entrevista José Palmeira em exclusivo ao ACADÉMICO José Palmeira é director do Curso de Ciência Política, criado neste ano na Universidade do Minho e que vem, de acordo com o docente, “preencher uma lacuna” da própria instituição. Tendo deixado o jornalismo para trás, José Palmeira optou pela carreira académica há quinze anos, tendo-se licenciado em Relações Internacionais e doutorado em Ciência Política, pela UM. Em conversa com o ACADÉMICO, o docente falou do funcionamento do curso e das questões políticas que têm afectado a actualidade internacional. Página 09 e 10
geração à rasca Página 08
“Não pretendemos formar políticos, mas sim politólogos”
“Geração à rasca” é um movimento revolucionário que germinou no contexto da crise económica actual e que se define como laico, apartidário e pacífico. Os seus criadores pretendem criar uma voz capaz de lutar contra a precariedade laboral e que, ao mesmo tempo, alerte para a necessidade de valorização da educação, da qualificação, competência e experiência. Os adeptos do “Geração à rasca” apostam nas manifestações de rua para reclamar os seus direitos e espalhar os seus ideais. O ACADÉMICO esteve à conversa com os organizadores desta iniciativa. Página 12
WELCOME TO UNIVERSITY OF MINHO
Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 141 / ANO 6 / SÉRIE 3 TERÇA-FEIRA, 01.MAR.11
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FICHA TÉCNICA
SEGUNDA PÁGINA
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 01 Março 2011 / N141 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Ana Sofia Machado, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Cláudia Rêgo, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Eduardo Rodrigues, Filipa Barros, Filipa Sousa, Franscisco Vieira, Goreti Faria, Goreti Pêra, Inês Mata, Iolanda Lima, Joana Neves, José Lopes, Lucilene Ribeiro, Maria João Quintas, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Rita Vilaça, Sara Pestana, Sofia Borges, Sónia Ribeiro, Sónia Silva, Tânia Ramôa e Vânia Barros // COLABORADORES: Cátia Castro, José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
01.MAR.11 // ACADÉMICO
BARÓMETRO
EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
SCBraga/AAUM É inevitável. A equipa joga bem, ganha jogos atrás de jogos e é líder isolada da tabela classificativa. A primeira divisão nunca esteve tão próxima e a determinação de uma direcção, de uma equipa técnica e, claro está, do plantel, está na base para este sucesso. Ainda assim, pouco mais de meio caminho foi percorrido. Calma!
Erasmus na UM Chegaram! Começo do 2º semestre é sinónimo de vida nova para alguns estudantes vindos dos quatro cantos do Mundo. A UM acolhe-os com nova determinação e com a ambição de os integrar da melhor forma. Pelas opiniões que vamos ouvindo, os Erasmus estão no Minho... Como em casa!
Parvos que se aproveitam da “rasca” Pois é. Infelizmente há sempre “abutres” no meio destas histórias. De um movimento apartidário surgem à cabeça alguns nomes que querem fazer um claro aproveitamento político desta manifestação dos que estão “à rasca”. Com estes deputados... Quem está à rasca é Portugal!!!
DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
EDITORIAL
Com a situação instável no Norte de África, o ACADÉMICO desta semana foi tentar saber, junto de um especialista, como vai o Mundo reagir e o que vai acontecer aos países que têm sofrido, nas últimas semanas, mudanças estruturais significativas no seu paradigma de sociedade. A maneira como isso vai afectar o mundo ocidental foi um dos temas de uma (agradável) conversa com José Palmeira, director do curso de Ciência Política na UM, que aceitou o nosso convite para uma entrevista. A par destes temas que marcam a actualidade, a conversa fluiu para o seu passado como jornalista e ainda, claro está, o curso que dirige. Ciência política não quer formar políticos, antes politólogos. É uma ideia que fica no ar depois de percebermos as intenções da direcção desta licenciatura. Ora bem, são exactamente esses políticos que alguns jovens portugueses querem derrubar. Para isso, dia 12 de Março, vão para a rua. É o protesto da “Geração à rasca”. Antes “à rasca” do que “parva” como nos querem e gostam de chamar não sabendo, de antemão, todas as vicissitudes que um jovem tem de ultrapassar para singrar no mundo do trabalho. Voltando à geração à rasca, tenho para mim que este movimento que vai acontecer um pouco por todo o país irá ser, “chico-espertamente” aproveitado por alguns partidos. Uma atitude lamentável destes intervenientes que têm a sua quota de culpa na situação que o país atravessa. Mas deixemos de ser opacos. Não vamos camuflar mais situações como as que os jovens enfrentam. Quem se sente mal, quem tem algo de construtivo para dizer, vá para a rua. Não porque é giro (até porque foi criado no popular facebook), mas sim por ser útil. Sejam úteis, pelo menos desta forma. Um manifesto amorfo, do “ir por ir”, já estamos nós fartos. Até para a semana! PUB.
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LOCAL
hipermercados vianenses encerrados aos domingos e feriados Diana Teixeira diana_adelaide_teixeira@hotmail.com
No passado dia 21 de Fevereiro, a Câmara Municipal de Viana do Castelo deliberou que as superfícies comerciais vianenses de venda ao público e prestação de serviços, com uma área superior a dois mil metros quadrados, passarão a estar encerradas aos domingos e feriados à tarde. Durante dez meses do ano, mais concretamente entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro, estas superfícies comerciais encerrarão a partir das 13h00. Excepcionalmente, ao longo do ano, estes estabelecimen-
tos comerciais têm autorização para abrirem portas em oito domingos. Esta decisão resultou dos votos favoráveis do PS e do PSD.
Decisão da Câmara Municipal
de funcionamento dos hipermercados, a Câmara de Viana do Castelo mantém o horário das superfícies comerciais em vigor desde 1996. A Direcção da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) vê com agrado a deci-
Em meados de Outubro do ano transacto foi publicado, em Diário da República, o decreto-lei que conferia às câmaras municipais o poder de decisão relativamente ao horário de funcionamento dos hipermercados aos Domingos e feriados. Depois de 180 dias para elaboração e revisão dos regulamentos relativamente aos horários
são da autarquia. Em entrevista à rádio Geice FM de Viana do Castelo, o presidente da empresarial vianense, Luís Ceia, afirma que a deliberação da câmara municipal vai de encontro “às necessidades e vivências locais, designadamente,
Decisão aprovada em reunião de Câmara
o apoio ao comércio local para que este consiga fortalecer-se e fazer face ao desequilíbrio existente entre os empreendedores que foram sempre a “imagem de marca” de Viana do Castelo e as grandes superfícies comerciais”. Para além disso, a AEVC defende que, tal como sucede com a maioria dos países europeus, a medida de alteração dos horários de funcionamento deveria abarcar estabelecimentos comerciais com uma área inferior. Como tal, reclama o encerramento de todas as superfícies comerciais com uma área superior a quinhentos metros quadrados.
correio do leitor O ensino universitário português conheceu nos últimos anos alterações de fundo que modificaram e condicionaram profundamente o normal funcionamento da instituição. O Processo de Bolonha, com todos os seus prós e contras, transformou toda uma noção de instituição pré-concebida ao longo dos anos. Sem um conjunto de meios que proporcione igualdade de oportunidades com muitas universidades europeias, Portugal arrisca-se seriamente a ficar para trás no comboio do desenvolvimento académico europeu. Chegamos, portanto, a uma conclusão simples e real: o processo de Bolonha não foi promotor de uma maior igualdade entre os estudantes europeus, pese embora o facto dos métodos de avaliação serem no nosso ponto de vista muito mais eficientes que o modo de avaliação do sistema antigo. Parece-nos de todo evidente que a licenciatura e o mestrado no período pré-Bolonha eram
muito mais completos do que no modelo actual a nível de conteúdos. Com licenciaturas de 3 anos é de todo impossível atingir um limiar de conhecimento minimamente aceitável e, por conseguinte, parece-nos questionável até que ponto é que um aluno com uma licenciatura de três anos estará pronto para absorver toda a exigência da pós-graduação. Embora a exigência nos mestrados esteja num patamar menor, julgamos que o facilitismo não nos pode ser imposto. É importante aferir que, como referimos anteriormente, os métodos de avaliação de Bolonha nos parecem mais justos e eficientes, sendo que nem sempre este tipo de avaliação seja cumprido na íntegra. Bradamos à necessidade da execução efectiva dos modelos de avaliação de Bolonha nas aulas nomeadamente através do fomento da discussão, debate de ideias e apresentação de diversos pontos de vista acerca de uma determinada matéria em
estudo. Queremos que as licenciaturas e as pós-graduações sejam, no seu todo, processos de aprendizagem contínua com uma participação real do aluno não só através do seu trabalho em casa mas também por via dos debates que devem ser promovidos em contexto de aula. Mais que terminar com Bolonha, é urgente reformular todo um processo. Essa mesma reformulação pode tornar-se paulatinamente uma realidade, bastando para isso existir empenho da universidade portuguesa. Como estudantes de licenciatura ou mestrados ligados ao departamento de história desta academia sentimos constantemente o peso de um processo que em parte começa a ficar falido. A diminuição da projecção dos mestrados pela massificação dos mesmos não nos parece de todo salutar nem tão pouco contribui para a melhoria do ensino, nem sequer para a criação de quadros competentes, embora saibamos que
esta última premissa é necessária e urgente. Não obstante, consideramos que o facilitismo não deve nunca ser o caminho, pelo contrário, julgamos que a universidade portuguesa deve apostar na qualidade do seu ensino assim como na préselecção dos candidatos aos mestrados. Temos a profunda consciência que o processo de Bolonha limitou em muito os horizontes de conhecimento dos estudantes e, paradoxalmente, julgamos que o mesmo ainda não foi verdadeiramente assimilado, quer por alunos, quer por professores. Daí insistirmos na necessidade, por parte dos docentes, de abertura ao debate e, aos alunos, de uma postura de trabalho diferente. Por isso mesmo, e porque sabemos que estamos subjugados a uma escala europeia não pedimos a mudança radical do ensino superior mas sim alguns ajustes de forma a pré-seleccionar os candidatos às pós-graduações nesta academia assim
como um maior fomento daquilo que a universidade deve ser: um templo do saber. Não queremos formar um ensino de casta mas sim um ambiente profundamente académico no qual exista por parte de todos os alunos um espírito crítico, absolutamente necessário para o desenvolvimento do progresso intelectual de cada um e para o próprio prestígio das pós-graduações desta casa. Artigo elaborado por: André Rocha (mestrado de História) David Vieira e José Lopes (mestrado de Património e Turismo Cultural) Fábio Silva e Hélder Carvalhal (ex-alunos da licenciatura de História) Luís Cerqueira (licenciatura de História)
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CAMPUS
empresas procuram um “pitch” irreverente José Miguel Lopes jose.sepol@hotmail.com Diana Teixeira diana_adelaide_teixeira@hotmail.com
A Universidade do Minho recebeu, no passado dia 23 de Fevereiro, uma sessão de esclarecimento alusiva ao projecto “So You Think You Can Pitch?”, uma iniciativa inédita no nosso país que procurará ajudar jovens a conseguir emprego, com base no processo de networking. A actividade, que decorreu no auditório B1 do Complexo
Pedagógico 2 do Campus de Gualtar, teve início por volta das 18 horas, contando com uma sala consideravelmente cheia. Levada a cabo pelo orador Miguel Gonçalves, da agência de criatividade bracarense Spark Agency, a mesma teve como principal finalidade explicar ao público universitário como funcionará o evento “So You Think You Can Pitch?”, a decorrer ao longo do mês de Março. Assim sendo, ficou saliente que a competição, para a qual as candidaturas terminaram na semana passada, seleccionará 200 dos participantes inscritos para realizarem um
“pitch” (espécie de apresentação pessoal a tentar explicar, da forma mais criativa possível, por que razão devem ser contratados por uma das empresas em busca de novos talentos). Concluída esta etapa, os 20 finalistas aprovados pela equipa de recrutadores poderão apresentar o seu “pitch” a toda uma série de empresas que colaboram com a actividade, na esperança de obter emprego. Para além de descrever a dinâmica do concurso, o interveniente do workshop também forneceu conselhos práticos para quem estivesse interessado no desafio, tais como dicas úteis para a elaboração de um
“pitch”, para além de outras recomendações importantes para qualquer jovem em começo de carreira ou em vias de dar início à sua vida profissional. Apesar de originalmente programada para 60 minutos, a acção de formação, que contou com a colaboração do Gabinete do Empreendedor da AAUM - o Liftoff, acabaria por se prolongar um pouco para lá do tempo inicialmente previsto. Uma vez terminada a conferência, Miguel Gonçalves descreveu como “gratificante” a oportunidade de regressar ao local onde fez a sua licenciatura para apresentar “um projecto com potencial significativo
para quem está a estudar ou acabou de estudar”. Congratulou também a equipa do Liftoff pelo profissionalismo demonstrado na organização do workshop. Ana Rita Ribeiro, responsável do Liftoff, sentiu que “em nome da organização, tudo correu bem”, elogiando o àvontade e o carácter informal que o orador, desde cedo, deu à conferência. “[Ele] fez tudo para cativar a audiência”. Positiva pareceu-lhe também a atitude do público, que chegou a intervir na sessão, factor que contribuiu, a seu ver, para que a mesma se tivesse prolongado um pouco.
UMinho recebe novos alunos erasmus Sónia Ribeiro sonia_cc@live.com.pt
Kanegae, estudante brasileira, confessa que gostou muito da recepção, considerando que as informações disponibilizadas vão ajudar bastante na sua passagem pela universidade.
MEET ajuda na integração dos Erasmus Aline Carvalho, voluntária da Cruz Vermelha, apresentou o projecto MEET, que tem como objectivo ajudar na integração cultural dos Erasmus na cultu-
ra portuguesa. Entre as actividades programadas, destacamse o Jantar Tradicional (a dia 2 de Março) e o Cruzeiro pelo rio Douro, a 2 de Abril. O MEET incentiva ainda o voluntariado junto dos estudantes internacionais, para além da participação em Workshops sobre Direitos Humanos.
Informações úteis sobre serviços da UMinho Hélder Castro, tesoureiro-adRendra Ardyansah
A Universidade do Minho acolheu os novos alunos Erasmus do 2º semestre, no passado dia 23 de Fevereiro. O Dia da Orientação começou com uma cerimónia de boas-vindas, nos Anfiteatros B1 e B2 do Complexo Pedagógico II, onde os estudantes receberam orientações sobre os serviços da academia. Segundo Adriana Carvalho, há uma grande preocupação por parte do Gabinete de Relações Internacionais (GRI) quanto à integração dos novos alunos, que começa ainda antes da sua chegada a Portugal. De acordo com a responsável do GRI, o princípio orientador é “tratar os alunos como gostávamos que os nossos fossem tratados lá fora”. O impacto menos agradável com as residências universitárias e as dificuldades com a língua são alguns dos contratempos iniciais. Mas a responsável pelo GRI admite que conta com a colaboração da Rádio Universitária do Minho (RUM), da
Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e da AAUM TV na promoção de actividades que favoreçam a integração dos novos alunos. O Padrinho ou Madrinha Erasmus são também “uma extensão do GRI no contexto académico e social”, acrescenta. Apesar de alguns problemas introdutórios, Adriana Carvalho assegura que os novos “alunos estão satisfeitos e sentem-se apoiados”. Mayume
Estudantes participaram em dia de orientação na UM
junto da AAUM apresentou as actividades oferecidas pela associação, reconhecendo o gosto em participar na cerimónia de acolhimento. Carlos Santos, responsável pelo Departamento de projectos e eventos da RUM deu a conhecer o programa de rádio às terças-feiras, onde os Erasmus podem ter uma voz e trazer a sua cultura à UMinho. Para além de projectos de teatro, cinema e viagens pelo país, Carlos Santos lançou o desafio Lip Dub. O acesso aos serviços electrónicos da universidade, como o elearning, laboratórios de informática e e-mails institucionais, foi explicado por Filipe Rocha, responsável do Gabinete de Apoio ao Ensino. Nuno Catarino, responsável Competição e Recreação Desportiva, pediu a colaboração no respeito dos regulamentos das residências, para além de apresentar as 52 actividades e eventos desportivos oferecidos. Os alunos receberam ainda informações relacionadas com a disponibilização dos recursos bibliográficos nas bibliotecas.
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ELSA UMinho e o programa STEP Filipa Barros pipasgoth11@live.com.pt ANA CLARISSE ABREU anaclarisse@portugalmail.com
A ELSA (European Law Students’ Association) é uma associação de estudantes de Direito, fundada em 1981, em Viena, por um grupo de quatro estudantes divididos pelo muro de Berlim, mas unidos pelo estudo do Direito. Desde então, a associação cresceu, alargando exponencialmente a sua actividade, estando neste momento representada em mais de 200 universidades espalhadas por 42 países, que se divide ainda em três níveis: internacional, nacional e local. “A ELSA UMinho representa o núcleo local na Universidade do Minho, abrangendo os seus estudantes e licenciados, sendo um dos 42 grupos nacionais da associação”, explica-nos Natacha Ribeiro, Presidente do departamento de Estágios. A ELSA UMinho tem apostado em várias actividades, sempre relacionadas com o futuro pro-
fissional dos juristas em formação, organizando, ao longo de ano, conferências abertas a toda a comunidade estudantil, seminários, workshops e Cursos de Medicina Legal, com o Professor Pinto da Costa. Elaboram ainda sebentas sobre as várias cadeiras do curso de direito, com matéria resumida e casos práticos resolvidos. Um dos objectivos da ELSA é também dar a conhecer o programa STEP, um programa de estágios internacionais e remunerados para os alunos de Direito. O STEP (Student Trainee Exchange Programme) é um programa que permite aos estudantes de Direito adquirirem experiência profissional, enquanto beneficiam do contacto com outras culturas e jurisdições de diferentes países da Europa. Todos os anos a ELSA oferece cerca de 150 estágios por toda a Europa, que podem durar entre duas semanas e dois anos, sendo na sua maioria em sociedades de advocacia, mas ainda em tribunais, organizações internacionais, administração
pública, universidades e empresas. A associação é também membro observador da ONU e do Conselho da Europa (CE), sendo que todos os anos são oferecidos vários estágios nesta última entidade, em Estrasburgo, França. Este estágio é o único tipo não é remunerado e dura, geralmente, três meses. O candidato pode ainda escolher em que departamento do CE deseja estagiar. A ELSA acompanha o estagiário durante todo o programa, desde o tratamento do processo administrativo da candidatura do aluno, até à procura de alojamento, promovendo actividades de integração social e cultural. “O que diferencia este programa dos outros é que a ELSA do local onde se realizará o estágio está sempre presente e acompanha o aluno durante todo o estágio”, evidencia Natacha Ribeiro. Para se poder participar no programa STEP basta ser-se sócio da ELSA, podendo o aluno inscrever-se na sede da associação, situada na Escola de
ELSA quer-se dar a conhecer aos alunos Direito e preencher uma ficha de candidatura, acompanhada de um currículo e de uma carta de motivação, ambas em inglês. Tal como nos explicitou Natacha Ribeiro, “ conforme o estágio pretendido, o candidato declarará os requisitos de que dispõe e, a partir daí, a entidade empregadora escolherá aquele ou aqueles que perfizerem as condições que procuram. Estes variam de estágio para estágio, podendo ser a exigência de conhecimento de uma língua específica ou de determinada área do Direito em que o aluno se sente mais à vontade, sendo que isso faz com que qualquer estudante possa sempre encontrar um estágio que se ajuste às
suas capacidades”. Quanto às tarefas realizadas pelos estagiários são normalmente a pesquisa jurídica e a gestão prática do quotidiano. Para além disso, também lhes é pedido que assistam os advogados da sociedade e que participem activamente na rotina da mesma, bem como, por vezes, elaborar documentos jurídicos. Para se consultar a newsletter mensal com as informações do programa STEP, pode-se aceder ao site “elsauminhostep.blogspot.com”. Para mais informações, e para envio das pré-inscrições, pode endereçar um e-mail para “elsauminho@ gmail.com”. PUB.
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CAMPUS PÁGINA 06 // 01.MAR.11 // ACADÉMICO
semana de euforia… rumo ao 2º semestre O primeiro evento organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho no segundo semestre deste ano lectivo excedeu as expectativas
lito, o Carpe Noctem e o Café Universidade, situados nas duas cidades abrangidas pela Universidade do Minho deram rumo às noites eufóricas, marcando o arrebatar de mais uma caminhada naquele que será o percurso académico dos estudantes minhotos. A terça-feira, um dos dias mais impetuosos da semana, ficou marcada pelo ritual Rally das Tascas, que, após atingir o limite máximo de inscrições, obrigou a organização a recusar a participação de algumas equipas. Esta, assim como a quartafeira, foram as noites que conquistaram maior adesão. Para Lucilene Ribeiro, aluna de 1º ano de Ciências da Comuni-
cação, esta constitui uma experiência nova, da qual não abdicará nos anos que se seguem da sua licenciatura. “A semana de euforia levou-me ao reencontro do ambiente académico, o convívio e a agitação, após dois meses de estudo”. Reconhece a quinta-feira como “a noite mais morta”, apesar da iniciativa Noite da Mulher ter sido uma das suas favoritas. “O Bar Académico foi o local que mais frequentei ao longo da semana”, afirma. Cláudio Macedo, estudante de Línguas e Literaturas Europeias, atribui, também, um balanço muito positivo à “primeira semana do semestre”, na qual não faltou música, álcool e muita animação. PUB.
Goreti Pera goretipera@hotmail.com
Ruas repletas de jovens, espírito recreativo, agitação e a alegria de quem regressa à vida académica estampada no rosto dos estudantes. Foi este o cenário verificado em torno dos campus de Gualtar e Azurém na Semana da Euforia, que decorreu entre os dias 21 e 24 de Fevereiro e contou com a actua-
ção de diversos dj’s convidados, num vasto leque de entretenimento. O primeiro evento organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) no segundo semestre deste ano lectivo excedeu as expectativas criadas em torno do mesmo, segundo sublinhou Marisa Ribeiro, vice-presidente do Departamento Recreativo. “Durante as quatro noites, tivemos o orgulho de ver os bares cheios de estudantes, não só na
cidade de Braga como em Guimarães. A adesão foi, sem dúvida, uma das maiores dos últimos anos. Após a aprovação do Processo de Bolonha, os alunos não têm a mesma disponibilidade para sair à noite ao longo do ano, pelo que aproveitam a primeira semana de aulas para se divertir. A possibilidade de marcar turnos apenas a partir do dia 28 de Fevereiro constitui uma mais-valia”. Espaços nocturnos como o BA, o Sardinha Biba, o InsóPUB.
EMPRESA DE CONSTRUÇÃO VENDE-SE Valor 450.000,00 EUROS (Total ou Parcial) Fundada 1971, alvará Classe 3 – Distrito Braga Em actividade (construção 10 moradias) Telm.916081717
E-mail moreira44@sapo.pt
CAMPUS PÁGINA 07 // 01.MAR.11 // ACADÉMICO
UNIVERSITÁRIO
e se as praxes universitárias trocassem 100 flexões por uma dádiva de sangue? Joana Neves joana_neves15@hotmail.com
Se é verdade que é nos jovens que o coração mais palpita, e se esse “desaforo” é assegurado pelo sangue que fervilha, vivamente, no seu interior, então há algo de milagroso e essencial na substância de cor avermelhada, que é necessário fazer chegar a toda a população. É apoiado neste mote que o Instituto Português do Sangue (IPS) vem novamente reforçar a importância do “acto de partilha, de solidariedade e, acima de tudo, de responsabilidade” que advém de uma dádiva de
sangue, lançando o desafio às associações de estudantes universitários. Embora este seja um acto de cidadania extensível a toda a população, existem claras vantagens em direccionar as recolhas para a população Jovem, razão que justifica que, pelo 10º ano consecutivo, a Universidade do Minho se associe a esta causa. “As mais-valias de apostar numa população jovem passam, obviamente, por ser uma população mais saudável e pela possibilidade de termos um dador durante um período de tempo mais alargado”, clarifica, ao ACADÉMICO, Marília Morais, Directora do Centro
Regional de Sangue do Porto. A aposta na população mais pró-activa nesta matéria, situada entre os 18 e, aproximadamente, os 35 anos, prende-se igualmente com questões de segurança, não só porque “se um jovem der sangue e for analisado de forma contínua, é, à partida, um dador presumivelmente estável”, como também porque aumenta a “probabilidade de gestão das reservas de sangue, a longo prazo”, prossegue. Marília Morais chama ainda a atenção para a importância das recolhas que têm sido efectuadas em cada vez mais universidades do país, justificando que
Prática já é “praxe” na UM são estes “jovens sensibilizados “ que chegarão em breve à vida activa e serão capazes de mobilizar ainda mais pessoas para a dádiva de sangue. “Existem coisas passíveis de serem feitas para a população
em geral ser mais saudável, se sentir melhor e ser mais feliz, que é o que todos procuramos, no final das contas, e que não têm qualquer custo”, finaliza a Directora do Centro Regional de Sangue do Porto.
ajudar está mais fácil Goreti Faria goreti.fcs@gmail.com
2011 é o ano europeu do voluntariado – um ano que encoraja as pessoas a (re)descobrirem o voluntariado, a contribuírem para melhorar a situação de alguém que precisa de ajuda, a pensarem para além das suas necessidades e, ao fazê-lo, a desenvolverem uma maior consciencialização social. Assim, é também no âmbito deste ano
do voluntariado que surge o Volunteerbook, um espaço que pretende facilitar o confronto entre a oferta e a procura de voluntariado. Num mundo em que a informação está longe de ser perfeita, esta iniciativa irá certamente contribuir para uma alocação mais eficiente dos recursos oferecidos por quem está disposto a ajudar. E quando é algo como voluntariado que está em cima da mesa, utilizar eficientemente toda a ajuda que é oferecida é funda-
mental. Lançado no início de Fevereiro pela Entrajuda – uma instituição particular que dá apoio a outras organizações com o objectivo de melhorar o desempenho das segundas em benefício de pessoas carenciadas – o Volunteerbook encontra-se disponível em forma de aplicação do Facebook. Dada a permissão para que a aplicação aceda à sua informação pessoal, é possível aceder a um número considerável de oportunida-
des de voluntariado. Todos os cliques vão dar à Bolsa do Voluntariado, um site onde estão descritas em detalhe as várias ofertas de voluntariado. A utilização da Bolsa do Voluntariado é muito simples: apenas é necessário fazer o registo, procurar as ofertas disponíveis (processo que é agora mais fácil graças ao lançamento do Volunteerbook) e responder ao anúncio. Depois, é pôr mãos à obra e começar a ajudar. Não há restrições de idade –
tudo o que é voluntário é bemvindo. A Bolsa do Voluntariado conta já com 16 mil voluntários e prevê-se que o Volunteerbook venha a aumentar consideravelmente este número. O grande objectivo desta iniciativa é que os potenciais voluntários encontrem actividades com as quais se sintam mais identificados – o que contribuirá não só para o aumento do número de pessoas dispostas a ajudar, como para uma maior dedicação por parte dessas pessoas. PUB.
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NACIONAL é de uma “geração à rasca” que vos falo Diogo Araújo diogorafael@msn.com Sónia Silva sonia.silva.8@hotmail.com
“Geração à rasca” é um mo-
vimento revolucionário que germinou no contexto da crise económica actual e que se define como laico, apartidário e pacífico. Os seus criadores pretendem criar uma voz capaz de lutar
contra a precariedade laboral e que, ao mesmo tempo, alerte para a necessidade de valorização da educação, da qualificação, competência e experiência. Os adeptos do “Geração à ras-
ca” apostam nas manifestações de rua para reclamar os seus direitos e espalhar os seus ideais. Este movimento começou na internet mas a sua formulação, como referiu o seu responsável João Labrincha ao ACADÉMICO, surgiu de conversas entre amigos e outras pessoas que se foram apercebendo e conversando com vários cidadãos em situação de precariedade. A adesão conquistada pelo single “Parva que sou” dos Deolinda e a satisfação demonstrada pelo público em geral com o aparecimento desta música interventiva, fez com que o grupo fundador do “Geração à rasca” se apercebesse de uma vontade geral de manifestação do descontentamento, culminando na criação da página no Facebook, que tem conquistado adesão crescente.
Dia 12 de Março… uma geração na rua Para dia 12 de Março está agendada uma manifestação que deverá decorrer na Avenida da Liberdade em Lisboa e na Praça da Batalha no Porto. Fruto dos frequentes contactos de que a organização tem sido alvo, para que se desenvolvam protestos noutros pontos do país, a cidade de Braga espera também a presença dos manifestantes no dia 12 de Março, pelas 15 horas, na Avenida da Liberdade, informação que se encontra publicada na rede social Facebook, juntamente com o pedido a todos os revoltados para que levem consigo uma folha onde deverão colocar qual o motivo da sua presença e uma solução para o problema, que deverá depois ser entregue na Assembleia da República. De acordo com o depoimento de João Labrincha, nesta manifestação pretende-se “lutar pelo emprego, pela melhoria das condições laborais, pelo acesso a educação de qualidade, pelo
reconhecimento das qualificações competências e experiência, pelos salários dignos e pelo fim da precariedade”. “É também uma forma de promover o diálogo comum, a fim de se encontrarem soluções rápidas que permitam pôr termo à instabilidade no trabalho e à situação actual do país, que consideram insustentável, e que assombra não só os jovens recém-licenciados, mas também a restante população que sofre igualmente com a situação, seja porque têm que sustentar os filhos até mais tarde, ou porque vêm os seus direitos salariais a reduzir”, referiu um dos criadores da iniciativa.
Tantos à rasca O número de apoiantes conquistados pelo movimento cresce de dia para dia e, como afirma o responsável pelo “Geração à rasca”, esta dimensão demonstra que “as pessoas estão descontentes e querem revoltar-se na esperança de solucionar a conjuntura actual, e estão interessadas em realizar mais protestos noutras partes do continente e até nas regiões autónomas.” Afirmando-se como apartidário, laico e pacífico, o grupo privilegia a multiplicidade e é constituído por pessoas de todos os partidos e religiões. O seu carácter pacífico pretende preservar-se em todo o tipo de acções passíveis de serem desencadeadas. Fruto da frustração de muita gente, este movimento procura ser mais do que uma fonte de manifestação, levando a soluções práticas e reforçando a participação da sociedade na democracia com vista à resolução deste problema, que no ver de Labrincha, “necessita de diálogo comum”. A longo prazo, “Geração à rasca” ambiciona desencadear uma mudança de qualidade em todo o país.
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ENTREVISTA José Palmeira ALEXANDRE PRAÇA DANIEL VIEIRA DA SILVA *colaboração Cláudia Fernandes
Em relação ao curso de Ciência Política da UM, é o primeiro ano em que está a funcionar. Como está a correr esta experiência? De facto, o curso começou neste ano. Não que a UM não tivesse interesse em tê-lo aberto mais cedo, mas devido a restrições do Ministério, que não permitia que a Universidade aumentasse o número de vagas, houve necessidade de aguardar até ao presente ano lectivo. O curso começou a funcionar com 25 vagas, mas com as transferências tem, agora, 30 alunos, estando a funcionar no horário pós-laboral. A UM, além de se preocupar com a formação de cidadãos para terem uma participação à escala global, sempre pretendeu ter um papel à escala regional, e, para isso, tinha que se preocupar com a formação de elites políticas. O curso vem, portanto, preencher essa lacuna. Um licenciado em Ciência Política pode exercer a sua actividade numa escala muito variável. Mas como caracteriza um aluno que frequenta Ciência Politica, tem termos de média de idades? Por exemplo, são mais velhos e estão à procura de um segundo curso? O facto de ser em pós-laboral
Não há muitas pessoas a ocupar posições políticas que tenham um curso em Ciências Políticas… Por um lado isso é positivo, porque não fazia sentido que houvesse um curso para formar políticos. É bom que os políticos tenham as mais diversas formações. Aqui não pretendemos propriamente formar políticos, mas sim formar especialistas em política, politólogos. É evidente que não nos interessa só pessoas que compreendam o fenómeno, mas também pessoas que actuem de uma forma positiva. Tenho alunos que estão ligados a juntas de freguesias, que tentam valorizar a sua formação na área da Política. É possível para um politólogo ser objectivo e isento? Ou as suas ideias políticas podem condicionar a sua opinião? Nunca me preocupei muito com o facto de a minha expressa opinião ter filiação partidária, porque a capacidade de analisar os factos não tem a ver com isso. A nossa opinião é sempre condicionada por um conjunto de factores. Eu incentivo muito os alunos a terem participação política, porque se há uma queixa generalizada relativamente à Política, é bom que haja uma maior participação. Não tenho, de maneira nenhuma, uma
José Palmeira, comentador residente da RUM, em entrevista ao ACADÉMICO
Daniel Vieira da Silva
José Palmeira é director do Curso de Ciência Política, criado este ano na Universidade do Minho, e que vem, de acordo com o docente, “preencher uma lacuna” da própria instituição. Tendo deixado o Jornalismo para trás, José Palmeira optou pela carreira académica há quinze anos, tendo-se licenciado em Relações Internacionais e doutorado em Ciência Política, pela UM. Em conversa com o ACADÉMICO, o docente falou do funcionamento do curso e das questões políticas que têm afectado a actualidade internacional.
determina que o perfil do aluno seja um pouco mais velho, e, em muitos casos, esse aluno já trabalha. O aluno vê na Ciência Politica uma forma de preparação para a cidadania, que proporcione uma bagagem para que, em termos laborais, a pessoa tenha sucesso, assim como permitir o compreender o mundo em que vivemos. O curso de Ciência Politica, tal como o de Relações Internacionais, dá essa formação. Depois é mais especializado em termos políticos porque permite uma compreensão do fenómeno político, o que facilita a própria participação em diferentes patamares.
visão negativa da Política. Às vezes transmite-se, muito pela comunicação social, o lado negativo, mas procuro sublinhar que o que se passa não é apenas o que chega ao nosso conhecimento. Alguns países, no mundo árabe, têm sofrido agitação e violência nos últimos dias. Como é que tem encarado esta situação que não é assim tão distante? A própria União Europeia tem acordos de vizinhança com alguns países do norte de África, da bacia mediterrânica. E não é só questão de vizinhança mas também de dependência. Basta ver que agora, em relação à Líbia, existe dependência do petróleo, uma vez que é o segundo fornecedor de petróleo de Portugal. O ocidente costuma colocarse do lado da liberdade e da democracia, aplicando aquele que é o modelo ocidental, que é pluripartidário, de eleições livres e liberdade de expressão, etc. Depois há um período em que há eleições, a população escolhe de uma forma livre e quem tem legitimidade exerce poder e que é, no caso da Argélia, uma grande hipocrisia na política. A democracia foi aplicada, mas o partido que ganhou - Frente Islâmica da Salvação (FIS) - não exerceu
poder porque os militares argelinos não deixaram. O ocidente esfregou as mãos de contentamento porque via na FIS uma ameaça, devido às suas supostas ligações ao fundamentalismo islâmico. O ocidente quer a democracia, quando a esta produz algo que lhe agrade. E no caso desses países, muitas vezes fazse um apelo a que haja democracia, mas se em democracia ganharem os grupos políticos fundamentalistas, qual será a posição ocidental? Até agora, o ocidente, nomeadamente os EUA, suportaram o regime egípcio, o da Líbia… Kaddaffi, na Líbia, tem alertado para o perigo da Al-Qaeda. Será um perigo real, ou é o próprio a querer chamar o ocidente à razão, estando só a fazer “bluff”? O perigo é real nesta medida: a Al-Qaeda tem como primeiro alvo os estados árabes que não alinham com as suas posições. Um dos primeiros atentados da Al-Qaeda foi precisamente em Marrocos e teve a ver com isso. Isto também pode ser uma estratégia de Kaddaffi, no sentido de procurar demonstrar ao ocidente que será pior a emenda que o soneto. Nos países árabes existe uma situação diferente do modelo ocidental, porque o
estado não está consolidado. Na Líbia isso é ainda mais evidente porque existe um modelo tribal, uma base étnica muito forte, como sucede, por exemplo, na Guiné-Bissau. Os países têm partidos de base étnica e, havendo uma etnia maioritária, sempre que houver eleições aquela etnia ganha. Isso condiciona a democracia. Quem pertence a uma etnia minoritária nunca tem a expectativa de ganhar. O que pode acontecer nas próximas horas? Poderá haver o desmembramento de um país frágil? Na Líbia não existem propriamente estruturas estatais. No Egipto, pelo menos as forças armadas estão numa estrutura e, portanto, quando houver crise, uma queda do poder político, as forças armadas são capazes de fazer a transição. No caso da Líbia isso não é possível e, portanto, pode haver o desmembramento. Um desmembramento é complexo porque temos de pensar nos interesses da população local em primeiro lugar. Não sabemos, até que ponto um desmembramento não é favorável aos interesses da população. Assim também não sabemos até que ponto não haverá uma perda do controlo sobre a produção petrolífera e de gás natural.
ENTREVISTA PÁGINA 09 // 01.MAR.11 //ACADÉMICO
Apesar de não sabermos o que estes países vão enfrentar no futuro, dá para perceber uma mudança clara de paradigma. Como é que o mundo pode encarar o que se passa nos países árabes? Não há dúvida de uma coisa: há um descontentamento em relação aos governantes. Mas não basta esse descontentamento, não basta manifestar-se e derrubar o poder instituído. Isso é a primeira fase e a mais simples. Depois é preciso passar à fase seguinte que é da reconstrução. Nada nos garante que no Egipto, o pluripartidarismo vai existir nas próximas eleições… Aliás, nem precisamos de ir para esses países. Verifiquemos aquilo que se passava na Europa e, nomeadamente em Portugal, no período salazarista. Havia uma oposição a Salazar que convergia toda num objectivo: acabar com o regime autoritário para implementar uma democracia. Mas uma vez instalada a democracia, as posições dos partidos eram diferentes quanto ao modelo a instituir. A seguir ao 25 de Abril, houve o 25 de Novembro. Quem mais se opôs a Salazar foi o Partido Comunista Português, que tinha um modelo diferente dos outros partidos. Até se baseava em estados em que não havia democracia, como a URSS. O que significa que quem faz oposição e quer derrubar está de acordo. Depois, esse denominador comum desaparece. Isso é mais problemático nos países do norte de África, em que não existe muitas vezes consistência institucional. Existem partidos ligados a interesses específicos ou a grupos étnicos. E, neste momento, quem é que consegue ter alguma relevância? Quem estiver organizado, que, nesses países, é a chamada Irmandade Muçulmana, que tem a capacidade de preencher um vazio. É previsível, neste momento, que esta revolta possa alastrar a outros
países daquela área? É possível. Tanto que já existem movimentos no Iémen e Bahrein. Não há dúvida que isto é um fenómeno de bola de neve. Não se fala nisso, mas não sei se não poderá significar que alguns países europeus, face a algum descontentamento com a crise económica e social, não poderão enfrentar um fenómeno de contestação generalizada aos partidos políticos, que não será igual dado que existe legitimação de quem está no poder. O Expresso vai lançar uns telegramas confidenciais, aos quais teve acesso do Wikileaks. O que é que se pode esperar e que opinião é que tem em relação a estes dados confidenciais que envolvem o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Portugal? Posso vir a mudar de opinião, mas julgo que o fenómeno wikileaks não vai ter um impacto muito grande. A não ser que haja revelações muito diferentes das que têm surgido. Isto veio revelar que as diplomacias são todas muito parecidas: se é verdade que há uma diplomacia que explora as fragilidades dos actores políticos de determinado país, também é verdade que o país que é alvo disso também tem uma prática semelhante em relação a países terceiros. Há uma praxis muito parecida. Então, qual é aqui a novidade? A novidade é isso vir a público. Se não houver revelações que envolvam questões de natureza judicial ou que tenham a ver com práticas menos lícitas, penso que não será muito relevante. Pontualmente poderá ter um efeito, mas a tendência vai ser para o esbater. Não irá afectar os alicerces da sociedade? Eu julgo que não. Vivemos numa sociedade onde a espionagem existe e não queremos saber como se faz, mas sabemos que existe. Mas quando nos mostram, ficamos incomodados. A overdose acaba por diluir o efeito. Os telegramas vão sair uns a seguir aos outros, que quase não há tempo para reagir a um porque já saiu outro. Acabam por se eliminar o efeito uns aos outros. Ao fim de quinze anos longe do Jornalismo, sente saudades? Quando se passa pelo jornalis-
José Palmeira comentou a situação no Mundo: “O ocidente quer a democracia, quando a esta produz algo que lhe agrade”
Daniel Vieira da Silva
Temos que ver que o petróleo é uma fonte de receita para o estado e que o mesmo a deve aplicar em benefício da população, o que pelos vistos não tem acontecido. Assim, Kaddafi anunciou aumentos dos salários em cerca de 150%, como forma de arrefecer os ânimos, até porque os exemplos anteriores da Tunísia e do Egipto não lhe são favoráveis.
mo com a intensidade com que eu passei parece que nunca deixámos de ser jornalistas, parece que nunca desligamos. Quanto à prática do Jornalismo, confesso que não sinto grandes saudades, porque deixei numa altura em que este estava em grandes mudanças: assisti a várias fases do Jornalismo, quer tecnológicas, pois comecei com a máquina de escrever, fui para o telex e acabei com o computador, quer da maneira de fazer Jornalismo. Comecei a fazer Jornalismo relatando o que se tinha passado no dia anterior e acabei, sobretudo, a prever o que se ia passar no dia a seguir. Passei de uma situação de informação para uma situação de especulação. Isto nota-se, principalmente nos jornais, que têm de ter uma grande tiragem para justificar a publicidade. Percebo que, hoje, as pessoas tenham necessidade de antecipar os acontecimentos. Digamos que vivemos num Mundo onde a celeridade é muito grande. Por isso é que temos graves problemas, como por exemplo, na Justiça, que é demasiado lenta para aquilo que é a necessidade das pessoas. O Jornalismo acelera ainda mais este fenómeno. Hoje, com a rapidez a que o Mundo corre, os governos andam sempre a reboque, são sempre reactivos. Aos políticos exige-se uma capacidade muito superior à que se exigia antes, daí ser injusto comparar o agora com o de antes. A realidade era diferente e, muitas vezes, fazemos o julgamento das pessoas do presente como se o mundo de hoje fosse o de há 20 ou 30 anos. Não qualifico o
“Em Portugal, é mais fácil um órgão de comunicação social deitar abaixo um ministro do que a oposição” Jornalismo, hoje, de melhor ou pior, mas de diferente. Falava, há pouco, da influência do Jornalismo na dinâmica da sociedade, nomeadamente ao moldar os políticos. É o Jornalismo o principal responsável pela forma como eles actuam? Em Portugal, a comunicação social tem uma grande influência e a prova disso é que é mais fácil um órgão de comunicação social deitar abaixo um ministro do que a oposição. Temos o caso do semanário O Independente, que foi o grande opositor ao governo de Cavaco Silva. Não há dúvida que a influência da comunicação social em Portugal é forte e condiciona a vida política. Os media funcionam como contra-poder e, através dos seus especialistas, detectam lacunas legislativas. Não existe, pois, em Portugal, uma preocupação por parte dos partidos em ter um conjunto de trabalhadores qualificados que estudem bem as propostas de leis dos partidos. Há uma mudança de paradigma, que diz respeito às redes sociais, que funcionam como um motor da sociedade. Tiveram as redes sociais um papel especial no modo como o jornalismo se faz hoje em dia? Reconheço que as redes sociais têm um papel importante, pois é sempre importante o cidadão
expressar a sua opinião e constatar que há outros cidadãos que comungam da mesma opinião. É preciso ter algum cuidado porque corre-se o risco de a banalização acabar por matar o efeito positivo. É, ainda, muito importante o papel do órgão de comunicação como o filtro, com a capacidade de seleccionar e de estabelecer a ligação entre cidadão e poder político. A comunicação social é, também, um actor político muito importante. Falando de Política, será possível algum dia haver democracia sem partidos? Possível é. Aliás, já existiu democracia sem partidos. A democracia é sobretudo um tipo de regime, em que quem exerce o poder, exerce-o com a legitimidade do voto e essa escolha pode basear-se apenas em personalidades. A crise dos partidos que tanto se fala tem a ver com a crise das ideologias. A partir da queda do muro de Berlim, em 1989, o fim da URSS, em 1991, e a República Popular da China a passar a alinhar no sistema económico capitalista, o debate ideológico quase que terminou. O que agora divide os partidos, ao invés da ideologia, é a personalidade. Hoje, com algumas excepções (PCP), o debate dos partidos faz-se com alguma personalização ou em termos de aspectos que são menores.
Olá bem-vindos a The Burning List, um espaço de conversa em que diversos nomes do universo criativo partilham as suas escolhas musicais. Todas as semanas, de segunda a sexta estará connosco alguém do mundo da música, da literatura, da imagem, do design, entre outros, para conversar connosco sobre 5 temas musicais que, de alguma forma, fazem parte da sua vida. O nosso primeiro convidado é Tiago Pereira, que se auto-intitula “audiovisualista”. Realizador que ganhou notoriedade com o Documentário “Significado – se a música portuguesa gostasse dela própria” mas cujo trabalho na área da imagem já vem de há mais de 10 anos. Foi em 98 que apresentou “Quem canta seus males espanta”, distinguido nos Encontros de Cinema Documental da Malaposta. Realizador, artista visual, manipulador da imagem viva e que pretende preservar a imagem do som da tradição oral portuguesa. Brian Eno/Robert Fripp – Evening Star (Evening Star, 1975). Esta música é muito importante porque faz parte da minha adolescência. Passei a adolescência a ouvir Brian Eno e este disco é fundamental. Passei também grande parte da infância em quartos de amigos a ouvir música e isso foi mais importante que ir à escola. Para mim o loop (também presente nesta música) é tudo. O loop permite funcionares em tudo com camadas (layers).
Roberto Musci e Giovanni Venosta – Technowaltz (Urban and tribal portraits 1988) Roberto Musci e Giovanni Venosta são musicólogos e têm dois discos fundamentais e brutais que têm muito a ver com o que faço hoje. Eles vão viajar pelo mundo, gravam tudo e depois chegam e misturam. Ele [Musci] é um recolector que, depois, manipula. Cresci a ouvir este tipo de música e comecei a fazer as minhas composições dessa forma. Sam Prekop – Faces and People. (s/t, 1999) Eu sou fã. Se virem os meus filmes há sempre a electrónica presente. Eu considero que tenho na música electrónica a minha maior influência. Era capaz de ouvir o dia inteiro “estáticas”. Sou muito da geração do “white noise”. B Fachada – Mimi (Fim-de-Semana no Pónei Dourado, 2009) Eu conheci o B Fachada no myspace por essas músicas, vou ver um concerto dele no Maxime e foi aí que comecei a dizer
que queria fazer um filme sobre ele. A Mimi é uma música que te vai embalando. É como que uma biopsia das relações amorosas e ao ouvir isso tantas vezes levava-me para as músicas velhinhas. Estamos cada vez mais afastados de Abril e das músicas de 25 de Abril e podes fazer cantiga sobre o que quiseres. Banda do Casaco – País Portugal (Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos, 1977) A Banda do Casaco é o primeiro pop português declarado. A Banda do Casaco não tem um posicionamento político logo após o 25 de Abril, numa altura em que todos o tinham. Não se definiam politicamente. Eles iam a todo o lado, pegavam em músicos eruditos e muito dos cancioneiros. Esta música é completamente actual. Se alguém te dissesse que esta música era de agora, tu não duvidavas. Esta música em termos musicais diz-me muito. O início, a forma como entram as vozes e a forma como rebentam é alucinante.
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INQUÉRITO estás a par de guimarães 2012, capital europeia da cultura? Durante a conversa com o Pedro sobre a CEC 2012 foi possível perceber que está a par do acontecimento, a realizar em Guimarães: “será sobre cultura e património aliados com dança, teatro e música”. “É uma espécie de Porto 2001, mas em Guimarães será em 2012.” Com Guimarães como cidade natal é com grande satisfação que aponta vários benefícios para a própria. “É uma forma de recuperação/conservação do património, de valorização do turismo na cidade e da disponibilização de cultura para as pessoas”. O aluno de Línguas e Literaturas Europeias acrescenta ainda que mais importante que a oferta cultural é a “expressão e diversificação desta”. Questionado sobre a possibilidade de participar como voluntário no evento, o jovem afirma que a probabilidade de tal acontecer é baixa. Porém, a única forma de vir a participar será como membro integrante do grupo IPUM, Associação de Percussão da Universidade do Minho.
Pedro Mendes 2º ANO // Línguas e Lit. Europeias
Pedro Monteiro 1º ANO // Engenharia Informática
Pedro não reconheceu CEC 2012. No entanto, quando lhe falamos especificamente sobre Guimarães como Capital Europeia da Cultura, reconheceu por ter ouvido rumores sobre a presença de Coldplay no encerramento do evento. Comparouo ao Porto 2001, referindo que este provavelmente atingirá mais público,mais eventos culturais, mais turismo, mais conhecimento da cidade a nível Europeu, mais pessoas e mais desenvolvimento. Acredita que esta poderá ser uma forma de melhorar a qualidade de vida dos habitantes vimaranenses, ao contrário do que aconteceu com o “Porto 2001”, devido, no seu ponto de vista, ao atraso do acabamento da Casa da Música, que deveria ter estado pronta nesse ano, mas só ficou totalmente pronta em 2005. Quanto ao facto de poder participar no evento como voluntário, a sua resposta foi afirmativa, mas com a condição de que nada interferisse com a sua vida académica.
Para Bruna, o conceito de “CEC 2012” ainda não está muito claro, afirmando que apenas sabe que se realizará em Guimarães. Porém, quando se fala de “capital europeia da cultura”, presume a existência de vários eventos culturais, o que a leva a afirmar que “a cultura é sempre boa”. Os principais benefícios que aponta para este acontecimento relacionam-se com “o aumento do turismo, do reconhecimento para a cidade e do entretenimento disponibilizado para o público”. Bruna gosta bastante da cidade de Guimarães por ser o berço de Portugal e, por essa razão, acha que este “título” está bem atribuído: “é uma boa cidade para ser capital da cultura”. Para a aluna a possibilidade de fazer parte do evento como voluntária não está posta de lado mas, para isso, teria de conhecer as áreas abertas ao voluntariado. Afirma que irá procurar informar-se sobre o evento e caso não participe como voluntária. A aluna demonstra-se ainda bastante interessada em visitar a cidade nessa altura.
Bruna lisboa 1º ANO // línguas e lit. europeias
Rita Rodrigues 2º ANO // Arqueologia
Mariana Flor mar1ana.f@hotmail.com Fabiana Oliveira fab.i@hotmail.com
Rita sabe que o “CEC 2012” se realizará em Guimarães e pensa que a cidade merece por ser o berço de Portugal e por toda a sua história. Já da cidade em si conhece muito pouco, porque é raro lá ir. Questionada sobre as vantagens deste evento, afirma ser uma forma de levar mais pessoas a Guimarães, aumentando o seu reconhecimento e fomentando o turismo e, automaticamente, a sua economia “até porque o nosso país está a precisar”. Esta aluna de arqueologia faz pretensões de participar nos vários eventos, como espectadora. Questionada sobre a possibilidade de se voluntariar não exclui a hipótese de o fazer, mas “claro que dependeria da actividade para que fosse seleccionada”.
O inquérito desta semana tem como tema Guimarães 2012, capital europeia da cultura. Questionamos quatro alunos da nossa universidade, com o objectivo de saber qual o conhecimento que detinham sobre o assunto, assim como perceber quais as expectativas que depositam no mesmo. A possibilidade de ingressarem no evento como voluntários ou de assistirem aos vários eventos protagonizados neste âmbito, também foi alvo de tema na conversa. Com este, procuramos entender se os alunos estão devidamente informados sobre o CEC 2012, bem como qual a opinião que têm sobre este evento. Afinal Guimarães está nas luzes da ribalta e temos que saber o que os alunos do Minho pensam disso!
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Erasmus Page reza praditya E3525
Second semester also welcomes UM’s overseas students. Representation of the International Relations Office and five divisions of the university greeted them in Orientation Day held in Amphitheatre-CP2 (23/02). They gave information and invited those students to actively become part of the campus. Head of UM International Relations Office Adriana Lago de Carvalho opened this first day for 190 new students at 10.00 am. “I appreciate that you can came on time, even students from Guimarães, because there will be many important pieces of information. I hope this information helps students to get acquainted with the university, the new environment they live in, and get along with
others, not only friends from the same country or the same department because there are students from 62 countries. And now there are 700 overseas students in this university,” she said both in English and Portuguese alternately. Each student received a goody bag containing some leaflets from campus, a Portugal’s map, transportation schedules, CD’s from CAUM, condoms from the Health Department and National Coordinator for HIV/AIDS, free phone cards, and a T-Shirt. International Relations Office Staff also prepared Pastel de Nata, a typical Portuguese cake, to be enjoyed in between presentations breaks later. Teaching Support Office, Documentation Office, Uminho’s Social Service, Students Association, and Red Cross Volunteer were also at the event. They presented their division
and events that students could join in. The Director of Culture, Projects, and Development Office Carlos Sousa Santos from Rádio Universitária do Minho played a Lib Dub video and everyone seemed stunned. “We welcome you to our sports teams, facilities and championships,” stated Sport Technician Joao Chaves from Sport and Culture Department. João Miguel Gomes from International Coorperation within Red Cross Youth-Braga agreed and said, “This is first time for Red Cross Youth and Juventude Cruz Vermelha Braga. So far, students’ attention is great. They make good questions about projects, events, and submit to be volunteers. “ Students than had lunch at the canteen and prepared for Funorientation-games. They had to find eigth students with the same number given randomly and make a group. Each group
europa viva Kasia Alichniewicz RUM- EVS Volunteer
What does it mean to be an European? What does democracy mean to young people around Europe? How can you make yourself an active and involved citizen? All of those big questions are the reason why ”Europa Viva” project was started. ”Europa Viva” is a continuation of last’s year ”Democracia Viva” project and is a part of Braga’s Capital of Youth for 2012 celebrations, as well as 2011 being the Year of Volunteering. Its main mission is to increase the discussion and the particiption of young peo-
ple in the democratic processes in their own countries and in Europe. The point is also to show that even though we may have different perspectives on various issues, still as Europeans we have so much in common. Europe is alive because of people, and our individual points of view do not mean we are not a coherent whole. It is actually the opposite. The ”Europa Viva” project will last for 6 months and it will be coordinated by RUM and AAUM. Partners in this project come from 5 different European countries: Hungary, Latvia, Spain, Turkey and Poland. For the coming months organisations in every country
will run a seminar on a carefully selected subject. Trainers will meet, talk and work with young people about the given theme. Their methods will be focused on non-formal approach to education. The same actions will take place in the Minho region. The big finale of ”Europa Viva” will take place in Braga from 5th till 11th of June 2011. All the organisations will present their unique points of view, and later debate about their conclusions. It is about acting in a local way, but thinking globally. If you want to find out more about „Europa Viva” please visit RUM’s website: www.rum. pt or AAUM: http://www. aaum.pt
Rendra Ardyansah
new erasmus, new family!
would compete to answer some challenging questions spread all over UMinho’s area. Each question would give extra or subtract points if it was answered wrong. Three groups with the highest score got a prize shirt for the winner, hats for second, and socks for third groups. Although they looked tired when it was done they enjoyed
the day. “UMinho is a famous university in Portugal and the department is good. This orientation day is very good. This is a good way to make us meet different people and know interesting projects. I am sure I will join them. I may join the swimming club,” said an Erasmus student from Brazil Tamara Peixoto who will study in Psychology Department.
braga, european youth capital ‘12 AGATA JABLONSKA agata.cultura.rum@gmail.com
Braga was chosen this year to be the European Youth Capital 2012 over two Greek cities, Heraklion and Byron by the jury of representatives from the Congress of Local and Regional Authorities in Europe, the Committee on Culture and Education of the European Parliament, the Committee of the Regions and the European Youth Forum but also private entrepreneurs and members of several municipalities. One of the reasons why Braga was chosen was that the city is one of the youngest in Europe – 35% of citizens are younger than 26 years old. In the ap-
plication, Braga presented a lot of promising projects, concerning intergeneration dialogue, youth employment policies, youth entrepreneurship and dialogue between religions. The title of the European Youth Capital is awarded to a city for the period of one year, during which the city is obligated to present a multi-faceted youth related programme, in the cultural, economical, political, social life and development fields. The European Youth Capital is a project of the European Youth Forum which started in 2009, with the first capital in Rotterdam (Netherlands), then Torino (Italy) in 2010 and Antwerp (Belgium) in 2011.
TECNOLOGIA E INOVA utilizadores da internet com mais de 60 anos navegam mais de 5 horas semanais
apple lança iPad 2
Ana Isabel Lopes ana_lopes91@hotmail.com
Patrícia Painço tica_11_@hotmail.com
A empresa de segurança informática Panda Security afirma, segundo um estudo efectuado a indivíduos com mais de 60 anos, que 90 % dos consumidores são homens, sendo que a actividade privilegiada no mundo online por estes idosos é a consulta do email. Os indivíduos inquiridos não apresentam especial predilecção pelas redes sociais, usando a internet especialmente para conversar com amigos e família (98%). A pesquisa sobre ócio é outra das possibilidades da internet que exploram estes idosos, sendo que 67% usa a internet para pesquisar sobre actividades de lazer e 54% dos utilizadores afirma fazer compras online. A utilização da internet é ainda privilegiada para efectuar transições bancárias. Contudo, 50% dos inquiridos reconhece que esta é uma das mais proeminentes ameaças da web,
A Apple apresenta, dia 2 de Março, o iPad 2, em São Franscisco, na Califórnia. «O sucesso de vendas da primeira versão do produto e a forte concorrência que se tem vindo a sentir por parte da Motorola ou Samsung levou a que a empresa iniciasse o novo projecto”. São palavras de Tim Cook, representante do director executivo Steve Jobs, o responsável pela apresentação do tablet mais fino e mais rápido que o modelo inicial. Além disto, o dispositivo tem
bem como os vírus, que estão no topo da lista, com 90%. De referir ainda que 30% receia o contacto com estranhos e 11% temem ser vítimas de cyber bulling. Este estudo decorreu entre No-
entrada USB, câmaras frontal e traseira digitais e possibilidade de realização de vídeochamada. Mais de que uma maior capacidade de memória e melhor processador gráfico, o novo iPad suporta as redes GSM (Global System for Mobile Communications) e CDMA (Code Division Multiple Access) através de um “chip multimodal”. O iPad 2 pode estar disponível no mercado no mês de Abril. No entanto, os portugueses têm ainda que esperar pelo lançamento em Portugal, pois o primeiro iPad apenas chegou ao território nacional no passado mês de Novembro.
vembro e Dezembro de 2010 e contou com a participação de 16850 utilizadores, inquirindo-os sobre as suas actividades online bem como os seus principais problemas de adaptação a este meio.
Dragon Age II “Rise to power… By any means necessary” Francisco Vieira dmvieira04@hotmail.com
A 11 de Março, eis que a Electronic Arts nos envia novamente para o mundo de Dragon Age, Thedas. Só que desta vez para uma zona ainda não explorada, Free Marshes. A personagem principal de Dragon Age II é Hawke, um sobrevivente do Blight que se torna no Champion of Kirkwall. A história desenrola-se à medida que
Varric, um dos companheiros de Hawke, conta a saga a Cassandra, uma fiel. No caso de o jogador ter previamente finalizado Dragon Age: Origins e/ou Awakening, todas as decisões tomadas nos títulos anteriores podem ser importadas para o novo jogo, reflectindo-se, ao estilo de Dragon Age, na história em si. Como os seus antecessores, Dragon Age II pressupõe uma grande reflexão no momento de responder a qualquer pergunta, pois uma
resposta menos conseguida poderá levar a um desfecho de jogo não desejado. Reflexão essa que, em forma de planeamento, marca profundamente o sistema de batalha de Dragon Age. Darão por vocês a pausar o jogo, vezes e vezes sem conta, para programar a batalha que se aproxima, a escolher o alvo e a utilizar aquela determinada habilidade. Pode dizer-se que a nível visual básico, Dragon Age II evolui pouco, mas mesmo assim, é obviamente melhor que os anteriores. Quanto às batalhas, essas sim foram melhoradas, dando a sensação ao jogador de se encontrar mesmo no campo de batalha com
todas as explosões e sangue que jorra, literalmente, nos nossos inimigos. Dragon Age II é obrigatório para os que jogaram os títulos anteriores e, como não podia deixar de ser, gostaram de o fazer. Um jogo
muito bem conseguido e original, com muita acção e intriga, bem à altura da Bioware, a sua produtora. Site Oficial: http://dragonage.bioware.com/
VAÇÃO
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twittadas Cláudia Fernandes claudia7745@hotmail.com
Egípcio chama Facebook a filha recém-nascida De acordo com o jornal egípcio Al-Ahram, um jovem pai decidiu chamar Facebook à filha para «expressar a sua alegria pela conquista da juventude no passado dia 25 de Janeiro», data em que começaram as manifestações para derrubar o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. As redes sociais tiveram um papel fundamental na mobilização da população para a re-
volta egípcia. Neste sentido, o jovem Gamal Ibrrahim decidiu homenagear o Facebook dando o nome da popular rede social à sua filha recém-nascida. Portugueses compram menos pc’s Segundo o relatório «IDC EMEA PC Tracker», divulgado pela consultora IDC, em 2010 foram vendidos em Portugal 1387 milhões de PC, menos 23,3 por cento comparado com o ano anterior. A IDC realça que esta forte quebra afecta um mercado que es-
Depois das cidades e museus, a aplicação Street View vai permitir visitar virtualmente os Alpes. A Google pretende, através des-
FourSquare disponível em novas línguas O FourSquare foi adaptado para
cinco novos idiomas: espanhol, francês, alemão, japonês e italiano. Criado em Março de 2009 nos EUA, o serviço permite aos utilizadores divulgarem a sua localização numa determinada altura aos contactos nas redes sociais, como o Facebook ou o Twitter. O sucesso da aplicação que, actualmente, já conta com cerca de 40 por cento de registos efectuados fora dos Estados Unidos levou a empresa a lançar estas novas versões. Prevê-se ainda que em breve estará disponível em mais algumas línguas.
Informação detalhada sobre o IdeaLab, assim como o formulário de inscrição estão disponíveis no endereço www.tecminho.uminho.pt/empreender/ idealab.
A participação no laboratório é gratuita. Para mais informações, os interessados podem contactar a TecMinho através do e-mail start@tecminho. uminho.pt ou telefone 253 510
763. Mais informações: Através do email liftoff@ aaum.pt ou visita-nos no Liftoff, localizado nas Pirâmides, no campus de Gualtar em Braga.
tava em crescendo desde 2002. Esta redução deve-se a uma diminuição da atracção dos programas públicos, a partir de 2009. No entanto, os computadores portáteis continuam a dominar as vendas de pc’s em Portugal, onde representaram 82,5 por cento deste mercado no ano passado. Google leva-o a visitar os Alpes
ta aplicação do Gopgle Maps, retratar as principais estâncias de esqui do mundo.O projecto de levar o Street View à neve foi testado no ano passado durante os Jogos Olímpicos de Inverno realizados no Canadá. Segundo o El Mundo, os vales franceses de Méribel vão ser os primeiros a surgir nesta versão, seguindo-se a região de Zermatt situada na parte suíça dos Alpes.
LIFTOFF AAUM www.liftoff.aaum.pt Liftoff apoia: Seminário IEMinho “ Inovação e Empreendedorismo Sustentado” No próximo dia 2 de Março, pelas 16 horas irá decorrer na Universidade do Minho, Campus de Gualtar, no Auditório B2 (CPII) o Seminário Promocional da IEMinho cujo tema é sobre Inovação e Empreendedorismo Sustentado e ainda a apresentação de um Concurso de Ideias Clusteriais. Este Seminário conta com a apresentação de: Dr. Rui Fernandes – Coordenador Operacional do IEMinho Dr. Manuel Barros – Administrador da Proviver E.M. Dr. Filipe Silva – Gestor de Projectos do IEMInho Participação Gratuita, mediante inscrição. Inscreve-te em www.liftoff.aaum.pt Nova Edição do Laboratório de Ideias de Negócio - IdeaLab A TecMinho, em parceria com o Departamento de Produção e Sistemas, vai organizar mais uma edição do IdeaLab – Laboratório de Ideias de Negócio. A nova edição decorrerá entre Março e Julho de 2011 e terá como público preferencial os alunos dos 2º e 3º Ciclos e finalistas do 1º Ciclo, assim como recém-diplomados, provenientes de qualquer área de estudos da Universidade do Minho. Localizado no campus de Azurém, o IdeaLab apoia os participantes no desenvolvimento das suas ideias de negócio através de formação e consultoria personalizada, incentivando-os a elaborar um plano de negócios e a preparar o lançamento da sua empresa. Os interessados em participar nesta nova edição podem concorrer individualmente ou em grupo até cinco elementos. As candidaturas podem ser apresentadas até ao dia 18 de Março de 2011, através do preenchimento online do formulário de inscrição.
Entrepreneurship is cool??? Dia 21 de Março na Universidade do Minho Fiquem atentos!!!
>9 NOVEMBRO ‘10 Abertura Liftoff
>22 de FEVEREIRO ‘11 > 2 de MARÇO ‘11 Workshop “Empreende- Seminário “Inovação e dorismo e Franchising” Empreendedorismo Sustentado
> 21 de MARÇO ‘11
Entrepreneurship Day@AAUMinho
CULTURA PEDRITA As “caixas mágicas” podem mudar a nossa vida Os Pedrita mostram os seus objectos numa exposição que inaugurou na passada semana na Galeria Show Me, em Braga. Numa conversa com o ACADÉMICO, Pedro Ferreira, uma das duas metades dos Pedrita, fala-nos de mobiliário, de acessório, de madeiras, da nossa casa e de como o IKEA uniformizou os lares nacionais. José Reis jose.reis@rum.pt
O móvel que nos obriga a retorcer quando chegamos ao hall de entrada, o sofá dengoso no centro da sala, a mesa onde se janta, tarde e a más horas, todas as noites, ou a cama onde queremos ficar sempre cinco minutos para além da hora desejável. Todos estes “objectos” fazem parte de uma qualquer casa de um qualquer leitor que esteja a ler este texto. Mas o que são realmente estes objectos? São mobiliário? Ou são acessório? E o que é, afinal, o mobiliário? “Tu sabes? Perguntote...”, atira-nos Pedro Ferreira em início de conversa. “É que eu não consigo responder...”. É esta a fronteira do trabalho dos
Pedrita, um estúdio de design de Lisboa que expõe desde a passada quinta-feira na galeria Show Me, em Braga. Uma mini-série de cinco objectos que tinham sido pensados há “muito tempo” confidencianos o designer, mas que nunca tinham sido ainda mostrados. “Estes cinco objectos, que mais não são que meras ‘caixas’ estão no limiar entre o mobiliário e o acessório. É uma fronteira estranha que existe entre estes dois conceitos. E, por isso, esta exposição é “delicada e ambígua”, pela ausência de uma resposta clara, revela-nos Pedro Ferreira, um dos dois designers “Pedrita” – a outra é Rita João. “Estes objectos [caixas, aparadores...] ocupam, por norma, os espaços mais vazios
da casa ou complementam esses mesmos locais”. E por isso, “esta exposição é o resultado da análise da relação dos objectos que todos temos em casa com as acções que temos com eles”, conclui.
Design para usar em casa Os Pedrita surgiram em 2005, depois de um período de estudo e trabalho em conjunto. “Estagiámos juntos e sentimos que fazia sentido seguirmos juntos”, confidencia Pedro Ferreira. Os pontos divergentes, acentua, contudo, são mais importantes do que os pontos convergentes na maneira como entendem o design. “São as formas diferentes de encarar determinados objectos que fazem com que o nosso trabalho fique mais rico e engrandeça a linha de pensamento”. O nome surgiu naturalmente “da junção de nomes Pedro e Rita”. Logo, Pedrita. Para esta exposição em Braga, as peças foram feitas pensando o espa-
CD RUM
swans: my father will guide me up a rope to the sky PEDRO PORTELA info@dominiodeuses.org
Foram catorze os anos de intervalo desde «Soundtracks For The Blind» até «My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky», o disco que veio romper com o silêncio do corpo moribundo que havia assumido «The Swans Are Dead» como o título para o disco registado ao vivo após a sua tournée (julgávamos) final. Percebemos agora que Michael Gira foi capaz de manter em estado de hibernação o seu mais visceral projecto e que durante este hiato, ao invés de perder fulgor, foi acumulando energia em estado bruto, a pon-
to de produzir um dos discos mais intensos, ameaçadores e crus da sua carreira. Abandonando, apenas em parte, a folk negra e pastoral que preencheu os últimos álbuns da primeira encarnação dos Swans e, também, todo o seu percurso com os Angels Of Light (que produziu cinco álbuns), Michael Gira, acompanhado por Norman Westberg (o outro fundador que resta nos actuais Swans), Christoph Hahn, Phil Puleo (ambos Swans e Angels Of Light), Chris Pravdica e Thor Harris, para além dos convidados Devendra Banhart, Grasshopper (Mercury Rev) e Bill Rieflin (ex-Ministry, ex-Revolting
Cock e agora nos REM), usa a música de «My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky» como uma marcha marcial em máximo volume, na qual parecem combater com ferocidade grandes monolitos sonoros em estado primitivo, e de cujo choque violento resulta uma espécie de tensa bonança num caos pós-apocalíptico, mas sem que toda a torrente sónica libertada sacrifique a beleza intrínseca de cada canção. Este notável regresso dos Swans parece devolvê-los à urgência catártica de «Children Of God» (1987), não como se a máquina do tempo nos obrigasse a andar para trás, mas
ço, “feitas por um carpinteiro de Braga em madeira de eucalipto”. Madeira que, diz Pedro Ferreira, é ainda “pouco usada em Portugal, por se achar que tem poucas potencialidades, é barata e com manias próprias, já que se torce e retorce”. Os produtos finais, continua, são “bastante contidos, feitos para caber em qualquer casa”. Casa que, sendo IKEA, quer ser mais
que uma casa IKEA. “Os designers não olham para o IKEA como um rival. A qualidade dentro de casa melhorou um pouco. Mas sinto que as pessoas começam a ficar aborrecidas de terem um sofá igual ao do vizinho”, sustenta, realçando uma procura maior de objectos de autor para a decoração das novas casas. “É uma reacção natural, por saturação, quase”.
como se os fantasmas que então assaltaram Gira, voltassem de novo, de modo refinado, para atormentar a sua alma criativa, que parece alimentarse vorazmente do pesadelo interior.
«My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky» é um disco emocional, desesperado e brutal, jogado sempre muito próximo dos limites. É, por isso, um dos marcos de 2010!
PÁGINA 17 // 01.MAR.11 // ACADÉMICO
RUM BOX
AGENDA CULTURAL
TOP RUM - 8 / 2011 25 FEVEREIRO
BRAGA
1 ANNA CALVI Suzanne & I
12 TWIN SHADOW Yellow balloon 13 FEROMONA Alfama
2 MADAME GODARD Atlas 1977
14 B FACHADA Questões de moral
3 SLIMMY Be someone else
15 MÁRCIA Cabra-cega
4 STROKES, THE Under cover of darkness
16 HOWE GELB & A BAND OF GYPSIES Broken bird & the ghost river
5 ARCADE FIRE The suburbs 6 PORTUGALS, THE Les aventures des boniface 7 WANDA JACKSON Shakin’ all over 8 MANUEL FRIA Lugar da cuca 9 BUNNYRANCH No crime scene 10 BLACK KEYS, THE Everlasting light 11 VACCINES, THE Post break-up sex
17 LINDA MARTINI Mulher-a-dias 18 BELLE & SEBASTIAN I want the world to stop 19 DESTROYER Chinatown 20 DISCODEINE Synchronize (feat. Jarvis Cocker)
MÚSICA 3 e 4 de Março Once Upon a Time – Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga Theatro Circo 6 de Março Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho Theatro circo CINEMA 1 de Março “ Recursos Humanos” – o
cinema francês é muito chato Theatro Circo
Pedro e Inês – Teatro O Bando Centro Cultural Vila Flor
GUIMARÃES
FAMALICÃO
MÚSICA 5 de Março Olga Centro Cultural Vila Flor
MÚSICA 5 de Março “Anaquim” – As vidas dos outros Casa das Artes
5 de Março “15º Aniversário El Rock Bar” – “ More Than a Thousnd” São Mamede TEATRO 4 de Março
BARCELOS até 31 Maio Dezembro “A Arte da Guerra” Propaganda da II Guerra Mundial Museu do Caramulo
LEITURA EM DIA 01/03 - Do Longe e do Perto, Quase-diário de Yvette k. Centeno - ed.Sextante. Escrita reflexiva, pura e cristalina sobre a Arte, o Romance e a Vida. De leitura obrigatória.
02/03 - Coisas que Nunca Aconteceriam em Tóquio de Alberto Torres Blandina - ed.Quetzal. A escrita poderosa de um jovem escritor espanhol; 03/03 - Os Pretos de PousaFlores de Aida Gomes - ed.Pub.D.Quixote. A colonização, o regresso à casa de partida e o intenso apelo de África;
POST-IT 28 Fevereiro > 04 Março NORTON - Two Points LYKKE LI - I Follow Rivers RADIOHEAD - Lotus Flower
04/03 - Curso Intensivo de Jardinagem de Margarida Ferra - ed.ETC. Finalista do prémio Correntes de Escritas, uma nova escrita poética, inovadora e engenhosa;
Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier
CINE RUM
viver ou morrer? CÁTIA CASTRO catia.castro@rum.pt
É preciso ter coragem para sobreviver. A mensagem é deixada em “127 Horas” por Danny Boyle, no que diz ser um filme de acção em que o herói não se consegue mexer. O lusodescendente James Franco é o actor todo-o-terreno numa história que aconteceu, de facto. Em 2003 Aron Ralston, um montanhista de 27 anos, ficou preso numa ravina em Blue John Canyon, em Utah, nos Estados Unidos. O braço direito ficou entalado entre uma rocha. Ficou cinco dias sem comida e com pouca água. Conseguiu sobreviver mas foi
obrigado a tomar uma drástica. Amputar o próprio braço a sangue frio. O acto heróico deu origem a um livro e inspirou o realizador dos sucessos “Quem Quer Ser Bilionário” e “Transpotting”, que acertou em cheio na escolha de James Franco para o
papel. Ele dá corpo ao aventureiro, extrovertido e ainda mais independente Aron Ralston. Antes do longo pesadelo, ainda serve de guia a duas jovens, mostrando conhecer melhor do que ninguém aquele paraíso americano. Tal como na história real, alguns momentos DR
Ausência de óscares para 127 Horas, nomeado em seis categorias
são registados em fotografia e vídeo. Tirando partido de um cenário esplêndido, Boyle cativa pela forma como capta as longas horas de imobilidade, transformando-as em algo visualmente violento e carregado de suspense. Fá-lo através das alucinações, memórias, fantasias e mensagens gravadas na câmara de filmar para a família. Difíceis de suportar são algumas cenas, entre as quais o som do osso a partir ou o nervo do braço a ser arrancado com um canivete. James Franco deu provas que é um actor versátil e que a este ritmo conseguirá um Óscar nos próximos anos. No pas-
sado Domingo foi apenas um dos nomeados, acumulando o papel de apresentador (bemcomportado) ao lado de Anne Hathaway. A edição 83 voltou a premiar filmes medianos, com destaque para “O Discurso do Rei” que arrecadou as estatuetas mais importantes, entre as quais Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor e Melhor Argumento. Previsíveis foram também os Óscares para Melhor Actriz, que foi para Natalie Portman em “O Cisne Negro” e Melhor Actor Secundário para Christian Bale por “The Fighter”. O grande vencedor foi mesmo o lóbi.
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DESPORTO
scbraga/AAUM vence dérbi do minho EDUARDO RODRIGUES e_du_rodrigues@yahoo.com.br
A formação do SCBraga/ AAUM visitou, no passado sábado, o reduto do vizinho Nogueiró. Em encontro referente à 16ª jornada do Campeonato Nacional, o conjunto bracarense conseguiu um importante triunfo, desta feita por 5 bolas a 4. O SCBraga/AAUM dominou o encontro, no entanto, no princípio demonstrou alguma impaciência para conseguir furar a cerrada barreira defensiva do Nogueiró. Por outro lado, os da casa procuraram jogar no erro dos bracarenses e, pouco a pouco, criaram algum perigo nas rápidas transições ofensivas. Aos 8 minutos, na sequência de um canto estudado, o Nogueiró abriu o activo. Os “guerreiros do Minho” não baixaram os braços e, minutos mais tar-
de, Faria rematou com precisão e empatou a contenda. Contudo, aos 18 minutos, após uma falha defensiva bracarense, o Nogueiró colocou-se novamente à frente do marcador (2-1), resultado que permaneceu até o período de descanso. Na segunda metade, os visi-
tantes voltaram mais determinados e dispostos a dar a volta ao resultado adverso, o que acabou por acontecer. Zé Rui marcou por duas vezes e colocou o conjunto bracarense em vantagem (3-2). Porém, após uma perda de bola dos bracarenses em zona proibida, o Nogueiró
voltou a igualar o marcador. Aos 35 minutos, André Machado finalizou com perfeição e o SCBraga/AAUM adiantou-se novamente no marcador. O adversário ainda tentou esboçar uma reacção, mas a organização defensiva bracarense não o permitiu. No minuto 38´, o DR
guarda-redes Pli lançou a bola em profundidade para André Machado e este não desperdiçou a oportunidade de bisar no encontro (5-3). O Nogueiró ainda reduziu a desvantagem a escassos segundos do fim, fixando o resultado em 5-4. Apesar das enormes dificuldades, O SCBraga/AAUM mostrou-se superior e conseguiu vencer neste difícil terreno. É de ressalvar ainda o apoio, mais uma vez incansável, dos adeptos que encheram o pavilhão do opositor e ajudaram a equipa a conquistar a sétima vitória consecutiva. Os minhotos continuam isolados na 1ª posição, com 40 pontos conquistados. Na próxima jornada recebem a formação do Covão Lobo que está na 5ª colocação, com 29 pontos. A partida realiza-se no sábado, dia 05 de Março, às 17h30.
equipas minhotas de novo em acção CARLOS REBELO c.covasr@gmail.com
Com o regresso do segundo semestre académico voltam também os Torneios Universitários (TA’s) com as várias modalidades da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) a participarem nesses torneios e tentarem garantir a participação nos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s). Nos desportos colectivos co-
meçou bem a AAUM na modalidade de futebol masculino, onde se qualificou para o CNU da modalidade. No TA realizado em Braga nos dias 21,22 e 23 Fevereiro os atletas minhotos ficaram no grupo B onde venceram os três jogos contra Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) por 2-1, Instituto Politécnico de Viseu (IPV) por 1-0 e Associação Académica da Universidade Beira Interior (AAUBI) por 2-0. Chegando à meia-final em
primeiro do grupo, enfrentaram o segundo do grupo A. A partida foi bastante disputada e acabou empatada a uma bola para cada lado, mas na marcação de grandes penalidades a AAUM acabou por perder (2-3). No jogo de 3º e 4º , os minhotos voltaram a jogar contra a AAUBI tendo vencido claramente o jogo por 6-0. Com este terceiro lugar a AAUM qualificou-se para o CNU de Futebol Masculino. Na primeira semana de Março
haverá mais dois TA’s, nas modalidades de Basquetebol e Voleibol, tanto no feminino como no masculino. Todas as equipas esperam conseguir apurarse para os CNU’s, e quem se encontra em melhor posição para tal é a equipa de voleibol feminina da AAUM que venceu o 1º TA e tem como objectivo repetir o feito no 2º TA, garantindo assim o apuramento e afirmando a sua posição de favoritismo para revalidar o título de campeãs nacionais uni-
versitárias e conseguir o penta campeonato. Já nas “corridas”, no CNU de Pista coberta realizado a 19 de Fevereiro no Expocentro de Pombal, a AAUM conquistou duas medalhas (prata e bronze), através da atleta Sónia Marques (Mestrado em Educação Física em Ensino Básico e Secundário). Em Março e Maio realizam-se os restantes CNU’s de CortaMato e Pista Ar Livre, respectivamente.