Jornal Meio Ambiente

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Natal Ecológico e d i t o r i a l Ano a ano, aumentam as discussões sobre responsabilidade social, sustentabilidade e meio ambiente e, em 2009, não foi diferente. Entretanto, do discurso à prática, um longo caminho precisa ser percorrido. A reunião de Copenhague, por exemplo, que poderia ser um avanço no combate ao aquecimento global, frustrou à todos pelo pouco comprometimento dos grandes líderes, resultando em apenas uma carta de intenções. Na última edição do ano, você encontra um balanço de tudo o que aconteceu na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, a boa notícia que Curitiba sediará a segunda Reunião sobre Cidades e Biodiversidade organizada pelas Nações Unidas, algumas opções turísticas do Paraná e muito mais. Aproveitamos a oportunidade para agradecer à todos, leitores, colaboradores e aos nossos parceiros que em 2009 estiveram ao nosso lado nos honrando com suas presenças e, que neste ano que se inicia, possamos continuar caminhando lado a lado na execução dos nossos projetos. Um Feliz Ano Novo!

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CRIAÇÃO E EXECUÇÃO: orgânicacw&d comunicação web & design www.organicawwd.com.br

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Secretaria do Meio Ambiente tem decoração de Natal ecologicamente correta Árvore de oito metros de altura foi construída com garrafas pet Quem passa pela sede da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, na Rua Desembargador Motta, Mercês, em Curitiba, certamente já viu uma enorme árvore de natal com oito metros de altura. A decoração é feita com garrafas pet e vem despertando curiosidade de quem passa pelo local. Embora a árvore seja bonita e criativa, o enfeite natalino tem uma outra proposta. A árvore apresenta inúmeros benefícios ao meio ambiente como destaca o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues. "Entre os benefícios está a redução do volume de lixo coletado e a economia de energia elétrica e petróleo, pois a maioria dos plásticos é derivada do petróleo e um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia", comentou. O secretário do Meio Ambiente ainda afirma que há geração de empregos e menor custo para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado - que são aproximadamente 30% mais

baratos que os mesmos produtos fabricados com matéria-prima virgem. CONSCIENTIZAÇÃO As garrafas pet são 100% recicláveis e a sua composição química não libera nenhum produto tóxico. As garrafas que foram utilizadas no Natal Ecológico, geralmente teriam como destino o aterro da Caximba ou seriam descartadas na natureza. Todos os anos a decoração atrai a curiosidade das pessoas que pas-

Mensagem Todo início de ano, a esperança se fortalece nos corações. Esperança de que podemos construir uma melhor qualidade de vida para todos no planeta. Com diversão, harmonia e eficiência na utilização de tudo que a natureza nos oferece. E para alcançarmos este objetivo, a conscientização é fundamental. Desde que nascemos, precisamos uns dos outros e os resultados dependem de nossa luta diária. A cooperação é o caminho que nos desafia para os próximos anos.

José Leonardo de Oliveira

sam pela sede da secretaria. Para a técnica ambiental e coordenadora do projeto, Bernadete Domingues, o trabalho para a construção da árvore de natal com as garrafas pet durou dois meses - cortando, pintado e encaixando uma garrafa na outra. "Foi um trabalho difícil, mas gratificante que realmente chama a atenção", afirmou. O trabalho contou com a participação de voluntários do Colégio Estadual Paulo Leminski, Dom Pedro II e alguns funcionários da secretaria.

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Opinião

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2009: um ano com gosto de café requentado É inevitável chegarmos já próximos da virada de ano e olharmos para os doze meses que se passaram, tenProf. Eloy Fassi tando entender nossos Casagrande Jr. passos, os passos dos outros, os passos do mundo. Vimos uma gripe mudar de nome, de suína à H1N1, matar milhares de pessoas, para depois sabermos que não passava da gripe espanhola de 1918, requentada! O ser-humano quer gastar milhões de dólares em viagens turísticas espaciais e sonha em tirar água de Marte, mas ainda não é capaz de controlar o vírus de uma gripe já conhecida. Sem dúvida alguma, as prioridades da ciência devem ser repensadas. Também vimos uma crise econômica sem precedentes passar. Tsunami para alguns, marolinha para outros! De acordo com o FMI, 10 trilhões de dólares saíram dos cofres públicos para não deixar bancos, seguradoras e montadoras de automóveis quebrarem. O capitalismo requentou o socialismo quando lhes foi conveniente! A pergunta que fica sem resposta é se alguém viu alguma mudança no controle da especulação financeira, depois da crise, conforme as promessas no meio da crise? Michael Jackson se foi, mas o "thriller" é o mesmo! Como diz a letra: 'Cause this is thriller, thriller night. There ain't no second chance, against the thing with the forty eyes, girl. Thriller, Thriller night!' -- 'Porque isto é terror, noite de terror. Não há segunda chance, contra a coisa com quarenta olhos, garota. Terror! Noite de Terror!' Em 2009, se comemorou vinte anos da queda do muro de Berlim, que separou famílias na Alemanha por quase trinta anos. Por outro lado, Israel constrói outro muro, isolando terras férteis na Cisjordânia e impedindo que palestinos tenham acesso a água, comida e o direito de ir e vir. Com quase 300 km extensão e declarado ilegal pela

Corte Internacional de Justiça (ICJ), a sentença foi ignorada por Israel. Ironicamente, vimos neste final de ano, o roubo e a recuperação da placa com a inscrição "Arbeit macht frei" ("O trabalho nos faz livres"), que ficava na entrada do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia. A memória de um tempo sombrio onde liberdades eram restritas e se matavam pessoas pelas suas crenças e raças! O muro na Terra Santa é um símbolo requentado, pois encobre as atrocidades cometidas na região pelo superior poder bélico israelense. O escritor português, José Saramago, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, confronta Israel com a verdade histórica: "O que está acontecendo na Palestina é um crime que podemos comparar com o que ocorreu em Auschwitz". Do lado rico do Planeta, tivemos momentos de esperança, com a eleição de um presidente negro da maior economia do mundo, apontado como um paladino do bem, se contrapondo ao seu antecessor, George Bush, o senhor da guerra. No entanto, Barack Obama decepcionou a todos ao aumentar a ofensiva americana no Afeganistão, logo após ganhar de prêmio Nobel da Paz. Também na maior conferência do ano para conter as mudanças climáticas, se omitiu de assumir metas de redução nas emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE). Ele não estava sózinho na COP 15, em Copenhage, já que grandes poluidores como a China e países produtores de petróleo, também fizeram de tudo para que compromisso algum fosse assumido. Requentaram o que já estava quente! Segundo um relatório do Fórum Humanitário Global (FHG), as mudanças no clima já matam cerca de 315 mil pessoas por ano, de fome, doenças ou de-

sastres naturais, e o número deve subir para 500 mil até 2030. Grande parte dessas mortes ocorrerão na África, sendo que o continente representa menos de 4% às emissões globais de GEE! Obama traiu sua origem africana. Este sentimento está sintetizado na frase do primeiro-ministro etíope Meles Zenawi, o negociador-chefe dos 53 países membros da União Africana, que declarou - "o fim do Protocolo de Kyoto significa a morte da África". Ironicamente, a avó do presidente dos Estados Unidos, Mama Sarah, terá melhor qualidade de vida com as placas para gerar energia solar instaladas pelo Greenpeace, em sua casa em Kogelo, no Quênia! Na COP 15 também esteve Arnold Schwarzenegger, mostrando as regulamentações de controle de emissões implantadas no estado da Califórnia, onde governa e promentendo mais do que presidente do seu país. O ex-ator de cinema ficou bem na fita, enquanto Obama pode representar o verdadeiro "exterminador do futuro"! Em tempo, o estudo "Caminhos para uma Economia de Baixa Emissão de Carbono", da McKinsey & Co, que teve a WWF (Fundo Mundial para a Natureza) como um dos patrocinadores, demonstra que até 2030, energias solar, eólica e de outras fontes renováveis poderiam contribuir com até um terço de toda a demanda global; eficiência energética poderia reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de um quarto; e as emissões oriundas do desmatamento de florestas tropicais - atualmente um quinto das emissões globais - poderiam ser praticamente eliminadas. E tudo isto a um custo de menos de 0,5% do Produto Interno Bruto Global. Enquanto isto, no país do futuro, vimos nosso presidente ser

apontado como o "cara", personagem global do ano! País emergente, agora o Brasil está entre os dez mais, capa do Financial Times, é a bola da vez! Se por um lado há o brilho, por outro, há corrupção requentada, que vai dos mensalões as meias e cuecas do Distrito Federal, um lado sórdido da política brasileira que insiste em permanecer. Promessas são muitas, de conter desmatamento à reduzir as mazelas sociais, de mais educação, moradias e menos criminalidade. No entanto, a cada dez horas uma criança é assassinada no Brasil, segundo o NEV (Núcleo de Estudos da Violência, da USP). É o tempo deste texto chegar no editorial do jornal e ser impresso. Em ano eleitoral, precisaremos mais do que frases de efeito e promessas de palanque requentadas para mudarmos esta realidade! A ministra da casa civil, Dilma Housseff, chefe da delegação brasileira na COP15, precisa estudar mais a cartilha ambiental para não cometer gafes como declarar ao mundo que "o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável"! Aproveitando uma mensagem de natal enviada virtualmente por um um amigo, deixo aos leitores o pensamento lúcido e esperançoso de Carlos Drumond de Andrade: Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente. Que dois mil e dez não tenhamos gosto de café requentado, novamente!

Eloy Casagrande Jr., PhD - Coordenador do Escritório Verde e Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR (eloy.casagrande@gmail.com)


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Estudo prova que três milhos da Monsanto são prejudiciais à saúde Um estudo publicado na revista International Journal of Biological Sciences (http://www.biolsci.org/ v05p0706.htm) demonstra que três milhos geneticamente modificados da empresa Monsanto são tóxicos e prejudiciais à saúde, anunciou em 11 de dezembro o Comitê de Pesquisa e Informação Independente sobre a Engenharia Genética (Criigen, com sede em Caen, na França), que participou do estudo. "Provamos pela primeira vez que estes OGMs (organismos geneticamente modificados) não são saudáveis, nem suficientemente corretos para serem comercializados. (...) Os três OGMs causam problemas nos rins e no fígado, que são os principais órgãos a reagir quando há intoxicação alimentar química", declarou Gilles-Eric Séralini, especialista membro da Comissão para a Reavaliação das Biotecnologias, criada em 2008 pela União Europeia (UE). Professores universitários de Caen e Rouen e pesquisadores do Criigen se basearam nos relatórios fornecidos pela Monsanto às autoridades de saúde para obter a autorização para comercializar o produto, mas suas conclusões são diferentes das da multinacional depois de novos cálculos estatísticos. Segundo Séralini, as autoridades de saúde se baseiam na leitura das conclusões apresentadas pela Monsanto e não no conjunto dos nú-

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é cultivado em alguns países, principalmente na Espanha, os outros são importados", acrescenta. Segundo a secretária para a Ecologia da França, Nathalie Kosciusko-Morizet, os lóbis das multinacionais dos transgênicos são muito fortes na União Europeia e influenciam na redação das diretrizes do organismo, que valem para os 27 países da UE. "É um problema com o qual nos defrontamos, pois as diretrizes deixam pouca margem de manobra para cada país da Europa", afirma. Fonte: Le Monde 14/12/2009

meros. Os pesquisadores conseguiram a íntegra dos documentos da Monsanto depois de uma decisão judicial. "Os testes da Monsanto, feitos em noventa dias, não são suficientemente longos para comprovar se os OGMs provocam ou não doenças crônicas. Por isso pedimos testes de pelo menos dois anos", explicou um pesquisador. Os cientistas pedem, em conseqüência, a "proibição enérgica" da importação e do cultivo desses OGMs nos países da União Europeia. Vários países da Europa já proibiram a produção e importação de OGMs autorizadas pela União Europeia: - Alemanha (milho Mon 810, da Monsanto)

- Áustria (milho Mon 810 e 863, da Monsanto; milho Bt-176, da Syngenta, e T25, da Bayer; e colza GT73, MS8Rf3) - França (milho Mon 810, da Monsanto) - Hungria (milho Mon 810, da Monsanto) - Grécia (colza Topas 19/2, da Bayer, e milho Mon 810, da Monsanto) - "Luxemburgo (milho Bt-176, da Syngenta, e Mon 810, da Monsanto). Os três OGMs (Mon 810, Mon 863 e NK 603) "são aprovados para consumo animal e humano sobretudo na União Europeia e nos Estados Unidos", esclarece Séralini. "Na União Europeia, só o Mon 810

aquecimento começaram muito antes dos recentes relatórios das Nações Unidas. Em 1827, o matemático e físico francês Jean Baptiste Fourier fez essa observação, corroborada em 1859 pelo irlandês John Tyndall e, em 1896, pelo químico sueco Svante Arrhenius (Prêmio Nobel de Química em 1903). Arrhenius apontou a queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) como produtora de dióxido de carbono (CO2) e calculou que a temperatura de Terra aumentaria 5º C com o dobro de CO2 na atmosfera.

ONU: famílias menores ajudarão o clima Se as famílias decidirem ter menos filhos ajudarão de maneira significativa na redução dos gases que geram efeito estufa. Relatório da ONU afirma que uma redução de 1 bilhão de pessoas em relação à população estimada para 2050 (10,5 bilhões), representaria uma diminuição das emissões equivalente à que se alcançaria se todas as usinas de carvão fossem substituídas por energia eólica.

Principais produtores de OGMs no mundo Em milhões de hectares, em 2008

Estados Unidos ..................... 62,5 Argentina .................................... 21 Brasil ........................................ 15,8 Índia ........................................... 7,6 Canadá ....................................... 7,6 China .......................................... 3,8 Paraguai ..................................... 2,7 África do Sul ............................ 1,8 Uruguai ...................................... 0,7 Bolívia ........................................ 0,6 Filipinas ...................................... 0,4 Austrália ..................................... 0,2 México ....................................... 0,1 Espanha ..................................... 0,1 Fonte: Comissão Europeia

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Nos EUA, população adere à reciclagem A população aderiu em massa à lei que torna obrigatória a reciclagem e a compostagem do lixo na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, com multa de US$ 500 para quem desobedecer. A quantidade de resíduos destinados à compostagem aumentou de 400 para 500 toneladas por dia e lixeiras verdes foram distribuídas para recolher os restos de comida. Alertas já duram dois séculos Os alertas sobre o risco de

Geral

Destaque para o papel da mulher O relatório da ONU defende ainda a necessidade de se debater os efeitos do crescimento populacional obser vando que o acesso da mulher ao planejamento familiar poderá ter um impacto muito positivo no combate às mudanças no clima e enfatizando que a discussão está centrada apenas no desenvolvimento de tecnologias e na obtenção de financiamento para diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

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Depois de Copenhague, ONU discutirá diversidade biológica em Curitiba Curitiba também receberá autoridades ambientais de 16 países para comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade Algumas das maiores autoridades ambientais do planeta, entre elas o algeriano Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, o biólogo e documentarista canadense Jean Lemire e a sula-fricana Kobie Brand, diretora do Conselho Internacional para as Iniciativas Ambientais Locais, estarão na capital paranaense de 6 a 9 de janeiro para a segunda Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, organizada pelas Nações Unidas.

Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU

Será o primeiro grande encontro internacional sobre meio ambiente após o encerramento da Conferên-

cia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), em Copenhague, na Dinamarca. "Vamos avan-

çar nas discussões sobre biodiversidade urbana e cidades sustentáveis, tema que será levado à próxima COP, em Nagoya, no Japão", explica o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que abrirá a reunião. O encontro na capital também marcará o início das comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade. A indicação de Curitiba partiu de Djoghlaf. "A escolha reforça a importância de Curitiba na discussão de temas ambientais", diz Richa. Já confirmaram pre-

sença 43 autoridades de 16 países, entre elas, o miinistro do Desenvolvimento de Cingapura, Mah Bow Tan, e a secretária do Meio Ambiente do México, Martha Delgado Peralta. O Brasil será representado por Izabella Teixeira, secretáriaexecutiva do Ministério do Meio Ambiente.

SERVIÇO 2ª Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, organizada pela ONU 6 a 9 de janeiro Parque Barigui, Curitiba

IAP elege áreas de preservação mais urgente Levantamento das áreas de preservação, priorizará a conservação e recuperação da biodiversidade no Paraná O governo estadual apresentou no início deste mês, um estudo inédito sobre a biodiversidade paranaense, realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a ONG The Nature Conservancy (TNC) para reverter o processo de desaparecimento do que resta da sua floresta de araucárias, além de recuperar as matas ciliares ao longo dos grandes rios. O mapeamento das florestas do estado indica as áreas prioritárias para a conservação, pois são florestas estratégicas por conterem rios importantes, como Iguaçu, Piquirí e Ivaí, e as serras do Mar, e de São Luiz do Purunã, que são interligadas por meio dos chamados corredores ecológicos que devem ser preservados no Estado. Com o mapeamento, a primeira fase em campo será na região da

Mapa destaca locais que mais demandam conservação como entornos de rios e serras

floresta com araucária, ambiente extremamente ameaçado no Paraná. Apenas 2,4% do estado estão efetivamente protegidos, e o pinheiro representa apenas 0,3% deste total. Os dados são fruto de um

estudo feito em conjunto entre órgãos governamentais e sociedade civil. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) produziu o primeiro mapeamento, por meio do Programa Probio. Em parceria com a

TNC, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e IAP cruzaram os dados obtidos no estado com as informações federais, formalizando um diagnóstico sobre a situação da fauna e da flora, apontando as prioridades de conservação. "Com esse mapeamento iremos orientar sobre a localização mais adequada para novos parques ou estações ecológicas, por exemplo" disse o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko. Entre as ferramentas disponíveis para conservar áreas importantes estão a criação e manutenção de Áreas Protegidas de Proteção Integral, a criação de reservas Particulares de Patrimônio Natural, incentivos à manutenção e restauração da Reserva Legal, e proteção e recuperação de áreas de Preservação Permanente.


Projetos

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Informe da Câmara Municipal

Curitiba ganhará observatório de práticas sustentáveis Uma emenda proposta pelo vereador Jonny Stica (PT) permitirá a instalação do Observatório Municipal de Práticas Ambientais em Curitiba. "Será um espaço experimental em que iniciativas sustentáveis, em especial de construções sustentáveis, poderão ser testadas por estudantes, profissionais da área e sociedade como um todo", explica Jonny. A ideia é que a prefeitura realize convênios com universidades para que os alunos elaborem estudos no local. A emenda, aprovada na Lei Orçamentária Anual (LOA) pela Câmara de Curitiba, no valor de R$ 200 mil, é dirigida à Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Segundo Stica, a construção do Observatório também permitirá a revitalização do eixo de animação da rua João Negrão, nas proximidades

do Teatro Paiol, onde deverá ser instalado. "É um passo significativo para o desenvolvimento de políticas urbanas sustentáveis, criando mecanismos para preservar e proteger o meio ambiente através de políticas que atenuem os impactos ambientais", avalia. CONCURSO A iniciativa ainda prevê um concurso arquitetônico que será realizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), com uma premiação de R$ 50 mil. "É uma inovação que garantirá a qualidade do projeto a ser implantado, seguindo uma tendência mundial", explica o parlamentar, comentando que "o IAB é uma associação civil, sem fins econômicos, que tem se destacado por realizar eventos em prol do desenvolvimento sustentável e,

lhado verde, solar, telhado verde, construção com materiais sustentáveis (como caliça), utilização de energia passiva, entre outros.

por isso, foi escolhida para capitanear o concurso." O observatório será uma construção de aproximadamente 100 metros quadrados onde serão postas em prática iniciativas como captação e reuso de água da chuva, aquecimento hidráulico solar, te-

OUTRAS EMENDAS Na área de saúde, o vereador garantiu R$ 84 mil para a compra de um microscópio cirúrgico para o Serviço de Neurocirurgia do Centro Cirúrgico do Hospital Universitário Cajuru. Também destinou R$ 75 mil ao Hospital de Caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba para a compra de um aparelho de anestesia. Jonny Stica garantiu R$ 6 mil para a construção de ciclovia compartilhada nos dois lados da rua Carlos Wellner, no bairro Orleans, e R$ 35 mil para a instalação de uma academia ao ar livre na praça Guanabara, no bairro Água Verde.

Estudo mostra Curitiba modelo para o turismo O relatório divulgado pelo Ministério do Turismo que aponta que, nos aspectos sociais e ambientais, Curitiba é a capital brasileira mais bem preparada para receber turistas foi destacado, na Câmara Municipal, pelo vereador Mario Celso Cunha (PSB), líder do prefeito. O relatório, que se chama Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Nacional, mostra que a capital ficou em segundo lugar na média geral entre as capitais e empatou com Belo Horizonte, destaque em Marketing e Monitoramento. A capital campeã foi São Paulo. O vereador destacou a importância da conquista, atribuindo-a à uma política de gestão do prefeito Beto Richa, que efetivamente prioriza os dois setores. "São inúmeras as ações da prefeitura, tanto para dar atendimento à questão social, inclusive através de preservação do meio ambiente e amplia-

ços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketing e promoção, políticas públicas, cooperação regional, economia local, capacidade empresarial, aspectos sociais, aspectos ambientais e monitoramento.

ção de áreas verdes", ressaltou. IMPORTÂNCIA Mario Celso disse que o Ministério considera o estudo e seus resultados como uma ferramenta fundamental de planejamento para futuro do setor no Brasil, que deverá auxiliar o País no fortalecimento do

turismo, especialmente em função da Copa do Mundo, onde Curitiba será uma das sub-sedes e dos Jogos Olímpicos. O estudo, que resulta da pesquisa de campo realizada pela FGV entre abril e outubro, avalia 13 quesitos, a saber: aspectos culturais, infraestrutura geral, acesso, servi-

Brasil

INSTITUTO MUNICIPAL "Sob o comando de Juliana Vellozo Almeida Vosnika, graduada em Economia e especialista em Gestão Estratégica de Empresas Turísticas, o Instituto Municipal de Turismo tem realizado um competente trabalho no setor", ressaltou o líder do prefeito. A secretaria coordena as feiras de artesanatos, antiguidades e artes plásticas. Além do Viaje Curitiba, o Instituto já tem um grande planejamento visando a Copa do Mundo 2014, com uma série de programas para receber turistas do mundo todo. Graças a boa divulgação na área do turismo, a cidade de Curitiba já é reconhecida como a Capital do Natal.

Prefeitura do Rio lança meta para reduzir em 8% as emissões na cidade O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou, do lançamento do Rio Sustentável - a Política Municipal de Mudanças Climáticas, elaborada pela Prefeitura do Rio. A política estabelece pela primeira vez na história da cidade uma meta para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. A proposta é diminuir em 8% a emissão até o ano de 2012 e estabelecer ainda um novo indicativo de 16% para 2016 e outro de 20% para 2020. Para atingir a meta de 8% e tornar a cidade mais sustentável, o prefeito do Rio, assinou seis decretos e firma um contrato com a Coppe UFRJ para a realização de um novo inventário de emissões de CO2. O prefeito assinou também um protocolo de intenções com Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Fundação Brasilei-

ra de Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e Rio Como Vamos para uma ação integrada de mobilização de toda a sociedade. "Com essa meta de redução das emissões de CO², o Rio dá exemplo que é orgulho para todos nós", disse o ministro defendendo a mobilização social, de empresários

e ambientalistas para mudanças de "padrões de consumo" que possibilitem atingir essas metas. Durante a apresentação do programa feita pelo vice-prefeito do Rio e secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, o prefeito Eduardo Paes ressaltou que se trata de um projeto re-

alista comprometido com a redução "naquilo que é possível", com ações de reflorestamento, instalação de transporte sobre trilhos e criação de aterros sanitários. A Política Municipal de Mudanças Climáticas do Rio foi apresentada pela Prefeitura em Copenhague, na Dinamarca, durante a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Cop-15), que será realizada de 7 a 18 de dezembro. Ainda participaram da solenidade a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Khan; o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre; o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa; e a secretaria do Ambiente do Rio, Marilene Ramos.

MMA anuncia ranking de emissões de carros fabricados em 2009 O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou a nova versão da Nota Verde, que classifica os carros de passeio do País, fabricados em 2009, de acordo com suas emissões de CO2 e outros poluentes - substâncias que favorecem o aquecimento global e afetam a saúde humana. Diferentemente da primeira versão (anunciada em setembro), que atribuiu notas numéricas aos modelos de 2008, desta vez são utilizadas estrelas - de uma a cinco - para demonstrar os níveis de emissões de gases poluentes e do efeito estufa. Quanto maior o número de estrelas, mais eficiente é o veículo. Ou seja, menor o índice de emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono. "O objetivo da Nota Ver-

de é orientar o consumidor. Queremos que o consumo consciente cresça cada vez mais, e que assim seja criada uma concorrência positiva entre as montadoras, para que produzam carros mais eficientes", disse Carlos Minc. De acordo com o ministro, a nova forma de classificação dos veículos foi "bastante debatida" em um grupo de trabalho que reuniu, além do MMA, o Ibama, Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) e Petrobras. Segundo ele, o ranking atual obteve mais consenso que o primeiro e "está mais claro para o consumidor". A lista reúne cerca de 400 modelos de veículos de passeio fabricados no ano de 2009 - inclusive alguns impor-

tados. Vinte e dois modelos ganharam cinco estrelas, todos eles com motores flex (movidos tanto a álcool quanto a gasolina). Os últimos colocados são modelos a gasolina e com motores mais potentes, acima de 2.0. No critério adotado para classificar os veículos, 3 estrelas são relativas aos poluentes CO, NMHC e NOx, e 2 relativas ao CO2. "Os carros que utilizam álcool já ganham automaticamente uma estrela, porque o CO2 liberado é absorvido no processo de cultivo da cana", explicou o ministro. Para Paulo Macedo, coordenador do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve/ Ibama), responsável pelas medições, a nova forma de classificação se tornou "mais rigorosa e justa".

O ministro acredita que a Nota Verde terá reflexos no clima, na saúde e também no bolso do consumidor, que, guiado pelo ranking, poderá optar por adquirir veículos mais eficientes, que consomem menos combustível e poluem menos. "Essas estrelinhas vão pegar!", comemorou. Segundo Minc, em 2010 ainda devem ser feitos outros aprimoramentos ao instrumento, como a inclusão de motos, ônibus e caminhões. Para a secretária de Mudanças Climáticas do MMA, Suzana Kahn, que também participou da coletiva, a Nota Verde é uma forma de a população se engajar na questão do clima, que será discutida em Copenhague (Dinamarca), mês que vem, na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-15.

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O peso do boi na mudança do clima Importante fonte de renda para o Brasil, a pecuária responde por metade da emissão dos gases causadores do efeito estufa liberados no país, e a abertura de novas pastagens ocupa três quartos da área de desmatada na Amazônia e 56,5% no Cerrado. Esses dados, apresentados na conferência do clima em Copenhague, constam de estudo coordenado por Mercedes Bustamente, da UnB; Carlos Nobre, do Inpe; e Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra. O pesquisador Roberto Smeraldi observa que se a carne tivesse que pagar o dióxido de carbono que libera, sua produção se tornaria inviável. No entanto, diz ele, a adoção de boas práticas permite reduzir as emissões "e vender o CO2 poupado no mercado de emissões por um preço superior ao da carne. O frigorífico pode fazer mais dinheiro vendendo redução de carbono do que vendendo a própria carne". Um quilo de carne gera 300 de gás Segundo os cálculos de Smeraldi, 1 kg de carne industrializada gera 300 kg de gás estufa. "Esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono. É mais do que o custo da própria carne por quilo no atacado (o quilograma do dianteiro custa R$ 3,60; do traseiro R$ 5,90)", observa o pesquisador. Cientistas brasileiros sequestram CO2 Principal responsável pelo aquecimento global, o dióxido de carbono poderá ser transformado em insumo industrial, mediante o uso de esferas de cerâmica que filtram o gás nas chaminés das fábricas. A novidade foi anunciada por dois químicos da UFMG - Jadson Belchior e Geraldo Lima. Os cientistas dizem que a invenção demonstrou, de início, ser capaz de sequestar 40% do gás carbônico emitido pela queima de combustíveis, mas eles esperam chegar a 60% na segunda fase da pesquisa.


Litoral

Aconteceu

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Definida como será a coleta de lixo na temporada Caminhões irão recolher os resíduos diariamente nas áreas centrais de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná O governo do estado mais uma vez será o responsável pela coleta de lixo no Litoral durante a temporada. E já definiu os horários em que será feita a coleta. Três empresas paranaenses foram as vencedoras das licitações dos três lotes. Ao todo, 40 caminhões farão a coleta do lixo doméstico e reciclável. O investimento é de R$ 5,2 milhões. As cidades que fazem parte do primeiro lote de coleta são Pontal do Paraná e Paranaguá, além da Ilha do Mel, e a empresa responsável será a Paviservice. Já o segundo lote é composto pelo município de Guaratuba, que terá o lixo recolhido pela Transresíduos. E do terceiro lote fazem parte Antonina, Morretes e Matinhos, e a empresa que fará a coleta será a Sotil. Ficou definido que os caminhões irão recolher os resíduos diariamente nas áreas centrais de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná. Já nos bairros mais afastados e nas outras cidades a coleta será feita em dias alternados.

O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, afirmou que pode até haver coleta de lixo em duas oportunidades no mesmo dia nos pontos em que ocorrer maior acúmulo de lixo, para evitar que os resíduos se acumulem e que ocorreram os mesmos problemas da temporada passada A orientação para os veranistas é para que coloquem o lixo para fora dos imóveis entre 18 e 6 horas, visto que a coleta começará às 6 horas. Dessa forma, o lixo não ficará espalhado pelas calçadas nos horários em que não houver o recolhimento. "Pedimos que as pessoas não deixem os resíduos no chão, evitando o acesso de animais e que o lixo transborde para rua", afirmou Rasca, em entrevista à Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo estadual. LIXO RECICLÁVEL Com relação ao lixo reciclável, a coleta será feita em Matinhos, Guaratuba,

Pontal do Paraná e Paranaguá das 6h30 às 16 horas. A coleta dos materiais recicláveis será feita seis vezes por semana. A orientação para a população é para que coloque esses materi-

ais em sacolas com cores diferentes das que são colocados os resíduos domésticos. Os materiais recicláveis também poderão ser entregues aos 586 agentes ambientais que fazem par-

te do programa Nossa Praia é Limpeza. O veranista que tiver dúvidas pode ligar para as empresas que farão a coleta ou para o Instituto Paranaense das Águas (Suderhsa), que - em conjunto com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) - administra a coleta. Paviservice (Paranaguá, Pontal do Paraná e Ilha do Mel) - (41) 7813-9189 Transresíduos (Guaratuba) - (41) 3472-2825 Sotil (Morretes, Antonina e Matinhos) - (41) 3473-0333 Instituto Paranaense das Águas (Suderhsa) - (41) 9217-1218

Veja os dias em que será feita a coleta seletiva nas praias: MATINHOS Segunda-feira: Centro / Caiobá / Vila Nova e Tabuleiro Quarta-feira: Centro/ Caiobá / Balneários Quinta-feira: Centro / Caiobá. No período da tarde: Pneus / Vidro / Bicicletarias Sexta-feira: Centro / Caiobá / Cohapar / Mangue Seco Sábado: Centro e Caiobá Domingo: Centro / Caiobá / Ruas Bandeirantes, JK, Sertãozinho e Cambará GUARATUBA Segunda-feira: Centro Norte / Mirim /Caieiras / Centro Sul Quarta-feira: Centro Norte / Centro Sul Quinta-feira: Centro Norte / Cohapar / Rodoviária Sexta-feira: Piçarras / Centro Sul

Sábado: Centro Norte / Centro Sul Domingo: Barra do Saí / Coroados / Nereidas / Eliane/ Estoril PONTAL DO PARANÁ Segunda-feira: Monções / Guaraguaçú / Praia de Leste Quarta-feira: Canoas / Santa Terezinha / Porto Fino / Guarapari Quinta-feira: Ipanema / Leblon / Grajaú / Olho D'Água / Marissol Sexta-feira: Carmery / Shangrilá / Barrancos / Atami I e II Sábado: Vila Nova / Pontal do Sul / Ponta do Poço / Porto do Embarque Domingo: Calçadão de Praia de Leste / Calçadão de Ipanema / Orla Marítima Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema)

Você sabia? No meio-ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação progressiva de resíduos a produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que exigiria o corte de mais árvores; as emissões de gases como metano e gás carbônico; as agressões ao solo, ar e água; entre outros tantos fatores negativos.

No aspecto econômico a reciclagem contribui para a utilização mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de re-aproveitamento. No âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida para as pessoas, através das melhorias

ambientais, como também tem gerado muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas mais pobres. No Brasil, a cidade que mais recicla seu resíduos é Curitiba: atualmente, 20% de todo os resíduos produzidos - cerca de 450 toneladas por dia são reciclados na cidade.

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Meio ambiente - retrospectiva 2009 O meio ambiente foi um dos assuntos mais discutidos em 2009. O debate sobre a questão ocupou todos os países do mundo. No Brasil, as leis ambientais ocuparam o centro das atenções do setor agropecuário. Aquecimento global, derretimento das geleiras, elevação do nível dos oceanos, secas prolongadas. Os problemas que ameaçam o futuro do planeta se agravaram em 2009. Em Copenhague, 192 países se reuniram para discutir a poluição no mundo. Mais do que nunca, o meio-ambiente se tornou uma preocupação global. No Brasil, na escadaria de problemas dos produtores rurais, a questão do meio ambiente subiu mais um degrau em 2009. Com

Amazônia legal

código também exige que a propriedade tenha registrada em cartório a chamada "reserva legal". O limite varia de acordo com as regiões. Nas áreas de floresta dentro da Amazônia legal, os agricultores são obrigados a deixar 80% da propriedade como reserva.

Cerrado goiano

a pressão para a mudança do Código Florestal e a regulamentação dos crimes ambientais. A norma vigente não permite o cultivo de lavouras nas várzeas, topos de morro e encostas com declive acima de 45º. A proibição deixa em situação irregular culturas tradicionais como o arroz irrigado do Rio Grande do Sul e os cafezais do sul de Minas. Além dessas questões, o

Nas regiões de Cerrado, ainda dentro da Amazônia legal, o limite é 35%. No restante do país, 20%. Para viabilizar a produção, alguns estados acabaram criando leis próprias. Santa Catarina, por exemplo, aprovou em abril o seu próprio código. Por essa lei, a faixa mínima de mata ciliar ao longo dos rios cai para cinco metros. O código federal exige um mínimo de 30 metros.

O Ministro do Meio Ambiente foi veemente na crítica. "É um péssimo exemplo para o Brasil se cada estado resolver que a lei federal não se aplica no seu estado. Então, nós vamos ter uma república da devastação". As enchentes em Santa Catarina, no Espírito Santo e agora em São Paulo, revelam catástrofes ambientais cujas origens podem ser atribuídas ao aquecimento global e ao desmatamento. O surto da gripe suína que matou mais de 11.516 pessoas no mundo, das quais cerca de 1 600 no Brasil, o maior apagão da história desse país que afetou dezoito estados e 88 milhões de pessoas foram fatos marcantes de 2009. Agora em dezembro, o

governo baixou um decreto que prorroga a data para o agricultor regularizar a propriedade. O prazo que vencia em dezembro deste ano passou para junho de 2011. O decreto não abordou porém as questões polemicas do código, como explicou o ministro da Agricultura, Reinhold Stéphanes. "Nós também temos questões topo de morro, questões várzeas, questões de encostas e nós temos outras questões que são fundamentais. Alguns problemas em termos de recomposição das florestas em beiras e rios, de riachos. Então são questões práticas que evidentemente terão que continuar em termos de discussões".

Ministro da Agricultura, Reinhold Stéphanes

O governo promete mandar para o Congresso uma proposta de alteração do Código Florestal. O Deputado Moacir Micheletto (PMDB/PR) acha que agora a Câmara vai ter tempo de discutir melhor o assunto. "Tem por obrigação o

Santa Catarina novamente castigada pelas enchentes

parlamento brasileiro apresentar uma lei que venha definir, que seja definitiva, uma lei que venha dar tranquilidade, aquele que está produzindo e dar tranquilidade aquele que quer preservar". Em Copenhague, os países que se reuniram para discutir o combate ao aquecimento global não chegaram a um acordo. Os líderes mundiais já estavam longe quando manifestantes, em um frio abaixo de zero, lembravam o fracasso de Copenhague. Os Estados Unidos, que só agora se juntaram ao esforço para reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, apresentaram metas muito pequenas. Uma decepção. Já o Brasil que como país em desenvolvimento não tinha obrigação de agir anunciou metas fortes de reduções e em uma tentativa de destravar as negociações o Presidente Lula prometeu colocar dinheiro em um fundo global. "Vou dizer em público uma coisa que eu não falei ainda no meu país, a minha bancada, nem ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países" Copenhague não foi o fim, apenas mais uma parada no caminho que começou no Rio de Janeiro em 1992. Ficou para o México, em 2010, a definição de quanto será o corte das emissões de gases que provocam o efeito estufa até 2050 para evitar que cheguemos até o fim do século com o aumento de mais de 2 graus na temperatura do planeta.


Encontro

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Copenhague: muita expectativa e resultados decepcionantes Estados Unidos, China e Índia foram os países que mais ganharam com os resultados decepcionantes da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, de 7 a 18 de dezembro. Também as empresas ligadas ao petróleo e ao carvão ficaram satisfeitas com o que viram, e seus lóbis não precisaram fazer muito esforço durante as negociações, a tal ponto os dirigentes desses países, entre os que mais poluem, adotaram em suas posições argumentos econômicos semelhantes. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou ao seu país com o que queria: poucos compromissos e sobretudo nenhuma obrigação. O último a chegar em Copenhague, pareceu conduzir as negociações, ajudado por Hillary Clinton e seu negociador Todd Stern. Em compensação, Obama perdeu muito crédito na Europa, sobretudo diante da sociedade civil e das ONGs (organizações não governamentais), que depositaram nele muita esperança, antes do início da conferência. O fracasso da cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas) também é atribuído pelas ONGs ambientais à intransigência da China, que não quis ceder em relação aos controles das emissões de gases de efeito estufa em seu território por entidades externas. Junto com a Índia, esse país colocou o crescimento econômico como uma de suas prioridades e, como o acordo final não obriga os países a cumprirem metas de redução de gases de efeito estufa, Pe-

Representantes do Brasil no encontro

quim e Nova Délhi se saíram bem.

Entre os maiores perdedores estão os estados for-

mados por ilhas, como Tuvalu, situado no centro da

Oceania, no oceano Pacífico, e as Maldivas, localizadas no oceano Índico, a sudoeste da Índia, que correm o risco de desaparecer com a elevação do nível dos oceanos em conseqüência do aquecimento global. E a maioria dos estados africanos, que já vivem o descontrole do clima. Com a elevação das temperaturas médias de 2 graus centígrados, 55 milhões de pessoas a mais podem enfrentar a fome e 350 a 600 milhões de pessoas suplementares não terão água para beber, segundo os cálculos dos cientistas.

Doze dias para passar da esperança à desilusão Segunda-feira, 7 de dezembro. A 15ª Conferência da Mudança do Clima da ONU (COP-15) começa numa atmosfera de muito otimismo. Quarenta e cinco mil pessoas são credenciadas, com uma expectativa enorme. Terça-feira, 8. A presidência da convenção, exercida pelo país anfitrião, a Dinamarca, comete o primeiro equívoco: o seu projeto de acordo, revelado pelo jornal inglês The Guardian, não é aceito pelo grupo dos países em desenvolvimento, o G77, que acusa a Dinamarca de "falta de transparência" e de parcialidade em favor dos Estados Unidos. A batalha dos textos começa. Sábado, 12. Mais de 50 mil pessoas, vindas de todas as partes do mundo, se manifestam pacificamente nas ruas de Copenhague pedindo aos dirigentes um acordo ambicioso. "Não existe plano B" e "Mudar o sistema e não o clima" são os principais slogans dos manifestantes. Dentro do Bella Center, o local onde se realiza a conferência, a China se insurge

contra a ausência de menção à reunião do protocolo de Kyoto nos documentos oficiais do encontro. Eles só se referem à COP 15 e não citam a CMP 5, conferência do protocolo de Kyoto. Esse protesto deveria ter sido levado mais a sério, segundo as ONGs. O futuro do protocolo de Kyoto será um dos pontos centrais dos debates dos dias seguintes. Domingo, 13. A presidente da conferência, a dinamarquesa Connie Hedegaard, antecipa a vinda a Copenhague de alguns ministros dos cinco continentes, que ela reúne a portas fechadas num hotel. A iniciativa é mal vista pelos delegados dos outros países, que denunciam um desrespeito aos procedimentos normais das negoci-

Turismo

ações internacionais. Segunda-feira, 14. O malestar e a desconfiança se instalam. O grupo dos países africanos se dirige à presidência para exigir que reintegre na discussão o texto sobre o protocolo de Kyoto, que ela tentou eliminar. Para esses países, esse texto é a única garantia de que os países desenvolvidos vão assumir compromissos obrigatórios. Depois de várias horas de interrupção da sessão, Connie Hedegaard encaminha a petição. Terça-feira, 15. Ban Kimoon, secretário-geral da ONU, abre a sessão ministerial. Já se sente um cheiro de fracasso nos corredores do Bella Center. Os incidentes de procedimento se multiplicam, e as discussões sobre os temas prin-

cipais não evoluem. Hedegaard já admite: "A conferência pode não dar certo". Quarta-feira, 16. As ONGs, que contribuíram com os cientistas para fazer da conferência um acontecimento mundial, começam a ser excluídas dos debates. A secretaria reduz drasticamente o número de credenciamentos, para dar lugar às delegações presidenciais e com medo de manifestações. Dos 20 mil representantes de ONGs credenciados, somente 90 serão admitidos nas sessões de sexta-feira. Começa a corrida aos crachás: alguns governos fazem entrar discretamente membros de ONGs em suas delegações. Os ministros se irritam: o tempo passa e eles não têm texto para negociar. Chegam os primeiros chefes de Estado. Quinta-feira, 17. No início da tarde, a Dinamarca resolve distribuir aos ministros dos 193 países dois textos cheios de parênteses, preparados pelos negociadores técnicos. Os chefes de Estado começam a falar na tribuna. Quando chega sua vez, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pede uma reunião urgente de um grupo de países

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LITORAL

O litoral paranaense surpreende o visitante pela diversidade de atrativos Berço da civilização paranaense, Paranaguá oferece atrações inusitadas pela sua vocação portuária, histórica, gastronômica, artesanal e pelos passeios de barco pelas ilhas próximas. Antonina, cidade bucólica que oferece alternativas históricas, culturais e ecoturísticas a quem a visita. Vale a pena visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar e o Theatro Municipal construído no século XIX. Nos eventos culturais tradicionais da cidade destacam-se o carnaval de rua e o Festival de Inverno. Para os amantes do ecoturismo, Antonina oferece boas opções como rafting no rio Cachoeira ou trekking até o Pico Paraná, com 1.877 metros , o mais alto da Região Sul. Localizada às margens do Rio Nhundiaquara, Morretes é rica em belezas naturais e famosa pela cachaça produzida em alambiques de forma natural e pelo barreado, destaque da

Um inesquecível passeio de trem

culinária local. Morretes oferece boas opções geoturísticas, como caminhadas até o Salto dos Macacos, com 70 metros de altura, ou a prática de trekking, rapel, montanhismo, flooting e o tradicional bóiacross nas corredeiras do Rio Nhundiaquara. Guaraqueçaba é a porta de entrada para uma das maiores reservas de Mata Atlântica do país, considerada Reserva da Biosfera pela Unesco, onde encon-

A paradisíaca Ilha do Mel

CATARATAS DO IGUAÇU

tram-se espécies raras da fauna e da flora, como o papagaio-da-cara-roxa e o mico-leão-da-cara-preta. Sua maior atração ecoturística é a Reserva Natural Salto Morato, linda queda d'água de 130 metros de altura que pertence a Fundação O Boticário. A Ilha do Mel, tombada pelo Patrimônio Artístico e Histórico do Paraná tem 95% de sua área formada por ecossistemas de restinga e Flores-

Morretes: importante cidade histórica de nosso litoral

ta Atlântica, o que a elevou à categoria de Estação Ecológica em 1982. Sua área, em torno de 2.760 hectares, abriga 25 belas praias e algumas

Ponta da Pita é uma das atrações de Antonina

construções históricas como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres e o Farol das Conchas , quer remontam ao século XVIII.

Guaraqueçaba, um santuário ecológico

Uma das maravilhas da natureza é o destino do mundo


Turismo

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Diversidade do turismo paranaense O Paraná apresenta um amplo e diversificado conjunto de atrações turísticas que surpreende e encanta à todos que nos visitam. O Jornal Meio Ambiente mostra alguns desses roteiros para você aproveitar bem as suas férias. CURITIBA Privilegiada pelas iniciativas inovadoras que se tornaram modelo bem sucedido para outras metrópoles, Curitiba, conhecida como "Capital Ecológica", oferece inúmeras atrações para seus visitantes. Ostentando um dos melhores índices de qualidade de vida do país, possui uma invejável área verde - são 55,09 m² por habitante, média três vezes superior ao recomendado pela Organização das Nações Unidas - Curitiba, por suas inovações urbanas, sua cultura e gas-

Linha Turismo percorre 24 pontos turísticos de Curitiba

tronomia, é roteiro obrigatório para quem visita nosso Estado. O centro histórico, os parques, o zoológico, o Jardim Botânico, o Museu Oscar Niemeyer, o Teatro Guaíra, o bairro gastronô-

REGIÃO METROPOLITANA

São muitas as atrações na região metropolitana de Curitiba

Entrada da gruta de Bacaetava, em Colombo

No município de Colombo, na Grande Curitiba, se desenvolve o Circuito Italiano de Turismo Rural onde, por entre pequenas propriedades rurais com características essencialmente europeias - é uma das maiores colonias italianas do Paraná - o visitante tem contato direto com a natureza e com as tradições dos colonizadores. Também em Colombo encontra-se o Parque Municipal de Bacaetava,

área verde com 173.000 m² onde está localizada a gruta que é famosa por suas formações calcárias. As cavernas do Parque Estadual de Campinhos, no município de Tunas do Paraná e o Circuito da Natureza em Almirante Tamandaré onde está localizado o Parque Aníbal Khury, o maior parque urbano do sul do País, com 220 hectares, são outras opções de lazer para seus visitantes.

mico de Santa Felicidade são algumas das atrações que fazem de Curitiba uma cidade referência no âmbito nacional. Linha Turismo - Um passeio muito especial para mostrar as atrações naturais

Parque Barigui

(parques e bosques), culturais e de lazer da cidade é a Linha Turismo, ônibus de dois andares que percorre 44 quilômetros visitando os principais pontos turísticos da capital. Funcionando de terça-feira à domin-

go, das 9:00 às 17;30 horas, os ônibus da Linha Turismo partem a cada meia hora da Praça Tiradentes, possibilitando aos passageiros três desembarques em algum ponto que deseja conhecer melhor.

ROTA DOS TROPEIROS Chamado de caminho da Integração, a Rota dos Tropeiros envolve cidades que fazem parte da região dos Campos Gerais e vizinhanças, integrados por 16 municípios que hoje fazem parte do caminho original utilizado pelos tropeiros no século XVIII. São inúmeras as possibilidades de lazer e entretenimento que a Rota proporciona, em especial aos amantes dos esportes radicais como rafting, rapel, trilhas, trekking e cavalgadas. O caminho que outrora permitiu a circulação de riquezas, hoje está transformado em

Encontro

eixo de turismo onde não faltam atrativos. Em Ponta Grossa, o Parque Estadual de Vila Velha, com suas esculturas de pedra esculpidas pela Cânion de Guartelá ação das chuvas e dos ventos durante mi- dos esportes radicais. Outra grande atração enlhares de anos, e que se transformaram em surpreendentes contra-se na divisa dos munie curiosas figuras, a Lagoa cípios de Castro e Tibagi, o Dourada e o Buraco do Pa- Parque Estadual de Guartelá, dre, anfiteatro subterrâneo com área de 798,9 hectares de embelezado por imponente natureza exuberante onde estão preservados exemplares cascata. Em Castro, o ecoturismo da vegetação mais antiga do é o maior atrativo pelas gru- Paraná numa mistura de camtas e cachoeiras que pos- pos, cerrado e matas de galesibilitam a prática rias. Destaca-se o sexto maior cânion do mundo com 32 km de extensão. Fundada por imigrantes ucranianos, Prudentópolis é conhecida como a terra das cachoeiras gigantes e percorrer as trilhas estreitas e pedregosas em busca da beleza das quedas d'água é um dos atraAs curiosas formações rochosas de Vila Velha tivos do lugar.

representativos para que se encarreguem de formular, em forma de declaração política, as bases de um acordo. O pedido, feito também pela União Europeia, é aceito. A reunião ocorre às 23 horas, no Bella Center, depois de um jantar na residência da rainha da Dinamarca. Vinte e seis países são indicados para compor o grupo. Seus representantes trabalham a noite inteira para redigir um esboço de acordo. Mas as divergências são muito grandes e o grupo não chega a elaborar um texto que atenda os diversos interesses. Sexta-feira, 18. Os chefes de Estado e de governo, trancados numa sala no primeiro andar do Bella Center, rascunham eles mesmos o projeto de acordo. Várias versões se sucedem. Cada vez o texto se esvazia um pouco mais de sua substância. O confronto entre os Estados Unidos e a China predomina nas discussões, suspensas regularmente. No final da tarde, a China organiza uma reunião com a Índia e o Brasil, reunião à qual, segundo as versões, Barack Obama se convida ou é convidado. É nessa reunião que se chega a um entendimento sobre o controle dos compromissos relativos ao clima que os Estados Unidos exigem. Os principais pontos da declaração são acertados por volta das 21 horas. Os chefes de Estado saem. Pelas 22 horas, Barack Obama anuncia que um acordo "significativo" foi encontrado. Mas o texto demora a ser finalizado. Sábado, 19. Às 3 horas da madrugada, uma versão definitiva do texto é apresentada "para informação" na sessão plenária da conferência. Uma audiência tumultuada tem início, e vários países contestam a legitimidade do texto. Às 9 horas, depois de muitos insultos e tensões, a conferência das Nações Unias finalmente "toma nota" do acordo. Isto significa que ela não o aprova formalmente, mas permite sua aplicação. Alguns países, como Venezuela e Bolívia, anunciam que não vão assiná-lo.

O que o texto do "acordo de Copenhague" contém É reduzido o texto do "acordo" produzido no final da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Essa declaração política foi resultado de negociações de 26 países, conduzidas basicamente por Estados Unidos, Índia, China, Brasil e África do Sul. Ela não contém objetivos obrigatórios de redução das emissões de gases de efeito estufa, adiados para 2010, e não prevê a criação de uma instância internacional para monitorar o cumprimento dos compromissos de cada país. Uma elevação das temperaturas globais limitada a 2 graus Celsius No documento político negociado, os dirigentes políticos preveem a limitação do aquecimento global a 2 graus Celsius até 2050 em relação aos níveis préindustriais, o objetivo anunciado da conferência sobre o clima. Ele é menos ambicioso que o desejado pelos pequenos estados situados em ilhas, representados por Granada e as Maldivas, que defendiam com os países menos desenvolvidos uma elevação máxima de 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais. Ausência de objetivos de redução das emissões de CO2 O acordo não estabelece objetivos concretos de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2050. Para os países indus-

Copenhague, a cidade sede do encontro

trializados, os objetivos de redução de emissões de CO2 até 2020 serão fixados em janeiro, depois que cada um desses países "enviar à ONU por escrito" seus próprios compromissos, segundo o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Detalhes dos planos de mitigação estão em dois anexos do Acordo de Copenhague, um com os objetivos do mundo desenvolvido e outro com os compromissos voluntários de países em desenvolvimento importantes, como os do Brasil. De acordo com cálculos das Nações Unidas, a soma das promessas feitas publicamente por vários países levaria a uma elevação da temperatura média do planeta de 3 graus Celsius, muito além do objetivo desejado de 2 graus Celsius. Uma proposição anexa ao acordo convoca a comunidade internacional a firmar um tratado legalmente vinculante até o fim do próximo ano. Ajuda à adaptação dos países mais vulneráveis O texto diz que "os países desenvolvidos deverão promover de maneira ade-

quada (...) recursos financeiros, tecnologia e capacitação para que se implante a adaptação dos países em desenvolvimento". Uma soma de 100 bilhões de dólares ao ano será concedida aos países mais vulneráveis a partir de 2020 e financiamentos novos serão examinados com esse objetivo. Os Estados Unidos assumiram o compromisso de destinar 3,6 bilhões de dólares a esses países até 2012 para ajudá-los a se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. A União Europeia já havia prometido conceder 10,6 milhões de dólares nos anos de 2010, 2011 e 2012 e o Japão anunciou em Copenhague 11 bilhões de dólares em três anos. Monitoramento dos compromissos O acordo não prevê a criação de uma organização mundial que monitore o cumprimento dos compromissos de cada país, obrigando-o legalmente. O aspecto jurídico, ausente dessa declaração política, será debatido novamente em

7 Bonn, em encontro que será organizado pela Alemanha possivelmente em junho para preparar a próxima conferência sobre o clima do México, no final de 2010. Ponto de atrito principal, em razão sobretudo da negação chinesa em aceitar qualquer intervenção externa, a parte do texto sobre o monitoramento internacional do respeito aos compromissos assumidos é a mais longa do acordo. Ela determina que as economias emergentes devem fazer o balanço de seus esforços e enviá-los às Nações Unidas a cada dois anos. Controles internacionais são previstos para atender as exigências ocidentais de transparência, porém o texto garante o "respeito à soberania nacional". Uma maneira de afastar qualquer possibilidade de controle obrigatório.

Reunião da cúpula

Proteção das florestas O texto "reconhece a importância de reduzir as emissões produzidas pelo desmatamento e pela degradação das florestas" e prevê medidas que promovam "incentivos positivos" para financiar a proteção das florestas com recursos dos países desenvolvidos.


Destaque n

o

t

a

s

Natureza A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza - uma das principais financiadoras de projetos na área de conservação do país - destinou R$ 600 mil para apoiar 21 projetos de conservação da biodiversidade, em 2010. Eles serão desenvolvidos em ambientes marinhos e em cinco dos seis biomas brasileiros (Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia, Pampas e Cerrado) ao longo de um ou dois anos. Desde a sua criação, em 1990, a fundação investiu U$ 8,9 milhões em 1.197 projetos de 379 instituições em todo o Brasil. Os editais de apoio a projetos são abertos duas vezes por ano e as inscrições para o próximo vão até 31 de março. Podem concorrer ao financiamento pessoas jurídicas sem fins lucrativos.

Mata nativa O grupo norueguês Norsku Skog Pisa, que opera uma fábrica de papel para publicações em Jaguariaíva, pretende recuperar 1,3 hectares de Mata Atlântica na Serra do Mar paranaense, com o projeto Serra Nativa. A ação consiste em remover espécies exóticas, como pinus e braquiária, para dar espaço à regeneração natural da mata nativa.

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Audiência Pública revela importância de cuidado com ocupações no entorno do Aquífero Karst Deputado Cheida destaca papel da conscientização ambiental nesse processo Audiência Pública realizada pela Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, debateu medidas de proteção ao Aquífero Karst, que abrange 13 Municípios e detém grande potencial de abastecimento para a Região Metropolitana de Curitiba. No evento, proposto pela deputada Beti Pavin e do qual participaram mais de 120 pessoas, ficou flagrante a necessidade de medidas efetivas para a proteção do Karst, principalmente no sentido de disciplinar a ocupação de sua área. Ações antrópicas como pavimentação prejudicam a recarga do aqüífero pela chuva; ao mesmo tempo em que a urbanização desordenada aumenta o risco de contaminação das águas subterrâneas.

Outro risco levantado na Audiência está no desflorestamento, que contribui para uma queda drástica do nível freático, conforme alertou o presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, em sua exposição. Ao conduzir o evento, o deputado Luiz Eduardo Cheida, presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, registrou ser fundamental que o estímulo à Agricultura na região possa se dar sem o uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos. "É preciso que a gente caminhe na produção orgânica, na medida do possível". Segundo Cheida, essa e outras escolhas da população são decisivas para a proteção não só deste, mas de todos os recursos naturais, daí a necessidade de permanente consci-

Deputado estadual Luiz Eduardo Cheid

entização ambiental. "Estamos falando de um problema humano, o cuidado com a água e o que vamos deixar para esta geração e para todas as que virão". Uma das propostas colocadas na Audiência foi justa-

mente a de se instituir Educação Ambiental como medida compensatória ao uso do Aquífero Karst. Outra sugestão, de implantar o Pagamento por Serviços Ambientais, já é contemplada em Projeto de Lei de autoria do deputado Cheida. Como exemplo da viabilidade da proposta, ele citou o projeto Oásis, desenvolvido em parceria da Sanepar com a Prefeitura de Apucarana, que repassará ao dono da terra até R$ 105,00 por mês por nascente já protegida e que atenda as exigências legais para as áreas de preservação permanente. Parte dos recursos é custeada pela Sanepar, que aloca ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Apucarana 0,8% do que a empresa fatura na cidade.

Klabin projeta ampliar florestas no Paraná A Klabin está planejando expandir suas florestas, com prioridade para a unidade de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais. A expansão, anunciada ontem durante a apresentação do balanço trimestral da companhia, seria feita possivelmente a partir de 2010, por meio de parcerias com terceiros, e deve servir para fornecer matéria-prima a uma futura fábrica de celulose. O projeto, previsto para ter uma capacidade anual de 1,5 milhão de toneladas, pode ser implantado por volta de 2015. A expansão, segundo o diretor geral da Klabin, Reinoldo Poernbacher, tem relação com perspectivas mais otimistas do merca-

Unidade de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, terá prioridade na escolha

do para 2010, tanto na economia brasileira como na internacional, com aumento na demanda por

bens duráveis e não duráveis. A intenção, afirmou o executivo, é preparar a companhia para

Destaque

um novo ciclo de crescimento, promovendo maior geração de caixa e reduzindo o endividamento da empresa. A companhia não prevê, no entanto, aplicar apenas recursos próprios na expansão de florestas, que deve ser de 40 mil a 50 mil hectares. A maior parte dos recursos, conforme Poernbacher, viria de terceiros, em parcerias com a Klabin. Em relação à nova unidade de celulose, o executivo ressaltou que a produção seria mais focada no mercado externo. "É o desenvolvimento desse mercado que vai dizer se os investimentos nessa linha serão remunerados", ressaltou.

Amazônia perdeu 75 km2 de floresta no mês de novembro, diz Imazon O desmatamento da Amazônia em novembro atingiu pelo menos 75 km2 de floresta, de acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em relação a novembro de 2008, quando a derrubada foi de 61 km2, houve aumento de 21%. No acumulado de agosto a novembro --os quatro primeiros meses do calendário oficial do desmatamento-- a devastação já soma 757 km2, 29% maior que no mesmo período do ano passado, quando o acumulado foi de 586 km2. O dado confirma a tendência de crescimento do desmate na Amazônia registrada pelo Imazon em outubro. Desmatamento da Amazônia em novembro atingiu pelo menos 75 km2 de floresta, segundo dados divulgados hoje pelo Imazon Os números divulgados mostram que em novembro o Pará foi responsável por 69% do desmatamento, com 51 km2. O Amazonas aparece em

segundo lugar, com 8 km2 (11% do total) de novas áreas desmatadas, seguido por Mato Grosso, com 5 km2 (6% do total registrado no período). O levantamento também destaca as áreas de florestas degradadas, ainda em processo de desmate, que em novembro somaram 29 km 2 . Por causa da cobertura de nuvens, foi possível observar 68% da região. "A região não mapeada corresponde a grande parte do Amapá (76% do Estado) e 51% do Acre", de acordo com o relatório. A estimativa do Imazon é paralela aos números oficiais de alerta de desmatamento, calculados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que só deve divulgar os dados de novembro no próximo ano. Há um mês, o Inpe anunciou a taxa anual de desmatamento da Amazônia Legal, medida de agosto de 2008 a julho de 2009, quando a floresta perdeu 7.008 km2, menor resultado dos últimos 21 anos.

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Data

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Afinal, o que é ser um engenheiro? Em uma rápida pesquisa é possível encontrar o mais simples significado para a palavra engenheiro: profissional da arte de aplicar conhecimentos científicos à criação de estruturas, dispositivos e processos para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas. Porém, a experiência de mais de 30 anos nesta profissão me deu uma visão mais clara e mais específica do que é ser um engenheiro. Construímos grandes obras, realizamos projetos esplêndidos, mas também concretizamos o sonho de muitas famílias e projetamos o futuro de inúmeras pessoas. Nós temos a missão de contribuir para a construção de moradias e auxiliar o governo na implantação de planos que permitam que estas pessoas tenham um lugar para viver. Temos uma grande responsabilidade social.

Trabalhei por anos como engenheiro civil no segmento bancário e fiz especialização na área de finanças, com isso conheci de perto o mundo dos financiamentos imobiliários. E depois, na diretoria da Portofino Engenharia, conheci o outro lado da moeda, o de compra e venda. Já com grande experiência nestas áreas, assumi, em 2001, a Borges dos Reis, Administração e Participações Ltda. Nesta fase entendi que além da missão social, temos a missão ambiental: a de construir e preservar. Motivados pelo anseio da comunidade de Santa Felicidade, expresso oficialmente em 2002, no documento Carta de Santa Felicidade, redigido em comum acordo por várias entidades representativas do bairro, no qual se enfatizava a necessidade de preservar as áreas verdes, fontes e rios da região, a Borges dos Reis Administração e Participa-

ções Ltda decidiu abdicar de um de seus projetos imobiliários e, em 2004, transformou sua área de mais de 8 mil m², no centro do bairro gastronômico, em reserva ecológica. Esta se tornou a primeira Reserva Particular de Patrimônio Natural Municipal (RPPNM) de Curitiba e também do Brasil, a RPPNM Cascatinha, graças à Lei n° 12.080 de 19/12/2006 que, inspirada em nosso projeto, hoje per-

mite sua replicabilidade em todo o município. Com esta transformação, percebi que podia construir e preservar ao mesmo tempo. Isto mesmo! A Lei n° 12.080, que institui as RPPNMs, permite, de forma análoga a dos imóveis tombados, transferir o potencial construtivo das reservas para o mercado imobiliário, incentivando seus proprietários a mantê-las preservadas definitivamente, medi-

mente os de países desenvolvidos, que historicamente emitiram mais e são mais responsáveis pelo aquecimento do planeta. O presidente citou os Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo de Quioto. "Os Estados Unidos, ao tomarem essa atitude, fizeram com que muitos países europeus e mais o Japão, que são signatários de Quioto, quisessem acabar com o protocolo, não deixando nada no lugar, para que eles também não tivessem mais os compromissos com metas". Apesar das críticas, o presidente considerou um avan-

ço nas negociações climáticas o acordo fechado entre China, Índia, África do Sul, Brasil e Estados Unidos no fim da

conferência, mas reconheceu que a solução global precisa ser legitimada por todos os países.

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Alimentos Orgânicos: saúde é a prioridade ante averbação nos registros de imóveis. Com isso é possível preservar valiosos espaços urbanos que, de outra forma, dificilmente resistiriam ao avanço natural das edificações. Hoje, abracei a causa e defendo tanto a construção civil quanto o meio ambiente. Defendo que quanto mais engenheiros aderirem à causa ambiental mais profissionais seremos e mais justos também. E assim, engenheiros conscientes de nossa missão de edificar e preservar, estaremos aptos a utilizar nossos conhecimentos para atender as necessidade da população e construir com itens que permitam que pessoas comuns também contribuam para o futuro do nosso planeta. E assim faremos jus a essa data tão importante, que é o Dia do Engenheiro. Eurico Borges dos Reis, Diretor da Borges dos Reis, Administração e Participações Ltda.; diretor da Conceito e Moradia Planejamento Habitacional Ltda. e diretor da RPPNM Cascatinha (Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal Cascatinha)

Lula fala da participação brasileira na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço da participação brasileira na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que terminou no sábado (18), em Copenhague. Lula criticou a posição dos Estados Unidos na reunião e disse que, apesar de um acordo parcial, a conferência conseguiu resolver parte do problema. Em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, Lula disse que a redução de emissões de gases de efeito estufa deve ser encarada como um tema prioritário pelos governantes, principal-

Geral

"Até o próximo encontro, no México, nós deveremos fazer um acordo e todo mundo concordar para que a gente possa, então, definir uma política mundial para que a gente trabalhe o desaquecimento global". O presidente afirmou ainda que as metas brasileiras apresentadas na conferência, de redução das emissões nacionais de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, serão consolidadas com força de lei. "Já não é mais a vontade do presidente Lula. Agora, quem quer que governe esse país vai ter que cumprir".

O produto orgânico é cultivado sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. As técnicas de produção orgânica são destinadas a incentivar a conservação do solo e da água e reduzir a poluição. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBC), um certificador brasileiro reconhecido internacionalmente, a produção orgânica no Brasil cresce 30% ao ano e ocupa atualmente uma área de 6,5 milhões de hectares de terras, colocando o país na segunda posição dentre os maiores produtores mundiais de orgânicos principalmente devido ao extrativismo sustentável de castanha, açaí, pupunha, látex, frutas e outras espécies das matas tropicais, principalmente da Amazônia. Cerca de 75% da produção nacional de orgânicos é expor-

tada, principalmente para a Europa, Estados Unidos e Japão. A soja, o café e o açúcar lideram as exportações. No mercado interno, os produtos mais comuns são as hortaliças, seguidos de café, açúcar, sucos,mel, geléias, feijão, cereais, laticínios, doces, chás e ervas medicinais. Pelo menos 80% dos projetos certificados no Brasil são de pequenos agricultores familiares (cerca de 20 mil agricultores). As associações e cooperativas de pequenos agricultores vem crescendo e viabilizam a agricultura orgânica em muitas regiões fixando o homem no campo. Muitas famílias consomem e vendem o que plantam.

(*) Robinson Rolim Ressetti

sidade e a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos. De maneira didática, solo é formado por uma fase sólida, composta por minerais, resíduos vegetais e animais e organismos vivos em atividade; uma fase líquida que é a solução do solo, constituída por água e sais dissolvidos e uma fase gasosa, que é o ar do solo. A adubação química convencional causa efeito na fase líquida do solo, enquanto que a adubação orgânica gera efeito na fase sólida. Em outras palavras, a adubação química alimenta as plantas, mas não promove a fertilidade do solo. Por outro lado, no manejo orgânico considera-se o teor de nutrientes, o estímulo dos

VANTAGENS O produto orgânico evita problemas de saúde cau-

sados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Protege a qualidade da água, a fertilidade do solo,

a vida silvestre e são mais nutritivos. Incluir produtos orgânicos nas compras incentiva a produção e no lon-

go prazo, torna os orgânicos mais baratos. O selo de certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos orgânicos isentos de qualquer resíduo tóxico. O sistema de cultivo orgânico observa as leis da natureza, respeita as diferentes épocas de safra e de todo o manejo agrícola está baseado na preservação dos recursos naturais, além de respeitar os direitos de seus trabalhadores.

Certificação obrigatória de orgânicos só será exigida em 2011 A certificação obrigatória dos produtos orgânicos, que será exigida a partir de 31 de dezembro de 2010, vai além de seu objetivo - a regulamentação do mercado, inclusive com os mecanismos de controle a cargo do Estado. A exigência entraria em vigor dia 28, mas o prazo para os produtores se adaptarem foi prorrogado até o final do ano que vem. Para os envolvidos no pro-

cesso, é preciso também derrubar mitos, dos quais o principal é a crença generalizada de que os produtos orgânicos são muito mais caros do que os convencionais. Apesar da crescente demanda, a agricultura orgânica ainda ocupa pouco espaço nas 5,2 milhões de propriedades rurais do país. Dados do Censo Agropecuário 2006, divulgado em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geo-

grafia e Estatística (IBGE), indicam que apenas 1,8% do total de produtores usam tal técnica. Os ramos mais frequentes são a pecuária e criação de outros animais (41,7%) e a produção de lavouras temporárias (33,5%). A maior parte dos produtos, no entanto, é voltada à exportação (60%), especialmente para o Japão, os Estados Unidos e a União Europeia.

O significado da adubação A área cultivada em sistemas orgânicos de produção tem substituído consideravelmente a produção convencional nos últimos anos. Essa expansão reproduz a busca da melhoria da qualidade de vida e uma maior consciência da população em relação ao ambiente que nos circunda e do qual fazemos parte. Esse fato é traduzido pela procura da produção e consumo de alimentos à altura do ser humano. Assim, um produto orgânico é resultado de um sistema de produção que trata a propriedade como um organismo, procurando manejar, de forma equilibrada, o solo e os demais recursos naturais, para conservar e manter a diver-

organismos do solo e suas inter-relações com todo o sistema, mantendo seu equilíbrio físico, químico e biológico. A adubação orgânica produz efeito na fase sólida do solo e, por meio dela, nas outras fases. Dessa forma, pode-se afirmar que existe uma vivificação de todo o complexo. A legislação brasileira sobre fertilizantes orgâni-

cos discrimina quatro classes diferentes, em função da natureza da matéria-prima utilizada em sua obtenção. Com isso, pode-se sugerir que os fertilizantes orgânicos preparados a partir de materiais de origem vegetal e animal sejam utilizados em culturas alimentícias, enquanto os obtidos a partir de resíduos industriais, da fração orgânica do lixo

urbano e de lodo de esgotos sejam direcionados, prioritariamente, para a recuperação de áreas degradadas, produção de essências florestais e plantas ornamentais, paisagismo e jardinagem. As plantas cultivadas em sistemas orgânicos de produção têm, à sua disposição, minerais e compostos orgânicos variados e são mais seletivas em relação à qualidade e teor do que absorvem ao longo de seu crescimento e desenvolvimento. Por essa razão, em sua organização se apresenta, de maneira abrangente, o equilíbrio e a harmonia necessários para a promoção da saúde e do bem-estar de seus consumidores. (*) Robinson é Engenheiro Agrônomo, M.Sc.



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