Jornalzen Maio 2014

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JORNALZEN ANO 9

MAIO/2014

Nº 111

AUTOCONHECIMENTO

R$ 2,00

BEM-ESTAR

www.jornalzen.com.br

CIDADANIA

CULTURA

SAÚDE Silvia Lá Mon

Pensamentos de

Padre Haroldo Pág. 9

Viva Bem Pág. 18

BEM NUTRIR Benefícios do chá Pág. 19

Naturaltech começa no dia 4 em SP Principal evento do setor na América Latima, a 10ª Naturaltech (Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde) terá início dia 4 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. A expectativa é de 22 mil visitantes nos quatro dias de feira. O JORNALZEN estará participando pela sexta vez consecutiva. A entrada é aberta ao público. Pág. 13

ZENTREVISTA

Alexandra Caymmi Pág. 3

Leandro Ferreira

MOMENTO DE REFLEXÃO Pág. 6

SAÚDE EM PROSA

A coluna de Vicente Zago, na página 11

Pág. 8

CULTURA DE LETRAS Pág. 12 SUPER-HERÓIS DO BEM Incorporados por profissionais de diversas áreas, personagens clássicos dos quadrinhos visitam paciente do Centro Boldrini, em Campinas, aonde levam mensagens positivas para as crianças em tratamento

PANORAMA

CULTURAZEN

Pág. 4

Pág. 10

TESOUROS DA VIDA Pág. 13

ARTIGO

Por que tanta violência contra a mulher? Pág. 2


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Por que tanta violência contra a mulher? Mani Alvarez

T

emos presenciado, com horror, um recrudescimento da violência sexual contra a mulher em todo o mundo. Depois de tantas conquistas em nosso país, como as delegacias da mulher, os abrigos, a Lei Maria da Penha, constata-se que aumentam os casos de abusos sexuais, estupros com requintes de crueldade, extrema agressividade verbal e vergonhosa difamação virtual pelas redes sociais contra mulheres. Tudo isso provoca um questionamento sobre as raízes de toda essa desumanidade. Como podem os seres humanos agirem de forma tão brutal com seus semelhantes? Por que alguns escolhem a infâmia e a violência? Onde está a raiz desse tipo de comportamento? Alguns atribuem às condições sociais e econômicas, à desestruturação familiar, ao sistema capitalista, à educação, a falhas de caráter e patologias pessoais. Certamente, tudo isso contribui, mas como explicar que em todas as épocas e em todos os lugares do planeta, se constata a existência de violência sexual, exploração e discriminação à mulher? Em recente pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) ficou evidente que uma grande parcela dos brasileiros concorda que mulheres que usam roupas ousadas mere-

cem ser estupradas. Depois disso, a onda de indignação atingiu altos índices e as opiniões se dividiram. Quem vivenciou o início dos trabalhos do SOS-Mulher no Brasil deve se lembrar que o mesmo argumento era utilizado no Brasil há alguns anos para defesa de assassinos de mulheres; ou seja, eles matam em defesa da honra! Antes de serem criadas as delegacias de mulheres, a altura da saia era um fator que culpabilizava a vítima de estupro e inocentava o criminoso. A deputada Luiza Erundina, revoltada por esse tipo de argumentação, lançou um manifesto repudiando publicamente essa vil tentativa de responsabilizar as mulheres pelos crimes que são praticados contra elas. Alguns projetos já foram apresentados à presidenta Dilma Rousseff, para tornar mais operantes as leis em defesa das mulheres, e um deles propõe a caracterização como crime de tortura o ato de constranger sexualmente alguém através do uso da violência e da força. Esta situação é tão urgente e abrangente que diversos estudos e pesquisas vêm sendo feitos atualmente para tentar compreender este fato e criar mecanismos de contenção da violência contra a mulher. Mani Alvarez é diretora do Centro LatinoAmericano de Saúde Integral (CLASI) e coordenadora do curso de Psicologia da Mulher www.clasi.org.br

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AGENDAZEN CAMPINAS

INDAIATUBA

BRAHMA KUMARIS 18/5 e 1º/6 – curso de introdução à meditação e filosofia Raja Yoga. Local: Rua Dr. Luis de Tela, 1.111 (Barão Geraldo). Aberto ao público. Inscrições e mais informações: www. brahmakumaris/brasil ou campinas@ br.brahmakumaris.org

FÍSICA QUÂNTICA 24/5, às 15h – palestra “Homeostase Quântica da Essência (Autocontrole)”, com o terapeuta Fábio Henrique Caldas. Local: Rua Voluntário João dos Santos, 1.607 (Centro). Levar 1 kg de alimento não perecível. Inscrições e mais informações: (19) 2512-6831 ou contato@institutoquantum.com.br

CHI KUNG 21/5, das 8h30 às 10h – aula aberta com Luciene Janssen, no Museu da História Natural (Rua Coronel Quirino, 2 - Bosque dos Jequitibás). Aberto ao público. Mais informações: (19) 3295-5850 CONSTELAÇÃO FAMILIAR 20/5, das 20h às 22h – workshop com o psicólogo Antonio Carlos Dornellas de Abreu (Toni), no IPEC - Instituto de Pesquisa e Estudo da Consciência (Rua Monte Azul, 85 - Chácara da Barra). Mais informações: (19) 3252-1565 e www.ipec-transpessoal.com.br PILATES a partir de 17/5 – cursos de formação e atualização, na Oficina Zen (Rua Maria Umbelina Couto, 484 - Taquaral). Mais informações: (19) 3253-3568 e 98157-0127 (com Fabiana) ou www. oficinazenpilates.com.br RELAXAMENTO 29/5, das 8h30 às 10h – vivência com Daniel Nunes, no Museu da História Natural (Rua Coronel Quirino, 2 - Bosque dos Jequitibás). Aberto ao público. Mais informações: (19) 3295-5850 SAÚDE DAS MÃES 14 a 31/5 (quartas e sábados) – ciclo de palestras com profissionais na Clínica Lúdica (Rua Mogi Guaçu, 1.680 - Jardim Famboyant). Aberto ao público. Vagas limitadas. Inscrições e mais informações: (19) 3044-8715

SÃO PAULO MASSOTERAPIA 27/5, às 19h – palestra “Terapias Naturais na Massoterapia”, com a terapeuta corporal e acupunturista Edna Maria, no Instituto Avalon (Avenida Liberdade, 702 - Liberdade). Aberto ao público. Vagas limitadas. Inscrições e mais informações: (11) 3341-6010

10ª NATURALTECH Bienal do Ibirapuera – São Paulo Aberto ao Público PROGRAMAÇÃO DE PALESTRAS 4 e 5 de Junho 13h – 6º Festival da Cozinha Vegetariana 18h – 1º Encontro ANFARMAG – O Mercado de Farmácias de Manipulação 6 de Junho 9h – 3º Seminário ABC SPAS 11h – 6º Festival da Cozinha Vegetariana 16h – 2º Encontro de Aromatolgia – Olfato, Tato e Paladar 7 de Junho 12h – 6º Festival da Cozinha Vegetariana 14h – 7ª Seminário SVB – Vegetarianismo em Foco MAIS INFORMAÇÕES: www.naturaltech.com.br

JORNALZEN NOSSA MISSÃO: Informar para Transformar DIRETORA Silvia Lá Mon EDITOR Jorge Ribeiro Neto JORNALISTA RESPONSÁVEL MTB 25.508

TELEFONES Redação (19) 3324-2158 Comercial (19) 3044-1286 contato@jornalzen.com.br www.jornalzen.com.br

circulação: Campinas, Indaiatuba, Holambra, Hortolândia, Valinhos e Vinhedo; Vila Madalena (SP)


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busca pelas raízes familiares sempre foi um desejo de Alexandra Caymmi. Filha de mãe suíça, ela foi criada na Europa, mas tinha o Brasil na cabeça. O sonho era conhecer o pai, baiano. Unindo o útil ao agradável, conseguiu conhecer o país, ao vir buscar o filho adotivo. Antes, chegou perto, ao estudar psicopedagogia na Venezuela. Formada, aprofundou estudos em constelação familiar, técnica terapêutica criada pelo pedagogo e filósofo alemão Bert Hellinger. Para Alexandra, a constelação tinha muito de resgate pessoal e familiar. A partir dela, criou uma metodologia de trabalho, a Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa (TSFI). Nela, a suíça-brasileira acrescentou seus conhecimentos em xamanismo e música como instrumentos de cura, ao liberar a pessoa de seus traumas. Alexandra Caymmi vem ao Brasil a cada quatro meses para formar turmas e alunos em sua técnica. Durante passagem por Campinas, ela recebeu o JORNALZEN para a entrevista exclusiva a seguir. Como se deu a busca por suas raízes brasileiras? Desde pequena, sempre tive essa procura pela minha parte brasileira. Pensei em fazer pós-graduação no Brasil, mas conheci meu ex-marido, que era inglês/irlandês, e ele queria voltar para a Europa. Assim foi. Voltamos e comecei a trabalhar como psicopedagoga. Tive minha filha e algum tempo depois adotei o Leonardo, que vim buscar em Jundiaí. Até então, nunca tinha vindo para o Brasil, apesar de tudo isso fazer parte de mim. Ouvia Maria Bethânia e tudo o que eu sentia tinha ligação com este país. Estava muito presente, mas não tinha vivido aqui. Não foi uma necessidade de adotar uma criança e sim um desejo, que meu marido concordou. Fizemos a documentação do pedido, onde é feito um estudo social e eles enviam para um país. Eu queria que fosse uma criança do Brasil. A adoção está muito presente na minha família. Meu avô também adotou filhos e, de certa forma, além de meu desejo, acabou sendo uma repetição familiar. Isso foi em 1992, quando o Leonardo tinha 2 anos. Na Suíça, conheci uma pessoa que era de Campinas e falei de meu desejo de fazer algum trabalho do Brasil. Ela me falou para entrar em contato com uma psicoterapeuta amiga. Liguei para ela, que realizou um workshop em Campinas, depois em Santos, no qual formamos a primeira turma de constelações. Daí, não parei mais. Como funciona seu trabalho terapêutico? Estudei a constelação sistêmica familiar clássica, por assim dizer, apesar de que o próprio criador, Bert Hellinger, já mudou muito seu trabalho. Fiz vários cursos com ele. Foi muito importante, pois percebi que essa era uma ferramenta fundamen-

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ZENTREVISTA Alexandra Caymmi

ALÉM DA CONSTELAÇÃO Suíça-brasileira é criadora de metodologia de trabalho terapêutico aperfeiçoada a partir da visão sistêmica familiar de Bert Hellinger Divulgação/Arquivo Pessoal

de nossa história, de nossa cultura ou de nosso sistema familiar, de gerações a gerações, estão dentro de nós. Tudo o que está no sistema maior está em nosso sistema corporal. Podemos reencontrar tudo isso numa constelação para libertar a nossa vida. Precisamos libertar tudo isso. A gente carrega todas essas coisas, que às vezes estão mais perto de algumas pessoas do que para outras. O objetivo principal é ver de onde vem o problema. Geralmente, há várias dinâmicas por trás, entre nossos pais, avós, bisavós, ou coisas que a gente viveu até dentro do ventre. Na constelação, libertamos o bloqueio vivido pela pessoa com os traumas que foram gerados, assim como trabalhamos o que foi vivido nas gerações anteriores.

tal para me ajudar no atendimento psicoterápico. Gostei muito dessa base, mas senti que ainda precisava ir além. Usei outras ferramentas que possuía, como a música. Às vezes, quando temos um bloqueio e usamos um som com a mesma vibração ele liberta o bloqueio, ou uma música que tem o mesmo tema do bloqueio, como um luto que não foi elaborado. É como contar uma história para a pessoa. Isso não passa por um processo analítico. Vai diretamente para a alma da pessoa e liberta. Uso isso para trabalhar o trauma, que não era trabalhado no início da constelação. Esse conhecimento veio de meu avô da Bahia. Recebi uma transmissão

durante uma constelação, comecei a receber símbolos, movimentos e percebi que tudo isso começava a libertar mais facilmente os bloqueios. Depois, passei a procurar os significados dessa simbologia. No México, muitos xamãs me esclareceram alguns deles. Gestos como estalar os dedos, quando ainda existe uma energia presente que não foi dissolvida. Muitos problemas não têm necessariamente a ver com o que a gente viveu. Às vezes tem a ver com o que foi vivido numa família ou até num nível mais coletivo, em minorias ou comunidades, como os escravos, os indígenas e as pessoas que lideram guerras. Essas dinâmicas que vêm

“O importante é procurar formas de libertar-nos. Devemos buscar o caminho para encontrar o criador dentro de nós e criar algo novo”

Essas manifestações são espirituais ou inconscientes? Tudo isso está na alma, no corpo e no coração. Depende do que cada um acredita. Se a pessoa acredita em várias vidas, ela acredita que a alma volta com todas as experiências vividas ou podemos considerar que tudo está presente em nosso DNA e este é muito antigo. É por isso que o corpo não mente. Por exemplo, se a pessoa tem medo de algo, por mais que ela queira ir ao encontro, o seu corpo recua. Então, tudo precisa ser liberado. É um trabalho feito em várias dimensões. Freud trabalhou com as questões intrapsíquicas. Bert Hellinger nos trouxe a influência do sistema geracional. Como avalia a proposta do JORNALZEN? É muito interessante. As pessoas têm acesso a formas diferentes de ver, de pensar, de fazer as coisas. O jornal abre os horizontes da pessoa. E sabem um pouco mais e melhor sobre os trabalhos divulgados. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? O importante é procurar formas de libertar-nos. Fazer terapia, transformar a nossa realidade e criar o que a gente quer criar. Devemos buscar o caminho para encontrar o criador dentro de nós. Para que possamos encontrá-lo, precisamos nos libertar de ideias fixas, de esquemas de pensamentos para que, a partir de quase do zero, possamos criar algo novo, que realmente a gente sente como sendo importante.


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Silvia Lá Mon

PANORAMA

la.monica@terra.com.br – cronicasdesilamon.blogspot.com

A Lei da Mudança Nada permanece da forma como se iniciou. Tudo está em constante transformação e modificação, sendo isto válido para todas as dimensões. “Quando determinam que algo é definitivo estão mais do que errados, não entenderam nem o conceito de energia. A Lei da Mudança está ligada à transformação. Não representa, obrigatoriamente, evolução. Nada permanece igual ao modo como foi criado inicialmente. Isso serve para sentimentos, para ideias, para formas, para entidades, para coisas objetivas. Não existe o conceito de permanência no Universo. Todas as coisas estão em constantes transformações e modificações. Assim, quando pensam que criam algo definitivo, gastam muita energia e, na verdade, nunca o farão. Não é possível que se crie algo definitivo. Nada permanece da forma original como foi criada. Se compreendem isso e lhes parece simples, deveriam usar.” Uma das mais importantes leis

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do budismo é a que se refere à impermanência. Tudo nesta vida é impermanente, até a própria vida. Tudo o que vivemos está em mudança o tempo todo. Um gesto ou uma palavra muda tudo, de um instante para o outro. Nossas escolhas a cada momento mudam o nosso destino. Há algumas frases famosas que expressam essa ideia. O grande e saudoso Chico Xavier dizia que mantinha um cartaz em cima de sua cama. Nele estava escrito: “Tudo passa e isso também vai passar!” Ao acordar e dormir, ele lia para se lembrar dessa verdade. A ideia é que tanto as coisas ruins como as boas passam. E o que nos resta de tudo isso é o momento presente. Lulu Santos tem uma bela música que diz: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará.” Portanto, se conseguirmos estar focados somente no aqui e no agora, neste exato momento presente, então estaremos aproveitando cada minuto de nossa vida.

INFORME PUBLICITÁRIO

A SAÚDE PELO AUTOCONHECIMENTO A Heulosofia — Ciência do Autoconhecimento — compreende que a causa de nossos desequilíbrios físicos e mentais está na falta de adaptabilidade ao meio em que vivemos e em nossos desencontros emocionais. Portanto, não entende esses desequilíbrios como doenças, mas sim como estados mentais, passageiros da evolução, que desaparecerão com o tempo e na medida em que consolidarmos as experiências adquiridas. Participe do encontro A Saúde pelo Autoconhecimento e entenda o que são “estados doentios”, como identificá-los e qual o caminho para restabelecer a saúde de forma definitiva. Descubra: • O que é a saúde e o que é a doença. • Caminho natural e desvio. • Como e por que ficamos doentes. • A Neurofisiologia das Emoções. • Como manter e/ou recuperar a saúde. • Aglutinação, Aprendizagem e Saneamento Mental. Data: 7 de Junho (sábado), das 8h às 15h30 VAGAS LIMITADAS Para mais informações: www.oikon.org.br/encontro ou ligue (19) 3307-7735/7736 Rua Nuno Alvares Pereira, 72 – Vila Nogueira – Campinas/SP

VIRADA SUSTENTÁVEL Estão abertas as inscrições para atrações e atividades da quarta edição da Virada Sustentável, que acontecerá entre 28 e 31 de agosto em diferentes locais de São Paulo. Os projetos devem ter como conteúdo principal um ou mais temas relacionados à sustentabilidade. O edital de inscrições fica aberto até o dia 2 de junho no site www.viradasustentavel.com RECICLAGEM EM CAMPINAS A Rede de Cooperativas de Campinas (Reciclamp) iniciou a coleta seletiva de lixo no loteamento San Conrado, no distrito de Sousas. A população será conscientizada sobre o serviço por meio de folhetos. Os moradores que não residem na área atendida podem buscar os pontos de entregas de materiais recicláveis no portal www.rotadareciclagem.com.br GINÁSTICA PARA A 3ª IDADE O Unimart Shopping Campinas está promovendo aulas de ginástica para a terceira idade. A atividade ocorre toda quarta-feira, das 8h às 9h, no piso térreo, próximo às escadas rolantes. A campanha é um dos eventos comemorativos aos 20 anos de inauguração do shopping. Mais informações: (19) 3744-5000 ou www.unimart.com.br CORRIDA DO BOLDRINI A nona edição da Corrida e Caminhada Mais Vida Boldrini tem largada marcada para o dia 25 de maio, às 8h, na Praça Arauto da Paz (Taquaral), em Campinas. As inscrições devem ser feitas pelo site www.ativo.com. O valor arrecadado será destinado à construção do prédio de pesquisas do Centro Boldrini, referência no tratamento do câncer infantil. CAMPANHA PARA FESTA JUNINA O Centro Promocional Tia Ileide (CPTI) está promovendo campanha de arrecadação de fundos para sua festa junina, marcada para o dia 14 de junho. Os recursos possibilitarão que as 600 crianças atendidas pela ONG de Campinas possam comer, beber e brincar nas barracas típicas. Para contribuir e mais informações: (19) 3781-8093 ou cpti@cpti.org.br. PRÊMIO LITERÁRIO A Fundação Logosófica recebe até 24 de maio inscrições para seu concurso literário, voltado a universitários. A fonte para a produção textual será o livro Logosofia, Ciência e Método, de Carlos Bernardo González Pecotche. O vencedor será premiado com um carro zero quilômetro. Mais informações: www.logosofia.org.br/premiouniversitarios


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MOMENTO DE REFLEXÃO

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Khristian Paterhan

JOÃO BATISTA SCALFI – scalfi@terra.com.br

Deus e a consciência Com base na compreensão da Vida, proporcional ao estágio evolutivo alcançado, o homem, ao criar seus símbolos, projeta a ideia de Deus, de acordo com sua faixa de entendimento. Assim, a consciência humana, numa determinada fase, criou as mais utópicas expectativas sobre o Código Penal Divino, determinando-as para dar força de crédito, por “palavras de Deus”. Em razão deste entendimento, presa ao medo e à ideia de punição, como “castigo do Senhor”, grande parte das criaturas retarda, temporariamente, o crescimento de sua individualidade. “O Universo que não conhecia a punição a descobriu na consciência humana”. À medida, contudo, que a consciência alcança, gradativamente, patamares mais elevados no conhecimento espiritual, também vai, na mesma proporção se libertando da ideia de Deus policial, rancoroso e cruel; amplia-se, também, a visão, para a de um Pai de infinita bondade e amor, que atua sempre, imparcialmente, através de Suas Leis, sábias e eternas, em todas as criaturas, independente de suas convicções religiosa, sejam elas quais forem. E, com tal, concede a todos uma parcela de si, em forma potencial, para que cada um, mediante trabalho e esforço, a desenvolva a seu modo, ritmo, e tempo próprios. Com a evolução da consciência humana, chegará o dia em que não atribuiremos mais a Ele os insucessos, as dores, as punições, frutos, ainda, de carências temporárias de entendimento para comandar o mecanismo da Vida. Dia virá, igualmente, que não transferiremos mais a Ele a função de fiscal de nossas ações, pronto a todo instante, e nos mínimos detalhes, para cobrar os débitos e punir nossas iniquidades. Nesse dia, positivamente, o homem compreenderá, numa visão lógica e racional, que a Lei Divina atua sempre pela justiça no tribunal da Consciência, na proporção do grau e compreensão de cada um. Deus não castiga, nos pagamos pelos nossos erros desta vida e do passado, a Justiça Divina cumpre a “Lei de Causa e Efeito”. fonte de pesquisa: Leis de Deus (José Lázaro Boberg)

A importância do Eneagrama para o autoconhecimento É fácil observar como são importantes o estudo e o conhecimento de si mesmo por meio do Eneagrama, já que, teoricamente, nos podem conduzir a níveis de desenvolvimento muito elevados. Iniciar um processo de autoconhecimento implica, primeiramente, perceber e aceitar que vivemos sujeitos a um nível de consciência subjetivo e “mecânico” e que fazemos parte de um desses três grupos psicológicos básicos de seres humanos ensinados por Gurdjieff (citados na edição anterior). Em segundo lugar, devemos compreender que o único meio para nos livrar dessa “mecanicidade” passa necessariamente por um processo de aprimoramento que não pode ser improvisado e que deverá incluir o desenvolvimento harmonioso dos três centros (físico, emocional e intelectual). Enquanto não soubermos o que implica tudo isso, não será possível compreender por que o Eneagrama é fundamental para iniciar esse processo objetivamente.

Muitas pessoas iniciam seus primeiros esforços em busca do autodomínio estimuladas pela expectativa dos sonhados benefícios espirituais, materiais e individuais que isso lhes poderá proporcionar. Porém, as diversas razões pelas quais uma pessoa deseja ter maior domínio e conhecimento de si mesma podem claramente ser diferenciadas e definidas quando sabemos a qual dos grupos principais ela pertence como ser humano. É fácil comprovar que existem motivações básicas bem diferentes. Gurdjieff permanentemente chamava a atenção dos seus alunos de que é fundamental, que todos consigam observar a si mesmos, como um meio para alcançar a consciência de si. Ele dizia que o homem esquece de si mesmo sem cessar. Sua impotência em lembrar-se de si é um dos traços mais característicos de seu ser e a verdadeira causa de todo o seu comportamento. A lembrança de si mesmo é a chave que nos permite compreender que não somos nossas “máscaras” (personalidades), que elas não são o ser real e que é possível observar nosso “traço ou defeito principal” compreendendo que podemos chegar a transmutá-lo em seu oposto “virtuoso”.


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Dharma Dharma é uma palavra em sânscrito que possui diversos significados. Numa tradução mais ampla significa o caráter específico de todas as coisas que existem. O dharma dos animais é determinado pelas qualidades e instintos de sua espécie, por exemplo: o dharma de um cão pode ser caçar ou fazer companhia. Já o dharma do ser humano é mais complexo, pois é um animal racional e possui a capacidade de ir além das necessidades básicas. O ser humano pode escolher, criar e viver além dos seus instintos. Pode optar entre fazer uma ação que promova o bem comum ou uma ação que cause destruição. Por isso o dharma dos seres humanos é desenvolver a ética e valores que permitam a vida em sociedade e o encontro com a sua plenitude essencial (atma). Os animais não praticam maldades, eles apenas seguem seus instintos. Já os seres humanos, apesar de não possuírem venenos, garras ou

7 presas afiadas, possuem uma mente aprimorada, que os torna muito poderosos. Sem o dharma, a mente humana é uma arma destruidora. O veneno MÁRCIO ASSUMPÇÃO começa a bro- Professor de ioga e diretor tar das palavras do Instituto de Yogaterapia e das atitudes agressivas, que ferem, matam, roubam, magoam ,odeiam, criando uma mente adhármica, ou seja, voltada para a destruição de sua própria espécie. Sem o desenvolvimento da ética e de valores, os seres humanos se tornam os maiores predadores da natureza e de si mesmos. Dharma não é um dogma, uma moral ou crença e sim, são atitudes que tornam o Homem verdadeiramente humano e capaz de viver em sociedade com dignidade e respeito mútuo, encontrando a sua essência. Pratique o dharma!


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SAÚDE EM PROSA ELOÍSA PIMENTEL – dra.eloisa@saudechai.com.br

Nossa natureza Dias azuis, claros, noites mais frias, clima mais seco... Maio, início do outono... Despedida do verão e preparação para um novo começo! Quem percebeu isso? Qual a fase da lua ontem? Crescente! Podemos observar as estrelas no céu... Como é bom ouvir a natureza através dos seus ciclos e bichos. Segundo a medicina chinesa, o outono é a fase do elemento “metal”, que corresponde ao circuito funcional do pulmão. Observamos no organismo e nas emoções situações semelhantes à natureza. Sugiro que experimente ouvir também o seu interior, propiciando e aproveitando momentos de introspecção-como agora, por que não? Ouvir a própria natureza! É importante dar esse tempo, receber a emoção como se fosse um hóspede, recebê-la afetuosamente na sua alma, sua casa. Veja o que essa sensação pode ensinar. Nessa época também estamos mais expostos a problemas respiratórios, tosse e rinite, e pele seca. Importante escolher uma alimentação saudável, refrescante e, se necessário, usar mais o tempero picante. É importante também reforçar a imunidade com plantas medicinais, por exemplo, com a equinácea. O tratamento homeopático, ao levar-nos ao reequilíbrio, também estimula a imunidade e auxilia no autoconhecimento, desde a consulta médica, onde a pessoa é convidada a expor seu modo de ser e reagir. A cura se dá de dentro pra fora. Daí a importância da regularidade na tomada do medicamento e o acompanhamento médico adequado. Cada ser é único, individual, e certamente apresenta qualidades em potencial a serem desenvolvidas. A liberdade verdadeira é a busca pelo autoconhecimento, seguida de uma responsabilidade por si mesmo, procurando ser fiel e justo à própria essência. Assim, a busca de um silêncio interior e a procura por focar-se em temas mais elevados, como a gratidão e a vibração pela paz mundial, são também curativas. Com este texto, despeço-me por um tempo da coluna Saúde em Prosa. Agradeço a atenção dos leitores e, se desejarem, acompanhem mais textos no meu site – www.eloisapimentel.com.br

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Dançando a vida Catarina de França

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ueridos leitores do JORNALZEN, escutem uma música que gostem muito: sintam-na. Sintam que a vida é um baile fabuloso! Ora dançamos com um. Ora com outro ou outra... Ora dançamos sozinhos, ora com todos! Na verdade de nossa alma, somos o resultado de nossa infância! Mas, somos também os filhos e as filhas da Grande Vida do Universo! A realidade que vive conosco, e que determina cada instante de nossas incontáveis perdas e ganhos cotidianos, sustenta nosso potencial de criatividade repleto de dificuldade e beleza! Mas somos capazes, a partir de nossa imaginação, de irmos ao encontro dessa mesma realidade e transformá-la! Existe outra forma de viver: mais justa, menos absurda, mais digna, menos estressada! Todo aquele que se sente condenado a uma vida sem sentido lá no íntimo já sabe que há outra maneira de ver, participar e interpretar o que nos acontece! Sempre há outra forma de desempenhar nossa tarefa no mundo, se a atual não nos agrada! Este é um sonho possível no aqui e agora! Falo a você que está se sentindo humilhado, ofendido, sem perspectiva, sem esperança, sem confiança, sem nada! Preste atenção numa música que gosta muito. Ensaie uma dança! Espontânea! Deixe o seu corpo seguir o som. Há um baile fabuloso no salão da vida, festejando sua decisão de transformação! Busque a luz na sua memória mais profunda. Olhe-se neste espelho de cristal mais puro da sua gênese! Você poderá se surpreender! Poderá se ver, como realmente é e

nunca deixou de ser: um ser humano e divino de dimensões e possibilidades fantásticas! Um filho, uma filha do Grande Mistério! Tudo o que te deprime, adoece e magoa, é só um degrau! Ultrapasse! Caminhe firme para sua segunda oportunidade sobre a terra! Além desse degrau, há uma paisagem fantástica, ansiosa por ser desfrutada. Viva essa confiança em cada respiração. Caminhe firme para o seu lugar na cena! Sem você, a bela paisagem não se realiza. Cada um de nós está sendo chamado a se tornar o novo ser que precisa surgir para habitar o Mundo Novo que desponta: um mundo de resgate dos valores, um mundo de unidade, de fé, um mundo de paz. Todos que vivem nesse tempo escuro precisam ter consciência da importância da sua participação nesse processo! Quando estamos fazendo mudança, transformação, à primeira vista tudo parece um caos! Esse caos faz parte do processo de transformação. Transformação é ação para mudar a forma, a fôrma! Tenha coragem e atue positivamente nesse processo. Tenha paciência que a semente precisa do seu tempo. Nós somos as sementes deste mundo novo! Olha a responsabilidade que nos é dada! Faça diariamente, pelo menos uma ação positiva, um gesto de fé, um minuto de silêncio! Comprometa-se com a cultura da paz! Viva um dia de cada vez e plasme a plasticidade deste baile da vida. Crie seu mantra, seu canto de poder! Repita sempre que puder, o quanto puder! Cantai e trabalhai sorrindo, que a paz e o amor já vem vindo! Catarina de França é poeta, escritora e membro do Colégio Internacional de Terapeutas (CIT), do qual é coordenadora na Unipaz Campinas


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Pensamentos de

Padre Haroldo Estatísticas O Estado de São Paulo, a Senad [Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas], do Ministério da Justiça, e a cidade de Campinas estão pagando algumas despesas dos residentes da Instituição do Padre Haroldo em Campinas. Os sócios pagam o resto. A praga do crack destrói rapidamente nosso povo e a juventude. Mil brasileiros morrem diariamente por causa do álcool e de outras drogas, especialmente do crack. No ano passado ocorreram 38 mil homicídios. Mais da metade dos desastres automobilísticos foram causados pelo uso de substâncias químicas. Desde 1990, o uso do crack se multiplicou 166 vezes. Em nossa obra de recuperação muito(a)s residentes usaram crack. No Brasil existem 900 mil usuários de cocaína, que é a base do crack. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 33 milhões de pessoas no mundo são infectadas pelo vírus HIV hoje. No Brasil são 592.914. Com o HIV, surgem problemas como doenças cardiovasculares, depressão, baixa estima e suicídio.

No mundo, 100 milhões de crianças e adolescentes vivem em situação de rua. No Brasil, 50 mil vivem nas ruas das capitais. Uma das consequências é o frequente uso de drogas. As mulheres aumentaram o consumo em 30% nos últimos anos. Algumas crianças começaram com 9 anos. Geralmente, o adolescente inicia o uso com 13 anos. Inicialmente o crack estava sendo usado somente nas favelas e entre pessoas de baixa renda. Hoje, todas as classes sociais são vítimas do crack. É mais barato que a cocaína e o prazer é rápido e intenso. Seu efeito dura cinco minutos, o que leva o usuário a querer usá-lo continuamente, para obter sempre esse prazer intenso. O tratamento deve ser por um período adequado, multidisciplinar, bem planejado, em um processo longo e amável. O Amor-Exigente, a espiritualidade, as clínicas e as comunidades terapêuticas dão resultados. Reze por mim, eu rezo para você. Haroldo Joseph Rahm é presidente de honra da Instituição Padre Haroldo, para pessoas com síndrome de dependência alcoólica e química, em Campinas. Telefone: (19) 3794-2500. hrahmsj@yahoo.com

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Gurus do autoengano Existe uma expectativa de que devemos validar qualquer tipo de expressão espiritual, mas a verdadeira espiritualidade é parceira da verdade e brota de dentro para fora, não sendo um amontoado de práticas esotéricas da moda. A espiritualidade verdadeira pede uma atitude interior, além de formas e ritos e conectada com a realidade, pois delírio e espiritualidade são coisas diferentes. Fico atônito com a atual produção em série de seres iluminados. A senda da espiritualidade remonta à própria origem da humanidade na busca do que existe do lado de lá. Apesar disso, pouco foi acumulado sobre o que é verdadeiramente ser espiritual. Conhecimento religioso não é sinônimo de vivência espiritual. Não é razoável confiar em tantos gurus e mestres que moldam a imagem pessoal, tardia e espuriamente, para se autoenganar ou fugir de conflitos íntimos ou para exercer atividade comercial derivada dessa pseudoiluminação.

O assunto gera desconforto, mas tenho percebido a velocidade com que as pessoas MIGUEL ANTONIO criam rituDE MELLO SILVA ais, rótulos e Psicólogo (CRP 06/37737-2) regras como se eles fossem imprescindíveis para tocar em Deus, Buda, Maomé, Cristo, Universo, Cosmos ou seja lá o que for. Eu não acredito nelas pois são conjunturas humanas medíocres sobre coisas muito maiores do que se a dieta deve ser ou não vegetariana, se na meditação o indivíduo deve se esvaziar ou se incluir, ou se tal dia é sagrado ou não. A verdadeira espiritualidade enriquece a psique. Se nessa caminhada alguém se automistifica ocultando a própria falibilidade, ela se empobrece psicologicamente pois, no fim das contas, ela está se escondendo de quem ela realmente é.

CONTATO: (19) 3213-4716 / 3213-6679 ou psicmello@gmail.com

Telejornal passa a integrar programação da TV Indaiá O telejornal Indaiá Notícias passou a integrar a grade de programação da TV Indaiá. Com apresentação de Simone Andrade, o jornal traz notícias locais e a cobertura dos principais acontecimentos de Indaiatuba. Depois de um período em caráter experimental, o telejornal agora é exibido de segunda a sexta, às 18h30, com reprise ao meio-dia. Depois de seis anos sem transmitir programação local, a única TV de sinal aberto de Indaiatuba retornou com nova programação no dia 10 de março. A emissora, que anteriormente chamava-se Nova TV Sol, cuja concessão é da Fundação Educati-

va e Cultural Sol do Amanhã, volta agora com novo nome e novo canal – TV Indaiá, no canal 26 UHF. A emissora retransmite a programação da TV Brasil do Rio de Janeiro. A programação local começa com o Papo Livre, programa de entrevistas apresentado por Jair Italiani, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 19h. A diretora do JORNALZEN, Silvia Lá Mon, foi uma das entrevistadas. O contato com a equipe de jornalismo da TV Indaiá para envio de sugestões de pautas, comentários e dúvidas pode ser feito pelo e-mail jornalismo@tvindaia.com.br ou pelo telefone (19) 3875-6001.


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CULTURAZEN

Silvia Lá Mon

Participantes do workshop de constelação sistêmica/familiar, com a terapeuta Elizabeth Farias, no Espaço Castro Alves

Silvia Lá Mon

Silvia Lá Mon recebe de José Roberto Teixeira volumes da recémlançada Antologia da Casa do Poeta de Campinas, que traz uma crônica de autoria da diretora do JORNALZEN

Eloísa Pimentel, coordenadora da Semana de Fitoterapia de Campinas, com Rodolfo Schleier, um dos palestrantes da 12ª edição do evento, ocorrida no mês passado

Rafael Veron

Silvia Lá Mon

Agostinho Tavolaro no lançamento de livro de poemas de Arita Pettená na Academia Campinense de Letras

Equipe do filme Espectro, que tem o autismo como tema e cujas filmagens foram feitas em locações em Paulínia e Barão Geraldo Divulgação

A escritora Aruângua (pseudônimo de Maria do Céu Lopes, à esquerda na foto), colunista do JORNALZEN, lançou livro de crônicas no Polo Shopping de Indaiatuba, onde recebeu convidados


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MANDALA PARA PINTAR

- OZENI LUCAS -

Recebemos colaborações para este espaço. Envie sua mandala para jornalzen@terra.com.br

Recanto do Poeta Natália És apenas um rosto em meu passado... Mas não maldigo a sorte que tivemos. É tarde pra chorar... Não lamentemos!... Bem sei que amar demais foi meu pecado. Eras deusa, eras anjo idolatrado. Felizes madrugadas concebemos!... Às crises mais cruéis, sobrevivemos, Suportando percalços, lado a lado... Após tantos invernos, tu partiste, Aspirando ao frescor de outra estação. Só em minha primavera há um raio triste... Nosso sonho de amor foi uma lenda... Não me implores... já tens o meu perdão! Mais um nome que apago em minha agenda!... Luno Volpato

A troca

Deus, Enigma divino impenetrável, desde o início do mundo, vem doar Seu amor grandioso e inesgotável. “Amai-vos”. Deus vem aconselhar. “Como eu vos amei”. Que amor memorável! Se almejas amor, deve semear. Mas, receber carinho, que agradável instante, que inebria o teu sonhar. Confiar é trocar fidelidade; na alma difunde a paz, muita ternura. Quando a troca resulta em falsidade, fixa marcas e aflora a decepção. Seja qual for a troca, com candura sorria, dê amor e o teu perdão. Geni Fuzato Dagnoni

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CULTURA DE LETRAS CRÔNICAS DE ARUÂNGUA – mceu.idt@terra.com.br

Dor de... O quê? Coisa boa! Agora os primos podiam ver-se também durante a semana. João estava de volta à cidade onde nasceu e onde todo o resto da família morava. Após a mudança, surge o primeiro dia em que fico tomando conta de seus primos à noite, visto os pais estarem ocupados e pensando ser um marco na vida deles, em celebração, fomos ao cinema todos juntos. Passamos em casa do João para pegá-lo e fomos ver o filme Papagaio 2, assim nomeado pelo Isaac. Foi uma festa mesmo. Pipoca, Coca-Cola, chiclete, bala e chocolates... No segundo dia em que eu ficaria com os outros netos em casa, à noite, durante a semana, João também quis compartilhar dessa experiência, apesar de seus pais estarem em casa e disponíveis. Fui buscá-lo para estar com os primos. Animadíssimos, falaram ao telefone sobre seu encontro e como de costume, abraçaram-se cheios de alegria ao se verem. Logo após, partiram para a brincadeira favorita deles. Brincar de família... João faz de pai do Isaac e Rebeca faz de mãe. Isaac finge ser do tamanho do Luiz Filipe e engatinha pela varanda balbuciando. Rebeca está numa azafama cuidando da casa, fazendo comidinhas e vai dando dicas ao João. João pega a colher ali para

mim. Leva o lixo lá fora... Vai ao supermercado pegar leite para o bebê. E assim, a brincadeira vai-se desenvolvendo. João chama-a de esposa em vez de Rebeca: – Ó, esposa, e se eu fizer isto? Ó, esposa, e se eu fizer aquilo? – encarnando o papel, totalmente. A varanda, em poucos minutos, passa de casa a avenida, de avenida a supermercado, de supermercado a farmácia e volta a ser a casa novamente. João faz suas incursões de carro, carrinho de supermercado e sai até empurrando uma caixa plástica no lugar do carrinho de bebê, com o primo apertado lá dentro e reclamando. Num dado momento, Isaac cansado do papel de nenê sai correndo pela varanda, passando entre a mesa e as cadeira, driblando a mamãe e o papai que, começa a gritar, muito preocupado: – Filhinho! Filhinho! Cuidado! Cuidado! Você quase bateu o cornovelo! Isaac para e fica totalmente de pé. Sente que pegou o primo num deslize e pergunta de cara franzida só de um lado: – Cornoquê? – Cornovelo! Sim, cornovelo! É esta peça que a gente tem aqui – disse, segurando o próprio cotovelo – Esta peça é muito fácil de quebrar e muito difícil de sarar... Isaac ficou sério a olhar para o primo e, de queixo caído, emudeceu.

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Meditação no Caminho de Santiago Daniel Agrela

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ara nós, do Ocidente, a palavra ‘meditação’ na maioria das vezes está associada a um exercício silencioso de relaxamento. Imaginamos, por exemplo, uma pessoa sentada em uma superfície totalmente plana, com as pernas cruzadas, corpo ereto, respiração sincronizada e mente vazia. No entanto, existem outras formas de meditar. Caminhar é uma delas. Essa modalidade, bastante conhecida no budismo como walking meditation, coloca todo o corpo em ação e, por meio da repetição dos movimentos associada ao ambiente ao redor, proporciona uma sensibilidade única ao praticante. Nas duas oportunidades em que fiz o Caminho de Santiago percebi que essa forma de meditação era muito comum entre os viajantes. Uma arquiteta chilena que conheci a caminho da cidade de Pamplona me confidenciou que o fato de caminhar, muitas vezes sozinha entre bosques e campos abertos na rota de Compostela, estava ajudando-a a encontrar respostas para as perguntas que a le-

varam a percorrer, a pé, mais de 800 quilômetros pelo norte da Europa. “Estou experimentando um encontro com a minha essência”, disse. Esse encontro é muito comum a todos que recorrem ao Caminho de Santiago. Principalmente porque ao caminhar, às vezes exaustivamente, o viajante consegue atingir um profundo estado de meditação em razão do relaxamento físico e mental que a caminhada proporciona. Embora o corpo esteja sob esforço e movimentação intensos, a sensação que se tem é de se atingir outra dimensão, sem perder, porém, a concentração do que está a sua volta. Logo, o peso da mochila passa a não ser sentido. Tudo se torna uma coisa só. E nesse fascinante ambiente, o viajante passa a refletir a respeito de sua vida, o que, a meu ver, constitui o principal sentido do Caminho: o autoconhecimento. Daniel Agrela é jornalista e autor do livro O Guia do Viajante do Caminho de Santiago – uma vida em 30 dias e criador da maior comunidade sobre o Caminho de Santiago no Facebook – facebook. com/ocaminhodesantiago.


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Tesouros da Vida

UROLOGIA

Inicie as apostas

Abuso aos idosos

JULIANO SANCHES

Começo nossa conversa por aqui ao chamar atenção para a dificuldade de comunicação presente em instituições como a escola, a universidade e a empresa. Como jornalista, profissional de comunicação, tenho observado nas pessoas a negligência com relação às atividades desempenhadas no dia a dia. Muito mais do que um mundo automático,vê-se uma bolha de hiatos. Por convicção, somos levados à síntese de que o convívio na infância com esporte, música erudita, dança, teatro, e psicoterapia afasta problemas e, por consequência, reduz muitos dos fantasmas do mundo dos adultos. Essa afirmação se confirma em uma série de iniciativas que encontramos, apresentadas em disparidade com as crenças mais solicitadas. Ao que parece, nós, humanos, estamos muito distantes da ideia de uma página em branco. Somos, entre outras hipóteses, um jogo iniciado, em que as regras devem ser pensadas apenas por aqueles que representam a passagem de etapas, ou seja, os autores do processo. Não cabe aos pais, sacerdotes, prefeitos uma palavra de ordem eterna e perfeita, que nos console. Portanto, vale a pena negar a busca por respostas em cargos de posições de poder de outrem. Percebo que a dinâmica de grupo tem colaborado com a nossa

premissa de aproximação quanto a alternativas inventivas e potentes. Entre os jogos, salta aos olhos o de que cada um se descreve em uma folha de papel, sem revelar o nome, como se fosse um produto. As categorias incluem posologia, composição, instituição que atesta e comprova as funções, público, valores, preços, distribuição, promoções. Medicamento? Bebida? Fast food? Os produtos são deixados em uma mesa e, na segunda fase da brincadeira, cada um pega uma folha, que sinaliza a escolha, e comenta aos demais o motivo que o conduziu a seguir por tal caminho e, sobretudo, os estímulos que fazem com que mais consumidores demonstrem apologia ao conjunto de argumentos apresentados. Você já se imaginou em uma gôndola? São provocações como essa que nos ajudam a pensar em resolução de conflitos em grupo, condicionamentos, fugas, desajustamentos, valores, crenças limitantes, tomada de decisão, consumismo... O que já está dado é o que circula em grande proporção na mídia, mas cabe aos que buscam o consumo com consciência e as várias modalidades de educação, com eixos transversais e transdisciplinares, forças em oposição aos padrões repetitivos de comportamento.

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ORESTES MAZZARIOL JR.

Estatísticas sobre abuso em idosos são raras. Estudos estimam que entre 3 e 10% dos idosos apresentam alguma forma de maus-tratos. Mau tratamento em casas de idosos ou outras instituições é frequente. O número de idosos amarrados na cama ou cadeiras devido à falta de pessoas para cuidá-los atesta o tipo de cuidado (ou falta dele) disponível para idosos, principalmente os de baixo poder econômico. Somente um em cada seis casos de abuso em idoso é comunicado, contra 1 / 3 dos casos que ocorrem em crianças. Idosos têm medo de comunicar os maus-tratos com medo de retaliação, mesmo com membros da família. Muitos idosos têm depressão, consideram-se um problema ou acreditam que merecem os maus-tratos. Os maiores riscos são os pacientes com deterioração cognitiva ou funcional e os com deficiências múltiplas severas, bem como mulheres, negros ou idosos que moram com pessoas diferentes da família, têm dependência econômica e físi-

ca ou sofrem de alcoolismo e doenças mentais. Os profissionais da saúde devem estar atentos para os sinais de abuso, tais como ferimentos, má nutrição, medo de algum membro da família, discrepância entre suas comodidades e necessidades pessoais e quanto o idoso recebe em dinheiro, indicando espoliação financeira. Devemos diferenciar maus-tratos aos idosos dos idosos com síndrome de autonegligência, quando ele recusa ajuda potencial oferecida e se acha muitas vezes na miséria. Essa síndrome é complexa e muitas vezes envolve problemas psiquiátricos que podem ou não ser diagnosticados na fase adulta. Os sintomas psiquiátricos relacionados com maus-tratos são os seguintes: resignação; ambivalência; medo; raiva; deterioração cognitiva; insônia; abuso de medicações; delírio; agitação; letargia; ameaças; infantilização; e restrição a atividades sociais e religiosas. Maus-tratos a idosos devem ser vistos como domínios distintos, com prevenção, detecção, intervenção, diagnóstico, tratamento e demandas judiciais.

Juliano Sanches é jornalista

Com o JORNALZEN, Naturaltech começa dia 4 em SP A crescente preferência do brasileiro pela prática de hábitos saudáveis foi registrada por estudo feito pela consultoria Euromonitor, segundo o qual a venda de produtos com conceito natural – diet, light, sem glúten ou lactose – deve confirmar expansão de 40% entre 2012 e 2014, e movimentar R$ 20 bilhões ao ano. Único evento profissional voltado ao segmento de produtos naturais no País, a Naturaltech – Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde tem acompanhado o crescimento do mercado – 82% nos últimos cinco anos – e ampliado as oportunidades de negócios de produtores e fabricantes junto a lojistas, distribuidores, nutricionistas, médicos, terapeutas e profissionais de farmácias, supermercados, clínicas e hospitais, academias e clubes, spas, resorts e hotéis, restaurantes e universidades. Com cerca de 150 expositores, a

10ª edição da feira, de 4 a 7 de junho, em São Paulo, deve superar os 22 mil visitantes nacionais e internacionais que passaram pela Bienal do Ibirapuera em 2013. O evento é aberto ao público, das 11h às 19h. Pela sexta vez consecutiva, o JORNALZEN estará participando do evento como único veículo de comunicação do interior do Estado. “Nossa participação está se tornando tradicional”, comenta Silvia Lá Mon, diretora do jornal. “Sempre recebemos pessoas que visitaram nosso estande em anos anteriores.” Ela ressalta a importância do evento para negócios do segmento. “O JORNALZEN tem se consolidado como veículo de referência para informar os serviços e produtos das empresas e profissionais que participam da Naturaltech”, destaca. “É uma excelente oportunidade para reforçar nossa imagem junto a um público extremamente qualificado.”

Arquivo/JZen

Público na edição da Naturaltech em 2013: expectativa de mais de 22 mil visitantes


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Líricas Bulhufas MARCELO SGUASSÁBIA

Curso de autoacupuntura a distância Agradecemos seu interesse pelo nosso curso. A formação em autoacupuntura a distância é regulamentada por lei governamental e seu número de adeptos vem se multiplicando rapidamente nos últimos anos. Antes de preencher o formulário de pré-matrícula, algumas considerações são necessárias: - Nossa instituição não se responsabiliza pelo mau uso das agulhas e suas consequências sobre a saúde do aluno. - A cada módulo ministrado, o aprendiz deverá providenciar uma selfie com as agulhas aplicadas em seu corpo e enviar ao orientador. As aplicações que estiverem erradas serão corrigidas e remetidas de volta, com as indicações dos pontos certos. - Uma vez ao ano, será realizada a prova presencial. O Coordenador Pedagógico sorteará uma doença e o aluno terá que aplicar as agulhas em si mesmo, sem olhar no espelho e submetendo-se à avaliação de banca examinadora formada por sete docentes. - O primeiro jogo de agulhas para prática em domicílio será enviado à residência do aluno sem custo adicional. Cobraremos somente uma taxa de R$ 10,00 referente a plástico bolha. - A cada semestre, haverá um acréscimo na mensalidade. Junto com o boleto, enviaremos um jogo extra de agulhas com os pontos certos para que o aluno possa controlar o nervosismo e pagar calmamente o que deve à faculdade.

- As aulas serão transmitidas ao vivo, em vídeo, de segunda a sexta, das 10 da manhã às 4 da tarde, com 15 minutos de intervalo ao meio-dia para uma merenda com rolinho primavera e salada de broto de bambu. Visando sua comodidade, oferecemos um serviço de delivery para entrega de quentinhas na hora do recreio. - Como os professores são todos chineses nativos, recomendamos que, simultaneamente ao curso de acupuntura a distância, o aluno faça também um Intensivão de chinês, disponibilizado pela nossa instituição e indispensável para perfeita assimilação do conteúdo. - Somente após concluída a graduação em autoacupuntura, com duração de 32 semestres, pode-se optar pelo bacharelado em acupuntura propriamente dita, composto por 164 diferentes disciplinas ministradas ao longo de 48 semestres. - Uma dúvida recorrente dos alunos, constatada no nosso SAC, diz respeito ao faturamento médio do profissional, após concluída a graduação. Como parâmetro básico, podemos dizer que gira em torno de R$ 0,00 (zero reais), já que estamos falando de autoacupuntura. A não ser que o acupunturista, ou seja, você, receba de você mesmo. Se assim for, é justo que você posteriormente devolva o dinheiro recebido para o paciente, para que ele, ou seja, você, tenha como pagar a próxima sessão. Marcelo Sguassábia é redator publicitário

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Acupuntura na obesidade Segundo a medicina traequilíbrio). Assim, preferem dicional chinesa (MTC), a gorduras, bebidas frias, friobesidade é oriunda de turas, temperos – tudo que uma disfunção energética estimule um calor interno. relacionada aos órgãos Na abordagem emociodo corpo humano. Exisnal, o que enfraquece a tem varias abordagens energia do BP é a preocupasobre esse tema. ção. Então, deve-se dedicar Alguns órgãos imporalgum tempo para relaxar, tantes, como o baço-pânatravés de atividades como creas (BP), fígado, coração, KAREN PIRES OLIVEIRA tai chi, chi kung, ioga, rim e pulmão, apresentam meditação e respiração direFisioterapeuta e acupunturista uma harmonia na relação cionada. Realizar atividades entre eles. Quando essa físicas leves, para circular o harmonia sofre influências negativas chi, à medida que fortalece, pode auo corpo responde, alterando a forma mentar a carga dos exercícios. física e apresentando um estado Uma deficiência de energia do BP geral de “dilatação” ou “afrouxa- leva a uma inabilidade em separar e mento” do organismo. As estruturas transformar os alimentos. Para emase encontram enfraquecidas e com grecer, o BP precisa estar fortalecido ptose – características essas essen- através da acupuntura, da fitoterapia cialmente yin, no conceito chinês. chinesa e da dietoterapia. Como suDe modo geral, pessoas obesas gestão, ingerir alimentos mornos ou têm características yin – são tímidos, aquecidos e secos. À medida que a retraídos, gostam de ficar deitados energia do BP cresce, o yang é gerado e ou sentados, têm partes do corpo e distribuído e a barriga diminui. A frias (por isso, comem alimentos que digestão fica mais fácil, as ideias ficam geram calor, a fim de procurar um mais claras – portanto, mais magro.

Cala-se a voz do esporte Jorge Ribeiro Neto Quem é jornalista, principalmente esportivo, não teve como deixar de se emocionar com a morte de Luciano do Valle – ironia do destino, às vésperas de uma Copa do Mundo no Brasil. Ainda que tecnicamente debilitada em razão do tempo e de problemas de saúde – ainda mais se compararmos com as marcantes locuções das décadas de 80 e 90 –, a voz de Luciano ocupava protagonismo em uma seara cujo panorama na TV aberta não é dos mais animadores. Cresci vendo futebol narrado por Luciano do Valle, na Globo e na Bandeirantes, e por Silvio Luiz, na Record. Na primeira, ele atingiu o ápice. Lembro dos jogos do Brasil na fatídica Copa de 82, na Espanha, e não há como deixar de me arrepiar ao rememorar cada gol da seleção de Telê Santana na voz de Luciano. Na Bandeirantes (e em breve passagem na Record), extrapolou a locução para se tornar empresário empreendedor. Esportes como vôlei e basquete devem muito a Luciano do Valle. Graças a seu arrojo e sua visão de marketing, essas modalidades

cresceram em público e conquistas. Outras sacadas criaram ídolos como o pugilista Maguila e o jogador de sinuca Rui Chapéu. Devo a Luciano uma das maiores emoções da minha vida, ao ter a oportunidade de assistir a Pelé em campo, pela Copa de futebol master promovida no Brasil (se não me engano, em 1987). Emoção que me encheu os olhos em gols como os de Zico, contra o Paraguai, nas Eliminatórias de 85; e em amistoso da seleção contra a Iugoslávia. A passagem de Luciano do Valle é sintomática de uma fase da locução esportiva que parece ultrapassada. Contemporâneos como Silvio Luiz brigam por espaço em canais secundários e profissionais medíocres, ainda que competentes, estão espalhados pelas principais emissoras. Galvão Bueno seria uma exceção, mas seu exacerbado ufanismo compromete uma avaliação mais positiva. Há alguma esperança na TV fechada, em que sobressai um Milton Leite ou um Luiz Carlos Júnior. Mas paramos aí... Luciano é perda irreparável. Para a televisão e o esporte brasileiro. Jorge Ribeiro Neto é jornalista


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Na doença não é possível separar corpo de alma Valéria Cimatti Pavani

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sique, alma e mente são simplesmente sinônimos e não ideias diferentes. Corpo, matéria, soma, cromossoma também são sinônimos e não componentes diferentes de uma mesma coisa. Psicossomático nada mais é do que a união entre esses elementos. Quando nasce um corpo, nasce um ser e esse ser se expressa através dessa relação natural corpo e mente. Por isso, não é possível separá-los. Podemos tentar separá-los apenas para entendê-los, porém, se os separarmos de fato, seria equivalente a separar um projeto de sua realização. Projeto no papel é apenas uma ideia, não tem vida concreta. Corpo sem alma é um projeto no papel, não tem vida. Quando experimentamos uma sensação como medo, frio, tristeza ou fome, não conseguimos sentir nenhuma dessas “experiências”, ou qualquer outra, só no corpo ou só na mente. Muitas vezes percebemos que estamos com fome não pela sensação física, mas porque nos sentimos irritados. Às vezes percebemos que estamos com medo porque sentimos uma forte dor de barriga. Simples assim. Mas o fato é que, na maior parte das vezes não percebemos essa relação. Portanto, não cuidamos dela adequadamente. Como diz Platão em seu livro Timeu: “Quando a alma é forte demais para o corpo e se vê agitada por paixões violentas, abala-o inteirinho por dentro e o enche de doenças, ou o arruína de todo. Ocorre o inverso sempre que o corpo é grande e superior à alma dotada de pequena e débil inteligência. Para obviar a esses dois perigos, só há um recurso: não acionar a alma sem o corpo, nem o corpo sem a alma, para que, defendendo-se um do outro, consigam equilibrar-se e conservar a saúde.”. O médico e psicanalista argentino Luiz Chiozza, numa conferência em São Paulo, utilizou um exemplo excelente para descrever a psicossomática, “o raio e o trovão são manifestações de um mesmo fenômeno, percebidas em momentos diferentes”. Ele segue: “no encontro de duas nuvens carregadas de eletricidade ocorre uma explosão que emite simultaneamente uma luz e um som”. A luz chega a nós antes do som, por quê? Simplesmente “por que nesse caso ela é mais rápida do que o som, mas aconteceram simultaneamente”, defendeu ele. Isso é a psicossomática, não conseguimos separar a relação corpo e mente, mas percebê-las de formas diferentes e em momentos distintos. Por que algumas pessoas conse-

guem se curar de doenças graves e outras não? Simplesmente porque algumas conseguem restabelecer o equilíbrio da relação corpo e mente. Para isso, é necessário um trabalho adequado, interessado, entre paciente e o profissional que o ajuda. A cura não é mágica, é um trabalho, mas quando a vivemos, experimentamos como um milagre. Vejo constantemente no meu consultório pessoas com diagnósticos médicos estranhos, exagerados e às vezes até errôneos. A psicossomática é mais antiga do que Freud, mas foi ele que corajosamente anunciou essa relação. Desde então, faz com que nós, profissionais da área de saúde que reconhecemos essa relação, tentemos entender e buscar caminhos, para ajudar a nós mesmos a curar nossas doenças, assim como preveni-las. Com o avanço da medicina, infelizmente os caminhos para os tratamentos das doenças tenderam para cuidar de partes do corpo apartadas de todo o resto, como se essas partes não se relacionassem entre si. A psicologia, por sua vez, nasce associada à psiquiatria e como todo bebê, vem crescendo e tendo personalidade própria. Por fim, atualmente contamos com a neurociência que nos ajuda a esclarecer assuntos que antes pareciam impossíveis de entendimento, temas que ficavam à mercê de crenças e não de explicações. Nesse sentido, Freud cientifica o inconsciente para nós. Mas, por muito tempo precisamos acionar a nossa fé para acreditar nele e hoje, a neurociência não deixa dúvidas sobre a sua existência. Somos mais inconscientes do que conscientes das nossas ações. Porém, ao menos atualmente sabemos que temos inconsciente. Os mistérios sobre a vida ainda são muitos, mas já podemos contar com informações que nos permitem cuidar bem melhor de nós mesmos se estivermos dispostos. Valéria Cimatti Pavani é psicóloga clínica


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INDICADOR TERAPÊUTICO

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Viva Bem elianamattos@uol.com.br

Bate-Papo

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omo é ruim quando você precisa escrever uma crônica e olha para a tela do computador e não vem nada! Claro que hoje já pensei em escrever pelo Dia das Mães. Mas depois de nove anos consecutivos comemorando esse dia aqui no JORNALZEN, vou escrever mais o quê?... Sobre a importância da mulher, mãe ou não, dentro do lar? Que ela é a viga-mestra da relação conjugal? Que se ela quiser, pode transformar a vida de todos num paraíso ou num inferno? Sim, porque já escrevi sobre isso em outras ocasiões, que quando acordamos com o pé esquerdo, conseguimos estragar o dia de nossos maridos e filhos. Porém, o contrário, também é verdadeiro: quando a família está mal humorada e a gente acorda de bem com a vida, em dois minutos todos ficam bem. Mas já escrevi sobre tudo isso também... Quem sabe posso escrever que uma mulher dá continuidade e bem, à vida familiar, mesmo sem o marido. Já o homem, quando falta a esposa, logo se casa novamente, talvez por não ter estrutura interior para tocar a vida sem o auxilio de uma mulher. Muito menos cuidar dos filhos. Claro que há exceções. Mas tenho certeza que já escrevi sobre isso também. Então, quer saber de uma coisa? Não vou ficar aqui enrolando vocês, procurando um assunto que teima em não aparecer na minha cabeça. Vou pesquisar umas receitas gostosas para vocês fazerem no domingo festivo e que todas as mães possam ter um dia alegre e fora do fogão. As receitas são para os filhos prepararem, não para vocês! Aproveitem o dia. Que tal pegar os álbuns de fotografias e após o almoço fazer uma sessão nostalgia, revendo as fotos dos seus filhos quando pequenos; as do seu casamento; o nascimento dos netos; os aniversários?... Grande beijo a todas e um feliz Dia das Mães!

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FORNO & FOGÃO ESPECIAL - DIA DAS MÃES Nhoque de bola Ingredientes: 1 kg de batatas cozidas e amassadas 2 gemas 300 g de farinha de trigo Modo de fazer: Amasse as batatas e misture os ingredientes, fazendo bolas com as mãos enfarinhadas para não grudar. Dentro de cada bola coloque um pedaço de catupiry ou outro queijo de sua preferência. Unte um

refratário com óleo e coloque as bolas uma ao lado da outra. Faça um molho de tomates a seu modo, com frango desfiado ou carne moída e depois de pronto acrescente uma lata de creme de leite. Coloque o molho ainda quente sobre as bolas, salpique queijo ralado a gosto e leve ao forno por uns 30 minutos, servindo imediatamente. Dica: não faça bolas muito pequenas para que caiba o recheio.

Filés de pescada ao molho cremoso Ingredientes: ½ kg de filés de pescada ou outro peixe da sua preferência 3 tomates maduros sem peles e sementes 2 xícaras (chá) de água ½ cebola pequena ralada 2 colheres (sopa) de salsinha picada Sal e pimenta-do-reino a gosto 1 colher (sopa) de maizena 1 lata de creme de leite Modo de fazer: Refogue a cebola em um pouco de óleo. Junte os tomates picados e refogue mais um pouco. Coloque

Carne à italiana Ingredientes: 1 kg de coxão mole em pedaços pequenos (ou outra carne a gosto) 2 colheres (sopa) de margarina 3 cebolas médias em rodelas Sal e pimenta a gosto 1 folha de louro 4 tomates maduros sem peles e sementes 2 xícaras (chá) de vinho branco seco 1 tablete de caldo de carne Cheiro verde picado a gosto ½ xícara (chá) de azeitonas pretas picadas 1 lata de creme de leite

o sal e a pimenta e em seguida a água. Deixe ferver e amolecer os tomates. Diminua a chama do fogão e junte os filés de peixe. Cozinhe lentamente por cerca de 10 minutos, mas não deixe que eles se despedacem. Retire os filés. Junte a maizena ao creme de leite e mexa bem para dissolver. Despeje essa mistura e engrosse o caldo, mexendo sempre até obter um molho cremoso. Experimente o sal e acrescente a salsinha picada. Volte o peixe para o molho, deixe alguns minutos no fogo e sirva imediatamente. Modo de fazer: Numa panela de pressão, frite a carne aos poucos na margarina, deixando dourar por igual. Junte as cebolas em rodelas e os tomates. Tempere com sal e pimenta e acrescente a folha do louro. Mexa bem refogando mais um pouco e em seguida despeje o vinho e o caldo de carne, dissolvido em 1 xícara (chá) de água fervente. Tampe a panela e deixe cozinhar por cerca de 40 minutos. Abra a panela, veja se a carne está amolecida. Junte as azeitonas picadas e o creme de leite, mexendo bem. Por último coloque o cheiro verde picado, aquecendo sem deixar ferver e sirva a seguir.

Bombocado Ingredientes: 3 xícaras (chá) de açúcar 2 xícaras (chá) de leite 2 xícaras (chá) de leite de coco 1 colher (sobremesa) de margarina 2 colheres (sopa) de fubá 2 colheres (sopa) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento em pó 4 ovos inteiros 100 g de coco ralado

Modo de fazer: Junte todos os ingredientes pela ordem e bata-os no liquidificador. Leve para assar em fogo médio, em assadeira untada e enfarinhada. Depois de frio, corte em quadradinhos.


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BEM NUTRIR Benefícios do chá Adriana Fernandes Miranda

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mais antigo registro sobre o uso desta bebida foi escrito por volta de 800 d.C. Séculos depois, foi o potencial medicinal da bebida que virou mania o responsável pelo atual boom do chá, especialmente nas versões “verde” ou “branco”. Assim vieram os estudos, na descoberta dos polifenóis, uma vez que o chá é rico em alguns desses compostos, em especial as catequinas. Provenientes da mesma planta, a Camellia sinensis, os chás são divididos em quatro categorias, de acordo com a forma com que a planta é processada. O chá branco é obtido apenas pelo processo de secagem dos brotos, sem fermentação. O verde é feito com as folhas da planta, que são torradas imediatamente após a colheita, para que não ocorra a fermentação. No chá Oolong, as folhas já passam por uma parte do processo de fermentação, sendo considerado semifermentado. No chá preto, o processo de fermentação é realizado até o fim. O chá vermelho é apenas mais uma designação do chá preto, porém existe uma outra planta, Aspalanthus linearis, que é comercializada como chá vermelho apesar de não ser tecnicamente chá, já que não vem da Camellia sinensis. O efeito cardioprotetor do chá está relacionado à ação de seus compostos fenólicos, que têm propriedades anti-inflamatórias, antitrombóticas e capacidade de diminuir as gorduras no sangue. Alguns estudos mostram que o consumo de três a seis xícaras de chá por dia reduz o risco de doença cardiovascular em 45%. A atividade anticancerígena também tem sido observada em estudos com animais, porém, infelizmente ainda não há evidências, até o momento, sobre os benefícios reais para seres humanos.

O chá verde aumenta a oxidação de gorduras e o gasto calórico, o que contribui para a perda de peso e diminuição de massa gorda (efeito já verificado em seres humanos). Na indústria de cosméticos, estudos mostram algum benefício do uso tópico de extratos de chá verde e branco no aumento da proteção da pele contra os efeitos dos raios ultravioleta, porém o uso oral de suplementos com polifenóis de chá verde não mostrou resultados “antienvelhecimento”. Há muita expectativa sobre as propriedades neuroprotetoras dos compostos do chá verde e sua possível ação nas patologias cognitivas e neurodegenerativas. Estudos com resultados positivos aumentam as esperanças de que o chá possa ter ação preventiva contra o Alzheimer, entretanto ainda não existe eficácia cientificamente comprovada para prevenir a doença. No Brasil, o chá verde é comercializado principalmente acondicionados em saquinhos de papel de filtro (sachês), e estudos tem demonstrado que o chá brasileiro apresenta maior quantidade de compostos fenólicos quando comparado com chás de outros países, e tal fato é atribuído às características do clima e do solo. Estudo realizado no Brasil mostrou que para o total aproveitamento das propriedades antioxidantes o chá verde deve ser preparado com tempo de infusão mínimo de cinco minutos (da folha ao invés de sachê) sob agitação leve. Os princípios bioativos e as propriedades antioxidantes mostraram-se estáveis ao armazenamento em temperatura ambiente e em geladeira por 24 horas. Desta forma, o consumidor pode preparar o chá, mantê-lo em geladeira ou mesmo em temperatura ambiente e consumi-lo ao longo do dia. Adriana Fernandes Miranda é nutricionista

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PONTOS DE VENDA DO JORNALZEN CAMPINAS BARÃO GERALDO BANCA CENTRAL - Avenida Santa Isabel, 20 BARÃO ERVAS - Avenida Santa Isabel, 506 IDEAL REFEIÇÕES - Rua Vital Brasil, 200 BOTAFOGO BANCA RODOVIÁRIA - Avenida Andrade Neves, 880 BOSQUE BANCA DO BOSQUE - Avenida Moraes Sales, 1.748 CAMBUÍ BANCA CAMBUÍ - Rua Cel. Quirino (ao lado Massa Pura) BANCA DA ALICE - Avenida Júlio de Mesquita, 500 BANCA DONA SINHÁ - Rua Cap. Francisco de Paula, s/n (Praça Adamina Del Soldato) BANCA MARIA MONTEIRO - Maria Monteiro, 1.201 BANCA RIVIERA - Rua Coronel Silva Teles, 37 BANCA SANTA CRUZ - Rua Santa Cruz, 176 BANCA SUPER PLÁ - Rua São Pedro, 285 CASTELO BANCA NAKAZONE - Avenida Andrade Neves (balão) CENTRO ALMAZEN - Rua Barreto Leme, 1.259 BANCA CAMÕES - Rua 11 de Agosto, 558 BANCA CONCEIÇÃO - Rua Conceição BANCA DO ALEMÃO - Rua General Osório, 986 BANCA DO MIRO - Avenida Campos Salles, 663 BANCA EVEREST - Av. Campos Sales (em frente nº 737) BANCA REAL DISNEY - Rua General Osório, 1.325 BANCA ROSÁRIO - Rua Barão de Jaguara esq. c/General Osório BANCA TANNO - Avenida Francisco Glicério, 1.580 CHÁCARA DA BARRA CENAPEC - Rua Mogi das Cruzes, 255

INDAIATUBA

CIDADE UNIVERSITÁRIA BANCA BARÃO - Avenida 2 - Atílio Martini, 50 FLAMBOYANT BANCA DO ISMAEL - Rua Mogi Guaçu (em frente à padaria Abelha Gulosa) GUANABARA BANCA DO DIRCEU - Rua Oliveira Cardoso, 62 BANCA ITAMARATI - Rua Eng. Cândido Gomide, 287 PARQUE IMPERADOR BANCA CARREFOUR - Rodovia Dom Pedro I PROENÇA BANCA DO ROBERTO - Av. Princesa D’Oeste, 994 SANTA GENEBRA BANCA SANTA GENEBRA Avenida Pamplona, s/nº SOUSAS AVIS RARA Rua Rei Salomão, 295 BANCA RICCO PANE Avenida Antônio Carlos Couto de Barros, 871 TAQUARAL BANCA DO EDUARDO - Rua Thomaz Alva Edson, 115 BANCA TAQUARAL - Rua Paula Bueno, 1.260 VILA ITAPURA BANCA SACRAMENTO - Rua Eng. Saturnino Brito, s/nº VILA NOVA BANCA VILA NOVA - Av. Imperatriz Leopoldina, 100

HOLAMBRA

CENTRO BANCA RUTH - Rua Candelária, 1 CINE CAFÉ - Shopping Jaraguá (Rua Humaitá, 773)

ESPAÇO TERRA VIVA - Avenida Rota dos Imigrantes, 605

JARDIM CALIFÓRNIA BANCA DO JANUBA - Praça Renato Villanova

BANCA MOTTA PAULISTÃO - Rua Luis Camilo de Camargo, 332 (estacionamento supermercado Paulistão)

VILA NOSSA SENHORA APARECIDA PANIFICADORA A-REAL - Rua Candelária, 1.828 SAÚDE NATURAL - Rua Candelária, 1.751

CIPAN - Rua Vanderlei de Costa Camargo, 223 (Remanso)

VILA VITÓRIA BANCA DO JAIR - Rua Humaitá esq. Av. Pres. Vargas * Avenida Pres. Vargas, 472 * Avenida Eng. Fábio Roberto Barnabé, 1.083 (Parque Ecológico) VILA SUÍÇA PADARIA SUÍÇA - Rua Pedro de Toledo, 1.855

HORTOLÂNDIA

VALINHOS em todas as bancas da cidade

VINHEDO* Unidade I: Avenida dos Imigrantes, 575 (Jardim Itália) Unidade II: Estrada da Boiada, 2.845 (Nova Vinhedo) * e em todas as bancas da cidade


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JORNALZEN

MAIO/2014


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