JORNALZEN ANO 15
OUTUBRO/2019
AUTOCONHECIMENTO
•
Nº 176
BEM-ESTAR
•
www.jornalzen.com.br
CIDADANIA
•
JULIA PARPULOV
ZENTREVISTA
Sandra Sobral Pág. 3
MOVIMENTO Prática de ioga no Sesc Avenida Paulista durante a sétima edição da Semana Move, coordenada pelo Sesc São Paulo em todas as unidades do Estado, entre 21 e 29 de setembro. Com mais de 800 atividades, como apresentações esportivas, aulas abertas, bate-papos, competições, corridas, oficinas, passeios ciclísticos e vivências, o evento ocorreu simultaneamente em 13 países da América Latina com o objetivo de estimular as pessoas para a prática de atividades físicas. DIVULGAÇÃO
CULTURA DE PAZ Caminhada de encerramento da Semana pela Paz, de 20 a 28 de setembro, em Campinas. O evento promovido pelo Conselho Municipal da Cultura de Paz teve atividades com a população, seminários e exposIção de trabalhos. DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
PENSE ROSA Uma das 20 fotos da exposição de projeto que homenageia as mulheres que lutam com vontade de viver e vencer o câncer de mama. Até 23 de outubro, no Campinas Shopping.
OLHAR DE PAZ Apresentação musical no Parque Ibirapuera, em São Paulo, no Dia Internacional da Paz (21 de setembro). O evento teve atividades lúdicas, meditação e exercícios de respiração.
CULTURA
•
SAÚDE
JORNALZEN
2
Bicentenário do nascimento do Báb
PANORAMA REPRODUÇÃO
Luis Henrique Beust
T
odas as coisas começam pequenas e então vão se desenvolvendo e assumindo sua natural grandeza. É assim com os seres vivos, com as transformações no pensamento, na política, na filosofia, nas ciências, na moral e na cosmovisão dos povos. Não é diferente na religião. Todas elas começam a partir de um homem que se proclama Profeta. Suas Causas começam pequenas e depois conquistam o mundo. Eles afirmam que Seus ensinamentos provêm do Espírito Supremo, o Deus uno e verdadeiro. Eles não advogam para Si nenhum mérito ou grandeza a não ser o de Intermediários entre Deus e os homens. Assim foi com todos os fundadores das religiões mundiais: Krishna (há 5 mil anos), Moisés (há 3.600 anos), Zoroastro (há 3 mil anos), Buda (há 2.500 anos), Jesus Cristo (há 2 mil anos), Muhammad (há 1.400 anos), o Báb (em 1844) e Bahá’u’lláh (em 1863). Neste ano o mundo celebra os 200 anos do nascimento do Báb, o primeiro dos dois Manifestantes de Deus nascidos no século XIX, na Pérsia, atual Irã. Seu nome era Siyyid Ali-Muhammad, e nasceu na cidade de Shiraz em 20 de outubro de 1819. O título Báb significa “Porta”, pois Ele afirmava ser a Porta para uma era de paz e fraternidade entre os homens. O Báb era descendente do Profeta Muhammad, e desfrutava de simpatia e admiração entre todos, pela santidade de Seu caráter e Seu conhecimento e sabedoria inatos. No entanto, quando proclamou, em 1844, com 25 anos de idade, ser o Portador de uma mensagem de Deus para a humanidade moderna, foi antagonizado ferozmente pelo clero muçulmano. Foi aprisionado e martirizado, em 1850, por um pelotão de fuzilamento de 750 soldados na cidade de Tabriz, feito que testemunhou o mais documentado milagre da história das religiões. Feita a rodada de disparos, quando a fumaça se dispersou, o Báb não estava mais onde o haviam amarrado com grossas cordas e suspendido em um gancho na parede da pra-
JORNALZEN NOSSA MISSÃO:
Informar para transformar
OUTUBRO/2019
TATUAGEM DO BEM Em parceria com o projeto Arte com Paixão, a entidade social Tatoo do Bem oferecerá gratuitamente tatuagens de segurança e estética para mulheres com câncer e portadores de diabetes e hipertensão, entre outras doenças, na 9ª Tattoo Week, de 25 a 27 de outubro, no São Paulo Expo. Inscrições e mais informações: tatooweek.com.br SEMANA LIXO ZERO Promovida em todo o País, a Semana Lixo Zero, de 18 a 27 de outubro, terá mais de 80 eventos abertos ao público em São Paulo. Palestras, painéis, rodas de conversas, apresentação de cases, exibição de filmes, oficinas e mutirões tratarão do tema resíduos sólidos ligado aos mais diversos setores da economia. Confira a programação e mais informações em www.semanalixozero.com.br/sao-paulo BOLSA PARA FOTÓGRAFOS A Getty Images se uniu à Verizon Media para conceder uma bolsa global a fotógrafos que retratem, de alguma forma, portadores de deficiência. Ela procura incentivar os profissionais a representarem essas pessoas de modo diferente do habitual. Inscrições até 1º de novembro. Mais informações: wherewestand.gettyimages.com/grants
ça interna do quartel. Dez mil pessoas observaram o acontecimento, muitos gritando “milage, milagre!” Os sacerdotes mostravam os pedaços das cordas e diziam “Não foi milagre! As balas cortaram as cordas!” Hipócritas! Nenhuma das 750 balas atingiu o Báb, e não era milagre! Foram encontrá-lo, sereno, na cela da prisão, finalizando instruções a Seu secretário. Ele havia sido arrastado dali para a praça de execução, momento em que dissera aos seus que enquanto não finalizasse Sua missão nenhuma força nos céus ou na terra poderia impedi-Lo. E assim foi. Um novo pelotão foi formado (o primeiro debandou) e desta vez Seu corpo foi crivado de balas, embora nenhuma Lhe atingisse o rosto. O Báb foi exaltado por grandes e pequenos. Os escritores Eça de Queiroz e Érico Veríssimo prestam reverência a Ele em dois de seus livros. O Báb ensinou a emancipação da mulher, a unidade de todas as religiões como vindas do mesmo e único Deus e adaptadas para a era quando surgiram, a eliminação dos preconceitos e o amor universal. Em 1863 o Manifestante de Deus prometido pelo Báb, com uma mensagem ainda maior do que a Sua, proclamou Sua Missão: Bahá’u’lláh, fundador da Fé Bahá’í.
JANTAR DA HOSPITALHAÇOS A ONG Hospitalhaços promove no dia 8 de novembro seu jantar solidário. O evento terá início às 19h30, no restaurante do hotel Meliá, localizado no Cambuí, em Campinas. Para conferir o cardádio, acesse o site www.hospitalhacos.org.br. Mais informações e reserva de convites: (19) 3237-2603 ou apoio-eventos@hospitalhacos.org.br PAELLA DA CASA CRIANÇA Começaram as vendas da Paella Caipira da Casa da Criança de Valinhos, marcada para o dia 27 de outubro, às 12h30, no Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini (Parque da Festa do Figo), no Pavilhão do Clube das Mães. Cada convite tem o valor de 50 reais (bebidas à parte). Mais informações pelo telefone (19) 3871-0546.
Luis Henrique Beust é escritor e membro da Comunidade Bahá-í de Campinas
DIRETORA SILVIA LÁ MON EDITOR JORGE RIBEIRO NETO (MTB 25.508)
TELEFONES Redação (19) 3324-6062 Publicidade (19) 99109-4566
contato@jornalzen.com.br www.jornalzen.com.br
Publicado por JORNALZEN EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA. Fundado em janeiro/2005
OUTUBRO/2019
P
or volta dos 40 anos, a jornalista Sandra Sobral decidiu que até os 50 daria um novo rumo profissional em sua vida. Ela havia chegado ao auge de sua empresa de comunicação, tinha reconhecimento e uma vida financeira confortável e estável. Mas achava que, ao invés de se preocupar com a aposentadoria, deveria buscar algo diferente, sem saber exatamente o quê. Nesse meio tempo, abriu e fechou vários outros tipos de negócios – de loja de objetos de decoração, passando por hotelaria, até uma editora e uma empresa de eventos. Porém a inquietude sempre esteve presente. Até que entendeu que seu propósito seria social, pois buscava algo que fizesse diferença na vida das pessoas. O sonho se uniu à oportunidade em 2016, quando Sandra fundou o Instituto Geração Amanhã (IGA), cujo objetivo é fomentar o acolhimento familiar, alternativa legal para crianças e adolescentes em situação de risco – no Brasil, são cerca de 40 mil. Formada em jornalismo com pós-graduação em marketing, a paulista de Rancharia especializouse na temática do acolhimento e em adoção com ênfase no estudo da psicologia e da neurociência na primeira infância. Nesta entrevista ao JORNALZEN, Sandra Sobral fala mais sobre o trabalho de formar e conscientizar a sociedade sobre a importância da vida familiar e comunitária. Desde quando passou a ter interesse por questões sociais? Nasci e cresci num sítio, de onde só saí aos 17 anos para fazer faculdade. Uma oportunidade rara de conviver com o lado simples da vida, em uma família afetiva, estruturada e extremamente envolvida com a comunidade local e, curiosamente, sintonizada com o que acontecia no mundo. Tive o privilégio de crescer em uma família grande, que acreditava que ajudar ao próximo não era obrigação e, sim, um dever cotidiano. Meus pais sempre ajudavam os mais necessitados, das formas mais variadas possíveis, trabalhando na igreja, fazendo doações regularmente, e levando-nos também a participar e repartir o que tínhamos. Mais tarde, quando fiz faculdade e tornei-me empresária, fiz vários trabalhos voluntários, organizava doações para creches com os amigos. Mas só fui entender o “poder” do terceiro setor quando coordenei a comunicação da Unesco, de ONGs da dona Ruth Cardoso e do Cidade Escola Aprendiz. Como vê o desenvolvimento do acolhimento familiar no Brasil? A missão do IGA tem a ver justamente com o desconhecimento do acolhimento familiar no Brasil e nos descompassos entre as crianças que podem ser adotadas e a demora de quem quer adotar. A base do nosso trabalho está na garantia constitucional do direito à família. O abrigo fere esse princípio básico de convivência familiar e comunitária. Quando a crian-
JORNALZEN
3
ZENTREVISTA|Sandra Sobral
FAZENDO A DIFERENÇA Jornalista deixou vida empresarial para se dedicar a instituto que trabalha para incentivar o acolhimento familiar no Brasil DIVULGAÇÃO
rológico das crianças. Ou seja, há um consenso mundial, na psicologia, na educação e na neurociência, de que os primeiros anos de vida são fundamentais para a formação da criança e impactam em toda a vida adulta. Por melhores que sejam, os abrigos são incapazes de promover uma vida em família e em comunidade, além dos estímulos necessários. O resultado, comprovado pela ciência, é de que a permanência prolongada em instituições, especialmente na primeira infância, é altamente nociva à integração, socialização, desenvolvimento e criação de vínculos afetivos. Em diversos países já se proibiu colocar crianças de até 3 anos em instituições – se estiverem em situação de risco, somente podem ir para famílias acolhedoras. Práticas relacionadas ao autoconhecimento ou à espiritualidade podem ajudar de alguma forma? Acredito que, independentemente de religião e de mensagens clichês de autoajuda, existe uma lei maior de causa e efeito, de que a fé é transformadora e que os desafios podem trazer, sim, grandes oportunidades. As crianças acolhidas e adotadas têm histórias complexas, que exigem muito amor, paciência, compaixão. As transformações e superações não acontecem nem se explicam apenas pela ciência. Nesse sentido, o olhar para dentro e para algo maior é essencial.
ça ou adolescente está em situação de risco, o Estado tem a obrigação de protegê-la e seu destino no Brasil é quase sempre uma instituição. Em vários outros países, no entanto, o acolhimento familiar é a alternativa mais usada, ou seja, colocar a criança numa família temporária, enquanto se define a solução para seu caso. O acolhimento familiar é prioridade por lei em relação ao acolhimento institucional desde 2009, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Apesar disso, essa modalidade ainda não chega a 10% do total crianças acolhidas em situação de risco. Nossa missão é não só divulgar esse tema para a sociedade em geral, co-
mo também promover ações junto ao poder público e Poder Judiciário, que estão à frente da criação de leis e de sua execução. De que forma a psicologia e a neurociência podem contribuir nessa questão? A psicologia tem inúmeros estudos sobre a importância do afeto e do vínculo na primeira infância – que vai até os 6 anos –, entre os quais destacam-se Bowlby e Winnicott. Nas últimas décadas, a neurociência comprovou que além de traumas psicológicos, o abandono e a negligência nos primeiros anos de vida podem causar danos graves no desenvolvimento neu-
“Existe uma lei maior de causa e efeito. A fé é transformadora e os desafios podem nos trazer, sim, grandes oportunidades”
Como avalia a proposta do JORNALZEN, de divulgar iniciativas ligadas ao bem? Vivemos a era da informação rápida e superficial. Infelizmente, as notícias negativas e opiniões muitas vezes infundadas viralizam num ritmo assustador. Essencial para nossa evolução que se fale do bem e de iniciativas positivas, de impacto social, que promovam o crescimento do outro e da sociedade. O lado bom também pode contaminar. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? No Brasil, a responsabilidade que se coloca no governo às vezes nos impede de ver a responsabilidade e a força individual que temos. A verdade é que nossas escolhas e decisões impactam na vida de muitas outras pessoas, mesmo que não tenhamos ideia da extensão. Então, um pequeno gesto de cidadania, de respeitar um pedestre, de não pegar o que não é seu, de ser honesto, de ver o outro além do preconceito ou dar uma oportunidade, pode mudar o mundo.
JORNALZEN
4
Constelação familiar A família é a base fundamental sobre a qual se ergue o imenso edifício da sociedade. No pequeno grupo doméstico, inicia-se a experiência da fraternidade universal, ensaiando-se os passos para os nobres cometimentos em favor da construção da sociedade equilibrada. Em razão disso, toda vez que a família se enfraquece, a sociedade experimenta conflitos e fica abalada nas suas estruturas. Vive-se, na Terra, destes dias, injustificável agressão à constelação familiar, com transtornos e insatisfações que tomam as mentes e os corações juvenis. Aturdidos ante os tormentos que vêm assaltando os adultos, alguns, irresponsáveis, outros, imaturos em relação aos compromissos do lar, que se deixam arrastar pelas utopias do prazer, em detrimento das bênçãos do dever em relação à família, desgarram-se, e, sem rumo, atiram-se nos resvaladouros da alucinação, desesperados, investindo contra o instituto doméstico. A aparente falência das uniões consagradas pelo matrimônio, assim como a de todas aquelas que frutesceram em descendentes, não é da família, mas da desestruturação da ética e da moral, vitimadas pelas mudanças impostas pelos denominados novos tempos, nos quais, escravizando-se às paixões dissolventes, os indivíduos optam pela ansiosa conquista das coisas e dos fetiches da tecnologia que os distraem e entorpecem. Como efeito, os jovens atiram-se nos emaranhados processos de busca do deleite sem qualquer freio, enquanto os adultos apresentam os primeiros sinais de cansaço. A denominada luta de gerações, na qual os reais valores da dignificação humana são ultrajados pelas proposições modernistas do hoje, do aqui e do agora, favorece a debandada do lar pelos jovens, incapazes ainda de orientar a existência, de enfrentar os desafios, de viver em equilíbrio. Faltando o lar seguro, buscam organizar tribos e reagem a tudo que os vincule à estrutura familiar, dando lugar a novos hábitos e a costumes próprios, matando as imagens ancestrais e construindo a própria
identidade, agressiva e arrogante, em nome da liberdade de pensamento e de ação, que o JOÃO BATISTA SCALFI tempo de- Vice-presidente do Educandário monstra frá- Deus e a Natureza (Indaiatuba) gil e sem sustentação em longo prazo. A família, no entanto, vem sobrevivendo apesar dos golpes que lhe têm sido desferidos, os códigos de ética, lentamente vêm sendo revividos, aumentando o número de matrimônios, enquanto diminui o de divórcios, em respeito à monogamia, a mais elevada expressão do afeto, no processo da fidelidade e ao respeito pelo outro... O ser humano é estruturalmente constituído para viver em família, a fim de desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que lhe jazem adormecidos, aguardando os estímulos da convivência no lar, para liberá-los e sublimar-se. Quando procria com responsabilidade atinge um dos momentos mais sublimes da existência. Em forma de instinto que confere aos animais o cuidado com a prole e o seu amparo, no ser humano essa energia atinge a faixa de sentimento superior, que induz ao zelo e à proteção, chegando mesmo ao sacrifício em favor da sua preservação. Quando ocorre o contrário, trata-se de uma patologia, um transtorno de natureza psicológica ou psiquiátrica. Há, em todas as formas de vida, essa energia divina que, no ser humano, apresenta-se em forma de consciência, de discernimento, de razão, de amor e de sabedoria. Na família, esse nobre sentimento encontra campo fértil para desenvolver-se, felicitando os seres frágeis que reiniciam a jornada, bem como aqueles que lhes constituem a segurança. Por essas e muitas outras razões, a constelação familiar jamais desaparecerá da sociedade terrestre e continuará superando obstáculos com beleza e espiritualidade. Fonte: Constelação Familiar (Divaldo Franco/Joanna de Ângelis)
OUTUBRO/2019
JORNALZEN
OUTUBRO/2019
O universo de cada um O seu mundo manifesto é o espelhamento de seu mundo informacional. Com o tempo fomos gradualmente nos afastando dos conceitos mais primitivos e técnicas tradicionais de cura e passamos a considerar como causas de doenças físicas e psíquicas somente o meio externo e a nossa hereditariedade. A crença e a prática da separação entre os planos físico e sutil consolidou a ideia de que os processos físicos e densos da matéria eram o princípio do mundo concreto, o início, o meio e o fim da manutenção da vida física como a conhecemos. A metafísica entretanto vem desconstruir a crença de que o mundo físico é em si mesmo o precursor e o mantenedor da matéria para então considerar o princípio como sendo o nível mais sutil, que descendo em evolução passa de estados vibracionais mais elevados para estados vibracionais mais baixos, ou seja, o estado denso da matéria que é aquilo que conhecemos como corpo físico. A física quântica nos elucida concretamente as teorias mais primordiais e remotas trazidas das bases da alquimia Hermética enunciada por Hermes Trismegisto, Hermes – “o três vezes grande” é o nome dado pelos neoplatônicos, místicos e alquimistas ao deus egípcio Thoth ou Tahutu, identificado com o deus grego Hermes. Ambos eram os deuses da escrita e da magia nas respectivas culturas. Hermes Trismegisto declarava em outras palavras o que hoje comprova-se através da tecnologia que “o Todo é mente”, “o universo é mental”, tudo é informação. Informação essa traduzida em energia e vibração seja ela adjetivada com quaisquer qualidades, seja positiva, negativa, útil ou inútil, que plasma em nossos campos mórficos e do nosso clã e que pela ob-
servação consciente ou ação inconsciente influencia os níveis mentais, emocionais e físicos de nosELOÁ SANCHES so ser precipi- Médica, acupunturista e tando-se sob decodificadora biológica forma de matéria densa palpável e visível fisicamente. Portanto é o observador, o indivíduo quem cria a sua própria realidade a partir do conteúdo de seu campo vibracional. Quer dizer que a doença não acontece por acaso. Ela tem suas raízes em informações criadas através de experiências e memórias que estão presentes em nosso campo informacional. E toda informação tem uma vibração. A decodificação biológica sistêmica considera estes três aspectos do ser humano: o mental, emocional e o físico, e entende que toda manifestação nestes três aspectos tem início no campo sutil, vibracional, no campo informacional. É desta forma que entendemos que assim como tudo tem um planejamento inicial ou uma matriz inicial antes de se manifestar, o corpo físico também tem, e essa matriz que dá origem ao corpo físico é nosso campo vibracional. Tudo o que nele existe poderá se manifestar fisicamente, mas com certeza tudo o que está manifesto está presente neste campo informacional. Para compreender a raiz dos sintomas e desfazê-los precisamos ir direto ao agente causal. Precisamos conhecer “o que” existe no campo, “porque e para que” ele existe. Somente assim desfazemos essa matriz. Eloá Sanches é médica com pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa, formação internacional em Leitura Biológica, formação internacional em Memória e Informação; e aromaterapeuta clínica
5
6
JORNALZEN
Os movimentos proporcionados pelo legado de Bert Hellinger Utilizarei o espaço desta grande visibilidade e aplicoluna para falar um poucação nos campos teraco do criador das constepêuticos; saúde mental; lações familiares: Anton pedagogia e educação; “Suitbert” Hellinger, nasconsultoria, avaliação e cido em Leimen no dia 16 soluções organizacionais, de dezembro de 1925, gestão e coaching sistêconhecido como Bert Helmico; comunicação; tralinger, faleceu em 19 de balho social; mediação; disetembro de 2019, na RENÉ SCHUBERT reito sistêmico e no camPsicanalista Alemanha. po da Justiça. Formado em filosofia, Bert Hellinger escreteologia e pedagogia, atuou como veu e publicou 108 livros, traduzimembro de uma ordem de missio- dos para aproximadamente 38 línnários católica (Marienhiller Pius), guas, muitos destes traduzidos paviveu e trabalhou durante 16 anos ra o português e publicados no Brano sul da África, dirigindo várias sil pelas editoras Cultrix e Atman. escolas de nível superior. Posterior- Ministrou treinamentos, seminárimente, deu sequência a seus estu- os, cursos em diversos países e até dos e pesquisas, tornando-se psi- o final de sua vida. Acompanhava canalista e, por meio do estudo, os treinamentos, agora conduzidos aprofundamento e aplicação das di- por sua esposa, Sophie Hellinger. nâmicas de grupo, da terapia pri- Passou adiante a constelação famimal, da análise transacional, ges- liar, que ele chamou de “postura fitalt-terapia, terapia sistêmica fami- losófica” e “ciência dos relacionaliar, reconstrução familiar, psico- mentos” para muito(a)s terapeutas drama, hipnoterapia, programação e facilitadores no mundo todo. neurolinguística, entre outros métoCerta vez, Bert Hellinger referiu dos e teorias psicológico-filosóficas, que as constelações familiares esdesenvolveu sua própria aborda- tavam a serviço da reconciliação e gem terapêutica, a qual denomi- da paz. Nós, alunos e facilitadores de nou familienaufstellung/famili- constelação familiar, podemos dizer enstellen (respectivamente, “colo- que sim, essa postura fenomenocar o familiar”, “colocação famili- lógica e olhar sistêmico estão a serar”, “configuração familiar” ou tam- viço, e nós também. Por isso, neste bém “colocar o lugar do familiar”, momento dizemos: “Bert Hellinger, traduzido para “constelações fami- dankbarkeit! Gratidão! Gratitude!” liares” no Brasil, e assim conhecida Você nos trouxe e deu tanto! Fanos países de língua espanhola, ita- remos algo bom com isso, honranliana, português e inglês). do a você e ao legado deixado em Nas últimas décadas, essa abor- escritos, livros, áudios, vídeos, sedagem terapêutica alemã tem ga- minários, relacionamentos, alunos, nhado cada vez mais espaço e re- docentes, clientes, pessoas... conhecimento. No Brasil, obteve O movimento segue adiante...
OUTUBRO/2019
Dr. Orestes Mazzariol Corrimento vaginal O corrimento vaginal é uma síndrome comum, que ocorre principalmente na idade reprodutiva, podendo ser acompanhado de prurido, irritação local e/ou alteração de odor. A investigação da história clínica deve ser minuciosa, com informações sobre comportamentos e práticas sexuais, características do corrimento, consistência, cor e odor, data da última menstruação, práticas de higiene, agentes irritantes locais, medicamentos tópicos ou sistêmicos. Durante o exame físico, além das características do corrimento, o profissional deve observar ainda a existência de ulcerações e/ou eritema. É importante avaliar a percepção da mulher quanto à existência de corrimento vaginal fisiológico. O termo Infecções do Trato Reprodutivo (ITR) é utilizado para descrever, infecções endógenas (candidíase vulvovaginal e agentes da vaginose bacteriana); infecções iatrogênicas (infecções pós-aborto, pós-parto); infec-
ções sexualmente transmissíveis (tricomoníase). As infecções por C. trachomatis e N. gonorrhoeae em mulheres frequentemente não produzem corrimento. As indicações para o seu manejo, diagnóstico e tratamento estão abordados em capítulo específico deste protocolo. Todos os casos de corrimento vaginal são considerados como ITR. Entre elas, somente a tricomoníase é considerada uma IST. As pessoas com queixa de corrimento vaginal, ao procurarem um serviço de saúde, devem ser bem esclarecidas sobre essas diferenças. O diagnóstico de uma IST tem implicações que estão ausentes nas infecções endógenas ou iatrogênicas, como, por exemplo, a necessidade de tratamento de parcerias sexuais. Casos de violência doméstica e outros impactos sobre o relacionamento entre parcerias sexuais são comuns quando uma infecção endógena ou iatrogênica é erroneamente rotulada como uma IST.
JORNALZEN
OUTUBRO/2019 -
Bom trânsito para nós! Marks Pintija
Simulador, aulas noturnas e ACC Desde o último dia 16 de setembro estão valendo em todo o país três novas regras para quem está fazendo um processo de habilitação, sendo para a primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação), para as adições de categoria (B – automóveis e A – duas ou três rodas) e também para os que estão se reabilitando. O assunto simulador é o que mais vem recebendo comentários nas mídias sociais nos últimos meses. Esse equipamento, que é utilizado de forma obrigatória na formação dos condutores desde dezembro de 2014, passou agora a ser oferecido apenas de forma opcional. Na prática, o que ocorreu é que das 25 aulas que eram exigidas (cinco no simulador e 20 na via pública com automóvel), agora são apenas 20 aulas, sendo que destas, cinco podem ser, op-
cionalmente, num simulador. Outra alteração importante é que a quantidade de aulas noturnas caiu de quatro para apenas uma. Essa exigência é prevista em lei específica que exige o treinamento neste horário com menor iluminação e não pode deixar de existir sem que ocorra nova votação no Congresso Nacional. E a última mudança, que trata da obtenção da ACC – autorização para conduzir ciclomotores, uma espécie de CNH para veículos menores que as motos –, permite que até o dia 30 de setembro de 2020 os interessados possam fazer apenas os exames previstos na lei, sem que tenham que fazer aulas teóricas e práticas. O candidato faz o cadastro junto ao Detran, realiza os exames médico e psicotécnico, o exame teórico e faz a avaliação em um ciclomotor (até 50 cilindradas). Com a aprovação, a CNH é emitida com as mesmas especificações e validade das demais categorias. Marks Pintija é especialista e educador em trânsito
7
Renascer Hirana Tudo começou após uma grave doença que descobri em 2013 e que viria a ser um marco de minha transformação pessoal. Eu acabara de sair de uma palestra que explorava nossa condição de sermos donos ou não de nós mesmos – “Sujeitos ou Sujeitados” – quando li o resultado do meu exame e meu mundo desabou. Por pouco tempo, pois movida por uma força que eu desconhecia e ouvindo um chamado até então rouco e inexpressivo, iniciei minha trajetória em busca de mim mesma. Neste novo caminho, recheado de indagações, encontrei a Terapia do Renascimento, e então o chamado ficou mais forte, mais nítido e gritava dentro de mim. Sabia que era ali que me encontraria, que entenderia meu propósito de vida, meu plano divino. Muitas pessoas de luz cruzaram o meu caminho através da leitura, de práticas de respiração, de formações e vivencias. Sensações, sentimentos, reflexões, experiências vividas – boas e más –, vinham como remédio para minha alma. Meu desejo por encontrar minha essência ficava mais
forte que o medo do desconhecido, do novo. “Inspire, expire. Encha HIRANA FAÉ seu corpo de Psicoterapeuta energia vital, permita que o amor te envolva” se tornou um mantra sagrado e transmutador. Uma nova pessoa começava a ter lugar em meu corpo, minha mente, meu espírito. O renascimento sistêmico chegou para me fazer sentir, me olhar e me encontrar. Curei minha criança interior, honrei e aceitei meus pais e meus antepassados, dei lugar ao amor no meu coração, por mim e por toda a humanidade, e nesse processo de energia, afeto e purificação me tornei Hirana, deixando no passado o que a ele pertencia e trazendo para o aqui e agora a minha essência. Sigo no processo de internalização e aceitação de minha nova verdade com uma sede por compartilhar minha experiência com o Outro, ajudando-o a romper barreiras e encontrar seu caminho.
WhatsApp: (19) 99738-1523 | Campinas/SP
Desenvolvendo chacras, kundalini e nádis
WhatsApp JORNALZEN (19) 99109-4566 (19) 99149-1256
O ser humano é uma sobreposição de corpos que atuam em dimensões diferentes da natureza. Temos os corpos físico denso, fíCLÉLIO BERTI sico energétiProfessor sênior no co, emocional, Yôga Flamboyant mental e intuicional (onde ocorre a espiritualidade). O corpo físico energético administra a energia que sustenta a vida. A energia biológica circula por canais denominados nádis ou meridianos. Os chacras são encontro de duas ou mais nádis e captam, armazenam e distribuem a energia. Kundalini é a energia colossal que, se desperta plenamente, pro-
duz todos os fenômenos de levar o ser humano ao contato pleno consigo mesmo e com o Absoluto. Fazer um bom trabalho de chacras e kundalini, requer que as nádis ou meridianos estejam limpos para que a energia circule com eficiência. Nádis sujas ou obstruídas dificultam a circulação energética e causam excesso de energia num ponto e deficiência, no outro. O desequilíbrio energético causa, também, as doenças.
Como limpar as nádis? Como estimular os chacras? Como despertar kundalini com segurança? Para obter essas respostas, faça comigo o curso “Desenvolvendo chacras, kundalini e nádis”. São seis videoaulas com as informações que você precisa para fazer um trabalho seguro e eficiente. Faça a sua inscrição em www.meditacaointegrada. com/desenvolvendo-chakraskundalini-e-nadis
Av. José Bonifácio, 1.030 Jd. Flamboyant - Campinas WhatsApp: 19 99725.4241
www.yogaemcampinas.com.br
8
JORNALZEN
Respirar, presenciar e integrar A primeira coisa que fado seu trabalho? Qual lo para os meus alunos é o gosto de estar com que estão iniciando no as pessoas que você yoga: “respire”. ama? Mesmo os moÉ incrível como as mentos amargos precipessoas se preocupam sam ser degustados patanto com o corpo, o ra que a experiência sebem-estar e se esqueja absorvida e digerida. cem de que a respiraMas se o indivíduo não ção é o mais importan- MÁRCIO ASSUMPÇÃO está presente, tudo perte. Ela vem primeiro, an- Professor de yoga e diretor de o sabor. tes de tudo, desde que do Instituto de Yogaterapia Presenciar é olhar nascemos. nos olhos, perceber um Na prática de yoga, é a respi- toque, olhar para o outro ao lado, ração que conduz os movimentos. mas, principalmente, é se olhar Quando se presta atenção nela, ati- profundamente, dar-se a oportuva-se toda a autopercepção e cons- nidade de conhecer a si mesmo. ciência psicofísica. É por isso que Na prática do yoga, o aluno “respiração, mente e emoção” es- sempre será convidado a estar tão completamente vinculadas. presente em seu corpo, observáQuando você está triste, a res- lo, sentindo seus limites. À medipiração fica fraca, quase ausente. da que se avança na vivência, após Quando está ansioso, ela fica cur- respirar e presenciar, surge o mota e ofegante. E quando você sen- mento de unir, integrar os oposte raiva – admita, todo mundo sen- tos. Essa integração acontece te –, ela fica estridente e descon- quando se trabalha os dois lados trolada. do corpo, as duas narinas, os dois No yoga, convido os alunos a hemisférios cerebrais. Integrar é experimentarem a observação da eliminar a divisão e a sensação de respiração com a prática dos pra- estar partido em pedaços. nayamas (exercícios respiratórios), O yoga vai trazendo ao pratique vão torná-la mais calma e se- cante uma visão mais ampla de si rena. Ao trabalhar a respiração, a mesmo e de tudo o que o rodeia. mente começa a equilibrar e des- Assim, ele vai se libertando dos perta a segunda descoberta: o “es- pensamentos e sentimentos que tar presente”. aprisionam e geram sofrimento. Quantas vezes você está em Independentemente se é pracasa pensando no trabalho ou vi- ticante ou não, esses três passos ce-versa? Quantas vezes está di- podem ajudar qualquer pessoa a rigindo sem atenção e, outras ve- ser mais equilibrada. Em qualquer zes, atravessando a rua respon- situação, local ou acontecimento: dendo mensagens no celular? É respire, coloque-se presente e buspreciso aprender a presenciar, es- que o equilíbrio, para que haja tar aqui e agora, viver o momento uma integração de tudo que está com todas suas cores e sabores. à sua volta. Uma mente equiliPresenciar significa sentir o gos- brada é uma conquista diária e só to de cada momento. Qual é o gos- depende da vontade de cada um. to de suas férias? Qual é o gosto Namastê.
OUTUBRO/2019
Marcelo Sguassábia Diário do não vivido Se fosse só registrar em um diário o que aconteceu, para que conseguisse me recordar depois, seria fácil. O problema é que, ao ver o registro dos fatos, aquilo não passa de um amontoado de palavras sem sentido ou correspondência com a realidade. Com a minha realidade, pelo menos. A intenção de anotar para lembrar se perde. Seria preciso conceber algo que me lembrasse de lembrar que o que escrevi no dia anterior realmente aconteceu, por menos que me recorde de ter vivido o relatado. Ocorre que, conforme vou relatando, ao mesmo tempo já vou esquecendo o que escrevi na linha imediatamente anterior. A perda da memória faz apagar não só as recordações mais antigas, mas some igualmente com o minuto que acabou de passar. A inclusão da data, com o dia do mês e da semana, também de nada adianta. Isso porque ao ler,
por exemplo, a anotação “Quarta-feira, 23 de setembro de 1987”, me pergunto o que vem a ser “quarta-feira”, “23”, “setembro” e “1987”. Ainda que, no meio desse vácuo, às vezes ocorram alguns instantes de lucidez, onde recordo que “23” é um número que sucede o 22 e precede o 24, que “setembro” é um mês do calendário e que “1987” é o ano seguinte ao fiasco mundial da passagem do cometa Halley pelos arredores do planeta. Esse momento, em que tudo se esclarece e ganha significado, dura coisa de 15 segundos ou menos, até que a mente volte a cair no branco anterior, no vácuo permanecendo pelas duas ou três horas seguintes. Esses três parágrafos foram redigidos em um lapso de lucidez, e sei de antemão que daqui a pouco não significarão mais nada. Ajude-me, se puder. Marcelo Sguassábia é redator publicitário
JORNALZEN
OUTUBRO/2019
Reconexão com os ritmos da natureza Vivemos atualmente como se fôssemos seres desassociados da natureza. Quando vivemos dessa maneira e desrespeitamos seu biorritmo, alimentando-nos de maneira inapropriada, trocando a noite pelo dia, sem ter um sono reparador, acordando muito tarde, etc., nosso organismo pode desenvolver uma série de sintomas: sensação de desânimo, imunidade baixa e obesidade são alguns exemplos. Para a Alquimia, o ser humano faz parte da natureza e deve observar e seguir os seus ciclos. No sistema floral com que trabalho existe o Projeto Phoenix, um tratamento com fórmulas voltadas especialmente para a reconexão com os
elementos da natureza: o fogo, a terra, a água e o ar. O LUISA CATELLI paciente entra Terapeuta floral novamente em contato com as qualidades desses quatro elementos: a vontade e a iniciativa do fogo, a praticidade e a força da terra, a adaptabilidade da água e o discernimento do ar. Juntamente com uma reeducação dos hábitos e da alimentação, esses florais ajudam o paciente a tomar consciência da relação entre os ritmos de seu próprio corpo e os da natureza. Restabelecida essa harmonia, as saúdes física e emocional florescem.
9
Ter os pés no chão Ouvimos diversas vezes expressões como: Ele tem os pés no chão... É preciso manter os pés no chão... Ele está de pé sobre os próprios pés... Ele sabe por onde pisa... Alexander Lowen, criador da análise bioenergética, associa que ter os pés no chão significa estar enraizado, e que, portanto, pés são raízes. E por que é tão importante estarmos enraizados? Porque significa sentir-se independente, ter suas próprias opiniões, suas ideias. Ter a possibilidade de defender seu ponto de vista ou sustentar aquilo em que acredita, ter valores elevados, enfim, ter um lugar na família e no mundo – o seu lugar e ser alguém. Estar conectado com o solo é bem diferente de estar suspenso no ar ou estar fora da sua realidade. Na bioenergética, ter os pés no chão e em contato com a realidade básica de sua existência denomina-se grounding – sentir o chão sob si e seus pés apoiando nele. Há diversas formas de se promover o grounding e diferentes tipos. Na próxima edição, trataremos sobre eles mais especificamente. David Boadella, criador da biossíntese, diz: “Estar bem firmado é apresentar um tônus muscular nas pernas, sem enrijecer demais ou desmoronar.” A forma como nos sustentamos revela muito sobre como nos situamos no mundo, o que somos e o que sentimos. E uma mudança da postura pode desenvolver uma forte reação emocional e nos deixar claras algumas atitudes antes por nós desconhecidas. “Será que temos prazer em estarmos sobre a terra?”. Em seu
livro O corpo e seus símbolos, JeanYves Leloup nos diz que esta é a pergunta que de- SUELY B. MALVESTITI vemos fazer Psicoterapeuta corporal aos nossos pés. Segundo ele, os pés escutam a terra e nos enraízam na matéria. O equilíbrio do corpo, do nosso psiquismo e da nossa vida espiritual depende desse enraizamento. É preciso olhar, tocar, sentir nossos pés e observar como andamos. Estar bem sobre os dois pés é ter uma boa estabilidade, estar em estado de equilíbrio racional e intuitivo. Pés são a nossa base. Escutam a terra e nos enraizam na matéria. Se as raízes são sadias, toda a árvore o é! “Algumas vezes somos jardineiros muito atentos à flor e ao fruto, mas esquecemos as raízes, esquecemos os pés”. Passar por um processo na psicoterapia corporal é desenvolver pés que enraizam-se. É desenvolver seu grounding externo e interno. É ter prazer de estar no mundo e participar ativamente do processo de evolução que por ora percebemos em nossa amada Gaia. Ter os pés conectados com a terra e ter os olhos voltados para o alto – expressão mais verdadeira dita por Alexander Lowen que nos faz concluir da necessidade de termos contato com nossa realidade no aqui-agora. Mas ao mesmo tempo manter nossa conexão com o alto, com nossa espiritualidade.
JORNALZEN
10
VIDA EM HARMONIA N
este mês dedicado às crianças, o melhor presente que você pode dar ao seu filho(a) ou neto(a) é sua atenção. Mais no finalzinho do mês, tem o Halloween (Dia das Bruxas) e também pode fazer com eles umas gostosuras e, por que não, algumas travessuras? Pode também fazer uma festinha e chamar os amiguinhos. O importante é que ele(a) participe e sinta todo o seu interesse e carinho. Que este mês de outubro, regado à alegria e pureza das crianças, aliada à fé de Nossa Senhora Aparecida, seja de muitas bênçãos.
RECEITA
Brownie de tahine Ingredientes: • 240 g de tahine de cacau • 240 g de farinha de amêndoas • 6 ovos inteiros • 200 g de manteiga ghee • 2 colheres de chá de essência de baunilha • 2 colheres de chá de fermento em pó • 1 colher de sopa rasa de bicarbonato de sódio • 3 colheres de sopa cheia de xilitol Preparo: Em um bowl, coloque o tahine de cacau, misture bem até ficar bem incorporado e reserve. Bata os ovos com o xilitol até ficar uma consistência mais espumosa e em
seguida incorpore no tahine. Coloque os ingredientes secos, misturando bem até ficar consistente. Coloque essa massa em uma forma untada e enfarinhada ou de silicone ou coberta com papel vegetal. Leve ao forno por 15 a 20 minutos e depois é só caprichar com mais tahine de cacau. DIVULGAÇÃO
Promoção para os leitores do JORNALZEN: mande uma foto de uma das receitas que já publicamos aqui ou crie sua própria receita usando o tahine e ganhe um kit de produtos da
Sésamo Real
OUTUBRO/2019
O trabalho nosso de cada dia Refletindo a respeito do so intelecto nos transfesignificado do trabalho re para o campo da aleem nossas vidas, podegria produtiva. mos concluir que ele O trabalho está pretem um papel imporsente em todos os reinos tante não só como meio da natureza – mineral, vede subsistência, mas getal, animal, humano e também no que podeaté espiritual. Por exemmos trazer de bom e muplo, as placas tectônicas danças para facilitar a FABIANA BERNARDES estão sempre se moviOrtodontista vida de outras pessoas. mentando embaixo de Além disso, ele nos nós. O jogo de forças útransforma espiritualmente, traba- teis sustenta toda a estrutura de vilha nossa humildade, nossa capa- da na Terra. A fotossíntese, as plancidade de obedecer regras. Devemos tas transformam a energia do Sol respeito aos nossos clientes, paci- em energia a ser devolvida para maentes, aqueles que confiam em nós. nutenção da vida de quase todos os Muitos já cansaram de ser ludi- seres vivos, dentro de um automabriados. Por isso, devemos ter pa- tismo, mas é um trabalho. ciência, ser gentis, ainda que por No reino hominal temos o livre obrigação. Assim, vamos constru- arbítrio. É por nossa conta sermos indo virtudes em nosso caráter e felizes ou infelizes. Sempre haverá exercitando na vida e no dia a dia trabalho no reino espiritual – de ouprofissional. tra natureza, claro, mas atividades Podemos ver nosso trabalho co- necessárias para o nosso progresso. mo algo punitivo, apenas para nosFeito com gratidão, nos traz aleso sustento, ou como instrumento grias, pois estará inserido em um de escalada para atingir nossos ob- contexto na nossa sociedade, indejetivos. pendentemente da remuneração. Todo trabalho é uma ocupação Há quem carregue como fardo, útil. Ajudamos pessoas a realizar há quem o faça pensando no bem seus sonhos, curar uma dor, resol- que está promovendo. Tudo depenver um problema, atender uma ne- de da sua postura de pensamento. cessidade do momento – seja sen- Gostar do que faz é diferente de se do o empregado ou o empregador. fazer o que gosta. Se isso não me ajuda a crescer Tudo isso se aprende. Vai denem traz nenhum beneficio aos ou- pender de nossa maturidade emotros, não é algo nobre. cional e espiritual. O trabalho feiMesmo as atividades não remu- to com amor e alegria também aleneradas são um trabalho. Nosso es- gra aqueles beneficiados com o repírito necessita exercitar, pois nos sultado do nosso trabalho. protege da preguiça, da acomodaFinalmente, como diz o Bhagação. O trabalho nos tira da fase in- vad Gita, lembra-te que é melhor fantil, que nos prende no tempo, sem cumprir a própria tarefa, ainda que contribuição à nossa própria evolu- seja humilde e insignificante, do ção e à comunidade na qual esta- que querer fazer a tarefa do outro, mos inseridos. por mais nobre e excelente que seQuando o homem está ocupado ja. É melhor morrer no cumprimenem suas tarefas, não há espaço pa- to do seu dever do que viver neglira ocupar a mente com tristezas, genciando-o e querendo fazer o que preocupações desnecessárias. Nos- aos outros compete fazer.
JORNALZEN
OUTUBRO/2019
Eneagrama sagrado O atual conceito de eneagrama de tipos de personalidade foi obtido a partir de muitas tradições espirituais e religiosas distintas. Boa parte dele é resultante da condensação da sabedoria universal, e da filosofia perene acumulada em milhares de anos por cristãos, budistas, muçulmanos (especialmente os sufistas) e judeus (na cabala). O coração do Eneagrama é a revelação universal de que os seres humanos são presenças espirituais encarnadas no mundo material, que misteriosamente personificam a mesma vida e o mesmo espírito do Criador. Por trás das diferenças e semelhanças superficiais, por trás do véu da ilusão, a luz da Divindade brilha em cada indivíduo. Porém, várias forças obscurecem essa luz, o que levou cada tradição espiritual aos mitos e doutrinas que buscam explicar como a humanidade perdeu a ligação com o Divino. O objetivo do eneagrama é aumentar nossa capacidade de aceitar nosso próprio mistério e responder à pergunta: por que faço as coi-
sas que faço? Assim, podem-se identificar nove tipos de personalidades no âmbito do desenvolvi- ELPIDIO PINHEIRO mento pesso- Terapeuta holístico al, designadas como “as nove facetas da alma”. E, ainda, a identificação do humano e do sagrado em cada indivíduo (as paixões ou pecados e os talentos ou dons). Ajuda, assim, o indivíduo a conhecer como ele é; revela a sua realidade escondida; revela o ‘jogo’; desvenda para o ser a verdade absoluta; mostra que a sua psique não é a realidade última; e faz o indivíduo reconhecer que a ‘doença’ é uma ilusão. Por meio do conhecimento do eneagrama o ser humano pode explorar as profundezas de sua personalidade (acessar e dialogar com suas dores e sombras) tendo como recompensa a descoberta da beleza de sua alma e o sentimento da mais pura alegria de viver.
11
12
JORNALZEN
OUTUBRO/2019