PRESIDENTE DO CONSELHO GERAL DA UMINHO CESSA FUNÇÕES E NÃO REVELA A SUA DISPONIBILIDADE PARA CONTINUAR NO CARGO
LUÍS BRAGA DA CRUZ
“ADMITO QUE, NO SEGUNDO MANDATO, O CONSELHO GERAL POSSA SER MAIS ATIVO” Página 11 e 12
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Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 186 / ANO 9 / SÉRIE 4 TERÇA-FEIRA, 02.ABR.13
campus
local
Alunos satisfeitos com abertura das bibliotecas 24 horas no campus de Gualtar
Guimarães 2013: Cidade Europeia do Desporto com agenda recheada em abril
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NEM A CHUVA OS DEMOVEU!
FICHA TÉCNICA
SEGUNDA PÁGINA
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // terça-feira, 02 Abril 2013 / N186 / Ano 9 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12
02.ABR.13 // ACADÉMICO
BARÓMETRO
EM ALTA
NO PONTO
EM BAIXO
Gata na Praia Uma actividade que vem demonstrando, ano após ano, a força e irreverência do Minho. Não é fácil, a nível logísitico, levar mais de 600 pessoas para uma semana no sul do país. Mesmo que essa tarefa seja cumprida, é preciso saber proporcionar uma semana memorável. O tempo, a chuva e o frio apenas servem para demonstrar que, mesmo com planos B, a animação, desporto e festa estarão sempre garantidos. Parabéns por mais uma bela edição.
Bibliotecas abertas 24h /dia Depois de reduzir o preço dos packs de senhas de refeição e transportes, a AAUM voltou a cumprir outra das promessas eleitoriais. Não é que as mesmas sejam feitas para não serem cumpridas, mas ver, em apenas três meses de mandato, um assumir de posições claras para o que se quer para os estudantes, parece-me já um grande feito que merece ser valorizado. A actual direcção da AAUM só pode, neste momento, estar de parabéns pelo que conseguiu.
Violência no desporto Tem-se tornado recorrente falar deste “flagelo” que tem assolado o futebol nos últimos tempos. É lamentável que aqueles “pouco mais de cinquenta”, como os identificam, consigam, semana após semana, entrar num recinto desportivo. O que aconteceu em Braga, Guimarães, no Porto, em Lisboa e em tantos outros estádios é de lamentar. Porque agora, em vez de famílias, olhamos para criminosos quando espreitamos para uma bancada.
VENCEDORES DO CONCURSO UM AO QUADRADO: Vera Mendes - 2º ano - Estudos Portugueses e Lusófonos
SEMANALMENTE O ACADÉMICO VAI DIVULGAR OS TRABALHOS VENCEDORES.
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LOCAL
cidade europeia do desporto com agenda recheada em abril claúdia fernandes alaufernandes@hotmail.com
Guimarães vai ser, durante o mês de abril, palco de várias iniciativas no âmbito da Capital Europeia do Desporto (CED) 2013. A chegada da primavera não é deixada despercebida, sendo assinalada com a caminhada Flower Power, no dia 6, com a partida marcada para as 21h no Largo do Toural. Ao longo de todo o mês, a iniciativa Testemunho CED percorre várias freguesias. Desta forma, Lordelo receberá o evento nos dias 7 e 28, Guardizela a 14 e Gandarela e Conde no dia 21. O Cineclube de Guimarães, por sua vez, associa-se à CED com um ciclo dedicado ao desporto. A primeira das sessões decorre no dia 2 com a exibição de “O escocês voador”, de Douglas Mackinnon. No dia 30, é a vez de “Maldito United”, de Tom Hooper. Os Novos Desafios da Gestão Escolar serão o mote para dois seminários organizados pela Via Educação e CEDIS, no dia 12. O Desporto, a Ciência e o Café
juntam-se, no dia 18, na apresentação de um projeto inovador da Escola de Engenharia da UM, que consiste na aplicação de fibras aos equipamentos e vestuário desportivo. No dia seguinte, decorrem as V Jornadas de Serviço de Pediatria do Chaa. O objetivo deste evento é enaltecer a importância do desporto na vida de um
jovem. No dia 20, por sua vez, 700 crianças do pré-escolar participam nas miniolimpíadas. Além disto, também decorre neste dia uma exposição de cartoons e caricaturas do desporto elaboradas pelo cartoonista vimaranense Miguel Salazar. O treinador do Vitória Sport Club, Rui Vitória, junta-se à
historiadora Isabel Fernandes na terceira sessão dos debates Impensáveis, que terá lugar no dia 27, no Círculo de Arte e Recreio. Este dia marcará, também, o arranque do XXXVI Congresso da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação. Cerca de 500 treinadores, investigadores e formadores vão partilhar conhecimen-
tos nas seguintes áreas: Fitness aquático, treino, Ensino e Gestão e Coordenação. Este certame estende-se até ao dia 28. Em termos de competições, realiza-se, nos dias 26 e 27, a fase final o Campeonato Regional de Desporto Escolar, no Pavilhão Multiusos e na pista de Atletismo Gémeos Castro.
ABRIL RECHEADO EM GUIMARÃES ONDE O DESPORTO VOLTA A ESTAR EM ALTA DR
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especial gata na praia’13 ... quando a gata chegou a albufeira CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
A Gata na Praia começou, oficialmente, pelas 4h da madrugada quando os 50 elementos do staff se reuniram no Pavilhão Desportivo da Universidade do Minho para ultimar alguns pormenores. Uma hora depois, já estava tudo pronto para a acreditação das 70 equipas, num total de 560 participantes, da 12ª edição de uma das maiores atividades organizadas pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Pouco passava das 7h da manhã quando partiram os 11 autocarros com todas as
dicas
equipas, muitas malas, material desportivo e grande entusiasmo na bagagem. O mau tempo acompanhou a comitiva ao longo de toda a viagem, que teve paragens em Pombal, a meio da manhã, e em Grândola, à hora
de almoço. Já dentro do conhecido espírito Gata na Praia, os participantes fizeram-se acompanhar de mascotes, cartazes e vários acessórios que identificavam as respetivas equipas.
A chegada ao Grande Real Santa Eulália, hotel em Albufeira onde tanto participantes como elementos do staff ficaram alojados, aconteceu por volta das 16h. Os estudantes minhotos mostravam-se ansiosos com
a grande semana que se adivinhava. Todos os elementos das equipas foram encaminhados para os respetivos apartamentos, depois de cada capitão ter feito o check-in na receção do hotel. Durante este dia não se praticaram quaisquer atividades desportivas na praia, para que todos se pudessem alojar convenientemente. Cerca das 19h realizou-se a primeira reunião de capitães com os responsáveis do evento, para dar instruções sobre o dia seguinte. À noite, os participantes foram desafiados a mostrar o seu lado mais hippie com uma festa Flower Power dedicada ao espírito Peace & Love, no Le Club, discoteca do hotel.
mau tempo obriga a alterações. a gata foi ao ténis no segundo dia CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
O segundo dia da Gata na Praia, em Albufeira, começou por volta das 11h com o habitual brunch conjunto no hotel, que se desenrolou até às 13h. As equipas foram chegando à grande sala disponibilizada pelo Grande Real Santa Eulália com um visual descontraído e visivelmente cansadas da longa jornada do dia anterior. Após o brunch, os coordenadores do evento reuniram com os capitães das setenta equipas para dar conta das alterações das atividades desportivas para esse dia. Devido ao mau tempo e à
subida da maré, os quatro campos de andebol previstos para o areal foram movidos para os dois courts de ténis do aldeamento. Na praia mantiveram-se apenas um dos campos de andebol e os jogos paralelos, que consistiram em estafetas de corrida de sacos entre duas equipas de cada vez. Ao mesmo tempo, os participantes foram chegando à praia empenhando megafones, cornetas e vários acessórios, enquanto alguns elementos do staff preparavam o sistema de som para animar também o espaço. Ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, esta edição da Gata na Praia contou com a presença da professora de aeróbica e zumba da Universidade do Minho, Joana Caldas, para
o habitual aquecimento na praia. Temas já conhecidos de alguns participantes como o “Oh Mila!” e “O Rei dos Frangos” animaram os mais de 500 estudantes. A meio tarde, quando o sol abriu, alguns elementos das equipas arriscaram ir a banhos no mar e entrar no verdadeiro espírito Gata na Praia. Para Mariana Santos, participante no evento pelo terceiro ano consecutivo, “apesar do tempo não ser o melhor, está tudo a correr bem”. A estudante minhota mostrou-se satisfeita por a atividade voltar a Albufeira e perspetivou uma “grande semana rodeada de pessoal porreiro”. Já Sérgio Martins, estudante de Enfermagem, disse estar bastante contente com a presença de vários co-
legas do curso, ao contrário de outras edições. O participante constatou que “apesar do tempo estar pior do que no ano passado, a semana já está a ser espetacular”. Nessa noite, a comitiva de 600 pessoas vestiu-se a ri-
gor para mais uma noite na discoteca do hotel, o Le Club. A noite azeiteira é sempre uma das mais aguardadas temáticas da semana, revelando grande empenho dos participantes em cumprir à risca o dress code.
ESPECIAL GATA NA PRAIA ‘13 PÁGINA 05 // 02.ABR.13 // ACADÉMICO
ao 3º dia... tempo para pisar o areal
CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
No dia 3 da Gata na Praia,
as atividades desportivas na praia começaram um pouco mais tarde do que o habitual. Depois da grande noite azeiteira do dia anterior, os participantes tiveram algu-
ma dificuldade em sair da cama. O aquecimento habitual com todos os participantes e staff ficou marcado pela irreverência e sensualidade da professora Joana Caldas que animou desde logo todos os presentes. O mar, desta vez, não pregou partidas, tornando possível a montagem dos quatro campos de voleibol no areal, para grande satisfação de todas as equipas. Paralelamente aos jogos de vólei, o corfebol foi o desporto escolhido para manter o ritmo da tarde desportiva, entre banhos de sol, quando o tempo permitia, e banhos no mar, para os mais corajosos. Apesar de os fatores que envolve a Gata na Praia, desde
o alojamento às noites temáticas, do espírito de equipa à diversão, o desporto é, sem dúvida, o ponto forte do evento. Na opinião da estudante de Psicologia, Ana Filipa Silva, este ano “há mais ritmo entre os jogos, o que faz com haja menos quebras e leve o pessoal a ficar mais tempo na praia”. Para a participante, este ano as equipas estão numa “onda mais tranquila” do que o ano passado, durante os jogos, apesar de “haver sempre equipas com mais espírito de competição do que outras”. A aluna minhota destacou ainda a coesão e união da equipa que as atividades desportivas promovem. Já Eduardo Machado, aluno de MIECOM, salientou a
boa organização dos jogos na praia como um ponto positivo desta Gata. Por outro lado, o estudante minhoto criticou a falta de fair play de algumas equipas durante a competição. As atividades desportivas prolongaram-se até ao anoitecer, mantendo sempre o entusiasmo graças à música animada e energética do DJ Sérgio Moura. Depois de mais um dia de atividades na praia, à noite, os participantes foram encaminhados para a discoteca Sétima Onda, fora do hotel, para mais uma noite temática, desta vez num ambiente Rock n’ Roll, onde não só eram esperados “trajes” a rigor como música deste estilo.
chuva estraga planos CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
Terça-feira foi o quarto dia de Gata na Praia, que marcado pela interrupção das atividades desportivas, devido ao mau tempo. A Praia de Santa Eulália voltou a encher com os cerca de 560 estudantes minhotos, apesar de grande parte do areal estar escondido pelo mar. Após o já conhecido warm up, Carlos Videira, presidente da AAUM anunciou
mais um nome para o Enterro da Gata ’13. Natiruts, famosa banda brasileira de reggae, vai atuar no Gatódromo na terça-feira, dia 14 de maio, à semelhança do que aconteceu há dois anos. Depois de Kaiser Chiefs, chega ao Enterro da Gata mais um nome internacional do mundo da música. O futebol de praia foi, neste dia, o desporto rei, disperso pelos quatro campos ao longo da praia. Tal como tem sido habitual, foi realizado mais um jogo paralelo, desta vez “A Tromba do Elefante” que consiste em usar um par de collants na cabeça com duas bolas de
ténis lá dentro e, com esse mecanismo, derrubar oito garrafas que estão dispostas pela areia. Também durante a tarde, os elementos das equipas tiveram a oportunidade de participar numa aula de surf. É de salientar que são cerca de 50 os elementos do staff que coordenam e põem em prática todas estas atividades ao longo de toda a semana. Nas palavras de um desses elementos, José Guimarães, “aspetos negativos nesta Gata não temos nada, de aspetos positivos temos tudo”. Já Diana Cardoso, que também integra a organização, lamenta o mau
dicas
tempo que se tem sentido, no entanto garante que “o melhor ainda está para vir”. Para Joana Caldas, professora responsável pelo aquecimento diário e nova nestas andanças, o “ambiente é incrível e divertido” aquele que se faz sentir na praia. A professora de aeróbica mostrou-se um pouco surpreendida com a grande adesão dos alunos minhotos às coreografias que marcam
o início das atividades. A meio da tarde, o mau tempo estragou os planos da Gata e obrigou toda a gente a voltar ao alojamento mais cedo. As atividades desportivas desse dia seriam retomadas durante a tarde do dia seguinte. Mais à noite, de volta ao Le Club, com os óculos de sol como adereço obrigatório na famosa Sunglasses Party by Sardinha Biba. PUB.
ESPECIAL GATA NA PRAIA ‘13 PÁGINA 06 // 02.ABR.13 // ACADÉMICO
momentos de união e companheirismo marcam último dia de atividades CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
O bom tempo, finalmente, invadiu Albufeira no último dia da Gata na Praia. Na quarta-feira os participantes foram chegando aos poucos ao areal, que, desta vez, estava totalmente coberto pelo mar. Ao contrário do que estava previsto, não foram retomadas as atividades interrompidas durante a tarde do dia anterior. Em vez disso, os participantes foram desafiados a fazer um Peddy Paper intitulado “Loucura Total em Albufeira”, que consistia em nove tarefas diferentes. Primeiro, cada equipa tirou uma foto de família, na qual os oitos participantes teriam que posar para a câmara da forma mais original possível. De seguida cada grupo foi desafiado a elaborar
uma quadra sobre a Gata na Praia ’13. A terceira tarefa consistia numa prova de equilíbrio junto ao mar, na qual os oitos elementos de cada equipa teriam de elaborar uma figura na qual apoiassem no chão apenas
seis membros. Na etapa seguinte, cada grupo teve de rematar oito vezes à baliza, valendo um ponto cada golo. Seguiram-se mais três estações onde se jogaram “A Tromba de Elefante”, ping-pong e mini-golf. Para ter-
minar, os participantes tiveram de fazer um desenho alusivo à sua participação na 12ª edição da Gata na Praia e uma escultura na areia. Durante toda a atividade, os estudantes minhotos tiveram também que responder
a algumas perguntas sobre Albufeira e a Gata na Praia. Recorde-se que esta foi a última oportunidade que as equipas tiveram para ganhar mais pontos na competição. A animação, a diversão e o entusiasmo próprios do último dia de Gata, não faltaram na Praia de Santa Eulália. Em jeito de despedida, as mais de 500 pessoas que participaram no evento, desde os participantes, passando pelos patrocinadores até ao staff, juntaram-se no areal para a já habitual foto de grupo. Mais tarde, a última noite temática foi a festa branca, na qual foi eleita a Miss Gata na Praia, sob o olhar atento do júri, constituído por quatro elementos do staff. Para o dia seguinte, esperava-se uma viagem longa, de regresso a casa, depois daquela que já foi considerada a melhor Gata na Praia de sempre!
a gata regressou ao minho CATARINA SILVA catarinassilva92@gmail.com RITA MAGALHÃES ritasmaga@gmail.com
O último dia em Albufeira
chegou e a comitiva de cerca de 600 pessoas começou a preparar-se para voltar a casa. Por volta do meio-dia os estudantes minhotos começaram a chegar à sala do brunch e consigo levavam
muitas malas e nostalgia. Visivelmente cansadas, depois da última noite temática, a festa branca, as equipas começaram a preparar-se para voltar para casa. Eram já 15h30 de Quinta-Feira quando os autocarros iniciaram a viagem de regresso a Braga, depois de seis dias de plena diversão, convívio e euforia. Celso Fernandes, vice-presidente do Departamento Desportivo da Associação Académica da Universidade do Minho, fez um “balanço muito positivo” desta 12ª edição do evento, já que “o objetivo principal era tornar esta Gata na Praia a melhor de sempre e, ao fim desta semana, o objetivo foi cumprido”. “Penso que conseguimos proporcionar a estas 600 pessoas uma semana que eles não vão esquecer
tão brevemente”, concluiu Celso Fernandes. O responsável pela atividade destacou como principal ponto positivo o convívio: “No passado dia 23 ninguém se conhecia praticamente e, ao fim desta semana, criou-se um espírito de grupo, um espírito de união, que só quem vem à Gata na Praia consegue perceber”. Apesar de o balanço ser positivo, Celso Fernandes gostava de “criar ainda mais vagas”. Sendo esta “uma atividade que cresce de ano para ano, os alunos tendem a querer mais e mais vir à Gata na Praia” e o responsável pelo evento deseja trazer o maior número possível de estudantes na próxima edição: “Os nossos recursos são limitados, mas continuo a acreditar que é possível”. Nas palavras do organizador
da atividade, “depois desta semana, o esforço e as noites mal dormidas são certamente recompensadas pela alegria proporcionada aos participantes”. Numa frase, Celso Fernandes descreveu a Gata na Praia 2013: “Só quem cá está é que consegue perceber”. Depois de muito desporto e muitas noites divertidas, o espírito foi de união entre todos os participantes e a organização, numa longa viagem de regresso. Acompanhados de muita chuva, os alunos minhotos chegaram a Braga às 23h30, ao fim de uma semana que, seguramente, não vão esquecer. Na próxima Quarta-Feira, espera-se uma grande festa de encerramento da Gata na Praia, onde serão anunciados os vencedores das competições desportivas desta edição.
ESPECIAL GATA NA PRAIA ‘13 PÁGINA 07 // 02.ABR.13 // ACADÉMICO
INQUÉRITO que balanço fazes da gata na praia ‘13? Para a estudante do 3º ano de Medicina, a 12ª edição da Gata na Praia foi “mesmo muito boa, apesar do tempo não ter sido o melhor”. A participante destacou positivamente a boa organização do evento e o facto de as noites temáticas darem uma componente muito divertida e descontraída à atividade. Cátia Azevedo lamenta o facto de a noite Rock não ter sido no Le Club, dentro do Resort, porque, afirma, “ter de entrar no autocarro para ir para a discoteca cortou um pouco o espírito dos outros dias”. Para a próxima edição espera que o mar não esconda o areal da Praia de Santa Eulália como aconteceu este ano e sugere um noite Reggae, como festa temática.
CÁTIA AZEVEDO 3º ano // MEDICINA
ANA POÇAS 6º ano// MEDICINA
A participante pela 2ª vez na Gata na Praia, admitiu que as suas “expectativas eram muito elevadas porque a edição do ano passado já tinha sido muito boa”. A estudante do último ano de Medicina descreve a edição deste ano como “muito divertida” e destaca como ponto positivo o facto de “haver um plano B para os dias de chuva”. Ana Poças espera poder voltar para o ano, pois esta atividade “tem um espírito único, que só sente quem participa”. A aluna minhota substituiria o futebol por uma modalidade mais rítmica, como aeróbica e mantinha o número de participantes, porque nas suas palavras, “este é o número ideal, mais do que isto seria demasiado confuso”. “Dou os meus parabéns à equipa da organização que fez um excelente trabalho, sem receber nada em troca”, acrescentou Ana Poças.
José Rodrigues participou também pela 2ª vez nesta Gata na Praia deste ano. “No ano passado, era a primeira Gata, havia mais expectativa, era novidade. Mas, ainda assim, houve coisas melhores nesta edição do que na anterior”, referiu o estudante minhoto. O estudante de Biomédica espera que no próximo ano, a praia e o tempo estejam melhores. José Rodrigues destaca como ponto alto da semana a vitória na final de voleibol que a sua equipa conquistou na segunda-feira. À semelhança do que disse Cátia Azevedo, o participante preferia que a festa rock, na noite de segunda-feira, tivesse sido no mesmo local das restantes, porque, diz “ir para fora do hotel é completamente diferente”. José Rodrigues sugeriu ainda que na próxima edição da Gata na Praia, o local seja outro, para dar a oportunidade de conhecer outras cidades do Algarve, como por exemplo Portimão.
JOSÉ RODRIGUES 3º ano // ENG. BIOMÉDICA
Gusthavo Vieira 3º ANO// ERASMUS CIÊNCIAS COMUNICAÇÃO
AAUM
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Para o estudante brasileiro, o evento foi muito bem organizado e correu tudo “nos conformes”. O aluno de Ciências da Comunicação conta que “toda a gente esteve divertida e dentro do espírito durante a semana e, por isso, é um prazer ser estudante Erasmus na Universidade do Minho”. Os únicos pontos negativos para o brasileiro foram o tempo e o mar que tapou toda a praia, no entanto “é algo que não é possível controlar”. Para Gusthavo Vieira, o melhor foi “a organização, as festas temáticas e as atividades na praia que fizeram com que o pessoal saísse de casa”. Enquanto estudante Erasmus, o participante teve algumas dúvidas em relação ao evento que foram, quase de imediato, esclarecidas pela organização. “Foram todos muito prestáveis comigo e com os meus colegas”, disse Gusthavo. “Todo o Mundo esteve p’ra cima e isso foi o mais importante”, finaliza.
AAUM
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CAMPUS
alunos satisfeitos com abertura das bibliotecas 24 horas no campus de gualtar
CÁTIA SILVA catiaff_11@hotmail.com
A Universidade do Minho tem, desde segunda-feira, uma biblioteca aberta 24 horas por dia. Esta foi, recorde-se, considerada uma vitória para a nova direção da Associação Académica da Universidade do Minho
(AAUM), que interveio junto da Reitoria e dos Serviços de Documentação da UMinho, para que isto fosse possível. “Quando a nova direção da AAUM tomou posse esta já tinha sido identificada como uma das necessidades que nós gostaríamos de suprimir. Nesse sentido, encetámos desde logo diálogo com a Reitoria da UM que
nos deu conta da existência desse espaço, na Biblioteca Geral, aqui no campus de Gualtar, que poderia servir como espaço para salas de estudo. Faltaria no entanto resolver algumas questões relativamente ao recheio, que nós acabamos depois por resolver, quer com os Serviços de Documentação, quer com o Gabinete de Apoio ao Ensino da Uniuminho
Medida anunciada pela AAUM agrada aos estudantes
versidade do Minho”, disse Carlos Videira, presidente da AAUM, em entrevista ao ACADÉMICO e RUM. De início haverá apenas uma sala de estudo, com capacidade para 36 pessoas, na biblioteca geral da UMinho, no campus de Gualtar. Depois, consoante a adesão dos alunos, poderão ser abertas mais salas no mesmo espaço ou mesmo no campus de Azurém. O presidente salientou que esta era uma vontade há muito reinvindicada pelos alunos minhotos e que apenas agora conseguiu ser concretizada. Esta decisão gerou uma onda de satisfação nas redes sociais e muitos alunos fizeram questão de mostrar o seu contentamento face à medida da direção da estrutura associativa. Bárbara Martins, aluna do primeiro ano de Ciências da Comunicação, está informada acerca desta sala e da sua localização. No entan-
to, admite que não lhe traz “vantagem nenhuma”, pois, à noite, prefere estudar em casa. “Durante o dia já uso frequentemente a biblioteca. Acredito é que para outros alunos, com hábitos e ritmos diferentes, esta iniciativa tenha sido muito importante e que venha a ter muitos adeptos”, remata. Já Miguel Pinto afirma não ter por hábito estudar na universidade, prefere a sua casa e a dos amigos. “Mas acredito que vou usar esta sala, especialmente da parte da noite, porque existem muitos fatores de distração nas casas e esta é uma oportunidade que a universidade nos dá para que as distrações não aconteçam tanto”, diz o aluno de Engenharia Informática. Uma primeira vitória para os alunos e para a AAUM, assim considera Carlos Videira. No entanto, o objetivo é alargar a mais salas em Gualtar e abrir em Azurém.
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UNIVERSITÁRIO
ics abre as portas para receber os mais jovens adriana couto drianascouto@gmail.com
É já nesta quarta-feira, dia 3, que o Instituto de Ciências Sociais (ICS) abre as portar para receber várias dezenas de alunos de secundário que ao longo de um dia poderão conhecer os cursos do ICS e respetivas saídas profissionais. Por um dia, o ICS abrirá as portas do seu instituto para dar a oportunidade de conhecer, a várias dezenas
de alunos de secundário, não só os cursos do Instituto de Ciências Sociais mas também de conviver com os docentes das diferentes áreas, ex-alunos e funcionários, e ainda conhecer os laboratórios e participar em algumas ações especiais de experimentação, que desvenderão um pouco aquilo com o qual os alunos poderão contar no seu futuro, caso escolham um dos cursos lecionados no ICS. O dia terá início com um espetáculo do grupo cultu-
ral iPUM – Percussão Universitária do Minho, que
irão receber os jovens estudantes e assim mostra-lhes
DR
também um pouco da oferta cultural da Universidade do Minho. Seguidamente, os alunos serão recebido pela presidência do ICS que dará a palavra a ex-alunos do Instituto, de forma a os alunos convidados poderem colocar questões a pessoas que já passaram pela situação deles. O dia continuará com várias atividades temáticas que permitirão aos estudantes experimentar algum trabalho de laboratório.
azurém recebe open de debates ana pinheiro anafilipapinheiro1@hotmail.com
A segunda edição do Open Debates da Universidade do Mino decorrerá já no próximo mês de abril nos dias 26, 27 e 28, no campus de Azurém. Trata-se de um torneio de debates que visa a demonstração das capacidades de raciocínio lógico, de comunicação e criatividade dos estudantes universitários e do secundário. Os estudantes terão oportunidade de aliar a sua formação a novos conhecimentos, oriundos de temas atuais. Esta atividade trará a pos-
sibilidade de, tanto os estudantes como o público em geral, se envolverem e discutirem alguns assuntos, de forma a ser obtido um cruzamento de ideias e formas de pensar, visando uma melhor compreensão do mundo. Pretende-se que a formação e conhecimentos adquiridos “sejam um ponto de partida à discussão sobre variados temas num espaço de tolerância intelectual dando-te a oportunidade de enriquecer a tua formação pessoal e cívica”. O modelo de debate utilizado será o British Parliamentary Debate Format, que co-
meçará com a apresentação, seguida da distribuição das posições de cada equipa e, por fim, a exposição da moção a ser discutida. Depois dessa exposição cada equipa terá 15 minutos para organizar a sua defesa. Duas equipas terão de assumir um papel de concordante com a moção e as duas restantes terão que a contrariar.
Os debates serão “minuciosamente observados pelo juiz que está presente para avaliar os argumentos de cada orador e assim os pontuar de modo a entender qual o melhor. Essa avaliação divide-se em duas áreas: o conteúdo do discurso e o seu modo de exposição”. Segundo a Sociedade de Debates, estamos perante um
“espaço onde a liberdade de expressão e a tolerância pela opinião dos outros se encontra lado a lado, expondo a comunidade académica aos mais variados temas, permitindo aos alunos desenvolverem as suas capacidades oratórias e retóricas”. Este encontro, segundo a Sociedade de Debates, propõe assim “um fim de semana cheio de debates e diversão”. As inscrições para esta edição do open debates UMinho podem ser efetuadas até dia 29 de maio. Poderão inscrever-se estudantes (do ensino secundário e superior) e o público em geral.
AAUM
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ENTREVISTA luís braga da cruz Daniel Vieira da Silva
presidente do conselho geral da universidade do minho em grande entrevista ao académico
“Sinto que os estudantes não são muito ativos no Conselho Geral” Luís Braga da Cruz lamenta que os estudantes apenas tenham discutido a questão das propinas DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
Há quatro anos estava em causa o Contrato de Confiança e afirmou que as universidades estavam inseridas num quadro onde “podiam respirar melhor”. Mantém essa afirmação? O Contrato de Confiança desapareceu rapidamente e a confiança não se verificou. Foi uma ideia que envolvia um compromisso para ambas as partes. O propósito de aumentar a oferta formativa e fazer mais com menos recursos e, em contrapartida, o estado reforçava os meios de financiamento da universidade. Mas as restrições orçamentais levaram a que o estado não cumprisse com o que se comprometeu. As universidades estão “estranguladas” diz António
Rendas. Como lê esta afirmação? É um problema complicado. Estamos num momento da nossa vida coletiva muito difícil. Receio que nem todos estajamos conscientes da gravidade da situação. Ainda assim, esta crise também teve aspetos positivos, pois obrigou-nos a racionalizar muito mais as coisas, algo que antes não fazíamos. Tudo aquilo que nos obriga a pensar como se consegue eficiência e racionalidade nos gastos é positivo, porque o mundo vai ser assim. Isto vai melhorar um dia, mas as coisas não ficar como antes. Vai deixar algumas sequelas e austeridade acrescida, porém, não vamos regressar mais a 2007 e à tranquilidade que se vivia. Tudo será mais escasso, discutido e escrutinado. E no Ensino Superior o que
é a racionalidade? Tem de se falar, sobretudo, da rede. Já a Universidade do Minho tem que perceber que há áreas que são críticas e indespensáveis que não podem ser alienadas, como as ciências básicas e que estruturam pensamento. Outras, dependerá dos parceiros. Juntar à UMinho o IPCA ainda é, para si, uma boa solução? Depende muito do que for o futuro do Ensino Superior em Portugal. Daquilo que serão as universidades e politécnicos. É importante consolidar a rede nacional e olhar-se para o que acontece no norte da Europa, onde quatro ou cinco universidades de uma região se fundiram para criar uma com mais de 50 mil alunos. Se lá o fazem, por alguma razão é.
E a nível nacional acha que isso poderia ser aplicado? Não, mas acho que não há nada melhor do que fazer experiências. No Conselho Geral (CG), estamos a chegar ao final deste primeiro mandato e esta adaptação do órgão a Universidade do Minho e também a nível nacional… Acho, antes de mais, importante que se faça essa distinção entre o que se passou a nível nacional e na Universidade do Minho. Um balanço a nível nacional diz-nos que o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) foi um grande salto. Portugal aproximou-se de um padrão de governação que é típico dos países mais avançados, portanto acho que foi um ato político corajoso e penso que foi bom Portugal ter
ido por aí. No nosso caso em concreto parece-me que algumas ações do primeiro mandato são de natureza institucional (o orçamento, relatórios, acompanhar o provedor do estudante), e que essas ocuparam o CG no seu dia a dia. Depois há também a liberdade do CG em tomar iniciativas. Poderá dizer que o CG talvez tenha tomado poucas iniciativas? Sim, é capaz de ter razão e admito que no segundo mandato ele possa ser mais ativo em lançar desafios à reflexão que possam ser úteis para que a universidade cumpra a sua missão. Talvez a coisa mais importante nestes anos, para além da eleição do reitor, foi a elaboração do plano estratégico para o período até 2020, ou seja, construir uma visão. Isso foi feito de uma forma muito refletida,
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continuada, em que o assunto foi revisitidado várias vezes, foram-se acrescentando contribuições, foi feita uma audição de todas as unidades orgânicas. E a própria criação das comissões... Essas comissões foram uma ideia muito simpática, que muitos de nós diziamos que era uma boa solução, mas não acreditávamos que o sucesso pudesse ser tão importante. Deram algumas contribuições muito úteis e o reitor soube incorporá-las de forma a constarem na sua proposta final. Consegue apontar algumas fragilidades destes quatro anos? Ou algo que não tenha corrido de acordo com o expectável? Compreendemos que o CG é uma plataforma de participação muito relevante, logo, as pessoas têm o direito de falar, de escrever. A preocupação de ganhar eficácia ao longo deste período teve essa vantagem de, num determinado momento, aceitarmos criar comissões especializadas. Não podemos esquecer que a universidade é, porventura, o reduto com maior capacidade de reflexão crítica que existe em Portugal. É importante a reflexão académica feita por académicos sobre os problemas do país e podia a própria universi-
dade contribuir para delimitar as matérias que reclamaram maior reflexão. Afirmou que “seria interessante que os estudantes fossem mais pró-ativos no CG”. Quer concretizar a afirmação? Refleti nisso, essa consideração não resultou de eu ter identificado que havia ali um enorme défice. Aconteceu porque me perguntaram, prepositadamente, sobre o que é que estudantes podiam fazer melhor e refletindo sobre isso. Portanto, focando esse ponto, sinto que os estudantes não são muito ativos no CG, ou seja, não estão permanentemente a querer falar, a discorrer e a fazer propostas. Normalmente, estão atentos ao que se passa, mas eu gostaria que ele interagissem mais em função de cada tema e não discutissem apenas quando são a questão de propinas, que é o que acontece. O estudante pode trazer assuntos e começar a formar opinião sobre a relação da universidade com a sociedade, as questões da empregabilidade e alargar um pouco mais o âmbito da sua participação no CG. Mas considera que os estudantes deviam ter um papel mais ativo a nível nacional, tal como se fazia sentir há alguns anos atrás? O estudante tem uma posi-
ção mais neutra. Gostaria é que os estudantes fizessem uma tentativa de identificar quais são os problemas em que eles, dentro de cinco anos, podem começar a intervir de forma decisiva na sociedade portuguesa e isso acho que é legítimo que a gente espere deles. Falamos agora da figura do provedor. Que avaliação faz da mesma? Disse na posse do segundo mandato do provedor que ele teve um grande mérito. É uma figura nova, não tinha tradição, não tinha modelo anterior que pudesse ser copiado (posso-lhe dizer que sei de escolas de ensino superior que pediram à UMinho o estatuto do provedor e o regulamento para verem como é que se deviam organizar, porque sabiam que nós tínhamos começado a abrir caminho). De facto, o provedor fez um relatório excelente no primeiro ano, trabalhou, tem vindo a melhorar e tem sido alguém que consegue ser intermediador, atenuar conflitos potenciais, saber ouvir... Em relação à passagem da UMinho a fundação publica de direito privado. Como vê este impasse? Isso é um processo doloroso, porque, de facto, a UMinho levou a questão bastante a peito.
Presidente do Cons. Geral sublinha que a experiência no cargo pode ser utilizada para corrigir uma rota
Tomamos a decisão e, na minha opinião, seguimos as boas práticas e com a máxima consciência que o CG deliberou de acordo com a lei e decidiu assim autorizar o reitor a iniciar um processo negocial. Entretanto o governo foi substituído, demos-lhe algum tempo para colocar as ideias em ordem e poder tomar posições. Nada aconteceu. Há cerca de um ano e pouco tive ocasião até de ter uma conversa com o Secretário de Estado do Ensino Superior e disse-lhe que não me parecia justo que a UMinho tivesse tomado decisões de acordo com o que a lei previa e que o governo não tivesse, ao fim de um ano, tomado alguma decisão. Foi-me dito que a coisa estava iminente, que só havia intenção de fazer alguns ajustamentos. Entretanto gerou-se um preconceito contra a palavra fundação em geral em Portugal. Foi-me dito então que o RJIES ia ser mantido e o conceito de fundação ia ser mantido, mas alterando o nome. Em vez de fundações iriam ser instituições com autonomia reforçada. Esta afirmação já foi feita há algum tempo e até aqui ainda nada foi feito. Com esta indefinição. É necessário voltar a discutir e referendar a academia? Depende do que vier. Se a lei se mantiver com a mesma configuração pode partir-se para essa negociação que o reitor estava mandatado. Na opinião de muitas pessoas, deveria haver um referendo único e oficial... Não tenho uma opinião definitiva sobre isso, mas devo dizer que o referendo é pouco valorizado em Portugal e a sociedade não o leva tão a sério como essas pessoas o afirmam. Nos países onde não se está habituado a fazer referendos, esse modelo pode não conduzir a uma melhor decisão participativa. Quem reclama referendos pode não estar interessado na participação, mas sim, impedir que algo aconteça quando já está consensualizado de acordo com a lei.
Já frisou que se quer alhear do processo eleitoral que decorreu no passado mês, mas como viu o resultado? Não tive curiosidade em ver como os resultados evoluiram. Espero que os resultados resumam um processo participado, em que as pessoas tiveram espaço de discussão. Ainda em relação à campanha, havia uma opinião unânime acerca do distanciamento entre o CG e a comunidade. Aceita esta crítica? Procuramos ter o nosso site dentro do portal da UMinho com visibilidade e facilidade de acesso, com a informação relativa a cada debate disponível. Isso fizemos. Agora saber se deveríamos alimentar um fórum de debate permanente? É possível, mas isso reclama uma forma de gerir esse fórum, o que dá trabalho. Desde que se criem essas condições para que o mesmo se verifique, estou de acordo. Mesmo assim, poderemos generalizar esta alheamento ao que se passa na sociedade portuguesa. Em relação ao futuro, o que se pode esperar? Em primeiro lugar, é importante lembrar que a decisão é deles [membros eleitos] Estes saberão quem deverão escolher, mas admito que possam ter em conta a experiência anterior. Acha que irão seguir este caminho ou fazer uma alteração no processo de cooptação dos membros externos? Confesso que não sei. Não tenho conversado, não tenho sido abordado. A única coisa que posso dizer é que a experiência que foi utilizada nestes últimos dois anos é uma experiência que trouxe alguns ensinamentos e pode ser utilizada para corrigir uma rota. Está disponível para continuar? São questões que nem coloco. Até podia estar a condicionar a liberdade de quem escolhe e não vou fazê-lo.
RUI CARVALHO
Rui Carvalho nasceu nos Açores e, segundo o próprio, veio para o continente em busca de uma gloriosa carreira no futebol. Admite que é uma metáfora mas chegou a treinar no Estrela da Amadora em criança. Era guardaredes mas acabou por não esticar na altura e optou por agarrar-se à guitarra e a amigos que não gostavam de futebol. Uma das coisas que admite sem rodeios é precisamente o facto de ter sido com amigos, para além do pai, que aprendeu a tocar guitarra. Autodidacta, reconhece que ensinaram-no mal e adora dar pregos e rir para o lado com cara de cúmplice. Curiosamente ou talvez não, os projectos pelos quais Rui Carvalho era conhecido antes de se converter em filho da mãe têm uma sonoridade bem mais eléctrica. If Lucy Fell, projecto que partilha entre outros, com Hélio Morais dos Linda Martini, e I Had Plans, conjunto que se encontra com novo álbum para este ano, são dois nomes que, embora sejam diferentes, partilham com Filho da Mãe a tensão, a apropriação do instrumento, pelo menos no que toca ao contributo de Rui Carvalho. Rui Carvalho lança-se então a solo com um projecto de guitarra acústica bem mais inimista e transparente. Admite que é surpreendente que não o tivesse feito mais cedo mas, ao mesmo tempo, reconhece que é estranho aparecer como Filho da Mãe, pois este é um projecto mais junto à pele.
Segunda: Carlos Paredes - Em memória de uma camponesa assassinada (Na corrente, 1996) “Para mim não é só uma referência para Filho da Mãe, é para tudo o que faço em termos musicais e mesmo enquanto pessoa. Escolhi este tema porque tem a ver muito comigo. Para além disso é, para mim, o que define o ser português. É difícil para uma pessoa que toca guitarra instrumental não ter, mesmo lá no fundo, Carlos Paredes como referência.” Terça: Linda Martini - Elevador (Casa Ocupada, 2010) “Escolhi os Linda Martini porque tenho uma ligação pessoal com eles e estive a fazer há pouco tempo uma tournée com eles. Existe um intercâmbio entre os diversos projetos e é algo que adoro ver e torna as coisas mais interessantes: existe um pouco de If Lucy Fell em Paus ou em I Had Plans e isso diverte-me. Estamos sempre todos misturados e acho que isso dá resultados engraçados.” Quarta: Botch - Saint Matthew Returns to the Womb (We Are the Romans, 2000) “Esta é a minha banda. A primeira vez que ouvi foi através do Hélio ou da Cláudia (dos Linda Martini) e acabaram por influenciar a minha maneira de tocar guitarra, algo que é notório em If Lucy Fell. Gosto de quase todas as músicas deles, é uma banda de culto para muita gente. O guitarrista formou um projecto ligado à pop,
chamado Minus the Bear e admiro quem consegue alternar entre géneros musicais.” Quinta: Lack - Primo Levi (Be There Pulse, 2005) “Os Lack surgiram na minha vida depois de Botch, mas funcionam um pouco da mesma forma. Fiquei impressionado com a simplicidade das guitarras e com a emoção presente. De vez em quando existe um riff de guitarra que ouvimos e pensamos: Bolas! Podia ter sido eu a fazer isto! As letras são muito boas também, têm conotações interessantes”. Sexta: Chico Buarque - Construção (Construção, 1971) “Recentemente voltei a ouvir este álbum e tornouse numa daquelas obsessões: rodou compulsivamente durante não sei quanto tempo, ouvi o disco quase em loop na carrinha durante a tournée europeia de I Had Plans. Emocionou-me de tal maneira que se não a trouxesse aqui seria estranho. A letra é fabulosa, é uma música que me enche de coisas boas quando a ouço.”
TECNOLOGIA E INOV jovem ganha milhões com app Tem 17 anos, é estudante e desenvolve apps para smartphones. Até aqui, nada de novo: mas se falarmos que é um dos adolescentes britânicos mais ricos, o caso torna-se notícia: Nick D’Aloisio vendeu a aplicação móvel que desenvolveu à gigante norte americana Yahoo e tornou-se multimilionário. “Summly”, a app que vale milhões A app, agora vendida à Yahoo, tem um conceito simples: cria resumos versões curtas de textos muito longos, possibilitando a sua leitura em smartphones. Não foi divulgado um valor concreto mas várias
fontes referem valores extremamente altos: o site ‘AllThingsD’ refere que o negócio foi concretizado por 30 milhões de euros em dinheiro. Por sua vez, o ‘The Guardian’ aponta para 21 milhões (90% em dinheiro e 10% em ações da empresa), num negócio que pode ter rendido ao jovem cerca de 47 milhões de euros. Segundo o ‘AllThingsD’, o preço foi bastante alto, uma vez que a aplicação já foi descarregada cerca de um milhão de vezes desde o seu lançamento e já criou cerca de 90 milhões de sumários. Os planos do Yahoo passam por encerrar a app atual e usar o código para outros projetos. Trabalhar na Yahoo? “Ele
ainda quer ir para Oxford!” Para além do dinheiro que recebeu pela “Summly”, D’Aloisio recebeu mais um convite: uma oferta de emprego na Yahoo nos EUA. No entanto, recusou... para já. “Ainda me falta um ano e meio para terminar o secundário. Vou ficar em
Londres. Quero terminar os meus exames finais e não poderia realmente viver por minha conta lá fora”, referiu D’Aloisio à imprensa. Mas Nick vai trabalhar nos escritórios da empresa em Londres, tornando-se no funcionário mais jovem de sempre. Por sua vez, os pais de Nick
dizem que ele ainda quer estudar mais para além do secundário: “Ele ainda quer ir para Oxford!”, refere a mãe. “Ele é apenas um miúdo normal.”, acrescenta. Mas como explicar o sucesso? Nick explica: “Se temos uma boa ideia, ou pensamos que há uma falha no mercado, avançamos e divulgamos essa ideia. Há investidores em todo o mundo neste momento à procura de companhias onde investir.” Nick já é visto como a esperança para que a Yahoo volte a ter a relevância na internet. Segundo fontes ligadas à Yahoo, e citadas pelo ‘AllThingsD’, “o Nick é a pessoa certa para colocar a Yahoo na frente”.
twittadas
ataques de “phishing”.
Google Reader, mas está a trabalhar para poder em breve funcionar de forma independente. Depois há o Skimr que leva a simplicidade ao limite. É fácil importar os feeds do Reader, embora estes tenham demorado cerca de dez minutos até finalmente aparecerem na página. Por fim, o Netvibes que é já um veterano no campo dos serviços de informação personalizada.
desenrola por turnos. Como habitual neste género de títulos, o jogador tem à sua disposição vários itens, desde armas a feitiços. Segundo a informação na página de Walkin, o jogo pode gerar 2000 inimigos diferentes, com vários níveis de inteligência artificial, e a história tem quatro finais possíveis, dependendo de como o Arena.Xlsm for jogado. Gráficos sofisticados são impossíveis de criar no Excel e, para além de algumas imagens, Walkin recorreu a combinações de caracteres para representar personagens dentro da arena onde o jogo se desenrola. A personagem controlada pelo jogador é “:)”. Fonte:Público
YouTube chega aos mil milhões O YouTube ultrapassou a marca dos mil milhões de utilizadores por mês. Isto significa que, se o YouTube fosse um país, seria o terceiro maior do mundo, a seguir à China e à India. A maior plataforma de vídeos online aproxima-se assim do número de utilizadores da rede social Facebook, que chegou aos mil milhões em Setembro. A plataforma tornou-se um sucesso mundial, sobretudo após o surgimento dos smartphones. 41% dos utilizadores do YouTube acedem através do smartphone enquanto esperam por algo ou por alguém, 18% enquanto vão do trabalho para a escola, e 15% enquanto está a passar publicidade na televisão.
BRUNO FERNANDES micanandes@gmail.com
DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt
Sete senhas de facebook roubadas por segundo Diariamente, mais de 600 mil perfis do Facebook correm risco de ataque informático, revela uma empresa de segurança informática. Na prática, são roubadas cerca de sete senhas por segundo em todo o planeta. Segundo um relatório da empresa, divulgado pela Agência Lusa, cerca de quatro por cento das hiperligações partilhadas no Facebook constituem lixo eletrónico, expondo um em cada 200 utilizadores, diariamente, a
As alternativas ao Reader A decisão do Google de fechar o Google Reader, um serviço de leitura de feeds RSS, tornou-se um dos temas mais debatidos no Twitter, motivou um número incontável de artigos e gerou protestos um pouco por todo o mundo. Ainda assim, já surgem alguns serviços que prometem subtituir o famoso Reader da Google. The Old Reader não tem aplicações móveis, mas o site pode ser consultado num browser e ajusta-se ao ecrã pequeno dos telemóveis. É o primeiro finalista. Feedly assume-se como outra solução viável. Recorde-se que o Feedly assenta no próprio
Um jogo em excel O jogo chama-se Arena.Xlsm (as últimas quatro letras são uma extensão de um ficheiro Excel), está disponível gratuitamente no site do criador, Cary Walkin, e é um jogo do estilo role playing game (RPG), que se
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OVAÇÃO
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liftoff,
http://liftoff.aaum.pt/ facebook.com/aaum.liftoff
gabinete do empreendedor da AAUM
promove... RoadShow Start Global XXI 15 de Abril campus de Gualtar
Curso A Semente 30 de Abril e 2 de Maio Sede AAUM
O Start Global XXI consiste num dinamizador para a criação de Startups por empreendedores de elevado potencial sendo promovido pela Global XXI-Consultores e apoiado pelo Liftoff. Tem como objetivo formar empreendedores que consigam conceber e estruturar projetos, criando os seus próprios negócios ou partilhando-os com outros players. São contemplados alguns privilégios atribuídos aos projetos com potencial económico como o Cheque - consultoria Global XXI, estágio, condições vantajosas em serviços de incubação Startup e Prémio monetário ao empreendedor para capitalização da Startup. Os participantes no projecto poderão ainda contar com Subsídio de Alimentação e Subsídio de Transporte. No próximo dia 15 de Abril decorrerá na Universidade do Mino uma sessão de apresentação do projeto.
O curso “A Semente” é o ponto de entrada na caminhada rumo ao êxito, aplicando as metodologias CPS de Condicionamento para o Sucesso Serão focados quatro tópicos base: - Como se preparar mental, emocional e fisicamente para encarar o verdadeiro sucesso - Como descobrir o que você realmente quer da vida - o que ama e o que odeia - e descobrir o que o motiva a viver a vida com paixão - Como melhorar as suas capacidades de comunicação e relacionamento, conectando-se facilmente com qualquer pessoa, a nível pessoal e profissional. - Como criar relações irresistíveis, na sua vida pessoal e profissional - dominando métodos satisfatórios para ambas as partes.
Sessão Marketing & Vendas 9 de Abril - Campus de Gualtar A sessão “Marketing & Vendas” será marcada pela proximidade e fácil interação entre dinamizador e participantes permitindo que sejam aproveitadas todas as vantagens do ambiente relaxado mas totalmente focado que lhe será característico. César Cerqueira (Diretor Geral do Energize-me e Business Developer do Projeto Create Sucess) conduzirá
esta sessão de 120 minutos direcionada a empreendedores, startups e spinoffs e está inserida no programa Steps To do Connecting the Dots. Serão desenvolvidos dois tópicos base: - Plano de Marketing Estruturado - Plano de Marketing Interno
> > 9 ABRIL ‘13 Sessão “Marketing & Vendas” – Campus de Gualtar
> 11 ABRIL ‘13 Sessão “Organização de Processos” Campus de Gualtar
> 15 ABRIL ‘13 Apresentação “ Start Global XXI” Campus de Gualtar
> 16 ABRIL ‘13 Sessão “ Alta performance constante” – Campus de Gualtar
> 17 ABRIL ‘13 Seminário “O Capital da Juventude” Campus de Gualtar, em Braga
Ofertas de emprego
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CULTURA museu da imagem apresenta histórias visuais até maio “Dear Stories” é o conjunto das histórias que 10 fotógrafos decidiram contar numa mostra patente no Museu da Imagem. Mostra que pode ser vista até 10 de maio. JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt
Se uma vida dá muitas histórias, várias vidas dará várias histórias. E essas histórias podem ser, afinal, trabalhadas através de imagens, cap-
tadas de forma particular, segmentadas por momentos, emoções, sentimentos e memórias pessoais. Este é o mote para “Dear Stories”, a exposição promovida pela agência de fotografia “Dear Sir” no Museu da Imagem,
até maio. “Esta exposição resulta de um convite do Rui Prata [diretor do museu] e procuramos criar uma exposição de narrativas individuais, sendo que o fotógrafo fala diretamente ao espectador através da história que
é contada”; revela Alexandra Sousa, responsável pela mostra que fica patente até 10 de maio no espaço bracarense. E este mais não é que um exercício amplo de “dez fotógrafos diferentes entre si, que divergem no percurso e na estética, mas que, no conjunto, funcionam muito bem”. Várias abordagens
Exposição reúne 10 fotógrafos até 10 de maio
DR
Com contribuições de Alexandre Almeida, Ângela Berlinde, Inês d’Orey, José Bacelar, Luísa Ferreira, Paulo Catrica, Tito Mouraz, Valter Vinagre e das internacionais Mireille Loup e Monika Merva, esta é uma mostra que privilegia “os fotógrafos consagrados e os cruza com o valores emergentes da fotografia”, revela Alexandra Sousa. “Estamos a falar de várias abordagens: uns
optaram por uma vertente mais pessoal e outros optaram por dar a ver lugares, resultando daí ensaios sobre o homem e a paisagem”. Uma mostra que se insere na rota de continuidade do Museu da Imagem em dar à cidade novos olhares sobre a realidade através da fotografia. “E neste caso”, avança Alexandra Sousa, “é um verdadeiro ‘melting pot’ de temas e abordagens com formatos diferentes”. Destaque ainda para o vídeo, presente na exposição e que serve para criar uma “relação particular entre o artista e o espectador”. Até 10 de maio há muitas histórias a contar nos diferentes pisos que compõem o Museu da Imagem – histórias que só devem ser reveladas a público que tenha o gosto, a paciência e a curiosidade por ouvir o que lhe é dado a ver.
SALA DE CINEMA
um conto como nós CÉSAR CARVALHO z5@sapo.pt
Apontar hoje o cinema iraniano como um dos abrigos do cinema cult, de garantida reverência, não é mais que um inusitado elogio ao fervilhar criativo da geração de Abbas Kiarostami, Jafar Panahi, Majid Majidi, entre outros. Kiarostami filma no Japão como se estivesse em casa, com o mesmo realismo, com a mesma e plena inclinação paras as coisas simples. E é de simplicidade que reveste, uma vez mais, os temas pesados e profundos, dando-lhes assim a maior credibilidade possível. O enredo podia facilmente ser atribuído a uma obra de Ozu (Viagem a Tóquio, 1953), realizador japonês por quem o autor tem uma devota admiração. Uma jovem estudante, Akiko, estabelece uma relação bastante próxi-
ma com um velho professor reformado, Takashi, quando o propósito do seu encontro era apenas sexo por dinheiro. O desenrolar desta história, mais sentida entre os referidos que transposta para nós, espectadores, é o mais puro dos exemplares do ‘cinema sobre relações familiares’, no qual a escola japonesa é notável e do qual Yasujiro Ozu foi mestre. E para o comprovar, Kiarostami confessa: “(…) many
DR
people told me that my film was more Japanese than the present Japanese cinema”. Na linhagem do que o cineasta iraniano vem compondo, mais destacadamente desde “Where is the Friend’s Home”, esta sua nova obra tem uma vez mais o rótulo fiel de ‘poesia arcaica’. E assim ensina-nos: o mundo não se enche de espiritualidade por força de alguém, por imposição de alguma parte; ele faz-se poético por
si mesmo. A técnica que exibe caminha somente nesse sentido. As tomadas são longas e maçudas, privilegiando o tempo real das ações e nunca rejeitando os (inúmeros e comuns) tempos mortos. Esta reprodução exata do que Kiarostami entende por dia a dia – e nunca ‘realidade’ –, em conjunto com as exímias atuações de todas as personagens, dão à peça um carácter documental difícil de igualar no cinema contemporâneo (talvez aqui Hirokazu Koreeda tenha algo a dizer). Com o seu contragosto ao fogo de artifício sentimental, o realizador iraniano dá-nos uma lição de intimidade e melancolia. A música surge só uma vez, no gira-discos de Takashi, reproduzindo num baixo tom a música que dá nome ao filme, de Ella Fitzgerald. A câmara, suave e serena, capta os espaços que se repetem por
longos minutos, sugerindo também aqui uma influência russa do início da segunda metade do século XX, em que se adotava, preferencialmente, o sistema de “um local, um progresso”. E se houve progresso no cinema de Kiarostami, foi na capacidade de sintetizar um riquíssimo background de “identidades autorais” e congelá-lo num qualquer instante da sua obra, em que o cinema se alia à sua própria história.
Realizador: Abbas Kiarostami Elenco: Rin Takanashi, Tadashi Okuno, Ryo Kase Estreia prevista em Portugal: 18/04/2013 Nacionalidade: Francês/ Japonês Pontuação: 4/5
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RUM BOX TOP RUM - 13 / 2013 29 MARÇO
13 - ALLAH-LAS Don’t you forget it
1 - YEAH YEAH YEAHS Sacrilege
14 - DEVENDRA BANHART Your fine petting duck
2 - PALMA VIOLETS Best of friends
15 - DJANGO DJANGO Hail bop
3 - FOXYGEN - No destruction
16 - LITTLE FRIEND Sunken low
4 - NICK CAVE & THE BAD SEEDS We no who u r 5 - ADAM GREEN & BINKI SHAPIRO Just to make me feel good 6 - ATOMS FOR PEACE Before your very eyes 7 - DEPECHE MODE - Heaven 8 - MIRALDO The ancient days 9 - MEN, THE - I saw her face 10 - OS SOBREVIVENTES Que força é essa
17 - ORLANDO SANTOS For real (electric mood) 18 - BAT FOR LASHES All your gold 19 - BEST COAST The only place
AGENDA CULTURAL BRAGA
EXPOSIÇÃO 15 de Março a 6 de Abril Misericórdias vivem a Semana Santa Casa dos Crivos
07 de Abril Concerto Comemorativa dos 20 anos da fundação Bomfim Theatro Circo
GUIMARÃES
05 e 06 de Abril O Azul da Malmequer São Mamede
MÚSICA 06 de Abril Maria João e Mário Laginha CCVF
FAMALICÃO
MÚSICA 06 de Abril Câmara Neuronal Theatro Circo
TEATRO 03 de Abril Conversa com o homem roupeiro Theatro Circo
06 de Abril The WeatherMan CCVF
POST-IT
01 abril > 05 abril MÁRCIA - deixa-me ir
11 - ALT-J - Breezeblocks 12 - HEAVY, THE What makes a good man
THE HOUSE OF LOVE - a baby got back on it’s feet
LEITURA EM DIA 1 - A Terra Onde Crescemos de Vergilio Alberto Vieira - Esfera dos Livros. Um roteiro pessoal e poético da cidade onde tudo começou, Guimarães, pelo olhar de um dos poetas mais importantes da moderna Literatura Portuguesa. 2 - Um Assassino Entre Filósofos de Philip Kerr Presença. Mais que um policial, engenhoso e assombroso, fica a filosofia de um dos maiores
filósofos de todos os tempos: Ludwig Wittgenstein 3 - A grande casa de Nicole Krauss, D.Quixote. Uma mesa de trabalho é o centro da narrativa por onde passam memórias traumáticas do sec. XX. 4 - O executor de Lars Kepler Porto Editora. O detetive Joona Lina e a sua companheira Saga Bauer em mais um policial
“delta machine”, o regresso dos depeche mode fluenciadas pelos Depeche Mode, como é o caso dos Smashing Pumpkins, Deftones ou até mesmo os Pet Shop Boys. No passado dia 25 de março lançaram o 13º disco de originais, “Delta Machine”, sucessor de “Sounds Of The Universe” de 2009. O single de apresentação, “Heaven”, já roda nas rádios desde início de fevereiro e entretanto foi apre-
trepidante e o lado mais obscuro da sociedade sueca.
5 - Uma História de Amor e Trevas de Amos Oz , Asa. O mais importante escritor vivo, com um romance íntimo, de crescimento pessoal e a História dentro da estória. DR
CD RUM
Com 33 anos de carreira e muitos discos vendidos, os Depeche Mode já não precisam de provar nada a ninguém. Em 2009 já tinham vendido mais de 110 milhões de cópias em todo o mundo. Muitas foram as bandas de Pop e Rock in-
TEATRO 12 de Abril Ana Moura Casa das Artes
Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.
20 - ALABAMA SHAKES Hold on
BRITISH SEA POWER machineries of joy
ELISABETE APRESENTAÇÃO elisabete.apresentacao@rum.pt
TEATRO 13 de Abril Mónica Ferraz São Mamede
sentado um segundo single, “Soothe My Soul”. Este novo trabalho foi gravado entre Santa Barbara, Califórnia, residência de Martin Gore, e Nova Iorque, residência de Dave Gahan. Foi produzido por Ben Hillier e misturado por Flood. A digressão começa a 7 de maio em Telavive, Israel, e passa por terras lusas a 13 de julho, mais precisamente pelo festival
Optimus Alive. Para além da edição normal, foi também posta à venda uma versão de luxo, que inclui ainda um disco bónus com quatro temas extra e um livro de 28 páginas com fotografias de Anton Corbijn. Este novo álbum tem sido bem recebido pelo público e pela crítica, para alguns é mesmo um regresso aos trabalhos “Violator” e “Songs of Faith And Devotion”. Para Martin Gore “Escrever este álbum
foi incrivelmente assustador já que queria que a sonoridade fosse muito moderna”. Para Gore este trabalho tem “algo de mágico”. Para mais informações sobre os Depeche Mode ou sobre “Delta Machine”, podem sempre visitar os sites depechemode.com, myspace.com/ depechemode ou ainda facebook.com/depechemode. Para escutar em mais uma edição do CD Rum cinco temas de “Delta Machine”.
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DESPORTO gil vicente cai na zona de despromoção FILIPA SANTOS SOUSA filipasantos_sousa@hotmail.com
Em fim de semana de Páscoa, a atividade desportiva foi menos intensa que o habitual. Os campeonatos nacionais de hóquei, andebol e futsal tiraram uma ‘folga’, mas o sempre bem apreciado ‘desporto-rei’ não faltou aos seus fiéis seguidores. O encontro entre o Paços de Ferreira e o Gil Vicente inaugurou a 24ª jornada da Liga ZON Sagres. A jogar em casa, os pacenses, de olhos postos numa candidatura à ‘liga milionária’, venceram os gilistas, por 3-2. Os locais entraram fulgurantes na partida e cedo deram sinais de que lhes interessava apenas uma coisa - a vitória.
Vítor Vinha cometeu falta sobre Manuel José, o árbitro não perdoou e assinalou grande penalidade. Na cobrança, o médio português foi chamado a intervir e não desperdiçou a oportunidade de se ‘vingar’ (14’.) A resposta dos minhotos não tardou: Hugo Vieira rematou para o fundo da baliza adversária (24’). Porém, pouco depois, o autor do empate recebeu ordem de expulsão, após uma entrada precipitada sobre Nuno Santos. Ao minuto 35, Vítor colocou os castores novamente em vantagem. No segundo tempo, Manuel José, bisou na partida e deixou o Paços numa situação confortável (55’). Perto do final da contenda, um golo
de Yero ainda deixou no ar a crença numa ressurreição gilista, mas os anfitriões não se deixaram intimidar. O coletivo de Paulo Fonseca subiu provisoriamente ao 3º lugar, podendo ainda ser ultrapassado pelo Braga. Recorde-se que à hora do fecho desta edição: tanto os Gverreiros do Minho, como o Vitória de Guimarães, ainda não tinham subido aos relvados para defrontar os seus oponentes (Sporting e Nacional, respetivamente).
Basquetebol do Vitória numa boa série da época
Moreirense atraiçoado sob o cair do pano Na visita a Moreira de Cónegos, o Estoril empatou a uma bola. O golo madrugador de Ghi-
público
Paulo Alves tem vivido dias complicados no comando dos “galos”
las, aos oito minutos, colocou os minhotos à frente do marcador praticamente durante todo o duelo. Face ao resultado, os canarinhos não baixaram os braços e lutaram até ao fim, tomando a partir daí a iniciativa do jogo. Com o intervalo à espreita, houve ainda tempo para um susto junto à baliza do Moreirense: Licá conseguiu isolar-se e rematou ao poste das redes de Ricardo Andrade; a falta de pontaria do extremo-esquerdo do Estoril podia ter saído caro à sua equipa. Na segunda parte, os visitantes foram mais dinâmicos e continuaram a insistir no golo, porém sem obterem qualquer tipo de sucesso. Sob o cair do pano, a emoção atingiu os píncaros mais elevados, registando-se uma expulsão do lado do Estoril e, para exultação dos adeptos
canarinhos, um golo. Tony Taylor assinou o empate. O Moreirense encontra-se próximo da linha de água, com apenas 21 pontos. Guimarães vitorioso; Barcelos azarado No basquetebol, o Vitória de Guimarães recebeu e venceu o Algés, por 74-66; os vitorianos ocupam o 5º posto da tabela classificativa, com 28 pontos. Destino diferente teve o Barcelos que perdeu, em casa, ante a formação do Lusitânia (63-64); os barcelenses encontram-se em 7º lugar, com exatamente menos 10 pontos que o líder, Benfica. Na próxima ronda, a equipa de Guimarães desloca-se a Coimbra. Por sua vez, o Barcelos vai ter uma ‘folga’ do rodopio do principal escalão de basquetebol nacional.
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