ACADÉMICO188

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entrevista Helena Sousa, presidente do ICS, em exclusivo ao ACADÉMICO

“As competências desenvolvidas nas Ciências Sociais são indispensáveis para ultrapassar os nossos impasses contemporâneos” Página 08 e 09

reportagem Os John Doe que querem fazer história Página 12

campus FITU Bracara Avgvsta está de volta para dar cor à cidade de Braga Página 03

cultura O tempo dos Coldinger passa de maneira diferente Página 16

Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 188 / ANO 9 / SÉRIE 4 QUARTA-FEIRA, 18.ABR.13

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico


VENCEDORES DO CONCURSO UM AO QUADRADO: José Rui Rodrigues - 3º ano - Engenharia Biomédica

SEMANALMENTE O ACADÉMICO VAI DIVULGAR OS TRABALHOS VENCEDORES.

FICHA TÉCNICA 18.ABR.13 // ACADÉMICO

EM ALTA

NO PONTO

EM BAIXO

FITU É já na próxima semana que centenas de tunos se juntam em Braga para mais uma edição do FITU, organizado pela Tuna Universitária do Minho. É, sem dúvida, um dos festivais mais marcantes do panorama académico do país e, este ano, volta-se a esperar casa cheia e muita animação... Não só no Theatro Circo, mas também nas ruas da cidade de Braga. A TUM já nos habituou a grandes momentos e este FITU vai, certamente, voltar a ser um sucesso!

Salas de estudo em Azurém Salas de aulas em Azurém é, sem sombra de dúvidas, (mais) uma vitória para a AAUM. Quando apresentou as salas de aulas 24h/dia em Gualtar algumas “vozes do contra” ergueram-se para defender os colegas de Guimarães. A resposta, ainda que já estivesse a ser cozinhada há mais tempo, não demorou a surgir. Todos os estudantes devem ter direito às mesmas condições e a AAUM voltou, uma vez mais, a fazer um óptimo trabalho neste campo. Parabéns!

O fado dos estudantes Relembra-se bem que, apesar da época ser de festa académica, os estudantes continuam embrulhados num triste fado. O tema do Enterro da Gata deste ano faz alusão a todas as dificuldades que sentem os alunos no ensino superior. Teme-se pelo futuro! Espera-se, agora, que os mesmos saibam aproveitar o momento do cortejo para darem largas à sua imaginação e caricaturar este momento. Momento grave e triste que vivem!

SEGUNDA PÁGINA

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // quarta-feira, 18 Abril 2013 / N188 / Ano 9 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

BARÓMETRO


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LOCAL fitu bracara avgvsta está de volta ADRIANA COUTO drianascouto@gmail.com

É já no dia 19 e 20 de Abril que o FITU Bracara Avgvsta volta ao Theatro Circo para mais um fim-de-semana recheado de muita música. O Festival Internacional de Tunas Universitárias (FITU) Bracara Avgvsta regressa com a sua 26ª edição que levará à cidade de Braga mais de 200 tunos provenientes de algumas das melhores tunas nacionais e internacionais que, ao longo de dois dias, pisarão o palco da maior sala de espetáculos bracarense. Este ano, serão seis as tunas a concurso, disputando assim os prémios de um dos mais conceituados festivais do género. Vinda de Lisboa e vencedora da última edição do FITU Bracara Avgvsta, marcará presença a TUIST – Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico. A representar a cidade dos estudantes, a Estudantina Universitária de Coimbra volta à cidade dos arcebispos, bem como a Tunadão 1998 – Tuna do Instituto Politécnico de Viseu. Já

da cidade invicta, o público poderá contar com a presença da Tuna de Medicina do Porto e da Tuna da Universidade Católica Portuguesa do Porto. A dar o toque internacional, virá a Tuna de Medicina de Badajoz, Espanha. Já como extra-concurso, este ano o FITU Bracara Avgvsta contará com a presença de duas tunas da academia minhota: Azeituna – Tuna de Ciências da Universidade do Minho e com a Afonsina – Tuna de Engenharia da Universidade do Minho. Com um orçamento de 25 mil euros, a Tuna Universitária do Minho confessa ter cortado alguns gastos de outras edições, mas garante que em nada isso afectará o festival. “O nosso objetivo é proporcionar aos bracarenses um espetáculo animado, contrariando este ambiente pesado em que temos vivido. Queremos mostrar que, apesar da crise que anda por aí, a juventude, sobretudo universitária, está bem e recomenda-se”, explica José Gomes, responsável pela organização do festival. Antes dos principais dias festival, o público bracarense poderá contar com uma

festa, em jeito de aquecimento, com a participação da tuna organizadora, Tuna Universitária do Minho (TUM), e com os Bomboémia – Grupo de Percussão da Universidade do Minho já no dia 16, no Largo dos Peões, num convívio que durará todo o dia, com muitos jogos à mistura que permitirão às equipas participantes e ganhar bilhetes para o festival. Dia 18 de abril, a tradição volta à rua, unindo tunos de todas as gerações dos “vermelhinhos”. As escadas da Sé de Braga, acolherão a

conhecida serenata à cidade, a realizar-se por volta das 23:00, dando assim, oficialmente, início a mais uma edição deste festival, com um dos momentos mais marcantes do mesmo. Já na sexta-feira, dia 19 de abril, Braga receberá as primeiras tunas convidadas. Sábado, durante a tarde, as ruas da cidade serão tomadas pelas centenas de tunos e o momento culminará num convívio no Largo do Paço e no conhecido “Passe-Calles”, um desfile com todas as tunas participantes, que passará pelos lo-

cais mais emblemáticos do centro histórico da cidade, recheado de muita música e animação, tão característica dos estudantes universitários. Nessa mesma noite, realizar-se-á no Theatro Circo a última noite de festival, prometendo casa cheia como nas últimas edições. Os ingressos já estão disponíveis para venda, com um preço para estudantes de 7 euros um dia e 12 euros para os dois dias de festival. Já para o público em geral, os bilhetes têm um preço de 10 euros para um dia e de 17 euros para os dois.

DR

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CAMPUS

nova aplicação desenvolvida na uminho permite pagamentos por telemóvel ANA PINHEIRO anafilipapinheiro1@hotmail.com

Foi uma criada uma aplicação para smartphones, chamada MobiPag, que permite efetuar pagamentos sem recurso a cartões ou dinheiro. Esta nova aplicação foi criada pela Universidade do Minho, em conjunto com empresas, entidades bancárias e operadoras de telemóvel. O sistema MobiPag foi desenvolvido ao longo de dois anos e meio e destina-se a transações de valor reduzido. Tem como objetivo a facilidade do pagamento dos consumidores e permitir que um único instrumento possa fazer múltiplas operações. Para ter a acesso a esta

aplicação é necessário um equipamento com sistema operativo Android, a tecnologia de comunicação a curta distância normalmente designada pela sigla inglesa NFC (Near Field Communication) e ainda instalação no cartão SIM do telemóvel uma espécie de cartão bancário virtual, que está associado à conta do consumidor, na qual são feitos os débitos. Este cartão terá um pin, que pode ser usado como uma medida de segurança para autorizar as transações. Segundo Ana Leite, CEO da CardMobili, este sistema “permite ao consumidor, com o uso do telemóvel, ir a uma loja pagar um bem ou serviço e obter um recibo digital ou um cupão de

desconto para a próxima compra”. Este método de pagamento já é adotado em países em vias de desenvolvimento, onde é a única alternativa possível para transações eletrónicas, por falta de infraestruturas bancárias. “Se formos a Singapura ou ao Japão vamos ver que isto é uma realidade quase tão banal quanto pagar com

cartão. Na Europa, nos Estados Unidos da América é algo que já vai existindo em forma de piloto”, refere Ana Leite. Para a implementação no mercado são vários os aspetos que ainda estão em falta. Entre eles a “massificação dos equipamentos com NFC, a falta de alguma standardização das implementações da própria tecnologia

tsi.2.market ‘13 chega à cidade de guimarães ADRIANA COUTO drianascouto@gmail.com

Com o tema “Valoriza-te”, o tsi.2.market’13 apresenta-se no pólo de Azurém da Universidade do Minho, onde, ao longo de quatro dias, mostrará o melhor dos cursos do Departamento de Sistemas de Informação. O Association for Information Systems Student Chapter @ Universidade do Mi-

nho (AIS.SC@UM) Núcleo de Estudantes de Sistemas de Informação, em parceria com o Departamento de Sistemas de Informação (DSI) da Universidade do Minho, trazem, assim, a Guimarães, mais uma edição do tsi.2.market ‘13. Para a organização, o tsi.2.market’13 é “considerado como um espaço de reflexão, partilha de experiências, divulgação de ofertas de emprego e networking que reúne estudantes, investigadores, docentes e

profissionais de Tecnologias e Sistemas de Informação (TSI)”. Este ano, o tema escolhido para o evento é “Valoriza-te”, na esperança de “abordar fatores de valorização pessoal e profissional dos estudantes, bem como outras iniciativas que guiem a carreira do profissional em TSI.” O evento realiza-se no campus de Azurém (Escola de Engenharia), nos dias 17, 18 e 19 de abril, das 9 horas às 20 horas.

para que o consumidor possa simplesmente comprar um telemóvel, instalar uma aplicação e ir fazer o pagamento em qualquer loja e falta rede de aceitação”, conclui Ana Leite. O MobiPag está agora numa fase final de desenvolvimento, embora sejam necessários testes mais alargados.


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o facebook dos animais de estimação CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com

Um antigo aluno da Universidade do Minho criou uma rede social para animais de estimação, que permite gerir toda a informação do cão ou gato dos utilizadores e interligar donos, veterinários ou até mesmo lojas de animais. Pet2Mate é o nome da aplicação que está disponível de forma gratuita na Apple Store, e brevemente em versão web e Android. Afonso Barbosa, ex-estudante de Matemática e Ciências da Computação na academia minhota, criou a primeira “comunidade mundial” para animais, que possibilita ao proprietário gerir a identificação do seu cão ou gato, com menus como idade, raça, características, preferências de acasalamento e, ainda, alertas como as fases de fertilidade,

de perda do pelo e de peso a mais. Em declarações ao ACADÉMICO, o autor explicou que sempre teve gatos e que a ideia surgiu com a dificuldade que teve em procurar parceiro para acasalar com a sua gata de raça persa tartaruga. “Fiz uma análise de mercado e verifiquei que não existia nenhum espaço que agregasse toda a informação sobre animais”, esclareceu Afonso, que acredita que “esta aplicação está para a vida dos animais tal como o facebook está para a vida das pessoas”.

informação do nosso animal, que está, muitas vezes, dispersa e nunca a perder, podendo acompanhar a sua evolução”. A ideia é produzir “numa nuvem virtual” o histórico de cada animal “de um modo simples, rápido e seguro”. Adoções e acasalamentos na ideia da empresa O programador e designer de 42 anos não esqueceu, ainda, de disponibilizar uma função de pesquisa de

adoção, para aqueles que desejam ter um animal de estimação, evitando o abate e conseguindo muitos novos lares. A ferramenta inclui também um glossário (‘wikipets’) que é associado ao perfil e raça definidos. O utilizador tem disponível um fórum, pode trocar mensagens particulares e até publicar detalhes do seu animal no facebook e email para partilhar com quem não tem a aplicação. “O nome Pet2Mate surgiu inicialmente porque a apli-

Muito mais do que um agregador de informação A ferramenta é 100% portuguesa e permite guardar e partilhar informação sobre o animal de estimação, que vai desde fotografias, o diário do animal ou mesmo o historial clínico. A principal vantagem, diz o criador, é “agregar toda a

publico

cação era orientada para o acasalamento”, esclareceu Afonso Barbosa, que acrescentou: “Mais tarde o conceito acabou por evoluir e também se refere ao facto de ser gerida pelos donos dos animais”. A aplicação permite registar mais do que um animal e está disponível em inglês, espanhol e português, prevendo-se versões em russo, chinês, japonês, francês e alemão. O antigo aluno minhoto pretende, ainda, que o projeto se estenda a mais comunidades animais, como coelhos ou hamsters, além de desejar criar outras funções relativas a vendas e prestação de serviços. Afonso Barbosa trabalhou na empresa Edigma, proeminente tecnológica nacional, e já lançou vários projetos, alguns em Silicon Valley, nos EUA, além de colaborar em projetos com a Microsoft, Sony, Benetton, entre outras.

uma “estranha forma de fado” no enterro CLAUDIA FERNANDES alaufernandes@hotmail.com

“O Fado da Gata” é o mote para a edição deste ano das Monumentais Festas do Enterro da Gata, atividade que se realiza entre os dias 10 e 17 de maio, na Alameda do Estádio AXA, em Braga. Carlos Videira, presidente da AAUM, justificou a escolha deste tema com um duplo sentido: de um lado, o fado como símbolo da

tristeza dos estudantes, que atravessam várias dificuldades no Ensino Superior, a quem “os apoios sociais escasseiam, devido a critérios de atribuição geradores de injustiças e desigualdades e cujo destino de muitos é a realidade crescente do abandono escolar; e como símbolo da angústia daqueles que obtêm um grau académico e se veem confrontados com a falta de perspetivas, o desemprego, a precariedade ou a obrigação da emigra-

ção”; no outro, o Fado também como cartão de visita do país, que simboliza a “esperança no país, na sua juventude e nos seus feitos”. “Acredito que possa haver uma grande identificação dos estudantes com este tema e o objetivo é mesmo esse. Espero que no seu cortejo, os estudantes pintem as ruas de preto passando uma mensagem muito clara de que não se identificam com este rumo que lhes querem impor”, explicou.

Noutro âmbito, já são conhecidos alguns nomes que compõem o cartaz do Enterro da Gata, tendo como destaques o concerto dos Kaiser Chiefs no último dia de atuações e Natiruts no dia 14. A referência mais antiga das Monumentais Festas do Enterro da Gata remonta a 1889. Um século depois, a AAUM recuperou o certame tendo-o transformado “ num traço distintivo da academia minhota e da sua identidade cultural”,

como referiu Carlos Videira em comunicado. Neste momento, de acordo com oi presidente da AAUM o certame já ultrapassou o mero carater festivo. “O Enterro da Gata, honrando a tradição académica e as suas memórias coletivas, assume-se como um momento de manifestação das causas em que os estudantes acreditam e pelas quais lutam com toda a sua irreverência, rebeldia, independência e personalidade”, referiu. PUB.


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azurém com bibliotecas abertas 24h /dia REDAÇÃO RUM informacao@rum.pt

O campus de Azurém, em Guimarães terá a partir de quarta feira salas de estudo em grupo abertas 24 horas por dia, localizadas junto à entrada que dá acesso ao bar da Nave Central e à secretaria da Escola de Engenharia. A Associação Académica da Universidade do Minho adianta que “depois de no passado dia 2 de Abril, ter sido aberta a primeira sala de estudo 24 horas por dia,

com capacidade para 36 pessoas, na Biblioteca Geral da Universidade do Minho, no Campus de Gualtar, a direcção da Associação Académica da Universidade do Minho prosseguiu os seus esforços, junto da Reitoria e dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, no sentido de alargar esta realidade a mais espaços”. Esta medida estava em linha com os objetivos da direção da AAUM e reforça assim as possibilidades de estudo para os alunos da academia minhota.

medicina reúne-se para debater oncologia RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com

No próximo sábado, dia 20 de abril, entre as 9h e as 18h30, realiza-se a quarta edição das Jornadas da Ciência e Medicina, na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. Este é um congresso anual da academia minhota virado para a investigação cien-

tífica, sendo a Oncologia a temática deste ano. Este evento, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Medicina (NEMUM), vai dividir-se em quatro diferentes painéis que irão abordar questões como as bases moleculares do cancro, o metabolismo tumoral, os mecanismos de invasão e metastização e a importância da medicina personalizada em Oncologia. Nas palavras de Ana Rita

Silva, da Comissão Organizadora, “os participantes vão desfrutar de um espaço de exposição e discussão, com a presença de ilustres oradores de diferentes pontos do país especializados nesta temática”. Cada palestra será apresentada por um desses oradores e, no fim, os participantes terão oportunidade de debater algumas ideias, numa espécie de fórum de discussão.

Ana Rita Silva considera que o público-alvo desta atividade são alunos de áreas da saúde como medicina e enfermagem, quer da Universidade do Minho quer de outras universidades portuguesas e galegas, mas também estudantes de outros cursos e investigadores que se interessem por as temáticas tratadas durante a atividade. Todos os incritos têm direito a dois coffee-breaks, ao

almoço e a estacionamento gratuito no local. No fim da conferência, todos os presentes vão receber um certificado de participação. O NEMUM conta com a parceria da Reitoria da Universidade do Minho, da Escola de Ciências da Saúde e do respetivo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde na organização das IV Jornadas de Ciências e Medicina.

primeira eliminatória do umplugged com boa afluência, mas dj’s pouco participativos CATARINA HILÁRIO katarina-kosta@hotmail.com

A primeira eliminatória da VII edição do UMplugged decorreu na passada terça-feira, dia 9 de abril. O público aderiu e puderam assistir a atuação de quatro bandas das oito selecionadas para o concurso, aleatoriamente escolhidas através de sorteio.

Cada banda teve direito a 30 minutos de atuação, tendo de pelo menos um dos temas ser original. A primeira banda, os The Modisons, atuaram por volta das 23h30, seguidos pelos “Hard N’Fast”, os “Viagens do Capitão Barba Ruiva” e, por último, pelos “Varsóvia”. Como prometido, esta eliminatória contou com a presença e atuação de uma

banda convidada. Desta vez, foram os “Bulota” a subir ao palco do Bar Académico de Guimarães Ao júri, composto pelo gerente do BA de Guimarães, um representante do estúdio Lobo Mau, um representante da banda convidada e por um representante da banda vencedora da edição interior, coube a decisão de escolher apenas duas bandas para passarem para a

próxima eliminatória. Os escolhidos foram os “The Modisons” e os “Viagens do Capitão Barba Ruiva”. Paulo Pimenta, diretor do Departamento Cultural e Tradições Académicas de Guimarães, falou com o ACADÉMICO. “A atividade decorreu dentro do normal não havendo nenhum desrespeito ao regulamento por parte das bandas. A afluência do público foi boa e den-

tro dos números esperados pela organização, mas esta afluência depende também das bandas em palco e do público que trazem consigo”, disse. Para a próxima eliminatória, a banda convidada serão os “Pornography”. Quanto ao Dj@UM, apenas haverá uma eliminatória, no dia 17 de abril, devido ao reduzido número de inscrições.


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aaum quer apresentar novo cartão de sócio em setembro e reforçar a segurança em azurém REDAÇÃO RUM informacao@rum.pt

Depois da concretização de uma das propostas da direção da AAUM para este mandato, que diz respeito a salas de estudo abertas 24 horas por dia também em Guimarães, a direção de estudantes da UM está agora preocupada com o reforço da segurança junto à Universidade do Minho. Carlos Videira, o presidente da AAUM sublinha a importância a dar no acesso entre as residências e o campus de Azurém. “As questões de segurança continuam a merecer da nossa parte uma atenção especial, nomeadamente também em Guimarães, no que diz respeito às condições de

acesso entre as Residências Universitárias e o Campus de Azurém. Há aqui uma panóplia de ações e de compromissos nas mais diversas áreas que nós trabalharemos para realizar, tal como já mostrámos no que diz respeito à questão das salas de estudo”. Para além deste objetivo o Presidente da AAUM relembrou também o cartão de sócio renovado com mais-valias para os estudantes já em setembro. “A questão do cartão de sócio que também estamos a trabalhar e que esperamos ter novidades a tempo de apresentar um cartão de sócio renovado e com uma maior utilidade no mês de setembro, aquando do início do próximo ano letivo”. E ainda a proximidade ao campus de Azurém, tam-

bém através do alargamento do gabinete do Liftoff. “A deslocalização dos serviços, entre eles o gabinete do empreendedor e o gabinete de inserção profissional. O Liftoff que acabou já uma primeira atividade neste mandato em Guimarães,

na Biblioteca Interativa que teve um número muito significativo de participantes, quase meia centena. Portanto, utilizar também aquele espaço da Biblioteca Interativa com uma maior regularidade por parte da AAUM para iniciativas para os es-

tudantes. Entendemos que já existem de uma forma mais vincada no campus de Gualtar, mas que também devem ser deslocados e replicados para Guimarães”, avançou à RUM o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho


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ENTREVISTA helena sousa DR

Helena Sousa é a nova presidente do ICS

“as competências desenvolvidas nas ciências sociais são indispensáveis para ultrapassar os nossos impasses contemporâneos” Helena Sousa, professora catedrática da Universidade do Minho, é a nova e primeira mulher a presidir ao ICS. Ao ACADÉMICO, a doutorada em Política da Comunicação pela City University, em Londres, falou da responsabilidade do cargo, da sua equipa e realçou algumas linhas que irão guiar o seu mandato. CÁTIA SILVA catiaff_11@hotmail.com

O facto de ser a primeira mulher a presidir ao ICS tem algum significado especial para si ? Em 36 anos de existência, o ICS nunca teve uma mulher presidente. As pessoas destacam este facto porque é efetivamente distintivo. É uma novidade, nunca aconteceu. Relativamente ao significado de ser mulher, é

claro que tenho essa consciência porque é uma dimensão estruturante da minha identidade, mas não sinto isso como uma responsabilidade acrescida. Sinto uma grande responsabilidade pelo exercício do cargo e chega! As mulheres já têm muitas vidas, não precisam de acrescentar à carga a necessidade de responder a determinadas expectativas porque são mulheres.

Foi um legado pesado aquele que Miguel Bandeira lhe deixou? E sente por isso responsabilidade acrescida? O professor Miguel Bandeira é um amigo e foi um presidente dedicado ao ICS. Nunca partimos do zero e continuarei a trabalhar em estreita colaboração com ele. Sei que posso contar com o seu apoio incondicional e isso é muito gratificante. Quais as principais linhas

que irão guiar o seu mandato? Quando fiz a apresentação pública da minha candidatura à presidência do ICS, cobri, em detalhe, o que penso sobre o ensino, sobre a investigação, a interacção com a comunidade, a organização interna da escola, a afirmação externa e as infraestruturas. E toda essa informação está disponível no site do ICS. Não irei, por isso, entrar aqui em grande

detalhe. Mas gostava de realçar alguns aspetos que me parecem vitais. Em termos de ensino, parece-me importante apoiar as iniciativas pedagógicas mais inovadoras e estimulantes; impulsionar parcerias no ensino com outras instituições portuguesas e internacionais e ainda procurar ofertas de ensino mais flexíveis, mais dinâmicas e que respondam mais eficazmente às necessidades sociais. No plano da


ENTREVISTA PÁGINA 09 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

investigação, o ICS revela uma grande vitalidade com centenas de publicações com arbitragem científica por ano e com dezenas de projetos de investigação em pleno desenvolvimento. Mas é sempre possível ir mais longe e queremos reforçar as redes e parcerias no sentido de dar outra escala aos projetos da escola, tornando-a cada vez mais relevante para a sociedade que servimos. Vamos trabalhar afincadamente nesta frente. Sente que os alunos ligados às Ciências Sociais têm maior dificuldade de penetração no mercado de trabalho? O que pode o ICS fazer para inverter essa tendência? O desemprego é uma tragédia nacional com ramificações à escala europeia. Não é certamente um problema particular das Ciências Sociais. Julgo, aliás, que muitas das competências desenvolvidas no quadro das Ciências Sociais são indispensáveis para ultrapassar os nossos impasses contemporâneos. A resposta à crise tem que ser feita pela cultura, pelo património, pela memória, pelo turismo, pela paisagem, pelo território.

Várias vozes apontam para um afastamento que existe entre o ICS e a sociedade. Acha que, principalmente na região de Braga com grande conotação histórica, o ICS pode ter um papel mais relevante no que diz respeito à investigação? Um cientista social interroga sempre quem está por trás das tais vozes? Quem são essas vozes e que interesses defendem? Porque argumentam dessa forma? Temos que aprender a desmontar a superfície da realidade. Pois, eu estou mesmo convencida de que, paradoxalmente, a desorientação que marca o nosso tempo torna mais nítida a importância das ciências sociais. E o ICS tem um grande reconhecimento social que se manifesta na capacidade de atração de alunos, em todos os níveis de ensino. Só para dar um exemplo, em termos de doutoramento, temos, neste momento, 229 projetos a decorrer, sendo que destes 34% são de alunos estrangeiros. Isto diz exatamente o contrário das ‘tais vozes’. Já é conhecida a sua equipa… Como descreve os elementos que fazem parte da direção? A professora Teresa Ruão

Helena Sousa vê nas Ciências Sociais um pilar estruturante do desenvolvimento social

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transita da equipa anterior. Era já vice-presidente do professor Miguel Bandeira e fica com a responsabilidade do Conselho Pedagógico. Traz consigo uma experiência acumulada que me parece importante nos processos de transição. A professora Emília Araújo entra para a presidência pela primeira vez, trazendo um novo olhar sobre os processos. Gosto da ideia de continuidade e mudança em paralelo, nunca de forma dicotómica. Precisamos de mudança e de continuidade em simultâneo. Estou certa de que gostarei muito de trabalhar com elas porque, tendo características pessoais e científicas muito distintas, são ambas grandes académicas: são fortes cientificamente, dedicadas aos estudantes, generosas com os colegas e têm vontade de servir a comunidade. Por muitas vezes se falou, no que diz respeito à restruturação da oferta formativa, na ideia de deixar de serem lecionados na UM os cursos de Filosofia e História, por exemplo. Como vê este cenário? Acho um absurdo. E parece-me muito importante não permitir que estas ideias façam o seu caminho. Então a Universidade completa que é a Universidade do Minho iria romper com os saberes mais nucleares, mais densos, mais importantes para o conhecimento

Tomada de posse aconteceu na passada semana

da humanidade? O que é a ciência sem memória e sem capacidade de refletir sobre o sentido da vida? Não podemos ter uma visão ingénua de ciência, não podemos pensar que todo o progresso técnico levará ao bem-estar e à felicidade. A história da humanidade está repleta de episódios trágicos nos quais foi notória a instrumentalização da ciência para gerar sofrimento. Não há ciência sem valores, sem reflexão ética, sem pensamento sobre o humano na sua relação com a técnica. Que futuro antevê para o ICS? Todos nós, investigadores e docentes, percebemos a desorientação política nesta área. É muito difícil trabalhar, planear, definir metas e garantir objetivos quando as regras não são claras ou quando mudam a meio do jogo. Temos uma consciência muito aguda da realidade que vivemos, tanto no plano nacional como internacional. Mas não podemos entrar em dramatismos. Temos que estar plenamente convictos das nossas capacidades e da vontade de trabalhar de forma colaborativa com outras escolas dentro da UM, com outras universidades, com outras instituições externas. Precisamos de ganhar escala para melhor enfrentarmos as dificuldades. Precisamos de estar fortes para sermos úteis. Não podemos prescindir de

uma visão de futuro que afirme as Ciências Sociais como pilar estruturante do desenvolvimento social e da melhoria das condições de vida das populações. O ICS deve ser simultaneamente um grande observatório da realidade social, nas mais diversas dimensões temporais e espaciais, e um agente verdadeiramente transformador. Admite este como o primeiro ou único mandato? Acabei de tomar posse. Haverá um tempo para falar disso, mas está muito longe. Quando o mandato terminar o que é preciso que seja feito para poder dizer que “os objetivos foram alcançados e o balanço como sendo positivo”? Não me imagino no final do mandato a andar à procura do pequeno grande feito que mudou tudo e que salvou o mandato. Gosto de trabalhar com objetivos estratégicos claros para cada área de intervenção e com um conjunto alargado de objectivos intermédios porque estes só serão parcialmente cumpridos. Não podemos tirar os olhos do horizonte mas já sabemos que, pelo meio, muito do que gostaríamos não vai acontecer, ainda que surjam possibilidades nas quais não tínhamos pensado. Em qualquer caso, a avaliação que conta será feita pelos outros.


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REPORTAGEM

os john doe que querem fazer história Composta por Nuno Garcez Rodrigues, António Silva, Victor Coelho e Sérgio Faria, a banda de Braga, JoexPpl, tem dado que falar, inclusive, no estrangeiro. Aproveitando um discurso de Nigel Farage, deputado europeu inglês do UKIP, a banda compôs uma música de enorme sucesso. Em entrevista ao ACADÉMICO, o grupo revela toda a história desde a sua formação até projetos futuros. DR

DANIEL MOTA danielmotap@gmail.com

do, contra aquilo que são alguns atritos da vida.

Como surgiu a ideia de formar a banda? Somos um grupo de quatro amigos que prefere ir para a sala de ensaios em vez de ir para uns bares beber uns copos. A ideia foi simples. Gostamos de música e tivemos a ideia de formar uma banda para nos divertirmos, nos encontrarmos para conviver e, ao mesmo tempo, para realizar um projeto mais sério. Basicamente, um misto entre diversão e trabalho.

Quais são as principais referências e inspirações na composição das músicas? Principalmente as nossas vivências pessoais e, obviamente, influências musicais distintas. Fomos buscar um pouco de grunge, na guitarra tentámos usar um pouco do som do final dos anos 70, sendo um dos nossos principais objetivos no método de processamento e no som que usámos. Há,

Qual a origem do nome JoexPpl? O nome é um bocado político e está relacionado com algumas cenas de julgamentos em tribunal nos filmes americanos. Isto é, existe alguém agaisnt the people of California, por exemplo, e associamos parte dessa frase versus people (xPpl). O nome Joe está relacionado com uma linguagem popular, os americanos consideram um John Doe como um desconhecido, que ninguém sabe quem é. Quisemos, portanto, transmitir a mensagem de desconhecidos contra um poder central instituído, contra um esta-

aqui, uma panóplia de gostos e de estilos mas acima de tudo fazemos o som de que gostamos. Que perspetivas para o futuro têm? Não pensamos ir até onde nos deixaram, como era suposto. De forma pensada vamos, sim, até onde nos deixarem ir e até onde nós achamos que devemos ir. Fazemos isto porque gostamos de estar juntos, de nos divertirmos, de tocar, mas não vamos abdicar de certas coisas da nossa vida ou correr riscos, isto é, fazemos enquanto é possível. Se algum dia as dores de cabeça forem maiores do que a diversão, a partir daí temos de acalmar um pouco. O trabalho é feito, sempre, de forma séria. Já foi lançado o EP, qual o feedback? Todo o trabalho desenvolvido foi 100% nosso. Com a ajuda de alguns amigos, sem nenhuma editora por detrás. Fomos nós que gra-

vamos, que tratamos as dimensões, o grafismo, a masterização, o encaixamento e licença do CD. Tivemos a oportunidade de trabalhar com uma editora, mas preferimos ser nós a fazê-lo para poder ter o controlo total. Temos tido um excelente feedback, o resultado disso é que a primeira série de 200 CD’s que lançamos está toda vendida. Ainda há pouco tempo recebi um e-mail de uma pessoa que tem uma banda e nos deixou críticas muito boas. Temos uma nova edição de 300 unidades, completamente diferente da anterior, que estará por aí nos próximos dias. Como é que a banda decidiu realizar o videoclip? A história é relativamente simples, nós compusemos uma canção chamada “less 1”, como que uma canção de revolta, que conta um pouco a nossa história de vida, o nosso dia a dia. Com isto e muito normalmente, há

cerca de um ano atrás, chocamos com um discurso político do deputado inglês Nigel Farage no parlamento europeu que encaixava, em certas partes, na lógica da nossa música. Na altura de edição da música decidimos colocar o discurso e enviamos um e-mail para o Nigel obtendo uma resposta absolutamente fantástica. Fomos contactados pelos assessores que consideraram a música e a ideia estrondosa, querendo até usar a canção naquele mesmo mês para os eventos políticos. Fechamos um acordo simples, um contrato de coautoria em que 50% é propriedade nossa e a outra metade do partido UKIP, partido de Nigel Farage, onde todos os lucros gerados serão para instituições de apoio a desempregados no sul da europa. Com isto conseguimos aceder à máquina do UKIP que nos propôs a realização de um videoclip, onde estamos em fase final de montagem, em Londres, num dos produtores ligados à BBC. DR

Banda bracarense sente prazer em tocar os seus temas



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INQUÉRITO

como vês o tema do enterro da gata deste ano? Para este estudante de Ciências da Comunicação, este é o primeiro Enterro da Gata. No entanto, encara o tema como uma forma de manifestação e demonstração à comunidade em geral do descontentamento dos alunos face às medidas instituídas pelo Governo, principalmente ao nível do ensino, e às situações que os estudantes finalistas têm de enfrentar quando terminam os estudos, nomeadamente a baixa taxa de empregabilidade, que deixam os estudantes desanimados e com poucas perspetivas futuras.

Carolina Mendes 1º ano// LÍNGUAS APLICADAS

2013 será o primeiro ano em que Jorge Feijó frequentará o Gatódromo como estudante da Universidade do Minho. Embora concorde com o tema, e tenha consciência da situação precária em que a maioria dos estudantes se encontra, devido à situação de crise vivida no país, o estudante de Engenharia Informática encara as Monumentais Festas do Enterro da Gata como uma semana de diversão, não entendendo assim o porquê de um tema menos positivo.

SOFIA OLIVEIRA 1º ANO// BIOQUÍMICA

Ana filipa gaspar afilipa.gaspar@hotmail.com

“O Fado da Gata”. É este o tema da edição de 2013 das Monumentais Festas do Enterro da Gata. Como já é hábito, a crítica social encontrase nas entrelinhas da questão em causa,

ARTUR MARQUEZ 1º ano // CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

A aluna de Línguas Aplicadas concorda com o tema, considerando-o interessante e relevante, tendo em conta que cada vez mais são noticiadas medidas económicas que afetam o ensino superior negativamente, que futuramente terá repercussões na vida académica de todos os estudantes universitários. Carolina já participou em edições anteriores do Enterro da Gata, mas este será o primeiro como estudante da Universidade do Minho.

Jorge Feijó 1º ano // ENGENHARIA INFORMÁTICA

Sofia Oliveira concorda com o tema e diz até mesmo apoiar esta ideia. O facto de usufruir da bolsa de estudos, faz com que se sinta diretamente a escassez de apoios sociais. Assim, considera o tema do Enterro como uma forma de os alunos se manifestarem e de darem a sua opinião. A estudante afirma ainda que os alunos não devem conformar-se com a situação que são obrigados a aceitar. Tendo em conta a situação económica do país, acredita que vão ter de ser feitos mais esforços de poupança no próximo Enterro.

sendo o fado, segundo a organização, utilizado como “símbolo da tristeza dos estudantes” e da sua angústia perante o atual panorama socioeconómico.


RODRIGO AREIAS Rodrigo Areias nasceu em Guimarães, tendose mudado com 17 anos para a cidade do Porto para estudar Gestão. Mas, tal como outros, a veia criativa falou mais alto e Rodrigo foi estudar som e imagem para a Escola de Artes do Porto. Seguiu-se um curso de especialização em realização cinematográfica na Tisch School of Arts da Universidade de Nova Iorque. A sua carreira como realizador e produtor tem os seus primeiros episódios no início de 2000, trabalhando ainda como técnico de som em diversos outros projetos. Contudo, o momento marcante surge em 2004 quando Rodrigo fundou a sua primeira produtora, a Periferia Filmes, em que desenvolveu projetos de sua autoria mas também de realizadores como Edgar Pera ou João Canijo. Mais recentemente, desenvolveu uma nova plataforma de produção, de nome Bando à Parte. Rodrigo Areias tem igualmente um percurso na área da realização de videoclips, com trabalhos para bandas como Sean Riley and the Slowriders, D3O, Bezegol ou Wraygunn. Aliás é com Paulo Furtado que tem trabalhado de forma mais consistente, quer na realização de videoclips para The Legendary Tigerman quer com Furtado a produzir música para os seus filmes. Exemplo disso é o seu último filme Estrada de Palha. Apresentado na passada semana em Vila do Conde, o filme retrata o período conturbado do início do século XX português, apoiado-se ainda em Civil Desobedience de Henry David Thoreau. Segunda: John Fahey - In Christ There is No East or West (Blind Joe Death, 1959) “Eu, na fase de montagem dos meus três últimos

filmes, coloquei músicas do John Fahey em cima - depois não as mostro aos compositores da banda sonora, pois os filmes têm banda sonora original para criar uma noção de ritmo musical no filme. Fui ouvindo este e uma série de outros nomes, mas há uma clara relação entre John Fahey e o meu cinema. Por outro lado, acho interessante a forma como ele toca este tema, um original popular americano, de uma forma totalmente diferente desse original.” Terça: Sonic Youth - Dirty Boots (Goo, 1990) “A banda mais inf luente no meu percurso como músico são os Sonic Youth. Achei fundamental que, numa lista de 5 músicas, uma delas fosse deles. O “Goo” sai numa altura em que tinha cerca de 13 anos e este álbum marcou-me e mudou a minha forma de ver uma série de coisas. Eu acho que a música dos Sonic Youth tem algo que é inigualável: é como se estivéssemos a ouvir uma orquestra sinfónica - há momentos de epifania que são simplesmente inacreditáveis.” Quarta: Spiritualized - Sad Days, Lonely Nights (Sunday Nights, The Songs of Junior Kimbrough, 2005) “Já conheço o trabalho do Jason Pierce desde os Spacemen 3 e do seu minimalismo ruidoso, que é um ícone da sua época. Acho que todos os álbuns dos Spiritualized são muito bem pensados e produzidos. Este tema é ligeiramente diferente, é uma versão de um original de Junior Kimbrough, um clássico do blues e transportam a “coisa” para uma outra dimensão, que acho fortíssima. Eu adoro o original e adoro também esta versão!” Quinta: MC5 - Skunk - Sonically Speaking (High Time, 1971) “Gosto muito dos MC5 e, especialmente, desta

música. Se não contextualizarmos os MC5 na história da música, nunca diríamos que isto tinha ocorrido no fim dos anos 60/ início dos anos 70! É uma das bandas que, quando é referida, é sempre como “inf luência de”... Esta é também a música que eu passo mais quando vou levar os meus filhos à escola!” Sexta: Legendary Tiger Man + Rita Redshoes - A Emboscada (BSO Estrada de Palha, não editado) “Fizemos duas misturas para o filme [Estrada de Palha], uma com música e outra sem música. O objetivo foi criar um chamariz [Legendary Tiger Man e Rita Redshoes tocaram ao vivo na estreia de “Estrada de Palha”], pois as pessoas vão cada vez menos ao cinema e é cada vez mais difícil trazer as pessoas ao cinema, por outro é igualmente uma forma de promover o filme, sobretudo em zonas onde não haverá distribuição do mesmo.”


TECNOLOGIA E INOV silicolife foi destaque na wired DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt

A SilicoLife, empresa portuguesa dedicada ao desenvolvimento de soluções de biologia computacional, foi destacada esta semana pela versão online da reputada revista internacional de tecnologia Wired UK como Startup da Semana. Simão Soares, CEO da SilicoLife, falou com a Wired UK sobre o caminho trilhado pela empresa desde a sua criação em 2010 e dos planos para o futuro. A entrevista completa está disponível em: http://www.wired.co.uk/

twittadas bruno fernandes micanandes@gmail.com

Google Play já tem loja de música O Google Play já não serve só para descarregar aplicações para telemóvel: a loja de aplicações para smartphones Android conta, desde quarta-feira, com uma loja de música. Desde novembro disponível em alguns países europeus, a loja passa também a estar disponível, além de Portugal, na Áustria, Bélgica, Irlanda e Luxemburgo. No entanto, ainda não é possível adquirir outros conteúdos já

news/archive/2013-04/12/ startup-of-the-week-silicolife.

SilicoLife

Sobre a SilicoLife: A SilicoLife Lda. é uma empresa dedicada à criação de soluções de Biologia Computacional, disponibiliza serviços altamente especializados, e normalmente ausentes nas empresas dos sectores da Biotecnologia e da Saúde, procurando maximizar a rentabilização das potencialidades oferecidas pela análise de informação de origem genómica na I&D nestes sectores, bem como fornecer soluções no âmbito da exploração de diversos tipos de dados experimentais. disponíveis noutros mercados como livros, revistas ou filmes. Os utilizadores poderão comprar álbuns ou músicas avulso e poderão armazena-las nos servidores da Google, podendo ouvir em qualquer dispositivo com ligação à internet, sem necessidade de download. Também é possível armazenar músicas que o utilizador já tenha. O utilizador também poderá patilhar no Google+ a música que adquiriu. Bitcoin: a moeda virtual que muito no mundo real Chamam-se bitcoins e são uma moeda virtual, sem entidade emissora e que circula na internet. A ideia não é nova: o que é

notícia é que o valor de um bitcoin ronda, atualmente, cerca de 70 euros. Cada vez mais utilizadores estão a recorrer a esta modalide de pagamento para compra de bens e serviços na internet mas também na vida real: alguns cafés nos EUA aceitam o pagamento por bitcoins. No Canadá houve alguém que pôs a casa à venda por 405 mil dólares... ou 5750 bitcoins. O sistema é sustentado pelas redes peer-to-peer e a emissão de moeda é feita de forma programada a cada dez minutos. Para quem quiser começar a construir a sua riqueza virtual, existem sites para compra e venda deste tipo de moeda. Anúncios de emprego usados

para esquema de phishing Os anúncios de emprego podem estar a ser usados para fraudes informáticas, avisa a PJ. O esquema é simples: quem responde a estes anúncios, recebe um contacto que irá receber uma transferência de dinheiro e que tem de encaminhar os fundos recebidos, retendo algum do dinheiro como parte do pagamento. Anteriormente, já os criminosos obteram dados bancários como os códigos de acesso à área de homebanking ou os dados do cartão-matriz, utilizado pela maioria dos bancos. Em 2012, o phishing rendeu aos criminosos cerca de 1,4 milhões de euros.

Consola de jogos sem fios chega em junho A Gamestick, uma consola de jogos sob a plataforma Android e apresentada como sendo a consola de jogos mais portátil de sempre, só começar a ser vendida ao público a partir de junho. Tudo porque, segundo a empresa, houve a necessidade de aumentar a produção. A mobilidade da consola é conseguida devido ao facto de não ter fios: a consola é composta por um comando e por um dispositivo semelhante a uma pen que se liga à ligação HDMI do televisor. A consola terá um custo de 79 dólares (cerca de 60 euros) e já está em pré-reserva.

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OVAÇÃO

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liftoff,

http://liftoff.aaum.pt/ facebook.com/aaum.liftoff

gabinete do empreendedor da AAUM

promove...

Curso “A Semente” I Have The Power

O curso IHTP SEED / A SEMENTE é um curso de excelência pessoal nível 1. Tem como ponto de entrada na caminhada rumo ao êxito, aplicando as metodologias CPS de Condicionamento para o Sucesso. No final deste curso os formandos estarão capacitados paradefinir com nitidez os seus objetivos e poderemdesenvolver relacionamentos bem-sucedidos e duradouros. O que vai aprender: - Como se preparar mental, emocional e fisicamente para encarar o verdadeiro sucesso. - Como descobrir o que você realmente quer da vida – o

que ama e o que odeia – e descobrir o que a(o) motiva a viver a vida com paixão. - Como melhorar as suas capacidades de comunicação e relacionamento, conectando-se facilmente com qualquer pessoa, a nível pessoal e profissional. - Como criar relações irresistíveis, na sua vida pessoal e profissional – dominando métodos satisfatórios para ambas as partes . Valor do curso: - Preço base é 75 euros - Sócios AAUM e AAEUM 67,50 euros (desconto de 10%) Data: 30 de Abril 18h às 22h 02 de Maio 18h às 22h

Tertúlias – “A Crise” Inseridas na Semana Temáticas de Empreendedorismo Sob a organização do Dep. Saídas Profissionais e Empreendedorismo da AAUM 1º tertúlia decorrerá no dia 18, pelas 21h30 na Bertrand do Bragaparque, em Braga TEMA: “O Impacto da Crise: Na Vida das Pessoas” Prof. Ângela Maia – Escola de Psicologia TEMA: “O Impacto da Crise: No Emprego Jovem” Prof. Ana Paula Marques – Instituto de Ciências Sociais 2º tertúlia decorrerá no dia 23, pelas 21h30 na Casa Amarela, em Guimarães TEMA: “O Impacto da Crise: Nas Empresas” André Costa – EDIT VALUE.

> > 17 ABRIL ‘13

Seminário “O Capital da Juventude” Campus de Gualtar, em Braga

> 18 a 23 ABRIL ‘13 Tertúlia “ A Crise” Braga e Guimarães

> 30 ABRIL e 2 MAIO ‘13 Curso a Semente | I Have The Power Braga

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CULTURA o tempo dos coldinger passa de maneira diferente Um disco marcado pelo tempo, quando o tempo é a marca da banda que conta já 14 anos de vida. Os Coldfinger regressam com “The Seconds” e contá-los, a todos esses segundos que passaram nestes 14 anos, torna-se tarefa difícil. JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt

Os Coldfinger são um caso (talvez raro) de uma banda que conseguiu criar um público fiel que nunca se desliga do fenómeno. Passam anos sem lançamentos de

novos discos e o clima de euforia aquando do anúncio de novo lançamento mantém-se. “Sabemos que conseguimos o nosso público e isso enche-nos de orgulho”, assume Miguel Cardona, uma das metades do Coldfinger. O público re-

jubila de alegria (confiamos nós) com a edição de “The Seconds”, é o novo disco da dupla que, juntamente com os cúmplices do costume, decidiu trazer o tempo para mote de conversa. “Os 14 anos que já ultrapassamos é um período de tempo DR

alargado, mas a vivência da banda não se esgota nesse tempo todo. Para nós, parece que está sempre tudo a começar. Não há um cansaço pelo processo”, revela Miguel Cardona, dias antes da edição do disco. “O tempo nos Coldfinger passa de maneira diferente”. O tempo dos Coldfinger “The Seconds” foi editado no início desta semana e ao longo dos 9 temas o peso do tempo é coisa que não se sente. “Há um conjunto de abordagens que são novas para nós. Há facetas novas que se revelam. Em cada disco descobrimos sempre algo novo”, revela Cardona, fazendo alusão ao caldeirão de estilos que marca este novo álbum. “Coldfinger é sempre um ponto de partida, nunca um ponto de

chegada. O prazer de compor é a marca dominante a todos os nossos processos, mas, naturalmente que vamos acrescentando novos registos, novas tendências, novas influências”, revela o músico. Por isso não é de estranhar que, a dada altura, os temas soem mais jazzy, outros mais eletrónicos, outros mais intimistas. “Tudo isso é Coldfinger, o disco é muito sólido e coerente, há abordagens ritmícas novas e uma aposta na base instrumental bastante forte”, revela Miguel Cardona. A banda vai agora apresentar o disco ao vivo e contará com uma presença visual e multimédia muito forte, a mostrar uma nova tendência da dupla. A mostrar que, apesar do tempo, há coisas que vão surgindo e que vão acrescentando vida à vida dos Coldfinger.

SALA DE CINEMA

um encanto em terrenos pantanosos CÉSAR CARVALHO z5@sapo.pt

Parece-me fácil explicar a presença nada consensual de Bestas do Sul Selvagem nos Óscares 2012, sendo este um trabalho independente, de um país habituado a grandes produções, e suplantando no lugar dos nomeados outros eventuais favoritos. O filme de Benh Zeitlin toca nos assuntos certos (para os olhos do público comum) com um tom invulgar nos dramas americanos: consegue ser, ainda que mergulhando na fantasia, por advento da personagem central, a criança, mais realista que a maioria das “imposições novelescas” da máquina de Hollywood. Consentindo o apelo dos puristas chamar-lhe-ei de “realismo mágico”. O filme surge como adaptação da peça “Juicy and Delicious” de Lucy Alibar.

Hushpuppy e o seu pai, Wink, vivem num pedaço de terra húmida, isolado de tudo o resto, ao qual carinhosamente chamam de ‘Banheira’. O realizador ousou (e bem) em transformar a ‘Banheira’ numa terra fabulística, de gente puramente alegre por força da separação com o resto da sociedade (“the dry world”, como chama Hushpuppy). A tragédia que desola o local dá o impulso para a perso-

nagem central ser, de facto, a centralidade de toda a mensagem de coragem que o filme transporta. O arrojo visual de Benh Zeitlin no seu filme de estreia dá ao relato um clima de proximidade; a câmara treme e desfoca-se, quiçá da insegurança com que compartilha as aventuras, acompanhando quase pela mão a pequena heroína. A música prende-se na notas mais agudas, mas nunca

expelindo por si melancolia, a não ser em conjunto com o olhar inocente de Quvenzhané Wallis e as suas expressões subtis. A relação pai-filha é também um triunfo que se desmarca: a dureza da educação e o carinho que espreita nos momentos críticos constroem, por si só, comoção suficiente para entendermos aquele como um retrato fiel. A jovem sonhadora invoca continuamente a memória da sua mãe. Mas a força que a move parece ultrapassar qualquer memória, qualquer ensinamento que o pai, doente, insiste em transmitir; parece vir de um espírito demasiado grande para o corpo que o carrega. E aqui surge à memória A Viagem de Chihiro (2001), talvez a mais imponente obra de animação já feita, onde se pode atribuir muito do espetro inventivo e corajoso de Chihiro à personagem de

Bestas do Sul Selvagem. No raro cinema americano verdadeiramente independente, são ainda mais escassos os exemplos que se apresentam como consistente alternativa à fábrica repetitiva de Hollywood, já tão massacrada quanto citada. Um Benh Zeitlin triunfante estreou-se com uma amostra de modéstia e, simultaneamente, de irreverência, empregando uma missão de superação nas entrelinhas.

Realizador: Benh Zeitlin Elenco: Quvenzhané Wallis, Dwight Henry, Levy Easterly Estreou em Portugal: 14/02/2013 Nacionalidade: Americano Pontuação: 4/5


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RUM BOX

AGENDA CULTURAL

TOP RUM - 15 / 2013

14 ATOMS FOR PEACE Before your very eyes

BRAGA

1 YEAH YEAH YEAHS Sacrilege

15 CALIFORNIA WIVES - Tokyo

12 ABRIL

MÚSICA

16 CAT POWER - Ruin 2 NICK CAVE & THE BAD SEEDS We no who u r 3 DEOLINDA - Seja agora 4 LUÍSA SOBRAL - Mom says

17 DEPECHE MODE - Heaven 18 DJANGO DJANGO Hail bop 19 RODRIGO LEÃO The long run

5 FOXYGEN - No destruction 6 MIRALDO - The ancient days

19 e 20 de Abril XXIII FITV – Bracara AugustaFestival Internacional de Tunas Unversitárias Theatro Circo

20 ADAM GREEN & BINKI SHAPIRO Just to make me feel good

7 TAME IMPALA - Elephant

EXPOSIÇÕES Até 12 de Maio Fotografia – “Dear Stories” Museu da Imagem

12 de Abril a 15 de Maio Exposição no âmbito dos 500 anos da Santa casa da Misericórdia Helder de Carvalho – “Rostos e Pessoas” Casa dos Crivos

19 de Abril A JIGSAW Café Concerto

GUIMARÃES

FAMALICÃO

MÚSICA Todas as quartas-feiras JAZZ4 – Escola de Jazz do Porto Café concerto

DANÇA 20 de Abril 27 OSSOS – Tânia Carvalho CCVF

TEATRO 15, 16, 17 e 18 de Abril V Mostra de Teatro Escolar de Famalicão Casa das Artes

LEITURA EM DIA

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

8 DIABO NA CRUZ - Luzia 9 ALT-J - Breezeblocks

POST-IT 15 abril > 19 abril

10 ORLANDO SANTOS For real (electric mood) 11 PALMA VIOLETS Best of friends

LONG WAY TO ALASKA Air QUEENS OF THE STONE AGE My God Is The Sun

12 RHYE - The fall 13 WHY? - Jonathan’s hope

THE KNIFE A Tooth For An Eye

1 - A Garça de Giorgio Bassani - Quetzal. Um dos grandes romancistas italianos do séc.XX e a releitura do velho mito do caçador e a presa, neste caso a perseguição ideológica durante o fascismo italiano. 2 - O Colonialismo Nunca Existiu! de Gabriel Mithá Ribeiro - Gradiva. A “interpretação” pessoal da presença do homem branco em África/Moçambique tendo

como referenciais os autores clássicos da Sociologia. 3 - Metamorfose à Beira do Céu de Mathias Malzieu - Bertrand. O mito de Ícaro, o que desafio os Céus, e a queda trágica; apesar de tudo, um hino ao amor. 4 - O Pretoriano de Simon Scarrow - Saída de Emergência. A saga de Marco e Cato, heróis desprendidos, numa Roma

a abarrotar de conspirações contra o Imperador Cláudio.

5 - O Pai Mais Horrível do Mundo de João Miguel Tavares - Esfera dos Livros. É, sim senhor, o pai mais horrível do mundo, mas é, também, o Pai mais Amoroso do Mundo.

CD RUM

bombino “nomad”

ABEL DUARTE abel.duarte@rum.pt

O compositor e guitarrista tuareg Omara “Bombino” Moctar é sem dúvida um homem de reconhecidos talentos. Apesar da “sombra” provocada pelos aclamados da world music Tinariwen, conseguiu a proeza de obter destaque internacional. Para tal, viajou até Nashville, onde encontrou o estúdio de Dan Auerbach que se di-

ponibilizou também para a produção de “Nomad”, o seu novo disco. Oriundo dos arredores de Agadez no Niger, Bombino faz parte de uma tribo tuareg que se viu obrigada a recorrer ao exílio por diversas vezes devido à luta travada com o governo em defesa dos deus direitos. Foi na adolescência e durante o exílio na Líbia e também na Argélia que aprendeu a tocar guitarra, depois de assistir repetidamente a vídeos

de Jimmy Hendrix e Mark Knopfler, disponibilizados pelos seus amigos. Trabalhando regularmente como músico e também como pastor no deserto, perto de Tripoli, Bombino passou imensas horas sozinho a observar os animais e a praticar guitarra. Depois de regressar definitivamente ao Niger, lançou em 2011 “Agadez”, o disco que despertou a atenção de diversos músicos, entre eles, Dan Auerba-

DR

ch dos The Black Keys. Estava dado o grande passo para a sua carreira internacional, tornando-se assim um dos maiores embaixadores de

África. Vai andar em digressão pelos Estados Unidos em Maio e em Agosto chega a Portugal para tocar no Festival Paredes de Coura.


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DESPORTO

campeonatos nacionais universitários arrancam na beira interior com “cheiro” a medalhas para o minho

FILIPA SANTOS SOUSA filipasantos_sousa@hotmail.com

No ano passado, a academia minhota serviu de palco à realização das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s). Desta vez, o maior evento nacional de desporto no ensino superior tem lugar nas cidades da Covilhã, Fundão e Belmonte, entre os dias 15 e 25 de abril, cabendo a responsabilidade da organização à Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), sob a égide da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU). São esperados cerca de 2200 participantes, em representação de 31 clubes, provenientes de todo o país. A Associação Académica da Universidade

do Minho (AAUM) vai, uma vez mais, marcar presença nas modalidades de: andebol (M); basquetebol (M/F); futebol (M); futsal (M/F); hóquei (M); rugby 7s (M) e voleibol (M/F). Após terem deixado uma boa imagem na fase de apuramento, os atletas minhotos têm agora a possibilidade de alcançar o tão almejado ouro. As equipas de andebol, futsal e basquetebol masculino partem para esta competição com o intuito de renovarem os títulos conquistados. A prestação da formação de Gabriel Oliveira (treinador de andebol masculino) é envolvida por uma grande expectativa, uma vez que a AAUM não deixa escapar o campeonato há alguns anos. Já os jogadores de futsal têm os olhos postos no tetra. De entre o núcleo vencedor, a tarefa dos atletas de basquetebol apresenta-se como a mais difícil, dado o equilíbrio existente entre os diversos opo-

nentes. No voleibol feminino, as possibilidades em conseguir-se um bom resultado são bastante plausíveis. Como as as atuais campeãs em título se encontram afastadas da prova, as representantes

da Universidade do Minho (UM) são apontadas como favoritas. Também é de esperar uma performance positiva da equipa de futsal feminino, que no último torneio de apuramento venceu a campeã, Associação Académica

de Coimbra (AAC). Para além da vertente coletiva, a Beira Interior vai receber ainda os campeonatos nacionais universitários de atletismo de estrada e o Torneio Nacional Universitário de Patinagem Artística. PUB


organização

apoios

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