Jornalzen Fevereiro 2020

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JORNALZEN ANO 16

FEVEREIRO/2020

Nº 180

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EDUCAÇÃO PARA A PAZ Participantes de projeto da Associação Beneficente Casa da União (Ubem), instituição de Campinas que assiste pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade social com foco na capacitação profissional e ações preventivas. Página 12

NOVA COLUNISTA Carla Béck (foto) é a nova colunista do JORNALZEN. A psicóloga é diretora da Infinita – Engenharia do Potencial Humano (EPH), empresa especialista em desenvolvimento de liderança e carreira. “Saúde mental e o mundo 4.0” é o tema de sua primeira coluna. Página 7

ZENTREVISTA

Rodrigo Barros Pág. 3


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Coronavírus aumenta a necessidade de prevenção por Daniel Alan Costa

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s notícias sobre o coronavírus aumentam a preocupação com a propagação de doenças causadas por vírus e o melhor caminho é aumentar a imunidade e prevenir para evitar o contágio. Muitas vezes receitas simples e caseiras podem fazer a diferença para ajudar nesse combate dentro e fora de casa. As formas de contágio ainda estão sendo estudadas, mas se sabe que a transmissão pode ocorrer entre humanos de espirros, saliva, catarro, tosse, até um aperto de mão ou o contato com objetos infectados. Por isso, o melhor é manter as mãos sempre limpas, lavando com água e sabão e evitando tocar o rosto antes disso, mas nem sempre é possível ter uma pia ao alcance. Nesse caso, o álcool gel faz as vezes e higieniza, ajudando na prevenção. O que nem todos sabem é que dá para fazer um álcool gel caseiro, tão eficaz quando o que vem pronto e ainda escolher a essência que mais agrada, além de aliar a aromaterapia no tratamento. Com álcool isopropílico 90% (quanto maior a porcentagem, maior a eficiência germicida), gel puro de aloe vera e óleos essenciais, ingredientes encontrados em farmácias, é possível obter uma receita poderosa para usar em todos os momentos. Depois é só misturar na proporção 2/3 de xícara de álcool isopropílico para 1/3 de xícara de aloe vera em gel puro, e, por fim, adicionar dez gotas do óleo essencial escolhido. Os óleos de tea

JORNALZEN DIRETORA EXECUTIVA SILVIA LÁ MON

tree, orégano e tomilho são muito indicados por terem propriedades antibacteriana, antimicrobial, antisséptica, antiviral. Algumas das receitinhas de vovó para prevenir as doenças da época também ganham força nos conselhos passados em família. O que nem todos sabem é que as mudanças na alimentação para ajudar a prevenir e melhorar a imunidade já são práticas da medicina tradicional chinesa há séculos. Seguem algumas dessas receitas que vão além da vitamina C, da laranja, da acerola e da cenoura: 1 – Eucalipto - tem propriedades expectorantes, antisséptica e anti-inflamatória e por isso é recomendado para ajudar nas doenças respiratórias. Pode ser usado como chá de suas folhas ou como óleo essencial, diluído em óleo vegetal, para massagens ou para inalação. 2 – Rabanete - cheio de vitaminas, fibras, proteínas e muitas outras qualidades, também tem ação expectorante, propriedades calmantes, além de auxiliar na hidratação. Pode ser usado cru na salada ou no suco, diluído em água. 3 – Alho - é um ingrediente bom também para ser usado em saladas, picado. Pode ajudar a diluir o muco dos pulmões, além de ser rico em vitaminas e muito útil para prevenir gripes e resfriados, além de fortalecer o sistema imunológico. 4 – Alface - apesar de cada tipo possuir propriedades diferentes, todos ajudam no quesito imunidade. Um

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chá com folhas e talos pode trazer muitos benefícios por conter nutrientes importantes para a saúde, como o ácido fólico. 5 – Cogumelo shitake - é um item importante por ser rico em lentinana, que é um poderoso componente para aumentar a imunidade, comprovado por pesquisas na Universidade da Flórida. Para reduzir o risco de contaminação, não só do coronavírus, mas de qualquer tipo de vírus, são recomendadas medidas de higiene básicas co-

mo lavar as mãos e manter os ambientes ventilados. A alimentação é importante para fortalecer o sistema imunológico e o álcool gel um ótimo recurso para levar na bolsa e utilizar ao longo do dia. Medidas simples para evitar grandes transtornos e manter a saúde.

Daniel Alan Costa é especialista em bases de medicina integrativa pelo Albert Einstein, professor de fitoterapia na Universidade de São Paulo (USP), naturopata, acupunturista membro da World Federation Chinese Medicine Societies e coordenador do curso de pós-graduação em naturopatia da Universidade Paulista (Unip)


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O

brasileiro quer e precisa comer melhor. Essa certeza motivou o paulistano Rodrigo Barros a voltar para o Brasil, depois de passar uma longa temporada no caldeirão borbulhante de ideias e inovações, como ficou conhecido o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Apaixonado por pessoas e por inovação, esse ex-jogador de futebol e apresentador de TV se juntou a mais dois sócios para criar a Boali, cujo objetivo é universalizar o acesso à alimentação saudável e propagar o conceito de transformar hábitos e fazer o bem através da comida. O nome da empresa vem da redução e junção das palavras “boa alimentação”. A incrementação do cardápio de acordo com o gosto do público ajudou na expansão da rede, com mais de 30 unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Ceará. A meta é chegar a 80 em 2020. Para Rodrigo, propagar a alimentação saudável por meio de franquias alimentícias é um modo de participar da transformação dos hábitos e disseminar bons exemplos sociais. Nesta entrevista ao JORNALZEN, ele fala mais sobre sua trajetória empreendedora e diz confiar no nível de consciência do brasileiro para ter uma alimentação de mais qualidade. O que o motivou a voltar ao Brasil?

Meu filho. Ele estava com 1 ano e 11 meses. Minha esposa e eu decidimos ficar no Brasil para que ele pudesse estar próximo da família e desenvolver o laço familiar que sempre foi uma prioridade em nossas vidas. Qual é a sua trajetória como empreendedor? Antes, fazia o quê?

Comecei minha jornada profissional como atleta. Fui jogador de futebol dos 9 aos 22 anos. Joguei profissionalmente e decidi parar de jogar quando estava na segunda divisão do Campeonato Português. Percebi que não seria um jogador incrível. A decisão foi mais do que parar de jogar. Me propus a conseguir resultados incríveis. A partir daí, ouvi uma frase: “me diga com quem andas que te direi para onde vais”. Com essa frase, fui motivado a me tornar apresentador de TV para entrevistar pessoas que haviam chegado a resultados extraordinários. Construí uma visão de comunicação e um relacionamento com os maiores líderes do Brasil. Em 2005, lancei a revista Segredo do Sucesso. Durante quatro anos, fizemos mais de 80 eventos em dez cidades do interior de São Paulo. Vendi essa empresa e me tornei sócio de

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ZENTREVISTA: Rodrigo Barros

SEMEADOR DE SONHOS Empresário veio do Vale do Silício para criar mentalidade que faça o brasileiro refletir sobre os hábitos alimentares

uma faculdade e uma empresa de mídia exterior. Em 2012, vendemos o negócio de educação. Foi quando decidi morar no Vale do Silício.

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Sim. O nível de consciência aumentou, não apenas para a alimentação, como para o autodesenvolvimento em geral. A tecnologia também irá colaborar para reduzir a distância entre o público consumidor e os produtores. A Boali ganhará capilaridade e deverá ultrapassar 80 operações em 2020. Nossa expansão tornará viável uma distribuição maior de alimentos saudáveis e teremos novos modelos de negócio pra tornar nossas lojas hubs urbanos de distribuição.

Conte um pouco sobre sua experiência no Vale do Silício.

Após nove anos na televisão, percebi que precisaria passar uma temporada no Vale do Silício, por conta da percepção que criei em relação à velocidade da mudança que estávamos vivendo. Eu sabia que a mídia iria mudar de mão, e a internet seria a principal plataforma para isso. Fui para o Vale e criei uma empresa de tecnologia. Uma plataforma de vídeo com foco em empreendedorismo. Nosso grande ativo foi a tecnologia que construímos e isso eu devo ao supertime que consegui unir, em especial nosso CTO Martin Spier, um jovem brilhante que trabalhava na Netflix como engenheiro de performance. Já com a plataforma, criamos uma competição de startups, que se tornou a maior da Europa, iniciada em quatro países e expandiu para oito países. Fizemos 23 eventos e foi isso que me fez mudar do Vale do Silício para Berlim, em 2015, e depois Lisboa, em 2016. Retornei ao Brasil em dezembro de 2016. O que o levou a despertar para a relação entre saúde e alimentação?

Durante a minha vivência no Vale do Silício, percebi que a indústria da alimentação saudável era extremamente promissora. Além disso, meus hábitos

alimentação saudável no Brasil?

Particularmente, adota alguma prática voltada ao autoconhecimento?

Tenho uma rotina matinal e noturna. A matinal envolve caminhada ou corrida, banho frio, meditação e leitura de notícias positivas. Desde 2013, não leio noticiários pela manhã. Eles trazem uma energia negativa para começar o dia. No período noturno, leio livros e faço meditação antes de dormir. Melhorei muito a qualidade do meu sono. alimentares e de mobilidade foram melhorados morando lá. Isso melhorou muito a minha qualidade de vida. Quais as principais dificuldades em transformar hábitos maléficos?

Cultura. Os hábitos se tornam realidade a partir da mudança do comportamento. Quando chegamos na cultura, ela tem a capacidade de influenciar um novo comportamento que se torna um novo hábito. Precisamos de mais pessoas engajadas e espalhadas com hábitos saudáveis. É possível universalizar o acesso à

“Os hábitos se tornam realidade com mudança de comportamento. Precisamos de pessoas engajadas e espalhadas com hábitos saudáveis”

Como avalia a proposta do JORNALZEN, de divulgar iniciativas e ideias positivas?

Uma iniciativa incrível, que merece ganhar escala. A sociedade em geral consome conteúdo espalhado pela grande mídia, que na sua maioria envolve notícias ruins, crimes, escândalos, entre outras, que não agregam nenhum valor à vida das pessoas. Sou um verdadeiro exemplo de que nos tornamos aquilo que consumimos, não apenas com os alimentos, mas em especial com o conteúdo que colocamos para dentro do nosso cérebro. Parabéns por acreditarem nas boas notícias, boas ideias e boas pessoas. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores?

Autoconhecimento. Palavra essencial para que possamos viver a nossa própria verdade. Olhar para dentro, descobrir nossas competências e habilidades, que irão nos permitir a buscar a nossa própria evolução. Viva aquilo que quer viver, pra você e por você, e não aquilo que a sociedade espera de você. Seja feliz.


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JOÃO SCALFI

A sociedade do futuro e a Nova Era A humanidade progride. Os seres, dominados pelo instinto do mal, e que se acham deslocados entre as pessoas de bem, desaparecerão, pouco a pouco, como o mau grão se separa do bom. Entre os flagelos destruidores naturais que periodicamente assolam a humanidade, a violência predomina. Isso porque os instintos remanescentes da natureza animal alimentam os sentimentos de crueldade e agressividade. O homem violento é pior que o animal selvagem. Enquanto este age por instinto para sobreviver, o ser humano se utiliza dos mecanismos da mente para tornar seu ato mais cruel. Em função dos conflitos emocionais que o aturdem, sua razão é obscurecida pelo ódio, resultante de fatores psicossociais, socioeconômicos e, sobretudo, de ordem moral, que é bem típico do estágio primitivo de evolução em que se encontra o espírito. A Terra tem recebido seres primitivos que se encontravam retidos em regiões inferiores na erraticidade, e tiveram uma última oportunidade de se recomporem neste planeta para uma nova experiência de convivência com seres benevolentes, empenhados na ação do bem. A Misericórdia Divina não desampara ninguém. Sempre dá uma nova oportunidade, mas cada um é responsável pelos seus atos e a cobrança virá, nesta ou na outra dimensão. Aqueles que permanecerem na erraticidade gradativamente serão transferidos para mundos inferiores. Suas vibrações não serão mais compatíveis com o nosso planeta.

A paz indubitavelmente reinará no planeta Terra e os seus habitantes usufruirão da felicidade almejada. Ao mesmo tempo que estes seres que estão na erraticidade tiveram a oportunidade de uma nova reencarnação, a Providência Divina está enviando para a Terra uma nova geração de espíritos superiores, que contribuirão para a regeneração do planeta. As transitórias aflições que atingem a humanidade cederão lugar à compreensão e ao bem, que se instalarão por definitivo no orbe terrestre. Esse estado de violência pessoal, que se expressa no somatório de mil outros, deve ceder lugar à pacificação que cada qual desenvolverá mediante o trabalho de construção do bem em si mesmo e da solidariedade em torno do próximo. As futuras gerações entenderão como era o estado da humanidade no passado, em que os seres terrestres eram considerados ricos em inteligência e pouco avançados moralmente. O momento de transição que estamos passando é conclamado ao despertar para a responsabilidade de todos e o alerta para os dias difíceis que vamos passar até a chegada da ‘Nova Era’. Os seres iluminados que dão amparo e proteção ao nosso orbe vêm intuindo as mentes humanas para a mudança de atitude. Mudança de pensamentos e sintonia, principalmente para o desapego dos bens materiais, que não nos pertencem. É chegado o momento de elevarmos nossos pensamentos para o mundo espiritual, de onde viemos e para onde vamos. Fontes: O Livros dos Espíritos (Allan Kardec); Lições para a Felicidade (Divaldo/Joanna de Ângelis)

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BARBARA PUCHALA

Alimentar a vida! Qual será a relação da alimentação com a vida? Vamos fazer um exercício... Feche os olhos, deixe sua imaginação te levar para o útero de sua mãe. Qual é a sensação? As respostas serão diversas. E, no entanto, invariavelmente, no início de nossas vidas, somos alimentados de tudo o que é preciso para nos desenvolvermos. É simples assim! A alimentação e a vida estão intimamente conectadas e essencialmente relacionadas, desde o princípio. Veja o que Charaka – sábio e médico indiano – fala sobre a alimentação num dos textos clássicos da ayurveda, conhecido como Charaka Samhita: “Tudo no universo busca alimento. Ele é o princípio da vida de todos os seres. Clareza, longevidade, inteligência, felicidade, contentamento, força e conhecimento têm suas raízes no alimento.” Nossa vida se alimenta das experiências e referências culturais, das histórias familiares, das crenças, do ambiente que nos

cerca e de pessoas e grupos com os quais convivemos. A energia dos alimentos que nos nutrem, as emoções e pensamentos, as impressões que permeiam nossos sentidos, nossa mente, nosso espírito..., tudo isso alimenta a vida! Há muito o que refletir e conscientizar sobre o ditado “somos o que comemos”! Ativar a conexão da alimentação com a vida, irá inspirar nossa caminhada para a aquisição de conhecimento e experiências. Enquanto seres humanos, somos únicos na combinação de nosso ritmo de vida, origem, domicílio, relações familiares, profissionais e interpessoais, nas escolhas referentes ao que comemos, em nossas preferências. E se “cada um é cada um” ao mesmo tempo que “todos podemos ser um”, é importante respeitar, compreender e significar as preferências da individualidade e coletividade. E neste movimento, exercitar e desenvolver o processo de tomada de consciência. Percebam a infinidade de opções que temos pa-

ra alimentar a vida ao longo de nossa história: as referências familiares e culturais que criamos e recebemos, nosso desenvolvimento pessoal e profissional, a compreensão e realização de nosso propósito de vida, nossa interação com a família, amigos, comunidade, natureza e com o planeta. Convido a todos para realizarem uma projeção da sua história individual! Observem de que forma têm alimentado sua vida. Estão satisfeitos? O que será mantido no cardápio, o que precisa sair e o que deve ser mudado? Como nos relacionamos com a natureza, com os

5 alimentos e com as pessoas? Como tudo isto alimenta nossa essência e influencia o nosso sentir-pensar-agir? Facilitar a construção de consciência e a realização de escolhas para que possamos curtir plenamente uma vida saudável, feliz e próspera, é o meu propósito de vida! Conheça o trabalho da Alimentavida, que desperta o conhecimento interior sobre a nossa energia interagindo com o ecossistema, através da consciência alimentar, aprendizagem ecossistêmica e terapias sistêmicas.


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PANORAMA

RENÉ SCHUBERT Largada de ponta-cabeça Vou iniciar a coluna com duas reflexões: “Antes de curar alguém, pergunta-lhe se está disposto a desistir das coisas que o fizeram adoecer” (Hipócrates) e “É parte da cura o desejo de ser curado” (Sêneca). No início do ano tivermos diversos eventos e publicações de instituições e grupos de psicologia divulgando o Janeiro Branco. Desde 2014 o mês de janeiro é representado pela cor branca para debater, informar, conscientizar a população em relação à importância da saúde mental. A importância das emoções, das dores da alma, dos espaços de escuta e tratamento. Não ao acaso o mês escolhido é janeiro, pois é o mês que dá início ao ano, mês de reflexão, reinício, momento de colocar as metas em prática, validar estratégias que correram bem no ano anterior e rever aquelas que fracassaram. É um mês que para certas pessoas causa agitação, receios, dúvidas e insegurança – não por acaso sinais que acometem pessoas com transtorno de ansiedade, depressão e pânico. Quadros que têm se destacado e agravado no passar dos anos, afetando a vida familiar, profissional, acadêmica, relacional e pessoal de muitos. Ano passado, em diversos momentos palestrei para jovens e adultos sobre tristeza, depressão, ansiedade, medos, suicídio, agressividade e violência, bullying, quadros compulsivos, uso e abuso de drogas. Vivemos em uma grande cidade, com diversas pressões, tensões, expectativas, desafios, dificuldades. A busca pelo nosso lugar, por realizarmo-nos “perfeitamente” em nosso ambiente acadêmico/ profissional, termos dinheiro e sucesso, sermos bem vistos e quistos, termos muitos views e likes, sermos bons, sermos completos... sermos aceitos.

A questão é: nós nos vemos? Nós nos aceitamos a partir do que vemos? Nós nos escutamos? Buscamos calibrar, realinhar, ressignificar o que vivemos em nosso dia a dia? A Organização Mundial de Saúde afirma que a saúde mental depende do bem-estar físico e social. A mesma também estabelece que somos seres biopsicossociais e espirituais. Ou seja, uma multiplicidade de fatores, situações, agem e interagem conosco, o tempo todo. E nós? Agimos ou reagimos? Observamos e respiramos conscientemente no presente ou engolimos o ar e tentamos suprimir, deletar ou alienarmo-nos do que nos cerca e também pulsa dentro de nós? Sigmund Freud apontava: “somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”. É uma jornada e tanto por esta cultura, por este mundo. Teremos momentos de resiliência e força. E outros nos quais ficaremos frágeis, pequenos. Nos sentiremos sozinhos e incapazes. Nos sentiremos... humanos. A importância de reconhecer que algo não vai bem e que é necessária ajuda é um passo inicial e fundamental para que se caminhe para o restabelecimento e transformação. E, por vezes, as crises em nossa vida são oportunidades de transformação. Saúde mental é reconhecer que não somos completos... Somos, sim, incompletos e, por vezes, precisaremos do apoio, da escuta, da troca com outro. Este outro pode ser um amigo, um familiar, um colega como também um terapeuta, um médico, um especialista em saúde mental. Um outro, disponível e ciente, tal como nós, de nossa incompletude.

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BOM RETIRO ZEN

O Sesc Bom Retiro, em São Paulo, oferece neste mês de fevereiro aulas abertas de flauta nativa (sábados, às 9h) e ioga com danças tibetanas (terças e quintas, às 12h30; e domingos, às 10h30). Não há necessidade de inscrição prévia. As aulas acontecem na Praça de Convivência (Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos). Mais informações: (11) 3332-3600.

OFICINA GRATUITA DE TEATRO

O Canto Cidadão – organização sem fins lucrativos que desenvolve atividades artísticas em hospitais e escolas – abriu inscrições para a oficina gratuita “Descobrindo o Teatro”. São 30 vagas para os encontros marcados para 7, 14 e 28 de março, na Rua Galeno de Almeida, 557 (Cerqueira César), em São Paulo. Mais informações: www.cantocidadao.org.br/eventos

FESTIVAL COLABORATIVO

O Vitalize, primeiro festival frugívoro da América Latina, ocorrerá de 22 de fevereiro a 1º de março, no Sítio Agroecológico Vila das Borboletas, em Piedade (SP). No evento colaborativo, as pessoas podem conhecer novas alternativas para viver com mais saúde, alegria e de forma ecologicamente sustentável. Mais informações e inscrições: https://tiny.cc/vitalizeinscricao

LIVRO DE CARTÕES POSTAIS DO BOLDRINI

A segunda edição do livro Sua vida, sua arte, lançado pelo Centro Boldrini, apresenta 30 cartões-postais destacáveis com mensagens inspiradoras e pinturas feitas por crianças e adolescentes em tratamento. A renda obtida com as vendas será destinada ao hospital filantrópico. Mais informações nas redes sociais do Boldrini ou pelo e-mail comunicacao@boldrini.org.br


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CARLA BÉCK

Saúde mental e o mundo 4.0 2020 começou com a promessa de ser um ano voltado para refletir sobre a saúde mental, pois o mês de janeiro foi batizado de “Janeiro Branco” em referência ao mês da saúde mental. É um tema que precisa sair dos consultórios médicos e fazer parte dos assuntos prioritários na sociedade e nas empresas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o primeiro no ranking em relação a transtornos de ansiedade, são 18,6 milhões de pessoas. Já em relação à depressão, ficamos em quarto lugar. A revolução 4.0 traz com ela problemas também complexos no campo humano. Os profissionais com a chamada síndrome do mundo 4.0 estão cada vez mais autoexigentes, buscando sucesso e realização acima de qualquer medida. Não conseguem viver no presente, estão sempre devendo algo. Ao mesmo tempo que fazem esse esforço, não se identificam como suficientes. O famoso eterno insatisfeito. E essa insatisfação tem a ver consigo mesmo. Isso me lembra o mito de Atlas. Ele foi um dos ti-

tãs gregos que atacaram o Olimpo em busca de poder supremo. Zeus vitorioso puniu os seus adversários, em especial, Atlas, que foi incumbido de sustentar os céus sob os seus ombros. Atlas está representado no nosso corpo através da primeira vértebra que sustenta o peso da nossa cabeça. Podemos fazer uma alusão ao peso dos nossos pensamentos. Ele retrata o peso das dificuldades cotidianas que sobrepujam nossos ombros, excessos de incumbências, obrigações, tarefas que aceitamos e não estabelecemos limites. A síndrome do mundo 4.0 invade a nossa vida, que aprisiona nosso olhar sob lugar nenhum: olhar para fora de si, o não estar em lugar nenhum, o vazio da existência ao mesmo tempo que busca a eterna aprovação social. Com o aumento de adoecimento nas empresas e prejuízos na produtividade dos profissionais, tem se discutido que a saúde mental é uma das vantagens competitivas nas empresas. Pessoas felizes são mais produtivas. Afinal, quem consegue trabalhar com dor, seja ela física ou emocional? As pressões internas e externas nos co-

locam em uma disputa com os robôs, que são concebidos para não errar. Esta disputa e autoexigência nos fazem adoecer. E, em muitos casos, não há mais a chance de ter uma bateria extra para nos recarregar. A tecnologia deve ser vista como uma grande aliada para a criação de soluções que facilitem a vida do ser humano. Por isso, não cabe desespero e muito menos o uso desiquilibrado desta ferramenta. As pessoas que tiverem maior controle emocional sobre as transformações e conseguirem ter uma postura positiva diante das mudan-

7 ças serão altamente beneficiadas nessa nova era. O que não se pode é ser “escravo” da tecnologia ou ter medo de buscar novas ferramentas. Invista no seu processo de autoconhecimento! Desenvolva a sua agilidade emocional, ou seja, a sua capacidade de acolher as suas emoções e sair do modo automático nas suas respostas aos acontecimentos do dia a dia. Pratique o autoconhecimento e potencialize-se!

Carla Béck é psicóloga, diretora da Infinita EPH e especialista em desenvolvimento de liderança e carreira. carlabeck@infinitaeph.com.br


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MÁRCIO ASSUMPÇÃO Yoga sem estereótipos São várias barreiras que impedem uma pessoa em começar a praticar yoga. A maioria delas deriva da falta de informação ou de uma visão cheia de estereótipos. Escuto frequentemente pessoas que dizem: “Não posso fazer yoga porque estou acima do peso”. Outros falam: “Não tenho alongamento suficiente”. Ou ainda: “Estou muito velho para isso”. E o mais comum, hoje em dia: “Não tenho o corpo perfeito igual às pessoas que vejo na internet”. Para começo de conversa, yoga é para todos: altos, baixos, magros, robustos, novos, idosos, etc. O que é preciso entender é que você deve encontrar o método certo para você. Um grupo ao qual você se sinta integrado e um professor que respeite os seus limites. Depois, é preciso entender que yoga não é performance nem competição. O primeiro principio é ahimsa, a não violência. Ficar se comparando com os outros é um hábito comum em nossa sociedade, mas completamente inapropriado dentro de uma sala de yoga. O bom professor vai te orientar a concentrar-se em si mesmo, na sua respiração e no seu processo de autoconhecimento. Não é preciso fazer todas as posturas e técnicas, pois deve-se levar em conta os cuidados, as indicações e até restrições, em casos de problemas articulares e de saúde. Outra confusão geral é

a quantidade de linhas que criaram nos últimos anos, fazendo o praticante iniciante ficar perdido. Todas elas (que envolvem prática psicofísica) são releituras da tradicional hatha yoga, mudando uma coisa ali, outra acolá e, outras vezes, uma completa distorção. Por isso, fica mais fácil entender que não são modalidades diferentes de yoga e, sim, métodos que muitos professores aperfeiçoaram ou criaram com base nas técnicas tradicionais. Medir um método de prática pela sua intensidade e desafio de posturas é um erro. Muitas vezes, pode ser muito mais desafiador sentar-se para meditar, trabalhar a concentração, autoestudo e silêncio. Se você é muito dinâmico, talvez se identifique com um método moderno com passagens e movimentos mais rápidos, porém não se esqueça que o corpo no yoga é um meio e, não, um fim. Busque estudar a parte filosófica para te dar suporte e autoconhecimento. O tradicional hatha yoga é uma boa indicação para quem está começando. O mais importante é abandonar os estereótipos sobre a própria autoimagem e lembrar que yoga é muito mais que uma postura bonita. Aprofunde -se na prática e no estudo que levam a um caminho maravilhoso de autoconhecimento. Namastê.

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Terapia da Reforma Íntima O objetivo da psicoterapia ceito moralizador da perreencarnacionista – a Tesonalidade congênita em rapia da Reforma Íntima processo de melhoria grado nosso ego – é, através dativa, espalhando enunde um tratamento de váciados novos que atravesrios meses ou alguns anos, sem a zona de raciocínios ajudar as pessoas a enconfalíveis do homem. trarem o que André Luiz Essa noção da personachama de “personalidade lidade congênita que o Dr. congênita” (Obreiros da SILVIA LA MONICA Barcelos pede que se diVida Eterna) numa pales- silvialamonica15@gmail.com vulgue pela crosta terrestra do Dr. Barcelos, psiquitre é a nossa personalidaatra desencarnado, no filme Nosso de das vidas passadas nesses últimos Lar: “... somente aqui pude recor- séculos. É a personalidade que apredar os elos que lhe faltam (referin- sentamos desde que nascemos, o que do-se ao trabalho do Dr. Freud) ao diferencia um irmão de outro, nusistema de positivação das origens das ma mesma família, e é onde se enpsicoses e desequilíbrios diversos”. contra e se identifica a nossa proAs consultas semanais ou quinze- posta de Reforma Íntima. Por isso ele nais têm uma hora de duração e cin- pede e nós estamos seguindo a sua co ou seis sessões de investigação do orientação, de que essa noção seja diinconsciente (duas horas, em média). fundida na Terra, para que as pessoOs “complexos de inferioridade”, as saibam para o que reencarnaram, o “recalque”, a “libido”, as “emersões baseando-se nela. Esse é um dos pido subconsciente” não constituem fa- lares básicos da psicoterapia reentores adquiridos no curto espaço de carnacionista e é onde encontramos uma existência terrestre, e, sim, ca- nossa proposta de Reforma Íntima, racterísticos da personalidade egres- a finalidade dessa nova Escola. sa das experiências passadas. A sub*conteúdo baseado nas ideias de consciência é, de fato, o porão dilaMauro Kwitko, presidente da Astado de nossas lembranças, o reposi- sociação Brasileira de Psicoteratório das emoções e desejos, impul- pia Reencarnacionista (ABPR) sos e tendências... E estendem-se muito além da zona limitada de tempo Silvia La Monica em que se move um aparelho físico. é psicoterapeuta Faltam às teorias de Sigmund Freud reencarnacionista e seus continuadores a noção dos associada à ABPR princípios reencarnacionistas... Pre(19) 99109.4566 cisamos divulgar no mundo o con-


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TERAPIA QUÂNTICA PARA O TERCEIRO MILÊNIO No Alinhamento Energético, o inconsciente acessado e trabalhado através de processos de canalização

Entrevista com Ernani Fornari, instrutor de Alinhamento Energético

de Luz (Egrégora) que guia e apoia o trabalho de transmutação destes conteúdos psicoemocionais. Na quarta fase, estes conteúdos retornam ao cliente na sua polaridade positiva e expandida (chamados agora de “corpo em Luz”), e se re-acoplam à pessoa, acompanhados de uma “senha” (mantra) que funciona como uma medicina re-integradora destes conteúdos, para que os velhos padrões que foram transmutados não sejam reconstruídos. O Alinhamento Energético é um tratamento que deve ser feito com um intervalo mínimo de três meses entre as sessões.

Ernani, o que é Alinhamento Energético? É uma técnica terapêutica e energética que foi desenvolvida por Aloyzio Delgado Nascimento (xamã, agrônomo e farmacêutico), a partir de suas observações, feitas durante mais de 15 anos nas tribos indígenas brasileiras, de como os pajés atuavam ao fazerem seus trabalhos de cura. Como esta terapia funciona? A característica principal deste trabalho é a utilização da sensitividade (6º sentido), que através da canalização (uma outra forma de mediunização), acessa diretamente no inconsciente do cliente os conteúdos dolorosos e bloqueadores que aparecem no corpo/mente na forma de desequilíbrios físicos e psicoemocionais. Esses conteúdos psicoemocionais em desequilíbrio – que se expressam como sistemas de crenças e padrões dolorosos e limitantes, e que também se somatizam como doenças – é que impedem que a vida da pessoa flua com plenitude, harmonia e prosperidade. O trabalho acontece em um atendimento individual de 90 minutos, com dois terapeutas sensitivos, sem rituais nem nenhum componente religioso.

Como se desenvolve este atendimento? Em quatro fases: na primeira consulta, o trabalho é explicado. Suas origens, como funciona e como se desenvolverá. Na segunda fase da consulta, o terapeuta faz uma leitura e uma interpretação do campo energético do cliente, ou seja, acessa as imagens e sentimentos que são emanados do seu inconsciente. Na terceira fase, chamada “fase de limpeza”, o terapeuta capta (canaliza) estes conteúdos (que neste trabalho se chamam “corpos energéticos”), expressando-os com gestos e palavras, liberando-os do campo do cliente, encaminhando-os para a Dimensão

Como foi a sua formação neste trabalho? Aprendi Alinhamento Energético com Mônica Oliveira, que trabalhou por muitos anos com Aloyzio, até a morte deste. Por cinco anos trabalhei com ela no Brasil, na Alemanha e na Áustria (onde o trabalho se chama Fogo Sagrado), tendo feito milhares de atendimentos e formado centenas de terapeutas. Qualquer pessoa pode aprender e utilizar? Claro, porque não se trata de se desenvolver algum dom ou poder fenomenal ou sobrenatural (ou siddhis, como chamam os yoguis), e sim, redespertar o sexto sentido (também chamado de sensitividade, paranormalidade, mediunidade, percepção extrassensorial, etc.), faculdade absolutamente natural no ser humano, e que não foi reconhecida em nossa cultura, e que

tem a função de ser uma porta de acesso à vida multidimensional do Universo. O que você gostaria de acrescentar? O Alinhamento Energético integra quatro correntes de conhecimento: os conhecimentos orientais, o xamanismo, a física quântica e a psicologia transpessoal. E observa profundamente duas leis fundamentais: a Lei da Sincronicidade e a Lei da Ressonância. A filosofia do Alinhamento Energético repousa sobre quatro importantes alicerces: 1. A não invasão do campo do cliente (não se invade sua privacidade), ou seja, apenas o que é disponibilizado pelo seu Eu Superior (Self) é acessado ; 2. A neutralidade e o não-julgamento; 3. A não-manipulação, isto é, não se procura alterar o karma para se satisfazer desejos. Na medida em que os bloqueios são transmutados e ressignificados, a própria pessoa atrai para sua vida o que merece e tem capacidade; 4. O desapego aos resultados. É o Universo quem, em última análise, decide onde, como e quando as mudanças vão acontecer, pois nem sempre o que desejamos é o que necessitamos (e vice-versa). www.alinhamento-energetico.com www.ernanifornari.com.br alinhamentoenergetico.blogspot.com Facebook (Alinhamento Energético)


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CLÉLIO BERTI

Dr. Orestes Mazzariol

Ética e yôga

Por que homens são de Marte e mulheres são de Vênus

Têm crescido, assustadoramente, denúncias de assédio moral e sexual contra vários profissionais que tem contato direto com seus pacientes/ clientes. Os médicos ginecológicos, por exemplo, examinam as pacientes, sempre, com a presença de uma enfermeira. Muitos profissionais só se preocupam depois de uma ação judicial. No ramo do yôga, Bikram escapou de processo, nos Estados Unidos, ao abandonar o país. Osho também sofreu acusações dessa natureza. Portanto, os profissionais precisam tomar cuidados para preservar-se de mal-entendidos que levamao tribunal. Para evitar dissabores, o professor de yôga deverá tomar cuidados especiais, principalmente, no ambiente de trabalho. Uma ética estrita

faz-se necessária. Por exemplo, ao corrigir uma posição que o aluno(a) faz, o professor deverá ter muito cuidado, onde tocar o aluno(a). Às vezes, é preferível corrigir somente verbalmente. Fora da sala de aula, o professor deverá manter, sempre, uma distância amigável do aluno, para evitar dupla interpretação. Mesmo com todos os cuidados, pode haver alguma acusação, mas é muito raro. Esses assuntos eu trabalho à exaustão no meu Curso Completo de Yôga com opção à formação profissional, na parte 2 (exclusiva para quem dará aulas). Hoje, para ser bem-sucedido, o professor de yôga deverá contemplar uma formação sólida, na filosofia e no comportamento cotidiano.

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Tudo começa pela genética. Na mulher, o folículo primordial tem dois cromossomos sexuais (XX). No homem, o espermatócito primário tem cromossomos XY. Na divisão (meiose), a mulher só pode contribuir com o cromossomo X, enquanto o homem pode contribuir com o cromossomo X ou Y. É a presença do cromossomo Y que determina o sexo genético masculino. Do ponto de vista fisiológico, é a presença do hormônio masculino que determina o aspecto do genital externo. Se há testosterona, ocorre o desenvolvimento do genital externo masculino; se não há, o genital externo se desenvolve feminino. Quanto ao sistema nervoso central (cérebro), os hormônios sexuais desempenham importante papel por meio dos esteroides neuroativos, que incluem esteroides sintéticos compostos orais e esteroides en-

dógenos, produzidos pelas glândulas endócrinas (esteroides hormonais) ou pelo tecido nervoso (neuroesteroides), que regulam funções neurais. Os esteroides sexuais, também conhecidos como esteroides gonadais, são hormônios esteroides que interagem com receptores de andrógenos e estrógenos nos animais vertebrados. Os esteroides sexuais naturais são feitos pelas gônadas (ovários ou testículos), pela glândulas adrenais ou pela conversão de outros esteroides sexuais em outros tecidos, como fígado ou gordura. O termo hormônio sexual é praticamente um sinônimo de esteroide sexual. Esses esteroides se ligam a receptores nucleares ou agem através da ativação de membranas associadas, vias de sinalização para modular várias importantes processos, incluindo o desenvolvimento do sistema nervoso, plasticidade neural e as respostas adaptativas de neurônios e células da glia (células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios) em condições patológicas. Portanto, as diferenças entre homens e mulheres são marcantes desde a concepção até a vida adulta. Preferências sexuais são de livre arbítrio. Orestes Mazzariol Junior é especialista em urologia


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BOM TRÂNSITO PARA NÓS! Marks Pintija

O sistema Infosiga Na nossa vida cotidiana, o número de ocorrências envolvendo veículos em algum tipo de acidente de trânsito, infelizmente só aumenta. Seja esse fato envolvendo um automóvel, uma motocicleta, caminhões, ônibus, até mesmo veículos não motorizados ou os pedestres. Tais acidentes fazem parte de uma estatística cruel que nós brasileiros precisamos estudar e, de maneira drástica, aprender a reduzir. Em São Paulo, o governo criou um movimento chamado Respeito à Vida, ligado a diversas Secretarias de Estado, que através da coleta de dados nos 645 municípios, organiza e insere num portal eletrônico, atualizando-os todo dia 19 de cada mês, gerando uma informação muito realista da insegurança viária. Trata-se do sistema Infosiga, que é um banco de dados de acesso on-line a todos os cidadãos, de forma gratuita

e didática. Os dados são coletados de diversas fontes e instituições de saúde envolvidas nos acidentes, inclusive das Polícias Civil, Militar e Rodoviária. O site para a consulta é o www. infosiga.sp.gov.br e nele é possível filtrar o resultado por cidades, faixa etária, tipo de veículo, horário dos acidentes, regiões geográficas, dias, horários e tipos de via. Com toda esta análise de dados, o governo identifica pontos críticos a serem trabalhados e desenvolvidos, para resultar na diminuição de acidentes fatais de trânsito. Além da estatística, são disponibilizadas verbas junto aos municípios que apresentam projetos de engenharia, educação e fiscalização visando temas da mobilidade e segurança viária, e que se utilizem de boa parte dos recursos provenientes das multas aplicadas aos condutores infratores flagrados pelos agentes estaduais. Marks Pintija é especialista e educador em trânsito

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ELPIDIO A. PINHEIRO

Por que sinto saudades? Estive em uma viagem pelo interior do País onde entrei em contato com a natureza, tomei banho de cachoeira e vi plantas e flores exuberantes do cerrado. Voltando para a rotina dos compromissos diários, é necessário muito cuidado para manter a atenção na respiração e ao corpo. Estar presente a cada momento é tarefa hercúlea. E de repente, recebo uma pergunta de um jovem, como se estivéssemos caminhando pelo campo ou sentado na ágora: “Por que sinto tantas saudades?” Compreendo a sua profunda dor anímica. Tão precoce para seus questionamentos filosóficos que indica seu desejo de retorno à fonte, de onde todos viemos. E que é o nosso Destino: o retorno para nós mesmos. A saudade que sentimos, em minha percepção, é o chamado para cumprirmos nossa missão aqui na Terra. Exercer o nosso Dom e Talento. Aquilo que temos de melhor dentro da gente e nos foi dado como presente para fazermos por nós e pelos outros, enquanto esti-

vermos de passagem neste planeta. E muitas vezes não sabemos ao certo qual é esta vocação (que missão é esta?). E esta indecisão deixa a gente com um sentimento de vazio existencial; uma sensação de não pertencimento: estou aqui pra quê? E aí temos a tendência de nos apegar às pessoas e lugares com o sentimento de que estando com elas ou nestes lugares estaremos bem e completos. No entanto, isto não acontecerá, enquanto não descobrirmos nosso Dom (o que viemos fazer aqui) e nos colocarmos em ação agindo a serviço nosso e do outro. Neste estado de harmonia e felicidade poderemos conviver com as pessoas e amar mais profundamente nossa família e amigos. Sem apegos. A saudade será saudável e benéfica e compreendida como um estado que criará cooperação e sustentação anímica. Todos seremos uma unidade. Cada um de nós cumprindo sua missão ética visando o bem comum.


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Casa da União assiste pessoas em situação de vulnerabilidade A Associação Beneficente Casa da União (Ubem) congrega ações beneficentes nos municípios de Campinas, Jarinu, Piracicaba e Caldas (MG). Fundada em 1993, inaugurou sua sede em outubro, em Barão Geraldo (Campinas). Segundo o presidente Marco Antônio Silveira, a associação filantrópica tem como objetivo proporcionar assistência social, educacional, cultural e em saúde a pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade social. “As ações da Ubem se pautam pela busca do fortalecimento, equilíbrio e harmonia da família, por entender que um ambiente familiar sadio e proporciona boas condições para a saúde mental, física e social, de modo sustentável”, comenta Silveira. “Nossas ações se dão tanto na assistência emergencial a pessoas e instituições, como em programas continuados, em três frentes de atuação – educação de crianças, jovens e adultos; saúde e assistência; e fortalecimento socioeconômico da família. As ações da Ubem têm foco na capacitação profissional, no equilíbrio psicossocial e em ações preventivas. “Procuramos ‘ensinar a pescar’, uma vez que isso proporciona a sustentabilidade das ações ao longo do tempo”, afirma o presidente. Mais informações: www.ubem. org.br e contato@ubem.org.br

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Marcelo Sguassábia

Existe música após a morte Para o meu pai No mundo inteiro, é cada vez maior o número de negócios que sobrevivem saudavelmente às custas da morte. Um verdadeiro paradoxo, se a gente levar em conta a expectativa de vida aumentando dia a dia. Uma empresa da Inglaterra, por exemplo, faz enorme sucesso produzindo discos de vinil onde se misturam à matéria-prima, no momento da prensagem, as cinzas de pessoa falecida. Pode-se usar todo o conteúdo da cremação em um único LP de 12 polegadas ou dividir os restos mortais em um número maior de cópias, para distribuição à família e aos amigos mais chegados. A ideia traz os entes queridos, do túmulo frio e quase sempre largado aos vermes, para a sala de estar. De um jeito natural, nostálgico e reconfortante. Em lugar do jazigo da família, uma seleta e adorada coleção de

discos na estante. Designers, diretores de arte, ilustradores e fotógrafos também devem faturar alto com as capas de disco, que certamente variam de supercloes do rosto do falecido a panorâmicas do caixão no velório, cercado de velas e coroas de flores. Uma outra vantagem do mausoléu sonoro é o futuro morto deixar as coisas dispostas conforme sua vontade, ao invés de permitir que a família resolva tudo a seu modo – o que quase sempre não coincide com o que o defunto aprovaria. Pode-se elaborar previamente a playlist antes do óbito, evitando que a seleção da parentela divirja da sua compilação. A gravação de músicas, no entanto, não seria a única possibilidade. Igualmente viável é o registro da voz do falecido, deixando uma única e longa mensagem à família ou dedicando uma faixa a cada um dos parentes mais próximos – com conselhos, histórias, ad-

vertências, poemas e por aí vai. Há outras ideias, lindas e criativas, para perpetuar de alguma forma os nossos mortos através de suas cinzas. Virar árvore, lápis, fogo de artifício, tatuagem (as cinzas são misturadas ao pigmento) e até mesmo pó de ampulheta, uma alternativa cheia de simbologia e que desperta profundas reflexões filosóficas. Mas o melhor mesmo parece ser o vinil. Imaginando agora um hipotético disco com as cinzas do meu saudoso pai, o bolachão poderia começar com “E o destino desfolhou”, seu greatest hit, e ter como faixa final “Despedida”, canção do Roberto que ele adorava. Perfeita para um último e não tão definitivo adeus. Marcelo Sguassábia é redator publicitário

NOTA DA REDAÇÃO - A partir desta edição, o colunista volta a ser publicado na edição impressa. Outros textos também estão disponíveis no portal do jornal www.jornalzen.com.br - e podem acessados a partir do QR Code ao lado


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O mestre Yoda e a arte

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por Oscar D’Ambrosio

ma das figuras mais marcantes da série Star Wars, de George Lucas, o mestre Yoda traz alguns ensinamentos que são de grande valia para a existência, mas que muitas vezes são ignorados pelos artistas. Uma viagem rápida por eles pode nos tornar pessoas mais atentas aos detalhes e mais delicadas e dedicadas ao mundo. No Episódio V – O Império ContraAtaca, ele diz: “Faça ou não faça. Não existe a tentativa”. Seja um trabalho pictórico, escultórico ou conceitual, está aqui a chave do criador. Ele pensa antes, durante e depois de fazer. Mas faz. Isso leva a uma segunda frase, no Episódio II – Ataque dos Clones: “Verdadeiramente maravilhosa, a mente de uma criança”. Fazer cada obra como se fosse única e primeira constitui um desafio imenso. Manter a virgindade e a pureza do espírito criativo, mas sem deixar de lado o saber acumulado pelas gerações e por si mesmo constitui uma dicotomia complexa, mas prazerosa, que se cristaliza quando Yoda responde, no Episódio V, a uma afirmação de Luke (“Mas eu não acredito!”), dizendo: “É por isso que você fracassa”. O artista digno desse nome acredita em si mesmo. Como dizia o poeta Robert Frost, escolhe um caminho menos trilhado e mais difícil, mas é nele que encontra a motivação para continuar e se renovar sempre. O maior ris-

co é apontado por Yoda no Episódio I - A Ameaça Fantasma: “O medo é o caminho para o lado negro, o medo leva à raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento”. A ideia do artista como aquele que sofre para criar e para compreender o mundo é um mito romântico infelizmente muito arraigado. Geralmente quem sofre carrega uma mágoa, motivada por algum sentimento mal resolvido, muitas vezes ligado ao medo de criar ou de ser aceito. Não se cria para ter recompensa na forma de prestígio ou recompensa financeira, mas esse reconhecimento pode vir como resultado de um trabalho sincero, autêntico, verdadeiro e visceral. Assim se vence o medo. E, como diz o mestre no Episódio VI - O Retorno do Jedi: “Sempre passe o que você aprendeu”. Aqui está a sabedoria. O conhecimento e as questões que dele advém são para compartilhar. Isso vale para ideias, técnicas e procedimentos. Negar essa frase e se isolar de si mesmo e do mundo – e isso desconecta o criador daquilo que ele pode oferecer sempre de melhor: a sua humanidade. Reflita com humildade sobre tudo isso e, como diz o mestre Yoda, no Episódio V, e como diversos personagens alertam ao longo da saga: “Que a Força esteja com você”. Oscar D’Ambrosio é mestre em artes visuais e doutor em educação, arte e história da cultura

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A medicina na berlinda por Antonio Carlos Lopes

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umanismo e bem-estar. Esses dois termos fazem parte do conjunto de qualidades e habilidades que a prática médica exige. Um bom médico não renuncia à anamnese apurada, a ouvir atentamente o paciente, a investigar e realizar um exame físico minucioso. Investir tempo em conversa com o paciente é a garantia de um bom diagnóstico. Em todos esses momentos, o foco tem de ser baseado em condutas visando à saúde e qualidade de vida. São premissas essenciais à medicina e fundamento do juramento de Hipócrates. Atualmente, somos vítimas do abuso das ferramentas tecnológicas. A solicitação de exames é exagerada, causando desperdícios ao sistema. Os médicos são impingidos a adotar protocolos equivocados, que fazem mais mal do que bem aos pacientes. Alguns bons profissionais protestos, mas há também os que se omitem e entram no jogo das instituições. São o joio da medicina. Sacramentados indiscriminadamente na rede hospitalar, os protocolos impõem condutas, exames e avaliações desde a entrada do paciente, mirando a maximização do lucro. Em outras palavras, a saúde já não é o eixo principal. O mercantilismo tornou-se motivação de certas instituições, os pacientes transformaram-se em simples peças para gerar dinheiro. Assim, os princípios da medicina são

atacados frontalmente. O saldo desse cenário são até óbitos originados pela carência de análise clínica, em situações que se priorizam os interesses de poucos, ao invés da vida humana. É cada vez mais comum nos deparar com médicos seguindo protocolos sem pé nem cabeça e custosos sem contestá-los. São os profissionais sem formação suficiente, certamente graduados em uma das péssimas faculdades que vemos surgir dia após dia. Temos urgência de medidas rigorosas para fechar escolas médicas sem estrutura adequada, desprovidas de corpo docente de excelência e puramente mercantilistas. Há vidas em perigo, tratamentos retrocedendo, prejuízos ao SUS e à rede suplementar. Um profissional de excelência forma -se à beira do leito, recebendo de seus mestres saberes de relevância. Ao se afastar desse caminho, abre-se portas ao erro e ao malfeito, como pode ser observado nesta era de ostentação da tecnologia e de protocolos abusivos. Saúde é coisa séria. A prática médica exige raciocínio clínico, dedutivo e hipotético; qualquer tentativa de inversão de valores precisa ser combatida. Cada paciente deve ser tratado e encarado de forma única. As pessoas são diferentes umas das outras e a individualidade é um bem precioso. Portanto, nessa área, o médico é e sempre será soberano. Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica


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VIDA EM HARMONIA

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om a correria de nossas tarefas, nas diversas profissões que exercemos, a ansiedade do desempenho diário e todo o tempo que dispendemos no mundo digital pedem um momento de parada, de contato com a nossa casa, e nada melhor do que experienciar a cultura da gastronomia doméstica. Com o simples ato de cozinhar, podemos alcançar o relaxamento, o contato íntimo com a natureza, a nossa saúde, além do prazer de saborear e ver o prazer daqueles que saboreiam suas receitas. É importante termos algumas noções de combinações dos temperos e conhecimento de alguns procedimentos para obter uma boa receita. Por isso, estamos trazendo algumas dicas e informações úteis para você.

ABC DOS TEMPEROS Alecrim: suas folhas pontudas, fortemente perfumadas, temperam frangos e carnes,

grelhados ou assados. É também uma ótima combinação com abobrinha assada e queijo. Alho: deve ser usado com parcimônia, para que seu gosto não se sobreponha ao do próprio alimento (a não ser que a receita peça exatamente isso). A princípio, não deve ser usado em peixes e frutos do mar, vitela, sopas e caldos, cremes ou molhos suaves. Cebola: fatiada, picada ou ralada, entra no preparo de quase todos os pratos salgados. Também não deve ser usada em excesso, para não anular o sabor natural dos alimentos. Refogada com açúcar mascavo e shoyu, dá uma gostosa receita de cebola caramelizada. Coentro: planta aromática usada para condimentar peixes e frutos do mar. Hortelã: muito usada para fazer chá, é indispensável no preparo do quibe. Dá um gostinho especial a molhos e saladas, e ainda serve para enfeitar coquetéis e certas sobremesas. Também é bastante refrescante para ser usado em água saborizada. Louro: suas folhas (frescas ou secas) têm sabor forte e temperam assados, ensopados e sopas. Durante o cozimento do feijão, dá um sabor especial. Recomenda-se tirar o louro antes de finalizar o cozimento do prato, pois suas folhas costumam amargar. Manjericão: fresco ou seco, é indicado para dar gosto a carnes, sopas, saladas de tomates, algumas massas e molhos. É a base do delicioso molho pesto. Manjerona: fresca ou seca, tem sabor mais suave que o manjericão e também é um excelente tempero para sopas, legumes, frangos, alguns molhos de peixe e saladas.

RECEITA

Sorvete de banana com tahine Divulgação

Ingredientes: • 2 bananas congeladas • 2 colheres de tahine tradicional • ½ copo do leite (de preferência, vegetal) • 1 pitada de canela Adoce a gosto. Bata todos os ingredientes no liquidificador e leve ao congelador por três horas. Sirva em seguida.

RECEITAS SEM ERROS

• O arroz fica soltinho se você juntar à água de cozimento algumas gotinhas

de limão. Para calcular a quantidade, lembre-se que uma xícara de arroz cru rende três xícaras de arroz cozido. E para que não fique empapado, calcule duas xícaras de água para cada xícara de arroz cru.

• Omelete no ponto, nem mole e nem dura demais, se consegue assim: só junte o sal quando já estiver fritando, senão os ovos amolecem.

• Receitas de pão sempre mencionam “quando a massa dobrar de tamanho...”.

É fácil saber o ponto com o dedo indicador, espete a massa até o fundo. Se a depressão continuar depois de um ou dois minutos, é sinal de que a massa já cresceu o suficiente.


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CULTURAZEN

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Filipi Macarini leva às dependências do hotel Radisson Red (Cambuí), em Campinas, suas obras influenciadas por filosofias artísticas orientais. Até 29 de fevereiro, com entrada gratuita.

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Erica Mizutani e obra da exposição Translúcida, cujas formas transparentes e os traços suaves proporcionam calma e conforto, em exposição até 29 de março na galeria A7MA (Rua Harmonia, 95), na Vila Madalena, em São Paulo

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Apresentação da ONG Canto Cidadão, que leva cultura a hospitais e espaços públicos e oferece oficina gratuitas por meio do projeto Teatro em Todo Canto

O bloco As Caixeirosas, que está completando 14 anos, faz seu tradicional desfile no dia 22 (sábado), às 16h, na Praça Durval Pattaro (Barão Geraldo), em Campinas


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