Ano I - Nº 1 - Junho/Julho 2012
viva! A Universidade está em GREVE!
A Universidade está
Essa GREVE Ess aam também é NOSSA! bmS Essa GREVEtSSA!
A
greve das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que começou no dia 17 de maio e possuía uma adesão inicial de 33 IFES, hoje conta com 95% das universidades paralisadas com o objetivo de garantir uma educação pública, gratuita e de qualidade. Essa luta já vem sendo tocada nos últimos anos, principalmente agora que estamos sentindo os efeitos da política de expansão promovida pelo governo. Ano passado vimos 14 reitorias em todo o país serem ocupadas pelos estudantes, uma greve dos servidores que o go-
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verno ignorou e uma proposta de aumento pífio aos professores que não foi cumprida. A nossa luta está forte, apesar da recusa do governo em reconhecer o CNGE e dizer que só reconhece a direção majoritária da UNE, do governo se negar a abrir negociação e da recomendação de corte do ponto dos servidores públicos em greve. Atos unificados estão acontecendo em todo o país como, por exemplo, a Marcha a Brasília dia 05 de junho que reuniu mais de 15 mil pessoas e onde teve a primeira reunião do comando nacional de greve dos estudantes.
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Conjuntura
O
ano de 2011 foi marcado por levantes internacionais que demonstram o caráter irreformável do sistema capitalista e o agravamento de suas contradições. Tais contradições são percebidas concretamente com os reflexos das políticas de austeridade, das contra-reformas e da retirada de direitos historicamente conquistados através da luta dos trabalhadores. Com as
consequências de uma crise, no norte da África e na Europa a classe trabalhadora e a juventude foram às ruas em defesa de suas condições de vida, se apresentando enquanto força política capaz de enfrentar governos e derrubar ditadores. Apesar dos lutadores se mostrarem aguerridos, as estruturas dos regimes continuam preservadas, e apresenta-se a necessidade urgente da elaboração de um projeto classista na luta dos trabalhadores, com seus próprios instrumentos políticos, na construção de uma sociedade gerida pelos próprios trabalhadores: o socialismo.
No Brasil
convivemos com realidades contrastantes de crescimento econômico, pois somos a 6ª economia do mundo, e, ao mesmo tempo, sofremos cotidianamente com a retirada de direitos conquistados historicamente pelas lutas da classe trabalhadora e o sucateamento dos serviços públicos, causado pela privatização de setores como a saúde, a educação, previdência, cultura e infraestrutura.
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O Governo na verdade transfere dinheiro público para o setor privado e atende aos interesses da burguesia
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O governo, que atingiu níveis de aprovação inéditos, promove políticas como o Bolsa-família, PROUNI, além do maior acesso ao crédito, ao mesmo tempo que
criam uma ilusão de ascensão social, na verdade transferem dinheiro público para o privado e atendem na verdade aos interesses da burguesia, como a abertura de vagas em universidades privadas ao invés do investimento na educação pública, o uso de políticas habitacionais para aquecer o mercado imobiliário e injetar bilhões de dinheiro público na indústria da
construção civil, etc. que atende prioritariamente os interesses da burguesia ao criando a ilusão de ascensão social no trabalhador, ilusão esta, que o impede de enxergar que está apenas servindo de meio para a transferência do dinheiro público para o privado e do acúmulo da classe dominante seja em qual área ela atuar, educação, construção civil, mídia, entre outros.
Unidade para enfrentar os interesses de classe Esta nova forma de mascarar seu caráter de classe, contando com um diferencial qualitativo deste governo, pois tem o apoio de grande parte dos movimentos sociais históricos, como a CUT, a UNE e o MST que foram essenciais para a chegara do PT no governo. O Partido “dos Trabalhadores” traz uma nova forma de controle, se masca-
rando por trás de grupos, termos e personalidades historicamente ditas como ligadas a luta dos trabalhadores, ocultando o seu real caráter de classe, a serviço da burguesia. Nesse cenário, a esquerda combativa encontra-se fragmentada e em busca de novas formas organizativas. Em 2011, vivenciamos processos de greve e lutas estudantis
por todo o país. Em 2012, vemos 57 das 59 Universidades Federais em greve, o que evidencia o desmonte e sucateamento da educação a nível nacional e a necessidade da atuação unitária dos estudantes com a classe trabalhadora, contra o governo petista ou qualquer outro que sirva ao capital, em busca do projeto socialista de sociedade.
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Educação
O desmonte e o projeto da educação do PT O desmonte da educação pública ao longo dos governos Lula e Dilma revela seu caráter de classe, dando prioridade aos empresários do setor privado da educação e ao pagamento dos juros da dívida pública em detrimento do ensino público. Programas como o PROUNI e o REUNI, a Reforma do ensino básico, o ensino a distância, avaliações como o ENADE e a privatização da educação (cursos de pós- graduação pagos, empresas controlando os hospitais universitários) são faces da mesma política que visa uma educação para o capital.
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Programas como o PROUNI e o REUNI são faces da mesma
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política que visa uma educação para o capital.
Verbas públicas são injetadas nos grandes empresários da educação, enquanto o ensino público não tem investimento em
infra-estrutura, pesquisa e extensão, colocando a educação superior pública na UTI. 47,19% dos recursos públicos da União se destinam aos juros e amortização da dívida, ou seja, aos bancos, apenas 3,18% do orçamento é investido em Educação e 3,98% com a Saúde. Vivemos nas IFES hoje, com grande intensidade, as consequências do REUNI, projeto de reestrutu-
ração das universidades federais, tendo como eixo uma expansão das universidades com um financiamento irrisório e sujeito ao cumprimento de metas, enchimento das salas de aula e aceleração da formação, aprofundando o sucateamento do ensino público superior. Resultado: aumento de estudantes, falta de professores, falta de infra-estrutura, falta de assistência estu-
dantil, precarização do trabalho, quebra do tripé ensino-pesquisaextensão, investimento privado nas universidades colocando em xeque a autonomia da produção do conhecimento, péssimas condições de trabalho e estudo. Vemos ainda o projeto da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares que promove a privatização dos hospitais universitários e a mudança do seu caráter social.
Unificar às mobilizaçºões Esse é o momento de aumentarmos a pressão sobre o governo, obrigá-lo a negociar e obtermos vitórias concretas. Para isso, devemos unificar as lutas em curso com as demais categorias em greve construindo iniciativas comuns como Comandos Unificados e ocupar as ruas com atos unificados para dar visibilidade para essa luta tão importante e colocar o governo contra a parede! A nossa greve tem que ser construída pela base, em assembléias gerais abertas, comandos locais, comitês de mobi-
lizações nos cursos, construindo assim um Comando Nacional de Greve dos Estudantes que seja democrático e fortemente enraizado na base, que seja capaz de organizar o movimento e os estudantes para a luta e fazer frente à qualquer tentativa da direção majoritária da UNE junto ao MEC de rifar a greve. Estudantes, professores e servidores estão unidos na luta por educação e saúde públicas, gratuitas, de qualidade e por melhores condições de trabalho!
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Movimento Estudantil
Por um fórum permanente de lutas Diante da articulação entre os estudantes, servidores e professores em greve lutando por melhores condições na educação brasileira, não podemos perder o foco que somente a articulação e mobilização pela base
O segundo semestre se aproxima e muitos são os cursos que farão o ENADE. É importante debatermos sobre isso, além de todos os ataques que educação vem sofrendo, os resultados do exame são usados como propaganda, reforçando uma concepção produti-
estudantil poderá pressionar para uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada. Assim, não podemos esquecer que a greve terá um fim e o seu saldo não pode ser de desmobilização e o controle das pautas da greve restritas às direções tradicio-
nais do movimento. Devemos ter como resultado da greve um avanço no processo de reorganização do movimento em um fórum que organize e dê continuidade à luta travada, que os estudantes e entidades de base impulsionem e se articulem para as próximas lutas que virão.
A Educação merece nota
vista da educação, além de ser obrigatório e punitivo, pois o Estado não diz como deve se dar a superação dos problemas, se isentando da responsabilidade; premia os melhores colocados aumentando a competitividade entre os estudantes, visando fragmentar ainda mais nossa
unidade com vistas que não consiga resistir aos ataques que estamos sofrendo na educação. Assim, os diretórios acadêmicos, executivas de curso, setores que estão dentro e fora da UNEANEL, de oposição de esquerda ao governo devem estar ao lado os tra-
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balhadores da educação e de todos aqueles que lutam por uma educação pública, capaz de auxiliar na emancipação da classe trabalhadora através de um fórum permanente que seja capaz de articular nossas lutas e demandas frente a todo o ataque na educação brasileira.
ENADE 2012 Bacharel - administração, Contabilidade, Economia, Comunicação Social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo. Tecnólogo - Gestão Comercial; Gestão de Recurso; Gestão Financeira; Logística; Marketing e Processos Gerenciais.
A Luta das mulheres, Negros e Negras e LGBTs deve se dar ao lado da luta da classe trabalhadora, rumo à revolução socialista.
A Universidade apresenta em seu interior todas as formas de opressões de que o capital neces-
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sita para intensificar e garantir a exploração dxs trabalhadorxs para atender aos interesses da classe dominante: O machismo, racismo e homofobia. Uma vez que vivemos um contexto de precarização de nossas universidades, tais setores, historicamente oprimidos, tendem a ser afetados ainda mais com as políticas sucateadoras impostas pelo governo federal. é possível perceber quando vemos que xs mais prejudicadxs pela precarização do trabalho - que se dá através das terceirizações - são as mulheres e negrxs; quando as estudantes mães não possuem acesso a uma assistência estudantil de qualidade – que vise à
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permanência estudantil, onde possam deixar seus filhos nas creches, assim como os homoafetivos, que ao procurarem lugar para morar em casas estudantis enfrentam rejeição. Além disso, os programas de apoio psicológico às mulheres mães e a comunidade LGBT são limitadíssimos Nossa greve também é por melhorias no acesso e permanência daqueles que, historicamente, foram alijados do direito ao ensino superior. Entendemos, entretanto, que somente com a superação total do sistema capitalista iremos ter uma universidade livre de opressões, laica, pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada para a classe trabalhadora!
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