabilidade: crescimento econômico, responsabilidade social e preservação ambiental. Em 10 capítulos pretendese mostrar ao leitor desde o conceito e a importância da Sustentabilidade para a sobrevivência das organizações

nto ame Lanç

no atual mercado, a importância da Responsabilidade Social e Ecológica, passando pela necessidade da redução de desperdício adotando a prática dos 3 R’s – reduzir, reutilizar e reciclar – e a utilização de fontes de energia renováveis, discutir a importância da promoção da cultura da Sustentabilidade e a necessidade de as empresas definirem seu próprio grau de Sustentabilidade e divulgarem seus resultados inserindo a Sustentabilidade no planejamento estratégico empresarial, finalizando com algumas dicas para a empresa tornar-se auto-sustentável. Assim, o objetivo principal é mostrar que as ações sustentáveis beneficiam a todos, empresas, indivíduos, e sociedades, sendo essenciais para a construção de um mundo melhor para nós e para os nossos filhos e netos. Mais do que falar dos problemas, cabe a todos tomar atitudes para minimizálos e eliminá-los, e as ações sustentáveis são um caminho em direção a um mundo melhor. “Ao abordar estas questões essenciais de nosso tempo, o professor Evandro Razzoto, autor deste trabalho, teve o cuidado de formular respostas consistentes e esclarecimentos bastante didáticos, contextualizando situações e exemplos práticos que exigem o compromisso, de todos nós, com novos padrões de consumo e produção”, (Beto Richa - Prefeito de Curitiba)

Você encontra este livro: Livrarias Curitiba ou pelo fone 9608-0509

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dicas de filmes sobre o meio ambiente

The 11a Hour Leonardo DiCaprio está cada vez mais engajado nas causas ligadas ao meio ambiente. O documentário "The 11th Hour", que ajudou a produzir e escrever que aponta o efeito das mudanças climáticas e possíveis soluções para o aquecimento global. "O sucesso do filme 'Uma Verdade Inconveniente', de Al Gore, me fez ver que um filme como esse seria possível. Desde novo assisto documentários ligados à ecologia e cresci com essas idéias na cabeça. Depois de trabalhar tanto nesse meio, achei que deveria ser mais pró-ativo e efetivamente fazer alguma coisa", disse DiCaprio em entrevista ao site "Access Hollywood". TEM SOLUÇÃO? Apesar do quadro atual não ser nada animador, o ator três vezes indicado ao Oscar acha que ainda há uma saída. "Não é questão de ser uma estrela de Hollywood e estar tentando aparecer, mas sim de tentar mostrar às pessoas que

uma mudança é possível. Nós precisamos cobrar do governo e das grandes empresas atitudes que levem ao desenvolvimento sustentável". Há dez anos ligado às causas ecológicas, Leonardo DiCaprio tem uma fundação dedicada a debater e incentivar alternativas ao modelo de consumo atual e é um dos entusiastas do uso de fontes de energia menos poluentes, luz solar e carros híbridos para reduzir a emissão de gases na atmosfera.

A Síndrome da China Jane Fonda, no papel de uma repórter de TV, e Michael Douglas, como um cameraman, lutam para mostrar os perigos por trás de uma usina nuclear. O filme de 1979 ganhou repercussão na época por ter estreado dias antes do vazamento de radioatividade na Three Mile Island, uma central nuclear americana na Pensilvânia.

Silkwood - Retrato de uma Coragem Meryl Streep é Karen Silkwood, representante dos trabalhadores de uma fábrica de processamento de plutônio. Ela luta para garantir a segurança dos funcionários. Na ficção de 1983, Silkwood tem de enfrentar os interesses dos proprietários da empresa. Você encontra esses e outros filmes no site: colunas.epoca.globo.com/planeta/2008/04/11/os-melhores-filmes-ambientais


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2007, os especialistas do IPCC previam um aumento do nível dos oceanos de 18 a 59 cm, e até de 76 cm se for levado em conta o descongelamento das geleiras e das grandes massas de gelo flutuantes, segundo cenários que calculam uma alta das temperaturas de 1,1 a 6,4 graus até 2100. O aquecimento da água do mar é suficiente para aumentar o seu volume, mesmo sem incluir o derretimento das geleiras. Só o impacto desse der-

retimento na elevação do nível dos oceanos foi estimado em 17 cm pelos especialistas do IPCC. A equipe de Mark Siddall usou dados fornecidos pelos corais fósseis e pelas calotas de gelo (amostra tirada das calotas polares) para conceber o modelo teórico da evolução do nível dos mares nos últimos 22 mil anos. Os pesquisadores chegaram a resultados semelhantes aos do IPCC, usando um enfoque

diferente, "o que reforça a confiança com que podem ser interpretados os resultados do IPCC", destaca Siddal. "Nosso modelo indica que o impacto sobre o nível dos mares do aquecimento no século 20 vai prosseguir durante vários séculos no futuro. E será, portanto, um componente importante do aquecimento do clima", concluiu. O mar sobe 3 milímetros por ano desde 1993, segundo as observações dos satélites TopexPoseidon e Jason-1, que receberam há alguns dias a companhia do Jason-2, numa cooperação entre os Estados Unidos e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França e da organização européia Eumetsat. A revista francesa Science & Vie (www.science-et-vie.com) permite fazer uma visita aos litorais e estuários do planeta e passear ajustando a alta, em metros, do nível dos oceanos.

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Capital mexicana bane sacola plástica A Cidade do México proibiu, em lojas e supermercados, a entrega gratuita aos clientes, de sacolas de plástico, que deverão ser progressivamente substituídas por sacolas biodegradáveis para diminuir a poluição. A secretária municipal do Meio Ambiente, Martha Delgado, disse que é muito importante "colocar um custo nas sacolas disponíveis nas lojas para que, com isso, se iniba a proliferação de bolsas de plásticos não biodegradáveis".

Plástico reciclado substitui madeira Uma empresa britânica, a 2K Manufacturing, é pioneira na transformação de diferentes tipos de resíduos plásticos em um substituto "verde" para a madeira compensada. Ela recicla diferentes produtos plásticos que po-

dem inclusive estar sujos, transformando-os em uma tábua composta chamada EcoSheet. A EcSheet custa o mesmo que uma madeira compensada.

Hillary destaca empenho do governo Obama No fórum, realizado em Washington, a secretária de Estado norteamericana, Hillary Clinton, tentou mostrar à comunidade internacional que a política de seu país para a mudança climática é outra. Ela garantiu que o governo Obama está decidido a recuperar o tempo perdido, envolvendo-se totalmente na luta contra o aquecimento global.

Otimismo na luta contra mudança climática Estados Unidos e União Europeia mostramse mais otimistas quanto à possibilidade de ob-

tenção - na conferência de Copenhague,em dezembro - de um acordo global sobre as mudanças climáticas par substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Fórum realizado recentemente reuniu os países responsáveis por quase 80% das emissões de gases causadores do efeito estufa em busca de um consenso.

Obama quer lei para energia limpa Diante da mudança de rumos da política ambiental do governo Barack Obama, o Congresso norte-americano começa a debater um projeto sobre energia limpa, que deverá estar aprovado até o final deste ano. Obama pretende dar uma satisfação ao mundo durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Copenhague, de 7 a 18 de dezembro.

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Congresso Iberoamericano e do Caribe de Restauração Ecológica A Rede Ibero Americana e do Caribe sobre Restauração Ecológica-RIACRE, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas - SOBRADE e a Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná - FUPEF, com o apoio da Universidade Federal do Paraná – UFPR e da Embrapa-Florestas, realizam, no período de 9 a 13 de novembro de 2009, em Curitiba o Congresso Ibero-Americano e do Caribe sobre Restauração Ecológica. Neste evento, considerado o maior do gênero, os técnicos, pesquisadores e empresas participantes pretendem avaliar o estado da arte nos países membros além de promover discussões que permitam avançar no desenvolvimento de

Foto: Divulgação

O nível dos oceanos pode se elevar de 7 a 82 cm até 2100 O nível dos oceanos pode se elevar de 7 a 82 cm até 2100, por causa do aquecimento do clima, segundo um estudo publicado no final de julho pela revista científica Nature Geoscience. A investigação confirma em linhas gerais as previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Os oceanos não devem, portanto, aumentar seu nível em vários metros até 2100, como alguns cientistas temiam. No entanto, inundações mais frequentes podem ocorrer em certas regiões do mundo, sobretudo nos deltas, segundo Mark Siddall, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que dirigiu os trabalhos. "Uma alta de 50 cm seria muito perigosa para Bangladesh e para todas as regiões situadas a baixa altitude. E 50 cm é uma média. Localmente, a alta pode atingir um metro, e até mais", alerta Siddall. Num relatório publicado em

Evento

Curitiba será a sede do Congresso Iberoamericano em novembro

modelos de restauração ecológica, contribuindo assim com a tarefa de restaurar ambientes degradados pela mineração, agricultura, pecuária, reflores-

Congresso Iberoamericano e do Caribe sobre Restauração Ecológica [português]

tamentos comerciais, além de atividades industriais, de urbanização e construção de estradas e barragens. Este evento que deverá reunir

mais de 1.000 participantes discutirá avanços técnico-científicos em restauração ecológica e discutir tecnologias e práticas promovendo a troca de informações e de experiências, como estratégia para viabilizar o setor produtivo e a preservação ambiental. Ademais, pretende promover o aprimoramento e divulgação de tecnologia e conhecimentos para a melhoria do nível técnico dos participantes e fornecer subsídios às instituições públicas nesta área de conhecimento; , contribuindo para a prevenção da degradação e minimização de impactos e a solução dos problemas ambientais. Mais detalhes em www.sobrade.com.br e email:sobrade@sobrade.com.br

Congreso Ibero-americano y del Caribe sobre Restauración Ecológica [español]


Projetos

Brasil

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informe da Câmara Municipal

Desmatamento cai pela metade na Amazônia

Projeto proíbe comércio de produtos poluentes Projeto que proíbe a fabricação, fornecimento e comercialização de mamadeiras e brinquedos infantis compostos por elementos plásticos que liberem o Poluente Orgânico Persistente Bisfenol A (BPA) foi apresentado, na Câmara de Curitiba, pelo terceiro-secretário da Casa, vereador Aladim Luciano (PV). "Há poluentes que, por suas características químicas, possuem moléculas que não se degradam facilmente e são extremamente resistentes. São os chamados Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), que têm alto índice de contaminação, causando inúmeras doenças degenerativas, que afetam principalmente crianças e adolescentes", explica. De acordo com o documento, os fabricantes, fornecedores e comerciantes de produtos ou embalagens que liberem o BPA nos alimentos

ficam obrigados a informar a sua liberação ao consumidor de forma clara nos rótulos desses produtos e embalagens, bem como nos locais de comercialização. A substituição destes produtos e embalagens devem ocorrer em até dois anos da entrada em vigor desta lei. Quem não se regularizar será notificado na primeira ocorrência, receberá multa de R$ 1,5 mil em caso de reincidência e, em último caso, terá o alvará de funcionamento suspenso por 60 dias ou cassado. "Precisamos adotar providências contra estes produtos que entram em contato direto com alimentos e com as mucosas do corpo humano, principalmente contra objetos que as crianças levam à boca com frequência, que podem ser um importante vetor de contaminação química infantil", comen-

Vereador Aladim Luciano (PV)

ta Aladim. Para o parlamentar, Curitiba deve dar o exemplo e exercer a liderança no Estado, indicando os rumos que devem ser seguidos pelos demais municípios em relação à proteção do meio ambiente e à saúde humana.

BISFENOL A O Bisfenol A é uma substância cancerígena que atua como desregulador hormonal em adultos e, em crianças, como desregulador endócrino. Ele está presente em um número muito grande de produtos industrializados. Entre eles, latas de conservas revestidas internamente com filme de polímero, lentes de óculos, selantes dentários, materiais automotivos, garrafas de água mineral, encanamentos de água de abastecimento, adesivos, CDs e DVDs, impermeabilizantes de papéis, tintas, mamadeiras e brinquedos. Outro aspecto importante é que o Bisfenol A é um interferente endócrino que mimetiza os hormônios femininos. Ele gera uma série de síndromes, como câncer de mama e de útero, entrada precoce na juventude, endometriose, entre outras doenças tipicamente de fundo hormonal.

Em julho de 2009, foram derrubados 836 quilômetros de mata, segundo imagens de satélite Os índices de desmatamento da Amazônia Legal voltaram a crescer em julho. No entanto, pelo "calendário do desmatamento", que mede o acumulado do ano entre julho e agosto, o desmate caiu quase pela metade, tanto nas medições oficiais feitas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), quanto da ONG Imazon. Segundo o Inpe, em julho de 2009 foram registrados 836 km² desmatados. Essa foi a maior quantidade de devastação detectada no ano. Se comparado com o desflorestamento ocorrido no mesmo mês de 2008, 323 km², houve um crescimento no desmate de 158%. Na comparação do calendário do desmatamento, entre julho de 2007 e agosto de 2008, foram desmatados 8.147 km². Já no calendário atual (2008-2009), o desmatamento foi de 4.375 km². Esses números representam uma queda de 46% no total desmatado no ano, segundo dados do Inpe. Já o Sistema de Alerta de Desmatamento

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Projeto prevê recuperação da permeabilidade do solo O presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), propõe a criação de programa de recuperação e preservação da permeabilidade do solo na cidade. Pela sugestão, reformas, novas construções e obras de arruamento teriam que adotar tecnologias ambientalmente corretas de drenagem da água da chuva, sob pena de não obterem licenças da prefeitura. "São medidas para reduzir alagamentos e enchentes, facilitar o tratamento do esgoto e reduzir os gastos em saúde decorrentes de doenças de veiculação hídrica", afirma o vereador. Com o crescimento das cidades, a construção de habitações e estradas tornou-se uma camada que isola o solo do contato com a água da chuva, dificultando o re-

nagem, reduzindo os sedimentos e poluentes na rede de esgoto para facilitar o seu tratamento. Isso é obtido com a criação de pontos de infiltração, onde a água da chuva penetra diretamente no solo, diminuindo as 'ilhas de calor' e melhorando a qualidade de vida da população", explica Derosso.

Derosso está fazendo indagações à prefeitura

abastecimento natural dos aquíferos. Todo esse volume é coletado pela rede pluvial, cuja capacidade de escoamento tem constante sobrecarga. "Melhorar a permeabilidade é diminuir a quantidade de água escoada pelo sistema de dre-

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CALÇADAS VERDES De acordo com o projeto de lei, estacionamentos descobertos, praças e pátios de estabelecimentos de ensino, ruas de pouco movimento de veículos, vias de circulação de pedestres em áreas de lazer e passeios públicos deveriam usar pisos especiais, com melhor capacidade de drenagem. A pavimentação de vias públicas seria feita com materiais porosos, resultantes do bene-

ficiamento de resíduos da construção civil ou da reciclagem de pneus. A iniciativa privada e o poder público, além de observar as regras do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano) ao construír calçadas ou passeios públicos, terá que prever em seus projetos a inclusão de calçadas verdes (canteiros sem pavimentação) em passeios com mais de 1,5 m, em sentido longitudinal à via, e no alinhamento do lote, se a calçada tiver largura superior a 2,40 m. Por substituírem o cimento por cobertura vegetal, as calçadas verdes não só contribuem com a absorção da água da chuva como também ajudam a manter a saúde das árvores, pois permitem melhor desenvolvimento das raízes.

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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou recentemente ao ministro de Energia e Mudança Climáticas do Reino Unido, Ed Miliband, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, em que o país assume o compromisso de reduzir o desmatamento em 70% até 2017. Minc ressaltou que o Brasil deverá elevar em 10% ao ano a parcela de etanol na matriz de combustível, evitando a emissão de 500 milhões de toneladas de CO² em dez anos.

Minc e Miliband conversaram sobre a Conferência das Partes sobre o Clima, que ocorrerá em Compen-

Fonte Agência O Globo SP

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Minc apresenta planos em Londres

Ricos têm que ajudar

(SAD), do Imazon, registrou 532 km² de desmatamento em julho, representando um aumento de 93% em relação a julho de 2008, quando o desmatamento somou 276 km². Porém, parte do desmate registrado pode ter ocorrido em meses anteriores, quando a região estava encoberta de nuvens, impedindo a visualização dos satélites. Ambos os levantamentos mostram que o Pará é o campeão do desmate. Segundo o Inpe,

em julho de 2009, 577km² do total desmatado ocorreram no estado. Mato Grosso desmatou 124km², Amazonas, Maranhão e Rondônia apresentaram respectivamente 47 km², 38km² e 35 Km², enquanto os demais estados não tiveram desmate significativo em julho. Ministro vê redução expressiva O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o desmate acumulado entre agosto de 2008 e julho de2009 é o menor desde 2004, início do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Mais uma vez, o ministro atribui a redução do ritmo de devastação da Amazônia às ações de fiscalização e combate, promovidas pelo Ibama, pela Polícia Federal e pela Força Nacional de Segurança,em menor medida,à oferta de alternativas sustentáveis para quem desmatava, como o apoio a planos de manejo, assistência técnica rural e regularização fundiária.

hague (Dinamarca), em dezembro, prazo final para um novo acordo global sobre o clima. Segundo Miliband,o mundo precisa alcançar um compromisso equilibrado, envolvendo todas as partes. Ele disse concordar com a tese de que os países desenvolvidos, com a Grã-Bretanha, que emitiram mais gases nocivos ao longo dos últimos 150 anos,devem fazer mais pelo ambiente do que países mais pobres em desenvolvimento.

Debate sobre impacto ambiental do pré-sal A Comissão de Meio Ambiente da Câmara deverá debater os impactos ambientais da futura exploração de petróleo do pré-sal. Entre os convidados para o encontro, estão os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. O requerimento da audiência ressalta que "a

importância do tema decorre das incertezas científicas quanto à capacidade tecnológica de controle da emissão de gás carbônico (CO2) durante a exploração.

Brasil lidera o uso de agrotóxico O Brasil ainda não aprendeu a plantar e colher com sustentabilidade, pois continua liderando o uso mundial de agrotóxico. Os dados são da empresa de consultoria alemã Klefmann Group, que fez o levantamento encomendado pela Associação Nacional de defesa Vegetal (Andef), que representa os fabricantes. Segundo o levantamento, a indústria movimentou no ano passado US$ 7,1 bilhões, ante US$ 6,6 bilhões do segundo colocado, os Estados Unidos. Em 2007, a indústria nacional girou US$ 5,4 bilhões, segundo Lars Schobinger, presidente da Klefmann Group no Brasil. O consumo cresceu no País, apesar de a área plantada ter encolhido 2% no ano passado.


Sustentabilidade

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Tornando sustentável a própria casa Universidade Tecnológica inaugura seu "Escritório Verde" Dizem que "santo Prof. Eloy de casa não faz milaFassi Casagrande Jr. gre", será? Um grupo de professores com forte atuação na área socioambiental quer realizar os milagres em sua casa, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Ao abrir o "Escritório Verde" do Campus Curitiba, os professores e pesquisadores querem praticar o que se ensina, o que nem sempre é fácil. Neste caso, se tem como meta implantar uma série de programas para se reduzir o impacto ambiental das atividades acadêmicas e também servir de referência a outras instituições de ensino e empresas. Por que um "Escritório Verde"? Os Centros Universitários Sustentáveis, chamados greencampi, constituem uma realidade em vários países, principalmente nos Estados Unidos, onde os campi universitários são verdadeiras vilas, uma vez que englobam também serviços e as moradias dos estudantes. Grande parte deles possui um Green Office - "Escritório Verde", onde são planejadas e implantadas as práticas sustentáveis nos campi. Criando programas que unem os departamentos acadêmicos e administrativos das universidades, a gestão ambiental de um campus se torna mais fácil e eficiente. No Brasil, este movimento já começa a acontecer em algumas universidades, pois tais iniciativas seguem

uma tendência global da necessidade das instituições de ensino superior se posicionarem diante dos anseios da sociedade por um desenvolvimento sustentável, não apenas no ensino como também em práticas internas ambientalmente corretas. Apesar da UTFPR ser identificada pelo seu foco na tecnologia, é a primeira do Brasil a propor um Escritório Verde, que será responsável pelo desenvolvimento e implementação da gestão ambiental, inicialmente no campus de Curitiba e em médio prazo nos seus outros campi no Estado do Paraná. Esta iniciativa é fruto de um trabalho que iniciou em 2002, pelo grupo de pesquisa TEMA - Tecnologia e Meio Ambiente que estimulou o trabalho interdisciplinar na instituição. Unindo professores, estudantes e técnicos da administração em um programa permanente - Tecnologia com Sustentabilidade - TECSUS, o Escritório Verde visa implantar ações de acordo com os princípios da Agenda 21. Recentemente, a UTFPR, através de sua reitoria, assinou o Pacto 21 Universitário - um pacto organizado entre as instituições de ensino superior do Paraná, sob a Coordenadoria das Ações da Agenda 21 Paraná, Secretária de Estado do Meio Ambiente (SEMA). Sendo as universidades também formadoras de opiniões, só podemos ensinar aos ou-

tros se fizermos bem a nossa lição de casa. Programas e projetos iniciais a serem implantados a médio e longo prazo: CAZA - Carbono Zero na Academia: Visa estabelecer diretrizes para sustentabilidade no uso das edificações já existentes, assim como nas futuras construções. Neste mesmo programa, visa-se quantificar a emissão de carbono das atividades do Campus Curitiba da UTFPR, propondo projetos de neutralização do CO2 através de plantio de árvores em áreas desmatadas. REZTO - Resíduo Zero: Tecnológico e Orgânico: Uma continuidade do Programa de Gerenciamento de Resíduos do Campus Curitiba- PGRCC, que avaliou os resíduos gerados pelos departamentos da UTFPR e agora deve implantar os procedimentos para sua coleta, armazenamento, re-uso, reciclagem e tratamento adequado, dentro de um plano de gestão e educação ambiental. TRECO - Tratando Resíduos Eletrônicos e da Computação: Estudar soluções para reaproveitamento e tratamento apropriado de computadores e equipamentos periféricos defasados e sem uso que ocupam espaço na instituição (diretrizes do governo federal e leis estaduais já abordam a questão Lei Estadual 15.851/2008), estabelecendo parcerias com a comunidade/cooperativas dentro de pro-

Tecnologia

jetos de extensão universitária. COMPRA VERDE: Implantar políticas de compras sustentáveis para a instituição, incluindo nos editais requisitos ambientais específicos dependendo de cada material e equipamento. SELO VERDE "TECSUS UTFPR": Desenvolver projeto que estabeleça diretrizes para "emissão de certidões de procedimentos ecologicamente corretos" para produtos, equipamentos, etc, testados e aprovados por profissionais da UTFPR, emitindo o selo "Tecnologia Sustentável - TECSUS UTFPR". PRÊMIO "CIDADANIA VERDE UTFPR": Anualmente, troféus ou Medalhas serão entregues a dez pessoas que se destacarem por ações que protejam o meio ambiente, nas categorias: empresa, educação, setor público, organização-não-governamental e jornalismo. Para cada prêmio entregue, haverá neutralização da emissão de carbono. CONSULTORIA VERDE: O Escritório Verde reunirá um grupo de professores que atuam na área socioambiental para atender à empresas que desejem implantar projetos/programas de sustentabilidade e responsabilidade social nas suas atividades produtivas. Prof. Eloy Fassi Casagrande Jr., PhD - Email: eloy.casagrande@gmail.com Profa Dra. Valma Martins Barbosa - Email: valmam7@gmail.com

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Tratamento de lixo domiciliar: as soluções do grupo Pena A reciclagem dos resíduos é um caminho incontornável para atingir estes objetivos comuns: - Permite completar "o ciclo da matéria" na sociedade humana e seus ecossistemas associados, como a natureza tem feito para a água, carbono e nitrogênio. - Permite economizar matérias primas. - Permite também desenvolver empregos locais numa perspectiva de desenvolvimento sustentável. É essencial que a nova matéria prima depois da reciclagem de resíduos seja um produto utilizável pelas indústrias ou agricultores. O produto deve conter qualidades comparáveis às da matéria prima virgem. Isto é para manter e aumentar consumo de produtos reciclados. PRIMEIRA ETAPA: A SEPARAÇÃO Para uma boa reciclagem a primeira etapa muito importante é a separação. Para isso podemos melhorar a coleta seletiva e podemos também trabalhar com centros de tratamento mecano-biologicos (TMB) para recuperar a fração orgânica do lixo domiciliar. Os TMB misturam vários tratamentos mecânicos e orgânicos em um mesmo lugar que permitem separar a parte reciclável e a parte orgânica do lixo. Depois a Pena tem as technologias que permitem o tratamento de cada fração. Propomos uma tecnologia de compostagem para o tratamento da fração orgânica e uma tecnologia para a fração inorgânica que não pode ser vendida diretamente como produtos recicláveis à traves de fabricação de um com-

bustível de substituição. SEGUNDA ETAPA: A PENA PROPONE A COMPOSTAGEM Um composto de boa qualidade é a garantia de uma reciclagem com sucesso e permite a perenidade da cadeia. Por isso nosso sistema de compostagem propone para todos tipo de lixos orgânicos (domiciliares, lodos, resíduos verdes...): - uma compostagem intensiva, controlada e dirigida, em túnel fechado. -uma instalação industrial que permita a gestão otimizada dos fluxos definidos pela norma de qualidade HACCP (Hazard Analysis Critical Control Points) caracterizados por: - Áreas limpas e sujas claramente identificadas (andamento na frente) - A redução das possíveis contaminações, assim como a manutenção de um nível perfeito de higienização - A redução dos custos de funcionamento - A otimização da segurança (caminhões, automóveis, pedestres, visitantes) - Áreas de extensão preservadas que podem facilmente ser equipadas - A rastreabilidade O resultado dessa compostagem é um composto totalmente higienizado que na França tem o selo de qualidade do ministério da agricultura e

esta vendido para os agricultores. O COMBUSTÍVEL A parte da fração inorgânica que não pode ser reciclada diretamente serve de insumo para fabricar um combustível de substituição que será queimado nas caldeiras das empresas ou depois transformado

em eletricidade. Achamos que esse tipo de projeto responde a uma necessidade coletiva com o objetivo de construir novas alternativas futuras. Ademais esse novo modelo responde aos objetivos dos projetos Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) de contribuir ao desenvolvimento sustentável dos países através de projetos que induzem a redução da emissão de gases de efeito estufa.

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Geral

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Governantes avaliam: resultados da Convenção da OEA foram positivos A 1.ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária da Organização dos Estados Americanos (OEA), que teve como co-organizadora e anfitriã a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), conseguiu reunir, em Foz do Iguaçu, durante quatro dias, representantes dos mais importantes complexos portuários do mundo, além de especialistas ligados à área de meio ambiente. O aprimoramento das atividades portuárias, seguindo conceitos de sustentabilidade, foi amplamente debatido não só como forma de assegurar a preservação ambiental, mas, também, de melhorar a qualidade de vida das comunidades do entorno dos portos e alavancar a economia das cidades portuárias. O governador em exercício Orlando Pessuti frisou a importância da discussão de políticas ambientais. "É fundamental pensarmos nas questões ambientais e no conjunto de políticas sociais que devem ser adotadas por todos aqueles que atuam na atividade portuária do nosso estado e país. Foi uma convenção fantástica, com a presença de grandes personagens ligados a área ambiental", afirmou. "As palestras e debates sobre questões econômicas e obras que precisam

de dever cumprido. O Paraná se posicionou perante as Américas e o Brasil como um exemplo de preocupação com as questões ambientais. Nós temos muito trabalho a fazer, tanto nos portos de Paranaguá e Antonina como nos demais portos brasileiros e do resto do mundo. Mas, fica a nossa decisão de fazer melhorias ambientais, de buscar cada vez mais inserir a educação ambiental no dia-a-dia da gestão do porto. Não é mais possível na sociedade moderna nós administrarmos as empresas, as organizações sem levar em conta a questão do meio ambiente", avaliou. ser implantadas no Porto de Paranaguá, no sistema de logística do nosso estado, acrescentaram muito. Vamos continuar competindo em igualdade de condições ou até melhor que outros estados, com políticas de importação e exportação. Outro grande destaque foi a participação de Jean-Michel Cousteau, que nos trouxe uma visão de mundo voltada às questões ambientais. Ao se pronunciar, ele mostrou a cada um de nós a responsabilidade que temos com a vida", ressaltou Pessuti. O secretário de Representação do Paraná em Brasília, Eduardo Requião, que, com seu trabalho perante à admi-

nistração dos portos do Paraná, conseguiu trazer a Convenção da OEA para o Estado, também avaliou como satisfatórios os resultados do evento. "Encontros como esse são sempre positivos. Tudo aqui se soma. É mais conhecimento, inovação, interação e mais possibilidades de ações com outros portos sul americanos." Para o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, as discussões não param no âmbito da convenção. Terá que haver continuidade para colocar em prática o que se extraiu dos debates. "Saímos daqui com o sentimento

VISITA À ITAIPU Ainda como parte das programações da 1ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária, os participantes do evento fizeram uma visita às instalações da maior usina hidrelétrica do mundo. Itaipu foi inserida na programação em razão dos vários programas de preservação do meio ambiente como o da piracema e o Cultivando Água Boa. O secretárioexecutivo da Comissão Interamericana de Portos (CIP-OEA), Carlos Gallegos, acompanhou a visita à Itaipu Binacional, onde fez o encerramento simbólico dos trabalhos da convenção, plantando uma muda de árvore.

Projeto 'SacoLona' é apresentado em Fórum de prefeituras O projeto ambiental "SacoLona", que transforma lonas em sacolas retornáveis, bolsas e outros 60 itens ecologicamente corretos, será apresentado a gestores municipais, representantes de instituições públicas, organizações não-governamentais e de empresas da iniciativa privada. A apresentação acontecerá durante a programação do I Fórum de Prefeituras da Regional de Telêmaco Borba, promovido pela Sanepar e a Associação dos Municípios dos Campos Gerais. O "SacoLona" é desenvolvido pela CCR RodoNorte em parceria com a Associação para a Produção de Sacolas Retornáveis (Aprosar), de Ponta Grossa. A matéria-prima do projeto são as lonas utilizadas pela concessionária para a comunicação dos motoristas que trafegam pelas rodovias que ligam Curitiba a Apucarana e Ponta Grossa a Jaguariaíva. Depois que são retiradas das rodovias, as lonas são reaproveitadas. "Cada pedaço de lona é utilizado para compor as peças que nós produzimos. O que, até então, poderia ser chamado de material bruto é

Foto: Divulgação

O projeto Sacolona transforma lonas em mais de 60 produtos ecologicamente corretos

transformado em algo muito delicado, como bolsas para mulheres, nécessaires, estojos e outras tantas peças", explica a presidente da Aprosar, Nilcélia Feitosa Ferreira. Além de gerar emprego e renda para aproximadamente 30 costureiras, o "SacoLona" também garante a destinação correta de um material que, se não fosse pelo reaproveitamento, não teria outra função, uma vez que ele não pode ser reciclado de outra maneira. Além da CCR RodoNorte, outras

Mais de 30 costureiras têm emprego e renda através do reaproveitamento das lonas utilizadas nas rodovias

empresas e instituições vão apresentar suas ações de preservação e valorização do meio ambiente durante o Fórum de Prefeituras. De acordo com a Gestora Socioambiental da Sanepar, Sílvia Beatriz, o evento "é uma oportunidade de planejar a gestão integrada por bacias hidrográficas, possibilitando uma maior integração com os municípios e sociedade civil através de programas e projetos em parceria, praticando a responsabilidade socioambiental da empresa". O Fórum tem como objetivo de-

Agricultura

senvolver planos de ações integradas em saneamento para os municípios, fortalecendo os grupos gestores de meio ambiente e conselhos municipais de meio ambiente. Todas as ações serão feitas em conjunto com órgãos como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), Emater, Copel, Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Consórcio Intermunicipal de Proteção do Rio Tibagi (COPATI), Secretaria de Estado da Educação (SEED) e outros parceiros.

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Bianchini ouve propostas dos prefeitos Associação dos Municípios dos Campos Gerais recebe secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento A missão de fortalecer as parcerias entre as prefeituras e os escritórios da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) nos municípios da região foi defendida no dia 9 pelos prefeitos da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG), que receberam na sede da entidade, em Ponta Grossa, o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, e o diretorpresidente do Instituto, Arnaldo Bandeira. A reunião foi acompanhada por secretários e diretores municipais de Agricultura dos 18 municípios que compõem a associação. O encontro foi uma solicitação dos chefes de Executivo já na última reunião, em agosto, quando Terezinha Sandri, gerente regional da Emater, respondeu a questionamentos dos prefeitos. Depois de apresentarem um panorama geral da agropecuária no Paraná e da atuação da Seab e da Emater, Bianchini e Bandeira ouviram perguntas de secretários e prefeitos. Dentre as questões pontuadas, Bianchini comprometeu-se a discutir com maior prioridade três questões. "Primeiro vamos levar ao governador [Roberto Requião - PMDB], para uma conversa mais aprofundada, a importância do custeio de convênios entre Emater e prefeituras. Em segundo lugar, vamos aumentar o compromisso dessa parceria. E em terceiro, algo que já estamos estudando, queremos ampliar o incentivo às prefeituras que disponibilizarem técnicos à Emater", resumiu. Os custos do convênio foram

indicados como problema comum a todos os prefeitos, que, ao ceder um técnico da Prefeitura ao Instituto, além de arcarem com os salários e encargos do profissional, ainda precisam aplicar outros 50% sobre esse valor para subsidiar a infraestrutura de trabalho. O prefeito Sinval Silva (PMDB), vice-presidente da AMCG, sugeriu que a Emater reveja os valores de convênios para que as administrações municipais sejam incentivadas a colaborar, cedendo maior número de técnicos. "Este tipo de política, em que para a Prefeitura sai mais caro ceder um funcionário à Emater que mantê-lo na própria Secretaria de Agricultura do município, não tem estimulado a Prefeitura. Deveríamos buscar uma maneira mais inteligente para essa contratação", propôs. O secretário Bianchini concordou com a posição de Sinval e de imediato se propôs a rever as condições do convênio. "Sou da mesma opinião. Vou levar isso ao governador. Devemos discutir essa

forma de incentivo, ampliar essa política. Excelente ideia", corroborou. Bandeira lembrou que a proposta já é executada pelo Instituto em municípios classificados como mais carentes. "Dividimos os municípios em três grupos, a partir de critérios como FPM [Fundo de Participação dos Municípios], número de agricultores, Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] e taxa de pobreza. Os classificados como de número 3 são os com melhores condições. Os do grupo 2 são de médio desenvolvimento e os do grupo 1 são mais carentes. Para os de nível 1 não cobramos custeio técnico e de formação. Para os do grupo 2 que pertencem aos Territórios da Cidadania também não cobramos. Aos do segundo grupo, mas fora dos Territórios da Cidadania, é a metade do valor e os do 3 cobramos o valor integral", explicou, destacando que a intenção é ampliar o benefício, mas que para tanto seria necessária destinação de recurso do Estado. DESAFIOS Bianchini e Bandeira expuseram três grandes desafios para a implan-

tação de políticas públicas para o desenvolvimento agropecuário do Paraná: ampliar o atendimento, ofertar oportunidade de diversificação da agricultura e fortalecer a parceria com os municípios. "Há mais de 300 mil agricultores no Paraná e alcançamos 160 mil famílias. Um grande contingente ainda não é alcançado por nenhuma política pública. Precisamos ampliar a assistência técnica", realçou o diretor-presidente da Emater. Para ele, essa tarefa requer um reforço na parceria com as prefeituras para estimular a "municipalização das políticas públicas através de planos de trabalho integrados". A Emater tem escritório em 395 dos 399 municípios paranaenses e atua com mais de 900 técnicos em aproximadamente 50 programas e ações de assistência ao produtor familiar. SEM RECURSOS Pendência com o Tesouro Nacional, por conta ainda de contas alusivas ao período de transição entre Banestado e Itaú, impede que o Paraná acesse créditos para a agricultura no Banco Mundial, segundo Bianchini. "É um montante de recursos que faz falta e por isso precisamos aproveitar recursos de dentro da Secretaria para a política de crédito rural", lamentou, enfatizando que, por outro lado, compromisso com o Banco do Brasil possibilita atualmente a maior oferta da história em linhas de crédito ao produtor familiar. "Tem sido um dos suportes junto a outros programas", disse. O secretário também indicou que uma das prioridades para o Estado é a renovação de um conjunto de técnicas de todas as unidades veterinárias para que a sanidade agropecuária coloque o Paraná entre as áreas livres de aftosa sem vacinação.


Polêmica

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Transgênicos na agricultura e alimentação são cada vez mais questionados Casemiro Eugênio Linarth

O noticiário da mídia internacional não tem sido favorável aos produtos geneticamente modificados, mais conhecidos como transgênicos. A disseminação de ervas daninhas, resistentes ao glifosato, reduzem a produtividade da lavoura e o mercado europeu, principal importador de grãos, não aceita produtos geneticamente modificados. À medida que os estudos sobre os transgênicos evoluem, vão sendo detectados problemas que eles provocam para a saúde e o meio ambiente. O jornal Times of India informou que a proposta de introdução de alimentos transgênicos na Índia foi rejeitada pela Comissão de Planejamento do governo, após já ter sofrido a oposição do Ministério do Meio Ambiente. Trata-se do primeiro posicionamento público do mais importante órgão de planejamento do governo. Abhijit Sen, membro da Comissão de Planejamento, declarou que as exportações indianas poderão ser severamente afetadas caso a Índia autorize o cultivo de alimentos transgênicos, uma vez que atualmente diversos países preferem os produtos indianos por serem livres de transgênicos. O jornal Libération, da França, publicou matéria afirmando que os ganhos de rendimento dos OGM (organismos geneticamente modificados) são superestimados. Segundo o jornal francês, o principal argumento de venda da Monsanto e das outras multinacionais das sementes sofreu um duro

golpe com a publicação de um estudo intitulado "Rendimento fracassado", nos Estados Unidos. "Até agora, o desempenho das culturas geneticamente modificadas para aumentar o rendimento são modestos, apesar dos esforços consideráveis feitos há vinte anos", concluem os autores do estudo patrocinado pela Union of Concerned Scientist (UCS, grupo independente estadunidense de pesquisa). Ora, o crescimento da produção é o principal argumento dos defensores dos organismos geneticamente modificados. Citando estatísticas do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, o estudo observa que os ganhos de produção por hectare do milho e da soja atribuídos aos OGMs são muito pequenos: só de 3 a 4% em relação ao milho e quase inexistes no soja. Enquanto isso, 24 a 25% do ganho de produção por hectare vem de outros métodos de aprimoramento das culturas de milho. Quanto ao milho Bt, transgênico, os cientistas calcularam que sua contribuição para o rendimento desde o início de sua comercialização em 1996 não passou de 0,2 a 0,3 por ano. Enquanto isso, a Monsanto afirma que seu produto YieldGard permite um aumento da produção em torno de 20% nas partes infestadas e 12% no total das terras cultivadas. A Academia Americana de Medicina Ambiental divulgou documento com posição sobre os alimentos geneticamente modificados, afirmando que "os produtos transgênicos representam sério risco à saúde" e pedindo uma moratória imediata. A Academia cita vários estudos feitos com animais e conclui que "há mais do que uma associação casual entre os alimentos transgênicos e os efeitos adversos à saúde". No documento, a Academia alerta: "Os alimentos geneticamente modificados representam um risco nas

áreas da toxicologia, alergias, funções imunológicas, saúde reprodutiva, metabolismo, fisiologia e saúde genética." A Academia também exige a realização de testes imediatos de segurança de longo prazo e etiquetação dos alimentos transgênicos. E aconselha os médicos a alertarem a população para que evite os alimentos geneticamente modificados. A Agência Americana de Proteção ao Meio-Ambiente (EPA) especifica os efeitos nocivos à saúde que podem ser provocadas pela exposição a doses fortes de glifosato, comercializado pela Monsanto com o nome de Roundup, único herbicida a que os agricultores têm de recorrer: congestão dos pulmões, aceleração do ritmo respiratório a curto prazo, dano nos rins e efeitos sobre a reprodução a longo prazo. O médico Jorge Kaczewer, de Buenos Aires, vem repertoriando cuidadosamente os trabalhos científicos que exploram os efeitos negativos do glifosato sobre a saúde e aponta alguns sintomas do envenenamento devido ao herbicida: irritação da pele e dos olhos, náuseas e vertigens, edema pulmonar, baixa de pressão sanguínea, reações alérgicas, dores abdominais, perda em massa de líquido gastrointestinal, vômitos, perda de consciência, destruição de glóbulos vermelhos, eletrocardiogramas anormais, desgaste ou deficiência renal. Outro médico argentino, Dario Gianfelici, da pequena cidade de Cerrito, situada no centro de um campo de soja transgênica, afirma que um de seus pacientes, em tratamento há mais de um mês, não consegue recuperar a pele dos pés. Os operários agrícolas continuam trabalhando descalços e sem luvas, por falta de recursos. "Ninguém se protege", afirma Gianfelici. A aspersão do herbicida traz também pro-

Feira

blemas mais sérios à população porque, hoje, os campos de plantio se situam geralmente a poucos metros das moradias. Outros estudos demonstram que o aumento da produção através de variedades de cultivos de alto rendimento (sementes "melhoradas" ou híbridos) acarreta a diminuição de nutrientes, vitaminas e proteínas nos alimentos produzidos. É um efeito conhecido há décadas por agrônomos e pesquisadores agrícolas chamado "efeito diluição". A pesquisadora do Grupo ETC, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, diz que o crescimento drástico do rendimento dos cultivos por hectares baseados em sementes híbridas, uso de fertilizantes sintéticos e irrigação eleva o volume de matéria colhida, mas é menos nutritivo, principalmente porque a mesma quantidade de nutrientes se diluem em maior quantidade de folhas grãos ou frutos. A erosão do solo também se torna um problema preocupante. Walter Pengue, engenheiro agrônomo na Universidade de Buenos Aires, e Miguel Altieri, da Universidade de Berkeley, expuseram num artigo o desastre provocado na América Latina pelo cultivo da soja transgênico. "Na Argentina, seu cultivo intensivo levou ao esgotamento maciço dos elementos nutritivos do solo", observam os dois pesquisadores. "Estima-se que a produção contínua de soja extraiu cerca de um milhão de toneladas de azoto e 227 mil toneladas de fósforo em 2003. Compensar essa perda com insumos custaria 910 milhões de dólares, segundo as avaliações", afirmam. Em razão dos muitos riscos que cientistas vêm denunciando relativos aos OGMs - consumo animal e humano de poluentes e alergizantes, resistência aos antibióticos, disseminação do transgênico a outras espécies, redução de variedades, hegemonia de poucas multinacionais na agricultura e na alimentação, industrialização das práticas agrícolas, além de outras -, uma conclusão se impõe: os produtos geneticamente modificados não dependem somente de pareceres de peritos que vão se acumulando. Na situação atual, parece necessário recorrer ao parecer coletivo, a partir de informações produzidas por especialistas de origens e sensibilidades diferentes.

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ReciclAção 2009 demonstra que mercado da reciclagem é extremamente lucrativo Expectativa de geração de negócios gira em torno dos R$ 10 milhões, o que evidencia que a reciclagem aliada à tecnologia e à preservação é hoje em todo o mundo um negócio altamente lucrativo, de grande interesse econômico e impacto social Pelo quarto ano consecutivo, a ReciclAção - Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental conseguiu dar visibilidade às soluções sustentáveis, apresentando empresas, tecnologias e instituições nacionais preocupadas com a preservação do meio ambiente. Pela movimentação de público, que chegou a 6.900 visitantes, e pela expectativa de geração de negócios após a realização da feira, que gira em torno dos R$ 10 milhões, ficou evidente que a reciclagem aliada à tecnologia e preservação é hoje em todo o mundo um negócio altamente lucrativo, de grande interesse econômico e impacto social, voltadas às empresas preocupadas com o desenvolvimento sustentável. Na avaliação do coordenador do evento, Valdir Bello, da Monte Bello Eventos, o mau tempo teve reflexo no número de visitantes, inferior ao ano passado, mas não chegou a atrapalhar. Dos 6.900 visitantes, 420 eram ligados à empresas, 229 de instituições na área de reciclagem e meio ambiente, 4.700 profissionais do setor ambiental, e o restante eram pessoas interessadas no tema. "O público que visitou a feira foi extremamente técnico e profissional, com ações e iniciativas voltas ao meio ambiente", avaliou. O sucesso do evento se reflete na avaliação dos expositores, que elogiaram a qualidade estrutural e técnica da ReciclAção 2009. Veja a seguir o que os visitantes puderam encontrar na quarta edição da ReciclAção. RESÍDUOS INDUSTRIAIS Empresa com sede em Ipiranga (SP), a Ambisol Soluções Ambientais parti-

cipou da Reciclação 2009 como patrocinador e trouxe para o público serviços como o monitoramento da qualidade do ambiente, limpeza de tanques, tubulações e torres de resfriamento, entre outras tecnologias. BOMBAS - Empresa de Novo Hamburgo, a Indústria e Comércio de Bombas D´água Beto patrocinadora da ReciclAção, apresentou sua variada gama de bombas hidráulicas, equipamentos para tratamento de água, tratamento de efluentes e aeradores. 3R AMBIENTAL - Uma das maiores contribuições dentro da Reciclação 2009 veio da empresa paranaense 3R Ambiental, que procurou demonstrar que prevenir a poluição pode ser mais lucrativo que controlar dos seus efeitos. MADEIRA PRECIOSA - Na ReciclAção 2009 os visitantes se encantaram com a beleza e o conceito de produção das Jóias Akà (ramo de árvore no Tupi). Confeccionadas manualmente em prata e madeiras preciosas garimpadas entre os resíduos de podas de árvores de Curitiba, as peças em prata são desenhadas pela designer Ellen Piragine e feitas manualmente por um ourives, enquanto as jóias em madeira são produzidas pelo artesão Raggio. CARRINHO ELÉTRICO Dentre os modelos de tecnologias eficientes, que asseguram ganhos sociais e ambientais, destaque para o Veículo Elétrico para Catadores de Materiais Recicláveis, demonstrado no estande da Itaipu Binacional. LABORATÓRIO - Empresa de São José dos Pinhais, o Laboratório

Teclab apresentou na ReciclAçlão 2009 seus serviços especializados em bioensaios de ecotoxidade, possibilitando quantificar efeitos tóxicos agudos e crônicos de materiais analisados. Com estes testes, empresas podem realizar análises de qualidade de água, efluentes domésticos e industriais, análise de solos ou alimentos, controle de qualidade e higienização de produtos, entre outros. BOLSA DE RECICLAGEM No estande do Sistema Fiep os visitantes puderam conhecer o serviço oferecido pela Bolsa de Reciclagem, que divulga oportunidades de negócios pela internet entre empresas que procuram ou oferecem resíduos. Para o diretor do SENAI Paraná, João Barreto Lopes, trata-se de uma ferramenta que busca e apresenta soluções técnicas e tecnológicas para gerar ganhos de produtividade e competitividade. MADEIRA PLÁSTICA - Um produto que na prática, pode poupar milhões de árvores anualmente, a madeira plástica foi apresentada no estande da Engeplás, de Curitiba. De acordo com Nelson Lombardi Cruz a madeira plástica se apresenta em quatro tons, mas pode ser pigmentada. "Até o ano passado ela era bem mais cara que a madeira, mas hoje em dia é apenas 30% mais cara e apresenta muitas vantagens principalmente ambientais, porque é feita com resíduos industriais", define Cruz. MINHOCULTURA - Dentre as idéias inovadoras que trazem solução para a questão do lixo apresentadas na ReciclAção 2009, um dos destaques foi o sistema Minhocasa de minhocultura,

Stand do Jornal Meio Ambiente na Feira da ReciclAção

Equipe do Jornal Meio Ambiente

Vice-governador Orlando Pessuti e o nosso jornalista

criado pelo Instituto Coopera, de Brasília. COPEL - Reforçando seu compromisso com a sustentabilidade, a Copel apresentrou seus projetos e programas socioambientais na ReciclAção 2009. O estande da empresa, criado com materiais recicláveis e reciclados, trouxe informações sobre energia renovável, regeneração de óleo mineral isolante, uso de óleo vegetal, industrialização de sucata de cabos, compostagem e recuperação de medidores de energia elétrica. MARCA COMERCIAL - Presente no mercado há mais de 35 anos, a Marca Comercial, empresa de Campina Grande do Sul, apresentou o potencial do Impacthor, equipamento que é capaz de triturar e reduzir a pó qualquer tipo de material mineral. Construído com tecnologia totalmente nacional, a máquina é capaz de triturar materiais como asfalto, permitindo o reuso na cadeia produtiva, sendo portanto uma alternativa para os resíduos da construção civil. "Sempre trabalhamos com produção de equipamentos de mineração e britagem, e há um ano entramos no ramo de produção de máquinas para reciclagem. ESSENCIS - A Essencis Soluções Ambientais demonstrou a manufatura reversa, sua mais nova tecnologia na destinação final de resíduos industriais. "A manufatura reversa permite recuperar matérias-primas de produtos para que sejam reutilizados em outros procedimentos industriais", explicou Marcos Aurélio Vieira, superintendente da regional Sul da empresa. CENTOPÉIA - A preocupação ecológica e a responsabilidade social estão presentes nos produtos da empresa Ecossocial, que apresentou brindes ecológicos, desenvolvido em parceria com entidades que desenvolvem trabalho de resgate social e da cidadania. Um exemplo são as canetas, produzidas com resíduos de peças automotivas e que são feitas por meninos assistidos por projetos da Fundação de Assistência Social (FAS). Canetas feitas com bambu, sacolas e bolsas de lona reutilizada de caminhão estão entre as opções de brindes, mas o sucesso foi a Fruteira Centopéia, cujo desenho foi fruto da observação das formas orgânicas dos animais, mais precisamente à dos centípedes.


Cidade

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Empresários de reciclagem se reúnem com secretário do Meio Ambiente Agora, será formulado um documento com as principais reivindicações do setor A falta de incentivo e o não reconhecimento das empresas de reciclagem foram as principais queixas apontadas durante a reunião ordinária da Associação Brasileira das Empresas de Reciclagem (Recibras), realizada no dia 28, com a presença do Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Lindsley da Silva Rasca Rodrigues. Cerca de 40 representantes do setor estiveram presentes e se comprometeram a oficializar em forma de documento todas as reivindicações e entregá-las à secretaria. "O trabalho desses empresários é fundamental para o equilíbrio do meio ambiente, por isso fizemos questão de estar presentes para saber o que é primordial para o segmento", falou Rasca. De acordo com o presidente da Recibras, Anuar Faiçal, a ideia é que o secretário seja um canal de ligação entre a entidade e os demais órgãos do governo. "O reconhecimento do nosso trabalho pela so-

ciedade em geral passa necessariamente pelo apoio dos órgãos públicos", afirma. "As pessoas ainda confundem o nosso trabalho, devidamente estabelecido, com o de 'sucateiros' informais". Além do reconhecimento, os associados também pediram ao secretário apoio na obtenção de recursos e financiamentos através do governo. "Para uma indústria recicladora funcionar, são necessários

altos investimentos em maquinário, pessoal e treinamento, por isso precisamos de linhas de crédito ou incentivos fiscais para continuar com nossas atividades e manter a nossa contribuição com o meio ambiente", diz o diretor da GSM Centro de Reciclagem, Francisco Stahlschmidt Júnior. Diante do cenário apresentado, o secretário Rasca Rodrigues se mostrou favorável à entidade e pro-

meteu analisar a proposta que deverá ser entregue na primeira quinzena de agosto. "Para que possamos atender as empresas precisamos saber o que querem e precisam. Com isso em mãos, iniciamos a discussão até chegar em um comum acordo entre o Estado e a associação", afirmou ele. A Recibras congrega empresas de diversos ramos da reciclagem de materiais, como metais, não-metais, plásticos, papeis, vidros, lâmpadas e óleos. O potencial econômico representado pelo grupo de associados é significativo: são cerca de 1800 funcionários, 600 caminhões e veículos leves e importante participação no PIB paranaense. A entidade foi criada em 2004 com o objetivo de incentivar a prática da responsabilidade social e ambiental junto à sociedade, e ainda organizar as empresas recicladoras do país. A sede nacional da associação fica em Curitiba.

Curitiba testa energia solar na iluminação pública do Parque Barigui A Prefeitura de Curitiba está testando o uso de energia solar na iluminação pública do Parque Barigui. A Secretaria Municipal de Obras Públicas instalou no parque seis postes com sistema fotovoltaico, que capta a energia do sol du-

rante o dia e a converte em energia elétrica para ser usada à noite. "Escolhemos o Barigui por ser um ícone da cidade e pela relação do parque com o meio ambiente", diz o secretário municipal de Obras, Mário Tookuni. Os postes

foram instalados perto do restaurante do parque e devem permanecer em teste até a primeira semana de outubro. Nesse período, a Prefeitura irá avaliar o custo/benefício do sistema em relação à eletricidade convencional. Será feito um cálculo do gasto atual com o consumo de energia convencional com o custo de investimento em energia solar. Se os resultados forem positivos, a ideia é substituir os 102 postes de iluminação da pista de caminhada do Barigui por energia solar. Os postes solares têm seis metros de altura. As baterias ficam no topo do postes, perto da lâmpada. Cada poste é uma unidade independente, o que dispensa um sis-

Inovação

tema de cabos elétricos entre eles. "Não precisa escavar e enterrar cabos", diz Tookuni. Não é preciso sol intenso para a captação de energia, que já ocorre com a claridade natural.

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Richa lança os primeiros ônibus da América Latina a circular apenas com biocombustível Os primeiros ônibus da América Latina a circular apenas com biocombustível, sem mistura com diesel, começou a funcionar no dia 27, na Linha Verde. O primeiro ônibus a receber biocombustível, à base de soja, foi abastecido pelo prefeito Beto Richa ao lado de representantes das empresas e instituições parceiras no projeto. "Curitiba dá mais uma prova de sua preocupação com a proteção do meio ambiente. Este é um grande passo, um avanço na inovação tecnológica e estamos dando um exemplo ao Brasil", disse Richa. "A intenção é, na medida do possível e a partir dos resultados obtidos na Linha Verde, estender o uso do biocombustível para toda a frota." Os seis ônibus, que fazem a linha Pinheirinho-Carlos Gomes, foram abastecidos com o novo combustível na garagem da Viação Cidade Sorriso, no Umbará. "Este é um projeto ousado, que só foi possível graças ao empenho dos

Foto: Maurilio Cheli/SMCS

Prefeito Beto Richa lança o projeto B100 e entrega os seis primeiros ônibus do país a rodar apenas com biocombustível

nossos técnicos, às empresas e instituições parceiras e à determinação do prefeito Beto Richa de torná-lo possível", afirmou. O combustível usado nestes seis ônibus é feito à base de soja e, por não ter mistura de óleo diesel, é definido pelos técnicos como B 100. Anteriormente, Curitiba já

havia testado misturas de 5% e 20% de combustível orgânico, os chamados B05 e B20, experiências que levaram ao projeto do B100. A expectativa é que o programa permitirá uma redução de pelo menos 50% na emissão de poluentes. Só a emissão de dióxido de carbono será 30% menor e a emissão

Ponta Grossa rumo ao bicentenário Ponta Grossa comemora no próximo dia 15 de setembro, 186 anos de emancipação política. A cidade, conhecida como Princesa dos Campos Gerais, é uma das mais importantes do sul do Brasil e dona de uma posição geográfica privilegiada. Importante pólo turístico, Pon-

ta Grossa congrega um complexo de atrativos naturais, históricos e culturais que se revelam em meio à paisagem ondulada dos Campos Gerais e proporcionam a seus visitantes oportunidades múltiplas de lazer, diversão e turismo. Conheça mais na próxima edição.

de fumaça cai em 70%. Desde 2007 é obrigatória no País a mistura de 4% de biocombustível ao diesel. Os ônibus da experiência iniciada na Linha Verde têm apenas biocombustível. Um dos desafios para a implantação do projeto era justamente estabelecer uma parceria ampla, que garantisse o fornecimento, a distribuição, a avaliação técnica e isso foi possível porque todas as áreas, de alguma forma envolvidas, aceitaram o desafio. Os ônibus, três da Scania e três da Volvo, têm motores Euro 3 e a previsão é de um consumo total de, em média, 20 mil litros por mês. Cada ônibus da Linha Verde percorre em média, por dia, 200 quilômetros. A troca do óleo lubrificante dos ônibus será feita a cada cinco quilômetros, com monitoramento constante para observar os efeitos do biocombustível em peças como pistão, anéis, bicos injetores e tubulação.


Cidades

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Curitiba na campanha mundial para reduzir 80% da emissão de poluentes até 2020 O prefeito Beto Richa recebeu a visita de Jim Garrisson, presidente da organização não-governamental State of the World Forum (SWF) e coordenador global da Campanha de Liderança Climática 2020, movimento mundial que prevê ações efetivas para a redução da emissão de carbono em todo mundo até 2020. Garrisson convidou Curitiba a se engajar na campanha. Para ele, a capital paranaense é a única cidade brasileira que apresenta no Brasil as condições técnicas para alcançar o objetivo proposto: a redução em 80% na emissão de poluentes até 2020. A SWF foi criada por Garrison e pelo expresidente da União Soviética

Saúde Produtos Orgânicos Os produtos orgânicos são resultado de um processo de cultivo e produção sustentável, que envolve o uso adequado da terra, de forma natural sem agrotóxicos, produtos químicos ou sementes geneticamente modificadas.

Mais motivos para você consumir produtos orgânicos

Prefeito Beto Richa recebe a visita de Jim Garrisson, presidente do State of Word Forum (SWF) e coordenador global da Campanha de Liderança Climática 2020

Mikhail Gorbachev, em 1995. Para o prefeito Beto Richa, trata-se de um grande desafio. "Nossas ações são a melhor demonstração da preocupação com o tema, como a introdução na frota de ônibus movidos a biodiesel e o recente estudo de absorção de carbono em florestas urbanas, o primeiro do País", afirmou Richa. O Secretario Municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, explicou que a com-

plementação acontecerá com trabalhos importantes, como o inventário da emissão de carbono por empresas e pessoas, que está processo de licitação. "As pessoas sabem que a luz natural reduz o consumo da energia elétrica, mas é preciso quantificar essa redução, para que elas efetivamente passem a ter o hábito", disse Andreguetto. De acordo com Jim Garrisson os resultados deste trabalho para a cidade são imensos. "A cidade

passa a liderar um processo de referência mundial, criando oportunidades sociais e econômicas importantes". Acompanharam Garrisson na visita Emilia Queiroga Barros, vice-presidente internacional da Campanha de Liderança Climática e diretora para o Brasil, e Mariah Miyuki Endo, diretora da Universidade da Experiência e coordenadora do movimento juventude Brasil 2020.

BIODIVERSIDADE A perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A agricultura orgânica preserva sementes por muitos anos e impede seu desaparecimento, incentivando culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. Assim, a fauna permanece em equilíbrio e todos os seres em harmonia.

ÁGUA PURA Os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis d'água e poluem rios e lagos. O agricultor orgânico somente utiliza na irrigação água limpa e sem poluentes, originada de poços artesianos controlados ou de minas. Dados da Agência de Proteção Ambiental Americana revelam que a ação de pesticidas causadores de câncer já esta presente em mais de 50% da água nos Estados Unidos.

Para isso, viabiliza programas que buscam melhorar o desenvolvimento e a produção

CUSTO SOCIAL E AMBIENTAL O alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento convencional se considerarmos que, indiretamente, estaremos reduzindo nossas despesas com médicos e medicamentos e os custos com a recuperação ambiental. AMPARO AO PEQUENO AGRICULTOR O trabalhador rural precisa ser preservado juntamente com os ali-

Cultivo Agroecológico (orgânico)

Cultivo Convencional

Cultivo Hdropônico

Não utiliza agrotóxicos ou qualquer outro produto químico na produção e processamento dos alimentos

Utiliza agrotóxicos para a produção do alimento

Utiliza agrotóxicos na maioria das culturas produzidas

Adubação com produtos químicos

Faz uso de adubos naturais e não tóxicos, proibindo o uso de adubos químicos altamente solúveis

Utiliza adubação química altamente solúvel

Utiliza adubação química altamente solúvel, diluída na água

Presença de resíduos químicos nos alimentos

Produz alimentos livres de resíduos químicos

Produz alimentos que normalmente contêm resíduos químicos, resultado da adubação química e do uso de agrotóxicos

Produz alimentos que normalmente contém resíduos químicos, resultado da adubação química e do uso de agrotóxicos

Níveis de nitratos e nitritos (um exemplo de resíduos químicos com potencial cancerígeno e mutagênico)

Alimentos apresentam teores normais de nitratos e nitritos

Alimentos apresentam teores de nitratos e nitritos acima do recomendado

Alimentos apresentam altos teores de nitratos e nitritos muito acima do recomendado

Características de sabor, cor, vigor, textura e cheiro dos alimentos

Mantém as características naturais em vigor, sabor, cor, brilho, textura e durabilidade dos alimentos

Interfere nas características naturais de vigor, sabor, cor, brilho, textura e durabilidade dos alimentos.

Interfere nas características naturais de vigor, sabor, cor, brilho, textura e durabilidade dos alimentos

Qualidade nutricional

Mantém o equilíbrio natural das qualidades nutricionais dos alimentos

Os alimentos normalmente apresentam desequilíbrios nutricionais em função do uso de adubos químicos e agrotóxicos

Os alimentos normalmente apresentam desequilíbrios nutricionais em função, das altas dosagens de adubos químicos e do uso de agrotóxicos

Vigor e durabilidade

Os alimentos apresentam vigor e durabilidade naturais

Os alimentos NÃO apresentam vigor e durabilidade naturais

Os alimentos NÃO apresentam vigor e durabilidade naturais

Transgênicos

Proíbe a utilização de organismos geneticamente modificados

Permite a utilização de organismos geneticamente modificados

Permite a utilização de organismos geneticamente modificados

Biodiversidade

Recupera a biodiversidade, pois essa é uma condição básica para o equilíbrio da produção

Tem se apresentado como, fator de diminuição e desequilíbrio da biodiversidade

Baseia-se na artificialidade e simplificação do sistema de cultivo, diminuindo a biodiversidade

ações destruidoras.

Sustentabilidade

Atividade sustentável ao longo do tempo

Atividade insustentável ao longo do tempo

Atividade insustentável ao longo do tempo

Fonte: CEAO

do-a; uma maneira eficaz de poupá-la de www.cooperalfa.com.br

CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL Consumindo produtos orgânicos, você exercita o seu papel social, contribuindo para a conservação e preservação do meio ambiente, além de apoiar causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e a eliminação da mão de obra infantil.

Utilização de agrotóxicos/venenos

mas, paralelamente, que estes estejam em acordo com as leis da natureza, conservan-

mentos. Adquirindo produtos ecológicos, evitamos o êxodo rural. Também ajudamos a frear o envenenamento por agrotóxicos, situação que vitima cerca de 1 milhão de agricultores em todo o mundo.

Conheça as diferenças entre a produção orgânica e as outras técnicas

A Cooperalfa é uma empresa preocupada com a preservação do meio ambiente.

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Bem Estar

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A milenar e tradicional ciência chinesa do feng shui parte do princípio de que a organização e a disposição adequada de móveis, peças decorativas e elementos arquitetônicos é capaz de criar um corredor de boas energias capaz de influenciar os ânimos e transformar as casas em ambientes repletos de paz e harmonia, onde se come melhor e onde se é mais feliz.

REGRAS INICIAIS O feng shui até aceita os modernos materiais sintéticos, mas, em geral é bom evitar algumas formas contemporâneas, principalmente os ângulos agudos e as quinas em paredes, móveis e objetos. Elas "prendem" a energia. A bagunça deve ser banida na retina doméstica, porque nenhuma energia é capaz de circular num ambiente desorganizado. A ENTRADA A porta de entrada da casa ou apartamento, deve ser grande, luminosa, bonita e livre de obstáculos que impeçam a entrada de energia. É possível decorar essas áreas com plantas, flores ou sinos. Isso atrai chi (energia). No entanto, instalar um espelho e, frente à porta não é recomendado. A SALA Deve ser aconchegante, bem iluminada, ter uma vista livre de obstáculo da área externa e nenhum sinal de bagunça. O ideal é que ela esteja próxima da entrada principal. As cores vivas e alegres são as mais indicadas e as cores tristes e escuras devem ser evitadas. Na disposição dos móveis, sofás e poltronas jamais devem estar com as costas viradas para a porta de entrada. O acúmulo de móveis e objetos é desfavorável à circulação de energia . Melhor é ter poucas e boas peças. A tele-

O banheiro

A posição mais desfavorável é a central. O tamanho ideal é o pequeno. A peça deve ser clara, bem iluminada e pouco decorada. Cores que remetem ao elemento água são as mais indicada. Entre elas os brancos, azuis, verdes ou mesmo pretos. A COZINHA É importante que essa peça sempre esteja limpa e organizada. Pendurar panelas, temperos ou flores secas não é recomendado, porque coisas suspensas pesam sobre a cabeça. DeiA cozinha

A entrada

visão não deve ser o elemento principal da casa, por isso não é aconselhável voltar todos os assentos para ela. Ao seu redor é melhor acomodar plantas, flores e qualquer outro elemento vivo, como um aquário ou uma pequena fonte d'água.

tricos, o que favorece a harmonia entre o casal. Aparelhos e elementos decorativos que atrapalham o sono são desaconselháveis. Entre eles: espelhos, aparelhos de tevê, eleO quarto

xar à vista facas e objetos cortantes também não é muito aconselhável. Outro ponto que exige atenção é a posição dos principais elementos das cozinhas. A pia nunca deve estar ao lado do fogão, mas sim em frente a ele. Forno e fogão nunca devem ocupar o centro do ambiente. Esse calor central pode ser uma fonte de tensões familiares. Melhor é manter o centro da peça livre, assim como a área de circulação. Publicado originalmente na revista Mais

O QUARTO Ele deve favorecer o afloramento da energia yin, que é apaixonante. Por isso, recomenda-se que o quarto ocupe a peça mais distante possível da porta de entrada. Essa distância o mantém protegido do entra-e-sai de energias. A decoração indicada é simples e sem muitos elementos. A cama deve ser posicionada contra uma parede, os pés devem formar uma diagonal com a porta de entrada do quarto e os espaços laterais devem ser livres e simé-

trônicos, computadores, objetos e ferramentas de trabalho, lustres e até mesmo plantas. As cores vivas também devem ser evitadas, assim como aquários, fotos e quadros que representem ou remetam ao mar. O BANHEIRO É sempre melhor que eles estejam posicionados nos fundos da casa.

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Rota dos Tropeiros um destino diversificado

Feng Shui: Sua casa mais zen De acordo com a cultura chinesa, o vento e a água são capazes de carregar e abrir passagem às energias invisíveis da natureza que se instalam em nossas casas. É por isso que o vento e a água constituem a tradução literal do termo feng shui, que na essência visa apenas equilibrar as energias que nos circundam, principalmente o chi, ou energia vital. Sua fundamentação está nos conceitos da dualidade do Yin e Yang, nas forças das direções terrestres (ou pontos cardeais) e 4 dos cinco elementos (madeira, água, fogo, metal e terra).

Turismo

A sala

Por cerca de duzentos anos, do século XVIII ao início do século XX, a economia da região Sul e de São Paulo baseou-se no comércio levado em lombo de mulas. As tropas saíam dos campos de Viamão (RS), passavam por Santa Catarina e Paraná, e seguiam até Sorocaba (SP), para a grande feira de comercialização de couro, mulas e artefatos. O trecho formava a principal rota de comércio do Brasil colonial, que surgiu pela descoberta do ouro em Minas Gerais. O Sul do Brasil passou a ser um fornecedor de suprimentos, alimentos e animais para transporte para outras regiões do país. No Paraná, os pontos de parada dos tropeiros ajudaram a fundar 16 cidades, que atualmente se transformaram num produto turístico do estado: a Rota dos Tropeiros. Além das vilas que foram construídas a partir das paradas dos tro-

peiros, os costumes deixados por eles também são uma bela herança. O grande potencial revelado pelo histórico no desenvolvimento do turismo e pelos atuais recursos naturais e culturais da região dos Campos Gerais reforçou a necessidade de se planejar ações estratégicas para o desenvolvimento de uma política de sustentabilidade. O projeto da Rota dos Tropeiros nasceu da união de entidades que identificaram esta necessidade. Juntos, Sebrae/PR, AMCG - Associação dos Municípios dos Campos Gerais, Secretaria de Estado do Turismo e suas vinculadas Paraná Turismo e Ecoparaná, prefeituras municipais e iniciativa privada estão tra-

balhando para consolidar um novo ciclo, com toda a cadeia produtiva do turismo de maneira alternativa à economia já consolidada na região. Criada em 2007, a Agência de Desenvolvimento da Rota dos Tropeiros - ADRT tem como finalidade formatar produtos turísticos competitivos, consolidar e integrar economicamente os empreendimentos inseridos nos municípios da Rota, além de gerenciar a divulgação e informação dos mesmos. Os municípios têm em comum a cultura deixada pelo tropeirismo e oferecem aos turistas a oportunidade de conhecer belas paisagens, gastronomia regional, história e cultura. DIVERSIFICAÇÃO A Rota cruza o Estado de norte a sul, são 16 municípios que juntos somam mais de 200 atrativos, além de ótimos hotéis, restaurantes, pousadas para você desfrutar destes atrativos com total tranquilidade, conforto e economia.. Dicas de destinos para descansar, agitar e obter mais conhecimento sobre a cultura local, abaixo: São várias as opções de passeio.

Além de atrativos consagrados como, Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa) e Canyon Guartelá (Tibagi) há a região de São Luiz do Purunã em Balsa Nova; Parque do Cerrado e o Palacete Matarazzo em Jaguariaíva; Museu do Tropeiro, Casa da Sinhara e Memorial da Imigração Holandesa em Castro; Museu do Garimpo, Rafting e outras atividades de aventura em Tibagi; Reserva Ecológica Poty em Arapoti; Santuário de Nossa Senhora das Brotas e Canyon da Fazenda Chapadinha em Piraí do Sul; Salto do Caiacanga em Porto Amazonas; Parque Estadual do Monge e o Centro Histórico da Lapa; Gruta da Barreira e Cachoeira do Corisco em Sengés; Casa da Memória em Carambeí; Capela do Mosteiro Trapista em Campo do Tenente; em Rio Negro vale a pena visitar o Parque Ecoturístico São Luiz de Tolosa; Campo Largo além de ser a Capital da Louça possui o Parque Histórico do Mate; o Parque Ecológico e o Bondinho em Telêmaco Borba; as Estrias Glaciais na Colônia Witmarsum em Palmeira; e ainda, em Ponta Grossa, o maior município integrante da Rota dos Tropeiros, você pode conhecer o Museu dos Campos Gerais e o Buraco do Padre. Conheça estas belezas! Dúvidas, informações, roteiros entre em contato com: Agência de Desenvolvimento da Rota dos Tropeiros contato@rotadostropeiros.net 42 3225-1398


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