JORNAL DA BATALHA EDIÇÃO OUTUBRO 2017

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Ameaça matar a mãe e fazê-la sofrer antes pág. 24

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXV Nº 327 | OUTUBRO DE 2017 | PORTE PAGO

W págs. 4/8

Presidente recusa “discurso de capelinha” Instalação da câmara e assembleia municipais marcada pelos fogos no concelho

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O Alguidar traz à vila a história de Gabriela

Batalhense de 10 anos acelera em prova mundial

Vinho Real Batalha casa bem Baga & Syrah Publicidade


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Jornal da Batalha

Espaço Público s Baú da Memória Por José Travaços Santos

Língua portuguesa, património construído, etnografia Volto a dizer que o Ministério da Cultura, o Governo e todas as outras entidades a quem compete preservar os nossos valores distintivos e promover a sua divulgação e a sua utilização em termos de grande dignidade e de prestígio, deviam preocupar-se seriamente com a defesa do Idioma, cada vez mais descaracterizado pela intrusão dos termos ingleses, desnecessários e ridículos, e com a dos patrimónios arquitectónico, arqueológico e etnográfico, este constantemente desconsiderado e ignorado como parte integrante e importante da Cultura Portuguesa. Há pouco passei por Juromenha, no Alto Alentejo, a curta distância de Olivença onde, pela nova ponte do

Guadiana, lado a lado com o que resta da velha ponte da Ajuda, se chega num pulo, e fiquei estarrecido com o estado de abandono do seu núcleo histórico não obstante o seu interesse arquitectónico e o papel que desempenhou em vários períodos da vida nacional, além, evidentemente, da sua antiguidade. Dessa breve visita recente é a imagem que ilustra a secção deste mês. Por cá, entre outras situações a revelar o mesmo e antigo desinteresse das esferas do Poder, os casos da estação arqueológica de São Sebastião do Freixo, onde se situou a importante povoação túrdulo-romana de Collippo, cujo espólio que se conseguiu salvar anda disperso mas devia ser re-

unido na Batalha, e a Quinta da Várzea, histórica por ter pertencido ao convento dominicano e por ter sido adquirida em 1837 por esse grande vulto da primeira metade do século XIX e restaurador-salvador do Mos-

teiro de Santa Maria da Vitória, Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, e nela ter nascido o neto deste seu proprietário e outro grande vulto da História Pátria, Joaquim Mouzinho de Albuquerque. A Quinta pos-

suía um dos raros solares da região. A Quinta da Várzea foi, e muito bem, classificada como património concelhio ou de interesse público pelo respectivo Ministério e, depois, estranhamente des-

classificada por o despacho ministerial nunca ter sido publicado no Diário da República. Quem decifrará este mistério? Valha-nos agora a decisão que a nossa Câmara Municipal tomou de chegar a acordo com os actuais proprietários, o Seminário de Leiria, para preservar aquele espaço histórico e reforça-nos a esperança, de ali se fazer um memorial adequado, o desejo, já expresso pela Arma de Cavalaria, de quem Joaquim Mouzinho de Albuquerque é o patrono, de colaboração e inclusivamente cedência de peças para um museu que seria mais um valioso e aliciante espaço cultural no nosso Concelho.

s Pestanas que falam Joana Magalhães

Trabalho, casa e futebol ao domingo de manhã O futebol já não é o que era para mim. Quando era (mais) miúda gostava de futebol porque tinha ‘a mania’ que era maria rapaz e vestia a roupa do meu irmão. Isso rapidamente passou e com a mesma velocidade o futebol passou apenas a ser algo de que ‘ouvia falar’ e dizia que era sportinguista porque ‘é de família’. Mas isso mudou, como há sempre algo que muda quando alguém estranho entra na nossa vida e decide ficar por cá. E calhou ser treinador de futebol.

No mês passado falava da sopa dos pais e do cozido da avó.. Este mês tenho de falar do futebol da ‘terrinha’ e dessa sensação de estar em casa. Numa cidade como Lisboa, onde trabalho, muitas vezes somos apanhados por uma sensação avassaladora de que as ruas são muito grandes para nós, cheias de gente, e gente que nem dá conta da nossa passagem. É coisa das grandes capitais, como se diz na ‘terrinha’, certamente.

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;

O futebol, carinhosamente designado de, da ‘terrinha’, é o ponto de encontro rotineiro onde as pessoas do costume fazem as perguntas do costume: “como vai a capital?”, “escreveste muito esta semana?”, “quando voltas?”, “estás a gostar?”; Perguntas simples mas de conforto para quem foi fazer ‘visita de médico’ a casa. Os miúdos correm dentro do campo e o treinador ‘aperta com eles’. Fora das quatro linhas, as pala-

António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

vras de força são muitas e o convívio também. É um grupo que se forma e é mais um lugar onde voltar todas as semanas e contar as novidades. Fazer parte de um lugar é precisamente querer lá voltar e encontrar a sensação de conforto que parece distante numa cidade com ruas longas e (demasiado) povoadas. Um lugar onde nada parece mudar a não ser o tamanho dos miúdos, que crescem a ‘olhos vistos’. É, principalmente, parti-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

lha. O futebol não teria graça se não fosse partilhado, se não houvesse um grupo destinado para aqueles 90 minutos em que o que se passa não é só futebol. É partilha. E no caso do futebol da ‘terrinha’ é aprendizagem. Sopa, cozido da avó ou futebol ao domingo de manhã, o que realmente importa é ter esses lugares e essas sensações onde se volta à procura do ‘quentinho’ de casa.

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950 - Fax 244 812 895

Impressão: Diário do Minho, Lda. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Espaço Público Opinião

outubro 2017

s Diacrónicas

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_ Editorial Francisco André Santos

Geração a perder Mesmo sabendo apreciar a vida, tenho a impressão de que agora que somos adultos, eu e os meus amigos temos uma certa desilusão com esta fase. Enquanto entretemos uma nova rodada, não deixamos de perceber que o fim-de-semana termina em poucas horas. A começar na segunda, entretemos uma ocupação. Parece que estamos bem. Quer dizer, ora temos os recibos verdes, os estágios profissionais, os estágios de curriculares, os estágios do IEFP, os estágios no estrangeiro, o estágio de Erasmus, o voluntariado, o organizar de eventos, e o estágio de verão entre outras coisas que já não cabem nas duas páginas que voltamos a enviar em anexo. Os melhores de nós começam em empresas de renome internacional. A distância para com as piadas do chefe é curta quando comparada com o tempo necessário para o igualar na hierarquia. Por vezes, fazemos-lhes as apresentações de PowerPoint. Por simpatia, até servimos café.

Ah! E ainda partilhamos no Linkedin o texto apaixonado do marketeer fiel à missão da empresa. Por certo que o respeitinho é uma coisa muito bonita e por isso, preferimos tolerar o assédio que o centro de emprego. Enquanto somos responsabilizados pelas escolhas possíveis, continuamos meio confusos por tudo o que passa à nossa volta. Os adultos, agora mais honestos, aparentam as mesmas crianças que julgávamos existir apenas em nós. Enquanto isso, os deveres legais ganhos aos 18 não se equiparam aos diretos dos que têm acima de 40. Essa mesma geração que tanto aprendeu com as responsabilidades acrescidas continua nos mesmos postos por longos anos. Tenho a sensação que isto foi permitido com o 25 de Abril e todas as vagas e oportunidades criadas com a mudança de regime. A isto ajusta-se a idade de reforma face ao aumento da esperança média de vida. Tomo isto como hipótese apenas enquanto a idade por

um posto. Aqui por Roterdão, percebo que não sou o primeiro a escolher vir para o estrangeiro. Vou perguntando se voltam ao país, para saber com que companheiros contar. Encontro muitos Gregos. Ficam tão surpreendidos por ter vivido num canto da Grécia como os locais ficavam quando lhes dizia que vinha para trabalhar. O dinheiro Europeu que aí recebi, parecia ser a única condição possível para se trabalhar na Grécia. Chamam-lhes a “geração perdida”. Aqui, posso-lhes perguntar o que fazem, sem recear a resposta: “O que é que eu faço? Bem, Francisco… eu não trabalho… e não estudo”. A verdade é que tanto somos privilegiados como desprivilegiados pelas gerações anteriores à nossa. No nosso continente, que saibamos continuar a apreciar a paz, mas que reneguemos à insustentabilidade ambiental e financeira criada, e que o façamos quanto antes sem ter que esperar por uma mudança de geração ou

Carlos Ferreira Diretor

regime. Segunda-feira volto a enviar o anexo. Ainda tenho muito por aprender pelo estrangeiro e procuro diferentes locais de trabalho onde sinta que possa contribuir com os meus estudos de maneira a poder desenvolver alternativas para a nossa sociedade. Os Gregos afirmam que ficarão por cá. A mim, ainda me faz falta o meu país.

s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

A dança das concertinas Reza a História que o físico inglês Carlos Wheatstone começou a sua vida profissional a trabalhar numa fábrica de instrumentos musicais, antes de adquirir uma oficina. Mais tarde, publicou um estudo que resultou das suas investigações sobre os fenómenos da transmissão dos sons. Não obstante a oficina de Wheatstone ser dedicada aos instrumentos de corda, ele inventou um instrumento de ar em 1829 que receberia o nome de concertina. Nesse mesmo ano, o austríaco Cyrill Demian construiu um instrumento afim que ficaria conhecido como acordeão. Assim chamado, porque cada botão era capaz de produzir dois acordes: um fechando o fole e outro abrindo-o. Hoje, o acordeão é um instrumento de grande divulgação mundial. Introduzido em Portugal no século XIX, o acordeão diatónico (vulgarmente conhecido como concertina) só no século XX é que foi apropriado pela música tradicional do norte do país, região onde alcançaria enorme popularidade. Talvez pela sua so-

noridade estridente, este instrumento casa na perfeição com o folclore e aparece bem integrado nas orquestras regionais. Este preâmbulo serve para apresentar um dos melhores grupos de concertinas de Portugal. E falar daquela que foi a sua auspiciosa estreia discográfica. Oriundos de Águeda, chamam-se Danças Ocultas e são um quarteto constituído por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel. Fundado em 1989 por Artur Fernandes, e batizado em 1994, o grupo escolheria essencialmente música erudita como reportório. Até o projeto amadurecer e gerar o primeiro registo de inéditos, corria já o ano de 1995. Produzido por Gabriel Gomes, acordeonista da Sétima Legião e dos Madredeus, a gravação do disco contou também com a presença de Paulo Abelho, músico dos Cindy Kat. Este tomou o lugar de assistente de som. Gabriel Gomes desempenhou ainda o papel de compositor nas faixas Quartetra, Dança II e Concerteza. O grupo agrade-

ceu, em especial, a Jorge Pires, a Amândio Bastos e a Rodrigo Leão pelo seu apoio e disponibilidade. O disco mostra outras facetas da concertina, além de ser um instrumento vocacionado para a dança, começando por Folia que explora o som primordial do fole do instrumento, continuando em No(c)turno que é a profunda beleza revelada pelas concertinas, até ao tema de gosto popular da Moda Assim ao Lado. E todas as colaborações que tiveram então anunciariam o seu trajeto futuro, que passaria por trabalhar com alguns dos nomes mais importantes da música portuguesa: o Ballet Gulbenkian, Maria João e Mário Laginha, Gaiteiros de Lisboa, entre outros. A edição de 2010 do Festival Internacional Womex, um dos principais certames dedicados às músicas do mundo, selecionou as Danças Ocultas na sequência da edição do seu álbum de 2009, intitulado Tarab. Quando comemoraram vinte e cinco anos de carreira, deram espetáculos com a Orquestra Filarmonia das Bei-

ras, colaboração que culminou em 2016 com a edição de Amplitude, disco ao vivo onde são convidados Carminho, Dead Combo e Rodrigo Leão. As Danças Ocultas têm realizado concertos em todo o mundo, merecendo destaque a recente digressão que fizeram por várias cidades na China, sempre com amplo reconhecimento do público e da crítica. E tudo isto com o objetivo da divulgação da música instrumental, revelando todas as potencialidades de um instrumento que tem cada vez mais amantes e executantes.

A rede social Quando era miúdo tinha uma rede social. E a minha mãe estava mais informada do que o jornal. Em comum: sabiam as más notícias primeiro. Saía de casa pela manhã, a pé, de mochila às costas, bata azul listada de branco, a caminho da Primária, a soprar branco o frio, com a tranquilidade infantil de viver o instante. Pelo caminho, passava pelo Ti Valentim, pela D. Alice e outros rostos que permanecem na minha memória sem nome. Os colegas, havia-os de todos os géneros, como a bicharada que arrimava pelas serras e matas – lá para os lados de Pernes, Arneiro das Milhariças, Vaqueiros ou Malhou. Quer dizer: penso que havia, mas a páginas tantas engana-me a escala do miúdo que vê tudo com olhos de aumentar. Na escola, as regras eram simples: Estudar. Aprender. O professor tinha sempre razão. A D. Maria (não viveu tempo suficiente para chegar auxiliar educativa) também. E no recreio era o João quem tinha sempre razão – Soubesse eu e tinha-o acusado de bullying. Optei, não raras vezes, pelos 100 metros à Bolt. Ele, o João, era gordo (oopps!, obeso), atacava por esmagamento, aproveitando a distração da vitima. No intervalo, no regresso a casa, no largo da terra – onde calhava – fazíamos o que as crianças de seis ou sete anos faziam: jogávamos à bola, à apanhada, aos índios e cowboys, ao pião (feitos nas oficinas de torneados da terra). E a fisga, que viu quase tudo menos pardal na mira? E as asneiras? Uma bola que partia um vidro, uma bulha mais séria, a má educação com um adulto. Um recado esquecido... Mas a rede social funcionava. Quando chegava a casa, a minha mãe já sabia. A vigilância de vizinhos garantia-o. E o pior castigo era ficar fechado em casa.


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Jornal da Batalha

Autárquicas 2017

Presidente reeleito recusa fazer “discurso de capelinha” m Paulo Batista Santos mostrou-se “muito satisfeito com a equipa de vereadores”, destacando que “não há qualquer desculpa para que este executivo não seja bem sucedido” O reeleito presidente da câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, garantiu durante a sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos, resultantes das eleições de 1 deste mês, que “nunca” utilizará um “discurso de capelinha” ou de “luta em desfavor” de outros municípios, defendendo a cooperação regional. O autarca defendeu o “conceito de região, dos problemas partilhados, das soluções conjuntas”, que “é hoje o desafio das autarquias locais”. “Sozinhos não vamos a qualquer lado. Só através de sinergias, de complementaridade e de parcerias é que os concelhos podem ser bem sucedidos”, adiantou. “Sempre que nos fechámos, sempre que quisemos estar sozinhos, entorpecemos. Sempre que desejámos partilhar e construir com os outros, crescemos e estamos a liderar projetos”, destacou Paulo Batista Santos durante a cerimónia, que decorreu no dia 16 deste mês no auditório municipal. “Nunca verão neste presidente da câmara um discurso de capelinha, de lutar pelo concelho em desfavor dos outros”, adiantou, concretizando que a ideia também se aplica ao concelho: “É muito importante que as nossas quatro freguesias possam crescer em conjunto, é muito importante para os projetos que nos ligam a empresas e sistemas inter-

municipais”. Neste contexto, defendeu “a visão de otimização que centra as políticas, não na ambição de um concelho, mas na ambição das pessoas”, apontando como desafios a vencer nos próximos quatro anos a descentralização de competências do Estado para as autarquias, a educação, a cultura e a população sénior. No referente às eleições, Paulo Batista Santos constatou: “Houve partidos que ganharam e outros que perderam. Mas depois de eleitos estamos todos a servir o concelho da Batalha”. E adiantou: “Estou muito satisfeito com a equipa de vereadores: gente nova, que está a iniciar funções, e outros que têm mais experiência, que já exerceram funções autárquicas”. “Portanto – frisou - não há qualquer desculpa para que este executivo não seja bem sucedido. Temos na câmara (e na assembleia municipal) gente com capacidade, com competências para desenvolver um bom trabalho”. O novo presidente da assembleia municipal, Júlio Órfão, elogiou o trabalho do seu antecessor, António Lucas, e agradeceu a “deferência” da eleição, sentindo-se “honrado por participar novamente na vida ativa do concelho”, da qual esteve “arredado uma vintena de anos”, enquanto foi diretor do mosteiro. “Aprendi no serviço militar: ”Nunca te ofereças, mas disponibiliza-te sempre que te pedem, sobretudo quando achares que tens competências e capacidade para fazer aquilo a que te propões”. É com este objetivo que aqui estou e espero realmente ser capaz de chegar a bons resultados”, adiantou Júlio Órfão.

p A nova equipa de vereadores eleita no dia 1 deste mês. Horácio Francisco, Liliana Moniz, Carlos Repolho - Paulo Batista Santos (pres.) - Carlos Agostinho, André Loureiro e Germano Pragosa António Lucas, que exerceu funções autárquicas durante 28 anos, destacou que “foi um grande prazer representar e trabalhar em prol do concelho”. “A população da Batalha merece que nos dediquemos de corpo e alma no sentido de permitir que o concelho continue a desenvolver-se”. Numa nota sobre a sua vida autárquica disse que “foi possível fazer alguns projetos bem interessantes, que ainda hoje continuam bem vivos, mercê de uma equipa. Ninguém trabalha sozinho, a ideia de que alguém consegue fazer sozinho alguma coisa não é verdadeira”. O presidente da câmara endossou a António Lucas “uma palavra de muito apreço, de reconhecimento, pelo testemunho que deixa na Batalha e pela forma exemplar e leal com que exerceu funções na assembleia municipal, contribuindo muito para a dignificação do órgão”.

s registo

Fogos causam momentos difíceis no concelho As freguesias de São Mamede e Reguengo do Fetal passaram momentos “difíceis”, “algo dramáticos” nalguns casos, nos dias 15 e 16 deste mês, em resultado dos incêndios que deflagraram no concelho, que destruíram floresta e mato, mas não causaram danos em habitações ou ferimentos em pessoas. Este assunto foi abordado pelo presidente da câmara durante a instalação dos novos órgãos autárquicos. Paulo Batista Santos justificou a ausência na cerimónia de autarcas da região por estarem envolvidos em ações de combate aos fogos. Aliás, esta situação fez que o reeleito presidente da junta de São Mamede, Marco Vieira, estivesse ausente da cerimónia e só tome posse na próxima assembleia municipal. “Tivemos uma noite muito intensa. Estamos a viver um momento difícil no concelho, em resultado de duas ocorrências muito difíceis de resolver. Passámos a noite a debelá-las. Fomos bem sucedidos na sua contenção, mas o problema ainda não está resolvido”, explicou o autarca. “Vivemos esta noite momentos difí-

ceis, aqui e acolá até algo dramáticos, mas fomos fortes, sozinhos, porque os outros concelhos também estavam a ser muito fustigados, mas conseguimos que o fogo não chegasse a qualquer habitação e rapidamente fosse contido”, com a ajuda dos batalhenses e do reforço dos bombeiros da Batalha, que estavam mobilizados noutros sítios e regressaram”, explicou Paulo Batista Santos, frisando: “A tragédia que aconteceu no norte do distrito de Leiria também esteve à nossa porta por estes dias. Tivemos mais sorte, mas poderíamos não ter tido”. O reeleito presidente da câmara elogiou a ajuda da população e o trabalho dos bombeiros, como já antes fizera António Lucas, que enviou uma palavra de “solidariedade aos nossos bombeiros mercê daquilo que está a acontecer no país”, fazendo votos de que “alguém olhe para a questão dos fogos florestais de uma forma definitiva e de uma vez por todas se implemente uma reforma da floresta em condições, para que a população não esteja sujeita a este tipo de situações no futuro”.


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Autárquicas 2017 Batalha

outubro 2017

PSD repete maioria absoluta mas perde uma freguesia

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CÂMARA MUNICIPAL Resultados de 2017 Votantes 57,04% Votantes: 8.073

Inscritos: 14.154

Lista % Votos PPD/PSD 53,8 4343 PS 20,02 1616 CDS-PP 11,99 968 PCP-PEV 3,64 294 Totais 89,45 7221 EM BRANCO NULOS

Presidentes Maiorias da Câmara Absolutas 1 1 5 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 7

6,59 532 3,96 320

Resultados de 2013 Votantes 53,79 Votantes: 7.623 Inscritos: 14.172 Lista % Votos PPD/PSD 55,23 4210 PS 15,74 1200 CDS-PP 11,32 863 PCP - PEV 3,97 303 Totais 86,27 6576 EM BRANCO NULOS

Presidentes Maiorias da Câmara Absolutas 1 1 5 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 7

8,38 639 5,35 408

ASSEMBLEIAS DE FREGUESIA (TOTAL) Resultados de 2017 Votantes 57,02% Votantes: 8.071

p A instalação dos órgãos autárquicos decorreu no auditório municipal

m O movimento de cidadãos SIM – Somos Batalha, a única lista que não concorreu associada a uma sigla política, garantiu dois mandatos na assembleia de freguesia da Batalha A vitória do PS na assembleia de freguesia da Golpilheira, que retira o lugar de presidente da junta ao PPD/ PSD, é a alteração mais significativa provocada pelas eleições autárquicas realizadas no dia 1 deste mês, em que os social-democratas, liderados por Paulo Batista Santos, mantiveram a maioria absoluta na câmara municipal da Batalha. A merecer destaque está também o resultado do movimento de cidadãos SIM – Somos Batalha, liderado por António Santos Cardoso, a única lista que não concorreu associada a uma sigla política, que garantiu dois mandatos na assembleia de freguesia da Batalha, bem como o facto de a CDU (PCP-PEV) não ter conquistado qualquer mandato nos três órgãos con-

celhios. Na Golpilheira, o PS garantiu a eleição do presidente da junta ao conquistar 43,81% dos votos (386 eleitores, 4 mandatos); enquanto há quatro anos o lugar foi atribuído ao PPD/ PSD, com 49,77% dos votos (429 eleitores, 5 mandatos). O PPD/PSD perdeu um mandato (4) e o CDS/ PP conseguiu um (em 2013 não concorreu). Na assembleia de freguesia da Batalha, o PPD/PSD manteve o cargo de presidente da junta de freguesia, agora ocupado por Rosa Abraul, com maioria absoluta, embora com menos um mandato (7); o PS (3 mandatos) e o CDS/PP (1 mandato) mantiveram os Resultados de há quatro anos. A CDU (PCP-PEV) perdeu o mandato que tinha. O movimento SIM será o responsável pelas alterações registadas nesta assembleia, já que conquistou dois mandatos. Na assembleia de Reguengo do Fetal, o PS ganhou um mandato (3) e o CDS/PP perdeu um (1). O PPD/PSD mantém o número de mandatos de há quatro anos (5), uma maioria absoluta defendida por Horácio Sousa. Em São Mamede, Marco

p Júlio Órfão é o novo presidente da assembleia municipal Vieira (PPD/PSD) foi reeleito presidente da junta de freguesia, com um resultado esmagador: 75,64% dos votos e mais dois mandatos (8). O CDS/PP perdeu dois mandatos (1). Quanto ao número global de mandatos conquistados nas assembleias de freguesia, os Resultados não divergem dos verificados há quatro anos, no que respeita à liderança: o PPD/PSD conquistou os mesmos 24; ou seja, a maioria absoluta dos 40 lugares sujeitos a sufrágio. Já o PS aumentou de 9 para 10, o CDS/PP caiu de 6 para 4, a CDU (PCP-PEV) perdeu o único lugar que

possuía e o movimento SIM – Somos Batalha conquistou dois lugares. Na assembleia municipal também se mantém a relação de forças, com o PPD/ PSD a liderar com maioria absoluta, com 13 dos 21 lugares, menos um do que há quatro anos, assumindo Júlio Órfão o lugar de presidente. O PS subiu dois lugares, para cinco, e o CDS/PP manteve os mesmos três. A CDU (PCP-PEV) perdeu o único mandato que possuía. No que respeita à câmara municipal, os Resultados, em termos de mandatos, são exatamente iguais a 2013. O PPD/PSD obteve a maioria absoluta (5 mandatos), elegendo Paulo Batista Santos para presidente, o PS conseguiu um e o CDSP/PP outro. Os três partidos subiram a votação: PDS 4.343 votos (53,80%), PS, 1.616 votos (20,02%) e CDS/PP 968 votos (11,99%). Em termos percentuais e em número de votantes, o PS foi o partido que mais subiu (4,28%, mais 416 votos). O número global de votantes também subiu. Votaram 57,04% dos 14.154 inscritos, ou seja, 8.073 pessoas. Há quatro anos votaram 7.623 dos 14.172 eleitores inscritos (53,79%).

Lista PPD/PSD PS CDS-PP SIM PCP-PEV Totais EM BRANCO NULOS

% Votos Presidentes da Junta 52,87 4267 3 24 17,53 1415 1 10 12,04 972 0 4 7,26 586 0 2 1,78 144 0 0 91,48 7384 4 40 4,91 396 3,61 291

Resultados de 2013 Votantes 53,79% Votantes: 7.623 Lista PPD/PSD CDS-PP PS PCP - PEV Totais EM BRANCO NULOS

Inscritos: 14.154

Inscritos: 14.172

% Votos Presidentes da Junta 52,6 4010 4 24 16,95 1292 0 6 14,95 1140 0 9 2,66 203 0 1 87,17 6645 4 40 7,52 573 5,31 405

ASSEMBLEIA MUNICIPAL Resultados de 2017 Votantes 56,80% Votantes: 8.039

Inscritos: 14.154

Lista % Votos PPD/PSD 52,47 4218 PS 21,33 1715 CDS-PP 11,98 963 PCP-PEV 3,69 297 Totais 89,47 7193 EM BRANCO NULOS

6,61 531 3,92 315

Resultados de 2013 Votantes 53,79% Votantes: 7.623

Inscritos: 14.172

Lista % Votos PPD/PSD 54,62 4164 PS 15,05 1147 CDS-PP 12,3 938 PCP - PEV 4,54 346 Totais 86,52 6595 EM BRANCO NULOS

13 5 3 0 21

8,21 626 5,27 402

14 3 3 1 21


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Batalha Autárquicas 2017 Totais

FREGUESIA DA BATALHA (ASSEMBLEIA DE FREGUESIA)

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2017 Votantes: 54,56% Votantes: 4.062

Inscritos: 7.445

Lista PPD/PSD PS SIM CDS-PP PCP-PEV Totais

% 45,72 17,6 14,43 9,26 3,55 90,54

Votos 1857 715 586 376 144 3678

5,64 3,82

229 155

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2013 Votantes: 48,65% Votantes: 3.536

Presidentes da Junta 1 7 0 3 0 2 0 1 0 0 1 13

Inscritos: 7.268

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 49,97 17,11 10,61 5,74 83,43

Votos 1767 605 375 203 2950

EM BRANCO NULOS

10,18 6,39

360 226

Presidentes da Junta 1 8 0 3 0 1 0 1 1 13

FREGUESIA DA BATALHA (CÂMARA MUNICIPAL)

88,72

3604

7,09 4,19

288 170

Inscritos: 7.268

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 51,22 18,5 8,6 5,66 83,97

Votos 1811 654 304 200 2969

EM BRANCO NULOS

10,12 5,91

358 209

FREGUESIA DA BATALHA (ASSEMBLEIA MUNICIPAL) Resultados 2017 Votantes: 54,56% Votantes: 4.062

Inscritos: 7.445

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV Totais

% 47,76 24,08 11,69 5,34 88,87

Votos 1940 978 475 217 3610

7,19 3,94

292 160

EM BRANCO NULOS

Inscritos: 7.445

Resultados de 2013 Votantes: 48,65% Votantes: 3.536

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV

Votos 2104 866 424 210

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV

% 51,36 17,22 9,16 6,53

Totais

84,28

2980

EM BRANCO NULOS

10,01 5,71

354 202

FREGUESIA DA GOLPILHEIRA (ASSEMBLEIA DE FREGUESIA)

Resultados de 2013 Votantes 48,65% Votantes: 3.536

Resultados de 2017 Votantes 54,56% Votantes: 4.062 % 51,8 21,32 10,44 5,17

Jornal da Batalha

outubro 2017

Inscritos: 7268 Votos 1816 609 324 231

Resultados de 2017 Votantes: 65,99% Votantes: 881

Inscritos: 1.335

Lista PS PPD/PSD CDS-PP Totais

% 43,81 35,87 13,05 92,73

Votos 386 316 115 817

3,41 3,86

30 34

EM BRANCO NULOS

Presidentes da Junta 1 4 0 4 0 1 1 9

Resultados de 2013 Votantes: 63,85% Votantes: 862

Inscritos: 1.350

Lista PPD/PSD PS Totais EM BRANCO NULOS

Votos 429 344 773 51 38

% 49,77 39,91 89,67 5,92 4,41

Presidentes da Junta 1 5 0 4 1 9

FREGUESIA DA GOLPILHEIRA (CÂMARA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 65,99% Votantes: 881

Inscritos: 1.335

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV Totais

% 50,28 27,81 9,88 2,84 90,81

Votos 443 245 87 25 800

5,22 3,97

46 35

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2013 Votantes: 63,85% Votantes: 862

Inscritos: 1.350

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 54,06 25,52 4,52 3,48 87,59

Votos 466 220 39 30 755

6,15 6,26

53 54

EM BRANCO NULOS

FREGUESIA DA GOLPILHEIRA (ASSEMBLEIA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 65,99% Votantes: 881

Inscritos: 1.335

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV Totais

% 46,31 30,65 10,78 2,38 90,12

Votos 408 270 95 21 794

6,02 3,86

53 34

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2013 Votantes: 63,85% Votantes: 862

Inscritos: 1.350

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 54,87 26,33 4,18 3,25 88,63

Votos 473 227 36 28 764

5,8 5,57

50 48

EM BRANCO NULOS


Jornal da Batalha

FREGUESIA DE REGUENGO DO FETAL (ASSEMBLEIA DE FREGUESIA) Resultados de 2017 Votantes: 56,04% Votantes: 1.108

Inscritos: 1.977

Lista PPD/PSD PS CDS-PP Totais

% 51,08 28,34 12,45 91,88

Votos 566 314 138 1018

4,87 3,25

54 36

EM BRANCO NULOS

Presidentes da Junta 1 5 0 3 0 1 1 9

Inscritos: 2.058

Lista PPD/PSD CDS-PP PS Totais

% 47,93 23,02 17,18 88,12

Votos 533 256 191 980

6,12 5,76

68 64

Presidentes da Junta 1 5 0 2 0 2 1 9

FREGUESIA DE REGUENGO DO FETAL (CÂMARA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 56,10% Votantes: 1.109

Inscritos: 1.977

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV Totais

% 47,52 27,68 12,08 2,25 89,54

Votos 527 307 134 25 993

6,31 4,15

70 46

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2013 Votantes: 54,03% Votantes: 1.112

Inscritos: 2.058

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 50,63 20,59 12,68 2,43 86,33

Votos 563 229 141 27 960

7,55 6,12

84 68

EM BRANCO NULOS

FREGUESIA DE REGUENGO DO FETAL (ASSEMBLEIA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 56,15% Votantes: 1.110

Inscritos: 1.977

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP-PEV Totais

% 47,48 26,94 11,8 2,7 88,92

Votos 527 299 131 30 987

6,67 4,41

74 49

EM BRANCO NULOS

Resultados de 2013 Votantes: 54,03% Votantes: 1.112

EM BRANCO NULOS

Autárquicas 2017 Batalha

outubro 2017

Resultados de 2013 Votantes: 54,03% Votantes: 1.112

Inscritos: 2.058

Lista PPD/PSD PS CDS-PP PCP - PEV Totais

% 49,91 19,15 13,85 3,15 86,07

Votos 555 213 154 35 957

7,28 6,65

81 74

EM BRANCO NULOS

FREGUESIA DE SÃO MAMEDE (ASSEMBLEIA DE FREGUESIA) Resultados de 2017 Votantes: 59,46% Votantes: 2.020

Inscritos: 3.397

Lista PPD/PSD CDS-PP Totais

% 75,64 16,98 92,62

Votos 1528 343 1871

4,11 3,27

83 66

EM BRANCO NULOS

Presidentes da Junta 1 8 0 1 1 9

Resultados de 2013 Votantes: 60,44% Votantes: 2.113

Inscritos: 3.496

Lista PPD/PSD CDS-PP Totais

% 60,62 31,28 91,91

Votos 1281 661 1942

4,45 3,64

94 77

EM BRANCO NULOS

Presidentes da Junta 1 6 0 3 1 9

>>>

FISIOTERAPIA OSTEOPATIA BEM-ESTAR JARDOEIRA - BATALHA

969 518 018

7


8

Batalha Autárquicas 2017

FREGUESIA DE SÃO MAMEDE (CÂMARA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 59,46% Votantes: 2.020

Inscritos: 3.397

Lista % Votos Presidentes da Junta PPD/PSD 75,64 1528 1 8 CDS-PP 16,98 343 0 1 Totais 92,62 1871 1 9 EM BRANCO 4,11 83 NULOS 3,27 66

Resultados de 2013 Votantes: 60,44% Votantes: 2.113

Inscritos: 3.496

Lista % Votos Presidentes da Junta PPD/PSD 60,62 1281 1 6 CDS-PP 31,28 661 0 3 Totais 91,91 1942 1 9 EM BRANCO 4,45 94 NULOS 3,64 77

FREGUESIA DE SÃO MAMEDE (ASSEMBLEIA MUNICIPAL) Resultados de 2017 Votantes: 58,46% Votantes: 1.986

Inscritos: 3.397

Lista % Votos PPD/PSD 67,62 1343 CDS-PP 13,19 262 PS 8,46 168 PCP-PEV 1,46 29 Totais 90,73 1802 EM BRANCO 5,64 112 NULOS 3,63 72

Resultados de 2013 Votantes: 60,44% Votantes: 2.113 Lista PPD/PSD CDS-PP PS PCP - PEV Totais

Inscritos: 3.496

% Votos 62,47 1320 20,07 424 4,64 98 2,46 52 89,64 1894

EM BRANCO 6,67 141 NULOS 3,69 78

outubro 2017

Jornal da Batalha

s A opinião de António Lucas ex-presidente da câmara e assembleia municipal

Votação significativa nas listas de cidadãos Decorreram mais umas eleições autárquicas, com alguns factos dignos de realce. Em termos nacionais, o PS foi o vencedor, o CDS subiu a sua votação, o PSD e a CDU perderam diversas câmaras e o BE praticamente não conta, em termos de resultados autárquicos. Assim sendo, o PS irá liderar a ANMP- Associação de Municípios e a ANAFRE - Associação de Freguesias. Existem diversas explicações para estes resultados nacionais, que depois de extrapoladas para cada um dos resultados locais não se aplicam de forma direta a cada município, pois cada caso é um caso, com realidades muito específicas. Outra nota de realce, é o nível muito elevado de abstenção e pasme-se, que até o ex presidente da republica Cavaco Silva contribuiu para o aumento da abstenção. Na ótica regional/CIMRL – Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, verificou-se um empate, cinco câmaras para o PS e cinco para o PSD, com algumas trocas pelo meio, como são os casos de Porto de Mós, Ansião, Pedrogão Grande e Castanheira de Pera. Porto de Mós e Castanheira eram

PS e passaram para o PSD. Acontecendo o inverso com Pedrogão e Ansião, eram PSD e passaram para o PS. Olhando em pormenor cada uma delas, verifica-se que em dois casos algumas trocas e baldrocas dos partidos originaram a perda das câmaras, coisa que não seria muito expectável até aos votos contados. Outro facto com realce passa pela subida ou pela votação significativa nas listas de cidadãos independentes, que será mais um sinal para os partidos mudarem de estratégia, sob pena destas situações continuarem a aumentar. No que respeita ao nosso concelho, verificou-se também uma abstenção muito significativa, com o PSD a obter uma ligeira subida, o CDS a manter, o PS a subir bastante a sua votação e a CDU a desaparecer da assembleia municipal. No executivo ficou tudo na mesma, com o PSD com cinco vereadores, o PS com um e o CDS com um. Na assembleia municipal o PSD perdeu elementos, por via do crescimento do PS e da perda de uma junta de freguesia, a da Golpilheira para o PS. Uma nota também para uma lista de ci-

dadãos independentes que concorreu à freguesia da Batalha, tendo elegido dois elementos, o que merece realce. Estes resultados evidenciam alguns sinais, que quanto a mim devem ser bem apreendidos, interiorizados e analisados, e acima de tudo deverão retirar-se conclusões, que originem uma mudança de paradigma, pois poderão querer indiciar um futuro diferente e não muito longínquo. As mudanças por vezes são lentas, mas acontecem. O futuro é já ali, e as próximas eleições são já daqui a quatro anos. Terminada a contagem dos votos, realizou-se a tomada de posse dos novos eleitos, iniciando-se um novo ciclo, desejando que seja de continuidade nos aspetos positivos da gestão anterior e de mudança naquilo que foi mal feito e que necessita de alterações urgentes e significativas, tendo esses aspetos menos positivos servido de aprendizagem para que não mais se repitam. Isto aplica-se igualmente a maiorias e a oposições. Por outro lado, os governos locais devem esquecer de imediato as batalhas elei-

ou de políticas, não é verdade. A abstenção não revela nada, rigorosamente nada. A abstenção não é mais do que deixar que os outros decidam por nós. O voto é um ato muito importante, podemos votar em alguém que achamos credível e competente, como podemos votar em branco - sim votar em branco é completamente diferente de não votar, o voto em branco pode e de ser bastante analisado. Ora, agora façamos um

pequeno exercício: nos resultados do dia 1, no nosso concelho, a abstenção foi de 42,96%. Num universo de 14.154 eleitores, 8.073 votaram, sendo que desses 532 votaram em branco. Analisando este resultado, aproximadamente 6.080 eleitores deixaram que os outros decidissem por eles e apenas 532 eleitores não consideraram qualquer candidato valido. Como podem verificar, a abstenção não tem forma de análise nem de expressão, a

torais, e sempre, mas sempre, esquecerem as cores de camisolas eleitorais e pensarem apenas nos 16.000 cidadãos do concelho e das freguesias, como mais um munícipe ou mais um freguês. A política é uma arte nobre de colocar à disposição de todos, de forma o mais igual possível, aquilo que é disponibilizado ao estado, pelo trabalho dos cidadãos. Logo, deve ser gerido com elevada responsabilidade e cuidados extremos. Votos de parabéns e bom trabalho para todos os eleitos e honra aos que não venceram, pela sua participação e espírito de cidadania.

Y cartas

Deixar que alguém decida por si! Após o rescaldo de mais um ato eleitoral, e deixando a análise das vitorias e derrotas para os partidos e movimentos, cabe agora analisar um dado que teima em não diminuir. Na abstenção, durante 43 de democracia, o valor mais baixo foi de 28,60% e o mais alto de 47,40%, e estas eleições registaram uma taxa de 45% (valores nacionais). No dia das eleições todos os líderes políticos apelam a que os leitores exerçam o seu direito de voto

- sim só no dia das eleições, pois passado esse dia o tema não volta a ser debatido nem analisado. A mim custa imenso olhar para estes números e ver que nada é feito por parte dos partidos. Não me recordo que tenha existido alguma vez uma comissão parlamentar para debater este tema e definir estratégias para o combate a abstenção. Mas para além dessas estratégias serem definidas e elaborado um programa de

combate, cabe a todos nós analisarmos estes números. Este valor tem uma dimensão maior quando se trata de eleições autárquicas, pois estamos a eleger o futuro presidente de câmara ou de junta de freguesia a quem podemos recorrer no sentido de resolver pequenos problemas do nosso dia a dia, da nossa rua, do lixo, entre muitos outros. Alguns de vocês podem pensar que não exercer o direto de voto é uma ato de discordância de candidatos

abstenção não é um sinal de agrado nem de desagrado, a abstenção não é nada! No próximo ato eleitoral vale a pena pensar nisto. Não deixe que os outros decidam por si. Vote, só assim poderá exprimir a sua opinião. Frederico Alfaro Batalha


Jornal da Batalha

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outubro 2017

Atualidade

Autarquia cede antiga escola a associação que apoia crianças m Centro de atividades lúdico-pedagógicas para crianças e jovens com necessidades educativas especiais

A câmara municipal anunciou no dia 25 de setembro que autorizou o início do processo para a cedência da Escola Primária António Cândido da Encarnação, em Vila Facaia, na Batalha, à Associação Casa do Mimo (ACM), que apoia a crianças com necessida-

des educativas especiais. O processo, “iniciado a alguns meses, visa dotar o concelho da Batalha com um espaço dedicado a crianças com necessidades educativas especiais e que requerem cuidados adequados às suas diferenças”, refere a autarquia em comunicado. A ACM tem como objetivo o apoio a crianças e jovens com necessidades educativas especiais, com diversas finalidades de solidariedade social, e deficiência e incapacidade, bem como a promoção da sua

p Escola reabilitada com o orçamento participativo

s registo Venceu o orçamento participativo de 2015 Com esta cedência “cumpre-se mais um importante objetivo no apoio à inclusão social de crianças e jovens especiais e que por esta via irão dispor de um espaço amplo e melhorado para as suas atividades”, considera o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. “Trata-se de uma decisão que mereceu um amplo consenso na vereação e que reconhece o trabalho extraordinário da ACM no apoio e formação de crianças com necessidades educativas especiais”, acrescentou o autarca. A reabilitação da Escola Primária António Cândido da Encarnação venceu o orçamento participativo do município em 2015, que atribui uma verba de 30 mil euros a um projeto apresentado pelos habitantes do concelho. O edifício data do início do século XX e mantém ainda a traça original, com revestimento em cantaria e alvenaria em pedra calcária.

integração social e comunitária. Segundo a câmara, “já desenvolve um relevante trabalho enquanto centro de atividades lúdico-pedagógicas para crianças e jovens com necessidades educativas especiais, com valências em domínios como o apoio ao estudo, fisioterapia, terapia da fala, educação especial, musicoterapia, psicomotricidade e terapia ocupacional”. Quando passar a usufruir do novo espaço poderá alargar as suas atividades terapêuticas e ocupacionais

e aumentar o número de alunos beneficiários do seu projeto. A escola primária, com uma área total de 1.056 m2, incluído o espaço envolvente, serve atualmente de depósito de apoio ao museu municipal. “O depósito será mudado para outro espaço municipal, melhorando também as condições de acondicionamento, conservação e registo de algumas das peças afetas aquele espaço museológico”, explica o município.


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Batalha Atualidade

Jornal da Batalha

outubro 2017

Gimnodesportivo de São Mamede orçamentado num milhão de euros

p Duas vistas do projeto do futuro pavilhão de São Mamede

m Estará prepara-

A câmara municipal aprovou por unanimidade o estudo prévio relativo à construção do pavilhão gimnodesportivo de São Mamede, a realizar em parceria com a junta de freguesia. As previsões do município indicam que a obra terá a duração de um ano e custará um milhão de euros, parcialmente provenientes das receitas das concessões

do para formação desportiva e eventos desportivos federados, dos quais se destacam futsal e basquetebol

de energia eólica em exploração na freguesia. O edifício possuirá uma nave principal que dará suporte a área de eventos (44mx25m), com uma superfície de jogo (20mx40m), estando preparado para formação desportiva e eventos desportivos federados, dos quais se destacam futsal e basquetebol, revela um comunicado da câmara data-

eventos, encontram-se as zonas de apoio às equipas técnicas e aos atletas, com um acesso exclusivo suportado por quatro estacionamentos para veículos ligeiros e dois para veículos coletivos pesados.

Caracóis voltaram a iluminar procissões no Reguengo

Presente/Diocese de Leiria-Fátima

A igreja paroquial de São Mamede acolheu, a 30 de setembro, a tomada de posse do novo pároco, o padre Armindo Rodrigues, que substituiu João Rodrigues, ambos religiosos dos Marianos da Imaculada Conceição. O novo pároco tem como colaborador o padre Jovanete Vieira, da mesma congregação religiosa, que se mantém pároco “in solidum”. “Representantes da comunidade saudaram o seu novo pastor e ofereceram-lhe uma mala de ferramentas com o convite a “pôr mãos ao trabalho”. Dentro da mala estavam alguns instrumentos para o trabalho pastoral: Bíblia, rituais, catecismos, jornal paroquial”, revelou a Diocese de Leiria-Fátima.

missão do público poderá ser feita por um corpo frontal que, para além de efetuar o controlo e distribuição do público pelas bancadas, alberga ainda foyer, instalações sanitárias e bilheteira. O equipamento possuirá ainda no nível superior (piso 01) áreas de associativismo e/ou gabinetes de direção e administrativos. Do lado posterior à área de

Tiago FR Santos Photos

Armindo Rodrigues tomou posse como pároco da freguesia

do de 28 de setembro. O recinto de jogo pode ser adaptado para a prática de hóquei, vólei e andebol. Está ainda previstaa a instalação de bancadas para público, com uma capacidade para 400 pessoas. A zona de público disporá de acessos diretos para o exterior e, em caso de evacuação por emergência ou no final dos eventos, a ad-

p Milhares de pessoas assistiram e participaram nas procissões

p O padre Armindo Rodrigues “Perante a assembleia dos fiéis, que enchiam a ampla igreja, o padre Armindo disse querer ser um pastor que repete e ensina as palavras de Jesus e serve a comunidade cristã”, adiantou.

Na celebração participaram os presidentes da câmara da Batalha e da freguesia de São Mamede. Após a missa, houve uma confraternização popular no novo salão paroquial.

A Festa de Nossa Senhora do Fetal, com as iluminações feitas de cascas de caracóis, é a principal responsável pela divulgação da freguesia de Reguengo do Fetal a nível nacional. Este ano a procissão dos caracóis aconteceu nos dias 23 e 30 de setembro No primeiro dia, a procissão iluminada com ca-

racóis partiu do Santuário de Nossa Senhora do Fetal com destino à Igreja Matriz e passados oito dias fez o percurso inverso. No âmbito da festa, realizou-se o 4º Concurso de Fotografia “A luz dos caracóis”, com prémios monetários para os autores das três melhores fotografias, e um prémio de idade, para

os concorrentes mais novo e mais velho. O concurso é organizado pela freguesia de Reguengo do Fetal, com o apoio do município da Batalha, com o objetivo de preservar e divulgar a história e as tradições desta festa centenária. Os resultados ainda não eram conhecido no dia em que fechámos esta edição.


Jornal da Batalha

outubro 2017

Batalha

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Opinião s Noticias dos combatentes

Chamados de tudo, mas não se encaixam em nada Como os acontecimentos nas últimas décadas, bem como no século passado, nos têm lembrado, uma característica significativa das relações civil-militares é a maneira como os estados reconhecem os sacrifícios que os homens e mulheres das forças armadas fazem pelo seu país, seja ou não em serviço ativo, e providenciam o necessário apoio para eles e para as suas famílias. As contribuições destes cidadãos refletem o seu especial “contrato de responsabilidade ilimitada” com o estado: a obrigação de que, no decorrer das operações, eles têm que arriscar as suas vidas - mesmo, impensável, durante o treino militar - para estarem preparados

para o que mais ninguém conseguirá executar. Ao considerar o que (e como) os diferentes estados fornecem aos seus servidores, juntamente com as formas como os próprios, e a sociedade em geral, percebem a adequação e a legitimidade das ações governamentais, deixa-nos uma questão fundamental e subjacente: o que são esses homens e mulheres que serviram, entregando, se necessário, a própria vida? As def inições deveriam não só moldar a escala do que é considerado como população afetada, mas também enquadrar o aspeto jurídico-legal, dentro do qual as suas necessidades, direitos e preocupações evoluem e de como

são tratados. Como os diferentes governos e público em geral os “definem” de diversas maneiras, as suas próprias definições constituem o contexto em que são desenvolvidas estratégias para responder às necessidades desses homens e mulheres. As definições, nos últimos anos, influenciaram a forma como os governos interagiram com os grupos de interesse para desenvolver uma estratégia de alocação de recursos, escassos, para essa parte da população. Esta estratégia teve que abordar uma série de questões, como a limitação da exclusão social experimentada por alguns, definida não apenas em termos de posição no mercado de tra-

balho, mas também por participação social mais ampla, inclusive sendo valorizada e lembrada pela sociedade civil. Não importa como os definamos, mas sim aquilo pelo que passaram, valorizá-los e fornecer políticas reais para a sua saúde e bem-estar psicossocial a incluir em legislação futura. As definições (veterano, combatente, ex-combatente) nada têm a ver com o sentido que lhes são dadas e a sua utilização varia, dependendo se se tratam de associações ou se, pelo contrário, do governo em si. Temos uma definição que não adjetiva mulheres e outra não contempla as missões modernas, todas generalistas, uma mais inclusiva, por se basear no re-

cebimento do salário militar de um dia, outra mais exclusiva, exigindo que o pessoal tenha passado por algum tipo de risco, ativamente. Na língua portuguesa não se define antigo combatente! Dependendo da definição empregada, os governos, consoante alinham à esquerda ou à direita, gerarão diferentes números, bem como políticas destinadas a resolver as suas necessidades, mas sem nunca se terem preocupado em defini-los num todo. Estes homens e mulheres são geralmente chamados pelas leis em vigor de antigos combatentes, pelos decretos-lei de veteranos, e com a panóplia de documentos legislativos e com a facilidade com que

se produzem em Portugal, são chamados de tudo, mas quando se trata de requererem os seus benefícios e direitos não se encaixam em nada.

s Fiscalidade

Regime de conversão dos valores mobiliários A Lei n.º 15/2017, publicada em 3/5/2017, veio impedir a emissão de valores mobiliários ao portador. Aquela Lei cria um regime transitório destinado à conversão, em nominativos, dos valores mobiliários ao portador existentes à data da sua entrada em vigor. Os valores mobiliários ao portador são convertidos em nominativos no prazo de 6 meses. Em 25/09/2017, foi publicado o Decreto-Lei n.º 123/2017, que define o regime de conversão dos valores mobiliários ao portador em valores mobiliários nominativos. Até ao dia 04/11/2017, as sociedades em que existam ações tituladas ao portador deverão promover a sua substituição ou a alteração dos títulos já existentes. A mesma obrigação incide sobre as entidades emiten-

tes, gestoras ou depositárias dos restantes valores mobiliários ao portador, pese embora o procedimento seja mais simples. A deliberação, que implicará alteração do pacto social, ficará a cargo do órgão de Administração da sociedade e não da Assembleia Geral. Nada impede, que a assembleia reúna e delibere ela própria a alteração de pacto. Efetuada a decisão, os emitentes dos valores mobiliários ao portador, devem publicar, um anuncio informando os seus titulares acerca do processo de conversão daqueles em valores em valores mobiliários nominativos. O anuncio deverá esclarecer, nomeadamente: a) A identificação dos valores mobiliários em cau-

sa; b) a fonte normativa em que assenta a decisão – Lei n.º 15/2017; c) a data da deliberação das alterações ao contrato de sociedade e aos demais documentos relativos à conversão dos valores mobiliários ao portador em nominativos e indicação do órgão deliberativo, atos sujeitos a registo comercial e d) as consequências da não conversão dos valores mobiliários durante o período transitório estão previstas neste Lei. A sociedade deverá registar oficialmente as respetivas alterações de pacto, com isenção de emolumentos. Basta apresentar, para esse efeito, a deliberação do emitente, bem como a nova redação do contrato de sociedade e demais documentos relativos à conversão dos valores mobiliários ao por-

tador em nominativos sujeitos a registo comercial ou, ocorrendo a conversão referida no artigo anterior, a declaração da entidade gestora de sistema centralizado ou do intermediário financeiro. Existe isenção de emolumentos nos atos de registo comercial praticados e nas publicações efetuadas ao abrigo do presente decreto-lei. Permanece a dúvida, caso as empresas optem por alterar outros artigos do pacto social no mesmo documento ou aumentar o capital, se se mantém a isenção. Efetuada a conversão, cabe aos portadores das ações e outros títulos apresentá-los para substituição ou alteração da respetiva menção. Caso contrário, os titulares deixam de os poder transmitir ou rece-

ber dividendos das sociedades. Qualquer ato praticado em violação da lei depois de 4/11, será nulo. Até 03/11/2017, ainda será possível transmitir títulos ao portador e exercer direitos respeitantes a ações tituladas ao portador como anteriormente. Depois daquela data, os titulares de valores mobiliários ao portador não convertidos, após o final do período transitório, apenas poderão solicitar o registo a seu favor e, no caso de valores mobiliários ao portador titulados, a atualização ou a entrega de novos títulos refletindo a conversão. Se for deliberada distribuição de lucros ou pagamento de juros ou outros rendimentos pela sociedade depois de 03/11 e não se saiba quem são os detentores das ações, a sociedade de-

António Caseiro Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

verá depositar o valor respetivo numa conta aberta numa entidade legalmente apta para o efeito e só será entregue aos proprietários após conversão dos valores mobiliários respetivos. Esta lei entrou em vigor no dia 26/09/2017.




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Batalha

outubro 2017

Jornal da Batalha

Opinião s Crónicas do passado

Borg vs Mcenroe: ténis sob pressão Em Lisboa uma plateia incomensurável enchia a antestreia do filme Borg vs Mcenroe, que será exibido por todo o país já neste mês. O Jornal da Batalha marcou presença e ouviu e viu tudo o que se passou neste momento memorável. O evento contou com o testemunho de duas lendas do ténis português e do jornalista Hugo Ribeiro, a voz característica que estamos habituados a ouvir nos relatos empolgantes dos Grand Slams transmitidos pela EuroSport. Hugo faz um retrato dos atletas e do que se sucederá no filme, analisando todas as circunstâncias políticas e sociais da déca-

da de 70. José Vilela é um sábio campeão nacional de ténis, que nos brindou com as suas aventuras e contactos com grandes nomes internacionais do desporto. Falou do seu jogo contra Rod Laver, quando ainda era apanha-bolas, e contava apenas 12 anos de idade. Nessa altura oferecera uma garrafa de vinho do Porto à mulher do seu ídolo, o que acabaria por deixá-la a dormir, tais eram os vapores do néctar. Nos anos 70, José, fez a sua carreira e acompanhou de perto o jogo de Bjorn Borg e de John Mcenroe, de quem se diz bastante parecido no aspeto físico. Rui Machado,

s AMHO A Minha Horta

atleta que nos é muito familiar, referiu a história verídica da sua rivalidade frente a Frederico Gil, fazendo uma comparação entre a disputa de Borg e Mcenroe. O filme aborda o confronto destes dois tenistas durante o seu primeiro duelo em Wimbledon, no ano de 1980. É-nos apresentada a infância de cada um, que se liga em diversas características e circunstâncias. Ambos sofriam uma pressão constante dos pais. Bjorn provinha de uma família pobre da Suécia, os seus pais desacreditavam dos talentos do filho, e o seu temperamento no ténis era tão agressivo que chegou a

ser expulso da escola por diversas vezes. Mesmo assim, devido ao treinador que depositou todas as esperanças nele e o ensinou a controlar os sentimentos, conseguiu vencer o Roland Garros com apenas 17 anos, tornando-se no atleta mais jovem a vencer um Grand Slam. O papel do jovem Borg é interpretado pelo seu filho de 13 anos, Leo Borg. John sofria do mesmo mal no court, mas a família era abastada e exigia que o rapaz fosse o melhor em tudo, seja na resolução de cálculos absurdos ou na vitória frente a Bjorn Borg. Vale a pena reparar no contraste abismal entre os

dois em campo, pois tinham maneiras muito peculiares de jogar. Enquanto Borg controlava as emoções e focava toda a raiva em cada tacada de forma gélida, Mcenroe explodia e vilipendiava toda a gente em seu redor, seja o público, o árbitro ou o seu opositor. Conhecemos bem aquele momento em que começava a partir raquetes em pleno jogo. Estas atitudes valer-lhes-iam as alcunhas de IceBorg e Superbrat. Com 26 anos Bjorn Borg desistiu de jogar ténis, afirmando que tinha deixado de apreciar cada partida como antigamente. Os dois rivais estabeleceram uma amiza-

Francisco Oliveira Simões Historiador

de tão próxima que John Mcenroe não hesitou em pedir a Borg para regressar ao circuito, pois sem ele o caminho estaria totalmente aberto para alcançar a glória. A lenda só voltaria a pisar os courts em 1991.

s Espaço do Museu Célia Ferreira

Armadilhas contra insetos Chegou o outono, e com ele era suposto aparecer o tempo mais frio, a chuva, mas este ano parece que assim não acontece. Lembram-se de ter comentado sobre o uso mais poupado dos recursos hídricos, pois parece que esse conselho se mantém válido. A falta de chuva também propicia a permanência de alguns insetos, que podem ser controlados sem recurso a inseticidas, como no caso dos frutos do pomar, em que existem no mercado soluções de produtos que não entram em contacto direto com os frutos, como é o caso das armadilhas. As armadilhas têm dentro umas pastilhas que atraem os insetos e aprisionam-os. Por não conseguirem sair não atacam os frutos e o produto do recipiente não entra em contacto com os frutos. Esta é uma solução eficaz, que deve ser colocada no pomar, aquando do inicio

do crescimento dos frutos. Mesta altura devem ser colocados nos citrinos. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: agriões, alhos, acelgas, alfaces, alho francês, brócolos, cebolas, cenouras, coentros, couves várias, couve-rábano, ervilhas, espinafres espargos, favas, lentilhas, mostardas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, salsa. Jardim, semear e/ou plantar: amores-perfeitos, margaridas, açucenas, cíclames, narcisos, crisântemos, jacintos e tulipas. Boas colheitas!

O Turismo (sustentável) como instrumento de desenvolvimento A Organização Mundial do Turismo (OMT) celebra, desde 27 de Setembro de 1980, o Dia Mundial do Turismo. A data foi definida em Assembleia-geral daquela organização, em Espanha, no ano de 1979. A OMT é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas, que se dedica à promoção, a nível internacional, do turismo e das suas estratégias. É inegável o impacto do turismo enquanto atividade económica estratégica para o desenvolvimento económico e social dos países, particularmente no que toca ao emprego e ao crescimento das exportações. A mobilização de turistas é cada vez mais facilitada graças à criação de redes estratégicas que permitem a criação de roteiros aliciantes para quem

quer conhecer um pouco melhor os povos e as suas culturas. Atenta, porém, aos impactos menos positivos que o aumento do Turismo tem causado um pouco por todo o Mundo, a OMT foi levada a tomar diversas medidas de alerta e a reforçar o conceito de turismo sustentável, nomeadamente na necessidade de proteger e defender os recursos naturais e as populações. Já as Jornadas Europeias do Património deste ano, que se assinalaram a 22, 23 e 24 de setembro, adotaram o tema “Património e Natureza” e sua relação com as pessoas, as comunidades, os lugares e a História”. O Dia Mundial do Turismo, não fugindo das temáticas que se têm vindo a discutir internacionalmente, adota a temática “O Turismo sustentável como

instrumento de desenvolvimento!” inserindo-se no Ano Internacional do Turismo Sustentável. A Assembleia-geral das Nações Unidas destacou o contributo do turismo para os três pilares da sustentabilidade (económica, social e ambiental). De acordo com este organismo, “o turismo não só é líder do crescimento, mas também promove uma melhor qualidade de vida, a proteção ambiental, a defesa do património cultural e a paz no mundo”. O Dia Mundial do Turismo 2017 representou, assim, mais uma oportunidade para “sensibilizar os decisores dos setores público e privado e o público em geral relativamente à contribuição do turismo sustentável para o desenvolvimento”. No caso em apreço da Batalha, os últimos anos

têm registado um forte incremento deste setor de atividade, com destaque para o Mosteiro da Batalha que, atualmente, é o segundo mosteiro mais visitado do país, de acordo com os dados da Direção-Geral do Património Cultural. Um registo impressionante, que nos remete para a importância estratégica do Turismo enquanto atividade económica, mas também social e que contribui para a dinamização dos territórios e das populações. MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)


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Economia Novo Real Batalha já está no mercado m O vinho é da autoria do enólogo António Ventura e foram disponibilizadas ao público 6.600 garrafas numeradas A Adega Cooperativa da Batalha lançou no mercado o seu mais recente vinho, o Real Batalha Baga & Syrah, da autoria do enólogo António Ventura, disponibilizado ao público em 6.600 garrafas numeradas. “Este Baga & Syrah resulta da combinação, aparentemente antagónica de duas castas com bastante personalidade e que, depois de combinadas, resultam de forma excelente, tal como um blend”, explica António Ventura. O enólogo descreve o néctar como sendo de “cor rubi intensa, com aromas

p Foram disponibilizadas 6.600 garrafas personalizadas complexos e nuances de frutos secos e resulta de estágio em madeira, com taninos sedosos e bem casados”. Os responsáveis da adega destacam a importân-

cia deste vinho, que classificam de “qualidade superior”, na estratégia de crescimento da instituição que conta quase seis décadas de existência.

p O enólogo António Ventura “O lançamento deste tipo de vinhos representa para a Adega Cooperativa da Batalha, não só a responsabilidade de saber fazer vinhos de qualidade superior, mas

também a possibilidade de chegarmos a novos clientes e mercados”, explica Ricardo Borges”, diretor da adega. O novo vinho, lançado a

22 de setembro, no Mosteiro da Batalha, pode ser adquirido nas instalações da adega e nalguns espaços de retalho.

Contas municipais melhoram em relação ao ano passado O resultado líquido das contas municipais “registou uma melhoria de cerca 247 mil euros face ao valor registado no primeiro semestre de 2016 (+47,4%), resultante de um aumento mais significativo dos proveitos e ganhos (+408 mil euros) do que o aumento verificado nos custos e perdas (+160 mil euros)”, revelou a autarquia, que cita o relatório do auditor externo sobre a evolução da sua situação económica e financeira.

“Nos custos e perdas, a única rubrica cujo valor registou um aumento, face ao período homólogo do ano anterior, foi a dos fornecimentos e serviços externos, nomeadamente nos custos com a eletricidade”e os outros fornecimentos e serviços”, adianta a câmara em comunicado. Relativamente aos proveitos e ganhos, destaca “o aumento de cerca 259 mil euros nos proveitos suplementares, relacionado com

HERCULANO REIS SOLICITADOR

o registo de uma tranche de 250 mil euros relativa às contrapartidas financeiras da cessão de exploração de parques eólicos instalados no concelho”. Os indicadores de natureza económica registam evoluções favoráveis, destacando-se o cash-flow patrimonial bruto com um aumento de 19,7% (1,302 milhões de euros) face ao período homólogo de 2016. No período compreendido entre janeiro de 2014 e o

final do primeiro semestre deste ano, o valor da dívida total diminuiu em cerca de 700 mil euros (-27,2%). “As disponibilidades financeiras imediatas à data de 15 de setembro de 2017 apresentavam um saldo de 4,038 milhões de euros, valor suficiente para liquidar integralmente o endividamento registado pela autarquia”, conclui o comunicado do município.

p Disponibilidade financeira cobre a divida

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Saúde Vegetarianismo – uma escolha crescente! Estudos internacionais apontam para um número crescente de vegetarianos a cada ano. Há inúmeras razões para realizar esta escolha, mas os vegetarianos são influenciados em grande parte pelo aumento das preocupações com a proteção do ambiente e dos animais. É também um motivo cada vez mais frequente de procura de ajuda médica, principalmente por parte dos pais que têm filhos em idade pediátrica e que querem adotar este tipo de dieta mas não sabem como adaptar a alimentação tradicional sem prejudicar o desenvolvimento adequado dos seus filhos. Hoje em dia há cada vez

mais livros, receitas e revistas, bem como menus alternativos nos restaurantes com opções vegetarianas, mas é fundamental estar-se bem informado quando se opta por fazer uma dieta restrita. Contudo há também muita informação online sobre vegetarianismo, muita dela sem qualidade ou a tentar vender produtos comerciais, o que origina má informação, acrescenta o responsável. A Direção Geral de Saúde, no sentido de oferecer à nossa população uma fonte de informação fidedigna, lançou um manual que esclarece as principais duvidas de quem opta por este tipo de dieta. O manual da DGS “Li-

nhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável” contém uma breve história sobre os conceitos associados à alimentação vegetariana, os benefícios, os riscos, os principais alimentos e as suas classificações, podendo dividir-se em ovolactovegetariana (exclui carne e peixe, mas inclui ovos e lacticínios) ou vegetariana estrita ou vegana (que exclui todos os alimentos de origem animal). Segundo os relatórios anuais da DGS têm se vindo a notar que quanto à saúde dos portugueses, os motivos que mais influenciam a perda de anos de vida com qualidade saudável é a ali-

mentação não saudável, principalmente pobre em fruta e hortícolas. É ainda de salientar que para se seguir esta dieta não é necessário adotar um padrão alimentar distinto, mas apenas “valorizar o que há”, uma vez que a tradição alimentar portuguesa é muito rica em vegetais. Mas

um padrão alimentar vegetariano mal acompanhado comporta riscos, que este manual visa precisamente suprir, como a carência das vitaminas B12 e D, dos minerais ferro, cálcio, zinco, proteína de qualidade e ácidos gordos essenciais. Em particular, as grávidas e as crianças são os grupos

de risco que mais preocupam os profissionais, uma vez que em casos extremos pode levar à morte e em casos ligeiros à anemia e défice de crescimento. A questão proteica é mesmo a mais preocupante. Na ovolactovegetariana essa carência está acautelada. Aliás, quem quer começar uma dieta vegetariana deve começar inicialmente pela ovolactovegetariana, particularmente as crianças. Ser vegetariano é então uma opção válida e saudável tendo sempre em conta a necessidade de fazer uma dieta rica e variada. Ana Campos Portela USF Condestável, Batalha

ACORDOS:

ADSE, PSP, ADMG, Mulicare, Advancecare, Médis, SAD-GNR, SAMES Centro, SAMS quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sávida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon, Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia.. ......................sábado - manhã

Oftalmologia .............................................................. Dr. Joaquim Mira ............................................ sábado - manhã Dra. Matilde Pereira ....... quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro..................................................terça - tarde Ortoptica ....................................................................... Dr. Pedro Melo ................................................. sábado - manhã

Pediatria ........................................................................ Dra. Carolina Cordinhã ............... quarta/sábado - manhã Cirurgia Geral/Vascular....................................... Dr. Carlos Almeida................................................. sexta - tarde Otorrinolaringologia ............................................ Dr. José Bastos ......................................................quarta - tarde Próteses Auditivas..........................................................................................................................................quarta - tarde Terapia da Fala .......................................................... Dra. Débora Franco .....quinta - tarde / sábado - manhã Neuro Osteopatia /Acumpunctura .............. Tec. Acácio Mariano ...........................................quarta - tarde (Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Outras Especialidades: Clínica Geral ................................................................ Dr. Vítor Coimbra .................................................quarta - tarde Medicina Interna...................................................... Dr. Amílcar Silva ......................................................terça - tarde Urologia ......................................................................... Dr. Edson Retroz ...................................................quinta - tarde Dermatologia ................................................... Dr. Henrique Oliveira ................................... segunda - tarde Estética .......................................................................... Enf. Helena Odynets............................................. sexta - tarde Cardiologia .................................................................. Dr. David Durão....................................................... sexta - tarde Electrocardiogramas .............................................................................................................. segunda a sexta - tarde Neurocirurgia ............................................................ Dr. Gustavo Soares ...............................terça / quinta - tarde Psicologia Clínica ................................................... Dr. João Lopes ............. segunda - tarde/sábado - manhã Psicologia Educacional/vocacional ..........Dr. Fernando Ferreira .......................... quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos ............................................. Dr. Fernando Ferreira .......................... quarta/sexta - tarde Psiquiatria ................................................................... Dr. José Carvalhinho .................................... sábado - manhã Pneumologia/Alergologia ................................. Dr. Monteiro Ferreira ........................................... sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia.................................... Dr. Paulo Cortesão ......................................... segunda - tarde Ortopedia ..................................................................... Dr. António Andrade ..................................... segunda - tarde Endocrinologia ......................................................... Dra. Cristina Ribeiro .......................segunda / terça - tarde Nutricionista ............................................................... Dra. Ana Rita Henriques......................................terça - tarde

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O que devo colocar: frio ou calor?

João Ramos Fisioterapeuta

Muitos são os utentes que colocam esta questão no momento pós-lesão músculo-esquelética. Apesar de cada vez mais se conhecerem as vantagens e desvantagens do frio e do calor, é fundamental saber qual, quando e como aplicar. Com o intuito de dar resposta a esta dúvida de muitos leitores, no artigo deste mês abordamos os assuntos crioterapia e termoterapia. É de salientar que as questões abordadas no artigo são meramente informativas, todo o caso clínico deverá ter uma avaliação para estabelecimento do diagnóstico médico. Em situação de lesão músculo-esquelética o melhor será procurar a ajuda de um fisioterapeuta para

aconselhar e encaminhar o seu caso. A Crioterapia, “terapia pelo frio”, é uma técnica natural de tratamento já com bastantes anos de utilização. A aplicação do gelo no local da lesão deverá ser durante vinte minutos e com um intervalo de duas horas até à próxima colocação do mesmo. O número de aplicações diárias dependerá da severidade do problema músculo-esquelético. O gelo é vasoconstritor, diminui o aporte sanguíneo, reduz o metabolismo e a atividade tecidular. Deste modo promove a redução da dor de origem inflamatória. Sempre que estejam presentes sinais cardinais de inflamação é indicada a aplicação do gelo. Os sinais são: rubor, calor, edema e dor; Para que disfunções é indicado? Traumas agudos ou contusões; Lesões musculares e ligamentares (Tendinites, Bursites, Tenossinovites); Dores agudas em qualquer segmento da coluna com irradiação para um ou mais membros (Cervi-

co-braquialgia, Lombociatalgia); Edemas e Hematomas; Entorses Articulares (Joelho, Tornezelo, Punho); Sub-luxações e Luxações; Periartrite do Joelho. O gelo poderá ser aplicado também no período pós-treino como forma preventiva de lesões, pequenas inflamações e recuperação muscular. A termoterapia refere-se à obtenção de efeitos terapêuticos por via da aplicação de calor no local da lesão. O calor estimula a circulação sanguínea, deverá ser utilizado para relaxar músculos e melhorar mobilidade. A aplicação do calor deve durar entre vinte a trinta minutos e repetir este processo quantas vezes julgar necessário até obter o efeito. Para que disfunções é indicado? Contraturas e tensões musculares, torcícolos, dores crónicas da coluna vertebral ou de outras articulações. Estes são alguns exemplos de lesões, para o seu caso específico, aconselhe-se com o seu fisioterapeuta.

Clínica Dentária e Osteopática Direção Clínica: Dr.ª Ana Freitas - Medicina Dentária Dr.ª Ana Freitas Dr.ª Silvia Eleutério

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Medo de aranhas?

Joana Crispim Mestre em Psicologia Clínica e formada em Hipnose

Como é que um animal tão pequeno pode despertar um medo tão grande? Este medo exacerbado de aranhas designa-se por aracnofobia. É a mais comum das fobias e possivelmente a mais frequente em animais. Provoca reações inconscientes e involuntárias, desde taquicardia, sudorese, sensação de pânico, tremores, rigidez muscular, etc. A ansiedade gerada por fobias é incoerente com o perigo real a que na verdade corresponde. Quando

o aracnofóbico perceciona o estímulo fóbico automaticamente ele vai desenvolver este medo inconsciente e como consequência a sua reação vai se traduzir na retenção da respiração, o que vai fazer com que o cérebro dele deixe de se oxigenar, o fluxo da circulação sanguínea diminuí o que provoca uma irrigação inconveniente no cérebro. O aracnofóbico têm a perceção de que o medo que sente é inconsciente e totalmente exagerado, no entanto, ele não tem a capacidade de o controlar. Estas pessoas constroem mapas mentais de evitamento, ou seja, mesmo de forma inconsciente evitam sítios específicos onde facilmente poderiam encontrar aracnídeos. Ter repulsa a aranhas não significa que a pessoa sofra de aracnofobia, no entanto, quando este medo condiciona a sua vida então estamos cer-

tamente perante um aracnofóbico. Uma paciente que acompanhei com diagnóstico severo de aracnofobia revelou diversos comportamentos de evitamento no seu dia-a-dia, claramente que ela tinha limitado a sua rotina a este medo excessivo. Todos os dias, ela percorria com os olhos os cantos do hall de entrada do prédio, não estacionava o carro na garagem, sentava-se em locais estratégicos, etc. Estes e outros comportamentos que ela adotava iam contribuindo para a formação e o recalcamento de crenças de evitamento e fuga no seu quotidiano. Claramente que esta fobia tinha dominado a rotina desta mulher. Tal como a maioria das fobias, o aracnofóbico pode recuperar com tratamento psicológico desde que ajustado ao seu caso específico.

CLÍNICA DE MEDICINA DENTÁRIA DA BATALHA DESDE 1995

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mJoão Miguel Oliveira, de 10 anos, da Perulheira, na freguesia de São

Desporto

Mamede, é piloto de karting. É campeão nacional do Troféu Rotax (Categoria Micro-Max) e participa na final Mundial Rotax, de 6 a 11 de novembro, em Portimão. Com a colaboração da sua mãe, Isabel Vieira, conta nesta entrevista como começou a carreira e o que espera do futuro na competição

Piloto de São Mamede disputa final mundial aos 10 anos Quando começaste a interessar-te pelo Karting? Muito cedo. Aos cinco, seis anos, já mostrava muito interesse pelo karting. Em 2014 experimentei durante as férias de verão no Algarve. Depois das férias, fomos ao Euroindy e após uns rápidos testes, o senhor Pragosa mostrou-se interessado em ter-me na sua escola de karting. No ano seguinte comecei na escola de karting no Euroindy e participei na Formação Karting ACP 2015. Houve uma corri-

da final e venci. Nessa altura, decidimos (com os pais) que deveria passar para as competições nacionais em 2016, no caso para o Troféu Rotax, pela sua maior visibilidade internacional. Quais os resultados que tens obtido? Em 2016 alcancei o 7º lugar no Troféu Rotax. Foi uma evolução prova a prova, cada vez com melhores resultados até chegar à final mundial.

Quais são os teus objetivos no karting? Quero participar na Fórmula 1. (Para os pais, os objetivos são que se divirta e dê o seu máximo). Quais são os momentos que mais recordas até agora? As primeiras provas, com a exigência física e mental necessária para me preparar para a competição. O cuidado com alimentação e o seu timing certo, a preparação física com a grande ajuda de Beto e Inês, do

Batalha Fit, até ao controlo das emoções, antes e após as corridas. Quem são os teus principais patrocinadores? São a Dconstrutiva e A Bela Noiva, ambas empresas da minha família. Sem o seu apoio não seria possível competir. O karting é um desporto caro? Depende da “carteira” de cada um, para nós é caro, mas ainda assim acessível. Não seria possível participar nas duas competições nacionais, tanto pelos custos como pelo tempo necessário.

p João Miguel Oliveira venceu o Troféu Rotax

Quais são os teus principais passatempos? Jogos de consola, principalmente Formula 1, radiomodelismo 1/8TT e futebol. Como é que os teus pais encaram o facto de te dedicares a este desporto? Desde os avós e tios, sempre na família houve quem gostasse de automóveis. O meu pai e a minha mãe gostam de desporto automóvel e dos automóveis, embora nunca tenham participado em qualquer competição. Os meus pais gostam de kar-

p A ambição do piloto é participar na Fórmula 1 ting e começaram a praticar para me acompanhar e ao meu irmão (Pedro, com cinco anos). O meu pai chegou a competir no radiomodelis-

mo 1/8 TT e 10/200 no Campeonato Distrital de Leiria e no Campeonato Regional Centro por uma dezena de anos.

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Cultura Rosas do Lena procura dançadores e tocadores m Os candidatos devem contactar o presidente da direção do grupo ou dirigir-se à sede do agrupamento, na Rebolaria

O Rancho Folclórico Rosas do Lena, da Rebolaria (Batalha) – um dos agrupamentos portugueses mais prestigiados – tem abertas inscrições para os interessados em integrar os seus quadros (dançadores, tocadores, cantadores).

Os candidatos devem contactar o presidente da direção do grupo, José António Bagagem (telemóvel 965164735), dirigir-se à sede do agrupamento, na Rebolaria, às sextas-feiras, pelas 22h00, ou ainda, ao museu etnográfico, também na Rebolaria, aos domingos, entre as 15h00 e as 17h00. O Rancho Folclórico Rosas do Lena completou 54 anos em fevereiro, embora só a partir do verão de 1963, por ação do mestre António Pereira Marques, a marcha formada por um grupo de rapazes começasse a transformar-se num grupo folclórico.

“Ao longo desses decénios, o agrupamento realizou um infatigável trabalho de recolha e de estudo do cancioneiro regional e do trajo camponês, estendendo-se a tudo o mais que era distintivo da região desde os jogos, às alfaias agrícolas, aos brinquedos, à arquitetura rural, indo constituindo um precioso arquivo e formando uma biblioteca etnográfica, ambos únicos na região. E mais tarde, o museu etnográfico”, explica José Travaços Santos, historiador e membro do grupo. Já realizou 32 digressões ao estrangeiro, desde a Espanha à Rússia e da Sicí-

p O Rosas do Lena é um dos grupos mais importantes do país lia (Itália) à Estónia, sendo constantes os convites para participar nos mais prestigiosos festivais. Em Portugal participou em todos os grandes festivais e foi dos poucos convidados para a Expo 98 e para Guimarães Capital da Cultura Europeia. Entre outros espetá-

culos, criou “Um serão na Alta Estremadura”, as oficinas temáticas do museu etnográfico, as exposições “O museu desceu à vila”, o encontro de coros que entoam o Cântico da Quaresma, os encontros nacionais de cantadores e tocadores de instrumentos tradicio-

nais, a “Festibatalha”, as “Tardes na Ponte da Boitaca” e as galas internacionais de folclore da Batalha, que vão na sua 32ª edição. Fundou o Museu Etnográfico da Alta Estremadura e possui uma Escola de Concertinas e Harmónios.

“Estado Febril” vale prémio a Paulo Assim O Prémio Literário Cidade de Almada, promovido anualmente desde 1989 pela autarquia, foi atribuído este ano ao livro de poesia “Estado Febril”, de Paulo Assim, pseudónimo de Paulo Carreira, residente na Batalha. Este ano concorreram 167 obras literárias originais, avaliadas por um júri constituído por José Correia Tavares, da Associação Portu-

guesa de Escritores; Liberto Cruz, da Associação Portuguesa de Críticos Literários, e Graça Pires, em representação da câmara de Almada. O “Estado Febril” é “um livro que sobressai pela excelência da sua estética, pela singularidade da sua linguagem e pela sua força expressiva”, considerou Graça Pires, porta-voz do júri, após a revelação do nome do ven-

cedor, em meados de setembro. “Os poemas dialogam entre si, neste livro que fala de amor. Um amor em que o presente reencena o passado, resgatando um tempo vivido. Como se a organização dos poemas obedecesse a uma viagem interior, o autor tem no fogo e na água os elementos onde se perde e onde se encontra”, acres-

centou. Paulo Assim nasceu em 1965 na aldeia de Casais de Além, Calvaria de Cima e recebeu um prémio pecuniário no valor de cinco mil euros pelo Prémio Literário Cidade de Almada. Ao longo dos anos, a sua obra tem sido contemplada com diversos prémios literários nas categorias de romance, conto e poesia.

p O escritor no dia em que recebeu o prémio

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Património D. Duarte I, Príncipe da Ínclita Geração p Túmulo de D. Duarte e D. Leonor, nas Capelas Imperfeitas

El-Rei Dom Duarte “Leuaté la ferai tant que serai” Fui fiel enquanto vivi ao compromisso da divisa que escolhi. E se uma vez o não cumpri quando a sina de ser rei mo quebrou, cedo me redimi porque morri na dor da única traição que cometi. É um texto belo e muito expressivo este que transcrevo de “VISEU – Letras e Letrados Viseenses” de Maximiano Aragão (Dr. Maximiano Pereira da Fonseca Aragão, natural de Fagilde, Mangualde, 1853/1929), edição da “Seara Nova, Lisboa, 1934”, sobre a recepção, em 1391, à Rainha D. Filipa de Lencastre pelo povo da muito nobre cidade de Viseu, quando a excelsa mulher de D. João I ali se dirigiu para aguardar o nascimento do seu segundo filho, D. Duarte, futuro rei de Portugal dado que o primogénito dos fundadores da Dinastia de Avis, o Príncipe D. Afonso, faleceu com 10 anos vindo a ser sepultado

na Sé de Braga, sendo ele e sua irmã, a notável duquesa de Borgonha D. Isabel, os únicos filhos do régio casal que não foram sepultados na Batalha: “(…) E tanto que chegados foram ao pé da casa onde estava a senhora Rainha (D. Filipa de Lencastre) e o seu pai (duque de Lencastre), que era em S. Pedro, se fez sinal com as canhorras, trompas, clarins, tambores e outras gaitas e até com as achincalhadeiras do juiz do povo (…) como fosse passado algum tempo da assuada, o juiz do povo alevantou a vara e toda a assuada cessou e o senhor Deão da sua mula, tirou o barretim de borlas, que en-

tregou a um dos coreiros (que faziam coro) (…). E então se fez segunda assuada e as mulheres da rua atiraram para o ar as chapeletas e para o mirante com trovas de diversas qualidades (…). E então a senhora rainha começou a fazer mesuras e tocaram os clarins do senhor duque, mailas trompas, pois nem canhorras, nem tambores, nem achincalhadeiras traziam na comitiva (…) pelo que foi muito saudado e achincalhado, o que ele agradeceu com mesuras (…). E se fez a dita ponte de três braças de largura com toda a segurança e se cobriu pela parte de fora com pernadas de loiro, alecrim e murta, com enfiadas de flores naturais e feitiças, e se lhe pôs um sobrecéu muito enfeitado de laços com brilhantins de permeio. E dum e doutro lado das guardas havia uma carreira de doze lâmpadas de espelhar, entremeio de duas carreiras de trinta lampelhas para de dia fazerem vista e de noite darem clareza e brilho. “(…) E tanto que rompeu a alba no dia 10 de Agosto (1391) se fez assuada com duas achincalhadeiras do concelho e uma muito arti-

ficiosa e de mui grande som em cinco tons que, por encomenda do senhor Deão, fez mestre Jacó de Flandres, com oito tambores e três zabumbas, seis flagolés, cinco trompas e doze canhorras (…) terceiramente ia o estrondo de solfas, composto de quinze gaitas, uma achincalhadeira e um zabumba. Em quarto lugar, as raparigas das danças e seus conversados com adufes e bandolins (…). (…) de modo a seu tempo pegarem lume a seis bufões de estralejar, que eram máquinas de fogo, cada um com quatro estalos (…)” Ao contrário do que alguns nomes de instrumentos podiam fazer crer, como é o caso das achincalhadeiras, e dos termos achincalhar e assuada, a Rainha D. Filipa de Lencastre foi recebida com grande regozijo e provas de maior respeito e de muito carinho na cidade de Viseu onde, em 31 de Outubro daquele ano de 1391, haveria de dar à luz o seu segundo filho, D. Duarte que, pela morte do irmão primogénito D. Afonso, seria o herdeiro do trono. Mas vamos saber o que eram as achincalhadeiras

e o que quereriam dizer achincalhar e assuada, naqueles tempos ainda medievais. Achincalhadeira era um instrumento de percussão, de arame, com soalhas, então seriam de cobre como se vê nos pandeiros da mesma época (há uma boa reprodução dos pandeiros nos anjos músicos do pórtico principal do nosso Mosteiro), mas tudo em ponto maior e com um cabo por onde se pegava para a sacudir. Achincalhar, portanto, era festejar alguém ou alguma coisa, com alegria e, com certeza, com imenso barulho. E assuada, então, era manifestação de muita gente, neste caso a revelar contentamento e alegria. Aos instrumentos de percussão e de harmonia juntavam-se os bufões de estralejar e outras máquinas de fogo o que devia dar azo a tal estrondo que os animais domésticos, diz-se em documento do século XIV, fugiam com medo e os cães punham-se a uivar… A matéria explosiva dos bufões seria, no século XIV, constituída por uma massa talvez de salitre, enxofre e cinza de vidros. O leitor interessado em

s Casa da Madalena

Peça a peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura Termino neste número, a visita à sala das miniaturas, e não só, do Museu Etnográfico da Alta Estremadura que, como o leitor sabe, se situa na Rebolaria e foi fundado e é administrado pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena. Na fotografia vê-se um casal de camponeses envergando um trajo domingueiro. Ela com blusa e saia de chita, da afamada chita de Alcobaça, branca com florinhas vermelhas,

lenço aberto e com as pontas caindo livremente, uma das várias maneiras de colocar o lenço da cabeça, chapéu janota (de abas verticais) inclinado sobre a testa e algibeira exterior. Embora não se vendo na fotografia, tem arrecadas douradas. Os brincos, ora simples ciganinhas (pequenas argolas de ouro), ora brincos mais caros, eram usados por todas as mulheres e raparigas praticamente desde a nascença.

A condição feminina exigia este ornato. O homem com camisa com colarinho de adorno, colete com corrente do relógio, muitas vezes prendendo apenas uma pequena bolsa, jaleco, calças de boca-de-sino e botas de atacar. Na cabeça o chapéu leirenense que tinha normalmente onze centímetros de aba e a copa redonda. Em dias festivos era costume enfeitarem os chapéus com penas ou flores. Na mão

um varapau ferrado, complemento essencial ao trajo nasculino. Ao fundo duas aguarelas do pintor Guilherme Correia, da Marinha Grande, reproduzindo um camponês e uma camponesa da nossa região que é a Alta Estremadura e, como o nome indica, norte da histórica província da Estremadura a que pertencemos. Guilherme Correia, irmão do notável escultor Joaquim Correia,

é um aguarelista de desenho apurado e de enorme sensibilidade. Ao lado, uma aguarela do pintor leiriense Artur Franco, outro nome consagrado das Artes, reproduzindo um aspecto do “Mercado do Século XIX” na praça de Mouzinho de Albuquerque, na Vila da Batalha. Vê-se ainda um cantinho da divisão em que se expõe a sala de aulas da 1ª metade do século XX e a J.T.S. respectiva cantina.

conhecer os instrumentos de harmonia desse século (saltério, órgão portativo, viola de mão, o actual violão, e viola de arco, o actual violino, cítola, mandora ou mandola e charamela) e um de percussão, (o citado pandeiro), vê-los-á na 2ª arquivolta, a contar de dentro, do pórtico do monumento da Batalha. Continuarei no próximo número com algumas notas sobre el-Rei D. Duarte I, mas antes de terminar este apontamento, chamo à atenção os leitores para duas gralhas do apontamento do mês de Setembro, que inexplicavelmente deixei passar na revisão, que fiz, com certeza, sem o devido cuidado, pelo que peço desculpa. Assim, onde se lia: “… se haveria de construir um terceiro (referia-me a claustro) no tempo de D. João II”, devia estar “se haveria de construir um terceiro no tempo de D. João III” e, quase no final, “Como se sabe Mateus Fernandes dirigiu as obras até 1415” devia estar “Como se sabe Mateus Fernandes dirigiu as obras até 1515”. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (175)


Jornal da Batalha

Cultura Batalha

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“O Alguidar” apresenta na vila a sua nova peça m A história de Gabriela e o seu primeiro dia de trabalho num call center. Aparentemente, tudo parecia ser perfeito

O grupo de teatro amador “O Alguidar”, de Lapa Furada, na freguesia de São Mamede, apresenta no sábado, 28, no auditório da Câmara da Batalha, o seu mais recente espetáculo: “Eu sou a mais frita de todas as batatas”. A peça, a exibir a partir das 21h30, destinada ao público adulto (M/14), promete divertir com a história de Gabriela e o seu primeiro dia de trabalho. A Gabriela é uma mulher vulgar, como tantas outras que lutam diariamente contra o flagelo do desempre-

p O grupo foi fundado há dois anos na Lapa Furada go. A luz na sua vida surge quando consegue um emprego num call center. Aparentemente, tudo parecia ser perfeito.

Entusiasmada com o primeiro dia de trabalho, sente-se preparada para qualquer problema, terramoto ou tempestade. Gabriela co-

Livro revela como a água chegava ao mosteiro

p Momento em que foi descerrada a placa na nascente de água A reedição pela câmara municipal do estudo “Sistema hidráulico do Convento Dominicano de Santa Maria da Vitória”, da autoria do professor Virgolino Jorge, (Universidade de Évora), foi apresentada ao público no dia 17 de setembro. O estudo, editado originalmente em 1996, sintetiza a gestão primitiva da água

do Mosteiro da Batalha, resultado de prospeções efetuadas no terreno há mais de 25 anos. O trabalho dá a conhecer um projeto de engenharia hidráulica que remonta aos meados do século XV, e constitui um testemunho singular na história da hidráulica monástica e conventual portuguesa.

A obra contém informação sobre como é formado o sistema de abastecimento de água do antigo convento dominicano e o traçado da rede primitiva de água, cuja nascente se localiza na Jardoeira. Na altura foi descerrada uma placa identificativa do local onde se situa a nascente.

nhece e entra numa nova realidade da sua vida. Estará ela preparada para enfrentar a “sua” verdade? À volta do “O Alguidar”

existe uma grande amizade. O grupo de teatro amador passa as sextas-feiras a criar e a partilhar ideias, a acreditar que tudo é possível.

“Conscientes da nossa curta história, cultivamos a essência de Fernando Pessoa e seguimos a ideia de que “para ser grande, sê inteiro nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és, no mínimo que fazes.” Crentes de que, mesmo pequenos seremos grandes, remetemos o convite à população batalhense” para assistir à peça de teatro, refere o grupo. A peça estreou no dia 30 de setembro, com lotação está esgotada, na Associação Cultural e Desportiva da Lapa Furada. “O Alguidar”, fundado há dois anos, conta no repertório com as peças “O Circo Estrela”, protagonizada por um grupo de crianças dos cinco aos 14 anos, “Não há panela sem testo, nem burro sem cabresto” e as peças infantis “Aquilo”, “Plim”, uma peça de natal, e as “Histórias do tapete voador”, concretizadas pela turma dos adultos.


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Batalha Atualidade

outubro 2017

Festival de acordeão permite equipar melhor os bombeiros

para obter dinheiro para adquirir um desfibrilhador automático externo, devido à adesão popular e patrocinadores A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha (AHBVB) promoveu a 4 deste

mês, no seu pavilhão multiusos, 2º Festival Internacional/5º Festival Nacional de Acordeão. Segundo a AHBVB, o festival “decorreu com bastante êxito, e afluência de público, num grande espetáculo com artistas nacionais e internacionais”. No espetáculo, apresentado por Cláudia Santos, participaram Jeremy Lafon, artista francês campeão do mundo, e os por-

tugueses Nelson Marto, Bruno Gomes, Rodrigo Maurício e Jorge Alves A AHBVB destaca o facto de “o evento ter sido idealizado e organizado pelo sócio da associação António Caseiro, a quem os bombeiros agradecem profundamente”. “Podemos dizer que os objetivos iniciais foram largamente ultrapassados, pois se inicialmente a intenção era obter fundos

para adquirir um desfibrilhador automático externo (DAE), essa meta foi superada graças à adesão popular e aos patrocinadores”, refere a AHBVB. “Assim, vai ser-nos possível ainda modernizar o interior de algumas ambulâncias de modo a servir a população com mais eficácia, como é sempre nosso timbre”, conclui.

Rede cultural une região com diferentes espetáculos A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) está a desenvolver o projeto “Região de Leiria – Rede Cultural”, que pretende promover a descentralização, diversificação e qualificação da oferta cultural e artística na região. O projeto é financiado com fundos comunitários do Centro 2020, significa um investimento global de 900 mil euros, a concretizar entre 2017 e 2019, e envolve os 10 municípios da CIMRL, incluindo o da Batalha. Esta programação cultural em rede pretende “dar ênfase ao que de melhor se produz no território no domínio da cultura, reforçando os fatores identitários, na perspetiva de aumentar a atratividade turística da

p Projeto pretende abranger diferentes públicos e artes região”, segundo a CIMRL. A “Região de Leiria – Rede Cultural” tem por base três temas/ações comuns a toda a parceria: o Centenário Mariano de Fátima; o Ano Europeu do Património Cultural, assinalado em 2018; e Natureza e

Autocarros vão parar apenas 15 minutos Os autocarros de turismo que estacionam junto ao mosteiro passarão em breve a parar no parque da zona desportiva, podendo ficar no local atual apenas 15 minutos, o tempo considerado suficiente para deixar ficar os passageiros. Por outro lado, ao chegarem à vila, os motoristas serão informados do estado da lotação do parque junto ao mostei-

ro, num painel eletrónico, podendo seguir de imediato para outra zona, caso esteja completa. A autarquia entregou o plano de reordenamento da zona a uma empresa privada e a solução é semelhante à existente, por exemplo, em Fátima e já está contratualizada, mas ainda não foi adjudicada. Para que o sistema funcione, a zona vai ser dotada de rede wi-fi.

Teresa Jordão volta ao futsal sénior

p O festival foi um sucesso artístico e na adesão popular

m Superada meta

Jornal da Batalha

Recursos, a marcar a programação a realizar-se em 2019. Estão programadas atividades em áreas como música, dança, teatro, comédia, magia, marionetas, oficinas de teatro, entre outras. Está ainda prevista a rea-

lização de um grande espetáculo (“Festival Internacional de Magia da Região de Leiria”), de caráter intermunicipal, a decorrer em simultâneo nos 10 municípios da região de Leiria, valorizando como palco o património natural.

A treinadora Teresa Jordão voltou a assumir o comando do plantel sénior de futsal feminino do Centro Recreativo da Golpilheira, ocupando o lugar deixado vago por Ricardo Ramos, função que tinha abandonado na época transata. Após 14 anos ao serviço do clube, onde conquistou um campeonato nacional, Teresa Jordão deixou o cargo na temporada passada, ficando encarregue da equipa de juniores, que conduziu à final four da taça nacional, e da coordenação do

futsal sénior. Teresa Jordão ganhou o prémio de Quina de Ouro de 2016, na categoria de Melhor Treinadora de Futsal Feminino.

CARTÓRIO NOTARIAL DE MANUEL FONTOURA CARNEIRO PORTO DE MÓS Certifico para fins de publicação, que por escritura de justificação celebrada neste Cartório Notarial, no dia três de outubro de dois mil e dezassete, exarada a folhas cento e vinte e uma a folhas cento e vinte e duas do Livro de Notas para “Escrituras Diversas” Trezentos e Cinquenta e Oito — A: ADELINO ALEXANDRE TOMÁS e cônjuge MARIA ISABEL RODRIGUES RIBEIRO TOMÁS, sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, residentes na Rua dos Alexandres, 7, Lapa Furada, São Mamede, Batalha, Nifs: 170 464 423 e 113 042 990. Se declararam, que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico sito em Lapa Furada, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, composto de terra de cultura com oliveiras, com a área de oitocentos metros quadrados, a confrontar do norte com caminho, do sul e do nascente com Manuel Gomes da Conceição e do poente com António Conceição Vieira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 12.718, com o valor patrimonial IMT de € 339,53, igual ao que lhe atribuem. Que adquiriram este prédio por compra verbal a António da Conceição Vieira e esposa Maria Inácia Ângela, residentes que foram em Lapa Furada, São Mamede, Batalha, compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos e oitenta e quatro, já no seu estado de casados. Que, não obstante não terem título formal de aquisição do referido prédio, por força daquela compra verbal, foram eles que sempre o possuíram, desde aquela data até hoje, logo há mais de vinte anos, em nome próprio, defenderam a sua posse, pagaram os respetivos impostos, gozaram todas as utilidades por ele proporcionadas, cultivaram-no e colheram os seus frutos sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, fazendo-o ostensivamente e sem oposição de quem quer que seja, posse essa de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, pacífica, porque sem violência, contínua e pública, por ser exercida sem interrupção e de modo a ser conhecida pelos interessados. Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que os justificantes invocam como causa de aquisição do referido prédio, por não poderem comprovar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais. A colaboradora, (Sandra Marisa Guerra da Silva Oliveira) Jornal da Batalha, edição 327 de 13 de outubro de 2017



A fechar

B Inscrições para a São Silvestre

As inscrições para a São Silvestre da Batalha, marcada para 16 de dezembro, já estão abertas no site https://lap2go.com. A prova é organizada pelo Atlético Clube da Batalha e as inscrições terminam a 12 de dezembro. A competição tem 10 quilómetros e a caminhada seis.

OUTUBRO 2017

“Vou-te matar, mas vais sentir, vai ser aos bocados” m O homem, desempregado, de 34 anos, atacou a vítima durante uma discussão, com uma faca de cozinha, com 12,5 cm de lâmina O homem suspeito de tentar matar a própria mãe à facada, na Batalha, em junho deste ano, foi agora acusado pelo Ministério Público (MP) de Leiria da “autoria material de um crime de homicídio qualificado, na forma tentada”, e continua em prisão preventiva a aguardar julgamento. Segundo o MP, o homem, desempregado, de 34 anos, atacou a vítima durante uma

discussão, com uma faca de cozinha, com 12,5 cm de lâmina, dizendo “vou-te matar”, enquanto lhe encostava a arma ao pescoço. A acusação, cujo conteúdo foi revelado parcialmente no dia 28 de setembro, descreve que a vítima, R.P., “colocou as duas mãos na zona frontal do pescoço e implorou que não a matasse porque era sua mãe”. Apesar deste pedido, o arguido, J.B., desferiu uma facada que atingiu a mulher no pescoço e no polegar da mão direita. Em simultâneo, “em tom de voz sério e ameaçador, o arguido disse: “Vou-te matar, mas vais sentir, vai ser aos bocados”, relata o MP, acrescentando que R.P. con-

seguiu fugir para o exterior do prédio, tendo, entretanto, surgido uma patrulha da GNR de Batalha. O ataque aconteceu no dia 19 de junho, pelas 12h45, no interior da residência da vítima, situada na vila da Batalha, e a investigação do caso foi desenvolvida Polícia Judiciária de Leiria. O arguido continua em prisão preventiva, medida de coação que lhe foi aplicada em 20 de junho deste ano, no âmbito do primeiro interrogatório judicial efetuado no Tribunal de Leiria, “por se verificar a existência de perigo de perturbação grave da ordem e tranquilidade públicas e perigo de continuação de atividade criminosa”, refere o MP.

J.B. é o mesmo indivíduo que, passados 14 dias sobre os factos relatados pelo MP, foi condenado pelo Tribunal de Leiria a cinco anos de cadeia, com a pena suspensa, por quase ter assassinado a sua mulher por asfixia. Neste caso, o Tribunal de Leiria condenou-o., no dia 10 de junho, “como autor material e na forma tentada, de um crime de homicídio qualificado” a uma pena de cinco anos de prisão, suspensa por igual período. O arguido recorreu da decisão para o Tribunal da Relação de Coimbra. O acórdão deu como provado que, no dia 13 de setembro de 2012, J.B. contraiu casamento com a ofendida,

p O homem foi detido pela PJ de Leiria M.S., de 39 anos, de nacionalidade brasileira, e que “o relacionamento entre ambos sempre se pautou por discussões originadas pelo facto dele entender que a sua mulher mantinha uma vida desregrada, não desenvolvendo qualquer atividade profissional, ausentando-se da residência do casal à noite, à qual regressava de madrugada alcoolizada, e que mantinha relacionamentos ínti-

mos com outros homens”. O tribunal deu como provado que, no dia 7 de maio de 2015, o arguido esganou a mulher, quase lhe provocando a morte. Para que o crime não tivesse sido concretizado, muito contribuiu a mãe do agressor, R.P. - mais tarde por ele atacada à facada - , que deu um pontapé na porta do quarto, entrou, afastou o filho da vítima e ligou para o 112. Publicidade


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