JORNAL DA BATALHA EDICAO DE OUTUBRO 2021

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 375 | OUTUBRO DE 2021 |

Foto: Luís Filipe Coito

Castro promete menos conversa e mais trabalho

16.10.2021 – “Falar menos e fazer mais”, prometeu o novo presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, no

seu discurso de tomada de posse. Desenvolver parcerias “com todos os agentes da comunidade”, “trabalhar de forma transparente” e “melhorar os serviços da autarquia”, com “atendimentos céleres”, foram outras garantias que deu. Mas, como os “resultados só aparecem com trabalho e, acima de tudo, com tempo”, pediu “alguma tolerância” para desenvolver a sua estratégia. O presidente cessante, Paulo Batista Santos, disse que “em breve prazo” irá “pedir a suspensão do mandato” de vereador, por razões profissionais e pessoais.

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W págs. 04 a 06


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outubro 2021

Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

Eleições Autárquicas Os batalhenses decidiram mudar e manifestaram uma enorme maturidade democrática. Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos. Agora é tempo de arregaçar as mangas, pôr a casa em ordem e trabalhar intensamente em prol do concelho e das suas gentes, seja maioria, seja oposição. A Batalha será mais um, dos muitos concelhos do país, a ser governado por uma lista de independentes, começando a f icar claro que o povo vai acreditando cada vez menos nos partidos políticos e nas suas “jotas”, para governarem as autarquias, mormente quando sentem que a governação é má e inadequada para o desenvolvimento do concelho.

No distrito de Leiria já são quatro os concelhos governados por eleitos em listas de independentes. Os partidos políticos que se cuidem e mudem de estratégia, afinem as escolhas dos ca ndidatos, alterem a forma de governo das concelhias, onde em muitos casos, um ou dois mandam e decidem, sem dar cavaco a ninguém, ou então preparem-se para ter cada vez menos poder nas autarquias. O que o povo quer e precisa nas autarquias é de política local assertiva e completamente focada na resolução dos problemas dos cidadãos, sem gastos sumptuosos e pouco preocupada com selfies e com show off. O que se precisa é de gente

com capacidade de decisão, com visão, que ouça e saiba ouvir, com discernimento para delegar bem e nas pessoas certas, controlando bem a delegação e a execução de ações e projetos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes e para a geração de desenvolvimento e riqueza. Por parte da oposição, o que é desejável é que faça parte da solução e não tente atrapalhar através de jogos baixos, a governação, para que quem governa se possa focar com todas as forças na resolução de problemas do concelho, sem te que andar permanentemente a perder tempo com problemas , muitas vezes sem acrescentarem nada,

levantados pelas oposições. As oposições devem fa zer oposição demo crática. E o que é isto? É simples: votar a favor dos projetos e medidas boas para o concelho, sugerindo e introduzindo melhorias que acrescentem valor aos projetos. Votar contra os projetos que considerem inadequados para o concelho, mas apresentando alternativas credíveis, melhores e económica e financeiramente equilibradas. Desta forma estão a ajudar o concelho e a respeitar os eleitores que neles votaram. Tenho a certeza que a nova maioria assim fará e tenho alguma esperança que a oposição pense mais no concelho e pen-

se menos em política, nos seus aspetos negativos. Ta mbém faço votos para que a publicidade recente à boa saúde das finanças autárquicas se venha a confirmar, de forma a que a nova gestão possa trabalhar intensamente a olhar para o futuro, sem ter que perder tempo, forças e dinheiro, a tapar buracos do passado recente. Será também importante que os diversos licenciamentos de última hora estejam devidamente enquadrados na lei, para que não advenha dai um eventual mau enquadramento legal, com gravíssimas consequências para os munícipes e para a câmara. Para terminar, desejo votos de sucesso para to-

dos os eleitos, já que o vosso sucesso, será o sucesso de todos nós munícipes do Concelho da Batalha. Bom mandato.

s A Equação para os Negócios

A incumbinite mata nos negócios e na política As recentes eleições autárquicas lembram-nos de um mal que é comum aos negócios e à política: a incumbinite, isto é, a doença que afeta a tomada de decisão quando estamos no lugar de incumbente, isto é, aquele que está num lugar de poder. Trata-se daquela doença que quando se é fornecedor há anos para um cliente, estamos numa posição privilegiada quando for para renovar contrato. Se tudo está bem porque é o cliente quereria mudar de fornecedor? É a doença que nos faz pensar que o possível é impossível e tolda-nos a gestão. Mesmo já vacinado para esta doença, também sofri do mesmo mal, desta vez também toldado na análise e antevisão aos resultados das autárquicas na Batalha.

A causa da doença é simples. Somos seres biologicamente imperfeitos e todos sofremos de inclinações ou enviesamentos cognitivos no processo lógico de pensar, analisar ou decidir. Há dois enviesamentos chave na causa da incumbinite. Primeiro, a tendência de confirmação, ou seja, um excesso de confiança em manter crenças pessoais incluindo filtrar e usar informação que só da força àquilo em que já acreditamos. Com um cliente, os indicadores de qualidade parecem todos bem, mas na verdade o cliente acabou por ser obrigado a aceitar conceções em requisitos de qualidade e só não nos leva a tribunal porque é demasiado custoso deixar um contrato a meio. Nas autárquicas foi

semelhante, seja na Batalha ou em Lisboa todas as sondagens e indicadores davam ao PSD e ao Medina respetivamente, resultados errados e as campanhas agarraram-se a isso. Afinal os eleitores só são verdadeiramente sinceros quando estão na cabine de voto sozinhos e protegidos pelo voto secreto. Então, a melhor proteção contra este enviesamento é falar com o maior número de pessoas e ver para além dos indicadores. Mais cedo ou mais tarde, alguém do lado do cliente será sincero e é obrigatório a analisar a fundo as vozes que contrariam o nosso painel de bordo. O segundo é o enviesamento de self-service que distorce o pensamento de modo a preservar a

autoestima ou dano empresarial. Ocorre quando tendencialmente nos focamos nos sucessos e esforços passados, querendo ocultar ou atribuir a outros as fraquezas, imperfeições ou os fracassos. Imperfeições essas que latentes e duradouras causam dano nas relações com clientes ou eleitorado. A concorrência livra-se sempre deste mal, porque só erra mesmo quem faz e só tem sucessos quem fez. As empresas não querem reconhecer oficialmente os erros ou fracassos com medo de serem multados ou medo de verem a reputação manchada, mas na verdade os clientes apenas querem, em primeiro lugar o reconhecimento dos erros, depois são tolerantes e há tempo para corrigir tudo. Os eleito-

res precisavam que se reconhecesse os erros e se apresentasse o caminho para solucioná-los. O foco em comunicar sucessos e obra feita e a constante fuga à penitência foi altamente penalizador para os incumbentes. Na ausência de se sentirem ouvidos, os eleitores manifestaram o desagrado no boletim de voto e os clientes manifestam-se ao não renovar contratos. Então, nos negócios ou na política, a vacina é contratar auditores e consultores externos ao partido ou à empresa, alguém que nos guie imparcialmente neste processo e vá ditando comandos mesmo que estes sejam contra a nossa voz interior. Mas, em vocabulário cristão, antes de qualquer penitência tem de vir primeiro o ato de contrição.

Vítor Correia Gestor de empresas

Este inverno proteja-se então contra a incumbinite. Esta doença anda aí e já deixou negócios e políticos combalidos. Se é concorrente ao lugar pode dar-se ao luxo da libertinagem. A doença só infeta mesmo quem faz.


Jornal da Batalha

Espaço Público Opinião

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s A Opinião de Dália Silva Especialista em exportação, simpatizante da Iniciativa Liberal

Celebremos o momento de viragem Caros concidadãos, pela primeira vez, a Batalha tem um deputado municipal Liberal e é a vocês que tal se deve. Este foi um momento de viragem! Com a vossa participação, Portugal pode ser um país para se viver, em vez de um onde se tenta sobreviver. O desafio era hercúleo. Perante dois políticos profissionais, o voto útil era utilizado como principal argumento contra a proposta da Iniciativa Liberal. Mas o nosso estímulo era exatamente proporcionar uma escolha diferente ao eleitorado. Esta foi uma candidatura de pessoas “normais”, sem experiên-

cia política, com empregos a tempo inteiro, mas que estão cansados que nos digam que temos de nos contentar com “poucochinho”. Com uma abstenção de 37%, abaixo da média nacional, os batalhenses manifestaram o seu desejo de mudança, mas sobretudo mostraram acreditar na Democracia e na importância que cada voto tem no resultado final. O objetivo último da Iniciativa Liberal é a promoção do aumento da qualidade de vida de todos os que residem no concelho. E para atingir este objetivo, consideramos essencial a redução drástica dos

impostos e taxas locais, o foco na resolução do problema da poluição do rio Lena e uma estratégia para o turismo que conduza ao aumento de pernoitas, tendo a transparência e o rigor como pano de fundo de toda a governação. Sim, acreditamos ser possível uma Batalha mais Liberal, em que o município saia da frente de quem quer mais e não deixe para trás quem também precisa. Ajudar mais necessitados e frágeis é imprescindível, mas não menos importante é permitir que as pessoas sejam livres de cumprir os seus projetos de vida, não colocando obstáculos, ape-

nas porque sempre foi assim que se fez. Sim, acreditamos ser possível uma Batalha mais Liberal, onde o município não tenha como principal foco a contratação de obras públicas. Obra feita não é apenas betão e alcatrão, é também a redução da despesa do município e a devolução de dinheiro ao bolso dos cidadãos. Como? Perguntarão vocês. Reduzindo a burocracia e a estrutura da concelhia, reduzindo o número de infraestruturas que são contruídas ou renovadas sem qualquer aproveitamento, a título de exemplo. Sim, acreditamos ser

possível uma Batalha mais Liberal, onde o município crie as condições favoráveis para o desenvolvimento económico do concelho. É imperativo atrair investimento para o concelho, gerando mais emprego e emprego de qualidade. E isso só é possível apresentando melhores condições aos investidores que os outros concelhos. E, sim, acreditamos ser possível uma Batalha mais Liberal, onde o município seja transparente e mantenha os cidadãos informados sobre todos os aspetos da governação. A nossa forma de agradecimento pela confiança

depositada é de, nos próximos quatro anos, ser a oposição que nunca existiu no Município da Batalha, é ser o ponto de ligação entre as decisões tomadas nos órgãos municipais e a população, lutando sempre pela transparência, tantas vezes esquecida.

s Baú da Memória José Travaços Santos

“A Viagem do Descobrimento”, de Eduardo Bueno Continua por explicar a falta duma reacção dos governos e da gente da Cultura aos ataques de minorias radicais aos valores portugueses. Tenta-se apagar o verdadeiro sentido dos Descobrimentos, aquela primeira parte do sacrifício sobre-humano e de descobertas essenciais nas áreas de construção naval, da navegação, do conhecimento de insuspeitados céus e de não menos insuspeitados ventos e correntes marítimas e, muito particularmente, dum contorno da Terra até ali desconhecido. Do livro “A Viagem do Descobrimento – A verdadeira história da expedição de Cabral”, obra que recomendo aos leitores, recorto: “… o impulso que estava conduzindo Cabral da Eu-

ropa até à Ásia e o levando a descobrir o Brasil no meio do caminho – era um pequeno movimento na grande sinfonia que configura o processo da expansão dos portugueses ao redor do globo. Para compreender mais plenamente esta viagem, é preciso empreender outra. E nem sequer se limita ao início dos descobrimentos marítimos, mas retrocede ao momento em que, cercado de ameaças e sem saídas para o mar Mediterrâneo, isolado na orla ocidental da Cristandade, o povo de uma das menores nações da Europa viu-se impelido a explorar as águas de um oceano desconhecido”. “Ao concretizar plenamente sua vertigem expansionista, os portugueses tornariam seu país o

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

pólo a partir do qual a Europa seria capaz de provar para o bem e para o mal, que – como num provérbio budista – tudo está unido e interligado. A exploração do globo pelos navegadores portugueses e a consequente expansão da civilização europeia – em meio às quais o “achamento” do Brasil se tornaria uma das pérolas mais vistosas – se constituíram em uma das mais admiráveis aventuras das tantas que marcaram o milénio que se encerra. (lembro que o livro foi editado no milénio que findou em 2000)…”. Lembro ainda que Eduardo Bueno é um erudito brasileiro, aliás muito respeitado nos meios intelectuais do seu país. A edição é brasileira tratando-se do primeiro

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

volume da “Coleção Terra Brasilis” da editora “Objeti-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

va”. Esta colecção teve como consultor técnico o historia-

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

dor e professor universitário Ronaldo Vainfas. Os extremistas, que tentam enegrecer as memórias do Povo Português e a memória dos nossos antepassados, ignoram, suponho que na maior parte dos casos, tudo o que se relaciona com a primeira fase da expansão e os benefícios que dela advieram para a ciência náutica, para o conhecimento e avanço da astronomia e geofísica, e da geografia, entre muitos outros para o mundo de então e, evidentemente, com indeléveis benefícios para a Humanidade. Como diz Eduardo Bueno “o povo de uma das menores nações da Europa viu-se impelido a explorar as águas de um oceano desconhecido”.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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outubro 2021

Jornal da Batalha

Autárquicas 2021

Raul Castro conquista presidência da câmara com maioria absoluta

p As listas eleitas para as juntas de freguesia, sendo que apenas a de São Mamede (em baixo) é do PSD/Somos Batalha

m “O que se passou foi o resultado de muitas inquietações”, disse pouco depois da eleição o ex-presidente do município de Leiria, que agora regressa ao comando dos destinos da Batalha O Movimento Independente Batalha é de Todos, liderado por Raul Castro, venceu as eleições autárquicas de dia 26 de setembro, com maioria absoluta, ao obter quatro dos sete mandatos em disputa. A lista PSD-Somos Batalha, encabeçada pelo então presidente do município, Paulo Batista Santos, ficou em segundo lugar, com três mandatos, perdendo, assim, a maioria absoluta com que governou o concelho nos últimos oito anos.

“Vitória, vitória, vitória. Histórico. Épico. Memorável. A Batalha volta a ser de todos os batalhenses”, escreveu o Movimento Independente Batalha é de Todos, às 22H01 na sua página na Internet. “O que se passou na Batalha foi o resultado de muitas inquietações de muitos munícipes. Fizemos um trabalho fantástico junto das pessoas, a ouvir as pessoas, a perceber a realidade deste concelho”, disse pouco depois Raul Castro ao Região de Leiria. “A primeira coisa a fazer é, efetivamente, ver qual é a situação financeira do município e depois começar a definir as prioridades e trabalhar”, adiantou, garantindo que cumprirá os quatro anos do mandato. “Ele (Paulo Batista Santos) teve a gentileza de me ligar a dizer que estávamos bem encaminhados para a

vitória e a disponibilizar-se para colaborar naquilo que for entendido. Nós não rejeitamos ninguém, o nosso projeto é inclusivo que poderá devolver a Batalha aos cidadãos”, destacou. A candidatura PSD-Somos Batalha reconheceu a derrota às 22h08: “Aceitamos democraticamente a derrota e os resultados destas eleições autárquicas, e acima de tudo respeitamos a vontade dos batalhenses”. “Foi uma honra e um privilégio servir o Concelho da Batalha durante oito anos. “Agora têm a minha (de Paulo Batista Santos) e a nossa palavra em como vamos cumprir o nosso mandato e continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento da Batalha, desta feita na oposição, sempre de forma construtiva”, lê-se numa nota publicada pela candidatura.

Resultado da Freguesia de São Mamede 2021 Lista PPD/PSD BTMI

2017

% 43,44 35,44

Votos 868 708

CDS-PP

6,56

131

PS

CH

6,16

123

PCP-PEV

IL

2,65

53

0,9

18

EM BRANCO NULOS

6,33 3,41

128 69

3,25 1,6

65 32

PCP-PEV EM BRANCO NULOS

Lista PPD/PSD CDS-PP

Votantes 61,59% (1.998 em 3.244 inscrito)

% 62,79 15,98

Votos 1269 323

9,8

198

1,68

34

Votantes 59,46% (2.020 em 3.397 inscrito)


Jornal da Batalha

Autárquicas 2021 Batalha

outubro 2021

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Resultados do Concelho 2021 Lista

%

BTMI PPD/PSD CDS-PP CH IL PCP-PEV

Votos

46,48 35,53 4,81 4,68 3,13 1,07

4070 3111 421 410 274 94

2,6 1,7

228 149

EM BRANCO NULOS

2017 Presidentes da Câmara 1 0 0 0 0 0

Maiorias Absolutas 1 0 0 0 0 0

Mandatos 4 3 0 0 0 0

Lista

%

PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV

53,8 20,02 11,99 3,64

4343 1616 968 294

6,59 3,96

532 320

EM BRANCO NULOS

Presidentes da Câmara 1 0 0 0

Votos

Maiorias Absolutas 1 0 0 0

Mandatos 5 1 1 0

Votantes 57,04% (8.073 em 14.154 inscrito)

Votantes 62,60% (8.757 em 13.989 inscritos)

Resultados do Concelho – Assembleias de Freguesia 2021 Lista PPD/PSD GRUPO CIDADÃOS CDS-PP CH PCP-PEV

% 43,96 41,53 6,29 2,73 0,95

Votos 3850 3637 551 239 83

2,76 1,77

242 155

EM BRANCO NULOS

2017 Presidentes de Junta 1 3 0 0 0

Mandatos 20 19 1 0 0

Votantes 62,60% (8.757 em 13.989 inscritos)

Resultados do Concelho – Assembleia Municipal

EM BRANCO NULOS

% 44,12 35,53 5,29 4,83 4,25 1,58

Votos 3864 3112 463 423 372 138

2,84 1,56

249 137

Mandatos 10 8 1 1 1 0

Votos 4218 1715 963 297

EM BRANCO NULOS

6,61

531

3,92

315

Mandatos 13 5 3 0

EM BRANCO NULOS

2,12 1,8

Presidentes de Junta 3 1 0

7,26

586

0

2

1,78

144

0

0

4,91 3,61

396 291

Mandatos 24 10 4

Votantes 57,02% (8.071 em 14.154 inscrito)

BTMI PPD/PSD CH CDS-PP IL PCP-PEV

2017

% 47,68 34,41 4,75 3,91 3,63 1,4

Votos 2209 1594 220 181 168 65

2,48 1,75

115 81

EM BRANCO NULOS

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV EM BRANCO NULOS

% 51,8 21,32 10,44 5,17

Votos 2104 866 424 210

7,09 4,19

288 170

Votantes 54,56% (4.062 votantes 7.445 inscritos)

Votantes 61,49% (4.633 em 7.534 inscritos)

Resultados da Freguesia de Reguengo do Fetal 2021

2017 506 292 47 34 22 5

Lista

Votantes 56,80% (8.039 em 14.154 inscrito)

2021 Votos

Votos 4267 1415 972

2021

% 52,47 21,33 11,98 3,69

Resultado da Freguesia da Golpilheira % 53,66 30,97 4,98 3,61 2,33 0,53

% 52,87 17,53 12,04

Resultados da Freguesia da Batalha

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV

Votantes 62,61% (8.758 em 13.989 inscritos)

Lista BTMI PPD/PSD CDS-PP CH IL PCP-PEV

EM BRANCO NULOS

2017

2021 Lista BTMI PPD/PSD CDS-PP CH IL PCP-PEV

Lista PPD/PSD PS CDS-PP GRUPO CIDADÃOS PCP-PEV

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV EM BRANCO NULOS

% 50,28 27,81 9,88 2,84

Votos 443 245 87 25

5,22 3,97

46 35

20 17

Votantes 71,49% (943 em 1.319 inscrito)

Lista BTMI PPD/PSD CDS-PP CH IL PCP-PEV EM BRANCO NULOS

2017

% 54,69 30,18 5,24 2,79 2,62 0,51

Votos 647 357 62 33 31 6

2,37 1,61

28 19

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV EM BRANCO NULOS

Votos 527 307 134 25

6,31 4,15

70 46

Votantes 56,10% (1.109 em 1.977 inscritos)

Votantes 62,53% (1.183 em 1.892 inscritos)

Votantes 65,99% (881 em 1.335 inscrito)

% 47,52 27,68 12,08 2,25

Resultados do Distrito de Leiria 2021 Lista PPD/PSD PS GRUPO CIDADÃOS PCP-PEV CH B.E. IL CDS-PP CDS-PP.MPT NC PAN PPD/PSD.CDS-PP CDS-PP.MPT.PPM.NC L MPT.PDR EM BRANCO

NULOS

%

Votos

34,16 33,5 11,15 4,56 4,12 1,76 1,54 1,29 1,15 0,55 0,5 0,32 0,28 0,25 0,03

75 615 74 173 24 683 10 085 9 130 3 887 3 399 2 849 2 555 1 224 1 103 698 627 562 75

2,99 1,86

6 611 4 107

2017 Presidentes da Câmara 6 6 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Maiorias Absolutas 6 4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Mandatos 44 44 14 4 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0

Votantes 53,48% (221.383, em 413.917 inscritos )

Lista PS PPD/PSD GRUPO CIDADÃOS PPD/PSD.MPT PCP-PEV CDS-PP B.E. PPD/PSD.CDS-PP PAN MPT PDR PNR CDS-PP.MPT.PPM CDS-PP.PPM CDS-PP.MPT EM BRANCO

NULOS

%

Votos

34,86 26,37 8,68 7,72 5,79 5,6 2,46 1,57 0,6 0,14 0,1 0,09 0,08 0,06 0,04

79200 59913 19712 17542 13157 12718 5589 3566 1359 320 216 207 179 135 90

3,45 2,39

7837 5423

Presidentes da Câmara 7 8 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Maiorias Absolutas 6 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Mandatos 46 41 11 3 3 2 0 4 0 0 0 0 0 0 0

Votantes 54,03% (227.163 em 420.401 inscritos)


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Batalha Autárquicas 2021

Jornal da Batalha

outubro 2021

m Estas são as primeiras reações das candidaturas participantes nas Eleições Autárquicas 2021, logo após terem sido conhecidos os resultados. Entre palavras de mudança e garantia de colaboração em prol do concelho, os partidos que se sujeitaram ao veredito popular pela primeria vez em autárquicas mostraram-se satifeitos pela eleição de deputados municipais Batalha é de Todos “Decorridas que estão as eleições autárquicas e apurados os votos expressos, em nome do Movimento Independente Batalha é de Todos, o meu profundo agradecimento pela confiança depositada neste projeto que trará mudança ao Concelho da Batalha. De for m a i nequ ívo ca, foi-nos confiada uma maioria de mandatos para a governação da câmara e da assembleia municipais. São resultados que expressam bem o que ouvimos na rua e que corroboram os anseios da população deste concelho. Também nas juntas de freguesia os resultados escrutinados consolidam a mesma perspetiva de mudança, à exceção da São Mamede. Com todos os eleitos e nos diversos órgãos autárquicos trabalharemos de forma afincada e cumpriremos integralmente o papel que nos foi confiado pelos eleitores do Concelho da Batalha. Assumiremos uma governação de proximidade suportada pela competência das nossas equipas e em que a confiança e a transparência se constituirão como os pilares desta nova matriz governativa. A todos os eleitos, independentemente da filiação partidária, formulo votos para o exercício de um mandato que contribua verdadeiramente para o desenvolvimento do concelho e de todos os batalhenses. Raul Castro/Movimento Independente Batalha é de Todos”

Somos Batalha “Aceitamos democraticamente a derrota e os resultados destas eleições autárquicas, e acima de tudo respeitamos a vontade dos batalhenses. Foi uma honra e um privilégio servir o Concelho da Batalha durante oito anos. Agora têm a minha [de Paulo batista Santos] e a nossa palavra em como vamos cumprir o nosso mandato e continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento da Batalha, desta feita na oposição, sempre de forma construtiva. Quero dar os parabéns ao Marco Vieira, que renova o seu mandato na freguesia de São Mamede, onde estou certo que vai continuar o seu excelente trabalho em prol do progresso da freguesia e da melhoria da qualidade de vida da população. Agradecemos a todos os que confiaram em nós e votaram neste projeto. Não vamos baixar os braços e vamos manter a cabeça erguida. O nosso concelho e as nossas freguesias são a nossa prioridade número um e, portanto, vamos continuar atentos às necessidades da nossa população e a trabalhar construtivamente para o progresso da Batalha. D evemos a g rade cer também à nossa equipa, que nos tem acompanhado desde o primeiro dia. Tudo o que juntos fizemos e conquistámos já ninguém nos tira. Porque juntos somos Batalha. Obrigado a todos!” Iniciativa Liberal A mudança chegou ao

Foto: Luís Filipe Coito

Chega e Iniciativa Liberal com representação na assembleia municipal

p Elementos do executivo cessante e novos eleitos para a câmara e assembleia municipais

p A Iniciativa Liberal e o Chega estão representados na assembleia municipal Município da Batalha. Iniciativa Liberal elege um deputado municipal. É com enorme satisfação que dizemos: Obrigado Batalha! Obrigado pela confiança, obrigado por votarem IL para a câmara e assembleia municipais da Batalha. Graças à vossa confiança a Iniciativa Liberal da Batalha conseguiu eleger o Ricardo Vala como o primeiro deputado Liberal na Assembleia Municipal da Batalha. Seremos a vossa voz e a alternativa que a Batalha anseia para um futuro mais próspero, com menos impostos, menos obstáculos e mais e melhor município. A IL Batalha endereça os nossos mais sinceros parabéns ao Batalha é de Todos, sobretudo ao Dr. Raul Castro, pela sua vitória para a câmara e assembleia municipais da

Batalha e nas freguesias da Batalha, Golpilheira e Reguengo do Fetal. Estaremos atentos, defenderemos a nossa visão mas confiamos numa gestão municipal centrada nos interesses dos batalhenses. De igual forma, endereçamos os nossos mais sinceros parabéns ao Somos Batalha, na pessoa do Sr. Marco Vieira, pela sua reeleição na freguesia de São Mamede. Também aqui estaremos atentos à gestão e governação da freguesia, garantindo que os cidadãos de São Mamede são ouvidos no município. Terminamos com uma apreciação geral aos restantes partidos pelos seus esforços nestas eleições. Sabemos que todos juntos, sem populismos podemos fazer mais e melhor pela Batalha.

A Iniciativa Liberal deu hoje o seu primeiro passo no concelho, mas temos ambição de crescer e assumirmos uma posição de liderança. A todos os batalhenses A todos os liberais obrigado! Batalha Mais Liberal” Chega “Autárquicas memoráveis. Obrigada a todos os batalhenses que nos apoiaram e confiaram em nós! Obrigada por terem votado Chega Batalha. Não fomos eleitos para a câmara municipal, no entanto, elegemos um membro para assembleia municipal que tudo fará para defender as ideias e as propostas do nosso programa. Endereço os meus mais sinceros parabéns aos vencedores destas eleições autárquicas Batalha é de Todos.

Gostaria ainda de dizer que o nosso trabalho não termina por aqui, continuamos acreditar que as nossas propostas elevarão o Concelho da Batalha ao lugar que merece. Um meu bem haja a todos! Sara Santos/Chega Batalha” CDS - Batalha no Coração “O CDS felicita o Movimento Independente Batalha é de Todos, na pessoa do dr. Raul Castro, pela vitória nas eleições de ontem. Felicitamos também o PSD, pela vitória na Junta de Freguesia de São Mamede. Agradecemos a todos os que nos acompanharam e que nos apoiaram ao longo destes últimos meses, obrigado! O CDS continuará à disposição de todos os batalhenses!”


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Atualidade Batalha

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Atualidade

“Casa Vitral – Uma casa para todos” vence Orçamento Participativo m Permite desenvolver práticas que envolvem o cozinhar, arrumar, organizar, limpar, fazer toda a gestão doméstica O projeto inclusivo “Casa Vitral – Uma casa para todos”, apresentado pelo Agrupamento de Escolas da Batalha – Departamento de Educação Especial, foi o mais votado da edição de 2020 do Orçamento Participativo, promovido pelo Município da Batalha. Este projeto consiste na criação de um espaço integrado em contexto escolar, que disponha de condições

físicas e materiais essenciais para o desenvolvimento integral dos alunos com medidas adicionais. A “casa vitral vontades, inovação, trabalho, responsabilidade, aprendizagens e lideranças” é um espaço constituído por uma casa modelar de tipologia 2 que dispõe de cozinha, quarto de casal, quarto de solteiro, sala e casa de banho. O projeto surge em complemento do ProjetArte, apresentando-se como um contínuo de estratégias diferenciadoras que permitirão desenvolver competências promotoras de qualidade de vida nas suas diversas

p Este projeto surge em complemento do ProjetArte dimensões. Este espaço, dotado de recursos para aprender em contexto real e significativo, permitirá desenvolver

práticas que envolvem o cozinhar, arrumar, organizar, limpar, fazer toda a gestão doméstica e o planeamento financeiro, para além de

promover as relações interpessoais e o trabalho colaborativo. O projeto vencedor registou 241 votos, seguindo-se

na votação a proposta de aquisição de uma ambulância de pequenas dimensões para transporte de doentes, quer acamados quer para socorro, da iniciativa dos Bombeiros da Batalha e na 3ª posição, num total de 6 projetos finalistas, ficou o projeto de criação de uma parede de escalada no interior do Pavilhão Multiusos da Batalha. Ao todo, os projetos em votação receberam 465 votos. O valor máximo atribuído ao vencedor é de 30 mil euros, neste caso ao projeto a desenvolver na Escola Sede do Agrupamento de Escolas da Batalha.


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Pandemia

Atingidas as 20 vítimas mortais relacionadas com a Covid-19 m No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta 11, havendo seis concelhos com números inferiores. O município de Leiria concentra 132 situações O número de pessoas falecidas no concelho da Batalha com Covid-19 aumentou para 20 no último mês, segundo o boletim sobre a pandemia divulgado, a 16 de outubro, pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria. No distrito de Leiria já não há concelhos sem registo de falecimentos, apresentando Castanheira de Pera (5) Pedrógão Grande (6) e a Batalha os números mais baixos. No caso da Batalha, há ainda a registar a morte de um cidadão natural do município, mas residente no distrito de Aveiro. O concelho de Leiria apresenta o maior número de vítimas mortais (173), seguindo-se Caldas da Rainha (123) e Pombal (109). No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta 11, havendo seis concelhos com números inferiores. O município de Leiria concentra 132 situações, seguindo-se Caldas da Rainha (105) e Pombal (46). Desde o início da pandemia, registaram-se 1.086 infetados confirmados no concelho da Batalha. Os municípios de Castanheira de Pera (180), Pedrógão Grande (272) e Figueiró dos Vinhos (467) são os menos afetados. Pelo contrário, Leiria (9.757), Pombal (4.057) e Alcobaça (3.875) apresentam o maior número de pessoas infetadas desde março de 2020. Plano desativado O Plano Municipal de

Emergência de Proteção Civil da Batalha foi desativado no dia 1 de outubro por despacho do presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos. “A situação epidemiológica no território nacional continental e particularmente no Concelho da Batalha e concelhos limítrofes, a taxa de vacinação municipal com 91% de população com o esquema iniciado e 85% concluído, a passagem à situação de alerta decretado pelo Governo e o facto de à data não se verificar nenhum dos pressupostos epidemiológicos ou a necessidade de medidas excecionais de proteção civil que motivaram a ativação do plano em 18 de março de 2020”, foram os argumentos apresentados. Também é referida “a evolução muito positiva da situação epidemiológica no Município da Batalha que, à data, registava apenas 11 casos ativos de Covid-19”. A ativação ou desativação do plano é uma competência do presidente da câmara municipal. O Plano de Municipal Emergência “é o instrumento que permite uma melhor articulação entre todos os organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil”. Desconfinamento O país encontra-se na fase 3 de desconfinamento, com mais de 85% da população com vacinação completa. Assim, verifica-se o fim do limite da lotação: estádios de futebol, espetáculos culturais, comércio e restauração, casamentos e batizados. Fim dos limites horários: estabelecimentos comerciais, eventos e celebrações. Obrigatoriedade de apresentação de Certificado Di-

Casos da doença confirmados no distrito Município

Casos confirmados

Leiria Caldas da Rainha Pombal Alcobaça Marinha Grande Porto de Mós Bombarral Pedrógão Grande Peniche Batalha Nazaré Óbidos Alvaiázere Ansião Figueiró Vinhos Castanheira Pêra Total

Recuperados

9 757 3 608 4 057 3 875 2 633 1 882 758 272 2 410 1 086 1 143 772 502 1 241 467 180 34 643

Casos ativos

9 452 3 380 3 902 3 755 2 562 1 824 718 252 2 347 1 055 1 116 718 479 1 206 446 175 33 387

Falecimentos

132 105 46 38 23 17 17 14 12 11 5 5 1 0 0 0 426

173 123 109 82 48 41 23 6 51 20 22 49 22 35 21 5 830

Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (16 de outubro)

p A Batalha desativou o Plano Municipal de Emergência gital Covid da UE à entrada em discotecas, bares, estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e estabelecimentos com espaço de dança, independentemente do dia da semana ou do horário; visitas a lares e estabelecimentos de saúde; viagens por via aérea ou marítima; grandes eventos culturais, desportivos ou corporativos. Uso de máscara obriga-

tório no acesso e permanência nos seguintes contextos: crianças a partir do 2º ciclo nos estabelecimentos de educação, ensino e creches, exceto nos espaços de recreio ao ar livre; hospitais e estabelecimentos de saúde; espaços comerciais com mais 400 m 2, incluindo centros comerciais lojas de cidadão. Salas de espetáculos, cinemas ou similares; recin-

tos de eventos e celebrações desportivas; transportes públicos e transportes coletivos de passageiros (táxi e/ou TVDE), incluindo o transporte aéreo; lares, unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e outras estruturas e respostas residenciais para crianças, jovens e pessoas com deficiência, requerentes e beneficiários de proteção

internacional e acolhimento de vítimas de violência doméstica e tráfico de seres humanos. E pelos pelos trabalhadores dos bares, discotecas, restaurantes e similares, e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços em que ocorra contacto físico com o cliente, por exemplo cabeleireiros, barbeiros ou esteticistas.


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Opinião Batalha

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Opinião s A Opinião de André Loureiro

Obrigado pela missão quase cumprida É correto e não apenas de bom-tom agradecer algo que nos dão ou um serviço que nos prestam, por mais insignificantes que sejam. Pode ser apenas um mero formalismo, mas não o é apenas: representa sempre um gesto de respeito que combina uma espécie de pacto de entreajuda entre pessoas que se entendem e respeitam. Agradeço, nesta ocasião, a todas e todos que nestes últimos oito anos ajudaram a construir um Concelho da Batalha mais justo e mais desenvolvido em muitos domínios, mas também agradeço a compreensão que tiveram pelos erros que tenhamos cometido na missão nobre de governar o Município da

Batalha. Apenas um pequeno comentário: sabemos que há agendas que teimam em continuar a semear o ódio e a divisão entre nós. Já tínhamos visto isso noutros tempos, para alguns dos novos aprendizes de políticos “facebookianos” não basta a conquista do poder pelo poder, é preciso continuar a polarizar opiniões e arrasar tudo que lhe mereça contestação para, logo depois, colocar o chapéu da vitimização alegando que o problema é sempre dos outros, ou seja, a tendência de criticar só por criticar tenderá a continuar. Todavia, acredito que é um caminho que a breve prazo revelará a sua inconsistên-

cia, até porque quando somos chamados a colaborar na decisão, não basta fazer como os políticos de karaoke que por cá temos, é preciso ter um pensamento estruturado e ações concretas sobre os problemas do nosso concelho. Neste particular, o relevante é prosseguir e garantir que os principais desígnios do concelho serão continuados e melhorados num novo ciclo político que agora se inicia e, estou certo, irá evoluir das meras intenções para projetos concretos que possam contribuir para mais progresso social e económico. Sem propósitos de hierarquização, acredito que o combate aos efeitos da pandemia continuará na linha da frente

das preocupações. Em concreto, falo da necessidade de melhoria dos serviços públicos de saúde, em condições de atendimento e com acréscimo de profissionais. A gestão dos recursos humanos na área da saúde não é diretamente uma responsabilidade do poder local, mas ele tem de usar o seu magistério de influência e reivindicação junto das autoridades centrais. Também a criação de mais condições de apoio às atividades económicas, designadamente ao nível da atração de mão-de-obra qualificada e também indiferenciada para fazer face às principais indústrias do concelho, é outra preocupação que temos de

continuar a trabalhar com os promotores, sob pena de não conseguir evitar a deslocalização de algumas das principais empresas empregadoras. De igual forma a qualificação do turismo natural e a valorização de novas atividades de empreendedorismo jovem são domínios que faltam cumprir para a melhor competitividade local, sendo uma das áreas em que a missão está por cumprir! Outros desafios estão por realizar, motivo pelo qual, como sempre o fiz, expresso votos de sucesso à nova governação local, da qual tenho a honra de fazer parte enquanto vereador eleito pelo Partido Social Democrata,

Presidente do PSD Batalha

sempre disponível para ajudar a minha/nossa terra. Na mesma dimensão em que tenho muito orgulho do trabalho realizado nos últimos anos, estou determinado a continuar a mobilizar vontades para construir um futuro melhor para o Concelho da Batalha. Obrigado, a missão vai prosseguir!

Seg. a Sex.: 9h30 às 13h00 14h às 19h30 Sábado: 9h30 às 13h00 14h às 18h00

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Batalha Opinião

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s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

Artigo procura-se! “Artigo procura-se! Que se apresente legível e bem humorado, sem contrariedades e de leveza natural, mas sempre com uma temática que nos faça pensar”. Este anúncio foi colocado nos jornais portugueses por mim, para meu grande enfado. A criatividade não desponta numa centelha de luz todos os meses, por isso, procurei algum artigo disposto a colaborar comigo. Iniciei as entrevistas há algum tempo e estes são os candidatos que se demonstraram interessados. Artigo Terreno:

- Eu conto a história de um marginal que vive a leste da sociedade e que passa os dias a pensar na desgraça do mundo – disse-me um artigo emproado e de vestes amarrotadas, enquanto limpava os óculos de massa. - Mas onde podemos encontrar humor ou sátira? – perguntei. - Em nada, o mundo é negro e o leitor tem de compreender essa fatalidade. Todos somos astros da mesma constelação: a desgraça lapidar do univ… - Vejo no seu currículo que já trabalhou com um reputado escritor alente-

jano. - Na verdade, ele é que trabalhou comigo. Artigo Celeste: - Decidi vir aqui hoje, porque os planetas pareciam alinhados e as estrelas indicavam que seria este o meu destino – relatou um artigo aluado e de sorriso estampado no rosto. - Qual a sua narrativa? – inquiri. - Transporto comigo a confiança no amanhã e as energias positivas. - Mas há um fio condutor? - Há frases e pensamentos que vão despertar o lei-

Historiador

tor para um lugar melhor. - Qual? - A terra da felicidade. Artigo Quotidiano: - Estava a passar e reparei que precisam de um artigo? - Sim, entre, por favor – convidei, puxando uma cadeira. – O que nos tem a contar? - Trago a história de uma família portuguesa a braços com os seus problemas habituais e as multas de estacionamento. - Não estou a compreender onde está o mote para criar um conto empolgante e que motive os leitores. - Não há nada mais cati-

vante que a identificação do público com os personagens da literatura. - Mas o fascínio da literatura está no facto de poder extravasar as barreiras do real e da mundanidade – expliquei. - Mas ainda não ouviu toda esta heroica aventura. - Deixe-me adivinhar, a família vai atravessar a pandemia junta e enfrentar todos os dramas associados a essa desgraça mundial. - Pois… Como sabe? - Leio os jornais. E assim, não encontrei um artigo que achasse dig-

no de ocupar este espeço cronístico, que já escrevo há cinco anos. Muito obrigado a todos os leitores que me acompanham nesta jornada, tem sido um prazer poder escrever com tanta liberdade.

s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Alcaide e a arte do tenor O tenor, a voz principal de uma composição poética para ser cantada e normalmente a voz mais aguda, respeita o estilo erudito e possui uma grande projeção vocal. Não é forçosamente um cantor de ópera, isto é, pode não ser apenas talhado para o género dramático. Normalmente é um cantor lírico, ou seja, canta poesia feita para ser musicada ao estilo erudito e, portanto, insere-se no âmbito da música clássica. A qual, para além da ópera, possui diversos géneros e subgéneros de canto, tal como a cantata ou a serenada própria para ser interpretada por um tenor. A partir do período barroco, o canto lírico tomou a forma profana e adquiriu um outro estatuto que até então não tinha: popularizou-se, começou a ser trauteado por uma população que começou a ir ao teatro e, mais tarde, com a chamada ópera italiana, tornou-se mesmo um fenómeno de massas. Portugal teve um tenor que, para além de cantor de ópera, foi um grande intérprete de música lírica ligeira. O seu reportório inclui árias de óperas

famosas, como La Traviata ou La Bohème, mas também abrange outra músi-

ca como a banda sonora do filme Bocage, de Leitão de Barros. Esse tenor foi Tomaz Alcaide que viveu entre os anos de 1901 e 1967. Considerado muito justamente como um dos maiores tenores do século XX, a sua importância só é comparável à de Tito Schipa, outro grande tenor que foi seu contemporâneo. Mesmo para aqueles que não são amantes de ópera, ao escutarem canções como o Amor é Cego e Vê ou Gosto de Ti, percebem imediatamente que estamos perante um intér-

prete de dimensão fora do comum. Tomaz Alcaide, após

cantar em algumas festas entre amigos, estreou-se artisticamente no teatro de São Carlos. E, em 1925, partiu para Itália para receber lições do professor

Ferdinando Ferrara. Nesse mesmo ano apresentou-se ao público, em Milão, no teatro Carcano e, nos anos seguintes, cantou em inúmeros palcos italianos, culminado estas apresentações com a sua estreia no Scala de Milão, em

1930. Granjeou tal êxito que esteve naquele teatro durante três anos consecutivos, onde interpretou o libreto Preciosas Ridículas, de Molière. A sua

carreira prosseguiu, sempre com assinalável sucesso, nos palcos do mundo inteiro: Roma, Génova, Paris, Chicago, Nova Iorque. Foram algumas cidades que lhe deram renome mundial e do seu vasto reportório deve destacar-se alguma da maior ópera que jamais foi escrita, como por exemplo Fausto, Rigoletto ou O Barbeiro de Sevilha. No auge da sua carreira participou na banda sonora do filme Bocage, de Leitão de Barros, realizado em 1936. Isto quando ainda estava a viver em Itália, mas com o eclodir da Segunda Guerra Mundial, regressou a Portugal. Demorou-se entre nós pouco tempo, porque logo partiu para a América do Sul para atuar em diversos palcos, na Argentina e no Brasil. Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo puderam assistir às suas prestações ao vivo e, a partir dali, encetou uma importante digressão pela América do Norte. Talvez por ter levado ao limite a sua arte, foi acometido pela doença e teve de regressar a Portugal em 1948. Nesse mesmo ano, dava por terminada a sua carreira.

Dez anos mais tarde, era encarregado do Serviço de Intercâmbio da Emissora Nacional e, em 1961, escrevia a sua biografia: Um Cantor no Palco e na Vida. Depois de ter-se aposentado da Emissora Nacional, esteve à frente da Escola de Canto do Teatro da Trindade, em Lisboa. E ainda viveu o suficiente para presenciar o seu sonho de sempre: a constituição da Companhia Portuguesa de Ópera, da qual foi encenador. Faleceu em 1967, mas, no ano seguinte, era instituído um importante prémio com o seu nome, destinado a laurear o melhor cantor de ópera de cada temporada. Felizmente, a sua memória não foi esquecida, como atestam várias artérias de cidades e ruas que receberam o seu nome.


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Atualidade Batalha

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Programa Ecovalor premia escolas da região que mais reciclaram m Foram 41 os estabelecimentos de ensino que participaram no ano letivo 2020/21, mais de 20 mil participantes, entre alunos, famílias, professores e auxiliares A administradora delegada da Valorlis, Marta Guerreiro, visitou o Centro Escolar dos Parceiros, no dia 21 de setembro, e na presença da coordenadora do estabelecimento e da presidente da associação de pais, entregou o prémio que reconhece o excelente desempenho desta comunidade educativa no Programa Ecovalor. Este prémio foi entregue no âmbito do Programa Ecovalor – concurso “Separa e Ganha no Amarelo e Azul”,

p Escolas recebem cheque de 2.500 euros da Valorlis onde as escolas foram desafiadas, durante o ano letivo 2020/2021, a promover a recolha de resíduos domésticos recicláveis, nomeadamente embalagens de plástico e metal e/ou papel/cartão, que foram recolhidos pela Valorlis

e posteriormente enviados para reciclagem. Foram 41 os estabelecimentos de ensino que participaram no Programa Ecovalor no ano letivo 2020/21, mais de 20 mil participantes, entre alunos, famílias,

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt

professores e auxiliares que, apesar da pandemia, continuaram a implementar boas práticas de separação e enviaram para reciclagem 60 toneladas de resíduos recicláveis - 47 toneladas de papel/cartão, 13 toneladas de

plástico/ metal. As escolas que mais quilogramas de resíduos separaram por aluno foram: Jardim de Infância e 1º ciclo de Agodim, Colmeias e Centro Escolar dos Parceiros, ambas do concelho de Leiria, respe-

tivamente com 45 quilos por aluno e 30 quilos por aluno. Pelo excelente desempenho ambiental, as escolas participantes vão ser premiadas, no início deste ano letivo, com mais de 2.500 euros para adquirirem materiais de ação pedagógica, bens materiais ou serviços que permitam melhorar a prática pedagógica. A Valorlis é uma empresa participada pela EGF – Empresa Geral de Fomento e pelos Municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós. Tem como missão a exploração e gestão do Sistema Multimunicipal da Alta Estremadura, desde 1996, em regime de concessão exclusiva, por um período de 25 anos. O seu objetivo é a valorização e tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da Alta Estremadura.


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Batalha Atualidade

outubro 2021

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Presidente cessante pede auditoria financeira aos seus dois mandatos m “Quem não deve, não teme”, afirma Paulo batista Santos, considerando que “esta decisão é um sinal de total transparência e de responsabilidade” O presidente cessante da câmara municipal da Batalha, pediu a 12 de outubro à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a realização de uma auditoria financeira, com carácter extraordinário, relativa aos períodos 2013-2017 e 2017-2021, correspondentes aos seus dois mandatos na presidência da autarquia da Batalha. “Quem não deve, não teme”, afirma Paulo batista Santos, considerando que “esta decisão é um sinal de total transparência e de responsabilidade relati-

p O presidente cessante, Paulo Batista Santos vamente à sua gestão municipal, criando também as condições para que o novo executivo, eleito no passa-

do dia 26 de setembro, possa exercer com total liberdade o seu mandato”. “As contas das autar-

quias são públicas, auditadas anualmente e apresentam um excelente desempenho, todavia tendo sido

Fornecimento das refeições escolares custa 450 mil euros O Município da Batalha decidiu em setembro dar continuidade aos protocolos com as associações e IPSS locais para fornecimento de refeições escolares, num montante de 450 mil euros. Em causa estão as refeições servidas aos alunos das escolas do pré-escolar e primeiro ciclo do Concelho. A Escola Básica e Secundária da Batalha, por sua

vez, é o único estabelecimento de ensino a manter o fornecimento das suas refeições escolares no decurso do próximo ano letivo. Em cima da mesa esteve a possibilidade de o município garantir a confeção das refeições e ainda a respetiva qualidade. Neste matéria, o presidente da câmara, Paulo Batista Santos, defendeu que, “pese

p Aprovado o plano para o desenvolvimento AEC

embora o custo de refeição para os alunos junto das instituições locais seja quase o dobro do preço praticado pelas empresas de catering, a qualidade é superior e está-se a apoiar a economia local”. Na mesma ocasião, foi aprovado o plano apresentado pelo Agrupamento de Escolas para o desenvolvimento das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) do ano letivo 2021/2022, bem assim a respetiva candidatura efetuada pelo Município da Batalha à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (Direção de Serviços da Região Centro) para pedido de apoio financeiro para as AEC. No âmbito da descentralização de competências da Educação e pelo acordo de subdelegação de competências educativas no Agrupamento de Escolas da Batalha, a câmara mu-

suscitadas algumas dúvidas no período eleitoral, entendendo que é meu dever contribuir para a total clarificação da gestão financeira da autarquia”, acrescenta Paulo Batista Santos. No pedido formal remetido ao inspetor-geral de Finanças e ao ministro das Finanças, é requerido uma ação de controlo alargado às principais áreas de intervenção municipal, designadamente: o endividamento e a situação financeira; a contratação pública; os programas de apoio à economia local e à lei dos compromissos e pagamentos em atraso. “Tais vertentes permitirão garantir a avaliação dos orçamentos, execução orçamental, dívida e situação financeira, o cumprimento das regras da contratação

pública e bem assim das medidas financeiras no desenvolvimento da economia local”, pode ler-se no despacho que fundamenta a comunicação formal para a IGF. No mesmo documento, refere-se que relativamente aos períodos em questão, “foram emitidos relatórios semestrais e as respetivas certificações legais das contas anuais, nos termos das recomendações das normas internacionais de auditoria, relativamente ao trabalho efetuado no âmbito das funções dos auditores externos do município, que são revisores oficiais de contas, bem assim ao longo dos dois mandatos as competências financeiras foram também delegadas na vereação e partilhadas pelas equipas municipais que importa salvaguardar”.

Município com “situação globalmente equilibrada”

nicipal decidiu também transferir para a escola os valores referentes aos meses de julho e agosto de 2021 no montante total de 37.830 euros. Os transportes escolares no município da Batalha no ano letivo 2021/2022 irão continuar a ser gratuitos para todos os alunos e a rede de oferta será alargada, para “continuar a assegurar a adequada segurança nas viaturas e dar resposta às decisões da escola em adotar o regime de semestralidade em várias disciplinas do 2º e do 3º ciclo.” Os projetos extracurriculares nas áreas da música, teatro, saúde e desporto, bem como os projetos de promoção do sucesso educativo, “também serão continuados em benefício da qualidade das aprendizagens e de acordo com as opções pedagógicas do agrupamento de escolas”.

A última reunião do atual mandato 2017-2021 do executivo municipal aconteceu no dia 7 de outubro, na sala de sessões dos paços do concelho, durante a qual foram tomadas decisões de gestão corrente e apresentada informação sobre a situação económica e financeira da autarquia. Segundo um comunicado da autarquia, a 30 de setembro, “expressa uma situação globalmente equilibrada, com a garantia do cumprimento dos limites legais impostos pelas normas e regras consideradas no regime jurídico da administração local em vigor”. Entre outros indicadores, “apresenta o cumprimento da regra do equi-

líbrio orçamental, com o valor positivo de 1,220 milhões de euros”. O endividamento bancário a médio e longo prazo situa-se no valor global de 1,876 milhões de euros, equivalente às disponibilidades financeiras imediatas que se situam em 1,840 milhões (depósitos bancários + fundos + caixa) “Este valor representa apenas 11% do limite máximo legal de endividamento fixado para o Município da Batalha de 16,121 milhões”, refere em comunicado, adiantando que “o volume de projetos aprovados com financiamento europeu assegurado que no 3º trimestre de 2021 ascendiam a mais de 9 milhões de euros”.


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Peregrinação de outubro fez lembrar os dias das grandes multidões em Fátima

p Noite a fazer lembrar as grandes enchentes em Fátima

p Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia

m O Papa evocou no dia 13 de outubro, no Vaticano, a sexta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos na Cova da Iria, em Fátima, convidando os católicos à recitação diária do terço O Papa evocou no dia 13 de outubro, no Vaticano, a sexta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos na Cova da Iria, em Fátima, convidando os católicos à recitação diária do terço. “Que a bem-aventurada Virgem Maria, de que hoje recordamos as aparições em Fátima, nos guie pelo caminho da contínua conversão e penitência para ir ao encontro de Cristo, sol de justiça. Que a sua luz nos liberte de todo o mal

e disperse as trevas deste mundo”, disse, no final da audiência pública semanal. “Confio à celeste Mãe de Deus todos vós, para que vos acompanhe com ternura materna no vosso caminho e seja conforto nas provações da vida”, afirmou. Na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa convidou a reforçar “o sentir e o viver com a Igreja, perseverando na reza diária do terço”. “Podereis assim reunir-vos quotidianamente com a Virgem Mãe, aprendendo com ela a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre cada um. Que o Senhor vos abençoe, a vós e aos vossos entes queridos”, concluiu. A peregrinação de 12 e 13 de outubro celebra a sexta Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, com

particular destaque para o chamado “milagre do Sol”. O cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia, e primaz do Brasil, presidiu à celebração da vigília em Fátima, no dia 12, numa noite que fez lembrar as grandes multidões de Fátima. É ao lado de Maria que encontramos “força, esperança e alegria” e por isso Fátima “é o lugar onde encontramos a força para superar as contrariedades e os sofrimentos”, afirmou esta noite o cardeal Sérgio da Rocha, que presidiu na Cova da Iria à última grande peregrinação internacional aniversária do ano. Esta peregrinação foi a primeira ao fim de quase dois anos em que não foi imposta uma lotação máxima à participação dos peregrinos, embora no Santuário ainda se mantenham em vigor algumas

p A pandemia ainda obriga a alguns cuidados regras de proteção individual e comunitária, como o uso da máscara, a higienização das mãos e a distância física entre pessoas que não pertençam ao mesmo agregado. “Peregrinar é bom , mas também é compromisso, oportunidade singular para dar passos de conversão e vida nova(...) Exige passos na caminhada, com o coração voltado para o Senhor e o olhar confiante em Nossa Senhora, atentos aos irmãos que caminham connosco, ao próximo que deve ser reconhecido e amado como irmão” referiu o cardeal arcebispo de São Salvador da Bahia. Nas celebrações da manhã seguinte, dia 13, o cardeal arcebispo primaz do Brasil convidou esta os peregrinos de Fátima a respeitar e zelar pela vida e pela dignidade humanas, numa atitude inclusiva.

“Nós somos a Igreja viva, o santuário vivo do Senhor(...) A vida e a dignidade de cada pessoa necessitam ser reconhecidas, defendidas e promovidas, pelos que oram no templo e pelos que formam o templo vivo do Senhor, sem excluir ninguém de nosso amor fraterno”, afirmou D. Sérgio da Rocha na homilia da missa da peregrinação internacional de outubro. A partir da liturgia deste dia, em que se faz memória da festa da dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o prelado brasileiro lembrou a importância do templo como espaço e lugar de oração, mas também de compromisso da comunidade cristã. Na homilia da missa internacional, concelebrada pelo cardeal António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima e por mais 15

bispos e 200 sacerdotes, o arcebispo de São Salvador da Bahia destacou a “união ao Papa Francisco” e convidou à oração pelos trabalhos do sínodo que agora começou. “É uma ocasião especial para crescermos na vivência da participação, comunhão e missão da Igreja. Vamos participar sempre mais e ajudar os nossos irmãos a participarem da Igreja; procuremos caminhar sempre mais unidos e prontos para assumir a missão evangelizadora da Igreja no mundo de hoje, em meio a tantos desafios pastorais” disse. A peregrinação contou com a participação de 48 grupos de 15 nacionalidades diferentes que devolveram ao Recinto do Santuário de Fátima um colorido que há muito não se via. (Imagens e texto Santuário de Fátima).


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Batalha Opinião

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s Noticias dos Combatentes NCB

Ventos de mudança Por norma, este espaço, que o Jornal da Batalha concede mensalmente ao NCB, é prioritariamente utilizado para divulgação de temas que mais diretamente dizem respeito aos combatentes. Porém, de quando em vez, fazemos incursões por outras áreas, designadamente a da política. Ora, considerando que as eleições autárquicas do dia 26 de setembro, na Batalha, provocaram uma espécie de terramoto político na governança do concelho, naturalmente que tal acontecimento não nos poderia passar ao lado, dada a importância que tem para todos os munícipes batalhenses, nos quais se inclui a maioria dos associados do nosso núcleo, sejam combatentes ou não. Até ao dia 26 de setembro, a Batalha pertencia a um grupo, cada vez mais restrito, de municípios que,

desde a restauração da democracia em Portugal, em 1974, sempre tinha sido governado por uma determinada corrente política, no caso partidos ditos conservadores ou de direita, em concreto, o PPD/PSD e CDS/PP, embora, estatutariamente, o PSD se auto designe de social-democrata. Como sabemos, foi o PSD quem iniciou essa saga, ainda antes das primeiras eleições autárquicas livres, ocorridas em 1976. Depois de cerca de uma quinzena de anos no poder, Francisco Coutinho foi vencido, em 1989 (salvo erro) pelo “independente” Raúl Castro, em representação do CDS e com o apoio oficioso do PS. Após dois mandatos (8 anos), não se recandidatou, mas o seu “braço direito”, António Lucas, dá continuidade à “dinastia” CDS por mais qautro anos, fin-

dos os quais aceitou o convite do PSD e, por este partido, cumpriu mais quatro mandatos, atingindo o limite possível. Em 2013 sucedeu, naturalmente, a António Lucas, o militante e presidente da concelhia do PSD, Paulo Batista dos Santos que, subitamente, acaba de ver interrompido o seu percurso, ao ser batido nas urnas por alguém de quem este partido só deve ter más recordações: Raúl Miguel Castro! Como acima escrevemos, em 1989 Raúl Castro ganhou as eleições a Francisco Coutinho e assume a presidência da Câmara da Batalha. Dois mandatos depois, ambicionou voos mais altos e, de novo como independente, mas então em representação do PS, avançou para Leiria, onde governava o PSD, que não seria fácil de vencer, porque o concelho

de Leiria também era bastante conservador, como os resultados eleitorais vinham revelando, desde o “25 de Abril”. De facto, o “osso” foi duríssimo de “roer”, pois só em 2009 o objetivo foi alcançado. Mas Raúl Castro persistiu e conseguiu e, como na Batalha, a “vítima” voltou a ser o PSD. Quando, em 2019, Raúl Castro deixou a câmara de Leiria para ir ocupar o lugar de deputado na Assembleia da República, não nos espantaria se os responsáveis do PSD houvessem respirado de alívio, deduzindo que, finalmente, se viam livres deste temível adversário. Mas eis que, inesperadamente, no início deste ano, o “cavalheiro” vai “cirandando” pela Batalha, deixando passar a ideia de que estava de volta para tecer novo

combate, tendo em vista a “reconquista” do “bastião batalhense”, agora à frente de um movimento de cidadãos independentes! Calculamos que, devido aos antecedentes, o PSD não terá, minimamente, menosprezado o adversário e se preparou devidamente para não voltar a ser vencido por ele! O (re)candidato do partido era batalhense e um político experimentadíssimo e, desta vez, não haveria fragilidades nem “rabos de palha” a ensombrar o caminho, como, de certo modo, acontecera com Francisco Coutinho e Isabel Damasceno. Não haveria uma 3ª vitória para Raul Castro. E, de facto, nunca a Batalha assistiu a umas eleições autárquicas tão renhidas, sendo também sabido que, normalmente, quem está no poder parte em vantagem, pois dispõe de recur-

sos que os adversários não têm. De facto, o PSD e os seus candidatos terão utilizado todas as “armas” de que dispunham no “combate”, quiçá até tendo “driblado” uma ou outra “convenção “genebriana”, segundo queixa à CNE, feita pelos adversários. O problema é que do outro estava Raúl Castro, um combatente (literalmente, pois foi-o na Guiné), persistente, tenaz e destemido e, no final, voltou a ganhar mais este épico combate, o terceiro contra o PSD! Caramba, é obra! Mas em democracia é mesmo assim: a “voz” do povo é soberana. Mas se este não é um “case study” não sabemos que outro fenómeno o poderá ser! Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos. Viva a Batalha, os batalhenses e os combatentes!

s Fiscalidade

IVA – Direito à dedução – Atividade de transporte de mercadorias Pretendo dar a conhecer alguns dos principais benefícios fiscais ligados ao sector do transporte rodoviário de mercadorias, bem como esclarecer eventuais dúvidas Nos termos dos artigos 19.º e 20.º do Código Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA), o sujeito passivo pode deduzir todo o imposto suportado na aquisição e bens e serviços desde que esses bens e serviços sejam utilizados pelo sujeito passivo para a realização de operações sujeitas a imposto e dele não isentos. Assim, relativamente ao combustível utilizado nas viaturas ligeiras de mercadorias, com peso inferior a 3.500 kgs, o IVA suportado nas aquisições de gasolina não é, em caso algum dedutível, e o IVA suportado na aquisição de gasóleo

é dedutível apenas em 50 por cento. Se estivermos perante aquisição de gasóleo consumido em viaturas de mercadorias com peso superior a 3.500 kgs, estas viaturas têm enquadramento no n.º 1. do Art.º 21. do CIVA, pelo que poderão deduzir o IVA das despesas com o gasóleo a 100 por cento. Se uma empresa tiver como objeto de atividade o transporte de mercadorias, por conta de outrem ou público, e tenha um veículo com peso entre 2.500 e 3.500 kgs, pode deduzir a 100 por cento o IVA suportado na aquisição de gasóleo, desde que o veículo esteja devidamente licenciado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. Uma entidade que tenha um veículo com peso en-

tre 2.500 e 3.500 kgs que use para transportar as suas mercadorias (transporte por conta própria ou particular) só pode deduzir o IVA do gasóleo a 50 por cento. Outra vantagem importante associada à atividade de transportes de mercadorias está prevista no estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), com a majoração dos gastos suportados com qualquer combustível adquirido em Portugal, mas, desde que o gasóleo seja utilizado apenas em viaturas afetas ao transporte de mercadorias que tenham peso bruto igual ou superior a 3,5 toneladas, sendo esses gastos majorados, em 120%. Existe ainda a possibilidade para as grandes empresas de usufruírem do Regime de reembolso do gasóleo profissional. Este

regime aplica-se aos abastecimentos de gasóleo rodoviário até ao limite de 35 000 litros por veículo abrangido e por ano civil, independentemente de alteração do proprietário ou do locatário do mesmo. O montante a reembolsar aos adquirentes corresponde, à diferença entre o nível mínimo de tributação de €330,00 / 1000 Litros. São elegíveis para o reembolso parcial os abastecimentos de gasóleo rodoviário fornecido como carburante para utilização em veículos: A) Matriculados num Estado-Membro da UE; B) Tributados na categoria O do Imposto Único de Circulação (IUC), ou veículos de outros Estados-Membros da UE nas mesmas condições; C) Com um peso total em carga igual ou supe-

rior a 35 toneladas, E D) Ut i l i z a d o s n o transporte público de mercadorias por conta de outrem, a título oneroso; • Que efetuem abastecimentos através de cartões frota emitidos por empresas nacionais ou emitidos no estrangeiro e aceites em território nacional. Em termos de IRC, destaco a não sujeição a tributação autónoma de qualquer gasto que tenha ocorrido relativamente a viaturas utilizadas única e exclusivamente, no âmbito do transporte de mercadorias, qualquer que seja o seu valor de aquisição. Também não existem limitações para efeitos de depreciações de viaturas. Quanto ao tratamento de ajudas de custo pagas aos colaboradores por empresas que se dedicam ao transporte de mercadorias.

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

Em termos de IRC está prevista uma sujeição a tributação autónoma à taxa de 5%, assim como do pagamento de KMS, desde que não sejam tributados em sede de IRS na esfera dos respetivos trabalhadores e que não sejam faturados a clientes.


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s Eleições para a Ordem dos Contabilistas Certificados

Todos contam com Paula Franco No passado dia 30 de setembro, na Batalha, Paula Franco, atual bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, que se recandidata para o mandato de 2022 a 2025, em eleições que terão lugar no dia 18 de novembro, reuniu com 170 contabilistas certificados do distrito de Leiria. Num dos 50 convívios que Paula Franco e a sua equipa têm promovido por todo o país, para debate e reflexão sobre o futuro da profissão, a energia sentida é eletrizante, contagiante, motivando todos os que neles participam para abraçarem o futuro profissional com otimismo. Ao longo dos últimos quatro anos, a OCC, alcançou importantes metas no reforço dos direitos profissionais dos contabilistas certificados. Das mesmas, destacamos: prazo mínimo de 120 dias para disponibilização dos formulários digitais; re-

gime do justo impedimento; férias fiscais; alteração do regime de responsabilidade subsidiária do contabilista certificado; regime de dispensa e atenuação de coima; inviabilização do regime do

saf-t da contabilidade; criação pacote de medidas de apoio profissional e social; organização de reuniões livres em, entre outros locais, caldas da rainha e pombal; modelos de formação pro-

fissional contínua gratuita para 1.2 milhões de formandos em 2020; abertura de novas representações em évora, guarda, bragança, beja, portalegre e viana do castelo; » novos módulos do toconline. Tudo isto, conseguindo, simultaneamente uma redução de 50% do endividamento da instituição, algo conseguido através de uma melhor e mais eficiente alocação dos recursos e uma tremenda redução de gastos, das quais destacamos a redução em mais de 30% dos valores anualmente pagos aos membros dos órgãos sociais da Ordem. Sob o lema “Todos Contam com Paula Franco”, para os próximos quatro anos, Paula Franco e a sua equipa, que no distrito de Leiria contam com, entre outros, com António Caseiro, da Batalha; Rita Marques, Pombal; Leonel Francisco,

Pombal; Vanda Sousa, Caldas da Rainha; Nuno Valente, Ansião; Natália Leandro, Caldas da Rainha; Aurélio Silva, Leiria; Nuno Sousa, Alcobaça; e Clara Roque, Caldas da Rainha, traçam ambiciosas metas, das quais destacamos: Criação de um fundo que vise cobrir a franquia do seguro de responsabilidade civil profissional; Reforçar o enquadramento jurídico das férias fiscais e justo impedimento com matérias contributivas; garantir que a regulamentação do SAFF-Y (PT) só entrará em vigor caso se respeite os interesses dos contabilistas certificados e seus clientes; garantir que as funções de contabilista certificado público são exercidas exclusivamente por contabilistas certificados; terminar o processo da dmr unificada; construir um pedagógico processo de certificação de

António Caseiro

qualidade; combater os honorários baixos através da implementação de um conjunto de nove medidas; criação de um gabinete de apoio às inspeções tributárias; disponibilização de novos módulos e melhoramento dos módulos existentes do TOConline; Modelo de quotizações personalizadas.

s À Mesa Ana Caseiro

O mundo dos cogumelos aqui na vila Cristiano Carter e Adriana Afonso, dois jovens do Concelho da Batalha, criaram em 2019 a Minhola, com o objetivo de “trazer de volta” os alimentos biológicos, procurando ter um ritmo sustentável e ecológico e respeitando a sua sazonalidade. Tive oportunidade de conhecer melhor o processo de crescimento dos cogumelos. Combinei com o Cristiano no espaço Minhola, na Faniqueira, perto do rio Lena, na zona de passagem que era usada há cerca de 50 anos, onde fala com muito orgulho no projeto. Primeiro que nada, é necessário preparar o ambiente e o local onde os cogumelos vão crescer. Mistura-se micélio (conjunto de filamentos que constituem a parte vegetativa dos fungos) com substrato de matéria orgânica (por exemplo pode ser palha ou borras de café) e divide-se o preparado em sacos próprios de

crescimento. De seguida, entra na fase da incubação, onde passa cerca de três semanas, com temperaturas de 20 a 22 graus. Depois da incubação passa para a fase da frutificação, em estufa com humidade a 85%, muita ventilação e temperatura a rondar os 15 graus. Todo este processo é controlado pelo Cristiano, com a máxima atenção e cuidado. Pode ocorrer variação de temperaturas ou redução da percentagem de humidade isso vai influenciar negativamente o crescimento do cogumelo. O processo pode variar consoante o tipo de cogumelo, há tipos que precisam de mais tempo de incubação ou de menos temperatura para crescer. Atualmente tem os habituais cogumelos Pleurotus ostreatus, cogumelos Portobello e Marron, e anda a fazer experiencias nos cogumelos Shiitake, Eryngii e cogumelos do choupo. Sobre

as ervas aromáticas frescas, produz hortelã da ribeira, hortelã, tomilho, tomilho-limão e endro, sálvia, alecrim e funcho. Ao longo da conversa foram surgindo vários assuntos: a produção do alimento, qual a melhor forma e quando deve ser consumido e confecionado, as futuras e breves apostas do projeto. Desenvolvimento de cabazes de alimentos com cogumelos e ervas aromáticas frescas consoante o que a pessoa necessita e o que está a produzir na época. Para finalizar, Cristiano sugere que a melhor forma de comer cogumelos, simples e saborosa, é salteados na frigideira com fio de azeite, flor de sal e alho. Cortam-se os cogumelos, pica-se um dente de alho. Põem-se um fio de azeite na frigideira, deixa-se aquecer, coloca-se o alho sem deixar queimar (alho queimado da um sabor amargo aos alimentos) e de seguida os

cogumelos. Salteiam-se durante cerca quatro minutos. Temperam-se com flor de sal e estão prontos a ser degustados. Para saber mais sobre o projeto aqui fica o contato da Minhola https:// www.facebook.com/moinhola/ A sugestão deste mês para aproveitar ao máximo o sabor dos cogumelos é rissoto de cogumelos com tomilho e lascas de parmesão. A receita que segue é para quatro gulosos.

Ingredientes: 350 gramas de arroz rissoto 250 gramas de cogumelos frescos (sugestão pleurotus) 1 dl de vinho branco 1 cebola 1 dente de alho 70 gramas de manteiga 100 gramas de parmesão ralado Parmesão em lascas q.b. Sal q.b. Tomilho fresco q.b.

Cozinheira

Preparação: Primeiro preparamos a mise-en-place: cortar os cogumelos ao meio e depois laminar e picar o dente de alho. Saltear os cogumelos numa frigideira com fio de azeite, alho picado, sal e tomilho. Envolver tudo e reservar. De seguida picar a cebola e reservar. Num tacho com uma colher de manteiga, refoguar a cebola picada sempre a mexer, juntar o arroz e refrescar com o vinho branco. Deixar evaporar o vinho e ir colocando água para que o bago do arroz comece a cozer. Este processo demora cerca de 12 minutos, até o arroz estar cozinhado. Adicionar os cogumelos salteados e envolver tudo. Quando o rissoto tiver cozinhado, retirar do lume e acrescentar o resto da manteiga e cerca de 100 gramas de parmesão ralado. Ao empratar colocar as

lascas de parmesão (como fa zer as lascas, numa cunha de queijo e com ajuda de um descascador, retirar lascas ao longo da peça de queijo) e folhas de tomilho. Sirvir de imediato. Se tiver alguma sugestão ou duvida gastronómica envie para o e-mail analuisacaseiro@gmail. com


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Saúde “São os meus bicos de papagaio, Sr. Dr.!” Certamente será caso para dizer que, quem nunca teve umas dores de costas, que atire a primeira pedra (se se conseguir baixar para a apanhar, claro está). A lombalgia constitui importante problema de saúde pública, afetando grande parte da população em idade ativa, conduzindo ao absentismo laboral e quebra significativa da produtividade. Estima-se que até 80% de todos os adultos terão, pelo menos numa ocasião, lombalgia durante a sua vida, sendo uma das queixas mais frequentes na consulta de Medicina Geral e Familiar. Mas afinal, o que é isto de “lombalgia”? A lombalgia pode ser definida como dor ou desconfor-

to localizado na região lombar, com ou sem irradiação para um ou ambos os membros inferiores. O curso da doença e a morbilidade associada à dor lombar é amplo, sendo que, para muitos doentes, os episódios de lombalgia são autolimitados e resolvem-se sem tratamento específico; para outros, no entanto, a lombalgia é recorrente ou crónica, causando dor significativa que interfere com o emprego e a qualidade de vida. O sucesso de um programa terapêutico depende da correta definição do problema e do cumprimento do tratamento instituído. Variadas são as causas que podem levar ao aparecimento de lombalgia,

sendo que, de todas elas, as músculo-esqueléticas (relacionadas com os músculos e ossos) e as degenerativas (relacionadas com a evolução natural do envelhecimento) são as mais frequentes. Muito raramente, a lombalgia é um prenúncio de patologia grave, incluindo infeção, neoplasia ou outra doença sistémica. Na maioria dos casos, uma história clínica feita por parte do médico é o suficiente para estabelecer a causa da lombalgia, sendo pouco frequente a necessidade de recorrer a exames de imagem ou análises. Os fatores de risco associados à lombalgia permanecem mal compreendidos, no entanto os mais

frequentemente relatados incluem tabagismo, obesidade, idade superior a 45 anos, género feminino, profissões físicas e/ou psicologicamente vigorosas (que exigem esforços físicos importantes ou posturas prolongadas com a coluna em flexão e/ou rotação), sedentarismo, nível educacional baixo, insatisfação profissional e fatores psicológicos como ansiedade, depressão e somatização. As recidivas são frequentes e devem-se, na maior parte dos casos, a sobrecarga ou a má utilização das estruturas raquidianas e paravertebrais. Posto isto, importante será recordar que “prevenir é o melhor remédio” e, portanto, cabe a todos

ter alguns cuidados com a nossa coluna. A realização de exercício físico é essencial para reduzir o aparecimento e recorrência da dor e, mesmo após o aparecimento de uma lombalgia aguda, o repouso relativo não deverá ser superior a dois dias. Após este período, deverá iniciar caminhadas e a restabelecer as atividades da vida diária o mais rapidamente possível. É também essencial o cuidado com a postura, principalmente para aqueles que passem muitas horas sentados, garantindo um bom apoio da coluna e esticando os músculos em intervalos de tempo regulares. Baixar para apanhar coisas do chão deve ser sempre dobrando os

joelhos e nunca a coluna. A aplicação local de calor húmido (banho de imersão, por exemplo) tem especial importância na redução do espasmo muscular, porém a utilização de cintas lombares não está recomendada por rotina. Se nada disto ajudar, deve sempre recorrer ao seu médico, que poderá, caso se justifique, encaminhar para fisioterapia ou medicar adequadamente. Seja como for, há dias que parece que carregamos o mundo às costas. Mas se cuidarmos bem delas, estaremos sempre prontos a movê-lo! Patrícia Moreira Médica Interna da USF Condestável, Batalha

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã

Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


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Saúde Batalha

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Estranho mundo onde o exotismo é valorizado com orgulho!

José Delgado Alves Especialista de Medicina Interna e Farmacologia Clínica

A 12 de outubro celebra-se o Dia Mundial das Doenças Reumáticas. E invoca-se a sua importância pelos milhões de doentes em todo o mundo que sofrem com este tipo de doenças. Destaca-se a quantidade de doenças diferentes que se classificam nesta categoria, desde as supostamente mais benignas (mas mais

frequentes) como a osteoartrite ou a osteoporose, até às potencialmente mais graves (felizmente mais raras) como algumas doenças autoimunes sistémicas. E ainda se sublinha o carácter universal deste tipo de enfermidades capazes de atingir quaisquer escalões etários, a forma como implicam sofrimento para doentes, familiares e cuidadores, como impõem um desgaste psicológico e financeiro a quem com elas convive, como representam um custo muito importante para toda a sociedade. Estranho mundo este onde o dia celebrado é o da doença e não o do doente… Porque se alguém merece ser alvo de qualquer tipo de celebração, de reconhecimento, de ajuda é exactamente cada um

dos que, anonimamente ou não, sofre e suporta as vicissitudes de uma sorte que foi mais madrasta que amiga. E também aqui existem filhos e enteados… Há alguns anos, era eu ainda aprendiz nas artes da medicina (felizmente ainda não parei de o ser!), lembro-me de ouvir uma doente comentar a propósito da sua doença (um Lupus Sistémico particularmente grave): “… se vou ter uma doença, que seja algo raro… um Ferrari!” Estranho mundo este onde o sofrimento causado por doenças comuns é desvalorizado pela frequência e o exotismo, ainda que perigoso, é valorizado com orgulho! Aqui reside o paradoxo deste dia: não existe nenhuma pessoa no mun-

do que não tenha (ou não venha a ter) uma doença reumática! Elas existem não só como consequência de disfunções imunológicas e alterações metabólicas, mas também como consequência do envelhecimento e por isso mesmo, pela sua omnipresença, acabam muitas vezes por ser desvalorizadas ou mesmo ignoradas por médicos, cuidadores e até doentes que vêm em muitas doenças reumáticas, principalmente nas que têm um carácter degenerativo, apenas um desígnio do destino. E claro, também existem os “Ferraris”, as doenças mais raras, complexas, a exigirem outro tipo de cuidados e a resultarem em outro tipo de complicações, mais graves, potencialmente fatais.

E é nesta altura que médicos discutem quais as especialidades que devem tratar o quê, economistas analisam como devemos pagar e a quem e políticos discursam sobre o mérito dos seus projectos. Conseguem imaginar como seria a saúde da nossa sociedade se cada um de nós se concentrasse de facto em contribuir para uma equipa global, onde os méritos inerentes ao nosso treino e aptidão fosse colocado numa perspectiva de equipa, onde de facto os doentes fossem o foco daquilo que fazemos. É notável a energia gasta em “animosidades institucionais”, sempre em nome dos doentes, sempre em prol da saúde da nossa população, sempre na defesa dos melhores interesses que, cada um de

nós, tem a certeza serem os dos outros. As doenças reumáticas são um universo demasiado grande para ser controlado e demasiado importante para ser ignorado. Por isso celebramos o Dia Mundial das Doenças Reumáticas. Porque temos a obrigação de não desistir, teremos de coordenar melhor os nossos esforços, valorizar mais o que temos e o que somos, reconhecer que todas as especialidades médicas, todos os profissionais de saúde, todos os decisores políticos têm o dever de fazer melhor e podem fazê-lo se colocarmos, de facto, o doente primeiro. A 12 de outubro deveríamos fazer algo verdadeiramente radical: celebrar o Dia Mundial do Doente Reumático!

coagulantes, que inibem a formação de coágulos no sangue. A duração do tratamento é variável de pessoa para pessoa, e deverá ser estabelecida pelo médico, devendo haver revisão frequente do risco/beneficio da terapêutica e estratégia estabelecida em conjunto com o doente. Se não for atempadamente ident i f ic ado o tromboembolismo venoso pode ser fatal. Se não for adequadamente trata-

do, as complicações, como a síndrome pós-trombótica (após trombose venosa profunda) e hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (após tromboembolismo pulmonar) podem ser incapacitantes. Este ano o Dia Mundial da Trombose pretende alertar consciências e “abrir os olhos” da população para esta problemática - Olhos abertos para o tromboembolismo venoso / Eyes open to Trombosis.

Olhos abertos para a trombose

Melanie Ferreira Médica Internista no Hospital Garcia de Orta / Núcleo de Estudos da Doença Vascular Pulmonar da SPMI

A cada dia 13 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Trombose, data escolhida pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase para sensibilizar os profissionais de saúde e população para uma crescente problemática – o tromboembolismo venoso. Esta data marca o nascimento de Rudolf Virchow, médico alemão, primeiro a descrever o conceito de “trombose”. O tromboembolismo venoso caracteriza-se pela formação de coágulos nas veias, mais frequentemen-

te nas veias das pernas (trombose venosa profunda), que podem libertar-se e migrar para o pulmão (tromboembolismo pulmonar). O tromboembolismo venoso é umas das principais causas de morte e incapacidade a nível mundial, responsável pela morte de 1 em cada 4 pessoas. Esta doença ocorre em pessoas de todas as idades. Mais recentemente, a pandemia causada pelo vírus SARS-COV2, colocou este diagnóstico no centro das atenções, devido ao risco trombótico associado à infeção causada por este vírus, reforçando a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde e população para o tromboembolismo venoso, nomeadamente em relação aos fatores de risco, identificação e prevenção. Embora existam várias causas para o tromboembolismo venoso, a principal – o tromboembolismo venoso associado à hospitalização – é potencialmente prevenível.

Estratégias para a identificação dos doentes em risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso durante e após o internamento ou intervenção cirúrgica, pretendem através de dados clínicos, identificar o risco trombótico e hemorrágico do doente. Quando indicado, são tomadas medidas preventivas com o recurso a medicamentos (anticoagulantes) ou medidas mecânicas (como meias de contenção elásticas) para a prevenção do tromboembolismo venoso. Adicionalmente, em Portugal, os hospitais dispõem de Comissões de Prevenção do Tromboembolismo Venoso, com o intuito de promover e supervisionar a implementação das medidas de prevenção mencionadas. Para além da hospitalização, existem outros fatores de risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso, como sejam neoplasia, traumatismo, imobilização prolongada, obesidade, terapêutica hormonal,

gravidez, entre outros. Os sinais e sintomas mais frequentes do tromboembolismo venoso são: perna inchada, vermelha, com dor e calor (na eventualidade de trombose venosa profunda), e falta de ar, dor no peito, tosse e palpitações (nos casos de tromboembolismo pulmonar). O diagnóstico deverá ser atempado a fim de proporcionar o tratamento adequado, que na maioria das vezes consiste em fármacos anti-

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Património

Batalha, Estaleiro da Arte

Vocação A Batalha foi terra de escultores (pois não é escultura o trabalho da pedra?) que é preciso evocar e, mais do que evocar, retomar. A pedra ainda está lá, na muralha calcária do maciço estremenho e dentro dela, cativa, a arte que é preciso libertar. Retomemos, pois, na Batalha a sua vocação secular: ser, de novo, o estaleiro, mas desta vez permanente, da arte que na pedra bruta está ainda latente.

Museu da Escultura, da Pintura e da Fotografia Este apontamento é escrito antes das eleições autárquicas, pelo que não é dirigido particularmente a ninguém mas à Vereação, seja ela qual for, que for eleita. Aliás, volto a expressar uma velha sugestão: a criação de um

segundo museu municipal vocacionado para salvaguardar e divulgar a escultura, sobretudo dos afamados canteiros batalhenses, a pintura de pintores locais ou que foca temas relacionados com a Batalha e a fotografia que desde os primórdios da arte fotográfica, sensivelmente

a partir da segunda metade do século XIX, aqui foi generosamente praticada pelos maiores fotógrafos portugueses e estrangeiros. Vem a propósito lembrar que já no século XIX, o notável erudito e investigador Joaquim de Vasconcelos sugeria, mas no Mosteiro, um museu onde a fotografia tivesse o papel de revelar, aos visitantes, tudo aquilo que por estar em capiteis, lá muito no alto, se tornava quase invisível. Dir-me-ão os leitores: mas na Batalha já há um museu municipal e, ainda por cima, um museu de invulgar qualidade, dos melhores que há no nosso País. Isso é inteiramente verdade, mas não tem espaço que possa albergar um espólio maior. Está repleto e está como deve estar, revelando muito, e de forma inteligente, de milénios da história do nos-

so concelho. Um museu que merece todos os encómios, extraordinariamente bem orientado e excelentemente servido por funcionárias de grande competência e dedicação. Mas nele mais nada cabe, pelo que obrigatoriamente tiveram de ser excluídas a pintura, a escultura e a fotografia. Um novo museu, que será complemento daquele precisa doutro espaço, um espaço próprio capaz de albergar, nas mesmas condições do da Comunidade Concelhia, valores que estão dispersos ou, pior ainda, que estão em perigo de se perderem irremediavelmente. Creio que, pelo menos, os artistas da região facilitariam a aquisição de obras suas e que haverá coleccionadores que estejam dispostos a contribuir generosamente com a oferta dalgumas peças das suas colecções.

Capela de Nossa Senhora do Caminho Neste mês, os “Apontamentos” são ilustrados com a fotografia da Capela de Nossa Senhora do Caminho já restaurada. Pequeno templo, que tem especial signif icado para os batalhenses, tudo leva a crer que pertencia aos Dominicanos pois estava incrustada no muro da cerca conventual. Abandonada, depois da expulsão dos frades do seu convento, entrou em ruína, sendo restaurada em 1906 por voto dum particular, o Comendador Dr. Joaquim Vicente da Silva Freire, figura de relevo social e médico de grande prestígio, tendo exercido a medicina em Lisboa. No letreiro, em placa de calcário sobre a porta, refere-se que “foi restaurada e melhorada”, mantendo, segundo creio, a traça original. Como já aqui o disse, a capela é de estilo barroco, mas um barroco rural e como tal muito simples. Não deixa de ostentar, porém, os vasos flamejantes tão característicos deste estilo. O seu restaurador de 1906 pertencia a uma antiga família da Batalha hoje sem descendentes na nossa Vila. Um seu parente, também de nome próprio Joaquim e de apelido Freire emigrou para o Brasil no século XIX, onde se dedicou ao comércio no Rio de Janeiro mas, conforme diz Simão de Laboreiro no prefácio da obra “Fronteiros de Portugal”, uma das várias obras do emigrante batalhense, “desde muito novo o Sr. Joaquim Freire começou a cultivar as letras. Pertencendo a uma antiga família de eruditos veio para o Brasil muito jovem, entrando na carreira comercial…”. Deste Joaquim Freire te-

nho duas obras, a já citada “Fronteiros de Portugal – de Aljubarrota a Ceuta, 1383-1433” e “Os Árabes nas Hespanhas”, a primeira publicada em 1934 e a segunda em 1935, ambas no Rio de Janeiro. Mas, segundo refere Simão de Laboreiro, “Um dos seus trabalhos de investigação histórica mais notável é o estudo extenuante, completo, sobre as edições primeiras de “Menina e Moça”, de Bernardim Ribeiro. O assunto ficou esgotado. (…) Este estudo… mereceu a D. Carolina Michaelis os mais rasgados elogios”. Diz, ainda, Simão de Laboreiro que esta obra de Joaquim Freire foi oferecida à Biblioteca da Universidade de Coimbra. Creio que há descendentes da família Freire no Brasil e, em Portugal, pelo menos parentes meus a viver em Torres Vedras e no Algarve. Nesta província é directora regional da Cultura, a Prof.ª Dr.ª Adriana Manuela de Mendonça Freire Nogueira. Seria interessante que a nossa prestigiosa Biblioteca Municipal metesse ombros à tarefa de investigar quantos e quais batalhenses, ou seus descendentes cá e fora de Portugal, se dedicaram às Letras e têm obra publicada. Evidentemente quando refiro batalhenses, quero dizer os de todas as freguesias do concelho. Só no Reguengo do Fetal há vários e de projecção nacional. Embora a idade já não me permita transmitir como eu gostaria as memórias que fui acumulando, mesmo assim terei todo o gosto, e é meu dever, em colaborar numa iniciativa deste género.

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (222)


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Cultura

Mosteiro digitaliza o seu ficheiro cronológico de fontes manuscritas m A elaboração do presente ficheiro teve como base a agregação, em complementaridade, de dois trabalhos fundamentais feitos anteriormente O Centro de Informação e Documentação do Mosteiro da Batalha teve a iniciativa de mandar digitalizar o seu ficheiro cronológico de fontes manuscritas existentes maioritariamente em arquivos portugueses, não só para uso interno, mas também com o intuito de facilitar aos interessados a consulta e pesquisa. A elaboração do ficheiro teve como base a agregação, em complementaridade, de dois trabalhos fundamentais feitos anteriormente: o conjunto organizado em fichas manuais, de registos de documentos, localizados, cotados e sumariados no seu conteúdo, resultado de um trabalho de investigação coordenado por Iria Gonçalves, em 1985; e a coletânea, de autoria de Saul António Gomes, na sua obra de quatro volumes intitulada Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro e da Vila da Batalha (séculos XIV a XVII), de 2002. Todas as notas, referências e observações relevantes de ambos os autores foram devidamente mantidas. A novidade neste ficheiro, para além da sua constituição digital, consiste em facultar, sempre que possível e em casos de pertinência, a hiperligação para o respetivo documento, ou fundo onde conste, bem como para obras relevantes com fonte digital, ou outras hiperligações de interesse. O conjunto de registos documentais apresenta-se em formato PDF e está dividido em documentos com a sequência: Nota Geral, Abreviaturas, Bibliografia_Sítios

p A história do monumento ficou mais acessível Web, ao que se seguem, por agora, os registos referentes aos séculos XIV e XV. Cada conjunto de registos, respeitante a um século, está dividido por colunas com os tópicos considerados convenientes e necessários. Acresce anotar que, sempre que exista a transcrição de um documento publicada em fonte digital, dá-se preferência a esta, e não ao documento original no ANTT. Convém igualmente saber que há páginas do ANTT cuja hiperligação é apresentada, que contêm listas de documentos com representação digital, como livros, por exemplo, em que raramente o número de cada página do livro corresponde ao número na cota do documento, pelo que neste caso terá o utilizador que o pesquisar e selecionar. A necessidade de economizar espaço, também para uma melhor e mais fácil visualização, levou a que se recorresse frequentemente a abreviaturas que se encontram devidamente transcritas no documento respetivo. Assim, graças a trabalho voluntário especializado, ao longo de um ano, coloca o Mosteiro da Batalha à disposição do público, em geral, e dos investigadores, em particular, um conjunto de informações sobre as fontes manuscritas

referentes ao monumento e à vila da Batalha dos séculos XIV e XV. Partindo do ficheiro manual realizado, na década de oitenta do século XX, por um grupo de jovens inves tigadores da Universidade Nova de Lisboa, que foi coordenado por Iria Gonçalves, abre-se agora a possibilidade de consultar a respetiva informação em linha, devidamente revista, atualizada e complementada, nomeadamente através, por um lado, da remissão para transcrições e publicações de vários manuscritos e, por outro lado, de hiperligações para os documentos digitalizados, sempre que os mesmos tenham sido disponibilizados pelos arquivos que os guardam. O Mosteiro da Batalha conta pôr à disposição do público, futuramente, informação sobre a documentação dos séculos subsequentes. A sistematização fornecerá “indicações sobre a publicação de boas transcrições de muitos dos documentos, o que os torna acessíveis a todos”. Para o século XV, há 170 registos de documentação relativa ao monumento. Seguir-se-ão os séculos XVI a XIX, que desejamos disponibilizar século a século. (Fonte: Mosteiro da Batalha) O Mosteiro de Santa Maria

p Estão na maioria em arquivos nacionais da Vitória resultou do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em

agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, travada em 14 de agosto de 1385,

que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal.


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Batalha Opinião

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s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Um outono que apela à proximidade e colaboração entre vizinhos Chegou o outono, e com ele um novo ciclo começa. Se repararmos com atenção, percebemos que a natureza se renova a cada estação, e cada ciclo tem as suas próprias características, que são igualmente importantes necessárias para o ciclo seguinte. Ora diria que na nossa vida podemos também passar por ciclos diversos, e é muito importante perceber que todos fazem parte, no momento em que acon-

tecem, e que podem passar. E sem contrariar o melhor será aceitar os ciclos e aprender tudo o que temos para aprender enquanto eles duram. No decorrer das minhas últimas aventuras palmilhei o concelho e fico sempre feliz em perceber que, em determinadas zonas, os vizinhos dão aquele apoio diário de quem está perto e pode acompanhar, pela proximidade e rapidez de resposta, o outro.

Isto é algo que me deixou a pensar… pois na verdade aqueles que mais devemos valorizar são os que se encontram fisicamente mais próximos, e assim podemos criar uma comunidade mais coesa e com mais interajuda. Vamos lá dar a mão a quem partilha os dias connosco e entender e valorizar essa/s pessoa/s que nos acompanham diariamente, que podem nem sempre ser a que mais desejamos, mas é de facto a que temos.

Ser feliz não está em ter tudo o que se quer, mas sim em saber ser grato por tudo o que tem. Um dos sonhos que tenho é que, quando a minha velhice chegar, eu possa integrar uma comunidade de outras pessoas idosas e aí entre nós cuidarmos no ambiente de natureza, da nossa natureza também. Os quintais são ótimos sítios para partilhar com os vizinhos. Deixo a sugestão, em vez de cada

um cuidar do seu, arranjar forma de cuidarem em comunidade, aumenta o convívio social e a partilha, que nos fazem tão bem. Alimentando assim o corpo e o espírito. Quanta sabedoria de autossustentabilidade e resiliência temos para aprender com quem nos antecedeu. Já cumprimentou o seu vizinho hoje? Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: Acelgas, a lfaces, a l ho

francês, brócolos, cebolas, cenouras, coentros, Couves várias, couve-rábano, espinafres, espargos, favas, mostardas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, salsa. Ja rdim, semea r e/ou plantar: amores-perfeitos, margaridas, açucenas, cíclames, narcisos, crisântemos, jacintos e tulipas. Na horta posso cultivar bons alimentos e bons sentimentos! Boas colheitas.

s Espaço do Museu

A experiência da visita guiada: relação entre museu e público Os museus de todo o mundo viram-se obrigados a cancelar uma das atividades mais requisitadas pelo público: a visita guiada. Tal interrupção deve-se, como já sabemos, às determinações que nos foram impostas pela pandemia de Covid-19. Lamentavelmente, alguns museus não conseguiram reabrir as portas ao público. Mas tempos mais otimistas se esperam nestes espaços culturais, recuperando-se a pouco e pouco, a confiança dos visitantes. O ICOM – Conselho Internacional dos Museus tem vindo a dar cada vez mais ênfase à função educativa e inclusiva dos museus, o que reforça a necessidade da promoção de dinâmicas capazes de envolver todos os públicos nestes espaços. A visita guiada faz parte destas ações, podendo ser uma excelente opção para grupos organizados de crianças, adultos, estudantes, seniores, famílias ou pessoas com deficiência. Os museus, devem assim, estar preparados para a diversidade de quem os visita, sendo os seus técnicos (educadores, mediadores, conservadores, curadores…) os

“interlocutores” entre as coleções e o público. Para estes técnicos é fundamental ter presente esta diversidade e conhecer as motivações dos visitantes, por forma a preparar a visita guiada. É necessário ter em conta, a título de exemplo, que um grupo de crianças traz consigo muita curiosidade e muita energia. Brincar é essencial na sua aprendizagem,

pelo que as visitas deverão ter presentes momentos lúdicos, onde a observação, a experimentação e a interatividade estejam incluídas na atividade. Numa visita que envolva público familiar (crianças e adultos em interação), os técnicos terão de envolver todos; respondendo à curiosidade e expectativas das crianças e dando respostas aos familiares adultos, numa

experiência que permita aos pais ensinarem algo aos seus filhos. Já o público escolar que, no caso do MCCB – Município da Batalha, constitui a maioria dos visitantes em contexto de visita guiada, deve existir uma preparação prévia com o professor que organiza a visita. Nela são conhecidos os objetivos da atividade, o nível escolar dos alunos, os temas que se pretendem

abordar e a sua articulação com os programas escolares. A visita será uma experiência que procura ir ao encontro dos anseios naturais da idade dos estudantes, com forte teor pedagógico, que tem os objetos expostos como elementos fundamentais, permitindo o conhecimento in loco de dados históricos, artísticos, científicos ou etnográficos. Para grupos de pessoas

com deficiência, a acessibilidade é fundamental, devendo a visita promover a inclusão física, intelectual e sensorial. Também com estes grupos se faz uma preparação prévia com os seus responsáveis, por forma a preparar recursos, o discurso e atitudes a fomentar, bem como experiências que permitam um pleno usufruto do museu. As visitas guiadas fazem parte da atividade do MCCB, que agora recupera o encontro com estudantes, adultos, seniores, grupos de pessoas com deficiência, oriundos de todas as partes do país e também do estrangeiro. Estas experiências darão a conhecer o nosso património concelhio, permitindo a criação de laços com uma grande diversidade de pessoas, reforçando a missão de ser o Museu de Todos e para Todos. Esperamos encontrar os nossos leitores numa visita guiada muito em breve. Para tal basta contactar os serviços do museu través dos contactos: geral@museubatalha. com e 244 769 878. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)


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Economia

Região interessada em desenvolver projetos no valor de 150 milhões de euros m “VALET – Valorização e Tratamento Bio-circular de Resíduos” e “Embalagens do Futuro” são os nomes das propostas do Gabinete Económico e Social da Região de Leiria O Gabinete Económico e Social da Região de Leiria (GESRL) apresentou no final de setembro duas manifestações de interesse para desenvolvimento de projetos, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que envolvem um investimento superior a 150 milhões de euros e envolve mais de oito dezenas de entidades. O projeto designado “VALET - – Valorização e Tratamento Bio-circular de Resíduos”, no âmbito das Agendas Mobilizadoras, contempla um investimento de 43,6 milhões de euros, para um horizonte temporal de 36 meses. É liderado pela empresa Ovolíder, com a coordenação técnica da NERLEI, e apresenta-se a concurso com um consórcio de 21 entidades. Através do tratamento e valorização de resíduos de efluentes de suinicultura, avicultura, matadouros, águas ruças de lagares e/ ou outras agroindústrias que, neste momento, estão na origem de problemas ambientais, a implementação do projeto VALET irá possibilitar o desenvolvimento de novos produtos como biofertilizantes sólidos e líquidos, rações para animais, energia e eco-materiais (argamassas, betões, materiais de enchimento e placas de isolamento), que revelam um elevado potencial de

p Um dos projetos é liderado pela Ovolíder valorização no mercado. Assim, pretende-se gerar novos conhecimentos e produzir novos bens e serviços de alto valor acrescentado, com base em princípios de economia circular, que conjuguem as dimensões ambiental, energética e de resiliência económica, apresentando uma amplitude de inovação alargada. Já o projeto “Embalagens do Futuro”, candidato no âmbito dos Pactos de Inovação, apresenta um consórcio de 78 entidades nacionais, que irão cooperar na execução de um plano de atividades com duração prevista de 48 meses e um investimento total de 112 milhões de euros. Liderado pela empresa Vangest, tem a coordenação técnica do Politécnico de Leiria e inclui iniciativas inovadoras para a conceção e produção de novos produtos, processos e serviços capazes de transformar, de forma estrutural e concertada, o futuro da fileira de pro-

dução, comercialização e exportação de embalagens “Made in Portugal” para o mercado global. Pretende-se gerar novos conhecimentos e produzir novos bens e serviços de alto valor acrescentado, centrados num conceito disruptivo de “embalagem” que conjugue triplamente a dimensão da “Ecologia”, “Digitalização” e “Inclusão”. Em síntese, este Pacto de Inovação consubstancia-se numa iniciativa mobilizadora de empresas e instituições de I&D, maioritariamente da região de Leiria, que formam uma aliança comprometida em promover a especialização e a resiliência da economia portuguesa, através da alavancagem, da notoriedade e reputação da embalagem Made in Portugal/Made in Europe nas cadeias de valor globais de elevado valor acrescentado. A apresentação das manifestações de interesse para estes dois projetos e

o envolvimento de um tão grande número de entidades nos dois consórcios, só foi possível devido ao trabalho que, no último ano e meio, tem sido feito pela região de Leiria, no âmbito do GESRL. Este é o resultado do trabalho desenvolvido pelo GESRL - liderado conjuntamente pela CIMRL (Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria), NERLEI (Associação Empresa-

rial da Região de Leiria) e Politécnico de Leiria. Os projetos integram dois consórcios e mais de oito dezenas de entidade: empresas; sistema científico e tecnológico; instituições de ensino; centros de interface tecnológica; associações empresariais e comunidades intermunicipais. O GESRL foi criado a 13 de abril de 2020, em pleno início da pandemia de

Covid-19 e em resultado de um memorando de entendimento entre entidades com atuação relevante na região de Leiria: CIMRL, NERLEI e Politécnico de Leiria. Este Gabinete foi criado com o objetivo de elaborar um “Plano de Medidas para o Novo Lançamento Económico e Social da Região de Leiria”, apoiado em 10 Grupos de Trabalho temáticos e com o envolvimento de personalidades e entidades, públicas e privadas, no processo de discussão, definição, planeamento e execução das medidas. A 11 de maio de 2021 foram apresentadas, pelos três presidentes das entidades signatárias do GESRL, as ações estratégicas para o desenvolvimento da Região de Leiria até 2030, numa conferência, onde interveio também António Costa e Silva, na altura já nomeado presidente da comissão de acompanhamento do PRR. Este trabalho prévio permitiu posicionar a região na linha da frente da resposta aos primeiros concursos abertos no âmbito do PRR.

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Batalha Atualidade

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Escritora do Reguengo do Fetal lança livro que é “choque intelectual” m A autora acompanha, para a melhor inserção social e profissional, dia após dia, populações refugiadas em França por razões sanitárias e climáticas A autora Margarida Poças Serrano apresenta o seu livro “Uma Vida Luso Francesa – O Fado da Minha Mãe” no dia 23 de outubro, às 14h30, na Casa de Povo do Reguengo do Fetal, freguesia do Concelho da Batalha de onde é natural. Emigrante, chegou a França com seis anos, em 1966. Os seus pais, como muitos portugueses, partiram para a região de SaintMaur des Fossés (a 20 quilómetros de Paris). O seu pai foi ajudado por uma irmã que já estava em França há cinco anos. A autora começou a escrever quando tinha 40 anos, lançando o livro “L’Educatrice”, em resultado do seu trabalho em equipa como educadora especializada na doença mental. Assim, teve oportunidade de ter “experiências riquíssimas enquanto acompanhava, dia após dia, crianças e adolescentes autistas de Khanner e apresentando problemas graves de comportamento”.

p Margarida Poças Serrano O trabalho de socialização dessa população e as atividades imaginadas para as ajudar estão na origem daquele livro. A educadora, especializada há mais de trinta anos, escreveu de seguida “Le Fado de la Mère”, um livro livremente inspirado na trajetória de vida da sua família. “Os factos são reais, mas a forma é de romance, um pouco a maneira de Duras. “Uma Vida Luso Francesa” é um livro que fala da resiliência e muito dos livros que me salvaram de tanta desesperança”, conta a autora. “Uma Vida Luso-francesa” foi adaptado de “Le Fado de la Mère”. É um romance social, inspirado livremente na trajetória de filha de imigrantes da autora. Os seus pais, como muitos portugueses, fugiram do regime de Sala-

p Pode ser adquirido em livrarias físicas e online zar para a França no ano de 1966. Mas é também, e sobretudo, a luta de uma menina para escapar ao destino que o seu pai lhe tinha traçado. Destino de mulher submissa ao chefe de família, e aos homens em geral. “Uma vida Luso Francesa” é igualmente o choque intelectual intenso aos dez anos de idade, com aqueles que escreviam. Todos

os livros permitiram à pré-adolescente escapar ao seu dia-a-dia conflitual e estreito. Margarida Poças Serrano, como educadora especializada, acompanha, para a melhor inserção social e profissional dia após dia, populações refugiadas em França por razões sanitárias e climáticas”, lê-se na sinopse da obra, publicada pela Chiado Editora.

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CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas vinte e seis a folhas vinte e oito, do Livro Duzentos e Setenta e Um - B, deste Cartório. Joaquim Fernando Oliveira Meneses, NIF 185 869 270, casado, natural da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, residente na Estrada de S. João, número 13 B, Vale Magro, Torre, Reguengo do Fetal, na qualidade de procurador, de: A) Adélia Maria Oliveira Soares Landi, NIF 215 832 612 e marido Anthony Michael Landi, que também usa António Miguel Landi, NIF 288 863 062, casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ela da dita freguesia de Reguengo do Fetal e ele dos Estados Unidos da América, residentes nos Estados Unidos da América; e, B) Júlia de Oliveira Soares, NIF 193 448 661 e marido João Reis Nunes da Silva, NIF 190 337 290, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, residentes em Yonkers, Estados Unidos da América, declara que, os seus representados, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, do seguinte: UM – metade invisa do prédio rústico, composto de vinha com oliveiras, com a área de seiscentos metros quadrados, sito em Loureira, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho de Batalha, que confronta de norte com Rodrigo da Costa Santo, de sul e de nascente com Francisco Carreira Soares de poente com rio, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número mil setecentos e quarenta/Reguengo do Fetal, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 407, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €410,27. DOIS – metade indivisa do prédio rústico, composto de vinha, com a área de seiscentos e trinta e um virgula cinco mil duzentos e vinte e três metros quadrados, sito em Loureira, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho de Batalha, confronta de norte e de nascente com Alfredo de Oliveira, de sul com Emílio Rodrigues e de poente com rio, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número mil setecentos e quarenta e um/Reguengo do Fetal, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 406, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €207,35. Que, os seus representados adquiriram os referidos direitos nos prédios, no ano de mil novecentos e noventa e cinco, por doação verbal de Francisco Carreira Soares e Iria de Oliveira, casados, residentes que foram em Alcaidaria, Reguengo do Fetal, Batalha, pais das justificantes mulheres. Que sendo a referida transmissão meramente verbal não possuem os justificantes títulos formais, que as comprovem, mas desde logo entraram na posse e fruição dos referidos direitos nos prédios. Que em consequência daquela doação verbal, os justificantes, possuem os referidos direitos nos prédios em compropriedade há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram aqueles direitos prediais por usucapião Batalha, doze de outubro de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 375 de 18 de outubro de 2021


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Necrologia Batalha

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CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quarenta e sete a folhas cento e quarenta e nove verso, do Livro Duzentos e Setenta - B, deste Cartório. A) Maria da Costa Miguel Lino Soares, NIF 121 125 467, e marido Fernando Vieira Gomes Soares, NIF 116 272 856, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, lá residentes na Rua da Costa, nº5, Torre, Reguengo do Fetal; B) Emília da Costa Lino Pereira, NIF 121 118 975, e marido Francisco Vitória Pereira, NIF 121 189 991, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais, ela da referida freguesia de Reguengo do Fetal, ele da freguesia de Cortes, concelho de Leiria, residentes na Estrada Principal, nº515, Amoreira, Cortes, Leiria; C) Maria Odete da Costa Lino Ferreira, NIF 116 272 830, e marido Joaquim Lima Ferreira, NIF 189 942 568, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais, ela da referida freguesia de Reguengo do Fetal, ele da freguesia de Guardão, concelho de Tondela, residentes na Rua do Centro, nº41, Torre, Reguengo do Fetal; D) Florinda da Costa Miguel Lino Carvalho, NIF 116 272 864, e marido José Luís Sousa de Carvalho, NIF 130 503 045, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da dita freguesia de Reguengo do Fetal, onde residem na Rua do Cruzeiro nº5, Reguengo do Fetal; e, E) Pedro da Costa Miguel Lino, NIF 120 402 114, e mulher Jacinta Maria de Oliveira Lino, NIF 104 906 561, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da referida freguesia de Reguengo do Fetal, lá residentes na Rua Soares da Costa, nº1, Reguengo do Fetal, declaram que, as outorgantes mulheres identificadas em A), B), C) e D) e o outorgante marido identificado em E), são os únicos herdeiros da herança aberta por óbito de António Miguel Lino e mulher Maria Carreira da Costa. Que a referida herança, é dona e legitima possuidora, com exclusão de outrem, de um terço indiviso do prédio urbano, composto de casa de habitação de rés do chão e dependência com a superfície coberta de cento e setenta e nove virgula vinte metros quadrados e logradouro com a área de sessenta e seis virgula setenta e quatro metros quadrados, sito na Rua do Centro, n.º11, Torre, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 291, com o valor patrimonial correspondente de €5.003,33, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número seis mil setecentos e trinta e sete/Reguengo do Fetal, onde se mostra registada a aquisição do referido terço indiviso a favor de Joaquim Rino Soares, casado, residente em Catraia das Brancas, Batalha, pela apresentação dois, de dezassete de agosto de mil novecentos e cinquenta. Que o casal dos autores da herança, adquiriu o referido direito no prédio no ano de mil novecentos e cinquenta e um por compra verbal ao referido Joaquim Rino Soares, já falecido, sendo que, já naquela data o prédio tinha natureza urbana, tendo a anterior parte rustica do mesmo (correspondente ao artigo 12353 da antiga matriz) sido totalmente absorvida e incluída no indicado artigo 291; Que tendo a indicada transmissão sido meramente verbal, não é possível obter título formal que a comprove; Que por óbito dos mencionados António Miguel Lino e mulher Maria Carreira da Costa o identificado direito no prédio passou a integrar o património da herança, ao qual foi atribuído o NIF 747 512 795 e dos quais são únicos herdeiros os ora justificantes. Que, face ao acima descrito, e não obstante não terem qualquer titulo formal que o comprove, a referida herança e anteriormente o casal dos autores da herança, estão na posse e fruição do referido direito no prédio, há mais de vinte anos, sem qualquer oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando e habitando o prédio, nele fazendo benfeitorias, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado direito no prédio por usucapião. Batalha, doze de outubro de dois mil e vinte e um.

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas vinte e nove a folhas trinta, do Livro Duzentos e Setenta - B, deste Cartório. Manuel Batista Borges, NIF 104 907 371 e mulher Florinda Borges Vieira, NIF 142 684 937, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, lá residentes na Rua Casal da Portela, n.º422, Garruchas, declaram com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, do prédio urbano, composto de casa de rés do chão destinado a habitação e anexo, com a superfície coberta de trezentos e oitenta e seis virgula sessenta e seis metros quadrados e logradouro com a área de mil e dezasseis virgula trinta e quatro metros quadrados, sito na Rua Casal da Portela, n.º422, no lugar de Garruchas, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 2257, com o valor patrimonial de €72.450,00. Que os justificantes adquiriram o solo do prédio, no ano de mil novecentos e oitenta, por doação verbal de António Borges e mulher Maria da Conceição Batista, pais do marido, residentes que foram em Garruchas, Reguengo do Fetal, tendo posteriormente construído a suas expensas a referida edificação, contudo, sendo a transmissão meramente verbal, não dispõem de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possuem, o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias, habitando-o e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, catorze de setembro de dois mil e vinte e um.

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 375 de 18 de outubro de 2021

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 375 de 18 de outubro de 2021

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HERCULANO REIS

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OUTUBRO 2021

Campa em pedra desaparece do cemitério do Reguengo m António Caixeiro considera a situação uma “tragedia horrível”, explicando que tentou “encontrar uma solução pacífica e plausível” O “desaparecimento” de uma campa em pedra do cemitério do Reguengo do Fetal, no dia 24 de julho, que motivou a indignação da família e perplexidade dos residentes na freguesia, motivou agora uma “nota de esclarecimento” da autarquia local. O executivo da junta “teve conhecimento em 24 de julho de 2021, do desaparecimento

p A campa que está desparecida da campa colocada sobre o coval nº 88, propriedade de António Ramiro Rodrigues Caixeiro, onde se encontram sepultados os seus pais”. A situação foi detetada pelo queixoso naquele dia, quando se deslocou ao ce-

mitério e se deparou se com a falta da campa e informou o presidente da junta desta ocorrência. “Desconhecia-mos esta situação e tentámos apurar o que poderá ter acontecido. Falámos com pessoas que

vão com muita regularidade ao cemitério, com o nosso colaborador e com o prestador que nos faz os serviços fúnebres. Não obtivemos qualquer resultado”, explica a junta. “No início de agosto, solicitamos apoio jurídico ao Município Batalha. Reforçamos o pedido de apoio jurídico novamente ainda em agosto”, mas sem resultados. No início de setembro, a autarquia reuniu com António Caixeiro e a mulher, informando-os que “não tinha havido qualquer evolução porque continuava a aguardar um parecer jurídico sobre este caso. Pediu-

-lhes que aguardassem mais alguns dias”. A junta “voltou a insistir com o município, manifestando a urgência do referido parecer mas, até este momento (15 de outubro), tal parecer ainda não chegou à junta”. No entender da junta, “sendo o coval propriedade de António Ramiro, será ele o responsável por preservar os bens que se encontram nesse espaço, no entanto a lei poderá ir noutro sentido”. “Por este motivo vamos voltar novamente a pedir o apoio jurídico ao município para que no mais curto espaço de tempo possível possamos concluir esta situação”,

conclui o executivo da freguesia. António Caixeiro considera a situação uma “tragedia horrível”, explicando que tentou “encontrar uma solução pacífica e plausível”, com o presidente cessante e com o eleito, mas a sua “desilusão foi total”. “Penso que estes senhores ainda não interiorizaram a gravidade do que se passou e quanta é a tristeza e o mau estar que nos está a causar esta situação. Não houve desculpas, nem explicações para este acto nauseabundo. Para mim, foi como se tivessem desenterrado os meus pais”, conclui. Publicidade

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