ACADÉMICO 183

Page 1

Alfredo Cunha

GNRation já abriu portas

Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 183 / ANO 9 / SÉRIE 4 SEGUNDA-FEIRA, 04.MAR.13

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico

campus

cultura

inquérito

Estudantes minhotos tentam a sorte no FantasPorto

O amanhã de David Bowie é já hoje

Consideras correto a AAUM apostar na ação social como prioridade Página 12 de mandato?

Página 04

Página 17

KAISER CHIEFS no Enterro da Gata! Em exclusivo ao ACADÉMICO... As entrevistas aos candidatos a representantes dos estudantes no Conselho Geral da Universidade do Minho

Carlos Videira

Carlos Silva

Alexandre Carneiro


FICHA TÉCNICA 04.MAR.13 // ACADÉMICO

EM ALTA

NO PONTO

EM BAIXO

GNRation É, sem sombra de dúvida, um espaço de eleição. A cidade tem de o saber absorver mas, sobretudo, tem de haver vontade e determinação de todos os agentes para fazer deste local uma montra cultural e criativa da cidade. Espero, sinceramente, daqui a cerca de dois anos, poder dizer que estava errado quando me arrisquei na “futurologia” ao tentar adivinhar o que será o espaço e qual a sua influência na vida ativa da cidade.

Kaiser Chiefs no Enterro da Gata Uma banda com nome, mas muito mais do que isso. Oriundos de Leeds, estes britânicos transpiram vida em cima do palco. À memória chegam-nos rapidamente momentos únicos protagonizados, ainda no ano passado, aquando do Festival Marés Vivas, em Gaia. A banda soube pegar no público e deu um dos melhores concertos do ano. A julgar pelo nome de avanço, espera-se um Enterro da Gata com fulgor e empolgante.

Estudantes no Conselho Geral Basta ler as entrevistas para perceber as ideias, vontade e missão com que cada candidato se sujeita a sufrágio. O Conselho Geral merece mais respeito por parte de alguns estudantes que continuam a olhar para o acto de informar os colegas como uma “chatice” que vem acorrentada ao manifesto. O “barrete” vai encaixar perfeitamente naquele(s) que não se estreiam nestas lides por esta altura. Assim não!

SEGUNDA PÁGINA

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // segundafeira, 04 Março 2013 / N183 / Ano 9 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

BARÓMETRO

VASCO LEÃO // vasco.leao@rum.pt

EDITORIAL

O primeiro avanço Tal como se pode conferir esta semana no ACADÉMICO, a AAUM garantiu um nome de peso para o Enterro da Gata 2013, a banda britânica Kaiser Chiefs, provavelmente elevada a ‘cabeça de cartaz’ do evento estudantil. Fazê-lo com esta antecedência significa que a AAUM está a trabalhar com o tempo a seu favor e isso é fundamental para montar com êxito a atividade de maior envergadura da Academia. Num ano difícil para todos, onde, para a grande maioria dos estudantes, quase todos os recursos são canalizados para o essencial, é importante que o Enterro da Gata seja desenhado com muito critério, equacionando eventualmente apostas do passado recente que não terão tido o efeito desejado. Nesta edição abre-se espaço às eleições para o Conselho Geral da Universidade do Minho que terão lugar no próximo dia 13. O órgão máximo da Universidade completa quatro anos e verá o colégio ser remodelado totalmente, pela primeira vez. Esta semana, o ACADÉMICO entrevistou os três cabeças-de-lista representantes dos estudantes, ficando para a próxima edição a publicação das ideias das listas candidatas do corpo docente e dos funcionários da Universidade do Minho. O nível de desconhecimento que a Academia tem demonstrado relativamente ao tema justifica, só por si, que a campanha eleitoral seja intensa e esclarecedora, e que até ao dia 11 consiga consciencializar a comunidade académica para a importância deste ato eleitoral. Voltaremos a este assunto nas próximas edições.


PÁGINA 03 // 04.MAR.13// ACADÉMICO

LOCAL

“a política tem que apoiar e acarinhar, de futuro, um projeto como este” Abriu no final da passada semana um dos projetos mais emblemáticos dos últimos meses: o GNRation. A requalificação do antigo quartel da GNR, junto ao Campo da Vinha, foi um dos pilares da Capital Europeia da Juventude Braga 2012, mas a sua abertura foi sendo sucessivamente adiada. Agora, o espaço abre portas, disposto a provocar uma revolução cultural e criativa na cidade. O ACADÉMICO falou com Ângela Ferreira, a diretora artística do local.

Para alguém que não conhece, de todo, este projeto, como o apresentarias, em linhas gerais? Posso dizer que é um espaço de encontro e um encontro que se quer provocador. Provocar tensões criativas, assente em três eixos de ação: empreendedorismo, artístico e digital. Todos estes eixos irão gerar projetos e serviços com uma identidade e uma fábrica de criação que irá criar e marcar uma geração. Será um espaço altamente produtivo e irá contaminar a cidade. Vamos colocar-nos agora, hipoteticamente, no GNRation [a entrevista foi feita nos estúdios da Rádio Universitária do Minho]: o que podemos ver se lá formos hoje? Neste momento, o mais importante é deixar as pessoas refletir e encaixar o que será este espaço. Esta é uma obra incrível e que merece ser preenchida. Arquitetonicamente foi feita uma obra do outro mundo. Vamos dar espaço agora a que as pessoas identifiquem o local,

conheçam os diferentes pisos. Recordo que ainda estão abertas as candidaturas para os espaços comerciais, temos seis lojas disponíveis e até ao dia 8 os interessados podem enviar as suas propostas. Depois de terminado o concurso avançaremos com uma nova fase, instalaremos as pessoas e poderá começar a funcionar, como planeado. Arquitetonicamente este é um espaço inegavelmente belo... É um espaço quase divino (risos). Não haverá palavras para descrever e deixo o convite para que as pessoas passem pelo local e conheçam o espaço e as suas potencialidades. Espaço “exótico” de articulação No discurso de abertura do local [no passado dia 1 de março], disseste que este era um espaço “urgência”. O que quiseste dizer com isto? Eu acho que vivemos uma fase em que tanto se fala de indústrias criativas e em sermos competitivos. Percebemos que estamos num momento SOS. Estamos

num momento de mudar de paradigma e, sem valores ou cultura, não conseguimos ir a lado algum. Precisamos de uma cidade com conteúdo, inteligente e com mentes criativas. E este novo espaço precisa cobrir essa urgência. Mas espaços culturais na cidade já existem. Qual será a mais valia da existência de mais um novo espaço? Este espaço, a que eu chamo “exótico”, vai permitir articular o que já existe na cidade, não será um corpo estranho à própria cidade. Vai articular a Universidade do Minho com o centro histórico, vai articular o local, o regional e o internacional, vai articular o moderno com o setor mais tradicional. E terá uma relação constante com a música. Aliás, a música será nuclear neste projeto. Com eleições autárquicas marcadas para outubro, não temes pelo futuro do projeto com a chegada de um novo executivo municipal? Eu acho que um projeto ambicioso como este não é questionado por qualquer política. Até porque a fór-

mula e missão do local são tão claras que penso que nenhuma política vai interferir. A política tem que apoiar e acarinhar um projeto como este. Três dias fortes de programação O GNRation foi uma das bandeiras da equipa que organizou a Braga 2012 Capital Europeia da Juventude mas a sua abertura foi adiada sucessivamente. Como seria este espaço se a abertura tivesse ocorrido no ano passado? Teria sido um auge, porque a CEJ desejava um espaço para mostrar a sua força e vivacidade. Isso não aconteceu, mas naturalmente que algum dinamismo decorrente da CEJ vai surgir refletida neste espaço. Mas Braga é mais do que 2012. Há

que projetar o futuro e não chorar pelo leite derramado. Abre agora e continua a ser um projeto de futuro. E quanto à programação, o que podemos esperar? Haverá três dias da semana que serão os mais fortes: quinta, sexta e sábado. Haverá uma programação marcante nestes três dias. Os restantes serão ocupados por uma programação de acolhimento, com projetos que a cidade mostra e faz. Mas março será o mês em que tudo vai ressurgir e a programação irá refletir as novas dinâmicas, vamos apostar muito no serviço educativo. Uma das missões é educar gente. É uma estratégia bastante clara. E, no fundo, estamos na expectativa que a cidade acolha o projeto. Daniel Vieira da Silva

josé reis jose.reis@rum.pt

Ângela Ferreira, a diretora artística do GNRation, em entrevista na RUM

PUB.


PÁGINA 04 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

CAMPUS alunos minhotos tentam a sorte no fantasporto ANA PINHEIRO anafilipapinheiro1@hotmail.com

A 33ª edição do Fantasporto contará, este ano, com a participação de cinco filmes realizados por alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho UM).​ Os cinco filmes em competição são “A Escolha” (João Vilares), “Dare to Believe” (André Vilar, Bruno Ferreira, Eliana Silva, Joana Vale, Sara Nogueira), “Man in Bag” (Chiara Brancadoro, Giulia Coen, Matteo Ferraris, Cora Fornovi, Chiara Zanetti), “A Quebra do Verniz” (Leandra Gomes, Ricardo Grilo, Sara Duarte) e “Natimorfo” (Luís Lobato Costa, Bruno Cavalcanti). Irão concorrer juntamente com outras universidades ao prémio de melhor filme – cinema português e prémio de melhor escola de cinema. Todas estas produções da UM contaram com o acompanhamento de docentes da especialidade de Audiovisual e Multimédia do Departamento de Ciên-

cias da Comunicação, orientados pelo docente Martin Dale. O ACADÉMICO esteve à ​ conversa com o grupo de produção do filme “Dare to Believe” que confessou: “as expectativas não eram muito elevadas, principalmente porque estávamos limitados a nível técnico e económico, mas acima de tudo foi uma experiência muito enriquecedora.” Levantaram um pouco o véu e contaram que o filme “é um drama sobrenatural que conta a história de um grupo de amigos e da misteriosa morte de um deles. O que aparentemente não passou de um assalto, acaba por envolver estes jovens numa teia de mistério.” Em relação ao Fantasporto referem que já é uma honra poderem participar neste festival e sabem que estão a “concorrer contra outros trabalhos muito bons.” Concluem dizendo que “esta curta pretende mostrar que nem tudo é o que parece ser e que, por vezes, a verdade pode ser surpreendente.” ​Já o grupo de produção do filme “A Quebra do Verniz” explica que foi a primeira

Cena retirada da curta “Dare to Believe”

DR

vez que se lançou num projeto como este. “O trabalho final agradou-nos bastante. Sem todas as dificuldades, não teríamos tanto orgulho no produto final”, confessam. Definem a curta como sendo “um melodrama, uma vez que se trata de uma relação trágica, mais precisamente um triângulo amoroso. Esta passa-se nos anos 80 e designa a conspiração de dois amantes apaixonados que se juntam para assassinar o marido de mulher e ficar com a sua fortuna.” Relativamente ao Fantasporto, não esperam a consagração, porque admitem ser “muito inexperientes no campo do audiovisual e multimédia”, e sabem, também, que “a maior parte da concorrência tem os conhecimentos necessários para vencer”. Recorde-se que o Fantasporto, um dos mais prestigiados festivais de cinema a nível mundial, assume-se como uma montra do me-

lhor e mais recente cinema nacional. Tem a mais-valia de não rejeitar o cinema de baixos orçamentos, de produção independente ou experimental. ​É uma porta aberta para todos aqueles que pretendem mostrar o seu trabalho na indústria cinematográfica. O Festival decorre até ao dia 10 de março, no Teatro Rivoli, no Porto. A exibição dos filmes da UM está agendada para o dia para 7 de março, quinta-feira, das 12.30h às 17h45h.


CAMPUS PÁGINA 05 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

guimarães recebeu mostra de grupos culturais José Brandão e Carlos Cadeias

ADRIANA COUTO drianascouto@gmail.com

O Largo da Oliveira, em Guimarães, recebeu a I Mostra de Grupos Culturais da Universidade do Minho numa noite em que o frio afastou os estudantes do evento. Organizado pelas tunas Tun’Obebes - Tuna Femina de Engenharia da Universidade do Minho e Afonsina - Tuna de Engenharia da Universidade do Minho, em parceria com a Associação Académica da Universidade do Minho, a I Mostra de Grupos Culturais nasceu no âmbito da candidatura do projeto Guimarães Académica ao Programa Associativo - Tempos Cruzados, no âmbito da Capital Euro-

peia da Cultura 2012. Para a organização,”sendo o nome do projeto Guimarães Académica, fazia todo o sentido levar o espírito académico ao coração da cidade através do domínio cultural e tradições de vários grupos da academia minhota, logo, nada melhor do que a realização de uma Mostra de Grupos Culturais. Além do projeto, já existia há algum tempo a vontade de trazer uma atividade deste género para Guimarães, uma vez que a Universidade do Minho é Guimarães e Braga e todos os anos é realizado em Braga uma mostra semelhante para os novos alunos e nunca o tinha sido em Guimarães.” O evento, bastante divulgado nas redes sociais, mostrava ter tudo para ter uma

primeira edição de sucesso, mas os vimaranenses e os estudantes da academia minhota do campus de Azurém, não se fizeram sentir no conhecido Largo da Oliveira. Com certa de meia centena de pessoas a assistir, os grupos culturais da Universidade do Minho mostraram o que de melhor fazem, levando o espírito académico e a música às ruas de Guimarães. Para a Tun’Obebes e para a Afonsina, era importante transmitir, com esta mostra de grupos culturais, “que a vida dos alunos da universidade não se resume apenas a livros e estudo. Assim, decidiu-se mostrar que existe toda uma panóplia de ritmos, cores e música que preenchem a vida daqueles que durante o seu percurso académico (e não só) dedicam parte do seu tempo a um grupo cultural, e que o resultado pode ser muito bom (como foi visível

para quem esteve presente). Deste modo, para além dos grupos culturais darem a conhecer o seu trabalho, a Mostra de Grupos Culturais foi a forma encontrada para levar um pouco da UM para a cidade e, assim reforçar os laços entre a universidade e a cidade.” Apesar de notória ausência de alguns grupos culturais, a maioria rumou a Guimarães e, por três horas, fez com que o frio desaparecesse. Começando pela percussão dos Bomboémia, passando pela música da Gatuna – Tuna Feminina Universitária do Minho, Afonsina, Coro Académico da Universidade do Minho, Tun’Obebes, Tuna de Medicina da Universidade do Minho, Opum Dei e terminando ao som das gaitas de foles e da percussão da iPUM – Percussão Universitária do Minho, o público dançou e aplaudiu os estudantes minhotos. José Brandão e Carlos Cadeias

A Opum Dei, acabaria por ser o grupo eleito pelo público como o mais divertido, arrancando-lhes inúmeras gargalhadas. Para este grupo, a importância deste evento em Guimarães foi evidente: “Foi algo que permitiu aos nossos colegas de Guimarães terem um contacto com grupos que normalmente lhes estão vedados por estarem sediados em Braga. “Conhecidos pelas suas sátiras em relação às políticas praticadas dentro dos campi da Universidade do Minho, a Opum Dei não deixou as críticas de lado: “Acreditamos que as instituições com poder na academia, principalmente a AAUM, poderiam fazer mais por fazer chegar os grupos culturais a ambos os campi. Afinal, os alunos de Guimarães pagam a mesma anuidade para a Associação que os de Braga.” Num evento muito elogiado pelos membros dos grupos culturais, a Tun’Obebes e a Afonsina não escondem o desejo de organizarem uma nova edição: “Por nossa vontade haverá uma segunda edição, mas é uma atividade que não depende apenas da nossa vontade, existem mais grupos/associações das quais depende a existência da II Mostra de Grupos Culturais da Universidade do Minho. Mas esperamos que hajam muitas edições nos próximos anos.” PUB.


CAMPUS PÁGINA 06 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

está aí a semana de lei cátia silva catiaff_11@hotmail.com

É na semana de 4 a 9 de março que se realiza a Semana da LEI na Universidade do Minho (UM), em Braga. A semana de atividades dedicada à licenciatura em Engenharia Informática foi novamente organizada pelo Cesium, o centro de estudantes de informática da UM. “Inclui em si várias atividades que vão desde as palestras e workshops, até aos torneios como os de karts ou de jogos eletrónicos. As palestras procuram por um lado transmitir conhecimento e competências, mas também abrir espaço para a troca de ideias”, explica Ra-

fael Remondes, presidente do Cesium ao ACADÉMICO. Carlos Oliveira, ex-secretário de estado do empreendedorismo, é o nome mais aguardado de todo o cartaz. Ele que foi o cofundador da MobiComp, mais tarde vendida à Microsoft e que é um produto da academia minhota. André Santos, aluno de LEI, mostrou o seu interesse em participar no painel Time Trial Talks e no torneio Robocode. O primeiro trata-se de um painel onde o público vai ao palco apresentar um assunto do seu interesse e o segundo é um torneio de equipas em que programam um robot em duas horas. Daniel Araújo, tesoureiro

do Cesium, e participante no Time Trial Talks do ano passado, afirmou que os objetivos desta semana são “o convívio, a continuação do espírito da tradição desta semana e o envolvimento dos alunos. Esta é uma atividade que concentra em si a parte do conhecimento e a parte do lazer, sendo exemplos disso a atividade de karts e o rally das tascas.” Uma das surpresas deste ano é a parceria com o projeto ChangeATon, um evento que alia a potencialidade das novas tecnologias mobile e web à resolução de problemas sociais. “Irá ser uma maratona de 15 horas, com formação e competição à mistura, para que se criem soluções que façam do mundo um sítio melhor”,

DR

comenta o presidente. Para este, a expectativa este ano é ter pessoas também de fora da UM a assistir.

Todo o programa em detalhe desta Semana de LEI já pode ser consultada no site do Cesium.

equipa da uminho cria pavimento que muda de cor quando se forma gelo à superfície catarina hilário katarina-kosta@hotmail.com

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo à superfície. O projeto foi apresentado numa conferência internacional, no passado dia 26 de fevereiro e poderá ajudar a prevenir acidentes, especialmente nos países com temperaturas mais baixas. Esta inovação mundial deve-se à introdução de nanocompósitos à base de óxido nos pavimentos tradicionais e não se limita a mudar de cor quando em contacto

com o gelo, mas, também, limpa o asfalto. As minúsculas partículas à base de óxidos reagem quimicamente com o óleo libertado pelos veículos, degradando-o e transformando-o em dióxido de carbono e água. Joaquim Carneiro, do Centro de Física da Escola de Ciências, é o responsável pelo projeto. Explicou ao ACADÉMICO que a reação resultante da congelação da água, leva o asfalto a adquirir a cor vermelha. “Os condutores conseguem, assim, visualizar as zonas encarnadas em que se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções”, disse o investigador.

A pesquisa já despertou o interesse dos governos da Finlândia e Portugal, entre outros, e será testada em ambiente real. O local escolhido foi uma autoestrada da região centro do nosso país, onde as condições climáticas são as mais favoráveis. “Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste ‘asfalto inteligente’ será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo, em especial nas regiões frias e montanhosas, como a Escandinávia, o Canadá, a Rússia ou os Andes”, sublinhou Joaquim Carneiro ao ACADÉMICO.

Rodrigo Cabrita


PÁGINA 07 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

especial conselho geral

lista a carlos videira catarina silva catarinassilva92@gmail.com rita magalhães ritasmaga@gmail.com

Que motivações te levam a encabeçar esta lista? Em primeiro lugar, a consciência da importância deste órgão, saber que é, de facto, o órgão máximo da Universidade do Minho, onde se decide um conjunto de medidas, posições, decisões que afectam diariamente e com grande impacto a vida dos estudantes. Em segundo lugar, o facto de ter conseguido juntar um conjunto de estudantes muito activos na UM e que são, sem dúvida nenhuma, uma mais-valia e uma garantia de conhecimento e de responsabilidade para o cargo que se propõem assumir. Qual a missão que achas que os estudantes devem ver neste órgão? É uma missão difícil de explicar por ser muito ampla, por ser, de facto, um órgão que decide tudo aquilo que diz respeito à universidade. Portanto, é importante que se tenha um pensamento transversal, quer sobre a universidade em si, quer sobre as questões mais genéricas ao nível do ensino superior em geral. Depois é necessário debatê-las e expressar qual o ponto de vista dos estudantes num órgão que acaba por ter representantes de outros corpos, nomeadamente dos docentes, funcionários e até mesmo de membros externos à universidade. Quais as principais linhas de orientação que vais levar para o órgão caso sejas eleito? A estratégia passa, claramente, e sempre, por defen-

der os interesses dos estudantes em todas as matérias que lhes disser respeito, nomeadamente em algumas linhas que possam merecer uma intervenção mais incisiva e mais assertiva. Uma grande questão diz respeito à comparticipação dos estudantes no financiamento das universidades, através dos valores de propinas, em que afirmamos uma oposição total. Isto porque entendemos que esta lei vai contra o princípio da gratuitidade de todos os ciclos de ensino e acaba por ser um encargo demasiado para as famílias e estudantes, numa altura muito difícil para o nosso país. Além disso, perceber que nos dez anos de existência desta lei, o valor de propinas já aumentou cerca de 200 euros. Isso permite-nos identificar que este é um caminho insustentável. Também defendemos uma uniformização entre as propinas do 1º e 2ºciclos, por entender que o 2º ciclo acaba por ser cada vez mais importante na inserção no mercado de trabalho e que esta diferença de valores condiciona a liberdade de escolha dos estudantes na altura de seguir para a oferta de pós-graduação. As matérias de acção social são também importantes, principalmente com o surgimento de fenómenos crescentes como é o caso do abandono escolar. Primeiro, ao nível da acção social nacional, actuaremos na sensibilização dos agentes desta matéria para a importância de uma resposta e de uma reivindicação integrada. Não apenas dos estudantes, mas das próprias instituições que acabam também por ser lesadas com o abandono do ensino superior. Segundo, também para reivindicar políticas de acção social na própria Universidade do

Minho, nomeadamente no acompanhamento do Fundo Social de Emergência, que embora esteja sobre a abrangência do Conselho de Acção Social, será também um tema acerca do qual eu acho que o Conselho Geral se deve pronunciar. Por fim, a vertente pedagógica também é importante, no sentido de garantir uma oferta curricular adequada às necessidades dos alunos. É importante sensibilizar o Conselho Geral para a empregabilidade, para a necessidade do acompanhamento dos diplomados da Universidade do Minho, no sentido de perceber quais são as mais-valias de um diplomado da UM e qual é o feedback do tecido empresarial, das autarquias, de todos aqueles que recebem os nossos diplomados, para perceber que melhorias podem ser feitas aos planos curriculares e a toda a oferta da academia ao nível da empregabilidade e até mesmo do empreendedorismo. Recentemente o presidente do Conselho Geral afirmou que os estudantes poderiam ser mais proactivos no CG. Como reages a estas declarações? Não estou a par destas declarações, mas a ser verdade, penso que estamos a falar do segmento de representantes no Conselho Geral que foi mais activo ao longo dos últimos quatro anos. Contudo, esta exigência relativamente aos estudantes é importante, quer dizer que existe uma expectativa relativamente àquilo que pode ser o papel deles dentro da universidade. No entanto, acho que por parte dos outros corpos também tem que haver a predisposição para ouvir os estudantes e não apenas dizer que devemos ser mais

proactivos ou que devemos assumir uma posição mais reivindicativa. Certamente que há muito mais a fazer e é também neste sentido que surge esta candidatura, porque entendemos que, independentemente do que se fez no passado, há sempre coisas a fazer, a manter e a melhorar. Nota-se algum afastamento do CG em relação à academia. Como pode e deve ser combatida esta tendência? Não considero que tenha existido nos últimos anos um afastamento do Conselho Geral à Academia, entendo que sendo um órgão muito recente, não houve, isso sim, uma aproximação necessária à academia. Porque, de facto, é um órgão novo, com o qual grande parte da comunidade aca-

démica não está familiarizada. Foi uma primeira experiência e, como tal, houve processos que foram apreendidos pela primeira vez e foi tudo uma descoberta. Agora é importante que o CG tenha um papel mais próximo da academia, naquilo que é a publicitação da sua missão, naquilo que são as matérias que lhe dizem respeito, naquilo que é a comunicação das deliberações e das decisões que saem do CG, naquilo que também pode ser tentativa de auscultar os diversos órgãos e as diversas forças da academia, no sentido de perceber qual é a sua posição nas matérias que lá são tratadas e quais é que são as matérias que gostariam de ver lá tratadas. Isto deve ser algo a ser melhorado no próximo mandato do CG.


PÁGINA 08 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

especial conselho geral lista b carlos silva catarina silva catarinassilva92@gmail.com rita magalhães ritasmaga@gmail.com

Que motivações te levam a encabeçar esta lista? Primeiramente, nós candidatamo-nos a representantes dos estudantes neste órgão em nome do grupo Agir, com vista a lutar por um ensino superior público, democrático, universal e de qualidade. Insurgimo-nos contra o facto de serem os representantes externos a ter as funções mais importantes no Conselho Geral, pois consideramos que dentro da nossa autonomia há indivíduos mais do que capazes de representar estas funções, como também há formas mais eficazes de organizar este órgão. Esses mesmos membros externos não têm relação direta com a universidade, o que sugere que não estão a par das necessidades da instituição e dos estudantes e, por isso, cria um desfasamento entre a realidade universitária e a realidade político-institucional. O grande problema é que as decisões vitais para esta universidade não estão a ser tomadas dentro do espaço académico. Queremos mostrar que há vozes dissonantes e assim sendo há soluções racionais e razoáveis prontas para servir na prática. Qual a missão que achas que os estudantes devem ter neste órgão? Somos contra este órgão, como este está organizado

neste momento. No entanto, o Conselho Geral desempenha funções de grande importância no meio académico que não devem ser esquecidas, como a aprovação do mandato do reitor, a aprovação de contas anuais ou a aprovação de atividades da universidade. Os estudantes devem acreditar que nós, enquanto possíveis representantes, podemos tratar de um modo conciso e estruturado todas as questões do Conselho Geral. . Quais as principais linhas de orientação que vais levar para o órgão caso sejas eleito? Erguemos o nosso pensamento político essencialmente sob três questões: a questão fundacional, a questão das propinas e a questão pedagógica. Naturalmente, somos contra qualquer tentativa de privatização parcial, integral ou dissimulada da Universidade do Minho. Na nossa opinião, o regime fundacional não é a melhor maneira de gerir recursos, no entanto, os representantes dos estudantes do anterior CG, ligados todos de alguma forma à AAUM, votaram favoravelmente para que este regime fundacional fosse para a frente, ato que consideramos repugnante na altura. Consideramos também que, até hoje, nada foi feito para dar a conhecer aos estudantes as reais funções do CG, sendo que muitos deles nem se quer sabem o que é ou que funções lhe são atribuídas. Não me admiro, portanto, que haja tanta abstenção nas eleições dos diferentes órgãos representativos dos estudantes, não por

desinteresse dos mesmo, mas por falta de informação e de vinculação dos órgãos para com os alunos. Quanto à questão das propinas, não é aceitável que tenhamos um dos valores mais elevados da União Europeia, o que faz com que, associado também ao facto do valor insuficiente das bolsas, haja cada vez mais alunos a desistirem do ensino superior. O valor estabelecido para as propinas depende diretamente do CG e é por isso que pretendemos estabelecer o valor mínimo legislado de 630,50 euros.. Para além de baixar o valor das propinas, reivindicamos um maior investimento nas universidades públicas portuguesas. Por último, a questão pedagógica. Primeiro de tudo, somos contra a abolição do curso de História que, na nossa opinião é essencial para a formação humanística, pelo que até deveria ser um curso que, tal como filosofia, deveria compreender mais do que 3 anos de licenciatura. Este é apenas um dos casos de que discordamos porque, de uma forma geral, somos contra todo o processo de Bolonha. É da nossa preocupação a formação de técnicos qualificados, mas também de cidadãos intelectuais. Recentemente, o presidente do CG afirmou que os estudantes poderiam ser maisproativos neste órgão. Como reages a estas declarações? Os estudantes não podem ser chamados a esses órgãos quando não há uma vinculação dos alunos a essas entidades. Apesar dos estu-

dantes poderem votar nos seus representantes, estes últimos não estabelecem uma relação com os seus eleitores. Se os estudantes não são mais proativos não é porque haja desinteresse por parte dos mesmos, mas sim por culpa da reitoria, da direção da AAUM e dos representantes do CG que não têm interesse em criar uma vinculação com os estudantes. De forma sucinta, os estudantes não foram proativos porque não foram chamados para o serem.

Nota-se algum afastamento do CG em relação à academia. Como pode e deve ser combatida esta tendência? Primeiro, pela rejeição para a revogação do RJIES, depois pela reorganização orgânica e estrutural do CG. Queremos uma imediata mudança para Senado Académico e uma verdadeira democratização dos órgãos e da cultura da universidade. No nosso ponto de vista, o CG, neste momento, não atua enquanto órgão académico.


PÁGINA 09 // 04.MAR.13 //ACADÉMICO

especial conselho geral

lista c alexandre carneiro catarina silva catarinassilva92@gmail.com rita magalhães ritasmaga@gmail.com

Que motivações te levam a encabeçar esta lista? As motivações desta lista partem de um grupo de pessoas que sentiu que tinha vários pontos de vista em comum, nomeadamente ao nível do contrato de fundação, do novo Código de Ética, da subida de propinas e da sua disparidade entre o 1º e o 2º ciclos mas, principalmente, ao nível da separação da universidade com a cidade. Consideramos que a universidade, as cidades de Braga e Guimarães e a região devem entrar em interacção. Não deve haver uma diferença entre a cidade dos bracarenses e a cidade dos universitários, a parte cultural deve entrar dentro da universidade e a universidade deve sair para a sociedade. E, nesse sentido, achamos que se deve apostar em novas políticas que podem influenciar muito o modo como a universidade vai crescer. Qual a missão que achas que os estudantes devem ter neste órgão? O Conselho Geral é, por si só, o órgão mais importante que a universidade tem. As pessoas ligam muitas vezes este órgão à Associação, não tem nada a ver, como não tem nada a ver com a mesa da RGA ou com o Conselho Fiscal e Jurisdicional. É um órgão próprio, que tem representantes dos professores, funcionários, exteriores e alunos. É onde se tomam decisões. Nós consideramos que é com o conhecimento do que se

passa com os alunos, assim como com os professores e funcionários que podemos decidir o que vai ser bom para a nossa universidade. Por isso, a nossa lista tem uma percentagem de representação proporcional entre alunos de licenciatura, de mestrado e de doutoramento. Isto porque quando começamos a expor o que é o Conselho Geral aos nossos colegas percebemos que se interessam e até gostam de participar.

Quais as principais linhas de orientação que vais levar para o órgão caso sejas eleito? Antes de mais, pretendemos lutar contra a subida de propinas, inclusivamente somos contra as propinas e a disparidade que existe entre o 1º e o 2º ciclos. Somos contra o Código de Ética, que não dá liberdade às pessoas. Somos também contra a passagem da universidade a fundação. Somos, ainda, a favor de incentivos à cultura e cidadania, com uma integração da universidade dentro da sociedade, como da sociedade dentro da universidade. Somos contra a precarização da investigação e pretendemos, inclusive, incentivar a investigação lutando por políticas com mais divulgação e maior preponderância dentro da universidade. Somos contra este sistema de transformarem a universidade numa empresa. Nós achamos que a saída dos alunos deve fazer-se faseadamente e não simplesmente desta forma: ‘Agora têm um diploma, façam-se à vida!’. Deve haver um acompanhamento na saída da universidade, como deve haver um acompanhamento na sua entrada. Relativamente à acção so-

cial, esta é uma questão fundamental, principalmente nesta altura de crise. Estamos a falar de cerca de 4 mil alunos que estão a dever propinas neste momento, enquanto são cerca de 600, os que desistiram. Há uma grande discrepância relativamente aos anos anteriores, que mostra que os alunos não estão a conseguir ir para a universidade, porque não conseguem suportar as despesas. Tem de haver, por isso, uma maior facilidade, uma maior sensibilidade por parte da universidade para com estes alunos. Outros pontos dizem respeito aos acessos físicos à universidade, à não existência deuma biblioteca 24 horas por dia, ou até mesmo ao aumento da insegurança nos campi. Concluindo, é preciso uma estruturação das políticas, porque o problema aqui não são os alunos. Não há uma política de acompanhamento, de monotorização, de incentivo aos alunos. E a universidade deve ter a sensibilidade de perceber esses aspectos. Recentemente o presidente do Conselho Geral afirmou que os estudantes poderiam ser mais proactivos no CG. Como reages a estas declarações? Eu penso que está tudo relacionado com as políticas que são adoptadas para trazer as pessoas. Podemos dizer que os alunos não se interessam, mas o que eu acho que acontece é o total desconhecimento. E isto está directamente relacionado com o processo de integração, que não pode passar simplesmente pelas festas, o aluno tem de conhecer a universidade, deve conhecer as suas políticas, os seus

órgãos. Este processo tem de partir não só dos alunos, mas também da própria universidade. Já se percebeu que a informação via e-mail não está a funcionar, e parece que há falta de sensibilidade e autocrítica para se perceber que há aqui algum problema. Neste sentido, devem procurar-se soluções, como por exemplo, apostar numa política de divulgação de proximidade. Uma ideia minha é desenvolver este processo imediatamente na fase de integração dos estudantes, ou seja, explicar-lhes também a parte política ligada à academia. Nota-se algum afastamento do CG em relação à academia. Como pode e deve ser combatida esta tendência?

Concordo a 100% de que há um afastamento, agravado pela diminuição dos representantes dos estudantes, de cinco para quatro no CG. Já de si, este órgão dá mais poder à reitoria e retira-nos a nossa motivação de vir participar. Afasta os alunos. Isto não pode acontecer, como também não pode existir uma oposição extrema, deve haver um trabalho conjunto. Para haver um maior incentivo, as pessoas têm de ser motivadas. As pessoas gostam de participar, toda a gente gosta de dar ideias, de opinar. Portanto, é preciso identificar o problema, descobrir o cerne da questão, e depois tentar chamar os alunos. Este é um problema de política e não dos estudantes.



PÁGINA 11 // 04.MAR.13 //ACADÉMICO

ENTERRO DA GATA kaiser chiefs confirmados no gatódromo

DR

DR

AAUM

Ingleses regressam a Portugal para tocar em apenas uma festa académica. AAUM assume o “desejo antigo”, mas reafirma a satisfação por conseguir trazer a banda ao Gatódromo. DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt

Kaiser Chiefs. São eles os nomes maiores do Enterro da Gata 2013. A banda formada em Leeds há já dez anos vem a Braga fechar as noites de concertos no Gatódromo. É um nome sonante e assume-se como a primeira confirmação para o cartaz do evento dos estudantes minhotos.

Carlos Videira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, em exclusivo ao ACADÉMICO, assume que “a banda era um desejo antigo e é com satisfaçao que conseguimos trazê-los ao Enterro da Gata”. O presidente da AAUM sublinha ainda que esta é uma banda “com estilo muito forte em palco” e recorda “os vários concertos do passado, sempre com muito sucesso a marcar as

atuações”. “As pessoas apreciam esta banda de nível internbacional e estou certo que será uma noite memorável para os estudantes da academia minhota”, reforça Carlos Videira. Também contactado pelo ACADÉMICO, o responsável pela atividade, Eurico Peixoto, o vice-presidente do departamento recreativo da AAUM, nota: “Tivemos algum tempo para decidir. Trata-se de uma aposta

pensada, mas sabemos que o risco existe sempre. O objetivo é fecharmos o Enterro da Gata em grande”. Os ingleses irão, neste ano, atuar apenas para os estudantes do Minho, ainda que tenham já um concerto agendado em Portugal para o Festival SuperBock SuperRock. Carlos Videira explica que ter esta banda no enterro da Gata “implica investimento maior”, mas garante

que “tudo foi pensado num orçamento global e foi feito um esforço dentro de um quadro de sustentabilidade do evento”. Recorde-se que as Monumentais Festas do Enterro da Gata começam no dia 10 de maio, com o tradicional Velório da gata e as Serenatas. As noites de concertos acontecem até dia 17 no Gatódromo. No dia 18 fecha-se a festa com o tradicional “Santoinho”.


ENTREVISTA PÁGINA 12 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

INQUÉRITO

consideras correto a aaum apostar na ação social como sendo a sua prioridade de mandato? O finalista da licenciatura em Relações Internacionais quando confrontado com a aposta da AAUM, salientou a sua opinião de forma vincada e clara “Penso que isso foi uma boa decisão relativamente aos tempos que correm e como estratégia de eleição”, acrescentando ainda que as dificuldades estão em todo o lado e que portanto “essa tentativa será muito difícil de alcançar”. Paulo Silva não deixa de frisar a sua opinião relativa a um hipotético baixar do preço das propinas: “baixar as propinas era uma das soluções ótimas para alguns estudantes, visto que a UM é a universidade pública com as propinas mais elevadas do país”. De qualquer modo, Paulo Silva remata-nos o seu ponto de vista com um elogio ao trabalho realizado pela AAUM “admiro e tiro o chapéu a certas medidas tomadas, como a redução da senha de almoço, transportes e demais. Já que a AAUM quer tanto baixar os preços de certas coisas, deveria baixar então o preço da anualidade ou mesmo do enterro da gata (risos)”, comenta o aluno em tom de brincadeira. paulo carvalho da silva 3º ano // relações internacionais

PEDRO COSTA 2º ano// MEST. eng.e Gestão Sistemas Informação

Na opinião de Pedro Costa são muitas as áreas que devem ser abordadas pela AAUM com a finalidade de ajudar os alunos da Academia, sendo que a ação social desempenha um papel fundamental “obviamente que a prioridade de qualquer Associação Académica deve passar sempre pela ação social e pela preocupação que os estudantes da Academia representam, para que todos consigam aceder de igual forma a todos os serviços da Universidade”. Relativamente à diminuição do preço das propinas, Pedro afirma “não diria apenas que baixar as propinas seria uma boa solução, diria sim que o preço das propinas deveria ser em conformidade com os rendimentos do agregado familiar”, embora admita “com toda a certeza ajudaria muitos dos estudantes”. Concluindo a ideia de Pedro Costa, “a AAUM tem neste momento uma tarefa árdua, tarefa essa que é garantir que todos os estudantes tenham acesso aos serviços básicos, necessários ao percurso e conclusão de qualquer curso superior.”

A estudante de Direito concorda com a escolha da AAUM no que diz respeito à incidência na ação social durante o seu mandato, declarando “numa situação económica tão difícil, a associação de estudantes deve ter cada vez mais um papel ativo na defesa dos interesses dos mesmos”. Questionada sobre quais as possíveis áreas a incidir após a área social, a aluna faz uma sugestão: “A AAUM deveria criar uma linha telefónica de apoio aos alunos mais carenciados, pois nem sempre é fácil pedir ajuda. Deste modo o anonimato seria mais garantido”, aproveitando para acrescentar “já que os alunos universitários necessitam constantemente de tirar fotocópias, criar parcerias com as demais reprografias existentes na universidade também poderia ser uma medida a equacionar”. Todavia, Margarida não descura o trabalho, até então, realizado pela AAUM. A aluna tece, assim, um elogio às medidas implementadas até aqui. “AAUM está de parabéns”, concluiu.

margarida carvalho silva 3º ano // direito

joão tiago cunha 2º ANO// música

O aluno de Música realça a posição positiva que a AAUM está a ter relativamente à escolha das suas prioridades. “Penso que a AAUM está a incidir corretamente na prioridade dada à ação social, pois nos tempos que correm as dificuldades monetárias são uma ameaça à vida estudantil desta universidade”. O estudante fala numa atitude “bastante nobre”, facilitando a vida dos estudantes mais carenciados e com maiores dificuldades em manter-se dentro da academia. “A AAUM deveria incidir mais nas atividades pedagógicas, uma vez que no ensino superior o que mais deveríamos defender é o lado pedagógico da instituição para criar mais e melhores licenciados e mestres para o mundo do trabalho”., acrescentou o aluno. “Baixar as propinas é uma solução que poderia ajudar muitos jovens deste país”, refere ainda o estudante que sugere ainda uma redução do preço de alguns serviços da AAUM que, a acontecer, “seriam uma ajuda extra para os alunos”.

bárbara araújo barbarasilvaraujo@gmail.com

Atendendo às atuais circunstâncias em que o ensino superior se encontra, a AAUM não descura as suas promessas efetuadas em época eleitoral, procurando debruçar-se numa ação social mais justa e ponderada, que permita aos estudantes da Universidade do Minho uma vida académica menos contingente.

O ACADÉMICO procurou a opinião dos alunos da academia com o intuito de compreender se esta prioridade constitui efetivamente um dos elementos fundamentais no que concerne a este mesmo assunto.


NÉLSON ZAGALO

O convidado desta semana é um académico, embora não remeta de todo para aquela visão estereotipada do homem das letras, distante e desligado. Nélson Zagalo é aquilo que podemos considerar um docente em rede. Professor auxilar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, Nélson Zagalo é especialista na área dos vídeojogos e realidade virtual. O seu trabalho incide, ainda, nas dimensões emocionais dentro dos ambientes virtuais, aliando igualmente a componente cinematográfica, a psicologia, a teoria da arte e a ciência computacional. É presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências dos Vídeojogos e autor de diversos livros e artigos sobre a temática dos vídeojogos, realidade virtual e interactividade. Por fim, é igualmente, como poderão constatar, um melómano, virado sobretudo para as bandas sonoras.

do Leste da Europa, que depois jogam muito bem com o universo do Kusturica.

Segunda: Tindersticks - Jism (Tindersticks I, 1993) “conheci os Tindersticks em 95 ou 96, numa altura em que estava em Coimbra. A partir daí, foi paixão à primeira audição! A voz foi o que me interessou logo, aliás, a música que ouço tem muito a ver com os vocalistas. Gosto muito de vozes fortes, com alguma rugosidade. Os Tindersticks têm também uma forte melancolia, que me atrai, bem como uma mezcla de sonoridades europeias, espanholas, com violinos...”

Quinta: Wim Mertens - Iris (Strategie de la Rupture, 1991) “É muito difícil ouvir Wim Mertens sem estar a visualizar coisas. Ele tem uma capacidade fora do comum para tornar o som visual. Não sei muito bem como cheguei a Wim Mertens... ele faz parte de um conjunto de autores que eu sigo na área da música clássica contemporânea Michael Nyman, Philip Glass. A minha escolha tem a ver com o facto do Wim Mertens não ter o percurso internacional que têm os anteriores, que são duas personalidades mais conhecidas.

Terça: Goran Bregovic - Dreams (BSO Arizona Dream, 1993) “Na minha opinião o “Arizona Dream”, o “Underground” e o “Gato Preto, Gato Branco” marcam o melhor período do Kusturica e penso que esta parceria com o Goran Bregovic resultou muito bem. Este músico vai buscar estes cânticos

Quarta: Tom Waits - Time (Raindogs, 1985) ”O Tom Waits tem, provavelmente, das vozes mais graves e rasgadas da música e, ora apaixona tanta gente ora afasta tanta gente. Aqui não há uma lógica racional que explique esta relação com o Tom Waits. A primeira vez que o ouvi apaixonei-me de imediato, sem perceber de imediato as letras. Depois há toda a componente musical a que eu chamaria de “parafernália insturmental”, que joga muito bem com a voz dele. A propósito disso, penso que o Tom Waits será o melhor exemplo daquilo que representa o universo criativo: para além de não se subjugar a nenhuma espécie de convenções ou formalismos, é uma pessoa que consegue combinar muitas coisas diferentes: muitas melodias, muitas formas de cantar, muitos géneros”.

Sexta: Jóhann Jóhannsson - Karen Byr Til Engil - (Englabörn, 2002) “A Islândia tem-nos presenteado com alguns autores e, se pensarmos que é um país com cerca de 300.000 habitantes, é impressionante como consegue produzir tanta coisa boa. Não digo que nós, por exemplo, não consigamos produzir porque conseguimos, até porque somos mais. Agora temos é dificuldade em chegar aos mercados, coisa que eles têm conseguido de alguma forma fazer. Em relação ao Jóhann Jóhannsson, acho que ele consegue fazer muito bem o casamento entre o analógico e o digital, funcionando também muito bem como produtor. Ele aqui consegue um trabalho magistral. Ele tem acesso à tecnologia e consegue fazer isso com uma precisão impressionante. Por fim é um artista muito melodioso. É algo que dou valor, a capacidade da música me transportar para um outro estado de espírito.”


TECNOLOGIA E INOV dez tecnologias para 2013 BRUNO FERNANDES micanandes@gmail.com

O Conselho da Agenda Global para as Tecnologias Emergentes, do Fórum Económico Mundial, elegeu os dez avanços tecnológicos mais promissores para este ano. Carros elétricos, wireless ou impressoras que dão objetos a partir de uma ordem de um computador estão perto de ser usados em larga escala. A primeira tecnologia da lista chama-se “OnLine Electric Vehicles – OLEV”: são carros elétricos que não necessitam de fios pois recebem energia de um campo eletromagnético, emitido por cabos instalados por

baixo do piso, recarregando, assim a bateria. Parece uma ideia tirada de um filme de ficção cientifica, mas já está a ser testada na Coreia do Sul. Em segundo lugar, surge a

impressora de objetos que promete revolucionar a indústria da manufatura. A partir de uma ordem de um computador, a impressora cria um objeto 3D em qualquer material, desde plásti-

co a ligas de metais. O Conselho também escolheu a criação de matérias que se autorregeneram como uma das tecnologias emergentes para 2013. Estes materiais reparam-se a si próprios sem necessidade de intervenção humana, aumentando a durabilidade dos mesmos e a redução da procura de matérias-primas. Também é destacada a forma de dessalinização da água de forma energicamente eficiente. O Conselho refere que as pesquisas nesta área perspetivam que, em breve, será possível efetuar o mesmo processo poupando cerca de 50% de energia em relação aos gastos atuais.

A conversão de dióxido de carbono em combustíveis, através de conversores solares, proteínas a la carte, isto é, a ingestão das proteínas que realmente interessam, sensores aplicados à medicina e aos automóveis,componentes eletrónicos orgânicos ou reatores nucleares de quarta geração, capazes de produzir o seu próprio combustível, são também outras das tecnologias referidas pelo Conselho. Esta lista pretende agrupar as tecnologias capazes de responder aos desafios mundiais e encontrar formas de financiamento para as tecnologias emergentes, divulgando-as junto do público.

e fotografias de Frida Khalo, não se sabe precisamente quais foram motivo da mensagem. “É importante assinalar que a continuação da violação das regras pode resultar na desativação da conta ou no acesso descontinuado ao Instagram, sem aviso prévio”, são as últimas palavras da missiva.

Venda de “tablets” em crescimento

crescer progressivamente. Ainda assim, os “tablets” ocupam apenas 10,7% no mercado de aparelhos ligados à Internet. Fonte: Jornal de Notícias

longínquo está agora à distância... De um clique. São 35 as freguesias que permitem a homenagem ou tributo a defuntos através da Internet. Nas páginas de cada cemitério é possível solicitar o envio de flores, velas, dedicatórias, ou fazer apenas o upload de textos ou fotografias. É ainda possível fazer a participação de falecimentos, consultar o nome e dados das pessoas que estão sepultados no cemitério real ou procurar dados estatísticos. Este serviço foi concebido por uma empresa portuguesa, a Cemitérios Online, que pretende já alargar o negócio a países como Espanha, Alemanha e Brasil.

twittadas ana filipa gaspar afilipa.gaspar@hotmail.com

Madonna pode ficar sem conta no Instagram A equipa do Instagram enviou uma mensagem a Madonna, na qual se afirma que a cantora violou as “Community Guidelines” da rede social. Sem qualquer tipo de comentário, a rainha da pop publicou esta mensagem na sua conta, tendo recebido diversos comentários dos seus seguidores. Entre as 19 fotografias partilhadas por Madonna, das quais fazem parte o decote da cantora

Em 2012, foram vendidos 128,3 milhões de “tablets” em todo o mundo, o que se reflete num crescimento de 78,4%, relativamente ao ano de 2011, em que foram vendidos 72 milhões. Estes dados foram divulgados pela consultora tecnológica IDC. Após o primeiro lançamento deste segmento de mercado, em 2010 pela Apple, o iPad, os preços dos “tablets” já diminuíram em 15%, o que, de acordo com a IDC, contribuiu para o aumento das vendas. O iPad é o líder das vendas, no entanto a concorrência está a

Ir ao cemitério ser sair de casa

Visitar alguém que se encontra sepultado num cemitério

PUB


OVAÇÃO

PÁGINA 15 // 04.MAR.12 // ACADÉMICO

liftoff,

gabinete do empreendedor da AAUM

promove...

Programa “Steps to” O programa “Steps to”, inserido no Connecting the Dots|2013, vai consistir em cinco sessões de orientação com cinco temas diferentes direcionado para empreendedores, start up´s e spin off ´s. Estas sessões de orientação terão a duração de 120 minutos. Serão sessões num ambiente relaxado mas totalmente focado, cujo objetivo principal é dotar os participantes com ferramentas práticas de trabalho de forma a construírem o seu projeto com os passos necessários para potenciar o seu sucesso. Os interessados poderão inscrever-se por sessão, optando assim por aquela que mais lhe interessa, ou poderão inscrever-se no programa completo. As sessões terão um seguimento lógico, o que pos-

sibilita a quem optar por frequentar o programa completo, associar a cada sessão uma tarefa a ser realizada até a próxima sessão, com a intenção de que os participantes deem passos concretos no sentido dos seus objetivos. A inscrição no programa completo dá ainda a compensação de uma sessão de Coaching em grupo gratuita. Temas e principais conteúdos das sessões 1. Cultura Organizacional 2 de Abril “Cultura Organizacional é a parte que não se vê mas sente-se na forma de atuar de toda a equipa da organização, que se traduz na forma de estar e nos proveitos da organização.” a. Líder Flexível + Líder Coach b. Organizações Emocional-

mente Inteligentes 2. Gestão Estratégica Eficaz| 4 de Abril “Não se pode gerir o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gere.” W.E.Deming a. Business Model Generation Canvas b. Centros de Performance 3. Marketing & Vendas 9 de Abril “Marketing não é uma função, é todo o negócio visto na perspetiva do cliente” Peter Drucker a. Plano de Marketing Estruturado b. Plano de Marketing Interno 4. Organização de Processos 11 de Abril “Não adianta dizer que estamos a fazer o nosso melhor.

Temos de ter sucesso em fazer o que é necessário” Winston Churchill a. Atribuições de Responsabilidades b. Planos operacionais 5. Alta performance constante - 16 de Abril “Porque razão os Atletas de Alta Performance treinam regularmente? Porque razão as Empresas não fazem o mesmo?” a. Plano de formação b. “Role plays” Local: Liftoff, campus de Gualtar na Universidade do Minho Preço por sessão: 12,5 euros - Sócio AAUM, AAEUM, AFUM 18 euros - Não sócios (IVA incluído)

Dinamizador César Cerqueira – Diretor Geral do Energize.me e Business Developer do Projeto Create Success – “Adoro estar com pessoas e trabalhar com elas na procura de atingirem todo o seu potencial. Ao longo dos anos de experiência a trabalhar nas áreas de Gestão e Liderança, nas áreas Comportamentais, ou como Consultor externo, percebi que as pessoas e empresas têm em si o potencial para atingirem os seus objetivos precisando apenas de uma pequena orientação, assim como desenvolverem a capacidade de quebrar com velhos paradigmas criando novos que as potenciem.” Mais informações em www. liftotff.aaum.pt

Ofertas de emprego Delegado Comercial (m/f ) - Distrito de Braga

by - Full-Time das 09h00 às 18h00 de 2ª feira a 6ª feira; - B2B (direccionados para PME’s)

w w w. a a u m . p t /g i p gip@aaum.pt

- Contrato de trabalho + Vencimento Base + Comissões + Ajudas de Custo.

Técnico de Informática/ Desenvolvimento de Software (M/F) - Braga (Estágio Profissional)

Engenheiro Electrónico (M/F) - Braga

- Licenciatura em Engenharia Informática ou áreas afins; - Conhecimentos em Eclipse; - Conhecimentos sólidos em: J2EE; - Conhecimentos sólidos em base de dados Informix; - Conhecimentos sólidos em sistema operativo Linux;

- Degree in Electronics Engineering or other - Analogue electronics - Circuit design and prototyping - PCB design - Contrato de Trabalho: 12 meses/ Salário a negociar.

Outras ofertas: - Formador de Marketing (M/F) Braga - Medidor de AutoCad (M/F) | Braga (domínio de Francês) - Director Técnico de Confecção (M/F) | Braga

Candidaturas em: www.aaum.pt/gip


CULTURA cristina branco e a gente contestatária da nossa terra Cristina Branco regressa aos discos com “Alegria”, o 13º disco da cantora portuguesa. Um disco contestatário, com uma consciência social bem marcada e com personagens que podemos encontrar no nosso dia a dia. JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt

Foi preciso esperar até ao fim da conversa para termos a síntese perfeita do que é, afinal, Cristina Branco. “Eu gosto que as pessoas sintam que eu sou gente, que também tenho uma família,

que sofro como eles. Preciso da minha família para me manter coerente com o que sou. Acima de tudo, preciso de me sentir gente”. Desarmada, sem rodeios, sem vedetismos, sem meias palavras. Cristina Branco, a cantora que galgou fronteiras há muito, que reconhece

DR

Cristina Branco lançou o seu 13º disco de originais

ser mais reconhecida fora do seu país que no seu interior, regressa com o 13º disco. Um álbum editado há uma semana, um disco onde “a gente” é a característica principal. “Este disco [“Alegria”] fala de pessoas. Fala de cidadãos, fala das pessoas enquanto indivíduos e de todos nós enquanto sociedade”, revela a cantora, em conversa com o ACADÉMICO. Ao longo das diferentes faixas, há uma nova personagem que aparece, um novo cidadão que desponta, uma nova voz que ganha espaço. “São pessoas que têm identidade própria. Eu pedi a vários autores que construíssem uma biografia para diferentes personagens. Pedi ao Pedro da Silva Martins, dos ‘Deolinda’, pedi à Manuela de Freita, ao João Paulo Esteves da Silva, entre outros, que escrevessem sobre uma pessoa, sem florear. Queria personagens o mais realistas possíveis”, desvenda Cristina Branco. E

daí surgem, agora em disco, “a Deolinda dos ‘Deolinda’, a personagem que dá nome ao projeto musical surge aqui de igual forma. Temos a Miriam, que é uma ‘queque’ de Lisboa, mas que à noite se mascara e se torna uma espécie de Robin dos Bosques à portuguesa”, ri Cristina Branco. Duas das personagens, um tributo a Joni Mitchell e a Sérgio Godinho e mais não se conta, que a surpresa continua a ser o elixir de muitos. Voz contestatária “Alegria”, de seu nome, é um paradoxo. Cristina Branco assume-o: “sim, claro. Este é um disco com uma voz consciente muito forte, com um olhar para a realidade que nos rodeia. Há neste disco um lado declaradamente de alerta a uma realidade, há uma preocupação social profunda. Se fala de pessoas e se olha para a nossa realidade, é cla-

ro que tem uma característica contestatária”, resume a artista que, quando impelida pelo jornalista a olhar a realidade dos nossos dias e a avaliar o que nos rodeia, não tem meias palavras. “Eu acho que as coisas se complicaram muito. Havia já um anunciar da ruína que se instalou e estamos agora na fase de lamber as feridas, de olhar para o que temos e arranjar soluções. E todos já percebemos que a solução não está no poder”, admite. Para já, e com esta consciência social marcadamente presente, Cristina Branco parte em digressão para várias datas na Europa. “A ‘tour’ começa a 20 de março, em Bruxelas, depois seguimos para a Escandinávia e depois regressamosà Bélgica”. Portugal, apenas em abril. “A 5 no Teatro São Luiz, em Lisboa, e a 7 na Casa da Música, no Porto”. Até lá, haja “Alegria” – nos ouvidos, com Cristina Branco, e na vida.

SALA DE CINEMA

o bom, o mau e django CÉSAR CARVALHO z5@sapo.pt

Em Tarantino há uma identidade palpável difícil de igualar. Cada elemento que preenche o ecrã é tão identificável quanto a sua falta de aptidão para interpretar personagens acessórias que, teimosamente, sempre inclui nos seus filmes. Ainda assim, esse mérito, vigente desde Cães Danados (1992), foi perdendo alguma força para dar lugar às novas conceções de “como entreter essa plebe sem perder o apreço de Peter Bradshaw (crítico do The Guardian e de enorme relevância na área)”. Em Django Libertado continua o desfile de personagens excêntricas. Django (Jamie Foxx), o protagonis-

ta, é talvez a mais sensata dessas personagens. Depois de ser comprado pelo Dr. Schultz (um admirável Christoph Waltz) e de uma jornada onde os dois se dedicam a caçar foragidos em troca de recompensas, ele vai em busca da sua amada Broomhilda na herdade do riquíssimo Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). O roteiro é dos mais lineares da filmografia do realizador, e onde os diálogos, longos e aprimorados, se assumem como o atributo maior e que só vem confirmar o talento dos atores escolhidos, mais destacadamente Waltz, DiCaprio e o habitual Samuel L. Jackson. A reciclagem dos estilos continua bem evidente. O realizador norte-americano não procura definir-se em

géneros cinematográficos, procura sim reinventar-se, passando por todos esses géneros. Ele próprio confidencia: “I steal from every movie ever made”. São incontáveis as referências diretas a filmes da década de 60 e 70, mais propriamente aos western spaghetti italianos, e as manifestas influências dos filmes série B - neste caso o blaxploitation já explorado em Jackie Brown (1997) ressurgiu em jeito de tributo ao período do faroeste. Ainda que bem mais amadurecido, o trabalho de Quentin Tarantino continua a fazer-se através de moldes muito pouco formais. Por uma lado, a estilização da violência (sangue em abundância, música clássica em cenas de ação) traz à su-

perfície a memória de Sam Peckinpah, de quem o realizador é confesso admirador. Por outro lado, a vingança é uma vez mais o motor de impulsão de todo o universo ‘tarantiniano’. Em Django Libertado a escravatura é abordada sem o mínimo de interesse moral. O humor é negro, por vezes duvidoso, e a violência impõem-se de forma caricatural. E é nesta caricatura que o filme falha. A exagerada despretensão e escárnio com que são abordados os temas – o filme chega a ridicularizar-se a si mesmo - compromete a credibilidade da história. Longe do brilhantismo e louvor que apresentou em Pulp Fiction (1994), Quentin Tarantino parece agora mais apostado em descobrir-se a si mesmo

do que a consolidar-se como um cineasta consensual. Realizador: Quentin Tarantino Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio Estreou em Portugal: 24/01/2013 Nacionalidade: Norteamericano Pontuação: 3,5/5


PÁGINA 17 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

RUM BOX

AGENDA CULTURAL

TOP RUM - 9 / 2013

BRAGA

01 MARÇO

13 DJANGO DJANGO Hail bop 14 LIARS No. 1 against the rush

1 NICK CAVE & THE BAD SEEDS We no who u r 2 ALLAH-LAS Don’t you forget it

15 WE TRUST & BEST YOUTH Tell me something 16 ADAM GREEN & BINKI SHAPIRO Just to make me feel good

3 FOXYGEN - No destruction 4 MIRALDO - The ancient days

17 ALABAMA SHAKES Hold on

5 CAT POWER - Ruin

18 DEUS - Quatre mains

6 GRIZZLY BEAR - Yet again

19 JULIA HOLTER In the same room

7 B FACHADA - Carlos T 20 WALKMEN, THE - Heaven 8 DIABO NA CRUZ - Luzia 9 PALMA VIOLETS Best of friends 10 ANARCHICKS Restraining order

POST-IT 04 março > 08 março

FILMES 4 de Março As Bailarinas – Medeia Filmes Theatro Circo MÚSICA 9 de Março Rui Gama e Dora Rodrigues Theatro Circo EXPOSIÇÃO 23 de Fev. a 24 de Março Joana Castelo – “ In the city of Ho Chi Minh” Museu da Imagem

HOW TO DESTROY ANGELS How Long

12 OS SOBREVIVENTES Que força é essa

YEAH YEAH YEAHS Sacrilege

FAMALICÃO

9 de Março The Gift – Primavera / Explode Mil Cores Possíveis CCVF

MÚSICA 9 de Março Miguel Angelo Primeiro Casa das Artes

8 de Março Aurea – Soul Notes Acústico São Mamede 9 de Março Capicua Café concerto do CCVF

EXPOSIÇÃO 8 a 31 de Março Exposição e Pintura Dores Aguiar Mulher Flor! Casa das Artes

LEITURA EM DIA A Paixão de Almeida Faria - Assírio & Alvim. A reedição de um dos mais importantes romances da Literatura portuguesa, uma obra poética e genial.

ORLANDO SANTOS For Real (Electric Mood)

11 BAT FOR LASHES All your gold

GUIMARÃES

MÚSICA

O ano em que Pigafetta completou a circumnavegação de Luís Cardoso - Sextante. A luta do povo timorense pela independência pela mão, segura, de um romancista a descobrir. De leitura obrigatória O Livro do Ano de Afonso Cruz - Alfaguara. Os exercícios criativo-literários de um dos valores mais seguros da moderna escrita portuguesa

A praia dos afogados de Domingo Villar - Sextante. Um excelente policial, uma boa surpresa, com cenário na vizinha Galiza, aqui tão próxima e a merecer esta “descoberta” literária. Dentes de Leite de Ignacio Martínez de Pisón (Teorema) - mais um grande escritor da moderna literatura espanhola, num romance delicado e pungente

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

DR

CD RUM

o amanhã de david bowie é já hoje

JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt

Passaram 10 anos e David Bowie, o camaleão da pop, pouco deu nas vistas ao longo do tempo. Deu poucos concertos, lançou poucas novidades, deu poucos sinais de vida. Mas, de um momento para o outro, o mundo acordou para um facto: sem aviso prévio, sem se supor que isso fosse uma

realidade, David Bowie renascia e um novo disco estava a ser preparado para 2013. Numa altura em que a internet veio matar a supresa dos novos discos, Bowie ainda conseguiu fugir à máquina trituradora das surpresas e conseguiu que o novo álbum ficasse no anonimato até perto da data de lançamento do disco. Um disco maduro, onde a voz inconfundível de David Bowie se evidencia por entre

os instrumentos usados. Um álbum de difícil catalogação, onde a pop, o rock e algumas baladas convivem com a voz, essa voz que ajudou gerações a crescer e que prometia, há uns anos, sair de cena por tempo indeterminado. Sim, 10 anos foram suficientes para essa ausência, Bowie! Já estávamos com saudades da voz inebriante de crooner e um rebelde com mais de 65 anos. O músico que sempre esteve

à frente da moda começou a fazer sucesso em 1960 e foi responsável por vários hits, como «Let’s Dance», «China Girl», «Fame» e «Dan-

cing In the Street». Agora, regressa com “The Next Day”. A fazer valer a ideia que o amanhã, o dia seguinte, é sempre uma surpresa.


PÁGINA 18 // 04.MAR.13 // ACADÉMICO

DESPORTO ‘galos’ e cónegos com sortes diferentes

espaço

scbraga/aaum by DVS

DR

Uma derrota que não trava as aspirações dos minhotos. O Sp.Braga/AAUM deslocouse ao terreno do Rio Ave e, em campo, nada mais nada menos do que o 4º classificado a receber o 5º classificados do campeonato. O tónico para uma grande partida estava lançado e quem esteve em Vila do Conde não saiu defraudado.

Moreirense dividiu pontos com um Marítimo europeu FILIPA SANTOS SOUSA filipasantos_sousa@hotmail.com

O Gil Vicente e o Moreirense precisam de pontuar, isto se quiserem manter-se no principal campeonato nacional de futebol. Os cónegos saíram-se melhor, os gilistas nem por isso. Na cidade de Barcelos, o Nacional bateu a equipa da casa, por 1-2. A primeira parte ficou marcada pela supremacia evidenciada pelos ‘galos’, que marcaram aos 15 minutos da partida. O Nacional ia fazendo o seu jogo, demonstrando-se um pouco desorientado e sem rumo. Assim, os barcelenses recolheram ao balneário na frente do marcador. Embora o Gil tenha dominado os primeiros 45 minutos do duelo, no segundo tempo o panorama mudou completamente de figura: o coletivo de Manuel Machado entrou revigorado em campo, com

intenções de mudar a sua pouca sorte. Os visitantes chegaram ao empate (55’), mas o grande balde de água fria ficou reservado para o fim – Manuel da Costa assinou o segundo golo dos insulares. O emblema de Moreira de Cónegos também enfrentou, nesta jornada, um clube madeirense, que é como quem diz, o Marítimo. Já se sabia que este não iria ser um encontro fácil para os minhotos, uma vez que os maritimistas vinham de uma série de três vitórias consecutivas. A formação de Pedro Martins tem feito uma boa época, e no seu horizonte está o acesso às provas europeias. Na primeira parte, os verdes-rubros dominaram, quase por completo, o esférico. Houve pouca emoção. Os golos só chegaram após o intervalo; e em apenas dois minutos tudo se resolveu: primeiro marcou o Moreirense, logo de seguida o Marítimo

chegou ao empate. O resultado final fixou-se num nulo, mais que justo para ambas as equipas. Desta forma, os cónegos conquistaram um ponto importante para a sua luta pela sobrevivência na Liga Zon Sagres. Quanto ao SC Braga e Vitória de Guimarães, à hora do

Foi um jogo entre duas equipas a atravessar um bom momento de forma e o bom futsal veio ao de cima, apesar de todo o pragmatismo tático que ambas as formações impunham no terreno de jogo. O Rio Ave esteve sempre em vantagem na partida e só mesmo no fim (apesar do equilíbrio ser a nota dominante na partida) os guerreiros do minho estiveram perto do empate com um remate ao poste de Amilcar. Para a história ficam os registos dos golos. para os bracarenses

marcaram Miguel Almeida, Amilcar, Nené e Jefferson. Ao vencer por 5-4, o Rio Ave ascendeu à terceira posição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ultrapassando o Fundão na tabela classificativa. Os bracarenses mantêm-se no quinto lugar do campeoanto. Na próxima jornada a formação comandada por Paulo Tavares recebe o SL. Olivais, equipa que ocupa o 9º lugar. A partida irá jogar-se no pavilhão desportivo da Universidade do Minho, em Braga.

Equipa bateu-se forte em Vila do Conde frente ao Rio Ave fecho desta edição, estes emblemas não tinham ainda entrado em ação, pelo que não constam no corpo deste balanço desportivo. Recorde-se que o Olhanenses e a Académica são, respetivamente, os oponentes dos bracarenses e dos vitorianos. Na próxima jornada: o conjunto de Pe-

seiro vai ao Estádio do Barreiros, visitar o Marítimo; o Moreirense desloca-se ao Algarve para defrontar o Olhanense; o Gil Vicente recebe o Benfica (líder da prova, após ter aproveitado o desaire do FC Porto diante do Sporting); por último, o Guimarães faz de anfitrião ao Setúbal. PUB




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.