Jornalzen - Janeiro/2021

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JORNALZEN ANO 16

JANEIRO/2021

O JORNALZEN está completando 16 anos de circulação ampliando a interatividade. A partir desta edição, é possível clicar nos anúncios e links que estiverem em azul nos textos,mais um recurso em benefício dos leitores e anunciantes. Agora 100% digital, o jornal intensifica o processo de levar seu qualificado conteúdo a um público cada vez mais maior. Boa leitura!

ARTIGOS NESTA EDIÇÃO

Os desafios da inclusão escolar no pós-pandemia

Ho’oponopono para fortalecer a imunidade Pág. 7

Pág. 4 Divulgação

AMIGOS DO BEM Voluntários da instituição eleita pelo Instituto Doar como a melhor organização do terceiro setor no Brasil em 2020. A ONG atende 75 mil pessoas do sertão nordestino com projetos de educação, trabalho e renda, moradia e saúde.

Nº 191

www.jornalzen.com.br

ZENTREVISTA

Mario Barila Pág. 3


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PANORAMA

CLÉLIO BERTI Semana Yôga na Alma Em janeiro, de 25 a 31, teremos a Semana Yôga na Alma. Nela, compartilharei conteúdos que só estão nos melhores livros e, alguns, nem nos livros estão. Em 2021, completo 40 anos de estudo e prática do yôga. Acumulei muito conhecimento e experiência. Na Semana Yôga na Alma, compartilharei parte desses conhecimentos, de forma totalmente gratuita. Você pode inscrever-se acessando os links de WhatsApp – https:// chat.whatsapp.com/ERJn7sqK97r6curNMek3C3 ou Telegram – https: //t.me/yoganaalma. Depois, aceite entrar no grupo. Nesses grupos entregarei o conteúdo da Semana Yôga na Alma. Você terá, ainda, a vantagem de receber uma aula de meditação e uma aula de yôga por mês, gratuitamente.

Esses conhecimentos são direcionados para pessoas que desejam tornar-se professores de yôga; professores que queiram reciclar seus conhecimentos; e praticantes sérios de yôga, iniciantes ou avançados. Para conseguir bons resultados na prática do yôga, você precisará de um conhecimento profundo. A teoria apontará o seu norte e permitirá ajustar coisas que não estão funcionado. Com a base teórica sólida, você poderá praticar tranquilo, pois terá parâmetros seguros para fazer os ajustes necessários. Boa teoria e prática consistente por longos períodos trazem a expansão da consciência. Invista em bons cursos e acelere a evolução.

Av. José Bonifácio, 1.030 Jd. Flamboyant - Campinas WhatsApp: 19 99725.4241

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JORNALZEN NOSSA MISSÃO:

Informar para transformar DIRETORA EXECUTIVA SILVIA LÁ MON

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DIRETOR/EDITOR JORGE RIBEIRO NETO MARKETING E DIGITAL AMANDA LA MONICA

PARA ANUNCIAR (19) 99561-4785 (19) 99109-4566

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Publicado por JORNALZEN EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA. CNPJ 07.613.582/0001-20

Fundado em janeiro/2005

CUIDAR FAZ BEM Esse é o tema do 26º Sesc Verão, evento promovido pelo Sesc São Paulo com o objetivo de reforçar o cuidado com a saúde física em tempos de pandemia. A campanha vai até 14 de fevereiro. A maioria da programação será digital, mas haverá atividades presenciais levando em conta todos os cuidados. Mais informações: www.sescsp.org.br/sescverao PALESTRAS PARA DEFICIENTES O Instituto Olga Kos promove neste mês de janeiro palestras gratuitas online sobre cidadania e tecnologia para pessoas com deficiência. A agenda reserva um plantão de dúvidas com pesquisadores do instituto (dia 19), além das palestras, dias 26 e 28, na plataforma Zoom Meetings, com início às 19h. Mais informações: www.institutoolgakos.org.br/ FORMAÇÃO DE CONTADORES DE HISTÓRIAS A Associação Viva e Deixe Viver (Viva) está com inscrições abertas para o curso de ensino a distância “A Arte de Contar Histórias e do Brincar”. O interessado também poderá integrar a equipe de voluntários da Viva como contador de histórias em hospitais parceiros. Inscrições (até 10 de março) e mais informações: www.vivaedeixeviver.org.br CURSOS DE FÉRIAS O Centro de Educação Terapêutica Lugar de Vida abriu inscrições para os cursos on-line de férias e de formação clínico-teórica, voltados a estudantes e profissionais de saúde, educação e assistência social com interesse nos campos da infância e nos fundamentos da psicanálise. Inscrições até 28 de janeiro. Mais informações: www.lugardevida.com.br CORRIDA VIRTUAL DO GRAACC O Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc) prorrogou até 28 de fevereiro o prazo de inscrições para sua 1ª Corrida Virtual. São três opções de kits: medalha; medalha e camiseta personalizada; ou medalha, camiseta personalizada e caneca. Inscrições e mais informações: www.funil.99run.com/99run/graacc


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lendária câmera Zeiss Icon, que pertencia ao pai, foi o instrumento do adolescente Mario Barila quando do início de sua paixão pela fotografia. Sempre que viajava, o paulistano buscava retratar os locais visitados. Insatisfeito com o resultado das fotos, procurou estudar o assunto e acabou fazendo vários workshops com Araquém Alcântara, precursor da fotografia de natureza no Brasil e do qual ficou amigo. Nas viagens pelo Brasil havia muita pobreza e dificuldade nos locais visitados, o que levou Mario a buscar uma maneira de ajudar as comunidades visitadas. A forma encontrada foi usar a venda das fotos para promover alguma ação social ou ambiental nos locais fotografados. Desde então o fotógrafo de 57 anos realizou ações de reflorestamento em Fernando de Noronha, na Chapada dos Veadeiros (Goiás) e em Mariana (MG); doou computadores para escolas carentes em Ilhabela (SP), nos Lençóis Maranhenses e nas Serras da Capivara e das Confusões (Piauí); e fez doações para instituições como Tucca – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, Caraivaviva (Bahia) e Pastoral do Menor, no Pará. Nesta entrevista ao JORNALZEN, Mario Barila fala mais sobre seu ativismo e o projeto por ele idealizado por meio do qual, entre outras ações, doa mudas e executa o plantio de espécies nativas da flora dos locais que visita. Desde quando passou a se envolver com o ativismo social? Iniciei o Projeto Água Vida há cinco anos com um convite para realizar uma exposição fotográfica em Ilhabela, litoral de São Paulo. Fotografei as comunidades tradicionais de pescadores nos lugares mais isolados do arquipélago. Na Ilha de Búzios, visitei uma escolinha e fiquei surpreso de ver que a professora estava dando aula usando um computador. O lugar é muito rústico. Não havia luz na época. A professora me contou que o computador era dela, não da escola. Quando realizei a exposição e vendi algumas fotos, resolvi usar o dinheiro para doar um computador para aquela escolinha. Depois fiz uma nova exposição com o propósito de vender as fotos e consegui doar um computador para cada escola das comunidades tradicionais de Ilhabela. Essa iniciativa me rendeu o título de cidadão honorário. O que o levou a idealizar o Projeto Água Vida?

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ZENTREVISTA: Mario Barila

RETRATO CIDADÃO Fotógrafo e ambientalista transformou produção em ativismo social ao promover ações em prol de comunidades visitadas em viagens pelo País Arquivo pessoal

Gostei da experiência em Ilhabela e resolvi fazer projetos semelhantes em outros locais usando o mesmo formato: fotografar, expor, vender as fotos e fazer uma doação que traga benefícios para a comunidade visitada. Hoje, o Projeto Água Vida tem ações sociais e ambientais em vários lugares do Brasil e duas ações no exterior: em Portugal e na Patagônia chilena. De que forma a fotografia pode ser usada como instrumento de cidadania? A fotografia é um importante ins-

trumento de documentação e, como tal, presta relevantes serviços à cidadania. Respeito muito o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas que foram documentar a destruição dos incêndios na Amazônia e no Pantanal, por exemplo. Meu projeto visitou a Chapada dos Veadeiros logo depois do incêndio criminoso que destruiu a região. Fotografei a vida voltando depois do fogo.

Como avalia as políticas ambientais desenvolvidas no País? O Brasil segue uma política ambiental completamente equivocada, que tem origem na visão do presidente da República, que remete ao regime militar, década de 70 do século passado. Naquela época era importante ocupar a Amazônia, abrir estradas, desmatar, abrir caminho para o agronegócio, etc. Hoje as prioridades são outras. A preservação ambiental se tornou muito mais importante. O mundo não aceita mais esse desenvolvimentismo que o Brasil pratica. O País deveria agregar valor à sua gigantesca produção agropecuária e não continuar desmatando como se não houvesse o amanhã. A Holanda, por exemplo, ganha mais dinhei-

“O País deveria agregar valor à sua produção agropecuária e não continuar desmatando como se não tivesse amanhã”

ro com seu agronegócio de última geração que o Brasil. Eles utilizam uma área comparável à do Estado de Sergipe. A Europa sempre importou café brasileiro a preço de banana e fez fortuna vendendo suas lindas máquinas de café expresso e o industrializado. O mesmo raciocínio se aplica a toda produção agropecuária brasileira. O País não sabe trabalhar sua produção e só enxerga a expansão da fronteira agrícola para crescer. Particularmente, adota alguma prática voltada ao autoconhecimento? Pratico um pouco de ioga e reiki. Como avalia a proposta do JORNALZEN, cuja missão é “informar para transformar”? Sem informação não há transformação. O agronegócio brasileiro, por exemplo, deveria se informar sobre a agricultura que está sendo praticada em países mais desenvolvidos, sem agrotóxicos, usando muito menos água, em áreas muito menores e com excelentes resultados. O Brasil deveria se informar sobre como poderia agregar valor ao seu agronegócio. Informação é fundamental para que o Brasil se transforme um dia em um país do primeiro mundo. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? Pense globalmente e aja localmente. Dificilmente uma pessoa irá conseguir resolver o problema do desmatamento na Amazônia, mas qualquer pessoa pode plantar uma árvore no quintal de sua casa ou na sua rua. Acredite que mesmo ações pequenas podem trazer bons resultados. Uma única árvore plantada pode significar tudo para uma família de pássaros que irá morar nela. Se interesse e prestigie ações de grupos já estabelecidos. Todos precisam de doações ou de trabalho voluntário para desenvolver suas iniciativas. Esta é uma ótima maneira de começar para quem está interessado em desenvolver algum projeto social ou ambiental.


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JOÃO SCALFI

A vida e a gratidão Jung asseverou que a finalidade da vida não é a aquisição da felicidade, mas a busca de sentido, de significado. Equivale a dizer que a felicidade, conforme vulgarmente se pensa, é a conquista da alegria, o júbilo por determinadas aquisições, o êxito diante de algum empreendimento, a viagem dos sonhos. Sem dúvida, essas emoções que se derivam do prazer e do bem-estar encontram-se muito próximas da felicidade, que é portadora de mais complexidades psicológicas do que se pode imaginar. No conceito junguiano, o sentido existencial, o seu significado transpessoal, é mais importante do que as sensações que decorrem do ter e do prazer, e transformam-se algumas vezes em emoções que duram algum tempo. Não obstante, analisando-se o fenômeno, pode-se facilmente constatar que tudo quanto proporciona prazer tem caráter efêmero, transforma-se, cede lugar a outros nem sempre ditosos... O júbilo de um dia converte-se, não raro, em preocupação no outro, em desgosto mais tarde. Essa felicidade risonha e simplória de um encontro, de uma explosão de afetividade ou de interesse atendido, quase sempre se constitui véspera de amargura e de dissabor, de arrependimento e de mágoa... O sentido, o significado existencial, entretanto, caracteriza-se pela busca interna, pela transformação moral e intelectual do indivíduo ante a vida, pelo aproveitamento do tem-

po na identificação do eu com o ego. É um sentido profundo, a princípio de autorrealização, depois de autoiluminação, de autoencontro. Necessário estar vigilante para melhor distinguir as sensações que produzem empatia e as emoções que enriquecem de harmonia. O ego prefere o mergulho nas sensações do poder, do gozar, do tocar e sentir. Quando a busca é de sentido, a pessoa não se detém para avaliar o resultado das conquistas imediatas, porque não cessa o significado das experiências vivenciadas e por experienciar. Trabalha o ser interno, inundando-se da luz do conhecimento e da vivência, de tal modo que todo o encanto veste-o de beleza e de saúde. Mesmo que se apresente com algum distúrbio orgânico, isso não lhe constitui impedimento ao prosseguimento da sua necessidade de sentido, por compreender que se trata de um acidente natural ínsito no processo no qual se encontra, avançando sempre em equilíbrio íntimo. Esse significado estende-se a todas as formas de vida, às mais variadas manifestações existenciais, rumando ao Cosmo... Quando se é grato, alcança-se a individualização que liberta. Para se atingir, no entanto, esse nível, o caminho é longo, atraente, fascinante e desafiador. Fonte: Psicologia da Gratidão (Divaldo Franco/Joana de Ângelis)

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Os desafios da inclusão escolar no pós-pandemia por Diana Serpe

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m maio de 2020, quando o mundo ainda nem suspeitava de que a pandemia atravessaria a barreira do réveillon, a Academia Americana de Pediatria publicou orientações para a reabertura de escolas, com enfoque num grupo especial: as crianças com algum tipo de deficiência. O documento apontava para o fato de que alunos com deficiência podem ter mais dificuldade com os aspectos sociais e emocionais da transição para fora do ambiente escolar e na volta a ele. E recomendava que as escolas desenvolvessem um plano que garantisse um programa de educação individual, ajustando as medidas compensatórias a cada aluno, levando em conta as dificuldades de aprendizado, deficiências e outras particularidades. A lacuna de aprendizado deixada pela pandemia já é um desafio em si, mesmo considerando crianças e jovens sem deficiência. As aulas on-line e as ferramentas implementadas às pressas pelas escolas não foram suficientes para suprir um distanciamento tão prolongado – que no Brasil durou quase um ano letivo inteiro. No caso das crianças e dos jovens com deficiência, a falta de entrosamento com os colegas é ainda maior, sem contar a perda do vínculo com a escola, o desinteresse em participar das atividades, o desconhecimento dos conteúdos trabalhados e a dificuldade adicional dos pais – que não possuem preparo técnico – de orientarem seus filhos em casa. O resultado é que a inclusão, que já não ocorria como deveria na educação brasileira, parece ter sido negligenciada. A esperança, agora, é a vacina. Não apenas no Brasil, mas no mundo. Por aqui, as escolas não reabriram nem mesmo com o recuo dos números de casos e mortes, até porque não tivemos a chance de viver o fim de uma primeira onda de coronavírus. Experimentamos a estabilidade, seguida de um aumento de casos preocupante, que reforça o coro de que não iniciaremos o novo ano letivo com aulas presenciais. No máximo, teremos um modelo híbrido. Nesse contexto, há que se privile-

giar posturas inclusivas que garantam que todas as crianças, sem exceção, tenham o direito de participar das atividades propostas pela escola, sejam presenciais ou remotas. Isso inclui uma série de iniciativas que precisam ser pensadas, pelo poder público e pelos entes privados, num plano nacional. As aulas em vídeo, por exemplo, devem contemplar recursos de acessibilidade como audiodescrição, tradução em Libras e closed caption. O acesso à Internet precisa ser garantido, com prioridade, para aquelas famílias que, além de não possuírem recursos, contam com crianças especiais em idade escolar. Os professores, igualmente afetados pela pandemia, precisam ter acesso a treinamentos especializados que favoreçam a troca de experiências e criação de estratégias para enfrentamento das dificuldades do aprendizado de crianças especiais. Além disso, os pais precisam ser apoiados, para que não se sintam solitários nessa guerra. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 46 milhões de brasileiros possuem alguma deficiência mental ou física. Desse universo, não há um número preciso sobre a porcentagem de pessoas que estão em idade escolar. Mas os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), relativos a 2018, dão conta de que 1,2 milhão de alunos com deficiência estavam matriculados em escolas no país – informação que certamente deixa de lado crianças e jovens que não possuem acesso algum a qualquer tipo de formação educacional. A despeito da subnotificação, uma população na casa do milhão, formada por crianças e jovens que compõem o futuro dessa nação, não pode ser ignorada. Nem mesmo numa situação de pandemia. Coronavírus não é desculpa para a exclusão. Diana Serpe é advogada. Atua nas áreas de Direito de Saúde e Direito da Educação. Criadora do Autismo e Direito, com perfis nas redes sociais que visam informar o público sobre as questões legais referentes à pessoa autista e seus familiares. www.facebook.com/autismoedireito


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MÁRCIO ASSUMPÇÃO

A mente “gaveta” Todo mundo teve ou tem em casa uma gaveta da bagunça. É onde vamos entulhando um monte de coisas e chega um momento que não cabe mais nada, e ela emperra. A única solução é tirar tudo, ver o que tem lá dentro, fazer uma triagem, jogar fora o que não vai ser usado e depois organizar a gaveta corretamente. É possível que durante a triagem encontremos uma série de “coisas” das quais nem lembrávamos mais. Muitas vezes nossa mente é como essa gaveta – vamos colocando tanto conteúdo, ideias e informações que chega um momento em que ela está tão repleta e gera muitos problemas. A maior dificuldade para quem está começando a praticar yoga é lidar com essa mente. Quando paramos e prestamos atenção no nosso corpo, na respiração, nos pensamentos e emoções, começa a emergir todo esse conteúdo mental que estava lá, parado e emperrado. É preciso paciência e perseveran-

ça para organizar essa mente e o primeiro passo é deixar ela se limpar. Isso acontece naturalmente com a prática das posturas e respirações do yoga. Todas aquelas informações vão sendo drenadas e, assim, o que fica é o essencial. O praticante vai aos poucos desenvolvendo a capacidade de estar bem consigo mesmo. A “gaveta mental”, aos poucos, vai se organizando. A expressão popular “estou com a cabeça cheia” ilustra bem essa sensação que sentimos quando não priorizamos um espaço para a reflexão e o autoconhecimento. Na era digital, o problema tem se agravado ainda mais. A quantidade de informações que recebemos e trocamos diariamente se multiplicou vertiginosamente com as redes sociais e aplicativos. Eles foram criados para facilitar nossas vidas, mas se não forem bem usados, podem torná-la um inferno. É comum vermos pessoas respondendo mensagens durante um filme no

A poesia que há no fim por Andreza Carício

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ivemos tempos instáveis em todos os aspectos, sociais, econômicos e emocionais. Ser vulnerável é necessário. Brené Brown, autora e palestrante americana, disse: ser vulnerável não é conhecer vitória ou derrota; é compreender a necessidade de ambas, é se envolver, se entregar por inteiro. Meio caminho andado nós já temos, conhecemos o sucesso e o fracasso, mas em qual destes dois será que nossa mente quer permanecer? Racionalmente a resposta vem rápido, mas colocar em prática um caminho harmonioso para grandes, e por vezes acredite pequenas conquistas como se levantar pela manhã, tem sido excruciante para muitas pessoas. Não falo de “achismos”, esta é a conclusão de milhares de mensagens que recebo diariamente de pessoas que buscam por

algum tipo de ajuda ou epílogo para uma fase ruim. Nossos pensamentos são treinados desde o início de nossas vidas. Quando nos dizem que é feio chorar, por exemplo, acabamos por criar a imagem de que sentimentos tristes devem ser escondidos. E aqueles que os demonstram são tidos como fracos ou mentalmente instáveis. Por isso, para alguém como eu, que passou por inúmeras fragilidades, perdas irreparáveis frutos de uma sociedade muitas vezes inóspita, essas mensagens chegam como um alívio. De alguma forma me sinto em paz por essas pessoas buscarem ajuda e encontrarem conforto. As causas para as “derrotas” são muitas. Separações, desemprego, mortes pela Covid-19, falta de assistência social, entre tantas outras. Então, como voltar a acreditar? É preciso mapear o seu padrão de comportamento. Estudei por

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cinema ou numa peça de teatro. A pergunta é: “o que estão fazendo ali?”. Outras colocam a sua vida e a dos outros em risco no trânsito, atravessando a rua e em muitas outras situações, simplesmente porque não conseguem se desligar do celular. A mente de uma pessoa que está nessas condições é como aquela gaveta emperrada, cheia de coisas e pronta para explodir. Uma gaveta assim acaba virando um depósito de entulhos. Uma mente nessas con-

dições, acaba virando um depósito de informações e pensamentos, gerando perturbações e sofrimentos. Por isso, “estar bem consigo mesmo” significa encontrar um espaço interior para solitude, silêncio e o autoconhecimento. Busque na sua vida algo que possa ajudá-lo a lidar com essa mente. Que tal começar pela arrumação daquela gaveta bagunçada em casa? Pode servir de inspiração. Namaste.

anos técnicas como mindfulness, EFT (Emotional Freedom Techniques), Ho’oponopono, EMDR (do inglês Eye Movement Desensitization and Reprocessing), coerência cardíaca, condicionamento pavloviano, feng shui, LPF (Low Pressure Fitness) e muitas outras. Envolvi completamente métodos científicos, espirituais e de força física para um único direcionamento: conquistas positivas. Algumas situações na vida são inevitáveis, mas aprendi com pessoas como Augusto Cury, Gary Craig, Heinrich Hertz, Francine Shapiro, padre Fábio de Melo a como responder a elas. E isso fez a diferença. Jamais deixei de sentir a tristeza que o momento exigiu, mas reconectar-se com o sentido do que te faz amar o que se perdeu é fundamental. Em minha vida tenho dezenas de exemplos relacionados a isso. Quando não passei no exame de magistratura, por exemplo, sofri sem imaginar quanto aquilo era uma bên-

ção. Eu nem suspeitava, mas se tivesse passado no tal exame, meu caminho certamente não teria sido o de plenitude, pois eu não estaria trabalhando em algo que amo. Assim como o universo, precisamos aprender a lidar com a pandemia, as frustrações, a agonia do que está por vir e o luto do que já foi. Se cada um de nós que receber uma mensagem de alguém que precisa de ajuda, superar suas dores existenciais para ser útil ao próximo, teremos a oportunidade de não só repensarmos nossas dificuldades como olharmos nossas decepções por outros ângulos. Aprende-se pela dor ou pelo amor. Todo Santo Dia a dor chega a um fim próximo, mas peço que acreditem e a vejam como a poesia que poderá ensinar possíveis desdobramentos e acontecimentos em sua vida. Andreza Carício é autora de Todo Santo Dia (Literare Books), palestrante e tabeliã andrezacaricio@windowslive.com


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RENÉ SCHUBERT

Com estresse, abrace “Mas o melhor do abraço não é a ideia dos braços facilitarem o encontro dos corpos. O melhor do abraço é a sutileza dele. A mística dele. A poesia. O segredo de literalmente aproximar um coração do outro para conversarem no silêncio que dá descanso à palavra. O silêncio onde tudo é dito...” (Ana Jácomo) Como abordado nas colunas de 2020, a pandemia fez com que nos afastássemos e distanciássemos de amigos, colegas e mesmo familiares. Isto mudou a forma como íamos ao trabalho, aos estudos, à academia, ao clube, ao parque, ao museu, ao cinema, às lojas, aos restaurantes, aos eventos sociais, aos encontros de família ou amigos, à praia, ao encontro romântico, aos encontros “às escondidas”... entre tantos outros. Tais movimentos e rotinas foram quase reduzidos a zero. Claro, nos adaptamos, nos flexibilizamos, adotamos o distanciamento e recolhimento social por conta de sua importância e eficácia neste momento de crise em termos mundiais. A humanidade adaptou-se. E mudou radicalmente diversas formas e jeitos do “fazer”, do “tratar”, do “negociar”, do “estar” social. Mas certas coisas foram recorrentemente faladas no consultório de psicoterapia (virtual e, infelizmente, raramente, presencial) como faltantes. Muito faltantes. A presença física. Os gestos, olhares e sorrisos. O estar junto. O aperto de mão. O afago amigável. A qualidade da troca e relação presencial. O abraço. Em uma recente postagem em mídia social, lia-se: “Benefícios de um abraço: alivia a tensão, reduz o es-

tresse, ajuda na autoestima, melhora o fluxo sanguíneo, é de graça. Então, está esperando o quê? Vem logo me abraçar!”. Quando tal é pesquisado de forma mais cuidadosa, descobre-se que sim... tudo isto, e mais, são possibilidades trazidas por um abraço. E há muitas pesquisas falando sobre os diversos efeitos positivos trazidos pelo abraço, abraçar e ser abraçado(a). O abraço dado por alguém querido(a) de fato nos acalma e isso não é algo somente psicológico, foi comprovado em diversos estudos: faz bem para a saúde e precisa ser feito diversas vezes! E prolongadamente, se possível. O abraço libera oxitocina, o hormônio do bem-estar e reduz os níveis do cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. Segundo artigo na revista Veja (2018), “o contato físico entre casais, amigos ou familiares pode aliviar estresse, melhorar a saúde cardíaca e impulsionar o sistema imunológico”. Também em artigo, na revista Superinteressante (2018): “Não é discurso religioso nem palestra de autoajuda, é um pedido de Tiffany Field, diretora do Instituto de Pesquisas do Toque da Universidade de Miami. Segundo ela, o contato físico faz maravilhas por sua saúde física e mental. Pode reduzir depressão, estresse e agressividade”. Nestes tempos em que muitos de nós estamos isolados, distanciados, calados, intocados, retraídos, tristes, sozinho(a), virtuais e on-line demais... este é um gesto simples e eficaz – quando possível e permitido – abertura, disponibilidade, corpo no corpo, coração com coração... estar junto. Abraçar!

Atendimentos presenciais e on-line

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Narcisismo e poder por Sonia Pittigliani Do alto do Olimpo, a deusa Nêmesis condenou Narciso, uma pessoa de extrema beleza, a apaixonar-se pela própria imagem. Certo dia, cansado após um penoso dia de caça, ele debruçou-se sobre um lago para tomar água e viu o seu reflexo espelhado. O resultado: ficou apaixonado no mesmo instante. Narciso, então, passou o resto de seus dias admirando a própria imagem refletida. Sem comer e sem beber, ele definhou até morrer [...].

Esse conto da mitologia grega ajuda a compreender a extensão do amor próprio e a vaidade. Já para a psicologia, o narcisismo é um transtorno de personalidade e suas principais características são o padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. São pessoas que superestimam suas capacidades e exageram suas realizações, pois acreditam que são únicos e especiais. E, por se limitarem ao que fazem e pensam, a maioria das pessoas significa pouco para eles. Já em suas relações sociais e pessoais, a inveja é um sentimento muito característico entre os narcisistas. Além de terem esse sentimento em relação às conquistas alheias, aqueles que possuem o distúrbio acreditam que os demais também invejam suas conquistas. Dessa forma, não são bons companheiros, pois sua falta de receptividade os torna incapazes de ajudar os outros. E se, porventura, decidem estender a mão a alguém, somente o fazem para obter notoriedade e aplausos. Os narcisistas também costumam se aproveitar dos outros, principalmente de pessoas bem posicionadas peran-

te a sociedade. Por isso, narcisismo e poder estão intrinsecamente conectados. Aliás, tudo o que está ligado à busca do poder é, do ponto de vista caracterológico energético, uma condição narcisista. A palavra “poder” vem do latim potere e significa “a capacidade de fazer algo, bem como a posse de mando e da imposição da vontade”. Poder, portanto, é uma força que permeia as relações sociais desde o início da sociedade humana, definidas por posições de autoridade. Focado na preservação da vida, o biopoder também surge para estabelecer uma relação de dependência entre indivíduos ou grupos em relação aos demais. Em buscas cotidianas de poder, os narcisistas são capazes de ultrapassar limites morais, éticos, físicos e psicológicos para atingirem seus objetivos. Assim, não irão poupar esforços para derrubar quem estiver em sua frente. Por isso, quando não conseguem a atenção e o poder que desejam, podem reagir com sadismo, agressividade e frieza. Dito isso, é importante impedir que a vaidade interfira na coletividade, a fim de evitar que atitudes narcisistas exerçam um poder tóxico e destrutivo para um indivíduo e para a sociedade. Hoje vivemos num momento histórico global em que a atitude de um interfere na coletividade. O medo impera. Então, devemos refletir sobre como podemos impedir que a fogueira de vaidades, marcadamente narcísica, exerça um poder destrutivo no ambiente em que vivemos. Sonia Pittigliani é psicóloga da Telavita, plataforma de psicoterapia on-line, e conta com 40 anos de experiência nas áreas de psicoterapia breve, psicologia hospitalar e psicologia da saúde www.telavita.com.br/blog/author/soniapittigliani/


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RENATO KALIL UEHBE

Afinal, o que é SAÚDE? Quando você pensa em saúde, qual o primeiro conceito ou imagem que lhe vem à cabeça? Quando de fato deixamos de ter a saúde plena para um momento onde surge a doença? São questionamentos corriqueiros. Vamos tentar entender um pouco mais sobre este tema tão atual e fundamental em nossas vidas. Afinal, o que é SAÚDE? * Não sinto dores; * Não tomo remédios; * Meus exames estão normais; * Não tenho nenhuma doença. Se respondeu uma ou mais alternativas, você não está só. Muitas pessoas tendem a ver SAÚDE de forma mais simplista. É uma visão em funil. Porém, talvez nunca se buscou tanto a saúde integral como nos dias atuais, em que todos lutamos contra a pandemia. É preciso enxergar a saúde por um espectro mais amplo, urgentemente. Saúde é definida pela OMS como o completo bem-estar físico, mental e social – poderíamos acrescentar o espiritual também. É comum as pessoas irem levando a vida e só se aten-

tarem à sua saúde quando algo mais grave ocorre. É aí que está o perigo, pois já pode ser tarde demais. As doenças não surgem da noite pro dia. Somos seres complexos, vivendo num planeta complexo. Vibramos em energia com tudo e com todos os seres à nossa volta. Tudo é interdependente; tudo está conectado de alguma maneira. Quanto mais desequilíbrio vivermos conosco, com os outros seres e com o planeta, maiores e piores serão os reflexos em nossa saúde. Jamais conseguiremos atingir uma saúde mais plena vivendo gangorras comportamentais. É preciso ter uma linha de engajamento e comportamento em relação a si próprio. A Medicina do Estilo de Vida aborda os principais pilares da saúde – são eles: vida ativa, alimentação adequada, gerenciamento de estresse e ansiedade, relacionamentos saudáveis, redução de tóxicos e sono de qualidade. Claro que mudar um estilo de vida enraizado não é fácil. Somos a somatória de nossos antecedentes inclusive, e do mundo que nos cerca. Analisando bem, o mundo de hoje nos leva mais à doença do que à saúde, seja por excesso de trabalho ou pelo bombardeio de in-

formações erradas sobre alimentação. Penso que não há uma cultura de prevenção que vise a saúde integral, mas podemos nos perceber como indivíduos biopsicossociais e, pelo nosso poder, virar este jogo. Basta procurar orientação e informação de qualidade, e dar o primeiro passo. A imunidade, por exemplo, não se resume a apenas tomar um polivitamí nico comprado em farmácia. Nossas emoções, o que comemos de fibras diariamente, o quanto suamos no nosso dia a dia em termos de exercício físico, o quanto ingerimos de água, o quanto respeitamos nosso sono, são muito mais impactantes do que uma cápsula às

Ho’oponopono para fortalecer a imunidade por Marcia Luz

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star com a imunidade em alta é também cuidar para não se deixar abater pela negatividade e o estresse. Uma forma de combater o estresse é a meditação. Um dos mantras mais utilizados é o Ho’oponopono. A técnica utiliza basicamente o amor, o perdão, o arrependimento e a gratidão como as armas poderosas para fortalecer seu organismo. A técnica havaiana com a metodologia da gratidão será uma aliada para blindar a saúde e fortalecer a imunidade. O exercício funciona da seguinte forma: sente-se em um lugar confortável, descruze os braços e as pernas para ajudar no relaxamento.

Leia as dez frases abaixo, e ao final de casa frase repita: “sinto muito; por favor, me perdoe; te amo; sou grato, sou grato, sou grato”.

1) Agradeço pelos meus pensamentos serem agradáveis e felizes. Sei que influenciam na saúde do meu corpo, por isso, mentalizo apenas o melhor. 2) Ingiro alimentos e bebo líquidos que farão apenas bem para cada célula existente no meu corpo. Eu respeito minha saúde. 3) Quando acordo, eu escolho viver uma vida saudável todos os dias. 4) Eu me abasteço de toda a alegria, de todo o amor, de toda a sensação de vitória e de todo o sucesso que habitam em meu coração, e assim experimento

uma vida de paz de espírito. 5) Dou boas-vindas à tranquilidade, ao relaxamento e à paz. Escolho confiar em minha capacidade de encarar situações adversas. 6) Estou em paz. Meu corpo e minha mente descansam na plenitude do meu ser. 7) Eu saúdo a vida e o universo. Estou feliz por poder acordar para mais um dia em que poderei mudar a realidade à minha volta. 8) Permito que meu corpo atraia toda a energia positiva de que necessitar. Essa luz inunda os meus órgãos e as minhas células, e traz a cura para meu ser. 9) Agradeço ao universo por estar vivo, com atitudes que inundam de

7 nove da manhã. Outro aspecto que devemos refletir é o seguinte: como minha saúde se relaciona com a saúde do planeta? Será que existe saúde humana num planeta doente? Pessoas morrem todos os dias em virtude da poluição do ar ou pela poluição das águas. Será que de alguma forma nossa saúde não está conectada à saúde do meio ambiente? Pratique a prevenção, otimize sua saúde. Hoje é o grande dia. Quem sabe amanhã você irá abrir a janela de casa e dizer: agora me sinto conectado(a) ao TODO, me sinto com saúde, a verdadeira saúde.

amor outras pessoas. 10) Ajudar outras pessoas faz muito bem para a minha alma. Ao doar um pouco de amor, sou regenerado e uma intensa alegria inunda o meu ser. Ao finalizar o exercício, respire fundo e sinta a vibração do amor, da saúde, da alegria e da gratidão. Sinta suas células protegidas, blindadas, fortalecidas para lidar com qualquer adversidade, e que nesse momento você está conectado com a saúde, com amor, com a paz, com as bênçãos de Deus ou Força Maior. Repita o exercício várias e várias vezes, sempre que tiver um tempo livre. Cuide-se, e acima de tudo, agradeça, tenha fé e muito amor. Marcia Luz é psicóloga, palestrante, pós-graduada em administração de recursos humanos, especializada em Gestalt-terapia e doutora em filosofia da administração suporte@marcialuz.com


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NATÁLIA MIGUEL

Autor da própria vida Ser autor da própria história – estamos prontos para isso? Responsabilizar-se por cada ato e acontecimento de nossas vidas, sair da posição de vítima e tomar o leme, ter coragem de enfrentar a si mesmo. Conhece-te a ti mesmo! Percebo que nos degraus de amadurecimento da alma todas as ferramentas, técnicas e intervenções convergem para essa máxima. Tudo para auxiliar e possibilitar o indivíduo a conhecer a si mesmo, em níveis profundos, difíceis e dolorosos, caminhos pelos quais a maioria da humanidade ainda se nega a atravessar. Essa perspectiva pode parecer pessimista, mas não é. Pelo contrário – é totalmente eficaz e libertadora. Não tenta induzir as velhas promessas de fórmulas mágicas nem

convencimentos de cura sem que haja esforço próprio. A cura sempre vem pela tomada de consciência. Conseguir ver, enxergar outras perspectivas internas e trazer para si a responsabilidade dos problemas e sofrimentos, ao invés de culpar o outro, o mundo, o governo, etc. Esse é um continuum de amadurecimento bastante interessante. Realmente, quando mudamos a nós mesmos, o mundo muda. Essa é uma tarefa para os corajosos, e 2021, definitivamente, é um ano para desenvolver a coragem, coragem de olhar para dentro, como nunca antes. “Tudo impresso fora é sombra de dentro. Lide com isso, é tempo”.

JANEIRO/2021

Marcelo Sguassábia Revirando papéis, banhas e tranqueiras O Papel, de perfil, juro mesmo: era invisível. Definitivamente, o menino não era chamado pra formar barreira em cobrança de falta. A poucas casas do Papel, do lado direito de quem subia a Rua Prudente de Moraes, morava o Meio. Ou melhor, o Meio Quilo, antes que a molecada abreviasse o apelido. Como dá pra deduzir, o Meio poderia ter tudo, menos obesidade mórbida. No extremo oposto do bullying mirim, tínhamos o Banha e o Quilão, sendo que este último chamava-se Aquiles, o que dava ao apelido ainda mais propriedade. Para contextualizar os tipos físicos sem ofender, digamos que ambos pagariam por dois ou mais assentos em um voo da classe econômica. O Banha era famoso pelas redondezas (sem trocadilho), em razão de sua imensa coleção de catecismos do Carlos Zéfiro, que circulavam por empréstimo e eram

disputados a tapa naqueles idos de 74, 75. Não muito longe dali morava o Zé Muié, menino já com seus 14 anos e cuja munheca era um pouco menos rígida que o da maioria dos machinhos da turma. Eu mesmo já fui o Pantera, por obra e graça de uma camiseta com a figura da Pantera Cor-de-Rosa. Meu irmão, dois anos mais novo, virou o Panterinha pois tinha uma camiseta igual. Isso alguns anos antes de virar Lagartixa, sabe Deus por quê. Beirando o escatológico, impossível não lembrar (sem muita saudade, evidentemente) do bom e velho Ranho. Não pela pessoa em si, mas certamente pelo que lhe escorria pelo nariz 24 horas por dia. Finalizo com o Tranqueira, que por inspiração ou não do apelido acabou enveredando pelo mundo do crime. Que suas condenações sejam leves, meu caro. Nada me tira da cabeça que, no fundo, no fundo, você parecia ser boa gente. Marcelo Sguassábia é redator publicitário


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JANEIRO/2021

2021, o ano V – O Papa por Silvana Rossi (Duda)

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regência do arcano 5 (O Papa) em 2021, segundo a numerologia da cabala, amplia o acesso à sabedoria ancestral, aos valores elevados e aos limites humanos na jornada da vida. A polarização entre o divino e o humano, entre o dogma e a liberdade, entre a emancipação e o apego são temas presentes, trazendo oportunidades de revisar e transformar nosso sistema de crenças, elevando os desejos a valores evoluídos tais como respeito às diferenças, solidariedade, altruísmo, fé, liberdade, autocompaixão, amor incondicional e poder pessoal. A sabedoria presente nesta regência reflete a consciência e a confiança de sermos verdadeiros Deuses/Deusas criadores/as da vida e da realidade. Acessar o conhecimento ancestral está aberto e disponível, seja por meio de

experiências pessoais ou eventos coletivos que continuarão a nos pressionar para a revisão profunda de nossa visão de mundo. Tal pressão está potencializada pela experiência de isolamento social e da ameaça mundial pela pandemia. Interiorização e meditação são caminhos inspiradores para as mudanças que queremos viver e ver no mundo. Acessar essa sabedoria inata e alinhar à vida cotidiana requer abertura para o desapego de valores e crenças limitantes, sabendo que as únicas mudanças possíveis ocorrem dentro de cada um, e a realidade externa é uma projeção desse estado interior. Portanto, em 2021 a manifestação de nossos desejos está potencializada na direção da liberdade e expansão. Ainda em 2021 temos as influências dos números 1 – O Mago; 2 – A Papisa; 20 – O Julgamento; 21 – O Mun-

9 Reprodução/Tarot Crowley

do; 22/0 – O Louco, trazendo a oportunidade de cumprir e concluir um ciclo de vida e iniciar uma nova etapa. Esses cinco estágios evolutivos deste ano, regidos pelo Papa, contemplam: avaliação e o justo julgamento de lições

aprendidas até aqui; reconhecimento das conquistas e a celebração de resultados; transição para o novo ciclo e renovação de energias criativas; início da nova etapa; inspiração e intuição vindas do coração. A regência do Papa nesses cinco estágios evolutivos permite superar as limitações humanas em direção ao divino, ancorando a vida no momento presente e ponderando as polaridades limitantes da velha energia, em direção à plena capacidade de criar a realidade do mundo que queremos viver. Frente aos desafios colocados neste ano, apoiar e aconselhar pessoas ou receber apoio e orientação podem ser experiências reveladoras, dado o exercício do Papa. O estudo do mapa numerológico pessoal para 2021 é um potente orientador para apoiar as mudanças em curso neste ano. Experimente! Silvana Rossi (Duda) é numeróloga (cabala e tarot para autoconhecimento) dudassr@gmail.com

INDICADOR TERAPÊUTICO


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CULTURAZEN Divulgação

Sandra Sula, Carlos Ferraz, Jacqueline Longuini e Vera Longuini na entrega de doação, pelo Grupo Voluntários Dona Lena, de roupas, fraldas e produtos de higiene para mães e bebês atendidos no Hospital Maternidade de Campinas Fernando Schroeder

Elaine Marques, CEO do aplicativo Rede Azul, tema de documentário lançado este mês com debate entre profissionais de áreas distintas que compartilharam seus conhecimentos e visões sobre a situação das pessoas com transtorno do espectro autista

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