O OLHAR DA PLATEIA TRÊS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS Organização, introdução, notas e posfácio José De Nicola Lucas S. R. De Nicola
Rio de Janeiro - 1a edição - 2021
Copyright © 2021 Daimon Todos os direitos reservados Responsabilidade editorial: Ana Mortara Coordenação editorial: Casa de Letras Assistência editorial: Paula Dias Revisão: Oficina de Letras Diagramação: Nany Produções Gráficas Capa: Luyse Costa
Catalogação na publicação Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos - CRB-8/9166 A848 Assis, Machado de O olhar da plateia: três contos de Machado de Assis / Machado de Assis; José De Nicola (Organizador), Lucas De Nicola (Organizador) – Rio de Janeiro: Daimon, 2021. ISBN 978-65-994200-1-6 (Livro do estudante) ISBN 978-65-994200-2-3 (Manual do professor) 1. Conto. 2. Antologia. 3. Clássico da literatura brasileira. 4. Literatura brasileira. I. Assis, Machado de. II. Nicola, José De (Organizador). III. Nicola, Lucas De (Organizador). IV. Título. CDD 869.3 Índice para catálogo sistemático I. Conto : Literatura brasileira
Rio de Janeiro, 2021 - 1a edição Todos os direitos reservados
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O OLHAR DA PLATEIA TRÊS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS Organização, introdução, notas e posfácio José De Nicola Lucas S. R. De Nicola
sumário
Introdução: O olhar da plateia
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Três contos de Machado de Assis
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Teoria do medalhão: diálogo
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O segredo do bonzo: capítulo inédito de Fernão Mendes Pinto
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O espelho: esboço de uma nova teoria da alma humana
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Notas aos contos
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Posfácio: A ópera da vida, refletida no espelho
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Bibliografia
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A obra O olhar da plateia – três contos de Machado de Assis
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O autor Machado de Assis
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Os organizadores
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O conto: um recorte da realidade
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Por que ler O olhar da plateia
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introdução O OLHAR DA PLATEIA
A vida é uma ópera e uma grande ópera. Definição do tenor italiano Marcolini, no romance Dom Casmurro
I - Entre papéis (quase) avulsos Os três contos que formam esta breve antologia, possuem trajetórias semelhantes. “Teoria do medalhão” foi publicado pela primeira vez em 18 de dezembro de 1881, no jornal carioca Gazeta de Notícias, que na época assumia uma postura republicana e abolicionista, contando entre seus colaboradores com nomes de destaque como José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva, Silva Jardim, Eça de Queirós, Olavo Bilac e Raul Pompeia – em suas páginas, em 1888, em forma de folhetim, foi publicado o romance O Ateneu. No mesmo periódico, em 30 de abril de 1882, apareceu “O segredo do bonzo”; poucos meses depois, na edição 8 de setembro, foi a vez de “O espelho”. Ainda no ano de 1882, no mês de outubro, os três contos, junto com outras nove narrativas, foram compilados no livro Papéis avulsos, a terceira reunião de histórias breves de Machado de Assis, a primeira coletânea de sua fase realista, cujo marco inaugural se deu em 1881, com a publicação do romance Memórias póstumas de Brás Cubas. Trata-se, portanto, de uma época 7
Reprodução/Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, São Paulo, SP.
de profunda mudança na vida e na obra do autor, o que vai se revelar no teor, na estrutura e no próprio processo de criação de seus escritos.
Folha de rosto da primeira edição de Papéis avulsos, publicada em outubro de 1882.
Os doze contos que compõem o livro, com títulos e temas aparentemente tão díspares, podem passar a impressão de que foram recolhidos aleatoriamente, ideia reforçada pelo adjetivo avulsos, que qualifica esses papéis. Nada pode ser mais enganoso. O próprio Machado esclarece na advertência inicial: 8
ADVERTÊNCIA Este título de Papéis avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa.
Se Machado de Assis nunca se destacou pela criatividade nos nomes de suas coletâneas de narrativas breves – Contos fluminenses (1870), Histórias da meia-noite (1873), Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896) e Páginas recolhidas (1899), exceção feita, talvez, a Relíquias de casa velha (1906) –, o adjetivo avulsos, após essa advertência, acaba soando algo provocativo. Afinal, machadianamente falando, “a verdade é essa, sem ser bem essa”. O leitor atento perceberá pontos de contato entre as narrativas e algumas ideias que se repetem, embora com tratamento diverso. Por exemplo, alguns dos contos do livro tendem – o que não é de se espantar em um escritor que, pouco antes de redigir essa advertência, criara as memórias de um “defunto autor” – para o fantasioso ou para situações absurdas. Outros escapam dessa tendência, focando-se em situações pontuais ou típicas do cotidiano. Ressalte-se, contudo, que todas as 9
narrativas realizam uma fina e cortante análise social, apresentando uma moral subjacente. Como nos lembra o crítico Alfredo Bosi, “nada em Machado é unilateral”: se o quadro das narrativas é quase sempre local e datado, o olhar do narrador vai mais longe e mais fundo, tanto que pode ser compreendido hoje, como há um século, entre nós e por outras línguas e culturas. Machado de Assis, brasileiro e universal.1
Ainda um dado importante a se salientar é que os doze textos foram escritos e publicados em diferentes órgãos da imprensa do Rio de Janeiro, entre 1875 e 1882, mostrando como os contos de Machado circulavam entre a camada da sociedade que tinha acesso a esses jornais e revistas. É interessante notar, também, tal como alerta o crítico John Gledson, que, no período de produção e publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas e de Papéis avulsos, Machado praticamente não escreveu crônicas, atividade que exercia com regularidade na imprensa. Isso revela como a elaboração desses livros e a guinada realista em sua obra concentraram toda a sua criatividade.2 Além disso, o mesmo crítico ressalta, assim como se pode verificar na lista abaixo, que a publicação de “Verba
Alfredo Bosi. Machado de Assis. São Paulo: Publifolha, 2002. p. 23 e p. 80. John Gledson. “Introdução”. In: Machado de Assis. Crônicas escolhidas. São Paulo: Penguin; Companhia das Letras, 2013. p. 17-18. 1
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testamentária”, o último dos doze contos a aparecer na imprensa, e a edição de Papéis avulsos se deram no mesmo mês, uma celeridade que pode ser um indício da intensa vontade que o autor tinha de fazer estampar esses textos que marcam uma virada tão profunda em sua carreira.3 “A chinela turca”, publicado em 14 de novembro de 1875, no periódico A Época; “Uma visita de Alcibíades”, publicado em outubro de 1876, no Jornal das Famílias; uma segunda versão apareceu em 1º de janeiro de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; “Na arca”, publicado em 14 de maio de 1878, no jornal O Cruzeiro; “O alienista”, publicado de outubro de 1881 a março de 1882, como folhetim, no suplemento literário do jornal A Estação; “Teoria do medalhão”, publicado em 18 de dezembro de 1881, no jornal Gazeta de Notícias; “D. Benedita”, publicado de abril a junho de 1882, no suplemento literário do jornal A Estação; “O segredo do bonzo”, publicado em 30 de abril de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; “O anel de Polícrates”, publicado em 02 de julho de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; John Gledson. “Papéis avulsos: um livro brasileiro?”. In: Machado de Assis. Papéis avulsos. São Paulo: Penguin; Companhia das Letras, 2011. p. 8-9.
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Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ.
“O empréstimo”, publicado em 30 de julho de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; “A sereníssima república”, publicado em 20 de agosto de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; “O espelho”, publicado em 8 de setembro de 1882, no jornal Gazeta de Notícias; “Verba testamentária”, publicado em 08 de outubro de 1882, no jornal Gazeta de Notícias.
Jornal O Cruzeiro, edição de 14 de maio de 1878, com a seção “Folhetim do Cruzeiro” formando o rodapé da primeira página; nesta edição, os versículos de “Na arca”. 12
Reprodução/ Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ. Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ.
Frontispício do jornal A Estação, publicação dedicada à moda e aos costumes da família oitocentista; em seu suplemento literário foram publicados, em forma de folhetim, os treze capítulos de “O alienista” e os quatro capítulos de “D. Benedita”.
Edição de 8 de setembro de 1882 do jornal Gazeta de Notícias, com o conto “O espelho” publicado na seção “Folhetim”, no rodapé da primeira página.
Os contos mais antigos de Papéis avulsos não são as versões originais que saíram na imprensa, e sim revisões ou reescrituras. “A chinela turca”, o primeiro dos doze contos a vir a público, uma narrativa de caráter metalinguístico e recheada de críticas aos dramalhões ultrarromânticos, exemplifica bem a fase de transição
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vivida por Machado, pois teve o seu final alterado. Nesse conto, o bacharel Duarte, quando terminava de compor o laço de sua gravata e se preparava para ir a um baile, no qual cortejaria “os mais finos cabelos louros e os mais pensativos olhos azuis”, é surpreendido pela chegada do major Lopo Alves, que desejava apresentar-lhe uma obra dramática que vinha de escrever. Como o major era aparentado da moça loira de olhos azuis, Duarte, mesmo que em vias de se atrasar, escuta a leitura. O bacharel, diante do dramalhão, acaba adormecendo e tendo um sonho fantástico envolvendo uma chinela turca. No final, ao despertar, já não havia mais tempo para o baile. Na versão de 1875, assinada sob o pseudônimo de Manassés – termo hebraico que, além de ser o nome de um dos reis de Judá, significa “esquecimento” –, o último parágrafo trazia como “moralidade” explícita o quanto fora de lugar estava a leitura de melodramas românticos, mesmo que fossem escritos por “autoridades”, pessoas poderosas ou influentes: Livre do pesadelo, Duarte despediu-se do major jurando a si mesmo nunca mais assistir à leitura de melodramas, sejam ou não obras de major. É a moralidade do conto.
Na versão de 1882, a de Papéis avulsos, o parágrafo final traz um dos aforismos machadianos, típicos da fase realista, que pode ser entendido como uma reflexão 14
acerca da relação homem-sociedade, ator-representaçãoplateia, imagem real-imagem refletida, já que, como trataremos adiante, “a vida é uma ópera”: Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, ao cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: – Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco.
Com o segundo conto mais antigo – “Uma visita de Alcibíades”, narrativa na qual despontam as críticas do escritor ao espiritismo, doutrina então em voga no Rio de Janeiro – ocorreram alterações mais drásticas: o conto publicado em 1876, no Jornal das Famílias, foi totalmente reescrito e republicado, em 1º de janeiro de 1882, no jornal Gazeta de Notícias. Como o autor fez questão de salientar em uma nota ao fim do volume de Papéis avulsos: “Este escrito teve um primeiro texto, que reformei totalmente mais tarde, não aproveitando mais do que a ideia. O primeiro foi dado com um pseudônimo e passou despercebido”.
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Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ.
Edição de 1º de janeiro de 1882 do jornal Gazeta de Notícias, com a reescritura do conto “Uma visita de Alcibíades”, publicado na seção “Folhetim”, no rodapé da primeira página.
Outro aspecto interessante sobre os contos – um dado que, de maneira intrigante, os une através da diferença –, é a questão do gênero literário, levantada por Machado de Assis ainda na “Advertência”: Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja inútil. O livro está nas mãos do leitor. Direi somente, que se há aqui páginas que parecem meros contos, e outras que o não são, defendo-me das segundas com dizer que os leitores das outras podem achar nelas algum interesse, e das primeiras defendome com S. João e Diderot. O evangelista, descrevendo a famosa besta apocalíptica, acrescentava (XVII, 9): “E aqui há sentido, que tem sabedoria”. Menos a sabedoria, cubro-me com aquela palavra. Quanto a Diderot, ninguém ignora que ele, não só escrevia contos, e alguns deliciosos, mas até aconselhava a um amigo que os escrevesse também. E eis a razão do enciclopedista: é que quando se faz um conto, o espírito fica
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alegre, o tempo escoa-se, e o conto da vida acaba, sem a gente dar por isso. Deste modo, venha donde vier o reproche, espero que daí mesmo virá a absolvição. MACHADO DE ASSIS Outubro de 1882
O trecho, como é recorrente em textos de Machado, é carregado de ironia e erudição. Merece um comentário. De início, o autor afirma não ter nada a acrescentar aos próprios escritos, pois o livro está nas mãos do leitor e cabe a este fazer seu julgamento. Diante disso, o que puder dizer será inútil. Contudo, acaba por dizer algumas palavras, afirmando que certas páginas são “meros contos”; outras, não. Ele justifica os não-contos comentando que os admiradores das narrativas breves podem achar neles algum interesse. Legitima os contos propriamente ditos a partir de duas curiosas e distintas citações: uma tirada de São João Evangelista, da qual “utiliza” somente a primeira metade; a outra, do escritor iluminista Denis Diderot (1713-1784), que ressalta a leveza do gênero textual conto, uma ideia aparentemente banal. A partir dessas justificativas, o escritor espera estar resguardado de quaisquer reproches, venham eles de onde vier. Note-se: o leitor tem o livro nas mãos, é o espectador, nele está concentrado o drama; no entanto, Machado é um exímio diretor de cena e opera a ação com maestria. 17
Daí a razão pela qual ficam muitas dúvidas no ar: por que um escritor deve se defender, de antemão, dos possíveis reproches que os “gêneros” de seus textos poderão receber? Por que deve chamar a atenção, mesmo que isso seja “inútil”, para os diferentes gêneros que compõem um livro? Por que usa o adjetivo “meros” para caracterizar seus contos? Por que deve fazer citações tão curiosas, revelando certo pedantismo? Não estaria Machado de Assis comprovando, metalinguística e provocativamente, as críticas de alguns de seus Papéis avulsos: para a consagração pública, é mais importante parecer do que ser; o “medalhão” deve passar pela vida eximindo-se de comprometimentos, responsabilidades e críticas; não há espetáculo sem observador, sem opinião pública; uma ideia bem formulada, ainda que infundada, pode ter mais audiência do que uma verdadeira; não existe espetáculo sem espectador? Enfim, se São João Evangelista dizia que há sentido e sabedoria na besta apocalíptica, o que dizer desse bruxo das letras que era Machado de Assis? Retomando a questão dos gêneros, deve-se ressaltar que a maior parte dos texto de Papéis avulsos pode ser, de fato, classificada como contos, levando em consideração o comentário de Afrânio Coutinho, em suas Notas de teoria literária: o contista oferece uma amostra, através de um episódio, um flagrante ou
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um instantâneo, um momento singular e representativo. Procura obter a unidade de impressão rapidamente, à custa da máxima concentração e economia de meios, e graças à simplificação, gradação e progresso direto da narrativa.4
Por outro lado, “O alienista”, o texto que abre o volume, é uma narrativa que se desenvolve ao longo de 13 capítulos e faz um corte na vida do médico Simão Bacamarte e da pacata vila de Itaguaí. Não seria forçado afirmarmos que o texto se aproxima do gênero literário novela, com um narrador que reconta casos passados a partir de relatos de outros narradores. Nesse sentido, a primeira frase da narrativa é exemplar: “As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico...”. O crítico alemão Wolfgang Kayser, em sua Análise e interpretação da obra literária, ao tecer comentários sobre a novela literária afirma que a estrutura de evento-ocorrência atua até em “gestos linguísticos” típicos: “assim aconteceu que...”; “assim foi que...”; “mal isto se passara... quando”, maneiras de dizer como estas não faltarão em nenhuma novela.5
Afrânio Coutinho. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 49. 5 Wolfgang Kayser. Análise e interpretação da obra literária. Coimbra: Armênio Amado, editor, 1976. p. 395. 4
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Exatamente o que se percebe em “O alienista”, com um narrador distante no espaço e no tempo. “D. Benedita” é outro texto longo, sendo estruturado em 4 partes. Nessa narrativa, cujo subtítulo é “um retrato”, trata-se da personagem-título, um “padrão de bons costumes”, uma senhora da fina sociedade carioca, esposa do desembargador Proença, que vive ausente: está locado na província do Pará, dizem que aos cuidados do encanto de uma viúva. D. Benedita passa o tempo se ocupando de futilidades: recebe visitas, ouve os conselhos do cônego Roxo, dorme sobre as páginas dos romances em voga, estreita laços com novas conhecidas – na verdade, mães de possíveis pretendentes para sua filha Eulália –, oferece recepções em sua casa e escreve cartas para o marido. A narrativa tem um tom aparentemente ameno e sutil, mas que preenche as lacunas e divulga os escondidos, pois é “por isso mesmo que as histórias são contadas por alguém”, tal como nos informa, a certa altura, o narrador. O cerne da trama está nos arranjos matrimoniais que envolvem Eulália, na contradição entre a vontade própria da moça e a determinação da mãe. D. Benedita, sempre guiada por frivolidades, atua como um joguete nas mãos dos que a cercam, daí porque a fada que lhe aparece no final do conto, e que diz ter presidido ao seu nascimento, se chama Veleidade. Essa narrativa, emblemática das mudanças sentidas na obra
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