PORTE PAGO
| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXX Nº 361 | AGOSTO DE 2020 |
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Entrevista a Paulo Batista Santos
“Faremos com a vacina como fizemos com as máscaras e os testes à Covid”
Contribuintes do concelho com rendimentos acima da média W pág. 24
Exportações do município caíram 27% no primeiro semestre do ano
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agosto 2020
Jornal da Batalha
Espaço Público s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD da Batalha
Coragem e a ambição para um futuro melhor O plano que o consultor António Costa Silva apresentou ao Governo com uma “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal 2020-2030” é um bom documento e apresenta dez áreas em que Portugal deve apostar para conseguir recuperar a economia na próxima década. No documento refere-se uma missão que se destaca face às outras: criar condições para construir uma economia socialmente justa, que possa contribuir para a criação de emprego, defesa da economia e do bem-estar social. Este terá de ser o caminho! Se é certo que numa primeira fase da pandemia, em Portugal, conseguimos atenuar a curva de casos, pro-
teger o Serviço Nacional de Saúde e evitar uma tragédia maior; mais recentemente a evolução da crise de saúde pública agravou-se e poderá mesmo ocorrer uma segunda vaga de Covid-19. No concelho da Batalha tivemos uma capacidade de reação extraordinária, a câmara municipal em que tenho honra de colaborar tem sido rápida na reação, responsável na ação e imaginativa nas soluções, tendo muitas vezes avançado quando a administração central não dava resposta. Com a colaboração de todos e empenho das várias entidades locais, temos conseguido travar a propagação do vírus, e sobretudo dispomos de condições para pensar e trabalhar no relan-
çamento da economia e com segurança ajudar na missão de recuperar o emprego e o
rial. Além da emergência sanitária, temos agora a emergência económica e social. E
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mais recentemente a evolução da crise de saúde pública agravouse e poderá mesmo ocorrer uma segunda vaga de Covid-19.
bem-estar social no concelho da Batalha. Sabemos que a vida tem de regressar à normalidade e, uma vez mais, a câmara municipal não enjeita as suas responsabilidades, tendo uma postura pró-ativa no apoio às famílias que perderam rendimentos e no apoio à atividade empresa-
”
essa deve ser a nossa maior preocupação. Nestes dias foram publicados dados oficiais pelo INE que colocam a Batalha como o terceiro concelho com melhor desempenho da região de Leiria, superior à média nacional, tendo em conta os rendimentos dos agregados familiares resi-
dentes em 2018. Um facto assinalável ao nível da evolução do rendimento disponível e que em muito se deve ao crescimento da economia local. O concelho da Batalha tem uma assinalável pujança económica, com mais de 2000 empresas, que no seu cômputo representam mais de 7.280 postos de trabalho. Somos ainda o primeiro concelho da região e um dos poucos do país que regista entre 2010 e 2018 um crescimento populacional. Mas o facto de termos um tecido empresarial dinâmico não ilude o forte impacto que o período de confinamento teve na economia concelhia. Esta é a realidade. O nosso objetivo não pode ser outro que não seja recuperar os níveis
de desenvolvimento que até finais de 2019 estávamos a construir. A todos desejo um bom feriado municipal e que na evocação de D. Nuno Álvares Pereira e dos heróis da Batalha de Aljubarrota de 1385, possamos encontrar a coragem e a ambição para vencer mais este desafio.
s Baú da Memória Por José Travaços Santos
De novo o Padre António Vieira A ignomínia do acto que vandalizou a estátua do Padre António Vieira, a maior figura do Portugal seiscentista e uma das maiores da História da Humanidade, leva-me a retomar o tema e a sublinhar o que o caracteriza ao longo de uma vida de quase noventa anos, servindo sempre as causas mais nobres e de profundo sentido humanista e humanitário. A insistência no tema também nasce da impressão que tenho de que a maior parte dos Portugueses ainda não se apercebeu da sua gravidade e do perigoso surgimento de novos extremismos que nos querem impor, antidemocraticamente, as suas
ideias. À força e com violência. O padre António Vieira, não obstante o perigo a que se expôs, teve a coragem de se opor à terrível e poderosa Inquisição, o que lhe acarretou um ano de prisão numa das tenebrosas masmorras dessa instituição de má memória e não sei quantos mais em residência fixa num convento da Ordem a que pertencia, a Companhia de Jesus, tão injustamente vilipendiada quase até ao nosso tempo. No período terrivelmente difícil que se seguiu à gloriosa restauração da Independência da nossa Pátria, a partir de 1640, foi um notabilíssimo embaixador de Por-
tugal na Europa, defendendo sempre, esforçada e inteligentemente a nossa liberdade, não obstante a influência internacional da então potência que era a Espanha. No Brasil defendeu acerrimamente a causa dos Índios e foi, igualmente, um corajoso defensor da aproximação com os Cristãos-Novos, com quem estabeleceu relações amigáveis. Aos poderosos mandou recados nos seus sermões. Não obstante, o Rei de Portugal restaurado, D. João IV, teve por ele particular estima e aceitou muitos dos seus conselhos, o que infelizmente já não aconteceu nos dois reinados seguintes (D. Afonso VI/Conde de
Castelo Melhor e D. Pedro II). Foi figura-mór das Letras no seu tempo e continua a ser o expoente do Humanismo português. Pois é este o Homem de incomensurável grandeza, cuja memória foi agora enxovalhada ante a quase indiferença dos homens do nosso tempo. Em que terrível tempo vivemos! A imagem fui buscá-la, com a devida vénia, ao notável álbum da Exposição “Padre António Vieira da Companhia de Jesus, Pregador de Sua Alteza. 16081697”. Exposição em 1997 e 1998, na Biblioteca Nacional. Pintura da Escola Portuguesa, do início do século XVIII.
Jornal da Batalha
Espaço Público Opinião
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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha
Despesa pública Já ouvimos falar vezes sem conta de tempos de vacas magras. No entanto, ninguém se lembrará de um défice de 16,5% num trimestre e cuja redução vai demorar e ser muito dolorosa, para cidadãos e empresas. Atendendo à crise mundial instalada e às múltiplas dúvidas sobre a ultrapassagem da pandemia e a retoma das economias, o cenário não é nada famoso, por mais otimistas que gostássemos de ser. A economia é feita de ciclos de crescimento económico e de recessão, sendo o mais normal que quando um bloco está em crise, outros estão em crescimento e puxam pelo que está em crise, fazendo com que a recuperação seja mais rápida. Ora a situação que verifi-
camos atualmente contempla uma crise mundial, em que poucos são os países que estão a crescer, o que impede que puxem pelos muitos que estão em crise. No caso de Portugal a si-
lumbra muito complexa. A pressão sobre o Estado é enorme, Estado este com uma dívida brutal, o que complica ainda mais a situação. Para os que defendem uma dívida alta,
tamos e continuaremos durante mais alguns meses anestesiados, por via da moratória sobre os financiamentos bancários e algum diferimento de pagamento de impostos. Vêm aí
“
Atendendo à crise mundial instalada e às múltiplas dúvidas sobre a ultrapassagem da pandemia e a retoma das economias, o cenário não é nada famoso, por mais otimistas que gostássemos de ser.
tuação ainda se torna mais complexa, uma vez que somos uma pequena economia, muito dependente de terceiros, por via das exportações e do turismo, sectores em crise absoluta e cuja recuperação se vis-
não fora a intervenção da União Europeia e estávamos na banca rota, sem apelo nem agravo. Sem ninguém disposto a emprestar-nos a não ser talvez com juros usurários. Por outro lado, ainda es-
”
mais fundos comunitários, mas uma boa parte será a título de empréstimo, logo terão de ser paga. Será tempo do Estado central e local serem mais bem geridos, racionalizando tudo o que for passível
de ser racionalizado, para que existam meios para financiar a economia, responder às necessidades cada vez mais prementes do Serviço Nacional de Saúde e ajudar os cidadãos em maiores dificuldades. As necessidades de meios são maiores e a capacidade dos cidadãos e empresas para pagar impostos são cada vez menores. Ou o Estado se endivida ainda mais, o que tornará a dívida insustentável, ou cobra mais impostos a quem não os pode pagar. Resta assim, gastar melhor os parcos recursos existentes. É tempo de imperar o bom senso e terminarem as megalomanias e despesismos que nunca deveriam ser aceites na gestão dos dinheiros públicos,
mas neste tempo de vacas muito magras não serão aceites de forma alguma. É tempo do Estado central e local se colocar mesmo ao lado dos cidadãos e das empresas, pois são estes os fatores chave para sairmos da brutal crise que temos pela frente.
s Espaço do Museu
14 de Agosto – o dia da Batalha de Aljubarrota e da morte do rei que a comandou No mês em que se celebra a Batalha de Aljubarrota, recordamos o rei que a comandou, no dia 14 de agosto de 1385. D. João I nasceu a 11 de abril de 1357, em Lisboa. Filho ilegítimo do rei D. Pedro I e de D. Teresa Lourenço, foi consagrado Grão-Mestre da Ordem de Avis em 1364. Em 1385, após interregno (sem rei no poder), entre 1383-1385, coincidente com um período de crise e de guerra civil, foi nomeado rei de Portugal nas Cortes de Coimbra. Já nomeado, viu o reino ser invadido diversas vezes por Castela, sendo os episódios mais marcantes o cerco de Lisboa, que durou perto de quatro meses, e a Batalha de Aljubarrota que contou com a destreza do condestável do reino, D. Nuno Álvares Pereira. D. João I casou com D. Filipa de Lencastre, quando tinha 30 anos. Do casamento nasceram oito fi-
lhos: D. Duarte, D. Pedro, D. Isabel, D. Henrique, D. João, e D. Fernando e mais dois que faleceram muito jovens. Foi-lhe atribuído o cognome “de Boa Memória” devido à sua forma de governar e à relação para com a corte e sociedade em geral. Em momentos de campanhas ou guerras, o rei exibia os símbolos do seu poder militar, através de armas, espada e escudo, hasteando o pendão real e vestes identificadas com as cores e heráldica da realeza. Nos mosteiros e igrejas, patrocinados pela Coroa, eram esculpidos ou pintados nome e os símbolos do rei e do reino. Pressentindo a morte, no início de agosto de 1433, D. João I pediu que fosse levado para o castelo da Alcáçova, em Lisboa, alegando ser “a sua melhor casa de seus reinos” (COELHO, 2009, p.92). No dia 14 de agosto de 1433, rodeado pelos seus filhos, o
monarca apercebendo-se de que não tinha a barba aparada, solicitou que lha cortassem “pois não con-
vinha a rei, que muitos haviam de ver, ficar depois de morto espantoso e disforme” (COELHO, 2009,
p.92). Acabou por falecer nesse mesmo dia. Cumprindo a sua vontade, o corpo do monarca foi sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que mandara erguer. Após mais de setenta dias exposto na Sé de Lisboa para que toda a cidade lhe prestasse a devida homenagem, iniciou-se, a 25 de outubro do mesmo ano, o processo de trasladação para o Mosteiro da Batalha, através de um longo ritual. Todos os sinos das igrejas e mosteiros de lisboa tocaram. Cinco cavalos encabeçaram o cortejo cobertos de panos bordados que representam S. Jorge, seu protetor de guerra, as armas reais, as letras e símbolos da sua divisa. O caixão foi carregado pelos infantes, condes e grandes senhores. Seguiram-no doze cavalos que ostentavam as bandeiras e armas reais e vinte e quatro religiosos que proferiam orações. Ao longo do trajeto,
houve diversas paragens para ritos religiosos, nomeadamente no Mosteiro de Odivelas, na Igreja de Vila Franca de Xira, na Igreja de Alcoentre e no Mosteiro de Alcobaça. O corpo chegou à Batalha no dia 29 de outubro de 1433, carregado aos ombros pelos seus filhos, e foi colocado num digno estrado junto de sua esposa. Visite a Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha, onde se encontra sepultado o rei D. João I e venha conhecer mais curiosidades sobre a nossa História no MCCB. Recordamos que ao primeiro domingo do mês, as entradas no Museu são gratuitas para naturais ou residentes no concelho. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha) FONTES: COELHO, Maria Helena da Cruz: D. João I - O da Boa Memória; Academia Portuguesa da História. 2009 www. mosteirodabatalha.gov.pt
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Entrevista
“Município chegou a ser ‘advertido’ pela DGS devido à distribuição gratuita de máscaras” m O presidente do Município da Batalha, Paulo Batista Santos, faz um balanço da forma como o concelho enfrenta a pandemia, analisando as medidas que tomou – e as reações - e apresenta a estratégia que pretende seguir, em que uma das principais prioridades é a área social. Mas também aborda outros temas que preocupam a população, como a poluição suinícola, a exploração de pedreiras e as obras necessárias no mosteiro Quais eram as suas expetativas para este ano antes da pandemia? Até março tínhamos uma expetativa muito alta, na medida em que do ponto de vista económico, social e político as coisas estavam muito bem encaminhadas. As empresas funcionavam bem, o mercado crescia e a taxa de desemprego era quase nula. O município estava focado em fazer investimentos que traduzissem o crescimento económico. São obras muito importantes e urgentes, mas como consequência da pandemia teremos de repensar pelo menos duas, uma vez que reorientámos muito a política municipal para a componente social, no sentido de ajudar as atividades económicas a manterem-se em atividade. Uma outra componente, com um custo importante na política municipal, é criar condições para o emprego de valor acrescentado na área social, que absorva as pessoas com mais
dificuldades em ser transferidas entre as atividades existentes. Há atividades em risco, atingindo sobretudo emprego e mão de obra feminina, nas áreas da cerâmica e dos moldes (um pouco), que não é absorvida por sectores em crescimento, como é o caso da construção civil. As empresas que dependem mais da exportação estão com dificuldades. Portanto, é necessária uma política de emprego de valor acrescentado social que possa gerar empregabilidade no concelho para essas pessoas nas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] ou através de programas na área da educação. Por outro lado, reponderámos projetos e adiámos a requalificação do pavilhão multiusos e intervenções que tínhamos previsto na rede viária. Mas, em circunstância alguma, adiaremos os projetos objeto de candidaturas a fundos europeus, para não corremos o risco de os perder. A autarquia antecipou-se em medidas de controlo da pandemia. Que fatores influenciaram essa atitude? O facto de eu integrar o Comité das Regiões [da Europa] faz com que tenha relações permanentes com colegas europeus. Quando em Portugal assistíamos ao drama que acontecia em Itália falei, quase diariamente, com colegas parceiros de bancada e fomos verificando as decisões que tomavam. Apercebemo-nos do que estava a acontecer e com rapidez chegámos a uma conclusão, sobretudo com os parceiros da República Checa: a opção pelo uso da máscara era correta e necessária, e testar para monitorizar, mas, sobretudo, controlar os focos, eram as melhores me-
todologias a adotar na defesa da saúde pública. No início, o uso de máscaras sociais gerou polémica e discussão no país. Nós não hesitámos, avançámos, implementando um programa gratuito de distribuição de máscaras à população. Achamos que tomámos as decisões corretas, nem sempre fáceis. O Município da Batalha chegou a ser ‘advertido’ pela Direção Geral de Saúde (DGS), devido à distribuição gratuita de máscaras, alegando que seria desnecessária e poderia gerar perturbação na estratégia de saúde pública que na altura a DGS estava a definir. Explicámos que a nossa opção não comprometia as opções da DGS, que estávamos a cumprir, e ainda a acrescentava medidas preventivas à estratégia nacional que nos pareciam corretas. Essas opções permitiram-nos ter até agora a situação mais ou menos controlada.
Esta última fase, a dos testes, também foi muito criticada, mas tem sido necessária. Sempre que há um foco, a câmara municipal ajuda a que a resposta seja dada de imediato, porque hoje o Serviço nacional de Saúde (SNS) apenas testa as pessoas sintomáticas e aquelas que careçam de intervenção hospitalar. Ora isto é residual nesta pandemia em que a maior parte das pessoas é assintomática.
para o concelho sem controlo. E isto não pode acontecer, por uma questão cívica e de saúde pública. O ministro da Administração Interna tomou agora uma decisão acertada, com regras há muito reclamadas por diversos sectores da sociedade, sobretudo pelos médicos de saúde pública. Não há outra forma de controlar a situação que não seja monitorizar as pessoas que chegam.
Estava há dias irritado com a alegada falta de controlo nos aeroportos e os casos importados para o concelho. Por quê? Ficámos muito aborrecidos com a questão de duas pessoas que vieram da Roménia e do Brasil, porque vieram de avião, sabendo que estavam infetadas com a Covid-19, já com testes feitos, e foram deixadas embarcar, voar num avião certamente cheio, sair do aeroporto e vir
Qual é a sua prioridade: a economia ou a ação social? Eu tenho a ambição de intervir mais na componente social. Não que a Segurança Social não desempenhe um papel importante, mas hoje temos de investir na criação de emprego de valor acrescentado social; contemplando pessoas que não conseguem emprego rapidamente. No concelho há dois sectores em especial que estão muito degradados: cerâmica de
mão de obra intensiva e moldes, e a indústria do turismo - esta vai demorar mais tempo a recuperar. Para as pessoas afetadas voltarem ao mercado de trabalho, temos que criar esse estímulo. Por isso acordámos com rapidez novas competências na área da ação social. A Batalha pretende não só acompanhar e monitorizar os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, mas também ter a capacidade de fazer um acompanhamento mais próximo das pessoas com problemas desta natureza e colocá-las no mercado de trabalho. E também ambiciona ter a capacidade e meios para criar uma dinâmica com as IPSS e o sector educativo de empregabilidade destas pessoas. É essencial para o concelho para retomarmos a estabilidade social e económica. Quanto às empresas, a industria exportadora enfrenta muitas dificuldades e na
Jornal da Batalha Batalha tinha grandes investimentos em curso. As três principais empresas do concelho estavam, praticamente, a fazer fábricas novas. Para os próximos dois anos (este e o próximo) tinham previsto 20 milhões de euros de investimento em equipamentos e fábricas. Estavam a olhar muito para o crescimento das exportações, um cenário que se alterou profundamente e, portanto, tem haver contributos para a sua manutenção. Algumas empresas irão fechar, outras já fecharam, mas as principais exportadoras, mesmo com dificuldades, têm resistido e têm vontade de continuar. Os projetos anteriores à pandemia vão manter-se? Os programas de natureza social mantêm-se ou serão reforçados, correspondendo a uma reconversão que faremos no orçamento municipal. Neste orçamento e no próximo iremos alocar mais dois milhões de euros à componente de projetos iminentemente sociais. Estamos a falar do início da construção de uma creche, do Projeto Crescer+, que será reforçado com novas dotações e o seu âmbito alargado; do Cartão Familiar, do qual já beneficiam 300 famílias; de reforçar a breve trecho a componente da ação social escolar e de desenhar o programa de valor acrescentado social de empregabilidade, em que o município assume a contratação ou financia/estimula entidades que possam contratar. Neste sentido, vamos criar um mecanismo legal e financiar/estimular as IPSS para que possam contratar e as pessoas tenham uma solução profissional no concelho. Há ainda o projeto de habitação para os jovens casais, de matriz social, que arranca no imediato nas Cancelas, onde vamos construir, para já, 12 fogos, e depois esperamos construir mais 16. A ideia é criar um mecanismo de rendas acessíveis. Que impacto tem a pandemia nas contas do município? Nesta fase não terá muito. A receita diminuiu e há intervenções que têm de ser adiadas, como a do pavilhão multiusos, no valor de um milhão de euros, e duas de maior expressão previstas na área das acessibilidades. Esta solução vai compensar
Entrevista Batalha
agosto 2020 a perda de receita que tínhamos. Na prática, a câmara manter-se-á com boa saúde financeira, porque deixaremos de fazer os investimentos para contemplar a componente social. A grande vantagem neste momento é que, como somos um dos municípios da região centro com maior nível de execução de fundos comunitários, as comparticipações aumentaram. O município vai receber mais 2,5 milhões de euros, de que não estava à espera. Há projetos que não contava serem financiados por fundos comunitários, como as Festas da Batalha, o parque de eventos, as ecovias, a mobilidade suave, e que acabam por ser contemplados.
Fico preocupado quando vejo no plano de recuperação, que está a ser desenhado, que 80% da verba que negociámos com os parceiros europeus já está alocada a três projetos nacionais: aeroportos, linha de TGV e metro. Isso é grave. São investimentos feitos sobretudo em grandes cidades. Ora, assim não se faz coesão - o que temos de fazer é o contrário, é regionalizar os fundos e o investimento nacional.
dução e as condições de tratamento estão muito mais degradadas. Isto significa que temos tido na Batalha muito mais problemas ambientais, quando uma pequena parcelas dos tantos milhões de que ouvimos falar todos os dias resolvia o problema. Estamos a falar de um investimento de 15 milhões. O problema não está resolvido, é muito preocupante e continuo a achar que o
Nós temos a capacidade orçamental para o fazer. Agora não tem sido possível fazer porque a narrativa tem sido muito a de transferir a responsabilidade para os outros. E em relação à questão das pedreiras, em que ponto estamos? Eu acho que nós e a população, em termos gerais, fizemos um bom trabalho. O resultado é bom. A câmara
No município da Batalha, em São Mamede, há zonas onde poderemos avaliar se há ou não condições para explorações, mas os projetos têm de gerar mais valias para o concelho. Não temos qualquer interesse em empresas que venham cortar, serrar, extrair pedra e levá-la para o exterior ou para outras indústrias fora do concelho - não temos qualquer interesse nesse tipo de indústrias.
conseguiu fazer o que pretendia, que era valorizar o espaço e criar uma rota das pedreiras históricas, lançada pelo meu antecessor e que nós agarrámos, potenciámos e transformámos num projeto que acabou por ser aprovado para receber fundos comunitários. Acabámos por impedir que houvesse mais exploração de pedra naquele território e noutros sítios, porque recebemos 12 pedidos para exploração de pedra nas freguesias do Reguengo do Fetal e de São Mamede, que conseguimos fazer suspender até agora, embora a decisão final não seja uma competência municipal.
E a questão das obras do mosteiro como está? O município da Batalha está disponível para colocar investimento no mosteiro. É uma âncora absolutamente essencial para o território. Se o Governo não for capaz de fazer as candidaturas, nós prescindimos delas - no Programa Operacional da Região Centro (POC) eram 5 a 6 milhões de euros, que já são menos de dois – porque a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) passados quatro anos ainda não conseguiu apresentar um projeto à candidatura. Nós dissemos ao Governo que estávamos disponíveis para fazer. A DGPC vai fazer apenas a candidatura do Claustro Real, a única que está preparada para fazer e ainda tem a expetativa que seja contemplada pelo POC. Nos outros casos, o município terá de colaborar e vai celebrar um novo protocolo com a DGPC. Há duas prioridades: a iluminação do mosteiro, parcialmente afetada e a precisar de uma intervenção rápida e urgente e as acessibilidades. Este projeto estava aprovado, foi anunciado no mosteiro na presença de dois membros do Governo, para executar de imediato no âmbito da linha do turismo acessível. Incluía a colocação de dois elevadores no monumento, mas não será realizado pelo Governo e o município vai tentar recuperá-lo. Igual questão coloca-se em relação à intervenção no auditório e no apoio para os militares que fazem a guarda de honra ao Soldado Desconhecido. A DGPC mão tem capacidade para fazer mais do que um projeto e mesmo esse ainda não tem a execução garantida, uma vez que o financiamento não está comprometido.
A prolongar-se, o concelho tem condições para resistir à pandemia? O Município da Batalha, fruto da diversificação da sua atividade económica, de ser um território relativamente pequeno, em termos geográficos e populacionais, de ter uma economia de subsistência muito alavancada, com muitas empresas familiares, vai aguentar melhor do que outros esta crise. Por parte da câmara municipal, estamos a desenhar os programas que achamos essenciais para proteger as pessoas. E faremos o mesmo relativamente à vacina e à medicação, se necessário for. É um defensor da descentralização. Por quê? Sou favorável a uma descentralização de competências para os municípios porque podem fazer melhor e, sobretudo, ampliar o investimento e a eficácia do Estado. A proximidade das decisões das pessoas e das suas necessidades confere ao Estado uma eficácia maior. Para isso, não precisamos de muito mais dinheiro, precisamos da competência e da colaboração do Estado. A descentralização é o caminho para um país pequeno como o nosso. É isso que andamos a reclamar na Europa, o princípio de subsidiaridade e de descentralização das competências dos estados-membros, que beneficiam sobretudo o estados mais pequenos, como é o caso de Portugal. O mesmo precipício devemos pedir para o nosso país.
Noutra área. Em que ponto a questão da poluição suinícola? Está na mesma, porque o Governo arrumou o assunto numa gaveta. Continuamos, manifestamente, a enganar e a iludir as pessoas, dizendo-lhes que está uma solução a ser trabalhada e não está. A solução do Governo foi transitar a questão para o grupo Águas de Portugal. E de facto desde o tempo do senhor secretário de Estado Carlos Martins, que saiu do governo há dois ou quase três anos, este dossier não mexeu uma palha. O problema mantém-se e do meu ponto de vista agravou-se, porque há mais pro-
Governo está a tratar muito mal esta questão, e não contará comigo para andar a iludir as pessoas dizendo que está a fazer uma solução. Não estão a fazer nada. O assunto está parado e é grave que isso aconteça. A nossa terra não compreende e não aceita que a sua qualidade de vida seja posta em causa porque há um conjunto de empresários que, de uma forma irresponsável, está a descarregar uma carga poluente elevadíssima para as linhas de água. O município da Batalha está disponível para resolver o problema em conjunto com outros municípios.
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Jornal da Batalha
Atualidade
Concelho com dois casos ativos distribui porta máscaras na hotelaria e restauração Casos da doença confirmados no distrito Município
Falecimentos Casos Confirmados Recuperados
Caldas da Rainha Alcobaça Leiria Pombal Porto de Mós Alvaiázere Óbidos Peniche Bombarral Nazaré Batalha Figueiró Vinhos Marinha Grande Ansião Castanheira Pêra Pedrógão Grande Total
disponibilizadas contêm informação turística que promove a divulgação dos valores naturais e culturais A câmara da Batalha está a distribuir 30 mil envelo-
pes porta máscaras, como reforço das medidas de segurança de clientes dos restaurantes e hotéis, que “conhecem fortes exigência no âmbito da pandemia da Covid-19”. Nesta altura, o município continua sem registo de falecimentos e com dois casos ativos, depois de 16 dos 18 casos confirmados desde
181 128 167 96 27 28 26 54 35 10 18 24 31 11 * 4 840
140 100 144 85 20 23 21 49 32 7 16 22 29 11 1 4 700
41 28 23 11 7 5 5 5 3 3 2 2 2 0 0 0 140
Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (07 de agosto)
p As saquetas contêm informação turística
m Saquetas
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Casos Ativos
o início da pandemia terem sido dados como recuperados até ao dia 7 de agosto. Quanto aos porta máscaras, “trata-se de uma aposta no turismo e na valorização da oferta local cultural e de natureza, uma vez que as saquetas disponibilizadas contêm informação turística que promove a divulgação dos valores naturais
e culturais do concelho”, explica a autarquia em nota enviada à imprensa. O projeto também promove o uso da máscara como medida de prevenção e saúde pública, e “apela ao respeito pelos valores ambientais, uma vez que pretende-se minimizar a deposição das máscaras usas no espaço público”
“A parceria com o sector turístico é essencial para a reanimação da economia local e esta iniciativa corresponde igualmente a uma opção de sensibilização de toda a comunidade para a importância do uso da máscara em espaços públicos”, considera o presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos.
A distribuição das saquetas prologa-se por pelo menos mais uma semana junto da restauração e hotelaria. Em simultâneo serão entregues kits com máscaras personalizadas, dando continuidade ao programa municipal de distribuição de máscaras à população, uma medida vigor desde abril deste ano.
Diogo Piçarra e Gisela João nas festas com formato adequado à pandemia Mesmo com as limitações decorrentes da atual situação pandémica, as Festas da Batalha vão realizar-se nos dias 14, 15 e 16 de agosto. O programa dos festejos compreende no feriado municipal, 14 de agosto, às 18h00, na Capela do Fundador a cerimónia evocativa da Batalha de Aljubarrota, seguindo-se a apresentação do novo autocarro escolar do município. Pelas 18h30, terá início a sessão solene no Claustro Real dedicada à “importância do processo de descentralização e da boa articulação entre as administrações central e local”.
Pelas 21h30 decorrerá o concerto acústico com Diogo Piçarra, nas Capelas Imperfeitas, com transmissão online através da página do Facebook do município, terminando os festejos com uma sessão de fogo de artifício. No dia seguinte, 15 de agosto, feriado nacional, realizar-se-á uma caminhada, com cinco quiló-metros, com partida e chegada à Praça Mouzinho de Albuquerque e cujas inscrições, gratuitas e limitadas, deverão ser efetuadas através do email cultura@cm-batalha.pt. Pelas 19h30, o Claustro Afonso V recebe a sessão de lançamento do novo vinho
DOC da Adega Cooperativa da Batalha “Batalha Real”, numa “produção que aposta em castas selecionadas, resultando num vinho de qualidade superior”. Pelas 21h30, realiza-se o Claustro Real, o concerto de Gisela João, um dos nomes maiores do fado nacional, com diversas distinções recebidas, com destaque para o Globo de Ouro - Melhor Intérprete Nacional. Atendendo às diversas limitações que se verificam quanto à participação em eventos culturais, as inscrições para assistir presencialmente aos concertos serão disponibilizadas na platafor-
p Gisela João e Diogo Piçarra atuam no mosteiro ma www.batalhaonlife.pt. Ainda será possível assistir também aos concertos ao ar livre, transmitidos em ecrã gigante na Praça do Condestável em zona a instalar propositadamente para o efeito
e com serviço de bar, sendo necessário proceder à reserva de mesas e de lugares sentados, através da mesma plata-forma. O programa das Festas da Batalha compreende ainda
no dia 16 de agosto, às 15h00, no posto de turismo, a apresentação da obra “Fotografar o Tempo: Da Casa Alvão à Atualidade”, que incluirá uma visita guiada ao mosteiro.
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Batalha Atualidade
Jornal da Batalha
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Município investe 1,5 milhões em ecovias e trilhos para atrair turistas
p Rede de percursos pedestres tem 28 quilómetros
m Para responder ao facto de “o núcleo da montra turística concelhia – cultura, gastronomia e eventos – estar a sofrer uma limitação tremenda” A Câmara da Batalha “acelerou”, desde março, as candidaturas e processo de empreitadas de ecovias e trilhos para serem alternativas ao turismo de eventos, uma das “montras turísticas” do concelho que, este ano, devido à pandemia sofrerá uma “forte limitação”. “Nos últimos anos triplicámos o investimento de ecovias e trilhos do concelho e pretendemos ir mais longe. Desde março, percebendo os efeitos que a pandemia de Covid-19 teria no turis-
mo e na necessidade de reinventarmos a nossa oferta, acelerámos as candidaturas e processo de empreitadas de ecovias e trilhos, porque percebemos que o núcleo da nossa montra turística – cultura, gastronomia e eventos – iria sofrer uma limitação tremenda”, refere em nota de imprensa o presidente do município, Paulo Batista Santos. Atualmente, a rede de percursos pedestres tem uma extensão de mais de 28 quilómetros. Na Batalha existem ainda cinco percursos de BTT sinalizados. Esta componente de turismo da natureza é apoiada pelo Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso, considerado pela Revista Evasões uma das melhores 100 ideias de Turismo em Portugal, e constituído por um edifício dotado de balneários, instalações sa-
p Rede de trilhos cicláveis tem 300 quilómetros nitárias, área informativa e espaço destinado a lavagens e a pequenas reparações de bicicletas. Nesta componente, o visitante pode desfrutar gratuitamente de uma rede de trilhos cicláveis e sinalizados, com mais de 300 quilómetros, divididos em quatro níveis de dificuldade que percorrem os concelhos da Batalha, Porto de Mós e Leiria. “Prevemos que nos próximos dois meses, o município abra o concurso público para a ciclovia urbana da vila da Batalha, compreendida entre a Rotunda da Cidade de Trujillo e o cruzamento com o Casal Novo, no lugar de Casal do Quinta, e que visa requalificar a via, criando condições para a mobilidade urbana através da execução de ciclovia e via pedonal, tendo como objetivo melhorar as condições de segurança para
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a circulação viária, ciclável e pedonal, reduzindo os acidentes nesta via rodoviária”, explica o autarca. No mesmo projeto encontra-se previsto o desenvolvimento de um sistema bikesharing situado em terreno do município, área adjacente à Rotunda das Brancas e junto ao edifício da “Casa da Obra”, no qual se pretende reabilitar um antigo edifício para uma residência de estudantes, e visa disponibilizar bicicletas que permitam a deslocação dos estudantes, quer para o centro da vila, quer para o Instituto Politécnico de Leiria, promovendo as deslocações interconcelhias em modos suave. O município pretende ainda construir a ecovia do Vale do Lena e abrir os procedimentos de empreitada do novo percurso pedestre das pedreiras históricas e da re-
qualificação de estações do Ecoparque Sensorial da Aldeia da Pia do Urso, projetos integrados em candidatura intermunicipal já aprovada no âmbito do programa Centro 2020 de “Valorização e promoção do património natural da região de Leiria”, no valor global de 1,2 milhões de euros, no qual participam ainda os municípios Pombal, Castanheira de Pera e Ansião. “A ideia é procurar alternativas para que as pessoas saibam que estamos a traba-
lhar para terem mais e melhores ecovias para poder andar, correr, passear de bicicleta, desfrutar da paisagem, para além da oferta cultural diversificada, na qual o mosteiro é a principal referência”, explica Paulo Batista Santos. O investimento neste domínio no turismo natural e ao nível da mobilidade saúde ascende a 1,5 milhões de euros e conta com cofinanciamento de fundos comunitários (FEDER) em 85% deste valor.
PROJETOS EM CURSO Ecovia - Collipo ao Vale Do Lena - 502 mil euros Promoção da Mobilidade Urbana Multimodal na Vila da Batalha – 795 mil euros Valorização das Pedreiras Históricas – 120 mil euros Requalificação de Estações do Ecoparque Sensorial da Pia do Urso – 62.500 euros
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Quinta do Escuteiro retoma atividades com novas regras devido à pandemia m Centro escutista da Região de Leiria-Fátima, localizado na Batalha, reabriu a 25 de julho Foram quase cinco meses que a quinta esteve encerrada a atividades. O espaço volta a receber grupos, tendo sido sujeito a adaptações tendo a segurança dos visitantes como prioridade. Se no princípio a natureza tomou conta do espaço, com uma presença significativa de fauna que noutros períodos se torna mais difícil de avistar, este interregno foi também importante para a realização de algumas obras de manutenção e melhoramento das instalações. Com o retorno dos visitantes foram tomadas medidas para assegurar o cumprimento das normas de segurança face à pandemia de
Covid-19. A lotação do espaço de quatro hectares está agora reduzida a quatro grupos de escuteiros de 20 elementos, apenas da região de Leiria-Fátima, estando definidas áreas específicas para cada um dos grupos, evitando-se assim cruzamentos. Os espaços de utilização comum estão disponíveis sob reserva, excetuando o Centro de Acolhimento e Formação Ambiental e a torre de observação de aves, que se encontram encerrados. A higienização dos espaços foi reforçada, tendo sido criada uma área de isolamento para casos suspeitos de Covid-19. É obrigatório usar máscara, bem como cumprir a restante etiqueta respiratória recomendada pela Direção Geral de Saúde (DGS). O acolhimento de grupos externos ao Corpo Nacional de Escutas continua a ser
p Os espaços de utilização comum estão disponíveis sob reserva possível, desde que residentes no concelho da Batalha e compostos no máximo por 20 elementos. A visita destes grupos não poderá ocorrer em simultâneo com grupos
de escuteiros. Apesar da pernoita ainda não ser possível, a Quinta do Escuteiro já tem recebido alguns grupos. Sendo o exterior um local mais seguro
para a realização de atividades face à pandemia que atravessamos, é expectável que espaços como este tenham uma grande procura nos próximos meses, per-
mitindo o retomar possível das atividades escutistas da região. Para reservas, contactar através do email quintadoescuteiro@escutismo.pt.
Seg. a Sex.: 9h30 às 13h00 14h às 19h30 Sábado: 9h30 às 13h00 14h às 18h00
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Opinião s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos
O rock é uma passagem para a outra margem Certos grupos de rock, pela sua inovação, revelam-se marcantes na época em que aparecem e também para o futuro. E poucos, como os portuenses Jafumega, foram tão importantes no panorama musical português do início da década de oitenta do século passado. Basta recordar que fazia parte deste grupo Mário Barreiros (na guitarra), um dos mais brilhantes produtores da atualidade. Para além de Mário Barreiros, integravam a formação dos Jafumega outros dois irmãos Barreiros, Eugénio (nos teclados) e Pedro (no baixo). Juntaram-se aos irmãos Barreiros o vocalista Luís Portugal (um transmontano oriundo de Vila Real), o saxofonista José Nogueira e
o baterista Álvaro Marques. No princípio, quando da criação do grupo, pensou-se mesmo em convidar o pianista e compositor António Pinho Vargas. O que não se concretizou. A verdade é que o núcleo duro da banda vinha já do projeto Mini Pop que na década de setenta tivera reputação de ser um dos melhores grupos de cariz juvenil do norte do país. Foi com esta formação que o grupo assinou contrato com uma pequena editora lisboeta e para a qual gravaram, em 1979, o seu primeiro álbum: Estamos Aí. Este disco era integralmente cantado em inglês e a nível estético aproximava-se do jazz, principalmente da música de fusão de Herbie Hancock, de Miles Da-
vis ou dos Weather Report. Mas depressa optam por cantar em português. Assim, na mesma editora, em 1982 lançam o single Dá-me Lume. Este single trazia no lado B um tema que, nos nossos dias, teria sido viral, tantas vezes o divulgaram as rádios naquela época: falamos de Ribeira, com o seu famoso refrão de A Ponte é uma Passagem para a Outra Margem. Para além das influências do Jazz, Reggae e Funk, Ribeira aproximava os Jafumega à sonoridade dos britânicos The Police. O sucesso desta canção teve uma tal dimensão que fez com que o grupo mudasse de selo discográfico, trocando-o por outro com representação internacional e um dos maiores do
mercado português. Para esta grande editora, gravaram dois registos de longa duração: o primeiro, em 1982, sob o homónimo Jafumega; o segundo, em 1984, com o título Recados. Lançaram também singles com temas clássicos como Latin’America, Romaria ou La Dolce Vita. Também, para a posteridade, ficaram músicas que ainda hoje passam nas rádios como Nó Cego ou Kasbah. Os Jafumega foram um cometa que traçou no céu da música portuguesa alguma da sua luz mais admirável. E isso já estava presente nas suas atuações ao vivo, caracterizadas por grande brilhantismo, fruto da capacidade técnica dos seus músicos. Basta recordar a prestação
ao vivo na edição de 1982 do Festival de Vilar de Mouros, em que fizeram a primeira parte do concerto dos irlandeses U2. A música dos Jafumega era completamente diversa de tudo o que se fazia naquela época, com o rigor técnico dos teclados, os magistrais solos de saxofone e o ritmo da bateria. A isto, destacava-se a originalidade das vocalizações, o compasso do baixo e a forma quase jamaicana de tocar guitarra. Isto está bem patente no eterno Ribeira, que constitui um compêndio de como se faz uma revolução na música. Breve, mas incisiva e marcante. O que fez com que o legado dos Jafumega se reflectisse em outros músicos e grupos, tais como em Pedro Abrunhosa,
nos Clã ou nos Silence 4. Os Jafumega lançaram, na sua totalidade, três álbuns e cinco singles. Talvez não seja muito, mas para ficar na história da música não se exige quantidade, mas qualidade e originalidade. Em 1985 a banda chegou ao fim e cada um dos seus elementos seguiu o seu próprio caminho. Mas, para trás, deixaram um trabalho magnífico que merece ser celebrado e nunca deve ficar no esquecimento.
s Crónicas do passado Francisco Oliveira Simões
Prelúdio das Almas Gémeas - Em que pensas, Francisco? - Em como é diferente o amor em Portugal… - Pára de citar o Júlio Dantas. - Preferes o Almada Negreiros? - Prefiro quem mais me ama. Eram assim as conversas com a ninfa que amava eternamente, naqueles primeiros dias primaveris, quando me despontou a paixão ardente e os sorrisos infantis. Ela olhava-me curiosa e eu ficava espantado com o tanto que tínhamos em comum. De todos os que a rodeavam,
eu era apenas um, mas, por alguma sorte que me escapa, foi a mim que estendeu a capa. Dançávamos nas páginas dos livros e nos bares e cafés de Lisboa. A minha alegria deu-me passos de adamastor, num desejo infinito de amor. Sentia a sombra e eco de Pedro e Inês, nessa fonte interminável de lágrimas e risos joviais. A tragédia espreita sempre por trás do ombro da glória, mesmo que não a vejamos. Mostrou-me os segredos que escondia entre linhas e rabiscos, dizia já ter conhecido outros franciscos, como o famoso Rodrigues Lobo. O
Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,
nosso namoro era intemporal, vivera eras romanescas e revoluções tenebrosas. Foi cantado aos sete ventos pelas trovas e cantigas medievais, declamado por D. Dinis e pelo seu filho D. Pedro Afonso. Há quem diga que Bocage falou de nós nos salões nobres e reais, mas não sei se sou digno de tamanhos arraiais. Tentámos ser sempre sinceros um com o outro, dizendo baixinho os nossos sonhos e epopeias, ela desabafava épicos e eu elegias. De vez em quando íamos aos fados. Oh! Como ela delirava com um bom verso triste
Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)
Historiador
e cantado com sentimento. Nesses momentos confesso que tinha ciúmes. Os estudantes de Coimbra traziam um grão na asa e olhavam para ela de soslaio, os alunos da Letras lisboetas estendiam-lhe a mão para dançarem a valsa. Viajámos muito durante esse tempo sem horas, passeamos pelos vastos jardins de Aranjuez, onde tu ainda te demoras e te espero ver mais uma vez. Fomos visitar um amigo teu que tocava alaúde por essas ruas de Sevilha. Lembro-me de Florença e Veneza e das noites literárias nos pubs de Dublin. Tudo
Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:
contigo eram deslumbres e encantos. Mas houve um dia em que compreendi que não já eras só minha, nesse momento perdeste a aura de rainha. Fui à tua procura, mas já não te vi. Entretanto, correram boatos de que foste vista de roda de um escritor mais jovem e ingénuo, que pensava conquistar o mundo. A inspiração voou nessa noite e perdi os sentidos. Depois disso ainda a encontrei uma derradeira vez, no Jardim Maria Luísa, em Sevilha, onde já tínhamos sido felizes. Só quando nos despedimos é que me lembrei de finalmente lhe perguntar o nome.
Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares
- Como te chamas, mulher dos meus sonhos? - Sou a Poesia – olhou fixamente para mim – Ainda acreditas no romantismo? - Sempre! - Nunca mudas.
Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.
O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt
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Atualidade Batalha
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Município investe 257 mil euros em novo autocarro escolar m As imagens escolhidas para a decoração da viatura representam os principais destinos turísticos do concelho A autarquia da Batalha anunciou no dia 3 de agosto a aquisição de um autocarro com 45 lugares “equipado com as mais recentes tecnologias de segurança de passageiros” e em respeito pelas “novas exigências que se colocam ao serviço e melhoria da p Autocarro com 45 lugares e “equipado com as mais recentes tecnologias” qualidade dos transportes As imagens escolhidas do um comunicado da au- social enquanto vigorar a escolares”. situação de pandemia da Trata-se de um inves- para a decoração da via- tarquia. timento de 257 mil eu- tura representam os prin“Este novo veículo cum- Covid-19”, adianta. ros realizado para apoiar cipais destinos turísticos pre uma função muito releA viatura dispõe, entre a função educativa, mas do concelho da Batalha e vante no cumprimento das outros equipamentos, de também as entidades asso- “pretendem divulgar a ex- orientações da Direção- vidros laterais duplos e Anuncios-TDT_ANACOM_AF-2.pdf 1 28/07/20 15:15 ciativas e económicas do celência do património e -Geral de Saúde, quanto às com filtro solar, ar conconcelho da Batalha. natureza locais”, segun- regras de distanciamento dicionado independen-
te para o condutor e passageiros, assentos dotados de cintos enroláveis de três pontos, sistema de extinção automática de incêndios e proteção em acrílico por detrás do banco do motorista.
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Detido por agressão e ameaças num estabelecimento na vila Um homem de 50 anos foi detido pela GNR no dia 26 de julho por ameaça agravada com recurso a uma arma de ar comprimido, no concelho de Batalha. “Após uma denúncia de que estariam a ocorrer desacatos num estabelecimento de restauração e bebidas, na vila, os militares deslocaram-se de imediato ao local”, descreve um comunicado do Comando Territorial de Leiria da GNR. “Quando chegaram, apuraram que o suspeito ameaçou de morte e agrediu um indivíduo com o recurso a uma arma, vindo a ser intercetado e detido nas imediações, na posse de uma arma de ar comprimido, dissimulada no casaco”, adianta, especificando que a GNR da Batalha procedeu à apreensão da arma. O detido foi constituído arguido e o processo remetido ao Tribunal Judicial de Porto de Mós.
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Batalha Atualidade
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Reciclagem cresce 18% na área de intervenção da Valorlis no primeiro semestre m A separação nos ecopontos de plástico e metal foi a que registou um crescimento superior (mais 21% que no ano anterior) A Valorlis anunciou no início de agosto que registou no primeiro semestre de 2020 um aumento na recolha seletiva de 18% face ao período homólogo de 2019. A separação nos ecopontos aumentou em todos os materiais: vidro; papel e cartão; plástico e metal. A separação nos ecopontos de plástico e metal foi a que registou um crescimento superior (mais 21% que no ano anterior). Seguiu-se uma evolução muito positiva na separação de papel e cartão
para reciclagem (mais 19%). A separação de vidro para reciclagem cresceu 15%. “Este crescimento da recolha seletiva resulta de investimentos que têm vindo a ser concretizados, cofinanciados pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), na aquisição de novos viaturas de recolha, ecopontos e campanhas de sensibilização para a correta separação que a Valorlis tem vindo a desenvolver em conjunto com os municípios, que se traduziram numa participação efetiva e crescente dos cidadãos aos hábitos de reciclar”, refere a empresa em comunicado. A Valorlis dispõe de uma rede 1.700 ecopontos distribuídos pelos seis municípios da sua área de intervenção,
que é complementada com o serviço de recolha porta-a-porta em comércios e serviços. A localização dos ecopontos está disponível em www.valorlis.pt. “Analisados os números do primeiro semestre, pode-se afirmar que a reciclagem tem evoluído de forma positiva e temos consciência que o nosso esforço em prestar um serviço cada vez melhor à população deverá manter-se, para em conjunto construirmos um ambiente melhor para todos”. E acrescenta “Mesmo nos tempos difíceis que todos atravessamos a população e a Valorlis continuaram juntos a reciclar. Estamos todos de parabéns!”, acrescenta a administradora delegada da empresa, Marta Guerreiro. “A Valorlis agradece à po-
p A Valorlis gere uma área que inclui o município da Batalha pulação, aos municípios e aos seus colaboradores, este esforço comum de tornar a região uma referência em
termos de reciclagem”, destaca. A Valorlis gere a recolha seletiva e o tratamento de re-
síduos urbanos dos municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.
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Escultor da Batalha autor de leão de 15 toneladas oferecido ao Sporting m O autor da peça, Cláudio Monteiro, é escultor há quase 25 anos e natural de Alcanadas No dia em que comemorou 114 anos, o Sporting inaugurou uma nova estátua de 15 toneladas, oferecida pela Filstone, da autoria do escultor Cláudio Monteiro, natural da Batalha. O leão em pedra natural foi inaugurado no dia 1 de julho, junto ao Estádio José de Alvalade, em Lisboa, no decorrer da cerimónia de aniversário clube. A estátua foi esculpida a partir de um bloco de rocha calcária com 60 toneladas. O dia ficou também marcado pela entrega simbólica de um brasão histórico do
clube ao administrador da Filstone, Ricardo Jorge. A peça, que faz parte do espólio do Museu do Sporting, foi encontrada nas escavações da “bancada nova” do antigo Estádio José Alvalade, em 1983, e está agora apadrinhada pela Filstone. “Este é um dia muito emotivo para mim, estavam aqui guardadas algumas surpresas para a Filstone. Estou muito sensibilizado com estas surpresas todas. Espero que esta obra venha dar sorte ao Sporting e, de alguma maneira, ajude o clube ao trazer-nos mais vitórias”, referiu Ricardo Jorge. Além da escultura, que figura agora na Praça Centenário, a Filstone ofereceu ao Sporting uma outra estátua em pedra exposta na Academia de Alcochete. “Este é o dia em que todos
p Dirigentes do Sporting, da Filstone e o autor da escultura os sportinguistas estão de parabéns, estamos a festejar 114 anos de história, glória e muito amor por este clube.
António Caseiro
Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração
ALOJAMENTO LOCAL
Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt
Esta obra merecia uma cerimónia aberta aos sócios mas, devido às circunstâncias que vivemos, não foi possível”,
afirmou Frederico Varandas, presidente do clube leonino. “Conseguimos, juntamente com a Filstone, tanto
para o estádio como para a academia, dois belos Leões, com força, jovens, com ambição, vitalidade e coragem. Esta é uma obra que os Sportinguistas merecem e que esta Praça merece”, acrescentou. O autor da peça, Cláudio Monteiro, é escultor há quase 25 anos e colaborador da Filstone. “Esta peça é uma homenagem a todos os que participaram na história do Sporting” e é dedicada ao “mais notável adepto e ao anónimo”, explica o escultor, natural de Alcanadas, Batalha. Para Cláudio Monteiro, a escultura é uma peça “carregada de simbolismo” já que o leão representa “o poder, a força, a autoridade, o triunfo e a proteção”. Já a postura do leão reflete “uma situação de não retorno”, refere.
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Batalha Opinião
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s AMHO A Minha Horta
Quem vier cá a casa leva sempre algo no regaço O mês de agosto é para os hortelãos o mês da abundância, é época em que quem vier cá a casa leva sempre algo no regaço, porque a natureza é generosa e permite partilhar. O feijão que foi semeado em março está bom para colher - depois de limpo deve ser colocado na arca para evitar o aparecimento de gorgulho. Os tomates são tão produtivos que já temos as reservas para o inverno na arca e ainda a produção vai a meio. Para ter mais adiante já plantei novos pés na terra, pode ser que o tempo permita ter tomates mais tarde.
Um acontecimento feliz no meu quintal é o sabor da beterraba, (deduzo que seja por ser zona de barro) que não têm aquele sabor a “terra” que costuma ser-lhes característico, são bem saborosas e agora que aprendi a usá-las não as dispenso na salada: basta ralar no ralador, temperar com sal, azeite e sumo de limão e temos assim uma salada com imensos nutrientes, que dura temperada no frigorífico por diversos dias. À couve roxa faço o mesmo. Tem a vantagem de ser uma hortícola que pode ser plantada diversas vezes no ano. Variedade de cores é um
bom indicador de variedade de nutrientes, e a cor vermelha/rosa da beterra-
ba é linda. Faz também um sumo natural muito bom. Junto maçã + beterraba +
gengibre, tudo bem fresquinho e fico com um sumo nutricional e delicioso. Jun-
ou parcial do 1.º e 2.º, PC nos termos dos n.º (s) 2 e 3, pode vir a deixar de ser paga uma importância superior à prevista no n.º 2 do artigo 107.º do Código do IRC, pode regularizar o montante em causa até ao último dia do prazo para o terceiro pagamento, sem quaisquer ónus ou encargos, mediante certificação por contabilista certificado no Portal das Finanças. No período de tributação de 2020, os juros compensatórios devidos em consequência da limitação, cessação ou redução dos PC contam-se dia a dia, desde o termo do prazo fixado para o último PC até à data em que, por lei, a liquidação deva ser feita. Foi aprovada a devolução antecipada de PEC não utilizados. As entidades classificadas como cooperativas ou como micro, pequenas e médias empresas, pelos critérios definidos na Lei, podem solicitar, em 2020, o reembolso integral da parte do PEC que não foi deduzida, até ao ano de 2019, sem que
seja considerado o prazo definido no n.º 3 do artigo 93.º do CIRC. A Lei nº 27-A/2020, veio alterar o apoio aos gerentes e sócios gerentes das micro e pequenas empresas. Não há, agora, qualquer exigência em relação ao valor da faturação do ano anterior. Como desapareceu a exigência de que os gerentes ou sócios gerentes exercessem a atividade numa única empresa. Continua, no entanto, a ser exigido que os gerentes, ou sócios gerentes, de micros e pequenas empresas, assim como os ENI, estejam exclusivamente abrangidos pelo regime dos MOE (os ENI pelo regime dos independentes). O valor do apoio financeiro concedido corresponde a: - valor da remuneração registada com base de incidência contributiva, se inferior a 1,5 IAS (< 658,22 €); e 2/3 do valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, se igual ou superior a 1,5 IAS (≥ 658,22 €), com o limite máximo de
Célia Ferreira
to o útil ao agradável. Hortícolas para Semear e/ou plantar ao ar livre: acelgas, alfaces, beringelas, beterrabas, beldroegas, cenouras, coentros, couves-repolho, couve-rábano, espinafres, malaguetas, milho, nabos, pepinos, pimentos, physalis, salsa, tomates, rabanetes e rúcula. Jardim, semear e/ou plantar: amores-perfeitos, asteres, goivos, margaridas e prímulas. Se soubermos observar e aprender com a natureza, teremos muito a aprender. Na horta podemos cultivar bons alimentos e bons sentimentos! Boas colheitas.
s Fiscalidade
Limitação extraordinária de pagamentos por conta A Assembleia da República aprovou, a Lei n.º 27A/2020, de 24/7 que procede à alteração de diversos diplomas, nomeadamente o seguinte: Limitação extraordinária de pagamentos por conta (PC) em sede de IRS ou IRC de 2020 e a devolução antecipada dos pagamentos especiais por conta (PEC). No caso de um sujeito passivo (SP), de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), não proceder ao 1.º e 2.º PC em 2020, sem quaisquer acréscimos ou penalidades, nos termos do artigo 102.º do CIRS, o montante total em causa pode ser regularizado até à data limite de pagamento do terceiro pagamento, sem quaisquer ónus ou encargos. O regime previsto no artigo 107.º do CIRC é aplicável, ao 1.º e 2.º PC por conta relativos ao período de tributação de 2020, até ao limite de 50 % do respetivo quantitativo, desde que a média mensal de faturação comunicada através do E-fatura referente
aos primeiros seis meses do ano de 2020 evidencie uma quebra de, pelo menos, 20 % em relação à média verificada no período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade em ou após 1/1/2019, em relação à média do período de atividade anteriormente decorrido. O regime previsto no artigo 107.º do CIRC é também aplicável, à totalidade do quantitativo do 1.º e 2.º PC relativos ao período de tributação de 2020, desde que a média mensal de faturação comunicada através do E-fatura referente aos primeiros seis meses do ano de 2020 evidencie uma quebra de, pelo menos, 40 % em relação à média verificada no período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade em ou após 1/1/2019, em relação à média do período de atividade anteriormente decorrido, ou quando a atividade principal do SP se enquadre na classificação de atividade econó-
mica de alojamento, restauração e similares, ou quando o SP seja classificado como cooperativa ou como micro, pequena e média empresa, de acordo com os critérios definidos no Art.º 2.º Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6/11. . Considera-se que a atividade principal do SP se enquadra na classificação de atividade económica de alojamento, restauração e similares quando o volume de negócios (VN) referente a essas atividades corresponda a mais de 50 % do VN total obtido no período de tributação anterior. O enquadramento na classificação de cooperativa, micro, pequena e média empresa, de atividade económica de alojamento, restauração e similares ou de quebra de volume de negócios a que se referem o n.º(s) 2 e 3 deve ser certificada por contabilista certificado no Portal das Finanças. Caso o SP verifique, com base na informação de que dispõe, que, em consequência da redução total
António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração
3 SMN (1.905,00 €). Este apoio financeiro é concedido pelo período de um mês, prorrogável mensalmente até ao limite de seis meses e produz efeitos a partir de 12/3/2020. Este pedido deveria ter sido efetuado até 31/7/2020, através do preenchimento de formulário próprio na Segurança Social direta. Como se esgotou o prazo, deve ser criado outro.
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Investimento de 8,6 milhões em energia torna Águas do Centro autossustentável m Programa a concretizar através do aumento da produção a partir de recursos disponíveis nas suas instalações “A Águas do Centro Litoral será autossustentável em energia até 2030, através da produção 100% renovável e da adoção de medidas de eficiência energética, num investimento de mais de 8,6 milhões de euros”, anuncio a empresa no dia 6 de agosto. Esta aposta é partilhada pelas empresas do grupo Águas de Portugal (AdP) no âmbito do “Programa de Neutralidade Energética Zero”, através do qual se propõem atingir a neutralidade energética no prazo de 10 anos, assente numa estra-
tégia continuada de redução de consumos e de aumento da produção própria de energia verde. A Águas do Centro Litoral (AdCL) vai concretizar este programa através do aumento da produção de energia a partir de recursos disponíveis nas suas instalações, como por exemplo o biogás das Estações de Tratamento das Águas Residuais (ETAR), mas também de instalação de painéis fotovoltaicos, num “mix energético integrado que visa a maximização do autoconsumo e o storage de energia”. Neste sentido, está prevista a beneficiação e instalação de centrais de cogeração a partir do biogás com uma produção anual estimada de 5 GWh/ano, bem como a instalação de centrais fotovoltaicas em várias infraes-
p ETAR de Fátima das Águas do Centro Portugal truturas, com uma potência total de 2,8 MW, estimando-se uma produção de 4,7 GWh/ano de energia 100% renovável “A maximização da energia produzida para autocon-
sumo obrigará a alterações no padrão da operação, incorporando a produção e armazenamento de energia no core [ramo de atividade básica] da atividade de abastecimento, saneamento e pro-
movendo a reengenharia de sistemas e processos para aumento de eficiência. Implicará ainda a aposta na digitalização e na qualificação dos trabalhadores, sem esquecer o relevante contri-
buto para o desenvolvimento regional e social”, explica a empresa. No que respeita as medidas de eficiência energética, o objetivo da AdCL é reduzir 7,2 GWh/ano nas suas atividades, correspondendo a uma diminuição dez por cento face aos consumos atuais. O investimento estimado para as ações de eficiência energética ronda os 3,9 milhões de euros. A AdCL abrange a captação, o tratamento e o abastecimento de água para consumo público e a recolha, o tratamento e a rejeição de efluentes domésticos e urbanos, e a receção de efluentes provenientes de limpeza de fossas sética. É participada pela Águas de Portugal por municípios como a Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém e Porto de Mós.
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Saúde Mergulhos podem causar lesões permanentes na coluna vertebral m Uma das principais causas, sobretudo nas pessoas com menos de 35 anos A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover uma campanha de consciencialização para o risco de lesões na coluna vertebral associado à prática de mergulhos nas piscinas e praias. “Há saltos que podem mudar a tua vida. Protege a tua coluna!” é o mote desta iniciativa que está disponível nas redes sociais através de um vídeo que apresenta os dez conselhos que as pessoas devem seguir para prevenir
este tipo de acidentes. Para Miguel Casimiro, neurocirurgião e presidente da SPPCV, “o principal objetivo com o lançamento desta campanha é de alertar a população para os comportamentos de risco que podem levar a acidentes de mergulho, uma das principais causas de lesão na coluna vertebral, sobretudo nos jovens com menos de 35 anos”. Sobre a escolha de um vídeo para redes sociais como a principal plataforma de divulgação desta iniciativa, o especialista refere que “é a opção mais óbvia, pois não só é uma forma dinâmica de levar o público-alvo desta campanha a pensar sobre o tema
e, sobretudo, a reter as nossas recomendações que, quando seguidas, podem fazer toda a diferença na sua saúde, uma vez que uma vítima de um acidente de mergulho pode
sofrer uma lesão modular grave, a qual pode levar a incapacidade ou à morte”. As lesões na coluna derivadas de mergulhos ocorrem geralmente quando a cabe-
ça bate no solo ou numa rocha. Além da baixa profundidade do local ou dos comportamentos de risco, estes acidentes podem estar relacionados com uma postura incorreta durante a execução do mergulho. Em caso de presenciar um acidente e/ou suspeitar de uma lesão da coluna, a SPPCV alerta para a necessidade de contactar de imediato o 112 e de não mover a pessoa, pois qualquer movimento na vítima pode causar danos maiores e permanentes. A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, fundada em 2003, é uma associação científica,
Miguel Casimiro Neurocirurgião e presidente da SPPCV
sem fins lucrativos. Tem por objeto a promoção, o estudo, a investigação e a divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral.
, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:
ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida
Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,
Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã
Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã
Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde
Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde
Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde
Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã
Medicina Dentária
Outras Especialidades:
Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde
Dra. Sâmella Silva
Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã
Dra. Susana Frazão
Sexta-feira - Tarde
Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde
Cirurgia Oral Implantologia
Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde
Próteses Dentárias
(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)
Ortodontia
Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde
Rx-Orto Telerradiografia
Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde
Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com
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SaĂşde Batalha
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Calor e transpiração podem originar micoses nos pÊs
Francisco Oliveira Freitas Podologista responsĂĄvel pelo Centro de Podologia de FamalicĂŁo
Transpirar dos pĂŠs ĂŠ uma resposta biolĂłgica
e fundamental para controlar a sua temperatura e manter a flexibilidade da pele, contudo, ao contrårio de outras åreas do corpo atravÊs das quais pode evaporar facilmente, o uso de sapatos e meias pode levar à retenção de suor. Como o excesso de transpiração Ê naturalmente mais comum nas alturas de calor, Ê importante prevenir a concentração de humidade no calçado, que propicia o desenvolvimento de mi-
coses (fungos), como por exemplo, o pĂŠ de atleta (uma das micoses mais comuns). No verĂŁo deve optar por calçado arejado e que permita a ventilação do pĂŠ. Se optar por calçado fechado deve dar preferĂŞncia ao calçado em pele e deve, sempre que possĂvel, usar meias de fibras naturais (preferencialmente de algodĂŁo), e, se necessĂĄrio, isto ĂŠ, se estiverem molhadas da transpiração, deve trocar as meias. Re-
comenda-se tambĂŠm que coloque os sapatos a arejar num local ventilado e que sĂł volte a calçar os mesmos sapatos novamente, 24 horas depois. Em caso de excesso de transpiração deve usar antitranspirante especĂfico para os pĂŠs, e nunca deve partilhar objetos pessoais, como meias ou sapatos. Para evitar a exposição aos fungos pelo contacto com superfĂcies contaminadas, ĂŠ crucial usar
sempre chinelos em locais húmidos, nas zonas de banho, como piscinas e balneårios públicos. Embora não se possa garantir que evite a 100 por cento a probabilidade de sermos contagiados, usando-os estamos bem mais protegidos contra este tipo de infeçþes. Doentes com diabetes e com o sistema imunitårio debilitado devem ter cuidados redobrados. Durante a estação mais quente do ano recomenda-se ainda que mantenha
uma higiene cuidada dos pÊs, lavando-os com sabão de pH neutro, e após a lavagem, deve fazer uma hidratação diåria. Não se esqueça de secar bem os pÊs com a toalha, especialmente os espaços entre os dedos. Caso detete algum sintoma de infeção no pÊ ou se não conseguir controlar a transpiração excessiva deve marcar uma consulta com um podologista, para um diagnóstico e tratamento adequados.
Diarreia aguda ĂŠ um dos problemas mais prevalentes no verĂŁo
Jorge Fonseca Diretor do Servico de Gastroenterologia do Hospital Garcia de Orta
A diarreia aguda ĂŠ mais prevalente nos meses de calor e ĂŠ um motivo frequente de ida Ă s urgĂŞncias. Como passamos mais tempo em passeios, acabamos por comer mais vezes fora, havendo maior risco de ingestĂŁo de alimentos contaminados e de contacto com micro-organismos, na areia, na terra e nas ĂĄguas que escolhemos para tomar banho, alerta o mĂŠdico gastroenterologista Jorge Fonseca, diretor do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Garcia de Orta e professor catedrĂĄtico do Instituto UniversitĂĄrio Egas Moniz. â&#x20AC;&#x153;No verĂŁo, os nossos alimentos, as substâncias orgânicas estĂŁo mais quentes e os micro-organismos multiplicam-se com maior facilidade. HĂĄ o risco de os alimentos terem grandes cargas desses micro-organismos patogĂŠnicos, capazes de provocar doençaâ&#x20AC;?, explica. Por
outro lado, lembra que nesta ĂŠpoca do ano hĂĄ uma tendĂŞncia para comermos mais frutas, vegetais e outros alimentos nĂŁo cozinhados, pelo que â&#x20AC;&#x153;ĂŠ fundamental que estes estejam bem lavados e sejam consumidos antes de estarem expostos ao calor, para nĂŁo se deterioraremâ&#x20AC;?. Para o especialista, a prevenção ĂŠ o melhor remĂŠdio para nĂŁo transformar um agradĂĄvel passeio em famĂlia num pesadelo. Jorge Fonseca sublinha que as pessoas devem, por isso, ter especial cuidado na escolha dos locais onde fazem as refeiçþes, na forma como acondicionam os alimentos quando levam comida para consumir fora de casa, assim como devem optar por bebidas engarrafadas e lavar frequentemente as mĂŁos. â&#x20AC;&#x153;Num dia de calor, as fontes podem ser tentadoras para matar a sede, mas ĂŠ preciso ter cuidado porque a ĂĄgua pode estar contaminada. DaĂ que nĂŁo seja apenas importante ter em conta a qualidade dos sumos, a ĂĄgua a copo e o gelo que se coloca nas bebidas que se consomem em bares ou restaurantesâ&#x20AC;?, acrescenta. O mĂŠdico recomenda tambĂŠm atenção redobrada para os locais escolhidos para tomar banho. â&#x20AC;&#x153;As praias fluviais, os rios e as piscinas, regra geral, nĂŁo tĂŞm uma monitorização tĂŁo sistemĂĄtica como a ĂĄgua do mar, portan-
to devemos optar por locais onde haja plena confiança na qualidade da ĂĄguaâ&#x20AC;?, explica. Prevenção A maioria dos casos de diarreia aguda estĂĄ relacionada com bactĂŠrias patogĂŠnicas (como a Escherichia coli, Salmonella, Shigella ou a Campylobacter jejuni) ou com vĂrus (norovĂrus, rotavĂrus), embora possa tambĂŠm ser provocada por parasitas. â&#x20AC;&#x153;Os intestinos estĂŁo repletos de micro-organismos. Na realidade um metro de intestino grosso tem mais micro-organismos do que nĂłs temos cĂŠlulas humanas. Uma infeção no intestino nĂŁo sĂŁo exatamente micro-organismos a crescer em quantidade, como acontece noutros ĂłrgĂŁos. SĂŁo desequilĂbrios na microbiologia intestinal, ou seja, do ecossistema das bactĂŠrias que habitualmente defendem o intestino e o mantĂŞm equilibradoâ&#x20AC;?, refere Jorge Fonseca. â&#x20AC;&#x153;As diarreias agudas sĂŁo habitualmente muito breves, um a trĂŞs dias, e sĂŁo frequentemente autolimitadas, ou seja, desaparecem espontaneamente. Contudo, o melhor conselho ĂŠ a prevenção. Por isso, alĂŠm dos cuidados que mencionei, as pessoas, antes de irem de fĂŠrias, devem procurar o seu mĂŠdico ou farmacĂŞutico para terem consigo medicamentos que tratem a diarreia aguda
e que sejam capazes de restabelecer a flora intestinal alterada, a tomar em caso de necessidade e sob a orientação prĂŠvia desse mĂŠdico ou farmacĂŞuticoâ&#x20AC;?, afirma o especialista. Existem medicamentos que contĂŞm eles prĂłprios micro-organismos vivos, os quais combatem os agentes invasores, prevenindo e reduzindo a duração da diarreia1. Estes podem ser incluĂdos nas caixas de SOS que habitualmente levamos para fĂŠrias, juntamente com os auxiliares no tratamento e desinfeção de feridas, analgĂŠsicos, repelentes, etc. Quando recorrer Ă urgĂŞncia Para o gastroenterologista, â&#x20AC;&#x153;nos casos de diarreia simples (cinco a seis dejeçþes por dia de fezes moles),
sem febre superior a 37,5ÂşC, sem mal-estar excessivo, as pessoas nĂŁo se devem expor ao risco de se deslocarem a um serviço de urgĂŞncia, em particular no atual contexto de pandemiaâ&#x20AC;?. Ao contrĂĄrio, â&#x20AC;&#x153;devem ir ao mĂŠdico perante uma diarreia prolongada acompanhada, por exemplo, de febre elevada, sangue nas fezes ou sinais de desidratação (prostração, vĂłmitos, falta de força ou pressĂŁo arterial baixa)â&#x20AC;?. Tratamento A desidratação pode ser particularmente preocupante nas crianças, nos idosos e doentes crĂłnicos. Em caso de diarreia, Jorge Fonseca recomenda a reidratação com ĂĄgua e chĂĄ de ervas, para serem bebidos com frequĂŞncia e em pequenas quantida-
des. Sugere que se evitem os alimentos demasiado ricos em fibras ou em gorduras. A reintrodução de alimentos deve ser gradual, para verificar se sĂŁo bem tolerados. Em relação Ă s crianças, o mĂŠdico defende que nĂŁo devem ser forçadas a comer quando nĂŁo tĂŞm apetite, mas alerta que ĂŠ muito importante mantĂŞ-las hidratadas (fĂłrmulas de reidratação oral, ĂĄgua, ĂĄgua de arroz, etc.) e vigiar os nĂveis de glicose no sangue e o equilĂbrio eletrolĂtico. â&#x20AC;&#x153;Quando a criança estiver mais recetiva pode começar por comer pequenas quantidades de carne branca magra, arroz, massa tipo macarrĂŁo ou batata cozida, pĂŁo branco torrado e alguma fruta, como a banana e a maçãâ&#x20AC;?, explica. Fonte: Biocodex Microbiota Institute
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Batalha Economia
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Economia
Contribuintes do concelho com rendimentos acima do resultado verificado no país m Os dados nacionais ficam um euro abaixo dos verificados na Batalha, em termos de mediana mensal O rendimento bruto deduzido o IRS declarado pelos contribuintes do concelho da Batalha é de 9.081 euros anuais, o que representa uma aumento de 319 euros de 2017 para 2018, uma média mensal no último ano de 649 euros, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). O concelho obtém o terceiro melhor resultado do distrito, que regista uma mediana de 8.509 euros anuais, o que corresponde a 608 euros por mês, apenas atrás da Marinha Grande e de Leiria. Os dados nacionais ficam um euro abaixo dos verificados no concelho da Batalha, em termos de mediana mensal, e em termos anuais também é inferior (9.067 euros), apesar de ter cres-
cido de 2017 para 2018 (380 euros). A informação, revelada no início de agosto, significa que “os sujeitos passivos” do distrito de Leiria, que apresentaram declaração de impostos às Finanças, receberam menos 558 euros por ano do que a mediana do país, já “deduzido o IRS liquidado”, como explica o INE. Em termos medianos [o INE explica que, neste caso, usa a mediana em vez da média por entender que traduz melhor a realidade], os contribuintes da Marinha Grande e Leiria são os que obtém os maiores rendimentos anuais, 10.412 e 9.918 euros, respetivamente; encontrando-se os da Batalha na terceira posição. Os trabalhadores dos cinco municípios do norte do distrito apresentam os rendimentos mais baixos em 2018, entre 7.507 euros (Castanheira de Pera) e 8.120 euros (Ansião). O concelho de Ourém, com 8.729 euros, encontra-se
Rendimento bruto declarado deduzido do IRS Marinha Grande Leiria Batalha Alcobaça Porto de Mós Caldas da Rainha Pombal Peniche Nazaré Óbidos Bombarral Ansião Alvaiázere Figueiró dos Vinhos Pedrógão Grande Castanheira de Pêra Mediana
2016 9 734 9 105 8 425 8 113 8 044 8 035 7 910 7 853 7 777 7 458 7 425 7 268 6 969 7 017 6 816 6 759 7 815
2017 10 087 9 480 8 762 8 456 8 442 8 400 8 270 8 168 8 062 7 891 7 784 7 687 7 348 7 312 7 152 7 029 8 115
2018 10 412 9 918 9 081 8 862 8 858 8 782 8 687 8 539 8 478 8 426 8 168 8 120 7 759 7 716 7 577 7 507 8 509
2017/2018 325 438 319 406 416 382 417 371 416 535 384 433 411 404 425 478 394
2017//2018 % 3,22% 4,62% 3,64% 4,80% 4,93% 4,55% 5,04% 4,54% 5,16% 6,78% 4,93% 5,63% 5,59% 5,53% 5,94% 6,80% 4,85%
Mensal (14) 744 708 649 633 633 627 621 610 606 602 583 580 554 551 541 536 608
8 443
8 687
9 067
380
4,37%
648
Portugal
Fonte: INE Valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo (€)
acima da mediana regional. Entre os concelhos que mais cresceram em termos absolutos, de 2017 para 2018, merecem destaque Óbidos (+535 euros), Castanheira de Pera (+478) e Leiria (+438 euros). O aumento mediano do distrito foi de 394 euros, mais 14 do que o país. Já os contribuintes da Batalha foram os que viram aumen-
tar menos o seu rendimento disponível, à frente dos seus congéneres que vivem na Marinha Grande e Peniche. Em termos percentuais, os maiores crescimentos registam-se em Castanheira de Pera (6,8%), Óbidos e Pedrógão Grande (5,9%), enquanto os menores verificam-se na Marinha Grande (3,2%), Batalha e Peniche (4,5%). A mediana do distri-
to é de 4,85%, ligeiramente acima do resultado nacional (4,4%). Se dividirmos os rendimentos anuais por 14 meses, nota-se que os contribuintes da Marinha Grande dispõem de 744 euros por mês, seguindo-se os de Leiria (708) e os da Batalha (649 euros). No campo oposto estão os concelhos do norte do distrito, todos
abaixo de 580 euros mensais. A mediana do distrito é de 608 euros, menos 40 euros por mês do que o resultado nacional. Um quinto dos municípios do país registou valores superiores à referência nacional durante 2018, fixada em 9.067 euros, destacando-se Oeiras com o valor mais elevado do país (13.527 euros).
Empreendedor do concelho cria chuveiro que poupa água e energia
p Cristóvão Oliveira criou o Dynamic Flow
O Dynamic Flow é um chuveiro criado por uma startup com sede na Jardoeira, no concelho da Batalha, que permite poupar até 33 litros de água por banho e resulta de um projeto iniciado em 2014 por Cristóvão Oliveira, CEO da empresa Dream For It. “A ideia surgiu quando estávamos – eu e Ana Rita Loureiro - num almoço e a pensar na água que desperdiçávamos no duche até que atingisse a tem-
peratura que queríamos. Eu, como engenheiro eletrotécnico, comecei a desenvolver a ideia”, contou Cristóvão Oliveira ao Jornal da Batalha, em maio de 2016, adiantando que a ligação a Ana Rita Loureiro foi “uma simbiose perfeita”, uma vez que a professora de português e francês era responsável pelo Clube de Eco Escolas. Entretanto, os estudos, protótipos, testes e modelos sucederam-se e o chuveiro chegou ao mercado
há dois anos, permitindo uma poupança diária até 100 litros de água a uma família de três pessoas. O Dynamic Flow consegue memorizar diversos perfis de utilizadores e incorpora um depósito com uma capacidade de dez litros, que armazena a água fria proveniente das tubagens, disponibilizando-a apenas quando atinge a temperatura desejada pelo utilizador. Numa utilização normal, desperdiçam-se en-
tre 28 e 33 litros de água, à espera da temperatura pretendida e enquanto se utiliza o champô e gel, com a torneira aberta. No caso do Dynamic Flow, o sistema liga e desliga automaticamente a água, consoante está ou não a ser utilizada. A estas vantagens acresce a poupança de energia com a menor necessidade de aquecer água e porque produz energia hidroelétrica para alimentar o seu sistema eletrónico.
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“O projeto permite realizar eventos ao vivo e tirar as artes culturais da estagnação” Movimento” permite realizar eventos ao vivo e tirar as artes culturais da estagnação, proporcionando momentos de alegria, paz, emoções e liberdade às populações. Este projeto permite também dar visibilidade a artistas/grupos/artes de cada concelho. A empresa tem o certificado Clean&Safe emitido pelo IGAC e a MemMakers é uma marca registada. Atua em todo o país ou apenas no concelho? O projeto está elaborado para ser realizado em qualquer ponto do pais, podendo ser adaptado a qualquer realidade.
p Válter Cardoso, fundador da MemMakers
fundador da MemMakers, que tem sede na Batalha, explica os objetivos da empresa e as razões de ter surgido durante a pandemia
auge da pandemia, quando os eventos culturais e profissionais foram cancelados. É uma empresa de eventos e consultoria. Surgiu com o objetivo de reinventar o conceito de evento, adaptando-o à realidade atual, cumprindo as regras de segurança e higiene exigidas pela Direção Geral de Saúde.
Quando e com que objetivos nasceu a MemMakers? A MemMakers nasceu no
Portanto, pretende manter a atividade cultural? O projeto “Cultura em
m Válter Cardoso,
Estado do Paraná). O projeto já foi apresentado oficialmente e o feedback tem sido bastante positivo. Os municípios, por exemplo, têm colaborado? Os municípios têm optado por outras soluções, muitas das vezes sem a visibilidade que este projeto cultural permite dar à cultura. De qualquer forma, vamos adaptando este projeto à medida da evolução desta pandemia. Nos próximos tempos esperamos poder realizar os eventos de uma forma livre e sem constrangimentos, o que nos leva a querer que tudo ficará normal.
Têm parcerias? Temos uma parceria com o meu grande amigo Tiago Pinho (musico, produtor, compósito e cantor dos temas, “Momento”, “Vai ficar Tudo Bem” e “Refugio”). Ele tem sido parte integrante neste projeto. Conto também com parceiros sociais. Neste momento já investimos 10 mil euros em marketing, publicidade, logística e noutras necessidades. Quais são os principais p r o d u t o s/s e r v i ç o s d a empresa? O Projeto “Cultura em Movimento”, animação de rua (que tem maior procura), eventos e consultoria,
agenciamento de artistas e eventos corporativos. Em que projetos está envolvido? Neste momento estou a trabalhar num projeto de animação de rua nas praias de Vieira e de São Pedro de Moel. Consiste em atuações de bandas de rua durante três horas, aos fins de semana até dia 12 de setembro, proporcionando sorrisos e muita alegria a todas os seus veraneantes. Esse projeto tem sido bastante aplaudido pelo comércio local e transeuntes, tendo sido patrocinado e apoiado pelo município da Marinha Grande.
Que sectores abrange direta e indiretamente? O projeto consiste em valorizar a cultura e gerar trabalho aos agentes necessários à realização dos eventos, nomeadamente os artistas e grupos, os técnicos de som e de luzes, as agências de marketing e publicidade, as empresas de vídeo, fotografia e transmissão online streamming e a pirotecnia. O que envolve muita gente? Estamos a falar que para realizar este projeto contamos com 30 pessoas, desde técnicos, staff, artistas de todas as áreas, com a parceria de duas empresas no Brasil (Rio de Janeiro e Londrina –
p A animação de rua é o produto com maior procura
Programa de apoio ao emprego operacionalizado pela ADAE A Associação de Desenvolvimento da Alta Estremadura (ADAE) vai operacionalizar o novo programa de apoio ao emprego “+COESO Emprego”, nos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós. O “+COESO Emprego” apresenta três modalidades (empregos interior, urbano e empreendedorismo social) e destina-se
a apoiar a criação de novos postos de trabalho, incluindo os custos inerentes, em empresas e entidades da economia social. Os apoios a conceder permitem a comparticipação integral dos custos diretos com os postos de trabalho criados, bem como um apoio adicional de 40% para financiar outros custos associados, por um período
máximo de 36 meses, contados a partir da criação do primeiro posto de trabalho, devendo a sua conclusão ocorrer, em qualquer caso, até à data limite de elegibilidade das despesas do período do Portugal 2020 (dezembro de 2023). As candidaturas decorrem em duas fases, até 15 de setembro ou 16 de novembro de 2020.
No site da ADAE, em www.adae.pt, está disponível a informação sobre as condições, despesas elegíveis, limites de apoio e apresentação das candidaturas. A ADAE realiza sessões de esclarecimentos das medidas de apoio, todas as quintas-feiras, às 10h00, sob marcação prévia (email: leader@adae. pt; telefone 244822152).
p As candidaturas já se encontram a decorrer
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Contas aprovadas com um resultado de exploração positivo m O cash-flow gerado em 2019 é superior ao valor das dívidas a terceiros a curto prazo A câmara da Batalha “vive uma situação financeira saudável e apresenta meios libertos positivos que serão aplicados em novos projetos de investimento e reforço de medidas de apoio social à população”, revelou a autarquia. “O município regista indiciadores de uma situação económica e financeira equilibrada – por exemplo, o cash-flow gerado em 2019 (dois milhões de euros) é superior ao valor das dívidas a terceiros a curto prazo, que ascendiam a 1,4 milhões de euros”, explica em comunicado, assinalando também “o facto de o rácio de autonomia financeira apresentar um valor bastante significativo, a rondar os 70%”. O prazo médio de pagamentos situa-se em 16 dias,
p O prazo médio de pagamentos situa-se em 16 dias o que coloca o município nos níveis mais baixos do ranking do sector autárquico, em 2019, não registando ainda quaisquer dívidas em atraso”. A taxa de execução orçamental situa-se em 86,4%,
“o que reflete um desempenho positivo e acima do valor de referência previsto na Lei das Finanças Locais (85%), bem como apresenta um desempenho económico estruturalmente equilibrado”, destaca o municí-
pio, garantindo que “mantém a sua capacidade de assegurar a cobertura das despesas de funcionamento (obrigatórias), através de receita própria”. A receita fiscal regista uma ligeira diminuição de
-1,9%, face ao ano anterior, reflexo da política de estabilidade fiscal do município, bem como da execução orçamental de 2019 com um reforço do investimento nas áreas da educação (23%) e do ambiente (29%).
Jornal da Batalha Mosteiro do Leitão agora no encontro das auto-estradas em Torres Novas Um ano volvido desde a inauguração do novo edifício do Mosteiro do Leitão, na Batalha, Zita Freire e Bruno Figueiredo levam o conceito agora a Torres Novas. A apresentação do restaurante aconteceu no dia 6 de julho. O leitão assado mantém-se como a especialidade da casa. Assado diariamente, ao almoço e ao jantar nas novas instalações na Zibreira. Mas a receita para o sucesso parte também da cozinha que acompanha a carta variada que incluiu pratos típicos da região, como são exemplos os “Peixinhos da Horta”, “Torricado de Bacalhau” e “Massada à Barrão”. Zita Freire garante que “este novo espaço terá a mesma excelência e qualidade a que os clientes do restaurante da Batalha estão habituados” e espera que seja “uma porta aberta para que conheçam o novo restaurante e a respetiva região” O novo Mosteiro do Leitão tem capacidade para receber 110 pessoas e está aberto das 12h às 22h, todos os dias. Situa-se junto ao posto de abastecimento da Repsol no nó entre a A1 e da A23.
K EM FOCO
Hotelaria. O casal William e Monique leva há 38 anos de vida em comum e tem quatro filhos. Escolheu trocar a sua vida agitada na Holanda pela qualidade de vida em Portugal. Nesse sentido, idealizou e administra a Olive Hill Guesthouse, em Brancas, no concelho da Batalha. Com o Mosteiro da Batalha a 3,1 quilómetros, disponibiliza acomodações, restaurante, piscina exterior sazonal, bar e um jardim.
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Atualidade Batalha
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Património Manifestações da cultura popular em actos religiosos Padre António Vieira Voz que se levanta solitária e investe destemida, solidária com a Humanidade oprimida, contra todo um mundo adverso. Voz da invenção da modernidade, humanista, humanitária, que nela ganha o verbo da estatura do Homem, dimensão do Universo. Voz de Portugal cativo, da esperança do reino restaurado. Voz dos dois impérios, um irreal mas desejado de um príncipe português rei universal, outro real e de incomensurável grandeza: António Vieira, ele próprio imperador, como o proclama Fernando Pessoa, da Madre Língua Portuguesa. Como já em tempos disse aos prezados leitores, nem sempre os meus versos, a encabeçar os “Apontamentos”, correspondem ao tema da secção, como se verifica mais uma vez e hoje com a intenção de facilitar a paginação. O tema escolhido reveste-se de grande interesse e por isso mesmo a exigir uma averiguação mais profunda. Para o desenvolver servi-me particularmente da notável obra do Dr. José Alberto Sardinha, o maior etnomusicólogo português da actualidade “Danças Populares no Corpus Christi de Penafiel”, publicada em 2012 pela “Tradisom”, de onde, com a devida vénia, recorto uma das fotografias. Mas também fui buscar ao nosso “Couseiro” uma preciosa informação: a da participação de músicos negros na procissão leiriense. Só no concelho da Batalha, há três grandes manifestações da Cultura Popular em actos religiosos, o que, longe de lhe diminuir o mérito ou de desilustrar o cerimonial religioso antes lhe acrescenta a espontanei-
dade e uma sentida participação do Povo. Trata-se da Santíssima Trindade na Batalha, da Festa em honra de Nossa Senhora do Fetal no Reguengo e da Encamisada, círio a Santo António na Rebolaria, a que podemos ainda acrescentar os Cânticos da Quaresma um pouco por todo o Concelho. Na Santíssima Trindade o Povo manifesta a sua fé através duma arte que bem reflecte a beleza do seu espírito: as ofertas extremamente originais em que transporta os não menos originais bolos de ferradura. Na Senhora do Fetal, no Reguengo, aquele artístico mar de luz, em que nenhum reguenguense deixa de participar, que invade a histórica povoação naquela miríade de conchas de caracóis transformadas em lucernas, e noutra das festas grandes da sua paróquia, a do Espírito Santo, as suas ofertas que marcam pela diferença das outras da região, e na singular evocação, um tanto de cunho lendário mas muito bela, de Santo António na Rebolaria, a reminiscência
dos círios estremenhos, neste caso a “encamisada”, que nos indica ser manifestação nocturna, com os seus anjos a deitar as loas ao taumaturgo do altos dos seus burritos brancos, com a povoação também iluminada pelas mesmas candeias medievais: as conchas dos caracóis. Surpresa possivelmente para os leitores será a procissão do Corpo de Deus, em geral e em particular a de Leiria, a que “O Couseiro” faz a seguinte referência: “Ordem na Procissão do Corpo de Deus antes da Invasão (invasão dos franceses): “Alguns pretos, vestidos com saltimbarcas encarnadas (vestuário aberto dos lados), tocando trombetas e clarins. Dois mordomos de S. Jorge, vestidos de capa e volta com suas varas na mão (normalmente eram os ferradores que costumavam levar a imagem de S. Jorge). O alferes de S. Jorge, a que chamam homem de armas, a cavalo e vestido de armas brancas, levando na mão direita o estandarte e bandeira de S. Jorge. Alguns cavalos,
formando uma só fileira. Alguns pretos formando segundo coro e todos tocando instrumentos…”. Era para a composição desta procissão mor da Igreja, que a partir de certa altura teve, em Leiria e em todo o País, a participação como músicos e como bailadores, em que eram exímios, as pessoas de cor, provavelmente antigos escravos já libertos, bem como participação de variadas profissões, como a citada dos ferradores, dos ferreiros, dos pedreiros, dos sapateiros, dos carpinteiros, dos tecelões e tecedeiras e doutras. Havia bailes (danças) próprias para cada corporação profissional e ainda bailes (danças) dos paus, dos turcos, dos pauzinhos, etc.. O povo dançava modas apropriadas mas de recorte popular, tocava vários instrumentos com a mesma origem e cantava. Dançavam-se chacotas, mouriscas, lunduns, entre outras danças e é curioso verificar que em 1602 foi uma chacota, aqui significando o grupo que interpretava este baile, participar na Procissão do Corpo
de Cristo, que a Companhia de Jesus, realizou em Lisboa, com a curiosidade da chacota (dança e grupo de dançadores) ter ido expressamente Leiria (?!). Faleceu o professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão Estava a finalizar o apontamento sobre as manifestações da Cultura Popular quando recebi a triste notícia do falecimento do notável Historiador e Pensador Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, pelo que deixei a conclusão do artigo para o próximo número. Figura maior da Cultura portuguesa no século XX e nos princípios deste século, deixou uma obra vasta e profundamente marcante de que se destaca a “História de Portugal” em dezanove volumes, bem mais de dez mil páginas produto duma investigação laboriosa, feita com extrema originalidade e inexcedível rigor, “Historiagrafia Portuguesa”, “Portugal no Mundo nos Séculos XII a XVI”, “A Essência e o Destino de Portugal”, entre muitos outros estudos pau-
tados pela exactidão, pela vastidão dos seus conhecimentos, pela elevação e pela qualidade literária. Foi brilhante Presidente da Academia Portuguesa de História, onde tive a honra de ascender pela sua mão e de que sou membro supranumerário. À Batalha veio diversas vezes, em 2001 e 2002, a convite do então Presidente da Câmara, António Lucas, e participou nas duas Jornadas da História da Vila da Batalha que, se pode dizer, apadrinhou e estimulou. Faleceu na cidade onde nasceu há 95 anos, Santarém, onde já tem um expressivo monumento a evocá-lo e a homenageá-lo. Os mais sentidos pêsames a seu filho Dr. Vítor Serrão, outro vulto eminente da intelectualidade portuguesa, e à restante família. Se Deus quiser, no próximo número continuarei a evocar esta figura ímpar da nossa Cultura.
José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (208)
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Batalha Opinião
agosto 2020
Jornal da Batalha
s A Opinião do Grupo Aves da Batalha
À procura de vacas-ruivas Já ouviu falar da vaca-ruiva? Até final de setembro, o projeto vacaloura. pt em conjunto com organizações embaixadoras da ideia andam à procura delas. O grupo Aves da Batalha e uma das organizações que está a ajudar mapear os locais onde esta espécie ocorre. A vaca-ruiva (Lucanus barbarossa) é um escaravelho com populações localizadas que pode ser avistado na sua fase adulta apenas entre julho e setembro. Este escaravelho da família dos Lucanídeos, apresenta tons muito escuros, mede entre 3 e 4,5 cm, e tem sido associado principalmente a zonas com azinheiras e carvalhos-cerquinho, sendo facilmente reconhecido pelas suas mandíbulas em forma de pinça. As vacas-ruivas podem encontrar-se apenas na Península Ibérica, sul de França e norte de África. Em Portugal, esta espécie tem sido observada desde Bragança até à península
risco de extinção. Coordenado pela Associação Bioliving, em parceria com a Unidade de Vida
Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, com a Sociedade Portuguesa de Entomologia e com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este é um projeto de ciência cidadã que visa compilar e organizar informação enviada por cidadãos sobre a distribuição e estado das populações destes escaravelhos em Portugal. Mais recentemente expandiu a sua rede de embaixadores por todo o país, fortalecendo a ligação entre a comunidade científica e as comunidades locais na geração de conhecimento sobre estes pequenos seres alados tão pouco conhecidos. Tanto a vaca-loura como a vaca-ruiva são organismos decompositores de madeira morta e têm, por isso, um papel fundamental na Natureza, pois fazem a reciclagem dos nutrientes do solo, promovendo a regeneração sustentável da floresta. São ainda utilizados como um símbolo
de toda a biodiversidade que depende de madeira morta nas florestas, representando 30% das espécies que vivem na florestas em todo o mundo. Com a industrialização da floresta, não só estes insetos estão a perder habitat, mas também os ciclos naturais ficam em risco. Ao saber onde e quantos destes escaravelhos existem, podemos definir melhores medidas de conservação a ser implementadas, tendo impactos diretos em imensos organismos. Conservar os Lucanídeos é então ajudar a conservar toda a biodiversidade florestal. E todos podemos colaborar e ter um papel ativo na conservação destes organismos. O Aves da Batalha já assumiu este compromisso, estando a unir esforços na região para as encontrar e monitorizar. Junte-se a nós e saiba o que mais pode fazer para ajudar estes organismos! Entre em contacto com o projeto VACALOURA.pt para saber mais.
lha de D. Pedro I de Castela) e daí todo o seu interesse em apoiar Portugal e o Mestre de Avis nas guerras com Castela. Ficando esta mais fraca, ele poderia aproveitar, mas não teve essa sorte. Além disso, João de Gante, ao conseguir, em 1387, casar a sua filha Filipa com o nosso rei tornou-a rainha, quando eventualmente nunca teria passado de uma duquesa, embora fosse neta de Eduardo III. Portanto, a ajuda que nos foi dada, não foi nada mal compensada. - 1580 a 1640: A pretexto de, nestes 60 anos, termos perdido a nossa independência para os espanhóis, com quem estavam em guerra, os nossos “amigos” ingleses logo se sentiram desobrigados da velha aliança e
toca de atacarem vários dos nossos territórios, designadamente as costas algarvia e do Brasil, aqui coadjuvando os holandeses, outros nossos “amigos”, que por essas bandas e por esses tempos já nos faziam a vida negra. Só em 1661, 21 anos depois de termos restaurado a nossa independência, conseguimos assinar com a Grã-Bretanha um tratado de paz, mas muito gravoso para nós, pois tivemos de lhes conceder total predominância económica sobre Portugal e as colónias, ficando ainda acordado o casamento do rei Carlos II com a nossa princesa Catarina de Bragança, que também nos custou os “olhos da cara”: um dote de 2 mil cruzados (uma fortuna na época) e a entrega defini-
tiva de Tânger, em Marrocos e Bombaim e Colombo, na Índia. O espaço de que dispomos não dá para mais exemplos, mas lembramos ainda alguns episódios que podem ser pesquisados, ou até nós voltarmos a eles: (Tratado de Methuen (1703); a “ajuda” nas invasões francesas; o últimatum que nos fizeram, por cauda do “mapa cor de rosa”; as suas “ajudas”, antes e durante a 1ª Guerra Mundial e até na 2ª. Enfim, com amigos destes… Batalhenses, continuem a cuidar-se, porque o “bicho” continua por aí, tão insidioso e com as “garras” tão afiadas para nos atacar como quando apareceu.
de Setúbal, sendo o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros o local com maior probabilidade de avistamento. Desde o início do projecto vacaloura. pt foram realizadas pouco mais de 100 observações, muito poucas em comparação com as restantes espécies foco do projeto. Os escaravelhos, como a vaca-ruiva, que se encontram na fase adulta estão agora a sair cá para fora com o objetivo de se reproduzirem e dar origem às futuras gerações. Se o leitor vir uma vaca-ruiva, tire uma fotografia e efetue o registo do seu avistamento em www.vacaloura.pt/participar-avistamento/ ou entre em contacto direto com o grupo Aves da Batalha. Projeto vacaloura.pt Desde 2016, o projeto vacaloura.pt tem unido esforços e incentivado a participação cívica para saber mais sobre os escaravelhos da família Lucanidae de Portugal, focando-se na
vaca-loura (Lucanus cervus), o maior escaravelho da nossa fauna e uma espécie protegida, quase em
s Noticias dos combatentes
Os nossos “amigos” ingleses Para os batalhenses, agosto costuma ser um mês especial, dadas as afamadas festas anuais, sendo também a 14 o feriado municipal, por corresponder ao dia em que, em 1385, se deu a “batalha de Aljubarrota”, acontecimento que, a ter ocorrido em local mais distante e sem o desfecho que teve, não existiria a bonita vila de Santa Maria da Vitória. E recordemos que nesse dia tivemos uma boa ajuda dos ingleses, esses “marotos” que agora nos estão a “virar as costas”, ao colocar-nos na sua “lista negra” de visitas, a pretexto do SARSCoV-2, quando, afinal, eles até estão pior que nós. Interrogar-se-ão alguns ingénuos ou já esquecidos da história: como é que os
ingleses nos podem fazer tal coisa, a nós, que temos com eles uma aliança de mais de 650 anos, a mais velha do mundo? Caros leitores, quando se trata de negócios as amizades são quase sempre deixadas para segundo plano e nisso os ingleses não são exceção. Com efeito, dizem-nos os factos que raramente nos ajudaram sem contrapartidas “leoninas”, ou seja, davam-nos um “chouriço”, mas nós tínhamos de lhes retribuir com um “porco”… e às vezes nem isso. Querem exemplos? Aqui ficam alguns: - 1373: Terá sido o ano em que nasceu a velha aliança, embora já tivéssemos contactos e relações comerciais com eles desde 1147. Con-
tudo, é apenas em 1373 que Eduardo III e D. Fernando ratificam um tratado de colaboração político-militar e comercial, redigido no ano anterior pelos seus representantes, em Tagilde (Vizela). Esta tratado foi ratificado em 1386 (Windsor: (já D. João I e ainda Eduardo III), um ano depois da batalha de Aljubarrota, onde, de facto, tivemos a ajuda dos ingleses, mas não tão desinteressada quanto isso. Vejamos: João de Gante, duque de Lancaster e 4º filho de Eduardo III foi quem mais influenciou na vinda dos arqueiros ingleses, para combaterem ao nosso lado. E porquê? Porque era pretendente à coroa de Castela (casou, em 2ªs núpcias, com Constança, fi-
NB-LC
Jornal da Batalha
Necrologia Batalha
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CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala José Pinheiro da Silva Jordão (84 anos) N. 14-09-1935 - F. 01-08-2020 Casal do Arneiro, Batalha
AGRADECIMENTO Sua esposa: Maria Idalina Silva Pereira, filhos: José Carlos e Pedro Jordão, noras, netos e restante família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm desta forma agradecer todas as manifestações de apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Aqueles que amamos não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós”
Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)
Alfredo Ferraria Alves (73 anos) N. 06-02-1947 - F. 20-07-2020 Quinta do Pinheiro, Batalha
AGRADECIMENTO Sua esposa: Júlia Ribeiro Alves, filha: Inês Ribeiro Ferraria e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Para sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. Descansa em paz
Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)
CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Júlia de Jesus Amado (91 anos) N. 31-08-1928 - F. 25-06-2020 Brancas, Batalha
AGRADECIMENTO Seu filho: José Amado Ligeiro, nora: Helena Pereira, netos e restante família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda. Agradecem ainda ao Apoio Domiciliário da Misericórdia da Batalha pelo carinho e profissionalismo com que sempre trataram a sua familiar. A todos, muito obrigado. Permanecerás para sempre nos nossos corações. Descansa em paz
Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)
Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cinquenta e uma a folhas cinquenta e duas, do Livro duzentos e cinquenta e quatro - B, deste Cartório. Júlia Pragosa Moreira, NIF 111 223 954 e marido Manuel Santos Ferreira, NIF 111 223 806, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, onde residem na Estrada do Casal Novo, nº 29, Casal Novo, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, do prédio urbano, composto de casa de rés-do-chão e primeiro andar, sendo o rés do chão amplo de arrecadação e o primeiro andar para habitação, com a superfície coberta de sessenta e dois metros quadrados, sito em Casal Novo, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com caminho, de sul, de nascente e de poente com António Vieira Moreira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 2520, com o valor patrimonial de €22.675,10. Que os justificantes adquiriram o solo do prédio, no ano de mil novecentos e sessenta e três, por doação verbal de António Vieira Moreira e mulher Maria da Piedade Pragosa, pais da outorgante mulher, residentes que foram no lugar de Casal Novo, Batalha, tendo posteriormente construído a suas expensas a referida edificação, contudo, sendo a transmissão meramente verbal, não dispõem de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias, habitando-o e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, quatro de Agosto de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 361 de 10 de agosto de 2020
HERCULANO REIS SOLICITADOR Rua Infante D. Fernando, Lote 3, 1ºA
2440 BATALHA - Tel. 244 767 971
Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas sessenta e quatro a folhas sessenta e cinco, do Livro duzentos e cinquenta e quatro - B, deste Cartório. Conceição da Piedade Cerejo Henriques, NIF 186 879 695 e marido José Mendonça Henriques, NIF 169 055 434, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ela da freguesia e concelho da Batalha, ele da freguesia de Sobreira Formosa, concelho de Proença a Nova, residentes na Rua Santo Estevão, Aldeamento Santo Estevão, Lote 3, Olhos de Água, Albufeira, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, dos seguintes prédios, ambos sitos na freguesia e concelho da Batalha: UM — prédio rustico, composto de vinha, com a área de duzentos e oitenta e cinco metros quadrados, sito em Barroso, a confrontar de norte com Manuel Magalhães Monteiro Cerejo e outros, de sul e de nascente com Carlos Manuel Pinheiro Cerejo e de poente com João Brito Junior; não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 5649, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €167,56; DOIS — prédio rústico, composto de vinha, com a área de mil e quinze metros quadrados, sito em Barroso, a confrontar de norte com ribeiro, de sul com Estrada do Varoso, de nascente com José dos Santos e de poente com Carlos Manuel Pinheiro Cerejo, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 5644, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €370,48. Que, a justificante mulher adquiriu os identificados prédios no ano de mil novecentos e quarenta e seis, por partilha verbal por óbito de Maria da Piedade casada com José dos Santos, mãe da justificante mulher, residente que foi em Brancas, Batalha, não dispondo, assim, os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição dos mesmos; Que em consequência daquela partilha verbal, possuem os identificados prédios, em nome próprio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, amanhando os prédios, deles recolhendo os frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram os referidos imoveis, por usucapião. Batalha, cinco de agosto de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 361 de 10 de agosto de 2020
ADMITE-SE Jovem até os 35 anos para fazer um part-time (3 horas ao sábado) como secretária (boa remuneração). Se se ainda és estudante também podes candidatar-te. Resposta por mensagem ao número 910 190 027 dando toda a sua informação e indicando a hora em que pode haver contato.
A fechar
B
AGOSTO 2020
Rede Cultural Aljubarrota 1385 A Rede Cultural Aljubarrota 1385, que envolve os municípios de Alcobaça, Batalha e Porto de Mós, e visa a promoção de eventos associados à cultura e bens culturais, nasceu no dia 11 de agosto, com a assinatura de um acordo de parceria no Celeiro de Aljubarrota.
Exportações do concelho caíram 27% m Este resultado quase duplica a diminuição média registada no distrito de Leiria (-14%) e é também muito superior à descida anotada para todo o país (-17%) As exportações de mercadorias do Concelho da Batalha caíram 27% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o período homólogo do ano passado, para 22 milhões de euros, segundo os dados divulgados no dia 7 de agosto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este resultado quase duplica a diminuição média registada no distrito de Leiria (-14%) e é também muito
Caldas da Rainha Nazaré Batalha
2019 Importações Exportações 57 185 983 67 295 486 12 675 352 6 421 512 45 864 277 30 757 034
2020 Importações Exportações 38 359 777 43 419 412 15 529 352 4 263 526 34 750 920 22 392 452
Figueiró dos Vinhos Pedrógão Grande Marinha Grande Castanheira de Pera Porto de Mós Alcobaça Leiria Peniche Pombal Bombarral Ansião Alvaiázere Óbidos TOTAL
31 387 1 047 327 133 744 235 779 661 32 734 941 80 683 929 339 161 966 43 338 225 78 601 591 9 392 100 18 742 955 1 941 245 17 911 156 873 836 330
756 466 3 242 860 363 458 189 2 395 131 76 306 392 127 276 672 288 159 288 60 420 448 91 913 506 29 251 003 9 891 249 261 313 5 644 344 1 163 450 893
14 000 541 936 129 965 715 693 118 22 783 679 71 010 715 286 901 209 49 945 518 70 745 872 9 051 978 17 883 987 1 513 148 16 500 272 766 191 196
623 041 2 672 778 301 345 647 2 024 231 65 784 651 111 494 723 253 333 896 53 949 069 89 553 324 29 603 193 10 760 949 358 017 9 573 733 1 001 152 642
-55,40% -48,26% -2,83% -11,10% -30,40% -11,99% -15,41% 15,25% -9,99% -3,62% -4,58% -22,05% -7,88% -12,32%
-17,64% -17,58% -17,09% -15,49% -13,79% -12,40% -12,09% -10,71% -2,57% 1,20% 8,79% 37,01% 69,62% -13,95%
40 658 203 965
30 356 246 799
32 632 154 683
25 173 724 600
-19,74%
-17,07%
Portugal
superior à descida anotada para todo o país (-17%). No que respeita às importações, a diminuição no concelho também é acentuada (-24%), o dobro do distrito (12%) e mais do
que o resultado nacional (-20%). No que respeita à taxa de cobertura das importações pelas exportações, diminuiu três pontos percentuais do primeiro semestre
2019/2020 Var. importações Var. exportações -32,92% -35,48% 22,52% -33,61% -24,23% -27,20%
do ano passado para o período homólogo deste ano, fixando-se em 64%. É uma descida semelhante à do distrito, enquanto o país aumentou a taxa de cobertura (TC) em valor idêntico.
O Município da Batalha ocupa terceira posição entre os município com maior quebra das exportações, em termos percentuais, atrás de Caldas da Rainha (-35%) e Nazaré (-34). Ape-
nas quatro concelhos aumentaram as exportações: Óbidos, Alvaiázere, Ansião e Bombarral. Nas importações, o concelho cai para a quinta posição, atrás de Figueiró dos Vinhos (-55%), Pedrógão Grande (-48%), Caldas da Rainha (-33%) e Porto de Mós (-30%). Em termos distritais, as exportações caíram 162 milhões de euros e as importações encolheram 108 milhões, comparando os primeiros semestres deste e do ano passado. Os concelhos da Marinha Grande, Leiria e Alcobaça lideram o trio de maiores exportadores e importadores. Encontram-se nas últimas quatro posições concelhos do norte do distrito. Publicidade
Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529
Visite a maior exposição da zona centro junto à Exposalão Batalha
Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt