Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 132 / ANO 5 / SÉRIE 3 / TERÇA-FEIRA, 19.OUT.10
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Entrevista Marisa Ribeiro, vice-presidente do Departamento Recreativo da AAUM, responsável pela Recepção ao Caloiro faz o balanço do evento
“É com sentimento de dever cumprido que a AAUM faz um balanço positivo da Recepção ao Caloiro” Página 10
Reportagem O cinema regressa à sala principal do Theatro Circo com o “Desassossego” de João Botelho. O ACADÉMICO esteve à conversa com o cineasta Página 13
12.OUT.10 // ACADÉMICO DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
BARÓMETRO EDITORIAL
Para publicares a tua opinião no ACADÉMICO, envia o texto com uma semana de antecedência à publicação do jornal para: jornalacademico@rum.pt. O autor deve identificar-se com o primeiro e último nome e número de aluno. Esta rúbrica pretende ser um espaço aberto para que todos possam interagir com o jornal, através da exposição de questões relativas à UM e o meio envolvente. Os textos serão publicado por ordem de chegada.
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 12 Outubro 2010 / N131 / Ano 5 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Ana Sofia Dias, Ana Sofia Machado, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Cláudia Rêgo, Cristina Silva, Diana Sousa, Eduarda Fernandes, Eduardo Rodrigues, Franscisco Vieira, Goreti Faria, Goreti Pêra, Iolanda Lima, Joana Gramoso, Lucilene Ribeiro, Maria João Quintas, Rita Vilaça, Sara Pestana, Sónia Ribeiro, Sónia Silva, Tânia Ramôa // COLABORADORES: Cátia Castro, José Reis, Elsa Moura // GRAFISMO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
SEGUNDA PÁGINA EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
Estudantes contra atrasos Centenas de estudantes quiseram deixar o seu testemunho. “Nós só queremos regulamento já e bolsas para amanhã” foi a palavra de ordem de mais de 500 estudantes que, de forma consciente e livre, se manifestaram contra a débil situação da Acção Social no Ensino Superior. Parabéns!
Recepção ao Caloiro Foram milhares. 12 mil é o número apontado pela organização (AAUM) para a participação de estudantes na Recepção. De ano para ano a actividade tem-se consolidando e ganha cada vez mais adeptos. Os alunos agradecem. Que continue a festa, junto dos livros, pelo menos até Janeiro.
Direcção Geral do Ensino Superior Tanto atraso. Desde início de Setembro até aqui, quem esperou foram os estudantes. A conversa do “cumprimos com o prazo estabelecido” é gozar com os que precisam. Pagarem-se bolsas com mais de 2 meses de aulas. É justo? Haja vergonha senhores!
Foi na “ressaca” da primeira noite de festa na Recepção ao Caloiro que centenas de estudantes da Universidade do Minho, antes mesmo da Latada, resolveram imbuir-se de consciência académica e pensar que estavam a passar por um dos piores momentos da sua memória recente no que concerne à Acção Social no Ensino Superior. Foram mais de 500 que se aglomeraram junto do Governo Civil de Braga para participar na entrega de um cheque simbólico no valor de 98,60 euros. Os estudantes “de corda ao pescoço” acusaram o ministro Mariano Gago e António Mourão Dias da Direcção Geral do Ensino Superior de assassinarem milhares de candidatos a bolseiros. “O futuro é negro” era palavra de ordem que queriam que não se tornasse realidade. À hora do fecho desta edição, apesar de já homologadas, as normas técnicas que irão possibilitar o cálculo das bolsas no Ensino Superior ainda não foram reveladas nem tornadas públicas. Ainda assim, e espero estar enganado, muita tinta irá correr. Os estudantes estão consciencializados para este momento e já demonstraram que se unem rapidamente para fazer frente a este vil ataque de que são alvos. Algo tem de mudar. A Reunião Geral de Alunos desta semana pode ser o primeiro ponto de uma luta que se antevê intensa. Esta semana, como irão perceber a edição do ACADÉMICO contém um especial Recepção ao Caloiro, mas para a semana voltamos à estrutura habitual para informar os alunos da UM sobre tudo o que de mais relevante se passa na academia minhota. Até para a semana!
REUNIÃO GERAL DE ALUNOS EXTRAORDINÁRIA Serve a presente para CONVOCAR Reunião Geral de Alunos Extraordinária para o próximo dia 20 de Outubro de 2010, pelas 14h00, no Auditório B2 – CPII, Pólo de Gualtar, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Informações; 2. Aprovação da acta da RGA anterior; 3. Contrato Bar Académico de Braga; 4. Regime de Atribuição de Bolsas; 5. Outros Assuntos. Mais se informa ser a presente convocatória efectuada ao abrigo dos art.ºs 34.º e ss. dos Estatutos da AAUM.
AAUM, 12 de Outubro de 2010 O Presidente da Mesa da RGA rga@aaum.pt
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LOCAL Grupo DST com presença forte na cultura Ana Sofia Dias anita.n4@hotmail.com
Segundo o presidente José Teixeira, o grupo DST, Domingos da Silva Teixeira, S.A., pretende construir uma imagem culta, que valoriza a sua economia. Um objectivo a cumprir seria que “todos os miúdos em Braga, desde o ensino primário ao secundário, recebessem um livro no seu aniversário”. Desta forma, a DST contribuiria para in-
verter uma imagem mais degradada que, actualmente, o sector imobiliário pode ter. Assim, a empresa investiu 15 mil euros na promoção da leitura junto dos mais novos e são já 5 mil os alunos de escolas públicas que, no dia do seu aniversário, recebem um livro. A iniciativa começou no final do ano passado e este ano abrange os agrupamentos escolares de Nogueira, Lamaçães e Palmeira. Os estudantes destes estabeleci-
mentos serão presenteados e posteriormente preencherão uma ficha de leitura que será avaliada na disciplina de português. Na opinião de José Teixeira, “a origem de tudo está na leitura, como também no acesso a outro tipo de artes e literacia”, o que se espelha no apoio que a DST presta ao criar prémios de mérito e oferecer vestuário desportivo, num investimento de outros 12 mil euros. O fomento da leitura e cultura tem sido contínuo já
que, entre outras iniciativas, a empresa patrocina a Feira do Livro de Braga, oferece livros a escolas e associações e atribui um Prémio de Literatura, de valência nacional, de 15 mil euros. Outro prémio de mérito, de 7500€, foi recentemente entregue pelo grupo ao vencedor do Prémio Internacional de Fotografia “Emergentes DST”. Assim, a economia da DST funda-se numa imagem culta e todas estas iniciativas constituem um inves-
timento barato e rentável, com ganhos superiores aos custos. A sua esfera de investimento estende-se ainda às energias renováveis e telecomunicações. Note-se que a DST desenvolveu acordos com a Universidade do Minho, recebeu três doutoramentos em Investigação e Desenvolvimento e realizou um protocolo com a Escola de Engenharia, doando 209.620€ e permitindo que os quadros da empresa frequentassem um curso exclusivo.
Curso de Teatro Universitário: uma oportunidade a não perder Simão Araújo simaoaraujo@live.com.pt
Se a vida é um palco, como afirmou William Shakespeare, então, uma vez mais, sobe o pano: com o início de mais um ano lectivo, surge mais uma edição do Curso de Teatro Universitário. As inscrições já estão abertas e os interessados em fazer parte desta comunidade têm até ao dia 20 de Outubro para se candidatarem. Para isso é necessário requisitar uma ficha de pré-inscrição,
através do endereço electrónico teatrum@gmail.com, e enviá-la depois de preenchida. Para se pertencer, em definitivo, ao grupo somente se terá que realizar uma audição (pormenor sobre o qual serão fornecidas mais informações posteriormente). O curso está previsto ter uma duração total de 60 horas e decorrerá em Braga, mais especificamente na Junta de Freguesia da Sé. Neste momento, o calendário ainda não está determinado. Sabe-se, no
entanto, que o horário será pós-laboral e acordado entre os envolvidos As aulas serão conduzidas pelo actor, encenador e poeta João Negreiros, a quem já foi reconhecido o mérito através da atribuição de prémios como o “OFF FLIP” e o “Nuno Júdice”. Este curso de iniciação é uma base de formação para quem quer seguir o ramo teatral, mas está também aberto a quem pretende simplesmente ter algumas noções acerca desta área. Os objectivos primordiais
desta organização são, segundo Agostinho Silva, membro da direcção do TUM (Teatro Universitário do Minho) e um dos responsáveis pela iniciativa, a divulgação do TUM e a captação de elementos para o mesmo. Citando Agostinho Silva, neste curso “trabalha-se a movimentação em palco, a voz, a postura, a dicção, existindo ainda uma abordagem teórica à dramaturgia”. É, por isto e muito mais, bastante útil à vida futura
de qualquer indivíduo. Os resultados para quem se atreve e integra esta formação estão à vista. Pessoas que frequentaram o curso na edição de 2008/2009 tiveram já papel activo em dois espectáculos de poesia do TUM, nomeadamente no “Inspiração é respirar” e em “O Jornalista da vossa beleza” (apresentado cerca de 40 vezes, não só por todo o país, como também na vizinha Espanha). Para mais informações acerca deste curso basta aceder a blogdotum.bogspot.com.
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Serenatas que de “velhas” pouco têm Sara Pestana sarapestana@hotmail.com
Berço da nacionalidade, lampiões e sombras, cantorias à antiga, estudantes de capas pretas a esbarrarem no chão, donzelas à janela, espírito académico… Universidade do Minho. Que cenário, hein?! Num gesto de homenagem aos novos alunos por terem entrado na melhor academia do País, “procurou-se novamente reviver a tradi-
DR
ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 ção”, refere Luís Areias – director do departamento cultural da AAUM, em Guimarães. E foi assim num ambiente acolhedor - até “romântico”, que no passado dia 11 se fez ouvir o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho. Aliado ao forte desejo de manter acesa a chama das tão bonitas tradições académicas, procura-se o reavivar de memórias, canções, poemas, vozes, Portugal. E se recordar é viver, nada meSerenatas evocam uma tradição académica ao som do fado lhor do que cantar e fazer ouvir. Ao som de “Coimbra e o Amor”, “O Mar e a Saudade”, “A Nostalgia”, muitos foram os estudantes que se juntaram no Largo da Oliveira para ouvir um bom fado estudantil português. A bordo de uma charrete, numa noite serena e animada, cumpriu-se o ritual de percorrer as principais zonas da cidade de Guimarães. Universidade do Autodidacta e da Terceira Idade de Guimarães, edifício da Misericórdia de Guimarães, torre dos Almadas (sede dos Nicolinos) foram alguns dos pontos de paragem a homenagear. Em cada um deles e em representação da mui nobre academia, foram lidos alguns poemas. Sofia Machado deu voz aos textos e diz que “foi a pri-
Ao som dos acordes das guitarras portuguesas carregou-se a tradição meira vez que fui e participei nas serenatas velhas e fiquei muito surpreendida pela positiva, com o silêncio que os estudantes e os vimaranenses fizeram para ouvir o grupo de fados”. E também se ir é voltar, regressou-se novamente à Oliveira e os estudantes ocuparam todos os espaços vazios do largo. Uns de pé ou preenchendo a calçada, deixaram-se envolver pelo ambiente agradável que se fazia sentir. O balanço do primeiro dia de recepção ao caloiro segundo Luís Areias foi “muito positivo”. O mesmo afirma que
este ano a quantidade de alunos que se dirigiram de Braga até Guimarães para participar nas serenatas velhas foi maior relativamente ao ano passado. Isto só poderá significar que os estudantes desta academia, para além de serem participativos em todas as actividades, são também pessoas que apreciam a envolvência em convívios culturais. Ao som dos acordes das guitarras portuguesas e de memórias à janela, carregou-se a tradição e o simbolismo numa noite de qualidade e tipicamente à “nossa moda”.
CAMPUS PÁGINA 05 // 19.OUT.10 // ACADÉMICO
ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 A tradição voltou a cumprir-se! Caloiros, doutores e engenheiros percorreram as ruas da cidade de Guimarães na tradicional Latada!
Na passada quarta-feira, Guimarães encheu-se de “caloiros” que tentavam fazer mais barulho que todos os outros para honrar o seu curso e “doutores e engenheiros” que praxaram pelas ruas da cidade. Para os “caloiros” tudo era novidade, mas este ano também os mais antigos se depararam com o novo percurso da Latada. Em vez de descer, como sempre, a Avenida D. Afonso Henriques, o percurso teve início no Campo da Feira. João Lobo, aluno do 2.º ano em Engenharia Informática
achou que “para além de ser muito pequeno, o novo percurso não tem o mesmo espírito do outro”. Ao fazer o percurso, o noviço sentiu que assim que começaram a latada, “já estavam na Muralha” e que a partir daí rapidamente se terminava o percurso. Latas, latões, panelas, objectos da construção, tudo serviu para fazer barulho pelas ruas da cidade de Guimarães. Cânticos, hinos, guerras de curso, “caloiros” de quatro, “caloiros” a encher, declarações no meio da rua, serenatas às pessoas que estavam na janela, foram apenas algumas das coisas que as pessoas que decidiram sair à rua e dar as boas-vindas
aos novos alunos da UM puderam ver. Francisco, aluno do 1.º ano de Ciências de Comunicação achou que foi “uma actividade muito original”, acrescentado que só tem pena de não terem ganho, mas continua a achar que “o Toy aldrabou”. Este ano os vencedores foram revelados durante o concerto de Toy. Línguas e Culturas Orientais foi o único curso do pólo de Gualtar que conseguiu ficar no pódio em terceiro lugar. Os 1.º e 2.º lugar ficaram pelo pólo da cidade anfitriã. Ficando Engenharia Civil com a prata e Tecnologias e Ciências da Informação (LTSI) com o ouro.
Cláudio Pires
Cláudio Pires
Sandra Fernandes sandrafernandes_cc@hotmail.com
LTSI deixou mensagem no dia em que “venceu” a Latada
Bombos, latas, bidões... Tudo serve para fazer barulho na Latada João Alves, “caloiro” de LTSI, classifica a Latada como “5 estrelas”, parabenizando a organização. Quanto à vitória, acredita que esta se deve ao “grande empenho de caloiros e doutores”. Para além dos habituais cumprimentos, saudações e hinos, os cerca de 50 “caloiros” de LTSI fizeram-se acompanhar de uma faixa onde se podia ler “A praxe unida jamais será vencida”! Tirando o percurso, tudo permaneceu igual… Hino na muralha “Aqui nasceu
Portugal”, fotografia na escadaria da Igreja da Oliveira, saudação à AAUM, a entidades com conotações praxística na academia minhota, designadamente ao “Papa” e aos “cardeais”, assim como à cidade de Guimarães. Ainda tempo para o hino de Curso, ida ao Chafariz do Carmo e novamente Hino na estátua de D. Afonso Henriques, tudo isto acompanhado de muito barulho e ordens de “doutores, engenheiros e cardeais”. Assim foi a Latada.
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ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 Marcelinho da Lua marca o primeiro dia LookatMe
Cátia Alves catia_gomes_alves@hotmail.com Francisco Vieira dmvieira04@hotmail.com
O público minhoto viveu um dos momentos mais altos na primeira noite da Recepção ao Caloiro´10 com a subida ao palco do DJ brasileiro Marcelinho da Lua. Este carioca iniciou a sua carreira nos anos noventa como roadie de uma banda de Rock n´ Roll, os Coma. Em 1997 fundou a banda Bossa Cuca Nova que lhe proporcionou uma enorme visibilidade no panorama musical brasileiro e depois europeu. Mais tarde, da Lua tornou-se um apaixonado pelo Drum & Bass, um estilo musical que conjuga Dub jamaicano com BPM’s
da música electrónica; o seu interesse pela música e pelo espectáculo aumentava a olhos vistos. Grande coleccionador de discos diversos, acabou por ser convidado para animar algumas festas até que se tornou num DJ conceituado. Este artista já havia actuado nas festividades da Queima das Fitas do Porto pelo que as suas expectativas para com os estudantes estavam bastante altas. Em entrevista à comunicação social, minutos antes de pisar o palco minhoto, Marcelinho mostrou-se muito ansioso pelo espectáculo e por conhecer os estudantes universitários do Minho. Considera a comunidade estudantil universitária um público muito agradável, “uma delícia”, uma vez que
Guimarães dá as boasvindas aos caloiros Maria João Quintas miaquintas@hotmail.com
O Pavilhão Multiusos não encheu na primeira noite da Recepção ao Caloiro, mas, ainda assim, não faltou animação nas barraquinhas dos vários cursos. A noite abriu, como já é tradição, com as tunas. Primeiro a Tun’Obebes e, logo a seguir, a Azeituna, abrilhantaram a festa com um pouco daquilo que é a verdadeira cultura académica. Apesar de não serem os artistas principais da noite, os Souls of Fire foram os mais aplaudidos pelos estudantes minhotos que, aos poucos, lá iam compondo o recinto do Multiusos e aquecendo
o ambiente. A banda reggae deixou Guimarães “on fire”. Marcelinho da Lua ocupou o palco logo de seguida e os minhotos vibraram com o ritmo acelerado das suas músicas. Aos poucos o Multiusos começava a esvaziar e diversos grupos de estudantes cansados mas bem-dispostos lá se iam dirigindo para as filas dos autocarros de regresso a casa. A noite correu de forma pacífica, apesar de alguns confrontos no exterior do Multiusos que se deveram a excessos de álcool, mas que rapidamente foram interrompidos pelos seguranças. A primeira noite da festa dos caloiros teve um balanço positivo, onde a diversão reinou.
está aberto a novas informações, tendências e ideias. Já em palco, Marcelinho da Lua deu um enorme espectáculo musical que pôs a dançar todos os presentes no recinto com a alegria sonora dos seus grooves, beats e mixagens. A sua técnica, criativa e descontraída, é alegre e contagiante. Marcelinho da Lua retrata na perfeição o músico que o século XXI criou – que cruza diferentes géneros musicais, que mistura a inovação, a tecnologia e a tradição. O resultado é surpreendente. No final da entrevista, Marcelinho deixou um repto aos estudantes minhotos: “que se divirtam mas que aprendam muito na faculdade para poderem criar um mundo melhor, cada vez melhor”.
O DJ brasileiro pôs a dançar todos os presentes no recinto com a alegria dos seu beats
Souls of Fire incendeiam Multiusos de Guimarães Ângela Coelho angelacoelho72@hotmail.com
O reggae dos Souls of Fire aqueceu pela segunda vez os estudantes minhotos. Depois da participação na última edição do Enterro da Gata, eles voltaram a animar o público que esteve presente no primeiro dia da Recepção ao Caloiro 2010, sempre com um espírito interventivo e de crítica à sociedade actual. Os Souls of Fire admitem ter um sentido muito igualitário, de independência e total soberania sobre aquilo que fazem. Embora reconheçam que isso possa ser um pouco utópico, num mundo
neoliberalista, afirmam que na banda “todos recebem por igual, todos trabalham no mesmo”, independentemente do tempo em que estão na banda ou do cargo que desempenham. “Também temos muitas portas que se fecham”, afirma Ras Gustavo, teclista da banda, a propósito dos seus ideais, aos quais se mantêm fiéis desde o início da banda em 2000. O músico dá como exemplo disso o facto do segundo disco, “Subentender”, ter sido produzido pelos próprios Souls of Fire. A banda portuense comemora dez anos e assegura que vai lançar coisas novas. Os Souls of Fire acreditam que um terceiro álbum é ne-
cessário para vincar a deixar bem clara a sua posição em relação à música. Fazendo um paralelo com o concerto do Enterro da Gata, Ras Gustavo afirma que, “a nível pessoal, este concerto correu melhor”. “Foi mais tarde, houve mais calor, as pessoas estiveram com mais atenção”, acrescenta. A banda nota que as pessoas têm cada vez mais atenção, têm curiosidade, gostam de reggae, ouvem as letras e querem saber mais. O teclista conclui dizendo que “as pessoas participam, portanto o saldo é claramente positivo”, acrescentando ainda que espera estar na Recepção ao Caloiro muito mais vezes.
UNIVERSITÁRIO PÁGINA 07 // 19.OUT.10 // ACADÉMICO
ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 Alunos minhotos surpreendidos por Toy Luís Costa
Iolanda Lima iolandaisabellima@hotmail.com
Ao segundo dia de Recepção ao Caloiro o cartaz trazia a grande novidade deste ano, Toy subiu ao palco em Guimarães e encantou a academia minhota com êxitos como “Chama o António” e “És tão Sensual” e com um concerto diferente daquilo a que estão habituados. Para a maior parte dos estudantes da Universidade do Minho esta foi uma aposta ganha da AAUM. No final, Toy revelou estar satisfeito com o resultado do
espectáculo. Para o cantor já não é novidade ter pessoas da faixa etária dos 18 aos 25 anos nos seus concertos. Conta que é um fenómeno que tem vindo a acontecer nos seus concertos de Verão e revela ainda que “já me habituei a que 50% do meu público que vem aos concertos já conhece o reportório e os outros 50% vão por curiosidade e acabam por se render ao espectáculo”. Sobre a comunidade académica da Universidade do Minho, Toy diz ter um espírito “fantástico” e afirma que “é uma felicidade muito grande ver que quem está
ali está a divertir-se e está a esquecer os problemas do dia-a-dia”. Para o cantor o facto que explica a presença de mais pessoas no recinto na quarta-feira é o humor. Toy afirma: “Os jovens têm a memória estreitamente ligada ao humor e a vontade de virem brincar um pouco comigo acabou por ser uma forma de os puxar para cá”. Para o músico, não é espanto nenhum que este público saiba as suas letras de cor uma vez que acredita que a cultura popular portuguesa tem um papel muito importante na vida de cada um:
Toy mostrou o seu lado popular, não esquecendo a veia romântica “não é possível viver-se uma vida ausente de cultura popular”. No final o balanço é bastante positivo.
O cantor deixou o Minho bastante satisfeito com o seu trabalho e o público, deixando a promessa de um dia voltar.
Quim substituído Estudantes minhotos aderiram Ana Sofia Machado anasofiamachado@gmail.com
A segunda noite da recepção ao caloiro contou com a presença de milhares de estudantes minhotos. O Pavilhão Multiusos em Guimarães encheu para receber a Tuna Afonsina da UMinho, Zézé Fernandes e Toy que substituiu Quim Barreiros na noite da latada. O cantor popular Zezé Fernandes aqueceu a multidão estudantil interpretando vários covers. Toy foi o cabeça de cartaz da noite e interagiu com os estudantes da UMinho através do canto ao desafio, improvisando rimas para animar a plateia. “Se pudesse voltava já ama-
nhã!”, afirmou Toy ao ACADÉMICO. Já no backstage o cantor mostrou-se disponível para responder a todas as perguntas e para tirar fotos com os estudantes que ali se encontravam. Apesar do sucesso do novo cabeça de cartaz deste ano os estudantes não esqueceram Quim Barreiros. “Faz parte da mobília”, argumenta Miguel Lopes, do 5º ano de Medicina, quando confrontado com a substituição de Quim por Toy. Já Diana Oliveira, do 3º ano de Relações Internacionais, defende, no meio de risadas, que a ideia de ter os dois cantores na próxima recepção “seria uma combinação perfeita”.
ao vira de Zézé Fernandes Sónia Ribeiro sonia_cc@live.com.pt
Foi com grande energia que os estudantes da Universidade do Minho aderiram ao vira de Zézé Fernandes, na segunda noite de concertos da Recepção ao Caloiro ’10. Desde há 20 anos a “encantar Portugal”, mostrou aquilo que melhor sabe fazer: conquistar a adesão do público. Foram muitos os que responderam ao seu convite e se juntaram ao palco para cerca de uma hora de pura animação e divertimento. Em exclusivo ao ACADÉMICO, Zézé Fernandes admitiu mesmo que o seu “forte
é interagir com o público”. Na sua opinião, os estudantes estavam disponíveis para a música, o que permitiu um bom espectáculo, onde para além da música popular e tradicional portuguesa, não faltaram o rock e o heavy metal. ‘Directamente’ de Ponte da Barca, a bailarina Maria Alice mostrou como se dança um dos estilos mais característicos do espectáculo – o vira. ‘Laurindinha’ foi um dos temas melhor recebidos pelos estudantes. Com o reportório que costuma apresentar nas romarias e festas populares, Zézé Fernandes provou porque o
consideram o artista da Música p’raPular Portuguesa. Conforme os gostos dos estudantes, insistiu nas músicas que mais fizeram vibrar o Pavilhão Multiusos. Como aconteceu com o ‘Apita o comboio’, contou. No final, Zézé Fernandes recordou algumas das terras do país por onde já actuou, garantindo assumir “uma atitude metalouca” em todos os espectáculos “até aguentar”. As ‘brincadeiras’ em torno de grandes êxitos portugueses como a fadista Amália Rodrigues e a banda Xutos e Pontapés são para continuar, garantiu o cantor em jeito de conclusão.
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ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 Anaquim cantaram a sua “almôndega de várias carnes” Sara Pestana sarapestana@hotmail.com
José Rebola (compositor e letrista), João Tiago (bateria), Pedro Ferreira (teclados e melódica), Filipe Ferreira (guitarra baixo) e Luís Duarte (guitarra acústica) são as novas promessas da música portuguesa. E como a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) está sempre a par das novidades, seria improvável não ter a presença destes cinco rapazes de Coimbra na Recepção ao Caloiro ‘10. Este grupo proveniente de uma das mais antigas cidades portuguesas, abrilhan-
tou, na passada quinta-feira, o palco do Pavilhão Multiusos. Um estilo musical longe de ser definido e um conjunto de temáticas muito diversas desde música mais portuguesa a influências Balcãs, francesas e americanas são as principais características da banda. “É como se a nossa música fosse uma almôndega de várias carnes”, diz José Rebola de forma engraçada. E como nem só de trabalho vive o Homem, os Anaquim não são excepção. Para escrever as suas letras inspiram-se em tudo na vida: nas vivências do dia-a-dia e por onde vão passando e olhando. Nas suas vidas paralelas
vão acontecendo milhentas coisas e “de um episódio se faz uma história e de uma história uma canção”, refere o letrista “Zé”. Fazendo referência a um país tão rico em particularidades – Portugal –, a inspiração acaba por ir ter com cada elemento do grupo. Como disse Pedro Ferreira: “Em tempos de crise floresce a arte” e é impossível estar tudo em crise porque se assim fosse, nem havia matéria para inspiração. Ao falar de Portugal, fala-se de um dos maiores acontecimentos da história portuguesa “Os Lusíadas”. Este tema é uma das músicas dos Anaquim que tem vindo a receber grandes elo-
gios. Como realçou João Rebola: “Este projecto só faz sentido assim, cantado em português… Não é de todo um aspecto de modas, mas sim uma questão de contexto e de enquadramento”. No contexto da semana passada, pensa-se no futuro das gerações - os jovens. Não foi a primeira vez que actuaram em eventos deste género e confessam gostar particularmente dos estudantes. “Sendo a nossa música pretensiosa no que toca a algumas mensagens e temáticas mais densas que aborda, é bom falar com pessoas que estão interessadas naquilo que nós temos para dizer”. Cantaram-se assim músicas caricatas e perspicazes
ao longo do concerto como: “As vidas dos outros” (tema que deu origem ao título do álbum) e “Na minha rua”. A relação entre públicopalco e vice-versa não foi a melhor, pois o que a banda pretende é que haja uma interacção entre esses dois pontos e não um concerto de “débito de canções”. Apesar disso e não só no Minho, aparecem cada vez mais pessoas a cantarem as letras dos Anaquim. O grupo promete regressar a Guimarães com um concerto mais completo nesse âmbito da interacção. “Foi um acontecimento para uma futura explosão que esperemos que aconteça o mais depressa possível”.
Abrunhosa actua no “Momento” final da Recepção Rita Vilaça riiita_@hotmail.com
Apesar do cansaço que se fazia sentir na terceira e última noite da Recepção, os alunos minhotos não deixaram de vibrar ao som de músicas como “A vida dos outros” de Anaquim e “Momento” de Pedro Abrunhosa. A aquecer a multidão esteve a TUM, Tuna Universitária do Minho que antecedeu a jovem banda “Anaquim”.
Embora desconhecida para a maioria dos universitários do Minho, o feedback foi deveras positivo “Acho que a banda foi muito bem escolhida e acolhida pelo público!” corrobora Filipa Faria, aluna do 3º ano de Educação. A encerrar mais uma edição da Recepção ao Caloiro minhota esteve Pedro Abrunhosa. Já conhecido e familiarizado com o público universitário, o artista português cantou durante cerca de duas horas. Enchendo o
pavilhão com cartazes alusivos ao passado incidente no programa televisivo “Ídolos”, Abrunhosa interagiu com o público, mostrandose disponível e incansável na sua actuação. “Apesar de não apreciar muito a música dele, penso que está a ter uma boa performance” afirmou César Costa, aluno do 3º ano de Engenharia Mecânica. As opiniões dos alunos minhotos dividiram-se relativamente ao cartaz da Recepção ao Caloiro 2010.
“Apesar de o cartaz estar bom, penso que não está suficientemente apelativo. Podia ter mais artistas. Como o Pedro Abrunhosa já veio cá ao Minho, podiam ter escolhido outras bandas, variar mais”, defende Joana Nunes, aluna de Psicologia do 4º ano. Já Pedro Cruz, aluno do 1º ano de Mestrado do curso de Direito afirma que, tanto o cartaz como o ambiente “estão melhores do que nos outros anos”. Apesar das opiniões diversificadas que se fizeram
ouvir no pavilhão Multiusos em Guimarães, durante a Recepção ao Caloiro 2010, Susana Mendes, caloira do curso de LEI, afirma que “o ambiente foi simplesmente excelente”. Durante as noites de 13, 14 e 15 de Outubro, a cidade berço foi galanteada com elogios relativamente a esta actividade académica: “Acho que é muito bom a AAUM promover eventos assim.”, conclui Ricardo Costa, aluno do 2º ano de Geografia e Planeamento.
CAMPUS PÁGINA 09 // 19.OUT.10 // ACADÉMICO
ESPECIAL // RECEPÇÃO AO CALOIRO ‘10 “Não há forma de sobreviver à mediocridade senão através da Cultura” Cláudio Pires
Cláudia Fernandes alaufernandes@hotmail.com
faz mais sentir dizer nestas gerações. São músicas de futuro também.
O músico portuense Pedro Abrunhosa encerrou as festividades da Recepção ao Caloiro. O cantor regressou a um evento da academia minhota, depois de ter estado no Enterro da Gata de 2009. Desta feita, o cantor apresentou o novo trabalho, “Longe”, a cerca de oito mil estudantes que acorreram ao recinto, para o encerramento da festa académica. No fim do concerto, Pedro Abrunhosa esteve à conversa com o ACADÉMICO.
Actualmente lançou “Longe”, um novo álbum. Quais são as características deste trabalho? Acabaram de o ver ao vivo.
O que achou da actuação desta noite, perante cerca de oito mil estudantes? Achei que correu muito bem. Achei que foram um público muito participativo, muito entusiasta… Acho que as coisas correram melhor que o esperado.
Que mudanças houve? Tudo na vida é uma evolução. Por isso é difícil dizer o que é que é diferente. Nós somos todos diferentes do que éramos há dez anos atrás, há cinco, há quatro… Vestimos roupas diferentes, temos atitudes diferentes… Nestes anos todos, muita coisa aconteceu, caíram as Torres Gémeas, o Mundo deu voltas e voltas… Outras coisas ficaram na mesma, infelizmente. Mas há que ter uma forma de estar na vida dialéctica, evolutiva, não é parada, não é estática. O que mudou na minha música foi o que mudou no Mundo. Exactamente o mesmo.
Gosta de fazer este tipo de eventos, para jovens, para universitários? A música é uma actividade transcendente, não tem idade. É surpreendente ver pessoas que não eram nascidas aquando da escrita de algumas canções, que sabem a letra toda de cor. E há, aqui, coisas importantes que são ditas e que também
Vai realizar a tour “Longe”, actuando no Porto e em Lisboa. O que nos pode adiantar sobre esta tour? A tour “Longe” é uma tour que começou em Abril e correu o Mundo, já esteve em todo o Mundo, estivemos no Brasil, em Angola, na Europa toda e vamos agora para a Argentina e para o Uruguai, vamos para a Chi-
na também, que nunca lá estive. Vamos também fazer os coliseus do Porto e Lisboa, a 20 e 23 de Novembro. Guimarães vai ser capital europeia de Cultura em 2012. O que acha desta iniciativa que põe Guimarães na projecção da Europa? Há um livro de Jorge Teiner, não sei se vocês conhecem, que dá uma ideia da Europa, em que ele diz que basicamente a Europa se define como uma entidade cultural. A Europa é mais do que um conjunto de países, delimitados por fronteiras e por línguas, um conjunto de identidades culturais e nós notamos isso. Nós notamos isso de norte para sul de país, assim como notamos transversalmente de leste para oeste da Europa. Somos uma Europa de café, somos uma Europa de línguas, de música, de culturas, e portanto, mais do que nunca faz sentido num Mundo de guerra e de desencanto, que a Cultura seja um elo de ligação. Não há outra forma de sobreviver à mediocridade senão através da Cultura. A Cultura é a salvação para a imbecilidade, a salvação para a forma ignóbil como nós temos vindo a ser tornados, para a selvajaria do dinheiro, digamos assim. Só há uma forma de salvar isto e é com Cultura. E Cultura
Foi com um estilo inconfundível que Pedro Abrunhosa encantou no Multiusos não é um conjunto de senhores a tocar violino num palco, chatos e aborrecidos. A Cultura é a vida, a Cultura é futebol, a Cultura é sexo, a Cultura é morte, a Cultura é passear na rua, é pôr uns phones, é fazer skate, fazer graffiti… Isso é tudo Cultura. E Guimarães é uma cidade preparada para isso. Tem apostado na Cultura e o resultado está à vista. É uma cidade pujante em termos de Cultura, é pujante em termos académicos, enfim. Está no mapa cultural da Europa muito mais que o Porto. O Porto perdeu essa competitividade. O Porto perdeu, de resto, em relação a todas as outras cidades portuguesas. E Guimarães poderia ser de novo a capital portuguesa. Vai estar atento à programação que está a ser preparada? Vai participar nessa progra-
mação que está preparada para 2012? Vou estar muito atento à programação e estou muito esperançoso na boa programação que está a ser feita. “Amanhã é sempre tarde demais”. O que lhe falta fazer? Acho que quando olhamos para trás e achamos que está tudo alcançado, podemos morrer, e acho que não estou pronto para morrer. Falta-me alcançar tudo, falta-me fazer tudo. Falta-me fazer o próximo disco, e outro, e outro, e outro, até morrer. Até um dia achar que já não consigo fazer aquilo que ainda não foi feito. Mas há, ainda, muita coisa para ser feita. Em que é que se inspira para compor as músicas? Na vida. Nas pedras debaixo dos pés. Na banalidade da vida.
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ENTREVISTA MARISA RIBEIRO
A vice-presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Marisa Ribeiro, faz um balanço positivo da Recepção ao Caloiro 2010 Diana Isabel Sousa diana_sous@hotmail.com A semana passada ficou marcada pela euforia característica de um evento que decorre em Guimarães e que é já uma tradição na Universidade do Minho (UM) – a Recepção ao Caloiro. Marisa Ribeiro, vice-presidente da AAUM, responsável pelo Departamento recreativo, dá conta que, este ano, houve um aumento significativo na adesão ao certame, sendo que a noite com mais afluência foi a de quarta, dia 13 de Outubro. A vice-presidente da AAUM salienta ainda que a Recepção ao Caloiro é importante para a união entre os pólos da UM e para a integração dos novos estudantes de cada ano lectivo. Quantos estudantes estiveram na Recepção ao Caloiro deste ano? A Recepção ao Caloiro 2010 teve, durante as três noites, uma assistência de 12 mil participantes. Comparando com o ano anterior, houve um aumento significativo na adesão ao evento.
No entanto, comparativamente ao ano passado, o recinto parecia mais incompleto. Isso deveu-se a quê? Este ano foi inovado o espaço. Para possibilitar a participação de um maior número de barraquinhas de curso, decidimos aumentar o espaço. Na nossa opinião, foi uma aposta ganha, visto que garantimos o maior número de participantes, apesar de também termos a noção que, para muitas pessoas, a ideia com que ficaram é que havia menos pessoas no recinto. Mas não é verdade. E qual foi a noite com mais gente no pavilhão Multiusos de Guimarães? A noite mais preenchida foi, como era de esperar, a noite de quarta-feira (13 de Outubro). Esta noite é uma tradição. O dia começa com a Latada, pelas ruas da cidade de Guimarães, e prolonga-se até de madruga numa noite de pura animação. Animação essa que é sempre garantida com música popular e música pimba. Este ano, Zézé Fernandes e o Toy fizeram a festa. Muitos estudantes consideraram o cartaz da Recepção 2010 pouco atractivo. Que factores teve a AAUM em conta para a escolha desse cartaz?
O cartaz da Recepção é sempre pensado com muito cuidado. São vários os factores que delineiam a decisão final. Um deles é o factor financeiro. É importante terse noção que o investimento tem de ser racional. Desta forma, tentou-se encontrar, com os recursos existentes, um cartaz que fosse o mais transversal possível, mas acima de tudo que trouxesse muita animação para este início de ano lectivo. O tema da Recepção este ano era «Party animal». Qual a intenção por detrás? De facto, essa é uma das curiosidades que foi despertada por muitos: o porquê do «Party animal» e o porquê da imagem dos cartazes de divulgação ter um macaco. Esta ideia surgiu porque a recepção ao caloiro já é mítica pela pura animação, euforia e pela festa, onde todos nós gostamos de fazer as nossas “macacadas”, digamos. Então, como durante essas noites somos controladamente irreverentes, lançamos a «party animal». Já é uma tradição a Recepção ao Caloiro decorrer em Guimarães. É importante que assim seja? Acima de tudo, considera-
Marisa Ribeiro deseja que na memória dos novos alunos tenham ficado momentos inesquecíveis mos que, desta forma, garantimos uma maior união entre os dois pólos da Universidade do Minho, nomeadamente entre o de Gualtar e o de Azurém. É importante preservar a boa articulação entre os campi e os seus estudantes. A Recepção ao Caloiro envolve bastante divulgação, a disponibilização de uma rede de transportes, a manutenção e segurança do pavilhão Multiusos de Guimarães, o funcionamento regular das barraquinhas de curso… Enfim, inúmeros aspectos. Acha que a AAUM tem vindo a melhorar relativamente à capacidade de organizar eventos como este? A organização da actividade em si exige, como todas as outras actividades da AAUM, uma reunião alargada de esforços, nomeadamente, da direcção da AAUM e de
diversos colaboradores. Foi com muito empenho que organizamos a Recepção ao Caloiro 2010. Tentamos dar o nosso melhor para que tudo corresse bem e para que fosse possível proporcionar bons momentos aos nossos colegas. Mas temos noção que há sempre algo mais que podemos fazer. Em suma, que balanço faz deste Recepção ao Caloiro 2010? É com sentimento de dever cumprido que a AAUM faz um balanço positivo da Recepção. Esperamos sinceramente que todos os que participaram nesta Recepção, especialmente os nossos novos colegas, tenham ficado com a recordação de momentos inesquecíveis e com a sensação de que se estão verdadeiramente a integrar no espírito académico da Universidade do Minho.
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INQUÉRITO
O que achaste da Recepção ao Caloiro ‘10 ? O que é que achaste do concerto do Pedro Abrunhosa? Nada de especial. Bastante parecido com os outros anos. Nada de inovador. E já agora, dos Anaquim que tocaram no mesmo dia? Sim, gostei muito. Tanto eu como os meus colegas não conhecíamos a banda mas gostamos imenso. O que é que achaste do cartaz em geral? Bom. Acho que foi uma boa surpresa tirar o Quim Barreiros e pôr o Toy. Foi uma boa aposta da AAUM. Inicialmente não pensei que fosse ter tanto sucesso quanto isso, mas a verdade é que eu e os meus colegas de curso gostamos imenso do concerto! E em relação ao ambiente? Acho que é muito bom a AAUM deve promover eventos assim. Não só pelo facto de os estudantes quererem festa, mas porque também promove a união entre os estudantes minhotos. Basta olhar para os alunos em geral que nos restantes dias não saem e hoje estão aqui. Ricardo Costa 2º ANO // Geografia e Planeamento
Rui Cunha 1º ANO // Economia
O que é que achaste do concerto do Pedro Abrunhosa? Não tropeçou, por isso, não teve piada. O que achaste do cartaz em geral? Esteve um pouco fraco. Penso que falta aqui uma boa banda como os Blasted Mechanism para animar o pessoal e o pôr a saltar. Está um pouco morto embora o ambiente estudantil compense. E em relação ao ambiente? Muito bom… Eu vim pelo ambiente, não pelo cartaz. É engraçado ver doutores, caloiros e cardeais a socializar e a divertirem-se juntos. Acho que é uma boa maneira de fomentar a união entre os estudantes. Correspondeu às tuas expectativas? A nível de ambiente sim, a nível de cartaz nem por isso.
O que achaste do concerto de Pedro Abrunhosa? Foi muito bom. Acho que muita gente aderiu e penso que é interessante a maneira como ele consegue cativar os alunos. Penso que para o último dia podiam ter posto outra banda. Mas gosto do estilo de música dele. Como ele tem um novo álbum com novas músicas penso que é importante ser lançado não só para uma faixa etária mais velha mas para uma mais nova também. O que é que achaste do cartaz em geral? Penso que o ano passado foi melhor. Este ano não deixa de ser bom devido ao facto de ter muita variedade o que, na minha opinião é muito importante. E em relação ao ambiente? A Universidade do Minho foi dos melhores ambientes que eu já encontrei! Já fui a eventos académicos de outras faculdades mas o Minho é um ambiente único. Aqui consegue sentir-se o verdadeiro espírito universitário! Pedro Silva 1º ANO // economia
Filipa Faria 3º ANO // Educação
O que achaste do concerto do Pedro Abrunhosa? Está a superar as minhas expectativas, não estava à espera de um concerto tão bom. E já agora, dos Anaquim que tocaram no mesmo dia? Não conhecia, mas gostei bastante. Acho que a banda foi muito bem escolhida e acolhida pelo público! O que é que achaste do cartaz em geral? Apesar de só ter vindo ontem e hoje, penso que está dentro do normal, não fugiu muito àquilo que tem sido nos outros anos. E em relação ao ambiente? Como é o meu último ano estou a viver as coisas de maneira diferente, o meu sentimento é diferente. Quando se sente que é o último ano penso que se vivencia mais, talvez mais do que os caloiros. Mas claro, há sempre aquele ambiente académico geral. Correspondeu às tuas expectativas? Sim. Por vezes o que importa é o grupo de amigos com quem se está.
RITA VILAÇA riiita_@hotmail.com
O ACADÉMICO esteve na passada semana, uma vez mais, junto dos estudantes. E onde estiveram grande parte dos mesmos? É claro, na Recepção ao Caloiro. Fomos (vestidos de macacos) e juntámo-nos à festa tentando perceber qual a opinião de muitos daqueles que se divertiram ao longo de três dias. A opinião foi unânime... As apostas da AAUM foram positivas e (váse lá saber o porquê) Toy foi aquele que deu mais espectáculo e proporcionou mais momentos de animação. Anaquim foram a surpresa para quem viu os concertos e, no meio da festa, ainda houve espaço para um Abrunhosa que arrebatou emoções fortes. É disto que se faz a festa dos estudantes do Minho…
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REPORTAGEM
“É um filme estranho” Ângela Coelho angelacoelho72@hotmail.com RITA VILAÇA riiita_@hotmail.com
Normalmente, nos cinemas comerciais, as pessoas não estão habituadas a ouvir textos, estão habituadas a ouvir barulhos, acções e a ver três mil planos. Este é um filme de poucos planos que precisa de atenção” afirma o realizador, “nestes teatros, nestas salas magníficas, o cinema cresce, eleva-se. Isto é bom para mim, é bom para o Pessoa, é bom para as pessoas e é bom para o cinema”, conclui. O filme conta com a participação de Cláudio da Silva que desempenha o papel de Bernardo Soares e ainda Pedro Lamares como Fernando Pessoa. Após esgotadas as exibições em Lisboa, no CCB (de 29 de Setembro a 3 de Outubro) e no Teatro Nacional de S. João, no Porto (de 7 a 9 de Outubro), o realizador português revela que tem tido uma boa crítica em geral. O “Filme do Desassossego” tem sido exibido como se de uma estreia se tratasse, contando com a presença do realizador. As sessões, que na sua maioria terão um ca-
O cineasta, também autor de “Corrupção”, retribuiu o carinho de todos os presentes
Luís Costa
Botelho apreciou esta máquina de projecção a carvão pertencente ao Theatro Circo
Luís Costa
Foi na passada sexta-feira que João Botelho trouxe ao Theatro Circo o “Filme do Desassossego”, inspirado no “Livro do Desassossego” de Bernardo Soares, um quase heterónimo de Fernando Pessoa, uma vez que, segundo o realizador, tem um tipo de vida que se confunde com o próprio Pessoa. O ACADÉMICO assistiu à estreia do filme e esteve à conversa com o cineasta, João Botelho, que antes da exibição do filme fez uma breve apresentação para o público presente. Botelho começa por dizer que gosta mais das ideias do que das coisas, mas “as ideias são muito difíceis às vezes de transportar para os ecrãs.” Para o realizador, o cinema não são histórias, “o cinema é a maneira de filmar as histórias, é um pon-
to de vista sobre as coisas.” O cineasta e também argumentista acredita que o “Livro do Desassossego” é “um tratado para se sonhar bem” e é o próprio Soares que procura ensinar as pessoas a sonhar. “É um filme estranho”, conclui Botelho. Com a sessão da noite esgotada, o Theatro Circo considera que este projecto se trata do interesse público e de defesa da cultura portuguesa. “Por isso é que eu ando neste circuito, que é para fazer o maior número possível de pessoas. Não são espectadores, são pessoas. Pessoas iguais a mim ou perto de mim” confessa o cineasta, continuando: “Eu com isto vou fazer 50 mil, ou 60 mil espectadores. Já tenho 70 sessões marcadas em teatros parecidos com este, mas não tão bonitos”. Incorporado no Ciclo de Cinema do Theatro Circo, João Botelho escolheu cineteatros ao invés de salas de cinemas comuns para exibir o seu filme. “Este filme é uma longa-metragem que respeita muito o texto.
rácter duplo, uma para o público em geral e outra para o público estudantil que, incentivado pelos professores de Português, assiste ao filme que retrata parte do universo de Pessoa que conhece bem das aulas. Teresa Viana é professora de Português do 12º ano e veio acompanhada por algumas alunas. A docente espera que os seus alunos percebam melhor “as várias almas que Fernando Pessoa já lhes mostrou que tem”. Teresa Viana não parou de tecer elogios ao filme: “achei que está lindíssimo, em termos de fotografia está fantástico, tem imagens fabulosas, a própria banda sonora que acompanha o filme está muito boa.” Com o apoio do Ministério da Cultura, RTP, Câmara Municipal de Lisboa e Gulbenkian e classificado pelo IGAC como “um filme de qualidade”, o “Filme do Desassossego” é rotulado pelo seu realizador como uma longa-metragem “não co-
mercial”. Nestes tempos de crise, João Botelho defende a autenticidade da arte cinematográfica, afirmando que “o cinema é muita coisa, não é só uma. Posso gravar durante duas horas as folhas de uma árvore a mexer, e é um filme. O problema de hoje é a incapacidade das pessoas de se concentrarem”. Tecendo uma crítica ao cinema português e ao cinema em geral, Botelho diz que há que combater a tendência “descartável” dos filmes. “Eu sei que o cinema tem um pecado original: sempre foi comércio, nunca foi uma arte pura, é um negócio. Mas durante muito tempo, colegas meus foramse libertando da ganga do comércio e tentando fazer uma arte” defende o cineasta. Para aqueles que desejem ser “desassossegados”, o filme estará em exibição dia 22 na Figueira da Foz e dia 29 de Outubro no Cineteatro de Estarreja.
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
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twittadas
Cláudia Fernandes claudia7745@hotmail.com
Quer ler a Wikipédia? Vai demorar 14 anos Se pretende ler toda a versão inglesa da Wikipédia demorará 14 anos, se não parar para comer nem para dormir e a sua média de leitura for de 300 palavras por minuto. Se parar para alimentar-se e descansar pode demorar o dobro do tempo. A Wikipédia tem mais de 3,4 milhões de artigos, mas este número depressa pode ser ultrapassado, uma vez que está em constante actualização. Se
fosse transformada em livro, a enciclopédia teria cerca de 1450 volumes, com 1,6 milhões de palavras cada. Crianças americanas ainda não nasceram e estão no Facebook Cerca de 90% das crianças americanas, com menos de dois anos, já estão representadas na internet. Um estudo promovido pela empresa de segurança digital AVG revela que os pais colocam na internet imagens do exame prénatal e criam perfis em redes sociais que poderão ser usados futuramente pelos filhos.
Trata-se de um “nascimento digital” que ocorre maioritariamente ao 6º mês de gravidez. JR Smith, presidente executivo da AVG, alerta para a exposição da privacidade em sites como o Facebook. «É preciso estar atento às opções de que permitem controlar as informações disponíveis. Caso contrário, os dados podem chegar às mãos de desconhecidos», conclui o executivo. Microsoft apresenta Windows Phone 7 A Microsoft apresentou o novo sistema operativo móvel, o
Windows Phone 7, que poderá ser uma das últimas oportunidades para vingar neste segmento. As principais diferenças em relação às plataformas rivais são os ícones maiores e dinâmicos que tornam a navegação mais intuitiva. O Windows Phone 7 permite integração de serviços Windows com as aplicações do Office, os conteúdos da consola Xbox 360, e a garantia de acesso ao Xbox Live. A chegada da versão portuguesa do sistema operativo móvel está prevista para 2011, mas a versão inglesa deverá chegar antes do Natal.
No futuro já não vai precisar de conduzir A experiência foi realizada nas ruas da Califórnia, Estados Unidos, onde o carro desenvolvido pelos engenheiros da Google já percorreu mais de 220 mil quilómetros sem auxílio de condutor. O veículo está equipado com câmaras e sensores que permitem contornar objectos ao longo do percurso e a viatura ainda não registou qualquer falha. O principal fundamento desta experiência é procurar reduzir o número de mortes na estrada para metade.
liftoff apresenta... Segue-nos nas redes sociais
> 1 de OUTUBRO ‘10 Decorreu a formação “Empreendedorismo na Euro-Região Norte de Portugal/Galiza”;
Na passada segunda-feira, dia 18 de Outubro, o Liftoff apresentou-se num colóquio subordinado ao tema “RUMOS a Empreender: O Empreendedorismo na prevenção da Pobreza e Exclusão Social”, organizado pela IDEIA +, mais concretamente o Gabinete Rumos - Emprego, Formação e Qualificação. O tema do colóquio surgiu da necessidade de informar os cidadãos acerca das estratégias existentes, das alternativas de combate ao desemprego e consequentemente à exclusão social. Para além da nossa presença a mesa contou também com a participação da REAPN/ Montepio Geral e ENDU. O Liftoff volta a associa-se à parceria estabelecida entre a Run Vision e o IEFP, ao promover o curso “Empreendedorismo na Euro-Região Norte de Portugal / Galiza”. A formação irá decorrer no próximo dia 4 de Novembro
>4 de NOVEMBRO ‘10 Curso “Empreendedorismo na Euro-Região Norte de Portugal / Galiza”. Guimarães;
>9 de NOVEMBRO ‘10 Abertura oficial do Gabinete do Empreendedor AAUM - LIFTOFF
na Sala do Centro de Emprego de Guimarães (Av. Alberto Sampaio), em Guimarães, das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30. Ao todo, é composta por um dia (3h+3h) em sala e, posteriormente, por formação online orientada pelos respectivos formadores. A participação é totalmente gratuita mas o número de participantes para esta iniciativa encontra-se limitado às primeiras 15 inscrições completas. As inscrições podem ser realizadas através do Gabinete de Apoio ao Aluno da AAUM de Guimarães ou para o email liftoff@aaum.pt, sendo necessário o preenchimento da ficha de inscrição e a entrega de elementos de identificação pessoalNão se esqueçam, deixem-nos as vossas sugestões. Mais informações em: www.aaum.pt ou através do email: liftoff@aaum.pt
> 29 de NOVEMBRO ‘10 Término das inscrições “IdeaLab”;
> 3 de DEZEMBRO ‘10 Limite de entrega de Candidaturas “Atreve-te 2010”
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PÁGINA 15 // 19.OUT.10 // ACADÉMICO
Olha mãe, estou nas redes sociais! João Rodrigues jporodrigues@hotmail.com
De acordo com um estudo coordenado pela empresa de antivírus e segurança online AVG, estão actualmente presentes online 82% de crianças com idade inferior a 2 anos. A liderar a lista dos países onde foi levado a cabo este estudo, encontram-se os E.U.A. Neste 92% das mães inquiridas admitiram a colocação de fotos dos filhos. Segue-se a Nova Zelândia: 91% das questionadas afirmaram a presença online dos filhos. Empatados em terceiro lugar surgem o Canadá e a Austrália (84%). Os bebés japoneses são os que têm menor representação online (menos de 50%). O mesmo estudo apura ainda que, na maior parte dos casos, não são os pais a co-
locar imagens dos filhos na internet (apenas 33% o confirmaram), mas são os familiares e amigos, provocando problemas de privacidade. Os investigadores acautelam, se as fotos ocorrerem (por exemplo) no Facebook, para a necessidade de se configurar as definições de privacidade, de modo a restringir o acesso às fotos a indivíduos que não sejam familiares e/ou amigos.
82% das crianças com menos de 2 anos estão online, o que pode provocar problemas de privacidade
Permitido adormecer ao volante Goreti Faria goreti.fcs@gmail.com
Um dia, quando estiver a conduzir, olhar para o lugar do condutor do carro que ultrapassa o seu e não vir ninguém, não se preocupe, ainda não endoideceu – de acordo com a Google, carros capazes de se conduzirem a si mesmos são o futuro das estradas. E parece que o futuro está aqui: no início deste mês, desde São Francisco até à Califórnia, um carro sem condutor andou lado a lado com carros “tradicionais” no meio de um trânsito atarefado. Desenvolvido ao abrigo da Google, o projecto foi pensado por Sebastian Thrun, director do Laboratório de Inteligência Artificial de Standford e engenheiro da Google. Desde o ponto de partida, mais de 225 mil
O objectivo do projecto é reduzir o número de acidentes de viação quilómetros foram percorridos por um carro ao volante de um carro e são já sete os carros capazes de se auto-conduzirem, todos eles devidamente apelidados, capazes de se ajustarem a diferentes personalidades (desde cauteloso até agressivo), viajar dentro dos limites de velocidade e avisar os passageiros da aproximação de
curvas e outros obstáculos. Vantagens? Segundo publicação de Sebastian Thrun no blogue oficial da Google, o objectivo do projecto é reduzir os acidentes de viação, aumentar o tempo disponível das pessoas e amenizar as emissões de dióxido de carbono. Quem não vai achar piada são os motoristas.
Final Fantasy XIV Online “An era of hope in a time when shadows of uncertainty loom ever closer.” FRANCISCO VIEIRA dmvieira04@hotmail.com
Final Fantasy XIV Online é o mais recente título da aclamada Square-Enix. Na senda de Final Fantasy XI, este novo FF é online, um MMORPG (massively multiplayer online role-playing game). No entanto, desenganem-se os amantes da saga FF, pois este novo jogo da Square padece de muitas anomalias. Apesar da sua magnificência gráfica, Final Fantasy XIV sofre de um terrível interface, muito difícil para qualquer joga-
dor. Ao contrário de muitos outros MMORPG existentes no mercado dos videojogos, Final Fantasy XIV é mais para jogadores casuais, onde não importa tanto as horas diárias passadas no jogo. Um dos pontos fortes do jogo é o sistema de crafting (a.k.a. profissões). Em termos de classes Final Fantasy XIV possui um enorme e bem elaborado leque de opções, de entre as quais se destacam: gladiador, pugilista, pescador, mineiro, carpinteiro, cozinheiro, etc. Estas classes encontram-se divididas em 4 “disciplinas” (Disciples of War, Disci-
Final Fantasy XIV sofre de um terrível interface, muito difícil para qualquer jogador ples of Magic, Disciples of the Land, Disciples of the Hand). Embora seja dotado desta variedade de opções, Final Fantasy XIV Online tem tido uma recepção bastante negativa a nível mun-
dial, sendo as críticas mais comuns o interface, o repetitivo sistema de missões e bugs gráficos. Final Fantasy XIV mostrou-se um pouco aquém das expectativas. Recomenda-se porém, mas só
aos fãs mais “hardcore” da saga. Disponível para PC, chegando à PS3 apenas em 2011. Site Oficial: http://www.finalfantasyxiv.com/
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cine rum: «Les Regrets - Arrependimentos»
CULTURA
Abandonos e obsessões Valeria Bruni Tedeschi e Yvan Attal, uma dupla sedutora
Pode uma “velha” ter, apenas, seis anos? JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt
E a resposta é: sim. O estaleiro cultural Velha-a-Branca fez seis anos este fim-de-semana. Seis anos cheios de luta, de conquistas, de sonhos e realizações. E, a partir de agora, venham mais seis, e mais seis, e seis... Na era da propalada “democratização da cultura”, onde ela parece chegar a (e estar em) todos os lados, colar-se a todos os quadrantes sociais, dos mais pobres aos mais ricos, dos mais “cultivados” aos menos interessados, ter um espaço “cultural” de portas abertas, com um serviço de cafetaria e uma galeria para exposições temporárias pode ser algo “banal” (“mais um!”, podem pensar todos aqueles que vivem em grandes cidades).
Será “banal”, concordamos, mas se falarmos em cidades cosmopolitas como Nova Iorque, Londres, Barcelona ou mesmo na portuguesa Lisboa. Mas em Braga, onde tudo parece nascer e morrer no mesmo tempo, manter um projecto cultural “eclético, multifacetado e de contínua programação” é de louvar. E foi por isso (e não só, e porque juntar amigos para uma festa parece ser o “pão nosso de cada dia” e porque as datas festivas servem para isso e muito mais...), que a Velha-a-Branca comemorou, de forma contida, os seis anos de vida este fim de semana. Com os amigos, com os desconhecidos. Com bolo. Com música. Cidade com “potencial” Tudo surgiu há seis anos, “quando o Theatro Circo ainda não estava no activo, quando as coisas eram muito diferentes na cidade de Braga”. João Araújo, da Velha-a-Branca, desven-
da que a premissa dos seis amigos (seis amigos, seis anos, que coincidência!) era “abanar um bocadinho a cidade”. Apesar de, no início, não terem a noção do que, seis anos depois, isto hoje seria – um dos espaços culturais mais procurados da cidade -, sempre sentiram que a cidade “tinha potencial para arrancar com um projecto daquela ordem”, diz João Araújo. “E ainda bem que arrancaram!”. E hoje, seis anos volvidos, a Velha-a-Branca é tudo menos velha – e a piada é tão fácil de ser feita! “Tentamos coordenar sua programação com aquilo que os públicos mais procuram”. Por isso uma aposta forte na bolsa de formadores e nos cursos que a instituição leva a cabo, quase sempre com lotações esgotadas. “Sem apoios financeiros camarários mas com o apoio de diferentes estruturas, como a RUM”, a Velha é um projecto consumado. Com caminho para andar. “Feito com muito orgulho”, conclui João Araújo.
Velha-a-Branca comemora seis anos de activida
ade
CULTURA PÁGINA 17 // 12.OUT.10 // ACADÉMICO
CÁTIA CASTRO catia.castro@rum.pt
Hitchcock dizia que as cenas de amor deveriam ser filmadas como se fossem homicídios. Cédric Kahn levou o conselho à risca no seu novo filme, «Les Regrets - Arrependimentos». Mathieu e Maya reencontram-se. Ela, acompanhada pela família, finge não o conhecer na rua, mas passadas algumas horas liga-lhe para marcar um encontro. Não tarda caem nos braços um do outro. Mas tal como o nome do filme indica, há arrependimentos no ar. Uma paixão interrompida por um atraso de duas horas e um amante que desaparece sem deixar rasto explicam o passado de
cd rum: Deerhunter (2010 )
Deerhunter – Halcyon Digest PAULO SOUSA paulo.sousa@rum.pt
Lançar um disco com a etiqueta da 4AD depois de 3 trabalhos com editoras independentes, é o mesmo que passar a jogar no Real Madrid ou no Manchester United. Que o digam os Deerhunter que voltam a surpreender, e muito, com este Halcyon Digest. Originários de Atlanta, nos Estados Unidos, formaramse no ano da queda das torres, e foram fruto do desejo de Bradford Cox, guitarrista e vocalista que na altura tinha 19 anos. Brad é conheci-
do pela sua excentricidade; sofre de Síndrome de Marfan, uma desordem do tecido conjuntivo caracterizada por membros anormalmente longos. A somar a esta evidente característica, costuma aparecer em palco vestido com vestidos velhos e justos. Mas deixemo-nos de futilidades e vamos ao que interessa. «Halcyon Digest» é um disco imprescindível a qualquer viciado na música indie anglo-saxónica. Com temas claustrofóbicos mas relaxantes, introspectivos mas com esperança, este disco surpreende-nos a cada audição. Quando nos sentimos em ambientes soturnos e depressivos, a faixa seguinte leva-nos para relvados verdes com cães e bolas a saltar. Mas logo a seguir volta a dizer-nos «i don’t wanna wake up, no». Depois... Depois atira-nos um tema mais épico, a lembrar a escola canadiana. Ouve e comprova.
agenda cultural BRAGA Teatro 18 de Outubro “O Quadro Negro” Theatro Circo Música 19 de Outubro Terry Riley Theatro Circo 23 de Outubro XV Trovas Theatro Circo
rum box TOP RUM - 41 / 2010 15 OUTUBRO
1 BUNNYRANCH - Where am I? Where are you? 2 PEIXE AVIÃO - No jogo da quimera 3 MÃO MORTA - Novelos da paixão 4 PELTZER - A story to tell me 5 OS GOLPES - Vá lá senhora
24 de Outubro Sons do Conservatório – Calouste Golbenkian Theatro Circo Dança 22 de Outubro Otango – The Ultimate Tango Show Theatro Circo
ambos. Em registo de thriller policial, o filme segue os encontros e desencontros do par romântico, que se deixa aos poucos mergulhar numa relação devastadora e que por vezes chega a ser ridícula. Uma história de amor banal, mas que convence na forma como explora a intensidade dos sentimentos destas duas personagens, interpretadas por Yvan Atall e Valeria Bruni Tedeschi. Philip Glass também dá uma pequena ajuda na banda sonora, que guarda ainda espaço para Nina Simone. Do mesmo realizador de “Tédio”, “Arrependimentos” enquadra-se na vaga de filmes franceses que se centra nas estórias de casais burgueses. Mais um rendez-vous com o cinema francês e nada mais do que isso.
FAMALICÃO Cinema 21 de Outubro Noites do Cineclube: O segredo dos seus olhos Casa das Artes Música 22 de Outubro Jazz na Fundação Fundação Cupertino randa
Mi-
GUIMARÃES
BARCELOS
Dança 23 de Outubro Local Geographic - Rui Horta CCVF
Música 22 de Outubro Diabo na Cruz Auditório S.Bento Menni Subscuta
6 CLÃ - Golden skans 7 NATIONAL, THE - Bloodbuzz ohio 8 ARCADE FIRE - The suburbs 9 B FACHADA - Os discos do sérgio godinho 10 PAUS - Pelo pulso 11 GRIZZLY BEAR - Two weeks 12 BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB - Conscience killer 13 BALLA - Ao deus dará 14 GORILLAZ - Stylo 15 LCD SOUNDSYSTEM Drunk girls 16 SLIMMY - Be someone else 17 JÓNSI - Boy lilikoi 18 DIVINE COMEDY, THE - At the indie disco
19 BEACH HOUSE - Norway 20 DEAD WEATHER, THE - Die by the drop
POST-IT 18 Outubro > 22 Outubro NUNO PRATA - Mais um belo dia BEST COAST - Boyfriend MYSTERY JETS - The girl is gone
PÁGINA 18 // 12.OUT.10 // ACADÉMICO
DESPORTO SCBraga/ AAUM vence o primeiro duelo de candidatos EDUARDO RODRIGUES e_du_rodrigues@yahoo.com.br
A formação do SCBraga/ AAUM realizou, no passado sábado, a primeira partida oficial perante os seus adeptos. O adversário foi o Viseu Futsal, equipa que assumiu, a par dos bracarenses, o propósito de lutar pela ascensão à 1ª Divisão Nacional. Desta forma, estava aqui em causa não só os três pontos, como também, o consolidar do bom início de época que os minhotos têm realizado. Por um lado, não fizeram parte do lote de jogadores para esta partida, o guarda-redes Hélder, além de Peixoto e Zé Rui. Por outro lado, o cinco inicial repetiuse, com Pli na baliza, André Machado, Fabrício, Pedrinho e Faria. Os arsenalistas entraram algo nervosos no encontro e, à medida que as oportunidades de golo criadas não eram concretizadas, a ansiedade da equi-
pa aumentava ainda mais. Os viseenses limitavam-se a explorar as transições ofensivas e, numa delas, aos 8 minutos, colocaram-se à frente do marcador. A partir daí, a contenda só se disputou no campo de defesa do Viseu Futsal, com estes a defenderem de maneira completamente recuada. Porém, a sorte parecia não estar ao lado dos nossos e a primeira metade terminou com a vantagem forasteira. A segunda parte reservou muita emoção e futsal de grande qualidade, num jogo digno de verdadeiros candidatos. A pressão bracarense permaneceu, contudo, aos 23 minutos, num lance fortuito, André Machado introduziu a bola na própria baliza. A desvantagem não abateu o SCBraga/AAUM, pelo contrário, parece ter dado um novo ânimo aos pupilos de Pedro Palas. Assim, finalmente, seguiuse a eficácia minhota. Aos
25 minutos, Pedrinho reduziu para 2- 1 e, dois minutos mais tarde, Fabrício estabeleceu o empate. Os visitantes não conseguiram reagir e, aos 30 minutos, Serginho colocou a equipa em vantagem (3-2). Faria ainda marcou por duas vezes, nos minutos 33´ e 37´, dilatando o placar para 5-2. Os viseenses apostaram as últimas fichas na utilização de um guardaredes avançado e ainda conseguiram mais dois golos. No entanto, o tempo já era escasso e a vitória arsenalista, por 5-4, tornou-se intocável e justa. Concluídas as primeiras duas jornadas, o SCBraga/ AAUM e a Farlab lideram a competição com 6 pontos conquistados. No próximo sábado, o conjunto minhoto jogará novamente em casa. O adversário será o vizinho Nogueiró, que conta com 3 pontos amealhados até ao momento. A partida realizase às 17h30.
Pavilhão de Gualtar e Azurém retomam actividades físicas CARLOS REBELO c.covasr@gmail.com
Está de volta o desporto universitário aos pavilhões da Universidade do Minho. Desde o dia 20 de Setembro que já se trabalha nas várias modalidades que a academia oferece aos seus alunos. Os estudantes que estejam interessados devem-se dirigir ao pavilhão de gualtar ou de azurém e obter informações detalhadas sobre a modalidade que queiram praticar, podendo optar por várias modalidades/ actividades físicas, entre as quais: Andebol, Atletismo, Futebol 11, Futsal, Balneoterapia, Basquetebol, Capoeira, Danças de Salão, Danças, Hapkido, Judo, Karaté Shotokan, Kick Boxing, Massagem Terapêutica, Megaboxing, Musculação e CardioFitness, Natação, Pilates, Actividades de Ritmo, Pólo aquático, Rugby, Ryu Jitsu, Shiatsu, Squash, Golf, TaekwonDo, Ténis, Ténis de Mesa, Viet Vo Dao, Voleibol, Xadrez, Hata –Yoga, Swasthya Yôga entre outras. Na vertente mais competitiva, os melhores da modalidade representarão a Universidade do Minho e a Associação Académica Universidade do Minho em torneios universitários, tendo em vista a qualificação para os Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s). Este conjunto de actividades e gestão dos espaços desportivos da Universidade do Minho está a cargo do Departamento de Desporto e Cultura (DDC), com responsabilidade na dinamização cultural e desportiva, em cooperação com a Associação Académica. O DDC e a Associação Académica pretendem que os alunos adiram e desfrutem de todos os espaços que a universidade disponibiliza, e que tenham o maior leque de opções de nível desportivo e cultural para os tempos livres.