JORNAL DA BATALHA EDICÃO DE FEREVEREIRO DE 2021

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXX Nº 367 | FEVEREIRO DE 2021 |

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Três presidentes na corrida à câmara

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Pandemia: ainda nada está ganho


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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Serviços públicos ao serviço dos cidadãos Os serviços públicos só se justificam enquanto prestadores de serviços de qualidade aos cidadãos. Qualquer cidadão, ao adquirir um produto ou serviço a um privado, tem sempre a faculdade de optar por outro, se achar que o preço/qualidade não é equilibrado. Nos serviços públicos não tem essa faculdade de escolha, porque se trata de serviços exclusivos, ou quase. Quem pode e deve fazer a diferença são os políticos e os funcionários públicos, trabalhando bem, sob o primado do interesse coletivo. Quando assim é, o cidadão, pagador de impostos que suportam os serviços públicos, pen-

sa que vale a pena pagá-los, porque tem retorno desse seu obrigatório investimento. O contrário também é verdadeiro. No momento presente em que existe uma enorme pressão, a tornar-se insuportável para os recursos humanos do nosso SNS, dá para perceber melhor, se dúvidas existissem, do valor insubstituível de alguns serviços públicos, sendo a saúde um deles. Atendendo à sua importância e valia ainda se torna mais necessário que seja bem gerido e organizado, para custar o mínimo possível em termos financeiros e para custar o esforço mínimo a quem nele trabalha, de forma a maximizar

o serviço prestado. Com melhor gestão e organização o esforço de todos os envolvidos seria menor e o produto final, ou seja, o serviço prestado aos cidadãos, seria melhor. Isto apesar de ser do senso comum, tem aplicação em tudo, seja público, seja privado. Convenhamos que nem sempre ficamos com a convicção da boa gestão nalguns serviços públicos. Em tempos de crise, no caso, em tempo de uma gravíssima crise sanitária, aliada a uma semelhante crise económico/financeira, o papel de todos é ainda mais importante e o dos gestores e funcionários públicos não foge à regra. É bom que tenhamos

consciência do aumento exponencial da divida pública, que teremos que pagar, e não fora a nossa participação na UE - União Europeia, nem dá para imaginar o estado em que estaríamos. Se estivéssemos fora, o SNS já tinha rebentado, por manifesta falta de meios e não haveria vacinas para os portugueses. É bom que os partidos de extrema esquerda contrários à UE metam a viola no saco e se calem de vez em relação a estas matérias. Mas estes apoios não podem durar sempre e nós ou nos organizamos e começamos a pagar a divida e a viver com o que produzimos, ou vamos deixar pro-

blemas gravíssimos para os nossos filhos e netos. Para isso, é fundamental que melhoremos a gestão do serviço público e apliquemos os recursos, os impostos que pagamos, naquilo que é efetivamente importante para o país. Ao contrário do que tem acontecido, deveremos acabar de vez com obras e serviços de fachada, que mais não servem do que a foto para as redes sociais do presidente ou de outro político qualquer e nada acrescentam na resolução das necessidades dos cidadãos. Este ano iremos ter eleições autárquicas, em que as opções assentarão na escolha de equipas que irão

gerir os destinos dos concelhos a pensar na imagem do presidente, ou a pensar na resolução dos problemas dos cidadãos. Ao eleitores vão ter que ser inteligentes para fazer esta escolha. Mas estou convicto que os eleitores são muito inteligentes e vão escolher o melhor para si próprios.

s Baú da Memória José Travaços Santos

Aquilo de que não podemos abdicar Este número do “Baú da Memória” vai fugir aos temas habituais que têm sido essencialmente, os da evocação do passado batalhense e de algumas figuras que estão ligadas à história da Batalha. Vou imiscuir-me na política, o que sendo do meu direito e de todos os meus concidadãos, não é, confesso-o, muito do meu agrado. Mas há valores que têm de ser salvaguardados e há problemas que têm de ser equacionados doutra forma. A liberdade da Pátria Portuguesa e a liberdade

dos portugueses têm de ser pontos assentes, a liberdade daquela ser completamente autónoma e a liberdade destes serem os senhores do seu destino. A liberdade dos cidadãos tem muito, senão tudo, a ver com a economia e nada melhor para o acesso de todos aos bens da Terra, que são de todos e não de minorias privilegiadas, do que as práticas cooperativistas. É o Cooperativismo o sistema que permite esse acesso, que tenta acabar com as desigualdades e injustiças sociais, fazendo-o sempre de forma pacífica e pelo

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

trabalho comum e em prol do comum. Em Democracia, onde se subentende que é o Povo quem mais ordena, o Povo tem de ser escutado em inúmeras decisões até agora tomadas pelos partidos. E só há uma forma de consultar o Povo: através de referendos, que devem ser decisivos e com um prazo alargado. E frequentes. Os deputados não podem ser apenas a voz dos respectivos partidos, mas a voz de quem os elegeu, a voz dos seus círculos eleitorais que para o efeito devem visitar regularmente e

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

escutar a opinião popular. A liberdade da Pátria é essencial à liberdade dos cidadãos, pelo que são de reconsiderar todas as ce-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

dências nacionais a troco dos “machos carregados de prata” que podem resolver momentaneamente os problemas do País mas

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

que o tornam, por prazo infinito, devedor cada vez mais penhorado e incapaz de resolver por si os seus problemas.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Espaço Público Opinião

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s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

A Montaria Passamos mais um dia na vida dos dois temerários e garbosos cavaleiros D. Mendo Gonçalves de Vizela e D. Pero Martins de Macedo, acompanhados pelo célebre tabelião e escudeiro Raimundo Sanches, que nos delegou estas vetustas memórias. Neste momento estamos nos meses primaveris, dentro da Castelo dos Macedo, onde os nossos heróis degustavam um bom vinho e perdiz assada. Este momento que poderiam julgar corriqueira, na verdade é a desmistificação do herói, que come porque tem fome, tão igual a nós comuns mortais, mas não julguem que nos podemos

identificar com estes seres fabulosos. D. Mendo - Tendes aqui um bom castelo, excelentes áreas. Esta lareira é um mimo. D. Pero – Sim, não me posso queixar, é um bom lugar para comer, sabeis que não passo muito tempo em casa. Os livros aborrecem-me, o xadrez desinteressa-me. Raimundo - Vossa Senhoria perde sempre contra mim, é mais essa a verdade. D. Pero - Como eu estava a dizer, o que gosto é de distrações campestres, respirando o ar puro dos bosques, à caça do javali, do faisão ou até mesmo do urso. D. Mendo – Ah! Como gos-

Historiador

to da montaria. Mas vos já caçastes um urso, formidável! D. Pero – Sim, com estas mãos de exímio atirador, com um virote da minha besta acertei-lhe na cabeça, caiu logo para o lado. Agora jaz aqui aos nossos pés derreado. Apontando para o chão, onde se encontrava um tapete feito com pêlo do urso morto. D. Mendo - Incrível, que pontaria exemplar. Raimundo - Eu chamaria antes, apanhar a caça dos outros, mas isto sou eu. D. Pero - Meu bom Mendo, quereis um pouco mais de vinho? D. Mendo - Muito me agradaria. Os copos iam-se enchendo e esvaziando tão rapidamente como as perdizes, que já tinham sido devoradas. D. Pero - Que venha o hidromel! D. Mendo - Isso mesmo, e já agora mais um javali. Continuaram a comer como se não houvesse amanhã. A comida não parava de chegar, até que terminou quando o sol se começava a

pôr. Então D. Pero teve uma ideia luminosa, já num estado de embriaguez visível, assim como o seu amigo D. Mendo. D. Pero – E se fossemos caçar? Algo ligeiro. D. Mendo – Faisões ou perdizes? D. Pero – Martas ou raposas. Preciso de peles para os meus mantos. D. Mendo – Que ideia prodigiosa! Raimundo – E que tal Vossas Senhorias caçarem pavões? D. Mendo – Este vosso escudeiro tem cada ideia. Esses animais nem dão luta. D. Pero – E que tal se te calasses? Só me envergonhas. Neste ponto é importante informar os leitores de que o uso das peles de animais, como a marta e a raposa, durante o reinado de Dom João I passaram a ser permitidas apenas aos seus caçadores, ou seja, os cavaleiros. No que se refere ao pavão, era só uma piada grosseira do desbocado escudeiro. Raimundo – Os leitores tinham percebido, não era pre-

ciso esta intervenção toda. Só queria esclarecer as mentes brilhantes que seguem os Vossos relatos, para que dispusessem de toda a informação requerida para entender a história. Raimundo – Como queiras, mas já agora deixa-me fazer-lhes uma pergunta. Vossas Senhorias já tinham entendido a minha piada, certo? Leitor – Raimundo – Vês? Não tenho mais nada a declarar. Continua lá o teu “fascinante” relato. Onde eu ia? Ah! já sei, os nossos heróis tinham saído do castelo no dorso das suas possantes e robustas montadas sob a luz do pôr-do-sol, em busca do alimento essencial à sobrevivência do homem medieval… E também à procura de peles vistosas. Raimundo acompanhou-os com os falcões, que iriam caçar animais de pequeno porte, como é o caso dos coelhos. D. Mendo – Vejo uma bela raposa atrás daquele arvoredo. D. Pero – E eu, um robusto urso abeirado naquele ria-

cho. Raimundo – Bem, vou prevenir os guardas para tirar Vossas Senhorias dos futuros sarilhos onde se vão meter. Os nobres e valentes guerreiros regressaram a casa pela alvorada, cobertos de glória e com querelas judiciais entre casas senhoriais vizinhas. Parece que se tinham aventurado por cotadas privadas e caçado presas pouco apreciadas. Os camponeses esbracejavam e debatiam-se sobre o dorso dos cavalos. D. Pero – Mas alguém cala estes vilãos? Raimundo – Vossa Senhoria queria dizer raposa e urso. D. Mendo – Que dor de cabeça. Raimundo – A uva nem sempre é boa amiga.

s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Três tigres com um guia espiritual Os Três Triste Tigres foram buscar o seu nome a um trava-línguas, àquela parlenda sobejamente conhecida de contar tigres, o que atrapalha a pronúncia de quem conta. É assim uma frase difícil de dizer por causa da semelhança das sílabas, nome que indica logo que os seus músicos não querem transmitir algo aparentemente óbvio, mas um conteúdo mais elaborado. E também revela que os Três Tristes Tigres encaram a música como um jogo, um diálogo de sons em busca de um novo sentido, criando canções que vão em busca de ouvintes que estejam atentos, pelo menos de alguns que entendam a parlenda, tal como dizia Camilo Castelo Branco. Por isso, a música que fazem não é propriamente destinada a

massas, pois tem a delicadeza das canções de Schubert ou a crueza dos primeiros discos de Bob Dylan. Contudo, prevalece no universo dos Tigres o mundo da noite e dos sonhos, em que por vezes a realidade é encarada como uma disfunção relativamente ao mundo místico do espírito. Isto está bem patente no álbum Guia Espiritual, produzido há vinte e cinco anos, e em canções como Luna Hotel, Noites Brancas ou em Anormal. Mas, afinal, quem são os Três Tristes Tigres? A banda é formada por Ana Deus, a antiga vocalista dos Ban; por Alexandre Soares, um dos elementos fundadores do Grupo Novo Rock; e pela poetisa Regina Guimarães. Igualmente, entre 1992 e 1993, integrou o projeto a teclista Paula Sousa, que ti-

nha vindo dos Repórter Estrábico. Os primórdios dos Tigres remontam a 1987, mas o primeiro álbum é editado apenas seis anos mais tarde, em 1993. Nesta primeira fase, Alexandre Soares ainda não fazia parte do grupo; e foram Ana Deus, Paula Sousa e Regina Guimarães que lançaram Partes Sensíveis, álbum que incluía aquele que ainda hoje é o tema mais conhecido dos Três Tristes Tigres: O Mundo a Meus Pés. Nesse mesmo ano, um disco de homenagem a António Variações recebe o nome de Variações, As Canções de António. Colaboram nele os Madredeus, Delfins, Santos & Pecadores, Resistência, Isabel Silvestre, Ritual Tejo, entre outros. Os Três Tristes Tigres participam com uma belíssima versão de An-

jinho da Guarda, onde já entra Alexandre Soares, o qual se apresenta como responsável pelos arranjos da canção. A partir daí será Alexandre Soares o grande obreiro da sonoridade dos Três Tristes Tigres. Terá a sua prova de fogo no álbum seguinte, o qual verá a luz do dia em 1996. Uma prova absolutamente superada, porque a crítica rendeu-se a Guia Espiritual, para alguns o melhor disco português desse ano. A popularidade do grupo também saiu reforçada, porquanto o tema Zap Canal foi um dos mais divulgados nas rádios nacionais. Mas o importante contributo de Guia Espiritual foi o de abrir pistas e caminhos alternativos para a música portuguesa, pistas que na década de noventa do século passado só iriam adquirir sentido no

século seguinte. É o caso da faixa Olho da Rua que pressagia o aparecimento de novos projetos como os Dead Combo, ou da faixa Kindergarten que aponta o rumo da música portuguesa por vias mais experimentais. No ano de 1998 gravam Comum, o seu terceiro álbum. Destacava-se neste disco a colaboração da vocalista dos Clã, Manuela Azevedo, que emprestou a sua voz no tema Falta (forma). Comum iria marcar um interregno de vinte e dois anos sem editarem qualquer trabalho de originais, interregno apenas quebrado o ano passado (em 2020), com o lançamento de Mínima Luz. Entretanto, Ana Deus e Alexandre Soares editaram uma compilação em 2001, designada Visita de Estudo, e dedicaram-se a um novo projeto: o

Osso Vaidoso. Por seu turno, em 2006 Regina Guimarães já havia publicado o livro As Letras como Poesia, onde organizou e analisou as letras que escreveu para os Três Tristes Tigres. O novo álbum, Mínima Luz, apesar de não constituir porventura o seu melhor registo, preserva todas as qualidades da música dos Três Tristes Tigres e reforça o sentido que este projeto ainda tem no panorama musical português.


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Atualidade

Raul Castro e António Lucas apontados como líderes de candidatura independente

p Raul Castro será candidato à liderança da câmara municipal

mO “Movimento Independente” não está formalizado, mas “deverá contar com o apoio do PS e do CDS-PP” Os antigos presidentes do município Raul Castro e António Lucas devem ser os principais rostos de uma “candidatura independente” às eleições autárquicas de outubro no Concelho da Batalha, noticiaram no dia 11 de fevereiro os dois semanários publicados em Leiria.

O “Movimento Independente” não está formalizado, mas “deverá contar com o apoio do PS e do CDS-PP”, devendo Raul Castro “liderar a equipa candidata à câmara, enquanto António Lucas avançará para a assembleia municipal”, segundo explica o Jornal de Leiria. O semanário adianta que o atual presidente do município, Paulo Batista Santos, “é um dos nomes referenciados como hipótese para cabeça-de-lista dos sociais-democratas em Leiria” - hipótese entretanto descartada pelo

p As eleições na Batalha poderão ter um figurino inédito

autarca. O jornal Região de Leiria adianta que, “neste momento, está em curso o processo de consolidação da plataforma que sustenta a candidatura” dos dois antigos autarcas da Batalha, “que deverá traduzir-se num movimento independente”. “A candidatura, que tem mantido contacto com estruturas partidárias locais, deverá contar com figuras relevantes do universo político concelhio e pretende alicerçar-se numa plataforma política abrangente”, refere.

p António Lucas poderá representar o movimento na assembleia municipal “No outono passado surgiram as primeiras notícias a dar conta da possibilidade de Raul Castro avançar com uma candidatura nas eleições autárquicas, a disputar em setembro ou outubro deste ano”, adianta o Região de Leiria. Em novembro de 2020, em entrevista a este semanário, o deputado e ex-autarca não poupou críticas à liderança de Paulo Batista Santos e não descartou a possibilidade de se candidatar à Câmara da Batalha, autarquia que liderou entre 1989 e 1997. Entretanto, em declarações ao Jornal de Leiria, Paulo Batista Santos afirmou que quer “muito continuar a exercer a função de autarca” e que está “convicto do papel importante” que tem a desempenhar no concelho. “A candidatura independente é um mito. Será uma candidatura do PS liderada por Raul Castro, à qual estão a procurar dar rostos para lhe conferir uma amplitude de independência. É uma novidade interessante este regresso de um autarca que esteve aqui há 30 anos, passou

por Leiria, está agora no Parlamento e quer regressar à Batalha”, adiantou. O PSD da Batalha já convidou o atual presidente a recandidatar-se. “É um convite que me honra muito, gosto muito de ser autarca, tenho muita honra em ser presidente da Câmara da Batalha”, afirma Paulo Batista Santos ao Região de Leiria, adiantando: “fico muito honrado e vou seriamente ponderar o assunto, mas a nossa concentração máxima é procurar fazer o nosso melhor nesta fase [da pandemia]”. Ainda no dia 11 de fevereiro, o presidente do Município da Batalha emitiu uma “nota de esclarecimento” sobre “a possibilidade de existir uma candidatura [sua] ao concelho vizinho de Leiria, um tema ultimamente recorrente e que apenas poderá servir para criar a dúvida junto das populações”. “Jamais confundiria os interesses do município com objetivos de natureza pessoal ou políticos, numa visão da mera luta do poder pelo poder, infelizmente bastante usual nos tempos atuais”, refe-

re Paulo Batista Santos, adiantando que “o tempo que vivemos não se compadece com hesitações, “joguetes” políticos ou meras ambições pessoais”. “Tal como comunicado aos meus parceiros de partido em outubro de 2020, a minha decisão de candidatura a funções autárquicas apenas é possível no Concelho da Batalha, por ser a minha terra, onde resido e vivo desde sempre com a minha família, mas sobretudo local onde me sinto realizado a cumprir as funções de presidente da câmara municipal”, adianta o autarca. “A decisão final está tomada e sem hesitações, ag uardo com tranquilidade e humildade necessárias a evolução das decisões das cúpulas do Partido Social Democrata, embora reafirme que o Município da Batalha não pode ser um constante “trampolim” político, pelo que só aceitarei ser candidato no meu concelho”, conclui. Os ex-autarcas da Batalha Raul Castro e António Lucas ainda não reagiram a estas notícias.


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“Serei candidato a presidente da Câmara da Batalha, a minha terra” m Paulo Batista Santos anuncia candidatura no final do dia em que surgiu um eventual “Movimento Independente” candidato às autárquicas “Serei candidato a presidente da Câmara da Batalha, que é a minha terra, onde nasci, onde vivo com a minha família”, anunciou no dia 11 de fevereiro, à noite, num comunicado em vídeo o atual presidente do Município da Batalha, Paulo Batista Santos. A recandidatura do autarca ao cargo nas próximas eleições autárquicas de ou-

tubro de 2021, foi anunciada no mesmo dia em que se conheceu a existência de um “Movimento independente” de ex-autarcas que também pretende concorrer. “Notícias nestes dias dão conta da minha possibilidade de candidatura à Câmara de Leiria. Quero esclarecer que essa hipótese nunca se colocou na minha mente ou sequer esteve na minha lista de preocupações, afirma Paulo Batista Santos, no vídeo que publicou. “Serei candidato a presidente da Câmara da Batalha, que é a minha terra, onde nasci, onde vivo com a minha família e onde nesta fase mais difícil me mobiliza

muito com os nossos concidadãos ultrapassar a pandemia”, acrescenta. Já no final do vídeo, o atual presidente da autarquia frisa: “Estou disponível para continuar a trabalhar”. Na manhã de dia 11 de fevereiro, numa “Nota de esclarecimento”, tinha afirmado que “a decisão final estava tomada e sem hesitações” e que aguardava “com a tranquilidade e humildade necessárias a evolução das decisões das cúpulas do Partido Social Democrata”, salientando que “o Município da Batalha não pode ser um constante “trampolim” político”, pelo que só aceitaria “ser candidato no Concelho da Batalha”.

p Paulo Batista dos Santos descartou candidatura a Leiria

Dois novos candidatos às freguesias do concelho pelo PSD O PSD da Batalha revelou no dia 2 de fevereiro que apresentou aos órgãos distritais do partido “a indicação das candidaturas” às freguesias do Concelho da Batalha, cuja lista integra “os independentes” Carlos Fiúza, para a freguesia do Reguengo do Fetal, e Rosa Abraúl, candidata ao cargo que já desempenha na Batalha. Marco Vieira, empresário da restauração foi o indicado para a freguesia de São Mamede, cuja autarquia lidera, e o empresário Cesário Santos foi o escolhido para a freguesia da Golpilheira. “O PSD da Batalha apresentou o convite à recandidatura do atual presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos, a quem reconhece competências e determinação para liderar a gestão autárquica num período muito exigente para as famílias e empresas locais”, refere a estrutura partidária em comunicado. Segundo o PSD da local, “o Município da Batalha tem sido uma referência de boa gestão financeira, conhecido por vários projetos inovado-

p Cesário Santos, Golpilheira

p Marco Vieira, São Mamede

p Rosa Abraúl, Batalha

p Carlos Fiúza, Reguengo do Fetal

res e marca de um território solidário, coeso e sustentável em termos de qualidade de vida”. Tendo como slogan #somosbatalha, o PSD da Batalha “aposta no envolvimento dos cidadãos no projeto de governação para o próximo mandato 2021-2025, cujo programa de ação está a ser desenvolvido por uma co-

missão independente e alargada de várias personalidades locais”. “A participação e colaboração destas personalidades locais contribuem para a credibilização da atividade pública, bem assim são um sinal claro de abertura dos partidos que é essencial para aproximar os cidadãos da atividade políti-

ca”, considera o presidente eleito do PSD da Batalha, André Loureiro. “As pessoas exigem que a política do poder pelo poder, da mera ambição pessoal, não conheça caminho no Concelho da Batalha e ofereça dirigentes focados nas questões locais e disponibilidade total para servir os cidadãos”, conclui.

Ato eleitoral poderá ser adiado devido à pandemia O PSD avançou no dia 12 de fevereiro com um projeto de lei para adiar as eleições autárquicas por 60 dias, para datas para o período entre 22 de novembro e 14 de dezembro. O PS mostra-se contra o adiamento e para o PCP é ainda cedo para falar do adiamento das eleições autárquicas. O CDS, por sua vez, disse estar “sensível” ao tema, reiterando que “irá acompanhar com atenção a evolução da situação pandémica e do processo de vacinação nos próximos meses”. Por outro lado, o PAN propôs algumas alterações ao processo, no-

meadamente que as eleições autárquicas se realizem em dois dias: um sábado e um domingo. A Iniciativa Liberal reitera que ainda é cedo, com o líder a apontar que tem “dificuldade” em perceber a ideia do adiamento das eleições autárquicas com oito meses de antecedência. Já o líder do Chega adiantou que o partido não se opõe ao adiamento das autárquicas, mas questiona “qual é o estudo que mostra que em dezembro vamos estar numa situação melhor do que em setembro/outubro“. O Bloco de Esquerda está a pensar sobre o assunto.


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Marcelo venceu no concelho que apresenta a menor abstenção m A Batalha foi o concelho em que houve maior afluência às urnas, com 50,12% de votantes e a abstenção a quedar-se nos 49,88% O atual atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, venceu as eleições presidenciais de 25 de janeiro, conquistando no distrito de Leiria mais 11 mil votos e uma percentagem superior àquela que alcançou em 2016, agrupando dois terços do eleitorado. O presidente foi reeleito com mais 90 mil votos

que o segundo classificado, André Ventura. Em 2016, os eleitores à esquerda de Marcelo Rebelo de Sousa ultrapassaram um terço dos votos, quedando-se desta vez por um quinto. As urnas perderam 28 mil eleitores. Há cinco anos havia mais dez mil inscritos nos cadernos eleitorais e agora participação eleitoral foi menos efetiva. A abstenção distrital foi de 55,3%, contra 49,8% há cinco anos. O líder do Chega a ficou à frente da socialista Ana Gomes em 11 dos 16 concelhos do distrito e em 85 das 110 freguesias. A uma

distância de quase 93 mil votos do vencedor, André Ventura conseguiu 22.576 votos (12,5%). Já Marcelo Rebelo de Sousa fez o pleno no distrito, venceu em todos os concelhos e em todas as freguesias, como há cinco anos. Ana Gomes f icou em terceiro lugar com 10,45% (18.871 votos) e apenas nos concelhos de Caldas da Rainha, Nazaré, Marinha Grande, Óbidos e Castanheira de Pera conseguiu mais votos que o líder do Chega. À semelhança do sucedido há cinco anos, a abstenção maior ocorreu no

Resultados Globais - território nacional e estrangeiro

concelho da Nazaré, onde 64,1% dos eleitores inscritos não exerceram o direi-

to de votar. A Batalha foi o concelho em que houve maior afluência às urnas,

Leiria - distrito

Batalha - concelho

Batalha - freguesia

Golpilheira - freguesia

São Mamede - freguesia

Reguengo do Fetal - freguesia

com 50,12% de votantes e a abstenção a quedar-se nos 49,88%.



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Terceira vaga fez disparar o número de vítimas no concelho mDesde o início da pandemia, revistaram-se 742 casos confirmados e há 70 casos ativos O número de pessoas falecidas no concelho da Batalha com Covid-19 aumentou para 14 no último mês, segundo o boletim sobre a pandemia divulgado no dia 13 de fevereiro pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria. No distrito de Leiria já não há concelhos sem registo de falecimentos, apresentando castanheira de Pera (4) Pedrógão Grande (6) e a Batalha os números mais baixos. No caso da Batalha, há ainda a registar a morte de um cidadão natural do município, mas residente no distrito de Aveiro. O concelho de Leiria apresenta o maior número de vítimas mortais (136), seguindo-se Caldas da Rainha (104) e Pombal (81). No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta 70, havendo seis concelhos com números inferiores. O município de Leiria concentra 747 casos ativos, seguindo-se Alcobaça (534) e Caldas da Rainha (492). Desde o início da pandemia, revistaram-se 742 casos confirmados no concelho da Batalha.

Os municípios de Castanheira de Pera (157), Pedrógão Grande (195) e Figueiró dos Vinhos (407) são os menos afetados. Pelo contrário, Leiria (6.623), Pombal (3.113) e Alcobaça (2.845) apresentam o maior número de pessoas infetadas desde março de 2020. A vacinação de idosos com 80 anos ou mais e de pessoas com comorbilidades de risco entre os 50 e os 79 anos abrange 1.500 pessoas no concelho da Batalha, segundo os dados dos serviços de saúde. O processo de vacinação no Município da Batalha está a decorrer nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS); em profissionais de saúde prioritários do sector privado e social, e elementos do corpo de bombeiros voluntários. A convocatória de idosos com 80 anos ou mais e de pessoas com doenças de risco entre os 50 e 79 anos terá como método preferencial a mensagem SMS, conforme o definido pela Direção Geral de Saúde (DGS), apenas sujeito a inscrição online para as pessoas que não sejam seguidas pelo centro de saúde ou profissionais de saúde em prática isolada (https://covid19.min-saude. pt/vacinacao/). Os beneficiários que integrem esta primeira fase de vacinação serão contactados por SMS pelos serviços

Casos da doença confirmados no distrito Município Leiria Alcobaça Caldas da Rainha Pombal Peniche Marinha Grande Porto de Mós Ansião Bombarral Castanheira Pêra Batalha Óbidos Alvaiázere Nazaré Pedrógão Grande Figueiró Vinhos Total

Casos confirmados

Recuperados

6 623 2 845 2 577 3 113 1 624 1 616 1 379 1 133 509 157 742 595 447 681 195 407 24 643

5 740 2 239 1 981 2 569 1 213 1 340 1 151 1 002 394 71 658 481 390 627 163 378 20 397

Casos ativos Falecimentos 747 534 492 463 371 238 200 99 97 82 70 66 42 39 26 10 3 576

136 72 104 81 40 38 28 32 18 4 14 48 15 15 6 19 670

Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (13 fevereiro) de saúde e terão de responder em 48 horas se aceitam o dia e hora marcados para a toma da vacina. O centro de vacinação da Batalha está pronto a funcionar, com dois postos de vacinação disponíveis, que poderão ser ampliados para o dobro da capacidade nesta 1ª fase, com capacidade para atender 200 utentes por dia). O Município da Batalha vai apoiar o Serviço Nacional de Saúde para arrancar com a vacinação no concelho, prevendo alargar a capacidade para as próximas fases de vacinação com uti-

p O centro de vacinação pode atender 200 utentes por dia

lização do Centro de Exposições da Batalha. “Em reunião de trabalho com a coordenação da Unidade de Saúde Familiar da Batalha, foi possível identificar os possíveis ciclos de vacinação e cuja melhor planificação está dependente do f luxo de entrega das vacinas necessárias, uma vez que estão garantidas todas as demais condições logísticas e ao nível de recursos humanos”, explicou a câmara municipal em comunicado. Entretanto, o município, através do serviço de pro-

teção civil, ofereceu 50 mil máscaras cirúrgicas a alunos, docentes e pessoal não docente das escolas públicas do concelho – Pré-Escolar, 1º, 2.º e 3º Ciclos e Secundá-rio. Na sequência das visitas do serviço municipal de proteção civil aos estabelecimentos de ensino público do concelho para verificação do cumprimento das regras de segurança recomendadas pela DGS, nomeadamente nos horários de entrada dos alunos, os serviços municipais oferecem as máscaras, sensibilizando igualmente os mais

jovens para a importância do seu uso diário, através da distribuição informação útil. Desde maio de 2020 que a Câmara da Batalha começou a distribuir gratuitamente máscaras aos munícipes e empresas do concelho e também a pessoas com baixos rendimentos, desempregados e idosos. Este programa é assegurado com o apoio das juntas de freguesia e realizado através da plataforma www.batalhaonlife.pt, que também tem assegurado a inscrição para a realização de testes à Covid-19.


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Classificação da pedreira histórica do Caramulo está em discussão pública m Os interessados podem apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões à câmara municipal O projeto classificação do sítio de interesse municipal da pedreira histórica do Caramulo e respetiva zona especial de proteção, em Vale da Pedreira, freguesia de Reguengo do Fetal, aprovada pelo Município da Batalha no final do ano passado, ainda pode sofrer alterações por proposta dos cidadãos interessados. Segundo o aviso publicado a 12 de janeiro em Diário da República, “encontram-se para consulta pública todos os elementos do processo, durante o prazo de 30 dias úteis”, disponíveis em www. cm -batalha.pt.

“Durante este período todos os interessados podem apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões, as quais devem ser enviadas para a câmara municipal, por carta ou para o endereço geral@cm -batalha.pt, que se pronunciará por escrito no prazo de 15 dias úteis”, explica o aviso. A abertura do procedimento de classificação do sítio de interesse municipal da pedreira histórica do Caramulo e fixação da zona especial de proteção, foi publicada em Diário da República em 5 de dezembro de 2019. Na área envolvente encontram-se classificados os sítios de interesse municipal de Valinho do Rei e Pidiogo e respetiva zona especial de proteção e nas proximidades estão em vias de classificação e de delimitação de zona especial de proteção do painel turístico em azu-

lejo da extinta companhia “PAN-AM”. Entre outros pressupostos que justificam a delimitação da zona especial de proteção da pedreira histórica do Caramulo, a autarquia destaca “a salvaguarda dos valores patrimoniais atendendo à geodiversidade local desta área inserida em maciço calcário estremenho que apresenta vulnerabilidades associadas ao relevo cársico e respetivo sistema aquífero”. “A valorização do território e dos sítios de valor histórico-cultural associados à construção do Mosteiro da Batalha visando contribuir para a valorização do património histórico e natural, bem como na promoção e desenvolvimento de novas abordagens de promoção do destino turístico cultural e da natureza da região”, são outros dos aspetos apontados.

p Um dos objetivos é valorizar os sítios associados à construção do mosteiro

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Opinião s Espaço do Museu

Infante Dom Fernando, “O Santo” Membro mais novo da Ínclita Geração e oitavo filho de D. João I e D. Filipa de Lencastre, o Infante D. Fernando nasceu a 29 de setembro de 1402, em Santarém. Foi 2º Administrador da Ordem de Avis, 1º Senhor da Vila de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia. O seu destino foi, porém, marcado pela tragédia de Tânger (1437), ficando por isso, cognominado como “O Santo”. De saúde frágil desde a infância, o Infante beneficiou de mais atenção por parte de sua mãe, D. Filipa de Lencastre. Mas, tal como os seus irmãos, teve a mesma esmerada educação, sendo instruído em diversas línguas, técnicas militares, além de participar nos conselhos de Estado do seu pai. Na véspera da conquista de Ceuta, em 1415, com apenas 12 anos, a sua mãe morreu vítima de peste. Dada a tenra idade, o Infante não participou no projeto organizado pela Coroa naquela

p Tríptico do Infante D. Fernando – Museu Nacional de Arte Antiga. Autor desconhecido conquista, ficando no reino aos cuidados da sua irmã, a Infanta Isabel, futura duquesa de Borgonha. Os altos custos de manutenção de Ceuta acalmaram os ímpetos conquistadores da Coroa portuguesa e, até ao final do reinado de D. João I, em 1433, não houve mais nenhuma ofensiva mi-

litar. Foi o seu sucessor D. Duarte, que deu novos passos na retoma das conquistas. A decisão recaiu sobre uma localização estratégica junto ao estreito de Gibraltar e também porto marítimo: Tânger. A expedição teve lugar em 1437 e contou com o Infante D. Henrique e D. Fernando, desejoso, este

último, de igualar as façanhas dos irmãos mais velhos na tomada de Ceuta. A operação militar em Tânger, comandada por D. Henrique e seguida por cerca 6 mil homens sofreu uma pesadíssima derrota. Em setembro, tombaram no campo de batalha centenas de portugueses e a vida de D.

Fernando foi hipotecada. «(…) os mouros só consentiram a retirada na partida dos portugueses consoante o compromisso de saírem de Ceuta. Como refém e penhor de tal compromisso ficou o infante D. Fernando, que se oferecera para substituir nesse papel o seu irmão Henrique» (SOUSA, 2009). Em cativeiro, D. Fernando ficou encerrado numa estreita masmorra, sofreu fome e sede, sendo obrigado a trabalhar arduamente. Faleceu em cativeiro no ano de 1443. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, D. Fernando viria a ganhar o epíteto de “Infante Santo”. Durante o reinado de D. Afonso V, o corpo do Infante D. Fernando veio para Portugal. Esteve sepultado no Convento do Salvador, em Lisboa, sendo posteriormente trasladado para o Mosteiro da Batalha, onde repousa junto da sua família, na Capela do Fundador. A divisa do tumulado

é constituída por dois elementos: a alma, onde se encontra inscrita a legenda “Le bien me plet” (O bem agrada-me); e pelo corpo, onde se vislumbra uma roseira entrelaçada gravada na pedra calcária do seu túmulo. Saiba mais sobre a nossa história e o nosso património online, através dos sites do museu (www.museubatalha.com e do Mosteiro da Batalha (/www.mosteirobatalha.gov.pt) Fontes: SOUSA, Bernardo Vasconcelos e (2009). Idade Média (Século IX-XV). In Rui Ramos (Coord.); Bernardo Vasconcelos e Sousa & Nuno Gonçalo Monteiro, História de Portugal (Parte I, Capítulo VII, pp. 171-192). Lisboa: Esfera dos Livros http://www.arqnet.pt http://www.mosteirobatalha.gov.pt

Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s AMHO A Minha Horta

Aromáticas tratam da saúde às galinhas O mês de fevereiro marca o período em que o tempo começa a mudar. Se ainda não fez as sementeiras em alvéolos, pode fazer este mês. Cá por casa mantenho os alvéolos numa marquise e assim protejo as plântulas do caracóis e lesmas. Costumo colocá-los dentro de caixas, revestidas com plástico e, assim, mantenho humidade constante favorável à germinação das sementes. É uma boa altura para melhorar o solo, a sua composição e estrutura, através de estrume curtido ou composto. Este pode ser introduzido no solo ou posto à superfície, assim as minho-

cas irão incorporá-lo naturalmente. Pode também espalhar pedaços de cartão nas zonas que mais tarde serão de semeadura e plantio. Esta é uma forma de ir preparando o solo, aquecendo-o e mantendo-o livre de plantas indesejadas. Se quiser preparar os locais a plantar no futuro, prepare o terreno agora, deixe-o sem nada e dentro de algumas semanas quando for plantá-lo remova todas as ervas espontâneas que nasceram. Este processo chama-se falsa sementeira e pode ser feita sempre, assim permitimos que as ervas espontâneas

se manifestem e depois removemo-las ainda pequenas, antes das sementeiras/ plantações, protegendo as plantas da concorrência por nutrientes das ervas espontâneas. Nesta época, para quem tem galinhas em galinheiros, é normal que apresentem alguns transtornos de saúde. Saiba que as aromáticas servem muito bem também para elas. É comum por aqui oferecer-lhes na água infusões de plantas, nomeadamente de hortelã - assim limpam os intestinos, pois a hortelã ou as mentas servem como repelentes de vermes internos. No ninho das galinhas

devem ainda ser incorporadas diversas aromáticas, tais como: funcho – estimulante de postura, alfazema – calmante, aumenta a circulação sanguínea, reduz o stress, erva-cidreira – calmante e repelente de roedores, hortelá – repelente de vermes e insetos, urtigas – calmantes (podem ser adicionadas à pasta de sêmeas que lhes sirva pela manhã), salsa – rica em vitaminas e evita a proliferação de salmonelas, e tomilho – aumenta a saúde respiratória e é calmante (este também sirvo como chá na água). Para além de incorporarmos no galinheiro er-

vas aromáticas, também temos plantações delas em redor do galinheiro. Se dá grãos de cereais às suas galinhas, saiba que se os deixar germinar darão ainda mais nutrientes - basta para isso que os humedeça uns dias antes de lhos disponibilizar: No inverno faço sempre isso, no verão com temperaturas mais altas não o faço tanto pois eles tendem a azedar com facilidade, mas com este tempo, este procedimento é muito fácil e útil. Hortícolas para semear em local protegido: abóboras, acelgas, alfaces, alho francês, beterraba, bróculos, cebolas, coentros, cou-

Célia Ferreira

ves-repolho, espargos, espinafres, ervas aromáticas, malaguetas, melancias, nabos, rúcula, tomates, pimentos, pepinos. Hortícolas para semear ao ar livre em zonas menos propensas a geadas: alho francês, beterrabas, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, espargos, espinafres, ervilhas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, coentros, calêndulas. Jardim, semear: gipsófilas, manjericos, ciclames, cólios, sécias, bolbos, margaridas, cravinias. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.


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Casa do Mimo vai para a antiga Escola Primária Cândido da Encarnação m Município aprovou a abertura do concurso público do projeto de requalificação orçado em 300 mil euros O Município da Batalha aprovou a abertura do concurso público para a “Requalificação da antiga Escola Primária Cândido da Encarnação”, para instalação da Casa do Mimo – Centro Lúdico e Ocupacional para Crianças e Jovens com Necessidades Especiais, um projeto orçado em 300 mil euros. A Casa do Mimo, atualmente a funcionar provisoriamente na rua dos Bombeiros, na Batalha, nasceu da iniciativa de um grupo de amigos, professores e pais, que sentiram necessidade de dar resposta aos tempos livres de crianças com ne-

p Objetivo é dotar a Casa Mimo de instalações adequadas cessidades especiais, a frequentar a escolaridade obrigatória e para as quais não existia resposta nos equipamentos existentes. Iniciou a sua atividade em outubro de 2015 e recebeu o estatuto

de Instituição Particular da Solidariedade Social no ano de 2020. A Casa do Mimo tem duas valências. É um centro ocupacional para jovens com mais de 18 anos que funcio-

na a tempo inteiro e centro de tempos livres para crianças que frequentam a escolaridade obrigatória. Com os utentes acima dos 18 anos, as atividades desenvolvidas são de caráter ocu-

pacional e têm por objetivo a sua autonomia e inclusão social, desenvolvendo competências para as atividades da vida diária e de participação na comunidade. Para as crianças em ida-

de escolar, as atividades são mais lúdicas, livres e promotoras do seu bem-estar físico e emocional. “Este projeto corresponde a dois objetivos muito relevantes, por um lado, requalificar uma escola memorial da Batalha e, não menos importante, capacitar e dotar de instalações adequadas para uma resposta social da maior relevância para o município e região de Leiria, ou seja, de um centro lúdico e ocupacional para crianças e jovens especiais, um projeto de excelência da associação Casa do Mimo”, refere o presidente do município. “Acreditamos que seja um projeto consensual, da maior relevância social e também um reconhecimento ao trabalho notável da equipa voluntária desta associação local”, acrescenta Paulo Batista Santos.

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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Batalha Atualidade

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Estação de tratamento cada vez mais longe das prioridades do Governo m A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, diz que ETES do Lis não é prioritária no âmbito da Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais O eventual abandono do projeto de construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas [ETES] em Leiria “cumpre a vontade dos interesses instalados, premeia os prevaricadores e não ajuda o sector da pecuária”, afirma o presidente do Município da Batalha, Paulo Batista Santos. O autarca reagiu no dia 10 de fevereiro ao facto de o Governo não considerar a obra prioritária, salientando que “os espalhamentos nos campos do Lis ou nas margens do rio Lena, como bem sabe a ministra da Agricultura, são uma não solução, porque os terrenos estão saturados há anos”. “A confirmar-se a decisão do Governo de abandonar o projeto, sem uma alternativa sólida para o grave problema ambiental que vivemos, cumpre-se a vontade dos interesses instalados e premeiam-se os prevaricadores”, salienta Paulo Batista Santos. Na sua perspetiva, a decisão “também não ajuda o sector da pecuária e aqueles empresários - e são a maioria - que pretendem regularizar a sua situação, porque ficam sem uma alternativa sustentável para o tratamento dos efluentes”. “Qualquer opção de valorização orgânica que comporte longas distâncias de transporte (para os campos da Lezíria ou do Alentejo), acarreta custos financeiros e ambientais que são incomportáveis”, destaca o autarca, concluindo: “Em suma, mais uma ‘cambalhota’ deste

p Prioridade é a “valorização agrícola, orgânica e energética” Governo e do Partido Socialista, numa questão essencial para a região, mas que terá de conhecer uma forte reação e desenhar-se uma solução de base regional e intermunicipal”. “De acordo com a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais, a ETES do Lis não está no topo das nossas prioridades”, disse a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa audição requerida pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda sobre a poluição na bacia hidrográfica do Lis. O Governo entende que a “valorização agrícola, a avaliação orgânica e a valorização energética estão acima disto”. “Queremos queremos andar rápido em relação a estas soluções e desenvolver, do ponto de vista da política pública, os instrumentos necessários não só para encontrar soluções para a valorização agrícola, orgânica e energética, assim como para

disponibilizar os meios aos produtores e às suas associações para resolverem esses mesmos problemas”, adiantou a governante. Segundo a ministra, “é o produtor suinícola que tem de criar soluções, pese embora o Ministério da Agricultura, consciente da importância social e económica que a atividade pecuária tem nosso país, seja por via da suficiência alimentar ou por via do equilíbrio da nossa balança comercial, entenda que o Governo será sempre um motor para encontrar soluções que ajudem a resolver este problema”. A ministra defendeu ainda que qualquer solução a ser implementada terá de ser “da responsabilidade do produtor, na justa medida do poluidor-pagador”. No final do ano passado, o ministro do Ambiente também admitiu que não será construída uma ETES em Leiria, por falta de compromisso com

os empresários do sector. “A solução de uma grande ETES demonstra ser uma solução ineficiente, que vai obrigar a um investimento grande, como é natural, mas o problema não está no investimento, mas na garantia e no compromisso de quem produz efluentes de os levar a essa mesma ETES, porque não existe uma rede de esgoto. Eles têm de ser transportados e têm um custo”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática. Matos Fernandes, que falava à margem de uma visita ao Pinhal de Leiria, na Marinha Grande, sublinhou que “sem qualquer compromisso que, aliás falhou muitas vezes no passado e os interlocutores do outro lado são os mesmos, não há razão para construir essa ETAR”. Entretanto, o presidente do Município de Leiria considerou que “uma solução verdadeiramente eficaz” para a despoluição da bacia hidrográfica

do rio Lis “não será possível” sem a inclusão no sistema de uma estação para tratamento de efluentes suinícolas, considerando Gonçalo Lopes que “as medidas anunciadas pela ministra da Agricultura poderão ser positivas, mas insuficientes”. “Este problema [poluição das suiniculturas] tem de ser encarado, antes de mais, pela ótica da salvaguarda e garantia de qualidade de vida da população residente na região”, refere o presidente do Município de Leiria, destacando que “os residentes são alheios à origem do problema, mas têm sido os mais prejudicados”. “Esta variável tem de ser determinante no desenvolvimento de soluções. Parece-nos que não será possível desenvolver uma solução verdadeiramente eficaz que não contemple, ainda que de forma parcelar, o tratamento em estação”, adianta. Para a comissão política distrital de Leiria do CDS-

-PP, “desconhece [a ministra] o que a população tem passado com as descargas ilegais das suiniculturas. No ano passado houve 14 denúncias de descargas de efluentes pecuárias registadas pela GNR e, durante este ano a GNR já detetou 11”. Para o CDS-PP, a ministra da Agricultura e o ministro do Ambiente e Transição Energética são responsáveis “por não permitirem” que o distrito de Leiria, que “todo este território reinvente um contrato social com o mundo agro-rural para lá de todas as dicotomias reais e artificiais criadas pela modernidade urbano/industrial e urbano/ rural”. “Esses ministros passaram a ser cúmplices no insucesso de uma política adiada para um desenvolvimento sustentável de Leiria”, sublinha a nota, ao considerar que a “resolução deste crime ambiental é pertinente e, sobretudo, mais do que prioritário”.


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Despesas com medicamentos de idosos comparticipadas com 30 mil euros m Aumento para 150 euros – mais 50 euros - no valor de comparticipação municipal para a população que se encontre em situação de comprovada carência socioeconómica A Câmara da Batalha aprovou 30 mil euros de comparticipação de despesas de medicação referentes a 200 idosos do concelho, em 2021, no âmbito do regulamento do programa de atribuição de comparticipação de medicamentos para a população carenciada com mais de 65 anos. A proposta foi aprovada por unanimidade em reunião do executivo de 25 de janeiro, e significa um aumento para 150 euros –

p Programa de apoio mais abrangente e reforço de verba mais 50 euros - no valor de comparticipação municipal para a população que

se encontre em situação de comprovada carência socioeconómica.

GNR encerra salão de cabeleireiro Um salão de cabeleireiro que se encontrava em funcionamento na Batalha foi encerrado pela GNR, no dia seis de fevereiro por estar a “violar as normas para a contenção da epidemia e redução do risco de contágio da doença Covid-19”. “Na sequência de uma denúncia”, os militares do posto da GNR da Batalha constataram que “no interior do estabelecimento se encontravam duas pessoas, o proprietá-

rio e um cliente”, conta um comunicado divulgado pelo Comando Territorial de Leiria da GNR. “O estabelecimento foi encerrado e foram elaborados dois autos de contraordenação: um ao cliente, por incumprimento do dever geral de recolhimento domiciliário e o outro ao proprietário, por violação da suspensão de atividade prestação de serviços em estabelecimento aberto ao público”, explica o

comunicado. Em resultado das medidas impostas pelo estado de emergência, face à evolução da situação epidemiológica do país, encontram-se suspensas as atividades de comércio a retalho e de prestação de serviços em estabelecimentos abertos ao público, ou de modo itinerante, com exceção das que disponibilizem bens de primeira necessidade ou outros bens considerados essenciais.

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“Desde 2014 que este apoio registou mais de 1.200 candidatura e re-

presenta um investimento de 15 mil euros anuais. Para 2021, iremos duplicar este apoio, em resposta às dificuldades crescentes que a pandemia tem representado para a população mais vulnerável”, explicou o presidente da câmara municipal da Batalha. “Não podemos esquecer todos aqueles que foram relevantes nas nossas vidas e na vida da comunidade, e que agora precisam da colaboração de todos e apoio às suas necessidades”, referiu Paulo Batista Santos, adiantando que “este programa conta com a participação de todas as farmácias do concelho e este ano o apoio será acumulável com outras prestações sociais, designadamente, outros benefícios municipais como o cartão familiar ou o Rendimento

Social de Inserção (RSI), alargando assim a cobertura deste apoio essencial à saúde dos mais idosos”. O programa de atribuição de comparticipação de medicamentos tem como “principal objetivo promover a igualdade social, contribuir para a melhoria da qualidade de vida e saúde, promover a longevidade dos grupos etários mais vulneráveis, proporcionando a possibilidade de aquisição deste bem de primeira necessidade que é a medicação”. As candidaturas estão a decorrer junto do gabinete de desenvolvimento social da câmara municipal. O atendimento aos idosos processa-se por marcação prévia através dos telefones 244769110 e 961385570 ou do e-mail redesocial@ cm-batalha.pt.


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Batalha Opinião

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s A Opinião de André Loureiro Vereador da Educação do Município da Batalha

Investir na educação e na saúde, porquê? Desde 2015 que no Município da Batalha e através da descentralização de competências do Governo para a câmara municipal, as políticas de educação redirecionam o seu foco de atenção para a qualificação das aprendizagens e a melhoria das condições de ensino, seja ao nível dos edifícios escolares ou, mais recentemente, através do reforço de meios informáticos para o ensino à distância. Neste particular, recordo que há cinco anos a nossa escola básica e secundária funcionava em edifícios degradados, telheiros com amianto e cantinas sem condições para cumprir as normas de higienização em vigor. Esse tempo, felizmente, foi ultrapassado e com candidaturas a fundos europeus bem-sucedi-

das, e hoje dispomos de um parque escolar renovado, modernos equipamentos e excelentes condições de ensino. Também neste quadro de competências que o município está a exercer, foi possível lançar novos apoios sociais à natalidade e à frequência da creche, com o reforço de apoios às famílias com filhos, nomeadamente ao nível da comparticipação da mensalidade, dos livros e cadernos escolares no ensino básico e secundário, e ainda apoios financeiros à natalidade, programa que já beneficiou mais de mil agregados familiares. De igual forma, no domínio da saúde, desde o início da pandemia a autarquia da Batalha tem reforçado o apoio e colaboração ao nível da rede de cuidados de

saúde primários (USF da Batalha), bem assim promovendo parcerias com o Centro Hospitalar de Leiria e com outras entidades dos sectores privado e social, no sentido de reforçar os meios e condições de saúde pública. No presente ano de 2021, ao receber novas competências na área da saúde, a câmara municipal irá intervir no Centro de Saúde do Reguengo do Fetal e requalificar o Centro de Saúde da Batalha, garantindo melhores condições de acessibilidade e de segurança naqueles edifícios, projetando ainda um novo centro de saúde e de formação médica na Batalha, a realizar em parceria com a administração de saúde e elegível a fundos comunitários. Esta intervenção de pro-

ximidade tem feito a diferença, principalmente quando o Governo não consegue garantir o apoio em tempo útil, como ainda agora sucedeu com os computadores para as crianças e jovens em idade escolar, situação que foi ultrapassada através da cedência de equipamentos adquiridos pela autarquia a todos os alunos que necessitaram deste apoio para o ensino à distância. Todavia, são conhecidas opiniões muito respeitáveis que desde 2015 são frontalmente contra a opção de o município assumir novas competências nestes domínios, porque entendem que a educação e a saúde são áreas que competem exclusivamente ao Governo. Aliás, por várias ocasiões foram e são questionados os investi-

mentos municipais nestas áreas sociais. Resta saber é como seria hoje possível responder às necessidades urgentes nestes domínios, seja, por exemplo, no apoio ao sector da saúde no combate à pandemia ou na aquisição de meios para o ensino distância, não fosse a intervenção dos municípios. Com a vantagem que na Batalha, diferentemente do que sucede em outros locais, a autarquia é ressarcida das despesas que hoje desenvolve nestas áreas por força da legislação e os contratos que subscritos no âmbito do processo de descentralização. Bem sabemos que tudo mudou nas nossas vidas com a pandemia causada pelo SARS-Cov-2. Mas tal tem de se traduzir também numa mudança radical na nossa relação com os sec-

tores da saúde e da educação. Não podemos deixar que, quando a crise sanitária passar e nos esquecermos dela, a crise económica nos impeça de lembrar a diferença que os municípios e freguesias fizeram na mitigação dos riscos de exclusão derivados da pandemia. Por essa razão e para evitar males maiores no futuro, entendo que é essencial continuar a investir localmente na educação e na saúde do nosso concelho.

s Noticias dos Combatentes

“Há, nos confins da ibéria, um povo que não se governa nem se deixa governar” A frase em título terá sido proferida há mais de 2.000 anos pelo célebre imperador romano Júlio César, referindo-se aos Lusitanos, de quem nós, portugueses, nos reivindicamos como legítimos herdeiros. A ser isto verdade, é extraordinário que, passados dois milénios, continuemos a manter esse ADN praticamente intacto, apesar da miscenização que por este território grassou, quer com os romanos quer com outros conquistadores que se seguiram, designadamente os visigodos e os árabes! Com efeito, sem que necessitemos de recuar muito no tempo, basta atermo-nos ao nosso comportamento perante a pandemia que nos assola, para concluirmos que continuamos a não nos sabermos governar, nem a aceitar que terceiros nos governem.

Perante tal cenário, quase somos levados a concluir que a única fórmula capaz de nos manter na “linha” é o autoritarismo e a repressão, como ocorreu ao longo de quase toda a nossa história, com as sucessivas monarquias absolutistas. Quando, a estas, no 2º quartel do século XIX, sucedeu o liberalismo, a criação dos partidos políticos e o parlamentarismo, começou a anarquia e o descalabro, que só terminou pela força de uma ditadura de 48 anos, que substituiu a 1ª república (1910-1926). Tal ditadura caiu em 1974 e, quando seria de esperar que “os ventos da história” nos tivessem ensinado o suficiente para vivermos em democracia com civilidade, tolerância e respeito pelos outros, infelizmente, não é isso que tem acontecido nestes já quase 47 anos decorridos; bem pelo

contrário: a “chico espertice”, o insulto gratuito, a revanche, a inveja, a provocação, a irresponsabilidade e tantos outros defeitos do ser humano, parece ser o que mais ressalta no seio da nossa sociedade, conforme os exemplos com que todos os dias somos confrontados, até nestes tempos de pandemia, que mata centenas de portugueses diariamente, sabe-se lá quantos destes devido a tais comportamentos. Em suma: não só continuamos a “honrar” os nossos antepassados lusitanos, como até há muito que os suplantámos, dadas as tais “qualidades” atrás enunciadas que, entretanto, adquirimos. Mas não nos ficamos por aqui! Com efeito, se esta questão de não nos governarmos nem deixarmos governar tem a ver com o tal ADN herdado, este parece

ainda ter-nos dado determinadas e especiais características, designadamente de uma rara estirpe de clarividência e inteligência, únicas entre os povos que habitam o planeta Terra. Se não, vejamos dois ou três exemplos: 1 – No futebol português, os milhões de adeptos da modalidade, além de quase todos fanáticos irracionais do seu clube favorito, são também os maiores experts na matéria, quanto a metodologias do treino, superando largamente, nas táticas e na técnica, qualquer treinador, seja de que equipa for; 2 – Na política e arte da governação, quase todos sabem mais que os que exercem o mister. Aliás, para os nossos milhões de experts, que são quase todos menos os que estão nesse exercício, os termos “político” e “governante”, são si-

nónimos de incompetente e corrupto. Todavia, dá-se aqui um paradoxo, quando tais sumidades não têm qualquer problema em reeleger políticos efetivamente corruptos, já julgados e condenados pela justiça, com argumentos de pasmar: tais políticos “governaram-se”, mas também fizeram “obra”; isto como se tal “obra” tivesse sido custeada por estes! 3 – Finalmente, a pandemia veio revelar-nos outra extraordinária faceta de milhões de portugueses! Também sabem muito mais de medicina que qualquer profissional da área, incluindo virologistas, epidemiologistas e afins, pois se não fosse a “incompetência” de toda esta “gentalha” provavelmente nem a pandemia, sequer, cá tinha chegado. E, então, relativamente, às atuais ministra da saúde e direto-

NCB

ra-geral da DGS (isto para já não falar no “monhé” e no “celinho” …), para toda esta miríade de iluminados estamos perante o supra sumo da incompetência e nós, portugueses, temos tido tanto azar que a “velha” até apanhou o vírus e, para nossa desdita, nem este foi capaz de lhe “limpar o cebo”. O responsável pelo conteúdo deste artigo só tem de se curvar reverencialmente, perante tantos e tão “sapientes” concidadãos! Mas, não raro, assalta-o uma dúvida: como é que esta ditosa pátria portuguesa, que tais filhos tem, ainda continua na cauda da Europa, em termos de desenvolvimento económico e social, literacia, riqueza média “per capita”, etc., etc.? Por favor, caríssimos, não deixem que o bicho vos apanhe antes de serem vacinados!


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Fatura mais baixa para consumos médios mensais da água m O valor apurado para o custo médio mensal para a água situa-se em 9,24 euros/ mês, O Município da Batalha apresenta a fatura mais baixa para consumos médios mensais da água, saneamento e resíduos sólidos urbanos, para consumos de 10m3 e de 15m3, segundo um estudo comparativo publicado este mês pela Associação de Defesa do Consumidor (DECO Proteste). O estudo resulta da avaliação do custo para as famílias destes serviços essenciais, representando na prática um comparador público que permite aos cidadãos avaliar os encargos mensais e identificar a diferença de valores entre cada município do país. No caso do Município da

p Fonte do Mosteiro da Batalha, ícone do concelho Batalha, o valor apurado para o custo médio mensal para a água situa-se em 9,24 euros/mês, valor que contrasta, por exemplo, com o cobrado no Município da Trofa de 22,11 euros/mês.

A ferramenta disponibilizada na Internet pela DECO Proteste apresenta as tarifas, por município, divididas em consumos médios anuais de 120 e 180 metros cúbicos de água, elencando a existência de

tarifários com condições especiais, designadamente para famílias numerosas e famílias em situações de vulnerabilidade social e com carência económica. “O comparador agora tornado público pela

DECO Proteste vem confirmar a opção de estabilidade tarifária que o município acordou com a concessionária em 2014, em que a eficiência das redes conseguida nos últimos anos, com perdas inferio-

res a 20%, fosse integralmente aplicada na redução da tarifa da água e nas demais componentes da fatura cobrada aos consumidores”, destaca o presidente da autarquia. Na perspetiva de Paulo Batista Santos, “o investimento realizado pelas Águas do Lena, está a permitir ganhos de eficiência na rede de abastecimento e respetivas poupanças económicas, estando estas a ser refletidas na manutenção da fatura a pagar pelos consumidores e não em receita direta para o município”. O Município da Batalha, segundo os dados de 2019 publicados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), regista o indicador de concelho com água 100% segura e de qualidade para o consumo humano.


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Jornal da Batalha

fevereiro 2021

Saúde Vacinação contra a Covid-19 – a luz ao fundo do túnel? A pandemia Covid-19 foi decretada pela Organização Mundial de Saúde a 11 de março de 2020. Ao longo do ano, a investigação sobre o novo coronavírus teve prioridade sobre muitas outras, as farmacêuticas fizeram grandes investimentos, as burocracias que tornavam este processo moroso foram agilizadas, e houve muitos voluntários para os estudos. Isto permitiu que hoje, quase um ano depois, esteja finalmente a decorrer o processo de vacinação. A maioria dos infetados com Covid-19 apresenta doença ligeira. Contudo, cerca de 15% apresenta doença grave, e 5% necessitará de

internamento em unidade de cuidados intensivos. E é aqui que reside a importância da vacinação contra a Covid-19. Com a vacina pretende-se não só prevenir a infeção pelo novo coronavírus, mas também prevenir a doença grave e as suas consequências, de forma a que os sistemas de saúde consigam ter uma maior capacidade de resposta nestas situações. A vacina prepara o sistema imunitário para reconhecer o vírus e desta forma protege a pessoa quando exposta ao vírus. Contudo, não se sabe ainda quanto tempo dura a imunidade conferida pela mesma. Em Portugal a vacinação

iniciou-se com a vacina da BioNTech-Pfizer, com duas doses. A vacinação é gratuita e tem sido administrada faseadamente a grupos prioritários. Será alargada à restante população quando houver um maior número de vacinas disponíveis. Não é possível efetuar

agendamento para a vacinação, devendo aguardar contacto por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No caso de não ser seguido no SNS, deverá fazer a inscrição através de um formulário online, disponível em https://covid19.min-saude.pt/ vacinacao/

Não devem ser vacinadas pessoas com sintomas sugestivos de Covid-19, pessoas infetadas ou em isolamento profilático e pessoas com doença aguda grave, até à resolução da respetiva situação. Mulheres a amamentar podem fazer a vacina, e pessoas que já tenham tido Covid-19 também o poderão fazer, tendo prioridade quem ainda não foi infetado. No caso de crianças e grávidas, não existem dados para recomendar a sua vacinação. Quanto aos efeitos adversos, para já não parecem diferir dos habitualmente causados por outras vacinas. Os mais comuns consistem em dor no local da injeção, can-

saço, dores de cabeça, musculares e articulares, arrepios e eventualmente febre. Para garantir uma atuação rápida nos casos de reação alérgica grave existe um período de vigilância de pelo menos 30 minutos após a vacinação. Esperemos que esta seja a luz ao fundo do túnel que há tanto aguardamos. Entretanto, é nossa obrigação manter as medidas de segurança – por nós, pelos que nos rodeiam, e pela sobrevivência do nosso sistema de saúde. Cristiana Miguel Médica Interna - USF Condestável, Batalha

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã

Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


Jornal da Batalha

Saúde Batalha

fevereiro 2021

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Antibioterapia. Da farmacologia à terapêutica: o melhor uso possível

Carlos Capela MD, PhD

Conhecemos hoje, melhor do que nunca, a população microbiológica associada aos doentes com infeção que tratamos na medicina interna. Para isto contribui uma crescente capacidade laboratorial para a sua identificação e pela consciência da necessidade do conhecimento – para cada realidade epidemiológica – do seu padrão de

sensibilidade/resistências aos antibióticos. Esse mesmo conhecimento coloca-nos hoje em alerta para a emergência de microorganismos cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis, colocando novos desafios na prevenção e tratamento da infeção. A Organização Mundial de Saúde determinou desde recentemente entre as 10 ameaças mais relevantes à saúde mundial, a emergência das resistências aos antibióticos. Um dos fatores mais relevantes para a emergência dessas resistências é a utilização excessiva de antibióticos, seja a nível do uso humano, seja a nível da indústria de produção animal. Este impacto não se verifica apenas nas infeções complexas tratadas a nível

hospitalar, mas também nas infeções tratadas em ambulatório como a traqueobronquite aguda bacteriana ou pneumonia; infeções do trato urinário, entre outras. No caso particular das infeções urinárias da comunidade/ ou tratáveis na comunidade, todos assistimos à emergência de microorganismos bacilos Gram negativo de resistências acrescidas, nomeadamente com produção de beta-lactamases de espectro alargado (ESBL). Os mesmos constituem um extremo desafio em considerar se são efetivamente agentes patogénicos daquela infeção; e a escolha de uma antibioterapia empírica eficaz é de considerável complexidade. Com a entrada lenta de novos antibióticos capazes de superar o ritmo de emer-

gência destes microorganismos multirresistentes, há hoje o entendimento que devemos utilizar melhor as “velhas” armas antibióticas. Nesse sentido, deve-se fazer uso optimizado das suas características farmacocinéticas/farmacodinâmicas; utilizar programas de descalação antibiótica e esclarecer melhor o perfil e o “rótulo” de reações adversas – nomeadamente das alergias reportadas pelos doentes – não excluindo à partida as boas opções – como é o caso mais frequente dos beta-lactâmicos. Ainda assim, o Infarmed I.P. aprovou nos últimos tempos, para uso hospitalar e após avaliação favorável de custo-eficácia, novos antibióticos que vale a pena conhecer: ceftazidima-avibactam para o tratamento de infeções por

bactérias aeróbias Gram negativo com alternativas limitadas; ceftazolano-tazobactam em alternativa à piperacilina-tazobactam; ou a fidaxomicina no tratamento de infeções por Clostridium difficile em alternativa à vancomicina. A antibioterapia em cada situação é assim frequentemente revista, nas suas indicações, formas de administração (oral versus parentérica; bólus versus perfusão), tempo de administração e posologia. Fundamenta-se hoje a adaptação fármaco-prescrição individualizada a cada doente; com as suas morbilidades, com a sua infeção e microrganismo causador, associado a concentrações inibitórias mínimas específicas e variáveis da bactéria em causa. Isto deve levar em conta a me-

lhor ou pior performance nos processos de absorção, distribuição e eliminação do doente, que são mutáveis ao longo do processo da doença infeciosa aguda – fazendo variar os volumes de distribuição dos fármacos. Estas exigências aconselham, à imagem de outras áreas da terapêutica, atualização técnico-científica permanente. A Medicina Interna é uma das especialidades que lida frequentemente com doentes e doenças complexas, e por isso é-nos exigida a adequação terapêutica individual optimizada nestes contextos, para daí retirarmos o benefício para o doente contribuindo ao mesmo tempo para o melhor controlo global das resistências aos antibióticos.

A diabetes é a principal causa de cegueira

Edite Nascimento Especialista em Medicina Interna/ Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da SPMI

No dia 14 de novembro celebra-se anualmente o dia Mundial da Diabetes. Desde 1991 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Federação Internacional da Diabetes (IDF) comemoram esta data. Segundo os dados desta Federação, referentes a 2019 e em todo o mundo, 463 milhões de pessoas adultas (entre os 20 e 79 anos de idade) têm diabetes. Estima-se que este número atingirá os 700 milhões em 2045. Em 2019 uma em cada 5 pessoas com mais de 65 anos sofria desta doença, tendo

sido responsável por 4.2 milhões de mortes. O mesmo relatório refere que mais de 1.1 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo vive com diabetes tipo 1, e mais de 20 milhões de nascimentos têm uma história prévia de diabetes na gravidez. Em Portugal, e segundo os dados do Observatório Nacional da Diabetes, mais de um milhão de pessoas têm diabetes (13.6% da população entre os 20 e os 79 anos de idade). Destas aproximadamente um terço está por diagnosticar e dois milhões têm risco elevado de vir a ter a doença no futuro. Estes números não param de crescer, refletindo o impacto que a maior longevidade, associada a estilos de vida cada vez mais sedentários e maus hábitos alimentares, tem na prevalência desta doença. As implicações sociais e económicas são enormes, consumindo a diabetes e as suas complicações uma fatia significativa do orçamento anual para a saúde.

Em Portugal, a diabetes ainda é a principal causa de cegueira, de amputações não traumáticas dos membros inferiores e de doença renal crónica com necessidade de hemodiálise. O Programa Nacional para a Diabetes, foi classificado como prioritário pela Direção Geral da Saúde. A diabetes mellitus tipo 2 é uma doença que pode ser prevenida se todos contribuirmos, com alterações profundas do estilo de vida ou seja adotando hábitos alimentares saudáveis e praticando regularmente exercício físico. Perante esta realidade, em 2007 a Organização das Nações Unidas (ONU), através da sua resolução (61/225) associou-se a esta causa elegendo o dia 14 de novembro como o Dia Mundial da Diabetes. Como símbolo foi escolhido um círculo de cor azul. O círculo nas diferentes culturas simboliza a vida e a saúde. A cor azul (a mesma da bandeira da ONU) simboliza a união

de todas nações. O círculo azul pretende assim simbolizar a união para a resposta à (também) pandemia da diabetes. A escolha deste dia do ano, constitui uma homenagem a Frederick Banting, nascido a 14 de novembro de 1891. Este investigador, em parceria com Charles Best e após anos de trabalho, anunciaram a descoberta da insulina em 1921, tendo o primeiro doente sido tratado logo no ano

seguinte. Esta façanha valeu-lhes a atribuição do Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1923. Em 2020 o tema de destaque escolhido pela IFD para o dia Mundial da Diabetes é: “Os (as) Enfermeiros (as) fazem a diferença na diabetes”. A campanha centra-se no papel fundamental que os profissionais de enfermagem desenvolvem nos vários locais, na prevenção e tratamento da diabetes. Apesar da preocupação

de todos estar compreensivelmente virada para a pandemia Covid-19, não podemos deixar de alertar também para a pandemia da diabetes como um problema nacional e mundial de saúde pública. A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e o seu Núcleo de Estudos da Diabetes associa-se a esta causa, e desde há longa data que trabalha em prol de mais e melhores cuidados para as pessoas com diabetes em Portugal.

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ª ª ª


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Batalha Cultura

fevereiro 2021

Jornal da Batalha

Cultura

m Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram uma quebra de 73,1% de visitantes em 2020, notando-se na Batalha uma descida de 2,79% acima da média nacional Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram uma quebra de 73,1% de visitantes em 2020, notando-se no Mosteiro da Batalha uma descida de 2,79% acima da média nacional em relação a 2019, revelou Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). Os dados divulgados pela DGPC indicam que o conjunto de 25 museus, monumentos e palácios tutelados recebeu um total de 1.295.528 visitantes no ano passado, face aos 4.817.927 visitantes de 2019, descida que revela

o impacto da pandemia de Covid-19. No ano passado, 5.101 pessoas visitaram, em média, diariamente, os museus, monumentos e palácios nacionais, quando, em 2019, esse número foi de 15.745 entradas diárias. O Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, liderou os mais visitados, com 234.007, seguindo-se o Palácio Nacional de Mafra com 129.995 entradas, a Torre de Belém, também na capital, com 128.785, o Convento de Cristo, em Tomar, com 113.783 visitantes e o Mosteiro da Batalha com 100.427. Seguiram-se o Museu Nacional de Arqueologia, também em Lisboa, com 74.646 visitantes, o Mosteiro de Alcobaça, com 67.026, o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, com 61.869, o Museu Nacional de Arte Antiga, igualmente na capital, com 58.052 e o Museu Nacional do Azule-

jo, também em Lisboa, com 49.635. A evolução do número de visitantes começou por registar uma subida no início deste ano, em janeiro e fevereiro, respetivamente, com um aumento de 5,6% em janeiro, num total de 259.662 entradas no conjunto dos espaços tutelados e aumento de 6,6% em fevereiro, com um total de 289.169. No entanto, com a pandemia, e a determinação do Estado de Emergência no país e o consequente encerramento dos 17 museus, dois palácios e seis monumentos, março já registou uma quebra de 74,8% (96.016 entradas. Com os espaços encerrados, em abril registaram-se zero entradas, enquanto no ano anterior, no mesmo mês, as visitas ascenderam a 466.448. Após a reabertura, a 18 de maio - Dia Internacional dos Museus - o impacto negativo

Foto: Bronisław Drozka © Pixabay

Pandemia retira ao Mosteiro da Batalha liderança em visitantes fora de Lisboa

p O Mosteiro da Batalha recebeu 100.427 visitantes no ano passado continuou a fazer-se sentir, com uma quebra de 97,6%, e um total de 12.407 visitantes até ao final desse mês. Em junho, com a reabertura em pleno, essa descida

atenuou-se para 89,1%, tendo esse mês registado um total de 47.227 entradas. Ainda segundo a DGPC, esta quebra de 89,1% em junho representa ainda uma

descida de quase 70% nos visitantes estrangeiros, que têm um peso significativo em muitos museus nacionais, sobretudo em Lisboa (Agência Lusa).

Entradas nos monumentos e museus nacionais 2014

2015

2019

2020

Mjerónimos

807 845

943 833

1 080 902

2016

1 167 114

2017

1 079 459

2018

1 096 283

234 007

2020 vs 2019 -862 276

2020 vs 2019 % -78,65%

915 635

TMA

6 409 443

Total

Evolução 2014 vs 2020 -71,03%

PNMafra

274 255

301 461

327 563

377 961

340 695

360 845

129 995

-230 850

-63,97%

301 825

2 112 775

-52,60%

TBelém

530 903

607 838

685 694

587 363

450 546

427 235

128 785

-298 450

-69,86%

488 338

3 418 364

-75,74%

CCristo

209 294

254 313

295 808

354 763

348 510

365 379

113 783

113 783

-68,86%

277 407

1 941 850

-45,63%

MBatalha

300 565

330 047

396 423

492 045

407 950

416 793

100 427

-316 366

-75,90%

349 179

2 444 250

-66,59%

MNArqueologia

103 068

109 895

146 955

167 610

186 189

263 650

74 646

-189 004

-71,69%

150 288

1 052 013

-27,58%

MAlcobaça MNRLiberdade Peniche MNAAntiga

187 499

198 406

226 516

260 429

221 685

219 945

67 026

-152 919

-69,53%

197 358

1 381 506

-64,25%

0

0

0

0

0

132 556

61 869

-70 687

-53,33%

27 775

194 425

0,00%

221 675

163 788

175 578

212 304

153 615

150 777

58 052

-92 725

-61,50%

162 256

1 135 789

-73,81%

MNAzulejo

115 515

132 716

160 557

193 444

219 420

233 595

49 635

-183 960

-78,75%

157 840

1 104 882

-57,03%

MMConímbriga

85 075

87 659

91 797

100 441

106 378

100 083

41 940

-58 143

-58,09%

87 625

613 373

-50,70%

MNMCastro

62 301

77 059

110 568

108 483

119 082

149 626

39 333

-110 293

-73,71%

95 207

666 452

-36,87%

PanteãoN

89 629

100 714

120 731

149 931

165 049

171 308

38 235

-133 073

-77,68%

119 371

835 597

-57,34%

PNAjuda

53 534

67 645

69 913

126 240

106 919

114 164

31 301

-82 863

-72,58%

81 388

569 716

-41,53%

MNGVasco

80 241

86 371

114 568

84 275

57 862

66 026

28 132

-37 894

-57,39%

73 925

517 475

-64,94%

MNCoches

206 887

346 718

382 593

350 239

320 027

317 201

26 869

-290 332

-91,53%

278 648

1 950 534

-87,01%

MNAC-MChiado

41 960

51 354

51 992

88 158

54 921

63 343

18 526

-44 817

-70,75%

52 893

370 254

-55,85%

MNTraje

43 218

44 494

44 543

44 055

37 493

34 597

17 873

-16 724

-48,34%

38 039

266 273

-58,64%

0

0

0

0

0

0

9 911

9 911

0,00%

1 416

9 911

0,00%

MNTDança

50 351

39 199

39 628

36 115

27 225

25 246

7 146

-18 100

-71,69%

32 130

224 910

-85,81%

MNSReis

50 348

54 407

98 694

68 450

65 914

60 163

6 287

-53 876

-89,55%

57 752

404 263

-87,51%

MNEtnologia

12 802

15 397

19 587

31 402

19 923

10 971

4 303

-6 668

-60,78%

16 341

114 385

-66,39%

MNMúsica

11 965

14 075

14 859

14 339

16 043

17 321

3 903

-13 418

-77,47%

13 215

92 505

-67,38%

CMAGonçalves

10 854

9 124

9 557

10 462

3 026

5 076

2 302

-2 774

-54,65%

7 200

50 401

-78,79%

MAPopular

18 120

15 354

17 751

46 643

169 476

15 744

1 242

-14 502

-92,11%

40 619

284 330

-93,15%

3 567 904

4 051 867

4 682 777

5 072 266

4 677 407

4 817 927

1 295 528

-3 157 020

-73,11%

4 023 668

28 165 676

-63,69%

MNFMCenáculo

TOTAL

Fonte: DGPC | TMA: Taxa Média Anual


Jornal da Batalha

Cultura Batalha

fevereiro 2021

19

Concelho recebe espetáculos para promover património da humanidade m As ações a realizar contemplam seminários, atividades culturais e exposições, com uma dotação aprovada de 300 mil euros A candidatura “Lugares Património Mundial do Centro – Rede Cultural 2.0”, submetida pelo Município da Batalha à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) foi aprovada, permitindo, assim, a concretização de um programa cultural em rede, a executar até julho de 2022 em parceria com os municípios de Tomar, Coimbra e Alcobaça. As ações a realizar contemplam seminários, atividades culturais e exposições, com uma dotação aprovada de 300 mil euros. Na Batalha

destacam-se diversos espetáculos de fado, um concerto itinerante com a participação de filarmónicas, o grupo de música tradicional Ahkorda e Quinta do Bill e o “Festival à Janela” a realizar nas freguesias com transmissão online. O principal objetivo é concretizar um programa integrado de valorização cultural e turística, combinando os recursos localizados na região Centro e inscritos na lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO, designadamente o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro da Batalha e a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia. Os objetivos da candidatura encontram-se em conformidade com a estratégia do Turismo do Centro e com as prioridades de investimento previstas no Programa Ope-

p Na Batalha destacam-se diversos espetáculos racional Regional do Centro 2014-2020, com o intuito de incrementar o Turismo Cultural, manter o emprego e alargar os potenciais beneficiários e a captação de fluxos turísticos. A iniciativa “Lugares Pa-

Recolha seletiva de resíduos aumentou 4%

p Pandemia afetou recolha seletiva A empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos em 174 municípios de Portugal e de 60% da população Portuguesa, registou em 2020 um aumento na recolha seletiva de 4% face a 2019, um aumento que contrasta com o decréscimo da produção total de resíduos de -5%. Em fevereiro de 2020, antes dos efeitos da pandemia, a recolha seletiva crescia

19% face ao período homólogo e tudo indicava que seria um ano de crescimentos acentuados, reflexo do investimento feito pela a egf (grupo Mota-Engil/Urbaser) na recolha seletiva e em campanhas junto da população. “No entanto, com a pandemia e por força das consequências na atividade das empresas e das alterações no comportamento das pes-

soas, os números registados são inferiores à expectativa inicial, mas são mesmo assim positivos, devido à adesão da população às campanhas de sensibilização da EGF, dando apoio à participação efetiva e crescente dos cidadãos aos hábitos de reciclar”, refere a empresa em comunicado. A EGF destaca “o excelente desempenho na recolha de recicláveis das empresas Amarsul, Suldouro e Resinorte com crescimentos superiores a 16% em comparação ao período homólogo, e, em sentido inverso, as empresas Valorsul e Algar, muito afetadas pela ausência de turismo e fecho do comércio” Esta informação representa os dados consolidados de 11 concessionárias, distribuídas de norte a sul do país, relativas ao ano de 2020 e que ilustram o comportamento de 60% da população portuguesa.

trimónio Mundial do Centro – Rede Cultural 2.0” surge como continuidade do projeto aprovado em 2017, então designado “Lugares Património Mundial do Centro” e liderado pela Entidade Regional do Turismo do Cen-

tro, que concretizou dezenas de iniciativas nos monumentos e lugares património da humanidade do centro. “A lógica de rede e de parceria entre os municípios envolvidos nesta operação traduzir-se-á no cumprimento

dos indicadores previstos e que visam o aumento do número de visitantes aos lugares património da humanidade, objetivo essencial nesta fase de pós-pandemia”, refere o presidente do município, Paulo Batista Santos.


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Jornal da Batalha

Património

Nos 58 anos do Rancho Folclórico Rosas do Lena Jesus Renasce todos os anos no meu coração este Deus meigo e fraterno, e todos os anos O julgo e condeno à minha dimensão. Jesus, como Te recebo e albergo se no templo que concebo só cabe um deus pagão?

Tem sido o Folclore, agregando centenas de grupos e muitos milhares de pessoas de todas as idades, o único movimento cultural a tentar preservar as distinções do Povo Português. Um desses grupos com sede numa aldeia, a Rebolaria, da freguesia e do concelho da Batalha, completa neste mês de Fevereiro cinquenta e oito anos de actividade intensa, muitas vezes original e sempre resultante duma boa administração e dum trabalho aturado e sacrificado. Criado a partir duma marcha carnavalesca em breve se transformou num rancho folclórico, mercê da intervenção do Mestre António Pereira Marques e do Engenheiro Adriano Luís Meneses Monteiro. Ao longo dos anos, foram seus presidentes o referido engenheiro e o Mestre Marques, a que sucederam Adriano Nazário e Fernando Augusto, voltando depois a assumir o cargo o Mestre Marques, também por largos anos seu ensaiador e orientador. Seguiram-se na presidência do agrupamento Rui Manuel de Sousa Pinheiro, José Luís Jordão Vieira Ruivo, Fernando José Moreira da Silva Ribeiro, de novo José Luís Ruivo, Armindo Carvalho Pina e Moura e pela

terceira vez José Luís Ruivo. Já nos finais do século XX e princípios deste século, ocupou o cargo Cecília Calé Gaspar e desde Janeiro de 2009 e até hoje José António Vieira Bagagem, que completou em 16 de Janeiro 12 anos à frente do grupo, encontrando-se já no sétimo mandato. Além do Mestre António Marques, de inesquecível memória, têm ensaiado o Rosas do Lena, José Luís Vieira Ruivo, José António Bagagem e Manuel Gregório Vicente Moreira, sendo regente da tocata, e neste caso continuador do saudoso Vergílio Pereira, Joaquim Moreira Ruivo. Como já se disse, José António Bagagem preside à direcção secundado pelo vice-presidente Nelson Silva Grosso, à assembleia geral preside Joaquim Ruivo e ao conselho fiscal Rui Soares Baptista. O historial do agrupamento é notável pela quantidade e qualidade das acções desenvolvidas, muitas extraordinariamente originais, e pela obra erguida. Começando por esta, o Rosas do Lena possui um património, invulgar nas

associações, desde a sede, construída de raiz, que engloba vasto espaço para ensaios, dormitórios para receber grupos estrangeiros, balneários, cozinha e diversas arrecadações; um palheiro reconstruído e adaptado, no piso superior com sala para reuniões e gabinete de trabalho dos corpos gerentes e no rés-do-chão com um espaço para pequenas exposições, a biblioteca etnográfica, das raras existentes no País, neste momento a ser remodelada e aperfeiçoada, e ainda uma taberna típica. Estes dois edifícios são cercados por terrenos do agrupamento a oeste onde há diversas arrecadações e uma autêntica praça onde se realizam algumas das suas actividades. Completando este património, noutro ponto da aldeia, nas proximidades da capela de Santo António, fundou o Rancho um museu etnográfico (Museu Etnográfico da Alta Estremadura/Casa da Madalena), num edifício setecentista/oitocentista, em parte doado e em parte comprado. No primeiro andar reconstituiu na parte mais

antiga a casa rural estremenha, com casa de fora, quarto, cozinha e casa do tear. Na cozinha revela, num painel, as paredes interiores de carrisca (casca de pinheiro). Na parte mais recente do edifício, expõe uma vasta colecção de miniaturas etnográficas, além de instrumentos musicais em tamanho natural, de fotografias do século XX, gravuras do século XIX e quadros de artistas da região. Deste espaço passa-se para outro onde reconstituiu uma sala de aulas da antiga Escola Primária. Mais duas paredes são reveladas em painéis: a de tijoleira e a de tabique. No sótão, sua arrecadação geral, mostra os trajos da recolha original que serviram de modelo aos usados pelo agrupamento. No rés-do-chão tem a exposição de alfaias agrícolas. No pátio, o forno, uma picota e o poço. Federado desde o início da Federação do Folclore Português, participou praticamente em todos os grandes festivais nacionais e internacionais que se realizam no nosso País, incluindo duas des-

locações a S. Miguel, Açores. Entre outras actuações marcantes, participou na Expo 98, na “Guimarães, Capital Europeia da Cultura”, a bordo por duas vezes do transatlântico grego “Golden Odissay” surto no Tejo. São mais de três dezenas as suas actuações no estrangeiro, sempre em grandes festivais, nomeadamente na Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovénia, Eslováquia, Espanha (6 vezes), Estónia, França (8 vezes), Holanda, Hungria, Itália (duas vezes: Sicília e Sardenha), Lituânia, Polónia (2 vezes), Rússia, Sérvia e Ucrânia. Criou o interessante espectáculo etnográfico “A Batalha a Cantar e a Dançar, da Quaresma a Santo António” que apresentou em diversos sítios, nomeadamente no Teatro da Trindade, em Lisboa, e em teatros de Viana do Castelo, de Viseu e de Faro. O seu desempenho mereceu um prémio do INATEL. Criou e impulsionou as Galas Internacionais de Folclore da Batalha, o FESTIBATALHA, “As Tardes na Ponte da Boitaca”, os Encontros Nacionais de

Cantadores e de Tocadores de Instrumentos Tradicionais, a “Adiafa da Cultura”, as exposições temáticas “O Museu desceu à Vila”, o “Museu ao Vivo”, as demonstrações das curas e mezinhas populares, entre outras manifestações culturais. Orientada pelo mestre Joaquim Moreira Ruivo, tem tido em funcionamento (agora interrompido pela tragédia da pandemia) a Escola de Harmónio e Concertinas. O agrupamento foi diversas vezes galardoado pela Câmara Municipal da Batalha, pela antiga Região de Turismo “Rota do Sol” de Leiria e pelo INATEL. Tem diversos discos gravados desde 1967 e CDs, além de um DVD. Uma das suas iniciativas marcantes, neste caso tentando manter valiosas tradições religiosas populares, tem sido os Cânticos da Quaresma, infelizmente também interrompida no ano transacto.

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (214)


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Pandemia reduziu peregrinos para 1,4 milhões mas fez disparar seguidores na Internet m O Santuário de Fátima tem no Facebook 1.247.822 seguidores e no Youtube 192 mil subscritores O Santuário de Fátima recebeu 1.403.197 peregrinos em 4.384 celebrações no ano passado, marcado pela pandemia e pelos desafios de procurar caminhos de contacto com os peregrinos, impossibilitados de visitar o “Altar do Mundo”. O número próximo daqueles que acompanharam as celebrações nos dois canais digitais - Facebook e Youtube – que o santuário promoveu para levar Fátima junto dos que não puderam fazer a sua peregrinação devido à pandemia. “E a adesão, em todo o mundo, não poderia ser mais interpeladora: o Facebook tem 1.247.822 seguidores (mais 247.822 que no início da pandemia) e no Youtube, canal onde se registou a subida mais significativa, para 192 mil subscritores (mais 127 mil que no inicio de 2020)”, refere o santuário em comunicado. Em comum estes números - de peregrinos presenciais e peregrinos virtuais - têm a língua falada: na sua esmagadora maioria são portugueses ou falantes de língua portuguesa os que visitaram o santuário em 2020 e os que mais o seguem nas redes sociais, com particular destaque para o Brasil. Entre janeiro e 13 de março, dia em que foram suspensas as celebrações com a presença de peregrinos, o santuário registou a presença de 341.537 peregrinos participantes, em 1.450 celebrações. Abril foi o pior mês na história do santuário com 444 participantes nas 119 celebrações sem assembleia, que apenas contaram com os intervenientes na liturgia: leitores, cantores e acólitos, núme-

p Houve celebrações pela primeira vez sem peregrinos ro total de participantes. Entre 30 de maio e 30 de setembro 851.985 peregrinos participaram nas 1.788 celebrações na Cova da Iria. Só em agosto, de longe o mês com mais peregrinos em 2020, participaram nas 448 celebrações 383.293 peregrinos, quase todos portugueses ou da diáspora portuguesa. A s duas ex posições temporárias- “Vestida de Branco- Exposição temporária sobre a primeira Imagem de Nossa Senhora de Fátima” e “Os Rostos de Fátima- fisionomias de uma paisagem espiritual” -, registaram 83.157 visitas; as casas dos santos Francisco e Jacinta Marto, e de Lúcia de Jesus, 127.765 visitantes, apesar destes espaços de memória terem estado encerrados entre 14 de março e 19 de maio. Se, nos primeiros dias de janeiro de 2020, a página do Santuário de Fátima no Facebook assinalava o marco de um milhão de seguidores, no final deste ano atípico, este valor já se cifrava acima de 1,2 milhão, o que corresponde a um aumento de 20% no número de seguidores: “um crescimento assinalável, se tivermos em linha de comparação o aumento de 12% registado no ano anterior”. Entre março e dezembro de 2020, a cada dia, a presença do Santuário de Fátima passou a ser

acompanhada por mais 275 pessoas. Para este aumento no número de seguidores contribuiu o início da transmissão em direto das principais celebrações diárias do Santuário de Fátima, uma novidade que resultou num aumento na ordem dos 700% do número de minutos visualizados. Se, em período homónimo de 2019, foram visualizados na página do Facebook cerca de 8 milhões de minutos em vídeo, neste último ano atingiu-se os 67 milhões de minutos visualizados, o que corresponde a 1,1 milhão de horas e mais de 18 mil dias de visualizações. Se dividirmos este valor pelos cerca de 120 minutos de transmissões diárias destes canais, conclui-se que as celebrações terão sido seguidas diariamente por mais nove mil pessoas, em média. Neste ano de 2020, o pico de audiência aconteceu nos dias 12 e 13 de maio, durante a transmissão das celebrações da Peregrinação Internacional Aniversaria de Maio, que foi celebrada, pela primeira vez na história de Fátima, sem a presença de peregrinos na Cova da Iria. Só nestes dois dias foram visualizados 4,6 milhões de minutos pelos seguidores da página, que originaram quase um milhão de interações e mais 45 mil

novos seguidores. Na Peregrinação Aniversaria de Outubro regista-se o outro pico de audiência, com 1,5 milhão de minutos visualizados, 230 mil interações e 5 mil novos seguidores.

O Santuário de Fátima consolidou, também, a sua presença no Youtube, com mais transmissões e vídeos partilhados, aumentando exponencialmente o número de seguidores.

Durante o período em análise subscreveram o canal mais 124 mil pessoas, sendo atualmente seguido por mais de 192 mil subscritores, o que representa um aumento de quase 300% face aos 65 mil internautas que acompanhavam este canal a 1 de janeiro de 2020. A cada dia de 2020, 340 novas pessoas passaram a seguir celebrações da Cova da Iria. Nos 365 dias de 2020, o canal de Youtube do Santuário de Fátima teve 12,7 milhões de visualizações, o que correspondeu a 4,3 milhões de horas visualizadas (cerca de 12 mil horas por dia), com uma duração média por visualização de 20 minutos. Este valor corresponde a um aumento de cerca de 300% em relação ao período igual do ano anterior (2019).


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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Empresas do concelho doam 10 mil euros ao centro hospitalar mPara a aquisição de dez monitores de sinais vitais, que reforçarão o tratamento Covid-19 As empresas Cimalha e Ecomais doaram dez mil euros ao Centro Hospitalar de Leiria (CHL) para a aquisição de dez monitores de sinais vitais, que reforçarão o tratamento Covid-19, nomeadamente a ala A do terceiro piso do serviço de medicina interna, na torre nascente do Hospital de Santo André (HSA), e os cuidados intermédios da UCAP – Unidade de Cuidados Agudos Polivalente. “Congratulo-me com este gesto de solidariedade da Cimalha e da Ecomais, que permite reforçar o equipamento médico em duas áreas de tratamento

Covid-19”, disse o presidente do Conselho de Administração do CHL, Licínio de Carvalho. “Estas doações, que temos vindo a receber de várias empresas, entidades e da sociedade civil, fazem toda a diferença no nosso trabalho diário, pois contribuem para que continuemos a dar resposta na prestação de cuidados de saúde aos nossos utentes, num período de pandemia”, acrescentou. A Cimalha foi fundada em 1978, dedicando-se essencialmente à construção de obras públicas e privadas. O seu principal centro de produção localiza-se na Batalha, onde se encontra uma central móvel de mistura betuminosa a quente, escritórios, laboratório, oficinas e instalações para equipamentos e

depósito de materiais. Ao longo dos tempos a empresa tem vindo a especializar-se nas áreas de vias de comunicação, terraplanagens, redes de sa-

neamento e urbanizações. A Ecoma is, ta mbém com sede na Batalha, é uma empresa da área do ambiente, direcionada para a área dos resíduos

industriais e resíduos de construção e demolição. “É uma empresa especializada na prestação contínua de serviços e na procura de soluções para

os clientes, de modo a satisfazer as suas necessidades de uma forma ambientalmente correta”, como afirma na sua página na Internet.

p Empresas das áreas da construção e ambiente

s Fiscalidade

Regularização de IVA nos créditos de cobrança duvidosa O Orçamento do Estado para 2020, veio trazer significativas alterações ao regime fiscal de regularização de IVA associado a créditos de cobrança duvidosa. A principal foi a possibilidade de contabilistas certificados poderem certificar aquelas regularizações. Contudo só se tornou efetiva com a publicação da Portaria n.º 303/2020, de 28 de dezembro que veio regulamentar a apresentação dom pedido de autorização prévia no procedimento de regularização prevista nos Art.º 78.º -B e 78.º - C do Código do IVA e que veio aprovar os modelos e respetivas instruções. Na publicação da Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro, verifica-se uma alteração à alínea a) do n.º 1 do Artigo 78.º - D do Código

do IVA, estabelecendo que o pedido de autorização prévia pode ser efetuado por contabilista certificado independente, nos casos em que a regularização do IVA não exceda € 10.000,00, deve ser efetuado por pedido de autorização prévia e não por declaração periódica. A Portaria n.º 303/2020, de 28/12, veio definir a apresentação daquele pedido de regularização do IVA previsto nos artigos 78.º -B e 78.º- C do Código do IVA, os modelos e instruções a usar. Considera-se contabilista certificado independente aquele que reúna os seguintes requisitos: a) Não seja o contabilista certificado responsável pelas obrigações contabilísticas e fiscais, com nomeação no Portal das Finanças, do

sujeito passivo fornecedor de bens ou prestador de serviços ou do sujeito passivo adquirente, independentemente do exercício dessas funções a título dependente ou independente; b) Não seja membro dos órgãos sociais, ou membro de quaisquer órgãos de administração, direção, gerência ou fiscalização do sujeito passivo fornecedor de bens ou prestador de serviços ou do sujeito passivo adquirente; c) Não seja detentor de capital ou partes sociais, direta ou indiretamente apurado nos termos do n.º 6 do artigo 69.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, no sujeito passivo fornecedor de bens ou prestador de serviços ou no sujeito passivo adquirente e d) Não tenha relações especiais

com o sujeito passivo fornecedor de bens ou prestador de serviços, com o sujeito passivo adquirente ou com o respetivo contabilista certificado, nos termos do n.º 4 do artigo 63.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas. O novo prazo para submissão dos pedidos de autorização prévia que passou de 24 meses para 12 meses, foi divulgado no Oficio-Circulado n.º 30.219, de 2 de abril de 2020. Logo, os créditos que, à data da entrada em vigor da Lei do OE2020, se encontravam em mora há menos de 24 meses, mas há mais de 12 meses contados desde o momento em que se verificou o respetivo vencimento, passam, naquela data (1 de abril),

a ser considerados créditos de cobrança duvidosa, verificados que sejam os restantes requisitos para o efeito. Nestes casos, o prazo de 6 meses para a apresentação do pedido é contado a partir de 1 de abril de 2020, ou seja, aquele terminou em 30 de setembro de 2020. Mas, com as alterações legislativas, procedeu-se à introdução de um período transitório durante o qual os contabilistas certificados independentes (CCI) podem comprovar e certificar os elementos e diligências em pedidos de autorização prévia relativamente aos prazos de 6 meses previsto no artigo 78.º -B do CIVA, contados a partir da data em que os créditos sejam considerados de cobrança duvidosa.

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

Este novo prazo é uma realidade que permite a muitos sujeitos passivos recuperar o IVA de créditos de cobrança duvidosa, cujo prazo já tenha sido ultrapassado.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

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Abílio Cerejo dos Santos

Alice de Jesus Frazão

(67 anos) N. 12-11-1955 - F. 27-01-2021 Cela de Cima, Batalha

AGRADECIMENTO Sua esposa: Idalina Santos, filhos Sónia e Tiago, netos e restante família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações e carinho e apoio, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que o acompanharam até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos muito obrigada.

(85 anos) N. 15-05-1935 - F. 27-01-2021 Casal do Quinta, Batalha AGRADECIMENTO Seus filhos Joaquim, Jorge e Ana Maria Leal, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que ao longo do tempo demonstraram carinho e preocupação e que agora, na hora do adeus a acompanharam até à sua última morada.

Vive eternamente quem deixa a sua marca… Descansa em paz.

Para sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. Descansa em paz.

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Júlia Monteiro da Silva

Maria Isabel Ribeiro Pinheiro

(106 anos) N. 24-01-1915 - F. 03-02-2021 Vila Saleme, Batalha AGRADECIMENTO Seus filhos António e Eduardo Silva Jordão, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Eternamente nos nossos corações… Até um dia… Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

(84 anos) N. 02-07-1936 - F. 28-01-2021 Forneiros, Batalha

AGRADECIMENTO Seus Filhos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco.

José Vicente Vieira

(83 anos) N. 19-07-1937 - F. 20-01-2021 Perulhal, Reguengo do Fetal AGRADECIMENTO Sua esposa: Júlia Marcelino, filhos: Manuel e Horácio Vieira, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Aqueles que amamos não morrem… Apenas partem antes de nós... Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

João do Fetal Gomes Prior (81 anos) N. 03-07-1939 - F. 01-02-2021 Casal Mil Homens, Golpilheira

A todos, o nosso muito obrigado…

AGRADECIMENTO Sua Esposa, Filhos, Noras, Netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

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José Henriques Grosso

(94 anos) N. 25-06-1926 - F. 29-01-2021 Casal Mil Homens, Golpilheira AGRADECIMENTO Sua Esposa, Filhos, Genros, Nora, Netos, Bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

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A fechar

B

Município com “pagamento pontual” O Município da Batalha foi distinguido em janeiro como membro do “Compromisso de Pagamento Pontual”, numa análise efetuada por diversas organizações. “É parte ativa na responsabilidade social que promove uma cultura de pagamento no prazo”, afirma o presidente, Paulo Batista Santos.

FEVEREIRO 2021

Ensino à distância já obrigou o município a investir 50 mil euros em tecnologia m As crianças e jovens sem computador ou tablet, ou ainda sem acesso à Internet, beneficiam da cedência de equipamentos municipais A Câmara da Batalha começou na última semana de janeiro a fornecer diariamente mais de uma centena de refeições em regime de take-away a alunos do ensino obrigatório e beneficiários da Ação Social Escolar (ASE). As refeições são distribuídas no refeitório da escola secundária ou entregues ao

p O município já disponibilizou mais de 350 equipamentos domicílio gratuitamente, integrando um almoço e um reforço alimentar para cada criança ou jovem inscrito no agrupamento de escolas, pelo período que for necessário e como forma de mini-

mizar os impactos sociais da terceira vaga da pandemia de Covid-19. A autarquia e o agrupamento de escolas da Batalha prepararam igualmente o regresso às aulas não pre-

senciais desde 8 de fevereiro, no sentido de assegurar equipamentos e acesso à Internet por parte de todos os alunos, com prioridade para aqueles que integram os escalões A e B da ASE, a que correspon-

dem os escalões 1 e 2 do abono de família definidos pela Segurança Social. Ao todo o município já disponibilizou mais de 350 equipamentos, garantindo que todos os alunos com necessidade de apoio e a frequentar o Agrupamento de Escolas da Batalha beneficiam de material cedido pela autarquia, num investimento global superior a 50 mil euros. As crianças e jovens sem computador ou tablet, ou ainda sem acesso à Internet, beneficiam da cedência de equipamentos municipais durante o próximo período letivo e enquanto vigorar o regime de ensino à distância.

Acresce ainda uma quantidade reduzida de estudantes que, tendo acesso doméstico a estes dispositivos, têm de o partilhar com irmãos ou familiares em teletrabalho. A Câmara Municipal da Batalha desde abril de 2020 que desenvolve o “Programa para o ensino à distância nas escolas do Município da Batalha – NET ESCOLA”, concretizado na sequência da apresentação pela direção da escola da Batalha dos planos de ensino à distância para o pré-escolar, ensino básico e secundário, que também prevê o reforço de equipamentos e formação para os docentes. Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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