CHEGOU AO FIM O ENTERRO DA GATA
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Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 149 / ANO 6 / SÉRIE 3 TERÇA-FEIRA, 23.MAI.11
FICHA TÉCNICA
SEGUNDA PÁGINA
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 23 MAIO 2011 / N149 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Ana Lopes, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Cláudia Rêgo, Daniela Mendes, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Eduardo Rodrigues, Fabiana Oliveira, Filipa Barros, Filipa Sousa, Franscisco Vieira, Goreti Faria, Goreti Pêra, Inês Mata, Iolanda Lima, Joana Neves, José Lopes, Lucilene Ribeiro, Maria João Quintas, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Patrícia Painço, Rita Vilaça, Sara Pestana, Sofia Borges, Sónia Ribeiro, Sónia Silva, Tânia Ramôa e Vânia Barros // COLABORADORES: Cátia Castro, Elsa Moura e José Reis, // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
23.MAI.11 // ACADÉMICO
NO PONTO
EM BAIXO
Sp. Braga Chegar à final da Liga Europa depois de um percurso (quase) imaculado na prova sustenta a imagem de um clube que se ergue como um 4º grande no futebol nacional. A Intertoto, o vice-campeonato e a final da Liga Europa provam que nada é feito do acaso. Temos clube a sério por cá!
S.C.Braga/AAUM campeão Mora no Minho um campeão. Feito enorme. Depois de garantir a subida de divisão há umas semanas atrás, a regularidade da equipa permitiu-lhe partir para a última jornada como campeã. Faltam agora duas finais para se saber se é campeão nacional, o que enobrecia, ainda mais, o feito.
Pré-campanha A ausência preocupante de discussão acerca de temas fracturantes começa a assustar. Discutir “pentelhos” ou dizer “bacoradas” parece assumir uma preponderância cada vez maior no discurso político da actualidade. Discutase Portugal! Ou será que ainda não estamos no fundo do poço?
DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
Estamos de volta depois de uma semana de loucura intensa para os estudantes da Universidade do Minho. Foi um Enterro da Gata que bateu alguns recordes e que voltou a ser um dos maiores eventos para a juventude que se faz na região. Segundo palavras do presidente da AAUM, no balanço que faz a esta actividade, foram cerca de 12 mil pessoas por noite, em média, que acorreram ao Gatódromo. Uma média muito positiva, tendo em conta que há 5 anos atrás, quando o recinto era outro, passar dos 10 mil numa noite já era excelente. Lembro-me, na altura, de ouvir palavras de protesto face a esta alteração de local do Gatódromo. “O Enterro vai morrer” dizia-se. O certo é que, de ano para ano, mais e mais pessoas se querem juntar a esta festa não só de Braga, mas também da região. Parabéns! Estamos também em vésperas de ano de capitais europeias em Braga e Guimarães (Juventude e Cultura, respectivamente) e as cidades devem, mais do que nunca, aproveitar as competências e mais valias que uma Universidade como a do Minho tem. Saber aproveitar eventos como o Enterro da Gata é essencial. Mas muito há ainda a fazer no que concerne à organização e programação destes anos europeus. Ficamos à espera de saber no que podemos ajudar. Este último ACADÉMICO serve também para me referir à votação da passagem ou não da UM a fundação pública de direito privado. A posição da reitoria é clara, os estudantes pronunciaram-se, de forma clara, numa RGA e a decisão é feita no final do mês. Acredito nesta transformação na UM. Vai exigir mais de nós, mas quem não gosta de desafios? O caminho é de crescimento e só temos de nos sentir orgulhosos e de consciência tranquila quando fizermos parte da comitiva que quer seguir esse caminho. Estamos também à beira de eleições em Portugal. O dia 5 de Junho vai definir o rumo de Portugal. Por um lado, os anti-Sócrates, do outro, os fiéis “guardiões socialistas”. Será que o povo vai alinhar nas mesmas políticas dos últimos anos ou vai adoptar uma definição de direita vincada subscrita por Pedro Passos Coelho? Façam um favor a Portugal, antes de votarem tentem, pelo menos, estar informados.
BARÓMETRO EDITORIAL
EM ALTA
Nota final para dar conta que voltaremos para o ano, revigorados, com mais rigor, mais dinamismo e com projectos na manga para voltar a dar à Universidade do Minho o único semanário académico do país. PUB.
PÁGINA 03 // 23.MAI.11 // ACADÉMICO
ESPECIAL ENTERRO DA GATA “a gata morreu, aleluia, aleluia!” SÓNIA SILVA sonia.silva.8@hotmail.com
A estação de comboios da cidade de Braga é o ponto de encontro para o início das festividades do Enterro da Gata na noite de 6 de Maio. Centenas de estudantes, ostentando o traje universitário e fazendose acompanhar de familiares, esperam a chegada do comboio que traz a Ordem Profética da Universidade do Minho, os Gorkas e o caixão da gata. “As expectativas para esta noite são bastantes boas, é a primeira vez que vou participar sendo caloiro, mas por aquilo que me disseram e pelas mensagens que fui recebendo, espero uma grande noite”, afirmou Luís Branco, estudante do primeiro ano de Engenharia Mecânica. Centenas de estudantes
da Universidade do Minho, vestindo o traje pela primeira vez, esperavam com ânsia e algum orgulho a abertura da semana académica. Contudo, a noite não foi só de estudantes da academia; alunos de outras universidades também vieram imbuídos de curiosidade pelo acontecimento na estação. João Branco, estudante de Engenharia Civil em Bragança, referiu: “Vim pela curiosidade e porque me têm falado muito do velório e então porque não participar? As expectativas são enormes, especialmente para a chegada da gata”. A chegada da procissão fúnebre “Ó Zé, Ó Zé, Ó Zé Maria, a 6 de Maio a gata morreu (…)” é o som que se ouve aquando da
chegada da Ordem Profética da Universidade do Minho e dos Gorkas trazendo o caixão da gata. Este ano, aludindo ao tema “A gata está verde”, a música de velório baseava-se na actual crise económica que afecta o país e na postura dos seus governantes. Como habitual, foi distribuído pelos participantes o Testamento da Gata, intitulado “A gata. Vidas e morte”. Como tradicionalmente acontece, o Velório da Gata seguiu em procissão até ao Largo do Paço, onde decorreu, de seguida, a tradicional serenata. Este ano, a cerimónia ficou marcada pelo luto feito pelos estudantes, como uma forma de protesto contra o despacho do Reitor da Universidade, no sentido de dar tolerância de ponto apenas na quarta e na quinta-
feira da semana académica. Catarina Navio, ex-aluna da Universidade do Minho, aferiu que, apesar de não se registar
nada de diferente dos anos anteriores, foi importante a crítica feita à actual situação política e económica do país. Alberto Queirós
Velório mistura humor, boa disposição e rituais fúnebres satíricos
enterro começou em silêncio Vânia barros vaniastefa@hotmail.com
“A serenata é um acto solene, de grande simbolismo e irreverência (...)” proferiu Luís Rodrigues, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, aquando da abertura das festividades do Enterro da Gata 2011. O Largo do Paço foi mais uma vez o local escolhido para acolher as centenas de estudantes que se envolveram ao som do Grupo de Fados da Universidade do Minho.
O Largo foi inaugurado pela chegada do grupo Opum Dei e dos Gorkas com o caixão da gata, momento simbólico e animado. Sucedeu-se a abertura oficial do Enterro da Gata pelo presidente da AAUM: “Em nome da Associação AcadémiAlberto Queirós
ca da Universidade do Minho, estão abertas as melhores festividades da nossa academia, da nossa região e do país (...) Como manda a história, a serenata marca o início desta tradição” solicitando igualmente aos estudantes para terem
respeito pela serenata e pela sua importância no seio da academia, ponto frisado também pelo grupo de fados. Luís Rodrigues disse ainda que o Enterro da Gata “são festas de uma tradição com mais de cem anos que preservamos e honramos. São festas em que elogiamos todos os que aqui estudam, em especial os que agora terminam os seus cursos.” O grupo de fados, que animou a noite, dedicou já no final da serenata uma balada aos finalistas como forma de lhes desejar felicidades para o fu-
turo, momento onde muitos se emocionaram e que foi frisado por um dos membros do grupo: “Vê-se efectivamente rostos que exprimem algumas sensações, uns de alegria, porque estão a começar, e outros de tristeza, porque acaba esta vida”. Constatou ainda que “é sempre bom [assistir às serenatas], gostamos de estar nesta academia, há 10 anos que tocamos na serenata e para nós é sempre gratificante”, acrescentando que, se tudo correr bem no próximo ano, estarão novamente presentes. PUB.
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA nem a ausência de “estrelas no céu” demoveu “a paixão” dos estudantes minhotos Joana Neves joana_neves15@hotmail.com
Fazendo justiça ao lema “Enterro molhado, Enterro abençoado”, Braga viveu a primeira noite de folia da semana que é a mais aguardada do ano. A estreia do palco ficou a cargo dos Azeitonas, seguindo-se o já veterano Rui Veloso, cuja última visita a terras minhotas havia sido em 2004. Para o “pai do rock” a abertura não podia ter sido melhor, considerando os Azeitonas uma “banda única no país, de nível muito alto, quer em termos de arranjos, musicalidade, composição e letras”, afirma. Nem a chuva demoveu os entusiastas estudantes, que cantaram em plenos pulmões, clássicos como “Nunca me esqueci
de ti”, “Primeiro Beijo”,“O prometido é devido” ou “Porto Covo”. Admitindo que existe pouco espaço para fugir aos já antigos temas, Rui Veloso garante que nenhum concerto é igual a outro apostando em arranjos diferentes, em concertos mais dinâmicos, com guitarras eléctricas ou em solos improvisados no momento. “Como a carreira é comprida estou um bocado preso a esses temas, não consigo desviar-me disso. Mas o que é que posso fazer? Se as pessoas gostam, eu toco”, continuou. Habituado a estas lides académicas, o cantor afirma gostar muito da receptividade do público jovem ficando fascinado com a capacidade dos mesmos para acompanhar as músicas por si criadas há 20 ou 30 anos,
altura em estes que ainda não eram nascidos.
O cantor deu igualmente o seu contributo para a iniciativa Alberto Queirós
”Pintar um Mundo Melhor”, desafio proposto pela Associação Académica da Universidade do Minho, no qual os quadros pintados pelos artistas que sobem ao Gatódromo serão leiloados e os lucros reverterão a favor de causas ou instituições de solidariedade. “Por muito pequenas que sejam e por muito pouco o seu raio de acção, estas iniciativas são sempre importantes. Se houver muita gente a fazer este tipo de acções, de alguma maneira podem acordar-se consciências”, afirma. Quando interrogado sobre o que ainda falta fazer ao fim de 30 anos, Rui Veloso remete para a falta de apoio que existe aos músicos, em particular, e à cultura, genericamente, no nosso país.
enterro molhado, enterro abençoado Inês mata inesnfmata@hotmail.com
O Enterro da Gata começou com a música portuguesa em força. Rui Veloso e Azeitonas foram os nomes que arrancaram com esta festividade. A chuva intensa não foi impedimento para a diversão dos muitos estudantes que se encontravam no recinto. Pedro, estudante do 1º ano de Gestão, afirmou: “É a primeira vez que estou no Enterro da Gata. Estou a assistir ao concerto de Rui Veloso porque sou um fã, conheço o seu repertório e gosto de quase todas as músicas. O Rui canta muito bem e ainda por cima é do Porto!”. Para Miguel, aluno do 3º ano, também do curso de Gestão:
“Já não sou um inexperiente no Enterro da Gata. Tenciono vir todos os dias. Não sou fã do Rui Veloso, por isso estou aqui simplesmente para me divertir e aproveitar um dos dias desta
festividade”. Flavie, barmaid na Barraca de Comunicação, considera: “É muito divertido trabalhar numa barraca no Enterro, uma vez que temos a oportunidade de conhecer
muita gente. Infelizmente, a noite [de Sábado] está um bocado fraca devido à chuva. Espero que no final da semana o balanço seja positivo”. Por fim, Luís Rufo, antigo aluno
da Universidade do Minho, licenciado em Direito, considera que “vale sempre a pena ir ao Enterro da Gata, para recordar os amigos e antigos colegas da Universidade do Minho”. AAUM
CAMPUS PÁGINA 05 // 23.MAI.11 // ACADÉMICO
estudantes aderem ao rap dos expensive soul e marcelo d2 sónia ribeirO sonia_cc@live.com.pt
O rap subiu ao palco do Enterro da Gata no Domingo. Expensive Soul e Marcelo D2 mostraram o que de melhor sabem fazer, contagiando os estudantes naquela que começou por ser uma noite “mágica”. “Estamos juntos, isto vai aquecer”, foi desta forma que o português Demo se dirigiu à plateia que os aguardava, dando início a um concerto cheio de energia. O recinto ficou logo ao rubro com ‘O amor é mágico’, um dos maiores êxitos da
banda. “Esta tem que ser para a fotografia”, referiu Demo no início de ’13 mulheres’. “Está lindo”, ouviu-se. Não havia quem não conhecesse os seus melhores reportórios, como o segundo single da banda ‘Doute nada’. Durante o concerto, os músicos lançaram um incentivo à música portuguesa e um repto ao respeito pelos outros, admitindo que seríamos “mais felizes se o dinheiro não falasse tão alto”. O espírito da banda ficou claro em ‘Tudo começa no guito’. Os Expensive Soul confessa-
ram que foi com prazer que voltaram ao Gatódromo, considerando indescritível o que sentiram em cima do palco. “Foi aqui que começamos. Esta é a nossa praia”, disse Demo. “O trabalho de MC é ser um bom comunicador, é neste papel que me sinto bem e sei fazer”, acrescentou. Os fãs podem esperar por um novo disco em 2013, agora a banda pretende desfrutar este disco e colher os frutos do trabalho, declarou New Max. Nada fez afastar os estudantes minhotos do palco, nem mesmo o frio que se fazia sentir à
medida que a noite avançava. A animação extravasou com a entrada de Marcelo D2, que actuou pela primeira vez nas monumentais festas do Enterro da Gata. Os estudantes renderam-se ao ritmo do brasileiro, cabeça de cartaz, num dos seus êxitos ‘Pode Acreditar (meu Laiá Laiá)’. Stephan, filho de Marcelo D2, também subiu ao palco, acompanhando o pai num dos momentos mais altos da noite com ‘Loadeando’. Sem esquecer o amigo Bezzera da Silva, o músico cantou uma música em sua homenagem. ‘A Maldição do Samba’, ‘Qual
É’ e ‘A Procura da Batida Perfeita’ foram alguns dos singles mais ouvidos. O ambiente era de grande animação e delírio dos fãs que se renderam à originalidade da sonoridade. Renato Venom foi outro dos convidados do artista que subiu ao palco para mais um bom momento. Antes de se despedir e alterando o alinhamento definido inicialmente, Marcelo D2 ofereceu aos estudantes um tema romântico que contagiou todo o Gatódromo. A energia foi inesgotável durante todo o concerto e o público pediu por mais.
d2 aquece noite fria de domingo CLÁUDIA FERNANDES alaufernandes@hotmail.com
A noite era fria, mas o ambiente no Enterro aqueceu, e muito graças aos sons quentes oriundos do outro lado do Atlântico transportados por Marcelo D2, cabeça de cartaz da festa dos estudantes minhotos. Foi por volta da 1h30 que o rapper brasileiro subiu a um palco onde já tinham estado os portugueses Expensive Soul, que deram o primeiro aquecimento à noite à semelhança do ano passado. Marcelo D2 fez de guia numa
viagem que contou com reaggae, rap, r&b e até samba. Levou o público a dançar e cantar durante mais de uma hora. As milhares de pessoas que assistiam à actuação do rapper juntaram a sua voz à dele num “À procura da batida perfeita”. Em constante diálogo com os que assistiam, houve um momento em que o artista se referiu à sua família, dizendo que a tinha trazido consigo. E foi dessa maneira que lançou o seu filho Stephan no concerto, com quem cantou duas músicas, entre as quais o êxito “Lodeando”. “Façam barulho para o meu filho”, apelou Marcelo D2, sendo de imediato corres-
pondido pela vasta plateia. Mas as surpresas não ficaram por aqui, pois havia um outro convidado à espera para ajudar a aquecer, ainda mais, o ambiente: Renato Venom. Já no final da actuação, recordou Bezerra da Silva e, ainda teve tempo para cantar uma canção de amor, pois segundo o brasileiro, “até maconheiro se apaixona”. Marcelo D2 pintou também a tela para ser leiloada e reverter a favor de instituições. O brasileiro é sensível a causas sociais e, em 1994, criou o “Selo Positivo”, uma iniciativa que visa apoiar as crianças portadoras do vírus HIV.
AAUM
D2 proporcionou um grande concerto
expensive soul espalharam magia em braga CÁTIA ALVES catia_gomes_alves@hotmail.com FRANCISCO VIEIRA dmvieira04@hotmail.com
A noite de Domingo, fria mas seca, aqueceu subitamente com a entrada em palco desta banda de Leça da Palmeira que pôs a dançar e a cantar os estudantes minhotos durante mais de uma hora de concerto. Ninguém ficou indiferente à sonoridade que mistura funk, reggae, hip-hop e soul e que os estudantes tão bem conhecem. O amor parece ser mútuo, na verdade, a banda referiu que
o público minhoto, e todos os estudantes em geral, são, no que respeita a concertos, a “sua praia”. “Amor” é também o tema de que mais lhes apraz falar – não fosse ele mágico. Não ficaram porém indiferentes à actual conjuntura portuguesa e expressaram em palco algumas Alberto Queirós
Boa onde em palco na noite de Domingo
palavras de contestação, mas também de apoio à Gata e aos estudantes que estão verdes, já que, como referiram, também eles se sentem lesados e o palco não é senão uma excelente oportunidade de partilhar algumas ideias e opiniões junto daqueles que os fizeram chegar ao que hoje são – o público.
New Max e Demo têm em palco uma dinâmica impressionante, representando “quase duas personagens” que não se confundem mas que se misturam e completam. A seu ver, tal deve-se ao facto de ambos agirem muito naturalmente quando estão em palco, característica que demarca, aliás, na essência aquilo que é ser um MC. No reportório não faltaram os singles mais emblemáticos como “13 mulheres”, “Eu não sei”, “Falas disso”, e temas do último albúm como “Dou-te nada”, “Sara” e o “Amor é mágico”. Quando questionados relativa-
mente à gravação de um novo álbum, apontam o ano de 2013 e aproveitam o momento para colherem os frutos do “Utopia”, afirmando que estão agora no auge da sua carreira. Ainda durante a entrevista, os Expensive Soul referiram o quão importante e louvável é a preocupação social da AAUM ao reimplantar a ideia de cada artista ou banda pintar um quadro que será leiloado e cujos lucros reverterão a favor de instituições de caridade. No final, não deixaram de salientar que “Braga está muito forte” e que o Enterro da Gata tem, sem dúvida, o melhor cartaz do ano.
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a geração à rasca saiu para se divertir e esquecer as amarguras DIANA SOUSA diana_sous@hotmail.com
O terceiro dia de festejos académicos ficou marcado pela criatividade musical de dois grupos portugueses peculiares: Diabo na Cruz e Deolinda. Os estudantes aderiram em peso à sonoridade singular e às mensagens nas entrelinhas das letras das músicas tocadas. O ambiente era de festa e, desta vez, S. Pedro também ajudou, brindando os estudantes com bom tempo. Pelas 23h30, os Diabo na Cruz subiram ao palco do Gatódromo. A banda de Jorge Cruz, B Fachada, Bernardo Barata, João Pinheiro e João Gil destacou-se no panorama musical português com o álbum “Vi-
rou”, estreado em Março do ano passado. Os Diabo na Cruz apostam numa espécie de fusão entre o rock e a música tradicional portuguesa, e o público tem- se mostrado receptivo. No recinto do Enterro da Gata 2011 muitos eram os estudantes que assistiam ao concerto desta banda portuguesa. David Sousa, aluno da escola secundária Alberto Sampaio era um deles: “A sonoridade é muito boa. Eles têm criatividade e dinamismo. O público é que ainda não está a 100%, talvez por ainda ser um pouco cedo e não estar muita gente no recinto”. Deolinda que de parva nada tem Pela hora em que os Deolinda
subiam ao palco, o Gatódromo já estava mais composto. O entusiasmo era muito, uma vez que este segundo concerto era mais que aguardado. A estudante do segundo ano de medicina, Ana, assistia ao espectáculo com as amigas, acompanhando em alto e bom som a vocalista Ana Bacalhau. “Eu acho que hoje é o melhor dia em termos de cartaz. Gostei dos Diabo na Cruz e agora Deolinda está a ser muito bom. Já há algum tempo que conheço o grupo e gosto bastante; Para além de me identificar com o recente movimento geração à rasca que tanto se identificou com a música ‘Parva que Sou’”. De facto, a música “Parva que Sou” dos Deolinda, estreada
nos concertos feitos nos Coliseus de Lisboa e Porto, em Janeiro, foi imediatamente considerada um hino de uma geração que enfrenta tempos difíceis. Contudo, a vocalista Ana Bacalhau, durante o concerto, fez questão de frisar que “se estamos de mal com a vida, só temos de a mudar”, procurando esperançar e, também, espevitar os muitos estudantes que batiam palmas e dançavam, agradados com a sonoridade popular e tradicional do grupo. A animação continuou até ao nascer do sol. Nas tendas da RUM e do Sardinha, os DJ´s impunham o ritmo. Nas barraquinhas dos cursos conversava-se e ouvia-se toda uma variedade música, desde a
brasileira ao pimba português. Apesar do ambiente ser de festa e propício a alguns excessos, os estudantes não esqueceram as suas responsabilidades, sobretudo, no momento de regressar a casa. Muitos optaram por fazer as deslocações nos autocarros disponibilizados pela AAUM e que, regularmente, efectuavam o percurso Estádio Municipal - Campus de Gualtar. Dos alunos que iam conduzir, muitos decidiram fazer um teste de alcoolemia à saída do Gatódromo. “Podemos sempre nos divertir e, simultaneamente, ter uma atitude responsável.”, deu conta um grupo de amigas de Educação Básica que estava na fila para verificar o nível de álcool e outras substâncias no sangue.
diabo na cruz ao rubro no palco do enterro da gata AAUM
CLÁUDIA FERNANDES alaufernandes@hotmail.com
A animar a terceira noite das monumentais festas do Enterro da Gata estiveram os Diabo da Cruz. Prestando uma homenagem à música portuguesa, o palco de segunda-feira foi partilhado por Deolinda e pelos Diabo na Cruz, que envergaram uma camisola “vintage” do SC de Braga. Fazendo uma homenagem ao Braga, a banda portuguesa rotulou a equipa minhota como “um modelo de motivação, de confiança própria e de exemplo para o país”. Saltando cercas, os Diabo na Cruz tiveram o privi-
légio de entrar “às escondidas”, como confirma a banda, no Estádio da equipa bracarense e de, “sozinhos no campo”, rebolarem na relva. Preferindo este tipo de concertos a algo mais intimista, a banda nacional afirmou ser mais estimulante “tocar com o público à frente”, embora também apreciem tocar em auditórios.
Interpretando temas como “Dona ligeirinha” e “Os loucos estão certos”, a banda lisboeta tem como ideal “fazer canções novas sobre o imaginário popular português que mexam na memória do colectivo de Portugal”. Gerando algumas das críticas mais entusiasmantes dos últimos tempos no mundo pop/rock nacional, os Diabo na Cruz afirmaram
que, “só não revolucionaram o mundo rock português porque ele não existia”. Provenientes de uma linhagem com pouco conhecimento Rock, a banda admite ter a sua própria identidade folk-rock. Considerando uma “honra tocar no mesmo palco que os Deolinda”, a banda portuguesa pondera voltar ao Enterro da Gata: “Gostávamos de voltar. É a melhor “queima” onde já estivemos e vai ser difícil de bater”, corroboraram. Tecendo críticas bastante positivas acerca do público bracarense, a banda lisboeta dançou o vira e conquistou os estudantes minhotos: “Trouxemos ves-
tida a camisola do SC Braga, o que acabou por ser um truque baixo. Penso que os conseguimos conquistar de uma forma mais simples através das nossas canções”, remataram entre risos. Relativamente a planos futuros, os objectivos dos Diabo da Cruz passam “por compor e gravar um novo disco para sair no próximo ano”. Trazendo uma lufada de ar fresco ao panorama musical português, a banda conseguiu misturar o novo e o tradicional, o vira e o rock, mostrando aos portugueses que a “Dona Ligeirinha” é uma mulher moderna que usa trajes minhotos!
deolinda não desiludem iolanda lima iolandaisabellima@hotmail.com
Os cabeça de cartaz do Enterro da Gata na segunda-feira não defraudaram às expectativas que os estudantes minhotos tinham para este concerto. Com uma “Deolinda mais roqueira” como os próprios afirmaram, levaram as músicas dos seus dois albúns (Canção ao lado e Dois selos e um carimbo) aos estudantes minhotos. No final do concerto os músicos mostraram-se satisfeitos e afirmaram que este foi ainda
melhor do que aquele que se realizou há dois anos. Para a banda as diferenças entre um e outro prendem-se com a maior segurança em palco que os músicos sentem, e o facto desta vez terem dois albúns diferentes dando “mais canções para tocar e um alinhamento mais dinâmico”. Numa noite cantada apenas em português, em que os Diabo na Cruz abriram as hostilidades, os Deolinda afirmaram que existe uma nova geração de música portuguesa. “Não é só quem faz música em português que é o responsável
por esta atenção à música portuguesa, é também o público. Há um interesse maior pela música em português e sentimos que fazemos parte de uma geração que está a trabalhar muito bem a canção em português”, sublinharam os músicos. Ana Bacalhau, vocalista da banda, defendeu a ideia que os Deolinda se exprimem melhor em português porque sentem e vivem o dia-a-dia ligados à língua materna, contudo não tiram nenhum mérito aos músicos portugueses que cantam em inglês, e reconhecem que
as canções sejam cantadas em que língua forem têm que ser idiomáticas. “As nossas canções são muitas vezes descrições do dia-a-dia de Lisboa e Portugal, e que nós reconhecemos muito mais facilmente do que em outras línguas, nomeadamente o inglês que falam do quotidiano de outras culturas”, afirmou a vocalista dos Deolinda. Em relação à música “Parva que sou” que se tornou o hino da Geração à Rasca, a banda diz que se identifica plenamente com o que é dito na canção. “Temos muitos amigos e fa-
mília que se encontram na mesma situação e já vivemos algumas situações de precariedade”, contou a banda. Em relação a novos projectos a banda diz que neste momento não estão a trabalhar em músicas com o objectivo de editar um albúm e que a preocupação neste momento é tocar pelo país e lá fora. Numa mensagem final aos estudantes minhotos, a banda portuguesa, aconselha a que estudem e sejam preserverantes. “Se ninguém vos dá, vão voces à procura”, rematou a banda.
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA natiruts arrastaram multidão para o enterro da gata mariana flor mar1ana.f@hotmail.com
No quarto dia do Enterro da Gata, milhares de estudantes encheram o Gatódromo para assistir a uma das bandas mais esperadas desta edição: Natiruts. A banda reagge brasileira, já bem reconhecida pelo público português, atraiu para o recinto do Enterro da Gata milhares de jovens, não só estudantes da academia minhota, mas de outros pontos do país. Temas como “Presente de um beijaflor” e “Sorri, sou rei” levaram o público bracarense ao êxtase. Antes de entrar em palco o vocalista da banda, Alexandre Pires, revelou ter óptimas expectativas em relação ao concerto. Apesar de, este ano, ser a primeira vez da banda neste tipo de festas académicas, [primeiro no Enterro de Aveiro e agora no Enterro da Gata em Braga], Alexandre Cruz garante que banda se enquadra muito bem
neste tipo de ambiente. “Os académicos tem vontade de mudar o mundo o que é coerente com as mensagens que passamos através do nosso
reagge” afirma o vocalista. As suas músicas passam, segundo a banda, as mais variadas mensagens e experiências do quotidiano.
O concerto, cheio de boas vibrações, envolveu o público durante quase duas horas. Após saída de palco da banda, a assistência bracarense gritou AAUM
incessantemente para que esta voltasse. A banda voltou a entrar em palco, desta vez com a companhia de Marcelo D2, levando a multidão ao auge. Apesar do coração da banda ser brasileiro, como afirmam no tema “meu reggae é roots”, já acolhe o dos portugueses muito bem. Alexandre Cruz, admite que se identifica muito com o público português e elogia também o país. Para este “Portugal é um país maravilhoso com uma cultura e gastronomia maravilhosas”. Para o vocalista, “a partilha da mesma língua também contribui muito para a aceitação da banda no vosso país”, acrescentou. A banda, que vai voltar a Portugal em Julho para o Festival Marés Vivas, vai lançar um álbum acústico no Brasil, uma releitura das músicas de toda a história até aqui, projecto que vai contar com alguns temas inéditos.
mercado negro espalham boas vibrações CLÁUDIA FERNANDES claudia7745@hotmail.com
Mercado Negro foi a primeira banda a pisar o palco do Gatódromo no quarto dia de concertos. A banda de reggae, com raízes africanas, foi recebida por milhares de estudantes que encheram o recinto para sentir as boas vibrações. A banda conhecida pelo maior êxito ‘Leoa Tigresa’ afirma ter sentido que o público minhoto estava receptivo ao seu reggae positivo e que conhecia grande parte das músicas. Num concerto marcado pelas boas vibrações o vocalista da banda, Messias Santiago, adianta ter sentido que as pessoas vibraram com a música deles e partilharam as mensagens positivas. “Conseguimos
um jogo de ping-pong com o público e levar as boas vibrações como uma bola de neve que foi crescendo até se tornar gigante”, acrescenta. Sobre o concerto, Messias Santiago confessa que “foi altamente estar com o público da Braga” e uma dádiva poder levar a mensagem das músicas da banda aos milhares de pessoas presentes. Sobre o reggae, a banda acredita que e o estilo musical do coração como o poder de comunicar e vibrar. “As boas vibrações não é o dinheiro que as compra, é o coração”, afirma. O vocalista da banda assegura que a função dos Mercado Negro é comunicar com o público e dar voz a quem não a tem, mostrando o lado positivo da vida das pessoas e alertando para certas questões sociais. Sobre a iniciativa “Pintar um
AAUM
Mundo Melhor” que decorre durante as festividades do Enterro da Gata, e que tem como finalidade leiloar os quadros que são pintados pelas bandas
para apoiar instituições de solidariedade social, os Mercado Negro consideram uma acção de louvar. Sobre o futuro da banda, que
lançou o seu terceiro disco Conversas de Quintal, afirma que pretendem sempre que o último espectáculo seja o melhor da vida deles.
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA chamam-no de “bicho de palco” e animou o enterro rafaela pereira rafaelalrpereira@hotmail.com
Zézé Fernandes, definido pela crítica como um “bicho de palco”, na noite do cortejo académico espalhou energia não só no palco - fez ainda questão de descê-lo e, junto das centenas de pessoas cantarolou e cumprimentou alguns dos seus conterrâneos. Em mais uma noitada dedicada à música portuguesa, foi a vez do ritmo popular e das influências musicais minhotas não ficarem indiferentes aos estudantes da Universidade do Minho, que começaram por ser um público tímido mas logo a animação e os pulos espalharam-se pelo recinto. “Já tinha saudades de actuar em Braga”, expressou Zézé Fernandes na terceira visita ao Enterro da Gata. Mas, esta foi a primeira vez que partilhou o palco com o Quim Barreiros numa semana académica e, garantiu, que irá presenciar o concerto do
padrinho das queimas, mas só depois de visitar as barracas espalhadas pelo recinto. Na sua hora e meia de actuação Zézé Fernandes diz que fez algo mais do que apenas cantar música popular. Trauteou algumas das músicas que enobrecem os seus vinte anos de carreira, chamou ao palco alguns convidados e elementos das Tunas da UM e ilustrou a sua actuação com um vídeo onde aplicava o que aprendeu há vários anos no Rancho Folclórico e Etnográfico de Ponte da Barca, onde tocava cavaquinho. A música não tem fronteiras, sendo que o cantor brindou os estudantes com um “cheirinho” dos tempos em que tocava num grupo de heavy metal, os “Fieis Defuntos”. Zézé Fernandes sentiu-se em casa, já que na fila da frente os seus conterrâneos não deixaram de lhe dar apoio e cantaram a boa voz, “Sou do Minho, sou Minho, de Viana natural”, uma das músicas mais conhe-
cida do cantor. “Consegui mostrar o meu espectáculo” diz ele acrescentando a vontade de participar mais vezes neste tipo de eventos. Com duas décadas de carreira, lamenta a falta de apoio por entidades discográficas, mas promete nunca desistir de, tal como diz, “encantar Portugal”. Para Zézé Fernandes é um orgulho poder actuar numa das maiores universidades do país, uma vez que é minhoto de gema. Prefere os estudantes minhotos aos, por exemplo, estudantes lisboetas, mas elege a queima de Viana do Castelo como predilecta. Considera que a música portuguesa devia ser privilegiada em todas as festas académicas. O seu estilo e postura em palco são muito característicos, sendo que procura misturar o negro que diz ser do metal às influências minhotas como a boina. A crítica define-o como “bicho de palco” e Zézé Fernandes aceita e adora esse
Nuno Gago/BragabyNight
nome. Mas nem só de música foi a noite, Zézé Fernandes não é pintor, mas fez o seu melhor quando improvisou um quadro que diz ser alusivo ao FMI e a maleficência que afecta o mundo, entregou-o à Associação Académica, relativamente à iniciativa de índole social
“Pintar um mundo melhor”. O cantor não quis ir embora sem pedir aos estudantes cautela face aos exageros da semana académica. E ainda deixa uma frase a todos os finalistas: “Meus amigos, um abraço e que Deus vos proteja, porque isto não está para brincadeiras!”
Este Enterro da Gata foi marcado por uma forte presença de bandas que cantam em português. Que opinião tem sobre isto na perspectiva de impulsionador da música nacional? Abençoada seja a malta que está á frente de uma academia que fomenta a música portuguesa porque é nossa e porque temos de fomentar aquilo que é nosso. Sou totalmente a favor.
Face à situação actual do país qual é a mensagem que quer passar aos estudantes universitários? O que eu digo à malta é que o nosso país sempre esteve em crise. Desde rapaz pequeno que houve – se falar em crise, apesar dos termos serem diferentes. O que eu digo aos estudantes é que estudem, trabalhem, divirtam–se e o resto que deixem para trás.
“tio quim” em entrevista daniela mendes daniela_mends@hotmail.com
A semana do Enterro da Gata’11 foi marcada pela presença do (habitual) Quim Barreiros, uma espécie de “padrinho” da semana académica minhota. O ACADÉMICO não perdeu tempo foi falar com o “Tio Quim”: Já é uma presença assídua no Enterro da Gata e é visto como o padrinho do Enterro. Como é que vê este elogio? É uma satisfação para mim, os anos vão passando e eu já não estou novo e tenho impressão de que já canto aqui em Braga para os filhos daqueles para quem já cantei no Enterro da Gata há mais de 20 anos e isso, para mim, é muito bonito. Enquanto houver saúde vou andando por aqui.
São muitas semanas académicas onde toca, mas dá–lhe algum especial gozo tocar aqui em Braga, perto da sua cidade natal? Eu estou em casa, estou a tocar para a minha gente e é uma festa íntima e hoje temos a felicidade do S. Pedro se ter lembrado de nós, porque os que cá estão devem–se lembrar que levamos uma carga de água todos os anos, mas hoje felizmente temos uma boa noite. O ano passado teve o condão de estar a chover o dia todo e quando entrou no palco a chuva parou... Eu ando aqui á 40 anos e eu nunca deixei de actuar por causa da chuva. Chego a terras está a chover, quando que entro a chuva pára. Em 40 anos há algum tema que tenha preferência? Eu tenho sempre que cantar os
temas que toda a gente conhece, não são um ou dois temas, são dez ou vinte que estão no ouvido da malta desde que começa até acabar e que a malta canta comigo. Eu gravei o disco deste ano e vou começando devagarinho a meter as novas músicas para a malta ir metendo na orelha. Mas não posso deixar de cantar músicas como a Chupa Teresa, a Garagem da Vizinha, a Cabritinha, O Mestre da Culinária. Imagina–se a cantar um outro género musical? Eu não me vejo a cantar um fado nem me vejo a cantar uma música do Marco Paulo. Não estou a ver o Marco Paulo a cantar o “Cheirar o teu Bacalhau” nem o Carlos do Carmo a cantar a “Garagem da Vizinha”. Cada macaco no seu galho.
AAUM
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA cortejo académico vestiu-se de verde Fabiana oliveira fab.i@hotmail.com
Foi no passado dia 11 de Maio que se realizou o cortejo académico pelas ruas de Braga. O cortejo deste ano foi constituído por 44 carros, com Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica em primeiro lugar e com Música, Erasmus, IPCA, Lusíada e ISAVE a terminar o desfile. “A Gata está verde” foi o tema escolhido e, por isso, os camiões e os estudantes vestiram-se de verde para mostrar a sua raiva e irritação devido ao cansaço de toda a situação que estão a viver. Para a Asso-
ciação Académica da Universidade do Minho (AAUM) foi escolhida esta cor como um incentivo à “geração verde”, que precisa de acreditar que tem um futuro melhor à sua espera. O que acabara por ser confirmado pelo presidente da AAUM, Luís Rodrigues, que afirmou que os estudantes se mostraram preocupados com a situação financeira do presente e que o demonstraram, claramente, nos carros, havendo alguns que utilizavam também o verde como sendo de esperança num futuro melhor. Na reunião do cortejo ficou detalhado no regulamento que
todas as universidades teriam de estar de acordo com o tema, teriam de ter uma mensagem sobre a política educativa do momento, não poderiam usar garrafas de vidro, não era permitida publicidade e venda de artigos de marcas concorrentes aos patrocinadores oficiais e eram obrigadas a ter extintor e sacos do lixo no camião. No entanto, à conversa com Isabel Ferreira, colaboradora do Departamento Cultural e Tradições da AAUM, ficamos a saber que este ano maior parte dos cursos não leu o regulamento e não respeitou as regras.
Entre os estudantes, Mafalda Castro, aluna do 2º ano de Biomédica, disse-nos que “o cortejo é uma forma de dar visibilidade aos estudante e que, em relação ao ano passado, o tempo ajuda muito, mas quando se é caloiro há outra magia”. Ainda em conversa com um agente da autoridade presente no local, o principal problema durante este dia para o normal funcionamento da cidade de Braga é o trânsito, “principalmente à hora de ponta. Este ano o cortejo está mais lento”, acrescentou o agente da PSP. Em relação a outros anos não existem grandes diferenças na
organização policial para este dia, visto que este evento já é feito há vários anos contando já com os protestos habituais dos habitantes de Braga que vêem a “normalidade” da cidade ser afectada por milhares de estudantes. Com os ânimos em alta ao som do, já habitual, Quim Barreiros, foi no final da noite que o próprio anunciou o vencedor. Administração Pública ficou em primeiro lugar, seguindose Enfermagem e em terceiro ficou Gestão. Para além disso, a menção honrosa deste ano foi atribuída ao carro do curso de Medicina. Fotos: AAUM
NÉLSON ZAGALO
O convidado desta semana é um académico, embora não remeta de todo para aquela visão estereotipada do homem das letras, distante e desligado. Nélson Zagalo é aquilo que podemos considerar um docente em rede. Professor auxilar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, Nélson Zagalo é especialista na área dos vídeojogos e realidade virtual. O seu trabalho incide, ainda, nas dimensões emocionais dentro dos ambientes virtuais, aliando igualmente a componente cinematográfica, a psicologia, a teoria da arte e a ciência computacional. É presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências dos Vídeojogos e autor de diversos livros e artigos sobre a temática dos vídeojogos, realidade virtual e interactividade. Por fim, é igualmente, como poderão constatar, um melómano, virado sobretudo para as bandas sonoras.
do Leste da Europa, que depois jogam muito bem com o universo do Kusturica.
Segunda: Tindersticks - Jism (Tindersticks I, 1993) “conheci os Tindersticks em 95 ou 96, numa altura em que estava em Coimbra. A partir daí, foi paixão à primeira audição! A voz foi o que me interessou logo, aliás, a música que ouço tem muito a ver com os vocalistas. Gosto muito de vozes fortes, com alguma rugosidade. Os Tindersticks têm também uma forte melancolia, que me atrai, bem como uma mezcla de sonoridades europeias, espanholas, com violinos...”
Quinta: Wim Mertens - Iris (Strategie de la Rupture, 1991) “É muito difícil ouvir Wim Mertens sem estar a visualizar coisas. Ele tem uma capacidade fora do comum para tornar o som visual. Não sei muito bem como cheguei a Wim Mertens... ele faz parte de um conjunto de autores que eu sigo na área da música clássica contemporânea Michael Nyman, Philip Glass. A minha escolha tem a ver com o facto do Wim Mertens não ter o percurso internacional que têm os anteriores, que são duas personalidades mais conhecidas.
Terça: Goran Bregovic - Dreams (BSO Arizona Dream, 1993) “Na minha opinião o “Arizona Dream”, o “Underground” e o “Gato Preto, Gato Branco” marcam o melhor período do Kusturica e penso que esta parceria com o Goran Bregovic resultou muito bem. Este músico vai buscar estes cânticos
Quarta: Tom Waits - Time (Raindogs, 1985) ”O Tom Waits tem, provavelmente, das vozes mais graves e rasgadas da música e, ora apaixona tanta gente ora afasta tanta gente. Aqui não há uma lógica racional que explique esta relação com o Tom Waits. A primeira vez que o ouvi apaixonei-me de imediato, sem perceber de imediato as letras. Depois há toda a componente musical a que eu chamaria de “parafernália insturmental”, que joga muito bem com a voz dele. A propósito disso, penso que o Tom Waits será o melhor exemplo daquilo que representa o universo criativo: para além de não se subjugar a nenhuma espécie de convenções ou formalismos, é uma pessoa que consegue combinar muitas coisas diferentes: muitas melodias, muitas formas de cantar, muitos géneros”.
Sexta: Jóhann Jóhannsson - Karen Byr Til Engil - (Englabörn, 2002) “A Islândia tem-nos presenteado com alguns autores e, se pensarmos que é um país com cerca de 300.000 habitantes, é impressionante como consegue produzir tanta coisa boa. Não digo que nós, por exemplo, não consigamos produzir porque conseguimos, até porque somos mais. Agora temos é dificuldade em chegar aos mercados, coisa que eles têm conseguido de alguma forma fazer. Em relação ao Jóhann Jóhannsson, acho que ele consegue fazer muito bem o casamento entre o analógico e o digital, funcionando também muito bem como produtor. Ele aqui consegue um trabalho magistral. Ele tem acesso à tecnologia e consegue fazer isso com uma precisão impressionante. Por fim é um artista muito melodioso. É algo que dou valor, a capacidade da música me transportar para um outro estado de espírito.”
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA sean riley aquecem plateia para pedro abrunhosa José Miguel Lopes jose.sepol@hotmail.com
O penúltimo dia do Enterro da Gata começou com a actuação dos portugueses Sean Riley & The Slowriders. Durante cerca de uma hora, o quarteto de Coimbra animou estudantes com uma mistura de rock com folk americana e blues. Ainda era relativamente reduzida a afluência quando o concerto começou, por volta das 00h15. O número de estudantes acabou, no entanto, por aumentar gradualmente à medida que o concerto foi progredindo. O mesmo sucedeu com o volume dos aplausos.
Com novo álbum (o terceiro na discografia) preste a ser lançado, os músicos de Coimbra optaram por interpretar alguns dos novos temas no concerto, nomeadamente “Silver”, o single de apresentação do novo disco. Ainda assim, não faltaram canções incontornáveis como “Talk Tonight”, “Houses and Wives” ou “This Woman”. A meio da actuação, o vocalista e guitarrista Afonso Rodrigues manifestou o seu apreço pela Rádio Universitária do Minho (RUM), dedicando-lhe um dos temas. “Fizemos rádio há muito tempo atrás, inclusivamente quando estive na Rádio Universitária de Coimbra” explicou o
porta-voz da banda aos jornalistas, no final do concerto.
“Fizemos muitas coisas aqui em Braga ligadas à RUM” tais BragabyNight
como “concertos acústicos” ou “passagens pela FNAC”, acrescentou, frisando ainda que a rádio minhota terá sempre “um lugar especial” para os Sean Riley & The Slowriders. Já em relação ao novo disco, o grupo garante que existem “várias diferenças”. Afonso Rodrigues fala numa “consolidação” da sonoridade do grupo, na medida em que It’s Been a Long Night reunirá elementos presentes nos dois trabalhos anteriores. O vocalista falou ainda num álbum “coeso” e “bem conseguido”, acrescentando que é também um disco que revela alguma “maturidade” por parte da banda.
abrunhosa deixa fãs em êxtase Alberto Queirós
Filipa Sousa ivanilda_25@hotmail.com
Após a actuação de Sean Riley & The Slowriders coube a Pedro Abrunhosa a tarefa de animar o público. O recinto do
Gatódromo encheu-se de gente para ver aquele que foi o último concerto da noite. O tema escolhido para a aber-
tura foi “Eu sou o poder”, do seu mais recente álbum “Longe”. Logo a audiência aderiu efusivamente. O ambiente envolvente entre artista e público tornou-se de tal forma cúmplice, que culminou com a entrada em palco, já perto do fim do concerto, de algumas fãs. A emoção pairava no ar entre aqueles que vêem no músico português um verdadeiro ídolo. “Foi o único dia em que viemos e propositadamente para ver o Pedro Abrunhosa”, revelaram ao ACADÉMICO Catarina e Susana Ferreira, duas jovens estudantes na Nexus em Braga. Fãs consumadas de Abrunhosa afirmaram ainda que para elas: “o concerto foi fantástico”. “Tudo o que eu te dou” foi a última faixa a ser tocada, mas aqui o cantor quase não teve que dar uso à voz, pois o público fez-se ouvir de tal maneira que parecia que a música lhe pertencia. “Essa música pertence já mais ao público do que a mim e isso acontece com muitas outras. Quanto mais despidas são as
músicas mais o público as canta”, afirmou Pedro Abrunhosa. As mensagens sociais e políticas figuram no imaginário de quem conhece a sua música e, uma vez mais, este foi um tema abordado em entrevista. Neste contexto e quando questionado se algum dia se imaginava a assumir um lugar de relevo nesta área, o músico assegurou que não pondera tal cenário. “Eu só quero que o palco não sirva para entretenimento, o palco serve para dignificar a música”, frisou o artista. Só neste ano lectivo, Pedro Abrunhosa conta já com duas actuações a pretexto das festividades académicas da Universidade do Minho. Como tal, revelou que no futuro espera voltar e fez um balanço positivo da noite. Ainda assim reconheceu, “que pode parecer que há rotinas em cima de palco, mas após este concerto eu fui falar com os músicos para alterarmos muita coisa, houve muita coisa que não correu bem hoje”, concluiu o artista.
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ESPECIAL ENTERRO DA GATA “o público tem sido muito carinhoso e solidário connosco” Maria João Quintas miaquintas@hotmail.com
Como já é tradição, na última noite no Gatódromo foram os Xutos e Pontapés que subiram ao palco. Os músicos, que quase todos os anos actuam na semana académica do Minho, são já considerados os padrinhos do Enterro da Gata. No espectáculo de sexta-feira sentiu-se a falta de um elemento fundamental, o guitarrista Zé Pedro, fundador do grupo, um dos membros mais carismáticos dos Xutos e Pontapés. Zé Pedro, que se encontra internado no hospital para se submeter a um transplante de fígado, foi substituído por Tó Zé, ex-guitarrista dos RAMP. Em entrevista após o concerto, o baterista Kalú confessou que, apesar dos 32 anos de carreira, os Xutos e Pontapés ainda ficam nervosos antes de subir ao palco. Kalú sublinhou ainda, que gosta imenso de tocar em festas académicas.
No que toca à ausência de Zé Pedro, Kalú contou, emocionado, que: “Para nós é um bocado estranho, esta é só a segunda vez que tocamos sem o Zé Pedro. Em 32 anos, nunca nenhum de nós tinha falhado um concerto. É muito esquisito olhar para o lado e não ver lá o Zé Pedro”. No entanto, Kalú revela que: “Já estávamos a prever esta situação, já tínhamos este alinhamento ensaiado com o Tó Zé e ele já sabia que tinha que estar preparado porque, desde o início deste ano, que o Zé Pedro podia ser chamado a qualquer momento para fazer o transplante”. “A recuperação do Zé Pedro ainda vai ser um bocadinho prolongada, deverá demorar cerca de mês e meio para ele poder voltar ao palco”, partilhou, ainda, o baterista, que continuou: “Eu tenho a certeza que o Zé Pedro vai querer estar, no próximo ano, em todos os sítios que este ano falhou.
E sei, também, que as pessoas vão querer vê-lo”. “O público tem sido muito carinhoso e solidário connosco”,
concluiu Kalú. Os Xutos e Pontapés actuaram para uma multidão visivelmente emocionada que, por várias
vezes ao longo do concerto, gritou o nome de Zé Pedro, como forma de apoio à banda e ao guitarrista. AAUM
pitt broken estreiam-se em grandes palcos Ana Isabel Lopes ana_lopes91@hotmail.com
A banda bracarense, vencedora de vários concursos que a levaram ao sucesso, subiu ao palco do Enterro da Gata na passada sexta-feira, logo após a actuação dos Basic Black, banda vencedora do UMplugged. Levando o público ao rubro com o seu cover de “Bad Romance” de Lady Gaga, assim como com o original A Second to Be Sure, a actuação da banda foi bastante aplaudida pelo público que se mostrou muito agradado com a performance. O vocalista da banda, Diogo Lima, afirma que “o concerto correu como de esperado”, apesar de que só conseguiram fazer “metade do que prepara-
mos, devido a algumas limitações no espaço e da dimensão do palco”. Para a banda, tocar na sua própria cidade “tem um valor que não teria em qualquer outro espaço do mundo porque estou a tocar para pessoas que cresceram comigo e viveram comigo, que me acompanharam na minha infância. É quase como uma família”, AAUM
afirma o vocalista. Como banda de abertura de Xutos e Pontapés, os Pitt Broken confessam que se sentem privilegiados visto que a banda portuguesa conta já com muitos anos de carreira e um longo percurso. Segundo Diogo Lima, “é muito emocionante actuar no mesmo palco que os Xutos… São provavelmente
a banda de rock em Portugal que mais tem prosperado nos últimos anos; são um exemplo para toda a gente e quem quer estar na música muitos anos em Portugal tem é de olhar para o exemplo dos Xutos e Pontapés”, sublinhou. Interrogados sobre a origem do nome, a banda de Diogo Lima, afirma que o nascimento do
nome está relacionado com as sua infância e com a desilusão que teve com os seus ídolos, tendo optado por escolher um nome que mostrasse um lado menos brilhante do estrelato. Segundo o vocalista, “Pitt broken é a ideia de estrela completamente desfeita pois esta banda é composta por pessoas que gostam de estar no meio de pessoas. O mais importante é o que está do outro lado do palco pois só estamos a actuar porque o público quer; se não quiserem, não estamos.” No futuro a banda terá como projectos mais significantes a participação, no dia 30 de Maio no Hard Rock café em Lisboa bem como a actuação a 15 de Julho no festival de música Marés Vivas, entre outros projectos.
ENTERRO DA GATA PRESIDENTE DA AAUM FAZ O BALANÇO “esta é já uma festa da cidade de braga e da região” cláudia fernandes alaufernandes@hotmail.com
Terminada a semana do Enterro da Gata, cabe agora o tempo à reflexão e ao balanço do evento. Durante uma semana passaram pelo Gatódromo nomes como Rui Veloso, Pedro Abrunhosa e Xutos e Pontapés, sem esquecer as atracções internacionais deste ano, Marcelo D2, Natiruts e 2 Many Djs. Além dos concertos, o certame contou, ainda, com actividades extra-gatódromo, nomeadamente o Velório e Serenata, a imposição de Insígnias e Benção de Finalistas, o tradicional Cortejo Académico e o Arraial no Santoinho, que encerrou a semana festiva. Dia após dia, o gatódromo foi recebendo, segundo Luís Rodrigues, presidente da AAUM, “em média 12 mil pessoas”, numa assistência total que aponta para “as 80 ou 85 mil pessoas”. “Ainda sem dados em termos de receitas, o balanço é claramente positivo”, refere o líder dos estudantes da academia minhota. Luís Rodrigues lamenta a chuva intensa que afectou “negativamente a adesão no Sábado”, dia em que actuaram os Azeitonas e Rui Veloso, tendo sido, no entanto, compensada por “bom tempo que ajudou no resto da semana”. ”Tivemos um Domingo muito forte com a Quarta e a Quinta-feira a bom nível, mas na Terça tivemos 16 mil pessoas e na Sexta-feira estivemos muito próximos das 20 mil pessoas”, enumera, acrescentando que os números de sexta-feira se aproximaram da “melhor noite de sempre” que data de 2009, também com um concerto dos Xutos e Pontapés. No que toca ao Domingo, tradicionalmente um dia mais fraco, este foi impulsionado pelo cartaz: “Expensive Soul, uma banda em clara ascensão, e dois nomes internacionais, Marcelo D2 e 2 Many Djs”, explica o presidente da AAUM.
Assim, este ano, voltou a haver uma aposta em dj’s a actuarem no palco, depois de, no ano passado, ter sido feita a primeira experiência com Diego Miranda. Nesta edição, a AAUM decidiu “catapultar essa vertente, acabando por preencher uma faixa muito significativa de estudantes que gostam de música electrónica”. Assim, a honra coube à dupla de dj’s internacionais, 2 Many Djs, que “foram claramente uma aposta ganha”, como explica Luís Rodrigues. Luís Rodrigues destaca, ainda, o cortejo académico como o “momento mais marcante deste Enterro da Gata”, uma vez que teve uma grande adesão por parte da cidade e cujos cursos e respectivos carros souberam transmitir o tema “A Gata está verde” – a todos os presentes e agentes políticos. Um “verde de revolta pela conjuntura socio-económica que o país vive, pela precariedade e degradação das condições dos jovens, mas também verde de
QueirósFotógrafo
Ginásio’um serve de local de exposição e discussão de projectos de arquitectura
esperança e de vontade de mudar o rumo do país”, elucida o líder dos estudantes. Perante o facto de o Enterro da Gata ser encarado não como um momento dedicado apenas aos estudantes, mas como um evento para toda região minhota, Luís Rodrigues diz-se agradado com o facto. “Eu di-
ria que a UM está hoje muito mais próxima da cidade do que estaria há 3 ou 4 anos, porque esta é uma festa da cidade de Braga e da região e daí que os objectivos sejam completamente cumpridos num espaço como este”, enaltece, apontando a mudança para a Alameda do Estádio Municipal de Braga
como o factor que possibilitou isso. “Desde 2008, o Gatódromo passa a ter condições de conforto de segurança, acessibilidades diferentes e mais vantajosas, dando assim o Enterro da Gata um salto positivo e qualitativo e ainda quantitativo, ao nível da assistência”, finaliza. QueirósFotógrafo
ERASMUS PAGE enterro da gata... the end!!! KASIA ALICHNIEWICZ kasia.cultura.rum@gmail.com
Well yes...I had been warned: Enterro is insane, intense and nothing like you’ve ever seen before. I was sceptical at the beginning. We do have students’ fests in Poland. I am a regular at major music festivals in my country. I enjoy the crowds, the fuss, the loud music...come on! How different can it really be? But it was! This year’s theme for Enterro da Gata was „A Gata está Verde” - which means „The Cat is Green”. It referrs to the stiuation of students who graduate and feel „green”, as in: not properly prepeard to be a part of the labour market. But the colour green also represents hope and optimism. And those two feelings were definetely present last week in the hearts of all the students.
The festivities began with Velório da Gata on Friday, the 6th of May with a big mourn parade. The dead cat arrived at the train station of Braga and later crowds followed the coffin to the city centre playing funeral songs and lamentations. It really was something strange: crowds of students dressed all in black, walking together (may I add: in the rain!) and celebrating those university traditions. The final destination was the square near the Rectory – where we could listen to Serenatas. Very moving – and from what I’ve found out, it was also a very important moment for freshmen students. On Saturday the real craziness began. Alas with the company of on and off rain, which didn’t seem to bother people that much (they say it always rains at least for one day during Enterro). I knew how the venue would look like, I knew about
the tents for each bar/club, I knew about barraquinhas of each faculty, nevertheless what I saw was not what I had pictured in my mind. Not because of the place itself, but beacuse of the people! Pure, careless joy. It was their week. No duties, no classes, praxe is over, music is on, friends are all around. Have fun! One person told me: turn you brain off just a bit, it might be better that way. Maybe not the attitude I like to put in motion in everyday life, but this time it worked perfectly! The nights were filled with friendly faces, smiles, different kinds of music – both in the tents and on the stage. You could feel the beats of 2 Many DJ’s (thanks for the champagne by the way;) rock on with Xutos & Pontapés (a milestone in Portuguese rock, they made the crowds go mad!), sway with reaggae masters Natiruts or chill with modern fado stars Deolinda. And once the con-
certs were over – the other facilities were ready to welcome you with a drink, sincere laughter, and lots of dancing. But Enterro da Gata is so much more than partying like it is the last night on Earth. During the day many cultural and traditional activities took place. And this year, for the first time in the history of the festivities, Erasmus students of Universidade do Minho had their share in the traditions. On Tuesday we had dinner together – a really nice barbecue outside with chatting about the events of past days and cold drinks. On that evening the cultur@RUM team gave out the t-shirts which all the students wore the next day...of course on the big Cortejo. Cortejo is basically a huge parade going through the city. Each faculty has its own platform/ car and a special performace for the authorities of the University. Our „curso” was „Eras-
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mus”, our car was black, so were the t-shirts (yes - we are stylish;) saying „I’m Erasmus at UMinho and I love it!”. And we also performed something. Of course we did! I hope you all had fun dancing kuduru... or watching us dancing kuduru for that matter! The Cortejo was a big sucess! Throughout the whole route we made, everyone had fun. The weather was perfect, lots of sun, lots of happiness and most of Erasmus spending time together! I really hope many of you will remember this day for a long time. Enterro da Gata 2011 is behind us. Eight days of partying definetely had an impact. Did you also feel like the whole day is upside down? Had troubles falling asleep at a decent hour? Well...for sure I did. But it was worth it! Thank you to all the friends who were exploring this event along with me! See you...on next Enterro?
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ENTREVISTA Sp.Braga/AAUM Em Braga mora um campeão! Sp.Braga/AAUM é o nome da equipa de futsal que conquistou na passada semana o título da 2ª Divisão Nacional do Futsal na séria A. O título nacional decide-se no mês de Junho frente ao vencedor da Série B, os Leões de Porto Salvo. À conversa com o ACADÉMICO estiveram quatro pessoas que foram importantes para o sucesso da equipa que juntou, em 2007 os emblemas do Sp. Braga e da Associação Académica da Universidade do Minho. Rui Gomes (director), Pedro Palas (treinador principal), Lino (capitão da equipa) e Skat (capitão da equipa universitária) aceitaram o desafio e estiveram à conversa connosco.
Esta parceria entre Sp. Braga e AAUM foi importante para revigorar o futsal em Braga? Rui Gomes - Foi importantíssima. Foi a junção de duas equipas com historial na modalidade. Neste momento o resultado é uma junção muito positiva para Sp. Braga que conseguiu revigorar a secção e para a AAUM que conseguiu também revigorar a vertente académica da modalidade. Lino, que diferenças notou do Sp. Braga (onde jogou há 6 anos atrás) para o Sp.Braga/AAUM? Lino – Na altura que o Braga desceu achamos que poderíamos encontrar na AAUM uma parceira para uma fusão importante para um projecto na 2ª divisão. A fusão enriqueceu o ser da equipa. Acabou por ser uma experiência muito positiDR
Espírito de equipa do grupo foi um dos triunfos nesta época
DR
DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
Plantel mais homogéneo desta época permitiu voar mais alto va. Como sabemos, o Sp. Braga é autónomo a nível de modalidades e quando descemos perdemos apoios e a AAUM garantianos mais estabilidade para um projecto futuro. O Pedro Palas já apanhou este projecto com algum tempo de vida. O que encontrou quando chegou à equipa? Pedro Palas - Encontrei o projecto na sua fase embrionária. A partir daí o mesmo foi em crescendo, culminando com um plantel mais homogéneo de ano para ano, não dando passos maiores que a perna, dando condições para sustentabilizar o projecto. Foi fácil conseguir conciliar uma experiência de alguns atletas com a falta dela de outros que vinham do futebol universitário? Pedro Palas – Não foi fácil porque as realidades eram completamente díspares. As realidades eram de uma equipa que era
de topo e outra de distrital, ou seja, embora, se quisesse fazer uma conjugação em termos de disciplina táctica e física, isso foi complicado devido a essa disparidade de realidades. Enquanto jogadores da AAUM sentiram essa choque de realidades quando integraram o plantel do Sp.Braga/AAUM? Skat – Claro que sim. Estávamos a jogar na 1ª divisão da distrital de Braga e quando começamos a jogar com jogadores com rodagem de 1ª divisão, foi normal notar-se uma diferença de ritmo e mentalidade. Eles levavam tudo muito mais a sério do que nós estávamos habituados a levar. Essa fase foi um pouco atribulada. Mas foi importante ter ao lado colegas com mais experiência? Foi enriquecedor para o vosso crescimento enquanto atletas? Skat - Sim. E quando o nosso
primeiro jogo foi logo contra o Benfica na Supertaça, o factor motivação deu uma grande ajuda. E depois, ao jogar com nomes como Lino, Fabrício, Pli e André Machado, que já têm a “escola feita”, obriga-nos a dar um salto a nível de qualidade. Esse jogo da Supertaça e a presença na RECOPA foram momentos que marcaram a equipa? Lino – Os atletas que transitaram do Sp. Braga não tiveram tanto choque no jogo com o Benfica porque já estavam habituados a jogar contra eles. Mas na RECOPA sim. Jogámos contra as melhores equipas e jogadores do Mundo. Chegámos e o choque inicial foi sentido. Mas o choque para os jogadores da AAUM ainda foi maior. O que mudou na equipa para este ano ser possível chegar onde se chegou? Pedro Palas – Fomos apren-
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dendo com os erros. Fomos deixando, a cada ano que passou, a equipa mais homogénea e este ano conseguimos que os elementos que entraram de novo fossem, realmente, reforços, uma vez que serviram para equilibrar a equipa. Mas, acima de tudo, fomos regulares, tanto a nível exibicional como a nível de resultados, coisa que não tínhamos sido no passado. Tiveram algum receio que a equipa sentisse uma quebra de rendimento durante o campeonato? Pedro Palas – Na primeira volta tivemos apenas uma derrota no Boavista e no Covão Lobo. De resto, a mesma, foi quase imaculada. Passámos um período, com um empate em casa e com a derrota no Bom Pastor, onde tivemos de abanar, porque tínhamos tudo a favor e não queríamos deitar fora esta oportunidade. Foi esse o momento (depois de se “levantarem” das derrotas) que perceberam que o título não iria escapar? Pedro Palas - Sim. As equipas vêem-se nos momentos de adversidade. Não seria fácil se o grupo não estivesse comprometido a honrar o compromisso feito no início do ano. Mas, ainda assim, mesmo depois de avaliarmos equipas com maior orçamento que o nosso, com jogadores estrangeiros no plantel, percebemos que este era o nos-
Numa conversa informal o Lino disse que “sabia quem iria tremer” nos momentos decisivos. Acha que essa pressão é mais sentida nos mais novos? Lino – Esta época não houve muita gente a tremer. No ano passado até foram os experientes que falharam. Mas a diferença este ano foi mesmo o compromisso assumido por todos. Não existe campeonato fácil para ninguém. A partir de certa altura tinha a certeza que iríamos subir. Não iria ser uma derrota que nos ia deitar abaixo. Sabia que tínhamos de perder. Mas foi no jogo com Académica onde senti que o grupo estava com vontade e determinação de chegar ao título. Skat – É ainda importante referir que nesse jogo tivemos um grande reforço de peso… O público. Os adeptos, nos jogos em casa, proporcionaram um ambiente muito bom. Em dois ou três jogos devemos pontos aos adeptos porque foram eles que nos empurraram para a frente. Lino – No jogo com o Chaves, em casa, tivemos um ambiente que, na minha história como jogador, nunca senti. E os campeões também se fazem dos jogos em casa. Sentem que o jogo com a Académica definiu o 1º e 2º classificados? Lino – Na altura ficamos a cinco pontos da Académica, os mes-
mos de agora. Nesse jogo deu-se o impulso final para se subir de divisão. Houve uma conjugação de factores que proporcionaram uma reviravolta que acontece uma vez em 20.
Público foi essencial na conquista do campeonato
DR
Como se está a preparar a equipa para defrontar o campeão da série B (Leões de Porto Salvo) e lutar pelo título de campeão nacional? Pedro Palas – Temos já algum suporte vídeo de alguns jogos do adversário no campeonato. Parece-nos uma equipa com muita qualidade individual e que fez um excelente campeonato. Tem muitos jogadores da equipa nacional universitária. Os jogadores que têm muita qualidade individual só não estão a jogar na 1ª divisão porque aí só há espaço financeiro para Benfica, Sporting e Belenenses. Mas vamos, ainda assim, à luta com as nossas armas. Esta sinergia também permitiu a conquista do campeonato universitário. Este feito é resultado desta aprendizagem? Skat – Já não éramos campeões há 15 anos. Já tínhamos ido a algumas finais e há dois anos conseguimos dar um passo em frente. Temos outra capacidade e a cabeça, mais do que os pés, sofreu um “improve” muito forte. Sentem que o futsal universitário já ganhou um lugar de destaque com os títulos dos dois últimos DR
Grande parte do apoio veio, muitas vezes, dasbancadas
so ano.
anos? Skat – Sim. A equipa da AAUM já é um alvo a abater, tanto pela motivação que os adversários impõem em campo contra nós, como nas adversidades que nos colocam a nível da arbitragem. A equipa sentiu algum receio em partir para os CNU’s com 4 baixas de peso devido a castigo? Pedro Palas – É óbvio. Mas quem não estiver atento olha para a nosso banco e vê que faltam dois treinadores e que quatro jogadores estão na bancada por causa de castigos… Dá ideia que esta é uma equipa de insurrectos e indisciplinados que não sabe o que anda aqui a fazer e não está preparada para isto. O que não é correcto. Como se explica que um campeão nacional chegue a uma fase final com um percurso tão atribulado? Pedro Palas – Este ano depois de um primeiro torneiro em Leiria onde em 3 jogos houve 3 vitórias, o que se antevia era alguma tranquilidade. Mas houve uma conjugação de atitudes e situações onde de um torneio para o outro houve uma disparidade muito grande na classificação das equipas o que criou situações que não abonam em nada a modalidade nem a organização da FADU enquanto organizadora.
Relativamente à próxima época… Já está a ser planeada? Rui Gomes – Sim, está a ser pensada. Não acredito que alguém saia do clube. A 1ª divisão tem outras exigências. Há capacidades financeiras para manter a equipa na 1ª divisão? Rui Gomes – Creio que sim, mas isso vai depender muito do Sp. Braga. Tem de haver da parte do Sp. Braga um compromisso que nos dê alguma segurança para atacar, uma vez que não queremos cometer os erros do passado. Queremos ir para a 1ª divisão com os pés bem assentes na terra, não queremos estar lá só por estar. E a nível do reforço do plantel. Vai ser possível haver reforços? Rui Gomes – Tem de ser feito algo nesse sentido. Faz parte do projecto dos últimos anos. Temos alguns pontos que temos de atacar em termos de fraquezas e passará por ir buscar mais valias. Plantel equilibrado já o temos, por isso quem vier tem de fazer a diferença. Pedro Palas – Esse reforço passa também pela reformulação da formação do Sp.Braga/AAUM para que, daqui a alguns anos, o clube possa tirar dividendos dessa formação para dar mais qualidade ao futsal da cidade de Braga.
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RUM BOX
AGENDA CULTURAL
TOP RUM - 19 / 2011
12 LUÍSA SOBRAL Not there yet
BRAGA
GUIMARÃES
FAMALICÃO
13 MAIO
CINEMA
MÚSICA
SMIX SMOX SMUX Quantas vezes já
13 LONG WAY TO ALASKA United colors of patapon
27 de Maio Blast U São Mamede
2 PEIXE AVIÃO Um acordo qualquer
14 KILLS, THE Satellite
24 de Maio Os amores de Astrea e Celadon Theatro Circo
TEATRO 27 e 28 de Maio Oresteia Casa das Artes
3 MÃO MORTA Estância balnear 4 UTTER In the end 5 GUTA NAKI Novo mundo 6 PZ For sure 7 ARCADE FIRE The suburbs 8 RADIOHEAD Lotus flower 9 PORTUGALS, THE Les aventures des boniface
15 SEAN RILEY & THE SLOWRIDERS Silver 16 MAXIMUM BALLOON Young love 17 PJ HARVEY The words that maketh murder
11 ONE MAN HAND Red lighthouse
28 de Maio Maria de Medeiros Theatro Circo
28 de Maio Cristina Nóbrega São Mamede
BARCELOS TEATRO 27 de Maio O contrabaixo Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos
28 de Maio Norton Centro Cultural Vila Flor
18 WANDA JACKSON Shakin’ all over
LEITURA EM DIA
19 BLACK KEYS, THE Everlasting light
Sem Rumo de Joshua Ferris, Ed. Casa das Letras. A crise da classe média americana.
20 CHK CHK CHK Am Fm
POST-IT 16 Maio > 20 Maio
10 TV ON THE RADIO Will do
TEATRO + MÚSICA 27 de Maio Os Maias + Noiserv Theatro Circo
O Pequeno Inventor de Hyun Duk§Chomi-Ae, Ed. Orfeu Mini. Da Coreia do Norte, as crianças e o seu imaginário, um grande livro infantil.
X-WIFE – Keep On Dancing WHO MADE WHO – Every Minute Alone GUILLEMOTS - VermillionACID
É Menino de Rick Kirkman e Jerry Scott, Edições Bizâncio. A chegada de um filho, um casal incrível, e muitas gargalhadas. Octopus de Daniel Estulin, Edições Esfera dos Livros. A manipulação dos mercados financeiros e a mão invisível gananciosa.
O Livro das Coisas Perdidas de John Connolly, Edições Bertrand. O imaginário infantil reescrito por um dos grandes escritores da actualidade. Um romance genial.
Para
ouvir
de
segunda
a
sexta
(9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier
CD RUM
battles – gloss drop PAULO SOUSA paulo.sousa@rum.pt
Os Battles regressam quatro anos depois do álbum de estreia e da saída do seu fundador Tyondai Braxton. Compostos agora por John Stanier , Ian Willims e Dave Konopka, vão editar “Gloss Drop” com o selo da Warp Records. Para este trabalho rodearamse de alguns nomes pomposos como Matias Aguayo, Gary Numan, Kasu Makino e Yamantaka Eye. Como em praticamente todos os casos, lançar um disco depois de um outro bastante aclamado pela crítica, tem tan-
to de complicado como de desafiador. A saída inesperada do membro fundador tornou as adversidades ainda mais complicadas de gerir. No entanto, “Gloss Drop” é um disco bem conseguido onde podemos encontrar toda a energia e boa disposição de “Mirrored”, de 2007. Mais experimental e aventureiro, este álbum, cujo lançamento está previsto para o próximo dia 6 de Junho, mistura temas com bases rítmicas radicalmente diferentes. Em “Dominican Fade” temos percussões do Caribe, em “Inchworm” o reggaeton e em “Sweetie & Shag”, o tema
DR
Neste álbum nenhum dos temas foge ao rock matemático dos Battles que conhecemos
que conta com a voz de Kasu Makino dos Blonde Redhead, saboreamos a pop sintetizada e cintilante. Mas nenhum dos temas foge ao rock matemático, orquestrado e bem idealizado dos Battles que conhecemos. A mistura insolúvel aparentemente aleatória de todos os sons é estranhamente envolvente e cativante desde a primeira audição e faz-nos entrar no estado puro do rock energético dos nova-iorquinos. Ficamos com vontade de ver e ouvir estes temas ao vivo, num qualquer palco ao livre, num qualquer fim de tarde de um qualquer dia de Verão.