Folhas molhadas MDP

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Material Digital do Professor ENSINO MÉDIO Elaborado por Alessandra Cabral Bruno Gradella Vicente Castro CC BY NC 4.0 International

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Folhas Molhadas 1a edição – João Pessoa/PB – 2021 Material Digital do Professor Ensino Médio Elaboração: Alessandra Cabral, Bruno Gradella, Vicente Castro Coordenação editorial: Nilcéia Esposito / Book Maker Composição Editorial Edição: Daniel Orlando e Flavia Brandão Assistência editorial: Paula Dias Revisão: Book Maker Composição Editorial Diagramação: Nany Produções Gráficas

JC DISTRIBUIDORA DE LIVROS EIRELI Avenida dos Tabajaras, 960 - Centro - João Pessoa/PB, CEP 58.013-270

Produzido sob licença CC BY NC 4.0 International

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Sumário Carta ao professor ......................................................................................4 Na ponta da língua ......................................................................................6 Proposta de atividades I Ampliando horizontes.............................................................................. 18 Proposta de atividades II Mergulhando na obra .............................................................................. 22 Aprofundamento Novos caminhos ....................................................................................... 31 Referências complementares Organizando a estante ........................................................................... 33 Bibliografia comentada


Carta ao professor Caro professor, cara professora, Folhas Molhadas é uma coletânea de poemas escrita pelo compositor Beto Furquim e que tem como estrela principal a água. Cada poema contempla uma apresentação desse elemento da natureza, seja através da natureza, que podemos visualizar o percurso de um rio e o formato da maré, pela água que nós produzimos ao chorar ou a água que nos banha e nos renova a cada dia. O cenário de rios e mares estão presentes em grande parte de seus poemas. Os percursos dos rios estão ligados ao que chamamos de jornada. A água é o elemento que nos traz a vida, que nos renova. A vida não pode parar, tal como os rios e suas correntes não param. Quando o elemento da água não está em ação em sua poesia, nos deparamos com as metáforas do nosso nascimento. O Amor se mostra em sua poesia como um sentimento que deve ser realmente vivido no momento e não deve ser tratado como uma tarefa sujeito a ser postergado. Os poemas estão repletos de figuras de linguagem como a metáfora, a sinestesia, a hipérbole, entre outras. É esse recurso estilístico que nos deixa mais próximo da sensação que a obra tenta nos atingir.

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Beto Furquim faz uma pequena apresentação no início de sua coletânea falando sobre seus versos aquáticos. Beto já nos prepara para mergulharmos nesse cenário cheio de idas e vindas, de autodescobertas, de desconforto ou de prazer, realizado através do movimento das águas. Os elementos da natureza se apresentam em sua poesia de forma clara e nos transportam para a sensação de movimento. Ao mesmo tempo, a água consegue nos renovar. Sua apresentação acontece nas mais variadas intensidades, calmas, revoltas, até mesmo estáticas. O mergulho não precisa ser necessariamente em águas naturais, mas pode ser um mergulho interno, dentro da alma. Cada vez que mergulhamos em nós mesmos, já não somos mais os mesmos, assim como a água que corre pelos rios nunca é a mesma depois de mergulhar pela primeira vez.

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Na ponta da língua Proposta de atividades I Nesta seção do Manual, sugerimos atividades voltadas para a área de Linguagens e suas Tecnologias, com foco para Língua Portuguesa. A cada etapa da proposta são elencadas as habilidades da BNCC relacionadas. Na Pré-leitura, são propostas atividades que visam introduzir o estudante ao gênero e ao tema da obra; na Leitura, há atividades que geram o máximo de aproveitamento e interpretação do conteúdo; e na Pós-leitura, são apresentadas atividades de reflexão e contextualização da obra na vida do estudante como ser social e transformador.

Pré-leitura DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais). (EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social. (EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.

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(EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP10) Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos. (EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas. (EM13LP19) Apresentar-se por meio de textos multimodais diversos (perfis variados, gifs biográficos, biodata, currículo web, videocurrículo etc.) e de ferramentas digitais (ferramenta de gif, wiki, site etc.), para falar de si mesmo de formas variadas, considerando diferentes situações e objetivos. (EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/ problemas/ questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins. (EM13LP46) Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica. (EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.

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1. Antes de adentrar propriamente à obra, promova um diálogo com os estudantes para levantar conhecimentos prévios da turma a respeito do gênero poema. É importante ressaltar a diferença entre poema e poesia, visto que o primeiro se refere ao gênero construído por meio de versos, estrofes e, a critério do autor, de rimas. Discussão esta que aparece já no primeiro poema da obra “E nasce um poeta”, no qual o autor discute a rigidez da estrutura do poema e destaca a questão da presença, ou não, da rima. Por esse motivo, será de muito proveito iniciar o diálogo com a turma a partir da proposição do autor no primeiro poema. Já no caso da poesia, esta se configura na expressão de qualquer manifestação artística que nos provoca emoções, que expressa o mundo subjetivo de seu autor por meio de uma linguagem altamente conotativa. Nesse sentido, proponha aos estudantes que, em grupos ou duplas, pesquisem informações sobre o gênero poema, sua história e seu aparecimento no Brasil, e levem as informações para ser compartilhadas coletivamente. Além disso, solicite aos grupos que apresentem exemplos de poemas, de forma a compartilhar suas impressões a respeito dos textos lidos. Essa etapa será importante para que os estudantes, ao entrarem em contato com a obra, tenham em mente as principais características desse gênero. A seguir apresentamos uma definição que poderá ser disponibilizada aos estudantes e discutida de forma coletiva. E, conforme nos afirma Nicola (1998), com a leitura e declamação, os poemas passaram a contar com uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica (a medida do número de sílabas poéticas de um verso), o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima, a combinação das palavras passaram a ser mais intensamente cultivados pelos poetas. No entanto, tal aspecto não significa que um poema precise, necessariamente, ter rima, a mesma métrica e estrofes. A poesia do modernismo, por exemplo, desprezou esses conceitos, adotando o verso livre (sem métrica regular), estrofes irregulares e o verso branco (sem rima). (SENNA, 2014, p. 47.)

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Para o desenvolvimento desta etapa inicial, estabeleça a forma de apresentação – oral ou escrita, com ou sem a apresentação de slides – e o tempo destinado a cada grupo. Ao final deste Manual, você encontrará outras referências que podem enriquecer as discussões. As produções dos estudantes podem se configurar em um mural (físico ou virtual, de acordo com as condições e os materiais à disposição) e ser publicadas no blog, no site ou na rede social oficial da escola. Na sequência, estabeleça um cronograma de trabalho com uma coletânea de textos de miniconto, programando, preferencialmente, uma grande parte da leitura em sala de aula, no formato de círculos de leitura. Reserve aulas inteiras para a leitura, a discussão e o compartilhamento de análises e impressões sobre os textos. A fruição de narrativas contadas em grupo reforça a coesão e estimula o gosto pela leitura literária. Além disso, é uma forma de aproximar os estudantes do universo da oralidade. 2. Em um outro momento, para ambientar os estudantes com a obra que lerão de uma maneira lúdica, selecione e exiba trechos do filme sul-coreano Primavera, verão, outono, inverno, primavera, de Ki-Duk Kim. Nessa película, os elementos da natureza fazem parte da construção narrativa da trama, além de comporem belíssimas paisagens, em fotografias muito dotadas de lirismo. Desse modo, o elemento natural, o clima, a flora, a paisagem, as intempéries se tornam peças-chave para a história, de modo que é impossível se pensar o filme sem esses elementos. Dito isso, convém, depois de exibido para turma os trechos selecionados, abrir uma roda de discussão solicitando aos alunos que indiquem suas percepções e sensações sobre as cenas do filme, bem como indagar aos estudantes por qual motivo que eles entendem que a construção fotográfica do filme se deu da maneira como ele foi finalizado.

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Leitura DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais). (EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na recepção, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/ reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/ solução; definição/exemplos etc.). (EM13LP18) Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos. (EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas.

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(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura. (EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).

3. A obra permite um mergulho em temas do cotidiano e da subjetividade. Ao introduzi-la, retome as discussões propostas na etapa anterior referentes ao gênero poema. Em seguida, introduza a obra através da projeção ou leitura da capa, de forma a estimular os estudantes para a leitura do livro. Busque apresentar os cenários em que alguns poemas são apresentados, de forma a aproximá-los à realidade dos estudantes. Ao mesmo tempo, não deixe de apresentar a importância da fruição, de forma que eles possam apreciar a obra ao longo da leitura e torná-la prazerosa. Estabeleça a forma como será realizada a leitura com a turma, que poderá ser em pequenos grupos e compartilhada, ou individual e silenciosa. Na sequência, promova uma apreciação coletiva acerca da obra, de forma que cada grupo, ou estudante, expresse suas impressões sobre as características dos poemas que mais lhes chamarem a atenção. Nesse sentido, será importante selecionar alguns poemas, projetar ou ler e discutir. Além disso, para enriquecer ainda mais a apreciação da obra, solicite que identifiquem ao longo do livro elementos que apresentem as características referentes ao gênero a que o livro pertence. Como forma de dinamizar os compartilhamentos de impressões e, ao mesmo tempo, utilizar-se de tecnologias de comunicação, após realizada a apreciação coletiva da obra, os estudantes deverão criar um grupo no WhatsApp para fazer postagens. Organize a turma em quatro Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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grupos. Dois grupos deverão criar uma sinopse para o livro, que deverá ser postada no WhatsApp. Assim, toda a turma deverá fazer comentários. Os outros dois grupos deverão criar um infográfico com poemas selecionados. Para isso, poderão pesquisar imagens em sites ou em outra fonte digital ou criar ilustrações próprias. Quando finalizado, eles deverão fotografar e postar no WhatsApp para a turma comentar. Importante destacar: Oriente os estudantes, pois aprender a resumir exige foco na leitura, tentativas de produção de texto e revisões. Eles devem consultar o texto original, para tirar dúvidas e se certificar de que entendem o que estava no texto. Solicite que façam o resumo em tópicos, diferindo das listas de anotações, pois o texto precisa apresentar uma sequência (início, meio e fim). As produções criadas pelos grupos poderão ser publicadas em site, blog ou na rede social oficial da escola, de forma a promover a divulgação dos trabalhos realizados para o público não especializado, ao mesmo tempo que possibilita o trabalho com diferentes linguagens e promove a autonomia e a colaboração nos âmbitos pessoal e coletivo. 4. Durante a leitura, já que os estudantes já têm um contato maior com poemas, sugere-se a proposição de uma atividade de escrita criativa dedicada à produção de poemas. Nela será possível trabalhar tanto com poemas líricos mais extensos, voltados à expressão de sentimentos de um sujeito poético, quanto com textos mais breves ou mesmo outras formas de poesia, ficando isso a critério do professor. Para permanecer no enredo da obra, é aconselhável indicar caminhos para que os estudantes trabalhem com um fio condutor, que pode ser composto por elementos da natureza, um local, um tempo, a memória, grupos de pessoas, etc. Ao final, os poemas podem ser divulgados no jornal da escola ou compilados em um livro que pode ficar de recordação para a turma, ou mesmo vir a ser exibido no site ou blog oficial da escola.

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Pós-leitura DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e combatendo situações de preconceito linguístico. (EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e mobilizá-las de modo ético, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos. (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir.

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(EM13LP16) Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.). (EM13LP17) Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se de forma reflexiva em práticas autorais e coletivas. (EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas. (EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos colocados e demais elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas. (EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).

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5. Após a leitura, a apreciação da obra e a realização das atividades complementares sugeridas, retome as sinopses e os infográficos com os estudantes. Tendo como referência o que foi produzido, discutido, comparado e apreciado ao longo da leitura do livro, nesta etapa será realizada a produção de um podcast literário. Nesse sentido, primeiramente introduza o assunto questionando se a turma sabe o que é um podcast, de forma a tirar possíveis dúvidas. Para melhor entendimento, exiba o vídeo: O que é um podcast? Disponível em: https://bit.ly/2PJOZq9. Acesso em: 1o abr. 2021. Após exibir esse vídeo, verifique o que os estudantes compreenderam e confira se ainda há dúvidas. Em seguida, solicite à turma que realize pesquisas sobre exemplos de podcast literário para servir de base para a produção de podcast próprio. Leve a turma à sala de informática e solicite que acessem o site onde foi publicado o podcast (pesquisado ou outro indicado pelo professor responsável) ou baixe o arquivo e reproduza o áudio em sala de aula, caso não seja possível a utilização de sala de informática ou a escola não a disponha. Em seguida, promova um diálogo coletivo para analisar a estrutura de um podcast e que semelhanças e diferenças existem entre ele e os programas de rádio. Sugerem-se os seguintes questionamentos: 1. Quais são os aspectos presentes no podcast que podem se assemelhar a um programa de rádio? 2. A que público se destina? Qual é a temática abordada? 3. Os apresentadores têm uma fala espontânea ou parece ser planejada? 4. Em que plataformas digitais um podcast pode ser publicado?

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Ao longo do diálogo é importante que os estudantes notem as principais características de um podcast – nesse momento, o vídeo indicado anteriormente poderá ser retomado. Essa discussão é importante para que possam estabelecer os principais pontos para as produções próprias. Na sequência, organize-os em grupos de até cinco integrantes e proponha que realizem uma adaptação de poemas selecionados da obra para podcast. Como ponto de partida, eles vão escrever um roteiro. Nesse sentido, vale explicar que, antes de gravar um podcast, temos de construir um roteiro sobre o que será dito durante a gravação, que poderá ser manuscrito ou feito por meio de um documento do editor de textos do computador. Proponha que os grupos planejem cuidadosamente as adaptações. Para isso, indicamos as seguintes sugestões de adaptações: radionovela; entrevista com professores da escola sobre poemas e poetas brasileiros; programa de perguntas e respostas com o ouvinte envolvendo poemas e poetas brasileiros; ou a divulgação de um concurso literário sobre a escrita da melhor sinopse da obra – realizada na etapa anterior entre os estudantes, mas que agora será para o grande grupo da escola. Caso algum grupo apresente outra proposta criativa, acolha as ideias, analisando se a proposta é coerente ou não para a produção do podcast. É importante lembrá-los de que, além do texto, é preciso pensar em um nome para o podcast, em uma vinheta e na trilha sonora que acompanha as vozes no áudio. Finalizado o planejamento, os grupos se organizarão para a gravação do podcast, levando em consideração as orientações já discutidas e o planejamento. Para isso, eles poderão utilizar um smartphone. Após a gravação, disponibilize os podcasts dos grupos para toda a turma e avalie se a adaptação está adequada e se a abordagem foi criativa e original. Além disso, as produções poderão ser disponibilizadas em site, nas redes sociais ou em blog oficial da escola.

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6. Valendo-se do material produzido na atividade anterior, sugere-se aqui, na pós-leitura, a apresentação de um sarau, no qual os alunos lerão os poemas que produziram. Sarau é um evento cultural, no qual as pessoas se encontram para se expressar ou se manifestar artisticamente. Ele pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também outras formas de arte, como pintura, teatro e comidas típicas. Aconselha-se, para essa atividade, que seja preparada uma sala de aula, com uma decoração apropriada, dentro da possibilidade e realidade dos alunos e da escola. Fica a cargo do professor decidir se esse evento deve ser fechado à própria turma ou se pode ser aberto a outras turmas, aos pais e/ou à comunidade.

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Ampliando horizontes Proposta de atividades II

A obra Folhas molhadas possibilita trabalhos interdisciplinares e integradores de diferentes campos do saber e áreas de conhecimento. A seguir, propomos algumas atividades que podem ser desenvolvidas conjuntamente com professores de outras áreas. Além das habilidades de Linguagens e suas Tecnologias e de Língua Portuguesa, indicadas nas etapas da seção anterior e válidas também para esta, listamos a seguir as habilidades de outras áreas, presentes na abordagem interdisciplinar. DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13CNT201) Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente. (EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações. (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.

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(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.

Pré-leitura

7. Na pré-leitura, recomenda-se ao professor da área de Linguagens e suas Tecnologias, conjuntamente com o auxílio dos professores da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, um estudo sobre a água, partindo de sua natureza físico-químico com todas as suas propriedades peculiares, indicando, por exemplo, que ela é o solvente universal e o elemento fundamental para prover a vida como a conhecemos, bem como trabalhar com os detalhes do ciclo hidrológico e, a partir dessas informações, tratar da importância desse elemento para a biologia e a ecologia. Munidos dessas informações, os estudantes devem ser organizados em grupos para preparar seminários, nos quais aprofundarão os conhecimentos obtidos no início da atividade, bem como poderão propor estratégias para uma boa preservação e combate à poluição da água.

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Leitura

8. Conforme se avança na leitura da obra, promova rodas de leitura entre os estudantes ou proponha leituras em pequenos grupos, que, ao final, compartilharão coletivamente suas impressões. Durante a leitura, o professor da área de Linguagens e suas Tecnologias, juntamente com os professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, podem propor uma reflexão sobre o papel desempenhado pela memória na construção da identidade. É uma atividade interessante, pois a memória pode ser abordada tanto do prisma individual quanto do coletivo. Guardadas as devidas proporções, a seletividade da memória, e do que conscientemente se lembra, propicia a construção das identidades tanto de um indivíduo quanto de um grupo de pessoas. Feitas as análises preliminares, recomenda-se, também, promover debates sobre trechos do Estatuto do Idoso, com o intuito de verificar como a sociedade valoriza essa etapa da vida e se essa fase recebe a mesma atenção e deferência que outros momentos da existência.

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Pós-leitura

9. Por fim, valendo-se de tudo o que fora até então desenvolvido, os estudantes podem produzir crônicas, nas quais é possível também se explorar a linguagem poética, cujo conteúdo deve abordar a passagem do tempo, a construção individual ao longo dos anos e o acúmulo de experiências. Nesse exercício, procure trabalhar com eles os conceitos de memória individual, de modo que fique natural a percepção de que a memória é elemento fundamental na construção do ser, mas, também, é um dos veículos de transmissão de experiências e conhecimentos. 10. Em conjunto com os professores da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, retome as discussões iniciadas na etapa Pré-leitura sobre a água e sua importância, e proponha que os estudantes, ainda em grupo, pesquisem, por meio de textos de divulgação científica, sobre o estado de preservação hídrica em que se encontra o Brasil e, especificamente, a região onde os estudantes vivem e quais ações são necessárias para a sua preservação. Para isso, organize a turma em grupos de até cinco integrantes e proponha uma discussão, no formato de um painel aberto. Determine o tempo para as pesquisas e o cronograma de apresentação. Durante as apresentações, proponha que cada grupo exponha, para os colegas e professores envolvidos na atividade, os principais conceitos presentes nos artigos e na matéria de divulgação. Além da exposição informativa, é importante estimular a argumentação a partir dos conteúdos. A apresentação será realizada oralmente, mas a leitura prévia deve ser conduzida de maneira ativa, ou seja, com incentivo ao registro e à tomada de notas por parte dos estudantes, para posterior levantamento conjunto dos aspectos principais. Ao final, cada estudante pode redigir, utilizando o editor de textos do computador, uma síntese sobre as principais conclusões a que chegou após as discussões. As produções podem ser, posteriormente, publicadas em redes sociais, no site da escola ou em um blog da turma.

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Mergulhando na obra Aprofundamento Ao chegar ao Ensino Médio, é necessário que os estudantes se aprofundem na compreensão das múltiplas linguagens e, sobretudo, da linguagem literária. Em relação à literatura, a BNCC traz as seguintes considerações: “[...] a leitura do texto literário, que ocupa o centro do trabalho no Ensino Fundamental, deve permanecer nuclear também no Ensino Médio. Por força de certa simplificação didática, as biografias de autores, as características de épocas, os resumos e outros gêneros artísticos substitutivos, como o cinema e as HQs, têm relegado o texto literário a um plano secundário do ensino. Assim, é importante não só (re)colocá-lo como ponto de partida para o trabalho com a literatura, como intensificar seu convívio com os estudantes. Como linguagem artisticamente organizada, a literatura enriquece nossa percepção e nossa visão de mundo. Mediante arranjos especiais das palavras, ela cria um universo que nos permite aumentar nossa capacidade de ver e sentir. Nesse sentido, a literatura possibilita uma ampliação da nossa visão do mundo, ajuda-nos não só a ver mais, mas a colocar em questão muito do que estamos vendo/vivenciando.” (Brasil, 2018, p. 499.)

Nesta seção, desenvolvemos um trabalho de aprofundamento que, em diálogo com a formação continuada de professores, oferece subsídios para a abordagem do texto literário.

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Os versos livres Versos livres são aqueles que não possuem uma restrição métrica, diferentemente dos versos alexandrinos ou dos sonetos. No século XIX, o Brasil manifesta sua poesia e literatura com a influência do movimento literário do parnasianismo. O parnasianismo tinha como objetivo a retomada de estruturas do período clássico e grande parte da poesia criada nesse período é soneto. Os versos livres tiveram suas primeiras aparições com os modernistas em 1922. Mario de Andrade rompeu com as influências europeias e produziu em sua obra uma nova forma de ser fazer literatura no Brasil. A influência dos modernistas de 1922 ocorre até os dias de hoje. Quando lemos os poemas de Folhas Molhadas, não prestamos atenção em sua estrutura estilística, e sim no seu sentido e sua mensagem. Beto Furquim escreve exatamente dessa forma. Podemos encontrar poemas que preenchem duas páginas, assim como podemos encontrar poemas em quatro pequenos versos. Paisagem Brasil é o nome do pau vermelho, ceifado, hoje capim, cupim.

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Por que ler Folhas Molhadas? Folhas Molhadas é a expressão contemporânea da corrente modernista que deixou um legado de ruptura com o eurocentrismo e a possibilidade de se reinventar. Com versos simples e rápidos, com temas leves ou temas reflexivos, a cada leitura é se permitir entrar em contato com a alma ou a natureza. É entender que viemos todos do mesmo lugar, a mulher. É entender que viemos também de uma explosão de sentimentos e prazeres entre homens e mulheres. Beto Furquim é um canto de compositor, nascido em São Paulo, e algumas de suas músicas podem ser encontradas no Spotify. A oportunidade de realizar a leitura de seus versos e simultaneamente escutar suas músicas é uma ótima forma de trabalhar múltiplas possibilidades. Ademais, os versos possuem as mais variadas figuras de linguagem, uma oportunidade encantadora de trabalhar poesia em sala de aula de forma simples. Dessa forma, convido vocês a mergulhar no rio de Folhas Molhadas.

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Sugestões de atividades complementares: relações dialgógicas e intertextuais DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paródias e estilizações, entre outras possibilidades. (EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas. (EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se retroalimentam. (EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.

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No Ensino Médio, da mesma forma que no Ensino Fundamental, a BNCC organiza o trabalho com as práticas de linguagem em cinco campos de atuação social. São eles: campo da vida pessoal, campo da vida pública, campo jornalístico-midiático, campo artístico-literário e campo das práticas de estudo e pesquisa. De acordo com essa divisão, propomos na sequência um trabalho interdiscursivo e intertextual com a obra Folhas molhadas.

CAMPO DA VIDA PESSOAL “O campo da vida pessoal pretende funcionar como espaço de articulações e sínteses das aprendizagens de outros campos postas a serviço dos projetos de vida dos estudantes. As práticas de linguagem privilegiadas nesse campo relacionam-se com a ampliação do saber sobre si, tendo em vista as condições que cercam a vida contemporânea e as condições juvenis no Brasil e no mundo. Está em questão também possibilitar vivências significativas de práticas colaborativas em situações de interação presenciais ou em ambientes digitais e aprender, na articulação com outras áreas, campos e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de levantamento, tratamento e divulgação de dados e informações e o uso desses dados em produções diversas e na proposição de ações e projetos de natureza variada, para fomentar o protagonismo juvenil de forma contextualizada.” (BNCC, p. 502.)

1. Folhas Molhadas, no poema “Banhei minha mãe”, relata a experiência do eu lírico ao cuidar de sua mãe. No momento do banho, ele passa pelas mais diversas situações e se conecta com sua origem, com sua mãe e consigo. O elemento água aparece no poema como forma de ponte entre o eu lírico e a mãe, criando o elo que vai possibilitar a catarse. Sabendo que a juventude é uma fase que vivemos momentos de descobertas e autoconhecimento intenso, o professor

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poderá promover um debate sobre o poder de ter consciência sobre si e estimular os alunos a escreverem poemas em versos livros relatando suas epifanias. A ideia é estimular e promover o pensamento crítico dos alunos sobre eles mesmos e suas experiências. Se o aluno se sentir à vontade, suas experiências poderão ser compartilhadas com a turma.

CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA “No cerne do campo de atuação na vida pública estão a ampliação da participação em diferentes instâncias da vida pública, a defesa dos direitos, o domínio básico de textos legais e a discussão e o debate de ideias, propostas e projetos. [...] Ainda no domínio das ênfases, indica-se um conjunto de habilidades que se relacionam com a análise, discussão, elaboração e desenvolvimento de propostas de ação e de projetos culturais e de intervenção social.” (BNCC, p. 502.)

2. A obra de Beto Furquim, tanto na poesia quanto na música, é sempre marcada pela valorização da natureza e da cultura brasileira. O estilo de versos livres é um exemplo, ao recorrer aos modernistas brasileiros e romper com a estrutura europeia de composição de versos. Levando em consideração a cultura brasileira e suas dimensões, organize com os estudantes um sarau com apresentações musicais, literárias e teatrais, levando em conta a temática cultural. A ideia é valorizar o patrimônio cultural e refletir sobre a importância desse elemento em nossas vidas. As poesias encontradas em Folhas Molhadas poderão ser utilizadas como bússolas para a criação de material das apresentações do Sarau.

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CAMPO JORNALÍSTICO-MIDIÁTICO “Em relação ao campo jornalístico-midiático, espera-se que os jovens que chegam ao Ensino Médio sejam capazes de: compreender os fatos e circunstâncias principais relatados; perceber a impossibilidade de neutralidade absoluta no relato de fatos; adotar procedimentos básicos de checagem de veracidade de informação; identificar diferentes pontos de vista diante de questões polêmicas de relevância social; avaliar argumentos utilizados e posicionar-se em relação a eles de forma ética; identificar e denunciar discursos de ódio e que envolvam desrespeito aos Direitos Humanos; e produzir textos jornalísticos variados, tendo em vista seus contextos de produção e características dos gêneros. Eles também devem ter condições de analisar estratégias linguístico-discursivas utilizadas pelos textos publicitários e de refletir sobre necessidades e condições de consumo. No Ensino Médio, os jovens precisam aprofundar a análise dos interesses que movem o campo jornalístico midiático, da relação entre informação e opinião, com destaque para o fenômeno da pós-verdade, consolidar o desenvolvimento de habilidades, apropriar-se de mais procedimentos envolvidos na curadoria de informações, ampliar o contato com projetos editoriais independentes e tomar consciência de que uma mídia independente e plural é condição indispensável para a democracia. Como já destacado, as práticas que têm lugar nas redes sociais têm tratamento ampliado.” (BNCC, p. 502-503.)

3. Beto Furquim traz em sua coletânea a presença da vida, seja por intermédio da natureza enquanto cenário ou pelo percurso natural da vida humana. Uma de suas músicas mais conhecidas “À Beira Mar” é uma narrativa em forma de versos sobre dois jovens que se conhecem em Salvador à beira-mar. Mais uma vez a presença do elemento água em sua obra pode ser analisada. O professor poderá apresentar aos alunos as músicas de Beto Furquim e analisar quais as características comuns entre as músicas e a poesia escrita. Dessa forma poderá ser

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solicitado aos alunos um artigo de opinião sobre a obra na literatura e na música de Beto Furquim.

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO “No campo artístico-literário busca-se a ampliação do contato e a análise mais fundamentada de manifestações culturais e artísticas em geral. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário e do desenvolvimento da fruição. A análise contextualizada de produções artísticas e dos textos literários, com destaque para os clássicos, intensifica-se no Ensino Médio. Gêneros e formas diversas de produções vinculadas à apreciação de obras artísticas e produções culturais (resenhas, vlogs e podcasts literários, culturais etc.) ou a formas de apropriação do texto literário, de produções cinematográficas e teatrais e de outras manifestações artísticas (remidiações, paródias, estilizações, videominutos, fanfics etc.) continuam a ser considerados associados a habilidades técnicas e estéticas mais refinadas. A escrita literária, por sua vez, ainda que não seja o foco central do componente de Língua Portuguesa, também se mostra rica em possibilidades expressivas.” (BNCC, p. 503-504.)

4. Beto Furquim é escritor, cantor e compositor. Ou seja, a poesia não está presente apenas no papel, como também em sua música. O exercício de compreender que a poesia pode ser musicalizada é muito importante. Compreender a estrutura da música, identificando o que são versos, as figuras de linguagem e o ritmo, é uma prática que poderá auxiliar nos estudos de materiais sobre composições líricas. O professor poderá apresentar algumas músicas do próprio Beto Furquim para analisar junto com os alunos. Após análise e discussão, os alunos poderão escrever poemas ou compor músicas, levando em conta a percepção do uso das figuras de linguagem. As poesias e as músicas poderão ser divulgadas no site da escola ou por uma plataforma de áudio da escola se houver. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA “O campo das práticas de estudo e pesquisa mantém destaque para os gêneros e habilidades envolvidos na leitura/escuta e produção de textos de diferentes áreas do conhecimento e para as habilidades e procedimentos envolvidos no estudo. Ganham realce também as habilidades relacionadas à análise, síntese, reflexão, problematização e pesquisa: estabelecimento de recorte da questão ou problema; seleção de informações; estabelecimento das condições de coleta de dados para a realização de levantamentos; realização de pesquisas de diferentes tipos; tratamento dos dados e informações; e formas de uso e socialização dos resultados e análises. Além de fazer uso competente da língua e das outras semioses, os estudantes devem ter uma atitude investigativa e criativa em relação a elas e compreender princípios e procedimentos metodológicos que orientam a produção do conhecimento sobre a língua e as linguagens e a formulação de regras.” (BNCC, p. 504.)

5. Folhas Molhadas constrói sua poesia através de versos livres. Alguns possuem estrofes que se repetem, enquanto outros possuem apenas quatro versos. Utilizar a obra Folhas Molhadas na sala de aula é uma excelente oportunidade de discutir as estruturas literárias e como ocorreu a sua ruptura em relação à estrutura europeia. Os alunos poderão se organizar em grupos para pesquisar qual a importância da Semana de 1922 para a literatura brasileira e quais as principais características do movimento modernista no século XX. Por meio dessa pesquisa, eles deverão organizar um seminário e apresentar quais autores do modernismo utilizavam os versos livres como característica em sua obra.

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Novos caminhos Referências complementares LIVROS GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons e ritmos. São Paulo: Ática, 2001. • A autora mostra as possibilidades de aprofundar a leitura do poema por meio de recursos fônicos e rítmicos: metrificação, rimas, versos, estrofes. MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. • A coletânea reúne poemas dos mais diversos autores brasileiros, passando por diferentes temáticas: urbanas, rurais, românticas, irônicas, eruditas, populares etc. PAES, José Paulo. Poesias – Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2001. v. 6. • A sensibilidade profunda de quatro poetas em textos de temas variados: gente, animais, coisas, lugares, tempo, amor. SITES MORAES, Vinicius de. Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br. Acesso em: 1o abr. 2021. • O site apresenta a vida e a obra de Vinicius de Moraes. Nele é possível acessar diversos textos de sua autoria; inclusive há uma aba específica para a poesia, com poemas do autor.

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MÚSICA FURQUIM, BETO. Muito prazer. Tratore, 2008. • O álbum Inclui 11 composições próprias e "Jing Ye Si", canção sobre versos do poeta chinês Li Bai, cantada em mandarim. As canções, que misturam ritmos brasileiros como o samba e música pop, receberam o Prêmio Estímulo de Música da Secretaria da Cultura de São Paulo e o Prêmio Editora Abril / USP (Projeto Nascente). Uma delas, "Estrela da Manhã", foi também finalista do Festival da Música Brasileira.

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Organizando a estante Bibliografia comentada BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ versaofinal_site.pdf. Acesso em: 7 mar. 2021. • Documento oficial do Ministério da Educação (MEC) que traça as diretrizes curriculares para a Educação Básica. BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 1977. • Contrapondo-se ao estilo capitalista de vida, o autor analisa a natureza e a função da poesia. BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. • O livro é um repertório de ensinamentos sobre a participação política e o mundo do trabalho no Brasil. Trata do dia a dia dos imigrantes, dos operários e dos trabalhadores domésticos sob uma ótica realista. CANDIDO, Antonio. O estudo analítico do poema. São Paulo: Humanitas, 2006. • Sua obra é constituída pela análise de poemas de Manuel Bandeira, devido à qualidade de sua obra e à introdução para o estudante encontrar todas as modalidades de verso, desde os rigorosamente fixos até os mais livremente experimentais.

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DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. • A obra apresenta de forma consistente os diversos conceitos de gênero textual, assim como argumentos para diferenciar tipologia textual de gênero textual; além disso, discute a respeito de diversos gêneros e sua relação com o ensino de língua portuguesa. KOCHE, Vanilda S.; BOFF, Odete M. B.; PAVANI, Cinara F. Prática textual: atividades de leitura e escrita. São Paulo: Vozes, 2004. • Essa obra foi escrita visando desenvolver competências, habilidades e estratégias de compreensão, interpretação e produção de textos. A estratégia adotada permite que o estudante elabore diferentes tipos de textos em diferentes níveis de linguagem. As atividades propostas também podem ser aplicadas a estudantes do Ensino Médio. ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 2010. • O livro discorre sobre a análise dos recursos épicos utilizados por dramaturgos, diretores e correntes teatrais, seja na Idade Média, seja no Renascimento e Barroco, ou no Romantismo, chegando na dramaturgia brechtiana, que examina detidamente. SENNA, Miguel Angelo Braga. A poesia nos livros didáticos: contribuição para um projeto educativo emancipatório Tese (Doutorado em Educação). Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2OftAVx. Acesso em: 1o abr. 2021. • O pesquisador faz um estudo a respeito de poemas selecionados de livros didáticos do Ensino Médio. Ao longo da tese, apresenta importantes conceituações a respeito do poema enquanto gênero literário.

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