“Nova sede da AAUM avança este ano lectivo e ficará na entrada oeste do campus de Gualtar” Regresso ao Theatro Circo com “balanço positvo”
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XV TROVAS
Reportagem
OTango
“Tudo o que eu fizer, vou ter de fazer diferente”
Sensualidade, ritmo, tentação, sapatos vermelhos, vestidos justos, violinos e acordeões… Foi na passada sexta-feira que o Theatro Circo dançou com toda a intensidade do tango argentino no espectáculo “Otango”. Directamente de Buenos Aires, Otango dança uma trágica história de amor. Com mais de dez bailarinos de renome internacional, o espectáculo contou com dois actos e cinco cenas.
Página 17 “I’m a creative from Brazil”. Foi esta a frase que deu o mote a André Rabanea, especialista em Marketing de Guerrilha, para lançar o workshop que deu na Universidade do Minho no âmbito de uma iniciativa conjunta entre o Grupo dos Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e a Associação de Estudantes de Gestão.
Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 133 / ANO 5 / SÉRIE 3 TERÇA-FEIRA, 26.OUT.10
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Foi no passado dia 23 de Outubro que se realizou mais um festival de tunas femininas organizado pela Gatuna, o XV Trovas. Sob o tema da dança, a Tuna Feminina Universitária do Minho decidiu voltar ao palco que as viu nascer: o Theatro Circo. No final do festival as pessoas mostraram-se satisfeitas com o que viram e o balanço foi positivo.
SEGUNDA PÁGINA 26.OUT.10 // ACADÉMICO
BARÓMETRO
EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
Presença significativa de estudantes na RGA Cerca de 300 alunos passaram pela RGA da passada semana. Um número que tem sido recorde nos últimos tempos. Esta presença, ladeada da presença de mais de 500 estudantes na entrega do cheque simbólico no Governo Civil, significa que os estudantes estão atentos e unidos.
“Gatunas” de volta ao Circo O XV TROVAS voltou ao Theatro Circo. E voltou com toda a força, profissionalismo e irreverência. Numa sala praticamente cheia, foram muitos os que tiveram o prazer de ver em acção aquilo que de melhor se faz na cultura universitária. Parabéns aos intervenientes e sobretudo às que organizaram mais um TROVAS.
Insegurança nas imediações da Universidade do Minho Parece que o velho “problema” voltou. Os relatos de estudantes assaltados perto da Universidade do Minho sucedem-se. É tempo de algo se fazer no sentido de acabar com este “cancro” nas imediações do campus. Posto da PSP, mais patrulha, detenções reais podem ser a chave? Não?
DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
EDITORIAL
Esta semana celebra-se um ano da tomada de posse do Reitor da Universidade do Minho, Prof. António Cunha. A data é marcada pelo ACADÉMICO e RUM através de uma grande entrevista. O balanço deste primeiro ano é, no seu entender bastante positivo. Incrementaram-se políticas de proximidade, não só com os estudantes (o motor e razão de ser de uma universidade), como também das duas cidades que acolhem os campi universitários. As cidades e toda a comunidade só têm a ganhar com esta preocupação, uma vez que a Universidade do Minho é um pólo inquestionavelmente dinamizador numa região enfraquecida e empobrecida, mercê da complicada e preocupante situação social. Na entrevista realizada nos estúdios da RUM, de muito se falou. Regime fundacional na UM, Acção Social, Provedor do Estudante, Conselho Cultural e... A nova sede da AAUM. Depois de “espremidas” as palavras de António Cunha, parece-me que está para muito breve o avanço desta obra essencial que irá dotar os estudantes de condições de serviços que irão facilitar, em muito, o seu percurso e sucesso académico. Há anos... Há anos que este é um anseio da direcção da AAUM que vai amealhando (ao bom jeito das poupanças para comprar uma prendinha para si próprio), dizia eu, vai amelhando, ao longo dos anos, uns bons milhares de euros que poderão dar uma “ajudinha” para se lançar uma primeira pedra. Agora é tempo de pressionar as entidades regionais para a importância desta obra. É tempo de aparecerem parceiros fortes que tragam mais do que o betão e o cimento para a construção de tão nobre casa... A futura casa de todos os estudantes e de todos aqueles que, como eu, respeitam e tentam, diariamente, dar o contributo para que a Universidade se afirme cada vez mais na região, no país, na Europa e no Mundo. Fica o apelo para quem me quiser ouvir. Ainda esta semana, no ACADÉMICO, falamos do Orçamento do Estado que teve discussão adiada para inícios de Novembro. A cultura é que não está adiada e volta a estar em foco no nosso jornal. OTango e Trovas mereceram, esta semana, uma cobertura in loco. O primeiro encheu de romantismo e sedução o Theatro Circo. O segundo, voltou a exaltar a cultura académica numa das mais bonitas salas de espectáculos em Portugal. O Trovas voltou ao Theatro e, digo eu, voltou com toda a força. Faça-se a cultura, faça-se o desporto, investigação e inovação... Faça-se! Se o país não faz por nós., façamos nós algo por ele. Por fim, digo-vos que o ACADÉMICO cresceu. Tem agora 24 páginas, logo, mais informação para toda a comunidade académica e é neste figurino que voltamos para a semana, até lá.
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 26 Outubro 2010 / N133 / Ano 5 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Ana Sofia Dias, Ana Sofia Machado, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Cláudia Rêgo, Cristina Silva, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Eduardo Rodrigues, Filipa Barros, Filipa Sousa, Franscisco Vieira, Goreti Faria, Goreti Pêra, Iolanda Lima, Joana Gramoso, José Lopes, Lucilene Ribeiro, Maria João Quintas, Neuza Alpuim, Patrícia Painço, Rita Vilaça, Sara Pestana, Sofia Borges, Sónia Ribeiro, Sónia Silva, Tânia Ramôa e Vânia Barros // COLABORADORES: Cátia Castro, José Reis, Elsa Moura // GRAFISMO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@ rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
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LOCAL “Noites do Conhecimento” arrancaram na quinta-feira Cátia Alves catia_gomes_alves@hotmail.com
A Associação Comercial de Braga (ACB), em parceria com a Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, promoveu uma iniciativa vanguardista – as “Noites do Conhecimento – Marketing, Estratégia e Espírito Empresarial”. Esta iniciativa vem ao encontro do projecto “Braga, o comércio está no centro” e iniciou-se no passado dia 21 de Outubro, quinta-feira. Com tal projecto pretendese, como adiantou o pre-
sidente da ACB à comunicação social, “criar uma comunidade empresarial aprendente capaz de fomentar a qualificação, a criatividade e a inovação nos negócios”. Macedo Barbosa acrescentou ainda que “num ambiente de partilha de conhecimento e de experiências, pretende-se ainda motivar as empresas e os seus profissionais a serem exemplos de excelência, boas práticas e de inovação nas actividades e negócios que desenvolvem”. Reiterou ademais que quem não for capaz de valorizar o conhe-
cimento sobre os factores críticos de competitividade dificilmente irá conseguir competir num mercado que está em constante mudança e que é cada vez mais exigente. Afiançou ainda que há a necessidade de “ser capaz de perceber e antecipar as mudanças para, de uma forma consciente e pró-activa, se minimizar o risco da incerteza associado a cada negócio”. Rematou dizendo: “ só temos a ganhar com esta parceria”. Na verdade, este ciclo de seminários contribui indelevelmente para o reforço
do conhecimento e da capacidade empreendedora das empresas e dos colaboradores. José Carlos Pinho, director do Centro de Investigação em Marketing e Estratégia da EEG (o Imarke), olha para esta iniciativa como um desafio. “A missão do nosso centro é claramente o desenvolver e promover pesquisa na área do marketing, por isso, aqui vamos tentar aplicar o conhecimento técnico a um contexto mais prático, oferecendo o melhor conhecimento às pessoas e às empresas”, afirmou.
Também o director do Imarke considera que esta aposta é vencedora, que poderão ajudar a comunidade empresarial a inovar e a aprender, o que é fundamental para o sucesso do negócio. A EDIGMA também não quis ficar de fora deste projecto e estará responsável pela criação e desenvolvimento do site “ACB Conhecimento” que irá funcionar como uma plataforma de partilha de informações e conhecimentos nas “Noites do Conhecimento”. Este projecto decorrerá até Junho de 2011.
Guimarães, a sede da tecnologia de software? Diana Sousa diana_sous@hotmail.com
O Instituto de Tecnologia de Software da Universidade das Nações Unidas (ITSUNU) anda à procura de um parceiro na Europa e a cidade de Guimarães pode vir a ser a cidade escolhida para a fixação de um novo pólo de software da Universidade das Nações Unidas (UNU). O director do ITSUNU, Zhiming Liu, afirmou que o instituto reconhece “a qualidade de investigação da Uni-
versidade do Minho” e que está “realmente interessado em estender a colaboração no âmbito da investigação em software”. O ITSUNU, sediado em Macau, estuda tecnologia de software e há mais de dez anos que colabora com o departamento de informática da Universidade do Minho (UM). Esta articulação já existente pode facilitar a concretização de uma nova parceria: criar uma extensão do ITSUNU em Guimarães. Este instituto gémeo em formação informática seria
responsável por programas de formação em pós-graduação, sendo o corpo de docentes partilhado entre a UNU e a UM. Dedicar-seia ainda à investigação em áreas relevantes para os países em desenvolvimento, por exemplo, certificação de software livre e sistemas de apoio à saúde. Até 2012 a estratégia de crescimento da UNU privilegia, de facto, a criação destas parcerias de modo a promover a partilha de conhecimentos entre investigadores. E, tal como frisa Luís Barbosa, docente
de informática na UM, esta hipótese de Guimarães acolher um instituto gémeo do ITSUNU é “um reconhecimento internacional do prestígio da UM, e da qualidade de investigação e da formação pós-graduada do departamento de informática.” Luís Barbosa, afirma que, entre a UNU, a academia do Minho e a própria autarquia local de Guimarães, há “bastante abertura” e tudo aponta para que as negociações em curso sejam um sucesso. O docente salienta que
um novo pólo de software em Guimarães será “uma boa oportunidade para a investigação e para a informática” e, consequentemente, para o desenvolvimento de toda a região Minho. Tratase da possibilidade de atrair estudantes de universidades de países em desenvolvimento, de estender áreas de cooperação e desenvolver projectos comuns entre a UM e o ITSUNU. Contudo, Luís Barbosa relembra que o projecto ainda está em fase exploratória, de modo a averiguar a sua viabilidade.
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LOCAL
Dolce Vita Braga só para o ano CLÁUDIA FERNANDES claudia7745@hotmail.com
A abertura do centro comercial Dolce Vita foi adiada para o Outubro de 2011. O shopping que promete ser um espaço de conforto e inovação, estava com inauguração prevista para o terceiro trimestre deste ano, data entretanto adiada por um ano. O administrador da Unidade de Retail do grupo Charmatin, Luís Sousa Ribeiro, num encontro com a
comunicação social para dar conta do progresso da construção do novo shopping de Braga, garante que o atraso na abertura não se deve a condicionantes de financiamento. “O Dolce Vita Braga segue o seu calendário de desenvolvimento no ritmo adequado ao momento económico actual”, frisa o administrador. Luís Sousa Ribeira fala ainda, em opção política da empresa e optimização do projecto como factores que justificam este atraso. Trata-se do mais recente
projecto da Charmatin Imobiliária e tem como objectivo afirmar-se como “motor” da economia da região e tornar-se no centro comercial de referência do Minho inovando na oferta já existente. “O Dolce Vita vai ser um shopping com características completamente diferentes, vamos inovar em muitas áreas, como a aposta num conceito novo de cinema”, afirma Luís Sousa Ribeiro. O projecto representa um investimento de 153 milhões de euros por parte da Charmatin que pretende
“reforçar a oferta em Braga, uma das cidades com população mais jovem da Europa, com um centro comercial de nova geração que será um ponto de referência a nível comercial, mas também a nível do lazer, entretenimento e bem-estar”, garante o administrador. O Dolce Vita Braga quer afirmar-se como um shopping vocacionado para as famílias. “Queremos replicar o que fizemos no Dolce Vita Tejo que tem como grande pólo de atracção o Kidzania” explicou o Luís Sousa Ribeiro
Prevê-se a criação de três mil postos de trabalho directos e sete mil indirectos, o que representa 30 por cento dos desempregados do concelho. Mesquita Machado, presidente da Câmara de Braga, elogiou o acto de coragem do grupo ao avançar com um shopping desta dimensão num momento difícil da economia, como o actual. Continente, Modalfa, Worten e uma segunda loja AKI são operadores com presença já confirmada no novo espaço Dolce Vita.
TecMinho promove 4ª edição do IdeaLab Sónia Ribeiro sonia_cc@live.com.pt
A TecMinho, em parceria com o Departamento de Produção e Sistemas, promove a 4ª edição do IdeaLab - Laboratório de Ideias de Negócio, que decorre entre Novembro de 2010 e Março de 2011, no Campus de Azurém da Universidade do Minho. A iniciativa dirige-se a alunos e diplomados interessados no desenvolvimento de ideias de negócio inovadoras, capazes de vingar no mercado de trabalho. Como explicou Helena Moura, coordenadora do projecto, “o IdeaLab permite que os participantes
adquiram um conjunto de conhecimentos e competências nas áreas do desenvolvimento dos negócios e criação de empresas, independentemente das áreas de formação académica ou profissional, de modo a que possam validar a sua ideia através da elaboração de um plano de negócios”. Ao longo de quatro meses, uma equipa de consultores especializada procura incentivar junto dos alunos o desenvolvimento de atitudes e competências empreendedores. “Através de processos que combinam formação e consultoria, os participantes, para além de serem encorajados a testar e a preparar o lançamento de
novas empresas, são também incentivados a testar e a avaliar a sua vocação e competências empreendedoras, tendo como base mecanismos formativos assentes em processos e estratégias criativas”, contou Helena Moura. Considerada uma iniciativa inovadora entre as universidades portuguesas, o IdeaLab foi lançado em 2009 e já contou com cerca de 95 participantes de áreas de formação académica diversificadas. “A maior fatia provém das áreas das engenharias e das ciências naturais, dado estas estarem mais voltadas para o segmento tecnológico. Porém, o IdeaLab tem acolhido par-
ticipantes de praticamente todas as áreas do saber cobertas pela Universidade do Minho, como são os casos das ciências económicas, sociais e humanas”, referiu a coordenadora do projecto. A TecMinho organiza duas edições por ano, acolhendo cerca de 16 ideias por edição. Na avaliação das candidaturas é considerada a qualidade, o carácter inovador e o potencial de mercado da ideia, para além do nível de compromisso e capacidade demonstrada pelos candidatos. Algumas ideias trabalhadas no Laboratório de Ideias de Negócio deram já origem a empresas que estão no mercado com grandes pos-
sibilidades de sucesso. Helena Moura destacou alguns dos projectos: “o desenvolvimento de um novo medicamento para o combate ao cancro; a prestação de serviços ao sistema judicial no domínio da análise geoespacial; o desenvolvimento de um gerador eólico urbano inovador; a criação de um portal específico para a prestação de apoio on-line aos estudantes universitários; o desenvolvimento de um kit de educação dirigido a crianças para ajudar a definir a sua vocação profissional e a construção de aplicações computacionais para as indústrias do sector farmacêutico e de biotecnologia industrial”.
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CAMPUS
RGA discute atraso no pagamento das bolsas Maria João Quintas miaquintas@hotmail.com
A crescente polémica em torno do regulamento de atribuição de bolsas de estudo obrigou a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) a convocar uma Reunião Geral de Alunos (RGA) extraordinária para que o assunto pudesse ser debatido com os estudantes minhotos. A questão provou ser bastante delicada e gerou a exaltação e a divergência de opiniões entre os presentes. A RGA começou de forma pacífica com o presidente da AAUM, Luís Rodrigues,
a fazer um apanhado dos acontecimentos com maior relevância na Academia desde a última vez que os alunos se reuniram, com destaque para a recente campanha de dádivas de sangue que a Universidade do Minho acolheu e que teve resultados bastante positivos. Mas o tema “quente” desta RGA foi o atraso no pagamento das bolsas de estudo, que já se começa a fazer sentir entre os alunos bolseiros. A AAUM garante que não se conformará com esta situação e continuará a lutar, mas sempre de forma responsável.
O Elo Estudantil, em defesa da mesma causa, apresentou uma moção que pretendia que fosse levada a cabo uma acção de luta contra, não só o novo regulamento de atribuição de bolsas, mas também o aumento do preço da senha da cantina, entre outras situações que estão a prejudicar os estudantes. A data proposta para esta acção de luta seria o dia 17 de Novembro. No entanto a moção acabou por ser chumbada em votação por larga margem. Luís Rodrigues justificou o voto e pede mais tempo para analisar as normas técnicas
do regulamento de atribuição de bolsas de estudo que, garante, não podem ser ignoradas. Na ordem de trabalhos da primeira RGA deste ano lectivo estava também a apresentação do contrato de concessão do Bar Académico (BA), levado a votação e aprovado por maioria. O BA passa agora a ser explorado por Pedro Bandeira. Esta foi a solução encontrada pela AAUM para “um problema que já se arrastava há algum tempo, uma vez que o anterior concessionário estava em incumprimento do contrato”, como referiu Luís Rodrigues.
O BA promete estar a funcionar em pleno dentro de um mês e oferecer maior qualidade e melhor serviço aos estudantes. Foi, ainda, anunciada nesta RGA a inauguração do Gabinete do Empreendedor da AAUM, que acontecerá no dia 9 de Novembro. Este gabinete, que funcionará no interior do campus de Gualtar, vai chamar-se LIFTOFF, pois pretende ajudar os recém-licenciados a “descolar” para o mercado de trabalho. A próxima RGA decorrerá no dia 29 deste mês e o novo regulamento de atribuição de bolsas voltará a estar na ordem de trabalhos.
Doação de sangue – acto de solidariedade indispensável Nuno Gonçalves
goreti pera goretipera@hotmail.com
Foram 544 os dadores que, na passada terça-feira, 19 de Outubro, participaram na Dádiva de Sangue “Dê +”, uma iniciativa conjunta entre a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), o Instituto Português de Sangue (IPS) e o Centro de Histocompatibilidade da Região Norte (CHN), decorrente no Pavilhão Desportivo do Campus de Gualtar da Universidade do Minho (UM) e nas várias unidades móveis, entre as 9h e as 18h. Contribuir de forma positiva e solidária com aqueles que mais precisam de ajuda e criar hábitos de doação
na comunidade, com vista ao alargamento da Base de Dados Internacional de Dadores de Medula e reforço dos Bancos de Reserva de Sangue – é com este objectivo que a Universidade do Minho lidera, hoje, um dos maiores movimentos de solidariedade a nível das instituições de ensino superior em Portugal, tendo conseguido, desde 2001, 10.270 dádivas de sangue e 2.786 recolhas de sangue para análise de medula óssea. A acção realizada a 19 de Outubro superou os números da última campanha, efectuada em Abril, não sendo isso suficiente para o alcance do recorde do ano lectivo 2007/08, que colocou a academia minhota no topo do ranking nacional das dádivas de sangue, com 595 doações.
Além da dádiva de sangue, os participantes da campanha “Dê +”, aberta à comunidade, tiveram a oportunidade de ficar inscritos na base de dados para doação de medula óssea, iniciativa esta que conquistou, na última acção, 255 doações. Segundo Andreia Soares, aluna de medicina da UM, inserida na actividade enquanto colaboradora da AAUM, o receio por parte dos dadores prende-se com a transmissão de doenças, pelo que considera necessário o aumento da informação no que diz respeito à doação de sangue. Após a recolha, o sangue é submetido a análise e só posteriormente será utilizado com vista ao apoio de doentes com anemia, doentes oncológicos e pós-cirurgias. O intervalo de tempo que
cada pessoa deve cumprir entre as doações é de 4 meses no caso das mulheres e de 3 meses no que diz respeito ao sexo masculino. A iniciativa “Dê +” tem lugar no campus de Azurém, em Guimarães, na próxima terça-feira, 26 de Outubro. Após esta, efectuar-se-á um ranking dos cursos mais dadores de sangue da Universidade do Minho, tanto no
campus de Gualtar como no de Azurém. Ao longo do ano lectivo, é possível doar sangue todas as quintas-feiras do mês, entre as 10h e as 13h e no 2º sábado do mês, no mesmo horário, no Gabinete Médico do campus de Azurém e todas as terças-feiras do mês, entre as 14h30 e as 19h, no Centro Médico do campus de Gualtar.
CAMPUS PÁGINA 06 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
Nova licenciatura em Estudos Culturais na Universidade do Minho ELSA MOURA elsa.moura@rum.pt
Na passada sexta-feira foi apresentada a licenciatura de Estudos Culturais na Universidade do Minho, no Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH). A conferência de abertura do curso contou com a presença do professor catedrático Álvaro Manuel Machado, do Departamento de Línguas, Culturas e Literaturas Modernas da Universidade Nova de Lisboa e um dos maiores ensaístas nacionais em Estudos Culturais, Literatura Comparada e Literatura Portuguesa Moderna e
Contemporânea. Este novo projecto já foi motivo de debate em Junho passado com as conferências “Os Estudos Culturais em Debate”, que tiveram como objectivo lançar uma reflexão sobre esta área de estudo e investigação. Maria do Carmo, Directora do Curso considera, ao ACADÉMICO, que esta conferência de abertura, foi “uma boa forma de introduzir a licenciatura”. O curso, que tem a duração de três anos, e que posteriormente terá também os dois anos de pós-graduação, formará mediadores interculturais, valorizando espaços
culturais tradicionalmente menos privilegiados pelos Cultural Studies, como os espaços de expressão lusófona. Formará igualmente especialistas que actuem em organismos públicos e privados com actividades sócio-culturais , sendo outro objectivo o de reflectir sobre discursos e práticas culturais. A responsável define a licenciatura com ”uma grande oferta curricular, com um plano curricular muito extenso”, como por exemplo “no âmbito das culturas comparadas, da língua portuguesa e estrangeira”. O novo curso já com alunos
para o ano lectivo 2010/2011 funciona em regime póslaboral, decorrendo as aulas entre as 17H e as 22H. A adesão a este novo curso na UM “superou todas as expectativas”, diz Maria do Carmo, e “em trinta vagas disponíveis, foram quarenta os candidatos”. A docente salienta o facto de alguns alunos terem ingressado com grandes classificações, considerando isso um “empenho muito grande em entrar no curso”. Maria do Carmo explica que o plano de estudos, pensa ser muito atractivo. Sendo Guimarães Capital Europeia da Cultura em
2012, a professora adianta que estão a ser feitos alguns contactos com entidades, mas escusa-se a revelar, para já, mais pormenores sobre os mesmos. A directora salientou ainda que já receberam propostas de estágios para os alunos que terminem esta licenciatura. “A comunidade cultural tem um grande interesse pela abertura deste curso de estudos culturais”, acrescentou. Em jeito de conclusão, Maria do Carmo lembra que “não existe no país nenhum curso de estudos culturais com as características deste na Universidade do Minho”.
Minho enche-se de glamour na passerelle LUCILENE RIBEIRO lucirigo@hotmail.com
A 11ª edição do concurso University Fashion voltou a contagiar a comunidade académica da Universidade do Minho. O University Fashion é um evento de moda que explora três diferentes áreas: manequim (feminino e masculino), repórter e apresentador. Este evento tem em vista a promoção de cursos da Universidade do Minho relacio-
nados com a área da moda, como Design e Marketing de Moda que irão produzir algumas peças de roupa para o desfile final. Para o concurso foi feito um primeiro casting no passado dia 18 de Outubro, onde se apresentaram os diferentes manequins para uma sessão fotográfica e atribuição do número de concorrente. Os apresentadores também fizeram uma prova onde deviam testar todos os passos a dar para se apresentar este concurso. Os repórteres
não tiveram oportunidade de participar neste casting, uma vez que o seu trabalho seria presencial, na data do 1º desfile. Este foi o BA de Guimarães, que recebeu na passada quarta-feira (20 de Outubro) mais de 60 manequins de entre os quase 100 inscritos. O mesmo desfile foi apresentado por três alunas, sendo duas delas do curso de direito e uma de Ciências da Comunicação. O desfile também conta com a colaboração de cinco júris que têm a tarefa
de avaliar a prestação dos candidatos: Pedro Sanches, presidente-adjunto da Associação Académica da Universidade do Minho, Daniel Vieira da Silva, editor executivo do Jornal Académico, Filipa Tinoco Martins, uma das organizadoras do evento no ano transacto, Cristiana Fernandes, licenciada em Design e Marketing de Moda e Ricardo Otero, vencedor da anterior edição do University Fashion. Ainda para o concurso de manequim, decorrerão ou-
tras três provas de selecção: dia 27 de Outubro no BA de Braga, 3 de Novembro na discoteca Tras-Tras de Guimarães e na discoteca Sardinha Biba de Braga, no dia 17 de Novembro. Dos 99 manequins universitários concorrentes, apenas 14 serão finalistas no último e decisivo desfile que irá acontecer a 17 de Novembro na Universidade do Minho, no pólo de Azurém. Os vencedores serão premiados com incentivos à carreira de manequim.
CAMPUS PÁGINA 07 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
TROVAS regressou ao Theatro Circo com “balanço positvo” ANA SOFIA MACHADO anasofiamachado@gmail.com ÂNGELA COELHO angelacoelho72@hotmail.com
Foi no passado dia 23 de Outubro que se realizou mais um festival de tunas femininas organizado pela Gatuna, o XV Trovas. Sob o tema da dança, a Tuna Feminina Universitária do Minho decidiu voltar ao palco que as viu nascer: o Theatro Circo. Foram quatro as tunas que responderam à chamada da Gatuna e vieram mostrar os seus dotes musicais à cidade de Braga, tentando levar para casa alguns dos prémios a concurso: a Tuna Feminina da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (TUNAFE), a Tuna Feminina da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (A Feminina), a Tuna Femini-
na do Orfeão Universitário do Porto (Tuna FOUP) e a Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST). O festival começou por volta das 14h com o desfile das tunas pelas ruas da capital minhota. Os workshops de percussão e de danças tradicionais foram uma inovação desta edição do Trovas e segundo Ana Luísa Vieira da Gatuna “foram um sucesso”. O evento foi apresentado pelo Grupo de Jograis da UMinho. A Azeituna, Tuna de Ciências da Universidade do Minho, foi a representação masculina da noite e ainda actuaram bailarinos do Grupo de Ballet Clássico e da Escola de Danças Popullum. Os prémios foram entregues pelas mãos de algumas das mais importantes personalidades de Braga e da Universidade do Minho, nomeadamente o Reitor,
António Cunha e o Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Luís Rodrigues. O prémio de melhor pandeireta foi atribuído à TFIST, o júri considerou que a melhor solista e o melhor instrumental pertenciam à Tuna FOUP, quanto à melhor porta-estandarte e aos tão desejados prémios de melhor tuna e de tuna mais
tuna foram atribuídos à Feminina. Para Ana Luísa Vieira, “preparar o XV Trovas no Theatro Circo é um “desafio”, contudo, houve momentos que a “Gatuna achou que não estaria à altura”, mas conseguiram superar os obstáculos e mostrar que “com força de vontade tudo é possível”. A Gatuna ficou satisfeita com o resultado final pois, garante Ana, “tiveram lotação esgotada, uma sala fantástica cheia e as pessoas ficaram encantadas”. Este ano também decidiram “cobrar um valor simbólico” pelo bilhete, porque acreditam que “as pessoas não davam o devido valor a um festival que era gratuito”, atribuindo-lhe menor qualidade por isso. A Tuna FOUP participou pela segunda vez no Trovas e confessou ao ACADÉMICO que “a organização esteve muito bem” e que o festival “melhorou imenso”
desde a última vez que passaram por Braga, acrescentando que “o espaço é fantástico”. A tuna não perdeu a oportunidade de felicitar a Gatuna, dizendo que esta “é uma tuna de referência a nível nacional” e que a Universidade do Minho “está a tornar-se uma das universidades mais importantes do país”, sentindo-se honradas pelo convite. No final do festival as pessoas mostraram-se satisfeitas com o que viram e o balanço foi positivo. Joana Oliveira, ex-estudante da UM, foi ao Trovas pela primeira vez, mas partilha da opinião geral, acrescentando ainda que “é uma pena não terem mais tunas a participar”. Já Joaquim Correia, pai de um membro da Gatuna e um espectador assíduo, considera que esta edição foi mais bem conseguida que as anteriores “sobretudo pelas instalações” e pela Azeituna que “chama muita gente”.
PÁGINA 08 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
UNIVERSITÁRIO
Os melhores médicos formam-se na Universidade do Minho Diana Teixeira diana_adelaide_teixeira@hotmail.com
Neuza Alpoim neuzinha14@hotmail.com
Um estudo pioneiro em Portugal, desenvolvido pela Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho (ECSUM), revela que, nesta escola, se formam os melhores médicos do país. Desde 2006, a ECSUM tem em curso o projecto de investigação longitudinal que acompanha o percurso dos seus alunos até aos internatos nos hospitais. O estudo mostra a qualida-
de de formação dos médicos que estudam na UM, uma vez que estão entre os 25% melhores internos, quer ao nível do comportamento profissional nas instituições de saúde (58%), quer ao nível dos conhecimentos demonstrados (45%). O principal investigador deste estudo, Manuel João Costa, afirma que se procura “abranger o máximo de dimensões possíveis relacionadas com aquilo que é a profissão de um médico”. O Presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM), Firmino Machado, concorda com o investigador, afirmando que
“na Escola de Ciências da Saúde o ensino é centrado no aluno”, sendo um dos factores preponderantes para os resultados obtidos no estudo efectuado. Nesta escola, o conceito de aprendizagem prima pela dinamização, “tudo se passa em torno do aluno”, nas palavras de Firmino Machado. Na sua óptica, grande parte da raíz do sucesso parte, exactamente, do “método peculiar de aprender e ensinar” da Escola de Ciências da Saúde (ECS). Segundo o presidente do NEMUM, “a capacidade de experimentação por parte dos alunos” é outro factor relevante que determina
o sucesso. A juntar a estes factos, a ECS, na componente clínica do ensino, aposta numa “abordagem multicêntrica” permitindo uma vivência em vários locais de prestações de cuidados de saúde. Tiago Oliveira, aluno do 6ºano de Medicina, escolheu o curso “pela maneira como está estruturado”. E o facto de o aluno poder “definir o próprio percurso” é, segundo este, um factor “muito aliciante”. Salienta ainda que o curso fornece variadas opções “para os estudantes se desenvolverem a múltiplos níveis, tanto no campo da prática clínica como no campo da investi-
gação”. Rafaela Passos, aluna do 2º ano, partilha da mesma opinião, uma vez que escolheu o curso na UM pela sua componente prática e método de auto-aprendizagem: “é muito mais prático do que nas outras universidades. No primeiro ano do curso temos acesso aos casos clínicos, enquanto nas outras [universidades] é apenas no terceiro ano”. António Melo, que se encontra a desenvolver o seu projecto de Doutoramento, escolheu a UM uma vez que “reunia as melhores condições” e devido ao elevado nível de formação da Escola de Ciências da Saúde.
Preços das refeições do outro lado da fronteira e alojamento não serão congelados Patrícia Painço tica_11_@hotmail.com
O preço das refeições e residências universitárias para os estudantes do Ensino Superior subiu no ano lectivo de 2010/2011. Isto porque o Despacho 16071/2009, em vigor desde 1 de Outubro de 2009, que estabelecia o preço mínimo destes dois serviços, perdeu a validade em 30 de Setembro de 2010. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia do Ensino Superior um novo congelamento não está previsto num futuro próximo. Segundo o Despacho 22 434/2002, os preços das refeições e do alojamento são fixados em determinadas percentagens do salário mí-
nimo nacional (0,5% e 15%, respectivamente), entrando estes em vigor no início de cada ano lectivo e sendo automaticamente actualizados no dia 1 de Outubro de cada ano civil. Com o final do Despacho 16071/2009, algumas instituições do Ensino Superior, entre elas a UM, viram-se obrigadas a seguir estas novas condições. Contudo, existem universidades como a do Algarve ou Lisboa cujos preços se mantêm constantes, considerando a nova fórmula de atribuição de bolsas e o aumento do IVA para 23%. Este adiamento revela a preocupação destas instituições de que os estudantes não sofram consequências advindas desta mudança.
Ana Isabel Lopes O meu nome é Ana Lopes, e desde sempre tinha decidido que na minha vida ia viver uma experiência como esta: era certo que ia fazer Erasmus. E a verdade é que hoje escrevo-vos de Salamanca! Parque, biblioteca, faculdade, rua… Em Salamanca não é possível viver numa casa. Realmente, aqui vivese na cidade, fora de casa, nos parques, nas ruas, nas lojas. Não há espaço para rotinas, todos os dias há algo por descobrir. E o melhor que se faz em Erasmus é descobrir! Em primeiro lugar o que há de mais precioso para se encontrar são as pessoas pois esta é uma
cidade de cultura e de conhecimento, o que atrai pessoas de todas as partes do mundo: Brasil, Japão, Bélgica, República Checa, Alemanha… Imaginem o que é ter um jantar com toda esta diversidade! Depois, e porque não posso deixar de referir, Salamanca tem duas belíssimas universidades que enchem esta cidade de jovens. E quem fala em jo-
vens tem de falar de diversão… a noite é tão movimentada quanto o dia, em todas as horas podemos encontrar pessoas na Plaza Mayor, o sítio mais bonito da cidade. Esta é, sem dúvida, um óptimo lugar para se visitar e o melhor para quem procura conjugar a arte e a diversão numa só viagem. Na próxima semana conto-vos mais desta aventura!
UNIVERSITÁRIO PÁGINA 09 // 26.OUT.10 //ACADÉMICO
Aluna surda e cega entra no Ensino Superior Bruno Fernandes micanandes@gmail.com
Carolina Canais, de 44 anos, é a primeira aluna surda e cega a ingressar no Ensino Superior, no curso de Língua Gestual Portuguesa da Universidade Católica de Lisboa (UCL). Trabalhava como funcionária administrativa na Indústria Aeronáutica Portuguesa, mas a perda de visão levou-a à reforma. Descobriu que sofria Síndrome de Usher. Esta síndrome tem origem congénita e é dividida em quatro tipos: o tipo I (que se caracteriza pela
surdez profunda de nascença e retinose pigmentar, ou seja, degeneração lenta e progressiva da retina, cegueira nocturna com perda de equilíbrio; este é o tipo de Síndrome de Usher que Carolina possui); o tipo II (caracteriza-se pela surdez leve a moderada, cegueira nocturna e perda de equilíbrio); o tipo III (que se caracteriza pela boa audição que se vai perdendo ao longo do tempo e pela retinose pigmentar que aparece na infância) e o tipo IV (que é bastante raro, afectando apenas 10% da população acometida por este síndrome).
No entanto, Carolina não desistiu e continuou a lutar pelo seu sonho: o de ser escritora. Hoje, embora a sua cegueira não seja total (mas em constante deterioração), tem total independência: escreve mensagens no telemóvel, cozinha, trata da roupa e vai às compras. A comunicação com Carolina é feita através Língua Gestual apoiada, isto é, os ouvintes desenham as letras na sua mão e ela comunica através de língua gestual, a sua língua natural desde criança, embora saiba falar, desde os 24 anos. A UCL também se adaptou
à Carolina. Embora o curso seja perfeitamente adaptado, exigem-se alguns esforços ao nível de recursos humanos e financeiros. Foram contratados dois guiasintérpretes para traduzir as aulas para língua gestual táctil e converter os manuais em Braille. Foram também criadas aulas presenciais, visto que as aulas são dadas em videoconferência. Descreve-se, ao Diário de Notícias, como “solteira e independente”, mostrando, no seu dia-a-dia, que a persistência é uma arma poderosa que faz mover o mundo. Posto isto, fomos tentar
saber qual a situação das pessoas portadoras de deficiência na UMinho. Inicialmente contactamos os Serviços de Acção Social que nos referiram que, em termos de bolsas, elas estão disponíveis a todos os alunos. Sobre outras áreas de acção, os SAS remeteramnos para o GPI-Gabinete Para a Inclusão. Por sua vez, este Gabinete mostrou-se totalmente cooperante. No entanto, devido ao trabalho que este Gabinete desempenha, ainda não lhe foi possível responder às nossas perguntas até ao fecho da edição.
Licenciados de Bolonha prosseguem a sua formação académica Vânia Barros vaniastefa@hotmail.com
Um inquérito online realizado entre Fevereiro e Abril deste ano mostra que as pessoas formadas segundo o processo de Bolonha preferem continuar a sua formação do que procurar um primeiro emprego. O processo de Bolonha arrancou oficialmente com a Declaração de Bolonha em Junho de 1999 e tem por objectivo criar um espaço
europeu de ensino superior globalmente harmonizado assegurando as formações superiores numa Europa de, actualmente, 45 países. Pretende também assegurar que o sistema europeu do ensino superior possa adquirir um grau de atracção mundial semelhante ao das suas extraordinárias tradições cultural e científica. O Observatório de Emprego da Universidade do Porto desenvolveu um inquérito que abrangia 2063 pessoas licenciadas na instituição
em 2006-2007. Conclusões do estudo mostram que, dos 1083 licenciados, segundo as regras ditadas em Bolonha, apenas 37,6 estão a exercer uma actividade profissional, estando a maioria, cerca de 47,2%, a prosseguir os estudos académicos ou a realizar um estágio profissional. E os restantes 10,5% encontram-se no desemprego. Catarina Correia, licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho em 2009-2010, diz
que “ com o mestrado saímos mais preparados para o mundo do trabalho e os empregadores levam-nos mais a sério por termos uma pósgraduação”. Relativamente ao caso dos licenciados pré-Bolonha e dos mestrados integrados, das 1600 pessoas inquiridas, cerca de 70,1 por cento já não se encontra entre a população activa, sendo que apenas 8,3 por cento se declaram desempregados e uma pequena percentagem de 8,9 por cento disse ter
prosseguido estudos. Quanto ao tempo médio de procura, 74,4% dos inquiridos declaram ter conseguido o seu primeiro emprego em menos de meio ano apesar dos “tempos de crise sentidos nos últimos anos”, avançou em comunicado a Reitoria da Universidade do Porto. O número de pessoas envolvidas no inquérito corresponde a cerca de metade da população universitária que concluiu a licenciatura em 2006-2007.
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NACIONAL Orçamento de Estado 2011 continua em aberto José Miguel Lopes jose.sepol@hotmail.com Filipa Sousa ivanilda_25@hotmail.com
O debate e a votação sobre o Orçamento de Estado (OE) para 2011, que estavam previstos para a passada sextafeira, dia 22, foram adiados para os dias 2 e 3 de Novembro. Esta decisão deveu-se à impossibilidade de o Primeiro-Ministro, José Sócrates marcar presença, uma vez que à data se encontrava no Conselho Europeu. Após meses de tensão política protagonizada por José Sócrates e Passos Coelho em relação ao desfecho do OE e feito o apelo do Presidente da República, Cavaco Silva, para a aprovação do documento em questão, o líder social-democrata manifestou-se disponível para dar luz verde, por intermédio de uma abstenção, à proposta do Governo. Para tal, o líder da oposição exige que o executivo ceda em quatro pontos, que vão desde a intensificação dos cortes na
despesa e de uma maior transparência nas contas públicas, até ao cancelamento das parcerias público-privadas, sem esquecer a acumulação de poupanças, com vista a atenuar o agravamento fiscal. Os sociais-democratas nomearam uma equipa, chefiada por Eduardo Catroga, que assumirá a responsabilidade de negociar o orçamento com os socialistas. O PS, por seu lado, louvou o esforço do partido laranja, acreditando que foi o passo ideal para ambas as partes alcançarem um acordo o mais rapidamente possível. Segundo o Diário Económico, o Governo acredita que o PSD não carece de nenhuma informação adicional acerca das contas públicas e a execução do plano de austeridade que assinaram em Maio, e ainda que qualquer corte na receita calculada pelo OE deverá ser devidamente acompanhada por uma sugestão que a compense. Em declarações ao programa Grande Entrevista da
O entendimento entre Pedros Passos Coelho (PSD) e José Sócrates (PS) ainda não foi alcançado RTP, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, comentou de forma prudente as medidas orçamentais propostas pelo partido de Passos Coelho ao considerar que “o conjunto das medidas do PSD leva a uma perda de receita”. Assim sendo, a tarefa de Cartroga e dos seus negociadores em limar as arestas que os separam do Governo não deverá ser fácil. Já José Cadima Ribeiro, economista e professor na Universidade do Minho, manifestou, em entrevis-
O debate na Assembleia da República foi agora adiado por mais uns dias
ta à Rádio Universitária do Minho (RUM), o seu cepticismo em relação à proposta de OE apresentada pelo Governo ao classificá-la como “mais uma peça na comédia trágica que é a gestão da economia portuguesa nos últimos anos”. Apesar de o docente admitir que as medidas propostas poderão ter o que é necessário para a redução do défice, considera, ainda assim, que não se trata da “solução para o país”. Medidas de Austeridade O OE para 2011 tem sido alvo de intensa discussão um pouco por todos os órgãos de comunicação social. Isto porque contém um conjunto de medidas gravosas que vão afectar o quotidiano dos portugueses. De tal maneira que José Cadima Ribeiro chegou mesmo a afirmar que “todos vão pagar a factura deste orçamento de estado e do contexto recessivo em que o país se encontra”. As medidas de austeridade prevêem cortes, não só nas despesas de funcionamento do Estado, mas também
no que diz respeito às prestações sociais. O Governo pretende assim chegar a um equilíbrio orçamental e a uma redução do défice, proporcionado pela redução das despesas e aumento das receitas. De acordo com o Jornal Público, os ministérios serão alvo de significativos cortes nas despesas, evidenciandose o da Educação, que será claramente um dos mais afectados ao receber menos 11,2% do que seria habitual. Como foi avançado ainda por este diário, cada governante irá em média gastar 1,1 milhões de euros, o que representa uma redução na despesa de 4,9 milhões de euros comparativamente aos gastos realizados este ano. O congelamento das promoções e progressões na Função Pública; o congelamento das pensões em 2011; a redução das despesas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS); a modificação do sistema de deduções e de benefícios fiscais no âmbito do IRS… Estas são apenas algumas das medidas incluídas no OE/11.
NACIONAL PÁGINA 11 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
70% dos portugueses não acaba o 12º ano Sofia Borges sofiaborges24@sapo.pt
Segundo dados do mais recente relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE), apenas 30 por cento dos alunos portugueses concluem o 12º ano. O investigador Joaquim Azevedo, professor da Universidade Católica e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), pormenorizou que, em cada 109 mil alunos que entram no primeiro ano de escolaridade, só 32 mil chegam ao 12.º Perante tal resultado, para evitar o abandono escolar precoce e para melhorar o
ensino em Portugal, Joaquim Azevedo, numa intervenção na conferência “A Escola de Hoje”, em Lisboa, defendeu a aposta na real autonomia das escolas. Este acrescentou também que supostamente esta medida já foi “decretada” quatro vezes em Portugal, mais exactamente em 1989, 1992, 1998 e 2002 e que, apesar disso, “tem sido difícil construir um ambiente de autonomia e de liberdade”. Deste modo, contestando a “infindável produção legislativa” na área da educação, o responsável da Universidade Católica fez um conjunto de críticas ao sistema, sugerindo algumas solu-
ções. Propôs a suspensão de toda a legislação durante cinco anos, ficando as escolas obrigadas apenas a ter planos anuais de melhoria gradual. “Cada escola estabeleceria planos anuais próprios, assentes em diagnósticos locais, identificando pequenos passos a melhorar que seriam contratualizados com o Ministério da Educação”, declarou. Apontou ainda “que se desfaça toda a máquina da educação actualmente existente”, desenvolvendo agências de apoio às escolas. Estas agências teriam como objectivo apoiar as escolas nas suas dificuldades concretas e garantir a igualdade de
oportunidades. Para fiscalizar a actividade das agências, a Inspecção-Geral da Educação deveria ter uma acção mais ampla, verificando os progressos obtidos pelas escolas. O mesmo responsável alertou ainda para o facto de que “as escolas têm sido infantilmente tratadas pela administração central”, o que demonstra a pouca confiança nos estabelecimentos de ensino. “A liberdade tem de conduzir à autonomia real de cada escola e à livre escolha por parte de cada família”, defendeu Joaquim Azevedo, realçando também a confusão que se faz em relação ao papel da escola na socieda-
de. Em jeito de conclusão, o professor e investigador destacou que um dos grandes problemas da educação em Portugal é um problema político e de confusão entre os vários actores sociais, transformando os vários problemas sociais em problemas escolares. “A escola não é o substituto da família. O lugar dos pais em termos educativos é em casa, não na escola. E as escolas não existem para fazer educação sexual ou rodoviária. A escola pública está a ser acantonada na escola da ocupação social dos meninos e a escola privada é a escola da educação e da aprendizagem”, criticou.
Universidade de Aveiro entre as melhores do mundo em produção científica Filipa Barros pipasgoth11@live.com.pt
A Universidade de Aveiro (UA) foi considerada pela “Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities” uma das melhores a nível mundial em produção científica. Este é tido como o ranking onde se encontram as melhores universidades do mundo, sendo produzido pelo Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que analisou mais de 4 mil instituições de ensino superior em todo o globo, contando com oito indicadores distintos
para a sua realização, integrando ainda parte de uma investigação efectivada na última década (mais concretamente entre 1999 e 2009). Assim, a UA encontra-se, no corrente ano de 2010, na 172.ª posição no âmbito da Engenharia e Tecnologia (engineering, computing & technology). Mais, na área de Agricultura e das Ciências do Ambiente, esta universidade ascendeu 12 lugares em relação ao ano transacto, ocupando actualmente o 287º lugar na escala global, e o 118º lugar a nível europeu. Ambas as áreas de Engenharia e Tecnologia e Agricultura e das Ciências do
Universidade de Aveiro entre as melhores do Mundo numa área específica Ambiente, são lideradas, respectivamente, pelas universidades do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e University of California – Davis. Não menos importante, é de salientar que o excelente resultado alcançado pela UA em diversas áreas do
conhecimento é também consequência da qualidade das suas unidades de investigação e Laboratórios Associados, 82% das quais classificadas pela FTC como «Excelentes» e «Muito Boas». O ranking divulgado pelo “Higher Education Evalua-
tion & Accreditation Council of Taiwan” conglomera igualmente outras universidades portuguesas, designadamente, Coimbra, Porto e Técnica de Lisboa. Mais informações e rankings detalhados em: http:// ranking.heeact.edu.tw/enus/2010/homepage.
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ENTREVISTA antónio cunha ALEXANDRE PRAÇA alexandre.praca@rum.pt DANIEL VIEIRA DA SILVA * daniel.silva@rum.pt
Que balanço faz, genericamente, deste primeiro ano de mandato? Um balanço muito positivo, que se traduz no cumprimento das grandes linhas orientadoras e estratégicas do plano desta equipa reitoral, o plano para o quadriénio 2009/2013, aprovado pelo Conselho Geral da Universidade do Minho (UM). Digo que o balanço é positivo porque em todos os vectores de actuação foram consumadas algumas das iniciativas que estavam previstas de imediato ou dados passos significativos para a sua concretização, naquelas que envolvem um tempo de implementação maior. E tudo isto conseguiu-se, penso que é conhecido de todos, num quadro político envolvente muito complexo que o país atravessa e que, certamente, trespassa também a realidade do Ensino Superior, com dificuldades orçamentais e dificuldades acrescidas do tecido económico, que é muito importante para a universidade. Mas apesar destas dificuldades a universidade vai encontrando o seu rumo e vai pondo de pé os diversos projectos que são estratégicos. O meu balanço só pode ser positivo. Teme que estes cortes orçamentais possam abranger os termos do contrato de confiança e que a UM seja visada nesse aspecto? Eu espero convictamente que não. É evidente que a UM vai ter um corte orçamental, mas um corte associado às relações salariais da administração pública. Portanto, não é expectável, e espero bem que isso não venha a acontecer, que haja cortes nas verbas de financiamento da universidade e que não
estejam associadas a verbas de despesas com os encargos salariais. Contudo, gostaria de dar uma opinião final sobre este assunto quando forem conhecidos os números finais do nosso orçamento para este ano. Espero que não se traduza num corte efectivo do orçamento e que a universidade possa trabalhar dentro daquilo que era a sua expectativa, dentro do planeamento que estamos a fazer para o próximo ano. Mas já trabalhou nesse cenário em termos virtuais? Ou seja, se houver cortes, já pensou em que é que é necessário cortar? Certamente que pensámos em quase todos os cenários. É evidente que a Universidade, nas suas questões orçamentais tem sempre um conjunto de verbas que são afectas ao seu funcionamento mínimo e, temos um conjunto de verbas que são afectas a investimentos e a melhorias de infra-estruturas e a diversas manutenções que têm que ser feitas. Caso houvesse algum corte, o que espero que não venha a acontecer, esses cortes teriam de ser feitos naquilo onde podemos cortar, porque há um conjunto de actividades onde são praticamente impossíveis. Isto não quer dizer que a Universidade não tem em curso medidas de racionalização e de contenção de despesas, quer ao nível da redução da factura energética, quer ao nível de eficiência de determinados processos administrativos e, portanto, temos em prática um conjunto de diversas medidas que visam a redução de despesas de funcionamento. Acredita que não haverá cortes. É uma crença ou, no fundo, é baseado em algumas indicações concretas que tem do que poderá acontecer? Para já, eu tendo a acreditar nas entidades com quem dia-
logamos, nas entidades que nos tutelam e no que elas dizem. Portanto, com certeza de que quando digo isto, estou baseado nas interacções que temos de ter. Neste momento está a haver uma negociação entre os dois principais partidos do país, naquilo que vai ser o orçamento de estado. Não faço a mínima ideia do resultado dessa negociação, se vai traduzir-se em mais ou menos medidas adicionais em relação à despesa do Estado e também não sabemos como é que vai evoluir, nos próximos tempos, o contexto internacional. Portanto, até a lei do orçamento estar publicada e com o seu formato final, a minha expectativa é esta, mas todos percebemos que até ao dia da aprovação final do orçamento pode haver alterações motivadas por contextos. Em relação à Acção Social. Após publicadas as normas técnicas, os estudantes enfrentam novo paradigma. Que opinião tem em relação a este assunto? A Acção Social Escolar é um mecanismo extremamente importante no contexto da educação em Portugal e, nomeadamente, no contexto da educação superior. É um mecanismo especialmente importante na UM, uma vez que estamos numa região, onde os contextos económicos adversos são mais graves do que na generalidade do país. Isso é traduzido pelos níveis de desemprego que
a região atravessa, são mais elevados que a média nacional. Portanto, isto é uma realidade agora, num passado tradicional na UM, que tem sido uma das instituições onde os indicadores, os números percentuais de bolsas são mais elevados. Portanto, é um assunto que nos preocupa e que tem um impacto muito particular na nossa região. Se me permite, este é um assunto que mobilizou muito a AAUM nos últimos tempos… Sim, é natural que assim seja pelo que acabei de dizer. O pacote da Acção Social faz parte de um pacote geral de benefícios sociais que o Estado português disponibiliza à sua sociedade, nomeadamente às pessoas com mais dificuldades, por exemplo, sob a forma de subsídio de desemprego ou do rendimento mínimo garantido. Houve uma alteração das regras este ano que, do ponto de vista administrativo e logístico parece ter aspectos muito positivos, como o de tornar mais rápido, e mais simplificado, o processo de atribuição de bolsas. Por exemplo, os estudantes que pedem uma bolsa só o fazerem uma vez na vida académica, depois é um processo simples de renovação. Sobre esse ponto de vista, é um passo positivo, tornando as coisas mais simples, mais céleres e, administrativamente, mais lineares. Também se deu um passo muito
importante que foi a questão das chamadas normas técnicas únicas para o país. Uma vez que havia um quadro legal que era nacional, mas depois havia detalhes quanto à implementação desse quadro legal que fazia com que diferentes universidades tivessem diferentes normas e interpretações na contabilização do rendimento do agregado familiar e isto dava origem a coisas mais ou menos estranhas que, às vezes, eram muito usadas pelos media. Os aspectos negativos que temos a perceber são um quadro de índice de desemprego a aumentar e, teoricamente, um maior número de estudantes a querer aceder a bolsas e, portanto, um aumento no orçamento de estado seria expectável. No entanto temos um quadro em que esse orçamento foi congelado, na tentativa de que esse orçamento não aumente. Traduz-se que, haverá uma redução do número de bolsas, o que vai acontecer este ano. As normas técnicas são conhecidas, na sua versão final, há pouco tempo, ainda não tenho uma ideia totalmente ao detalhe. Agora os cálculos têm de ser feitos para cada caso e verificar a situação final que temos, mas todos sabemos que isto aconteceu em todo o país. Estamos ainda longe, na ordem dos quase 15 % dos estudantes que, este ano, não solicitaram bolsa. Se isto foi apenas por aquela restrição que acontece em
ENTREVISTA PÁGINA 14 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
Em relação ao Provedor do Estudante, estamos com um espaço e tempo de experiência curto, mas que, até agora, tornam muito positivo o seu papel todas as prestações sociais, que estudantes pertencentes a agregados sociais que tenham património declarado superior a 100 mil euros, seja sob forma de depósitos bancários, seja de outro tipo de valores, se há outras questões no meio disto, para nós ainda não é totalmente claro. Mas a nível social, e isso foi também o que passou aqui na UM, menos 15% dos estudantes a pedirem bolsa, isso é, de facto, um dado que já é conhecido. Mas a nível prático, reflectese, também, na desistência de alguns estudantes do próprio Ensino Superior? Não tenho minimamente razões para acreditar nisso. Porque se, de facto, são pessoas que têm esse património, são pessoas que, por razões muito específicas de contabilização dos seus rendimentos declarados, conseguiam cair dentro das regras para terem bolsa e, portanto, parece-me que até haverá um quadro de justiça generalizado, ou de aumento de justiça, quando passarmos a ter esse grupo de população fora da atribuição de bolsas. O atraso na atribuição das bolsas… Sente que provocou alguma turbulência na universidade, ou que afectou o funcionamento normal… Nós não tempos propriamente um atraso no pagamento das bolsas. Nos outros anos, a UM, que era sempre a primeira a pagar bolsas, pagava-as durante o mês de Novembro e primeira semana de Dezembro. As bolsas nunca eram pagas antes disso. Todos sabemos que o que foi pago agora foi uma prestação base correspondente ao valor da propina. Mas agora,
a partir do momento em que há normas técnicas, teremos, certamente, durante o mês de Novembro, o pagamento de bolsas. Agora, não deixo de perceber que, o simples facto de o quadro legal não estar todo definido a nível das normas técnicas, podia criar alguma ansiedade em alguns estudantes em saber se vão ter bolsa ou não. Mas, felizmente, isso está tudo ultrapassado e a situação tenderá, agora, para a normalização. Voltando àquilo que disse ao princípio, o que é muito positivo e devemos retirar daqui, é que nos próximos anos o processo de atribuição de bolsas vai ser muito mais simples e célere. Nós antes tínhamos a UM a pagar bolsas em Dezembro, e as outras universidades a pagar bolsas em Janeiro e, certamente, a partir do próximo ano, nós estaremos em condições de, em quase todas as universidades, de pagar bolsas desde Setembro/ Outubro. Foi criada a figura do Provedor do Estudante, no caso, o Professor António Paisana. Como é que vê estes meses de actividade da figura do provedor do estudante? O provedor do estudante é uma figura nova na universidade, Resulta da lei e dos estatutos da Universidade e eu tive apenas a particularidade de o ver acontecer no meu mandato e, portanto, dar corpo a algo que está no nosso enunciado legal. A UM tem, e a meu ver bem, um quadro em que a designação do provedor do estudante é feita com uma participação muito forte dos estudantes, portanto, têm um peso muito grande na escolha dessa pessoa, apesar de ser uma escolha feita pelo conselho geral, e penso que será natural, normal e muito expectável que a figura do provedor do estudante seja uma figura muito próxima dos estudantes. Estamos num quadro de aprendizagem relativamente a esta questão, a instituição está a acomodar-se à figura do provedor do estudante; o provedor do estudante está a encontrar o seu caminho e o seu espaço; os estudantes e a comunidade estudantil estão também a procurar e a encontrar maneiras de inte-
ractuar com ele. Aquilo que eu posso dizer de mais positivo é que sei de várias questões que têm sido colocadas ao Provedor do estudante. Como essas questões acabam por não chegar à reitoria de uma maneira formal, isso é um indicador muito bom de que a figura e o mecanismo de actuação do provedor do estudante está a funcionar, significa que ele dialoga e que a maior parte desses assuntos estão resolvidos. Os assuntos que chegaram à reitoria, a partir do Provedor do Estudante, foram poucos e foram facilmente resolvidos. Estamos com um espaço e tempo de experiência curto, mas que até agora tornam muito positivo este papel. Penso que é uma figura, a exemplo do que é o próprio provedor de Justiça a nível nacional, que ajuda a resolver alguns problemas e por isso contribui para uma mais harmoniosa vida académica. Na primeira entrevista que aqui tivemos, referiu que a proximidade com os estudantes era um aspecto que queria cimentar e desenvolver. Esta proximidade com a comunidade académica teve alguns desenvolvimentos, neste último ano? Penso que a relação entre a equipa reitoral e os estudantes é excelente. Essa relação faz-se em determinados momentos, sempre que possível com grupos de estudantes de diferente natureza, muitas vezes através dos representantes dos estudantes, seja da sua associação académica, seja da sua representação dos órgãos do governo da universidade, do conselho geral, e também nos órgãos de consulta, como, por exemplo, o senado. Essa relação tem sido muito boa e não era expectável que fosse diferente, com
A nova sede da AAUM ficará situada na entrada Oeste da Universidade do Minho
uma discussão muito séria dos assuntos que preocupam quer o lado da reitoria quer o lado dos estudantes, por exemplo, esta questão das bolsas de estudo que motivou um diálogo quase diário do meu lado com o presidente da Associação Académica, nem sempre com pontos de vista totalmente coincidentes, mas sempre com a maior cumplicidade. Eu diria que a proximidade dos estudantes é grande, é excelente e a relação do reitor com os estudantes é boa, seja em de natureza académica, do ensino, seja desportiva ou de natureza mais festiva. Certamente que não estamos de acordo em todos os pontos, mas também acho que seria uma coisa muito chata, uma universidade onde o reitor e os estudantes estivessem sempre de acordo. Eu costumo dizer que temos de ter uma população estudantil irreverente e que, de alguma maneira, confronte a instituição, com as suas contradições, desafios e desígnios. Isto tem de ser feito dentro do quadro do que é a universidade, do que são os objectivos da universidade, mas percebendo e desejando que os estudantes sejam um corpo muito crítico. Essa cumplicidade com os estudantes pode ser premiada com avanços significativos na construção da nova sede da AAUM? Certamente que sim. O reitor não tem dúvidas sobre o interesse desse projecto e sobre a importância deste para a universidade. Esse projecto está sinalizado em todos os nossos documentos legais da universidade. Este ano fomos evoluindo com a AAUM no modelo sobre o qual isso será implementado. Estamos a avançar, a sede da AAUM ficará numa zona que chamamos a rotunda oeste da entrada do campus, onde está a segunda portaria, Estamos, neste momento, a trabalhar no projecto final do exterior de toda aquela zona e isso definirá todo o layout do local da implementação da sede da AAUM. Dentro deste quadro, e também tendo em conta que há possibilidades financeiras que a própria AAUM tem para avançar com o projecto, penso que a própria AAUM esta-
rá em condições de lançar o projecto a muito curto prazo e depois teremos todos de ter a imaginação, a vontade e a dinamização política para conseguir os meios financeiros para esse investimento. Eu espero bem que possa ocorrer durante os próximos três anos. Quando fala em ser lançado a curto prazo, é ainda durante este ano lectivo? O projecto, sim. O projecto terá de ser lançado durante o ano lectivo. Eu quase que diria que o projecto pudesse avançar ainda este ano civil. Parece-me para já difícil mas estamos a trabalhar nesse sentido. Há um ano atrás falava-se da possibilidade de a UM se poder transformar numa fundação. Dizia que a fundação podia permitir uma maior agilidade de gestão, mas também levantava receios na comunidade académica. Passado um ano, em que pé estamos nesta questão? Passado um ano, é conhecido que o reitor apresentará ao próximo conselho geral uma proposta de passagem da UM a fundação pública de direito privado, um quadro que está estabelecido no regime jurídico superior, e de acordo com o que for estabelecido entre o reitor e o conselho geral, esta proposta formalizará o arranque de um processo de decisão interna que, expectavelmente, será concluído ou na reunião do conselho geral de Maio ou na de Junho. É algo que será resolvido nos próximos seis meses. Isto é uma decisão do conselho geral. A decisão de a universidade apresentar ao ministério essa proposta, não quer dizer que dessa decisão resulte automaticamente o facto de a universidade
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ser de facto uma fundação, porque se essa decisão for positiva, a universidade fará um processo negocial com o ministério que poderá levar a uma decisão positiva ou não. Este é um quadro que vamos desenvolver e também este espaço de tempo que o conselho geral decidiu estabelecer para esta decisão sobre a proposta do reitor tem a ver com o facto de queremos que, apesar de ser uma decisão do conselho geral, se desenvolva no quadro de um debate interno, envolvendo todos os diferentes órgãos da universidade e, portanto fazendo uma análise serena da situação e percebendo, sobretudo, se o modelo fundacional é bom ou não para a UM. Do meu lado, não tenho dúvidas que o é, por isso o vou propor ao conselho geral, penso que a universidade tem muito a ganhar ao evoluir para este modelo, aliás, isso tem-se tornado dolorosamente claro ao longo do último ano quando comparamos as dificuldades que estão a atravessar as universidades não fundacionais e as fundacionais, no quadro das restrições que nos são impostas pelas diferentes leis orçamentais. Esta é a discussão que está aberta e certamente, para todos os universitários e académicos, percebemos que aquilo que é essencial ao cumprimento da nossa missão é sermos capazes de ter autonomia para pôr de pé o nosso projecto de interacção com a sociedade, e isso pressupõe um quadro de responsabilidade acrescido e de autonomia essencial para efectivarmos aquilo que esta comunidade anseia. Falando no Conselho Cultural, onde o Festival de Outono foi a realização mais mediática. Sente que esta actividade foi mais um veículo para aproximar a Universidade das cidades de Braga e Guimarães? O festival de Outono foi uma iniciativa conseguida, uma iniciativa sobre a qual se levantavam algumas dúvidas. Foi um evento de vários dias, com actividades culturais e orçamentos escassos, o que é sempre uma coisa que levanta muitas dúvidas, mas conseguimos demonstrar que é possível fazer um programa que teve dignidade, às custas da capacidade interna da uni-
versidade, seja dos centros de investigação, dos laboratórios ou dos grupos culturais da associação académica. Portanto aquilo que é a capacidade endógena da universidade e também tivemos uma particularidade muito interessante e que me apraz muito registar, ter a capacidade de ter cá um grupo chinês, que fez uma actuação no Largo do Paço, em Braga, e no Paço dos Duques, em Guimarães. O projecto teve eventos nas duas cidades, como estava previsto, a adesão das duas cidades foi interessante, a níveis dentro do expectável. Apesar de tudo, não deixa de ser a primeira iniciativa, tem que ganhar o seu espaço, o seu caminho, e não tenho dúvidas que nos próximos anos será algo muito mais conseguido. Será algo que passará a fazer parte do programa cultural das duas cidades. Haverá, portanto uma semana em que as duas cidades terão um programa cultural conjunto, ou um programa cultural a três, entre as duas cidades e a universidade. O que para mim foi mais interessante foi que conseguimos ter um programa cultural extremamente diverso, o que significa que qualquer manifestação cultural cabe dentro do festival do Outono. Um momento de particular interesse de ligação à cidade de Braga foi a apresentação do livro que reúne os testamentos da gata, uma edição de grande qualidade gráfica. Ela própria traduz um trabalho de cooperação entre a própria AAUM e o Conselho Cultural e a associação dos antigos alunos do Liceu Sá de Miranda. Isto prova que as coisas conseguem ser feitas com recursos relativamente limitados. Em entrevista na RUM, António Cunha fez o balanço de um ano na reitoria
Em relação à ligação a Braga. Recordo que há um ano, o professor vinha de 5 anos à frente da Escola de Engenharia da UM, tendo uma ligação próxima a Guimarães, que queria transpor para Braga. Como é que fez isso ao longo deste ano? Há projectos em curso com as autarquias? Os projectos em curso já são conhecidos. Houve, sobretudo, uma fase de definição do quadro de funcionamento. Essa fase teve o seu primeiro momento no 17 de Fevereiro passado, com a assinatura do Protocolo que definia quatro agendas e estamos a trabalhar nelas com a Câmara de Braga e, muito brevemente, serão conhecidas candidaturas aos projectos em que estamos a trabalhar. Estamos a cruzar os projectos da universidade com os da Câmara e a preparar candidaturas que serão conhecidas num futuro próximo. Além disso a Capital Europeia da Juventude foi um processo que se desenvolveu, entretanto. Apoiámos essa ideia da Câmara de uma maneira inequívoca, dado que temos uma expectativa grande nela. E estamos a preparar vários projectos, quer a universidade, quer a AAUM, mesmo alguns projectos de índole desportivo, para fazer com que o 2012 tenha um conjunto diverso de realizações que atraiam juventude à cidade de Braga. Uma das principais apostas deste primeiro ano do seu mandato foi o reforço dos cursos póslaborais na UM. Que frutos é que já foram conseguidos ao longo deste primeiro ano? A UM foi a universidade com maior aposta nesta área e é a universidade com mais alunos nesta área a nível nacional. Isto tem a ver com várias
razões, estamos numa situação em que o nível de desemprego potencia uma maior população para esta situação, mas também, e muito importante, Braga e Guimarães, são duas importantes cidades de média dimensão do país, em que não há outras instituições privadas. A universidade, praticamente, não tinha oferta de cursos pós-laborais, enquanto em Lisboa, Porto e Coimbra há uma oferta diversa de várias instituições quer públicas, quer privadas. Para nós era claro que havia um potencial crescimento nesta área e fizemos uma oferta. Essa oferta foi muito bem recebida na maior parte dos cursos, só haverá um ou outro em que não. Eu só estava à espera de cerca de 2/3 de cobertura da oferta que fizemos, mas a cobertura foi de quase 90%. Foi 82% através do ingresso nacional, mas depois, através de outros mecanismos de ingresso (maior de 23 anos por exemplo). Ou seja, temos quase 600 alunos em cursos pós-laborais e o ano passado tínhamos cerca de 80. A universidade está agora a adaptar-se e vai fazê-lo, quer com espaços quer com o funcionamento das instalações alimentares. Neste momento já temos infra-estruturas alimentares a funcionar à noite em qualquer um dos campus. E há a questão de podermos ter a Biblioteca a funcionar em períodos nocturnos alargados e mesmo em determinadas épocas do ano lectivo durante 24 horas, que é uma obra que já devia ter começado, a da readaptação do edifício da biblioteca a isso. Vai ser instalada, em Braga, uma Escola Superior de Desporto que não vai ser abraçada pela UM. Porquê esta decisão de não envolver a UM nesta escola? Eu não tenho muito a dizer sobre esse assunto. No planeamento estratégico da Universidade não está nem nunca esteve uma oferta educacional de investigação no domínio desportivo, portanto, o projecto que foi enunciado e que eu conheço pelos jornais é um projecto de uma entidade privada e que tem, dentro do quadro legal nacional, uma activi-
dade de formação de ensino superior, nomeadamente politécnica, que está aberto às entidades privadas desde que cumpram determinados requisitos. Portanto, é isso que está a acontecer e não tenho comentários a fazer. Mas nunca se pôs em questão uma reestruturação do plano estratégico nomeadamente na área do Desporto? Do lado da Universidade isso não está nos nossos planos, como não esteve nos planos de anteriores equipas. Não há nenhuma escola, nenhuma unidade orgânica que tenha uma universidade nesse sentido. Todos sabemos que do lado da educação há uma pequena intervenção nesse domínio, sobretudo ligado aos professores do ensino básico. Portanto há necessidade de leccionarmos algumas componentes relativamente à prática desportiva, mas penso que a actividade da universidade neste domínio ficará por aí. É um orgulho muito grande termos um curriculum tão interessante na prática desportiva dos nossos estudantes, mas isso é feito nas actividades dos nossos estudantes e não como objectivo do desenvolvimento de uma oferta educativa no domínio do Desporto. Daqui a alguns meses entrará em funcionamento, já equipado, o laboratório ibérico de Nanotecnologia. Já está completamente definido o quadro de relacionamento entre esse laboratório e a UM? Esse quadro foi definido no Protocolo que assinámos a 17 de Fevereiro. Temos vindo a implementá-lo, tivemos há cerca de uma semana uma grande reunião científica, entre um conjunto de 30 investigadores da UM e investigadores do INL. Estamos a definir os principais projectos conjuntos para este trabalho e vamos implementar a breve prazo, aquilo que está definido nesse protocolo que é a existência de lugares conjuntos a professores e investigadores que sejam, simultaneamente, investigadores do INL e professores da universidade, e isso, será algo que vai agilizar muito esta relação. * com Cláudia Fernandes
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INQUÉRITO Tens conhecimento da RGA ? Para Bárbara Barros, a RGA já não é novidade. A aluna sabe que é o espaço mais importante de decisão estudantil e afirma ter participado em quase todas as reuniões desde que ingressou na Academia minhota. A estudante de Ciências da Comunicação acha que este é o momento e o local para os estudantes terem uma maior intervenção na vida académica: “podem participar em importantes decisões da AAUM, levar à decisão assuntos que os preocupem e perceber melhor de que forma podem intervir na própria Academia.” Quanto à representação dos estudantes na RGA, Bárbara diz serem poucos aqueles que aparecem e menos ainda aqueles que agem activamente com a apresentação de moções e propostas. Afirma ainda que este facto se deve a vários factores nomeadamente a falta de divulgação. Contudo, a estudante frisa que, se houvesse um maior conhecimento do trabalho deste órgão, a representação seria maior: “a taxa de participação seria mesmo perto dos 100%”. Bárbara Barros 3ºanO // Ciências da Comunicação
Ricardo Machado 2º ANO // Línguas Aplicadas
Ricardo é um dos muitos alunos que, apesar de saber o que é a RGA e em que consiste, nunca participou em nenhuma destas reuniões. Para o aluno, a sua falta de interesse e participação na reunião geral de alunos deve-se à falta de divulgação das mesmas: “só há pouco tempo é que soube da existência delas e já cá ando há três anos”. O aluno de Línguas Aplicadas acredita no valor da RGA e concorda com o facto de existir um espaço onde se possam discutir ideias e apresentar propostas, afirmando ainda que “se as ideias discutidas passarem para a reitoria eu acho que desempenham um óptimo trabalho”. O estudante disse ainda passar a estar mais atento à data de realização destas reuniões para poder participar numa próxima oportunidade.
Rita Mateus participou pela primeira vez numa RGA este ano lectivo. Para a estudante, é o local onde “se discutem assuntos que concernem os alunos”. A aluna de LLE acha que a RGA é mais importante do que aquilo que toda a gente pensa que é. Diz ainda que é o único ponto onde os alunos podem discutir de uma forma mais formal: “Não é a falar no café que as coisas se resolvem. Se não formos nós a lutar pelo que é nosso e para nós, ninguém o faz.”. Para a estudante minhota existe ainda outro problema que faz com que não haja interesse por parte dos estudantes para participarem neste tipo de órgãos: “O problema é a falta de espírito crítico e opinião própria que se vê na nossa geração, não estamos suficientemente atentos ao que se passa à nossa volta e, se estamos, não nos importamos muito.”. Quanto à representação dos alunos, Rita Mateus afirma que são poucos aqueles que aparecem nas reuniões: “terrível representação dos alunos”. Rita Mateus 3º ANO // Líng. e Lit. Europeias
Ana Cardoso 1º ANO // Bioquímica
A nova aluna da academia minhota, apesar de ainda “andar por aqui” há pouco tempo, afirma saber o que é uma RGA. Contudo, diz também que ainda não teve oportunidade de participar em nenhuma. Para a estudante a reunião geral de alunos define-se em poucas palavras, é o espaço onde se “discutem assuntos de interesse dos alunos”. Ana Cardoso atribui uma importância extrema à RGA enquanto órgão e afirma ainda que é importante para que todos os alunos andem informados sobre o que os rodeia: “é bom estar informada sobre os assuntos que interessam”. A estudante de Bioquímica frisa ainda que a RGA tem o seu valor só pelo facto de funcionar como órgão e reunião onde os estudantes se podem informar sobre o que se passa na Academia, nomeadamente como aconteceu esta semana relativamente à acção social universitária: “Valem só pelo facto de informarem os alunos do que se passa sobre as bolsas e isso”.
Iolanda Lima iolandaisabellima@hotmail.com
Reunião Geral de Alunos ou RGA para muitos não diz nada, mas para outros é o órgão mais importante de representação estudantil. Nesta reunião, há lugar para se discutir, por exemplo, o que tem sido feito na academia, o estado da acção social universitária e todos aqueles assuntos aos quais a massa estudantil é sensível. É o local onde os estudantes se devem fazer representar e podem debater as suas ideias, apresentar as suas sugestões e expor os seus problemas. Em semana de RGA extraordinária, o ACADÉMICO foi ao campus saber o que os estudantes conhecem e pensam sobre a reunião geral de alunos.
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REPORTAGEM
Quando diferente rima com bem “Tudo o que eu fizer, vou ter de fazer diferente”, explicou André Rabanea, especialista em Marketing de Guerrilha
O workshop contou com cerca de quarenta alunos dos cursos de Ciências da Comunicação e Gestão
Cláudia Fernandes alaufernandes@hotmail.com
“I’m a creative from Brazil”. Foi esta a frase que deu o mote a André Rabanea, especialista em Marketing de Guerrilha, para lançar o workshop que veio dar à Universidade do Minho, na passada quarta-feira, no âmbito de uma parceria entre o Grupo dos Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho (GACCUM) e a Associação de Estudantes de Gestão (ADEGE). Assim, foram cerca de quarenta alunos dos cursos de Ciências da Comunicação e Gestão que assistiram à formação que se realizou num dos auditórios da escola de Economia e Gestão. Contextualizando, Marketing de Guerrilha consiste numa forma de envolver as pessoas com uma determinada marca, recorrendo ao uso de material não usual
e inovador, ou seja, evitar os tradicionais flyers, muppis e outdoors que praticamente todas as campanhas usam. André Rabanea insistiu que se deve sempre marcar pela diferença e fazer algo que mais ninguém faz. “Tudo o que eu fizer, vou ter de fazer diferente”, explica. Pegando neste lema, o especialista recordou o seu início de carreira, quando apenas tinha 17 anos e não possuía qualquer experiência profissional. Segundo Rabanea, depois de estudar muito bem a pessoa que queria impressionar – no caso um dos directores da agência brasileira Thomson –, elaborou uma acção especial para ele. Relembra que, num domingo de manhã, esperou em frente à casa do tal director pelo estafeta que distribuía os jornais e escreveu uma
mensagem especial no jornal. “Criei uma capa falsa para o jornal, em que visse o caderno de cultura. Lá tinha deixado a mensagem: “Se eu consegui chegar a você, consigo chegar nos clientes para quem você trabalha”. Pus o meu nome e o telemóvel”. Esta mensagem arriscada, apenas teve repercussões no dia seguinte, quando o director o contactou. “Ele disse que eu tinha invadido a privacidade dele e para passar no dia seguinte pelo escritório para acertarmos as nossas contas”, conta André Rabanea. Acerca dessa primeira reunião, o especialista recorda que lhe perguntaram o porquê de ter agido assim. “Respondi que só o fiz para chamar a atenção, porque não tenho curriculum e queria mostrar que era capaz de fazer algo diferente”,
acrescenta. Ao longo de um workshop onde reinou o bom humor, André Rabanea referiu que quando recebe um mail onde o tratam como “Excelentíssimo director dos Re-
Marketing de Guerrilha envolve as pessoas com uma determinada marca, recorrendo ao uso de material não usual e inovador cursos Humanos…”, é meio caminho andado para este ser apagado. “Todos fazem isso, por isso, não preciso dessa pessoa aqui”, explicita. Falando um pouco mais do seu trabalho, o especialista mostrou algumas campa-
nhas que elaborou. Como por exemplo, a que montou para a revista National Geographic, para comemorar a semana das artes marciais. “Oferecemos tijolos aos jornalistas, no press kit”, exemplifica. Mal chegou a Portugal e confrontado com a ideia de que não existia qualquer agência que operasse na área do marketing de guerrilha, André Rabanea pôs mãos à obra e criou a sua própria empresa. “No dia seguinte, estava eu a criar a minha agência, a Torke”, revela. Isto em 19 de Maio de 2005. Actualmente, a funcionar há cinco anos, a agência já tem uma sucursal em Istambul, na Turquia, e possui uma larga palete de parceiros de todo o Mundo: Brasil. Estados Unidos, Inglaterra, Bélgica e Espanha, etc.
TECNOLOGIA E INOV Identidade de utilizadores do YouTube será divulgada pela Google Eduarda Fernandes duda71@live.com.pt
A ex-modelo Carla Franklin acusa três utilizadores do Youtube de a insultarem. Neste sentido, a Google foi obrigada, por um tribunal norte-americano, a divulgar a identidade dos mesmos. O processo foi apresentado pela ex-modelo que acusa os indivíduos em causa de a insultarem recorrendo a comentários trocistas e insultuosos, através de vídeos e comentários publicados no YouTube. Carla Franklin e o advogado defendem que este pedido é essencial para que ela possa processar os indivíduos por difamação. A ex-modelo alega que este episódio prejudicou a sua carreira, uma vez que, ao deixar as passerelles procurou dedicar-se à consultoria na área de Biologia e Psicologia, licenciaturas que ti-
rou. O facto de num dos vícios em causa afirmar que o título académico não é mais importante tem prejudicado o seu futuro. O vídeo, propriedade da universidade da Colômbia, foi publicado sem autorização. David Fish, advogado, citado pelo El Mundo, defende que “as pessoas se escondem atrás destes escudos e acreditam que podem dizer o que lhes apetece. Esperamos que isto acabe”. Os votos para que estes casos sejam evitados no futuro são partilhados, também, pelo tribunal, que para isso tenciona criar um precedente para de alguma forma prevenir eventuais casos semelhantes. Foi dado à Google 15 dias para divulgar as identidades e os dados pessoais dos três utilizadores do YouTube. Não obstante este facto, a rede Google pode ainda recorrer à decisão.
‘Arrasa na Web’ traz novo conceito de economia digital a Portugal Diogo Araújo diogorafael@msn.com
“Arrasa na Web” é um novo conceito de compras criado pelo Portugal Week’10, pela Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) e pela Associação de Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva (ACEPI). É a primeira vez que uma iniciativa do género emerge em Portugal, permitindo aos consumidores fazer compras online com vantagens. Decorreu entre dez e dezassete de Outubro no Facebook e a campanha de divulgação do evento ficou a cargo da agência de comunicação By. A “Arrasa na Web” é um conceito novo em Portugal, sendo a sua pretensão criar hábitos de compra online que sejam vantajosos para os consumidores. Este even-
to decorreu durante a terceira semana de Outubro, inserido e sendo o constituinte que mais se destacou no Portugal Internet Week’ 2010, organizado pela ACEPI em parceria com a UMIC, com o intuito de tornar Portugal um caso de sucesso na economia digital. Dentro das vantagens que são oferecidas encontram-se descontos especiais, passatempos, oferta de portes de envio, anuidades e brindes. A ACEPI, organização in-
dependente sem fins lucrativos, visa estudar e implementar em Portugal formas de Negócio electrónico. A By, agência de comunicação, foi responsável pela divulgação na Web, filme de televisão, spot de rádio e anúncios na imprensa. Mais informação sobre este acontecimento pode ser encontrada no site do mesmo, em www.arrasanaweb.com ou no Facebook em http:// www.facebook.com/arrasanaweb.
Call of Duty: Black Ops “Go deep behind enemie lines”
FRANCISCO VIEIRA dmvieira04@hotmail.com
Call of Duty: Black Ops é o mais recente título da produtora Activision e é já o sétimo da saga Call of Duty. Como não poderia deixar de ser, Black Ops é um FPS (first-person shooter) e estará disponível para todas as plataformas a 9 de Novembro. O contexto histórico é a Guerra Fria, época na qual abundaram organizações de espionagem. O jogo põe-nos na pele de duas persona-
gens (principalmente), Alex Mason e Jason Hudson, os quais fazem missões em locais como Cuba, Vietname, Laos e nos Montes Urais. Como é próprio de todos os Call of Duty, Black Ops não foge à regra e dispõe de uma potencialidade gráfica de ficar, literalmente, de boca aberta Além das duas personagens principais que o jogador poderá controlar, existirão outras, o que possibilita a visão de diferentes perspectivas da história. Foram implementadas novas armas, como a besta, assim como a
Foram implementadas novas armas como a besta, a possibilidade de utilizar napalm e até de controlar helicópteros possibilidade de utilizar napalm, controlar helicópteros e até personalizar o aspecto das personagens. Em suma, Call of Duty: Black Ops é
uma compra obrigatória para todos os apaixonados por FPS, história mundial e, principalmente, muita acção. Com certeza que fi-
gurará como um dos jogos do ano. Site Oficial: http://www. callofduty.com/
OVAÇÃO
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twittadas Sónia Silva
Portugal com tecnologia do futuro Segundo um estudo elaborado pela Said Business School da Universidade de Oxford e pela Universidade de Oviedo em parceria com a Cisco, Portugal é um dos catorze países preparado para a nova geração de aplicações na internet. Este estudo analisou os serviços web de setenta e dois países. O nosso país disponibilizará serviços mais avançados dentro dos próximos quatro anos, onde se
podem inserir serviços de televisão de alta definição através da internet e serviços de comunicações em vídeo de alta qualidade, incluindo a telepresença. Portugueses não querem internet em casa Os dados da Comissão Europeia de Dezembro de 2009 revelam que Portugal é um dos países da União Europeia que apresenta menos lares com acesso à internet. O país encontra-se em vigésimo quarto lugar no ranking dos vinte e sete membros da EU. A falta de interesse pela ligação à internet foi a principal razão apresentada pelo povo lusitano,
seguindo-se o desconhecimento acerca da tecnologia e só depois as razões de ordem financeira que incluem os custos de um computador, do modem e a mensalidade da rede. Ainda assim, a percentagem de agregados com acesso à Internet em Portugal representa uma subida significativa relativamente ao inquérito anterior. Ugly Meter analisa beleza das pessoas A Apple desenvolveu uma nova aplicação para o iPhone que permite identificar o nível de beleza das pessoas através de fotos. Denominada de Ugly
Meter, esta ferramenta analisa as fotografias das pessoas, e de acordo com uma série de critérios atribui uma nota tendo em conta o nível de beleza da pessoa. Quanto maior for a classificação, mais feia será a pessoa. No ecrã do iPhone aparece uma série de linhas verdes que delinea a posição exacta onde o utilizador deverá posicionar o rosto para ser fotografado. Em seguida, a aplicação analisa a imagem e dá uma nota. “Say cheeese” pode significar mais do que uma foto. Apple cria inovação a pensar no ouvido humano
A Apple lançou mais uma inovação tecnológica. Desta vez a preocupação centra-se nos ouvidos dos clientes. A marca desenvolveu um sensor que será utilizado nos ecrãs tácteis dos iPhones e do iPod Touch, que permitirá regular as características do som enviadas pelo aparelho. Após encostar o objecto à orelha, o sensor analisa a morfologia do ouvido utilizador, de maneira a oferecerlhe a melhor qualidade sonora possível. Para que a tecnologia funcione serão necessários vários sensores semelhantes ao que actualmente figuram nos dispositivos móveis da Apple.
brevemente: LIFTOFF AAUM Na passada quinta-feira, dia 21 de Outubro reuniu, na sede da Associação Académica da Universidade do Minho, pela primeira vez o Conselho Estratégico do Liftoff. O Conselho Estratégico é constituído por individualidades de referência do meio académico, científico e empresarial, com enorme sensibilidade para o empreendedorismo, que tem como objectivo definir e orientar a actividade operacional do Gabinete do Empreendedor.
Segue-nos nas redes sociais
> 21 de OUTUBRO ‘10 1ª Reunião do Conselho Estratégico do Liftoff
Este Conselho é constituído pelo Professor Doutor José Mendes, Vice-Reitor da Universidade do Minho, pelo Arquitecto Hugo Pires, vereador da Câmara Municipal de Braga, pelo Professor Doutor António Paisana, provedor do estudante da Universidade do Minho, o Dr. Augusto Ferreira, coordenador da TecMinho e por Luís Rodrigues, Presidente da AAUM.
>4 de NOVEMBRO ‘10 Curso “Empreendedorismo na Euro-Região Norte de Portugal / Galiza”. Guimarães;
O Liftoff esteve presente no Seminário cujo tema foi “Empreendedorismo e Financiamento de Projectos Inovadores”, organizado pela AIMinho que teve como objectivo promover o empreendedorismo de forma a apoiar a criação de novas empresas inovadoras. Neste seminário foi apresentado a Rede Ousar e os programas de financiamento para projectos inovadores da Caixa Geral de Depósitos, da Invicta Angels e da InovCapital.
Mais informações em www.aaum.pt Mais informações em: www.aaum.pt ou através do email: liftoff@aaum.pt
> 29 de NOVEMBRO ‘10 Inicio de apresentação de candidaturas do Concurso de Ideias “Atreve-te 2010”
> 3 de DEZEMBRO ‘10 Limite de entrega de Candidaturas “Atreve-te 2010”
9 de NOVEMBRO ‘10 Abertura oficial do Gabinete do Empreendedor AAUM LIFTOFF
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CULTURA
Eptae ventur solorem none posamet ad ut remque non nullignat is qui volecae nullis ess Facea aut ea voluptatur? Qui ut ventorem. Obist eic tem dolupta que quis cuptaquas
“Muy Caliente”: Otango chega a Braga Toda a paixão do tango argentino no Theatro Circo
cd rum: Laurie Anderson, «Homeland», 2010 CD+DVD, Nonesuch
Crónica da Queda do Império PEDRO PORTELA info@dominiodosdeuses.org
Quebrando o silêncio editorial que durou praticamente uma década, Laurie Anderson regressa em 2010 com mais um disco épico, a que chamou «Homeland». Um relato politico-cultural sóbrio, irónico, mas amargurado de uma América em colapso e com o fim imperial à vista. A lucidez da sua análise sociológica e a expressividade poética com que o faz enquadram esta obra como um dos melhores momentos da carreira de Laurie Anderson, ombreando musicalmente com «Big Science», o disco que a inaugurou, mas sem paralelo lírico que se lhe assemelhe.
Nunca Camilo foi tão filmado CÁTIA CASTRO catia.castro@rum.pt
Impecável e deliciosamente trabalhado ao nível dos textos, composições e arranjos, «Homeland» reveste-se de um notável poder narrativo, em que poesia e música parecem fundir-se numa unidade indissociável, tal como a voz sussurrada de Anderson o parece ser relativamente ao seu intrigante violino. Para adensar a mestria deste trabalho, foram entrando em cena nas gravações músicos insuspeitos, como Lou Reed, Kieran “Four Tet” Hebden, Antony Hegarty e John Zorn, entre vários outros, cada um trazendo um input específico e ampliando a grandeza do apuro final. Um disco icónico de uma artista sem sombra no horizonte arty da música pop.
Fazer um filme com quatro horas e meia não só é arriscado como também curioso. Curioso por se tratar de uma adaptação de um dos primeiros livros de Camilo Castelo Branco e filmado por um aclamado realizador chileno, Raúl Ruiz. E finalmente, porque há muito tempo que a crítica internacional não se rendia a um filme tão português como é “Mistérios de Lisboa”. Uma novela em jeito de epopeia que atravessa o século XIX. Alguém dizia, e bem, que os romances camilianos são como as famosas matrioskas. Atrás de uma história vem outra e depois outra, até à tragédia final. «Mistérios de Lisboa» é uma dessas bonecas russas.Com a particularidade que esta abre uma história verídica e relatada a Camilo Castelo
Branco, que a passou para o papel em 1854. A epopeia centra-se na história de João, que afinal é Pedro, um órfão e protegido do Padre Dinis, na qual conflui todas as personagens num ritual. Um homem de muitas facetas, interpretado por Adriano Luz, que de eclesiástico tem muito pouco. No centro desta teia de relações está ainda mãe de João, interpretada por Maria João Bastos. Uma mulher “Mistérios de Lisboa” ressurgirá como série de televisão de seis episódios em 2011
aprisionada durante anos pelo Conde de Santa Bárbara. Depois há mil e uma aventuras, paixões, adultérios, vinganças e personagens entre as quais a de Alberto de Magalhães (Ricardo Pereira), que fechará o ciclo de mistérios. Filmada em HD, a película é uma tragédia camiliana absoluta, mas o realizador de “Klimt” dá-lhe razões para sobreviver no grande
CULTURA PÁGINA 21 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
Rita Vilaça riiita_@hotmail.com
Sensualidade, ritmo, tentação, sapatos vermelhos, vestidos justos, violinos e acordeões… Foi na Sexta-feira, dia 22 de Outubro, que o Theatro Circo dançou com toda a intensidade do tango argentino no espectáculo “Otango”. Directamente de Buenos Aires, Otango dança uma trágica história de amor. Com mais de dez bailarinos de renome internacional, cinco músicos e dois cantores, o espectáculo contou com dois actos e cinco cenas. Desesperado por ter perdido o amor da sua vida, um homem mata a sua amada. Levado à loucura pelos remorsos do impulso, o protagonista vê-a constantemente, relembrando todos
bem
leitura em dia
agenda cultural
1 - Jovens Lobos de Simon Scarrow - ed.Saída de Emergência;
BRAGA Teatro 26 de Outubro “Kandahar” Theatro Circo
ecrã. Planos soberbos, um jogo de luz e de sombra poucas vezes visto em filmes de época e um elenco, nacional e internacional, convincente. Vencedor do prémio Concha de Prata de Melhor Realizador no Festival de San Sebastián, “ Mistérios de Lisboa” tem a crítica a seus pés de França a Nova Iorque. De um livro português, perdido no tempo, poderá ter nascido um grande filme.
2 - Mar de Sangue, Steve Mosby - ed.Pub.Europa-América. É o novo policial inglês, a renovação de um género; 3 - Feliz Insucesso, precedido de Cocorocó de Herman Melville - ed.Pub.Europa-América Duas curtas narrativas do clássico americano do Séc.XIX; 4 - O Tempo entre Costuras de Maria Dueñas - ed.Porto Editora. O romance espanhol do Séc. XXI e a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial, o Norte de África e Lisboa. Uma longa e sofisticada leitura. 5 - Tollins - Histórias Explosivas para Criaças - Conn Iggulden ed.Guerra e Paz - uma girândola de imaginação;
Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM. Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier
Música 27 de Outubro Cristina Branco – Kronos Theatro Circo 29 de Outubro I.M.A.N. – Intermédia, Multimédia, Acção e Nada Theatro Circo
rum box TOP RUM - 42 / 2010 22 OUTUBRO 1 BUNNYRANCH Where am I? Where are you? 2 OS GOLPES Vá lá senhora 3 MÃO MORTA Novelos da paixão 4 PEIXE AVIÃO Um acordo qualquer 5 BALLA Montra 6 PELTZER A story to tell me 7 BEACH HOUSE
os episódios das suas vidas conjuntas. “Foi um espectáculo magnífico!”, confessou Teresa Lima, uma jovem de 16 anos, aluna de Ballet Clássico. Com cenários estonteantes, durante 130 minutos, os espectadores foram deleitados com a banda “Cincotango”, uma compilação dos melhores músicos de Buenos Aires. “Inicialmente, como era um espectáculo de duas horas, pensei que se iria tornar monótono. Mas foi impossível de adormecer!”, expressou Sérgio Silva, que se deslocou ao Theatro Circo com a companheira “Vim por influência da minha esposa, nem tinha muita vontade, mas não estou nada arrependido. Adorei e voltaria a vir!”, concluiu. Nem a crise parece ter impedido que a mistura de
música, cor, sons e cenários que constituíram Otango, enchesse o Theatro Circo. Mais de 900 pessoas partilharam a sala principal da casa de espectáculos bracarense. “Foi realmente muito bom. Óptimos bailarinos e músicos fantásticos, aliados a este teatro, fizeram um show excelente”, comprovou Maria Cunha, espectadora e amante de dança. O público não se cansou de aplaudir, tecendo elogios à companhia argentina. “C’est ‘muy caliente’!” como rotulou o diário francês Le Figaro. Com presença já confirmada, Otango irá actuar no dia 28 de Outubro no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, no CC Olga Cadaval dia 29, e no C. Congressos da Madeira, no dia 30, concluindo assim a sua tour por Portugal e partindo rumo a França.
GUIMARÃES Música 26 de Outubro Café Falado CCVF
Cinema 28 de Outubro Noites do Cineclube: Mother – Uma força Única Casa das Artes
29 de Outubro Madame Godard CCVF
29 de Outubro Um Livro, Um Filme Centro de Estudos Camilianos
30 de Outubro Os Pontos Negros São Mamede
BARCELOS Música
FAMALICÃO Teatro 29 de 30 de Outubro Cigarras – Teatro Musical Casa das Artes
Norway 8 NATIONAL, THE Bloodbuzz ohio 9 CLÃ Golden skans 10 NUNO PRATA Mais um belo dia 11 ARCADE FIRE The suburbs 12 B FACHADA Os discos do sérgio godinho 13 BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB Conscience killer 14 PAUS Pelo pulso 15 ANAQUIM As vidas dos outros
29 de Outubro NómadaUrbe Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos - Subscuta
16 BLACK KEYS, THE Everlasting light 17 GRIZZLY BEAR Two weeks 18 FEROMONA Alfama 19 GORILLAZ Stylo 20 LCD SOUNDSYSTEM Drunk girls
POST-IT 25 > 29 Outubro MÁRCIA - Cabra-Cega LAND OF TALK - Quarry Hymns N.E.R.D. - Hypnotise U
PÁGINA 22 // 26.OUT.10 // ACADÉMICO
DESPORTO Universidade do Minho representada na FADU CARLOS REBELO c.covas@gmail.com
Decorreu no passado dia 18, em Lisboa, a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FADU para o mandato 2010-2011. Esta tomada de posse acontece no seguimento da assembleiageral da FADU que se realizou no Grande Auditório do Centro de Medicina Desportiva do Estádio Universitário de Lisboa no passado dia 22 de Setembro, em Lisboa, onde houve eleições para os Órgãos Sociais da FADU 2010/2011. Nesse dia foi eleita pelos 19 delegados da FADU a única lista concorrente. A tomada de posse iniciouse com a transição de funções entre o Presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) cessante, Pedro Soares e o novo Presidente da MAG, Miguel Portugal. Sucessivamente, tomaram posse os restantes membros dos Órgãos Sociais, Conselho de Disciplina, Conselho de Justiça, Conselho Fiscal, Direcção e por fim o novo Presidente da FADU Bruno Barracosa do Instituto Supe-
rior Técnico (IST), que irão exercer funções durante o mandato de um ano. Nesta cerimónia fizeram parte da Mesa, Pedro Dias, Membro do Comité Executivo da Federação Internacional de Desporto Universitário (FISU), Dr. Humberto Santos, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Dra. Anabela Reis, representando a Confederação de Desporto de Portugal e Dr. João Roquette, Presidente do Estádio Universitário de Lisboa. Por esta ordem os elementos da mesa congratularam a anterior equipa dirigida pelo Presidente Luís André Couto que cessou funções. Na constituição dos novos órgãos sociais da FADU, encontram-se duas personalidades ligadas à Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Pedro Almeida com o cargo de Administrador da FADU e Nuno Rémi Barroso como primeiro secretário na Mesa da Assembleia Geral. Em entrevista ao ACADÉMICO, Pedro Almeida, revelou que em relação a integração nos órgãos da FADU “apa-
receu de repente em meados de Agosto” e desde logo decidiu integrar, com bom agrado, o projecto. “É sempre prestigiante fazer parte dos órgãos sociais da FADU e ter membros pertencentes à Universidade do Minho nesta organização”, referiu. Em relação às perspectivas para este ano como administrador e parte integrante dos Órgãos Sociais da FADU, Pedro Almeida, disse que havia muito trabalho pela frente. “Nesta fase a direcção tem que apresentar o plano de actividades e o orçamento geral até dia 31 Outubro, com todos os serviços e actividades da FADU para este ano desportivo” o que incluí planeamento detalhado sobre todas as competições nacionais e internacionais, entre as quais as Universíadas 2011 a realizaram-se na China. Pedro Almeida sobre este assunto acrescentou que a FADU “quer levar o maior número possível de atletas universitários a representar Portugal”. Após poucos dias sobre a tomada de posse os novos membros já começaram a preparar o futuro desportivo na FADU.
Órgãos Sociais da FADU tomaram posse na passada semana e dois elementos do Minho fazem parte dos mesmos
Bracarenses vencem o dérbi minhoto EDUARDO RODRIGUES e_du_rodrigues@yahoo.com.br
No passado sábado, o pavilhão universitário foi palco de mais um dérbi do Minho. De um lado estava o SCBraga/ AAUM, a realizar um exímio início de época e, do outro lado, o vizinho Nogueiró, que até então contava com uma vitória e uma derrota. Os visitantes entraram melhor e estiveram em vantagem, porém, a capacidade de reacção bracarense foi notável e culminou num triunfo por 4-2. A formação inicial, composta por Pli na baliza, André Machado, Fabrício, Pedrinho e Faria, com o intuito de marcar o mais cedo possível, entrou na partida revelando uma certa impaciência. Em contrapartida, os atletas do Nogueiró limitavam-se a explorar as transições ofensivas e os erros dos arsenalistas. Aos 5 minutos, Fabrício perdeu o esférico em zona proibida e permitiu que o adversário abrisse o pla-
Minhotos só conhecem o sabor das vitórias em jogos oficiais neste início de época e começam a figurar-se como fortes candidatos à subida car. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Faria cometer o mesmo erro e, na tentativa de consertá-lo, fazer um pénalti. O mesmo foi convertido e deixou o SCBraga/AAUM a perder por 2-0. A reacção bracarense não tardou. Na reposição, Fabrício redimiu-se e, após um bela combinação da equipa, concluiu com eficácia. Pouco tempo depois, na sequência de um livre, o mesmo jogador empatou a contenda. A superioridade do SCBraga/AAUM continuou a revelar-se e, fruto disto, após um canto estudado, Coroas rematou cruzado e fixou o 3-2. A segunda metade não trouxe grande história à acrescentar ao encontro. Aos 27 minutos, o capitão Lino apareceu livre ao segundo poste para deixar a sua marca. O Nogueiró ainda tentou discutir o resultado utilizando um guarda-redes avançado, contudo, a organização defensiva do conjunto liderado por Pedro Palas sobressaiu na parte final da partida. Findadas as três primeiras jornadas, o SCBraga/AAUM continua a demonstrar a sua força, liderando a competição com 9 pontos conquistados. Na próxima semana o campeonato nacional fará uma pausa e dará lugar a 2ª eliminatória da Taça de Portugal. Os minhotos jogarão fora de portas contra a equipa do Paredes, que milita na III Divisão Nacional.