PORTE PAGO
| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXIX Nº 359 | JUNHO DE 2020 |
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Foto: Spc Miguel Pena / Exército dos EUA
Pandemia. Município testa profissionais de risco e população
Wpág. 07 Poluição dos porcos da região chega à ONU pela mão da JSD
Wpág. 09 Golpilheira analisa propostas do Concurso Mateus Fernandes
Wpág. 21 Procissão do Reguengo é uma das 7 Maravilhas do distrito
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Jornal da Batalha
Espaço Público s Espaço do Museu
Museu convida a conhecer a natureza e a biodiversidade do concelho Celebrou-se, no passado dia 5 de junho, o dia Mundial do Ambiente, evento anual, promovido pelas Nações Unidas e celebrado por milhões de pessoas em mais de 100 países. “A Hora da Natureza” é o tema que norteia as comemorações deste ano, em jeito de chamada urgente para a necessária tomada de consciência da importante relação com o meio ambiente. O Município da Batalha, através do MCCB, enfatiza a importância desta data e a urgência que se vive, com o entendimento de que cada ser humano, na consciência dos seus atos diários, pode tornar o Planeta um pouco melhor. O museu tem uma área inteiramente dedicada à Natureza e à Biodiversidade. Os quatro elementos da Natureza (Água, Terra, Ar, Fogo)
são representados através de imagens que ilustram a boa e má utilização de cada um deles. As fotografias foram captadas no concelho e trazem a mensagem da importância da preservação e defesa dos solos, dos cursos de água, das florestas e da atmosfera. Entre outras imagens, o visitante pode vislumbrar campos agrícolas cultivados em terras férteis, moinhos ou a confeção tradicional de alimentos através do uso do fogo. Mas também são evidenciadas imagens de poluição da água, incêndios florestais, lixeiras, entre outras, com o intuito de consciencializar e sensibilizar para a preservação do nosso meio ambiente. O museu disponibiliza ainda um livro tátil, onde estão registadas diversas espécies de fauna e de flora do Concelho da Batalha, pro-
p Sardão (Lacerda leptida). Esta e outras espécies podem ser conhecidas no livro virtual sobre a fauna e flora do Concelho da Batalha, no MCCB movendo a nossa Biodiversidade. No livro, podem ser conhecidas espécies de animais (mamíferos, aves, répteis e anfíbios), bem como árvores e plantas do nosso território. Reconhecendo a relevância do conhecimento da Natureza e da Biodiversidade,
consideramos que se valoriza a sua importância, contribuindo para uma cidadania mais consciente e mais crítica. “A Hora da Natureza”, que se celebra neste dia Mundial do Ambiente, tem como objetivo alertar as populações e os governos para a neces-
sidade de proteção e preservação ambiental, encarando-se que todos os agentes administrativos, ambientais e culturais devam contribuir com distintas ações nos territórios que representam. Recorde-se que acontecimentos recentes como os incêndios florestais no Brasil,
Estados Unidos e Austrália, as infestações de pragas de insetos no leste africano e, mais recentemente, a pandemia global da COVID 19, demonstram a interdependência dos seres humanos e as redes de vida em que elas existem. Reitera-se o convite a visitar o MCCB e conhecer a área que este museu dedica à Natureza e à Biodiversidade. Neste ano, que nos convida a viver mais o ambiente, propõe-se ainda a realização dos percursos pedestres identificados no concelho (“Mata do Cerejal”, “Buraco Roto”, “Rota dos Moinhos”, “Rota do Caminho de Ferro Mineiro”) e o usufruto de diversos locais de interesse natural que o nosso território oferece. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)
s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos
Sassetti e o sonho dos outros Se ainda pertencesse a este mundo, Bernardo Sassetti iria completar cinquenta anos de idade no dia 24 de junho do corrente ano. Mas a verdade é que Bernardo Sassetti tinha uma auréola de quem transcendia o plano terreno e a música que fazia era de outro mundo. Nascido numa família ligada à música (com ascendência à linhagem dos Freitas Branco), desde cedo tomou gosto pelos estudos clássicos, designadamente através da professora Maria Fernanda Costa, estudos de piano que iniciou aos nove anos de idade. A influência da música clássica estaria sempre presente no estilo que desenvolveria, não obstante ter-se dedicado principalmente ao jazz. O interesse pelo jazz veio pelo convívio com persona-
lidades como Zé Eduardo ou Horace Parlan. Contava apenas dezassete anos quando começa a aparecer em festivais, associado a nomes como Frank Lacy ou Al Grey. Tornou-se músico profissional, tocando piano em vários clubes, integrando o quarteto de Carlos Martins. Nos anos seguintes, Bernardo Sassetti realiza uma importante carreira internacional, porquanto deu concertos por todo o mundo. Concertos onde tocou ao lado de figuras lendárias do jazz tais como Freddie Hubbard, Curtis Fuller, Art Farmer, Eddie Henderson ou Benny Golson. Fez parte do quinteto de Guy Barker, tendo participado na gravação do álbum intitulado Into the Blue, nomeado para a edição de 1995 dos prémios Mercury como um dos dez melhores
discos desse ano. Dois anos depois, em 1997, vamos encontrá-lo com um convidado muito especial: o cantor Sting que gravou com a Orquestra Filarmónica de Londres o tema What Love Is. A discografia de Bernardo Sassetti em nome próprio não é muito vasta, mas abrange alguns trabalhos que, pela sua importância, se devem incluir no melhor que se tem feito no jazz em Portugal. É o caso do álbum Nocturno, lançado em 2002, e que foi distinguido com o Primeiro Lugar do Prémio Carlos Paredes. Nocturno trouxe ao conhecimento do público aquele que é, porventura, o tema mais emblemática de Sassetti: Sonho dos Outros. Igualmente, conquistou os favores da crítica e do público com Alice, banda sonora
para um filme realizado por Marco Martins. Datada de 2005, a música de Alice é introspectiva e labiríntica e fala de um homem à procura da sua filha desaparecida. Mas, na realidade, o filme é muito mais sobre um homem em busca de si próprio, um Dédalo à maneira da personagem do livro de James Joyce. O protagonista de Alice anda à deriva ao sabor das imagens, dos instantâneos que as câmaras de filmar que instala na rua captam. Sassetti alimentava uma paixão imensa pelo cinema e pela fotografia, arte que lhe custaria a própria vida: quando andava a fotografar, caiu fatalmente de uma arriba, a 10 de maio de 2012. O seu último disco publicado em vida é datado de 2010, sob o nome de Motion (movimento), evocan-
do precisamente o cinema, a imagem-movimento (um conceito do filósofo Gilles Deleuze). Este disco guarda no interior do seu invólucro uma série de trabalhos de arte fotográfica da autoria de Bernardo Sassetti, e que são absolutamente notáveis. Também para o cinema participou na composição da banda sonora do filme O Talentoso Mr. Ripley, realizado por Anthony Minguella, para o qual interpretou, entre outros temas, My Funny Valentine. Ainda gravaria um disco, no ano de 2011, em parceria com Carlos do Carmo. Já em 2006 havia sido agraciado com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique. O legado de Bernardo Sassetti permanece bem vivo, como o demonstra o lança-
mento em 2019 de um novo álbum, intitulado Solo. E, ao que consta, outros álbuns serão editados. A Casa Bernardo Sassetti tem sabido gerir, não só o património do genial pianista, como regularmente promove concursos para novos talentos na área da composição. Da terceira edição do Prémio de Composição Bernardo Sassetti, saiu vencedor o músico Samuel Gapp com a Suite por M. R., já disponível em disco e altamente recomendável.
Jornal da Batalha
Espaço Público Opinião
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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha
Desconfinamento ou regresso à normalidade Muitos pensaram que a partir de 1 de junho, com muitos cuidados, nos aproximaríamos da normalidade das nossas vidas, quer em termos profissionais, quer sociais. Não obstante, era percetível para muitos que assim não seria e isso está mesmo a acontecer, bastando olhar para alguns exemplos de ajuntamentos com consequências diretas nos resultados dos infetados, que tardam em descer para números minimamente confortáveis e que gerem tranquilidade. Esta situação já implicou o regresso dos hospitais de Lisboa a prioridade Covid, ficando a aguardar todas as outras mazelas, com graves consequências na saúde dos portugueses, que ainda não se sentem completamente, mas que aparecerão em larga escala nos próximos meses.
Foram muitas e muitas consultas que ficaram por fazer e milhares de intervenções cirúrgicas para engrossar as listas de espera. Ao nível das unidades de saúde familiar, com a prioridade também dada à Covid, os utentes passaram a ser menos bem atendidos, também com consequências para a sua saúde. O Governo e o SNS têm que olhar de frente para esta situação e tomar medidas tendentes a recuperar o mais rapidamente possível as consultas e as intervenções cirúrgicas atrasadas. Todos sabemos que o SNS tem tido um papel meritório, mas se não forem tomadas medidas rapidamente os resultados serão muito preocupantes a curto prazo e sem culpa dos seus profissionais serão estes a arcar com elas. Terá que ser o Ministério
da Saúde a resolver a situação que é difícil, mas se não fosse assim não seriam estes governantes a estar no governo, seriam outros. Logo tem que mostrar serviço em tempos de dificuldades, pois em tempos de vacas gordas todos governam bem. É claro que a função pública tem aqui um papel fundamental, com muita gente a trabalhar imenso e com outros, como sempre, a trabalharem ainda menos ou a nada fazerem. A carapuça só serve a quem a queira usar. Mas não é nada aceitável que se tente telefonar muitas vezes para certos serviços públicos e ninguém atenda o telefone. Não é aceitável que se remetam emails e apenas se obtenha uma resposta automática. Os funcionários públicos que estão em casa em teletrabalho recebem a totalidade
dos ordenados, logo alguém devia responder às solicitações das empresas que lhes pagam os salários, porque quer queiram quer não, são os privados que gerem riqueza e impostos para alimentar o orçamento de estado. Obviamente que muitos dos que cumprem, mesmo em teletrabalho, não merecem as afirmações que aqui faço, mas como disse, a carapuça só serve a alguns. Repito o que sempre disse, e com conhecimento de causa, há bons e maus políticos, bons e maus autarcas, bons e maus funcionários públicos, bons e maus empresários e bons e maus funcionários do privado e são os maus que são menos que estragam a imagem de todos. Numa fase como a que estamos e iremos viver temos todos de ser bons, aplicados, dedicados e esforçados para
que seja o menos dolorosa possível, porque dolorosa será sempre. Os representantes do Estado têm de ser os primeiros a demonstrar cuidado e bom senso nas suas decisões que nos envolvem a todos, sob pena de não serem respeitados, o que é muito mau para todos. Quem pode compreender que se comemore o 25/4 ou o 1º de maio, da forma como se comemoraram e um funeral não podia ter mais de 10 pessoas? Quem compreende que não se possa assistir a um jogo de futebol com 10 ou 20% do estádio ocupado e duas mil pessoas assistam a um espetáculo no Campo Pequeno? Veja-se a ida a praia ou uma viagem de avião. As medidas para a utilização das praias estão corretas, mas estarão as dos aviões, com estes cheios? Os governantes não pen-
sem que o povo é parvo e não percebe. O povo não é parvo e percebe. Percebe quais as medidas adequadas e as do “show off”, percebe se o seu dinheiro é bem ou mal gasto e no momento certo cobra a fatura. O que todos desejamos mesmo é a união de esforços para que a normalidade regresse depressa. Vamos todos caminhar nesse sentido.
s Baú da Memória
Ainda os nomes e origens dos Mestres Batalhinos Boytac, depois aportuguesado para Boitaca ou Boutaca, não se sabe ainda qual era a sua nacionalidade embora seja credível a possibilidade de ser francesa. Como se viu, não há prova que o seu nome próprio fosse Diogo, aliás como a Huguet não poerá ser atribuído o nome próprio de David. Considerado de origem inglesa, hoje, principalmente depois do estudo exaustivo do professor francês Jean-Marie Guillouet “O Portal de Santa Maria da Vitória – Batalha – e a Arte Europeia do seu Tempo”, Colecção “Portugalia Sacra”, textiverso – 2011”, crê-se que seria catalão. Chegamos assim à conclusão de que os aprendi-
zes de História, como eu, têm imensa dificuldade em obter certezas sobre estes e tantos outros casos que respeitam ao nosso Mosteiro. Há, porém, cada vez mais a certeza de que Afonso Domingues era português (talvez natural de Lisboa) e que foi o mestre que iniciou a construção do Mosteiro, tendo dirigido a obra até 1401 ou 1402 e falecido num destes anos. Dois documentos que Sousa Viterbo reproduz no 1º volume do seu extraordinário “Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses” comprovam-no sem sombra de dúvida. Porém, sabe-se hoje que a lenda que Alexandre Her-
Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,
culano com tanta beleza entreteceu nas suas “Lendas e Narrativas”, sobre a celebrada abóbada da Casa do Capítulo, não passou disso: apenas uma lenda. Em 1402 estava longe de se acabar o tecto desta importante sala conventual, glória que acabou por pertencer a mestre Huguet ou, talvez, ainda a outro mestre seu sucessor. Com certeza que a sepultura encontrada pelo mestre de canteiros Pedro Jorge Ribeiro, nos anos 20 do século XX, no meio da divisão seria de um dos priores do Convento batalhense e não de Afonso Domingues. À volta deste e doutros, imensos, aspectos e dúvidas que temos sobre o nosso Mosteiro será bom fazer
Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)
Por José Travaços Santos
p Pormenor do fecho da porta lateral da igreja conventual. Por cima dos escudos reais, a pedra de armas de el-Rei D. João I encimada pelo grifo. Esta pedra de armas foi sujeita a um restauro, da maior perfeição, executado pelo saudoso mestre Alfredo Neto Ribeiro nos finais do século XX. Fotografia que tirei há poucos anos. todas as perguntas razoáveis e tentar não deixar que se caia na comodidade do
Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:
que está estabelecido e dado como definitivo. O Mosteiro ainda tem
Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares
muita coisa para nos surpreender e para nos deixar, também, maravilhados.
Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.
O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt
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Atualidade
Município oferece testes à Covid-19 a profissionais de risco e população Casos da doença confirmados no distrito Município Leiria Pombal Caldas da Rainha Alcobaça Alvaiázere Peniche Bombarral Marinha Grande Porto de Mós Ansião Batalha Figueiró Vinhos Nazaré Pedrógão Grande Óbidos Castanheira Pêra Total
p Paulo Batista Santos num estabelecimento tradicional do concelho
m“Poderá chegar-se aos cinco ou 10 mil testes, em função das necessidades e da evolução da pandemia”, diz o presidente da autarquia A Câmara da Batalha decidiu implementar um “plano faseado e gradual de prevenção e de disponibilização de testes serológicos ao SARS-COV-2 [doença Covid-19] à população em geral e junto
dos sectores mais sensíveis da construção, transportes internacionais, restauração e hotelaria”. “Trata-se de uma medida inovadora na região, da maior importância e realizada em parceria com um prestigiado centro de medicina laboratorial português, num plano que numa primeira fase prevê a disponibilização de mil testes, mais direcionados para populações de maior risco”, explica o presidente da autarquia. Paulo Batista Santos, que assinou o despacho com a
medida no dia 12 de junho, adianta que “poderá chegar aos cinco ou 10 mil testes, em função das necessidades e da evolução da pandemia da Covid-19”. Os testes serológicos permitem medir a presença de anticorpos contra um vírus no sangue. No despacho, o presidente do município prorroga até 30 setembro medidas de isenção de taxas municipais, como sejam as mensalidades relativas aos serviços de atividades de tempos livres dos estabelecimentos de ensino
Falecimentos
Casos Confirmados
1 10 3 2 5 1 1 1 1 0 0 1 2 0 0 0 28
Recuperados
94 73 68 55 34 26 18 17 11 9 8 7 5 4 3 1 433
86 53 31 37 22 9 4 15 8 6 6 6 1 4 2 1 291
Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde / Região de Leiria (12 de junho)
públicos ou a isenção de taxas e rendas aplicáveis aos espaços concessionados pela autarquia. Neste caso, incluem-se lojas, quiosques e estabelecimentos de alojamento (hostel), os operadores existentes no mercado municipal. A ocupação de espaço público pelo comércio, restaurantes, cafés e pastelarias, inclusive na ampliação do espaçamento das esplanadas, também continua isenta de taxas. O estacionamento mantém-se gratuito até final do mês de setembro e a abertura
pública dos serviços municipais, com atendimento presencial. Os mercados e feiras manter-se-ão em funcionamento, mas apenas para produtos do ramo alimentar, aves vivas, sementes, farinhas e derivados, regras também fixadas até ao final de setembro. De igual modo, continua interdita a atividade itinerante e mantém-se o encerramento dos equipamentos desportivos e infraestruturas como os parques infantis, parques de manutenção sénior e demais instalações
desportivas de gestão municipal, inclusive dos complexos de piscinas da Batalha e Reguengo do Fetal. “A evolução da doença no município [ver quadro] regista um número reduzido de casos, mas há que continuar este caminho de prevenção, embora sem descurar a salvaguarda da atividade económica concelhia e empregabilidade, nomeadamente nos setores do comércio e turismo, especialmente afetados com os impactos da pandemia”, conclui o autarca.
Autarca critica excesso de burocracia e pede Simplex para acesso a apoios O presidente da Câmara da Batalha considera “relevante que o Governo” criasse um “novo Simplex que facilitasse o acesso das empresas e cidadãos aos financiamentos no âmbito da pandemia. Numa nota em que o município “congratula o Governo por ter determinado a isenção de taxa de registo e de contribuição regulatória” relativa aos hospitais de campanha, Paulo Batista Santos afirma que “seria igualmente
relevante que o governo considerasse um novo Simplex para ajudar a simplificar o excesso de burocracia”. O autarca destaca que “as empresas e os cidadãos são ainda confrontados [com aquela circunstância] no acesso aos sucessivos apoios e linhas de financiamento no âmbito da Covid-19”. Quando à não aplicação de taxas relativas aos hospitais de campanha, instalados no âmbito do comba-
te à Covid-19, Paulo Batista Santos destaca “tratar-se de uma medida reclamada pelo município há cerca de um mês, numa exposição dirigida ao Ministério da Saúde e aos diferentes grupos parlamentares, alertando para as graves consequências da decisão da Entidade Reguladora da Saúde”. A autarquia, em articulação com as autoridades de saúde, mantém operacionais duas unidades de apoio aos
planos de contingência da Covid-19, atualmente acolhendo também a ADC Covid-19 da Batalha, o permitiu abrir o Centro de Saúde da Batalha à população em geral. O Governo determinou a isenção da taxa de registo até ao final de 2021, medida que se aplica, designadamente, a centros ou unidades de testes à Covid-19 e a quaisquer estruturas de natureza extraordinária e temporaria-
p A autarquia mantem operacionais duas unidades mente criadas para a prestação de cuidados de saúde, ou temporariamente dedicadas
à prestação de cuidados de saúde, no âmbito da resposta à epidemia.
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Atualidade Batalha
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Há medidas de contenção da doença que se prolongam até final de setembro Os boletins da Direção-Geral de Saúde revelam o aparecimento “apenas residual de novos casos [dois ativos e dois em vigilância] no concelho”, mas a autarquia considera que “importa, ainda assim, continuar a conter a transmissão do vírus da Covid-19 para controlar a situação epidemiológica”. Por outro lado, o despacho assinado pelo presidente do município, no dia 12 de junho, realça “a importância de prolongar medidas que minimizem os impactos negativos de uma contenção generalizada na circulação de pessoas, com efeitos no comércio local e na economia das famílias”. Neste contexto, entende como necessário “lançar novas ações que promovam a preservação do tecido empresarial como salvaguarda à atividade económica concelhia e empregabilidade, no-
meadamente nos setores da restauração e da hotelaria, especialmente afetados com os impactos da pandemia”.
Medidas 1* Manter ativo o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil da Batalha. 2* Manter ativo o Plano de Contingência à Covid-19 do Município da Batalha. 3* Com efeitos até 30 de setembro, apenas poderão retomar a feiras e mercados, nomeadamente mercados de levante, pré-existentes à crise da Covid-19 e apenas do ramo alimentar, aves vivas, sementes, farinhas e derivados, devendo os utilizadores adotar as recomendações da DGS de distanciamento social e uso de máscara de proteção. 4* Continua interdita a atividade itinerante e quaisquer outras feiras, mercados ou eventos similares que não se
enquadrem no ponto anterior, inclusive a feira levante de 14 de agosto. 5* Manter a abertura pública dos serviços municipais com atendimento presencial preferencialmente por marcação. 6* Prolongar até 30 de setembro a isenção do pagamento de mensalidades relativos aos serviços de atividades ocupacionais e centro de atividades de tempos livres dos estabelecimentos de ensino públicos, sob gestão direta do Município da Batalha. 7* Prolongar até 30 de setembro a isenção de taxas e rendas todos os espaços concessionados pelo município, incluindo lojas, quiosques e estabelecimentos de alojamento (hostel), todos os operadores existentes nas diversas áreas no mercado municipal e espaços físicos (gabinetes individuais e coworking) da Casa do Conhe-
cimento e da Juventude, bem assim dos valores das taxas de ocupação de espaço público pelo comércio, restaurantes, cafés e pastelarias, inclusive na ampliação do espaçamento das esplanadas. 8* Manter o encerramento dos equipamentos desportivos e infraestruturas nomeadamente os parques infantis, parques de manutenção sénior e demais instalações desportivas de gestão municipal, inclusive dos complexos de piscinas da Batalha e Reguengo do Fetal. 9* Manutenção do estacionamento gratuito até final do mês de setembro 2020. 10* Implementar um plano faseado e gradual de prevenção e de disponibilização de testes serológicos ao SARS-COV-2 à população em geral e junto dos sectores mais sensíveis da construção, transportes internacionais, restauração e hotelaria.
p “A preservação do tecido empresarial” é uma prioridade do município
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Opinião s Crónicas do passado
Elegia Romântica das Ilusões Roubadas Tropeçava no meu ego desalentado, numa demanda lapidar pela paixão que me abandonara naquele jardim matinal. Lisboa oscilava traços boémios e remanescentes de outras eras ancestrais. Numa dessas noites melancólicas e saudosistas, encontrei-me em deambulação inconstante e desnorteada, depois de me ter embrenhado por entre as trevas da obscuridade. Passei os candeeiros luzidios e recordei mágoas e triunfos com aquele andar despreocupado e fútil. Mas já chega de adjetivar a minha desgraça. Alcancei a Basílica da Estrela, quando ouvi o som dos sinos a repique, numa musicalidade tão familiar. A meia-noite havia chegado e convidou-me a sentar nos degraus do templo. Desde aquela soirée onírica, onde conheci o travo do amor e da admiração artís-
tica, nada fora como dantes. Repousava o meu indolente crânio entre as mãos delgadas e desejadas pelas teclas da máquina de escrever, que o Álvaro de Campos me havia oferecido. Encontrava-me no dia 20 de maio de 1935, o tempo estava ameno e as lembranças sonhadoras alerta, como se alguma vez não estivessem. Penso demasiado no passado, talvez porque é esse o meu oficio. A História é onde vivo, a minha verdadeira morada e a certeza de que posso velejar por eras infinitas, um privilégio só ao alcance de alguns. Outros, julgam que se trata de uma maldição, isto de conhecer o que pereceu e nos persegue. Foi embrenhado nestas divagações, que vi estacionar um Citroën mesmo em frente da Basílica. A porta de trás abre-se e saem de lá dois homens letrados e revoltados, que me agarram e
atiram para o banco traseiro do automóvel negro. - O que se passa? – Perguntei aturdido. - Vai ser julgado pela sua indiscrição – Respondeu um homem sisudo de magra estatura e curto bigode. - Seja como for, já não tenho grande coisa que valha. Os sonhos que idealizei foram miragens e a imensidão do nada – respondi catastroficamente. - Aquilino, este é derrotista como todos nós, mas a bela Helena não o irá perdoar pela enorme afronta que nos infligiu – Comentava o outro cavalheiro que me agarrou. - Falou na HELENA? Talvez ainda haja esperança. Quer dizer que estive mesmo ao lado daqueles vultos literários? - Parece impossível, ainda nos esfrega na cara – Comentava o Aquilino Ribeiro
– Esteve e fez questão que isso fosse publicado nos jornais. Já se familiarizou com a nobre arte de guardar segredos? Reservei-me a um silêncio ensurdecedor, maravilhado com a confirmação da realidade por estar ao lado de escritores tão admiráveis. Tentava descortinar as feições dos outros dois tripulantes, mas acabaria por meter conversa e saber tudo sobre um eles. - É poeta, não é verdade? – Indagava eu ao escritor não identificado. - Sim, mas fiquei preso ao século XIX. Uns ainda me apelidam de ser o homem mais romântico do século. - Só se pode tratar de Joaquim Ribeiro de Carvalho. - Como sabe? - Eu li o que escreveu desde os seus dezassete anos, com o Livro d´um Sonhador. O seu eterno espírito de jo-
vem apaixonado fez-me perceber que não estou sozinho na minha aventura. - Saiba que os sentimentos que depositei em cada verso são reais. - Isso sente-se. Tenho uma pergunta, chegou a respirar o perfume do primeiro amor de novo? - Calem-se, homens de Deus! Vocês, os românticos, falam demais – ripostava irritado o Aquilino. O condutor não falava e limitava-se a conduzir-nos para o tribunal da HELENA. Apercebi-me que estávamos a estacionar o carro mesmo junto ao Museu do Chiado, no coração da cidade. À entrada do Museu encontrava-se um artista de porte elegante e olhar altivo. - Finalmente chegam, já não era sem tempo – Anunciou o prodígio desconhecido. - Adriano, agradecemos-te
Francisco Oliveira Simões Historiador
muito a cedência do excelso Museu que diriges, para o nosso tribunal improvisado – Agradeceu o Joaquim. - Pois, pois, mas resolvam o assunto rapidamente – Respondeu secamente Adriano Sousa Lopes, atual diretor do Museu do Chiado – Mas esperem, eu acho que estou a reconhecer o vosso réu. - A sério? Eu gosto muito dos seus quadros. - Já sei, li um artigo seu sobre o Benjamin Rabier. - Gostou? - Havia muito mais a dizer, mas podia estar pior.
s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira
Como enganar um bando de corvos Vivemos momento atípicos, andamos de cara tapada, o que me faz alguma confusão, e o distanciamento social persiste, o que aumenta o sentimento de solidão nalgumas casas. Também há quem se queixe de não ter nada para fazer. Ora quem tem uma horta, sabe que tal nunca acontece, pois ela necessita de cuidados permanentes. Os que se sentem mais sós podem aproveitar a companhia da natureza que nos rodeia. Na Batalha, de onde vos escrevo, temos imensos locais maravilhosos para aproveitar. Não se acomodem, saibam apreciar a natureza que ela nunca vos falhará, mesmo
que em alguns momentos nos ponha à prova. Por estes dias, e aqui no nosso quintal, já se vão provando os primeiros legumes do verão, e as primeiras colheitas têm sempre um sabor especial, porque foram semeadas e cuidadas por nós, com amor e carinho como diz o meu mais novo, sabem sempre melhor. Não uso herbicidas e, como tal, o meu quintal é abundante em ervas de todo o género. Nas zonas selvagens vou deixando ficar assim e em troca tenho muitas abelhas e pirilampos, a ambos agradeço a sua presença. As abelhas ajudam a que
todas as flores se transformem em frutos, e as larvas de pirilampos ajudam a manter a população de caracóis controlada. Podem ver a foto de uma deles na Internet usando este link: https://bit.ly/30A5yYY Junto às hortícolas que pretendo manter vou arrancando as ervas à mão e depois deixo-as a devolver à terra o que lhe retiraram, ou coloco-as numa vasilha com água que depois uso para regar, ou ainda deixo-as secas junto aos pés das plantas para se irem degradando e adubando. Mas sempre com o principio de que todas terão a sua utilidade. Por exemplo, no outro dia vi um senhor despejar
no contentor as sobras das faveiras, que como são ricas em azoto poderiam ter ficado na horta a adubar a terra. Acontece o meu quintal ter um bando de corvos por perto, que me andavam a comer os ovos das galinhas. Era ver quem chegava primeiro para os colher, eles ou eu. Resolvi colocar junto do galinheiro um pássaro de enfeitar, feito de madeira que tinha para aí abandonado e já passaram 15 dias e ainda continua a manter afastado os ditos cujos, até quando não sei, pois os corvos são animais muito inteligentes, mas nós também somos. Se costuma semear as suas próprias sementes, por
vezes parece que elas não se desenvolvem com a robustez que mais gostaria. Aqui em casa uso dar-lhes uns batidos de plantas (cascas de maçã ou banana-potássio + beterrabas – ferro + leguminosas - azoto + cascas de ovos ou folhas de couve – cálcio + labaças – nutrientes diversos ) trituro com alguma água e depois rego as plantas de 15 em 15 dias com um pouco deste preparado, quanto mais diversidade de plantas melhor, e em vez de procurar solução fora, encontro-a na própria natureza. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: abóboras, acelgas, agriões, aipo, alfaces, alho rancês,
batata doce, beringelas, beterrabas, beldroegas, beterrabas, brócolos, cebolinha francesa, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, couve-rábano, courgetes, endivias, espinafres, feijões diversos, malaguetas, melancias, meloas, melões, milho, nabos, pepinos, pimentos, physalis, salsa, tomates, rabanetes, rúcula. Jardim, semear e/ou plantar: begónias, calendualas, gipsofilas, goivos, miosótis, prímulas. Se soubermos observar e aprender com a natureza, teremos muito a aprender. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.
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Poluição suinícola da região chega à ONU numa carta da JSD de Leiria m João Antunes
A Juventude Social Democrata do Distrito de Leiria (JSD Leiria) “tomou a ousadia de escrever” ao secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), “de modo a dar-lhe conhecimento de um problema ambiental que afeta vários concelhos do distrito”: a poluição suinícola. João Antunes dos Santos, líder da JSD Leiria, escreveu a António Guterres no Dia Mundial do Ambiente para “lhe falar da poluição suinícola na ba-
Foto: Pontsho Molefe / Pexels
dos Santos escreveu a António Guterres no Dia Mundial do Ambiente para “lhe falar da poluição suinícola na bacia hidrográfica Rio Lis”
p Na região de Leiria há mais de 400 suiniculturas, 20% da produção nacional cia hidrográfica Rio Lis, um problema com mais de 20 anos”. “Há mais de duas décadas que as descargas ilegais de efluentes nas linhas de água são frequentes, destruindo a jusante todo o habitat: fauna e flora. Comprometendo todo
o ecossistema da região. A água fica escura, com espuma à tona e o ar torna-se irrespirável. Os terrenos onde são depositados os efluentes ficam enlameados até saturarem, pela toxidade desses efluentes”, refere. Na sua perspetiva, “as
Continue a Reciclar. Separe os seus resíduos e coloque-os dentro do ecoponto correto. www.valorlis.pt
atuais estações de tratamento não têm capacidade de acolher estes efluentes e a estratégia de espalhamento pelos terrenos não comporta a quantidade que é produzida. Ano após ano, governo após governo, todos tentam encontrar uma solução, que
esteve quase a sair do papel, em 2014, quando o plano para a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes foi aprovado. Havia inclusive financiamento comunitário. O investimento total ascenderia aos 20 milhões de euros. Porém, a mudança
de governo veio deitar por terra esse plano”. Segundo a missiva, “estima-se que por dia sejam produzidos 2.500 m3 de efluentes suinícolas”, existindo “na região de Leiria mais de 400 suiniculturas, o que representa 20% da produção nacional e emprega cinco mil pessoas”. “Consideramos que uma boa solução não passa por uma castração do sector. A resposta a este problema passará antes pela criação de condições que permitam o devido tratamento dos efluentes suinícolas sem que continue o habitat a ser a vítima silenciosa deste crime ambiental. O problema está identificado, a solução está idealizada, falta somente vontade e recursos para se reverter esta vergonha que assola Portugal”, conclui João Antunes dos Santos.
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Batalha Opinião
junho 2020
Jornal da Batalha
s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD da Batalha
Prevenção e bom senso no combate ao Coronavírus Segundo um estudo recente, o uso generalizado de máscara reduz potencial de contágio na sociedade, sendo mesmo considerado um elemento decisivo na mitigação da pandemia do vírus da Covid-19. Na opinião dos cientistas autores do estudo publicado pela reputada The Royal Society (Sociedade Real de Londres), “a adoção do uso de máscaras faciais por 25% da população diminui o nível de infeção na população” e com “100% de adoção, a curva de progressão da doença é achatada significativamente e o número total de indivíduos infetados é reduzido”. E isto mesmo que a medida não seja combinada com bloqueios, ou seja, em situações como a que ocorre atualmente em
Portugal, por exemplo, em que já aconteceu o levantamento do maior número de medidas de restrição. O estudo classifica mesmo os resultados de “impressionantes” já que permitem ver que o uso de máscara traz benefícios não só para quem a usa como para toda a população. “A redução da inalação das gotículas é de 50% em comparação com a ausência de máscara”, conclue. E os cientistas referem ainda que se o uso de máscara for combinado com medidas restritivas de confinamento isso “pode resultar numa forma aceitável de gerir a reabertura da atividade económica na pandemia da Covid-19″. Neste particular, não é preciso ser-se um especialista na matéria para compreender que o uso de
máscara é uma medida de bom-senso e preventiva, face aos riscos bem presentes de contágio do novo Coronavírus (Covid-19). A Câmara Municipal da Batalha foi uma das primeiras autarquias portuguesas e a nível europeu a disponibilizar a toda a população máscaras comunitárias, avançando logo em meados de abril com a plataforma “BatalhaONLife”, que beneficiou da generosidade de muitos jovens voluntários. Recorde-se que em Portugal o uso obrigatório de máscaras em espaços fechados só foi decidido em maio, quando a Organização Mundial de Saúde deu indicações que isso trazia vantagens na proteção contra o novo Coronavírus. Hoje parece fácil reco-
mendar o uso de máscara obrigatório, mas à data foi uma medida muito criticada por “cientistas” locais e por outros com maiores responsabilidades a nível nacional. Essa consciência não impediu – e ainda bem – que a nossa autarquia avançasse com a medida, suportada por uma parceria que envolveu três empresas locais, num processo colaborativo que também permitiu assegurar a continuação da laboração destas unidades. Este exemplo de inovação e parceria locais, em minha opinião, deve orientar os próximos passos para enfrentar a grave crise sanitária que vivemos e, sobremaneira, deverá ser o alicerce para a retoma da vida social e económica que todos consideramos fundamental.
Ou seja, considero que é necessário nos próximos tempos de exigência, em primeiro lugar, uma forte determinação de todos na implementação das medidas que se revelem necessárias para mitigar o surto ainda bem presente da Covid-19 e, em segundo lugar, muito bom senso na gestão da recuperação da normalidade social e económica. Por essa razão, o meu apelo final vai para todos os leitores para que, naturalmente, em liberdade plena possam ainda assim pensar que a ação de cada um de nós terá impacto na saúde e resiliência do coletivo. Não haja dúvidas, enquanto não existir tratamento eficaz para a Covid-19, a melhor opção é prevenir e usar máscara, a par do distanciamento social. Fiquem bem!
Comunidade intermunicipal distribui 1.515 tablets por alunos
Produção e comércio de Carnes
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A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), que engloba a Batalha, distribuiu 1.515 tablets (com carrinhos para armazenamento, plataforma integradora e conteúdos digitais) no âmbito do projeto PICIE – Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Região de Leiria. “Um importante contributo para colmatar as carências sentidas por alguns agrupamentos de escolas, no contexto atual de pandemia, que levou ao encerramento das escolas e motivou o acesso ao
ensino à distância, e que afetou principalmente o público-alvo do projeto PICIE (pré escolar e 1º ciclo do ensino básico)”, explica a CIMRL. A CIMRL “pretende desta forma promover a igualdade de oportunidades a uma educação de boa qualidade, através de ferramentas de acesso às aulas e aos conteúdos digitais adequados às faixas etárias do projeto, para além de uma componente lúdico-pedagógica, com desafios que as crianças e alunos são convidados a fazer”. Os tablets possuem uma
plataforma integradora “Educa PICIE Região Leiria”, através da qual é possível a partilha de materiais, de vídeo aulas entre outras, que tem como missão reduzir e prevenir o abandono escolar precoce e promover o sucesso escolar. A aquisição destes equipamentos portáteis foi aprovada no âmbito da candidatura ao “Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Região de Leiria 2017/2020” e representa um investimento de cerca de 248 mil euros.
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Atualidade Batalha
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Revitalização do centro da Golpilheira em discussão pública até final do mês m Projetos submetidos ao Concurso de Arquitetura Mateus Fernandes podem ser analisados até 30 de junho Está a decorrer até ao dia 30 de junho o período de discussão pública dos projetos submetidos ao Concurso de Arquitetura Mateus Fernandes, uma iniciativa criada pela Câmara da Batalha em 2016 com “o objetivo de promover, valorizar e salvaguardar o património arquitetónico e urbanístico do concelho”. Esta edição do prémio distinguirá a melhor proposta para a requalificação do espaço público envolvente ao Centro Cívico da Freguesia da Golpilheira. A Praça da Fonte, no Reguengo do Fetal, foi o palco das ideias da edição anterior.
“A opção do município em associar esta iniciativa de reabilitação urbana à freguesia da Golpilheira relaciona-se com a criação, em 2019, da Área de Reabilitação Urbana (ARU) e que concretiza uma estratégia de investimento a curto e médio prazo para toda a zona central desta localidade”, explica a autarquia em comunicado. A ARU da Golpilheira “visa contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente urbano da freguesia, incentivando as intervenções na recuperação e/ou requalificação do edificado, procurando promover a fixação da população, estimular as atividades económicas e beneficiar as condições de mobilidade”. “A Golpilheira é um lugar com forte tradição religiosa, onde as atividades recreativas, desportivas e culturais
p O objetivo é promover a reabilitação urbana da Golpilheira assumem um papel preponderante na vida da comunidade, pelo que a presente edição do concurso valorizará o espaço público e as principais atividades da fre-
guesia”, explica o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. A população é chamada a participar no período de discussão pública, “atendendo
à importância dos projetos submetidos a concurso”, estando as propostas disponíveis para consulta na Junta de Freguesia da Golpilheira e no Centro Recreativo.
Poderão ainda ser acedidas através do link https:// forms.gle/TgAVPuf5Qw16mjQh9 estando ainda disponível um questionário online para preenchimento.
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Batalha Atualidade
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Jornal da Batalha
Águas do Centro Litoral cria canal para reforçar comunicação com a região m Entidade gestora do ciclo urbano da água na região entre Espinho a Porto de Mós lançou um canal na plataforma Youtube A Águas do Centro Litoral (AdCL), entidade gestora do ciclo urbano da água na região entre Espinho a Porto de Mós, reforçou a sua presença no meio digital através de um canal na plataforma Youtube. “A nova oferta de educação ambiental, destinada a todos, permite (re)descobrir a missão diária dos profissionais da empresa e as boas práticas na gestão eficiente do ciclo urbano da água”, explica a empresa numa nota divulgada a 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente. A pandemia de Covid-19
“afeta todos, pessoal e profissionalmente, e é um enorme desafio à resiliência de empresas e organizações, em especial àquelas que, como a AdCL, desenvolvem atividades essenciais não passíveis de serem suspensas ou interrompidas”. Nesse contexto, a empresa afirma que, “além de garantir a segurança e a fiabilidade dos serviços de abastecimento de água e tratamento de águas residuais, pretende manter a sua missão de “Comunicar para compreender, agir para mudar!”, através da educação ambiental. A apresentação no Youtube acompanha a presença da AdCL nas redes sociais (Facebook e Instagram), e “pretende ser uma solução na ótica da criação de valor, permitindo o acesso a todos a este sector, em prol da valorização da água”.
p A AdCL abrange uma área entre Espinho e Porto de Mós Com o novo canal “pretende oferecer uma solução educativa, em prol do ambiente, através da disponibilização de conteúdos pedagógicos alusivos ao
abastecimento de água ao saneamento, (re)lembrando alguns gestos, simples, em prol de um uso eficiente”. Este canal, composto por uma oferta no âmbito da
Valorlis lança “Eu Conto com a Reciclagem” com contos de alunos sobre reciclagem
p O livro foi apresentado no Dia Mundial do Ambiente A Valorlis assinalou o Dia Mundial do Ambiente, 5 de junho, com a apresentação nas redes sociais do livro “Eu Conto com a Reciclagem”, que reúne as narrativas vencedoras do concurso de contos “Conta Reciclar” inspirados no tema da reciclagem e que envolveu alunos e professores desde o 1º ciclo ao ensino secundário e a população adulta.
A ilustração do livro foi desenvolvida por ilustradores da região: Ana Barateiro, Leonel Brites, Rui Lobo, Rui Pedro Lourenço e Tânia Bailão Lopes, abrangendo os três primeiros classificados de cada escalão. No dia 5 de junho, os contos vencedores foram representados online, por artistas da região que deram vida aos contos escritos:
Márcia Vieira, Nídia Nair, Paulo Costa, Tânia Bailão Lopes e Vânia Silva. O livro estará disponível para download no site da Valorlis de forma a promover a leitura e fazer chegar a mensagem da reciclagem a cada vez mais pessoas. Posteriormente, os livros impressos serão distribuídos pelas escolas da região. “Para assinalar o sucesso
desta iniciativa e para que os contos vencedores possam ensinar a mensagem da reciclagem a outras crianças, jovens e adultos, avançámos recentemente com a publicação dos contos em livro, e resolvemos fazer a sua apresentação online no Dia Mundial do Ambiente”, Marta Loia Guerreiro, administradora delegada da Valorlis. A empresa “agradece aos participantes e professores que dinamizaram com entusiasmo este concurso nas escolas” e deixa “um especial agradecimento ao psicólogo Paulo José Costa, jurado convidado do concurso e a todos os artistas da região que enriqueceram esta iniciativa”. A Valorlis é empresa que gere a recolha seletiva e o tratamento de resíduos urbanos dos municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.
edução ambiental intergeracional, reforça, também, a oferta do programa educativo #estudoemcasa, dedicada ao público escolar, através da divulgação de ví-
deos inerentes à campanha de sensibilização “O Cano é Que Paga” e o “Valor da Água”, esta última,desenvolvida pelo Grupo Águas de Portugal.
Município disponibiliza rede de carregadores de viaturas
O Concelho da Batalha tem instalados três postos de carregadores de viaturas elétricas, dotados de sistemas de comunicação, que permitem, entre outras funcionalidades, a autenticação e o registo de consumos. Os postos de carregamento pertencem à rede MOBI.E, que atua em espaços de acesso público, como estacionamentos, centros comerciais, hotéis, aeroportos e áreas de serviço. A vila da Batalha encontra-se dotada de dois postos, localizados no Parque dos Artistas Mestres Can-
teiros e na Rua do Moinho da Vila e, em São Mamede, no Largo da Feira. “A instalação dos três carregadores de viaturas elétricas traduz-se num importante contributo do município para a descarborização da sociedade, um dos temas centrais para a União Europeia”, destaca o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos. Um dos postos de carregamento de viaturas elétricas foi suportado pelo programa INTERREG – Espanha Portugal – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
População chamada a pronunciar-se sobre propostas de reabilitação urbana da Freguesia da Golpilheira
Paulo Batista Santos Presidente da Câmara Municipal da Batalha
Prémio de Arquitetura Mateus Fernandes: Uma aposta na Valorização e na Salvaguarda do Património do Concelho da Batalha O Prémio Municipal de Arquitetura “Mateus Fernandes”, instituído pela Câmara Municipal da Batalha, desde 2016, tem como objetivo promover a valorização e salvaguarda do vasto património arquitetónico e urbanístico do nosso concelho. O Concurso de Ideias da edição deste ano complementa uma estratégia de desenvolvimento urbana, que tem vindo a ser trabalhada de forma equilibrada ao nível do município e, nesta 3ª edição, incide sobre o Centro Cívico da Golpilheira. Decorre até ao dia 30 de junho o
reabilitação urbana à Freguesia
período de discussão pública dos
da Golpilheira relaciona-se com
projetos submetidos ao Concur-
a criação, em 2019, da Área de
so de Arquitetura “Mateus Fer-
Reabilitação Urbana (ARU), que
nandes”, iniciativa instituída pela
concretiza uma estratégia de
Câmara Municipal da Batalha,
investimento a curto e a médio
em 2016 e que tem, como prin-
prazo para toda a zona central
cipais objetivos, a promoção, a
desta localidade.
valorização e a salvaguarda do
Atendendo à importância dos pro-
património arquitetónico e ur-
jetos submetidos a concurso, toda a
banístico do concelho.
população é agora chamada a par-
Depois do concurso ter versado,
ticipar no período de discussão
em 2019, sobre a Praça da Fonte
pública, estando as propostas dis-
- Reguengo do Fetal, a presente
poníveis para consulta na Junta
edição do prémio distinguirá a
de Freguesia da Golpilheira e no
melhor proposta para a requali-
Centro Recreativo.
ficação do Espaço Público envol-
Poderão ainda as propostas ser
vente ao Centro Cívico da Fregue-
acedidas através do endereço
sia de Golpilheira.
www.cm-batalha.pt estando tam-
A opção do Município da Batalha
bém disponível um questionário
em associar esta iniciativa de
online para preenchimento.
No ano transato, decidimos dar um forte impulso à reabilitação urbana através da criação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) da Freguesia da Golpilheira, publicada a 23 de agosto, em Diário da República, e que concretiza uma estratégia de investimento a curto e médio prazo para toda a zona central da Golpilheira.
“A Freguesia da Golpilheira é um lugar com forte tradição religiosa, em que as atividades recreativas, desportivas e culturais assumem um papel preponderante na vida da comunidade.” A ARU da Golpilheira visa contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente urbano da freguesia, incentivando as intervenções na recuperação e/ou requalificação do edificado, procurando promover a fixação da população, estimular as atividades económicas e promover a melhoria das condições de mobilidade, mais adaptadas às necessidades atuais e aos critérios de sustentabilidade ambiental. A Freguesia da Golpilheira é um lugar com forte tradição religiosa, em que as atividades recreativas, desportivas e culturais assumem um papel preponderante na vida da comunidade. Pretende-se com este concurso valorizar o espaço público, enaltecendo as principais atividades da freguesia. Convidamos toda a população a participar na discussão pública, a decorrer até 30 de junho, encontrando-se as propostas disponíveis para consulta, nas páginas seguintes.
VISTA D A presente edição do prémio tem por objetivo a promoção de um concurso de ideias para a requalificação do Centro Cívico do lugar e freguesia de Golpilheira, Concelho da Batalha, para a qual são consideradas prioritárias intervenções nos espaços exteriores de uso público vocacionadas para a “melhoria da qualidade urbana e das relações vivenciais e funcionais” do lugar. A área de intervenção proposta compreende: o troço da Rua Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira compreendido entre o Largo da Junta de Freguesia da Golpilheira (a norte) e o cruzamento da primeira com a Rua da Escola Velha; a Rua Principal; parte da Calçada da Bica e Rua do Outeirinho; os Largos Senhor dos Aflitos, Afonso Maria Coelho Pereira, 13 de Dezembro de 1984 e Largo e escadarias da Igreja Nossa Senhora de Fátima; a Praceta Senhor dos Aflitos; e as Escadarias dos Mestres. Em resposta às problemáticas, fragilidades e também potencialidades da área de intervenção, o presente projeto toma por premissas base uma requalificação dos referidos espaços públicos exteriores, focada na melhoria: da acessibilidade a todos os cidadãos; da segurança rodoviária; e da qualidade ambiental e paisagista através da criação de espaços verdes para estadia e enquadramento do edificado.
Jornal da Batalha
Atualidade Batalha
junho 2020
Turismo quer dinamizar caminhos de fé e espiritualidade no centro do país m O presidente do Turismo Centro “entende que este é o tempo de apelamos à fruição turística associada à sua dimensão espiritual e religiosa” O Turismo Centro de Portugal apresentou no dia 5 de junho a estratégia de promoção dos Caminhos da Fé e Espiritualidade no Centro de Portugal, “um produto em que a entidade regional de turismo aposta de forma decisiva e tem conquistado importância crescente na região”. Além do Culto Mariano, cujo expoente máximo é Fátima, outros locais de culto e peregrinação têm ganho destaque, nomeadamente os Caminhos de Fátima, o Caminho de Santiago, a Rota Carmelita ou a Herança Judaica. Numa conferência de imprensa, que decorreu nas Luz Charming Houses, em Fátima, foram apresentados novos materiais promocionais, como mapas e roteiros, que indicam aos turistas e peregrinos os locais a visitar no Centro de Portugal. Além disso, foi também
apresentado o Guia do Turismo Espiritual e Religioso, que foi publicado no semanário Expresso, e destacada a estratégia transfronteiriça comum de promoção do Turismo Religioso e Espiritual, entre regiões de Portugal e Espanha. O reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas elogiou a aposta no turismo religioso e espiritual que tem sido “uma das marcas características do turismo no Centro de Portugal”. “O crescimento exponencial do turismo em Portugal nos últimos anos contou também com contributo desta vertente espiritual e religiosa. Esta foi uma aposta estratégica do Turismo do Centro de Portugal, o que muito nos alegra, e nesse contexto Fátima ocupa um lugar especial, por ser o mais significativo e importante destino de turismo religioso português. A variedade de peregrinos que em cada ano acorrem a Fátima comprovam que este é de facto um santuário mundialmente conhecido”, sublinhou. O presidente do Turismo Centro, Pedro Machado, “entende que este é o tempo de apelamos a esta dimensão da fruição turística associada à sua dimensão espiritual e à sua dimensão religiosa”.
p Estratégia apresentada no Luz Charming Houses, em Fátima O responsável desafiou depois os portugueses a conhecerem os destinos presentados: “Desafio os portugueses que não tinham pensado em realizar uma experiência de natureza espiritual ou religiosa a poderem fazê-lo, com pouco custo do ponto de vista material mas cheio de significado do ponto de vista da dimensão espiritual e da dimensão ética”.
“Ao volante pelo Centro de Portugal” quer ajudar na retoma económica A Turismo Centro de Portugal e a Sodicentro assinaram no dia 8 de junho, na Nazaré, o projeto “Ao volante pelo Centro de Portugal”, que resulta de um protocolo de colaboração entre as duas entidades. O objetivo do projeto é contribuir ativamente para a retoma económica do sector turístico no Centro de Portugal, através de um conjunto de iniciativas a lançar nos próximos meses. O projeto “Ao volante
pelo Centro de Portugal” assume duas vertentes. Por um lado, a Sodicentro irá oferecer vouchers, no valor de 50 euros, a quem comprar viaturas nas suas instalações de Coimbra e Leiria, até 10 de julho. Os vouchers só poderão ser utilizados em empresas do sector turístico do Centro de Portugal que exibam o selo “Clean & Safe”, como forma de dinamizar a atividade turística local. A segunda vertente do projeto prevê a utilização gratuita de viaturas da So-
dicentro por parte de turistas que façam reservas de alojamento, restauração e atividades de animação turística em empresas do Centro de Portugal com o selo “Clean & Safe”, pelo período de até três dias. Esta oferta é válida para os primeiros 15 utilizadores que enviem os comprovativos para a Sodicentro, através do e-mail marketing@sodicentro.pt. As viaturas serão caracterizadas com o logótipo do Turismo Centro de Portugal.
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Saúde Covid-19 – É importante ir de férias, mas em segurança! Alguns meses depois do início da pandemia que tem marcado 2020, o calor veio para ficar, e o mesmo se parece aplicar à Covid-19. A praia é um dos locais preferidos dos portugueses (e não só) para as férias de verão, pelo que a Agência Portuguesa do Ambiente elaborou um manual com linhas orientadoras para a sua utilização no contexto da pandemia, disponível em www.apambiente. pt. Neste site encontra também informação em tempo real do estado de ocupação das praias portuguesas, de forma a poder evitar praias com grande aglomerado de pessoas (https://infopraia. apambiente.pt/).
É importante recordar que o novo Coronavírus se transmite pelas secreções (tosse e espirros) de pessoas infetadas e também por gotículas que ficam nas superfícies. Estima-se que o risco de transmissão do vírus através da água seja baixo, e ainda não existem dados sobre a sua presença na areia. Deste modo, e embora a praia seja um local amplo e aberto, a sua utilização não dispensa o cumprimento das regras gerais estabelecidas para a pandemia. É sempre recomendado o distanciamento físico de 1,5 a 2 metros entre cada pessoa, a higiene frequente das mãos, a limpeza e higieniza-
ção dos espaços e a etiqueta respiratória: evitar o contacto próximo com pessoas com infeção respiratória, e tapar o nariz e boca com o lenço de papel ou com o braço quando espirrar ou tossir. Não deverá deixar o seu lixo na praia, devendo transportar consigo um saco onde o possa colocar e seguidamente fechar, para depois depositar em segurança num caixote designado para o efeito. Nesta época balnear, o seu chapéu de sol deve estar à distância mínima de 3 metros dos restantes chapéus e a utilização de equipamentos de uso coletivo (gaivotas, escorregas, chuveiros interiores) não será possível, de
forma a diminuir a probabilidade de contaminação. Não se esqueça que, se frequentar cafés ou bares, deverá desinfetar as mãos à entrada e saída, e só deve retirar a sua máscara no momento da refeição, tendo sempre o cuidado de higienizar as mãos antes e após a manipulação da máscara. Sabe-se que o risco de transmissão aumenta principalmente em espaços fechados onde esteja um grande número de pessoas. Se não é frequentador habitual de praia, mas gosta de dar passeios ao ar livre, não se esqueça que deve manter o distanciamento social aconselhado e, no caso de passagens estreitas, optar
A sua USF Condestável não tira férias, e manterá a retoma à atividade de forma gradual, dando prioridade aos grupos vulneráveis e de maior risco (utentes com diabetes, grávidas e crianças pequenas) e privilegiando o contacto não presencial. Mantenha-se em segurança e contacte-nos, se necessário, via e-mail (usf.condestavel@arscentro.min-saude.pt) ou por telefone (Batalha – 244769920, 2ª a 6ª feira das 8h às 20h e sábados das 9h às 13h; São Mamede – 244704354, 2ª a 6ª feira das 9h às 16h).
por circular pela direita, em sentido único. Uma novidade desta pandemia é o selo “Clean & Safe” (limpo e seguro), atribuído pelo Turismo de Portugal para assinalar as atividades turísticas que cumprem as recomendações para prevenção e controlo não só da Covid-19, mas também para outras eventuais infeções. Procure por este selo quando estiver a planear as suas férias e atividades de lazer. Para além das medidas acima descritas, é fundamental que saiba que se apresentar sinais ou sintomas de Covid-19 não deve frequentar espaços públicos.
Cristiana Miguel Médica na USF Condestável, Batalha
, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:
ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida
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Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã
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Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde
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Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde
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Dra. Susana Frazão
Sexta-feira - Tarde
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(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)
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SaĂşde Batalha
junho 2020
A pandemia‌ dos ignorados
Presidente da Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN)
Desde o aparecimento do primeiro caso de Covid-19, em Portugal, tĂŞm-se sucedido medidas de proteção, de isolamento, de distanciamento social, de regras de higiene e tantas, tantas outras normas, deliberaçþes, decretos-lei, despachos, etc., que nĂŁo caberiam num pequeno texto como este. Com as muitas aulas de higiene, que tĂŞm entrado pelas nossas casas, atĂŠ aprendemos (espero eu) a lavar as mĂŁos com um temporizador em forma de uma mĂşsica, que todos conhecemos. Os parabĂŠns. TambĂŠm aprendemos a nĂŁo nos aproximarmos demais das outras pessoas, a nĂŁo nos cumprimentarmos, como tossir, como espirrar, entre outras novas regras sociais que, queremos, sejam temporĂĄrias. Na expetativa de que soubĂŠssemos mais, tentaram ensinar-nos, como se fĂ´ssemos todos muito burros, quais eram os grupos de maior risco. Disseram-nos que as pessoas idosas, considerando aquelas que tĂŞm mais de 70 anos, eram mais vulnerĂĄveis e, por conseguinte, potenciais portadores de maiores morbilidades. Um termo que muitos nĂŁo conheciam e que, ainda hoje, continuam sem saber exatamente o que ĂŠ. Falaram-nos, tambĂŠm, das pessoas portadoras de doenças crĂłnicas, dos imunodeprimidos ou de vĂĄrias outras patologias consideradas graves e, por isso, mais sensĂveis e menos resistentes a um possĂvel contĂĄgio com a Covid-19. Porque nĂŁo se podiam lembrar de todos, foi exatamente deste Ăşltimo grupo que se foram esquecendo. Depois de tantas aulas, vieram as ordens para que ficĂĄssemos em casa. E fi-
Todos sabemos que, tomar decisþes sobre o encerramento de alguns serviços, públicos ou privados, ou de suspensão de alguns outros, como um campeonato de futebol, por questþes de segurança e de saúde pública, não Ê uma tarefa fåcil. Mas, ouvir e responder a questþes concretas, colocadas por quem sente e vive outros problemas não menos importantes, Ê um dever que cabe apenas aos decisores. Não posso, por isso, deixar de lamentar que não tenham sido dadas as respostas que se exigiam relativamente a este grupo, tambÊm muito vulneråvel. Muitas destas pessoas, porque de risco, recolheram às suas casas por não poderem trabalhar expostas a ele. Com maior ou menor dependência dos
Foto: Jose Antonio Gallego VĂĄzquez / Pexels
Joaquim Brites
cåmos! Durante os últimos quase três meses, uma grande parte da população recolheu-se nas suas casas. Alguns, sem a possibilidade de trabalhar dado o encerramento de algumas empresas. Outros, a quem foi dada essa possibilidade porque o tipo de profissão, local de trabalho e recursos, o permitiam, passaram ao regime de teletrabalho. Outra lição que nos deram. Podemos, por isso, afirmar que, durante este tempo, aprendemos a conviver com algumas realidades novas, que não faziam parte do nosso quotidiano. O que não pudemos aprender, ou melhor dizendo, relembrar, Ê que neste grande grupo de pessoas consideradas v ulneråveis, podemos considerar que foram ignoradas mui-
tas delas. Refiro-me aquelas que sĂŁo apelidadas de “pessoas com deficiĂŞnciaâ€?. E sĂŁo muitas! Nas suas mĂşltiplas formas. E muitas que trabalham, apesar das suas incapacidades ou limitaçþes fĂsicas. Que lutam pela sua sustentabilidade. Muitas, ainda, que, apesar da sua dependĂŞncia de terceiros, mantĂŞm intactas as suas capacidades cognitivas e contribuem para o PIB nacional. Sobre essas, e para essas, nĂŁo ouvimos uma palavra ao longo deste perĂodo. Genericamente, a pandemia fez esquecer a sua vulnerabilidade e todo o trabalho de inclusĂŁo e de reabilitação que muitos, como eu, tĂŞm tentado trazer para a ordem do dia, nos Ăşltimos anos.
cuidadores habituais, não viram assegurada qualquer proteção no seu acompanhamento, obrigatório e sem alternativas. Muitas outras, algumas com cuidadores habituais demasiado cansados, com pouca retaguarda familiar, ou mesmo sem nenhuma, limitaram-se a permanecer nessa dependência e sempre à espera de alguÊm que os ajudasse nas suas atividades de vida diåria. Estão nesta situação, muitas centenas de pessoas com deficiência, talvez, atÊ, milhares. Algumas delas, foram integradas no Projeto Piloto do MAVI – Movimento de Apoio à Vida Independente, regulamentado pelo Decreto-Lei 129/2017, que procura afirmar-se como
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s Pestanas que falam Joana MagalhĂŁes
uma alternativa Ă s necessidades de apoio, que lhes confiram uma menor dependĂŞncia, atravĂŠs do dedicado e inesgotĂĄvel esforço dos seus Assistentes Pessoais. Estes Ăşltimos, apesar dos riscos, tĂŞm sido motivados pelas equipas dos CAVI (Centros de Apoio Ă Vida Independente) espalhados pelo paĂs, a nĂŁo desistirem, e incansĂĄveis na sua tarefa de cuidar. Para eles, e para aqueles de quem cuidam, nĂŁo houve nenhuma lição sobre distanciamento social ou sobre o contacto fĂsico. Apenas porque isso nĂŁo ĂŠ possĂvel evitar. TambĂŠm nĂŁo se ouviu ninguĂŠm a pronunciar-se sobre a importância, ou nĂŁo, de testar esta população. Para alĂŠm da ignorância jĂĄ referida, falta dizer que nĂŁo chegaram aos CAVI quaisquer equipamentos de proteção individual, provenientes de qualquer organismo tutelado pelo Estado. Foi necessĂĄrio adquiri-los no mercado, a preços proibitivos e em quantidades racionadas, ou mendigĂĄ-los junto de algumas autarquias e de generosas empresas privadas que se disponibilizaram para apoiar estas causas. Tudo isto contrasta com a euforia da reabertura dos CAO, das creches e jardins-de-infância e da tentativa de regresso Ă normalidade nos lares residenciais para os vulnerĂĄveis idosos, para quem foram prometidos testes e todas as condiçþes de EPI. Esperamos, todos, que estes tambĂŠm nĂŁo sejam ignorados.
As cinzas que podem voltar a cair na esplanada Recordo a noite de 17 de junho de 2017 como se fosse ontem. Estava em Leiria, numa esplanada da Praça Rodrigues Lobo, com os meus pais, a beber um copo em jeito de celebração pela licenciatura que terminara hĂĄ poucos dias. Entre conversas jornalĂsticas – habituais entre os trĂŞs e para mal de quem se junta a nĂłs – a mesa foi-se cobrindo de cinza, bem como o nosso cabelo, roupas e bebidas. AchĂĄmos estranho aquele fenĂłmeno, havia incĂŞndios ativos na regiĂŁo, mas, que nĂłs soubĂŠssemos naquele momento, nada que justificasse que as cinzas chegassem atĂŠ ao centro da cidade, com aquela intensidade. Entretanto, tornou-se impossĂvel permanecer na esplanada, a cinza chegava com tanta velocidade que foi cobrindo tudo onde pousava. Decidimos regressar a casa. LigĂĄmos a televisĂŁo: era o incĂŞndio em PedrĂłgĂŁo Grande. JĂĄ havia mortos. Nem 15 minutos depois os telemĂłveis lĂĄ de casa começaram a tocar. A palavra de ordem passou a ser “irâ€?. Ir, ver e contar o que estĂĄ a acontecer. SĂŁo assim os jornalistas. Eu, recĂŠm-licenciada em Comunicação Social senti um frio na barriga. Entre a preocupação de ter os pais a fazer reportagem do fogo e o orgulho e vontade de partir com eles, a minha alma tornou-se irrequieta e sem saber bem o que fazer.
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Havia incĂŞndios ativos na regiĂŁo, mas, que nĂłs soubĂŠssemos naquele momento, nada que justificasse que as cinzas chegassem atĂŠ ao centro da cidade, com aquela intensidade
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Foi o primeiro dia em que senti o dever da missĂŁo, do jornalismo. Naquele momento jurei que faria o que pudesse para contar as histĂłrias da regiĂŁo, da minha casa, de Leiria. O sentimento repetiu-se no final do verĂŁo, quando ardeu o Pinhal do Rei. Hoje olhamos para estes locais e, trĂŞs anos depois, questionamo-nos sobre o seu futuro: se estĂŁo a ser cuidados, se estĂŁo esquecidos, se o inferno se vai repetir. E esta Ăşltima ĂŠ daquelas questĂľes cuja resposta faz, muitas vezes, temer o pior.
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Jornal da Batalha
Património O trajo regional, valor distintivo do Povo Português É preciso ter sempre em mente que o trajo regional é o trajo camponês e, na orla costeira, o dos pescadores, com uma relação profunda com a actividade que exercem, com o clima local, com os materiais que lhes são mais acessíveis, com tradições cujas raízes dificilmente se encontram na lonjura do tempo. Como é preciso ter também em mente que um trajo só por ser antigo não é automaticamente regional. O chamado trajo burguês, que copia normalmente usos importados das cidades e do estrangeiro, não é distintivo dum povo ou duma região. A Alta Estremadura, região a que pertencemos histórica e etnograficamente, que abrange todo o distrito de Leiria e o concelho de Ourém, e se começa sensivelmente no paralelo 40º naquela fronteira que o Dr. Pedro Homem de Mello tão bem definiu e a que chamou a “fronteira de Pombal” (“FOLCLORE” do Dr. Pedro Homem de Mello, edição da “Ática” de Lisboa, 1971), conseguiu preservar nos seus agrupamentos folclóricos pelo menos a última fase do trajo distintivo. E o trajo não é só o que se veste mas como se veste, estando frequentemente as distinções mais neste último aspecto. Há anos publiquei neste jornal e noutros da região algumas considerações sobre este mesmo tema e reproduzi, a ilustrá-las, uma fotografia tirada em Julho de 1938, na Casa de São Pedro de Muel do Dr. Afonso Lopes Vieira, por altura da entrega do galardão de Filho Adoptivo da Batalha, concedido pela nossa Câmara Municipal ao grande Poeta e Pensador que, pela nossa Vila, revelara sempre um grande afecto. A fotografia foi tirada pelo meu Pai com uma máquina que ainda possuo. A fotografia mostrava três senhoras do Casal do Alho, que ali foram integradas na
pectos distintivos regionais reveste-se, hoje, duma importância enorme, tarefa a que os Ministérios da Cultura e os Governos devem estar atentos e dedicar alguma da sua acção e algumas das suas verbas, tendo sobretudo em conta que são afinal os alicerces em que assentam a nossa criatividade e a nossa originalidade em termos colectivos.
Continuamos a destruir o nosso Idioma
comitiva batalhense, as três envergando o nosso trajo regional. A mais velha com o chapéu-de-prato e as outras com chapéus janotas, mas todos inclinados sobre a testa. Esta fotografia está patente na sala das miniaturas do Museu Etnográfico da Alta Estremadura/ Casa da Madalena, na Rebolaria. Entretanto tive acesso a numerosas fotografias tiradas em Leiria e na Batalha pelos últimos decénios do século XIX e primeiros do século XX, só da Batalha são dezenas, em que se pode reparar na mesma forma de usar o chapéu feminino. Sempre graciosamente inclinado para a frente. E é curioso referir, a este propósito, o que se diz no livro “EÇA DE QUEIRÓS = (Memórias da sua Estada em Leiria) 18701871”, de Júlio de Sousa e Costa, estada em Leiria que faz agora 150 anos, o que o autor escreveu sobre uma linda rapariga da Reixida, que vinha vender ao mercado de Leiria, e que Eça namoriscou:
“… dona de belíssimos olhos pretos; cabelos castanhos claros, ondeados; donairosa; seio opulento e tremente, galantíssima; de lindo sorriso aliciante, sempre bem vestida à moda do termo de Leiria, usando chapelinho redondo, muito engraçado, inclinando um pouco sobre o rosto bonito…”. Uma das muitas fotografias tiradas há mais de cem anos na nossa região, neste caso no mercado de Leiria, recorto-a, agora da colecção, que recomendo aos meus prezados leitores, denominada “Memória de Portugal”, distribuída pelo diário “Correio da Manhã”. Foi reproduzida no nº 13 desta colecção, dedicado às nossas cidades. Na belíssima imagem do fotógrafo de origem checa Friedich Wilhelm Feilchenfeld, datada de 1909, camponeses e camponesas leirienses mercadejam, no caso a típica cestaria regional. As mulheres com os lenços de cabeça postos ora com as pontas atadas
ora soltas e os chapéus sempre inclinados sobre a testa, exactamente como também se pode observar nas fotografias de Dezembro de 1901 vindas a lume na revista “Brasil –Portugal”. Na mesma fotografia podem ainda ver-se num homem e num rapaz os carapuços postos com a borla caída sobre a nuca, informação que se obtém em muitas outras fotografias. Desta preciosa fonte recebemos ainda indiscutíveis dados sobre as distinções na forma de trajar, pelo menos nos concelhos da Batalha e de Leiria, no que respeita aos xailes das mulheres e às cintas dos homens. As cintas, nas tarefas agrícolas todas enroladas e nos trajos domingueiros com as duas pontas caindo, separadas, atrás. Cintas pretas e nalguns dias de festa e Domingos cintas vermelhas, isto em épocas mais recuadas. (Ver “ETNOGRAFIA – Alta Estremadura 1” do Dr. Adélio Amaro.
A propósito desta obra recordo que a sua leitura é imprescindível para um conhecimento das distinções etnográficas da nossa província natal e muito particularmente da Alta Estremadura em que nos inserimos. Deve, porém, ter-se em consideração que a alto-estremenha Nazaré tem características muito próprias, por isso nem sempre coincidentes com as da restante região. Também sobre estes pormenores ficaram-nos lições preciosas dos mestres António Pereira Marques, Francisco Gomes Calado, Manuel Artur Santos e Professor José Ribeiro de Sousa. A que agora junto o saudoso Dr. Joaquim Ribeiro Gomes Calado, falecido nos finais do ano passado, figura inesquecível da nossa Cultura, de que foi incansável defensor e divulgador, a quem devemos ainda uma memória que o recorde e o exalte e nos incite a copiar o seu exemplo. A reconstituição dos as-
A tremenda epidemia que, inesperadamente, veio trazer-nos medos e aflições que julgávamos impossíveis no nosso tempo, também afectou o nosso Idioma com o uso e o abuso de dois termos ingleses que caíram no goto inclusivamente dos bem falantes e que se vêm juntar, embora já por cá andassem, à multidão de anglicismos que corroem a Língua Portuguesa: um é o lay-off, que também vejo escrito layoff, outro é o take-away. Creio que seria um óptimo serviço, a prestar à nossa Cultura, o Ministério da Cultura e as Academias empenharem-se na sua tradução. Lay-off que será, mas os entendidos o emendarão, suspensão de contrato e o take-away que poderá ser levar ou levar para fora que, no caso dos restaurantes, se compreenderá que será levar comida. O meu pobre português, de que sou um humilda aprendiz, não dá para mais. Infelizmente, continuo a vero total desinteresse dos governos e dos políticos pela defesa do nosso Idioma. E o Idioma é ou não o alicerce principal da nossa Cultura? Se é, estamos a deitar abaixo, pedra a pedra, todo o edifício.
José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (206)
Jornal da Batalha
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Cultura
Claustros dos reis João I e Afonso V recebem obras de restauro e conservação m A intervenção está inserida na reprogramação de uma candidatura submetida pela DGPC ao Programa Operacional do Centro A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai avançar com uma empreitada de conservação e restauro dos claustros dos reis João I e Afonso V, no Mosteiro da Batalha. A intervenção está inserida na reprogramação de uma candidatura submetida pela
DGPC ao Programa Operacional do Centro, que já previa intervenções no Convento de Cristo, em Tomar, e no Mosteiro de Alcobaça, passando agora a incluir também a empreitada no Mosteiro da Batalha, que, “até ao momento, não tinha sido considerada”, referiu a Direção-Geral do Património Cultural, em nota de imprensa. Segundo este comunicado, a empreitada para o Mosteiro da Batalha vai contar com trabalhos de “recuperação de todas as superfícies pétreas, das pinturas murais e dos ‘graffiti’ históricos dos claustros de D.
p O Claustro Real foi o primeiro a ser construído João I e de D. Afonso V”. Na mesma intervenção, será ainda feita uma altera-
ção dos locais de entrada e saída do monumento, assim como uma requalificação da
receção e da loja da DGPC, explicou esta estrutura tutelada pelo Ministério da Cultura. De acordo com a DGPC, a reprogramação temporal e financeira da candidatura submetida deu origem a um aumento de 276,5 mil euros da despesa elegível, subindo assim a 3,2 milhões o financiamento global obtido no âmbito do Portugal 2020, para intervenção nos monumentos portugueses integrados na lista do património da UNESCO. Está previsto o projeto global terminar a 30 de junho de 2021. O Claustro Real ou de D.
João I, o primeiro a ser construído no mosteiro, foi consideravelmente enriquecido no tempo de D. Manuel. Encostado à igreja, à sua volta organizam-se grande parte das dependências conventuais, como o dormitório (Adega dos Frades), a Sala do Capítulo e o refeitório. O claustro de D. Afonso V é um dos primeiros com dois andares a ser edificado em Portugal e cuja construção obedeceu a critérios de simplicidade estrutural e acentuada austeridade decorativa. A Fernão de Évora coube a direção das obras.
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Batalha Opinião
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Jornal da Batalha
s Noticias dos combatentes
O que foi feito em época de confinamento Enquanto a 29 de maio se comemorava o dia das operações de paz e humanitárias, os que ali serviram a Pátria, conjuntamente com os seus antecessores da Guerra do Ultramar, enfrentavam, e continuam a enfrentar, um risco mortal, que nada tem a ver com guerra ou conflito: o coronavírus. Grupos diferentes enfrentam diferentes graus de perigo da pandemia, mas, os seniores enfrentam surtos em lares e até nas comunidades em que se inserem e com maior risco de mortalidade. Os combatentes, note-se que mesmo os que serviram nas primeiras operações de paz e humanitárias, estão já a caminho de se tornarem sexagená-
rios, e todos pela sua idade, estão assim entre os mais passíveis de serem atingidos, com maiores ameaças à sua saúde, devido à pandemia. Muitos desses combatentes enfrentariam, pelo recolhimento que lhes foi imposto, falta de assistência psicológica, médica e social, e, quem sabe?, mesmo a morte, se não fosse a intervenção do Centro de Estudos e Apoio Médico Psicológico e Social, da Liga dos Combatentes, na coordenação e cooperação exaustiva com os seus centros de apoio médico psicológico e social e estes com os diversos núcleos da liga dos combatentes espalhados pelo país. Todo este trabalho foi
orientado a partir do gabinete de crise, criado para o efeito e composto pelo presidente da Liga dos Combatentes, TGEN Chito Rodrigues, pelo coordenador da área psicológica, professor doutor António Correia e pelo coordenador da área social, professor doutor António Evaristo, concomitantemente presidente do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes Só para que se tenha uma ideia do trabalho desenvolvido em dois meses, foram acompanhados telefonicamente 5.819 combatentes e seus familiares, efetuados 106 apoios diretos em medicação e bens alimentares; foram reencaminhadas, para outras entidades e instituições, 52 situações;
foram prestadas 112 ajudas técnicas; foram emitidas 110 receitas médicas; foram efetuadas 150 publicações nas redes sociais; existiram 56 formações on-line; aconteceram 155 reuniões de equipas técnicas e 413 reuniões e contactos com núcleos via vídeo-conferência, a que se juntam mais 82 reuniões só do CEAMPS. Para além de 426 outros contactos efetuados, foram ainda contactadas 189 instituições e empresas, para angariação de bens alimentares e outros serviços e efetuados 30 relatórios semanais. De cariz importante, para que o funcionamento acontecesse sem incidentes nem contágios, foram elaborados dois documen-
tos nucleares pela mão do nosso presidente do núcleo da Batalha, nomeadamente o plano de contingência para os trabalhadores da Liga dos Combatentes e a diretiva de retoma de atividade. O trabalho não aligeirou, apesar do desconfinamento que se vive, e continuamos, como Liga dos Combatentes no geral, a garantir que os nossos sócios tenham todo o apoio que lhes é devido e toda a informação de que necessitam, para que, até à chegada da vacina, possam ter a qualidade de vida que lhes é merecida. Para que tal aconteça e no cumprimento das regulamentações da Direção Geral da Saúde, para que,
os nossos combatentes, como população de risco, continuem ilesos, de saúde e sem contágios, o Núcleo da Batalha continuará encerrado para atendimentos presenciais, a não ser para assuntos que, pela sua peculiaridade, só possam ser tratados presencialmente, mas exclusivamente por marcação, através dos números que foram enviados na última circular aos associados, e avaliada a sua necessidade. Continuem resguardados, o vírus continua ativo e mata.
NCB
s Fiscalidade
Declaração periódica de rendimentos A declaração periódica de rendimentos modelo 22, conforme artigo 120.º do CIRC, deve ser enviada, anualmente, por transmissão eletrónica de dados, até ao último dia do mês de maio, independentemente de esse dia ser útil ou não útil (até ao final do 5.º mês seguinte ao termo do período de tributação para os sujeitos passivos com período de tributação diferente do ano civil. A Modelo 22, para o período de 2019, pode ser enviada até sexta-feira, dia 31 de julho de 2020. Principais benefícios fiscais para o exercício de 2019. Criação de emprego – artigo 19.º do EBF. Para a determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos do IRC e dos sujeitos passivos do IRS com contabilidade organizada, os encargos correspondentes à criação líquida de postos de trabalho para jovens e para desempregados de longa duração, admitidos
por contrato de trabalho por tempo indeterminado, são considerados em 150% do respetivo montante contabilizado como custo do exercício. O montante máximo da majoração anual, por posto de trabalho, é o correspondente a 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida. Para o período de 2019, o valor máximo do benefício a considerar, por trabalhador admitido até 30 de junho de 2018 é de €8.400,00, ou seja, (€600,00 x 14). De salientar qua a Lei n.º 43/2018, de 9 de agosto, procedeu à prorrogação deste benefício a partir de 1 de julho de 2018. Mecenato – artigos 61. º e 62.º do EBF. Para efeitos fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou em espécie, concedidos, sem contrapartidas que configurem obrigações de carácter pecuniário ou comercial, às entidades públicas ou privadas, previstas nos artigos seguintes, cuja ativida-
de consista predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional. Com exceção dos concedidos ao Estado, os donativos são considerados custos ou perdas do exercício, até ao limite de 8/1000 do volume de vendas ou dos serviços prestados. Remuneração Convencional do Capital Social – artigo 41. º - A do EBF. Na determinação do lucro tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas, empresas públicas, e demais pessoas coletivas de direito público ou privado com sede ou direção efetiva em território português, pode ser deduzida uma importância correspondente à remuneração convencional do capital social, calculada mediante a aplicação, limitada a cada exercício, da taxa de 7% ao montante das entradas realizadas até €2.000.000,00, por entregas em dinheiro
ou através da conversão de créditos, ou do recurso aos lucros do próprio exercício no âmbito da constituição de sociedade ou do aumento do capital social. SIFIDE II – artigos 35.º a 42.º do Código Fiscal do Investimento (CFI). Com o objetivo de continuar a aumentar a competitividade das empresas, apoiando os seus esforços em I&D, que vigora no período de 2013 a 2025, visa apoiar as atividades de investigação e desenvolvimento. Consideram-se despesas de investigação as realizadas pelo sujeito passivo de IRC com vista à aquisição de novos conhecimentos científicos e técnicos. Os apoios permitem recuperar até 82,5% do investimento em I&D, na parte que não tenha sido objeto de com participação financeira do Estado a fundo perdido, realizadas no período supra. As candidaturas têm de ser apresentadas até ao final do mês de maio do ano seguinte ao do
exercício a que respeitam. Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI) – Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro. Neste incentivo existe uma dedução à coleta do IRC, referente a 25% das aplicações relevantes. O valor deste benefício está limitado a uma dedução à coleta a 50% com reporte até 10 anos. É obrigatório elaborar um dossier fiscal do benefício, de acordo com a Portaria n.º 297/20156, de 21/09. Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos (DLRR) – artigos 27.º a 34.º do CFI. A dedução por lucros retidos e reinvestidos constitui um regime que permite a dedução por lucro retidos e reinvestidos, em aplicações relevantes. O incentivo fiscal verifica-se numa dedução à coleta, nos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1/1/2014, até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em aplicações consideradas relevantes e cujo investimento se reali-
António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração
zar nos 4 anos seguintes à constituição da reserva. A dedução efetuada no período pode ir até 25% da coleta do período. As micro e pequenas empresas podem usufruir de uma dedução de 50% da coleta em IRC. O montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos, em cada período de tributação, é de €12.000.000, por sujeito passivo.
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Cultura Batalha
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Procissão dos Caracóis é uma das “7 Maravilhas” do distrito m As eliminatórias regionais começam a 6 de julho, com transmissão na RTP1 e RTP Internacional A Procissão dos Caracóis - Festa de Nossa Senhora do Fetal, que se realiza no Reguengo do Fetal, é um dos sete patrimónios do distrito de Leiria que integram a lista dos 140 finalistas regionais das “7 Maravilhas da Cultura Popular”. A organização recebeu 504 candidaturas a nível nacional e um painel de especialistas composto por sete elementos de cada distrito e região autónoma, elegeu sete patrimónios, num total de 140 finalistas regionais, cujo nome foi revelado no dia 7 de junho.
p A organização recebeu 504 candidaturas a nível nacional As eliminatórias regionais começam a 6 de julho, com transmissão na RTP1 e RTP Internacional. Além da procissão que se realiza no concelho da Ba-
talha, que participa na categoria Procissões e Romarias, o distrito de Leiria está representado por outros seis candidatos: Enterro do Bacalhau, Leiria (Rituais
e Costumes); Arte Xávega, Marinha Grande (Rituais e Costumes); Artesanato em Vidro, Marinha Grande (Artesanato); Procissão Marítima Noturna em Honra de
Nossa Senhora da Boa Viagem, Peniche (Procissões e Romarias); Renda de Bilros de Peniche, Peniche (Artesanato); Muros de Pedra, Porto de Mós (Artefactos).
As 20 finais regionais serão transmitidas na televisão pública no mês de julho, a partir dos municípios mais pequenos que estiverem a concurso, durante os quais serão apurados os 20 vencedores, através do maior número de votos populares. Segue-se um programa de repescagem, a realizar no dia 16 de agosto, em que o voto popular decidirá quais os oito repescados, a partir dos 20 segundos classificados nas finais regionais. Estes 28 semi-finalistas serão distribuídos por critérios de proximidade geográfica, em duas semi-finais, para apurar os 14 finalistas, a realizar nos dias 23 e 30 de agosto. A 5 de setembro é efetuada a declaração oficial das “7 Maravilhas da Cultura Popular”.
Festival Artes à Vila no mosteiro e online
António Caseiro
Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração
ALOJAMENTO LOCAL
p O Rancho Folclórico Rosas do Lena As Capelas Imperfeitas e o Claustro Real do Mosteiro da Batalha recebem, no dia 27 de junho, concertos do músico portuense Manel Cruz e do vocalista dos Jafumega - Luís Portugal, o Gajo e o Rancho Folclórico Rosas do Lena. O festival Artes à Vila será apresentado pelos Ovo Mau a partir das 20h30. Com uma edição dedicada à música nacional, o Artes à Vila estará disponível nas plataformas online do festival e os interessados podem assistir sem sair de casa aos concertos.
No atual contexto de pandemia, o Artes à Vila realiza-se sem público e em direto do Mosteiro da Batalha. Manel Cruz - Depois de lançar em 2019 o seu primeiro álbum em nome próprio - “Vida Nova” -, o músico do Porto atua a solo no festival Artes à Vila. Luís Portugal - O antigo vocalista dos Jafumega leva-nos numa viagem pela língua portuguesa através dos poetas cantados, José Afonso, Ary dos santos, José Luís Tinoco, Carlos Tê, José Soares Martins, entre outros.
O Gajo - João Morais escolheu em 2016 a Viola Campaniça para expressar a sua arte. Este instrumento de raiz tradicional Portuguesa é assim a figura central de um projeto instrumental. Rosas do Lena – Fundado 1963, o Rancho Folclórico Rosas do Lena é uma representação etnográfica do concelho da Batalha e da Alta Estremadura. Ovo Mau – Grupo de comédia escrita e improvisada com Carlos Moura, Mário Bomba, Paulo Cintrão e Ricardo Karitsis.
Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt
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Batalha Atualidade
Jornal da Batalha
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Turismo dá primeiros sinais de retoma com aumento da procura de proximidade mNa semana de 31
A Airbnb lançou no dia 11 de junho uma iniciativa para apoiar o crescimento económico local à medida que se assiste a uma retoma do turismo doméstico. Seguindo esta tendência, vai atualizar a sua aplicação (app) e homepage para ajudar os hóspedes a redescobrir as regiões vizinhas, simplificando a reserva de viagens locais, incluindo as de última-hora. O conceito passa por promover o turismo de proximidade e destacar ideias para viagens locais, estadias longas e escapadinhas de proximidade, bem como as experiências online, lançadas recentemente. Esta iniciativa coincide
Foto: Vitor Oliveira / Wikimedia
maio a 6 de junho, as noites reservadas para viagens domésticas cresceram 150% em comparação com o mesmo período do ano passado
p As Grutas da Moeda são uma das atrações do Concelho da Batalha com os primeiros sinais de recuperação após o impacto sofrido pela indústria das viagens durante a pandemia de Covid-19. Apesar de ainda subsistir alguma incerteza, os dados da Airbnb mostram que o turismo está a começar a reativar, e já é possível identificar tendências que vão determinar as viagens nos pró-
ximos meses. Além disso, a marca também anunciou um conjunto de parcerias com organizações de promoção do turismo local em todo o mundo. Num inquérito promovido pela Airbnb nos EUA, quase metade dos participantes afirmou que, assim que seja levantado o confinamento,
vai preferir visitar locais a um dia de distância de carro.. Em Portugal, desde o início da pandemia, a proporção de reservas efetuadas na plataforma, num raio de 300 km a partir do domicílio habitual (o trajeto médio de ida e volta com um tanque cheio de combustível), cresceu de 6,3% em fevereiro para qua-
se metade (46,5%) em maio. Na semana de 31 maio a 6 de junho, as noites reservadas na plataforma Airbnb para viagens domésticas em Portugal cresceram 150% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os 10 principais destinos tendência em Portugal (de acordo com o crescimento de
noites reservadas até 7 de junho - em comparação com o ano anterior) incluem Leiria. As palavras mais comuns nas listas de desejos (wishlists) criadas recentemente pelos utilizadores da plataforma Airbnb são ‘praia’ e ‘verão 2020’. Mas, além disso, os destinos do interior de Portugal também figuram entre os mais procurados. E, as famílias assumem cada vez maior protagonismo no total de hóspedes na plataforma Airbnb. Entre 17 de maio e 6 de junho, as noites reservadas para viagens em família triplicaram em Portugal (reservas que incluam pelo menos uma criança ou bebé) quando comparadas com o mesmo período do ano passado. A Airbnb é um dos maiores mercados do mundo de espaços para ficar, oferecendo mais de 7 milhões de alojamentos e 40.000 atividades. Regista mais de 500 milhões de chegadas de hóspedes até à data e está disponível em 62 idiomas em 220 países e regiões.
O estado de emergência decretado em março determinou o encerramento de restaurantes e cantinas, tendo provocado excedentes em inúmeros sectores, nomeadamente no da cunicultura. Uma parte desses excedentes foi escoada no início da pandemia, quando houve uma corrida aos supermercados, mas pouco tempo depois a procura caiu e o sector foi obrigado a planear a produção, para que não houvesse excedentes, nem ruturas de abastecimento. Durante o período de confinamento, a comercialização de produtos congelados sofreu uma quebra acentuada e, por isso, o setor teve que orientar a
produção para os produtos frescos. “A cadeia de produção de carne de coelho articulou-se no sentido de garantir o abastecimento sem interrupções, e salvaguardando o cumprimento das normas sanitárias definidas pela Direção Geral de Saúde”, afirmou o presidente da Associação Portuguesa de Cunicultura (ASPOC), Firmino Sousa. “Apesar do plano de contingência, não houve ruturas no abastecimento de matérias primas, designadamente rações, e todos os serviços técnicos foram assegurados sem falhas. A importação e a exportação de produtos também não sofreu qualquer tipo de constrangimento porque o
sector planeou meticulosamente o circuito comercial e a logística”, acrescentou. Embora ciente dos tempos difíceis que se avizinham, Firmino de Sousa garante que “a ASPOC continuará a sensibilizar a opinião publica para os benefícios nutricionais da carne de coelho, promovendo o seu consumo junto de todos os que acreditam numa dieta alimentar saudável”. A campanha de carne de coelho que tem sido levada a cabo nos últimos três anos “tem demonstrado que, quando se procura manter um padrão de vida saudável à base da dieta mediterrânica, a carne de coelho é uma excelente alternativa”.
Foto: Eric Felber en Pixabay
Produção de coelhos escapa a efeitos da pandemia e mantém negócios
p O comércio internacional não sofreu constrangimentos
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Necrologia Batalha
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Reflexão Têm sido tempos complicados, distantes uns dos outros, já vi a minha mãe, mas distante e sem toques, também sei que tenho de lutar muito. Tenho dado tudo por tudo e tenho ocupado os meus tempos livres a desenhar, ler, escrever, jogar futebol fisicamente e virtualmente e a falar com os meus pais. Tem sido difícil mas com paciência tudo volta ao normal e vamos ter a certeza que vamos conseguir terminar com isto depressa. João Guilherme Bernardes
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“À descoberta da Batalha” O Grupo Aves da Batalha promoveu um censo relâmpago “À descoberta da Batalha”, que terminou a 14 de junho, com o objetivo de “recolher informação sobre a fauna e flora do concelho”. Os registos feitos no concelho foram inseridos na plataforma do iNaturalist.
JUNHO 2020
Participação na missa no mosteiro já não obriga a inscrição prévia m A entrada das pessoas passa a ser feita por ordem de chegada, no mosteiro apenas pela porta principal A Paroquia da Batalha decidiu suspender “a necessidade de marcação antecipada de reserva” para a participação nas missas, sobretudo no mosteiro, que tinha como objetivo garantir o respeito pelas regras da Direção Geral de Saúde no âmbito do combate à pandemia de Covid-19. “Verificámos que a participação nas missas, sobretudo no mosteiro, não foi em
número que justificasse esta necessidade de marcação antecipada de reserva. Assim, deixamos de ter em consideração as inscrições e passamos a fazer a entrada das pessoas por ordem de chegada (no mosteiro, a entrada será apenas pela porta principal)”, esclarece uma nota assinada pelo pároco, Armindo Ferreira, e pelo Conselho Pastoral Paroquial. Pelo mesmo motivo, deixou de haver missa às 16h00 no mosteiro, de 11 de junho. No entanto, “caso a afluência de fiéis à missa das 11h00 venha a ser superior à capacidade de resposta, poderá vir a ser retomada esta segunda celebração”
Quanto à Golpilheira e aos Casais dos Ledos, adianta o comunicado, datado de 23 de maio, “a capacidade das igrejas também não esgotou, mas esteve mais próximo disso. Assim, irão respeitar-se as inscrições já feitas. Quanto às pessoas que não se inscreveram, deverão fazê-lo junto das comissões locais ou sujeitar-se aos lugares que ainda haja disponíveis ao chegarem. Mantém-se a regra de, 15 minutos antes da missa, entrar toda a gente por ordem de chegada, independentemente de ter reserva ou não”. O pároco e o Conselho Pastoral Paroquial “recordam a todos a importância de chegarem com alguma
p Número de fiéis não justifica a medida da paróquia antecedência à celebração, pois continua a ser necessário entrar com distanciamento entre pessoas e organizar a distribuição dos lugares, o que poderá provocar alguma demora”.
O comunicado “lembra ainda que todas as pessoas terão de higienizar as mãos à entrada (existe gel) e deverão trazer máscara de casa, que terão colocada durante toda a celebração”.
“O importante é não colocarmos em risco a saúde de ninguém, ao mesmo tempo que procuramos oferecer as celebrações e outras respostas à vida espiritual dos fiéis”, conclui. Publicidade
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