Polo Cultural da Bomba do HemetĂŠrio
Arruda, guiné, espada-de-são-jorge e pinhão-roxo são bons para tirar “mau-olhado” – olho grande, olho, olho gordo.
POLOCULTURAL DA BOMBADO
HEMETÉRIO
Cada vez mais as comunidades buscam o reconhecimento das suas potencialidades e singularidades, especialmente nos territórios das grandes cidades. Recife, cidade multicultural, reúne o testemunho patrimonial da civilização do açúcar, da civilização ibérica e da civilização dos povos africanos, que se unem a tantos outros segmentos étnicos que dão identidade à capital pernambucana. Os bairros são muitos, com muitas diferenças econômicas e sociais, mas as comunidades – mesmo em seus territórios diversos e plurais – buscam, cada vez mais, resgatar a sua própria história, o seu lugar de pertencimento, a sua tradição. O Polo Cultural da Bomba do Hemetério é um movimento social que reúne populações da área norte do Recife. São homens e mulheres que querem conquistar, com suas potencialidades, em especial nas artes, o direito à cidadania plena. O Polo Cultural da Bomba do Hemetério é um território rico em linguagens artísticas, e busca recuperar conteúdos tradicionais que nasceram das experiências das comunidades. São Troças, Clubes, Maracatus, Caboclinhos; Bois, Ursos, Coco, Samba, Forró; Comedorias, Artesanato; Terreiros de matriz africana e muitas outras formas de fé religiosa, e demais manifestações, que possibilitam reconhecimento e alteridade. Por tudo isso, no Polo Cultural da Bomba do Hemetério há o sentimento dominante de quem vive uma Cultura de Raiz.
Territรณrio
O nome do bairro já revela o sentimento de solidariedade existente no local, pois se trata de uma homenagem a um antigo morador, seu Hemetério, que tinha uma bomba d’água em casa e disponibilizava o serviço aos demais moradores. Metade da população da Bomba do Hemetério é jovem, com menos de 30 anos, e um movimento de apoio ao desenvolvimento local cresce a cada dia para tornar o bairro um polo de atração turística que garantirá uma experiência diferenciada, agregando lazer, conhecimento, sabedoria popular e inclusão socioeconômica para um território que traz a força de uma crença verdadeira e definitiva.
Afinal, o que é da Bomba é Bom!
É a vez da Bomba do Hemetério!
A Bomba do Hemetério é o lar de 12.500 habitantes da Zona Norte do Recife. O local reúne cerca de 60 grupos culturais, agremiações centenárias, mestres populares e artistas diversos, sendo conhecido por sua riqueza cultural e manifestações tradicionais. Além de cultura, a comunidade possui árvores centenárias e um histórico de luta pela conquista de direitos, que contou com a participação de nomes importantes da história pernambucana, como D.Helder Camara. Foram essas características que atraíram e pesaram na escolha do bairro para receber o primeiro programa de desenvolvimento local do Instituto
Walmart, responsável pelo desenvolvimento de ações na área de responsabilidade social da rede varejista Walmart, que executa desde julho/2008 o Programa Bombando Cidadania. O Programa tem como eixos de atuação a cultura, a educação, a saúde e o meio ambiente e visa promover o desenvolvimento local integrado e sustentável da comunidade por meio de ações que contribuam para o aumento da renda, melhoria da qualidade ambiental e dos serviços básicos, fortalecimento das manifestações culturais locais, mobilização e organização comunitária. A iniciativa mobiliza também parcerias com o Governo do Estado de Pernambuco, a Prefeitura da Cidade do Recife, empresas privadas, instituições internacionais e organizações não governamentais, que executam os projetos. Ao todo, 12 projetos já foram implementados, beneficiando diretamente mais de 700 pessoas, com resultados na geração de renda, acesso a trabalho e emprego, desenvolvimento de organizações de base e qualidade de vida para a população em geral. Instituto Walmart
CULTURA
DERAIZ
Cultura plantada nas tradições, nas memórias coletivas de uma sociedade, de um povo, de um território. Para falar do orgulho de pertencer à Cultura da Bomba do Hemetério, recorre-se à expressão Cultura de Raiz para, assim, confirmar o valor especial das manifestações artísticas criadas nessa comunidade. Cultura de Raiz é uma referência às identidades, à sabedoria popular, às diferenças e à singularidade. É a busca permanente pela alteridade.
Um lugar de pertencimento
O que jorra das veias dos moradores do Polo Cultural da Bomba do Hemetério? Uma diversidade de ritmos, cores, sabores e arte. E muita gente bacana que nasceu com a cultura no sangue. Gente que produz cultura genuína, nascida nas entranhas das adversidades. Pois é. Quem disse que diversidade não combina com adversidade? Para o povo bombense combina, sim. Em cada rua, esquina, córrego, beco e ladeira do bairro de Seu Hemetério, história, manifestações populares, artesanato e gastronomia vão se revelando aos olhos dos passantes.
Um orgulho para o Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH) trabalhar apoiando o desenvolvimento cultural desse território. Um privilégio interagir com a comunidade para organizar os grupos culturais locais, ajudar a fortalecer sua governança e autonomia. Sabe quando a gente diz que até os astros conspiraram para tudo dar certo? Foi isso. O IADH se juntou ao povo bombense, Sebrae, Instituto Walmart, Fundação Gilberto Freyre e Secretaria de Turismo do Recife e deu no que deu. O Programa Bombando Cidadania cada vez mais contribuindo para o fortalecimento organizacional do bairro. E mais conquistas! Com isso, o IADH se sente cumprindo a sua missão de “desenvolver capacidades de pessoas e organizações em estratégias e processos de desenvolvimento local sustentável”. Enfim, estamos muito felizes com tudo que a Bomba do Hemetério vem construindo e alcançando! Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH)
ARTE A arte é a possibilidade de sempre inventar e inovar. A arte nas comunidades tradicionais valoriza a memória e a sabedoria coletiva. Por isso, a categoria raiz assume a plenitude de um sentimento de pertença a um lugar. É assim que o Polo Cultural da Bomba do Hemetério busca marcar o seu lugar social. A arte é uma experiência que se amplia na percepção da outra pessoa. Por isso ela é divina.
A arte é para ser vivida e não apenas apreciada.
É um dom de Deus. Esses são argumentos que nascem na intimidade e na experimentação do conhecimento. Na sabedoria das técnicas artesanais. Trabalhar com as mãos. É a habilidade de selecionar materiais, de intervir esteticamente e, muitas vezes, de repetir as memórias que vão além das fronteiras do saber-fazer. É transgredir o limite da técnica e estabelecer o contato entre a criação, a expressão e o significado do objeto. É assim o artesanato. Não é apenas a repetição de um processo manual. É o artesanato revelando identidade e singularizando a criação do Polo Cultural da Bomba do Hemetério.
Foi a minha mãe quem me ensinou.
Aprendi em casa.
CARNAVAL
Estão na Bomba do Hemetério algumas das mais tradicionais agremiações do Carnaval do Recife.
Troça Abanadores do Arruda [1934] Troça Tô Chegando Agora
Bloco Que Merda Mole É Essa
Urso Cumi Ti Gigante do Samba [1942] Grupo Afro Oxum Mi Nangola Troça Zé Grande em Folia Boi Teimozo [1946] Bloco Segura a Pomba Bloco Bimba Mole Maracatu Nação Encanto da Alegria
Bloco Seu Hemetério Boneco Menino do Pixe
Reizado Imperial [1951]
Balé Bacnaré
Maracatu Nação Raízes de Pai Adão Boi Malabá Clube de Boneco Neco Lama Afoxé Ogbom Obá
Tribo Canindé do Recife [1897]
Grupo Afro Omo Birin Clube de Boneco O Comilão
Troça Terezinha em Folia Afoxé Povo de Ogunté
Maracatu Nação Estrela Brilhante [1906]
Boi D’Loucos Urso do Ovão Tribo Taquaracy do Recife Caboclinho 7 Flechas [1971] Boi Mimoso
Maracatu Nação Elefante [1800] Quadrilha Terezinha na Roça Tribo Oxossi Pena Branca
Mestre Alfaiate (Caboclinhos 7 Flexas)
A mais democrática das festas tradicionais, o Carnaval do Recife. Além de ser rico em motivos e manifestações culturais, o Carnaval é o momento da grande criação popular. É quando se unem as muitas matrizes étnicas que fazem do Carnaval de Rua do Recife o mais notável palco social que se pode ver no mundo. Os reis africanos se misturam aos caboclos da terra e aos metais – que vão abrindo os cortejos com a fanfarra que vem anunciando o frevo e o passo-rasgado. Os Bois, os Ursos, os Cavalos-marinhos ficam pelas ruas com suas figuras a lembrar que é chegado o tempo da folia, da melhor folia.
Mestre Geraldo (Reizado Imperial)
Dona Marina (Boi Teimozo)
Dona Marivalda (Maracatu Nação Estrela Brilhante)
Dona Juracy (Tribo Canindé do Recife)
A folia
do Recife
o Carnaval é o
momento da grande criação
popular