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Design de Comunicação II

João Pedro Costa 13306 Design de Comunicação II Turno C

Mulieribus Encyclopaedia

Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa Ano Letivo 2020-2021

Mulieribus Encyclopaedia Fase 1 - Enciclopédia de Mulheres PDF Interativo

A integração mais completa das mulheres como tomadoras de decisão nos esforços de construção da paz Interesse pela pesquisa de casos de estudo de mulheres portuguesas, em esferas individuais e grupais, a partir de ações e movimentos feministas, tão importantes na conquista de direitos humanos básicos para as mulheres durante e após o período do Estado Novo em Portugal. Pressupostos orientadores da pesquisa A pesquisa parte da linha temática adotada, a partir da qual procuro perceber o passado, a evolução social e legislativa até ao presente num contexto global e em Portugal, bem como as perspetivas históricas e geográficas do feminismo, acabando por canalizar as questões de investigação a casos de estudo portugueses, focados na personalidade de algumas mulheres, a partir de uma categorização em mulheres esquecidas, desconhecidas e conhecidas e a sua associação a conteúdo alvo de ficha de leitura, seguindo numa perspetiva presente/futuro, em que procuro mostrar que estas são conquistas frágeis e ameaçadas que a pandemia veio mais rapidamente colocar em risco. AT-1


Documentos principais Anexo ao Programa Projeto Mulieribus Encyclopaedia Google Drive MIRO

Espetáculos

Leituras

Pesquisa específica Untitled

2

Pesquisa abrangente Untitled

Estrutura - F... Visionado

2

Feb 25

Artigos 8

14

Problemas de Género: Feminismo e subversão da identidade - Judith Butler

Pesquisa específica

6

Novas Cartas Portuguesas - Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa

Pesquisa abrangente Untitled

Excertos

12

20

A Mulher como o "Outro" - Maria Luísa Ribeiro Ferreira Excertos

Lido

Entrevistas

Por ver

8

Dizendo o que pensam assumindo o controlo mudando o destino modelando o seu futuro - National Geographic

As Mulheres do meu País - Maria Lamas

Report on equality between women and men - European Union Por ler

Por ler

As Mulheres do Meu País um estudo sobre mulheres - Alcina Fernandes e Maria Manuel Batista

Lido

A Madona - Natália Correia

A extrema-direita em perseguição às mulheres - Público

Lido

Por ler

Lido

Não serei eu mulher? As mulheres negras e o feminismo - Bell Hooks

Mais de 100 mulheres mortas em seis anos pelos companheiros - Público

Por ler Lido

Excertos

O universo feminino em A Madona, de Natália Correia - Ana Gonçalves

Lido

Flatland - Àcerca das Mulheres - Edwin Abbot

Por ler

Traços da escrita feminina em A Madona, de Natália Correia - Bruna de Simone

Lido

A Menina e o Zeppelin - Rui Tavares Lido

Participação nos processos e posições de tomada de decisão - Rede Jovens Igualdade

Salários das mulheres em Portugal foram os mais penalizados pela pandemia Público

Lido Lido

Argumentário a favor da igualdade de género - Rede Jovens Igualdade Lido

Mulheres em Migração - National Geographic

O poder das mulheres no governo de Costa – Comunidade Cultura e Arte Lido

Por ler

Japão. Mulheres podem participar nas reuniões mas caladas - RTP Lido

Problemas de Género - Carlos Martins

Por ler Lido

The Social and The Private The Human Condition - Hannah Arendt

Por ler

Pandemic exposes LGBTI rights' fragilty, report says - EU Observer Lido

The Gender-Neutral Feminism of Hannah Arendt - Kimberly Maslin

7

SóQNão - RTP Visionado

Dia da Mulher “As m Máxima Lido

Há cada vez mais mu Portugal - PÚBLICO Lido

Le Deuxieme Sexe - Simone de Beauvoir

Excertos

Untitled

Lido Por ler

Feminismo, identidade e género em Judith Butler - Flávio Firmino e Patricia Porchat

Pesquisa abrang

Lido

Unearthing - Rita GT Mar 08

Pesquisa específica

"Pôr as mulheres no centro, um passo de cada vez" - Ípsilon Lido

Problemas de Género na e para a Democracia - Carla Rodrigues

Por ler Lido

Adeus, Sr. e Sra. Cabeça de Batata/ brinquedo passa a não ter género PÚBLICO Lido

Pelo fim da pobreza menstrual, o Pachamama Project distribui pensos em campos de refugiados - PÚBLICO Lido

"Sou Mulher, mas Não Sou Feminista" Capazes Por ler

Porto Editora volta atrás e faz livros unissexo para crianças - Diário de Notícias

Por ler

Há “um grande número de investigadoras”, mas poucas chegam ao topo — porquê? Público Por ler


Área de Intervenção

A integração mais completa das mulheres como tomadoras de decisão nos esforços de construção da paz.

I - Direitos humanos das mulheres.

3

Pesquisa específica

4

Porque temos poucas mulheres a liderar Sheryl Sandberg

Documentários

Pesquisa abrangente Untitled

7

17

Viagem a Itália - Roberto Rosselini Visionado

Pesquisa específica

10

3 Mulheres - Fernando Vendrell

Os direitos da mulher nas voltas da lei RTP

Untitled

Visionado

A Metamorfose dos Pássaros - Catarina Vasconcelos

Conversas com História - Raquel Varela

Vitalina Varela - Pedro Costa

Woman Mulher - RTP

Visionado Visionado

Mulheres do Meu País - Elisa Seixas Female Trouble - John Waters Por ver Por ver

As mulheres ciganas, as feministas e a Internet - PÚBLICO Por ler

Visionado

Visionado Por ver

2

Carquejeiras As Escravas do Porto Arminda Sousa Deusdado

Visionado

ROMA - Netflix

Por ler

Pesquisa específica

Snu - Patrícia Sequeira

Visionado

Sem filhos e sem culpas estas mulheres nunca quiseram ser mães - PÚBLICO

5

O Extremo da Extrema-Direita - Bosse Lindquist

Visionado

ulheres imigrantes em

3

Visionado

Visionado

mulheres têm medo” -

Pesquisa abrangente

Design de Comunicação II

Filmes

Varda by Agnès - Agnès Varda Masculino, Feminino - Jean-Luc Godard Por ver Por ver

A Paixão de Joana D'Arc - Carl Theodor Dryer Dolce Vita - Frederico Fellini

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gente

Linha Temática

Por ver Por ver

As Sufragistas - Sarah Gavron Coded Bias - Netflix Por ver Por ver

Identificazione di uma Donna Michelangelo Antonioni Por ver

AMA-SAN - Cláudia Varejão Por ver

2-3


Problemas de Género


Butler problematiza, em especial no legado de Beauvoir, Gayle Rubin e Irigaray, alguns conceitos cristalizados e naturalizados na sociedade como Homem/Mulher e Masculino/Feminino enfatizando que tal classificação se dá por conta de uma binaridade latente presente nos sujeitos que refletem acerca da sociedade decorrente de uma heterossexualidade compulsória marcada pelo falogocentrismo. Essa categorização perpassa por uma relação de poder que se expressa em uma linguagem, que por sua vez, assume caráter político, ou seja, só se é alguém no momento em que facilmente seja identificado seu sexo biológico, e, por conseguinte seu lugar no mundo, como também facilitará sua inclusão no ordenamento jurídico vigente. Tudo aquilo que foge a norma torna-se abjeto, marginalizado, com dificuldade para inserção no meio social. Butler critica a construção da identidade como algo que tenha começo, meio e fim, com um caráter determinista, sua compreensão entende que este processo seja contínuo e revelado pela forma como o sujeito se expressa no mundo.

Design de Comunicação II

A psicanálise e seus grandes expoentes como Freud, Lacan e Riviere tem em seus postulados a centralidade do debate no segundo capítulo da obra de Butler: “Proibição, psicanálise e a produção da matriz heterossexual”, desde o cerceamento das liberdades sexuais incorrendo nos mais diversos traumas e na constatação de que a regulação destas identidades, seus corpos e desejos se manifesta pela proibição, tanto em se expressar da forma que lhe é conveniente quanto de viver seu desejo sem medo de represálias. A tentativa de simplificar o debate acerca da identidade de gênero contribui para hegemonia da heterossexualidade compulsória, o que por sua vez, denota a complexidade de assimilação que o fenómeno exige no interior de uma economia sexual masculinista.

Na conclusão de sua obra intitulada “Da paródia a política” Butler sugere que a desconstrução da identidade não é fator que implicará na desconstrução da política, mas reafirma a necessidade de problematizar categorias cristalizadas tanto no meio académico quanto na militância que engessam a luta e dividem esforços, mas sim que tais postulações que envolvem o corpo, o sexo e o desejo alcançariam níveis maiores de expressão e articulação no meio social que acabariam por colocar em cheque o binarismo latente e atestar sua fragilidade frente a um mundo que sempre se mostrou diverso e plural. Problemas de Género: Feminismo e Subversão da Indentidade Judith Butler

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No terceiro capítulo “Atos corporais subversivos”, Butler discorre sobre as posições de Julia Kristeva e seu conceito de corpo-política, analisa as digressões de Foulcault sobre os diários da intersexual Herculine e a “desintegração” de corpos culturalmente constituídos de Monique Wittig. É neste capítulo que ganha força a formulação de Butler sobre a performatividade de género como forma de subverter a ordem heteronormativa vigente sob os corpos, a sexualidade e o desejo resultando numa ressignificação para além do binarismo presente na sociedade.

“[...] não há identidade de género por trás das expressões do género.” 4-5


Flowchart

Simone de Beauvoir

Flowchart

Referências

Judith Butler’s Gender Trouble: A Short Introduction Feminismo, identidade e género em Judith Butler - Flávio Firmino e Patricia Porchat Problemas de Género - Carlos Martins Problemas de Género na e para a Democracia - Carla Rodrigues

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher."

Julia Kristeva

"Em sentido estrito, não se pode dizer que existam "mulheres"."

Luce Irigaray

"A mulher não tem sexo."

Michel Foucault

"[O] dispositivo de sexualidade [...] introduz esta ideia de sexo."

Monique Wittig

"A mente hétero continua a afirmar que o incesto, e não a homossexualidade, representa a sua maior interdição. Por isso, quando pensada pela mente hétero, a homossexualidade não passa de heterossexualidade." in "The Straight Mind" "A categoria de sexo é a categoria política que funda a sociedade como heterossexual."

Identidade que desencadeia os "Mulheres"

Sujeito para o qual se procura a

Os domínios da representação política e linguística

Foucault

Os sistemas jurídicos de poder pr

Surgem para reg 1. As "mulheres" como sujeito do feminismo Noções jurídicas de poder

Produzem inevit Função dual do

O sexo é b Distinção entre sexo e género

O género é 2. A ordem obrigatória de sexo/género/desejo O que é o sexo?

Judith Butler's Gender Trouble: A Short Introduction

Serão factos produzidos

YouTube

Meio passivo sobre o "Corpo"

Instrumento pelo qua cultural para si mesm "Ter" género ou "ser" do género?

Determinismo biológico e determinismo cultur

3. Género: as ruínas circulares do debate contemporâneo

O género é uma experiência discursivamente co

Pretende-se nesse artigo acompanhar a proposta inicial de Judith Butler em Problemas de Gênero, de que o gênero não é uma essência nem uma construção social, mas uma produção do poder. Tomando o feminismo como mote para discutir inicialmente a identidade, vemos sua questão se expandir para o gênero, em geral, e chegar à própria noção de sujeito. A partir da crítica genealógica de Michel Foucault e de sua noção de poder, Butler pretende realizar uma crítica das categorias de identidade e, especificamente, da identidade enquanto fundamento da ação política do feminismo.

Sujeitos de sexo/género/desejo

Numa linguagem masculinista e falogocêntrica

Problemas de Género - Judith Butler

Explorar as afirmações tota Crítica feminista

Manter-se igualmente auto 4. Teorizar o binário, o unitário e mais além

Insistir numa coerên Categoria de mulheres

Rejeitar a multiplicid

As identidades são auto-idênticas?

Pers

As "pessoas" só se tornam inteligíveis ao assumir um gén

5. Identidade, sexo e a metafísica da substância

A "coerência" e a "continuidade" da "pessoa"

As leis

6. Linguagem, poder e as estratégias de deslocamento

Procuram estabelecer ligações ca

O "sujeito" masculino é uma construção fictícia pro pela leia que proíbe o incesto e dita um deslocame infinito de um desejo heterossexualizador.

"Unidade" de género

Proibição, psicanálise e a produção da matriz heterossexual

Actos corporais subversivos

Da paródia à política

Efeito de um heterossex


Deve compreender também como a categoria de "mulheres", sujeito do feminismo, é produzida e confinada pelas próprias estruturas de poder que procuram a sua emancipação.

s interesses e objetivos feministas no discurso.

a representação política. Não basta indagar como poderão as mulheres ser mais inteiramente representadas na linguagem e na política.

Estabelecem os critérios por que se formam os sujeitos. Conclusão

Crítica feminista

Alargam a representação.

roduzem os sujeitos que posteriormente representam.

gular a vida política em termos puramente negativos.

A missão política não é rejeitar a política representativa mas uma genealogia crítica das suas práticas legitimadoras. Presente histórico (Marx).

Limitação, proibição, regulação, controlo, ...

Ponto de partida.

Formular uma crítica das categorias de identidade que as estruturas jurídicas contemporâneas geram, naturalizam e imobilizam.

tavelmente o que dizem apenas representar. Necessidade de construir um sujeito do feminismo. poder.

Jurídico e produtivo. Não é resultado causal do sexo. O género

biológico?

Nem tão aparentemente fixo quanto o sexo.

Conclusão

é cultural? Não há nenhuma razão para assumir que os géneros devem igualmente ser dois.

s discursivamente ao serviço de outros interesses políticos e sociais?

Assumir um sistema binário de géneros preserva implicitamente a crença numa relação mimética entre género e sexo.

Exclusão radical do feminino.

o qual se inscrevem significados culturais.

Conclusão

A mulher como o "Outro" Feminino fora de normas universalizantes do que é ser pessoa.

al uma vontade apropriadora e interpretativa determina um significado ma. Onde e como se constrói o género? A construção é uma escolha?

ral O corpo em si é uma escolha?

Limites estabelecidos nos termos de um discurso cultural hegemónico predicado em estruturas binárias. As mulheres são o "sexo" que não é "uno". O irrepresentável. O sexo que não pode ser pensado.

Resumo

a Ausência. Opacidade linguística.

Butler problematiza, em especial no legado de Beauvoir, Gayle Rubin e Irigaray, alguns conceitos cristalizados e naturalizados na sociedade como Homem/Mulher e Masculino/Feminino enfatizando que tal classificação se dá por conta de uma binaridade latente presente nos sujeitos que refletem acerca da sociedade decorrente de uma heterossexualidade compulsória marcada pelo falocentrismo. Essa categorização perpassa por uma relação de poder que se expressa em uma linguagem, que por sua vez, assume caráter político, ou seja, só se é alguém no momento em que facilmente seja identificado seu sexo biológico, e, por conseguinte seu lugar no mundo, como também facilitará sua inclusão no ordenamento jurídico vigente. Tudo aquilo que foge a norma torna-se abjeto, marginalizado, com dificuldade para inserção no meio social. Butler critica a construção da identidade como algo que tenha começo, meio e fim, com um caráter determinista, sua compreensão entende que este processo seja contínuo e revelado pela forma como o sujeito se expressa no mundo.

Estatuto das "mulheres" Heterossexualidade obrigatória e falogocentrismo

Sujeito do feminismo e da distinção entre sexo e género. Regimes de poder/discurso com formas divergentes de responder à questão central do discurso sobre o género.

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ondicionada?

Indesignável.

alizadoras de uma economia significante masculinista.

ocrítica no que respeita aos gestos totalizadores do feminismo.

ncia e unidade.

dade de intersecções culturais, sociais e políticas.

sistem ao longo do tempo como iguais, unificadas e internamente coerentes?

nero? Divergência

Mas normas de inteligibilidade socialmente instituídas e mantidas. Conclusão Sexo

Assegura-se a identidade mediante conceitos estabilizadores de

Aceitação como parte do processo, muitas vezes tortuoso, de democratização.

Género

Ruptura

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Não são traços lógicos ou analíticos da pessoa

Fragmentação Divisão

E sexualidade. Sexo biológico Conclusão

Géneros culturalmente constituídos

Distorção performativa da linguagem e/ou do discurso

Oculta ser fundamentalmente impossível "ser" de um sexo ou género.

ausais ou expressivas entre

oduzida ento

Na manifestação do desejo sexual. "Expressão" ou "efeito" de ambos Tornar-se

Através da prática sexual. Mulher é em si um termo em processo Tanto as posições masculinas quanto femininas são assim instituídas por meio de leis proibitivas que produzem géneros culturalmente inteligíveis.

ma prática reguladora que procura uniformizar a identidade de género graças à xualidade obrigatória.

Construir-se Aberto a intervenção e ressignificação

Conclusão

Prática insistente Insidiosa A "cristalização" Sustida Regulada por vários meios sociais

Resumo

A psicanálise e seus grandes expoentes como Freud, Lacan e Riviere tem em seus postulados a centralidade do debate no segundo capítulo da obra de Butler: “Proibição, psicanálise e a produção da matriz heterossexual”, desde o cerceamento das liberdades sexuais incorrendo nos mais diversos traumas e na constatação de que a regulação destas identidades, seus corpos e desejos se manifesta pela proibição, tanto em se expressar da forma que lhe é conveniente quanto de viver seu desejo sem medo de represálias. A tentativa de simplificar o debate acerca da identidade de gênero contribui para hegemonia da heterossexualidade compulsória, o que por sua vez, denota a complexidade de assimilação que o fenómeno exige no interior de uma economia sexual masculinista.

Resumo

No terceiro capítulo “Atos corporais subversivos”, Butler discorre sobre as posições de Julia Kristeva e seu conceito de corpo-política, analisa as digressões de Foulcault sobre os diários da intersexual Herculine e a “desintegração” de corpos culturalmente constituídos de Monique Wittig. É neste capítulo que ganha força a formulação de Butler sobre a performatividade de gênero como forma de subverter a ordem heteronormativa vigente sob os corpos, a sexualidade e o desejo resultando numa ressignificação para além do binarismo presente na sociedade.

Resumo

Descrições estruturalistas, psicanalíticas e feministas do tabu do incesto

Mecanismo que tenta impor identidades de género discretas e internamente correntes num quadro heterossexual.

A fronteira e a superfície dos corpos como construções políticas Consideração crítica do corpo materno em Julia Kriteva

A partir das obras de Mary Douglas e Julia Kristeva.

Com recurso a Foucault.

Na conclusão de sua obra intitulada “Da paródia a política” Butler sugere que a desconstrução da identidade não é fator que implicará na desconstrução da política, mas reafirma a necessidade de problematizar categorias cristalizadas tanto no meio académico quanto na militância que engessam a luta e dividem esforços, mas sim que tais postulações que envolvem o corpo, o sexo e o desejo alcançariam níveis maiores de expressão e articulação no meio social que acabariam por colocar em cheque o binarismo latente e atestar sua fragilidade frente a um mundo que sempre se mostrou diverso e plural.

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Mind Map Mind Map

O Segundo Sexo (vol. II) - Simone de Beauvoir Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo, Vol II An Introduction to Simone de Beauvoirs The Second Sex - A Macat Literature Analysis Os direitos da mulher nas voltas da lei - RTP Portugal entre os dez melhores países em inclusão económica das mulheres - PÚBLICO O poder das mulheres no governo de Costa – Comunidade Cultura e Arte A extrema-direita em perseguição às mulheres - PÚBLICO Pandemic exposes LGBTI rights’ fragilty, report says - EU Observer Salários das mulheres em Portugal foram os mais penalizados pela pandemia - PÚBLICO

Pesquisa abrangente - feminino/feminista/ação individual/ação grupal/geografias/efetiva/legislada Pesquisa específica - Ações, Movimentos e Eventos por tipologias (escolher uma destas áreas e perguntas fundamentais) • Direitos e responsabilidades iguais para mulheres e homens • A integração mais completa das mulheres como tomadoras de decisão nos esforços de construção da paz • Direitos humanos para todas as pessoas • A eliminação de todas as formas de discriminação • As mulheres no desenvolvimento sustentável • Irradicação de todo o tipo de violência contra as mulheres • Igualdade de género nas organizações académicas e de investigação • A mulher na ação projetual em design

An Introduction to Simone de Beauvoir's The Second YouTube

Sex- A Macat Literature Analysis

Pergunta de investigação, que se espalha por vários conceitos e desencadeia em 5 aspetos de reflexão (fichas de leitura).

Pesquisa

Feminismo

Conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias.

Direitos iguais

História do feminismo

Empoderamento feminino

Igualdade entre homens e mulheres

Contrato

Propriedade

Direitos das mulheres e seus interesses

Libertação de padrões patriarcais baseados em normas de género

1.ª Onda

2.ª Onda

Direitos legais das mulheres

Proteção das mulheres contra

Século XIX a ínicio do XX

Décadas de 1960 e 1970

Direito ao sufrágio feminino

Ideias e ações associadas com os movimentos de libertação feminina

Voto

Autonomia

Corpo

Aborto

Reprodução

Violência doméstica

Assédio sexual

Violação

Discriminação

Reino Unido

Sufragistas

Estados Unidos

Lucretia Mott

Lucy Stone

Elizabeth Cady Stanton

Igualdade legal e social para as mulheres

Susan B. Anthony

Simone de Beauvoir - Le Deuxième Sexe

As feministas da segunda onda veem as desigualdades culturais e políticas das mulheres como intrinsecamente ligadas e incentivam as mulheres a entender os aspectos de suas vidas pessoais como profundamente politizados e como o reflexo de estruturas de poder sexistas.


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“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.”

a abrangente

Feminista

Geografias

Legislação

República - Platão e Política - Artistóteles Expressão surge pela primeira vez

Abordagem pós-moderna e crítica

Foco nas divisões por género

Lançam as bases da discriminação.

Humanismo 1872

1890

1910

3.ª Onda França e Países Baixos

Reino Unido

Estados Unidos

Michel Foucault

Jacques Derrida

Judith Butler

Diferenças geográficas nas relações de género

Geografia da mulher

Construção da identidade de género

Geografia da sexualidade

Geografia da criança

Homem eurocêntrico caucasiano.

Revolução Francesa "Sobre a admissão das mulheres ao direito à cidadania" - Condorcet

Década de 1990 à atualidade 1791 "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã" - Olympe de Gouges

Reação às falhas da segunda onda

1893 Retaliação a iniciativas e movimentos anteriores

Reconhecimento do direito de voto às mulheres

Desafiar ou evitar aquilo que vê como as definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda que colocaria ênfase demais nas experiências das mulheres brancas de classe média-alta.

Carta Internacional dos Direitos da Mulher

18 de dezembro de 1979

Gloria Anzaldua

Bell Hooks

Cherrie Moraga

MAxine Hong Kingston

8-9


Pesquisa e

A integração mais completa das mulheres co construçã

Ação grupal

Política

Instituições

Lugares d

Não vivemos no mundo em que viveram as nossas mães e avós, em

Crescemos num mundo em que a maioria

Graças a quem? Quem lutou por eles?

Mundo

Portugal

Ação individual

Ação grupal

Mulheres esquecidas

Mulheres desconhecidas

"Carquejeiras As Escravas do Porto"

"F..."

Mulheres conhecidas

Natália Correia

Snu Abecassis

Escritora, poetisa e deputada

Editora

Vera Lagoa (Maria Armanda Falcão)

Maria Lamas

Jornalista, cronista e empresária

Escritora, tradutora, jornalista e ativista política feminista

Defendeu as vítimas da descolonização "A Madona"

"Snu"

"Vitalina Varela"

"As Mulheres do Meu País"

"3 Mulheres"

Estão asseguradas? São

A pandemia veio

Surgem leis discriminatórias u

O que ainda falta muda

Em 190 chefes de Estado, há nove mulheres.

De todas as pessoas em parlamentos

Estes números não se alt

Podem estar a ir n

Há apenas 20% de mulher

Como contrapor a tendênc

Paridade

Continuar a luta diária

Direitos humano


específica

omo tomadoras de decisão nos esforços de ão da paz.

de poder

Seio familiar

Desconstrução do papel do homem

Ação individual

m que eram muito limitadas as opções de carreira para as mulheres.

das mulheres têm os direitos civis básicos.

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Como chegamos aqui?

o conquistas definitivas?

mostrar que não.

um pouco por todo o mundo.

ar? Os números atuais.

s no mundo, só 21,5% são mulheres.

Mulheres em posições de chefia não passam os 15 ou 16%.

teram muito desde 2002

na direção errada

res em lugares de decisão

cia? Como alcançar os 50%?

Igualdade de Género

a e permanente pelos

os das mulheres

10-11


Casos de es Fichas de Leitura

Novas Cartas Portuguesas

A Madona

Sinopse Novas Cartas Portuguesas (NCP) é uma obra literária publicada conjuntamente pelas escritoras portuguesas Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa em 1972. Nos anos setenta, a publicação de NCP assumiu um papel central na queda da ditadura dirigida por Marcelo Caetano, uma figura apenas superficialmente mais liberal que o seu antecessor António de Oliveira Salazar. O livro revelou ao mundo a existência de situações discriminatórias agudas em Portugal, relacionadas com a repressão ditatorial, o poder do patriarcado católico e a condição da mulher (casamento, maternidade, sexualidade feminina). NCP denunciou também as injustiças da guerra colonial e as realidades dos portugueses enquanto colonialistas em África, emigrantes, refugiados ou exilados no mundo, e “retornados” em Portugal.

Sinopse De um lado há a supremacia masculina num mundo rural - a aldeia montanhosa de Briandos, onde as vinhas e a rudeza dos corpos parecem nos remeter às bacantes -, do outro está a efervescência urbana de Paris, com a agitação juvenil, a contestação à guerra e o existencialismo próprio dos anos sessenta. Branca possui uma beleza própria da estatuária helénica - os mitos clássicos, aliás, funcionam como intertexto claro nesta obra. Um impulso que não só vinga a humilhação da mãe, um ser doméstico feito para parir e calar, mas também sela uma iniciação sexual ao sabor dos ventos de liberação que sopravam na altura. “A Madona” é um dos três livros de ficção da escritora açoriana - a par com “Anoiteceu no Bairro” (1946) e “A Ilha de Circe” (1983) -, que teve ainda uma produção prolífera na área da poesia, do teatro, do ensaio e da política.

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa As autoras ficariam conhecidas internacionalmente como “as três Marias”. Novas Cartas Portuguesas - Maria Barreno, Maria Horta e Maria Costa Novas Cartas Portuguesas uma leitura obrigatória - RTP Cartas Portuguesas Entrevista a João Guilherme Ripper e Carla Caramujo - Orquestra Gulbenkian

Natália Correia Natália de Oliveira Correia foi uma escritora e poeta portuguesa. Deputada à Assembleia da República (19801991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. O universo feminino em A Madona, de Natália Correia - Ana Gonçalves Traços da escrita feminina em A Madona, de Natália Correia - Bruna de Simone


A Metamorfose dos Pássaros

Vitalina Varela

Sinopse Premiada na nova secção Encounters do Festival de Berlim, esta é uma obra que pertence às famílias e seus mistérios. Em particular, a família da realizadora e a figura de Beatriz, sua avó, que se casou com Henrique, oficial da marinha, aos 21 anos. Com o marido no mar, Beatriz tratou de seis filhos, entre os quais Jacinto, o pai da cineasta. Ser mãe, imaginar, viver sem liberdade, tudo é metamorfose criativa e emocional nesta primeira longa de Vasconcelos. Com uma pungente primeira obra, Catarina Vasconcelos traz-nos o retrato de uma família, a sua, narrada pelos seus habitantes e reinventada por ela. Através de cartas, quadros, flores, cortinas, estatuetas, puzzles e barcos vai-se construindo um universo perfeito, com vida e com morte, mas sobretudo com o coração.

Sinopse Vitalina Varela, cabo-verdiana, 55 anos, chega a Portugal três dias depois do funeral do marido. Há mais de 25 anos que estava à espera do seu bilhete de avião. É este o ponto de partida para a nona longa-metragem de Pedro Costa, que recebeu o Leopardo de Ouro, prémio máximo do Festival de Locarno de 2019, depois de ter sido um dos filmes que mais impacto teve junto do público e crítica no importante festival. Vitalina é real e é actriz - é uma mulher que veio de Cabo Verde para as Fontaínhas e que, enquanto sujeito e personagem, transita de “Cavalo Dinheiro” (2014) para comandar os fantasmas e as sombras que preenchem o filme do cineasta português. Vitalina Varela é um drama português realizado e escrito por Pedro Costa. Estreou-se no Festival Internacional de Cinema de Locarno a 14 de agosto de 2019, onde ganhou o prémio Leopardo de Ouro para melhor filme e Vitalina Varela o prémio de melhor atriz principal.

Catarina Vasconcelos Catarina Vasconcelos é uma realizadora de cinema portuguesa. O seu filme A Metamorfose dos Pássaros foi apresentado mundialmente no Festival de Cinema de Berlim em 2020. A Metamorfose dos Pássaros - Catarina Vasconcelos Excerto - A Metamorfose dos Pássaros Chaconne Partita No 2 BWV 1004 - Johann Sebastian Bach Kyrie Petite Messe Solennelle - Gioachino Rossini Piano Sonata No 13 in A Major D 664 II Andante - Schubert

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studo

Pedro Costa Pedro Costa é um realizador português, com reconhecimento internacional. Realizou a sua primeira longa-metragem no ano de 1989. Vitalina Varela - Pedro Costa Excerto - Vitalina Varela As mulheres e os fantasmas Pedro Costa - José Bértolo

12-13


3 Mulheres


Sinopse “3 Mulheres” é uma série de ficção que, a partir das biografias e da intervenção cultural e cívica da poetisa Natália Correia, da editora Snu Abecassis e da jornalista Vera Lagoa, recorda os últimos anos do Estado Novo 1961 e 1973 - do início da Guerra colonial à véspera da Revolução de Abril. A ação e os percursos cruzados são um exemplo de coragem e compromisso com os tempos futuros. Natália Correia foi uma irreverente escritora que esteve envolvida em grandes polémicas. Maria Armanda Falcão foi a primeira locutora da RTP, jornalista, cronista e, mais tarde, enveredou pelo ramo empresário. Snu Abecassis era considerada uma princesa nórdica pela sua beleza e sempre defendeu que as pessoas deveriam ter a oportunidade de aprendizagem.

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“Eu preciso de fazer qualquer coisa por este país. Os livros podem mudar as pessoas. Depois essas pesoas mudam o mundo.”

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“3 Mulheres” é uma série portuguesa, do canal nacional, que considero, importante, sobretudo, para um conhecimento do perfil e biografia de três grandes mulheres portuguesas mais conhecidas, com um espírito de ação mais grupal durante os últimos anos do Estado Novo, como são a açoriana Natália Correia, escritora e deputada à Assembleia da República, Snu Abecassis, responsável pela criação e pelos projetos editoriais da D. Quixote e Vera Lagoa, jornalista, cronista e empresária que defendeu vítimas da descolonização. As personages, reconstruídas a partir de um processo de pesquisa idêntico ao que fazemos para este projeto, renascem de livros, documentários, reportagens e arquivos, e da fusão dos seus diferentes olhares na história. Natália Correia foi uma mulher marcante do nosso país que deixou a sua impressão digital no meio literário e político, pelo seu carisma social e pela sua notoriedade intelectual. O seu pensamento levou-a, posteriormente, a outros caminhos. Fundou a Frente Nacional para a Defesa da Cultura e na política interveio na defesa dos direitos humanos e dos direitos da mulher. Preocupada com o setor editorial e a imprensa de língua portuguesa, Snu ambiciona contribuir para a difusão da cultura no país, que considerava atrasado, procurando abrir uma janela para o mundo. Vera Lagoa participa ativamente na luta contra o regime de Salazar participando nas candidaturas da oposição, integrando manifestações de contestação e dando apoio às famílias dos prisioneiros políticos. Três mulheres que são um exemplo de coragem e compromisso com os tempos futuros de um país e de uma sociedade.

Fernando Vendrell Licenciou-se em Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa. Assistente de Realização durante alguns anos, trabalhou com realizadores como Manoel de Oliveira e Manuel Mozos, entre outros. 3 Mulheres - Fernando Vendrell “Três Mulheres”, a série em que Natália, Snu e Vera Lagoa devolvem os anos 1960 a Portugal - PÚBLICO 14-15


Snu


Sinopse Francisco Sá-Carneiro conhece Snu Abecassis no dia 6 de Janeiro de 1976. Ele é um político promissor, profundamente católico, casado e pai de cinco filhos. Ela é dinamarquesa, e além de ser mulher de Vasco Abecassis e mãe dos seus três filhos, é também a fundadora da D. Quixote, editora responsável pela publicação de livros que ousaram desafiar a censura do Estado Novo. Sá-Carneiro e Snu apaixonaram-se irremediavelmente e decidiram assumir esse amor até às últimas consequências, resistindo às críticas e aos múltiplos obstáculos que tiveram de enfrentar - tanto a nível pessoal e familiar como social e político. Num Portugal em plena reconstrução das cinzas do fascismo, este amor avassalador, muito à frente do seu tempo, irá lutar contra ventos e marés, indestrutível, até à morte.

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“Quero deixar claro que se a minha situação for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo.”

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“Snu” é um filme com o nome de uma mulher. Snu Abecassis nasceu na Dinamarca durante a Segunda Guerra Mundial e viveu na Dinamarca, Suécia, Inglaterra, Estados Unidos e Portugal. Snu Abecassis conheceu Francisco Sá Carneiro, apaixonaram-se irremediavelmente e decidiram assumir o amor num Portugal em plena reconstrução das cinzas do fascismo, abalando as convenções nacionais. Partilharam valores e ambições, lutaram juntos pela democracia e pela liberdade, deixando a sua marca na política e na sociedade. No início, Snu não falava português, nem conhecia o país. Não tinha estudos superiores, nem formação empresarial. Não tinha sequer sido uma aluna brilhante e até teve uma aprendizagem da leitura marcada pela dislexia. Preocupada com o setor editorial e a imprensa de língua portuguesa, Snu ambiciona contribuir para a difusão da cultura no país, que considerava atrasado, procurando abrir uma janela para o mundo. Em 1965 funda a editora Dom Quixote, reconhecida por publicar livros considerados de esquerda e de ideias contrárias às do regime do Estado Novo. As suas publicações confrontam-na com a Censura e a PIDE. Discreta, voluntariosa e determinada, a dinamarquesa contorna as barreiras que se criam perante a sua atividade editorial. Snu era elegante, discreta, misteriosa, obstinada, persistente, reservada e fugidia. Era uma mulher diferente das portuguesas.

Patrícia Sequeira Tem no seu currículo vários prémios e nomeações pela realização e coordenação de séries e novelas com reconhecimento nacional e internacional. Snu - Patrícia Sequeira Antwerpen - Surma 16-17


As Mulheres do Meu País


Sinopse O livro As Mulheres do Meu País foi escrito e publicado em fascículos entre 1948 e 1950 pela jornalista e escritora Maria Lamas. Este livro é um documentário que retrata a condição feminina portuguesa nos meados do século XX, no período da ditadura do Estado Novo, em particular a das mulheres das classes sociais mais baixas, sem preparação ou recursos para superar essa condição no seu quotidiano, nos seus diversos papeis de mulher, mãe, trabalhadora, dona de casa. Os temas de poder, de dominação e a luta contra-hegemónica e resistência emergem do conteúdo do livro e a autora não utiliza o binómio homem/ mulher, apresentando, já, precocemente uma perspetiva intersecional de sexo e classe.

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“Fui ao encontro das minhas irmãs portuguesas, procurei conhecer e sentir as suas vidas humildes ou desafogadas, as suas aspirações.”

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Este livro é um documentário que retrata a condição feminina portuguesa no período da ditadura do Estado Novo, em particular das mulheres das classes sociais mais baixas, sem perspetivas de superar essa condição no seu quotidiano, nos seus diversos papéis de mulher. É uma forma de resistência ao discurso que sobre elas se produziu durante aquele período em Portugal, em que a posição hierárquica da mulher era inferior à do homem, “chefe de família”, ao qual devia obediência, conforme mandava o Código Civil. A sua particular relação com o Estado Novo permite constatar que a mais significativa causa da desigualdade de género reside na estrutura e organização sociais, construídas segundo interesses e desejos do homem, que coloca tudo e todos em subordinação e inferioridade. Maria Lamas consegue, desta forma, desacreditar a doutrina emanada do Estado Novo sobre a mulher ao denunciar as difíceis condições de vida da mulher portuguesa. Dá, assim, visibilidade às mulheres anónimas e consciêncializa-as da dimensão das próprias vidas. No livro, prevalece o tema d”a camponesa”, o que se compreende, por corresponder ao retrato da sociedade da época, predominantemente agrícola, para além d”a mulher da beira-mar”, “indústrias caseiras”, d”a mulher intelectual”, d”a operária”, d”a mulher da beira-rio”, d”a mulher doméstica” e da “artista”. Acompanha-o com fotografias verdadeiras e expressivas.

Maria Lamas Escritora e interveniente política portuguesa. Em 1928 passou a dirigir o suplemento Modas & Bordados do jornal O Século, dando-lhe uma feição diferente. Um jornal que dava prejuízo passou a dar lucro, tal a importância da sua colaboração. As Mulheres do Meu País um estudo sobre mulheres - Alcina Fernandes e Maria Manuel Batista As Mulheres do Meu País - Biblioteca Municipal de Ponte de Sor Mulheres do meu País — DNotícias 18-19


As Escravas do Porto


“É um triste e vergonhoso espetáculo.”

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O documentário das Carquejeiras do Porto, de Arminda Sousa Deusdado, é a recuperação de memórias de mulheres que, tal como tantas outras, foram e estão esquecidas. É um espelho verídico da violência e crueldade do seu trabalho que, do início até meados do século XX as carquejeiras tiveram uma marca tão fundamental quanto penosa na sociedade portuguesa. Transportavam sofregamente a carqueja que aparava os fornos que coziam o pão da cidade e que aquecia as casas burguesas. Há muito sofrimento “escondido” nesta história. “Foi realmente um drama silencioso, em que as mulheres sofriam silenciosamente”, explica Maria Arminda Santos, autora do monumento de homenagem recentemente erguido no cimo da rampa onde outrora caminharam estas mulheres,. “Elas vinham desde junto do rio, subiam a calçada e infiltravam-se ainda pela cidade. Iam para as Antas, Carvalhido, mal alimentadas. À noite os maridos davam-lhes maus-tratos, para além de estas mulheres terem a responsabilidade e a preocupação dos filhos. Eram muitas vezes o pão que se punha na mesa”, adianta. Tal como estas mulheres, existirão muitos mais casos idênticos ou até piores ao longo de um país que, até há bem poucos tempo, não reconheceu direitos fundamentais a estas pessoas, com base no seu género.

Sinopse O drama silencioso e silenciado de mulheres esquecidas que desempenharam uma tarefa fundamental para o desenvolvimento da cidade do Porto. Documentário de Arminda Sousa Deusdado sobre as carquejeiras do Porto, mulheres esquecidas que durante o séc. XIX início do séc. XX faziam chegar à cidade a carqueja que descarregavam dos barcos acostados às margens do Douro. Numa época em que a sobrevivência era uma verdadeira luta, mulheres de todas as idades viam-se obrigadas a carregar às costas até 60 quilos de carqueja para obterem o sustento diário. A tarefa hercúlea era feita à chuva ou ao sol, sem folgas nem férias. Um trabalho duro e desumano, num sacrifício ignorado e esquecido de “supermulheres” de antigamente. Arminda Sousa Deusdado Arminda Sousa Deusdado é licenciada em Ciências Históricas pela Universidade Portucalense, tem uma PósGraduação em Gestão Cultural pela Escola de Gestão do Porto. Carquejeiras As Escravas do Porto - Arminda Sousa Deusdado 20-21


F...


“Is it too late to talk?”

Estrutura F... F... nasceu da vontade de questionar o lugar das mulheres na criação artística contemporânea e na História da Arte. Pensado inicialmente para palco, F... foi convertido num projeto online e transformado num objeto artístico em formato de vídeo, onde as três criadoras, trabalhando a partir do seu corpo, se propõem refletir em torno de conceitos como o lugar de fala, a invisibilidade e o silenciamento das mulheres. Trata-se de uma proposta essencialmente visual e imagética, onde se procura desconstruir a relação da Cultura Visual com as ideias de feminino, feminilidade, ideal de beleza e objetificação, em busca de “um espaço onde possamos respirar e colocar em cena sem restrições aquilo que somos. E fazê-lo por uma simples razão: porque existimos.”

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A vídeo-performance “F...” é o retrato de todas as mulheres comuns, desconhecidas e que lutam diariamente, a partir de um círculo individual. A partir do contexto da Covid-19, espelhado no formato da performance não falada, onde só se ouvem sons do exterior, são representados diferentes temas e aspectos da vida feminina, de forma crua, desde a maternidade, amamentação e as alterações que esta opera nos corpos, ao trabalho, e à preocupação com a beleza e com a maquilhagem. É o presente da vida da mulher que, a partir de diversas metáforas, com elementos autocolantes que simulam cirurgias estéticas, aborda a preocupação com o corpo, sujeita pela sociedade, com uma pilha de livros que cai constantemente, trata a subrepresentação das mulheres na história e a construção social do seu papel, com uma boneca, faz uma alusão à clara distinção de género existente ainda nos brinquedos infantis, e com um cabide que é cortado em pedaços, a objetificação simbólica da violência que vivem as mulheres que não querem ou não podem ter um filho e são proibídas de abortar. Ao longo da obra surgem referências feministas tanto num ecrã de computador, em palestras, textos, e músicas, bem como num mural onde, com luvas rosa, a artista sobrepõe a figuras masculinas como Artistóteles, Platão e Salazar, importantes figuras femininas como Judith Butler, Varda Agnès, Yoko Ono ou Angela Davis.

Cátia Pinheiro Fez formação em Teatro na Academia Contemporânea do Espetáculo. Trabalhou como atriz com vários encenadores e estruturas como António Fonseca, Nuno Carinhas, Diogo Infante, entre outros. Em 2009, fundou a Estrutura. F... - Estrutura Estrutura / F... - Teatro Municipal do Porto “Pôr as mulheres no centro, um passo de cada vez” - Ípsilon “A ideia da fragilidade feminina domina-nos desde que somos crianças” – Observador 22-23



Conclusão

01. Linha temática 01. Objetivos 02. Documentos principais 04. Problemas de Género 06. Flowchart 08. Mind Map 12. Casos de estudo 14. 3 Mulheres 16. Snu 18. As Mulheres do Meu País 20. Carquejeiras As Escravas do Porto 22. F... 24. Conclusão 26. Encyclopaedia Universalis

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Índice

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A situação de desigualdade gritante das mulheres, em pleno século XXI, embora com outras vestes, ainda está muito próxima e pouco difere da realidade evidenciada e retratada no livro. Na verdade, o permanente cansaço, dureza e e sobrecarga de trabalho imperam na vida da generalidade das mulheres; a sua autonomia e independência financeira é ainda diminuta; a desvalorização e não reconhecimento das suas ideias e trabalho é, até agora, uma constante; a não consideração da maternidade como valor eminentemente social é fator de exclusão no mundo do trabalho, onde a maioria das vezes auferem salários inferiores para igual trabalho. Todas as conquistas alcançadas até agora não são definitivas e a prova disso são os reflexos da pandemia na sociedade e no vertiginoso surgimento de leis discriminatórias um pouco por todo o mundo. Os números podem, efetivamente, estar a ir na direção errada e é importante dar poder às mulheres, pela sua importância nos processos de tomada de decisão e nos esforços de construção da paz em todo o mundo, numa constante e diária luta de todos pelos direitos humanos das mulheres.

Bibliografia e webgrafia

O Extremo da Extrema-Direita - Bosse Lindquist RTP2 exibe documentário sobre “O Extremo da Extrema-Direita” – Comunidade Cultura e Arte Woman Mulher - Yann Arthus-Bertrand e Anastasia Mikova ROMA - Alfonso Cuarón Viaggio in Italia - Roberto Rossellini A Mulher como “o Outro” - Maria Luísa Ribeiro Ferreira A Mulher como “o Outro” A Filosofia e a Identidade Feminina - Maria Luísa Ribeiro Ferreira Adeus, Sr. e Sra. Cabeça de Batata/ brinquedo passa a não ter género - PÚBLICO Mais de 100 mulheres mortas em seis anos pelos companheiros | Violência doméstica - PÚBLICO Pelo fim da pobreza menstrual, o Pachamama Project distribui pensos em campos de refugiados - PÚBLICO Argumentário a favor da igualdade de género - Rede Jovens Igualdade Participação nos processos e posições de tomada de decisão - Rede Jovens Igualdade Talk About #1 Eu Vejo Género - Ana Cristina Cachola Revista Contemporânea “(In)visibilidades de género- práticas feministas na produção artística contemporânea” - Ana Cristina Cachola Dia da Mulher “As mulheres têm medo” - Máxima Há cada vez mais mulheres imigrantes em Portugal - PÚBLICO A menina e o Zeppelin - Rui Tavares Àcerca das Mulheres - Edwin A. Abbot Dizendo o que pensam, assumindo o controlo, mudando o destino, modelando o seu futuro - National Geographic Porque temos poucas mulheres a liderar - Sheryl Sandberg 24-25


Encyclopaedia Universalis Sinopse Encyclopædia Universalis é uma enciclopédia de língua francesa publicada pela editora de mesmo nome desde 1960. A totalidade de suas edições conta com a contribuição de mais de 7000 autores diferentes, sendo atualmente a maior enciclopédia de língua francesa do mundo. Em 1995 tornou-se a primeira enciclopédia europeia a ser disponibilizada em formato digital, e desde 1999 passou a estar acessível também na internet. Atualmente, a sua versão impressa é pouco produzida e de facto a maior parte da sua receita vem das versões digitais/online. Editora Foi criada em 1966 por um especialista em edição e venda de livros e coleções por correspondência, o Clube do Livro Francês (CFL), propriedade da família Aubry, bem como a Encyclopædia Britannica Inc. (editora da Encyclopædia Britannica), a a mais famosa enciclopédia em inglês, de propriedade da Fundação da Universidade de Chicago. Enciclopédia - Briefing de Tecnologias de Design


Análise

Indexação

Enciclopédia Termo latinizado a partir do grego eu-kuklios paideia (eu-kuklios paideia), a palavra enciclopédia significa, etimologicamente, o circulo (kuklios) perfeito (eu) do conhecimento ou da educação (paideia), o ciclo ou percurso completo da aprendizagem e da educação.

A indexação consiste em identificar num documento certos elementos significativos que servirão como chave para encontrar esse documento dentro de uma coleção. Esses elementos incluem o nome do autor, o título do trabalho, o nome do editor, a data de publicação e o título do assunto. As regras práticas regem a escolha e a forma dos nomes, listas de títulos de assunto, classificação e planos de revisão da literatura. A programação de computadores e a impressão de índices aumentaram a importância desses códigos. A complexidade dos documentos modernos e a variedade de formas em que eles vêm exigem uma abordagem sistemática para a construção de índices e o seu uso.

Exaustividade e Selectividade Orientada por uma pretensão à exaustividade, a enciclopédia apresenta-se como a exposição da totalidade do saber adquirido pela humanidade até um determinado momento. Vertigem de exaustividade que pode levar o empreendimento enciclopédico a adquirir uma dimensão teratológica. Abertura e Similaridade Ao contrário do dicionário, instrumento de codificação tendencialmente auto-fundado, a enciclopédia é um dispositivo semântico aberto, uma representação que remete para o mundo das coisas e dos acontecimentos de que a língua fala. Descontinuidade e Combinatória Porém, tal como o dicionário, a enciclopédia é sempre um texto descontínuo, composto por entradas independentes. Estas podem apresentar-se, ou alfabeticamente organizadas, como no dicionário, ou articuladas em agrupamentos conceptuais mais vastos, de natureza disciplinar ou temática. Em qualquer dos casos, a contiguidade das entradas depende dos critérios de ordenação estabelecidos e não, como sublinha Auroux (cf. 1989: 782), de uma qualquer lógica argumentativa. Deriva e Labirinto A textualidade evanescente da enciclopédia aponta para um tipo determinado de leitura. Em limite a enciclopédia não é para ser lida mas consultada. Uma leitura contínua e integral a que a maioria dos textos está em potência destinada é aqui altamente improvável. Mesmo no caso de enciclopédias não alfabéticas, em que as entradas se encontram organizadas por conjuntos disciplinares ou temáticos, a leitura contínua não é previsível, nem sequer desejável. Modalidades da Enciclopédia No interior da imensa produção enciclopédica é possível distinguir três modalidades fundamentais, cada uma das quais comportando ainda diversas sub-modalidades: Enciclopédias gerais ou “empíricas”, como lhes prefere chamar Salsano (1973: 560); Enciclopédias especializadas; Enciclopédias filosóficas.

Etimologicamente, indexar significa apontar o dedo para algo que se deseja identificar para um determinado propósito. Nos tempos modernos, essa palavra é o ato de identificar um aspecto significativo particular de um documento de qualquer tipo para que esse aspecto ou aspectos sirvam como chaves quando mais tarde for necessário procurá-lo. Durante vários séculos, isso aplicava-se a livros; o autor ou editor muitas vezes seguia o seu texto com um índice, e os bibliotecários forneciam chaves na forma de listas ou catálogos indicando o que as suas coleções continham. A nossa sociedade tem visto o desenvolvimento do uso de muitos outros tipos de documentos, como filme em suas várias formas, fitas de áudio e vídeo, fitas e discos usados como memória em um computador. Todos esses documentos contêm informações, que devem ser claramente rotuladas para que aqueles que desejam consultá-las possam acessá-las facilmente. Um texto é mais clara e obviamente caracterizado pelo nome do(s) autor(es). Embora, para algumas obras antigas, esse nome nem sempre seja fácil de determinar, em geral, para os documentos mais recentes, é a primeira informação, porque é particularmente conveniente de identificar. Pode-se dizer que a maioria dos problemas técnicos da indexação de autores agora está resolvida, mas isso está longe de ser o caso dos sistemas de indexação ou classificação de assuntos. Fala-se desde a antiguidade, mas o primeiro filósofo moderno a exercer considerável influência foi Francis Bacon, cujo sistema se baseava nas três funções intelectuais: memória, imaginação e razão. Este sistema exerceu uma profunda influência na grande Enciclopédia, como Diderot reconhece em seu Prefácio. Gabriel Naudé, bibliotecário do Mazarine, declarou que, para colocar livros em uma biblioteca, a melhor ordem seria “o mais fácil, o menos intrigado, o mais natural, usado e que segue as faculdades de teologia, medicina, jurisprudência, história, filosofia, matemática, humanidade”. Todos os sistemas subsequentes foram baseados no princípio “mais fácil”; quanto ao “mais natural”, ele sintetiza a abordagem baconiana das faculdades mentais e a abordagem escolástica das disciplinas tradicionais nas quais as universidades se baseiam.

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Trata-se invariavelmente de uma obra mais ou menos volumosa que apresenta, sem pretensões de originalidade, um panorama que se pretende completo, imparcial e objectivo do conjunto dos conhecimentos disponíveis numa determinada época.

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Na sua forma moderna, a palavra é um neologismo do século XVI. Foi pela primeira vez usada, em inglês, por um autor obscuro, Sir Thomas Elyot em Boke of the Governour (1531). Em francês, a palavra aparece pela primeira vez no Pantagruel de Rabelais (1532).

O índice de autores representa acesso fácil e natural a documentos numa coleção, mas o índice de assuntos levanta dificuldades e controvérsias. A Encyclopaedia Universalis é dividida pelos temas “Artes, Astronomia, Química, Direito, Economia, Ambiente, Geografia, História, Ciência, Literatura, Matemática, Medicina, Música, Filosofia, Física, Religiões, Ciências da Terra, Ciências da Vida, Ciência, Ciências Humanas e Sociais, Desporto e Técnicas” e pelos seus subtemas consequentes.

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