LUÍS RODRIGUES em entrevista
Após dois anos como presidente e depois de cinco ligado à direcção da AAUM, Luís Rodrigues está de saída e faz um balanço daquilo que foi a sua passagem pela instituição, numa entrevista exclusiva ao ACADÉMICO Página 10 a 13
“Encontrei a AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas direcções conseguiram elevá-lo ainda mais”
academico.rum.pt facebook.com/jornalacademico twitter.com/jornalacademico
Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 158 / ANO 6 / SÉRIE 3 QUARTA-FEIRA, 23.NOV.11
local TEDxYouth@BRAGA
desporto Página 03
“A ideia era a comunidade de Braga senti-lo como seu”
campus Página 18
Universidade do Minho na “crista da onda”
Página 05
Desfile final do Fashion´11 arrebata “berço lusitano”
FICHA TÉCNICA 23.NOV.11 // ACADÉMICO
SEGUNDA BARÓMETRO PÁGINA
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Quarta-feira, 23 Novembro 2011 / N158 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana Lopes, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Daniela Mendes, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Fabiana Oliveira, fábio alves, Filipa Barros, Filipa Sousa, Goreti Pêra, Inês Mata, Joana Neves, José Lopes, José mateus pinheiro, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Sara Pestana, Sónia Ribeiro, Sónia Silva e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura, José Reis e Maria joão Pinto // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares
EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
Sp.Braga/AAUM de regresso às vitórias Depois de um início muito desencorajador, o Sp.Braga/AAUM parece estar de volta às boas exibições e bons resultados. Neste fim de semana foi diante do histórico Beleneneses que os minhotos conseguiram a sua 2ª vitória na prova. Nas últimas semanas só os candidatos Benfica e Sporting pararam o Sp.Braga/AAUM.
Luís Rodrigues Chega ao fim um ciclo na AAUM. Luís Rodrigues decidiu sair e, assim, chega ao fim um ciclo que teve, naturalmente, o seu cunho pessoal. Foram anos de sucesso marcados por alguém que sempre viu na AAUM um fim e não um meio para algo. Só assim o associativismo faz sentido e, neste caso, fê-lo, com toda a certeza. Os estudantes agradecem.
Luzes de Natal na Madeira Sei bem que se está a mediatizar a mais esta questão, no entanto, sei também que gastar 3 milhões de euros numa altura destas parece-me bem mais absurdo. Alberto João Jardim não tem emenda. Se os “bananas” que nele votaram esperam ver a luz ao fundo do túnel neste Natal, podem tirar o seu burro da chuva. Haja decoro na ilha...
DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt
EDITORIAL
Aí estão as eleições para a AAUM. A votos, as listas para a direcção, para a mesa da Reunião Geral de Alunos e para o Conselho Fiscal e Jurisdicional. À partida tudo leva a crer que Hélder Castro será o próximo presidente da AAUM, ainda assim, felizmente, existem listas de oposição. É necessário, dentro dos limites do bom senso e do razoável, que exista um efectivo e real debate de ideias que sirvam os interesses, única e exclusivamente, dos estudantes. Ainda assim, considero que as pessoas que irão disputar a liderança da AAUM devem ter uma postura suficientemente lúcida para perceber o que se pode fazer, no imediato, no ensino superior. Não é só de lutas na rua nem de manifestações que se constrói algo de positivo para o futuro dos nossos pares no ensino superior. Há outros valores e aprendizagens que têm de ser transmitidos aos que entram na universidade. Espero, por isso, uma campanha eleitoral leal e com muita discussão construtiva durante as próximas semanas. Da nossa parte, enquanto jornal isento e imparcial, iremos tentar dar o máximo de informação possível aos eleitores numa campanha que assumimos, desde o primeiro dia, contra um candidato não elegível: a abstenção. Permitam-me ainda, neste espaço, destacar a entrevista de Luís Rodrigues, actual presidente da AAUM. Todos nós sabemos que está de saída do cargo. O mesmo fez, em exclusivo para o ACADÉMICO, o balanço de dois anos enquanto presidente da instituição. Fez questão de, na hora da despedida, não esquecer os apoios importantes que teve para representar os estudantes com a “exclusividade” que se impõe. Os estudantes só podem ter a agradecer o contributo que estas duas direcções (assim como as direcções dos últimos quatro presidentes) deram para que a vida de um estudante na Universidade do Minho fizesse mais sentido. Basta olhar para o vastíssimo plano de actividades dos últimos anos para, facilmente, se percebe que, em muitas áreas de intervenção, os estudantes tiveram ao seu dispor iniciativas que tinham como meta o seu sucesso. Esperemos que, nos próximos anos, estes ideais sejam cumpridos, porque, acima de um conjunto de caras, acima mesmo de uma só cara, está uma instituição com quase 34 anos de história. É preciso senti-la e saber respeitá-la. Até para a semana.
PUB.
PÁGINA 03 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
LOCAL Primeiro evento TEDxYouth em Braga
“A ideia era a comunidade de braga senti-lo como seu” ângela coelho angelacfcoelho@gmail.com
Depois do Porto e Aveiro, foi a vez de Braga receber pela primeira vez um evento TED (Tecnologia, Entretenimento, Design). Com mais de 600 inscrições recebidas, o TEDxYouth@Braga decorreu no passado dia 19 de Novembro, no pequeno auditório do Theatro Circo. O auditório foi de facto pequeno para todos aqueles que queriam participar. As inscrições já estavam esgotadas há três semanas e quem não conseguiu participar teve a oportunidade de assistir às TEDxtalks em directo através do “livestream”. A ideia do TEDxYouth@ Boa disposição foi tónica geral durante o evento
TED
Braga surgiu com a ida de Laura Varanda e Ana Esteves ao TEDxYouth no Porto. “Começamos logo a pensar que oradores iríamos trazer e a pesquisar como seria todo o processo para organizar um evento como este”, contou Laura. Rui Neto e Cristina Mouta juntaram-se à equipa desde logo e os quatro trabalharam no evento desde Fevereiro. Laura Varanda garante que não foi fácil a organização do TEDxYouth: “É preciso querer muito, porque é um evento que envolve muito pormenor”. Contudo, Laura acredita que “correu muito bem e as coisas fluíram de uma forma muito boa”. No início, foi difícil para a equipa organizadora dar a conhecer o TED à cidade de
TED
Pedro Remy foi um dos oradores Braga e transmitir e explicar o que era este conceito, pois havia muita gente que não conhecia. “Mas depois, à medida que fomos divulgando, as coisas fluíram normalmente e tivemos uma afluência muito grande”, explicou surpreendida Laura Varanda. Foram 14 os oradores das mais diversas áreas que aceitaram o desafio de inspirar os jovens participantes. Segundo Laura Varanda, a equipa tentou ter oradores de áreas diferentes e ter o máximo possível de oradores locais para promover também a cidade de Braga. “Apesar de ser um TED global e ser transmitido para todo o mundo, a ideia era a comunidade de Braga senti-lo como seu”, disse a bracarense licenciada em Gestão. A jovem acredita que esse objectivo foi alcançado: “Tivemos oradores que a maior parte dos participantes conhece”. Pedro Seromenho, Luís Tarroso, António Murta, Carlos Coelho, Pedro Remy e Miguel Gonçalves foram alguns dos oradores presentes e que se destacaram de alguma forma nas
suas áreas. André Ribeiro, um dos participantes do TEDxYouth@Braga, confessa que já acompanha o TED online há algum tempo e que sempre gostou de ouvir as TEDtalks que são disponibilizadas no site, especialmente as mais ligadas à sua área, o Design. O jovem de Barcelos faz um balanço positivo. No entanto, aponta algumas falhas técnicas durante as apresentações. Álvaro Sampaio, designer industrial, e Miguel Gonçalves, “idea starter”, foram os nomes que levaram João Soares até ao Theatro Circo. Contudo, o estudante de Design confessa que gostou muito de ouvir António Murta, sócio-gerente e co-fundador da empresa Pathena: “Inspirou-me muito”. Inspiração como tema “Inspira-te” foi o mote lançado pela organização, pois acreditam os jovens portugueses são inspirados, “não têm é a coragem para dar o passo”, atira Laura Varanda. “É preciso este tipo de eventos e iniciativas para ajudar.
Acredito que as pessoas que saírem daqui vão sair com um bocadinho mais de vontade e de inspiração para fazerem alguma coisa”, conclui a jovem. José Durães já conhecia o TED, o evento original criado há 25 anos na Califórnia, e mal soube que iria haver um evento análogo em Braga suscitou-lhe o interesse. O estudante de Engenharia Informática na Universidade do Minho acredita que este tipo de actividades contribui para dinamizar a cidade de Braga. “Foi uma oportunidade para ouvir oradores com algo interessante e inspirador para dizer”, afirma. O TEDxYouth@Braga contou ainda com a presença de Carlos Oliveira, secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, que deu uma palavra de motivação a todos os participantes. A equipa organizadora acredita que esta é uma iniciativa para repetir, talvez noutros moldes: “Vamos pensar nisso para o ano, e se calhar em 2013 haverá novidades”, adianta Laura Varanda.
CAMPUS PÁGINA 04 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
colóquios de AP atraem atenção nacional José Mateus Pinheiro jose_pinheiropr@hotmail.com
Nos passados dias 16, 17 e 18 de Novembro, o Centro de Estudos de Administração Pública (CEAP) apresentou a XVI edição dos colóquios do curso, estando o evento deste ano subordinado à intervenção do FMI e respectivas implicações/consequências na administração local: “Um orçamento com a Troika. Qual a Reforma da Administração Pública?” Com o objectivo de abordar temas que fossem de interesse universal, o CEAP estabeleceu parcerias com os núcleos de Relações Internacionais (CECRI) e Direito (AEDUM). Deste modo, para além de painéis relacionados com a crise económica e a gestão local, houve ainda a oportunidade de se assistir a tertúlias relacionadas com a Reforma da Justiça e a Soberania Nacional. Os painéis pautaram por
uma assistência elevada, derivada dos respectivos intervenientes. Enquanto que, no dia de abertura, foi possível ouvir Pedro Camões, administrador da Universidade do Minho, ou o polémico Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, o segundo dia foi marcado pela presença do prestigiado professor Adriano Moreira, presidente da Academia de Ciências de Lisboa. Por fim, o último painel contou com a presença dos deputados da Assembleia da República, António Braga e Hugo Soares, seguindo-se a sessão de encerramento, na qual o reitor da Universidade do Minho, António Cunha e Luís Rodrigues, presidente da AAUM, participaram.
dagem deste conjunto de temáticas demonstra a presença da administração pública em inúmeros momentos da nossa vida, embora não tenhamos, na maior parte das vezes, essa consciência”. Quando confrontado com o cumprimento das suas expectativas, Eduardo faz “um balanço bastante
positivo, dado que se conseguiu integrar diversas personalidades, académicas/ não académicas nas conferências. Porém, o que acaba por ser verdadeiramente recompensador é a resposta da comunidade, em particular dos estudantes de administração pública, assumindo uma postura de ceap
Nomes sonantes atrairam atenção dos media nacionais para os colóquios do CEAP
“Balanço positivo” de um evento nacional Para Eduardo Coturela, Presidente do CEAP, “a abor-
responsabilidade cívica que se repercussiona na sua participação social e respectivo sentido crítico. Como resultado, creio que assistimos à formação de uma administração pública desprendida de preconceitos. Em suma, as conclusões produzidas neste evento têm que ser divulgadas, de modo a cumprir com a maior eficácia e eficiência o principal objectivo do mesmo: contribuir de forma positiva para uma mudança de rumo portuguesa que nos permita ultrapassar esta “maré negra””, destaca o responsável. Já segundo o reitor da UM, António Cunha, a actividade teve “um balanço muito positivo, uma vez que obteve grande impacto a nível nacional, devido fundamentalmente, à qualidade dos oradores que aqui discursaram, tendo sido evidenciado pelas repercussões que teve nos diferentes órgãos de comunicação social.”
um projecto... humano FILIPA CARDOSO filipa_sininhu16@hotmail.com
Acontece no próximo dia 12 de Dezembro o Projecto “Ser Humano”, no âmbito das comemorações do aniversário do Instituto de Educação da Universidade do Minho. Este projecto destaca-se pela sua “vertente educativa, no sentido de uma maior consciencialização e sensibilização para a importância dos valores provenientes da
Declaração Universal dos Direitos do Homem: Igualdade, Liberdade, Solidadriedade, Pessoa, Dignidade Humana” destaca ao ACADÉMICO, Margarete Silva, responsavél pelo projecto. Inicialmente a ideia era realizar uma actividade no dia do aniversário do Instituto de Educação, mas com alguns incentivos, e uma vez que no mesmo dia se comemora o aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, Margarete Silva
decidiu juntar as duas vertentes, a da educação e a da Declaração Universal dos Direitos do Homem, dando origem a este projecto. Numa fase inicial os objectivos passavam apenas por uma divulgação e um alerta para os direitos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, mas com o passar do tempo, e tendo em conta os constrangimento da sociedade em que vivemos, a coordenadora do projecto considerou que o
enfoque deveria passar para os valores do ser humano. Ao longo do mês de Novembro e Dezembro vão acontecer várias iniciativas práticas, tendo em vista a promoção e divulgação do projecto, nomeadamente no dia 22 de Novembro no campus de Azurém, no dia 26 de Novembro no centro da cidade de Braga e no dia 9 de Dezembro no Instituto de Educação da Uminho. Actualmente encontra-se activa uma votação no blo-
gue do projecto http://projectoserhumano.blogspot. com tendo em vista a recolha de dados para o projecto, que irão ser apresentados numa fase posterior. Deste modo, as expectativas para esta iniciativa passam por dar espaço para que cada um assuma um compromisso claro com os valores da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Pessoa e Dignidade Humana numa altura em que é importante Ser Humano. PUB.
CAMPUS PÁGINA 05 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
desfile final do fashion´11 arrebata “berço lusitano” ANA PINHEIRO anafilipapinheiro1@hotmail.com José Mateus Pinheiro jose_pinheiropr@hotmail.com
No passado dia 16 de Novembro, a “cidade-berço” virou o centro de todas as atenções, uma vez que foi o local escolhido para o aguardado Desfile Final do University Fashion´11, actividade que visa seleccionar o Mister e Miss Fashion de entre inúmeros alunos da Universidade do Minho que se candidataram. A organização esteve a cargo, como já vem sendo hábito, do Departamento de Saídas Profissionais e Empreendorismo da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Sendo assim, o evento teve lugar no Pavilhão Desportivo do Campus de Azurém, com apresentação da actriz Joana Alvarenga e Dany Oli-
veira, aluno que se destacou como o vencedor do casting para apresentador que a AAUM havia conduzido ao longo do último mês. Ao longo de duas horas, os 12 finalistas (6 raparigas/6 rapazes) desfilaram pela passerelle com indumentárias de diferentes marcas que patrocinavam o evento, sendo as passagens de modelos intercaladas com performances musicais de Sina Key, cantora portuguesa que se popularizou pelas reinterpretações de hits internacionais como “Someone like you” ou “Simply the Best”. Em declarações exclusivas cedidas ao ACADÉMICO, a artista revela um gosto especial pela moda. “Adoro participar em tudo o que esteja relacionado com eventos de formação juvenil e profissional. A moda tem desempenhado um papel preponderante na minha vida, dado que vivemos num mundo de imagem. Uma vez que
Dicas/Nuno Gonçalves
na minha carreira enquanto cantora tenho interpretando fundamentalmente soul music e artistas dos anos 70, 80 e 90, a moda tem desempenhado um papel fulcral, permitindo-me ir ao encontro dos estilos estéticos dessas épocas”, destacou Sina Key. Estrelas no palco Quando questionada sobre o que a levou a aceitar o convite para apresentadora, Joana Alvarenga revelou ser a sua primeira vez nesse registo: “De uma certa forma acaba por ser um desafio, um teste, não só para os manequins, que se encontram aqui a tentar a sua sorte, mas também para mim, porque não sei bem como me vou sair (risos), embora esteja com expectativas elevadas. É sempre engraçado, uma vez que já desfilo há muitos anos, pelo que o prazer é todo meu em parti-
Flávia Lopes foi a grande vencedora da noite
Dicas/Nuno Gonçalves
Pedro Pacheco foi considerado o mister “University Fashion” cipar em eventos temáticos como este.“ Já Ricardo Guedes, manequim profissional convidado em conjunto com Marisa Perez para desfilar com os finalistas, assume-se nostálgico, acabando por ser “um regresso ao passado, dado que nos encontramos rodeados de talento, embora não saibamos se este transitará da Universidade para o exterior. A meu ver, esta iniciativa destaca-se mais como uma actividade extra-curricular que gera grande agitação na UM”, realçou. A ansiedade era muita e , minutos antes do início do desfile, uma das candidatas, Ana Neto, partilhou as suas expectativas connosco: “espero que no decorrer desta noite todos saiamos triunfantes, dado que realizámos inúmeros ensaios com esta equipa que nos tem prestado um apoio incondicional. Em consequência, toda esta experiência foi bastante enriquecedora, permitindo-
-nos estabelecer novas relações com todos os que nos rodeavam.” Antes do anúncio dos vencedores, Taciana Gonçalves e Bruno Oliveira foram nomeados Miss Fotogenia e Mister Simpatia, respectivamente, tendo precedido o anúncio de Pedro Pacheco e Flávia Lopes como os vencedores da décima edição do University Fashion. Quando interpelada quanto ao balanço que faz do evento, Flávia afirma que “todos se pautavam pela inexperiência, mas após uma extensa preparação e inúmeros ensaios se conseguiu potencializar o talento. Foi sem dúvida uma experiência extraordinária, primando acima de tudo pelo convívio e pelo germinar de novas relações de amizade, convergindo num conjunto de factores que eternizaram esta actividade na minha vida”, concluiu a vencedora de mais uma noite de gala na Universidade do Minho.
CAMPUS PÁGINA 06 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
comissão ética avança na uminho MARIANA FLOR marianacostaf lor@gmail.com
A fraude académica protagonizada, quer por estudantes, quer por investigadores, pode ter os dias contados. A Universidade do Minho vai ter uma comissão ética para se pronunciar sobre questões ligadas à ética interna. O anúncio foi feito, no passado dia 21, pelo reitor, António Cunha.
A comissão ética irá ser presidida pelo antigo reitor da academia, Licínio Chainho Pereira e tem como principal objectivo evitar questões de fraude académica, protagonizada quer pelos estudantes, quer por investigadores ou por docentes no âmbito das várias provas académicas. Esta comissão vai, segundo o reitor, focar-se também em “aspectos relacionados com a actividade de investigação e, nomeadamente
todos os aspectos ligados às bio-ciências e à utilização de materiais vivos e biológicos.” Licínio Pereira caracteriza a comissão como um órgão de consulta do reitor, que se pronuncia sobre questões de ética interna da universidade. “Todas as actividades da instituição devem ter uma conduta ética própria tanto no ensino, como na investigação cientifica”, afirmou o antigo reitor, justificando
assim a necessidade de criar um órgão consultivo. Elaborar um código de conduta ética e dar pareceres ao reitor sobre vários aspectos da actividade académica são, também, algumas das funções da nova comissão. O presidente da comissão reafirma a necessidade das instituições de ensino superior terem um órgão de vigilância da universidade do ponto de vista ético. “Há vários problemas com que as instituições do ensino
superior se têm defrontado, principalmente com as novas tecnologias”, afirmou Lícinio Pereira. Esta nova comissão não tem carácter executivo, sendo apenas um órgão de consulta, com a função de apresentar pareceres ao reitor. Situações menos correctas do ponto de vista ético serão posteriormente analisadas pelos órgãos próprios, como é o caso do conselho disciplinar e a reitoria e não por esta comissão.
paulo sampaio….uma voz de qualidade DANIELA MENDES daniela_mends@hotmail.com
A revista Quality Progress da American Society for Quality criou uma lista de indivíduos que se destacam a nível mundial, na área da Qualidade. Entre estas “40 novas vozes Mundiais da Qualidade” está o professor Paulo Sampaio, do Departamento de Produção e Sistemas da Escola de engenharia da Universidade do Minho. O ACADÉMICO falou com o professor que confessa: “Das várias distinções e re-
conhecimentos que tenho recebido ao longo da minha curta carreira esta foi, efectivamente, a distinção mais elevada e gratificante que recebi até hoje”. Paulo Sampaio considerou que está ainda mais satisfeito com esta nomeação, uma vez que “é a primeira vez que a American Society for Quality faz este tipo de reconhecimento, integrando esta lista pioneira”. Sobre a importância da Qualidade, o professor afirma que esta é “imprescindível para o sucesso sustentado de qualquer organização
(…) e mantém as partes interessadas satisfeitas, ten-
do por base uma óptica de melhoria contínua”. Paulo
Paulo Sampaio, uma das 40 vozes mundias da Qualidade
Sampaio, questionado acerca da qualidade do nosso país, considera que Portugal é um país com qualidade, mas que “é preciso melhorar continuamente para que tenha também futuro e um futuro com qualidade”. Com idade inferior a 40 anos de idade, a lista é constituída por elementos de todo o mundo, que se destacam nas mais diversas áreas pela sua Qualidade: professores, médicos, engenheiros, entre outros. E no Minho, há então, uma voz com qualidade... Paulo Sampaio.
aplicação móvel para crianças criada por ex-alunos da UM BRUNO FERNANDES micanandes@gmail.com
A iMobileMagic, uma empresa barcarense com colaboradores licenciados na Universidade do Minho (UM), criou uma aplicação móvel interactiva para crianças. A aplicação chama-se “My
Magic Songs” e permite que os pais e filhos interajam nos seus smartphones ou tablets. Uma aplicação criada para as crianças O “My Magic Songs” é uma aplicação com conteúdos adaptados aos mais novos. Os conteúdos incluem, por exemplo, canções para ocasiões sazonais ou sobre o meio ambiente, lembra-se do aniversário do utilizador ou do horário das refeições. “É uma experiência personalizada para crianças, que tem músicas que cantam o
nome dela e onde elas são, simultaneamente, as personagens das histórias que acompanham as músicas”, refere Marco Leal, director executivo da empresa. A aplicação inclui mais de 13 mil nomes diferentes em português, inglês, italiano e castelhano, estando prevista a inclusão de mais línguas. A app permite ainda, a criação de um avatar com a fotografia da criança que acompanhará as animações de cada música. A aplicação está disponível para iPod touch, iPhone ou iPad, podendo ser des-
carregada gratuitamente, incluindo uma música personalizada. As canções adicionais têm um custo associado, podendo ser descarregadas na aplicação, na própria aplicação. Brevemente, estará também disponível para Android. O sucesso da aplicação é notório: a app já foi descarregada mais de 70 000 vezes desde Julho. “A formação da UMinho é de reconhecida qualidade” A “My Magic Songs” foi desenvolvida pela empresa iMobileMagic, cujos colabo-
radores são todos licenciados na academia minhota. Marco Leal diz que “já reconhecia a qualidade da formação”, visto o próprio ser licenciado em Engenharia de Sistemas pela UM. O director executivo refere que “recrutou sempre” recém-licenciados da academia, sendo estes uma mais valia para a empresa: “Há coisas que o meio académico pode fornecer e que nós não estamos atentos, mas que, no meio académico, se vão fazendo.” A iMobile Magic conta com 7 colaboradores.
PÁGINA 07 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
estudo de professores da UM desaconselha aumento do salário mínimo para 500 euros carla serra carla_serra_3cdpovoa@hotmail.com
Investigadores das universidades do Minho e Porto reuniram-se, a pedido do Ministro da Economia, para a realização de um estudo sobre a possibilidade do aumento do salário mínimo nacional (SMN). De acordo com o estudo, este aumento conduziria a uma diminuição do emprego na ordem dos 0,01 e 0,34 por cento. O docente da Universidade do Minho, João Cerejeira, afirmou que um aumento nestas circunstâncias não teria um efeito positivo no emprego. O mesmo explicou que o estudo teve como base um inquérito feito a todas as empresas do país de forma anual. O docente afirmou que um aumento do salário mínimo nacional afectaria negativamente os trabalhadores do sector da construção, das
PUB.
indústrias transformadoras, pois representaria para as empresas um aumento nas despesas que conduziria ao despedimento de alguns dos seus trabalhadores. Este estudo indica, ainda, que o aumento salarial iria afectar a sobrevivência das empresas, “mas seria ainda mais visível a nível da criação e destruição de emprego em empresas já existentes, sobretudo em sectores de actividade como o têxtil, vestuário e calçado; agricultura e silvicultura; mobiliário; restauração e hotelaria.” O grupo de trabalho conclui ainda que cada ponto percentual de aumento no salário base real, derivado do aumento do salário mínimo, resultou numa diminuição do emprego na ordem dos 1,1 e 1,8 por cento. Os trabalhadores atingidos pelo aumento do SMN nos últimos anos viram aumentada a sua probabilidade de mudança para o desemprego ou inactividade. PUB.
PÁGINA 08 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
NACIONAL está online o livro branco da juventude cátia alves catia_gomes_alves@hotmail.com
“A Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude (SEDJ), colocou online um Livro Branco, que estará disponível até ao final de Fevereiro. Mas o que é um Livro Branco? O ACADÉMICO foi descobrir.
Um Livro Branco é um documento, publicado pela Comissão Europeia, cuja finalidade é ser preenchido com propostas de acção comunitária em diferentes domínios, uma espécie de estratégia global na área da Juventude – tal como acontece nos Livros Brancos da Comissão Europeia. As áreas ou sectores de contributo são muito variados e englobam, entre muitos
outros, a educação, o emprego, a participação jovem, a mobilidade, a participação cívica, o voluntariado, a prevenção rodoviária e, por exemplo, a solidariedade inter-geracional. Qualquer um de nós poderá participar de forma individual, com uma proposta ou um plano de acção, mas também se poderá fazer no âmbito do associativismo. Assim, poderão fazê-lo as
associações académicas e de estudantes, as associações juvenis de âmbito local, regional e nacional, as juventudes partidárias, entre outras. Durante os meses de Novembro de 2011 e de Fevereiro de 2012 serão recolhidas as propostas e contributos, através do portal juventude. gov.pt. Entre Março e Abril do próximo ano realizar-se-ão
seminários e workshops regionais e, em Maio, um evento nacional para a apresentação das conclusões dos seminários regionais. Por fim, em Junho será a entrega do relatório final à Assembleia da República e ao Presidente da República. A SEDJ pretende o debate e a partilha de informação entre os jovens, bem como a sua, cada vez maior, participação cívica na sociedade.
Ranking da autonomia universitária pela European University Association
crise económica reduziu a autonomia das universidades portuguesas DIANA ISABEL SOUSA diana_sous@hotmail.com
O estudo europeu comparou a autonomia universitária em 26 países e concluiu que, em Portugal, o reforço do poder do Estado sobre as universidades, devido à actual crise económica, reduziu a autonomia das instituições. O ponto mais fraco do nosso país é mesmo o da liberdade académica. A European University Association (EUA), uma as-
sociação de instituições de ensino superior, apresentou em Bruxelas um ranking das autonomias universitárias, analisando quatro dimensões: organizacional, financeira, de pessoal e académica. A melhor classificação de Portugal foi alcançada na avaliação sobre a autonomia organizacional das universidades. Ou seja, obteve boa classificação no que respeita aos mecanismos de selecção, eleição e demissão de reitores, a presença de entidades externas às instituições nos órgãos de decisão e a capacidades
destas criarem novas entidades legais. Neste grupo, Portugal ocupa o 7º lugar do ranking. Em destaque pelos piores resultados Porém, o nosso país, dos 26 em análise, é o único em que as universidades estão proibidas de constituírem entidades com fins lucrativos. Já a pior classificação de Portugal foi atribuída à autonomia académica das instituições de ensino superior. Ao ocupar o 21º lugar deste grupo, as universida-
des portuguesas dão conta de não terem total liberdade de decisão quanto à fixação do seu número total de estudantes e aos mecanismos de admissão, e terem ainda de sujeitar o lançamento de novos cursos a um procedimento de acreditação prévia (sem poderem escolher a agência responsável por este procedimento e sua avaliação externa, nem os critérios que presidem a esta). Portugal ocupa também o 7º lugar relativamente à autonomia financeira, pois as universidades têm uma liberdade de acção signifi-
cativa no que respeita à fixação do valor das propinas e é-lhes permitido ficar com as receitas geradas. É de salientar que, em 10 dos 26 países analisados pelo ranking da autonomia universitária da EUA, não são cobradas propinas aos estudantes do 1º ciclo do ensino superior (licenciaturas), nomeadamente: na República Checa, Dinamarca, Grécia, Finlândia, Irlanda, Islândia, Noruega, Polónia, Suécia e Eslováquia. Em oito destes países, também não são cobradas propinas de mestrado. PUB.
PÁGINA 09 // 23.NOV.11 //ACADÉMICO
INQUÉRITO que balanço fazes do mandato da direcção da aaum? Faço um balanço bastante positivo da actual direcção da AAUM. Penso que desenvolveram várias acções, sempre na tentativa de ir ao encontro dos interesses dos estudantes. O movimento criado em torno da diminuição das bolsas de estudo, o acolhimento aos caloiros, que tem melhorado de ano para ano, foram as actividades que, no meu ver, se destacaram. Actualmente, posso referir que sinto a Associação Académica mais próxima dos estudantes da Universidade do Minho. Contudo, também concordo que poderiam ter investido mais na área do empreendedorismo, proporcionando aos alunos um primeiro contacto com o mercado de trabalho. Ainda assim, a AAUM tentou defender os seus estudantes da melhor forma, lutando e pelos seus direitos, e isso reflectiu-se em muitas das suas actividades ao longo dos dois mandatos.
VÂNIA BARROS 3ºAno // RELAÇÕES INTERNACIONAIS
marlene rodrigues 1º ANO // ciências da comunicação
Daquilo que tive oportunidade de assistir, penso que a AAUM tem desenvolvido um bom trabalho, aplicando-se na satisfação das necessidades dos estudantes, realizando actividades de acordo com os seus interesses. De todas as actividades desenvolvidas desde Setembro, destaco o University Fashion. Fiquei surpreendida, pois nunca pensei que este concurso tivesse tanto impacto junto do público. Notou-se um grande investimento de esforço e trabalho. A AAUM está próxima dos estudantes da Universidade do Minho, desenvolvendo acções para todos, pensando no seu futuro. Além disso, não esquece a sua responsabilidade social, alargando o seu âmbito a actividades solidárias, como é o caso da dádiva de sangue. Contudo, penso que poderia apresentar mais actividades a pensar nos estudantes do programa Erasmus. Esse será, talvez, o aspecto menos desenvolvido. Mas não posso negar que a AAUM faz tudo o que está ao seu alcance em prol dos seus estudantes, estando à altura da melhor academia do país.
Na minha opinião penso que neste último mandato a direcção da AAUM desempenhou bem as suas funções. Acho que tentou sempre mostrar-se disponível para atender as necessidades e os interesses dos alunos. É de salientar, também, o apoio dado aos estudantes da Universidade do Minho neste difícil período económico, sendo que, quando estes viram as suas bolsas diminuídas, a AAUM tentou sempre defender os seus interesses. Por último, penso que é importante destacar o bom desempenho da Associação na organização de actividades e eventos que contribuem, não só para a formação académica dos estudantes, mas também, para a sua formação pessoal e sociocultural.
MÓNICA BARBOSA 3º ANO // educação básica
diogo araújo 3º ANO // bioquímica
Durante o ano anterior a Associação Académica da Universidade do Minho foi capaz de apresentar um leque de actividades a que os estudantes estão habituados e nas quais gostam de participar. Isto leva-me a defender uma actuação positiva da AAUM, considerando ainda, a situação económica actual do nosso país. Quando se pensa em actividades desenvolvidas pela nossa associação, é inevitável destacar o Enterro da Gata, a Recepção ao Caloiro ou o Caloiro de Molho. No que refere à sua intervenção, penso que será necessário apostar numa divulgação mais alargada das ofertas de emprego, e mesmo procurar novas oportunidades. É necessário, contudo, destacar as dificuldades actuais para entrar no mercado de trabalho, e a esse nível a intervenção da Associação é quase impossível. É difícil saber se a AAUM defendeu os estudantes da melhor forma, na medida em que não tenho conhecimento de toda a extensão do seu trabalho. Assim, evito julgamentos que possam não corresponder à verdade.
sónia silva sonia.silva.8@hotmail.com
Foi há dias que o actual presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Luís Rodrigues, anunciou publicamente que este era o seu último mandato na AAUM. Na mesma data, foi apresentado Hélder Castro. Com o fim do legado dos actuais dirigentes da AAUM, é importante fazer um balanço da sua actividade e perceber qual a opinião dos estudantes sobre o seu trabalho. Assim, qual será o balanço que os alunos da Universidade do Minho fazem sobre o mandato da direcção da AAUM? Que actividades mais gostaram? Estará a associação mais próxima dos alunos? A que nível deveria intervir mais? E, terá esta defendido os estudantes da melhor forma? O ACADÉMICO foi para o campus encontrar algumas respostas...
PÁGINA 10 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
Daniel Vieira da Silva
ENTREVISTA LUÍS RODRIGUES
Na hora da despedida Luís Rodrigues, o actual presidente da AAUM, não esquece a família e todos aqueles que foram, no seu entender, fundamentais nos seus dois mandatos enquanto presidente da instituição minhota
“Encontrei a AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas direcções conseguiram elevá-lo ainda mais” Após dois anos como presidente e depois de cinco ligado à direcção da AAUM, Luís Rodrigues está de saída. O ainda presidente da AAUM, faz um balanço exaustivo daquilo que foi a sua passagem pela instituição. Sem certezas quanto ao futuro, o estudante natural de Penafiel orgulha-se do seu ciclo na AAUM e mostra-se confiante pelo futuro da instituição. Tudo isto para ler numa entrevista exclusiva ao ACADÉMICO. DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
Qual o balanço que fazes destes dois anos de mandato enquanto presidente da AAUM? Penso que, por tudo o que foi construído ao longo destes dois anos, é justo dizer-se que o balanço é francamente positivo. Foi um trabalho conseguido na linha daquele que foi desenvolvido pelas Direcções que me precederam mas foram mandatos em que demos respostas às necessidades dos estudantes, promovendo novas acções, novas iniciativas, novos serviços, dis-
ponibilizando um conjunto de ferramentas que auxiliaram os estudantes das mais variadas áreas, ao nível da formação e das saídas profissionais. Assumimos claramente, neste particular, uma intervenção forte no que diz respeito à inserção dos estudantes no mercado de trabalho. Para além disso, houve uma aposta grande na afirmação da AAUM a nível nacional, especialmente em termos de intervenção política. Nos momentos decisivos para o Ensino Superior desempenhámos um papel chave tanto na mobilização dos estudantes como de outras as-
sociações. Não posso deixar de referir contudo que este desempenho se deve também às acções cumulativas das anteriores direcções e dos respectivos presidentes. O que é que, nestes últimos dois anos, ficou por fazer? Há sempre algo que fica por fazer. Há sempre algo que, devido a determinados contextos, não foi possível realizar. Mas haverá sempre algo mais para fazer. Por isso a importância da renovação das pessoas e das ideias, que não dos ideais. No entanto, não posso deixar de mencionar, com muita pena minha e da mi-
nha Direcção, a questão da nova sede da AAUM que continua por concretizar. Contudo, acredito que hoje, passados dois anos, foram dados passos importantes e que tudo estará certamente mais próximo, pelo menos atendendo aos compromissos assumidos pela actual reitoria. Porém, esta indefinição relativamente à nova sede deixa, evidentemente, uma mágoa muito grande, uma vez que este foi um dos projectos claramente assumidos como prioritário. Mas quero crer que tudo estará bem mais próximo.
lizar o dossier da nova sede? Como disse anteriormente, foram dados alguns passos que, estou certo, serão determinantes nomeadamente sobre a definição do espaço da nova sede. Ainda que neste momento estejamos numa conjuntura difícil para o investimento, a AAUM tem, ainda assim, uma quantia assinalável de verbas que foram amealhadas nos últimos anos - cerca de 800 mil euros – para este projecto e que representam um enorme contributo e compromisso de todas as anteriores direcções.
O que falta para se materia-
Mas já há uma localização
PÁGINA 11 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
específica para a mesma? A nova sede estará muito próxima da entrada Sul do campus de Gualtar. Se dentro do campus ou no espaço limítrofe... Essa é, actualmente, a única questão.
Foram muitas as decisões tomadas nestes anos. Arrependes-te de alguma ou voltarias atrás para mudar alguma decisão? Não me arrependo das linhas que foram sendo seguidas, no trabalho que foi sendo desenvolvido, partilhando de uma grande satisfação pelos resultados alcançados, resultados esses fundamentalmente avaliados pelo grau de satisfação dos estudantes. Mas sabendo o que sabes hoje, mudavas o rumo de alguma das decisões tomadas? Não, mas talvez tivesse colocado uma tónica ainda maior no projecto da nova sede especialmente na fase inicial. Tenho porém a percepção de que foram empreendidos todos os diálogos e desenvolvidos todos os esforços possíveis no sentido de a concretizar. Que diferenças encontras entre a AAUM na qual entraste em 2007 e a AAUM que agora te preparas para deixar? Gostaria de acreditar que, sem qualquer arrogância, os estudantes têm hoje uma AAUM melhor, tal como a tiveram no passado, ano após ano. Esta é a grande característica das últimas direcções. Desde o Vasco Leão, ao longo dos últimos 11 anos as direcções da AAUM conseguiram renovar as suas áreas de intervenção, conseguiram adaptar-se a novas realidades do ensino superior, conseguiram dar resposta a um crescimento muito significativo da Universidade do Minho, quer em dimensão quer em número de estudantes. A AAUM está hoje melhor do que estava nos últimos anos – sendo que cada direcção tenta sempre fazer mais e melhor, por muito bom que seja o legado. Creio que estas últimas duas direcções souberam identificar áreas em que poderiam alargar a sua intervenção, áreas em que poderiam melhorar e acrescentar valor. Tenho, naturalmente,
“Tenho a certeza que um projecto de continuidade saberá materializar tudo o que tem sido desenvolvido nestes anos” que dizer que reconheço, com muito orgulho (uma vez que fiz parte das três direcções do Pedro Soares, e, enquanto colaborador, da última direcção do Roque Teixeira) que encontrei uma AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas direcções conseguiram elevá-la ainda mais. Falaste aqui em algumas decisões que são tomadas em consciência e ponderação. Algumas dessas apoiadas em alguns “braços-direitos”. Gostarias de destacar a presença de alguém que marcou a tua vida associativa durante estes dois últimos anos? A primeira palavra tem que ser, naturalmente, para a minha família, em particular para os meus pais, que me deram todas as condições para representar os estudantes da Universidade do Minho. Certamente que há outras
pessoas que, de uma forma mais directa, representaram um apoio constante, também pela partilha de valores, de convicções, conectadas a todas as questões da academia ligadas à AAUM. Não posso deixar de destacar uma pessoa que foi uma referência e que, desde 2010, me tem auxiliado em dar resposta aos problemas dos estudantes, enquanto Provedor. Deste modo, a forma muito próxima como vive a academia, o Professor António Paisana foi uma pessoa que constituiu um apoio nas alturas mais importantes. De uma forma muito natural, toda a ligação que fui desenvolvendo com os anteriores Presidentes, não posso deixar de destacar o Pedro Soares, enquanto meu antecessor, que, como é evidente, numa fase inicial do meu primeiro mandato, foi um apoio importante e um conselheiro; o Vasco Leão, pela referência natural que é o seu passado na AAUM numa altura particularmente difícil para a Instituição, pela forma como conseguiu elevar o nome da AAUM, pela sua própria visão e pelo que partilho dos seus valores e ideais a nível associativo. Em consequência, poderia aqui certamente falar de muitas outras pessoas,
tendo sido muitas delas importantes ao longo deste percurso. Deixo também, como é evidente, uma nota para todos os elementos que fizeram parte destas duas direcções em particular, para todos os colaboradores que se envolveram nas mais variadas actividades, através de todos os departamentos da AAUM. Estas duas direcções deram provas de confiança e qualidade e o trabalho e os resultados que se alcançaram não foram só o reflexo do empenho e compromisso de um Presidente, mas de cada um dos elementos e de toda uma equipa que se construiu, que evoluiu ao longo do ano, de uma forma voluntária, partilhando valores de solidariedade e de entreajuda, de companheirismo, e do bem-colectivo. Consegues destacar dois ou três momentos que marquem esta tua passagem enquanto presidente da AAUM... ... Num conjunto tão vasto de actividades que foram desenvolvidas, é difícil identificar algum momento mais marcante neste trajecto. Ainda assim, o sentimento com que se fica no momento da realização ou concretização de uma determinada acção/actividade é inexplicável. Qualquer pessoa não Daniel Vieira da Silva
Algumas vozes na Universidade e na própria cidade de Braga consideram que a nova sede deveria migrar para o centro da cidade. O que pensas sobre esta hipótese? Eu não partilho dessa visão. É uma convicção pessoal que a nova sede deve servir essencialmente os estudantes. A AAUM tem, naturalmente, dentro da sua missão uma componente de interacção com a sociedade, pelo que a nova sede da AAUM deve fornecer um conjunto de ferramentas e de serviços directos para os estudantes, deve fornecer um conjunto de valências para os grupos culturais, para os núcleos, para a Rádio Universitária do Minho, para a Associação de Antigos Estudantes, para toda a comunidade académica de uma forma geral. A minha opinião é muito clara e firme a este respeito: não se proporcionam ferramentas, serviços e competências de valor acrescentado aos estudantes levando a nova sede para longe dos estudantes e para fora do campus. Partilho da necessidade de afirmar, cada vez mais, a Universidade e a comunidade académica, nos centros das cidades de Braga e Guimarães. Acredito nas mais-valias que isso possa representar, mas também acredito que o caminho não deveria ser por aí, mas sim pelo que deve ser feito a nível político, proporcionando condições para fixar os jovens no centro da cidade, adoptando uma política de urbanização, de reabilitação de alguns edifícios no centro da cidade e dando incentivos ao arrendamento jovem. Acredito que esta integração faz-se, também, por uma mudança de mentalidades capaz de alavancar uma interacção mais efectiva, não vendo por isso que a nova sede seja uma condição fundamental para que
isso aconteça.
Luís Rodrigues ainda não tem certezas quanto ao seu futuro
PÁGINA 12 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
Quanto ao futuro da AAUM, o que perspectivas nos próximos anos, embora isto dependa dos resultados eleitorais de 6 de Dezembro? Prevejo uma continuidade neste percurso de afirmação da AAUM a nível nacional e até internacional. Perspectivo um ano extremamente importante para a AAUM, assim como para a Universidade do Minho, onde a AAUM tem, naturalmente, de ser um parceiro-chave
Daniel Vieira da Silva
pode ficar indiferente à concretização de um projecto ou actividade, quando partilha todo um sentimento de pertença com um grupo de pessoas, com um grupo de colegas. Quando senti, desde muito cedo que, em qualquer um destes mandatos, conseguimos transformar esse conjunto de valor individual dos dirigentes em elementos de uma equipa unida, isso marcou o mandato. Para além disso, há aqui um agregado de momentos importantes. A abertura do Gabinete do Liftoff, no ano de 2010, foi sem dúvida alguma um desses momentos. Não posso deixar de referir um outro que, pela sua capacidade de mobilização - dos estudantes e da comunidade envolvente – é necessariamente um momento marcante para qualquer Direcção – o Enterro da Gata. Os resultados a este nível foram igualmente relevantes na medida em que a estratégia traçada se traduziu, em termos financeiros, de uma forma muito positiva, o que representou um grande contributo para a realização de outro tipo de actividades. A AAUM conseguiu adicionalmente atrair parceiros nacionais de relevo e deste modo alargar a sua missão e área de intervenção fundamentalmente através de um equilíbrio financeiro que é hoje indisputável. Poderia ainda identificar outros momentos importantes, como a conquista do terceiro lugar do ranking internacional da EUSA no desporto universitário, um marco de enorme relevância para o desporto na UM.
Luís Rodrigues irá agora terminar a sua tese de mestrado em Informação e Jornalismo na organização de eventos integrados na Capital Europeia da Juventude (CEJ) e na Capital Europeia da Cultura. Ao nível da CEJ já foi entregue um projecto que reúne um conjunto de actividades a ser implementado nas mais diversas áreas nomeadamente na das saídas profissionais, na do empreendorismo, do desporto, da cultura, da participação juvenil, etc. Portanto, perspectivo, sem dúvida, um ano marcante para a AAUM em 2012. Tenho a certeza que um projecto de continuidade saberá materializar tudo o que tem sido desenvolvido e projectado nestes anos. Seguramente encontrará novas áreas de intervenção e projectos que adicionem valor acrescentado aos estudantes. E porque não com o Luís Rodrigues com uma terceira candidatura? O que é que te levou a tomar esta decisão? Há um momento para tudo nas nossas vidas e, mais ainda, no nosso percurso académico. Para além das pessoas ficam as instituições, e uma instituição como a AAUM não depende das pessoas, depende dos valores, ideais e convicções preconizadas pelas mesmas, ainda que não dependa delas.
Pelo que qualquer momento na AAUM, qualquer momento de renovação das direcções da AAUM, tem que ser encarado com naturalidade. Da minha parte, e defendendo a ideia do desprendimento que deve existir no associativismo, entendi que este era o momento mais indicado para sair. Adicionalmente, acredito que há um conjunto de pessoas, nas quais destaco o Hélder Castro, que possui todas as capacidades para dar continuidade a este trabalho, para trazer novos desafios, para trazer novos projectos. A nível pessoal, com 25 anos de idade e com 5 anos
“Para além das pessoas, ficam as instituições e uma instituição como a AAUM não depende das pessoas, depende dos valores, ideais e convicções preconizadas pelas mesmas”
na direcção da AAUM, entendi que era o momento de encerrar um ciclo. Devo a oportunidade que me foi concedida pelos meus pais para poder vivenciar todas estas experiências. Foi com orgulho que representei os estudantes da Universidade do Minho, mas há um tempo para tudo, havendo também um tempo para sair, para encerrar um ciclo. Sentes que é o Luís que deixa a AAUM ou é a AAUM que deixa o Luís? A AAUM nunca me deixará, porque fica em mim um conjunto de memórias que serão impossíveis de apagar e um conjunto de valores e de aprendizagens que contribuíram para a minha formação pessoal e extra-curricular. Isso devo à AAUM e a todas as pessoas com quem tive oportunidade de trabalhar e partilhar todos estes momentos. O Luís Rodrigues, enquanto Presidente, sai da AAUM, mas continuará sempre disponível para contribuir para tudo o que entendam necessário. Estará sempre disponível para dar qualquer apoio à AAUM. Agora, é um momento marcante para mim - ainda bem que assim o é. Fica aqui um conjunto de sentimentos e a saudade é um deles. Se as-
sim não fosse, isso seria um sinal de que não teríamos mudado nada na instituição e que esta não teria mudado nada em nós. Foi um percurso associativo de cinco anos, do qual me despeço com muito orgulho. Levarei comigo um sentimento de pertença que ficará para o resto da minha vida. Mas, como disse anteriormente, esta renovação é perfeitamente natural. É um ciclo da minha vida que se encerra, sendo certamente um ciclo da AAUM que se encerrará. A nível pessoal pretendo naturalmente finalizar o mestrado em Informação e Jornalismo, faltando para isso terminar a respectiva tese. Estou perante um futuro jornalista? Sim! (risos) É a minha área de formação e sempre foi a minha prioridade enquanto projecto de vida profissional. Mas ainda antes de irmos ao futuro, voltemos ao passado: após cinco anos, o que é que mudou no Luís Rodrigues com a passagem pela AAUM? Há um conjunto de valores cívicos que eu, naturalmente, desenvolvi. É impossível que a AAUM não cause mudanças nas pessoas. Originou certamente em mim, contribuindo de uma forma ímpar para a minha formação pessoal e extra-curricular, tendo-me dado competências extra que nenhum curso me poderia ter dado. A nível pessoal, é importante salientar o valor que aprendemos a dar a um conjunto de questões cívicas, e sobretudo de âmbito social, que nos obrigaram a alargar os nossos horizontes, a tomar contacto com um conjunto de realidades diferentes, e a despertar para um conjunto de valores do bem comum, da cidadania. Em suma, mudou a maneira como encaramos todas as realidades e todas as conjunturas genéricas do país, assim como a forma como passamos a interpretá-las Onde é que achas que te poderemos ver nos próximos
PÁGINA 13 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
anos? Ora bem, no próximo ano numa biblioteca a fazer trabalho de pesquisa para uma tese de mestrado (risos), o que espero que não seja durante muito tempo. No futuro... Não sei. Sempre foi com alguma imprevisibilidade que as coisas foram acontecendo, pelo que espero, onde quer que seja, que isso aconteça com naturalidade, mas que qualquer que seja o projecto o mesmo constitua um desafio. Mas existe alguma área de intervenção em que te sintas bem para trabalhar nos próximos tempos? Penso que qualquer área que represente mudança nas pessoas é importante e gratificante, pelo que quando conseguimos trabalhar em prol do bem comum, isso é certamente muito gratificante, muito satisfatório... ... A política trabalha em prol do bem comum. É uma hipótese? Nunca desempenhei algo nesse campo, embora haja uma intervenção política associada ao cargo de Presidente de uma Associação Académica. No entanto, nunca olhei para o meu futuro com essa perspectiva e continuo a não olhar. Há um conjunto de outras áreas e de outros deDaniel Vieira da Silva
“Quando sair da AAUM irei sentir, no primeiro passo, um sentimento de saudade
safios que podem constituir um trabalho gratificante em prol do bem comum. O jornalismo é, certamente, uma área em que se pode trabalhar no sentido de mudar as pessoas e pode, perfeitamente, ser a área em que venha a trabalhar. Nunca olhei com qualquer perspectiva de futuro para o trabalho que estava a desempenhar. Acima de tudo, qualquer projecto que seja desafiante, em que consiga ter uma capacidade de intervenção e mudança em prol de valores que fui apreendendo e desenvolvendo ao longo destes anos, me traria um nível de realização pessoal extra, mas, se assim não o for, cá estaremos para trabalhar na mesma. Como gostarias de ser recordado enquanto Presidente da AAUM? Penso que - e isto deve ser um sentimento partilhado por qualquer dirigente associativo - quem tem que ser recordado não são as pessoas. Quando se participa de uma forma voluntária no associativismo estudantil, a última coisa que deve ser recordada são as pessoas. Antes de tudo, os projectos. Eu gostaria, que os estudantes que participaram, directa ou indirectamente, nas actividades promovidas pela AAUM ao longo destes dois anos, se identificassem
com elas e as recordassem com a importância que elas tiveram na complementaridade da sua formação. Se o recordarem dessa forma essa é a maior satisfação que posso ter. Mais do que gostar que fosse recordada a obra que foi feita, os projectos desenvolvidos e o legado que ficou, gostava que os estudantes recordassem os momentos que tiveram oportunidade de experienciar a todos os níveis. Mas a tendência das pessoas é associar momentos a pessoas. Como é que achas então que os estudantes se vão recordar de ti? Em última análise - e quase sendo intimado a responder a esta pergunta (risos) - gostava que os estudantes se recordassem destes dois mandatos, como dois mandatos em que a AAUM, independentemente dos dossiers, das questões terem sido mais ou menos fracturantes, sempre tomou as decisões que lhe pareceram mais acertadas para os estudantes, para a Universidade do Minho e para a AAUM. Sempre procurei que todas as decisões fossem tomadas com base neste princípio e com a crença naquilo que seria o mais acertado e melhor para a Academia. Por isto e por tudo mais, nunca me cansei de o dizer - e de o sentir também - que faze-
mos todos parte da melhor academia do país. Que mensagem gostavas de deixar aos estudantes, não só aos que te elegeram enquanto presidente? Quero deixar, naturalmente, uma mensagem de confiança. Os estudantes vivem realmente a melhor fase das suas vidas na universidade. Devem vivenciá-la e aproveitá-la da melhor forma. Devem ter sempre a vontade de aprender mais, mas é importante que nunca se esqueçam de dar continuidade à sua formação académica, à sua formação extra-curricular, participando nas mais variadas formas de associativismo, nos núcleos, nos grupos culturais, nas associações. Acredito que há tempo para tudo no percurso académico. Há tempo para convivermos, há tempo para experienciarmos com os nossos colegas e amigos um conjunto de vivências e sentimentos que marcam o nosso percurso académico, que nos marcam enquanto pessoas, mas nunca esquecendo o fim que nos trouxe ao ensino superior, que é a nossa formação. Espero que os estudantes procurem adquirir competências diferenciadoras ao longo do seu percurso académico, pois só elas lhes darão valor acrescentado aquando da sua entrada no mercado de trabalho. É importante que os jovens sejam empreendedores numa perspectiva de pró actividade, de iniciativa, de capacidade de participação, de partilhar valores de cidadania e participação na vida activa. No entanto, queria também deixar uma mensagem de desconfiança: nem tudo o que nos é vendido tem necessariamente de ser aceite. A este nível, tanto as universidades como os estudantes muito se podem queixar. Um governo que queira incentivar a recuperação económica de um país não pode castrar essa recuperação através de um desinvestimento no Ensino Superior, na formação das pessoas mais jovens, daque-
las que, se por um lado são as camadas mais formadas e informadas que alguma vez tivemos, por outro são aquelas que representam o menor investimento por parte do estado. Portanto, uma mensagem também de desconfiança e de inconformismo. Que os estudantes não se demitam de lutar pelos seus direitos e ideais. Que os estudantes continuem a lutar por condições que nos possam dar e conferir um país melhor, com condições iguais, à partida, para todas as camadas da população, não excluindo ninguém e trabalhando todos para uma sociedade inclusiva, que é aquilo que temo que se pode vir a perder num futuro muito próximo. Quando saíres pela última vez pela porta da AAUM enquanto presidente, sais de consciência tranquila e com a sensação de dever cumprido? Sairei com um sentimento de dever cumprido. Experimentarei, logo nesse primeiro passo, um sentimento forte de saudade, mas de muita realização e com a consciência de dever cumprido. Queria deixar um agradecimento a todos os que contribuíram para a concretização destes projectos. Devo aqui agradecer, em primeiro lugar, e como não poderia deixar de ser, a todos os estudantes que fizeram parte desses projectos, que nos fizeram acreditar na importância dos mesmos e que neles participaram. Agradecer também a todos os funcionários da AAUM, que de uma forma inexcedível, partilharam sempre de valores e de ideais e dos projectos elencados como prioritários por estas duas direcções. A eles também se deve muito deste sucesso. Portanto, eu penso que acima de tudo os sentimentos serão sem dúvida de dever cumprido, de saudade, mas fundamentalmente de agradecimento por tudo o que também a AAUM me proporcionou e me transformou e que me acompanhará para o resto da minha vida.
TECNOLOGIA E INOV twittadas carla serra carla_serra_3cdpovoa@hotmail.com
Natal SIM... Para criar tradições em Portugal O SIM (Movimento pela criatividade em Portugal by Samsung) propôs aos cibernautas a partilha da sua tradição e costume de Natal. A tradição mais original vai fazer parte de
uma curta--metragem. A captação de imagem vai ser feita com o telemóvel Galaxy S II. Se quiseres participar nesta iniciativa, podes fazê-lo até ao dia 20 de Novembro, através do site www.movimentosim.com/simnatal/.Depois decorre a fase de apuramento com a selecção de três tradições de Natal finalistas e caberá aos portugueses votar na sua preferida.
Waydip, uma empresa portuguesa nas 50 mais inovadoras do mundo A Waydip é uma empresa de tecnologia com sede na Covilhã, fundada por dois jovens mestres em Engenharia Electromecânica pela Universidade da Beira Interior. Esta empresa dedica-se ao desenvolvimento do projecto Waynergy. Este projecto consiste em gerar energia eléctrica a partir do movimento, quer de pessoas ou veículos, sob um determinado pavimento especializado para o efeito. A empresa revela-se bastante
promissora, constando já nas 50 mais promissoras do mundo. O objectivo é assim reduzir as despesas energéticas em certos locais com grande afluência de pessoas. Temos futuro!
Apple avança com registo de patente para novo cartão SIM Os rumores já constam desde Outubro do ano passado, quando referiram que a Apple estaria a trabalhar na criação de um cartão próprio, que lhe permitisse vender os seus telefones directamente aos utilizadores. Esta situação criou alguma polémica junto das operadoras, pois isto significaria uma grande quebra nas vendas. No entanto, parece que a Apple pretende, com este novo cartão, criar iPhones mais finos o que poderá resultar na venda de smartphones mais baratos em todo o Mundo.
ciber-ataques: uma primeira rede ameaça para as empresas social no google
earth é portuguesa
NEUZA ALPUIM neuzalpuim@sapo.pt
O resultado da pesquisa “Riscos Globais de Segurança”, levada a cabo pela Kaspersky Lab, em parceria com a agência de pesquisas B2B Internacional, constatou que, no último ano, 60% das empresas foram vítimas de algum tipo de ataque por meios de códigos maliciosos, com consequente perda de dados. O estudo inquiriu 1300 directores informáticos de 11 países, mostrando, ainda, que 2/3 das empresas não se sentem devidamente equipadas para prevenir e
combater as eventuais ameaças informáticas. 9% das empresas afirma já ter sido vítima de um ataque direcionado e cerca de um terço delas acredita ser alvo de cibercriminosos. “A única razão pela qual a percentagem não é maior é que a maioria destes ataques são projetados para serem discretos. Portanto, as empresas podem nunca ter conhecimento deles”, afirma Eugene Kaspersky, CEO e cofundador da Kaspersky Lab. Os cinco principais ataques virtuais tendo como alvo empresas também incluem mensagens de phishing, spam, invasões à rede e ataques de negação de serviços.
As limitaçoes dos sistemas de Tecnologias de Informação, a falta de pessoal qualificado, de conhecimentos e orçamentos, são as principais razões pelas quais as empresas não têm capacidade de responder a este problema. DR
Cerca de 60% das empresas foram “atacadas” na internet
CATARINA HILÁRIO katarina-kosta@hotmail.com
A iNovmapping, a empresa formada por ex-alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é a responsável pela YoubeQ, a “primeira rede social a correr no Google Earth”. Esta rede difere das restantes na maneira como o contacto social é feito, permitindo uma maior aproximação com a realidade e onde tudo é apresentado em 3D. Os responsáveis pelo projecto explicam que “no youQ a abordagem é feita de forma inovadora, porque é esta-
belecida uma relação das pessoas com os locais, permitindo conhecer o mundo através de viagens virtuais”. Isto significa que é possível explorar o mundo que nos rodeia, em 3D, teletransportando o nosso avatar para qualquer lugar do planeta. É ainda possível interagir com outros avatares e estabelecer amizades, enquanto se trocam opiniões sobre os lugares visitados. Para já o serviço só se encontra disponível a partir do browser do computador, mas brevemente terá uma versão para os smartphones.
PUB
OVAÇÃO
PÁGINA 15 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
liftoff, gabinete do empreendedor da AAUM,
apresenta... Oferta formativa Oficina de Competências
Curso “Gestão de Carreira” As alterações profundas do mercado de trabalho a que assistimos nas últimas décadas, e a consequente alteração do próprio conceito de carreira, fazem com que a gestão da carreira seja uma tarefa cada vez mais complexa. Saber o que fazer em cada fase da procura de emprego, seja ele o primeiro emprego ou a transição para um novo emprego, é fundamental
para a construção de uma carreira profissional sólida. Mostrar ao empregador que é indispensável para o sucesso da sua organização é o seu objectivo principal – apoiá-lo na consecução desse objectivo é o nosso. Qual o meu mercado de trabalho? Como abordar o mercado de trabalho? Qual o CV mais adequado para esta candidatura? O que dizer/fazer numa entrevista?
Como negociar um vencimento? São apenas algumas das questões às quais vai saber responder no final deste curso! Irá decorrer em Braga, no Centro de Negócios Ideia Atlântico com a duração de 15 hora. Este curso terá os seguintes conteúdos programáticos: - Auto-avaliação; - Mercado de trabalho; - Marketing pessoal e networking; - Candidatura; - Entrevista; - Negociação; - Transição para o (novo) emprego. Destinatários: Todos/as os/ as interessados/as em desenvolver competências de gestão eficaz da sua carreira Mais informações e inscrições em: www.oficinadecompetencias.com
> 24 NOVEMBRO 11 Workshop Tertúlia “ Empreendedorismo Social: uma oportunidade em tempo de crise.” Hall auditório B2, CP II, Gualtar
> 24 NOVEMBRO 11 Workshop “Transição para o emprego” Braga
> 02 DEZEMBRO 11 Data limite para entrega de candidaturas ao “Atreve-te 2011”
Tertúlia “Empreendedorismo Social Uma oportunidade em tempo de crise” A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) irá promover a realização de uma “Semana Social” nos próximos dias 22 a 25 de Novembro dedicada às temáticas dos Direitos Humanos, Ambiente, Saúde e Integração Social. Nesse sentido, o Departamento Social & Relações Internacionais da AAUM, em colaboração com o Liftoff - Gabinete do Empreendedor da AAUM, levará a cabo uma tertúlia subordinada ao tema “Empreendedorismo Social: uma oportunidade em tempo de crise” pelas 16 horas na Universidade do Minho, Hall Auditório B2, em Braga. Com esta tertúlia, pretende-se dar a conhecer este conceito e refletir um pouco sobre o mesmo a partir
de vários pontos de vista, procurando perceber a sua importância como uma possível saída profissional bem como uma possibilidade de inserção de pessoas com deficiência na sociedade e na vida ativa. Esta tertúlia contará com a presença de Aristides Santos - Proprietário da empresa DEFICIPRODUT, Bruno Augusto – Associação Missão Mágica, Filomena Bordalo– Ex Diretora da Segurança Social de Braga e Tiago Ferreira - Investigador de Terreno do Instituto de Empreendedorismo Social; A participação é gratuita, mediante inscrição. Inscrições em: www.liftoff.aaum.pt
> 14 e 15 DEZEMBRO 11
Fase final concurso Ideias “Atreve-te 2011” Campus de Gualtar, Braga
>
CULTURA Uma SEMIBREVE aposta que conquistou o público JOSÉ DINIS GOMES dinis_gomes@hotmail.com
Foi na semana passada que se realizou o muito esperado SEMIBREVE no Theatro Circo, em Braga. A primeira edição apostou num cartaz vanguardista e contou com apoio da reputada revista The Wire, criando-se altas expectativas à volta do festival que não foram, de todo, goradas. Dia 1: Público rendeu-se ao génio criativo do novo “miúdo” da electrónica, Jon Hopkins Antes da primeira performance da noite, o público concentrou-se no átrio do Theatro, onde se ouviam diferentes línguas, demonstrando a heterogeneidade que caracterizava o público do festival. O público saiu do primeiro concerto com um sorriso na cara e os ânimos já estavam elevados. A performance de Qluster+Luma
Launisch convenceu com as suas paisagens sonoras e visuais em consonância, criando o ambiente perfeito para o arranque do SEMIBREVE. Seguiu-se Taylor Deupree e Stephan Mathieu, a performance mais difícil do festival, visível pelas desistências do público no decorrer desta. O primeiro dia encerrou em beleza com Jon Hopkins a mostrar porque é que é um dos mais respeitados produtores da actualidade. Com especial incidência no álbum Insides, o “miúdo” cativou o público ao misturar paisagens sonoras dubstep e ambient, com direito ainda para interlúdios no piano. Um espectáculo, portanto. Dia 2: O talento dos portugueses “Blac Koyote” e o profissionalismo e visualismo de Alva Noto marcaram o segundo dia, que começou com outra aposta ganha: a performance de Fennesz+P.
FACT
Qluster + Luma.Launisch abriram as hostilidades no festival que tem tudo para regressar MA. Blac Koyote, projecto português, foi igualmente um sucesso. A acabar a noite esteve Alva Noto, um FACT
autêntico veterano e dono da reputada editora Raster-Noton. O alemão primou pelo seu profissionalismo, criatividade e visão tornando a sua performance numa experiência sonora e visual altamente recomendável. Dia 3: Murcof+Anti-VJ marcaram pela originalidade e Vítor Joaquim pelo talento O último dia contou com as actuações do talentoso Vitor Joaquim acompanhado nos visuais por Hugo Olim e do francês Murcof acompanhado com um dos membros do reputado núcleo visual Anti-VJ, numa actuação em que, tanto a música electrónica, com samples de música clássica de Murcof, como os visuais 3D de Anti-VJ tiveram igual protagonismo, numa autêntica catarse que deu por encerrado a primeira edição do SEMIBREVE.
Murcof + Antivj, um espectáculo de música e arte digital 3D
Uma organização empenhada e a qualidade dos artistas foram os factores de sucesso Em conversa com Luís Fernandes, membro da organização, este declarou que
o festival foi “um sucesso a todos os níveis, quer a nível de público, quer a nível organizativo. Os artistas adoraram tudo. O ambiente, o público, o Theatro”. Quando questionado sobre a razão de todo este bom resultado, este afirmou que “os detalhes fazem a diferença”. Exprimiu também a vontade da organização na realização de uma segunda edição. O protagonismo de eventos como o SEMIBREVE é uma autêntica “chapada” para os promotores portugueses, que justificam a escassez de eventos que primem pela qualidade (quando o objectivo primeiro para um evento é o factor lucro, este só pode estar condenado à mediocridade) por falta de adesão do público. Não obstante, este facto não deixou que a organização não apostasse na oferta de um produto de inegável qualidade. O SEMIBREVE foi, por tudo isto, um autêntico sucesso, deixando a impressão que é imperativo uma segunda edição!
PÁGINA 17 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
RUM BOX
AGENDA CULTURAL
TOP RUM - 46 / 2011
13 - NOISERV - Palco do tempo
BRAGA
14 - JORGE CRUZ - Entre iguais
TEATRO 22 a 25 de Novembro Auto da Barca do Inferno – CTB Theatro Circo
18 NOVEMBRO
1 - RAPARIGA ELÉCTRICA Tens de sair 2 - HORRORS, THE Changing the rain 3 - KILLS, THE - Baby says 4 - RADIOHEAD - Lotus flower 5 - WE TRUST Time (better not stop) 6 - DRUMS, THE Money
15 - GOMEZ - Options 16 - GIRLS - Heartbreaker 17 - FEIST How come you never go there 18 - LITTLE DRAGON Ritual union 19 - CREEP Days (feat. Romy Madley Croft) 20 - TWIN SHADOW Yellow balloon
7 - YOU CAN’T WIN, CHARLIE BROWN A while can be a long time 8 - WASHED OUT - Amor fati
POST-IT
21 > 25 Novembro 9 - PJ HARVEY The words that maketh murder
B FACHADA Não Pratico Habilidades
10 - WILCO - I might 11 - SMIX SMOX SMUX Quantas vezes já 12 - PATRICK WOLF - The city
DAVID LYNCH Pinky’s Dream (feat. Karen O) FLASHGUNS Passions of a Different Kind
26 de Novembro Shenandoah and the night Thetaro circo
GUIMARÃES
MÚSICA 25 de Novembro The Goo Men – Three Thumbs Up! Fnac Braga
MÚSICA 26 de novembro X-Witw São Mamede
25 de novembro Doimileoito – Pés Frios Fnac Braga
26 de Novembro You can´t win, Charlie Brown CCVF
BARCELOS TEATRO 26 de Novembro Um tiro no pé Subscuta Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos
FAMALICÃO TEATRO/COMÉDIA 25 de Novembro Médico á força de Molière – Jangada Teatro Casa das Artes
LEITURA EM DIA 1 - Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa. Os melhores contos do Séc. XX de Luís Filipe Silva. A cultura e literatura populares também teve os seus “autores” em Portugal. 2 – A Minha Sala de Aula é uma Trincheira. 10 Mitos sobre os Professores de Bárbara Wong (Esfera dos Livros). Os professores e os seus problemas, bem sérios, por sinal.
3 – Lusco-Fusco de Cristina Carvalho (Sextante). O imaginário mais rico e inovador pela mão de uma das autoras mais importantes da Literatura Portuguesa.
continua e o mito da criatura que se revolta contra o seu criador. 5 - Uma Mentira Mil Vezes Repetidas de Manuel Jorge Marmelo (Quetzal). A narrativa dentro da narrativa, ou a estória que se re-cria em escrita polifónica; Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em
4 - Frankenstein II – A Cidade das Trevas de Dean Koontz (Contraponto). A saga
podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.
CD RUM
little dragon – ritual union
ABEL DUARTE abel.duarte@rum.pt
Yukimi Nagano, a sueca com raízes nipónicas, está de volta com o seu projecto Little Dragon. Com residência mais ou menos fixa nos Koop, Nagano tem sido bastante solicitada nos últimos tempos. As colaborações recentes com Gorillaz, SBTRKT, Maximum Ballon e Dj Shadow, entre outros, tornaram “Ritual Union” um dos discos mais aguardados do ano. Neste terceiro disco, os Little Dragon trazem-nos uma fusão
aperfeiçoada da sonoridade dos anteriores, inspirada no synthpop, trip hop e até mesmo funk e soul. Deixando de lado as comparações, “Ritual Union” apresenta uma sonoridade muito própria, madura e bem disposta, alicerçada na voz límpida e angelical de Nagano que funciona como o principal elemento que dá vida às canções e as ilumina. Durante todo o disco, a banda é extremamente eficaz na concretização dos elementos mais atraentes do seu estilo, resultando num conjunto de canções densas e climáticas. Em suma, um disco de pop moderno bem executado e
que mantém os Little Dra-
gon em ascendência e com
um futuro brilhante. DR
PÁGINA 18 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO
DESPORTO guimarães anuncia candidatura a “cidade europeia do desporto” FILIPA SANTOS SOUSA filipasantos_sousa@hotmail.com
A “cidade-berço” quer afirmar-se no plano internacional. Depois da nomeação para Capital Europeia da Cultura, Guimarães quer destacar-se também a nível desportivo. Foi neste contexto que o presidente da Câmara Municipal, An-
tónio Magalhães anunciou a candidatura a «Cidade Europeia do Desporto», em 2014. A proposta será apresentada em Bruxelas já em Janeiro do próximo ano, porém a decisão final só será conhecida em Novembro. O título de «Cidade Europeia do Desporto» é atribuído a localidades entre os 25
e 150 mil habitantes, sendo nesta categoria que se insere Guimarães. A iniciativa prevê a organização de 24 eventos desportivos, tanto de âmbito local como internacional. O autarca António Magalhães tornou pública a intenção de candidatura, durante uma conferência de imprensa que serviu para assinalar o
10º aniversário da empresa Tempo Livre. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães garantiu uma intervenção directa das instituições e clubes locais. “Parecem existir em Guimarães condições de base que sustentem esta candidatura com sucesso”, apontou António Portilha. O antigo presidente da direcção da
Tempo Livre e actual vereador do desporto acrescentou ainda: “A partir de agora, estamos a trabalhar para reunir à nossa volta todos os agentes desportivos locais e regionais com o objectivo de encontrarmos ente todos e com o menor custo possível, um conjunto de eventos que permitam que a candidatura tenha sucesso.”
uminho na “crista da onda” CARLOS REBELO c.covasr@gmail.com
A partir de agora já podes praticar Surf e Bodyboard na Universidade do Minho (UM). Estas duas modalidades desportivas surgiram este ano na UM com treinos semanais nas praias de Esposende, Ofir e Viana. O ACADÉMICO esteve à conversa com o responsável por estas duas modalidades, também ele responsável da competição e recreação desportiva do Departamento de Desporto e Cultura (DDC), Nuno Catarino. Acerca do surgimento desta ideia destas modalidades na UM, o responsável sublinhou que apareceram no mesmo seguimento da política interna do DDC - a
existência de várias modalidades desportivas, desde que hajam condições para o regular funcionamento das mesmas, quer de apoio humano quer técnicas. No caso do surf e bodyboard achou-se que existia um número aceitável de alunos interessados para a iniciação de treinos regulares da modalidade, através de uma prospeção feita desde há alguns anos para cá, tanto dos alunos que praticavam estas duas modalidades fora da universidade, como os novos alunos que chegavam à UM através de inquéritos. Na prática está a virtude Questionado sobre a regularidade dos treinos, Nuno Catarino explicou que “existem dois a três treinos
semanais. Quanto à regularidade, estão condicionados à natureza. Felizmente, nos tempos de hoje, já temos uma previsão mais certa das condições climatéricas e marítimas e, conforme essas condições, planeiam-se os treinos.” Catarino contou-nos ainda, caso não houvesse possibilidade de treinos no mar devido às condições climatéricas, os praticantes tinham a possibilidade de ter treino específico com ginásio/musculação e natação para se manterem em forma. Na vertente mais competitiva desta modalidade, o responsável adiantou que, inicialmente, levavam os alunos que praticavam estas duas modalidades e competiam no circuito dos Campeonatos Nacionais Universi-
tários (CNU’s) com o apoio da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Agora, com treinos regulares, já pode existir uma melhor preparação para essas etapas e melhorar a performance dos nossos atletas. Para já conseguiu-se aumentar de uma para três, o número de etapas no circuito dos CNU’s, o que dá uma maior competição entre os participantes e onde estes podem mostrar todas as suas aptidões que praticaram nos treinos. Para além disso, dá para colmatar alguma má prestação numa etapa e assim puderem compensar nas outras duas. Em relação ao futuro destas modalidades, Nuno lembra: “Neste momento estamos a dinamizar o surf e o bodyboard na UM e pensamos,
no futuro, tentar iniciar entre Março e Setembro, pequenos módulos de iniciação ao surf/bodyboard”. Na vertente competitiva também existem planos: “Esperamos, já no próximo ano, organizar uma etapa do circuito nacional universitário de surf e bodyboard em conjunto com o Surf Club de Viana, que é o que tem mais ‘know-how’ e experiência neste tipo de eventos/ organizações.” A AAUM e o DDC serão também entidades envolvidas neste evento. Para já, preparam-se os atletas da UM para melhorarem de dia para dia e puderem competir cada vez a um nível mais alto nos CNU’s. A próxima etapa do circuito será nos dias 11 e 12 de Fevereiro em Faro. PUB.
Tessalónica será Capital Europeia da Juventude em 2014 Tessalónica (Grécia) foi a vencedora da escolha Capital Europeia da Juventude 2014. Três cidades finalistas confrontaram-se na fase final entre Tessalónica, a também grega Heraklion e Ivanovo, na Rússia. A escolha foi hoje anunciada na cerimónia do anúncio, na discoteca UPS em Braga. De acordo com o júri, Tessalónica apresentou-se como uma cidade marcada por uma vibrante participação dos jovens na sociedade civil e demonstrou um grande apoio por parte de todos membros envolvidos no processo. O júri acrescentou ainda que Tessalónica salientou a importância de estabelecer projectos sustentáveis em serviço de actividades que sirvam os desafios propostos aos mais jovens, através de estruturas já existentes “Tessalónica apresentou a candidatura mais forte, com um programa em profundidade que está repleto de ideias criativas”, disse Peter Matjasic, presidente do Fó-
rum Europeu da Juventude. “Quando faltam apenas dois anos para que a Capital Europeia da Juventude comece, estamos ansiosos para cooperar de perto com Tessalónica na preparação desta aventura”, concluiu Matjasic. A Capital Europeia da Juventude é uma iniciativa do Fórum Europeu da Juventu-
de que já vai no sexto ano. A cerimónia de atribuição aconteceu em simultâneo com o Conselho de Membros do Fórum Europeu da Juventude na Colunata do Bom Jesues em Braga, no dia 18 de Novembro. A anfitriã da cerimónia e do COMEM foi Braga, Capital Europeia da Juventude durante 2012.
“Uma Europa para as novas gerações” Decorreu no passado dia 17 de Novembro, a conferência “Uma Europa para as Novas Gerações”, organizada pelo Conselho Nacional da Juventude, em colaboração com Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, na Colunata do Bom Jesus. A cerimónia de abertura contou com a participação do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Dr. Alexandre Mestre, o Presidente da Câmara Municipal De Braga, Engº Mesquita Machado, o Presidente do Fórum Europeu da Juventude (EYF), Peter Matjasic e o Presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), José Filipe Sousa. Uma mensagem de vídeo do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fechou a conferência, referindo a capacidade europeia de superar as presentes dificuldades, “com fé, de que se nos unirmos à volta deste projecto, seremos capaz de construir um futuro mais próspero e coeso para todos os Europeus.” No seu
discurso, o presidente do Fórum falou sobre a necessidade de continuar com os fundos dedicados à formação e voluntariado dos jovens. O Secretário de Estado abordou a colaboração com Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, tendo aproveitado a visita para reunir com a organização da CEJ. O projecto foi apresentado em detalhe, incluindo as candidaturas à Agência Nacional para Gestão do programa Juventude em Acção e à agência executiva em Bruxelas. Falou-se também do método de financiamento de Braga 2012: Capital Europeia
da Juventude e foram discutidas as possibilidades de colaboração do governo com a organização. O secretário de Estado visitou também o local da futura pousada da Juventude, em S. Frutuoso,
Real. Durante a manhã e a tarde, decorreram três painéis, sobre políticas europeias: a “Estratégia 2020”, “O modelo Social Europeu” e a “Integração Europeia”, respectivamente, tendo os oradores abordado os vários aspectos da política na União Europeia. Reafirmaram a importância dos jovens e da sua participação na política a todos os níveis nos dias de hoje, assim como o papel fulcral que podem desempenhar numa Europa do futuro. Durante as apresentações
da manhã, foi dado o incentivo para que os jovens exprimam a sua opinião, apresentando o seu descontentamento e fazendo-se ouvir, pensando, paralelamente propostas de soluções. Sexta-feira, dia 18 de Novembro, a conferência prossegue, desta feita no âmbito do Conselho de Membros do Fórum Europeu da Juventude, contando com a presença de António José Seguro, ex-Presidente do CNJ e do Fórum Europeu da Juventude, num debate sobre a solidariedade intergeracional no século XXI.
CATARINA MOLDER
Catarina Molder nasceu em Lisboa, sendo alguém que vive o canto lírico quer na sua componente académica quer em termos performativos. Possui o curso superior de canto pela Escola Superior de Música de Lisboa e fez uma pós-graduação em Hamburgo, como bolseira do governo alemão e da Fundação Calouste Gulbenkian. Embora jovem, possui uma grande experiência num repertório que toca nomes como Mozart, Puccini ou Alban Berg, um dos seus favoritos. Contudo, o seu talento vocal estende-se a géneros como o kabaret, o fado ou o jazz, com Catarina a participar em diversos espetáculos musicais inovadores, que pretendem combinar estes variados géneros. O trabalho de Catarina Molder na área artística vai muito além do papel de intérprete. A soprano já produziu e participou em diversos projetos de ópera e artes performativas, alargando ainda a sua área de intervenção à direção artística. No ano de 2005 foi convidada pela Fundação Calouste Gulbenkian para dirigir o projeto educativo Descobrir a Música. Depois, em 2008, Catarina fundou a Companhia de Ópera do Castelo, em Lisboa, com uma intensa atividade artística desde então. Por fim, o seu percurso tem ainda uma forte componente educativa. O Projeto Descobrir a Música na Gulbenkian é prova disso, incluindo uma mini-temporada de espetáculos encenados e ópera para crianças. Mas Catarina participou ainda como narradora e solista em concertos comentados para crianças e, em 2009, concebeu o livro CD “Vamos Pintar os Clássicos”, pela editora Leya.
Segunda: Clã – Competência para Amar (Rosa Carne, 2004) “Eu já era fã dos Clã antes de os conhecer pessoalmente - apresentámos uma ópera para famílias no Porto... adoro a forma como a Manuela Azevedo saboreia as palavras, é uma grande cantora. Gosto muito da componente das letras e da música, acho que os Clã são uma grande banda. Imagino que este último disco deles tenha surgido um pouco como o meu projeto de trabalho com crianças”
Quinta: Claude Debussy – Danças Sagradas e Profanas para Harpa (1904) “Estas obras foram encomendadas a Debussy sensivelmente no início do séc. XX por uma casa que era responsável pelo fabrico de umas novas harpas que estavam a ser desenvolvidas nesse período. São temas absolutamente maravilhosas, ouvimo-las e parece que nos encontramos no paraíso! Gosto muito da harpa como instrumento, tem uma sonoridade fantástica, fluida, a lembrar o som da água!”
Terça: Amália Rodrigues– Fado Português (Fado Português, 1965) “Eu acho a Amália uma cantora ao nível da Maria Callas. Era uma cantora extremamente inteligente, sensível, isto para além da voz linda que tinha. O mais importante era a forma intensa como cantava. Existem muito boas vozes mas pessoas como a Amália, que conseguia colocar a voz completamente ao serviço da emoção e da sua verdade, são raras”
Sexta: Igor Stravinsky – Pássaro de Fogo (1910) “Stravinsky também foi um compositor fantástico que revolucionou a música pelos elementos rítmicos e harmónicos e pelo colorido que trouxe à orquestra. Esta obra também foi encomendada, desta feita pelo empresário responsável pelos Ballets Russes, que se apresentavam em Paris. Nesta altura Stravinsky ainda era muito influenciado pela música popular russa e baseou-se num conto popular russo para compor este tema. Quando o ouvimos parece que estamos numa autêntica banda sonora!”
Quarta: Maria Callas – Io Son L’Umille Ancella (“Adriana Leconveur”, Francisco Cilea, 1902) “Ela conseguiu, com uma carreira relativamente curta, tornar o seu nome num sinónimo de ópera. Foi incrível como ela conseguiu revolucionar a ópera no período pós-guerra. Ela não tinha a voz mais maravilhosa do mundo mas o que ela fazia com a sua voz era absolutamente maravilhoso, não só sob o ponto de vista musical mas também numa ótica emocional... ela era uma grande atriz e entregava-se de forma absoluta ao papel que estava a interpretar”