JORNAL DA BATALHA EDICAO DE NOVEMBRO 2020

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| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXX Nº 364 | NOVEMBRO DE 2020 |

PORTE PAGO

W págs. 04/08

À tangente · Concelho escapa ao recolher obrigatório ao fim de semana · Nove dias na listagem dos municípios de maior risco

p Entregas ao domicílio, um símbolo deste tempo

Publicidade

· Estado de emergência alarga medidas anti-pandemia


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Jornal da Batalha

Espaço Público s Baú da Memória

Por José Travaços Santos

Almada Negreiros e os Painéis

s Crónicas do passado

Saga Feérica no Reino da Dinamarca O sol escaldante do Verão anunciava aos arautos da arte dinamarquesa que podiam sair de casa e compor odes em seu nome. Já não se avistavam as nuvens agrestes a coroar os vastos jardins verdejantes, num enquadramento bucólico e melancólico. Foi numa manhã como a que nos descreve o poeta dinamarquês B. S. Ingemann (1789-1862), que alcancei Copenhaga. O sol que nasce no leste Cobre as nuvens com vestido dourado, Sobre os mares e colinas navega os céus, Sobre o campo e a cidade.

Entre Maio e Agosto de 1960 o “Diário de Notícias” publicou uma série de artigos do Jornalista António Valdemar sob o título genérico “A Obra-Prima da Pintura Primitiva Portuguesa e o seu Destino de Origem na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha”. Este notável trabalho jornalístico incluía, também, uma entrevista com Almada Negreiros que concluíra, depois de aturados estudos sob o signo da geometria, que os Painéis de Nuno Gonçalves, conhecidos pelos Painéis de São Vicente, tiveram como destino a Capela do Fundador do nosso Mosteiro. A este assunto referi-me no nº 6 dos “Cadernos da Vila Heróica” publicado em Abril de 2001 (que pena este número dos “Cadernos” ter saído com tantas gralhas!). A ilustrá-lo vinham duas fotografias, uma reproduzida do “Diário de Notícias”, a composição dos

Painéis na parede interior, da Capela Real, que fica à direita de quem entra, e outra, reproduzida do interessantíssimo livro da filha de Almada, Maria José de Almada Negreiros, “Conversas com Sarah Affonso”, mãe da autora e viúva do grande Pintor, Novelista e Dramaturgo. Ora, o nosso Mosteiro, em mais uma iniciativa do seu dinâmico director, Dr. Joaquim Pereira Ruivo, vai a partir de 21 de Novembro evocar Almada Negreiros revelando a conclusão a que ele chegou sobre o destino se origem dos Painéis e, retomando-a, dar-lhe visibilidade. A fotografia de Almada Negreiros, numa curiosa atitude, equilibrado nas grilhagens que cercavam os patins do Monumento, possivelmente tirada nos anos 20 do século passado, é, de novo, reproduzida, agora a ilustrar este breve apontamento, do livro citado.

Francisco Oliveira Simões

Curiosa mente, o sol deve ser uma das raras palavras que se escreve da mesma maneira em dinamarquês e português. Nestas terras brilhantes a temperatura registava mais de trinta graus, num calor denso, pesado e tropical. Fui visitar dois amigos, a Stephanie e o Emil, que no ano anterior estiveram em Lisboa. Foram os melhores anfitriões que podia algum dia almejar, com uma cultura impressionante seja em que ciência for. Começámos por visitar o Castelo de Kronborg, onde viveu a família real no final do século XVI e principio do XVII, mandado reconstruir pelo rei Frederick II, no ano de 1585. Foi estrategicamente erigido no estreito de Öresund, na cidade de Helsingor, que faz fronteira com a Suécia, eterno inimigo da Dinamarca. Nas catacumbas labirínticas repousa a estátua adorme-

cida de Holger Danske, rei lendário do século IX, que irá acordar quando o seu reino sofrer uma vilania do destino. Muitos dizem que este castelo é Elsinore, o famoso palco onde tivera lugar a peça “Hamlet”, de Shakespeare. Por isso mesmo, ainda hoje existem recriações desse texto dramatúrgico no pátio daquele portento arquitetónico. Ao regressar a Copenhaga damos de caras com uma capital governada pelo mar e a transbordar de História por todos os poros. Depois de a vislumbrar longamente, não é difícil de compreender onde Hans Christian Andersen encontrou inspiração, a par com Sintra, local onde também viveu. As casas típicas, quase com telhado de colmo, as torres altas das igrejas e os canais que banham a cidade, são tudo objetos de um conjunto artístico perfeito. A torre astrológica Rundtaarn, mandada construir em 1637 pelo rei Christian IV com uma largura acentuada para a poder subir com a sua carroça, demonstra o fascínio que o soberano tinha pelas estrelas e outros corpos celestes. Quando se abriram as portas do Museu Nacional da Dinamarca deparei-me com runas vikings gravadas em pedras ancestrais. Todos esses saberes ainda hoje nos chegavam, respiravam os mares do norte e cantavam épicos, lembranças de uma civilização que ainda não esgotou todos os seus exemplos e ensinamentos. O esqueleto de um auroque olhava-nos com ar intimidante, mas parecia que já o conhecia. Foi

descoberto numa escavação arqueológica na ilha de Vig, a mesma origem do jovem Han, que embarcou num cargueiro inglês sem destino aparente, acabando por assentar arraias na invicta cidade do Porto. Este testemunho é-nos relatado por Sophia de Mello Breyner Andresen através do conto “Saga”, a recordar as histórias do seu bisavô dinamarquês, Jan Heinrich Andresen (1826-1894), que nunca chegou a conhecer. Qualquer sitio para onde olhasse naquela cidade via o nome da Carlsberg levado ao expoente máximo. A primeira cerveja a utilizar o sistema de pasteurização, no século XIX, sempre teve um trabalho de mecenato e f inanciamento cultural. Não fosse Carl Jacobsen, filho do fundador da companhia, instigador de várias escavações arqueológicas ao redor do globo. A colecção que reuniu encontra-se guardada no Ny Carlsberg Glyptotek, museu aberto ao publico no ano de 1882, em Copenhaga. Até a própria estatua da pequena sereia foi encomendada a Edvard Eriksen por Jacobsen, em 1913. Num dia de céus nublados visitámos a antiga capital da Dinamarca, Roskilde. Os nossos olhos podem rejubilar ao avistarem a sua imponente Catedral, que é o panteão da família real. Lá estão sepultados reis tão importantes como Margrethe I (1353-1412), que criou uma união centenária entre a Dinamarca, a Suécia e a Noruega. Numa parede da Cate-

Historiador

dral vemos a representação de Harold Blatand (910-987), que ficaria conhecido por unificar a Dinamarca, ter convertido o país ao Cristianismo e conquistar a Noruega. A primeira igreja construída naquele reino foi no solo de Roskilde, a cidade que Harold tinha escolhido como capital. Só no século XII daria lugar à Catedral gótica que agora podemos vislumbrar. O seu cognome pode ser traduzido por “dente azul”, ou em inglês “Bluetooth”. O criador do sistema Bluetooth, Jim Kardach, batizou a sua invenção porque também consegue tornar as pessoas mais próximas e unificar vários dispositivos. O exemplo que seguiu foi o do rei Harold I, chegando mesmo a adotar a sua assinatura em runas vikings como símbolo. Tantas peripécias me encaminharam naquela viagem que não as consigo relatar todas num simples artigo, mas devo dizer que toda esta saga me deu vontade de regressar àquelas terras nórdicas e voltar a ver os meus amigos logo que a neve derreter.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Gestão pública e orçamentos Estamos em época de aprovação de orçamentos, quer do Estado, quer das autarquias. Como já referi várias vezes, o que deveria ser feito, no controlo da execução orçamental, era o controlo da prestação de contas, para se aferir qual o grau de execução do orçamento aprovado. Se isto fosse feito, grandes surpresas teríamos. Existem as figuras das cativações e das alterações e revisões orçamentais que muitas vezes desvirtuam completamente os orçamentos aprovados. Não obstante, em termos de orçamento nacional e de PRR - plano de recuperação e resiliência, novamente vem para a ribalta o TGV - transporte ferroviário de alta velo-

cidade. Salvo melhor opinião, outros valores mais altos se levantam, daqueles que não vislumbro, porque não temos dimensão para este tipo de transporte, prevendo-se gastar qualquer coisa como uns míseros 4,5 mil milhões de euros. Somos um país rico, logo temos que esbanjar dinheiro com investimentos sumptuosos, sem qualquer possibilidade de retorno. Será que os nossos políticos desconhecem que a maioria dos percursos de TGV em Espanha e França dão prejuízo? Certamente conhecem estas realidades. Melhorem a linha do norte e a do oeste e fiquem por aí. O país agradece. Até porque o SNS - Serviço Nacional de Saúde vai precisar de muito dinhei-

ro para tratar dos doentes de Covid, mas precisará de muito mais para tratar os doentes que estão a espera que passe o Covid para serem tratados, muitos com doenças graves. No que respeita ao orçamento municipal, temos ouvido falar num novo centro de saúde para a Batalha. Onde estão os médicos e os enfermeiros para o dotar do recurso mais importante? O recurso humano. Não temos esses recursos para dotar os equipamentos atuais, com alguns fechados e vamos gastar uns milhões num novo equipamento? Para quê? Dão umas belas fotos? Alguns municípios estão a receber quase às cegas, imensas competências do Estado central, sem salvaguardarem con-

venientemente as verbas necessárias e suficientes para prestar com qualidade o serviço aos cidadãos no futuro. Mas como os mandatos têm limites, já serão outros a ter que resolver esses problemas, por isso, quem vier atrás que feche a porta. Também por isto, são importantes as eleições e para 2021, que está aí à porta, teremos eleições presidenciais e autárquicas. A gestão dos dinheiros públicos, ou seja, o dinheiro dos nossos impostos deve e tem que ser gerido de forma diferente, com mais cuidado do que gerimos o nosso, porque esse se o gerirmos mal, só temos que prestar contas às nossas famílias, já o dinheiro público devemos prestar contas a todos os

munícipes. Aos eleitos pede-se e tem a responsabilidade por ponderar bem a forma como gastam o dinheiro público e devem ser muito criteriosos nessas ações. No concelho da Batalha temos algumas redes de água com mais de 50 anos, algumas ainda em fibrocimento e a chegarem ao limite e algumas já ultrapassaram mesmo esse limite, de vida útil, necessitando de ser urgentemente substituídas. Estará prevista alguma destas obras no orçamento municipal com verbas suficientes para serem executadas? Espero que esteja. Seria importante para o concelho, até porque um dia destes os cidadãos e empresas de algumas localidades terão a desagra-

dável surpresa do sistema de abastecimento de água que os serve entrar em colapso. E sem água não se vive. Com os equipamentos de saúde que temos, com alguma requalificação e melhoramento conseguimos viver bem, se tivermos médicos e enfermeiros. A Covid continua por aí em força, protejam-se para protegerem as vossas famílias.

s Espaço do Museu

Infante D. Henrique, o Navegador A 4 de março de 1394, nasceu, no Porto, o Infante prodígio da Ínclita Geração: D. Henrique, filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Adquiriu o epíteto de “O Navegador” - embora se aponte que apenas tenha navegado uma vez (diz-se que sofria de enjoos) – por impulsionar a expansão marítima portuguesa, estudando e organizando, em terra, as viagens dos navegadores da época. Dedicado às ciências matemáticas e náuticas e à astronomia, D. Henrique terá vivido em Lagos, onde, segundo o historiador João P. Oliveira e Costa, fundou a verdadeira escola náutica (ao invés de Sagres). Em 1414, organizou, no Porto, a expedição de Ceuta, angariando cerca de 50 mil homens. Ordenou que todos os habitantes contribuíssem com a doação de alimentos, sobretudo carne, para as embarcações. Por lhes terem restado apenas as tripas, os portuenses passaram a ser conhecidos

como “tripeiros”. Aos 21 anos, o Infante comandou a expedição ao norte de África marcando o início da época dos descobrimentos portugueses, potenciando as trocas comerciais e os primeiros escravos na Europa. Em 1420, foi nomeado governador da Ordem de Cristo. O título permitiu-lhe utilizar os fundos da Ordem para o financiamento das expedições na costa africana. É-lhe atribuída a expedição de Tanger, onde o seu irmão, D. Fernando (Infante Santo) foi capturado. O resgate impunha a entrega de Ceuta aos marroquinos, pelo que, segundo algumas teorias, D. Henrique terá martirizado o seu irmão para defender a nova colónia conquistada. Há quem defenda, contudo, que Henrique tudo fez para salvar a vida do seu irmão, abrindo mão de Ceuta e que terá sido o próprio D. Fernando a escolher ser sacrificado. A D. Henrique se deve

o desenvolvimento da caravela: nova embarcação que permitiu navegar com mais rapidez e eficácia, até ao século XVII. Prevendo a sua morte, Henrique escreveu 15 testamentos onde atribuía alguns dos seus bens e encomendava missas de sufrágio na Batalha, em Tomar e noutros templos. Numa das cartas, pediu que as suas dívidas fossem liquidadas e que as ilhas Terceira e Graciosa fossem doadas ao seu sobrinho e afilhado, D. Fernando (filho de D. Duarte), que perfilou, pois não casou nem deixou linhagem. O seu túmulo está na Capela do Fundador no Mosteiro da Batalha, com a inscrição da divisa Tallent de bien faire (vontade de bem fazer) e os brasões da Ordem de Cristo, da Casa de Avis e da Ordem da Jarreteira. É o único túmulo, para além do de seus pais, que tem estátua jacente, fruto de encomenda do próprio que terá realizado um molde da sua face em

argila, permitindo aos canteiros a escultura do seu semblante na pedra: face redonda, cabelo e olhos claros. É comum, todavia, associar-se ao Infante a imagem de um homem moreno, face delgada, pequeno bigode e chapéu, com base na interpretação dos elementos da Ínclita Geração nos painéis de S. Vicente (séc. XV), atribuídos a Nuno Gonçalves. Henrique faleceu a 13 novembro de 1460 e foi trasladado a 5 de julho de 1461 para a Batalha, onde escolheu ser sepultado. Na celebração dos 550 anos da sua morte, foi erguida uma estátua com as características do rosto esculpido no seu túmulo. A peça encontra-se junto às Capelas Imperfeitas, no largo Infante D. Henrique. Visite-a ou revisite-a e reviva o legado do Navegador na nossa História. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

FONTES: Costa, J.P.O. (2009). Henrique, o Infante. A esfera dos livros. Lisboa. 2009. (pp. 108, 208, 298, 370) Gomes, S. (2010). O Infante D. Henrique, a Batalha e os Destinos de Portugal. Jornal da Golpilheira.


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Pandemia

Concelho esteve quatro dias em recolher obrigatório noturno Casos da doença confirmados no distrito Município

Falecimentos Casos Confirmados Recuperados

Leiria Pombal Marinha Grande Alcobaça Caldas da Rainha Peniche Nazaré Batalha Porto de Mós Alvaiázere Óbidos Bombarral Ansião Figueiró Vinhos Castanheira Pêra Pedrógão Grande Total

11 15 5 11 7 4 2 1 3 6 0 1 0 2 0 0 68

856 301 226 388 359 196 103 123 156 97 58 63 22 32 3 7 2 990

561 182 120 278 281 151 69 95 127 69 38 53 14 25 1 6 2 064

Casos Ativos 284 104 101 99 71 41 32 27 26 22 20 9 8 5 2 1 858

Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (13 de novembro)

m Um aumento súbito do número de doentes com Covid-19 obrigou à aplicação de medidas mais restritivas pelo Governo. A suspensão da inibição de circulação no município chegou na véspera do primeiro fim de semana em que seria aplicada O Concelho da Batalha esteve quatro dias em recolher obrigatório noturno – e escapou à tangente ao recolher obrigatório ao fim de semana a partir das 13 horas -, em resultado de um aumento significativo, mas momentâneo, do número de pessoas atingidas pela doença Covid-19. No âmbito das medidas do estado de emergência, o Governo determinou a proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 05h00 em dias de semana e a partir das 13 horas em dois fins de semana consecutivos, sendo o primeiro respeitante aos dias 14 e 15 de novembro. Neste contexto, o Con-

celho da Batalha esteve em recolher obrigatório noturno entre os dias 9 e 12. A medida foi suspensa às zero horas do dia seguinte, sexta-feira, 13; ficando o concelho obrigado ‘apenas’ a cumprir as regras aplicadas a todo o território nacional e não as correspondentes aos concelhos de maior risco, sujeitos as restrições mais graves. Inicialmente, foi anunciado que o município estaria sujeito às medidas mais graves até ao dia 23 de novembro. A possibilidade de o município ficar sob as regras mais apertadas do estado de emergência gerou, de imediato, reações negativas; pois embora dentro dos critérios anunciados pelo Governo, os números absolutos têm-se mantido relativamente baixos ao longo da pandemia. “Não faz qualquer sentido na situação epidemiológica da Batalha e gera graves prejuízos ao comércio, restauração e atividades similares. Sabendo que o concelho nesta fase depende do turismo interno, compreenda a nossa preocupação sobre os graves prejuízos resultantes dos en-

cerramentos do comércio e atividades turísticas”, escreveu o presidente da câmara municipal numa carta que enviou ao primeiro-ministro, António Costa, no dia 8 de novembro. No dia 7 de novembro, dois dias antes da entrada em vigor do recolher obrigatório noturno, o município apresentava o menor número de casos ativos dos concelhos vizinhos do ACES do Pinhal Litoral, sendo o único concelho que registava uma tendência decrescente do número de casos ativos (-13). Na perspetiva do autarca, Paulo Batista Santos, “a decisão motiva também a perceção de algum desnorte dos decisores e dos seus responsáveis no terreno. No passado dia 2 de novembro, foram fixadas regras para 121 concelhos e proposto uma reavaliação quinzenal a 19 de novembro. Passados 7 dias, afinal as restrições agravam-se e prolonga-se até ao 23 de novembro e suscetíveis de renovação”. E alertava para uma alegada incoerência: “Os cidadãos da Batalha es-

tavam impedidos de circular no espaço público local, ir ao restaurante ou fazer compras no comércio local a partir das 13h00 ao fim de semana, mas podiam ficar todo o dia, por exemplo, nos centros comerciais dos concelhos vizinhos. Com efeito, considera-se que não faz qualquer sentido e torna-se de difícil explicação aos cidadãos”. “A discordância relativamente à aplicação deste tipo de restrições a um concelho de forma isolada”, assenta também no facto de ser de “difícil aplicação e totalmente ineficaz em termos sanitários, uma vez que os cidadãos trabalham, recorrem aos serviços e ao comércio nos concelhos vizinhos, suscitando apenas consequências negativas para as atividades

locais, nomeadamente ao nível do comércio, restauração e atividade similares”. No entanto, o presidente do município está convicto que “estas medidas podem fazer sentido num contexto alargado de concelhos, áreas urbanas contíguas (comunidades intermunicipais ou áreas metropolitanas) ou no todo nacional, mas são incompreensíveis e inúteis quando aplicadas isoladamente a um só concelho. Ademais, quando o principal foco identificado no país e na região está nas festas fam ilia res, que norma lmente ocorrem em casas particulares.” No dia 11 de novembro, o município solicitou ao Governo a retirada da Batalha da lista dos (então) 121 concelhos de

maior risco e “a suspensão imediata das medidas restritivas em vigor”, pois nesta altura registava-se um número de novos casos bastante inferior ao do critério definido de 240 por 100 mil habitantes. Pelos critérios da Direção Geral de Saúde (DGS) apresentava já um rácio (183 casos) bastante abaixo do valor de referência (240). Tal decisão, que viria a conf irmar-se no dia seguinte, determinou a suspensão das restrições de circulação durante a semana e ao fim-de-semana, bem assim a suspensão da redução de horários do comércio, restau ração e ativ idades similares. No entanto, mantêm-se, naturalmente, as medidas em vigor para todo o território nacional.

p O município reforçou as medidas de combate à pandemia



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Batalha Pandemia

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Aumento de 38 casos numa semana justifica medidas mais restritivas mNo dia 20 de outubro, o concelho registava apenas 13 casos ativos, o valor mais reduzido dos concelhos que integram o ACES do Pinhal Litoral, mas conheceu uma evolução rápida para 52 casos O Município da Batalha foi identificado como um dos 121 concelhos de maior risco (primeira listagem), no dia 31 de outubro, em resultado de surtos identificados na semana anterior. Nesse sentido, ficou sujeito a medidas excecionais, como o confinamento parcial, entre os dias 4 e 12 de novembro. Nesta altura, o concelho registava 52 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2. No total, foram contabilizados 100 casos confirmados, dos quais 46 recuperados. Há a re-

gistar a morte de dois homens naturais do concelho, mas apenas um deles residente. Na altura, o autarca da Batalha alertava: “Estes valores merecem a maior preocupação e representam um desafio importante ao município”. “O súbito surgimento na última semana de quatro dezenas de novos infetados por Covid-19 no concelho determinou a a as inclusão nos municípios de risco, situação que obriga a tomar decisões adicionais no objetivo de conter a pandemia. Decisões que nenhum autarca gosta de tomar, mas que têm de ser tomadas para o bem de todos, sem destruir a economia nem os postos de trabalho”, explicou Paulo Batista Santos. No dia 20 de outubro, o concelho registava apenas 13 casos ativos, o valor mais reduzido dos concelhos que integram o ACES do Pinhal Litoral, mas co-

p Autarquia ampliou o programa municipal de distribuição gratuita de máscaras nheceu uma evolução rápida para 52 casos em apenas 8 dias, “crescimento que resulta de pequenos surtos loca lizados em duas empresas (Batalha e São Mamede) e em duas instituições sociais locais (Batalha), bem assim, não

podemos ignorá-lo, de alguns eventos familiares (jantares e batizados) que geraram novas infeções, em todas as freguesias do concelho”, adiantou. Entretanto, o município “incrementou novas medidas de apoio à Uni-

dade de Saúde Familiar e ampliou os programas municipais de distribuição gratuita de máscaras e de realização de testes de pesquisa do SARS-CoV-2, para além do reforço dos apoios sociais às famílias que se encontram a situa-

ção de quarentena ou isolamento. Estão igualmente previstas medidas de retaguarda no âmbito da proteção civil, no apoio ao alojamento de urgência e de assistência a eventuais doentes, que serão acionadas caso se justifiquem”.

Tendas para distribuir máscaras e proteger os utentes do centro de saúde A Câmara da Batalha criou um “Centro de Apoio e de Distribuição Gratuita de Máscaras na Batalha”, numa tenda montada no Parque de Santa Maria da Vitória, no âmbito da evolução da situação epidemiológica da Covid-19 e face à aprovação pela Assembleia da República de obrigatoriedade do uso de máscara, quando não é possível o distanciamento físico. A Assembleia da República aprovou um projeto de lei que determina a utilização obrigatória de máscaras “para o acesso ou permanência nos espaços e vias públicas”. A lei é aplicada em todo o território nacional, sendo que apenas tem de ser cumprida por maio-

p Instaladas tendas de apoio a doentes e combate à pandemia res de 10 anos de idade. O não cumprimento desta norma constitui uma contraordenação que pode ser sancionada com coima entre os 100 e os 500 euros.

O novo “Centro de Apoio e de Distribuição Gratuita de Máscaras na Batalha” poderá igualmente “acolher a realização de testes de pesquisa à Covid-19, espaço de

vacinação e servir de retaguarda a ações de rastreio e de solidariedade social para as pessoas que precisem de apoio alimentar”, explicou o município em comunicado.

Em articulação com a Unidade de Saúde Local, foi montado um espaço de apoio exterior no Centro de Saúde da Batalha e um processo de gestão nos aten-

dimentos, de forma a contribuir para a melhoria das condições de espera dos utentes. O acesso dos utentes continuará a ser feito pela entrada principal do Centro de Saúde, sendo que as tendas instaladas, dotadas de condições essenciais de conforto, ajudam na gestão de filas e nas condições de espera dos utentes”, refere o presidente da câmara municipal da Batalha O município revelou ainda que “está igualmente a avaliar o reforço de linhas telefónicas e condições de atendimento à distância nos centros de saúde, reforçando a capacidade de resposta no atendimento telefónico e digital aos utentes”.



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Município reclama delegado e maior apoio das autoridades de saúde mA Comissão Municipal de Proteção Civil da Batalha reuniu no dia 29 de outubro para avaliar a evolução da situação epidemiológica no concelho, que apresentava então “um rácio muito preocupante” “O crescimento anormal registado nos últimos cinco dias do número de novos casos de pessoas infetadas com a Covid-19 na área de Leiria e no concelho, que regista meia centena de casos ativos, exige medidas urgentes, na alteração de comportamento por parte da comunidade, mas também é essencial reforçar os meios da Unidade de Saúde Pública do ACES do Pinhal Litoral”, alertou o presidente do município. “O concelho está sem delegado de saúde há mais de um mês e apenas meia dúzia de

p Comissão Municipal de Proteção Civil da Batalha reuniu no dia 29 de outubro profissionais da saúde pública estão a acompanhar uma população de 300 mil habitantes, correspondente aos concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós”, alertou Paulo Batista Santos.

“Existem dificuldades que dependem da ARS do Centro, como seja o facto de há mais de um mês não dispormos de delegado de saúde (que se encontra de baixa médica) ou o facto de persistir um número reduzido

de profissionais de saúde ao serviço da população, situações que resultam de um menor acompanhamento da situação pandémica e gera dificuldades no atendimento dos utentes dos centros de saúde”, alertou noutra ocasião.

E, numa carta que enviou mais tarde ao primeiro-ministro, António Costa, voltou ao assunto: “A Batalha, concelho de risco na ótica do Governo, não tem delegado de saúde há quase dois meses, e continua com extensões de

Medidas aplicáveis no concelho Para Portugal continental as medidas que estão em vigor até 23 de novembro são: · Confinamento obrigatório para doentes com Covid-19 e pessoas em vigilância ativa. · Casamentos e batizados limitados a 50 pessoas. · Outros eventos e celebrações limitados a 5 pessoas, salvo se do mesmo agregado familiar. · Cerimónias religiosas, segundo as regras da DGS. · Estabelecimentos comerciais com lotação máxima indicativa de 0,05 pessoas por m2. · Horário de encerramento dos estabelecimentos comerciais entre as 20h00 e as 23h00. · Restaurantes: acesso do público até às zero

horas e encerramento à 01h00; lotação limitada a 50% da capacidade; grupos limitados a cinco pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar, ou quatro pessoas nos estabelecimentos até 300 metros de uma escola e nos food-courts de centros comerciais; marcação prévia obrigatória. · Proibida a venda de bebidas alcoólicas em áreas de serviço e, a partir das 20h00, em qualquer loja. · Proibido o consumo de bebidas alcoólicas na via pública. · Veículos particulares com lotação superior a cinco lugares apenas podem circular com 2/3 da sua ocupação, salvo se todos pertencerem ao mesmo agregado familiar. · Teletrabalho sob obri-

gatór io deter m i n ad a s condições. · Organização do trabalho O empregador pode implementar, dentro dos limites máximos do período normal de trabalho e com respeito pelo direito ao descanso diário e semanal, medidas de prevenção e mitigação dos riscos decorrentes da pandemia, nomeadamente: · A adoção de escalas de rotatividade de trabalhadores entre o regime de teletrabalho e o trabalho prestado no local de trabalho habitual, diárias ou semanais; · A adoção de horários diferenciados de entrada e saída; ou · A adoção de horários diferenciados de pausas e de refeições.

saúde encerradas por falta de recursos; a região de Leiria tem a urgente necessidade de reforço das equipas de rastreio de contactos e para seguimento de pessoas em vigilância ativa”. O autarca apelou ainda “à disponibilidade pelo SNS de testes de diagnóstico para a Covid-19, uma vez que até à presente data a maior parte dos testes realizados foram suportados pelas autarquias”. “Há a necessidade urgente das estruturas regionais de saúde efetivamente concretizarem as suas obrigações na saúde pública, disponibilizando mais meios e sobretudo envolvendo novos recursos das autarquias e dos estabelecimentos de ensino superior, como a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, que há semanas estão disponíveis para colaborar nas operações de inquérito e rastreamento de contactos, sem que os responsáveis da saúde utilizem estes importantes recursos”, destacou Paulo Batista Santos.


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Atualidade Batalha

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Atualidade

Centro defende ampliação do hospital de Leiria m Por iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, a intervenção de beneficiação foi considerada um dos oito projetos âncora O conselho regional das comunidades intermunicipais da Região Centro aprovou uma proposta de investimentos estratégicos na sua área de influência, que considera estruturante o projeto de beneficiação e ampliação do Centro Hos-

pitalar de Leiria, Pombal e Alcobaça (Hospital Santo André). Por iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), a intervenção de beneficiação do hospital de Leiria foi considerada um dos oito projetos âncora para a Região Centro, que “assim reclama uma maior participação na gestão e execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um pacto financeiro que deverá contribuir para a recuperação do todo nacional, contribuir para a coesão territorial e não apenas orientando para um ou

dois mega projetos anunciados”, como defendeu no dia 4 de novembro o vice-presidente da CIMRL,

económica, bem assim em áreas essenciais à população como sejam o acesso aos serviços hospitalares

A Região de Leiria, pela sua dinâmica empresarial e social está a ressentir-se gravemente ao nível do emprego e da atividade económica

Paulo Batista Santos. “A Região de Leiria, pela sua dinâmica empresarial e social está a ressentir-se gravemente ao nível do emprego e da atividade

e também nos cuidados de saúde primários, com a suspensão da atividade de vários centros de saúde, pelo que é urgente orientar mais recursos para estes objeti-

vos”, adiantou. As oito comunidades intermunicipais da Região Centro consensualizaram um conjunto de princípios e de orientações, que “julgam ser decisivas para que a região seja mais competitiva e mais coesa social e economicamente”. O documento que aprovaram seguiu para o Presidente da República, Governo e Assembleia da República, no sentido de afirmar que “as oito comunidades intermunicipais entendem que a região deve ter uma voz e um papel ativo na definição/aplicação dos recursos do PRR, defenden-

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do que é altura de colocar o território a determinar as grandes prioridades de investimento e a consequente distribuição de verbas”. O PRR, desenvolvido pelo Governo português e colocado à disposição pela UE, representa um montante global de 12,9 mil milhões em subvenções, mais 15,7 mil milhões a título de empréstimos, “sendo um instrumento orientado para a coesão económica e social e assegurando, simultaneamente, que as suas economias se inscrevam na transição ecológica e digital, tornando-se mais sustentáveis e resilientes”.


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Opinião s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD da Batalha

Agitar das águas da política local “O pessimista reclama do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas”. Esta reflexão, cujo autor não me recordo, ajuda-nos a compreender melhor a anunciada agitação política com que iremos conviver nos próximos tempos, ou talvez não. Nestes últimos tempos, com evidente calculismo, vamos assistindo a boatos de rua difundidos pelos mesmos de sempre, notícias anónimas espalhadas nas redes sociais e em alguma imprensa regional. Seguir-se-ão entrevistas e eventuais sondagens que, há distância de um ano das próximas eleições autárquicas, irão “pronunciar” os vencedores antecipados. Ora, é um “jogo” partidário e de interesses conhecidos - note-se que as mais recentes reações surgem num

momento em que a autarquia decide impugnar judicialmente e denunciar importantes negócios nas áreas da extração na pedra. Mas sabemos que é um “campeonato” que ainda está a começar e

que muito provavelmente vão andar a falar entre eles e em circuito fechado, ou seja, serão daqueles pessimistas que irão sempre reclamar do vento. Em segundo lugar, haverá

até aeroportuárias, projetos que colocarão o concelho na primeira linha do desenvolvimento, a que se juntará a novidade do hidrogénio, esperando assim coligir apoios de pessoas importantes na

Nestes últimos tempos, com evidente calculismo, vamos assistindo a boatos de rua difundidos pelos mesmos de sempre, notícias anónimas espalhadas nas redes sociais

por certo com muitas dificuldades. Senão vejamos. Em primeiro lugar, os “agitadores” da política local ignoram que a realidade pandémica da Covid-19, que hoje conhecemos e infelizmente ainda irá prolongar-se no tempo, tende a concentrar a atenção dos cidadãos e dos autarcas em funções, pelo

outros, mais otimistas, que irão procurar mobilizar o povo para os novos e antigos grandes projetos para a nossa terra, fazendo jus ao Mestre d’ Avis – o de Boa Memória e grande obreiro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória -, e vão anunciar milhões para infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e

terra e na confiança de que o vento esteja para mudanças. Por fim, os realistas que têm de trabalhar em áreas novas como a saúde e ir ajustando as “velas” do barco da governação local conforme a evolução da crise sanitária e a gravidade das consequências económicas e sociais, que é como quem diz,

esquecer as “politiquices” e concentrarem-se nas medidas de urgência para ir respondendo às necessidades das pessoas. Caberá, então, a cada protagonista político ou grupo partidário enquadrar-se em uma das tipologias de comportamento que atrás enunciei e nessa perspetiva ser julgado pela população, no tempo certo que será somente daqui a um ano, em outubro de 2021, um tempo que nesta fase de emergência nacional é quase uma eternidade. Apenas por essa razão, atrevo-me a deixar a modesta sugestão no sentido de convidar os “Velhos do Restelo” a terem calma e algum decoro, pois a epopeia que temos pela frente é muito exigente e prolongada, pelo que desta vez não basta enunciar os problemas, é

mesmo preciso resolvê-los! Uma palavra final de otimismo (com muito realismo) e de agradecimento aos nossos concidadãos. Depois do Governo nos ter colocado na lista de concelhos de maior risco de contágio da Covid-19, passados menos de dez dias, com o esforço de todos, foi possível ultrapassar mais este desafio que, na nossa autarquia, já leva mais de 6 meses de trabalho diário no apoio à população, empresas e instituições da nossa terra.

s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

Música fácil, mas só na aparência Muito em voga nas décadas de cinquenta e sessenta do século XX, o Easy listening, também conhecido por Musak, ou Lounge Music, foi considerado um género menor por alguns críticos. Até ser reabilitado na década de noventa, altura em que alguns dos maiores nomes da música mundial assumiram-se como tendo procurado inspiração nas orquestras populares de Burt Bacharach, de Peter Thomas, no combo de Henry Mancini ou de Esquivel, ou na música exótica dos Les Baxter ou de Martin Denny. Uma legião de artistas parecia então querer desenterrar um rico filão de registos fonográficos aparentemente esquecidos, e artistas como os Portishead, Björk, os Oasis ou mesmo os REM fo-

ram beber a este género sem qualquer pejo. A verdade é que o Easy listening, sempre teve uma vertente musical sofisticada, com arranjos muito elaborados para a época e servida por orquestras de excelência. Basta escutar a orquestra de Mantovani, e álbuns como Film Encores ou Gems Forever para perceber que estamos perante um género que nunca estará fora de moda. O que sucedeu é que nas décadas de setenta e oitenta começou a ser olhada como música para consultórios, de supermercados ou de elevadores. Mas isso deveu-se à sua desvirtuação causada pela popularidade massiva que conheceu. Porque compositores como Burt Bacharach tinham o dom de agradar, ainda que este fosse um

inovador e as suas melodias tudo menos simples. Depois, o Easy listening confunde-se ele próprio com certa música para filmes ou para séries de televisão, como ocorre com a música de Peter Thomas ou de Henry Mancini. Em Portugal, destacou-se na década de sessenta o Thilo’s Combo, do orquestrador de origem germânica Thilo Krasmann. Associado à chamada música ligeira nacional, a realidade é que o Thilo’s Combo combinava vários estilos e géneros musicais, numa profusão de sonoridades que iam do fado, à música latina e ao jazz. Foram vários os discos que lançou, tendo colaborado com nomes tão importantes como Simone de Oliveira ou o Duo Ouro Negro. Outro nome que pode (e

deve) inserir-se no género, é o conjunto de Shegundo Galarza. O compositor e maestro viria a colaborar noutro importante projecto, de parceria com Manuel João Vieira (mentor dos Irmãos Catita): Corações de Atum. Presentemente, há que dar destaque a Bruno Pernadas que tem três importantes álbuns, os quais resultam num jazz emaranhado de influências, como acontece no álbum Worst Summer Ever; mas o trabalho em que se filia mais diretamente no Easy listening (pelas orquestrações e pelas vozes) é o de 2016, intitulado Those Who Throw Objects at the Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them. Neste álbum faz a fusão com o hip-hop, ganhando afinidade com outros projectos internacionais

que combinam a eletrónica, os sons acústicos de orquestras e ritmos exóticos. Basta escutar The Avalanches, Combustible Edison ou Tipsy para compreender que Bruno Pernadas está ao nível destes… Sem qualquer favor. Mas ele próprio afirma ter ido buscar inspiração a algum Lounge, designadamente ao de vertente exótica, como o dos Les Baxter. E a faixa Spaceway 70, não será ela uma referência à temática das bandas sonoras assinadas por Peter Thomas? Já antes, em 2009, havia surgido entre nós a orquestra Real Combo Lisbonense que viaja musicalmente pelos grandes êxitos das décadas de cinquenta e sessenta do século passado. Ultimamente, tinha vindo a dedicar-se ao legado cultural de

Cármen Miranda, fazendo-o com concertos um pouco por todo o país. Por último, a referência obrigatória ao Dead Combo, formado por Pedro Gonçalves e Tó Trips que explora o universo do musak na vertente da música de westerns e, mais recentemente, no seu álbum de 2018 Odeon Hotel, o próprio fado.


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Atualidade Batalha

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Câmara sujeita a ter de indemnizar empresas de exploração de pedra m Município quer suspender atos da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) relativos à instalação de duas pedreiras no concelho O Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria aceitou uma providência cautelar, interposta pela Câmara da Batalha contra o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em que o município pede a suspensão do licenciamento de exploração e pesquisa relativo a duas pedreiras. O objetivo é obter a suspensão de atos da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) relativos à instalação de duas pedreiras no concelho, decorrendo

em meados de novembro 10 dias para o ministério liderado por João Pedro Matos Fernandes se pronunciar. Segundo o presidente do município, “há dois anos que a DGEG têm conhecimento que a autarquia “está a classificar pedreiras históricas do mosteiro”, com o processo concretizado em relação a três, e a “desenvolver um projeto integrado relativamente à salvaguarda desse património”. Para Paulo Batista Santos, se a DGEG tem conhecimento das medidas, incluindo as relativas ao Plano Diretor Municipal (PDM), que condicionam “qualquer tipo de exploração ou pesquisa de inertes naquele território”, entre o Reguengo do Fetal, a Torre e a Barrosinha, “não se

p Em causa área entre o Reguengo do Fetal, a Torre e a Barrosinha compreende tenha “concedido uma licença de pesquisa e outra licença de exploração”.

O presidente da câmara afirmou, numa conferência de imprensa, realizada no dia 9 de novembro, que

Reciclamos.

em resultado de uma moção aprovada em Assembleia Municipal da Batalha, em setembro, de repú-

dio pelo licenciamento das pedreiras, os deputados do PS eleitos por Leiria informaram, na primeira semana de novembro, que as licenças foram suspensas, encontrando-se “o assunto encerrado”. “Se o assunto estiver encerrado significa que temos de pagar uma indemnização de mais de um milhão de euros a estas entidades, que já suscitaram o problema junto da câmara”, destacou Paulo Batista Santos. “A nossa indignação é que a DGEG, ao conceder esse título, sabe bem que está a conceder às empresas um direito de indemnização que cria uma contingência sobre a câmara desnecessária e que do meu ponto de vista é ilegal”, concluiu.

Não Reciclamos.

São Pedro de Moel

NA RECICLAGEM, TODOS SOMOS PARTE. PORQUE O FUTURO DO PLANETA NÃO É RECICLÁVEL. Coordenação:

Cofinanciado por:

São Pedro de Moel


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Batalha Atualidade

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Novo centro de saúde e passadiços em destaque nos planos do município m Há também projetos orientados para a sustentabilidade ambiental, seja através da construção de novas ecovias (com duas já em concurso público nas freguesias da Batalha e Golpilheira) A construção do novo Centro de Saúde Condestável e dos Passadiços da Magueixa, na freguesia do Reguengo do Fetal, são dois dos projetos previstos na proposta de orçamento e plano plurianual de investimentos (PPI) 2021 a 2025 do Município da Batalha. Nos documentos, segundo uma nota da autarquia, divulgada no dia 3 de novembro, “surgem também

projetos orientados para a sustentabilidade ambiental, seja através da construção de novas ecovias (com duas já em concurso público nas freguesias da Batalha e Golpilheira), seja pelo reforço do investimento da rede de saneamento básico e na otimização do sistema de recolha seletiva de resíduos no Concelho da Batalha, nomeadamente dos chamados bio-resíduos, através do programa Batalha Recicla. O orçamento e plano para 2021 suportam também “a manutenção dos impostos e taxas municipais a níveis mínimos, bem assim o reforço das medidas sociais de apoio ao rendimento das famílias”, com destaque para programas como Crescer Mais, apoio à aquisição de medicamentos e Cartão Familiar, que “bene-

p Esboço do futuro centro de saúde da Batalha ficiam de um reforço de recursos superior a 20%, face ao ano de 2019”. O desafio da descentra-

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt

lização é uma prioridade municipal e, “embora continuando a esbarrar em múltiplas inércias do Go-

verno e da administração central na gestão do processo de descentralização, vamos continuar muito

empenhados nessa frente de trabalho, cuidando das áreas onde as operações estão a correr bem – como


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Atualidade Batalha

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p Os Passadiços da Magueixa, no Reguengo do Fetal, são uma das prioridades a educação – seguindo-se novas competências nas áreas da justiça, ação social e saúde, além das que necessitam de melhorias

substanciais em alguns diplomas do “pacote da descentralização” – como a área de transferência de património devoluto do Es-

tado”, explica o comunicado do município. “O próximo ano é decisivo para a recuperação da estabilidade familiar e fo-

mentar a economia e o emprego, para além de consolidar as medidas de saúde que permitam ultrapassar a situação e consequências da pandemia da Covid-19. O orçamento de 2021 terá como marca principal o crescimento no investimento e a aposta na qualidade de vida”, refere o presidente do município. A proposta de orçamento para 2021 será votada até ao final de novembro. Entretanto, a câmara municipal “colocou à apreciação pública as linhas principais para o orçamento de 2021 e anos seguintes, “num período que se prevê exigente e de forte investimento em áreas estratégicas para a recuperação da economia, do emprego e da melhoria das condições de vidas dos batalhenses”.

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DESPISTE. Um pesado de mercadorias que circulava no IC2 despistou-se no dia 20 de outubro na Batalha. O veículo imobilizou-se uma zona verde, nas imediações do mosteiro, e do acidente não resultaram feridos. O condutor ficou encarcerado e foi retirado pelos Bombeiros da Batalha, que envolveram duas viaturas no socorro. A GNR tomou conta da ocorrência.


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Batalha Opinião

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s Fiscalidade

Regras do apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade Foi criado pelo Decreto Lei (DL), n.º 46-A/2020, alterado pelo DL n.º 90/2020, de 19/10, que altera o apoio extraordinário relativo à retoma progressiva de atividade em empresas em situação de crise empresarial, entrando em vigor em 20/10/2020. Tendo a situação de crise empresarial, a empresa pode reduzir temporariamente o período normal de trabalho (PNT), de todos ou alguns trabalhadores, com a duração de um mês civil, podendo ser dilatado mensalmente ate 31 de dezembro. Os trabalhadores devem receber uma comunicação prévia da redução período de trabalho. Considera-se situação de crise empresarial aquela em que se verifique uma quebra de faturação igual ou superior a 25%, (antes era 40%), no mês civil completo ime-

diatamente anterior ao mês civil a que se refere o pedido inicial de apoio ou de prorrogação, face ao mês homólogo do ano anterior ou face à média mensal dos dois meses anteriores a esse período ou, ainda, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, face à média da faturação mensal entre o início da atividade e o penúltimo mês completo anterior ao mês civil a que se refere o pedido inicial de apoio ou de prorrogação. No caso da Entidade Patronal (EP), ter uma quebra de faturação igual ou superior a 25%, a redução do PNT, por trabalhador, pode ser no máximo de 33%, nos meses de Out, º, Nov.º e Dez.º, de 2020. No caso da EP, ter uma quebra de faturação igual ou superior a 40%, a redução do PNT, por trabalhador, pode

ser no máximo de 40%, nos meses de Out.º, Nov.º Dez.º, de 2020 e de 50% por trabalhador, nos meses de agosto e setembro de 2020. No caso da EP, ter uma quebra de faturação igual ou superior a 60%, a redução do PNT, por trabalhador, pode ser no máximo de 60%, nos meses de Out.º, Nov.º e Dez.º, de 2020 ou de 70% por trabalhador, nos meses de agosto e setembro de 2020. No caso da EP, ter uma quebra de faturação igual ou superior a 75%, a redução do PNT, por trabalhador, pode ser até 100%, nos meses de Out.º, Nov.º e Dez.º, de 2020. Nas situações em que a redução do PNT, seja superior a 60% (para empregadores com uma quebra de faturação de, pelo menos, 60%), o valor do apoio será equivalente a 88% da retribuição

normal ilíquida do trabalhador, até ao limite máximo de 3 x o SMN. Nas situações em que a redução do PNT, seja superior a 60% (para empregadores com uma quebra de faturação de, pelo menos, 75%), o valor do apoio será equivalente a 100% da retribuição normal ilíquida do trabalhador, sendo suportado pela segurança social. Por seu turno, o apoio relativo ao plano de formação será de 70% do indexante dos apoios sociais (IAS), por trabalhador abrangido, suportada pelo IEFP, e divido em dois montantes, um destinado ao empregador, no equivalente a 30% do IAS, e outro ao trabalhador, no equivalente a 40% do IAS. O empregador deve remeter requerimento eletrónico, em formulário próprio a disponibilizar pela segurança

social, até ao final do mês seguinte àquele a que o pedido inicial de apoio, ou de prorrogação, diga respeito. É obrigatória a certificação do contabilista certificado e uma listagem nominativa dos trabalhadores a abranger. O apoio à retoma progressiva dispensa, de pagamento de contribuições, nos meses de Out.º, Nov.º e Dez.º de 2020, parcial de 50%, respeitantes aos trabalhadores abrangidos, no caso de se tratar de micro, pequenas e médias empresas. Os empregadores devem ter a situação contributiva regularizada perante a segurança social e a Autoridade Tributária. Efetuar pontualmente o pagamento da compensação retributiva e das contribuições e quotizações. Não podem aumentar a retribuição dos membros

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

dos órgãos sociais. Durante o período de apoio e nos 60 dias seguintes, não podem efetuar a distribuição de dividendos e efetuar despedimentos coletivos, por extinção do posto de trabalho por inadaptação superveniente.

s AMHO A Minha Horta

Uma horta biológica também precisa de ser “alimentada” O outono é, para mim, como se nos convidasse ao recolhimento e este ano até é “obrigatório” - vamos aproveitar e cuidar mais da nossa horta, ela providencia-nos alimento e ocupação, que é também estruturante para a nossa vida. No quintal é época das sementeiras de outono. Em alguns casos basta que se lancem as sementes à terra, que elas acabam por brotar, sem grandes cuidados (como é o caso dos cereais). Uma horta biológica também precisa de ser “alimentada”, ou seja, precisamos de enriquecer o terreno, dado que não colocamos adubos de síntese. Se não tivermos intenção de cultivar no inverno podemos semear as plantas forrageiras, a chamada adubação ver-

de (tremocilha, alfafa, tremoço, etç), que irão captar diversos nutrientes e enriquecer o solo. Se o quintal tiver uma boa dimensão, pode ocupar-se com culturas rotativas, ou seja, num ano cultivar num lado e deixar o outro lado em pousio, e ir rodando o tipo de culturas, para assim não esgotarem o solo. Outra forma de alimentar o solo é a adição de matéria orgânica, que deve estar bem curtida (decomposta) e ser incorporada no solo. O ideal seria depois colocar sobre o mesmo material vegetativo seco, que permitiria o solo manter-se mais estável e evitar a proliferação de crescimento de ervas indesejadas. Assim também como

acontece com a nossa natureza, procuremos alimentar o nosso corpo e o nosso pensamento com bons alimentos. Por cá aumentei o tempo e a área das caminhadas diárias, que me fortificam o corpo e o espírito, relativizando as noticias das desgraças do mundo e procurando alimentar a gratidão de viver num local tão naturalmente belo, como é o nosso concelho. A horta exige cuidados que puxam por nós, dedique-se a ela e aprecie a companhia da natureza. Deixarmo-nos encantar com o sol, a chuva, o chilrear dos pássaros, os aromas das plantas, é algo que também pode ser aconchegante, se não podemos mudar o que nos rodeia, podemos sempre mudar a pers-

petiva com que vivemos. Horticolas para semear e/ou plantar ao ar livre: acelgas, alfaces, alho francês, agrião, brócolos, cebolas, cenouras, coentros, Couves várias, couve-rábano, espinafres, espargos,

favas, mostardas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, salsa. Jardim, semear e/ou plantar: amores-perfeitos, margaridas, açucenas, cíclames, narcisos, crisântemos, jacintos e tulipas.

Célia Ferreira

Na horta posso cultivar bons alimentos e bons sentimentos! Boas colheitas. https://www.facebook. com/AMHO.A.Minha. HOrta/


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Atualidade Batalha

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Acabar com pontos negros custa 50 mil euros na primeira fase

p O objetivo é identificar locais de elevada sinistralidade

m O plano “Batalha - Concelho de Segurança Rodoviária” passam inclui ainda por uma vertente pedagógica

A Câmara da Batalha lançou em outubro um plano de segurança rodoviária para definir quais são os pontos do concelho onde se registam mais acidentes, prevendo na primeira fase investir 50 mil

euros em melhorias. Os objetivos do plano “Batalha - Concelho de Segurança Rodoviária” passam pela intervenção nos chamados “pontos negros” e ainda por uma vertente pedagógica, a fim de

apelar aos condutores e aos peões para uma mudança de comportamentos. “O município celebrou um protocolo em 2016 para a promoção da segurança rodoviária com Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), traduzindo-se em ações sobre os locais onde há mais acidentes. Pretende-se agora intensificar essas ações, implementar medidas de acalmia da velocidade e melhorar a sinalização rodoviária nos pontos identificados”, explica a autarquia. O plano pretende enunci a r a s necessid ades , identificando os pontos negros e de elevada sinistralidade, bem assim o quadro da sinalização rodoviária, para que a câmara “atue com a sinalização e a semaforização necessárias”.

DESALOJADO. Um pequeno incêndio provocou no dia 11 novembro um desalojado Moita do Ervo, na freguesia de em São Mamede. Trata-se de um homem, de 39 anos. O alerta foi dado às 19h46 e a habitação, já bastante degradada, ficou sem condições de habitabilidade após o fogo. Estiveram envolvidos nas operações de socorro nove operacionais, apoiados por três viaturas dos bombeiros voluntários e autoridades. MÁSCARAS. “Senhores políticos [de Espanha], é assim que se combate o vírus, não com confinamento ou a fazer o que vos dá na gana” – a frase é de um cidadão espanhol, que num supermercado do Concelho da Batalha comprou, em outubro, “200 máscaras por 17,4 euros”, quando em Espanha para “comprar 200 máscaras serão necessários perto de 200 euros”. “Se fosse ao centro de distribuição municipal, seriam mesmo gratuitas desde março de 2020, já lá vão 7 meses e mais de 200 mil máscaras entregues”, aproveitou para comentar o presidente do município.


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Saúde

O aumento do stress em tempos de pandemia

Rita de Botton Médica Patologista Clínica da SYNLAB

Febre, tosse e dificuldade em respirar é do que mais se tem ouvido falar nos diversos canais noticiosos, que insistem em bombardear-nos diariamente com os sintomas associados à Covid-19. Mas, o que está por detrás desta pandemia e que poucos relatam? Os danos psicológicos: o stress

associado à instabilidade laboral, familiar e o receio do incerto são das maiores preocupações das famílias portuguesas. O stress é já considerado pela Organização Mundial de Saúde, “a epidemia de saúde do século XXI” e a realidade é que, desde março de 2020, tem afetado um número crescente de pessoas, comprovado pela elevada procura e consumo de ansiolíticos e antidepressivos, na grande maioria das vezes, uma automedicação. A pandemia trouxe um isolamento social e físico e consequentemente aumentou o sentimento de solidão – principalmente no caso dos mais idosos. E a juntar à pandemia, existe ainda a pressão, carateriza-

da pela competitividade interpessoal, e o caos vivido nas grandes cidades. Muito trânsito, horários laborais para cumprir, um emprego exigente e não motivador, falta de tempo livre para desfrutar da família e de momentos de lazer, entre outros, são fatores responsáveis pelo stress. Este pode desencadear situações de ansiedade e de depressão, muitas vezes desvalorizada pelo seio familiar e pela sociedade. A maior parte das vezes, o stress pode ser positivo. Trata-se de um processo natural, que funciona como uma resposta de defesa do organismo face a agressões externas ou internas. É muito útil em situações pontuais, mas passa a ser

uma ameaça para a nossa saúde, quando se prolonga no tempo e se torna crónico. Por isso, é já considerado por uns como a maior causa de morbilidade, e pode conduzir a problemas de saúde, que surgem sob a forma de doenças cardiovasculares, disfunção sexual, complicações gastrointestinais, obesidade ou distúrbios alimentares e, ainda, problemas de pele e cabelo, como sejam o aparecimento precoce de rugas ou de calvície. Nas mulheres é ainda frequente existirem alterações hormonais, como problemas menstruais. Para evitar futuras complicações, é essencial identificar e reconhecer os principais sintomas: suores, dor de cabeça, fadiga, distúr-

bios do sono, desorientação e perda de memória, ansiedade, irritabilidade e confusão mental,dificuldade de concentração,infelicidade, pensamentos negativos, e esquecimento. Além das situações externas, existem também fatores biológicos que determinam se a pessoa é ou não propensa a desenvolver situações de stress com maior facilidade. Para este efeito, existem ferramentas disponíveis no mercado, como a análise de Avaliação de Stress da SYNLAB, que permite determinar se a pessoa está a viver um padrão biológico de stress, a fase de stress em que se encontra e ainda alertar para possíveis situações de Burnout (esgotamento profissional).

O teste é realizado de forma simples e rápida, sendo apenas necessária a recolha de 4 amostras de saliva para kit especial, em horas específicas do dia, de forma a fazer o doseamento de duas hormonas – cortisol e DHEA. Em tempos pandémicos, temos duas missões: a de evitar a propagação do vírus e a de cuidar do nosso bem-estar e de quem nos rodeia. Lembre-se que o stress também pode ser evitável e aprenda a gerir futuras situações: – Pratique exercício físico para libertação de endorfinas (“hormonas da felicidade”); – Faça uma alimentação saudável; – Dedique tempo livre

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã

Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


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SaĂşde Batalha

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Viver com a demĂŞncia em tempos de COVID: conselhos para quem cuida para o lazer e para a famĂ­lia (com o distanciamento necessĂĄrio); – Utilize tĂŠcnicas de introspeção, de meditação, de controlo da respiração; – Ouça mĂşsica relaxante, que ajuda a desligar da vida ativa por momentos; – Desdramatize e relativize os seus problemas; – Foque-se nas soluçþes e nĂŁo nos problemas; – Evite o diĂĄlogo/contacto de quem tem pensamentos negativos. Associado a todas estas medidas, por vezes ĂŠ necessĂĄria a associação de medicamentos, que devem sempre ser prescritos apenas por um mĂŠdico da especialidade e nunca atravĂŠs de automedicação.

Teresa Castanho Investigadora na ĂĄrea do Envelhecimento Cognitivo e DemĂŞncias

Perante a situação atual da pandemia do Covid-19 e enquanto nos esforçamos para proteger toda a nossa população, precisamos de prestar especial atenção à segurança e saúde das pessoas com Demência. A Demência não constitui, por si só, um fator de risco para a infeção pelo Covid-19. No entanto, a idade avançada e a existência frequente de co-

morbilidades, como doenças cardĂ­acas, pulmonares ou diabetes, tornam as pessoas com DemĂŞncia mais vulnerĂĄveis e colocando-as no grupo de risco. Este facto torna-as mais suscetĂ­veis a apresentarem sintomas mais graves se contraĂ­rem o vĂ­rus. Ă€ luz destas preocupaçþes, o que podemos fazer para proteger os nossos sĂŠniores e, especialmente, quem tem DemĂŞncia? Como minimizar a exposição ao Covid-19? Em casa, as pessoas com DemĂŞncia podem precisar de mais lembretes sobre a importância de manter as boas prĂĄticas de higiene no seu dia-a-dia. Assim: Coloque pequenas mensagens na casa de banho e em outros lugares da casa para lembrar a pessoa de lavar as mĂŁos por 20 segundos;

Mostre Ă pessoa, de forma calma, como lavar as mĂŁos corretamente. A pessoa com DemĂŞncia pode ter dificuldades em lembrar-se da sequĂŞncia dos movimentos de lavar as mĂŁos. Faça com ela um passo de cada vez. PoderĂĄ ser tambĂŠm Ăştil imprimir uma figura da Direção Geral de SaĂşde com as instruçþes de lavar as mĂŁos. Cante com a pessoa a sua mĂşsica favorita por 20 segundos ou use um sabonete com uma fragância que ela possa gostar; Mantenha a pessoa com DemĂŞncia ocupada com atividades que envolvam as mĂŁos, como arrumar a roupa de uma gaveta, dobrar toalhas, ver ĂĄlbuns de fotografias ou fazer trabalhos manuais, visto que ĂŠ recomendado que as mĂŁos permaneçam afastadas do rosto; Reduza ao mĂĄximo as visitas a fim de evitar possĂ­veis riscos. Pode ser igualmente importante estabelecer contactos com amigos ou familiares que possam, por exemplo, ir Ă s compras ou Ă farmĂĄcia, de modo a que se diminua o nĂşmero de saĂ­das de casa. Para alĂŠm dos riscos associados Ă doença, as mudanças nas rotinas criam desafios para quem cuida ou vive com uma pessoa com DemĂŞncia. Geralmente, as pessoas com esta doença sĂŁo muito sensĂ­veis a mudanças nas suas rotinas, e alteraçþes Ă s mesmas podem deixĂĄ-las agitadas. É importante falar com a pessoa, explicar o que estĂĄ a acontecer e vali-

dar as suas preocupaçþes e emoçþes. O que fazer em isolamento social e/ou em quarentena? Ajude a pessoa com Demência a estabelecer uma rotina diåria estruturada para ocupar o seu tempo e envolve-a na execução de algumas tarefas domÊsticas simples, como ajudar na cozinha na preparação de uma refeição ou pôr ågua nas plantas da casa; Realize atividades diurnas que envolvam alguma mobilidade a fim de ajudar a melhorar a qualidade de sono à noite da pessoa com Demência e prevenir quedas no domicílio, como exercícios físicos simples e jardinagem; Realize atividades em casa que a pessoa costuma gostar, de modo a reduzir a ansiedade associada à menor realização de atividades no exterior. Incentive a pessoa a envolver-se em atividades como ler um livro em conjunto, ver ålbuns de fotografias para estimular a partilha de histórias, pintar, ouvir o ålbum de música fa-

vorito dela, ver um filme e jogar (por exemplo, puzzles, dominó e jogo de damas). Incentive a pessoa a falar com membros da família ou amigos distantes por telefone ou videochamada; Evite expor a pessoa com Demência à visualização de informaçþes sobre a pandemia durante muito tempo de forma a não a sobrecarregar com este tema. A visualização das notícias uma ou duas vezes por dia Ê suficiente; Utilize jornais on-line para orientar a pessoa para a data e a altura do ano. Por fim, o cuidador deve lembrar-se de cuidar de si mesmo, descansar e fazer algo de que goste. O surto do Covid-19 estå a criar mudanças difíceis para todos, mas, pela sua saúde e da pessoa com Demência, Ê importante que siga as recomendaçþes provenientes de instituiçþes oficiais e se mantenha positivo e esperançoso a fim de continuar a apoiar a si mesmo e à pessoa que estå a cuidar.

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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

s Noticias dos combatentes

Todos os seres vivos morrem Agora que a pandemia nos atingiu seriamente, muito se fala do número de óbitos existentes a mais, em relação ao mesmo período do ano anterior. É certo que, comparativamente ao período homólogo de 2019, houve mais óbitos no corrente ano, mais precisamente um total de 60.903, até ao mês de agosto, o mês 8! No entanto, há que ter consciência, e deveríamos ser informados corretamente, de que para o número total de óbitos de 2019, a saber: 111.793, faltariam ainda perecer 50.890 pessoas nos quatro meses que restam até ao final de 2020; isto segundo o Boletim Mensal de Estatística de Setembro 2020, versão disponível, do Instituto Nacional de Estatística (INE). Saiba-se também que, em anos mais recentes, aquele em que houve mais óbitos

em Portugal foi o de 2018, o ano antes de se ter iniciado a pandemia, com 113.573 óbitos. Também 2017 teve um elevado registo de 109.758 óbitos. Interessa igualmente saber, no geral, que as 10 principais causas de morte em Portugal, segundo a Base de Dados “Portugal Contemporâneo”, Pordata, são: a Tuberculose que, apesar de ser a que menos vítimas provoca, causou 0,2% das mortes; a VIH/Sida, que provoca quatro mortes em cada mil; o suicídio, com 12 em cada mil; as infeções, com 15 em cada mil; o envenenamento ou acidente como causa, de 34 em cada mil mortes por ano; a Diabetes, que afeta um milhão de portugueses, e origina 41 mortes por mil habitantes; as doenças no aparelho digestivo são responsáveis por cerca de 40 a 50 mortes também por mil; as doenças no

aparelho respiratório provocam 110 a 120 mortes por cada mil habitantes; o cancro, com uns astronómicos 25% do total de mortes em Portugal e, no topo, com 30%, cerca de

300 mortes por mil habitantes, as doenças do aparelho circulatório. Como forma de comparação com a pandemia provocada pelo SARS-CoV-2, até

ao mês 10, outubro de 2020, registaram-se 2.694 óbitos (números a 4 de Novembro), mas, no entanto, devido à gripe na época passada, terão morrido em Portugal 3.331 pessoas, enquanto o frio terá contribuído para a morte de quase 400 pessoas, num período de intensidade gripal moderada, dados que constam do relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2018/2019, apresentado pelo Instituto Ricardo Jorge, que indicou uma baixa dos números da mortalidade atribuída à gripe, comparativamente à época de 2017/2018. A morte não é calculável nem comparável ano após ano, como se pode verificar pelo registo de 2018 (sem pandemias e o maior número de sempre). Mesmo sem complicações acrescidas, com ou sem negligência de

outras doenças, devido ao excesso de zelo inicial com a Covid-19, as pessoas envelheceram e morreram. Chegaria, talvez, de tentativas de encontrar “bodes expiatórios” para tudo; da informação se tornar séria e não explicar apenas do ponto de vista que vende, mas sem informar com honestidade. Não é essa a finalidade do ciclo de produção de informação; não é essa a responsabilidade social de personalidades que invadem as TV a “vender” apenas as notícias para que foram pagos. Informe-se com isenção e independência e informe-se pelo dever de serviço público. Continuem a resguardar-se que, assim, se evitam doenças e se evitam mais perdas de vidas. NB-LC

Ministra da Saúde questionada no Parlamento sobre a extensão do Reguengo do Fetal No âmbito da discussão do Orçamento do Estado de 2021, o deputado do PSD Hugo Oliveira, eleito pelo círculo eleitoral do Distrito de Leiria, questionou a ministra da Saúde sobre o encerramento temporário de extensões de saúde do distrito de Leiria, destacando a do Reguengo do Fetal, por falta de meios humanos. “É inaceitável que no distrito de Leiria, só em outubro, tivéssemos 12 extensões de saúde fechadas, bem sei que algumas já abriram. Mas é inaceitável tanta incompetência”, disse o deputado. Para comissão política do PSD Batalha, “a falta de resposta aos pedidos da USF da Batalha é grave e de uma enorme incompetência dos responsáveis da saúde regional” O PSD da Batalha garante, em comunicado, que “vai continuar a interceder junto

p A população reclama reabertura da extensão de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro e dos responsáveis do ACES de Leiria, no sentido de obter as respostas que a população exige” Entretanto, a Comissão Especial de Defesa do Reguengo do Fetal participou

numa reunião, promovida pelo deputado eleito pelo circulo de Leiria, Raul Castro (PS), no Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral, com o objetivo de acelerar a reabertura da extensão de saúde do Reguengo do Fetal.


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Aprovados concursos públicos para pavilhão e ciclovia m Pavilhão municipal em São Mamede e Ecovia – Collipo ao Vale do Lena, que ligará a Golpilheira à vila da Batalha A câmara municipal aprovou em outubro a abertura de concursos públicos relativos aos projetos para construção do pavilhão municipal em São Mamede e desenvolvimento da Ecovia – Collipo ao Vale do Lena, na Golpilheira, investimentos que totalizam dois milhões de euros. A construção de um pavilhão municipal em São Mamede “é uma reclamação da freguesia que corresponde ao objetivo de dotar a população – segunda maior freguesia do concelho - com instalações multifuncionais para o apoio à formação desportiva, dinamização de ativida-

p Ecovia – Collipo ao Vale do Lena representa um investimento de 474 mil euros des de ginástica de manutenção no âmbito do programa Mova Sénior e para o desenvolvimento do desporto federado”, explica o município em comunicado.

Este equipamento é realizado em parceria com a Junta de Freguesia de São Mamede, que cede o terreno. O concurso público ascende a 1,5 milhões de euros, acres-

cidos de IVA. Prevê-se a sua conclusão no prazo de nove meses. A empreitada da Ecovia – Collipo ao Vale do Lena, que ligará a Golpilheira à vila da

Batalha, passando pelo sítio de interesse arqueológico da antiga cidade romana do Collipo, representa um investimento de 474 mil euros, acrescidos de IVA, sendo

uma intervenção que integra uma nova ponte ciclável sob o rio Lena e globalmente financiada por fundos europeus. Este projeto considera igualmente um percurso turístico da iniciativa dos alunos do curso de Turismo do Agrupamento de Escolas da Batalha. “O executivo municipal está fortemente empenhado em continuar a cumprir objetivos estratégicos que foram apresentados à população, qualificam o território e antecipam o futuro do concelho”, refere o autarca da Batalha. Para Paulo Batista Santos, “é significativa a aposta que o município faz no ambiente e no desporto, promovendo os hábitos de vida saudáveis e valorizando o turismo desportivo e cultural, áreas muito procuradas pelos visitantes que recebemos no concelho”.

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Jornal da Batalha

Património A urbanização da Batalha no século XX e uma Exposição ao Presidente do Conselho de Ministros (II) Quarentena Amedrontado e fechado em prisão domiciliária à espera que o mundo acabe ou recomece. Com a vida encarcerada nada mais me apetece do que uma ordem de despejo nua e crua e uma licença camarária para apanhar, em pelote, banhos de sol na rua.

Concluo, neste número a transcrição da exposição enviada em 10 de Outubro de 1936 pelo então presidente da Comissão Administrativa Municipal da Batalha, Dr. José Maria Pereira Gens, ao Presidente do Conselho de Ministros, Doutor António Oliveira Salazar, acerca dum plano de urbanização da nossa Vila: “VI – Como Executar este Plano: “Como dissemos deveriam ser adoptados para este caso providências semelhantes às que foram criadas para a Costa do Sol, com a Lei nº 1909, de 22 de Maio de 1935, e o Decreto nº 26762 de 9 de Junho de 1936. “Ou, sendo mais precisos, os pontos de vista desta Câmara resumem-se no seguinte: 1º - Criação duma Comissão do Ministério das Obras Públicas encarregada da urbanização da Vila da Batalha, a Vila da Victória de D. Manuel I. 2º - Abertura de concurso para apresentação de projectos de urbanização da Vila da Batalha, sobre bases previamente estudadas mas que girariam em volta destes princípios: a) Defesa do Mosteiro; b) Monumento a D. Nuno Álvares Pereira,

c) Arrumação da povoação com todos os elementos, arruamentos, jardins, fontes, praça, escolas, quartel da Guarda, Paços do Concelho, Repartições Públicas, Correios e Telefones, Casa do Povo, Bombeiros, campo de jogos, parque de diversões, etc. etc.. d) Circulação e estacionamento de carros. 3º Execução criteriosa e contínua deste plano garantida com a dotação de algumas centenas de contos, durante alguns anos. À mesma comissão deveria ser cometida a construção do Monumento da Independência – obelisco a erigir em S. Jorge, no local onde se feriu a grande batalha. Nos diplomas que regulam a urbanização da Costa do Sol conseguiram-se receitas para fazer face às grandes despesas a efectuar ali. Pois também aqui na Batalha se pode criar uma fonte importante de receita desde que se cobre uma pequena quantia aos visitantes. E como a Igreja está ao culto, poderia essa importância ser cobrada à entrada dos claustros, parte que nunca visitante algum deixa de percorrer. “Secretaria da Câmara Municipal da Batalha, aos 10 de Outubro de 1936. O Presidente da Comissão Admi-

nistrativa Municipal, Dr. José Maria Pereira Gens”. É curioso verificar que algumas destas sugestões acabaram por se concretizar na década de 60 do século 20, nomeadamente a realização do plano de urbanização com, evidentemente, algumas alterações e a amarga surpresa duma estrada de grande tráfego a curta distância do Mosteiro, do que Salazar também não gostou e desse descontentamento deu fé numa passagem pela Batalha a caminho do seu concelho natal, Santa Comba Dão, onde ia gozar um curto período de férias. O desabafo do Presidente do Conselho de Ministros foi ouvido por alguns batalhenses, que mo confirmaram. Creio que na nossa Câmara está uma cópia duma carta que ele enviou ao secretário ou sub-secretário do Ministério das Obras Públicas, dando-lhe conta da demissão do respectivo ministro, desagradado que ficou com a obra. Mas assuntos desta importância requerem aprofundada investigação. Assim

o exige o rigor histórico. Como vêem, sobre o tema há pano para mangas. Outra das sugestões que se concretizou e enriqueceu a Vila, sob o ponto de vista artístico e histórico, foi a da erecção da estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, obra notabilíssima do grande escultor Leopoldo de Almeida, inaugurada em Abril de 1968, acto que teve a presidi-lo o Presidente da República, Almirante Américo Tomás, e a presença, entre muitas outras entidades, do Doutor Salazar, e de representantes das famílias de Bragança e do Cadaval, descendentes do Condestável. Dado tratar-se duma estátua equestre, criou-se o mau hábito, entre os batalhenses, de a denominar pela “do cavalo”. Ora, a estátua é a do Condestável D. Nuno Álvares Pereira e assim deve ser designada. O largo onde se encontra é o do Condestável e é interessante referir que a designação, como a do Largo da Vitória, em frente do Mosteiro, foram sugestões, há anos, dos

alunos do Agrupamento de Escolas da Batalha. Do número 1583, de 1 de Maio de 1968, de “O Século Ilustrado”, reproduzo, com a devida vénia, uma imagem das cerimónias da inauguração. Comandante Fernando Bastos Fernando Bastos deixou há pouco o comando do Corpo Activo dos nossos Bombeiros. Na linha de rumo dos anteriores Comandantes, o primeiro dos quais foi o inesquecível Aurélio Gonsalves, exerceu o difícil cargo com exemplares competência, dedicação e dinamismo e dando valioso contributo para o prestígio da Corporação batalhense, uma das mais conceituadas do nosso País. A nossa gratidão ao Fernando Bastos e os votos de idêntico êxito para o seu sucessor que, creio, venha a ser o segundo Comandante Hugo Borges.

Será o Povo quem mais ordena? Lamentavelmente, no nosso País os referendos são raros. Não podemos, nem devemos, esquecer-nos de que a Constituição nunca foi referendada, o mesmo acontecendo com a inclusão na União Europeia. Mas são os referendos o instrumento mais democrático porque conferem ao Povo o poder de interferir decisivamente nos actos dos governos. Não há outro instrumento político com esta capacidade. Os próximos actos eleitorais, seja qual for a sua natureza (Presidência da República, Parlamento, Autarquias), deviam ser aproveitadas para, simultaneamente, se realizarem referendos sobre os assuntos mais diversos, quer de amplitude nacional quer municipal. Com a Suíça temos de aprender muito nesta matéria. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (211)


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Economia

Plano de relançamento da economia para micro negócios até 100 mil euros m Investimento de meio milhão de euros para ajudar a combater a crise resultante da pandemia de Covid-19 O Município da Batalha está a desenvolver um programa de relançamento da economia, que corresponde a um investimento de meio milhão de euros, na sequência da pandemia de Covid-19. “Será uma espécie do nosso plano de recuperação e resiliência, em que vamos dotar com meios financeiros aqueles que, por

uma razão ou outra, tenham de fechar as suas atividades”, explicou o presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos, no dia 9 de novembro. O programa abrange “micro negócios até 100 mil euros e também as atividades comerciais e de restauração”, adiantou o autarca, explicando que o investimento, que “meados de dezembro estará disponível, “permite acompanhar pelo menos 200 empresas”. A proposta de regulamento municipal do programa “estabelece as regras aplicáveis à concessão de apoios, de caráter extraor-

dinário, não reembolsáveis, tendo em vista a manutenção de postos de trabalho e mitigação de situações de crise empresarial”. A economia e emprego, promoção do desenvolvimento e reabilitação urbana são as áreas contempladas. Segundo Paulo Batista Santos, prevê-se, por exemplo, que os empresários que tiverem de fechar “possam receber 85% do valor das despesas que manifestamente demonstrem, quer de investimento, quer de receitas que perdem fruto destas medidas de contingência”.

p Os empresários podem receber 85% do valor das despesas


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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Valorlis participa em campanha nacional de inclusão para aumentar a reciclagem m Os mais de 78.300 ecopontos de norte a sul do país terão uma nova ordem - azul, verde e amarelo A Environment Global Facilities (EGF) e as suas 11 concessionárias – entre as quais a Valorlis, que atua no Concelho da Batalha - “estão a desenvolver um movimento de mudança de comportamentos ambientais”, destacando que “Não é só uma campanha, é um movimento coletivo e inclusivo”. Entre as várias ações planeadas está a reorganização dos ecopontos, por forma a promover a reciclagem junto dos cidadãos com limitações. Os mais de 78.300 ecopontos de norte a sul do país terão uma nova ordem - azul, verde e amarelo, ajudando assim aqueles que tiverem limitações visuais.

p A campanha tem um investimento de um milhão de euros Esta ação deverá estar concluída em fevereiro de 2021. A solução é simples, basta ordenar os contentores dos ecopontos sempre da mesma forma, da esquerda para a direita – azul, verde e amarelo. Desta forma os ci-

dadãos cegos ou com limitações visuais saberão sempre qual o contentor para cada tipo de material. “Com esta ação, não só queremos ter mais cidadãos a reciclar, como queremos que reciclem melhor e para

isso temos de ser cada vez mais inclusivos. “A campanha - “O futuro do planeta não é reciclável” - é mais do que um filme publicitário, este é o maior movimento de sensibilização que alguma vez foi feito,

porque juntos poderemos ser o motor de uma mudança necessária e urgente”, afirma o presidente da EGF, Emídio Pinheiro. As concessionárias do grupo EGF já arrancaram com este projeto, nas suas áreas de atuação, prevendo concluir a ação daqui a quatro meses. Em simultâneo, a EGF convidou todos os sistemas de tratamento e valorização de resíduos, câmaras municipais e organizações, a adotar o mesmo procedimento, para que seja possível uniformizar esta prática em todo o país. Para além da ordenação dos ecopontos, também o código da reciclagem presente em suportes informativos passa a estar disponível em audiodescrição. Se por um lado a sinalética já tinha os símbolos colorADD (que apoia a identificação das

cores pelos daltónicos), também agora os cidadãos cegos ou com dificuldades de visão podem ouvir estas regras disponíveis no website da EGF ou ouvir o anúncio da campanha neste formato. A estas iniciativas, acresce a legendagem de todos os filmes divulgados, entre os quais o anúncio de TV, o que permite à comunidade surda o seu entendimento, e alguns conteúdos apresentados por colaboradores da empresa cuja limitação física e/ou psicológica não foram limitações de participação. Lançada em outubro pela EGF e pelas 11 concessionárias, “esta é a maior campanha de sensibilização ambiental alguma vez desenvolvida em Portugal com fundos europeus e tem um investimento de cerca de um milhão de euros”.

Autarca da Batalha eleito representante do Comité de Acompanhamento do Centro 2020 O presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, foi eleito no dia 4 de novembro, em Coimbra, representante do Comité de Acompanhamento do Programa Operacional Regional do Centro 2020. Trata-se de um órgão da CCD Região Centro responsável por analisar e aprovar a metodologia e os critérios de seleção das operações, os relatórios de execução anuais e finais, as propostas da autoridade de gestão para alteração do programa e analisar as questões que afetem o desempenho do programa, a execução de grandes projetos, as ações destinadas a promover o desenvolvimento sustentável e a execução dos instrumentos f inanceiros.

p Paulo Batista Santos eleito a 4 de novembro Integram este omité, a Comissão Europeia, a Autoridade de Auditoria, o Banco Europeu de Investimento, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, os parceiros económicos e sociais, as organizações mais relevantes da eco-

nomia social, as instituições de ensino superior, as entidades públicas mais relevantes para o programa operacional e as autoridades de gestão dos programas operacionais temáticos e regionais do continente do programa Portugal 2020.

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Necrologia Batalha

novembro 2020

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e vinte e seis a folhas cento e vinte e sete, do Livro duzentos e cinquenta e seis - B, deste Cartório. Fernando Vieira dos Santos, NIF 110 061 110 e mulher Georgina Maria Oliveira Bento Santos, NIF 149 171 978, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, onde residem na Rua Nossa Senhora de Fátima, nº 11, no lugar de Casal Vieira, São Mamede, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, ambos sitos na freguesia de São Mamede, concelho da Batalha: UM - prédio rústico, composto de terra de mato, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Capucinhos, a confrontar de norte com Manuel dos Anjos Cunha, de sul com Manuel Vicente Vieira, de nascente com caminho e de poente com Artur Carreira Vieira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 7890, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €13,26; DOIS - prédio rústico, composto de terreno com oliveiras, com a área de noventa metros quadrados, sito em Casal Vieira, a confrontar de norte e de nascente com Manuel Vieira, de sul com Manuel Vieira Pastilha e de poente com Camara Municipal, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 9535, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €39,79. Que, o justificante marido adquiriu os identificados prédios no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por doação verbal de Afonso dos Santos, viúvo, seu avô paterno, residente que foi em Casal Vieira, São Mamede, Batalha, não dispondo, assim, os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição dos mesmos; Que em consequência daquela doação verbal, possuem os identificados prédios, em nome próprio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, amanhando os prédios, deles recolhendo os frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram os referidos prédios, por usucapião. Batalha, vinte e nove de outubro de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 364 de 16 de novembro de 2020

Óbitos Ermelinda Silva Franco, 89 anos. Viúva de Francisco José Carreira. Residia em Alcanadas – Batalha. Faleceu no dia 17/10/2020 e foi sepultada no cemitério de Reguengo do Fetal. Maria do Carmo Gomes Guerra, 90 anos. Viúva de José da Silva Pereira da Costa. Residia em Brancas. Faleceu no dia 21/10/2020 e foi sepultado no cemitério da Batalha. Maria Vitória Henriques Marcelino Gomes, 69 anos. Casada com Manuel Gaspar Gomes. Rio Seco – Reguengo do Fetal. Faleceu no dia 24/10/2020 e foi sepultada no cemitério de Torre.

Maria da Purificação Costa (89 anos) N. 26-09-1931 - F. 24-10-2020 Quinta do Sobrado – Batalha

AGRADECIMENTO Seu filho, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Eternamente nos nossos corações… Até um dia. Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Maria da Purificação Costa, 89 anos. Viúva de João da Costa Silva. Quinta do Sobrado – Batalha. Faleceu no dia 24/10/2020 e foi sepultada no cemitério da Batalha. Arménio Santo Costa, 75 anos. Casado com Maria do Carmo da Piedade Oliveira Costa. Residia em Faniqueira – Batalha. Faleceu no dia 24/10/2020 e foi cremado. António de Oliveira Bastos “António Neto”. Casado com Carminda da Silva Pereira. Residia em Casal do Quinta – Batalha. Faleceu no dia 02/11/2020 e foi sepultado no cemitério da Batalha. Alcinda dos Santos Rosa, 73 anos. Casada com Manuel Vieira Bastos. Residia em Casal do Quinta – Batalha. Faleceu no dia 03/11/2020 e foi sepultada no cemitério da Batalha. Alice Henriques Filipe, 82 anos. Casada com José Sousa Jorge. Residia em Faniqueira – Batalha. Faleceu no dia 29/08/2020 e foi sepultado no cemitério da Batalha. José da Silva Grosso, 77 anos. Casado com Alvorinda dos Santos Ribeiro. Residia em Cancelas. Faleceu no dia 06/11/2020 e foi sepultado no cemitério da Batalha. António Pereira, 76 anos. Casado com Arlinda do Rosário Semeão. Residia em Reguengo do Fetal. Faleceu no dia 09/11/2020 e foi sepultado no cemitério de Reguengo do Fetal.

Tratou: Funerária Santos & Matias Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

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Concertos da Justiça: “Por Ser Natal” Os Concertos da Justiça prosseguem a 20 de dezembro. “Por Ser Natal”, Ensemble OCC (Obras de G. F. Haendel, F. Gruber ou William Gomez & Temas tradicionais de Natal), com o concerto a realizar-se no mosteiro.

NOVEMBRO 2020

Marcelo diz que “houve uma recuperação pequena” no turismo da Região Centro m “Muitas empresas não conseguiram pagar salários em outubro e receiam não poder manter-se nos próximos meses. Para os restaurantes, por exemplo, os novos horários são dramáticos”, disse, por seu lado, o presidente da região de turismo O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encontrou-se no dia 13 de novembro com empresários e agentes do sector do Turismo

da zona Centro, “para ouvir as suas preocupações perante a situação grave que esta atividade atravessa”, numa iniciativa do Turismo Centro de Portugal e da Confederação do Turismo de Portugal. “Nesta região Centro houve uma recuperação pequena, mas apesar de tudo sensível, durante o verão, porque houve muito turismo nacional. Mas essa recuperação não compensou os meses anteriores e não está a compensar o que aconteceu no último mês e meio. É uma situação grave para a hotelaria e para a restauração. O alastramento no número de municípios com casos de

maior risco repercute-se no turismo, na restauração, com quebra de receitas”, reconheceu Marcelo Rebelo de Sousa, no Luso. “Vou ouvir os empresários e serei porta-voz junto do Governo e de outras autoridades daquilo que pode ser feito em termos de apoios e aquilo que pode ser pensado em termos de moratórias”, acrescentou o Presidente da República. “O Presidente da República tem sido um participante ativo nos problemas que afetam o Centro de Portugal. Perante esta pandemia, queremos transmitir-lhe três grandes preocupações. A primeira é que Portugal, para

ser um país mais equilibrado e mais justo, deve ser visto como um todo. No verão, regiões como o Centro de Portugal souberam readaptar-se a este tempo de pandemia e conseguiram resultados positivos, que permitem um novo olhar sobre os territórios do interior e da baixa densidade”, disse o presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado. “Em segundo lugar”, continuou, “queremos transmitir que neste tempo de emergência muitas empresas não conseguiram pagar salários em outubro e receiam não poder manter-se nos próximos meses. Para os restau-

rantes, por exemplo, os novos horários são dramáticos. Finalmente, queremos partilhar palavras de esperança, salientando que na Turismo Centro de Portugal estamos a procurar reinventarmo-nos e a estruturar novos produtos turísticos, com os nossos empresários. Produtos em que o impacto é menor, nomeadamente o turismo médico, o turismo ativo e o turismo da natureza. São estas posições que querermos partilhar com o Presidente da República e, naturalmente, esperar que, como tem sido sempre o seu apanágio, continue a ser uma voz nacional na defesa de todos”.

p “É uma situação grave para a hotelaria”, reconhece o Presidente da República Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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