ACADÉMICO 201

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Laborinho Lúcio em grande entrevista

campus

reportagem

Binte Show Celta: “Duas noites de boa música, espetáculo e espírito académico”

Mobilidade ou imobilidade no campus da UMinho?

ABSTENÇÃO EM CRESCENDO NA NOITE DA REELEIÇÃO DE CARLOS VIDEIRA

Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 201 / ANO 9 / SÉRIE 5 QUARTA-FEIRA, 04.DEZ.13

ACADÉMICO EM PDF

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FICHA TÉCNICA

SEGUNDA PÁGINA

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // quarta-feira, 04 dezembro 2013 / N201 / Ano 09 / Série 5 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Carvalho, Adriana Couto, Alexandre Rocha , ana Pinheiro, Ana Rita Carvalho, bárbara Araújo, Bárbara martins, Bruno Fernandes, Catarina Hilário, Cátia Silva, César Carvalho, Clara Ferreira, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Pardal, Francisco Gonçalves, Inês Carrola, Joana Videira, João Araújo, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Roda, márcia Pereira e Sara Ferreira, Sara Silva, Tomás soveral. // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

04.DEZ.13 // ACADÉMICO

BARÓMETRO

EM ALTA

Carlos Videira A vitória da sua lista, apesar da esmagadora abstenção, é inegável e traduz uma clara vontade de continuidade por parte dos estudantes (pelo menos dos que se quiseram dirigir às urnas de voto). 81% representam uma palavra de confiança, de alento para a nova direção que começa um novo mandato já no próximo ano. Importante agora retribuir este voto de confiança.

NO PONTO

EM BAIXO

Laborinho Lúcio Sempre lúcido de pensamento, o presidente do Conselho Geral da UMinho traça uma rota cronológica do que deve ser feito no Ensino Superior em Portugal. Ex-ministro da Justiça, Laborinho Lúcio não se exclui de fazer alguns comentários de actualidade e sublinha o respeito que deve existir pelas decisões do Tribunal Constitucional. Não é preciso ser lúci(d)o para se acertar na análise.

Abstenção nas eleições AAUM 88% dos estudantes da Universidade do Minho alhearam-se do processo eleitoral que definia quem seriam os seus representantes durante o próximo ano. Penso, uma vez mais, que a culpa não pode morrer solteira. Nem as listas quiseram ir de encontro aos estudantes, nem estes ousaram perceber afinal quem oferecia os brindes. De lamentar!

campanha de recolha de brinquedos “deixe um sorriso” regressa a uminho bárbara araújo barbarasilvaraujo@gmail.com

Está a decorrer a Campanha de Recolha de Brinquedos “Deixe um sorriso”, que teve o seu início no passado dia 27 de novembro e terminará no próximo dia 20 de dezembro. A campanha já conhecida no seio da Universidade do Minho, com a responsabilidade dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) em cooperação com a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e a Associação de Antigos Estudantes da Universidade do Minho (AAEUM), conta com a colaboração de toda a comunidade académica da UMinho como também com pessoas externas à Academia para a angariação de brinquedos novos e/ou usados, que posteriormente serão recolhidos e direcionados para as instituições de crianças carenciadas. Todos os interessados na campanha podem participar, deixando o seu contri-

buto nos Complexos Desportivos Universitários de Azurém e Gualtar, entre as 08h00 e as 23h00, pelo que, em troca, será facultado a todos aqueles que não são utentes nos serviços desportivos da UMinho, uma experiência desportiva sem qualquer custo, de forma a promover hábitos de uma vida saudável. Sob a égide do lema “Deixe um sorriso”, esta campanha tem como objetivo ajudar as crianças carenciadas, que pelas condições em que vivem, não têm ninguém que lhes ofereça um brinquedo no Natal, proporcionando assim um “sorriso”. A ação de solidariedade terá como patronos Humberto Gomes (atleta internacional de Andebol, guarda-redes no ABC e estudante de Engenharia Civil da UMinho) e Melissa Antunes (jogadora internacional de futsal e estudante do mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário na UMinho) para ajudar no sucesso desta campanha. As instituições que serão

beneficiadas com a ação em causa serão: o Centro Comunitário de Solidariedade e Integração Social “Fraterna”, em Guimarães; a As-

sociação Teatro e Construção, em Famalicão; a CAT Rebelo Duarte de Vieira do Minho, da Misericórdia de Vieira do Minho; o Institu-

to Juvenil Maria Imaculada, em Braga; o CCS Santo Adrião, em Baga; por fim, a Cruz Vermelha Portuguesa, em Braga.

CAMPANHA RECOLHA DE BRINQUEDOS


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LOCAL

binte show celta: “duas noites de boa música, espetáculo e espírito académico”

SARA SILVA sara.daniela.gs@gmail.com

A XX edição do Certame Lusitano de Tunas Académicas - o CELTA - realiza-se já nos próximos dias 6 e 7 de dezembro, pelas 21h30, e terá lugar no Theatro Circo. Este conhecido festival minhoto, organizado como sempre pela Azeituna, tem, este ano, o tema de “Azeiteiro” e levará a palco e a concurso tunas como a Hinoportuna do Instituto Politécnico de

Viana do Castelo, a Magna Tuna Cartola de Aveiro, entre outras. Segundo Emanuel Gouveia, elemento da organização, o CELTA de 2013 trará “a boa disposição e o sentido de humor” já próprios do festival e pretende, através do seu tema e, claro, de todo o espetáculo preparado, “transmitir a maneira de estar alegre e irreverente da Azeituna”, uma vez que se trata já da sua XX edição, uma data assinalável. Para além disso, diz que esta edição tem como objetivo “aproximar

os alunos universitários do centro da cidade”, dando-lhes a conhecer “um novo espaço cheio de potencial”, a Toca. Este elemento da organização do evento assegura também que haverá algumas surpresas relacionadas com o insólito tema “Azeiteiro”. “Desde que o CELTA tem um caráter temático procura criar-se para cada edição um ambiente diferente relacionado com o tema. Por exemplo, quando o tema foi «Brasil», trouxemos cá uma escola de samba.” disse, em declarações ao ACADÉMICO, adiantando ainda que as surpresas preparadas para os presentes poderão ser deduzidas através do cartaz do espetáculo e do nome que lhe foi dado: Binte Show CELTA. Quanto a expectativas em relação a esta edição, estas estão em alta, sendo esperado “encher o Theatro Circo, como já aconteceu em edições anteriores”. “Não podemos pedir mais que isso mas também não esperamos menos, visto que já conseguimos atingir essa

meta anteriormente” acrescentou Emanuel. Os interessados em assistir a este espetáculo, que junta anualmente em Braga tunas oriundas de todo o país,

podem adquirir bilhetes no próprio Theatro Circo, bem como nas lojas Fnac e na Bilheteira online, sendo que os seus preços variam entre os 6 e os 9 euros.


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ESPECIAL ELEIÇÕES AAUM’13 carlos videira reeleito numa noite onde abstenção chega aos 88% daniel vieira da silva daniel.silva@rum.pt

Carlos Videira foi o escolhido pelos estudantes da Universidade do Minho para presidir os destinos da Associação Académica no próximo mandato. O estudante continua assim à frente dos destinos da AAUM. Foi numa noite fria, onde os apoiantes e imprensa foram obrigados a ficar à porta do CP II e com apenas dois graus de temperatura, que os alunos da academia minhota ficaram a conhecer aqueles que serão os seus representantes no mandato do próximo ano. Para além dos 81,26% que sustentam a vitória do atual presidente, importante salientar o elevado número da abstenção: 88%. Uma vez mais os estudantes voltaram a demonstrar alheamento em relação a este importante ato eleitoral. Dos 18207 alunos, apenas 2201 votaram, o que revela o desinteresse manifestado pelos estudantes.

Dos 2201 eleitores, 1656 depositaram a confiança em Carlos Videira e na lista A, valor esse que representa 81,26%. Com menos 1430 votos ficou a lista B, liderada por Luis Masquete, do Movimento AGIR. Esta lista ficou-se pelos 11,09%. Em último na contagem aparece Edgar Carvalho, da lista C, que obteve 156 votos que correspondem a 7,65% do universo de eleitores. 115 votos em branco e 48 nulos fecham o leque de boletins legíveis na votação para a direção da AAUM. Voltemo-nos para a Mesa da reunião Geral de Alunos. A nova presidente é Catarina Lima que arrecadou, com a sua lista D, 1101 votos, equivalente a 64,5%. A lista E, liderada por Inês Sampaio, ficou-se pelos313 votos (18,34%). Por último, a lista F, onde Ricardo Rego era o candidato a presidente, obteve 293 votos, o equivalente a 17,16%. Para o Conselho Fiscal e Jurisdicional, os resultados,

Momento em que foram revelados os resultados

obtidos através da aplicação do método de Hondt, deram a vitória à lista G, comandada por João Alcaide que elege assim 7 estudantes para o órgão. esta lista obteve 1128 votos, o equivalente a 65,20%. A lista H juntou 307 votos (17,75%) e a lista I 295 votos (17,05%) e elegeram um estudante cada um, ou seja, Eduardo Velosa pela lista H e Claúdia Sousa pela lista G.

Estão, desta forma, eleitos os novos representantes dos estudantes para o novo mandato. Sabe o ACADÉMICO que a tomada de posse, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, poderá realizar-se ainda durante o ano de 2013, algo que irá permitir o início dos trabalhos com maior brevidade. Nessa altura, a nova direção promete “renovar projetos e compromissos”, afirmou o

presidente, Carlos Videira. O estudante de mestrado em Direitos Humanos falou num resultado “muito positivo de uma maioria expressiva”, enquanto que Luis Masquete, da lista B, sublinhou “que continua a haver um enorme distanciamento” entre alunos e AAUM. Edgar Carvalho, da lista C, não esteve presente, nem disponível para abordar os resultados

Situação inédita: Os estudantes e imprensa, que desejam saber os resultados, foram obrigados a esperar à porta do CP II


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“estamos muito satisfeitos e consciencializados da responsabilidade que este resultado acarreta” ana pinheiro anafilipapinheiro1@hotmail.com

Qual a primeira reação aos resultados? Acho que é um resultado muito positivo, estamos muito satisfeitos e consciencializados da responsabilidade que este resultado acarreta para esta lista. Há uma maioria expressiva que se expressou no sentido de que os projetos da lista A são os melhores projetos para dar continuidade ao trabalho de crescimento consolidado da AAUM. Disse várias vezes na campanha eleitoral que este seria um momento de julgamento daquilo que tivesse representado o trabalho no mandato de 2013. Relativamente à abstenção, como se interpreta estes números tão elevados? Sim, são muito elevados. Entendo que a Lista A fez o seu trabalho ao longo da campanha eleitoral, apresentando ideias, apresen-

tando projetos e foi a única lista apresentou um programa eleitoral, manteve em termos absolutos o número de votos da anterior eleição, em termos relativos aumentou em 20%. Certamente o facto de não terem sido apresentadas alternativas credíveis e que não tenham sido apontados caminhos alternativos no que diz respeito ao futuro da associação contribuiu para este elevado nível de abstenção. Continuará a ser importan-

te a intervenção dos alunos, principalmente nas RGA’s? A reunião geral de alunos é muito importante, esta atual direção reconheceu-a e foi por isso que ao longo deste mandato de 2013 houve seis reuniões gerais de alunos, algo que já não acontecia há muito tempo e três delas foram requeridas extraordinariamente pela direção da associação académica e teve níveis de participação record. É um compromisso que mantemos para 2014.

“temos uma aaum eleita por uma minoria” daniel mota danielmotap@gmail.com

“Acima de tudo temos de realçar os números da abstenção que subiram em relação ao último ano. Como abordamos na campanha, o AGIR não vê as eleições como um fim em si. Tivemos a noção que, durante a campanha e o ato eleitoral, os alunos estiveram mais abertos a este tipo de informações, mas continua a haver um enorme distanciamento, o que se reflete na abstenção. Temos, uma vez mais, uma associação académica que é eleita por uma minoria. Em relação aos resultados do AGIR, o número de votos aumentou comparativamente aos anos anteriores. Durante a campanha conseguimos chegar a vários colegas que demonstraram o seu interesse em fazer parte do nosso grupo e participar e daí convocamos uma reunião para a próxima sexta-feira com

joão alcaide lidera conselho fiscal e jurisdicional

catarina lima é a nova presidente da rga daniel mota danielmotap@gmail.com

“Foram resultados muito positivos. Tivemos maior percentagem de votos do que no ano passado, mas a percentagem de abstenção continua a ser grande. Conseguimos mobilizar algumas pessoas para votar, sendo que os votos brancos continuam a ter um resultado elevado. Este orgão vai continuar a tentar mobilizar o máximo de estudantes, continuando a trabalhar da mesma maneira até agora, prevendo uma revisão estatutária. A participação nas RGA’s tem sido baixa e abaixo das expectativas. Temos

de chamar mais alunos, porque existe um desconhecimento em saber os pode-

muitos ativistas fora do grupo que se querem integrar. Não deixa de ser curioso que, no ano passado, as duas listas de continuidade disputavam quase o mesmo número de eleitores. Este ano a lista que foi reeleita não conseguiu aumentar o mesmo número de votos, muito pelo contrário, diminuíram, o que significa que alguma coisa não bate muito certo. Fazemos um balanço muito positivo desta campanha e foi um orgulho ser representante deste movimento e dar a cara por todos os ativistas que dele fazem parte. Agora, é necessário colocar em prática um plano de ação. Ao contrário da atual AAUM, o nosso plano enquanto movimento dura durante todo o ano letivo, e durará enquanto não conseguirmos tomar a associação por parte dos alunos.”

res da RGA, que é um dos órgãos máximos de uma Universidade.” ana pinheiro anafilipapinheiro1@hotmail.com

Qual o sentimento depois de saber que é a lista vencedora? Uma reação de grande satisfação, é um excelente resultado que nos permite obter sete mandatos para este mandado. É um ótimo resultado que nos vai permitir fazer um trabalho com serenidade, de tranquilidade, sempre num quadro de cooperação com os vários órgãos da AAUM.

De que forma será a relação com dois membros das outras listas? A relação será sempre a melhor. O CFJ tem uma característica muito particular relativamente aos demais órgãos, que é a de ser um órgão de rigor, de competência, de transparência e de clareza na sua intervenção. Portanto independentemente da lista vencedora, que obteve um maior número de mandatos, a cooperação será sempre a maior entre os membros do CFJ.


CAMPUS PÁGINA 06 // 04.DEZ.13 // ACADÉMICO

cultura da uminho brilha em mais uma récita CLARA FERREIRA clarasofiaf@gmail.com FRANCISCO GONÇALVES francisco.mog14@gmail.com

“Portugal por um fio” foi o mote orientador de mais uma “Récita do 1º de dezembro”, uma tradição cultural bracarense recuperada pela AAUM que teve lugar no passado dia 30 de novembro e que reuniu, no palco da Sala Principal do Theatro Circo, os diversos

grupos culturais da Universidade do Minho. Reza a história que, a 1 de dezembro de 1640, um grupo de quarenta conjurados conseguiu pôr fim a 40 anos de domínio espanhol sobre território nacional, devolvendo a independência e a soberania aos portugueses. Esta revolta contra o poder filipino instituído teve um forte apoio por parte da população de todo o país, e os bracarenses não foram exceção. De facto, a história conta-nos que os primeiros, na altura, a dar as boas-vindas ao

novo rei D. João IV foram os estudantes do Colégio de S. Paulo, que saíram à rua com o intuito de comemorar a restauração da independência. Foi assim que surgiu o cunho académico que é hoje associado às comemorações evocativas da restauração da independência na cidade dos Arcebispos. Uma tradição que os estudantes minhotos, representados pela respetiva associação académica, desejam manter e enaltecer ano após ano. O evento contou com a presença, entre outros, do magnífico reitor António Cunha,

do presidente da AAUM, Carlos Videira e da Papa da Academia Maria Canelas, e brindou todos os presentes com um misto de sensações que só o verdadeiro ambiente académico pode incutir. Em entrevista ao ACADÉMICO, António Cunha, referiu que “estas atividades demonstram a força da Associação Académica, que mistura cultura com boa disposição. Neste espetáculo evidenciam-se grupos culturais da universidade uns “mais recentes, outros menos experientes, gostei muito do espetáculo em ge-

ral”, concluiu. Já Carlos Videira considera este evento como “prova de vitalidade dos alunos da Universidade do Minho. Festejando este dia, relembramos a forma como os estudantes festejaram, à época, esta data. Este evento diferencia a nossa academia, que tem um espírito académico singular”. Acrescentou também que “para já não foi possível sentir o desaparecimento do feriado [uma vez que o evento se realizou num sábado], mas esperamos não o sentir no próximo ano”.

spin-off da uminho lança livro com o músico filipe pinto inês carrola ineshitv@gmail.com marta roda marta-roda18@hotmail.com

No passado dia 5 de novembro, pelas 14h30, o projeto “O Planeta Limpo do Filipe Pinto” foi apresentado no auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). O vencedor do programa “Ídolos” mostrou a ferramenta pedagógica que inclui CD, DVD, livro e jogo virtual. O ACADÉMICO esteve à conversa com Narciso Mo-

reira, um dos dois autores do livro, para descobrir mais sobre esta obra e a história por detrás dela. Segundo Narciso Moreira, “este projeto surgiu após algumas conversas entre a Betweien e o Filipe Pinto, em que decidimos juntar as competências do Filipe ao nível musical, mas também enquanto Engenheiro Florestal, com a experiência ao nível pedagógico e educativo da Betweien.” Com a obra, é possível incentivar, não só as crianças, mas também jovens, educadores e encarregados

de educação a preservar o ambiente, tendo em principal atenção 4 aspetos: água, solos, florestas e reciclagem “Juntamos 4 temas que acabam por estar interligados. Criamos 4 ambientes. Criamos 4 mundos. Mais do que isso criamos sobre estes temas, um livro, um jogo, um dvd e um cd”. A constante preocupação ambiental é a mensagem que se tenta transmitir, e “muitas vezes basta um pouco de cuidado e atenção e poderemos ajudar a manter o nosso planeta mais limpo”. O trabalho árduo de 10

meses, e com muitas pessoas envolvidas, deixou os leitores satisfeitos. Perante o lançamento do livro e do jogo, as reações têm sido muito positivas, devido às ilustrações e personagens. Nesta primeira fase do projeto, Narciso afirma que “o Filipe Pinto aparece numa abordagem menos convencional, demonstrando toda a sua versatilidade.” A segunda fase será lançada em Dezembro. O projeto, que está, neste momento, em “fase inicial” conta com uma versão escrita, em livro, e uma versão

didática, na forma de um jogo. No entanto, o CD e DVD irão ser lançados num futuro próximo. Entretanto, Filipe Pinto e Narciso Moreira, autores deste projecto infantil, continuam a apresenta-lo junto dos mais pequenos, inspirando-os a tomar decisões sensatas de forma divertida!


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mobilidade ou imobilidade no campus da uminho? ANA RITA MAGALHÃES anarita-magalhaes@hotmail.com

problemas, tive de ir ao CP I quando estava a ter aulas no CP III.

Na semana em que se celebra o dia internacional das pessoas com deficiência (3 de dezembro), na Universidade do Minho, Bruno Lameiras tem 20 anos e frequenta o 3º ano do curso de Engenharia Biomédica. É paraplégico, frequentou a praxe, é praxante e membro da Ordem Profética da UM. O ACADÉMICO quis saber qual a sua opinião em relação à mobilidade no campus.

Alguma vez tentaste chegar a tua opinião até às entidades competentes? Há um gabinete de apoio à deficiência e eles são bastante acessíveis. Sempre que preciso vou falar com eles.

Como classificas a UM quanto à facilidade de acesso para pessoas com mobilidade reduzida? A universidade não está muito má. O problema da universidade não são os edifícios, mas sim o sítio onde está construída, porque ela está construída numa montanha e para pessoas como nós é um bocado difícil. Para ir para a cantina, por exemplo, é um bocado complicado porque não posso usar as plataformas que sobem as escadas porque estão avariadas. Tenho de andar por dentro dos edifícios e demoro bastante tempo. Além disso, o CP III não tem casas de banho adaptadas. Isso já me trouxe

Quando tens aulas em pisos superiores, utilizas o elevador? Sim utilizo, mas há outro problema. No CP III o elevador costuma estar muitas vezes avariado.

Quais as maiores falhas? As plataformas avariadas e a falta de casas de banho adaptadas no CP III são, certamente, as falhas que acho mais evidentes.

E como solucionas essas situações? Tenho de pedir à professora para mudar de sala. Houve uma vez que fiquei preso lá em cima no CP III e tiveram de ser os seguranças a pegar em mim para me trazer cá para baixo. Como já referiste, tens muita dificuldade em chegar à cantina. Vais sempre almoçar à cantina, ou por vezes optas por não ir por não con-

seguires chegar lá? Consigo chegar à cantina, mas não consigo entrar pelo sítio normal, tenho de ir pelo Restaurante Panorâmico. Depois de estar lá, peço a alguém da cantina ou a um colega meu para me pegar no tabuleiro e levar-me à mesa.

Bruno Lameira denuncia algumas barreiras físicas na UMinho

Já tiveste algum acidente ou dificuldade grave dentro da UM? Não, até agora nunca aconteceu nada. Quais as melhorias que a teu ver poderiam ser feitas? Era construir pelo menos uma casa de banho no CP III, para quando eu ou outra pessoa precisasse de ir, não ter de ir a outro CP para ir à casa de banho. E as plataformas estarem a funcionar para não ter de dar tantas voltas para chegar à cantina. Demoro cerca de 20 minutos a chegar do CP II à cantina. Além disso, pelo que me disseram se as utilizasse alguma vez não as iria querer utilizar mais porque já houveram pessoas a ficar lá presas porque aquilo tem falta de manutenção e está à chuva. Sabendo que a frequentaste, como foi a tua praxe? Eram adaptadas, como não

podia encher, tinha de rodar os braços, por exemplo. Mas basicamente fiz tudo o que os outros faziam. Fiz todas as praxes, exceto o “caloiro ao molho”. O ACADÉMICO foi ao encontro de outros estudantes para saber a sua opinião quanto à mobilidade no campus para pessoas com mobilidade reduzida. Para Leandro Pereira, aluno do 1º ano de Sociologia, não há

muitos problemas, mas plataformas que sobem as escadas fazem bastante falta. “Isso já deveria ter sido tratado”, sublinha o estudante. David Rocha, também de Sociologia, considera que as avarias nos elevadores são bastante prejudiciais, até porque. Carina Marinho, do 2º ano de História, considera a mobilidade “bastante restrita. Não há mobilidade fundamentada na UMinho”, atira a estudante.


CAMPUS PÁGINA 08 // 04.DEZ.13 //ACADÉMICO

“uma fé que pensa, uma razão que crê” DIOGO PARDAL diogo_oliveira_pardal@hotmail.com

O ACADÉMICO esteve nesta semana à conversa com Sofia Pereira e Raquel Antunes, responsáveis do Grupo Bíblico Universitário de Braga, núcleo que tem registado um agradável crescimento, tanto em Braga,

como a nível nacional. “Somos um grupo de estudantes que acreditamos em Deus, mas não somos de maneira nenhuma um grupo restrito. Estamos abertos a várias questões, e pessoas que não acreditem em Deus podem com certeza fazer parte do GBU. Este grupo existe não só aqui em Braga, mas também a nível nacional, e aqui em Braga já existe

desde os anos 90”, começou por salientar Sofia Pereira. Raquel Antunes continuou dizendo que o grupo tem vários polos espalhados pelo país, nomeadamente nas grandes cidades, como Braga, Lisboa, Porto, Coimbra, entre outras. No que toca aos objetivos do GBU Braga, Raquel Antunes refere que “um dos principais objetivos do grupo

é alcançar estudantes para Cristo, isto é, evangelizar estudantes e fazer com que eles se voltem para Cristo”, e continua dizendo “neste capítulo da evangelização, pretendemos realizar uma ou duas iniciativas evangelistas neste ano, nomeadamente palestras sobre temas atuais, que achamos interessantes e pertinentes, para chamar mais estudantes, que mesmo não acreditando em Deus, podem vir assistir”. Sofia Pereira sublinha que o GBU tem dois lemas principais: ‘Estudantes alcançando estudantes’, isto é, fazer com que estudantes que conheçam a Cristo façam passar a palavra a outros; e ‘Uma fé que pensa, uma razão que crê’, porque querem mostrar que a fé e a razão se podem relacionar. “Temos um caso muito interessante de uma aluna de medicina, ou seja ligada à ciência, área que constantemente põe em causa a existência de Deus, que quis conhecer o grupo, e então passou a acreditar após a entrada no grupo”, concluiu Sofia Pereira. Quando questionada sobre a evolução do GBU Braga, Raquel Antunes reitera com um sorriso que “nestes cinco anos o grupo tem crescido de forma notória e é ótimo saber que há várias

pessoas que têm um compromisso com Deus e que lutam para fazer os outros conhecerem Deus”. Sofia Pereira é da opinião que a maior afluência dos estudantes ao GBU Braga depende somente deles, é uma decisão pessoal. “Nós fazemos o nosso trabalho, distribuímos cartazes, com o título ‘Integra-te’, pelos vários CP’s, divulgamos as palestras pelo facebook, realizamos várias iniciativas para toda a comunidade escolar, entre outros instrumentos de divulgação do grupo, por isso divulgação não falta”, atirou Sofia Pereira. Por último, quanto ao local das reuniões, Raquel Antunes refere que “por opção nossa, decidimos realizar os estudos bíblicos no bar da cantina, onde as pessoas nos podem encontrar todas as quartas-feiras às 2 da tarde. Assim podemos transmitir às pessoas a ideia de que se trata de algo público e informal, e que todos podem participar”. O mote está dado, o GBU Braga é um grupo com objetivos bem vincados e que zela pela divulgação e evangelização da Palavra de Deus, e que pretende demonstrar que é possível um estudante viver conforme os propósitos de Deus.

primeiro festival, primeiro aniversário, três prémios ANA PINHEIRO anafilipapinheiro1@hotmail.com

A Tun’ao Minho – Tuna Académica Feminina da Universidade do Minho venceu o festival X FATFUBI - Festival Académico de Tunas Femininas da Universidade da Beira Interior com prémio de “Melhor Tuna”, “Melhor Solista e “Prémio Azul (tema do festival)”. Este festival foi organizado pela Tuna Feminina da Universidade da Beira Interior – As Moçoilas, que se realizou nos dias 16 e 17 de Novembro. Juntamente com a Tuna Feminina do Ipca (Barcelos), a In’Spiritus Tuna (Setúbal) e a Tuna feminina de Engenharia do

Instituto Superior Técnico do Porto, a Tun’ao Minho atuou para a cidade de Covilhã e festejou esta edição do festival, mostrando tanto o seu lado musical, durante as atuações feitas durante o fim-de-semana, como o seu lado celebrativo, entre convívios com as restantes tunas participantes. No que concerne à atuação, no mesmo dia, a Tun’ao Minho foi a terceira a entrar em palco e deu início ao espetáculo com uma música de solista – “Sol de Inverno” de Simone de Oliveira e no encadeamento da mesma, seguiu-se a Desfolhada da mesma autora, onde o público se revelou muito recetivo e caloroso.

A atuação seguiu com uma música de Quadrilha – “Ai caramba”, contou com uma

pequena peça de teatro referente à lenda de S. Martinho interpretado pelas caloiras e

terminou com o “Trém das Onze” de Adoniran Barbosa.

Satisfação evidente no final do certame


PÁGINA 09 // 04.DEZ.13 // ACADÉMICO

INQUÉRITO

O que acham do ACADÉMICO? Vera Soares considera o ACADÉMICO um jornal interessante apesar de admitir não ter tantas oportunidades quanto desejadas para o ler. “Quando tenho tempo pego no jornal e leio no CP 2”, afirma. A estudante do 3º ano salienta como notícias de maior interesse entrevistas a professores, essencialmente na sua área de estudo e que lecionem na escola de Psicologia. Aponta como temas de possível abordagem reportagens a associações académicas em crescimento como forma de divulgação: “Existem muitas associações culturais sem visibilidade por parte da comunidade estudantil e penso que o ACADÉMICO pode ser uma mais valia no sentido de as propagar”, conclui.

VERA SOARES 3º ano// PSICOLOGIA

cátia couto 2º ANO// ciências da comunicação

Cátia Couto é da opinião de que o ACADÉMICO “é um bom jornal, bem organizado” e assinala a qualidade dos seus organizadores e colaboradores. A estudante de Ciências da Comunicação admite um gosto pessoal por notícias insólitas e fora do usual, apontando como exemplo a reportagem sobre a explosão no departamento de Química da Universidade do Minho do mês passado admitindo ter sido uma notícia que captou a sua atenção. Perante sugestões, Cátia confessa não ter conhecimento de outros temas que possam ser pertinentes abordar, “porque os universitários têm vários interesses e não é possível agradar a todos”, afirma. A aluna, leitora habitual do jornal, sugere uma distribuição mais intensa nas residências universitárias pois são locais de grande concentração da comunidade estudantil e de uma maior disponibilidade para efetivamente o ler. Na perspetiva de Cátia Couto, o ACADÉMICO “deve continuar a fazer o mesmo trabalho”.

Carolina Moreira considera o ACADÉMICO um jornal de qualidade, sempre actualizado, que informa os alunos sobre o que de mais importante acontece na Universidade do Minho. Confrontada com o facto de este ser o único semanário académico do país, a aluna de Engenharia Biomédica mostrou-se surpreendida, “não sabia mas é sempre bom saber que a Universidade do Minho aposta na inovação e na diferença”. Como leitora regular, Carolina revela que lhe interessam, como na maioria dos entrevistados, as notícias relativas à área do seu curso e notícias “ligadas ao funcionamento da universidade”. Além disso, aponta que uma medida interessante para enriquecer o jornal, seria que a redacção acompanhasse casos de sucesso de ex-alunos da Universidade do Minho de forma a que os atuais alunos tenham “ideias para o futuro”. carolina moreira 1º ANO // ENG. BIOMÉDICA

VERA FERREIRA 3º ANO // CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

RUTE PIRES rutetpires@hotmail.com

silvana valente silvana.valente@hotmail.com

Na passada semana o ACADÉMICO lançou a edição 200, um marco importante na história deste que é o único semanário académico do país. Vera Ferreira considera o ACADÉMICO um jornal muito interessante que aborda vários temas académicos. A aluna de Ciências da Comunicação destaca o facto de ser impresso como algo positivo e recomenda uma atualização online de forma a complementar o jornal. Notícias referentes ao desporto académico e acontecimentos a nível da universidade são as notícias apontadas como prediletas no sentido em que não têm tanta visibilidade por parte de outros órgãos de comunicação social. A estudante, que acompanha semanalmente o ACADÉMICO, sugere notícias sobre novos estabelecimentos que possam abrir perto do campus, sugestões para os alunos que ficam de fim de semana e uma maior interação com a comunidade estudantil, “acho que deveria ser refletida mais a opinião dos estudantes”. Em relação à distribuição do jornal, Vera considera que “não faz sentido ter uma distribuição fora da universidade porque não teria rendimento”.

Sendo este um jornal realizado em prol da comunidade académica da Universidade do Minho, a opinião dos alunos é vital para se perceber qual o caminho a ser percorrido indo de encontro aos interesses dos mesmos. O ACADÉMICO esteve à conversa com os alunos de forma a perceber a sua opinião a respeito do jornal questionando-os acerca da regularidade com que o leem, as notícias de maior interesse e eventuais mudanças ou adições que possam ser feitas como forma de melhoramento.


PÁGINA 10 // 04.DEZ.13 // ACADÉMICO

ENTREVISTA

LABORINHO LÚCIO

Presidente do Conselho Geral numa grande entrevista ao ACADÉMICO/RUM e AAUMTV

“ESTÁ A CRIAR-SE UMA SITUAÇÃO PREOCUPANTE NO ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL”

daniel vieira da silva daniel.silva@rum.pt nuno cerqueira informacao@rum.pt

Como vê a situação ao nível de financiamento a que as universidades estão sujeitas? Com preocupação. Aliás, vemos todos com preocupação. E vejo-a assente em dois pilares fundamentais: Por um lado por uma perspecti-

va global do financiamento da universidade e, por outro, pela imprevisibilidade da disponibilidade financeira dirigida às universidades que não permite que estas programem e projectem algo ao longo dos anos. Ou seja, a quebra do financiamento que tem vindo a ser aumentada ao longo de cada ano é, desde logo, em si, algo de preocupante. As universidades não se excluem de fazer ajustamentos e de elas próprias serem envolvidas

no processo de restrições, mas não estando as universidades a querer isolar-se deste processo, é bom ter-se a noção do efeito dos cortes nestas instituições. Há instituições que, pela sua dimensão e pelo que projetam na sua actividade a médio e longo prazo, estão muito ligadas à saúde da estrutura do estado em geral e a um projeto educativo global que envolva o ensino superior. Ora, os cortes acabam por se repercutir de tal

forma negativa no médio e longo prazo que os efeitos negativos que daí advém são bastante mais prejudiciais e podem ser irrecuperáveis. Esta é uma situação que tem de ser analisada neste contexto, que se prende com a dimensão quantitativa dos cortes. Entretanto, há outra dimensão que esta tipologia de corte não permite garantir que é a previsibilidade que é essencial para que as universidades se possam organizar, possam programar

a sua atividade, conduzir a sua gestão e, inclusivamente, ter a sua gestão controlada pelos seus Conselhos Gerais. É muito difícil programar, assumir compromissos e, sendo assim, está a criar-se uma situação preocupante no ensino superior e nas universidades em particular. Mas acha que deveria ser criado uma espécie de regime de exceção para as universidades?


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Laborinho Lúcio mostra-se satisfeito com a prestação do Conselho Geral até ao momento

Não creio que se deva chamar-lhe regime de exceção. Trata-se de induzir os cortes tendo em conta as respetivas consequências de médio e longo prazo. E há estruturas ou instituições onde essa perspetiva tem de ser colocada em cima da mesa. As instituições até podem encontrar respostas adequadas a curto prazo, mas o problema é saber como é que os efeitos que essas restrições se vêm a repercutir no tempo. Acha que podemos estar no início de uma curva descendente na Universidade do Minho em função destas restrições impostas? Espero que não, mas esse é um dos riscos que podem vir a verificar-se. Julgo que o ensino superior em Portugal e as universidades em particular deram um salto qualitativo nas últimas décadas. Hoje, temos universidades portuguesas no ranking das melhores universidades do Mundo. Há, agora, a possibilidade, fruto deste crescimento, de sair da situação de crise onde nos encontramos. Não podemos esgotar as instituições mais dinâmicas e aquelas que nos garantem a possibilidade da saída des-

Nuno Gonçalves

ta conjuntura, fazendo este corte universal que abrange todas as instituições. Acha que o processo fundacional pode ser também uma saída deste ciclo? É uma questão diferente que acaba, igualmente, por se repercutir no interior da universidade. Em princípio, há uma aprovação por parte do Conselho Geral que permite à Reitoria trabalhar o processo de transformação da UMinho em fundação. O processo foi iniciado e, neste momento, há um impasse na definição do Governo sobre a matéria, o que não é saudável para a projeção a médio e longo prazo da Universidade. Em relação ao plano estratégico... Este pode estar em causa fruto da imprevisibilidade que falou? Esperamos que não. O plano estratégico foi aprovado pelo Conselho Geral da UM, depois de um trabalho exaustivo. É um plano que nos estimula a todos e estamos num domínio onde é essencial que não haja restrições negativas que produzam efeitos de regressão das universidades em Portugal. O Conselho Geral tem, como missão,

acompanhar a execução do plano estratégico e, aqui em sintonia com o reitor, procuramos encontrar sinergias para chamar a atenção para os efeitos nefastos de uma situação preocupante, que possa colocar em causa o plano estratégico. A reorganização da rede de ensino foi expressa no seu discurso na tomada de posse do reitor António Cunha. Deixou algumas críticas no ar. Quer concretizar? Antes de mais, quero deixar claro que respondo como cidadão e membro externo do Conselho Geral. Penso que deveremos colocar esta questão do redimensionamento e racionalização da rede do ensino Superior em dois planos. Um deles, imediato, em que é necessário tentar compreender quais os trâmites que estão a ser seguidos. Temos, por isso, que estar disponíveis para intervir e tomar posição sobre a matéria. Agora, isso não nos impede de entender que outro caminho era preferível. Este processo deveria ter começado mais cedo e, assim, não teríamos que andar ‘a correr’, como se está a fazer agora. Temos de compreender do que estamos a falar quando

falamos em ensino superior (ES). Temos três pilares de discussão: a definição do ES; a eventual revisão do RJIES e a racionalização da rede de ES. Tenho alguma dificuldade em apontar o melhor caminho que está a ser seguido, começando pela organização do ensino superior, sem se definir qual o regime jurídico que lhe vai caber e qual a definição do próprio ensino superior enquanto tal. Pessoalmente, ficaria mais reconfortado se comprendesse que se está a definir o que é a Universidade, antes mesmo de se definir o que é o ES. Não tenho dificuldade em aceitar um alargamento do ensino superior. Tenho dificuldade, isso sim, em aceitar que esta discussão seja feita sem se definir o que é e o que se quer da Universidade. Corremos o risco de, caminhando ao contrário, irmos mais depressa saber para que serve a universidade, antes mesmo de saber o que ela é. A partir daqui, é importante saber como se alargar o ensino superior para lá da universidade e isso reclama a intervençaõ do RJIES. Depois disso, penso que seria mais simples entrar na

racionalização do ensino superior. Este, penso, ser o caminho cronológico correto. Não creio ser esse o caminho seguido, e nessa medida, fico menos encantado com o mesmo, mas se esse é o caminho, então estaremos nele e tomaremos partido sobre o mesmo. Mas sente que as universidades estão a ser tratadas como meros números? Não direi isso. Admito que possamos estar a deixar de lado o compreender a essência de certas instituições e as universidades são instituições que tem uma dimensão essencial na compreensão global do processo educativo em geral. Regionalizar para internacionalizar a universidade. Considera esta uma boa estratégia? Temos hoje uma forte componente regional mas, nos dias de hoje, não se pode afirmar regionalmente se esta não tiver uma componente internacional verdadeiramente expansiva. Julgo que não se deve pensar numa regionalização sem internacionalização, nem numa internacionalização sem regionalizar. Julgo que estamos a trabalhar para


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uma universidade que tem um desenvolvimento local essencial, mas que apenas faz sentido se isso se projectar internacionalmente. A UMinho aparece no ranking da Times Higher Education como a melhor universidade portuguesa. De que forma é que isso pode ser potenciado? Deve e pode ser potenciado pelo efeito psicológico que daí resulta. Por outro lado, nota-se aqui uma progressão e essa mesma vem compatibilizada quer com o plano estratégico, quer pelo plano de ação proposto pelo reitor na sua nova candidatura. Não quero com isso dizer que a manutenção no lugar do ranking seja de longo prazo, porque isso é muitíssimo difícil, mas aí está mais um ponto onde um abrutal restrição de financiamento pode vir a ter efeitos negativos indesejáveis. Tomou posse em junho deste ano. Afirmou que o Conselho Geral da UMinho era um dos casos de maior sucesso a nível nacional. Que balanço, ainda que permaturo, se pode fazer destes meses? Estamos francamente animados com o trabalho que tem sido feito e o modo como o Conselho Geral tem articulado a discussão e debate em torno de temas

que virão a projectar-se no futuro. A participação dos vários membros tem sido de uma qualidade e de uma preocupação de preparação e intervenção dando uma dinâmica grande ao próprio Conselho. Isso é muito interessante de acompanhar. Estamos a trabalhar na criação de uma agenda própria do Conselho Geral que nos irá acompanhar ao longo dos próximos quatro anos. Estamos a tentar potenciar uma maior participação da academia na própria vida da universidade em geral e numa relação mais íntima com o Conselho Geral. Podemos equacionar, igualmente, a hipótese de se fazer votações através do voto electrónico o que poderia potenciar, mais ainda, a quantidade de expressão eleitoral da academia. Queremos é que a relação com a academia seja mais intensa, com maior partilha de informação e maior proximidade do próprio conselho. O anterior presidente do Conselho Geral pediu os estudantes mais activos no Conselho Geral. Como vê a participação dos mesmos neste seu mandato? Diria que se pudéssemos imaginar alguém que sem fazer ideia do que é um Conselho Geral e de repente entrasse na reunião, não

Nuno Gonçalves

conseguiria identificar os estudantes. Isto é, os estudantes têm tido uma intervenção muitíssimo activa e de extrema qualidade. Prova disso é o próprio discurso do presidente da AAUM na

tomada de posse do reitor da UMinho. Os estudantes têm tido intervenção que não se pauta apenas por usar da palavra nos temas que lhes dizem directamente respeito, ou seja intervêm Nuno Gonçalves

Laborinho Lúcio tomou posse em Junho deste ano

em todos os temas que interessam à universidade como membros inteiros. Os elementos externos estão solidários com as preocupações dos estudantes? O Conselho Geral tem sido um espaço onde há divergência de opiniões, mas onde há um claro consenso quanto aos objectos essenciais e quanto à estratégia a seguir para podermos ultrapassar alguns dos problemas mais preocupantes. Hoje esse é um desses problemas e a posição do Conselho é unânime. Este é um dos pontos que tem de ser posto sobre a mesa dada a sua urgência e visto que estamos a colocar em causa a sua dimensão inclusiva. Sobre o parecer do Provedor de Justiça e a uniforme posição de reitores e estudantes... Qual é o próximo passo a dar por parte do Ministério? O próximo passo é ainda de expectativa. O que se espera é que a entidade a quem


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o Provedor dirigiu a sua recomendação, ou seja, no seio do Governo seja tomada uma posição. É desejável que a recomendação do Provedor seja tida em conta. Que balanço faz do primeiro encontro de presidentes dos Conselhos Gerais que se realizou há duas semanas na Universidade do Minho? Balanço muito positivo. O que me parece importante é o próprio conteúdo do comunicado final que mostra que os CG estão atentos e têm uma visão unânime relativamente a este tipo de matérias que preocupam as universidades. Os CG são hoje uma componente orgância que me parece fundamental e de grande possibilidade de desenvolvimento no futuro. Quando seleccionamos várias pessoas do conjunto das universidades portuguesas, as unimos num encontro e as colocamos a reflectir em comum sobre esta matéria, isso deve despertar a atenção das pessoas que estão envolvidas na universidade. Os CG, pela sua previsão legal, têm uma vocação de se voltar para o interior da universidade e isso é importante. Agora, o que é evidente é que haja uma projecção externa de toda a sua actividade e acção e um discurso externo por parte dos mesmos. Acha que os CG devem ter maior visibilidade externa? Acho que essa visibilidade pode ser importante para alargar o debate na sociedade portuguesa sobre os

temas que os CG têm de tratar. Era importante que a sociedade portuguesa reactivasse, no espaço público, a discussão e debate sobre temas essenciais à construção do nosso futuro. Uma vez que já foi ministro da Justiça, como olha para a inconstitucionalidade de algumas medidas do Governo? Posso admitir que se discuta a bondade ou menor bondade das decisões do Tribunal Constitucional (TC). Acho que os tribunais são susceptíveis de serem criticados e o TC, como qualquer outro, não está acima da crítica. Agora já tenho dificuldade em aceitar que se ponha em causa o TC enquanto tal, ou seja, dizer-se que num contexto determinado é por causa de um determinado tribunal que estamos a ter mais prejuízo em relação aos objectivos que delineamos a nível europeu. Posto isto, prefiro situar-me numa posição que considera que o TC deve julgar com total independência, com o máximo de qualidade na apreciação das matérias e o máximo de assunção da responsabilidade pelas decisões que assume. E isso é que constituiu um tribunal independente. Agora colocar o TC sob a linha de fogo parece-me preocupante e perturbador da saúde de um estado de direito. Deve, por isso, o Governo assumir as responsabilidades das suas medidas e res-

DR

peitar as decisões do TC? Parece-me óbvio que é assim que deve ser. Neste caso, é o Governo que está nesta situação, mas isso aplica-se a qualquer instituição relativamente à qual o TC emita decisões de inconstitucionalidade. A justiça é uma das áreas mais criticadas pela socieda-

de. Como olha para a justiça “do seu tempo” em relação aquela que agora existe no nosso país? O mundo evoluiu de tal forma que temos de falar em vários sectores e componentes da justiça. Quando dizemos que a justiça funciona mal ou que está em crise é preciso saber que há sectores que funcionam bem e outros que não. A justiça em Portugal é uma instituição conservadora. Uma instituição que tem dificuldade em se auto-regenerar e que é bastante corporativa e voltada para o seu interior. Sempre defendi que a justiça teria de ter percebido o que mudou no exterior, mas esta sempre se voltou para si própria e fez discursos auto-legisladores, portanto, afastou-se dessa realidade exterior. Tem havido, nestes últimos tempos, sinais de mudança que vão tornando as coisas mais aptas e modernas. Todavia, há ainda um caminho longo a percorrer.

Mas isso leva-nos ao mesmo discurso que tive no início da entrevista. Precisamos de regressar a um tempo onde temos de definir e discutir políticas e não estar sistematicamente a definir e discutir medidas, porque as medidas são consequência das políticas. Quer deixar alguma mensagem aos estudantes? Uma academia afirma-se pela sua capacidade crítica, pela sua intencionalidade modificadora, pela sua não sujeição ao que vem sendo apontado como o correcto. E isso só pode ser feito numa academia que não rejeita o conflito, ainda que sempre com o respeito pelas regras democráticas. Vou conhecendo a Universidade do Minho e vou compreendendo que este é um espaço e um território de almas, gente, espírito, pensamento e trabalho que é muito importante preservar, porque o que tem sido feito aqui é absolutamente notável.


TECNOLOGIA E INOV ex-aluno da uminho ajuda a criar software que ensina a tocar qualquer música CATARINA HILÁRIO katarina-kosta@hotmail.com

José Pedro Magalhães, de 29 anos, ex-aluno da Universidade do Minho, ajudou a criar um software que ensina a tocar qualquer música na guitarra, ukelele, instrumento musical de quatro cordas havaiano, semelhante ao cavaquinho português, e piano. A equipa que participou na criação é constituída por José Pedro Magalhães e mais cinco informáticos de diferentes nacionalidades, que admitem que não estavam à espera de tanta adesão em tão pouco tempo. Este software tem a vantagem de funcionar para qualquer música, ao contrário de outros programas idênticos. O informático explica: “outros sites constroem bases de dados de acordes manualmente, tendo apenas os artistas famosos”. Para além

twittadas bárbara martins bjamartins@hotmail.com

Google contrata rapaz de 12 anos A nova contratação da Google é grega. O gigante informático Google contratou Nikos Adam, um rapaz grego de 12 anos para fazer parte da sua equipa de programadores. O rapaz irá desenvolver vários programas, entre eles uma nova rede social denominada de “Tech is Social” que virá a público em 2014. As aptidões informáticas do menino foram descobertas durante a última Feira Internacional de Salónica, que decorreu na Grécia, onde Adam realizou uma apresentação sobre ataques cibernéticos. Nikos Adam aprendeu tudo o que sabe sozinho, através de pesquisas feitas no computador e de livros que leu.

disso é “único no mundo”, pois para além do software ser gratuito e online, é ainda automático e “muito intuitivo”. Como funciona? O utilizador tem apenas de aceder à plataforma Chordify e fazer o download de uma música

em formato MP3 ou colocar um link de um vídeo do Youtube ou do SoundCloud. De seguida a plataforma fornece os acordes para tocar o tema. É possível ainda ao utilizador consultar a posição dos dedos na guitarra ou no

O rapaz passa, diariamente, cerca de duas horas em frente ao computador e já criou a sua própria página web.

utilização da palavra. “Selfie” disputou o lugar de palavra do ano com “twerk” (um estilo de dança que tem sido muito falado por causa da cantora Miley Cyrus), “bitcoin” (moeda digital) e “binge-watch” (ver diversos episódios seguidos de uma série).

“Selfie” é mais recente aquisição do dicionário de Oxford “Selfie” é a nova palavra que consta nos dicionários de Oxford. O mundo online continua a marcar o nosso dia-a-dia, sendo facilmente notado o seu efeito no nosso vocabulário. A palavra “Selfie” pode ser definida como sendo uma fotografia tirada pelo protagonista que estende o braço para o conseguir fazer ou recorre a um espelho para aparecer na foto, ou seja, é um auto-retrato partilhado na Internet. O termo adquiriu proporção nos últimos tempos com o aparecimento dos smartphones, aparelhos com boas câmaras fotográficas e constantemente ligados à Internet. O crescimento de espaços como o Instagram pode também explicar o desenvolvimento da

ukelele ou a localização das notas para tocar no piano. Com cerca de 50 mil visitantes por dia, o tema mais popular até ao momento é “Wherever you are”, dos australianos 5 Seconds of Summer. José Pedro Magalhães, na-

tural de Vila Nova de Gaia, licenciou-se em Engenharia de Sistemas e Informática na Universidade do Minho e doutorou-se na Universidade de Utrecht. Já passou pelo CERN e pela Microsoft, trabalhando actualmente na Universidade de Oxford.

DR

Português cria jogo interativo da Google Um dos programadores portugueses da Google, Rui Lopes, 33 anos, criou o jogo interativo da Google que tinha como objetivo festejar os 50 anos da série britânica “Doctor Who”. O “doodle” esteve disponível na página da Google durante o dia 22 de novembro, sextafeira. Este jogo é um dos maiores produtos do estilo que o motor de busca já produziu, tendo sido concebido por um português que trabalha na empresa há apenas dois anos. O programador desenvolveu o projeto no seu tempo livre, jun-

tamente com outros colegas de trabalho. A Google tem como politica o encorajamento dos seus trabalhamos para utilizarem um quinto do seu tempo de trabalho a desenvolver outros projetos que não estejam relacionados com a sua área de trabalho. ZTE desenvolve um Smartwatch A empresa chinesa ZTE anunciou que irá lançar um Smartwatch que será mais barato do que o Galaxy Gear da Samsung,

tendo as mesmas características. Lu Qianhao, chefe de marketing dos dispositivos móveis da empresa deu a notícia numa entrevista ao jornal Wall Street Journal. O Smartwatck da ZTE será apresentado no início do próximo ano e começará a ser vendido no segundo trimestre do mesmo ano. A China poderá adquirir o produto primeiramente e em seguida, a venda será alargada aos americanos e europeus. ZTE pretende comercializar este relógio às massas e ao mercado mais mainstream.


OVAÇÃO

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gabinete do empreendedor da AAUM

promove...

Curso de Organização e Gestão do Tempo

Projeto + Valor PME O + Valor PME - Apoiar, Difundir e Organizar a Propriedade Industrial tem como objetivo aumentar o conhecimento e a utilização da Propriedade Industrial (PI) nas regiões Norte e Centro do País, visando promover a inovação e a competitividade do tecido empresarial nacional. Esta iniciativa constitui-se como um instrumento colocado à disposição das empresas no seu trajeto para a adoção e monitorização de processos inovadores na vertente da proteção dos direitos da PI.

Em parceria com a EditValue®Formação Empresarial será promovido, a 11 de dezembro, o Curso de Organização e Gestão do Tempo. Objetivos: No final da formação os/as formandos/as deverão ser capazes de: - Identificar e conhecer os instrumentos para um me-

lhor desempenho pessoal e profissional; - Identificar as principais fontes de desperdício do tempo e a dominar as técnicas que introduzem maior eficácia na gestão do tempo e das prioridades. Conteúdos programáticos: - Sinais de uma incorreta gestão do tempo; - Planeamento de atividades

e definição de objetivos; - Definir prioridades e agendar atividades; - Delegação como ferramenta de trabalho; - Princípios da gestão do tempo; - Regras fundamentais para a gestão de reuniões. Para mais informações consultar: liftoff.aaum.pt.

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CULTURA SALA DE CINEMA: um estranho no lago (2013)

nem afeto, nem solidão CÉSAR CARVALHO z5@sapo.pt

Estranho exercício de voyeurismo este com que Guiraudie se estreia, repleto de louvores, em Cannes. Mais estranho só esse mesmo louvor que arrancou do festival o prémio “Un Certain Regard” e, mais importante ainda, da revista “Cahiers du Cinéma” o título de melhor filme do ano. O que poderá ter causado tanto impacto a ponto de suplantar, na contagem da conceituada revista, a grandiosa obra de Abdellatif Kechiche, “La vie d’Adèle”? Pois que esta interrogação continuará a ser isso mesmo, uma profunda e sincera interrogação. No verão de França, uma praia num lago recôndito é lugar de caça sexual e naturismo para homossexuais. Os boques traseiros servem, como se facilmente se imagina, de esconderijo para a consumação dessa caça constante. Este panfleto de perversão sexual sucumbe à fragilidade de criar uma atmosfera à qual se propõe, torna-se frio e distante, não

cria elos. As personagens estão igualmente neste lugar vácuo, não adquirem profundidade, por vezes nem mesmo forma de se fazerem notar. O romance que vai nascendo é simples. Dois homens aproximam-se e vão percebendo entraves na sua relação. Um crime surge no seu meio rotineiro e as respostas, sem que ninguém sinta vontade de ter contacto com elas, surgem no fim, abruptas mas incongruentes. L’inconnu du lac (título original) não se quer hino algum a interesse nenhum; fica-se sim pelo uso (inadequado) dos moldes mecanicamente supostos sobre a minoria homossexual, para tentar criar um drama para todos (acabando por ser para muito poucos). O filme é também thriller no climax final, é tributo noir dissimulado. E é, mais notoriamente, soft porn mal disfarçado de história com conteúdo. As cenas de sexo explícito irão afetar os mais sensíveis a questões do preconceito – aos outros apenas lhes dará a sensação de choque gra-

Realizador: Alain Guiraudie Elenco: Pierre Deladonchamps, Patrick d´Assumção, Christophe Paou Estreou em Portugal: 21/11/2013 Nacionalidade: Francês Pontuação: 2/5

tuito. Nem tanto a nudez, esta tensão sexual sempre presente dá ao conceito da homossexualidade – não sei até que ponto propositadamente – um carácter de promiscuidade. Na fotografia está o bem

mais saliente da obra. A luz entra pela câmara na medida certa e o cenário único consegue encantar até que seja noite. O depois é mais do mesmo, uma rotina insossa adestrada pela falta de pulso de Alain Guiraudie.

Obcecado pela simplicidade, o cineasta francês conseguiu ser impuro. Bastou agarrar-se ao estranho fascínio pelo devasso e construir, assim, uma indecorosa abordagem a um tema já por si superficial.


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RUM BOX TOP RUM - 48 / 2013 29 NOVEMBRO

13 MELODY’S ECHO CHAMBER I follow you

AGENDA CULTURAL BRAGA

TEATRO

MÚSICA

13 de dezembro Ah, os dias felizes Theatro Circo

14 MGMT - Your life is a lie 1 ARCADE FIRE - Reflektor 15 SAMUEL ÚRIA - Eu seguro 2 PZ - Cara de chewbaca

05 de dezembro André Indiana Theatro Circo

GUIMARÃES

3 CAYUCAS - High school lover

16 BONOBO Heaven for the sinner

4 YEAH YEAH YEAHS Sacrilege

17 CRYSTAL FIGHTERS You & I

5 NOISERV Today is the same as yesterday, but yesterday is not today

18 IGGY AND THE STOOGES Burn

14 de dezembro XVIII Puer Natus Est Sé Catedral

19 JAGWAR MA Come save me

LEITURA EM DIA

6 MÁRCIA - Menina 7 NIGHTMARES ON WAX Now is the time 8 LUÍSA SOBRAL - Mom says 9 NATIONAL, THE - Demons

20 JUNIP - Your life your call

POST-IT

2 dezembro > 6 dezembro

10 VAMPIRE WEEKEND Diane young

YCWCB Be My World

11 BEST COAST I don’t know how

LOVE INKS Outta Sight

12 DAUGHN GIBSON Kissin’ on the blacktop

GOSSLING Harvest Of Gold

06 e 07 de dezembro XX Celta - Certame nacional de tunas universitárias Theatro Circo

TEATRO 07 de dezembro Guru São Mamede

MÚSICA 06 de dezembronovembro Intimacy CCVF

1 - A desumanização de Valter Hugo Mãe, Porto Editora. A grande expectativa criada à volta deste romance fez alimentar a “ilusão” de uma grande obra. Grande falhanço literário. Um autêntico flop.

3 - O Carteiro de Fernando Pessoa de Fernando Esteves Pinto, Parsifal. Um jogo muito hábil por parte do romancista. Um romance a descobrir e um autor a seguir com muita atenção.

2 - Em Trânsito, Em Morte de Ivo Martins, 7 Nós. Escrita elaborada, exige um bom leitor, entrelaça várias influências e uma abordagem inteligente a estes tempos “líquidos”.

Blood Orange, projecto de Devonté Hynes, acaba de editar o segundo registo de originais. O disco tem como título “Cupid Deluxe” e é o sucessor de “Costal Grooves” de 2011. Entre os dois trabalhos, o músico não esteve parado, escreveu e produziu música para Solange, Sky Ferreira, MKS,

FAMALICÃO DANÇA 15 de novembro Your Majesties, Welcome to the Antrophocene Casa das Artes

percebe-se a influência do R&B, do funk e soul, como também é fácil de associar as canções às sonoridades dos anos 80. Dev Hynes diz mesmo que se inspirou na cidade de Nova Iorque para fazer este álbum. “Cupid Deluxe” é o disco que destacamos em mais uma edição do cd rum, de 02 a 06 de Dezembro, na RUM. Para saber mais sobre o disco e sobre Blood Orange, podem visitar o site www.bloodorangeforever.tumblr.com.

4 - Ser espiritual de Luís Portela, Gradiva. Pergunta o ensaísta: É possível a relação entre o mundo tecnológico e o espiritual? Algumas divagações tornam duvidosas as propostas do ensaísta.

5 - Lugares Escuros de Gillian Flynn, Bertrand. Um thriller, carregado de mistério. Um romance de leitura intensa.

Blood Orange apresentam “Cupid Deluxe” entre outros. Este novo trabalho foi produzido pelo próprio Hynes e foi misturado por Jimmy Douglass. Neste disco, Hynes escreve, produz, canta, e toca, mas mesmo assim não está só. É um trabalho recheado de convidados como David Longstreth (Dirty Projectors), Caroline Polachek (Chairlift), Samantha Urbani (Friends), Clams Casino, Despot, Adam Bainbridge (Kindness) e Skepta entre outros. Ao longo do disco

07 de dezembro Destroyer (solo) CCVF (black box)

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

CD RUM

ELISABETE APRESENTAÇÃO elisabete.apresentacao@rum.pt

07 de dezembro Let the Jam Roll CCVF

DR


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DESPORTO

JÚLIO FERREIRA

Júlio Ferreira, de 19 anos, sagrou-se Campeão Europeu de Taekwondo, na categoria -74KG, em Moscovo. É natural de Braga e frequenta o 2º ano de Arquitetura na Universidade do Minho. TOMÁS SOVERAL tomassoveral@gmail.com

Como concilias os estudos com a competição? No meu curso gastamos muito tempo a trabalhar. É um trabalho contínuo pois são poucas as disciplinas em que temos exames, temos, sim, muitas entregas. Entre as horas de trabalho e os treinos, sobra-me pouco tempo para outras atividades. Quanto tempo despendes para cada actividade? Costumo ter treinos de uma hora e meia por dia de Taekwondo, exceto aos domingos, e o tempo restante é ocupado pela faculdade. Consegues descrever o teu dia-a-dia? De manhã vou para as aulas, depois tenho tempo para almoçar. De seguida, volto para as aulas, realizo trabalhos para a faculdade. Depois tenho treino às 20h00 e no final, volto para casa, como e vou-me deitar. Tem ajudado o facto de seres aluno/atleta?

Por ser atleta, por vezes, tenho de me ausentar por uma semana para ir a torneios e os professores apoiam-me ao dar-me mais tempo para entregar trabalhos ou para realizar outras tarefas.

Nuno Gonçalves

Quais são as tuas metas futuras? Tenho como objetivo ir a três competições que se vão realizar durante esta época: o Europeu Universitário, o Europeu sub-21 e o Europeu Absoluto (Seniores). Após garantir a presença nestas competições, quero ganhar uma medalha no sub-21. Em relação ao Absoluto, vai ser uma experiência nova, com um nível de exigência muito acima das outras competições, mas estou ansioso por ver como corre. Quais foram os melhores momentos da tua carreira? Penso que o primeiro foi a medalha de bronze que consegui no meu primeiro Europeu de Juniores, pois foi o começo de tudo. Há dois anos sagrei-me Campeão Europeu de sub-21 pela primeira vez e este ano voltei a ganhar o título europeu.

E como têm sido os resultados académicos? Têm sido razoáveis, uma vez que concilio o curso com o Taekwondo. Não tenho sido nenhum génio, mas também não tenho comprome-

o lado pessoal do atleta... Costumas ir sair a bares ou discotecas? O normal para um aluno universitário é sair duas ou três vezes por semana, eu apenas costumo ir sair nas semanas mais tradicionais e nos jantares de curso. De resto, não saio à noite muitas vezes. O que gostas de fazer nos teus tempos livres? Gosto de jogar computador, ver filmes, ouvir música, o

normal… Queres partilhar algum episódio caricato que já te tenha acontecido num dos torneios? Por acaso, tenho uma história engraçada que aconteceu neste último Europeu Universitário, na Rússia. Geralmente, a organização dos torneios costuma dar uma festa no final com toda a gente, mas desta vez não houve. Por isso, decidimos fazê-la nós,

no hotel. Estivemos a jogar uns jogos e a beber com uns croatas e, de repente, apareceram dois russos, trabalhadores na construção civil, a queixar-se do barulho de forma agressiva. Um dos croatas conseguiu acalmar esses dois russos, eles começaram a achar-nos piada e acabaram por ficar ali a beber connosco. Até que depois, a receção do hotel teve de chamar a polícia para nos mandar a todos para os quartos.

tido nem estado abaixo do

esperado.




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