intellectus
An o 2
projeto GNU
N ú m e ro 1 6
d e z e m b ro 2 0 1 3
Tri m e s tra l
C i ê n c i a e Te c n ol og i a
Índice...
I n te l l e c tu s n º 1 6 . . .
Mentes Geniais pá g .
4
Vida e Xadrez pá g .
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Projeto GNU (cont.) pá g .
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Melhores ideias de Da Vinci pá g .
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Sugestões... A partir deste site podemos fazer o download do programa ou software Jitsi que é uma alternativa ao conhecido Skype. E porquê apresentar-se uma alternativa a este último? Devido ao facto desse mesmo software não proteger a privacidade do utilizador, ou seja, todas as videochamadas ficam gravadas nos servidores do Skype, que é o mesmo que dizer Microsoft. Com o Jitsi não há esse problema.
www.elivros-gratis.net é um site extremamente útil, pois disponibiliza muitos livros em formato pdf, sendo que o dowload dos mesmos é gratuito e não existe a necessidade de se fazer um registo no site.
Intellectus:
O Mailinator é um tipo de endereço de email descartável que pode ser usado para se criar registos em sites, aos quais não queremos associar as nossas reais contas de email, para que se possa uma vez mais preservar a privacidade do utilizador.
Ficha Técnica
Diretor: Tiago Carvalho. Redação/Colaboradores: Cristina Barreiro, João Carvalho, Magda Lomba, Flávio Távora, Vânia Costa, José Francisco Alves, Samantha Alves, Ricardo Vieira, Ricardo Serrado, Rui Leandro Ferreira, Andreia Carmo, Josué Carvalho, Isabel Alentejeiro, Luís Carlos Matos, Miguel Barroso, Filipe Costa, Sérgio Fontinhas, Rogério Marques, Carla Vieira, Alzira Sousa, Dario Figueira. Paginação: João Carvalho, Tiago Carvalho. Proprietário: Cientificamente - Associação para a Divulgação da Ciência e Promoção do Desenvolvimento Intelectual. Pessoa Coletiva: 510421814. Editor: Tiago Jorge Lima Carvalho. Redação e Administração: Rua Pereira da Cunha, 4940-542, Paredes de Coura, PORTUGAL. Telefone: 938524887. Email: 4intellectus@gmail.com. Registo ERC: 126149. intellectus
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mentes
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geniais intellectus
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Noam chomsky Conhecido por ser um dos académicos, ainda vivo, mais citado em todo o mundo e também pelo seu lado ativista bastante polémico. Os seus contributos na área da teoria linguística são tidos como pioneiros no que concerne à teoria gramática transformacional -, pois afetou diretamente a prática dos idiomas e desafiou o comportamentalismo, através da sua visão mais cognitiva da própria psicologia humana. tinyurl.com/chomsky-web | tinyurl.com/chomsky-gt
Garry Kasparov Considerado por muitos o melhor jogador de xadrez de todos os tempos, Kasparov é atualmente um ativista político pela democracia no seu país Natal Rússia. Fez um notável percurso com jogador profissional de xadrez nunca deixando de lembrar à sociedade em geral a importância de colocar-se a inteligência humana não apenas ao serviço de interesses individuais, mas essencialmente ao serviço dos direitos humanos. intellectus
tinyurl.com/kasparov-act | tinyurl.com/kasparov-champ
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Richard Stallman
"rms" como é conhecido no mundo da informática, tornou-se uma das mais destacadas figuras da revolução informática dos anos 80 do século passado. Para isso contribuiu o seu talento como programador, mas também o seu ativismo em prol da liberdade da utilização de software. O sucesso dos sistemas operativos GNU/Linux muito devem ao seu caráter à prova de "algemas".
Jöns Jacob Berzelius 1779–1848: Juntamente com Antoine Lavoisier, Robert Boyle e John Dalton é considerado um dos fundadores da química moderna e um dos grandes impulsionadores do método científico. Para além das suas famosas descobertas nas áreas atómica e estequiométrica, este brilhante cientista sueco foi também criador dos mais relevantes instrumentos utilizados laboratorialmente, pois naquela época não havia os sofisticados e muito úteis utensílios de vidro usados nos laboratórios.
Eratóstenes
276 a.C. - 194 a.C. : A este talentoso matemático da antiga Grécia devemos a revelação factual e bem fundamentada da natureza esférica do nosso planeta. Eratóstenes a partir de estacas de madeira e observação das sombras que estas apresentavam ao longo do ano pôde concluir assertivamente acerca da esfericidade da Terra.
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stallman.org | tinyurl.com/berzelius-play | tinyurl.com/eratostenes-round-fr
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Vida intellectus
& xadrez 8
7 coisas que aprendi sobre a vida, jogando Xadrez! O
jogo de xadrez foi uma das grandes invenções da humanidade. As regras podem parecer simplesmente arbitrárias, mas de facto são o resultado de mais de 1000 anos de consolidação e aprimoramento. O xadrez dos dias de hoje - essencialmente não modificado desde o ano 1500 - está perfeitamente estruturado para estimular e desafiar a mente humana até aos limites da sua capacidade intelectual. As peças e o tabuleiro indicam o seu tamanho e as suas possibilidades, bem como as fáceis regras do jogo. No entanto, para se atingir a mestria na prática do mesmo é-nos exigido muito tempo de treino e/ou até estudo. Além do mais o xadrez é um autêntico espelho, rico em metáforas, da experiência humana. Carateriza-se por ser um campo de batalha, onde se opõem dois exércitos duma forma não-violenta, mas bastante "agressiva". Testa de maneira muito curiosa cenários dramáticos (hipotéticos) da realidade cotidiana, com a enorme vantagem de se poder recomeçar tudo de novo. Não obstante, pode olhar-se, também, para este jogo como
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"rico em metáforas da experiência humana" ignição dos sentimentos mais primitivos, exigindo, por outro lado, uma boa dose de estratégia se se quiser ser bem sucedido. Em suma, consegue-se, com mestria, criar verdadeiras obras de arte num tabuleiro de xadrez, tal como o fazem em suas telas os pintores, pois a memória e a criatividade são ferramentas mentais de enorme mais-valia para a obtenção da vitória em xadrez. Abaixo, algumas coisas que aprendi sobre a vida, jogando xadrez:
1.
Mulheres são poderosas; homens são essenciais. A rainha é a peça mais poderosa do tabuleiro, o rei contrariamente é a peça com menos mobilidade e mais "acanhada" do jogo. Uma partida pode continuar com a possibilidade de bastantes movimentos após a rainha ter saído (eliminada) do tabuleiro, todavia uma vez que o rei seja eliminado ("morto") o jogo 9
John Gray
termina, pois esta é a peça a proteger, a peça mais valiosa, aquela que queremos arrebatar ao adversário. Isto, como na vida real, demonstra o poder cotidiano das mulheres, reclamando quase toda a atenção para si mesmas e fazendo, na maioria dos casos, as tarefas mais importantes no seio familiar. Mas no fim de contas, em muitas situações, a liderança individual masculina acaba por ser a mais determinante.
"poder cotidiano das mulheres, reclamando quase toda a atenção para si mesmas" intellectus
2.
A ameaça é mais forte do que a execução. Esta é uma frase muito usada entre jogadores de xadrez. A ideia é que ameaçando com uma determinada ação, podes direcionar subtilmente o teu adversário conforme os teus interesses, porém, na verdade, se a ameaça for posta em prática pode acarretar tantos problemas para o teu adversário, como para ti próprio. Os paralelismos, neste caso, com a vida real são por demais evidentes, pois muitas demonstrações de força não passam de ameaças incapazes (ou muito penosas) de serem postas em prática.
3.
Xadrez é 99 % tática. Outra frase 10
muito apregoada. Enquanto concretizas ou vais concretizando planos de longo prazo, tens constantemente de estar alerta para os perigos imediatos e perante novas oportunidades e ameaças que possam mudar radicalmente o jogo. Podes ter-te tornado num jogador hábil, ter construído uma sólida carreira (como praticante) e até ter uma mente bem estruturada, bem treinada, talentosa, no entanto um momento de desatenção pode conduzir-te à derrota muito facilmente. No dia-a-dia acontece exatamente o mesmo, pois uma mente brilhante sem tática e/ou sem organização é praticamente incapaz de alcançar sucesso.
4.
Diferentes fases do jogo exigem habilidades diferentes. Demorei um bom tempo a perceber que xadrez é na realidade um conjunto de 3 jogos diferentes, com táticas, movimentos e objetivos comuns, mas que requerem diferentes habilidades no geral. A abertura requer muita experiência
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"sem tática, sem organização dificilmente há sucesso" conjuntamente com boa memória tática e estratégica. A meio do jogo ou no seu decurso - após os primeiros movimentos de abertura - há um forte apelo à imaginação e à criatividade, bem como uma sensibilidade e/ou ousadia para correr riscos. No final do jogo necessita-se de exatidão nos movimentos e boa capacidade de cálculo matemático. Todas estas capacidades envolvidas no jogo de xadrez são de extrema utilidade na vida real, como se pode imaginar. Para muitos, a fase mais difícil é a abertura, quer se trate de xadrez ou de mulheres. Nesta altura o jogo está completamente em aberto, o que exige movimentos sólidos que protejam ou alcancem o maior número de posições/situações. Não obstante, o estudo de
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+ info:
proteus.brown.edu returnofkings.com chess.com
movimentos e de jogos de outros jogadores é de grande utilidade, quer seja no xadrez quer seja noutra atividade qualquer.
5.
Talento oculto pode ser revelado após anos de trabalho. A promoção do peão numa partida de xadrez pode ser vista como uma metáfora do que algumas vezes sucede, quando pessoas "comuns" revelam talentos incríveis após anos de esforços diligentes.
6.
A melhor defesa é um bom ataque. Embora esta frase seja um cliché em todas as modalidades desportivas, aplicase na perfeição ao xadrez. Mesmo que apenas queiras jogar para o empate, uma estratégia passiva raramente se revela efetiva contra um adversário sólido. Deves trabalhar intellectus
"pessoas 'comuns' revelam talentos incríveis após anos de esforços"
ativamente para desequilibrares o adversário e criar situações de contra-ataque, de forma a distraí-lo acerca dos teus verdadeiros planos de ataque.
7.
Uma fraqueza não a é até que seja atacada. Isto é uma maneira diferente de dizer que, talvez, as limitações imputadas a ti tem origem em ti próprio e que qualquer coisa definida como fraqueza por ti próprio, pode ser completamente irrelevante em determinados contextos. Assim, concertar o teu jogo interior - eliminando inseguranças psicológicas - pode ser mais importante do que temer pela própria fraqueza. j.c.
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mitos xadrez
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sobre
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A 1
s pessoas especialmente jogadores de xadrez dizem as coisas mais absurdas sobre o próprio jogo e até mesmo sobre os próprios praticantes. Isto, por vezes, pode prejudicar a própria prática do mesmo. Abaixo apresentamos alguns dos 'mitos' mais curiosos, em termos do xadrez. Alguns desses chamados mitos são na realidade mentiras, outros são opiniões mal fundamentadas e por último uns outros são questões controversas.
Xadrez é difícil de aprender.
Xadrez pode não ser o jogo mais fácil de se aprender, mas está longe de ser um dos mais difíceis. Tens de aprender os movimentos de 6 peças, em que a peça de menos valor - o peão - opera o conjunto de movimentos mais complexo. Então, seguidamente, tens de aprender movimentos conjuntos de ataque e defesa do rei, incluindo o "roque". Depois tens de saber umas poucas regras, onde se suporta a abertura, o desenrolar do jogo e o seu final e resultado. Há apenas uma razão que confirma um certo grau de veracidade desta frase/mito, que é o facto de ser difícil ser-se um bom jogador de xadrez. Estatisticamente apenas 1 em cada 100 indivíduos atinge o nível de mestre em xadrez.
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O xadrez tem milhares de anos de idade.
Podemos dizer que os ancestrais mais diretos do xadrez datam do ano 600 da Era atual (A.D.). Isto representa 1400 anos de idade e se o xadrez durar mais 100 anos poderemos então arredondar a sua idade para os 2 milénios de existência, fazendo assim jus à frase "milhares de anos". Concretamente pode datar-se o xadrez - com os movimentos da rainha e dos bispos tais quais os conhecemos nos dias de hoje - por volta dos finais do século XV (mesma altura em que Cristóvão Colombo chegou à América). Posto isto e com elevado grau de certeza pode concluir-se que o xadrez, tal como se joga hoje em dia, tem cerca de 500 anos. intellectus
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Xadrez é perda de tempo.
Isto é mais classificado como opinião do que como mito, obviamente. Claro que xadrez é apenas um jogo. Ao contrário de outros jogos, xadrez envolve elementos de lógica e simultaneamente de arte. Se isto é perda de tempo, então que seja. Para muitas pessoas que vivem no dito mundo moderno algo que não esteja diretamente relacionado com a economia financeira, ou com a atividade comercial é claramente uma perda de tempo. Disto se depreende a natureza supérflua e imediata do modo de vida ocidental da atualidade, por isso para aqueles que se alinham com esta mentalidade, alguma coisa que se relacione com o ganho a longo prazo, ou com dedicação mental, muito provavelmente os aborrecerá. Daí se deixar ao critério de cada um a utilização do seu tempo e a definição das suas prioridades.
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Tens de ser esperto para jogares xadrez.
Existe alguma relação entre jogar xadrez e um certo grau de habilidade mental, ou inteligência no geral. No entanto, basta ter um pouco de paciência e podemos verificar que qualquer pessoa considerada sem problemas cognitivos pode facilmente jogar xadrez. Gatos, cães e todos os restantes animais irracionais nunca serão capazes de o praticar (ou pelo menos não foi conseguido até agora, tanto quanto sabemos). Xadrez envolve, apesar de tudo, o uso de variados compartimentos do cérebro da forma mais eficiente possível. Por exemplo, muitas pessoas de diferentes áreas profissionais e classes sociais distintas conseguem atingir a mestria em xadrez, enquanto outros tantos, até mesmo bastante conhecidos pela sua inteligência, não conseguem ou não evoluem naturalmente para elevados graus de mestria, mesmo jogando assiduamente.
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Xadrez é para 'cromos'.
De facto isto não é um mito, pois o xadrez é para todos. Os que gostam de apelidar os outros através de nomes depreciativos, deveriam reformular dizendo: "Xadrez é só para cromos". Porém, não é difícil perceber-se que isto é um preconceito rude e mesmo que fosse verdadeiro, qual seria a definição de cromo? Se olharmos para o passado da humanidade, verificamos a significativa quantidade de pessoas que deram enormes contributos para o progresso da sociedade humana apelidados de 'cromos', esquisitos, doidos, etc. à época. Esqueçamos portanto os estereótipos.
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Xadrez foi resolvidos pelos computadores.
Os computadores fizeram avanços notáveis no que respeita à prática e ao estudo do jogo em si. Teorias de "aberturas" estendem-se para além dos 10 a 15 movimentos mais populares; movimentos finais de jogo acima de 5 peças foram perfeitamente resolvidos através de gigantescas bases de dados computacionais; e movimentos finais de 6 peças continuam a ter alguns segredos ainda insondáveis. Em contraste os computadores fizeram poucos progressos no que concerne ao chamado "meio jogo", ou seja, o período entre os movimentos iniciais e a fase final de assalto ao rei adversário, daí se provar que o xadrez é um jogo de elevado grau de complexidade no seu geral (embora de fácil prática).
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Computadores jogam melhor xadrez do que os humanos.
Em 2006, o computador mais "dotado" jogava melhor do que 99,99 % dos humanos, mas apresentava-se equiparado em partidas contra os melhores praticantes humanos. Como referem os especialistas, se à medida que os computadores vão ficando mais "capazes" chegará um dia em que nenhum humano terá qualquer hipótese de vitória contra "eles". Não devemos, todavia, esquecer-nos que estas poderosas máquinas de processamento de dados são "treinadas" e "alimentadas" de dados pelos humanos, caso contrário não haveria rivais à nossa altura (que se conheçam, claro) na prática do xadrez. Em suma, pode dizer-se que as máquinas são uma extensão das próprias capacidades dos seres humanos.
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Xadrez é um desporto.
Aqui entramos numa área de discussão muito controversa, correndo o risco de aborrecer os principais promotores de xadrez a nível internacional, que têm tentado convencer o Comité Olímpico a incluir o xadrez nas Olimpíadas como, obviamente, um desporto. Levantar umas peças de madeira ou clicar no rato dum computador não é propriamente uma atividade física como aquelas que estão presentes nos Jogos Olímpicos. Como se consegue perceber a definição pode ser complexa e é já bastante polémica.
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Xadrez não é um desporto.
Muitos dos melhores praticantes de xadrez não o consideram como desporto, mesmo que esta modalidade tenha sido considerada como tal nos Jogos Asiáticos de 2006. Claramente, um jogo disputado por dois excelentes jogadores envolve imensa tensão, onde a frieza pode distinguir um campeão dum ótimo praticante. Todavia, e para além do mais, é também referido que durante tal pressão os jogadores chegam a perder peso, pois as partidas podem prolongar-se por horas, dias ou até mesmo semanas.
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Mulheres não jogam tão bem xadrez como os homens.
Até à data não deixa de ser verdade; ou até ao momento nunca foi demonstrado o contrário. Poderá haver várias razões para tal sucedido. Por um lado poderá identificar-se que os jogadores masculinos conseguem destabilizar mais facilmente as mulheres suas adversárias. Por outro lado temos o exemplo claro das irmãs Polgar, que provaram as suas enormes potencialidades ao longo das suas carreiras internacionais como jogadoras profissionais de xadrez. Talvez um dia se consiga perceber o porquê do, até agora, domínio absoluto masculino - em termos de xadrez -, ou até mesmo se chegue à conclusão que as mulheres até jogam melhor do que os homens, à medida que mais mulheres se tornam praticantes. intellectus
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ti n yu rl . c o m /m yth s - c h e s s
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ti n yu rl . c o m /c h e s s 4 p s yc h o
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ti n yu rl . c o m /c h e s s 4 s to ry
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projeto GNU ...
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por
Richard Stallman
[continuação]
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Uma completa escolha moral
Com a comunidade a colapsar, nada seria como dantes! Estava perante uma verdadeira escolha moral. A escolha fácil era juntar-me ao mundo do software proprietário, assinando acordos de não-partilha e prometendo não ajudar os meus companheiros hackers. Seria essencialmente obrigado a desenvolver software que não poderia partilhar com outros colegas programadores, mas também não seria possível continuar a trabalhar neste contexto sem trair a comunidade. Na realidade, eu poderia ter ganho bastante dinheiro daquela forma e ao mesmo tempo teria-me divertido a escrever código. Porém, eu sabia que no final da minha carreira profissional, olhando para trás, perceberia que a ajudei a criar meios de dividir as pessoas e a tornar o
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mundo um lugar pior. Já tinha experimentado o injusto problema dos acordos de não-partilha de software, aquando do uso duma impressora do MIT AI Lab (laboratório de inteligência artificial do Instituto de Tecnologia do Massachusetts, E.U.A.). Fiquei tremendamente furioso por causa desta forma não-inocente e lesiva de se manusear o software, por isso eu não podia dar meia-volta e fazer ao longo da minha carreira a mesma coisa. Outra escolha complicada, desagradável mas muito direta era abandonar a área da computação. Desta forma os meus conhecimentos não seriam Linus Torvalds (2009) utilizados erroneamente, contudo continuariam a ser desperdiçados. Não poderia ser considerado culpado por dividir e
"a escolha mais fácil era fazer software proprietário"
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restringir os utilizadores de computadores. Então eu tentei encontrar uma forma dos programadores fazerem algo de bom. Eu perguntei a mim mesmo quais os programas que eu poderia escrever para criar novamente uma comunidade. A resposta foi clara: era necessário criar em primeiro lugar um sistema operativo (SO). Isto era crucial, ou melhor, este conjunto de softwares era fundamental para se começar a usar um computador. Com um sistema operativo pode fazer-se várias coisas; sem um SO não podes utilizar um computador de todo. Com um SO livre poderia-se novamente ter uma comunidade ativa de hackers a cooperar entre si e a convidar muitos outros a juntarem-se ao projeto, à ideia, fazendo a
comunidade mais forte. Assim poderia-se usar um computador sem conspirar contra os outros utilizadores de computadores. Como designer de sistemas operativos e software no geral, eu tinha as capacidades certas para a tarefa que se seguia. No entanto, não podia dar como garantido o sucesso da jornada. escolhi desenvolver um SO compatível com o Unix (um outro sistema operativo), para que os utilizadores deste SO pudessem facilmente mudar e adaptar-se ao novo SO que eu pretendia desenvolver. Lembremo-nos que naquela altura (início dos anos 80, século XX) a maior parte dos profissionais de informática trabalhavam com o SO Unix. O nome GNU foi escolhido seguindo a tradição dos hackers, sendo um acrónimo
"GNU é um acrónimo recursivo de GNU's Not Unix (GNU não é Unix)"
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recursivo de "GNU's Not Unix". Um sistema operativo não significa somente a existência ou o desenvolvimento dum kernel (núcleo dum SO, que faz comunicar os vários software constituintes dum SO). Nos anos setenta do século passado todos os SOs, dignos desse nome, incluíam comandos de processamento, assemblers, compiladores, interpretadores, debuggers, editores de texto, programas de email e muitos mais. Daí o SO GNU também teria de incluí-los. Mais tarde ouvi as seguintes palavras atribuídas a Hillel: "Se eu não for por mim, quem o será? Se eu sou apenas por mim, o que sou? Se não for agora, quando?". A decisão de começar o projeto GNU foi baseada no mesmo espírito das palavras de Hillel. Como ateu, eu não sigo nenhuma religião, contudo por vezes encontro algo admirável dito por pessoas de determinadas religiões.
Freedom (liberdade). De seguida a definição: 1- Tu tens a liberdade de correr o programa (software) como quiseres, qualquer que seja o propósito; 2- Tu tens a liberdade de modificar o programa mediante as tuas necessidades (na prática tens de ter acesso ao código fonte do programa, caso contrário não é fácil aplicar-se esta liberdade efetivamente); 3- Tu tens a liberdade de redistribuíres cópias dum programa, quer seja por um preço, quer seja gratuitamente; 4- Tu tens a liberdade de distribuíres versões modificadas dum programa para que a comunidade possa beneficiar dos teus melhoramentos ao programa. Sendo que "livre" se refere a "liberdade" e não ao preço, não existe qualquer contradição na venda de cópias de "free software" (software livre). De facto a liberdade de venda de cópias é crucial, pois permite a angariação de fundos - através, por exemplo, da venda de
O termo "Free Software" (Software Livre) é algumas vezes mal entendido, pois não se refere ao preço. É apenas Free (livre) de
"Free (livre) não se refere ao preço, mas sim à liberdade"
Livre como em Liberdade
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fsf.org
"free software pode ter um preço ou não" CD-ROMs - para se poder continuar a desenvolver trabalho na área do software livre, em prol dos utilizadores de computadores e da sociedade em geral. Portanto um programa que não tenha a liberdade de incluir qualquer um dos quatro critérios anteriormente descritos, não se pode considerar "free software". Por causa da ambiguidade do termo "livre", muitas pessoas tem vindo a explorar alternativas à definição, sem contudo terem alcançado melhores termos, ou terminologias mais consensuais. A língua inglesa, bem como as línguas latinas, tem muitas nuances, mas demonstra uma carência evidente relativamente a uma palavra que defina corretamente "livre" como em liberdade; porque "free" é usado como livre e gratuito em inglês.
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GNU software e Sistema GNU
Desenvolver um sistema por completo é um projeto enorme. Para o conseguir aproveitei software já existente que se enquadrasse nos critérios de free software. Por exemplo, inicialmente usei TeX como editor de texto e mais tarde o X Windows System, em vez de criar algo exclusivo GNU. Posto isto, GNU software é claramente diferente do sistema GNU, pois alguns softwares usados no sistema não foram criados pelo projeto GNU (como exemplo acima). Enquanto o GNU software foi desenvolvido mais tarde pelo projeto GNU para completar o sistema operativo GNU, criando somente free software. continua...
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melhores ideias de
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Leonardo Da Vinci 23
1ª Homem vitruviano
Leonardo da Vinci idealizou as formas perfeitas do corpo humano a partir das proporções esboçadas por Vitruvius, antigo arquiteto romano. O homem malhumorado desenhado por Da Vinci tem hoje motivos para sorrir, ele é agora considerado uma das figuras mais conhecidas do planeta. 2ª Tempo geológico
Placas tectónicas? Não transpire. Enquanto muitos dos seus contemporâneos tentavam explicar a Grande Inundação bíblica, etc., Da Vinci pensava já de forma completamente diferente, especulando assertivamente acerca das caraterísticas costeiras das montanhas que naquela altura já se localizavam no interior (atividade vulcânica tinha criado mais "terra"). 3ª Carro autopropulsado
Não era um Ferrari, mas Da Vinci inventou um veículo revolucionário para a sua época. Seria um carro de madeira autopropulsado pela interação entre as oscilações do terreno - através de molas e/ou folhas/barras de suspensão - e a capacidade rotacional dos tambores que compunham as rodas. 4ª Cidade ideal
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Vivendo em Milão numa altura de pragas e epidemias, Da Vinci idealizou uma cidade completamente eficiente, um lugar onde ele teria orgulho de chamar “lar”. Os seus esboços arquitetónicos são altamente detalhados, incluindo até estábulos com ventilação.
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5ª Hélice aérea
Os cientistas modernos afirmam que pode nunca ter levantado do chão, mas o desenho do “helicóptero” de Da Vinci é um dos mais famosos do autor. A curiosa engenhoca foi concebida para ser operada por uma equipa de quatro homens, e poderia ter sido inspirada pelo típico moinho de vento (brinquedo) existente na época de Da Vinci.
6ª O canhão triplo
Leonardo Da Vinci era um 'pensador', não um homem de guerra. Ele tinha aversão a conflitos, mas isso não o impediu de dimensionar e desenhar um canhão mais eficiente (diga-se, a troco duma boa quantia de dinheiro). Este poderoso modelo poderia ter sido uma arma mortífera em campo de batalha. Rápida e leve e com um enorme poder de fogo.
7ª A asa planadora
Da Vinci tinha uma enorme capacidade para imaginar máquinas voadoras, entre elas vários planadores com asas “flappable”. Este modelo em forma de concha seria equipado com bancos e engrenagens para o piloto. Não incluía no projeto o capacete de proteção. intellectus
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8ª Ponte giratória
Sendo um adepto da fuga rápida, Da Vinci pensou que a sua ponte giratória seria muito útil em tempos de guerra. Usando materiais de construção leves, acoplados a cordas, a ponte podia ser movimentada rapidamente, praticamente sem o inimigo se aperceber.
9ª Fato de mergulho
O seu fascínio pelo mar levou-o a criar vários projetos de exploração aquática. Por exemplo, um fato de mergulho feito em couro ligado a um tubo de respiro feito em cana com um sino que flutuavam à superfície. Querendo provar que este fato era prático, Da Vinci incluiu uma bolsa para o mergulhador poder urinar.
10ª Escrita em espelho
Uma manobra para evitar cópias de seus estudos, ou apenas uma maneira de evitar as manchas de tinta por escrever com a mão esquerda? Independentemente do seu motivo, Da Vinci usava esta técnica de escrita em grande parte dos seus escritos. intellectus
+ info: da-vinci-inventions.com | tinyurl.com/vinci-vita
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VISITE
www.cm-paredes-coura.pt