Popol Vuh

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do Popol Vuh, que traz em uma nova versão em língua portuguesa a beleza e a complexidade do texto da mais famosa narrativa cosmogônica dos povos maias, vem na esteira da publicação dos relatos de Ailton Krenak, das histórias e narrativas de Daniel Munduruku e do paradigmático livro de Davi Kopenawa, com suas narrativas recolhidas e traduzidas pelo antropólogo Bruce Albert (Kopenawa & Albert, 2010), definido por Eduardo Viveiros de Castro como “autoantropologia”.

SOBRE A OBRA A origem do manuscrito Os povos mesoamericanos,2 que incluem maias, astecas, olmecas, teotihuacanos, zapotecos e outros, são sempre lembrados por sua riqueza cultural e famosos por suas construções monumentais, pirâmides e templos que tanto chamam a atenção; mas esses são apenas alguns dos elementos significativos acerca desses povos. As narrativas de criação do mundo foram imortalizadas em suportes como os códices,3 ou ainda em uma variedade de objetos cerâmicos e placas de pedra, e 2 O conceito de Mesoamérica foi criado pelo antropólogo Paul Kirchhoff em 1943 para definir uma extensa área cultural que inclui a metade meridional do México, toda a Guatemala, Belize, El Salvador, parte ocidental de Honduras, costa pacífica da Nicarágua e noroeste da Costa Rica. Essa área apresenta carac-

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terísticas culturais comuns, como elementos religiosos, constituição étnica, linguística, o cultivo do milho e do cacau, além de elementos artísticos, arquitetônicos, concepções de mundo, contagem do tempo e calendário (Kirchhoff 1960, pp. 8–9). 3 São chamados de códices os manuscritos pré-hispânicos con-


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