Jornal do Diretório Central dos Estudantes da PUCRS. Porto Alegre, Março de 2014. nº2, ano 2
» Após período de conciliação e refluxo, luta! Copa da FIFA » “Não é contra a
Um ano sem a máfia no DCE da PUCRS
» Ainda falta democracia na PUCRS! » Por um Estatuto Democrático! » Primeira eleição Livre do DCE! » Congresso fortalece a luta estudantil!
seleção, é contra a exploração, contra a remoção, contra a criminalização!”
pág. 6-7
pág 4
Máfia continua no direito - pág 3
Conjuntura
2014: O ano da COPA irrompe com greve histórica dos trabalhadores rodoviários pág 4
Lado a lado No MesMo Rumo
II Calouradas do DCE da PUCRS
Caminhando
com quem vai
24 à 28 de março de 2014
Movimento Estudantil
Conselho de Entidades de Base Livr
Ensino X Lucro A luta por autonomia estudantil: As manifestações de junho de 2013 levaram às ruas uma geração que até então, tinha pouco ou ne-nhum envolvimento com política. As recentes lutas sociais encabeças por estudantes, trabalhadores e dife-rentes movimentos sociais, evidenciam as dificuldades crescentes em torno de diversas questões: transporte público, condições de trabalho, saúde, educação. Diante disso nos perguntamos: quais os principais problemas dos estudantes e como deve ser nossa organização? A universidade passou por um processo de transformação nas últimas décadas; deixou de ser espaço elitizado e privilegiado de produção científica e recebeu inúmeros jovens oriundos da classe trabalhadora através de programas como REUNI, PROUNI e FIES. A demanda por força de trabalho qualificada cresceu junto ao PIB do país e atendeu às lutas por maior acesso ao Ensino Superior, às novas necessidades do mercado de trabalho e à busca por lucros dos empresários da educação. Motivos não faltam para nos organizarmos e lutar! Nas discussões que temos feito ao longo dos anos no movimento estudantil e no I Congresso de Estudantes da PUCRS concluimos que nossa organização deve ser: »»Democrática: os espaços do movimento estudantil devem proporcionar a participação de todos nas discussões através de assembléias, congressos, reuniões, debates e eleições limpas. »»Guiada pelas necessidades dos estudantes: nosso objetivo deve ser fortalecer a luta pelas demandas estudantis e não privilegiar interesses particulares de grupos, partidos empresas ou indivíduos. »»Autônoma à reitoria, partidos e governos: isso significa que não faremos vistas grossas diante dos problemas encontrados e que precisamos ter autonomia financeira para que nossas ações políticas não sejam impedidas quando vão contra o interesse da reitoria, de partidos e de governos. »»Em aliança com a luta dos trabalhadores e movimentos sociais: os problemas da sociedade vão muito além da universidade e tem influência sobre ela, por essa razão, devemos estar atentos e prestar apoio aos trabalhadores e movimentos em luta.
“Lá no passado tínhamos um futuro Lá no futuro tem um presente Pronto para nascer Só esperando você se decidir São tempos de dizer: Não mais em nosso nome Se não pode se vestir com nossos sonhos Não fale em nosso nome” M. Iasi
Centro Acadêmico Arlindo Pasqualini - CAAP
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nova gestão do CAAP foi eleita no dia 31 de Outubro de 2013. Com uma nova forma de organização em Comissões, inspirada nas manifestações de Junho que incendiaram o Brasil no ano passado, a proposta de ser uma alternativa ao modelo presidencial surgiu como forma de mostrar que o Centro Acadêmico é um espaço horizontal e democrático. Participante do CEB-Livre (Conselho de Entidades de Base Livre), o CAAP está inserido nas lutas do movimento estudantil da PUCRS. Na Famecos, os estudantes desejam um novo
modelo para as impressões no Laboratório de Informática. Hoje, temos direito à 20 folhas por dia, sendo que temos que trazê-las para a universidade, pois não nos é fornecido papel. Ou seja, além do preço abusivo das mensalidades e do xerox, temos que gastar dinheiro até quando imprimimos algo na própria faculdade. Ao lado dos alunos, reivindicamos um outro sistema: a cota de impressões deve ser semanal, pois não são todos os dias em que é necessário utilizar o serviço, e quando é, o limite de 20 folhas facilmente é ultrapassado.
E é claro: queremos que a Famecos nos forneça o papel! Em reuniões abertas, pretendemos tocar nossas pautas em conjunto com os estudantes, de acordo com suas reivindicações e opiniões. Espaços de integração dos estudantes como festas e campeonatos estão
Diretório Acadêmico Democracia e Luta - CADEL
Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura (CAFA)
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s estudantes de Serviço Social junto ao Centro Acadêmico Democracia e Luta – CADEL – vem historicamente construindo o movimento estudantil da PUCR$. Compreendemos como importante e necessária a articulação com os outros C.A´s/ D.A´s, tendo em vista os diversos problemas que enfrentamos cotidianamente para nos manter dentro e fora da universidade. Por isso construímos o CEB-Livre – Conselho de Entidades de Base Livre, composto por C.A´S/ D.A´s que se dispõe a travar a luta dentro da universidade. Uma das principais discussões em nosso espaço de atuação é nossa formação e democracia dentro da universidade. Enfrentamentos problemas com nosso currículo, de pré e
Diretório Acadêmico Manuel Bandeira - DAMB
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Diretório Acadêmico Manuel Bandeira, o nosso querido DAMB da Faculdade de Letras, passou muito tempo adormecido. Foi com o desejo de fazer a voz dos alunos
02 | Jornal todas as vozes por democracia na pucrs já
sendo planejados para o ano letivo. Neste semestre, promoveremos calouradas e espaços de debates sobre democratização da mídia que questionem nosso atual modelo de comunicação. Além disso, seguimos presentes nas lutas ao lado dos estudantes e da população!
co-requisitos, campos de estágio, dificuldade com passagem escolar, Xerox, alimentação, entre outros. Sobre a democracia na universidade, podemos citar a última situação ocorrida, em que a gestão de nosso centro acadêmico sofreu censura pela direção da PUCR$ e coordenação de curso frente ao nosso material de divulgação das calouradas. Material que constava a palavra GREVE, referenciando as diversas greves da classe trabalhadora em 2014, e um poema. A direção e coordenação de curso alegam
mais ouvida e unir-se ao usual agito acadêmico e cultural da FALE que nasceu a Gestão Despertar. A gestão é composta de alunos de variados semestres e diversos interesses acadêmicos. Serão propostas ao longo do ano assembleias, fazendo da Gestão Despertar o mais clara e aberta possí-
ser ofensivo aos estudantes e que não poderiam ser colados em murais. Essa foi uma das diversas formas de repressão e censura dentro da universidade e nós enquanto entidade comprometida com os anseios dos estudantes não vamos nos calar! Defendemos um movimento estudantil e entidades autônomas a reitoria, coordenações de curso, governo e partidos! O CADEL sempre esteve e se manterá na luta contra nossos inimigos dentro da universidade e ao lado dos estudantes e da classe trabalhadora!
vel, assim como o diálogo entre o DAMB e a direção da Faculdade de Letras. O DAMB pretende apoiar e promover eventos culturais como a Semana de Letras, a acolhida aos Bixos 2014/1, e o Bacanal Cultural, que teve sua primeira edição em homenagem a Manuel Bandeira, poeta que dá nome a nosso
Há alguns anos o CAFA (Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura) estava sem uma gestão. No final do ano passado assumimos o CAFA com o intuito de reativar nosso centro acadêmico e principalmente despertar nos estudantes de arquitetura a vontade de participar e assumir espaços dentro da faculdade. Sabemos que as dificuldades são grandes, assim como as responsabilidades, mas ainda assim vamos apostar que no final dessa gestão, outras queiram assumir e não deixar às traças nosso centro acadêmico. Aos estudantes, principalmente da arquitetura, pedimos paciência e principalmente apoio e participação. Ideias são sempre bem-vindas! Lembrando que temos página no facebook (CAFA PUCRS) e que o espaço físico do CAFA fica no prédio 9, próximo ao DCE . Um bom início de semestre a todos!
diretório. A gestão entende a importância de prestar apoio àgestão atual do DCE, pois é com a união que faremos cada vez mais por nós mesmos. Dar voz, chance e meios aos alunos são alguns dos ideais que tiraram o DAMB de seu sono e o fizeram despertar para a vida acadêmica.
Espaço Aberto
re (CEB-Livre) dá boas vindas aos estudantes da PUCRS Centro Acadêmico São Tomás de Aquinho - CASTA
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Centro Acadêmico São Tomás de Aquino (CASTA) busca autonomia e coletividade. De forma apartidária, não antipartidária, procuramos a autonomia coletiva dos estudantes para a tomada de decisões em nosso c.a. Propomos uma construção coletiva, horizontal, deliberativa e democrática, onde todos os alunos dos cursos de Ciências Sociais, Filosofia, Geografia e História podem participar.
As reuniões, abertas a todos, são divulgadas sobretudo nos murais do prédio, no grupo do facebook, no perfil Casta e no blog. Nelas tomam-se decisões de todos os tipos, como de que forma e quais atividades ou eventos construir, como organizar o espaço ou qual o melhor destino para o que temos em caixa, sempre buscando o consenso. Acreditamos que a melhor maneira de um centro acadêmico realmente atender às expectativas dos estudantes é através de horizontalidade, autonomia e coletividade.
Diretório Acadêmico da Educação Física - DAEF
Gostaríamos de ver uma participação cada vez maior dos alunos do prédio 5, seja através das reuniões e atividades, seja ao frequentar o espaço
Diretório Acadêmico de Psicologia - DAPSI
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o final de 2013 conseguimos realizar eleições limpas e abertas para o Diretório Acadêmico da Educação Física - DAEF. Apesar disso, ainda percebemos que os alunos da FEFID não conhecem o seu Diretório e nem as pessoas que o representam. A movimentação agora em 2014 é para fazer com que os alunos da FEFID conheçam o seu Diterório e saibam que podem contar com ele.
DAB - Construído por Todos
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o inicio de 2013 um grupo de aproximadamente 10 estudantes começou a se reunir para reativar o Diretório Acadêmico. A proposta era implementar a autogestão em um DAB construído por todos. Após alguns encontros, que chegaram a reunir 50 pessoas, decidimos algumas prioridades, entre elas alterar o estatuto dando mais autonomia para os estudantes da biologia, organizar atividades dentro e fora dos muros da universidade e elucidar a responsabilidade social do biólogo. As nossas reuniões ocorrem semanalmente às 12h30 com almoço coletivo. Este semestre pretendemos integrar um maior número de estudantes e participar ativamente do movimento estudantil.
no transcorrer das aulas. As principais atividades que organizamos no ano passado foram: A I Semana acadêmica integrada dos 4 cursos
diretório Acadêmico da Psicologia (DAPSI) gostaria de agrade-cer o apoio recebido dos estudantes no ano de 2013. Como uma de nossas propostas fundamentais tínhamos o entendimento da importância de restaurar a relação fragilizada ao longo dos anos entre diretório e os alunos de psicologia. No ano de 2013 trabalhamos para que o aluno tivesse a oportunidade de entrar em contato com temáticas que vinham sendo afastadas de nosso convívio acadêmico,
objetivando a retomada do estudante de um espaço que é seu, o seu DA. No decorrer desse ano, o DAPSI chamou para discussão temáticas como O ATO MÉDICO, o debate sobre A CURA GAY, TRANSPORTE PÚBLICO e acessibilidade estudantil. E esteve a frente de tentativas internas para pleitear espaços de reconhecimento da legitimidade das iniciativas estudantis em nossa universidade, tendo conquistado pela primeira vez em nossa história como psicologia na PUCRS - o direito a passar
o início do último semestre, a gestão Centro Acadêmico da Faculdade de Direito (CAMC), cometeu um atentado à democracia. Na tentativa de dar um golpe nos estudantes de direito, a executiva do CA, conduziu um processo eleitoral completamente ilegal, beirando o absurdo. No processo, o edital de eleição previa apenas 3 dias para inscrição das chapas, com edital publicado nas férias, não podendo o estudante se organizar em tempo hábil para apresentar uma plataforma de campanha. Esse foi apenas um dos obstáculos, o mais grave de todos, foi a impugnação das chapas que fa-riam oposição à atual gestão, de maneira arbitrária, sem motivos legais para tal decisão. A partir deste momento, o
Diretório Central dos Estudantes da PUCRS se mobilizou em todas as frentes para impugnar o processo, até que ele seja refeito de maneira idônea. Foram feitas inúmeras campanhas para conscientizar o estudante, além da ação na justiça que garante, até hoje, a suspensão do processo eleitoral de forma temporária. Chegamos no início do ano letivo de 2014 determinados a dar continuidade a esta luta, devolvendo o CAMC aos estudantes de direito da PUCRS, da mesma maneira como foi feito com vários DA’s e CA’S . Porém, o CAMC ainda continua aberto, com o mesmo grupo se mantendo no espaço, como se tivessem sido eleitos novamente, ignorando totalmente uma ordem judicial, salientando que o direito na Fa-
em sala de aula oficialmente durante a divulgação da semana acadêmica; e principalmente, o direito a horas complementares para atividades de cunho estudantil, sem que estas obedeçam o modelo academicista perpetuado em nossa faculdade através dos tempos; Novamente agradecemos a todos e gostaríamos de reforçar o convite para que o estudante venha utilizar o seu espaço, afinal universidade pode e deve ser espaço de discussão, articulação e transformação de nossa realidade.
Diretório Acadêmico Garcia Prado
CAMC - Aqui o Direito não está sendo respeitado
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com o tema “Mundialização, territórios e nações” com atividades nos 3 turnos; O pré encontro de Educação libertária; Cines com debates; Cafés e almoços coletivos; Copa Casta; Palestra/debate sobre as remoções da copa e a participação juntamente com os outro centros acadêmicos do I Congresso de estudantes da pucrs e a campanha contra o aumento das mensalidades. Estamos engajados no momento nas atividades de boas vindas aos estudantes e na participação do Bloco de lutas pelo transporte público.
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culdade de Direito está sendo negligenciado. Mais uma vez, a PUCR$ se mantem inerte e conivente com tal situação e alega que nada pode fazer! A injustiça não pode mais ser algo natural. Seguimos mais fortalecidos do que nunca, e contamos ainda mais com o teu apoio e a tua participação.
Diretório Acadêmico Garcia Prado, DGPA - Faculdade de Medicina - passou por um momento singular no ano de 2013 ao ser informado do expressivo aumento de 58,9% no valor da matricula e 45,6% das demais mensalidades para os alunos ingressantes no curso de Medicina. Nossa preocupação gira em torno de pontos principais; a manutenção do padrão de excelência que a universidade, à qualidade de seus alunos; e a preocupante sobrecarga financeira no orçamento de suas famílias, uma vez que a mensalidade do novo currículo ficará R$ 5.469,99, destoando dos R$ 3.569,33 do currículo anterior. Nesse sentido seguimos na luta com firmeza e coragem, sempre chamando os colegas - bichos e veteranos - a participar ativiamente dessa discussão.
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Conjuntura
2014 Após período de conciliações e refluxo, luta!
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ivemos nas últimas décadas um período de refluxo do movimento dos trabalhadores e das lutas sociais, um período de pouco debate e envolvimento com política. Essa situação é decorrente da esperança depositada nos representantes eleitos e de políticas paliativas como acesso à créditos e aumento do acesso ao ensino superior. Paralelamente, centrais sindicais e demais entidades representativas dos trabalhadores e dos estudantes como a União Nacional dos Estudantes(UNE), acabaram por virar uma espécie de departamento do governo, deixando os locais de trabalho, de estudo e as lutas. As manifestações de junho de 2013 levaram às ruas uma juventude que começou a perceber que suas expectativas de melhorar de vida a partir de um diploma universitário se encontram ameaçadas diante das dificuldades de permanência para conclusão do curso ou mesmo na busca por empregos. As lutas surgem em torno de uma necessidade básica: transporte público. O Bloco de Lutas pelo Transporte Público desempenhou em Porto Alegre um papel importante ao aglutinar em torno da pauta do transporte vários setores combativos. Com o passar das manifestações diversas demandas foram somadas tendo destaque educação e saúde. São indícios de que não queremos mais consentir com essa sociedade da exploração e suas conseqüências.
O ano da COPA irro trabalhadores rod E
sse ano inicia com uma lição de uma importante categoria: os trabalha-dores rodoviários, essenciais no nosso dia a dia. Diante de jornadas de até 14 horas, ausência de horas extras, salário que há anos não é ajustado sequer no índice da inflação e péssimas condições de traba-lhado; A categoria decidiu se organizar e lutar. A situação do sindicato dessa categoria é seme-lhante ao nosso antigo DCE: não representa os interesses dos rodoviários, está do lado do patrão. Apesar disso, esses bravos lutadores se mobilizaram até o fim, fazendo valer a vontade de quem está no local de trabalho, passando assim, por cima do sindicato e da comissão de negociação. Diante das precárias condi-
Transporte Público é pauta estudantil Os problemas do transporte público, em Porto Alegre, não são nenhuma novidade para os seus usuários. O serviço é de necessidade básica, mas é de qualidade deplorável e não condiz com o preço cobrado. Nas grandes manifestações de Junho do ano passado, uma das palavras de ordem dos manifestantes
era “Tri caro, Tri demorado e ainda por cima Tri lotado”. Os jovens que foram às ruas falavam em transporte 100% público e de qualidade. O lucro das empresas de ônibus não pode cercear nosso direito de ir e vir. Os estudantes dependem do transporte público para estudar e trabalhar.
- Por um transporte público e de qualidade! - Todo apoio aos trabalhadores rodoviários! - Passe-livre já Estudantil já! - Nenhum aumento das passagens!
Conjuntura
ompe com greve histórica dos doviários
“Se não pode se vestir com nosso sonho, não fale em nosso nome” M. Iasi
Na greve, a categoria propôs à prefeitura liberar 100% dos ônibus em passe-livre para que a população não fosse prejudicada durante as negociações ções de trabalho e da intransigência dos patrões que não quiseram negociar, os rodoviários cruzaram os braços durante 15 dias. O surgimento de uma aliança entre trabalhadores e estudantes mostrou que a luta deve ser a mesma. Um transporte de qualidade é possível. Assim como é possível aumentar o salário dos rodoviários sem aumento na tarifa - e o dinheiro deve sair do lucro das empresas. Na greve, a categoria propôs à prefeitura liberar 100% dos ônibus em passe-
-livre para que a população não fosse prejudicada durante as negociações. Fortunati não aceitou a proposta e, num claro esforço para defender o lucro dos empresários, já anunciou um novo aumento da tarifa para este ano. O exemplo de que somente a luta muda a vida está se espalhando Brasil a fora e várias categorias também estão se mobilizando, a maioria sem o apoio do sindicatos.
Copa da FIFA
“Não é contra a seleção, é contra a exploração, contra a remoção, contra a criminalização!” N
o pais do futebol, nossa alegria e paixão por esse esporte, não nos cegará diante das conseqüências terríveis que a Copa do Mundo da FIFA traz para a classe trabalhadora. No sistema capitalista, tudo vira mercadoria e não é diferente com o futebol: a emoção dos jogos torna-se secundária diante do lucro. De um lado, assistimos a farra dos empresários com superfaturamentos e licitações de emergência tornando o gasto com os eventos três vezes maior que o previsto; De outro,
mais de 170 mil pessoas foram removidas de suas moradias por conta das obras da copa, na maioria das vezes sendo retiradas a força de suas casas pela polícia e pelo exército e deixadas ao leu. Ainda em torno das obras, as péssimas condições de trabalho e a intensificação da produção levaram a morte cinco operários da construção civil. Não podemos ficar calados, esse ano é ano de lutar!
“
Manifestação não é crime!
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ão sendo mais possível manter a ordem e a harmonia por meio do consentimento, o Estado revela a quem serve e logo coloca um imenso aparato com vistas a repreender os movimentos de luta por meio da coerção, ou
seja, da violência e da criminalização: greves são consideradas ilegais, professores manifestantes são presos, matam Amarildos, perseguem ativistas. Tudo isso para proteger as empresas e garantir que a exploração dos trabalhadores não seja interrompida e com isso os lucros seQue vergonha! jam garantidos. Que Vergonha de ser! Algumas manifesEspancar trabalhador tações esse ano tiveram para ter o que comer!” mais policiais que manifestantes! Como no capita-
lismo tudo vira mercadoria, as relações sociais viram de ponta cabeça. Por exemplo:
»
170 mil pessoas são retiradas de suas casas a força sem direito a nada e isso não é considerado crime. Todavia, lutar por melhores condições de trabalho e salário é! Colocar fogo em uma lata de lixo é considerado violento. Por outro lado, pessoas catarem lixo para comer é “natural”.
»
Jornal todas as vozes por democracia na pucrs já | 05
Gestão do DCE/PUCRS “Quem é Estudante também vai cantar”
O que realizamos em 2013
» DCE participa da Luta contra o aumento das passagens.
»DCE começa o
confeccionar o Cartão Tri Escolar por R$ 5,00
Um ano sem a máfia no DCE da PUCRS O
s estudantes da PUCR$ tiveram por 20 anos a frente do seu DCE uma Máfia liderada pelo PDT. Nossa principal entidade repre-sentativa estava a serviço dos interesses particulares dos militantes desse partido e uma reitoria conivente! Após lutas históricas dos estudantes que, apesar de nem sempre terem vitórias imediatas, certamente contribuíram para a maior vitória que culminou, em novembro de 2012, na 1ª eleição democrática para o DCE – o movimento estudantil combativo derrubou a Máfia do DCE! Os 20 anos de Máfia deixaram um abismo imen-so frente ao papel que o DCE deve cumprir como entidade representativa de luta dos estudantes! A vitória da chapa “Quem é Estudante também vai Cantar” fez com que o movimento estudantil tivesse mais compromisso e
Elencamos como umas das nossas prioridades, estabelecer espaços de discussão entre os estudantes, possibilitando qualificar nossa análise sobre nossas demandas dentro da universidade. responsabilidade: colocar a entidade a serviço da luta dos estudantes e da classe trabalhadora! Não era fácil o papel que assumimos enquanto gestão! Iniciamos o ano de 2013 com muitas dificuldades, foram imensas as dívidas que a Máfia do PDT deixou aos estudantes dessa universidade; Dívidas fi-
nanceiras e de atitude! O movimento estudantil começou a dar seus primeiros passos na luta por democracia da universidade e da própria entidade. Elencamos como umas das nossas prioridades, estabelecer espaços de discussão entre os estudantes, possibilitando qualificar nossa análise sobre nos-
sas demandas dentro da universidade. Assim construímos a 1ª calourada de estudantes da PUCR$ – atividade que teve uma grande adesão, tendo em vista ser o primeiro espaço aberto ao conjunto dos estudantes de nosso DCE.
Primeira Eleição Livre do DCE » 17 de abril - 1º Reunião do CEB-Livre, após a derrubada da Máfia.
DCE da PUCRS realiza 2º Calouradas dos Estudantes da univerisadade
» Mesa de abertura da 1º
Calouradas do DCE/PUCRS. no auditório do prédio 15.
»17 de Maio - Dia
internacional de Combate à Homofobia!
Por um Estatuto Democrático! Centros e Diretórios Acadêmicos são entidades políticas de representação estudantil que possuem um conjunto de regras e normas que guiam suas ações legais, por exemplo, a freqüência de eleições, quem-quando-como é possível depor uma gestão, as instâncias deliberativas, os responsáveis legais pela entidade etc. Esse conjunto de regras e normas estão no Estatuto de cada entidade que deveria ser elaborado junto a todos os estudantes. Durante os anos que a máfia esteve a frente do DCE, o Estatuto da entidade foi
06 | Jornal todas as vozes por democracia na pucrs já
alterado diversas vezes para garantir que o mesmo grupo político se mantivesse na entidade por décadas, tornando legalmente impossível depor-los diante das eleições fraudadas. Nos restava fazer muita luta e oposição. Foi o que fizemos. Esse ano, no dia 30 de setembro realizamos a última assembléia de alteração estatutária, convocada com ampla divulgação e na presença de mais de 50 estudantes tornando, finalmente, nosso estatuto democrático e de acordo com as necessidades estudantis.
Principais alterações:
»
Redução para 1 ano de Gestão do DCE;
»
Comissão Eleitoral eleita em Assembleia
»
Fim do presidencialismo.
»
Pela primeira vez em 20 anos a data das eleições do DCE, bem como a comissão eleitoral, foi escolhida pelos estudantes de situação e oposição. A assembléia aconteceu no dia 25 de novembro, de 2013, no auditório do prédio 05. Antes, o próprio DCE fazia parte da comissão eleitoral, não publicava as datas e não permitia que chapas de oposição concorressem à eleição. Para garantia de um processo totalmente democrático nosso pedido de urnas eletrônicas já foi autorizado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Inscreva sua chapa, participe das discussões e do processo!
CALENDÁRIO Inscrição de Chapas
» 24/02 a 31/03
CEB-Livre enquanto Instância máxima dos estudantes;
Campanha
»
Votação
Centros e Diretórios Academicos autonomos do DCE
» 1º a 15 de abril » 15 a 16 de Abril
Assistência Estudantil 1º Congresso dos Estudantes da PUCRS
Fortalecer a luta do Movimento Estudantil
Deliberações
Propostas do GD de Currículo e Estagio:
» Fortalecimento do CEB enquanto articulador das diferentes entidades representativas dos estudantes; » Constituir mais espaço de discussão sobre a formação profissional; » Seminário de Educação: Para debater a formação acadêmica e sua relação com a sociedade, tripé ensino, pesquisa e extensão;
Propostas do GD de Assistência Estudantil
» “Jornada de lutas” pela assistência estudantil » Casa de Estudante; » Contra o aumento das mensalidades; » Contra o pagamento de documentos acadêmicos; » Contra a tercerização dos serviços. Pelo fim do lucro sobre os nossos direitos. Xerox e alimentação subsidiados e a preço de custo; »Luta pelo transporte Público.
» 5 e 6 de Junho, debate
sobre a Democratização da Comunicação.
Propostas Movimento Estudantil e Movimento de Área Na prioridade de realizarmos discussões junto aos estudantes, tendo em vista que a gestão sozinha não possui as respostas e precisa conhecer os problemas enfrentados pelos estudantes e conjuntamente pautar suas ações, garantimos a realização do 1º Congresso de estudantes da PUCR$! O congresso foi organizado pelo Conselho das Entidades de Base Livre (CEB-Livre) e DCE, realizado em dois dias (final de semana) com espaços de discussões sobre Currículo e Estágio, Assistência Estudantil, Movimento Estudantil, Movimento de Área e Opressões. O congresso é o espaço mais democrático dentro da universidade para pautar a organização e luta do movimento estudantil da PUCR$, por possibilitar espaços de
discussões a respeito dos problemas enfrentados pelos estudantes de maneira mais abrangente. Compreendemos esse espaço como estância máxima do movimento estudantil da universidade, tendo como principal articulador o CEB-Livre e DCE. O espaço é deliberativo e irá pautar o movimento estudantil em suas principais lutas, assim como o DCE também deve se pautar por esse espaço, mantendo sua autonomia frente às propostas originadas de suas instâncias. A partir do congresso se forma então, mais uma linha direta entre os estudantes, suas entidades representativas e um espaço onde se torna possível debater e articular nossas necessidades.
Ainda falta democracia na PUCRS Democracia está longe de ser uma realidade na PUCRS. A organização política de estudantes e trabalhadores é dificultada ao máximo pela reitoria e direções de curso. Com freqüência nossa visão de mundo é censurada e materiais são proibidos de serem divulgados. Não participamos das decisões da nossa universidade, sequer recebemos prestação de contas sobre o uso do nosso dinheiro. A caminhada pela democracia na PUCRS é longa. Os estudantes não são liberados das aulas para participar das assembléias que discutem proble-
mas do nosso cotidiano e o que a reitoria mais teme: a discussão de ações para mudar essa situação. É comum o veto à passagens em sala de aula para divulgar atividades do Movimento Estudantil, um processo burocrático longo é exigido para o uso de salas de aula. Nossos professores, sobrecarregados de atividades, alunos, metas e pesquisas não tem o direito de organização e devem aceitar calados os abusos ou perder o emprego. O mesmo acontece com os demais funcionários. Na última semana o Centro Acadêmico Democracia
» Criar Estatuto do CEB (CEB como instancia superior ao DCE); » Construção de documento (livro, revista) como histórico do ME da PUCR$ com relatos dos estudantes que estiveram envolvidos em diversos períodos históricos do ME. Deve estar disponível nos C.As, online, biblioteca e distribuído aos estudantes); » Prestação de Contas da PUCRS; » Decisão da comunidade acadêmica quanto aos recursos da universidade; » Continuar combatendo a Máfia que ainda se encontra no CAMC, CAVM E CAEE; » Desvinculação dos DAs ao DCE; » Que as entidades estudantis se mantenham autônomas em relação a Reitoria, organizações políticas, partidos políticos e governos; » Lutar por eleição direção dos cursos e da reitoria; » Decisão sobre o uso de recursos em reuniões abertas e assembléias de estudantes; » Prestação de contas amplamente divulgadas para os estudantes; » Aliança do ME com os movimentos da classe trabalhadora; » Campanha permanente contra o aumento das mensalidades; » Fórum de universidades pagas; » Congresso como instancia máxima deliberativa do ME da PUCR$ com periodicidade anual. » Organização de espaços de discussão sobre o combate as opressões (Coletivos, GD’s, Fóruns, Encontros...).
e Luta – CADEL, do Serviço Social, foi proibido de divulgar um cartaz que convidava os estudantes para uma recepção. O motivo: a imagem do cartaz exibia a palavra “GREVE” fazendo refe-rência a recente greve dos trabalhadores rodoviários. Fica explícito o medo de que trabalhadores e estudantes da PUCRS sigam esse exemplo, pois motivos não faltam. Em 2012 estudantes e trabalhadores da PUC-SP entraram em greve reivindicando democracia na universidade. Devemos seguir esse exemplo e buscar uma ação unificada também na PUCRS. A comunidade acadêmica não participa de nenhu-ma decisão, tudo nos é im-
posto. Não elegemos reitor ou direção de curso, não temos poder de influenciar na construção dos currículos, não decidimos o destino das verbas da universidade. Em contrapartida, não há prestação de contas por parte da PUCRS, que recebe inúmeras isenções tributárias do governo e aumenta a mensalidade anualmente, sempre acima da inflação! Pela prestação de contas da PUCRS! Pelo fim da censura na universidade. Pelo direito de organização autônoma de estudantes e trabalhadores da PUCRS. Pela eleição da direção de curso e reitoria.
» 30 de Setembro, última assembleia de mudança Estatutária.
» 25, 26 e 27 de Novembro - 1º Congresso dos Estudantes da PUCRS.
» 20 de Novembro -
Atividade sobre o Dia da Consciência Negra no DCE.
» » » »
» 6 de novembro, Formação da 1º Comissão Eleitoral Livre para o DCE, tirado em Assembleia!
Jornal todas as vozes por democracia na pucrs já | 07
Todos Unidos por Assistência Estudantil
Não vai ter Aumento das Mensalidades!
Não basta ter acesso à Universidade, é preciso garantir permanência! O
aumento do acesso à universidade nos últimos anos permitiu que uma parcela da classe trabalhadora entrasse na universidade: somos trabalhadores, pais, mães, residentes da região metropolitana. Programas como PROUNI e mesmo o FIES e demais créditos, representam uma chance de melhora na vida de muitas pessoas,
E
star em uma univerda inflação, sem que os esNosso sonho de ter um tudantes sejam consultasidade privada, para a maioria dos estudantes, diploma se mostra cada dos, sem que esse aumento não é uma opção. Se houseja revertido no salário vez mais ameaçado, vesse vagas para todos, diante da ausência de dos trabalhadores, enfim, estaríamos nas univer- assistência estudantil e sem justificativas. Você sidades públicas. No enpara onde vai seu dindo aumento anual das sabe tanto, precisamos estudar heiro? mensalidades. para qualificar nossa forExigimos que PUCRS ça de trabalho atendendo abra suas contas e que a nossa necessidade de decisão quanto ao uso dos sobrevivência e as novas de- não recebemos nenhum recursos seja decidida ammandas das empresas diante tipo de assistência estudan- plamente pela comunidade do crescimento da economia. til para alimentação, xérox, acadêmica! Não podemA PUCRS é uma univer- moradia. Todos os serviços os aceitar calados, é sidade filantrópica-comuni- são tercerizados o que sig- necessária uma campantária. Isso significa que recebe nifica um aumento signifi- ha permanente Contra muitas isenções de impostos, cativo dos preços. Todo ano o Aumento das Mensalio que a diferencia de out- a mensalidade aumenta em dades e pela abertura das ras empresas. Apesar disso, torno de 8%, sempre acima contas da PUCRS!
ao mesmo tempo que garantem o lucro dos empresários da educação. Nosso sonho de ter um diploma, não obstante, se mostra cada vez mais ameaçado diante da ausência de assistência estudantil e do aumento anual das mensalidades. São inúmeras as dificuldades para permanecer na universidade e o alarmante número de evasão não é noticiado.
» Pela construção da casa de estudantes! Estudantes bolsistas,
trabalhadores, do interior e da região metropolitana não conseguem manter-se em POA, passam horas no transito e gastam muito com transporte.
» Xerox e alimentação a preço de custo! A PUCR$ não deve terceirizar os serviços
de alimentação e xerox porque isso faz com que os preços aumentem e a PUCR$ ainda sai lucrando.
“Felicidade! Passei no vestibular Mas a faculdade ela é particular Livros tão caros tanta taxa prá pagar Meu dinheiro muito raro Alguém teve que emprestar
Morei no subúrbio Andei de trem atrasado Do trabalho ia prá aula Sem jantar e bem cansado” Martinho da Vila
8 de Março: Dia Internaiconal de luta da mulher Em agosto de 1910, na Dinamarca, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, foi aprovado o Dia Internacional da Mulher com o objetivo de unificar a luta feminista em diversos países, ainda sem data definida. Em 1921, na Conferência de Mulheres Comunistas, em Moscou, foi escolhido o dia 8 de março para ser o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Após o protagonismo das mulheres na Revolução Russa - onde o 8 de março era marcado por lutas feministas - a data virou um marco histórico.
O machismo faz vítimas todos os dias no Brasil. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima que a cada
hora e meia morre uma mulher por causas violentas no nosso país. Os números são alarmantes: 5.664 mortes de mulheres a cada
ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia. O governo faz muita propaganda da Lei Maria da Penha, mas não há real enfrentamento do problema. Além dos óbitos, a violência contra a mulher está presente em agressões verbais, físicas e sexuais sofridas diariamente pelas mulheres de todo o mundo. Não devemos nos calar diante do machismo. Infelizmente, o 8 de março tem sido muito vinculado ao comércio de flores e presentes. Não podemos esquecer que o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta e mobilização. É um dia para relembrarmos
as lutadoras aguerridas que tiveram importantes conquistas para o feminismo na história - como o direito ao voto feminino – e, a partir disso, refletirmos sobre a condição da mulher na sociedade atual, com o objetivo de transformá-la. Temos muito a avançar em nossas pautas. A luta feminista classista é marcada pelo 8 de março, mas estaremos lutando nesse e em todos os outros dias. Somente a partir da força e da mobilização das mulheres conquistaremos um mundo livre do machismo e das opressões.
Expediente do Jornal do Todas As Vozes Por Democracia na PUCRS Textos: CEB Livre e DCE- Fotos: Arquivos do DCE - Projeto Editorial: DCE - Tiragem: 5 mil - Distribuição Gratuita
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