Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 134 / ANO 5 / SÉRIE 3 TERÇA-FEIRA, 02.NOV.10
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entrevista João Mano foi o vencedor do 6º Grande Prémio BES Inovação e falou ao ACADÉMICO Página 13, 14 e 15 O investigador João Mano foi o vencedor do 6º Grande Prémio BES Inovação, com um projecto inovador que consiste na produção de partículas esféricas em superfícies superhidrofóbicas, criadas sinteticamente. Professor no Departamento de Engenharia de Polímeros da Escola de Engenharia, o agora director de Curso do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica da Universidade do Minho (UM), integra o grupo de investigação 3B’s (Biomateriais, materiais biodegradáves e biomiméticos) que, neste ano, já alcançou alguns prémios, como por exemplo o Prémio Norte Inovador. Natural de Sintra, o investigador está na UM desde 1996. Esta semana, o ACADÉMICO foi conhecer este recém-premiado, assim como o seu trabalho.
reportagem Licenciados não aceitam exame de acesso à Ordem dos Advogados
Estão a ir ao bolso dos estudantes!
A recente criação de um exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados tem gerado controvérsia um por todo o país. Mas, o que estará realmente por detrás desta indignação? O que motiva a Ordem? O que inquieta os alunos? O que pensam os Professores? O que têm feito as Associações e Núcleos estudantis? O ACADÉMICO foi descobrir. Página 08
campus
Moção aprovada em RGA une estudantes minhotos contra Acção Social no Ensino Superior
Página 5 Moção apresentada pela AAUM e aprovada por unanimidade em RGA prolonga a luta dos estudantes face à problemática da atribuição de bolsas.
SEGUNDA PÁGINA 02.NOV.10 // ACADÉMICO
BARÓMETRO
EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
Estudantes unidos Apesar da parca participação (talvez explicada pelo dia em que se realizou) a última RGA da AAUM aprovou, por unanimidade, uma moção que junta os estudantes na luta contra todos os ataques que lhe têm sido dirigidos. Haja luta, haja intervenção estudantil. Renasceu o “verdadeiro” movimento estudantil?
3º ForUM Espaço único de debate e troca de ideias entre a reitoria e os vários corpos da comunidade académica. Muito se falou no último forUM, que juntou a reitoria e os funcionários não docentes. Fica aqui uma iniciativa muito participada e positiva que ajuda a enriquecer esta instituição que tem onde se fazer ouvir internamente.
Chumbos dos alunos de Direito O chumbo na ordem dos 90% nos exames para a Ordem podem ter duas explicações. Ou os alunos estão a ser mal preparados em todo o país (uma estranha coincidência), ou isto será uma estratégia para afastar e restringir o acesso dos estudantes à profissão. Fica a pergunta e fica, também, a injustiça patente.
DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
EDITORIAL
Aí estão os estudantes em força. Uma moção aprovada por unanimidade (permitam-me que sublinhe, unanimidade) dá alento ao protesto conjunto dos estudantes do Minho. A situação é preocupante. Os constantes cortes nos apoios sociais, a juntar à subida de preços das refeições e alojamento, só ajudam a agudizar uma situação, há muito, complicada. Mas os estudantes mostraram que estão unidos nesta causa. Dia 17, a luta é nacional. Do Minho, muitos irão certamente manifestar-se. Do resto do país poderão juntar-se outros que irão ajudar a tornar esta voz ainda mais forte. Ainda antes, nos representantes do Governo locais, os estudantes irão manifestar-se. Haja voz, haja luta, haja uma causa para os estudantes defenderem. Mas não só de más notícias vive o ensino superior. Por cá, João Mano, um investigador do grupo 3 B’s venceu o prémio BES Inovação. Para quem desconhece, é “apenas” um dos prémios mais aliciantes na área no nosso país. A importância deste reconhecimento foi tal, que o investigador da Universidade do Minho recebeu o prémio das mãos de Aníbal Cavaco Silva, actual Presidente da República. O ACADÉMICO esteve à conversa com João Mano. Também esta semana debruçamo-nos sobre os alunos de Direito que são “chumbados” a uma escala impressionante no exame para a Ordem. O ACADÉMICO foi ao campus de Gualtar falar com intervenientes directos nestes casos. Ainda esta semana, a Universidade do Minho foi palco do 3º forUM. O encontro juntou o reitor da academia António Cunha e a vice-reitora Margarida Proença, com funcionários não docentes da UM. Uma conversa inserida numa iniciativa muito positiva, promovida pela Reitoria.. É um excelente espaço de debate e discussão de ideias entre os diversos corpos da comunidade académica e a reitoria. Gostaria ainda de salientar o artigo que se refere à acessibilidade na Universidade do Minho. Felizmente, no entender da responsável pelo Gabinete para a Inclusão, a UM está bem coberta por sistemas que permitem um bom acesso à informação por parte das pessoas com necessidades especiais. Um bom exemplo que pode ser alargado à (restante) sociedade. Nota final para o protocolo de cooperação entre as cidades de Braga e Rio de Janeiro. Uma das matrizes desta sinergia é o intercâmbio de alunos entre as universidades das cidades em causa. Até para a semana e vão seguindo o ACADÉMICO nas redes sociais... Agora muito mais activos!
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 02 Novembro 2010 / N134 / Ano 5 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Ana Sofia Dias, Ana Sofia Machado, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Cláudia Rêgo, Cristina Silva, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Eduardo Rodrigues, Filipa Barros, Filipa Sousa, Franscisco Vieira, Goreti Faria, Goreti Pêra, Inês Mata, Iolanda Lima, Joana Gramoso, Joana Neves, José Lopes, Lucilene Ribeiro, Maria João Quintas, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Patrícia Painço, Rita Vilaça, Sara Pestana, Sofia Borges, Sónia Ribeiro, Sónia Silva, Tânia Ramôa e Vânia Barros // COLABORADORES: Cátia Castro, José Reis, Elsa Moura // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
PÁGINA 03 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
LOCAL Braga aposta na participação cívica e cultural de minorias étnicas Elsa Moura elsa.moura@rum.pt
O “ACIDI junto das comunidades ciganas” esteve dois dias no distrito de Braga. A alta comissária para a imigração e diálogo intercultural, Rosário Farmhouse, andou junto das comunidades, de algumas instituições e reuniu ainda com o Presidente da Câmara Municipal
de Braga, Mesquita Machado. A visita começou com a assinatura de um protocolo entre o comissariado e a agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção, que decorreu na Sede da Juventude da Cruz Vermelha de Braga, assinado por Rosário Farmhouse e Pompeu Martins. O protocolo tem como fim melhorar a inclusão de crianças e jovens com menos oportu-
nidades, incentivando à participação cívica e cultural dos imigrantes e das minorias étnicas. O ACIDI está a trabalhar no sentido de sensibilizar as comunidades ciganas para que sejam os actores da sua própria vida, uma vida que se quer plena de direitos e de deveres, “para que se sintam integradas, mais incluídas, para que não sejam marginalizadas, nem marginalizem”, afirmou a Alta
Comissária. Neste protocolo, para ambas as instituições é prioritária a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, particularmente os descendentes de imigrantes e de minorias étnicas tendo em vista a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social. O director da Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção,
Pompeu Martins, deu nota de que no âmbito deste protocolo estão já planeadas duas acções de formação que começarão já em 2011. No final dos dois dias, a alta comissária, Rosário Farmhouse, afirmou que “o caminho a percorrer não é fácil e depende de todos”, tendo então “que haver um equilíbrio entre direitos e deveres e esse é um trabalho que tem de ser feito em conjunto”.
Braga e Rio de Janeiro preparam acordo que favorece o intercâmbio universitário Mariana Flor mar1ana.f@hotmail.com
Braga e Rio de Janeiro estão a preparar um acordo de geminação que tem como objectivo incentivar, aproximar e integrar as duas cidades no cenário mundial. Fonte autárquica adiantou que este acordo visa o incre-
mento das relações no domínio turístico, de intercâmbio universitário e de troca de experiências de gestão. Esta iniciativa, que poderá ser o início de um crescente intercâmbio entre os dois municípios, surgiu após a visita de Paulo Pinheiro, vereador da cidade do Rio de Janeiro, a Braga, na passada quarta-feira. O autarca foi recebido nos
Paços do Concelho pelo presidente da câmara, Mesquita Machado e por Manuel Beninger, deputado municipal monárquico e impulsionador desta visita, tendo sido discutidos, entre outros temas, a criaçãode um acordo de geminação que agora está a ser preparado. Beninger sublinha a importância deste acordo entre os dois municípios, e des-
taca, de entre as múltiplas vantagens que estas duas cidades podem alcançar, o intercâmbio entre estudantes universitários. Segundo este, a parceria facilitaria o intercâmbio de estudantes da Universidade do Minho para as universidades do Rio de Janeiro e vice-versa. Para além destes, os artistas e cientistas também podem beneficiar de acordos de
reciprocidade que possibilitem a frequência em organismos das respectivas áreas de actuação. Esta cooperação entre Braga e a cidade brasileira poderá trazer vantagens a nível administrativo, através da permuta de informações e de experiências úteis, bem como resultar na geração de projectos e actividades conjuntas.
PÁGINA 04 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
CAMPUS Acessibilidade não é deficiente na UM Bruno Fernandes micanandes@gmail.com
Uma semana após se saber que entrou no Ensino Superior em Portugal a primeira aluna surda e cega (notícia divulgada também no ACADÉMICO), fomos tentar perceber em que nível se encontram as condições de acessibilidade para os estudantes com deficiência na Universidade do Minho (UM). Para Sandra Rodrigues, do Gabinete Para a Inclusão (GPI), esta questão das acessibilidades na UM “nunca é um trabalho terminado”. A responsável refere que acessibilidade é boa: “Existem algumas bar-
reiras físicas que merecem atenção mais imediata e tem existido um esforço em resolver situações mais impeditivas, mas no global, a nossa Universidade proporciona mobilidade autónoma na maior parte dos espaços.” Referindo-se aos meios técnicos, a responsável adianta que existem computadores à disposição dos alunos com necessidades especiais, com software próprio, “para uso local ou para empréstimo”, podendo ser utilizados dentro e fora da universidade. Também questionámos se os portais institucionais da UMinho, o Blackboard ou e-mail dos alunos eram totalmente acessíveis e a res-
posta é positiva. Segundo a responsável, desde que os alunos utilizem software adequado às suas necessidades e, desde que utilizem correctamente este software, poderão aceder aos conteúdos disponibilizados. Visitando o site institucional da Universidade, poder-se-á ver, no rodapé, um círculo azul com uma fechadura desenhada sobre si. Esse símbolo designa-se por “Símbolo de acessibilidade à Web”e simboliza a tentativa de tornar o site acessível a todos, sem restrições. O ACADÉMICO foi ainda à procura dos apoios que poderá ter um aluno com necessidades especiais. De
facto, o Gabinete produz manuais em Braille, para as pessoas com deficiências visuais. No caso de uma pessoa surdocega (tal como a Carolina Canais, a primeira aluna com estas limitações a ingressar no Ensino Superior em Portugal), a responsável indica que um aluno, com estas características, teria, entre outros apoios, “material de estudo adaptado, tecnologias para o seu estudo e orientações aos docentes para apoio em contexto de aula”. Quisemos ainda saber se é permitida a gravação áudio de uma aula por parte de uma pessoa com deficiência visual. Sandra Rodrigues, para responder
à nossa pergunta, referiuse a um Despacho Reitoral que diz que os alunos com deficiências que impeçam a toma de apontamentos devem ser autorizados a gravar as aulas, sob condição de só serem utilizados para fins escolares ou pessoais (Despacho RT-20/2006; Art. 5, Ponto 5). Quanto a apoios sociais, a responsável refere que os alunos “poderão candidatar-se a bolsas de estudo, tal como qualquer outro estudante, ”tendo em atenção que “o regulamento próprio de atribuição de bolsas (comum a todas as Universidades) menciona o que deve ser considerado para estes estudantes.”
“Fashion victims” invadem BA de Braga Inês Mata inesnfmata@hotmail.com
Na passada quarta-feira, o Bar Académico de Braga foi palco de mais uma eliminatória da 9ª edição do University Fashion. O BA estava repleto de “manequins”, fotógrafos, repórteres, apoiantes dos participantes ou simplesmente curiosos para verem esta etapa de mais uma iniciativa da Associação Académica da Universidade do Minho. Cada participante teve a oportunidade de mostrar as suas qualidades como
manequim, ao desfilar para um grupo de jurados. Os nervos e o entusiasmo eram evidentes nos rostos dos 66 concorrentes em prova, que aguardavam ansiosamente pela chamada do seu nome. Para o concorrente Fernando Rocha, estudante de Ciências da Computação, a participação neste evento surgiu principalmente pela curiosidade: “Queria ver como é que o concurso funcionava. Estou a gostar imenso. Já tinha participado em eventos do mesmo género. Não estou acompanhado por nenhum amigo, vim
sozinho porque acho que é uma óptima oportunidade para conhecer pessoas”, referiu. Todos os concorrentes deram o seu melhor e mostraram vontade de fazer parte do núcleo de 14 finalistas na última fase do concurso que se vai realizar no dia 17 de Novembro no Pavilhão Desportivo do campus de Azurém. Mas não só de moda se fez o University Fashion, pois tanto os repórteres como os apresentadores foram alvo de avaliação. É necessário lembrar que, ao
mesmo tempo da realização do concurso de moda, também foi dada a oportunidade a possíveis repórteres,
apresentadores e designers de mostrarem o que valem. À medida que cada participante desfilava pela passerelle, o entusiasmo da audiência crescia. Cada vez que se ouvia o nome de um curso ao microfone, o êxtase aumentava. Foi um misto de apoio aos concorrentes com demonstrações de amor pelo curso. Pela noite dentro, a festa continuou para todos os intervenientes, até mesmo para aqueles concorrentes que não passaram à fase seguinte.
CAMPUS PÁGINA 05 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
Arte no Minho pretende-se actual Sara Pestana sarapestana@hotmail.com
Falar de arte não é tarefa fácil. Assim, o Centro de Estudos Lusíadas (CEL) da Universidade do Minho (UM) promoveu na passada quarta-feira, no Museu D. Diogo de Sousa, um colóquio intitulado “Arte no Minho”, com cinco conferências de investigadores reconhecidos que incidiram em vários períodos da história (como a arte romana, o barroco e o rococó). Henrique Barreto Nunes, vicepresidente do Conselho Cultural da UM, referiu que o objectivo deste colóquio foi
o de “dar a conhecer aquilo que de mais relevante existe no Minho; não só o que foi feito pelos minhotos, mas o que foi comprado, oferecido, doado, e que existe nos “nossos” museus, igrejas, casas nobres”. “Há muita documentação nos arquivos para ser lida, interpretada
e estudada” e como afirma o membro da direcção do CEL, Eduardo Oliveira, “não há até este momento, nenhuma síntese sobre os diferentes momentos da arte no Minho”. Assim, para contornar essa negação, um dos objectivos do colóquio foi precisamente o de publi-
car em livro as comunicações feitas que irão permitir ter uma visão muito mais moderna daquilo que existe no Minho. Afinal de contas estudar história de arte não é uma coisa assim tão maluca quanto isso. Ao estudá-la, Eduardo Oliveira reforça
que “estamos a estudar os monumentos e só conhecendo os monumentos é que os podemos divulgar e só divulgando os monumentos é que se pode atrair turistas”. A partir daí espera-se que a autarquia de Braga, mas também as restantes autarquias do Minho estejam cada vez mais abertas a iniciativas deste género. Tem que haver um “casamento muito correcto, uma sinergia em que todos se unam”, conclui o membro da direcção do CEL. Em jeito de desafio, fica aqui o incentivo aos mais novos para continuarem a pesquisar e investigar sobre a arte desta bela região que é o Minho.
RGA aprova por unanimidade moção de protesto contra Regime de Atribuição de Bolsas Moção apresentada pela AAUM e aprovada por unanimidade em RGA prolonga a luta dos estudantes face à problemática da atribuição de bolsas. Estudantes vão para a rua dia 17 de Novembro, ainda antes há uma vigília junto dos representantes locais do Governo.
Redacção informacao@rum.pt
Decorreu na passada sextafeira no Pólo de Azurém, em Guimarães, mais uma Reunião Geral de Alunos. Em discussão esteve o problema do Regime de Atribuição de Bolsas de Estudo, que continua a lesar os estudantes. O ponto alto da RGA foi a apresentação de uma moção por parte da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) que acabou por ser aprovada por unanimidade. Na moção, os representantes dos estudantes da UM repro-
vam os “atrasos e timings de discussão e aprovação do Regime de Atribuição de Bolsas de Estudo e, mais ainda, pela sua mais que tardia concretização nas respectivas normas técnicas, cujas consequências estão bem à vista, chegando a um limite em que qualquer Instituição de Ensino Superior pode arrastar até finais de Janeiro de 2011 a conclusão de análise do processo de candidatura a bolsa”. A moção, onde é citado que o propósito fundamental da Acção Social Escolar é assegurar que “nenhum estudante fica fora do sistema do
Ensino Superior por razões económicas”, englobam-se cinco acções de protesto diferentes. São elas: A convocação de um ENA extraordinário, com carácter de urgência, no sentido da análise do contexto relativo à Acção Social no Ensino Superior e de iniciativas conjuntas de protesto do movimento associativo; a realização de uma vigília, ainda antes da manifestação de 17 de Novembro, junto dos representantes locais do Governo, ou na Universidade do Minho; a realização de uma manifestação nacional de estudantes, no próximo
dia 17 de Novembro, em Lisboa, em frente à Assembleia da República, promovendo a adesão de várias Associações Académicas e de Estudantes do país, que deverá ser proposta no ENA extraordinário; A não cobrança, em qualquer Instituição de Ensino Superior, do valor da propina até ao pagamento das bolsas definitivas; e a prorrogação do Despacho 16071/2009, revogando assim o aumento dos preços da refeição social e do alojamento em residência universitária, e mantendo-os tal como foram praticados no ano lectivo anterior.
A aprovação por unanimidade desta moção, demonstrou que os estudantes estão unidos para defender e lutar pelos seus direitos, acusando o novo regulamento de prejudicar os estudantes nos próximos anos, uma vez que o universo de estudantes bolseiros continuará a ser reduzido. Para os próximos dias os estudantes farão dois grandes protestos, um deles frente ao Governo Civil de Braga, ainda antes de uma manifestação nacional de estudantes no próximo dia 17, em Lisboa, em frente à Assembleia da República.
CAMPUS PÁGINA 06 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
Trabalhadores não docentes discutem problemas da carreira Sónia Ribeiro sonia_cc@live.com.pt
Os problemas e preocupações com a carreira foram discutidos por dezenas de trabalhadores não docentes da Universidade do Minho, no 3º Fórum Uminho, que se realizou no passado dia 26 de Outubro, no Campus de Gualtar. António Cunha, reitor da Universidade do Minho fez um balanço positivo deste terceiro encontro: “Acho que foi uma reunião muito participada, tinha um número muito significativo de pessoas, algumas dezenas de trabalhadores. Foram abordados os temas que tinham sido propostos, com questões muito diversas, algumas certamente difíceis, porque estamos num quadro muito complicado”. Na sua opinião, a reunião permitiu ainda “perceber ou confirmar as principais preocupações dos trabalhadores e permitiu também esclarecer algumas dificuldades que a gestão da universidade atravessa e tenta dar resposta”, acrescentou. Necessidade de Formação Profissional No bloco destinado a debater as preocupações relativas à formação profissional, António Ovídio, funcionário do Instituto de Ciências So-
ciais (ICS) questionou para quando um regulamento interno para a formação, querendo também saber o ponto de situação do levantamento de necessidades de formação junto dos trabalhadores da academia. Margarida Proença, vice-reitora na área administrativa e financeira, reconheceu que o processo de levantamento de necessidades foi mais complexo do que esperava, porque a “Universidade do Minho tem um corpo muito diverso de carreiras e necessidades”. Mas agora, conhecendo as necessidades apontadas, nomeadamente ao nível dos Serviços Técnicos, Línguas e Laboratórios, a intenção é ter já em Janeiro de 2011 um regulamento aprovado e a definição de um plano de formação, onde conste o tipo de formação, formador, horário e local. Margarida Proença acrescentou ainda que vão aparecer uma série de ofertas de acordo com as necessidades analisadas: “Vão fazer-se quatro a seis acções de formação gratuitas até ao final do ano”. A formação na área laboratorial foi também um dos temas levantados pelos técnicos de laboratório, sugerindo que a formação seja dada pelas respectivas Escolas da universidade, de modo a obter certificação.
Possibilidade de completar formação como alunos extraordinários Carlos Silva, Administrador do SASUM, questionou se haveria abertura por parte da Reitoria para os trabalhadores frequentarem módulos como alunos extraordinários. António Cunha considerou “positivo que o corpo funcionário complemente formação e faça licenciatura”. Mas questionou se deveria haver contributos para cursos que não sejam relevantes para a sua função na universidade. “Devemos adoptar pontos de equilíbrio”, rematou. O Administrador dos SASUM expôs a sugestão dos trabalhadores trocarem horas de trabalho por propinas ou por algumas cadeiras, a qual o Reitor considerou ser ”uma solução válida”. António Cunha deixou claro que “há uma vontade enorme de aprofundar a questão da formação”, esclarecendo que não é por motivos financeiros que ainda não avançou, mas por “questões de organização”. O reitor da Universidade do Minho realçou ainda o “salto enorme entre 2009 e 2010”, apesar de reconhecer que este ainda “não é o nível desejado”. Difícil Mobilidade Interna e Mobilidade intercarreiras No final de Julho, foi dada
oportunidade aos trabalhadores de analisarem e fazerem comentários à proposta de mobilidade intercarreiras, as quais “foram todos aceites” pela Reitoria. Como esclareceu Margarida Proença, foi exposta a ideia de não criar um regulamento, mas sim um conjunto de normas orientadoras. A vice-reitora reconheceu
“Nos próximos três anos, a Reitoria não prevê a contratação de novos trabalhadores, apesar de reconhecer que precisava de o fazer”, afirmou o reitor da UMinho que foi um processo muito complicado, porque existem “pessoas que não mudam de profissão há muito tempo”, daí o número muito elevado de candidaturas. “O número de lugares é menor e mais escasso do que seria justo, mas o quadro orçamental é complicado”, disse. António Cunha considerou que, perante “um quadro de total anarquia do que é legal e ilegal”, é necessário “ter cuidado para não
cometer erros ilegais”. Maria Fernanda Ferreira, assessora jurídica, criticou a falta de informação organizacional, apesar de reconhecer que “a nova equipa da Reitoria ainda tem muito tempo a percorrer”. António Cunha não aceitou o comentário, argumentando que “o nível de informação de 2007 não é igual à realidade de hoje”. Reitoria não prevê contratação de novos trabalhadores Nos próximos três anos, a Reitoria não prevê a contratação de novos trabalhadores, apesar de reconhecer que precisava de o fazer. Segundo António Cunha, a Universidade do Minho terá que adoptar uma boa gestão para conseguir seguir com o trabalho que há para fazer. “Procuraremos até ao limite encontrar aumentos de eficiência, que nos permitam libertar pessoas em determinados sectores. Tentaremos também encontrar outras soluções, quer com base num universo de entidades às quais a universidade está associada, nomeadamente algumas participadas, mas não há duvidas de que teremos um quadro difícil e teremos que ter muita imaginação e muita capacidade de gestão para ser capaz de responder a essas necessidades”, concluiu.
PÁGINA 07 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
UNIVERSITÁRIO
Troca de e-mails culmina em detecção de erros nas contas do OE Filipa Sousa ivanilda_25@hotmail.com
Foram detectados, através de uma troca de e-mails entre docentes, na proposta de orçamento de estado (2011), erros nas verbas destinadas ao ensino superior. O engano do Governo chefiado por José Sócrates apontava para um corte na ordem dos 12 %. O caos foi lançado. António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das
Universidades Portuguesas (CRUP) insurgiu-se contra os valores apresentados. Este declarou: “Segundo as nossas contas, os cortes nos vencimentos corresponderiam a uma redução de 8% nas transferências de 2011. Nunca a estes valores”. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) já terá admitido o erro. Porém a origem do problema ficou por explicar, uma vez que não foi dada qualquer tipo de justificação para esta situação,
tal como avançou António Rendas. Contudo, este recebeu do Governo a garantia de que, corrigido o erro, as universidades irão receber os valores de que estavam à espera. O certo é que, mesmo com os números regularizados, 2011 não vai ser um ano nada fácil para o ensino superior que terá que fazer face às despesas exactamente com a mesma quantia de 2010, ou seja, 100 milhões de euros previstos no Contrato de Confiança.
OE 2011: já saiu fumo branco Já passava das 23 horas de sexta-feira, dia 29, quando Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga chegaram a consenso sobre o OE, após terem estado reunidos em casa do antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva. A formalização do acordo fez-se no passado Sábado, na Assembleia da República. Chegou assim ao fim a saga das negociações sobre o Orçamento que duravam há já
uma semana. Todavia, Teixeira dos Santos revelou que as exigências feitas pelos sociais-democratas abriram um buraco de 500 milhões de euros no Orçamento de Estado. Na trilha destes acontecimentos, o PSD anunciou já, em comunicado, que se irá “abster na votação do Orçamento para 2011 possibilitando assim a viabilização deste documento apresentado pelo Governo e evitando assim um mal maior para Portugal”.
Universidade de Coimbra a um clique do resto do Mundo Joana Neves joana_neves15@hotmail.com
Noticiar o aparecimento de um canal de televisão não seria invulgar, não fosse este canal ter a particularidade de ser online. A Universidade de Coimbra (UC) dá assim um passo rumo ao futuro, criando um canal de televisão WEB, que iniciará as suas emissões oficiais a 21 de Novembro, precisamente no dia em que se comemora o Dia Mundial da Televisão. A UCV (lê-se “o que vê”) foi criada com o intuito de mostrar, tanto interna como externamente, que as ofer-
tas da Universidade não se resumem a Queima das Fitas. Pretende dar a descobrir o vasto e diversificado lado da instituição que poucos conhecem. “As principais dimensões da grelha assentam na divulgação do trabalho que se faz na UC, a nível de investigação e na documentação do património da própria Universidade, onde estamos à procura das coisas mais escondidas”, clarifica Clara Almeida Santos, professora responsável pelo canal. Curiosidades, como a primeira edição d’Os Lusíadas se encontrar na Biblioteca Joanina, serão agora divul-
gadas. Esta é igualmente uma oportunidade para os estudantes de Jornalismo da Universidade de Coimbra, uma vez que a redacção do canal vai ser sobretudo formada pelos mesmos. “Muito do trabalho que vai ser feito nos ateliês práticos de jornalismo, será também canalizado para divulgação”, prossegue Clara Almeida Santos. Existe, contudo, espaço para voluntários de outras áreas. O canal não se vai reger por uma programação fixa, tendo como único componente regular um noticiário diário. Foram já realizados
Lançado canal de televisão online para mostrar, interna e externamente, o que de melhor se faz na Universidade
“castings” para selecção de pivôs destinados a estes mesmos noticiários, activi-
dade que dinamizou estudantes das várias faculdades da UC.
UNIVERSITÁRIO PÁGINA 08 // 02.NOV.10 // ACADÉMICO
Licenciados não aceitam exame de acesso à Ordem dos Advogados CÁTIA ALVES catia_gomes_alves@hotmail.com
90% não obtiveram aprovação. Desde aí, poucas foram as informações dadas.
FILIPA BARROS pipasgoth11@live.com.pt
A recente criação de um exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados tem gerado controvérsias por todo o país. Mas, o que estará realmente por detrás desta indignação? O que motiva a Ordem? O que inquieta os alunos? O que pensam os Professores? O que têm feito as Associações e núcleos estudantis? O ACADÉMICO foi descobrir. “Ó meu País de sonho e de ansiedade…”, cantou a poetiza um dia e suplicam milhares de recém-licenciados em Direito por todo o país, perdidos nas ruas andrajosas da incerteza. Os dias são agora uma indeterminação constante e a frustração dos sonhos dói por dentro. Ana Isabel Quintas Licenciada em Direito pela Universidade do Minho em 2010, ingressou agora num Mestrado e complementa a sua aprendizagem com um estágio numa sociedade de advogados. Em entrevista ao ACADÉMICO, Ana Quintas sintetizou a revolta que corrompe o espírito ainda jovem de tantos que, como ela, enfrentam agora as primeiras grandes adversidades da vida profissional. “O principal obstáculo com a implementação do exame de acesso à Ordem é toda a descoordenação e falta de informação na Ordem dos Advogados que nos expõe a uma situação muito instável”, confessou. A 30 de Março de 2010 realizou-se o primeiro exame de acesso à Ordem dos Advogados (OA) e, com a saída dos resultados, a preocupação já existente aumentou. Dos 275 licenciados em Direito que se propuseram ao exame de acesso à OA, cerca de
“Não pensem que vêm todos para a Ordem. É impossível!” O Bastonário da Ordem dos Advogados (BOA), António Marinho Pinto, rejeita as críticas de que tem sido alvo. Em declarações à agência Lusa, o BOA considera que o exame de acesso é uma medida “necessária para defender a dignidade da advocacia, mas também para defender a dignidade e a qualidade da justiça portuguesa, porque não haverá boa justiça com advogados mal preparados, com advogados bacharéis”. A seu ver, a adaptação do Processo de Bolonha à realidade do ensino do Direito nas Universidades Portugueses, que reduziu a licenciatura de 5 para 4 anos, traduz-se num vicioso desengano, “e como a Ordem tem tido as portas abertas, queriam entrar. Não pode ser, têm de estar bem preparados. Hoje não basta ter um diploma, é preciso ter conhecimentos. Porque os diplomas degradaram-se”. “O conselho que lhes dou é sempre o mesmo: estudar, estudar, estudar!” Os docentes não são indiferentes a esta situação. É a eles que chegam, em primeira instância, os melindres e medos dos seus pupilos. Joaquim Manuel Freitas Rocha, professor na Universidade do Minho, na Ordem dos Advogados, no Centro de Estudos Judiciários e reputado Fiscalista, em entrevista ao ACADÉMICO, denunciou algumas das fragilidades do ensino pósBolonha. No seu entender, “está a proceder-se a uma licealização do ensino universitário (…) e a uma certa
Os estudantes de Direito, os já licenciados, as associações, as famílias e os professores estão unidos numa luta sem precedentes menorização do estatuto do aluno, partindo do pressuposto de que ele não é capaz de enfrentar dificuldades e adversidades. Ainda assim, pode dizer-se que se trata de uma perversão, pois “Bolonha”, no seu verdadeiro espírito, deveria conduzir exactamente ao contrário”. Quando questionado relativamente à criação do exame de acesso à OA, o Professor foi categórico “concordo, de modo a excluir os impreparados. Todavia, também concordo com a submissão a exames dos advogados já inscritos (por exemplo, de 10 em 10 ou 15 em 15 anos, o que não me pareceria desproporcional). Seria um modo de elevar o nível qualitativo dos advogados, sujeitando-os a avaliações regulares, como acontece em outros domínios (por exemplo, Universitário). Caso contrário, sempre se poderá dizer que a OA tolera no seu âmbito advogados que foram perdendo qualidades e assume que apenas os novos devem prestar provas, como se fosse uma questão
de idade ou maturidade”. A professora da Universidade do Minho e prezada advogada Elisabeth Fernandez também fez chegar o seu apoio junto dos seus alunos, intentando uma intimação contra a OA para a defesa de Direitos, Liberdades e Garantias pedindo a admissão da inscrição de cerca de 40 alunos no estágio sem que tenham de se submeter ao exame nacional de acesso previsto no art. 9. -A do regulamento Nacional de Estágio ou que, independentemente da classificação que vierem a obter naquele exame caso decidam inscrever-se no mesmo. A acção foi julgada procedente na passada semana, pelo que estes licenciados poderão ingressar no estágio da OA. Os Licenciados e as associações assumem que não irão baixar as armas Ainda em forma de defesa às acusações proferidas pelo Bastonário, Ana Quintas acrescentou que “a Ordem considera que com quatro
anos de licenciatura não estamos preparados para a prática da advocacia, mas também não contestou a sua aprovação, pelo que, não entendo de todo o porquê de “renegarem” os novos licenciados”. A seu ver, esta questão vem relevar o facto controverso de que alunos que partilharam a mesma carteira durante a formação académica puderam ingressar na OA em Outubro de 2009 mas colegas seus já não o puderam fazer em Março de 2010. “O Exame de Acesso à Ordem não é só um extravasamento das competências legadas à Ordem, como também viola os seus próprios regulamentos e a Constituição da República Portuguesa em relação ao princípio do acesso livre à profissão (como se tem comprovado pelas inúmeras decisões do tribunal administrativo que obrigam a Ordem à admissão de licenciados em Direito sem a realização do exame)”, reiterou Ana Quintas, “acredito que esta foi a via mais célere e astuciosa de se obter um resultado óbvio, mas sem qualquer validação legal”. A Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho promoveu uma AGEDUM para que se pudesse discutir este tema, propondo-se a levar a cabo um conjunto de actividades já nos próximos meses. Os estudantes de Direito, os já licenciados, as associações, as famílias e os professores estão unidos numa luta sem precedentes. Os passos são sempre mais fáceis de dar quando temos quem nos acompanhe e, ainda que esses não nos possam amparar a queda, podem sempre ajudar-nos a levantar: “Ó meu País de sonho e de ansiedade não sei se esta quimera que me assombra é feita de mentira ou de verdade!”
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NACIONAL
Quando os outdoors marcam o arranque da corrida a Belém… Vânia Barros vaniastefa@hotmail.com
As eleições presidenciais do próximo ano contam já com seis candidatos oficiais. São eles, Fernando Nobre, Defensor Moura, Francisco Lopes, Manuel Alegre, José Pinto Coelho e Aníbal Cavaco Silva, actual Presidente da República e em exercício de funções desde 2006. As eleições presidenciais em Portugal, no próximo ano, de acordo com um comunicado oficial emitido por Cavaco Silva irão realizar-se a 23 de Janeiro de 2011. “Nos termos constitucionais e legais, o Presidente da República fixou o dia 23 de Janeiro de 2011 para a realização das eleições presidenciais”, com a qual os candidatos concordaram. Manuel Alegre declarou, “através do seu chefe de gabinete, que o Presidente da República teve a amabilidade de me informar e eu con-
cordei com a sua decisão”. A campanha eleitoral decorrerá entre 9 e 21 de Janeiro, e caso seja necessário uma segunda volta, a mesma está agendada para o dia 13 de Fevereiro. Fernando Nobre apresentase como candidato independente, tal como Defensor Moura. Francisco Lopes apoiado pelo Partido Comunista Português e pelo Partido Ecologista “Os Verdes”, Manuel Alegre candidato apoiado pelo Partido Socialista, Bloco de Esquerda e pelo Partido Democrático do Atlântico, José Pinto Coelho apoiado pelo Partido Nacional Renovador e Aníbal Cavaco Silva, recebeu já o apoio do Partido Social Democrata, do CDS – Partido Popular e do Movimento Esperança Portugal. Uma das polémicas lançadas ainda antes do período eleitoral, propriamente dito foi a utilização excessiva de fundos para fazer campa-
nha. A questão da colocação de outdoors nas ruas levantou polémica no dia em que Cavaco Silva oficializou a sua candidatura ao cargo. É do conhecimento público que tanto Cavaco Silva como Fernando Nobre optaram por excluir os cartazes exteriores para promover a sua candidatura, já Manuel Alegre terá 450 outdoors ex-
Candidatos começam a apostar cada vez mais numa vertente online postos. Tais medidas pretendem transmitir um exemplo de diminuição das despesas face à actual situação económica do país. Na campanha eleitoral em Portugal à se-
melhança da campanha de Barack Obama nas últimas Eleições Presidenciais norte-americanas os candidatos estão já a optar pela vertente online através do site oficial e das redes sociais.
E seres tu a poder mudar o Mundo? Ana Sofia Dias anita.n4@hotmail.com
A Agência ODM, Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, dinamiza iniciativas de sensibilização junto dos jovens para atingir grandes fins: erradicar a pobreza extrema e a fome; alcançar o ensino primário universal; promover a igualdade de género e a capacitação das mulheres. Além destes, acrescentam à lista reduzir a mortalidade infantil;
melhorar a saúde materna; combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves; garantir a sustentabilidade ambiental e fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento. Por seu lado, a Campanha Objectivo 2015 ambiciona inspirar cidadãos e organizações que acreditam que o governo português deve conceder mais e melhor ajuda pública para o desenvolvimento (APD), contribuindo para o alcance dos ODM. Assim, nasce o Campus
Challenge que pretende, através de acções locais, mudar o mundo. Para isto, apenas é necessário reunir uma equipa de 3 a 5 jovens do ensino superior (entre os 18 e 30 anos) com um espírito de competição saudável e marcar-se-á a diferença. Após a inscrição da equipa no site http://www.2015. org.pt/campus.challenge, terão de acumular o maior número possível de pontos e ganharão vários prémios durante os desafios. Estes encontram-se disponíveis
na zona Desafia_te! Aquela que vencer o desafio final, a criação de campanhas de transformação social inspiradas pelos ODM, viajará até um país africano de língua oficial portuguesa. Numa viagem de 15 dias com despesas pagas, a equipa conviverá com uma realidade que justifica a importância dos Objectivos do Milénio e envolver-se-á num projecto de cooperação para o desenvolvimento. Imagens, sons e testemunhos recolhidos nesta jor-
nada servirão para incutir a transformação social nas universidades. A “Campanha Pelos ODM” vencedora fará ainda parte da estratégia da Agência e terá promoção a nível nacional. Mas, sem dúvida, a maior recompensa será poder contribuir para transformar o planeta, porque a mudança está dentro de cada um de nós! Para aqueles que não negam um Challenge, a data limite de inscrição será até 15 de Dezembro.
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Portugal menos corrupto em 2010 Daniela Azevedo daniela_mends@hotmail.com
O relatório anual da Organização Não-Governamental, intitulado “Índice de Percepção de Corrupção (IPC) 2010” afirma que Portugal, embora tenha melhorado no ranking anual relativamente ao ano passado, continua a ser um dos países com pior classificação na Europa Ocidental. Segundo os especialistas, o crescimento atribuído a Portugal foi irrelevante, uma vez que acreditam que os próximos anos serão negativos. José Cadima Ribeiro, direc-
tor do Dep. Economia da Universidade do Minho reconhece no IPC duas visões: A do “contexto absoluto e do contexto relativo” de um Portugal que “piorou no que toca à corrupção”. Acredita igualmente que na “questão interna do país foram tomadas medidas sem grandes efeitos” e que a “falta de vontade” daqueles que lideram o Portugal de hoje contribuem para o “contexto lamacento” em que vivemos. A verdade é que aos olhos de toda uma sociedade e da própria Transparency International, os motivos que determinam o mau posicionamento de Portugal no ranking da percepção da corrupção tem que ver com
uma justiça que “não funciona” e todo um conjunto de resultados “nulos” para pôr fim à corrupção. Com uma classificação de 6 valores em 10, Portugal mantém-se, assim, à frente da Itália, Grécia, Malta e os países do antigo bloco de leste. Já a Dinamarca, Nova Zelândia e Singapura, com 9.3 valores, ocupam a 1ª posição do ranking. Os países politicamente instáveis, como é o caso do Afeganistão e Myanmar, com 1.4 valores ocupam a penúltima posição. A Somália com 1.1 valores assume o lugar de último classificado. A Transparency International é uma Organização Não
Portugal continua na cauda europeia no nível de corrupção – Governamental que procura o combate à corrupção e que produz, anualmente,
um relatório que analisa o índice de percepção da corrupção.
Crianças portuguesas são das que correm menos riscos online José Miguel Lopes jose.sepol@hotmail.com
Um estudo apresentado recentemente no Luxemburgo revelou que Portugal é um dos países europeus que apresenta menos riscos para as crianças e jovens no que toca ao uso da Internet. A reduzida incidência de
casos, que não ultrapassa os 12 por cento, coloca o nosso país abaixo da média da União Europeia neste campo. De acordo com o inquérito da autoria do projecto EU Kids Online, que recolheu dados de 23 mil crianças e jovens europeus, entre os 9 e os 16 anos de ida-
de, apenas 7 por cento das crianças portuguesas afirmam terem sido vítimas de bullying online, ligações para conteúdos como pornografia, tentativas de contacto por parte de desconhecidos, ou de encontros na vida real com contactos que fizeram online, entre outras situações de risco.
Apesar dos baixos valores registados, crianças e jovens portugueses têm de estar alerta
Segundo um comunicado feito por coordenadores nacionais do projecto em questão, a grande maioria dos jovens portugueses garante que nunca sofreu uma experiência do género, e acrescenta ainda que se sentem seguros quando navegam na internet ou realizam actividades online tidas, na opinião geral, como potencialmente perigosas. Os resultados da investigação permitiram saber, contudo que, em grande parte dos casos, nem os próprios pais estão suficientemente cientes dos riscos a que os jovens navegadores estão sujeitos, não sendo raras as situações em que os mais novos são vítimas de bullying online sem que os progenitores cheguem a aperceber-se do facto. De entre os jovens que fazem uso frequente da Internet em Portugal, mais de metade (67 por cento) indica que acede a esta no seu quarto, o que faz Cris-
tina Ponte, professora de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa, acreditar que uma nova predisposição poderá estar a surgir. Na sua óptica, o facto de os mais novos utilizarem esta ferramenta num local relativamente isolado pode vir a reflectir-se num uso “menos controlado”, o que aliado à falta de “acompanhamento por parte dos pais” poderá fazer com que os jovens fiquem mais vulneráveis a situações como o abuso de informação pessoal. O inquérito também esclareceu que as crianças mais novas são as que menos capacidades possuem para lidar com situações de risco. Esta investigação, que analisou dados relativos a um total de 25 países europeus, teve como principal objectivo determinar quais eram os principais factores de risco que comprometem a experiência dos novos utilizadores no mundo online.
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REPORTAGEM
José Leite Pereira e Manuel Pinto analisam media tradicionais em tempos de crise José Leite Pereira lamentou a fase complicada que os media tradicionais, como os jornais, atravessam actualmente
O presidente do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e o director do Jornal de Notícias juntos num debate promovido pela Fundação Bracara Augusta Cláudia Fernandes alaufernandes@hotmail.com
A pergunta era “Os media: instrumentos de alienação ou de participação?”, mas a verdade é que nenhum dos conferencistas conseguiu dar uma resposta à mesma. De um lado, o presidente do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, o professor Manuel Pinto, e do outro, o director do Jornal de Notícias, José Leite Pereira. Estas duas personalidades da área da comunicação juntaram-se à mesa, num debate promovido pela Fundação Bracara Augusta, que se realizou, na passada sexta-feira, no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, com moderação da professora Helena Sousa, docente e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da UM. Este foi o segundo encontro do X Ciclo de Conferências, que a referida fundação está a desenvolver ao longo deste ano, subordinado ao tema geral
“ Que valores para o nosso tempo?” No debate, o professor Manuel Pinto teceu várias críticas no sentido de não haver canais de aproximação dos jovens à imprensa, notando uma necessidade de que se incuta nas camadas mais jovens da sociedade uma participação mais activa e interventiva na cidadania. Nesse âmbito, para o investigador, é necessário haver “uma educação para a cidadania”. Manuel Pinto trouxe também para o debate a “crise” que se está a atravessar no momento, recordando que até mesmo a nível de conteúdos esta se faz notar. “A informação está contaminada pela publicidade e pelo entretenimento, ou seja, coisas que antes eram claras e distintas, hoje tornam-se confusas”, explicou. Mas esta época problemática a nível económico, traduz-se, também, noutras repercussões nos media: “Em clima de racionalização, o jornalismo é cada vez mais comandado
pelas fontes e pelos grandes interesses económicos que vão influenciando a agenda mediática”, acrescentou o investigador. José Leite Pereira, por sua vez, lamentou a época complicada que os media tradicionais, como os jornais, atravessam, nomeadamente com a queda das receitas publicitárias e com a perda de público. Assim, segundo o jornalista, a salvação seria colocando-se ao serviço dos grupos económicos, pondo de lado, entre outras coisas, questões como a ética e o serviço público. “Chamemme optimista e ingénuo, mas ainda acredito na informação livre e séria em Portugal e os grandes responsáveis por isso são os jornais”, acrescentou José Leite Pereira. José Leite Pereira adiantou, ainda, que as suas preocupações para o jornal de cada dia se baseiam em três aspectos fundamentais: “O que podemos ter no jornal que faça com que o leitor o
compre, em que é que podemos ser melhores e o que é que podemos dar ao leitor”. Na sua intervenção, o director do Jornal de Notícias referiu um estudo da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) para o ano de 2009, na qual se podia ver que o jornal mais beneficiado com publicidade estatal era o Correio da Manhã e, nesse aspecto, o jor-
“Chamem-me optimista e ingénuo, mas ainda acredito na informação livre e séria em Portugal”, afirmou o director do Jornal de Notícias nal que dirige se encontrava a larga distância. Pegando neste caso, José Leite Pereira asseverou que se devia criar um “observatório” que controlasse esse fenómeno. O jornalista referiu-se, ainda, ao intuito de que os jornais façam jornalismo de proximidade com os
cidadãos. Nesse sentido, exemplificou com alguns projectos que o seu órgão tem - “Entre Palavras” e, futuramente, o “Media Lab” -, destacando inclusive o espaço no site do jornal para os comentários dos cidadãos, nem sempre utilizados da maneira devida. José Leite Pereira mostrou, ainda, o seu agrado pelo “conceito de independência que alguns jornais adoptaram a seguir ao 25 de Abril, fazendo serviço público ao serviço dos cidadãos”. Recordando algumas publicações ligadas a partidos políticos que tiveram curta duração, o jornalista afirma que “os políticos sempre foram maus a fazer primeiras páginas”. Em jeito de conclusão, o director do Jornal de Notícias concordou que, por vezes, os jornais podem não cumprir a sua missão devido a contratempo de natureza económica, no entanto, garantiu “nas redacções lutamos contra isso”.
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ENTREVISTA João Mano
“Desenvolver soluções que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos outros é muito motivante” CLÁUDIA FERNANDES alaufernandes@hotmail.com DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
O investigador João Mano foi o vencedor do 6º Grande Prémio BES Inovação, com um projecto inovador que consiste na produção de partículas esféricas em superfícies superhidrofóbicas, criadas sinteticamente. Professor no Departamento de
Engenharia de Polímeros da Escola de Engenharia, o agora director de Curso do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica da Universidade do Minho (UM), integra o grupo de investigação 3B’s (Biomateriais, materiais biodegradáves e biomiméticos) que, neste ano, já alcançou alguns prémios, como por exemplo o Prémio Norte Inovador. Natural de Sintra, o investigador está na UM desde 1996. Esta semana, o ACADÉMICO foi conhecer este recém-premiado, assim como o seu trabalho.
Foi vencedor do 6º Grande Prémio BES Inovação. A primeira pergunta que se impõe é: em que é que consiste este projecto, que mereceu destaque na categoria de Tecnologia e Processos Industriais? O grupo de investigação 3B’s está vocacionado em desenvolver estratégias associadas à noção de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, que possam promover a regeneração de tecidos e órgãos. Acreditamos que tais soluções podem trazer avan-
ços consideráveis em relação às técnicas utilizadas correntemente na prática clínica, associadas à ideia de substituição (utilizando, por exemplo, próteses ou implantes). Em Engenharia de Tecidos utilizamos a associação de biomateriais, células e outras moléculas, que são implantados no paciente, de forma a estimular a regeneração de órgãos e de tecidos. O nosso grupo de investigação tem trabalhado de uma forma sistemática em desenvolver estruturas de suporte para
células e de encapsulamento de moléculas terapêuticas, normalmente utilizando biomateriais biodegradáveis de origem natural, e processados com várias formas. O projecto que conseguiu ganhar o Grande Prémio BES Inovação está associado a uma nova metodologia para produzir partículas, ou seja, objectos esféricos, produzidos a partir de polímeros biodegradáveis, onde conseguimos, durante o seu próprio processamento e produção, introduzir as tais moléculas
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medicação, que resultam em flutuações importantes das moléculas no organismo. Esperava ganhar o Prémio quando se candidatou?
Esta foi a particula que “ajudou” João Mano a vencer o Grande Prémio BES Inovação ou células que podem estimular a regeneração. Este processo não é agressivo, uma vez que permite manter as células vivas durante a sua produção e não degradar moléculas instáveis, como proteínas. A base da ideia é produzir partículas enquanto estas estão quase suspensas no ar, simulando, de uma forma aproximada, o que acontece em micro-gravidade, em que porções de água formam pequenas esferas que ficam suspensas no ar. As partículas ficam, então, completamente rodeadas por ar, não havendo contacto com outros meios líquidos, como solventes agressivos. Esta é uma forma de produção ambientalmente mais interessante e com enorme eficiência de encapsulamento, porque tudo o que for colocado dentro das partículas na fase do processamento vai se manter sempre no seu interior. A nossa estratégia foi utilizar aquele que é o terceiro B dos 3B’s, o biomimetismo. Neste caso, inspirámo-nos no que acontece na Natureza em termos de superfícies que repelem a água, como por exem-
plo as folhas do Lótus, que têm a capacidade de repelir água com grande facilidade. Conseguimos reproduzir sinteticamente as propriedades destas superfícies, que se chamam superhidrofóbicas. Juntámos, pois, esta ideia de imitar a natureza com o que temos vindo a fazer há muitos anos, que é produzir as tais partículas, utilizando essas superfícies repelentes à água como um meio para suportar a solidificação de gotas líquidas esféricas que darão origem ao produto final. Os materiais que temos vindo a testar para produzir as micropartículas são normalmente de origem natural, que podem ser, muitas vezes, obtidos a partir de sub-produtos das indústrias ligadas ao mar (cascas de camarão, algas…). Resumindo, o projecto tem duas componentes: uma é apresentar essa tecnologia inovadora de produção, e a outra prende-se com a utilização de materiais de origem natural, valorizando os produtos obtidos a partir de fontes renováveis. Quais são as aplicações práti-
cas do projecto? Nós queremos utilizar essa metodologia na produção das partículas para as aplicações em que temos vindo a trabalhar e que estão associadas a sistemas de libertação controlada de fármacos e à medicina regenerativa. Como exemplo, podemos incluir dentro das partículas células estaminais do próprio paciente, ou factores de crescimento, e introduzi-las, por exemplo, num defeito ósseo ou de cartilagem, de forma a estimular a regeneração do tecido. A grande vantagem prende-se com o facto de trabalharmos com objectos pequenos que podem ser implantados utilizando métodos minimamente invasivos, sem o recurso a cirurgias. As aplicações ligadas à farmacologia têm um peso enorme em termos de dimensão económica. Há muitos exemplos de utilização de partículas carregadas com medicamentos que, depois de implantadas, podem libertar de uma forma sustentada as moléculas terapêuticas. Isso permite evitar tomas periódicas da
Quando nós submetemos qualquer projecto temos sempre essa esperança; caso contrário, nunca teríamos submetido a candidatura. Temos a noção que é um projecto do ponto de vista científico interessante, que já foi apresentado em conferências científicas internacionais, com boa aceitação, e onde as primeiras publicações vão começar a sair, em boas revistas científicas. A candidatura do projecto foi redigida de maneira a salientar os aspectos mais relevantes do ponto de vista da implementação industrial, tais como a questão da viabilidade económica do processo, que passa pela possibilidade de produzir as partículas em grande escala maior e a baixo curso, ou a questão ambiental e da sustentabilidade. Estes são aspectos que já saem da esfera do puramente científico e tiveram que ser valorizados na candidatura. A candidatura explorou, portanto, essas duas vertentes: a qualidade técnico-científica e o interesse em termos de interesse industrial. Outro ponto que sabíamos que iria valorizar a candidatura é a qualidade e reconhecimento do grupo. Quantas pessoas estão envolvidas nesta investigação? Temos cerca de nove pessoas que estão a trabalhar em aplicações associadas à utilização de superfícies superhidrofóbicas. Temos também outros investigadores mais dedicados em produzir partículas e sistemas de libertação controlada de agentes activos, de uma maneira geral. A ideia do projecto combina esses dois tipos de trabalho. Que impacto pode ter este prémio na Universidade do Minho (UM)? O prestígio da Universidade passa também pelo reconhecimento, sob a forma de prémios, do trabalho desenvolvido pelos seus mem-
bros. Neste caso particular, trata-se de um dos principais prémios na área da inovação. O Reitor sempre enfatizou a ideia de que a UM deveria ser uma universidade que valorizasse a investigação e a inovação. Considero que este prémio contribui para reforçar a ideia de que realmente a UM deverá ser uma universidade reconhecida por essa vertente. Nós vestimos a camisola da UM e o nosso trabalho e maneira de estar vai também de acordo a esta estratégia. Nesta linha, temos ganho vários prémios importantes e somos um grupo reconhecido internacionalmente, com colaborações com os principais grupos mundiais da nossa área. O prémio, a nível monetário, já tem destino? A componente mais importante do prémio, em termos monetários, está associada à possibilidade de protegermos a propriedade intelectual, que é extremamente cara quando avançamos para patentes internacionais. O prémio também vai também possibilitar explorar a ideia do ponto de vista comercial, permitindo redigir um plano de negócios, que vai facilitar, posteriormente, o diálogo com potenciais investidores. Para essas pessoas, não basta uma ideia interessante, é preciso mostrar-lhes que é interessante implementá-la comercialmente. O prémio vai permitir estudar a viabilidade económica, fazer um estudo de mercado e ter uma estratégia de implementação da ideia. Acha que devia haver mais iniciativas deste género, ou seja, prémios de incentivo à inovação? Sim. Não há assim tantas iniciativas como essa, em termos de prémios ligados à investigação e inovação. Isso está associado à ainda pouca cultura científica e valorização do mérito no nosso país. Mas, vão começando a aparecer prémios importantes, como, por exemplo, aqueles patrocinados pelas
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fundações Champalimaud e Gulbenkian. Também é necessário que, depois, as candidaturas que ganhem os prémios acompanhem o prestígio dos prémios e que sejam, de facto, as melhores. Há ainda muito que fazer para melhorar a questão da avaliação, justa e independente, não só nestes casos mas de uma forma geral: projectos de investigação, concursos de promoção... Existe, na sua opinião, em Portugal, uma mentalidade de apoio à Investigação? Temos sentido uma evolução positiva, e o apoio, do ponto de vista estatal à investigação, tem sido crescente. Em termos absolutos, não nos podemos queixar, pois existe uma fatia significativa do próprio orçamento de estado para apoiar a investigação. O problema é como é distribuído esse dinheiro. Primeiro, voltamos à questão da avaliação e da cultura do mérito – temos evidências claras de que haverá muito que fazer a esse nível para que sejam, de facto, as melhores propostas a ganhar e a usufruir dessas verbas. Por outro lado, deveria claramente haver uma estratégia muito clara de identificar quais são as áreas prioritárias de investimento na investigação: quais são as áreas em que realmente somos bons, e que são mais importantes para o país, canalizando assim uma fracção maior do financiamento para elas. Não há nada de novo aqui: isso já havia sido claramente assumido por outros países, como a Finlândia ou o Japão.
de materiais plásticos para aplicações biomédicas. A actividade foi, então, crescendo relativamente à componente mais biológica e centrou-se, cada vez mais, na área da Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa. Esta evolução foi muito associada à visão do professor Rui Reis, no sentido de se criar um grupo cada vez mais internacional, com uma estratégia bem definida associada a uma área extremamente competitiva e cientificamente actual. Entretanto, o grupo evoluiu como uma Unidade de Investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia, onde, em 2003 foi logo classificada como excelente. O grupo integra desde 2006, e esteve ligado à sua criação, o Laboratório Associado IBB - Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia. Foi também muito importante o sucesso do projecto europeu Expertissues coordenado pelo grupo 3B’s, que permitiu consolidar a nossa posição nas nossas áreas de actividade e criar o Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa. Estamos desde 2008 sediados no AvePark, num edifício fantástico e com uma infraestrutura laboratorial e um parque de equipamentos que nos permite trabalhar
ao nível das exigências dos nossos projectos. Nas fases iniciais o grupo esteve muito focado em consolidar a sua posição e ganhar reconhecimento nos aspectos mais científicos ligados à interface entre materiais e células. De momento estamos também muito interessados em tentar para o mercado o conhecimento gerado no grupo. Como exemplo dessa estratégia foi criada uma spin-off, a STEMMATTERS, que actualmente ocupa todo o último piso do edifício. Estamos satisfeitos com o percurso percorrido mas temos muito presente a dificuldade associada à manutenção do desempenho e sucesso que temos tido. Temos agora uma infraestrutura cuja actividade necessita de um financiamento muito elevado, e o desafio maior que temos agora é conseguir mantê-lo. A título particular, tem um grande interesse na área da Medicina Regenerativa. Porquê esta área? Na minha formação base e no próprio doutoramento trabalhei em áreas que em nada tinham a ver com aplicações biomédicas ou biomedicina. Quando vim para a UM comecei a estar ligado à parte da caracterização de materiais e em questões
tos úteis nessa área. Além de investigador, é docente no Departamento de Engenharia de Polímeros da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. É complicado conciliar estas duas vertentes? O Departamento de Engenharia de Polímeros e a Escola de Engenharia estão muito ligados a um projecto de ensino magnífico que é o Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, de que sou, neste momento, Director de Curso. O staff do grupo 3B’s assume um papel muito importante na leccionação de algumas unidades curriculares desse Mestrado Integrado. O curso está bastante bem estruturado e a qualidade dos alunos é excelente: é o curso de Engenharia Biomédica com as melhores notas de entrada em Portugal e o segundo melhor curso de Engenharia ao nível nacional. Muito do conhecimento gerado das actividades de investigação e desenvolvimento no grupo é passado para os alunos; eles também acompanham-nos em algumas actividades laboratoriais e tem sido uma experiência muito positiva poder trabalhar com alunos tão brilhantes. Também estamos muito envolvidos em projectos do 3º ciclo, como o Programa Doutoral em Engenharia de Tecidos, Medicina Regenerativa e Células Estaminais e o Programa Doutoral em Engenharia Biomédica, e também colaboramos no Programa Doutoral em Bioengenharia do programa MIT-Portugal. E já foram identificados alguns futuros investigadores?
É investigador do Grupo 3B’s (biomateriais, materiais biodegradáveis e materiais biomiméticos). Pode falar-nos um pouco deste grupo? O grupo começou dentro do Departamento de Engenharia de Polímeros, lançado pelo professor António Cunha, actual Reitor, o professor Rui Reis, actual director do grupo 3B’s. Inicialmente era um grupo muito dedicado ao processamento e caracterização
mais fundamentais ligadas à Ciências de Polímeros. Depois comecei a interessarme pelo trabalho que estava a ser desenvolvido pelos meus colegas, os professores António Cunha e o Rui Reis, e começamos a trabalhar em alguns trabalhos que foram assumindo um papel cada vez mais importante na minha dedicação à investigação. Nesta área, há aspectos extremamente aliciantes que me levaram a canalizar a minha investigação para ela. Primeiro, a noção de que os resultados da investigação podem vir a ser efectivamente úteis para as pessoas. Tentar desenvolver soluções que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos outros é muito motivante. Depois, apercebi-me que são áreas extremamente estimulantes e actuais do ponto de vista científico. Há grupos internacionais a fazer trabalhos muito interessantes e também me cativou a multidisciplinaridade da área. Finalmente, é muito aliciante trabalhar-se numa área onde a criatividade e a imaginação podem ser utilizadas para resolver problemas; como exemplo concreto, associado a esse prémio, recorremos a observações da natureza que nada têm a ver com biomedicina, para desenvolver um novo processo de produzir produ-
João Mano com a equipa que ajudou na investigação premiada
Há bastantes alunos que acabam o Mestrado Integrado connosco e que continuaram a trabalhar em projectos de Doutoramento. Agora, verdadeiros investigadores são aqueles que possuírem um espírito e maneira de estar muito particulares, que incluem curiosidade, organização e método, capacidade de trabalho e a noção da forma de trabalhar do grupo.
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INQUÉRITO
Concordas com os aumentos de preços na cantina ? Joana Rodrigues não está surpreendida nem descontente com o aumento do preço da senha. Destaca que “a Universidade do Minho é uma das poucas que consegue ter os preços mais baixos na cantina”, comparando a outras universidades do país.” Se compararmos os preços, no Porto é muito mais caro, paga-se cerca de 4 euros por refeição”. Confirma ainda que concorda com este aumento, questionando-se “se os preços não aumentassem como é que a Universidade se ia governar?” Uma vez que os bens essenciais vão aumentar, “era quase impossível a Universidade conseguir ter algum lucro”. Desdramatiza, afirmando que o aumento é pouco significativo “são apenas 25 cêntimos” A aluna de Ciências da Comunicação frequenta assiduamente a cantina e não o deixará de fazer. “Posso ter mais custos, mas se fizesse as refeições em casa também teria de dispensar dinheiro nos respectivos ingredientes”.
Joana Rodrigues 3ºanO // Ciências da Comunicação
Taís Machado ERASMUS // Ciências da Comunicação
O aumento de preços na cantina surpreendeu Taís que não concorda com este facto. A aluna costumava fazer as suas refeições na cantina da Universidade, mas 2,40 euros, no seu ver, “é bastante caro”. Quando veio para Portugal, “estava com a expectativa que ia ter uma quantidade de gastos com a alimentação”, optando por almoçar sempre na cantina, visto que o preço era acessível. Como o seu “ordenado mensal não é muito”, a estudante está completamente contra a subida de preços, optando por não frequentar a cantina. Na sua opinião, o valor da senha “é muito caro pela qualidade da comida”. Reforça ainda que é dispendioso, “comparando ao valor que seria cozinhar em casa ou comer noutros lugares”. Com este aumento de preços, a aluna de Erasmus vai optar por “cozinhar em casa ou procurar outros lugares onde possam, pelo mesmo preço, oferecer refeições melhores”.
A nova aluna da Universidade do Minho não frequenta assiduamente a cantina, mas acha “uma barbaridade” o aumento dos preços. Para Marisa, este factor, juntamente com o impasse da atribuição de bolsas de estudo, “é uma situação complicada para os alunos”. Apesar de já serem atribuídas bolsas provisórias, o aumento do valor das senhas vem agravar ainda mais a situação em que os alunos se encontram. Desiludida com a qualidade da comida oferecida na cantina, a estudante de Administração Pública confessa que “as refeições na cantina não têm grande qualidade”. Assim sendo, optará por comer fora da cantina onde fique mais económico. “Para pagar 2,40 euros prefiro pagar mais 1 euro e ter mais qualidade na refeição”.
Marisa Maia 1º ANO // Administração Pública
Tânia Rodrigues 3º ANO // Engenharia Biomédica
Neuza Alpuim
neuzinha14@hotmail.com
O aumento dos preços na cantina é um assunto que está a ser bastante debatido nos dias de hoje entre a comunidade estudantil.
A aluna de Biomédica não tem por hábito frequentar a cantina. No entanto, considera que o aumento dos preços só é proporcional se “for compensado no valor das bolsas de estudo”. Estando numa fase de contenção de atribuição de bolsas, tornase complicado de gerir o orçamento os alunos. Tânia compreende ainda o facto de os preços estarem mais elevados, “visto que os alimentos também aumentaram devido à subida do IVA” e assim as cantinas também terão despesas acrescidas. Fazendo a comparação com outras cantinas universitárias, afirma que estas se regem pelos mesmos preços. “No entanto, noto um défice de qualidade” na Universidade do Minho. Na perspectiva da estudante, este aumento não vai fazer com que os alunos deixem de frequentar a cantina, pois “há muita gente deslocada que tem mesmo de fazer as refeições cá e a cantina compensa em relação a outros sítios que servem refeições”.
Em tempos de crise, o valor da senha aumentou de 2,15€ para 2,40€. Na perspectiva da maioria é uma medida exagerada estando revoltados. Outros compreendem esse aumento. Os protestos estudantis não surtiram efeito, os ânimos estão “exaltados” e a relação qualidade/ preço é questionada. Será que os alunos continuarão a frequentar a cantina? Ou optarão por outras formas mais económicas? O ACADÉMICO foi ao campus perceber a perspectiva dos estudantes em relação ao aumento dos preços.
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ACÇÃO SOCIAL Estão a ir ao bolso dos estudantes Os estudantes universitários estão envolvidos numa das piores situações das últimas décadas no Ensino Superior em Portugal DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
Já nem as poupanças resistem no bolso dos estudantes. Primeiro foram alvo de um atraso comprometedor ao nível da publicação do novo regulamento da Acção Social no Ensino Superior. Em Setembro, finalmente houve fumo branco e o regulamento por que todos ansiavam foi publicado. Ainda assim, faltavam as normas técnicas que iriam possibilitar o cálculo dos apoios sociais directos aos estudantes. Uma situação que voltou a atrasar e só há sensivelmente duas semanas voltou a fazer-se “luz” no Ministério e eis que foram publicadas as, tão ansiadas, normas técnicas. Tanto os estudantes, como os serviços de acção social das universidades ainda fazem contas para perceber quais os números reais desta “nova Acção Social” e para se perceber qual o número real de estudantes que entram no sistema, bem como os que dele ficam de fora. Na passada semana o reitor da Universidade do Minho, António Cunha, frisou, numa entrevista conjunta ao ACADÉMICO e RUM que, para já, havia menos 15% de estudantes a solicitar bolsa de estudo.
Já António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas refere: “Eu não sei responder exactamente quantos estudantes vão perder as bolsas. Isso vai ser heterogéneo no país, porque há universidades que têm um número muito maior de bolseiros, mas o que eu acho é que o sistema passou a ser mais transparente, passou a ser nacional», afirmou, explicando que o novo modelo impede disparidades no valor das bolsas conforme a região do país. Por cá, a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) voltou a dar provas de descontentamento e preocupação face a estas questões. Na última Reunião Geral de Alunos (RGA) realizada em Azurém, os estudantes aprovaram uma moção apresentada pela direcção da AAUM que, em linhas gerais, vem reprovar os atrasos e timings de discussão e aprovação do Regime de Atribuição de Bolsas de Estudo pela sua mais que tardia concretização nas respectivas normas técnicas. Os estudantes demonstraram estar atentos. Para “ajudar”… Aumentam as refeições e o alojamento À parte destes apoios sociais directos, como é o caso da bolsa de estudo, os estudantes vêm-se deparados com mais um “rombo” nas carteiras. O preço das refeições sociais nas cantinas e o valor mensal das residências subiu nas instituições do Ensino Superior. Em causa está um despacho que congelava os preços destes serviços para o ano lectivo 2009/10 e que perdeu validade. Em relação ao valor
das refeições, os estudantes têm agora de desembolsar 2,40 euros para fazerem uma refeição nas cantinas da Universidade do Minho. A AAUM já fez saber que está profundamente contra estes aumentos. Na moção aprovada em RGA, os estudantes minhotos consideram que estas medidas agravam “dramaticamente as condições de vida dos estudantes do Ensino Superior, já profundamente oneradas pelas alterações introduzidas pelo Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo.” O administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), Carlos Silva explica que estes preços resultam da “actualização automática por Despacho (Despacho n.o 22 434/2002) do Ministro da Ciência e Tecnologia, que determina que o preço mínimo da refeição subsidiada no âmbito do sistema de acção social do ensino superior é fixado em 0,5% do salário mínimo nacional em vigor no início de cada ano lectivo e automaticamente actualizado no dia 1 de Outubro de cada ano civil”. Ora, quanto a isto percebemos a lei. No entanto, há instituições onde essa actualização foi adiada até ao próximo ano. Na Universidade do Algarve, por exemplo, o administrador dos Serviços de Acção Social, Amadeu Cardoso, está na expectativa para ver o impacto que as novas normas técnicas, homologadas há duas semanas, para a atribuição de bolsas, terão na vida dos estudantes. “Em concordância com o senhor Reitor, entendi não aumentar os preços até perceber a penalização que os alunos vão sofrer com as no-
Atrasos no pagamento das bolsas a juntar ao aumento de preços das refeições sociais nas cantinas e alojamento nas residências deixam estudantes a “fazer contas à vida”
vas fórmulas de atribuição de bolsas e com o aumento do IVA para 23% dentro do orçamento familiar”, revela o responsável, acrescentando: “Só depois de avaliar o impacto é que vamos decidir. Mas está tudo em aberto”. “É minha função gerir os recursos de forma a não fazer repercutir nos estudantes a desgraça que se adivinha”, reforça ainda Amadeu Cardoso. Preço das residências afasta alunos Outro dos preços que sofreu alteração foi o das residências universitárias. No Minho, por exemplo, são já vários os casos de alunos, principalmente Erasmus, que decidem sair da residência e fixar-se num apartamento perto do campus, dividindo o mesmo com outros colegas. Um dos alunos é Dennis Lima que, em conversa com o ACADÉMICO, afirma que é importante o ambiente que se forma na residência, mas esclarece que agora, dividindo o custo do apartamento com mais três colegas, fica-lhe mais leve na carteira suportar a sua habitação. O aluno bra-
sileiro esclarece que “se apenas se fizer contas ao valor da residência e comparar com o valor do apartamento, o preço é equivalente, mas os custos adicionais, como lavar roupa na residência ou comer na cantina… Assim gasta-se mais.” A opinião é partilhada por outros estudantes ouvidos pelo ACADÉMICO que afirmam estar mesmo a ponderar a saída da residência a curto-prazo. Também sobre esta matéria a AAUM tem uma opinião muito clara que se resume à exigência, contemplada na moção aprovada por unanimidade na RGA, de congelamento dos preços na habitação universitária. Uma vez mais, Luís Rodrigues, considera que não devem ser os estudantes a arcar com esta subida dos preços nas residências universitárias. O presidente da AAUM vai ainda mais longe e considera que se está a caminhar para “uma situação insustentável”. Os estudantes do Minho mostram que estão atentos a esta situação, uma das mais preocupantes das últimas décadas no ensino superior em Portugal.
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CULTURA
Linda
Linda Martini e a aventura na “casa ocupada” No início apregoavam um “Amor Combate” e muitos fizeram dele um hino para as suas vidas. Há um ano fizeram um “Intervalo” ao vivo mas hoje têm uma “Casa Ocupada” pronta a estrear. Os Linda Martini estão de volta com dez canções originais e convidam todos a tomarem os seus lugares na sua nova casa. Que, apesar de ocupada, tem sempre lugar para mais um.
O regresso cinco anos depois de “Dynamite” ELISABETE APRESENTAÇÃO elisabete.apresentacao@rum.pt
25 milhões de álbuns vendidos, 20 singles de sucesso e uma carreira de 18 anos, os Jamiroquai acabam de lançar “Rock Dust Light Star”, sétimo álbum de estúdio e sucessor de “Dynamite” editado há cinco anos. Este novo trabalho é também a estreia na Universal Records e foi gravado quase todo no estúdio de Jay Kay em Buckinghamshire, e também no estúdio Hook End Manor, em Oxfordshire. O disco foi composto pela banda e produzido por Jay Kay, Charlie Russel e Brad Spence. Em “Rock Dust Light Star”, os Jamiroquai afastam-se do som que ajudaram a popularizar e viraram-se para um som mais orgânico. Segundo a banda, este movimento revitalizou a banda e produziu o seu
álbum mais empenhado e vital em muitos anos. Nas palavras de Jay Kay, “tudo o que está no disco é ao vivo. É um disco de uma banda verdadeira. O álbum anterior era fantástico, mas todo ele foi um pouco estéril. Desta vez, capturámos o fluir das nossas actuações ao vivo”. Este novo álbum foi antecedido por dois singles, “White Nuckle Ride” (que já teve direito a remisturas) e mais recentemente “Blue Skies”. Ao longo da sua carreira já ganharam cinco Prémios MTV, um Ivor Novello e um Grammy. Para saber mais sobre a banda podem visitar os sites www.jamiroquai. com, www.myspace.com/ jamiroquai e ainda na rede social facebook. Para escutar cinco temas deste novo trabalho de 1 a 5 de Novembro em mais uma edição do cdrum da Rádio Universitária do Minho.
O último verão antes adolescência cÁTIA CASTRO catia.castro@rum.pt
Se a entrada para a adolescência consegue ser uma das fases mais complicadas da vida, imagine o que é atravessar o deserto com os papéis todos trocados, a começar pelo próprio corpo. É a missiva de uma história que se passa nos derradeiros anos da ditadura na Argentina. “O Último Verão da Boyita”, de Julia Solomonoff filma uma história de amizade entre duas crianças, uma delas hermafrodita. A curiosa Jorgelina é uma menina de dez anos que troca as férias na praia com a mãe e irmã mais velha, que entretanto já assumiu o estatuto de adolescente, pela pacata quinta do pai. Lá, um oásis perfeito para as brincadeiras, vai reencontrar Mario. O filho dos caseiros que tem mais ou menos a sua idade, mas que está demasiado ocupado
com os trabalhos no campo. Numa relação de respeito e amizade, juntos vão descobrir as mudanças e aceitar o que os adultos querem esconder. Produzido por Pedro Almodóvar, a segunda longa-
metragem desta cineasta argentina radicada nos Estados Unidos, é um retrato tão simples que chega a ser comovente. Embora não fugindo ao modelo do cinema argentino, mas afastando-se dos
O film
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Martini, agora com quatro elementos, editam esta semana novo trabalho
JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt
Na contracapa, um dos temas parece desvendar uma possível (e previsível) nova vida dos Linda Martini, “Juventude Sónica”; há outro que pode dar ainda outras pistas, “Ameça Menor”. À partida, são títulos sorridentes para um qualquer single radio friendly. Mas os mais atentos (atenção! Dicionários Inglês – Português numa das mão; a “Mojo”, a “Uncut” e o “NME” na outra...) podem ter a solução nos pequenos pormenores: “Juventude Sónica” é o mesmo que “Sonic Youth”, numa tradução literal para a língua inglesa; “Ameaça Menor” o equivalente a “Minor Threat”, sem tirar nem pôr. No fundo, dois influentes grupos da música mundial; os primei-
s da clichés juvenis, o grande sucesso do filme está na interpretação natural dos seus protagonistas. Os pontos vão quase todos para a pequena Guadalupe Alonso. Um pequeno diamante em bruto.
me argentino soma dezenas de prémios internacionais
rum box
TOP RUM - 43 / 2010 29 OUTUBRO 1 BUNNYRANCH - Where am I? Where are you? 2 TWO DOOR CINEMA CLUB -
agenda cultural BRAGA Teatro 02 a 06 de Novembro A Cabeça do Baptista - CTB Theatro Circo Cinema 08 de Novembro “A Cativa” Theatro Circo 09 de Novembro “DEZ” – Médios Orientes, Orientes Extremos Theatro Circo
ros, um dos nomes fortes do rock mundial, com uma legião de fãs entre os artistas mundiais; os segundos, um dos nomes do hardcore punk com mais influência para grupos como os Linda Martini. Sob estas duas sonoridades (rock e punk) se pode ancorar o novo “Casa Ocupada” dos Linda Martini – um disco que vai muito para além destas duas notórias influências. Processo “lento ou preguiçoso” Encontramo-nos com Cláudia Guerreiro, a baixista dos Linda Martini, horas antes do concerto no Parque de Exposições de Braga (PEB), num final de tarde já frio de Outubro. Começamos pela pergunta óbvia: porquê tanto tempo sem editar? Sem querer alinhar por uma ideia de “reunião do grupo”
depois de algum tempo de silêncio– alguns dos elementos foram investindo em projectos paralelos, sendo o mais notório o de Hélio Morais, os refrescantes PAUS - , Cláudia diz que a culpa “pode ser da preguiça ou pode ser da lentidão na composição”. “Não impusemos datas, já queríamos ter editado este novo trabalho no ano passado mas não estavamos felizes com o que estavamos a fazer”, revela Cláudia, até porque os Linda Martini “só põe as coisas cá fora quando sentimos que temos coisas boas”, ri. Casa com surpresas “Casa Ocupada” marca o regresso dos Linda Martini às edições em formato longaduração, depois de no ano passado terem lançado um EP ao vivo através da Optimus Discos a que deram o
Something good can work 3 MADAME GODARD - Atlas 1977 4 PEIXE AVIÃO - Um acordo qualquer 5 OS GOLPES - Vá lá senhora 6 PELTZER - A story to tell me 7 MÃO MORTA - Novelos da paixão 8 CLÃ - Golden skans 9 NATIONAL, THE - Bloodbuzz ohio 10 BALLA - Montra 11 HOT CHIP - One life stand 12 NUNO PRATA - Mais um belo dia 13 LEGENDARY TIGERMAN, THE - Light me up twice 14 PAUS - Pelo pulso 15 BELLE & SEBASTIAN - I want
the world to stop 16 LCD SOUNDSYSTEM - Drunk girls 17 B FACHADA - Os discos do sérgio godinho 18 NORBERTO LOBO - Ayrton senna 19 FEROMONA - Alfama 20 ARCADE FIRE - The suburbs
GUIMARÃES
FAMALICÃO
Música 4 de Novembro Nuno Prata - Apresentação do novo disco “Deve Haver” CCVF
Música 5 e 6 de Novembro VI Festival de Tunas Camilo Castelo Branco Casa das Artes
5 de Novembro Tiago Bettencourt São Mamede
Cinema 4 de Novembro Noites do Cineclube: Shirin Casa das Artes
6 de Novembro Scout Niblett CCVF 6 de Novembro Susana Félix São Mamede
apropriado tema de “Intervalo”. Agora, “Casa Ocupada”, título que roubaram de “uma casa de ‘ocupas’ que existia em Lisboa e onde se faziam vários concertos de hardcore”, tem “dez temas, dois deles instrumentais, com mais voz que nos álbuns anteriores”. Mas sempre com a marca Linda Martini. “Sinto que existem algumas diferenças, mas as pessoas que ouvem este novo álbum dizem logo que soa a Linda Martini. Não há nada a fazer”, ri Cláudia. Um disco com algumas surpresas – “mas não para nós, que estamos fartos de o ouvir”, desvenda -, onde os vários habitantes da casa – “Belarmino”, “Mulher a Dias”, “Nós os outros” – vão ocupando os seus lugares. Um a um. A casa passa a estar ocupada a partir de agora.
leitura em dia 1 - O Médico de Córdova de Herbert Le Porrier (Bizâncio) - quando a convivência entre culturas e religiões tornavam Córdova o centro criativo da Península Ibérica;
POST-IT 1 > 5 Novembro HIPNÓTICA - Playground MEGAPUSS & DEVENDRA BANHART - Sound and vision OWEN PALLETT - A man with no ankles
BARCELOS Música 4 de Novembro Osso vaidoso - SUBSCUTA Biblioteca Municipal
2 - Nobre Povo de Jaime Nogueira Pinto - (Esfera dos Livros) - os anos da República vistos pelo olhar de um politólogo da direita portuguesa; 3 - Nas Montanhas da Loucura – H. P. Lovecraft - um dos “pais” do Fantástico em viagem pelo Pólo Sul; 4 - A Fábrica da Noite - Cláudia Clemente (Ulisseia)- uma revelação da Moderna Literatura Portuguesa; a mestria narrativa de uma jovem escritora. 5 – Postigos para o Mundo - Mário Matos (Húmus) - o tempo da Guerra Fria , a Viagem na RDA , pela mão de um Investigador/Professor da UM; Para
ouvir
de
segunda
a
sexta
(9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier
TECNOLOGIA E INOV Pessoa(s) Online Goreti Faria goreti.fcs@gmail.com
Em Lisboa, no número 16 da Rua Coelho da Rocha, no Campo de Ourique, encontra-se o quarto onde Fernando Pessoa dormiu de 1920 a 1935, o quadro que o seu amigo Almada Negreiros dele pintou – que retrata o poeta sentado diante de uma mesa, com cigarrilha numa mão e papel sob a outra – poemas que escreveu, textos que sobre ele escreveram e ainda livros que o poeta leu, comentou, traduziu, interpretou e nos quais fez anotações. Estes últimos, os livros de cabeceira de Fernando Pessoa, foram digitalizados na íntegra e encontram-se disponíveis online para consulta grátis em qualquer lado do mundo. Esta iniciativa, realizada no âmbito de colaboração protocolada entre a Casa Fernando Pessoa e o Centro de Linguística da Universi-
dade de Lisboa, teve início em Abril de 2008 e, desde então, uma equipa internacional de investigadores coordenada por Jerónimo Pizarro, Patrício Ferrari e António Cardiello, digitalizou os 1058 exemplares da biblioteca pessoal do poeta que se encontram na Casa Fernando Pessoa. É desde dia 21 do mês passado que o reportório construído pelo autor de “Mensagem” ao longo da sua vida, desde a sua infância na África do Sul até à sua morte em 1935,
se encontra literalmente à distância de um clique, em formato pdf ou jpg. Será agora mais fácil viajar pelos meandros de uma cabeça sem limites, de uma pessoa que é muitas, de uma obra que consegue ser simultaneamente bucólica e urbana. Poder-se-á agora observar demoradamente a letra do poeta – um elemento comum a todos os heterónimos. Será agora mais fácil encontrar o momento em que Fernando Pessoa se sentava com cigarrilha
Era uma vez um Walkman… Rita Vilaça riiita_@hotmail.com
“Faleceu”, no passado dia 25, o leitor de cassetes Walkman. Com apenas 31 anos de idade esta tecnologia, considerada obsoleta, foi assassinada pelos seus progenitores: Sony, que divulgou a estagnação da produção dos leitores de cassete. Nascido a 1 de Julho de 1979, “o produto do século”, como é rotulado pela companhia nipónica, revolucionou o dia-a-dia da população japonesa que havia descoberto uma forma prática e cómoda de transportar música no bolso. Com mais de 200 milhões de vendas, “o produto continuará a ser comercializado no estrangeiro”, conforme afirmou um porta-voz do grupo Sony. Embora a companhia japonesa tenha anunciado que a produção de Walkmans com CD e MiniDisc continuem, se quiser um Walkman em cassete para o Natal, terá de
viajar até à Ásia ou ao Médio Oriente, uma vez que a Sony licenciou a criação do produto apenas para algumas companhias chinesas. Desenvolvido para um dos sócios da empresa nipónica, Akio Morita, que queria ouvir ópera durante as suas longas viagens de avião, Nobutoshi Kihara, chefe do sector áudio da Sony, foi o inventor da grande revolução. Coincidindo com nono aniversário do iPod, criado pela grande rival da Sony, a empresa Apple, a recente ‘morte’ dos Walkmans em cassete está a suscitar alguma curiosidade. Recentemente, e segundo o jornal “Público”, a BBC desencadeou uma experiência que consistia em pedir a um jovem de 13 anos que substitui-se o seu iPod por um Walkman em cassete: foram necessários três dias para que o adolescente percebesse que a cassete tinha dois lados! É caso para dizer… Sayonara Walkman!
“Torna-te no novo Mourinho!” As melhorias aplicadas ao jogo tornam este “clássico” mais próximo da realidade FRANCISCO VIEIRA dmvieira04@hotmail.com
O aclamado Football Manager está de volta para mais uma época. Como sempre, Football Manager 2011 põenos na pele de um treinador de uma equipa (ou selecção) de futebol, a escolher de entre a grande parte dos escalões principais ou secundários de todo o mundo. Football Manager 2011 tem a sua data de lançamento prevista para 5 de Novembro, já no final desta semana. Desta vez, os agentes dos jogadores de futebol te-
rão um papel determinante nas negociações do passe do jogador que representam. Negociações estes que serão “cara a cara”. A interacção treinadores/jogadores/direcção foi refinada, podendo o utilizador ter conversas privadas com algum jogador, por exemplo. Foram acrescentadas mais de 150 perguntas às famosas conferências de imprensa, sendo que as cerca de 500 já existentes foram completamente revistas e aprimoradas quando necessário. Espera-se, portanto, que Football Manager 2011 seja bastante melhor
Espera-se que a versão de 2011 deste jogo seja muito melhor que a antecessora que o seu antecessor. Teoricamente, todas estas melhorias proporcionarão um jogo mais próximo da reali-
dade. Agora, a todos aqueles treinadores de bancada só resta esperar para poder, novamente, levar o seu clube à
glória. Site Oficial: http://www.footballmanager.com/
OVAÇÃO
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twittadas Emanuel Boavista emanuelboavista@gmail.com
Windows 8 será lançado em 2012? O rumor foi levantado por bloggers especializados que dizem ter lido, no site da filial holandesa da Microsoft, numa mensagem a propósito do primeiro aniversário do Windows 7, que a nova versão do Windows estava a ser trabalhada “arduamente” e que poderá ser lançada daqui a dois anos. No entanto, passado algum tempo, a citação foi alterada, e
no seu lugar dizia que o Windows 7 Service Pack 1, está a ser testado e será lançado no próximo ano. As redes sociais começaram a cansar os jovens! Segundo uma empresa norteamericana, os jovens estão a “abandonar as redes sociais”. O Facebook é a rede, que apesar de ser a mais utilizada, lidera os descontentamentos e as desitências. Entre as razões está a perda do interesse (apontada por 45% dos inquiridos), o interesse
por outros “sites” (referida por 28%) ou até mesmo pelos pais entrarem na rede (afirmada por 16%). No caso de outras redes como MySpace ou o Twitter a situação não é melhor. O que ainda atrai os mais jovens são os jogos das redes sociais. Em 2011 cerca de 33% da população mundial estará online De acordo com a ITU (International Telecommunications Union), já no final deste ano 71% das pessoas dos países oci-
dentais estarão online, ao passo que nos países em desenvolvimento a percentagem será de 21%. A internet de banda larga é vista, pela ITU, como um “estímulo ao crescimento e à produtividade ”, podendo gerar empregos. No entanto, o alerta vai para os altos custos da banda larga. Na República Centro Africana, por exemplo, o acesso à internet custa cerca de 40 vezes o salário médio deste país. Videojogos fazem “matéria cinzenta”
aumentar
Investigadores espanhóis (da Universidade Autónoma de Madrid) provaram que os videojogos que têm como fim a resolução de problemas melhoram não só a conexão entre as várias zonas do cérebro com o também melhora o processamento da informação (aumento da “matéria cinzenta”). Ao longo do estudo, um grupo de jovens foi analisado, através de ressonâncias magnéticas ao cérebro, e as principais melhorias observadas foram na àrea da compreensão verbal, da visão, da planificação e do raciocínio.
LIFTOFF AAUM Abertura dia 9 Encontramo-nos na fase final da contagem decrescente para a abertura do novo projecto da AAUM!!! É já na próxima semana que o Liftoff abre portas à Comunidade Académica. A AAUM - Associação Académica da Universidade do Minho pretende fazer história a 9 de Novembro de 2010. Sendo uma aposta da actual direcção e contando com o apoio de vários parceiros institucionais (de entre os quais se destacam a Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Braga), o empreendedorismo académico vai ganhar um novo fulgor numa das universidades mais dinâmicas e inovadoras do país. Com infra-estruturas criadas de raiz em pleno Campus de Gualtar, em Braga, o Liftoff tem por visão ser um ponto de referência na Universidade do Minho no apoio ao empreendedorismo qualificado, fomentando e apoiando o espírito empreendedor da comunidade académica. O programa de lançamento do projecto tem início às 18h, no auditório B1, em Gualtar e inclui: - Apresentação do projecto, parceiros e cronograma de actividades; - Lançamento do estudo “Empreendedorismo na Comunidade Académica da Universidade do Minho”; - Inauguração oficial do Liftoff - Gabinete do Empreendedor da AAUM; O evento de lançamento encontra-se ainda inserido no Ano Internacional da Juventude. Aparece!!! As inscrições para a Bolsa do Empreendedor já se encontram abertas. Inscrições e mais informações em: www.aaum.pt ou através do email: liftoff@aaum.pt
> 21 de OUTUBRO ‘10 1ª Reunião do Conselho Estratégico do Liftoff
>15 a 20 NOVEMBRO ‘10 “Road-show”- Empreende Já (IPJ) Guimarães;
> 29 de NOVEMBRO ‘10 Inicio de apresentação de candidaturas do Concurso de Ideias “Atreve-te 2010”
> 3 de DEZEMBRO ‘10 Limite de entrega de Candidaturas “Atreve-te 2010”
9 de NOVEMBRO ‘10 Abertura oficial do Gabinete do Empreendedor AAUM - LIFTOFF
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DESPORTO Respirou-se Yoga no complexo desportivo de Gualtar Diana Teixeira diana_adelaide_teixeira@hotmail. com
Durante o mês de Outubro, no complexo desportivo de Gualtar, realizaram-se aulas experimentais de Yoga com o intuito de aproveitar a disponibilidade matinal do ginásio e, como tal, dinamizar as aulas nesse período. Segundo a professora Mónica Amarante, “as aulas necessitam de um ambiente calmo”. Estas tiveram lugar dois dias por semana, quarta e quinta-feira de manhã, com uma duração de cinquenta minutos, mais concretamente entre as oito e as oito e cinquenta da manhã. Com um sorriso nos lábios, a professora Mónica diz que, “através dos sorrisos e de uma expressão de tranquilidade”, os alunos transmitiram um feedback positivo destas aulas. Correcção de postura, coordenação de movimentos com a respiração, boa oxigenação e, consequentemente, equilíbrio são os benefícios apontados pela professora após um período, curto e correcto, dos exercícios de Yoga. As aulas,
segundo Mónica Amarante, “correram bem, sendo compostas por cerca de dez pessoas em cada sessão”. Alguns dos alunos que experimentaram as aulas de Yoga dizem não apreciar desportos que primam por grandes esforços físicos mas também não apreciam desportos demasiado calmos. Segundo a discente, Bela Machado, que experimentou as aulas na última semana de Outubro, “o Yoga é uma actividade demasiado calma”. Afirma que, no primeiro dia em que decidiu assistir às aulas, não ficou muito decidida quanto a
As aulas experimentais de yoga tiveram bom feedback. A experiência repete-se em Novembro com vista a conquistar mais adeptos
Aulas de yoga, a partir de Novembro, todas as quartas e quintas-feiras no período matinal
uma possível inscrição. No segundo dia de aulas experimentais a aluna mantêm a mesma dúvida. Considera que “o Yoga prima, sobretudo, por ser uma filosofia de vida, um contacto com o nosso lado mais espiritual”. Relativamente à oportunidade que é dada à comunidade académica pelos Serviços de Acção Social, a aluna Bela Machado afirma que “esta iniciativa é muito interessante pois, só depois de termos contacto com o realmente se faz nas alunas de Yoga, é que podemos tomar a decisão de uma possível inscrição”. Segundo a assistente operacional do complexo desportivo de Gualtar, na última semana de Outubro houve cerca de dez pessoas a inscrever-se nas aulas de Yoga que, a partir de Novembro, decorrerão no complexo desportivo de Gualtar, todas as quartas e quintas-feiras, no período matinal. Segundo a mesma assistente, as aulas experimentais tendem a ser alargadas para o mês de Novembro uma vez que estas foram divulgadas depois do início do mês de Outubro.
SCBraga/AAUM avança na Taça de Portugal Eduardo Rodrigues e_du_rodrigues@yahoo.com.br
No passado fim-de-semana realizaram-se os jogos relativos à 2ª eliminatória da Taça de Portugal. A formação do SCBraga/ AAUM venceu a equipa do Paredes, por 5-2, e manteve assim a sua presença nesta competição. É de ressaltar que, até o momento, os bracarenses triunfaram em todos os jogos oficiais realizados. Para este encontro em particular, o treinador Pedro Palas prescindiu da presença do guarda-redes Pli e dos jogadores Lino e Ricardinho. O cinco base, por sua vez, foi formado por Hélder na baliza, Fabrício, André Machado, Pedrinho e Zé Rui. Nos primeiros minutos, os atletas minhotos desperdiçaram diversas oportunidades de abrir o activo. Os da casa raramente criavam perigo, contudo, foram os primeiros a festejar. Aos
Só vitórias nos jogos oficiais até agora realizados. O Sp. Braga/ AAUM não poderia desejar melhor arranque de época 7 minutos, após uma perda de bola dos “estudantes”, concluíram com eficácia e fixaram o 1-0. A reacção arsenalista não tardou e assistiu-se a uma cambalhota no marcador. Faria, aos 11 minutos e André Machado, dois minutos mais tarde, balançaram as redes do opositor, e assentaram o 2-1, resultado que permaneceu até ao intervalo. No início da segunda parte, os arsenalistas procuraram controlar o jogo, tiveram mais posse de bola e fizeram sobressair a sua maior organização táctica. No minuto 31´, o estreante Rui Coroas, numa jogada de insistência fez o gosto ao pé e deu uma certa tranquilidade à sua equipa. O treinador do Paredes foi em busca do resultado positivo e colocou um guarda-redes avançado. A sua aposta não foi eficaz, pelo contrário, o SCBraga/AAUM dilatou a vantagem. Na sequência de duas transições ofensivas, Fabrício assinalou o 4-1 e o outro estreante, Peixoto, fez o quinto golo dos minhotos. A poucos segundo do fim, o Paredes ainda marcou mais um golo, mas este foi inofensivo perante os números que já se verificavam no marcador. No próximo sábado, os bracarenses jogam novamente fora de casa. A 4ª jornada reservou aos minhotos uma visita à Aveiro, mais precisamente, ao reduto do Covão do Lobo, formação que ocupa a 3ª posição, com 6 pontos conquistados. O encontro realiza-se às 18 horas.