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Braga recebe feira de emprego e empreendedorismo inovadora Página 03

Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 177 / ANO 8 / SÉRIE 4 TERÇA-FEIRA, 06.NOV.12

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico

uminho

campus

Comissão de Ética da UM cumpre um ano de funcionamento

Carlos Alberto Videira é candidato à presidência da AAUM

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entrevista

campus

“Não concordo com a privatização de um dos canais da RTP”

RGA denuncia contas “aquém das expetativas” na AAUM

Felisbela Lopes lança livro sobre os “20 anos da televisão privada em Portugal”

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FICHA TÉCNICA 06.NOV.12 // ACADÉMICO

EM ALTA

NO PONTO

EM BAIXO

Start Point - Orienta o teu futuro Não é todos os dias que podemos ter um evento de excelência na nossa cidade. É o que acontece com esta feira de emprego e empreendedorismo que tem como objectivo juntar empregados e desempregados, jovens e adultos, empresários e estudantes. Desde a dotação de competências até às ofertas de emprego, há de tudo um pouco neste evento onde o empreendedorismo é uma das palavras chave. Uma oportunidade a não perder!

Eleições nos EUA No dia que escrevo estas linhas ainda não se sabe o resultado final das mesmas, mas este é, sem dúvida, um momento alto na política internacional. Obama de um lado, Romney do outro. Democratas contra republicanos. A excelência dos atores está a anos-luz de um qualquer putativo candidato a “primeiro” em Portugal. As diferenças vêem-se a léguas e esperemos que os “cá do burgo” aprendam com o que se passa nas “terras do tio Sam”.

Contas da AAUM Nada bom o que se ficou a saber na última Reunião Geral de Alunos. As contas da AAUM não vivem dias muito positivos. A culpa, dizem os intervenientes, deve-se, entre outros motivos, ao dia-extra criado no Enterro da Gata que não rendeu o lucro expectável. Ainda assim, “ainda que por magia”, a actividade, na sua globalidade, deu um lucro de cerca de 3 mil euros.

SEGUNDA BARÓMETRO PÁGINA

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 06 Novembro 2012 / N177 / Ano 8 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12


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LOCAL

braga recebe feira de emprego e empreendedorismo inovadora CÁTIA SILVA catiaff_11@hotmail.com

É já nos próximos dias 16 e 17 de novembro que se realiza, pela primeira vez em Braga, a “Start Point – Orienta o teu Futuro”, uma Feira de Emprego e Empreendedorismo. Organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e por Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, este evento pretende orientar a comunidade em geral em relação ao mercado de trabalho. Esta feira era já realizada em menores proporções pela AAUM dentro do campus da Universidade do Minho, tendo como público-alvo os estudantes. A ideia, agora, é chegar a toda a comunidade, nomeadamente os alunos das escolas secundárias, a comunidade académica, ex-alunos, desempregados, empreendedores e empresários. Ana Rita Ribeiro, técnica do gabinete do empreendedor da AAUM, explicou que esta “é uma feira de oportunidades e de orientação”. Pretende que a comunidade lide diretamente com as

DR

empresas e perceba qual é o caminho que cada um deve seguir para concretizar o seu objetivo. Assim, não existirão stands de empresas, mas postos de atendimento, em que o público apresenta o seu projeto e é orientado no sentido de o tornar concretizável. “Queremos dar a conhecer o mercado de trabalho às pessoas que estão neste

momento desempregadas”, confessou a técnica. Para isso, foram pensados os workshops de como fazer um currículo, como preparar uma entrevista de emprego e vários em torno do empreendedorismo. Aqueles que se encontram empregados, ainda que à procura de uma oportunidade de mudança, estão também incluídos no público-alvo,

sendo para estes essencial a orientação feita pelas empresas. “De que forma, nós, que estamos à procura de emprego, nos podemos apresentar ao mercado”, concluiu a Ana Rita Ribeiro. Também as universidades vão marcar presença, orientando os alunos do secundário para a sua formação futura. O objetivo é que os estudantes sigam a sua vo-

cação, mas consciencializados da situação do mercado, bem como a necessidade que, hoje em dia, existe em marcar a diferença. De forma a concretizar os objetivos definidos, o espaço irá estar dividido em duas vertentes: a exposição e o “connecting the dots”. O primeiro dá a oportunidade aos participantes de falar diretamente com as empresas, que irão prestar apoio de orientação a nível profissional, de carreira e mesmo de dotação de competências. Já a segunda vertente inclui os workshops e tertúlias de todas as áreas. O projeto já tem a confirmação de 80 empresas e irão exisitir 32 atividades a decorrer em simultâneo. O recrutamento é também uma palavra-chave desta feira de emprego e empreendedorismo. Como tal, estarão empresas a fazer recrutamento, haverá a apresentação de oportunidades de internacionalização, estágios profissionais e outras experiências. O palco escolhido foi a grande nave do Parque de Exposições de Braga e a entrada é gratuita. PUB.


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CAMPUS

guimarães embala ao som do IX cidade berço ADRIANA COUTO drianascouto@gmail.com

Organizado pela Afonsina – Tuna de Engenharia da Universidade do Minho, Guimarães recebeu durante dois dias mais uma edição do conhecido festival de tunas académicas, IX Cidade Berço. Um festival de referência entre as tunas académicas de todos o país, o Cidade Berço contou com a sua IX edição num fim de semana que encheu Guimarães de muita música. Para a Afonsina, tuna organizadora do IX Cidade Berço, o principal objetivo do espetáculo é “apresentar à cidade de Guimarães um espetáculo de tunas de elevada qualidade.” O Cidade Berço teve ínicio com a apresentação das tunas convidadas à cidade, nas habituais serenatas

realizadas no Largo da Oliveira. Com muitos curiosos a assistir, um dos lugares mais emblemáticos de Guimarães recebeu a animação tão característica das tunas académicas. A festa continuaria no Bar Académico de Guimarães onde as tunas poderam conviver até ao amanhecer. Depois do almoço no Bar Académico, o segundo dia continuaria com os soundchecks na sala de espetáculos do São Mamede – Centro de Artes e Espetáculos de Guimarães, onde as tunas se puderam ambientar com o local que receberia nessa noite o grande espetáculo de música. Com casa quase cheia, o espetáculo começou com a participação especial da Tun’Obebes – Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho

A cidade de Guimarães voltou a receber um evento que prima pela excelência e momentos musicais de excelente qualidade

Adriana Couto

dando o mote para a entrada da Tuna Universitária de Aveiro. As restantes tunas, Luz&Tuna – Tuna da Universidade Lusíada de Lisboa, Tuna TS – Tuna de

Tecnologias da Saúde do Porto e a TAL – Tuna Académica de Lisboa acabariam por pôr a sala de espetáculos do São Mamede, a cantar muitas das músicas.

Acabaria por sagrar-se a grande vencedora da noite a TAL – Tuna Académica de Lisboa, levando o prémio de Melhor Tuna e de Melhor Estandarte. Os restantes prémios a concurso, ficaram para a Tuna Universitária de Aveiro que ganhou os prémios de Segunda Melhor Tuna, Melhor Solista e Melhor Serenata. A Tuna TS ganharia os prémios de Melhor Pandeireta e Tuna Mais Tuna e a Luz&Tuna arrecadaria o prémio de Melhor Instrumental. O espetáculo seria concluído com a actuacção da tuna da casa, Afonsina, que fez um balanço positivo do festival: “Nesta IX edição, continuou-se o bom trabalho realizado até agora e cumpriu-se os objetivos propostos. Foi um fim de semana de muita diversão, boa disposição e boa música.”

rga denuncia contas “aquém das expetativas” na aaum DANIEL VIEIRA DA SILVA danielvieiradasilva@rum.pt

Uma Reunião Geral de Alunos com algum sal, no dia em que se apresentavam as contas e o relatório financeiro periódico, correspondente ao período janeirosetembro, da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Hélder Castro, o presidente e Eduardo Coturela, o tesoureiro, foram as vozes da académica minhota no que toca à apresentação deste relatório periódico que diz muito da saúde financeira da AAUM. Desta feita, o documento, “disse” que esta não vive os melhores dias.

Destaque, claro está, vai para o habtual interesse redobrado no Enterro da Gata. A atividade que costuma ser a “bóia” da AAUM, este ano revelou-se furada. A atividade recreativo deu, ainda assim, um lucro final de 3 mil euros, mas o diferencial para o que estava orçamentado no início do ano ascende aos 40 mil negativos. A explicação deste deslize surge da tesouraria da AAUM que aponta o “dia-extra” como um dos fatores que ajudam a justificar estes valores. Ainda assim, Hélder Castro, assumiu que “os rendimentos do Enterro da Gata ficaram aquém da expectativa”. Esta

situação origina alguma apreensão para o que falta do mandato, ainda assim, o presidente da AAUM, assegurou que “os valores do Enterro terão de ser compensados pela direção até ao final do mandato”. As posições e justificações da direção foram ainda alvo de algumas dúvidas por parte de alguns estudantes presentes que pediram esclarecimentos mais precisos em relação a alguns temas que acompanham o funcionamento diário da instituição. Na generalidade, o Conselho Fiscal e Jurisdicional (CFJ) deu parecer positivo a este relatório financeiro periódico.

Novo autocarro da AAUM envolto em polémica A compra de um novo autocarro por parte da AAUM levantou algumas dúvidas entre os presentes. A direção da AAUM justificou a compra do novo com a venda do antigo, facto que permitirá algumas poupanças a curto, médio e longoprazo. As razões da compra não levantaram questões na reunião, mas o facto da compra não ser apresentada e aprovada em RGA [os estatutos da AAUM assim o exigem] motivou duras críticas. Neste ponto, alguns elementos da anterior

direção mostraram-se discordantes. O presidente do CFJ, Nélson Cerqueira, interveio nesta matéria, com a leitura de um parecer que foi pedido ao órgão que preside para que a compra do autocarro fosse efetivada pela direção da AAUM. Também o preço dos transportes entre os campi de Gualtar e Azurém motivou uma discussão. A pergunta “saltou” da plateia e a direção justificou o valor actualmente pago (1,40 euros) com a galopante subida do preço dos combústiveis. Questões que, ainda assim, deixam a direção mais vigilante no futuro no que a esta matéria diz respeito.


CAMPUS PÁGINA 05 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

carlos videira é candidato à presidência da aaum DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt

O ACADÉMICO está em condições de avançar que Carlos Videira é o primeiro candidato conhecido à presidência da Associação Académica da Universidade do Minho. O estudante de 21 anos, natural de Vila Praia de Âncora, frequenta o 1º ano do mestrado em Direitos Humanos e acumula, atualmente, o cargo de vice-presidente do departamento pedagógico e presidente adjunto na AAUM. Carlos Alberto da Fonte Videira, assume ao ACADÉMICO, que as suas motivações são a experiência que tem vindo a acumular há alguns anos como dirigente da AAUM, como ao nível do

Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais” (CECRI) onde desempenhou funções na sua presidência. Existe uma enorme “vontade em trabalhar por parte

de todos os que consitituem esta lista”, assume o candidato que sublinha que tem como desafio ”estar ao nível de antigos presidentes que deixaram um legado essencial na estrutura”. “Que-

Nuno Gonçalves

Estudante de mestrado é o primeiro candidato conhecido

remos construir algo que acrescente e contribua para o crescimento que a AAUM tem trilhado de alguns anos a esta parte”, atira Carlos Videira. O candidato assume que se encontra no processo de recolha das assinaturas necessárias para se apresentar a eleições e que apresentará, formalmente, a sua lista na próxima Reunião Geral de Alunos (RGA) que se realiza a 7 de novembro. Carlos Alberto Videira já vai delineando a equipa que apresentará para constituir a direção da AAUM. “Será uma equipa que congrega uma experiência ao nível do associativismo muito grande. Terá um número considerável de pessoas que compõe a atual direção e são, acima de tudo, alunos com

experiência, tanto como dirigentes da AAUM, mas também como delegados, membros de núcleos de curso ou membros de órgãos da Universidade do Minho e suas unidades orgâncias”, reitera o candidato, sublinhando que os mesmos serão “pessoas dinâmicas e com vontade de criar projetos e trabalhar ao nível do associativismo”, assumindo bons projetos que foram delineados no passado. As eleições para os órgãos de Governo da AAUM ainda não estão agendados, ainda assim, e à semelhança dos calendários dos anos anteriores, tudo leva a crer que estas eleições para os três órgãos (Direção, Mesa da RGA e Conselho Fiscal e Jurisdicional) se realizem a 4 de dezembro.

dia do ics comemorado na uminho ANA PINHEIRO anafilipapinheiro1@hotmail.com

O Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho comemora já na próxima quinta-feira (8 de novembro) o seu dia. A comemoração terá lugar no Auditório do ICS na Escola de Educação no campus de Gualtar. Como já vem sendo tradição, a cerimónia comemorativa do dia do ICS contará

com a sessão de abertura que será feita pelo Reitor da Universidade do Minho, António Cunha e o Presidente do Instituto de Ciências Sociais, Miguel Bandeira. Irá efetuar-se a habitual entrega das cartas de curso e do prémio Almedina pelo presidente do Conselho Pedagógico do ICS. Um dos momentos altos desta cerimónia será certamente a conferência proferida por Manuel Maria Carrilho,

Professor Catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, subor-

dinada ao tema “Pensar o Mundo, Repensar Portugal”, com a apresentação de Moisés de Lemos Martins.

Haverá também uma confraternização e homenagem aos professores e funcionários aposentados.

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CAMPUS PÁGINA 06 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

azeituna lança-se no rock e organiza o celta rock top band BÁRBARA ARAÚJO barbarasilvaraujo@gmail.com

Com o apoio de Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, a Azeituna prossegue na organização da décima nona edição do concurso de bandas de garagem, o Celta Rock Top Band. As inscrições para o concurso já foram encerradas no passado dia 26 de outubro, pelo que as eliminatórias realizar-se-ão nos dias 6, 13 e 23 deste mês, todas elas no Insólito Bar, em Braga. O Celta Rock Top Band conta com oito bandas, previamente selecionadas após a inscrição. Em cada eliminatória (6 e 13 de novembro), quatro bandas vão poder

mostrar o que valem e tentar impressionar, para então seguir no concurso e chegar à final do dia 23. Emanuel Gouveia, da Azeituna, diz que “a ideia deste projeto surgiu a partir do tema ‘Rock’”, e é neste mesmo contexto que o concurso tem como intuito “promover o estilo Rock e dar a conhecer novas bandas com talento”. Com efeito, “espera-se que haja música de qualidade e grande afluência ao Insólito Bar nestes dias”. Para finalizar, acrescenta uma novidade: “Na final uma banda convidada vai atuar, embora ainda não tenha sido anunciada”. A banda vencedora vai ter a oportunidade de conquistar

vários prémios, nomeadamente a gravação de uma maquete em estúdio profissional, a gravação em vídeo

de um showcase na Rádio Universitária do Minho, um voucher de 250 euros numa loja de música, e por fim,

Azeituna volta a inovar nos eventos que organiza

CRÓNICA ERASMUS: Tak København CARLOS REBELO c.covasr@gmail.com

Aluno da Universidade do Minho em ERASMUS em Copenhaga, Dinamarca Aterro em Kastrup, Aeroporto de Copenhaga, Dinamarca. Viajo com duas malas de 20 kg em cada mão e um saco de 10 kg às costas e estou pronto para instalar-me nesta cidade que não conheço, mas que dizem ser uma das mais belas cidades da Escandinávia. Com o passar dos dias começo a entrar na rotina dos dinamarqueses, levantar e deitar

mais cedo que em Portugal, mudar de meio de transporte para bicicleta e parto à descoberta desta grande cidade portuária, capital da Dinamarca. Passado mais algum tempo já sou capaz de falar sobre a história e vida da cidade, que oferece muita diversidade cultural com atrações para todos os gostos, desde o seu passado histórico refletido nas ruelas antigas, monumentos, museus, galerias, a famosa “pequena sereia”, os únicos e encantadores jardins do Tivoli, a mais antiga residência monárquica e o antigo mas renovado e colorido porto de mercadores “Nyha-

uma atuação com grande exposição da banda num evento organizado pela Azeituna.

vn”. Copenhaga é uma cidade moderna e vibrante e com um ambiente relaxante, cujo passado fascinante coexiste com as últimas tendências nas áreas de arquitetura, design e moda. Considerada ecologicamente uma das cidades mais limpas do mundo, a sua água no interior do porto pode ser usada para a prática de natação e onde 36% de todos os cidadãos da cidade usam a bicicleta diariamente para se deslocarem. Obrigado Copenhaga (Tak København) por me acolheres e proporciones uma das melhores experiências de vida que estou a ter!


CAMPUS PÁGINA 07 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

INQUÉRITO

o que mudavas na uminho? A estudante gostaria de ver alteradas algumas situações que considera “incompreensíveis” quer para o curso em que está inserida quer para toda a comunidade académica. Numa primeira fase Joana revia as condições do RIAPA, relativamente ao calendário escolar, não permitindo que cada turma tivesse mais três testes por semana e alargava o horário da biblioteca, esclarecendo que “se existe uma a funcionar até mais tarde só para um curso específico, todas deveriam funcionar por igual para todos os cursos”. Joana alterava os horários de funcionamento dos serviços académicos pois “estes não são compatíveis com metade dos cursos da universidade”. Para finalizar a aluna realça a situação do estacionamento. “Ou quem paga o dístico tem direito a lugar o ano inteiro em qualquer parque do campus (subterrâneos ou não) ou apenas se disponibilizam dísticos consoante o número de lugares existentes, mesmo que isso os faça aumentar de preço, as pessoas sabem que terão sempre lugar”. JOANA BARROS 2º ano// ECONOMIA

HUGO SÁ LEMOS 2º ano// Mest. Ensino Biologia/Geologia

Hugo estuda há mais de cinco anos na Universidade do Minho e ao longo do seu percurso académico deparou-se com alterações a todos os níveis. “A realização de estágios profissionais ao mesmo tempo das aulas” e a “alteração da avaliação dos cursos por uma entidade externa” era uma das principais alterações que o aluno, ligado ao ensino, fazia pois depara “uma grande falha nesta área”. “O aumento do número de docentes era outra medida que tomava”, porque o mesmo admite que conhece casos de alunos do ensino laboral que “ficam até às oito da noite por falta de docentes para ter aulas com alunos do ensino pós-laboral”. Em jeito de conclusão o aluno realça ainda o “aumento da variedade de pratos na cantina”, “da acústica de algumas salas” e, o que considera ser importantíssimo, “os acessos ao campus para pessoas com deficiências”.

Aluna de Enfermagem, Daniela esteve noutro curso e uma das principais medidas que tomava era a transferência do pólo de Enfermagem para Gualtar: “é uma escola pequena, a maioria dos cursos estão cá e não faz sentido nenhum estar tão deslocado”. A estudante, “tal como muitos outros fariam nesta posição”, autorizava a praxe dentro do campus pois considera-a uma “tradição académica de longa data”. Em último lugar, um dos pontos que o aluno alterava também era a situação das faltas, “apenas deveria ser obrigatório ir às práticas. Somos pessoas maiores de idade, pagámos propinas por isso deveríamos escolher se queríamos ir ou não a certas aulas teóricas. O que acontece é que alunos que não querem ir, são obrigados e prejudicam os que lá estão. Era importante alterar esta situação. Era o melhor para todos”.

daniela ferreira 1º ANO // enfermagem

taciana gonçalves 3º ANO// Engenharia Biomédica

daniel mota danielmotap@gmail.com

A situação económica atual juntamente com algumas medidas anunciadas há relativamente pouco tempo pela Reitoria da Universidade do Minho, fizeram com que muitos alunos demonstrassem a sua opinião. Taciana debruçou-se sobre algumas notícias mais recentes, esclarecendo que “desligar o aquecimento durante o inverno não faz sentido absolutamente nenhum, pode-se poupar doutras formas mais importantes e menos significativas para os alunos”. A estudante também deu a sua opinião relativamente à praxe dentro do campus, “não deveria ser proibida porque é importante na medida em que se reúnem e integram pessoas, infelizmente em algumas praxes isso não aconteceu, mas isso não quer dizer que todas sejam iguais. As pessoas por vezes fazem parecer algo que não é a realidade, por isso nunca proibiria a praxe dentro do campus”. Relativamente à segurança, a aluna tomava medidas para reforçar o super-visionamento de “quem entra ou sai do campus para aumentar a estabilidade de todos os estudantes e não para repreender quem praxa”.

Foi por isso mesmo que o ACADÉMICO andou, mais uma vez, esta semana pela Universidade em busca de respostas para as questões: “O que mudarias na UM?” ou “Se fosses Reitor por um dia, o que mudarias?”. As resposta foram variadas, existindo alguns pontos comuns como era de esperar sobre temas mais conhecidos e de maior controvérsia.


CAMPUS PÁGINA 08 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

UNIVERSITÁRIO

cortes no ensino superior ameaçam aulas e investigação RAQUEL MIRANDA miranda.m.raquel@gmail.com

A proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2013 prevê a redução em 114 milhões de euros dos gastos com o Ensino Superior. São menos 12% do que está orçamentado para este ano, mas professores e reitores avisam que já não há mais onde cortar. Lembramos que desde 2005, as universidades já perderam 200 milhões de euros. Em declarações ao Público, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas manifestara a esperança de que a situação ainda venha a ser resolvida em sede parlamentar. Porém, avisa que se isso não vier a acontecer, o funciona-

mento das instituições será seriamente afetado. O reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, diz que os cortes agora conhecidos vão “degradar as condições de trabalho e provavelmente o número de professores convidados vai ter de ser reduzido e o número de disciplinas também”. Acrescenta que será “impossível fazer qualquer obra de manutenção” ou renovar equipamentos de laboratório. O reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, foi ainda mais longe ao admitir à agência Lusa que se estes cortes forem para a frente não haverá dinheiro para pagar salários. A Universidade do Minho (UM) admite desligar o aquecimento das suas ins-

talações durante o inverno. Como admite o reitor António Cunha, é uma solução “extrema”. “Se isto tivesse sido decidido durante a negociação, em julho, talvez se conseguissem fazer reduções, mas o ano letivo está a decorrer e fizemos contratações de professores a pensar num determinado orçamento”, explica. A UM pondera ainda acabar com cursos pós-laborais e outras atividades de formação com menos procura, para reduzir custos. A UM tem vindo já há quatro anos a fechar para férias, em agosto, durante duas ou

três semanas. Na semana entre o Natal e a passagem de ano o procedimento vai ser repetido. O objetivo é reduzir os custos com energia, manutenção e seguranças dos edifícios. Esta medida foi exemplo seguido pela Universidade da Beira Interior e pela Universidade de Aveiro. O Instituto Superior Técnico, em Lisboa, admite fazer o mesmo em breve. O novo OE levará a uma vasta diminuição dos apoios à investigação e à mobilidade dos bolseiros. Apesar de dizer respeito ao concurso de bolsas para 2012, as alterações ao novo regula-

mento também vão afetar os bolseiros com projetos já aprovados. Certas universidades suspenderam até o pagamento aos investigadores contratados ao abrigo de projetos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, dada a imprevisibilidade das transferências de verbas da FCT. As novas regras da administração pública, que estão a minorar a autonomia universitária, vêm agravar a situação, pois tornam mais onerosa a aquisição de bens e serviços e comprometem a capacidade das instituições angariarem receitas próprias”. A médio prazo ocorrerá a quebra de receitas próprias e a longo prazo, à diminuição da qualidade do ensino, avisam as universidades e politécnicos.

fintar erasmus com lusofonia EDUARDA FERNANDES eduardarfernandes@gmail.com

Os estudantes dos países da América do Sul e da lusofonia têm cada vez maior peso nas universidades e politécnicos. Esta aposta, que tem revelado bons resultados, possibilita que o país “finte”, de certo modo, a crise de financiamento por que passa o maior programa de intercâmbio europeu, o Erasmus. O principal ponto de encontro é o Brasil, sendo que Coimbra reúne cerca de metade dos estudantes brasileiros em Portugal (segundo dados da embaixada). A mobilidade tem sido associada ao intercâmbio en-

tre estudantes europeus, sob o programa Erasmus. Todavia, as universidades começam a alargar o espetro de países dos alunos que as frequentam, assim como, os programas de mobilidade. A Universidade do Porto que trabalha com outros programas, gerindo projetos de mobilidade de professores, alunos e investigadores para a América latina e países lusófonos, administra durante quatro anos, 28 milhões de euros, o correspondente a valores entre os 7 e os 10% do seu orçamento. O acordo entre o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e o Conselho Nacional das Instituições da

Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil, no âmbito do programa “Ciência Sem Fronteira”, trará a Portugal 4500 estudantes oriundos do Brasil, fazendo do mercado brasileiro uma das apostas dos institutos politécnicos. Ao abrigo deste acordo (CCISP), um terço dos estudantes de politécnicos brasileiros no estrangeiro virá para Portugal, começando os primeiros a chegar em 2013, o que terá um impactodireto em propinas e outras taxas de cinco milhões de euros nos orçamentos das instituições nacionais. Os politécnicos trabalham ainda com um outro projeto de mobilidade na lusofonia,

envolvendo instituições de Macau e África. As instituições nacionais, com a aposta noutros mercados, ficam assim menos expostas aos problemas que atingem o Erasmus, o principal programa de mobilidade europeu.

“O financiamento é muito baixo. Hoje, quem não tiver apoio das famílias, dificilmente vai de Erasmus e sem apoio será ainda pior”, refere Teresa Cerveira Borges, pró-reitora da Universidade do Algarve, em declarações ao jornal Público. DR


CAMPUS PÁGINA 09 // 06.NOV.12 //ACADÉMICO

comissão de ética da uminho cumpre um ano de funcionamento JOÃO PEREIRA jpereira.uminho@gmail.com

A Comissão de Ética da Universidade do Minho (CEUM) cumpre o primeiro ano desde que entrou em funções, em 2011. Licínio Chainho Pereira, reitor da Universidade entre 1998 e 2002 preside assim a CEUM, depois de ser convidado por despacho reitoral. A Comissão é constituída por 10 elementos: o presidente, o professor Licínio Pereira e ainda o juiz conselheiro Guilherme Fonseca, os professores catedráticos Carlos Bernardo, Cecília Leão e Mário Gonçalves, os professores associados Maria Luísa Alonso e DR

João Rosas, o técnico superior António Azevedo e as estudantes Helena Moreira e Sara Rodrigues. O objetivo inicial da CEUM era estabelecer um conjunto de normas e elaborar o código da ética da universidade, objetivo agora concluído, com a aprovação do mesmo em julho deste ano. O documento determina um conjunto de princípios cujo propósito é orientar o ensino, a investigação científica e também a interação da universidade com a sociedade. Licínio Chainho Pereira reforça ainda, em declarações ao portal da Universidade do Minho, a “importância crescente, para as instituições de ensino superior, do reforço da equidade e justiça, da igualdade de oportu-

DR

Licínio Chainho Pereira é o presidente desta Comissão nidades e do respeito pela dignidade da pessoa humana, princípios que promovem boas práticas e normas de conduta ética da instituição, designadamente a integridade, a verdade científica e a responsabilidade moral e profissional de todos os membros da comunidade académica” Entre outros objetivos, a CEUM é um órgão de apoio e consulta ao reitor da universidade, assegurando o cumprimento dos princípios éticos associados às várias atividades e investigações desenvolvidas na Universidade do Minho, para além de propor recomendações e a adoção de códigos de conduta e boas práticas por parte de todos os que fazem parte da UM. Licínio Pereira reforça ainda a ideia de que a comissão pretende “criar um ambiente próspero a nível das atividades dos estudantes, docentes, investigadores e restante pessoal não docen-

te e não investigador da universidade”. Deste primeiro ano de funcionamento, a CEUM já deu frutos do seu trabalho, com o desenvolvimento e a aprovação do Código de Conduta e Ética da Universidade do Minho. Este é constituído por quatro capítulos, cada um focando-se numa determinada perspetiva ética da universidade. O primeiro capítulo aborda a conduta ética institucional, reunindo todos os valores e princípios éticos básicos da universidade. O segundo capítulo foca-se na conduta ética académica, destacando-se os direitos e deveres dos estudantes e as atividades ilícitas e proibidas. O terceiro capítulo apresenta a conduta na investigação científica e, por fim, o capítulo quatro aborda a conduta na investigação com seres humanos e animais. Se é verdade que a CEUM não prima pela inovação (já são muitas as instituições

de ensino superior em Portugal com uma Comissão de Ética com vários anos de funcionamento), a necessidade de criar um suporte para a criação de um código de normas na universidade obrigou à criação de uma comissão na Universidade do Minho e um código específico para a UM, pois aadoção de um código de ética e conduta criado por outro instituto não faria sentido. “Como as universidades e institutos politécnicos têm diferentes missões, cursos e projetos, é natural que cada Instituição tenha o seu código de conduta específico, embora a matriz de afirmação ética esteja presente em todas”, refere o professor Lícinio Pereira. De futuro, a CEUM continuará a sua atividade, tentando construir, com o cumprimento das normas estabelecidas pelo código de ética, uma universidade melhor para todos os seus frequentadores. PUB.



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ENTREVISTA jorge sequeira DR

Jorge Sequeira sucede no cargo a outra figura formada na Universidade do Minho

Jorge Sequeira foi recentemente nomeado Provedor do Adepto pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), substituindo Jorge Silvério. O novo provedor do Adepto é licenciado em Psicologia Clínica pela Universidade do Porto, tendo concluído Mestrado e Doutoramento na Universidade do Minho, sob tema de investigação relacionado com “Treino de Competências Mentais: ansiedade; formulação de objetivos; autoconfiança; liderança e coesão de grupos”. O ACADÉMICO esteve à conversa com Jorge Sequeira e tentou saber quais as funções deste órgão ainda desconhecido para muita gente. A violência no futebol, nomeadamente entre as claques, também não faltou à conversa, sendo que, o Provedor considera que este não é “um problema com a grandiosidade que se quer fazer parecer”.

“Quero que os adeptos se organizem para que possam ter uma voz forte e fazerem as suas reivindicações” claúdia fernandes alaufernandes@hotmail.com

Foi designado Provedor do Adepto pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Que expectativas tem para este mandato? As expectativas são dar maior protagonismo à fun-

ção, que é uma função algo escondida. Não quero dar protagonismo a mim, mas sim à função, no sentido em que o adepto seja mais valorizado no futebol, tal como são os jogadores, os clubes, os dirigentes e os presidentes. São os adeptos que alimentam a máquina e sem eles não há jogos. Desta for-

ma, considero que os adeptos merecem maior protagonismo. Por exemplo, através de fóruns para expressarem os seus sentimentos, seja a sua “maluqueira”, seja o seu amor pelo clube. E, de igual forma, que sejam mais acarinhados e não olhados como “marginais”. Que graça há num estádio vazio?

Nenhuma. Os clubes querem estádios cheios. Em termos práticos, o que faz o Provedor do Adepto? É alguém que recebe queixas, por exemplo, sobre a organização de um jogo, da longa espera para entrar, de ter tido alguém com uma

bandeira grande na frente e não terem podido ver o jogo convenientemente, do processo moroso da revista … O que, por vezes acontece é que os adeptos, como são apaixonados pelo seu clube, tendem a olhar só para o seu lado. Por medidas de segurança, por vezes os adeptos são confinados a


ENTREVISTA PÁGINA 11 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

DR

Jorge Sequeira leva já uma vasta experiência na temática do desporto tendo sido, por exemplo, professor de José Mourinho

uma zona do campo, muitas vezes com vedação e, claro, queixam-se que estão a ser tratados como “animais”. Mas depois, os adversários vão ao seu estádio e têm o mesmo tratamento e já está tudo bem. Em algumas coisas, claro que os adeptos têm razão em expressar o seu descontentamento, mas noutras não. O provedor é também alguém que recebe, além de queixas, soluções. Os adeptos como consumidores do espetáculo deveriam ser os primeiros a darem as suas opiniões no sentido de se melhorar. Em relação às queixas e soluções, o meu papel é recebê-las e redirecioná-las para que cheguem ao seu destinatário. Não tenho o poder de decidir, mas serei intermediário nessas questões. Penso que é importante, também, partilhar quer as queixas, quer as soluções, pois é assim que se deve evoluir. Temos de ver que se trata de um encontro de pessoas com um denominador comum: gostar de futebol.

O OLA é alguém de dentro do clube que interaja com os adeptos da equipa adversária. Sendo adepto, sabe muito bem como é que as coisas correm. Isto possibilitará uma maior harmonização com as forças policiais e bombeiros, por exemplo, e assim será possível, também, deixarem de se partir cadeiras, entre outros. A ideia é que se tenha consciência das necessidades dos adeptos, e que tudo deixe de ser uma batalha. Também darei grande destaque aos estudos e às investigações. Por exemplo, a questão da influência do jogo nos adeptos e a influência dos adeptos no jogo, ou então, como a vida social influencia o jogo e vice-versa. As questões relacionadas com o marketing também serão objeto de estudo, nomeadamente, como seduzir, no bom sentido, mais adeptos para que vão aos estádios com maior agrado.

Quais vão ser as áreas que vão merecer mais atenção da sua parte?

Estou otimista, não acho que vá ter grandes obstáculos. Muitas vezes diz-se que os dirigentes são um obstáculo no futebol, mas não concordo. Eles querem os estádios cheios. Claro que, pontualmente, existirão arrufos entre claques, derivados de momentos menos racionais, mas isso faz parte da própria vida. Penso que o futebol é um mero espelho do que se passa na socie-

Existem nos países europeus uma coisa chamada OLAS. O que é isto? São Oficiais de Ligação aos Adeptos. Os clubes para serem certificados pela UEFA e, logo, poderem participar nas competições internacionais têm de ter nos seus órgãos, pelo menos um OLA.

Que obstáculos espera ter pela frente?

dade. Espero, pois, muita participação por parte dos adeptos, não quero que haja passividade nesse sentido. Os adeptos têm de dar os seus ‘inputs’, mas claro, coisas reais e possíveis. Não vão, por exemplo, exigir que cada adepto do estádio tenha direito a um aquecedor para combater o frio. Quero que os adeptos se organizem para que possam ter uma voz forte e fazerem as suas reivindicações. Ambicionava de alguma maneira, este cargo? Não. E digo mais. É por amor à causa que aqui estou, por amor ao Desporto, porque gosto muito de Desporto. Tenho um doutoramento tirado na Universidade do Minho, já trabalhei com Jesualdo Ferreira, dei aulas na Federação Portuguesa de Futebol a treinadores, nomeadamente ao José Mourinho. E se formos a pensar, existe pouca gente que conhece este cargo. Neste momento sou, também, comentador desportivo da TVI, e também o faço porque gosto, porque o meu âmbito profissional, neste momento, não tem a ver com isto. Acha que esta tarefa será fácil de conciliar, dado ser o Jorge um adepto do SC Braga? Em primeiro lugar, sou adepto de futebol. Depois, sim, tenho um carinho es-

pecial pelo SC Braga. Mas a minha prioridade não é o SC Braga. Eu tanto vejo um FC Porto/Benfica, como um Barcelona/ Real de Madrid, como um SC Braga/ Vitória, de Guimarães. Gosto de futebol e quero preservar o espetáculo. Este órgão é apenas consultivo, porque a decisão cabe à Liga e aos clubes. O máximo que faço é sugerir. Mas por exemplo, se um adepto do Braga agride um adversário condeno mais depressa do que se fosse um outro, porque é a imagem do próprio clube que fica em causa e porque me “dói” particularmente. Primeiro está o comportamento das pessoas, seja de que clube elas forem. Gosto de ver gestos e gratidão, tipo, o público a bater palmas aos adversários. Em relação a esta simpatia clubística, cresci em Braga, tenho a minha família em Braga e muitos amigos em Braga, por isso, é natural que goste do SC Braga. Muitas vezes, os adeptos de futebol, nomeadamente as claques, são conotados com violência e atos de vandalismo. Qual é a sua opinião relativamente às claques? Eu considero que se fala demais. Este ano, por exemplo, não houve nenhuma notícia de abertura de Telejornal, na qual se falasse de violência entre claques. Houve mais na Assembleia da República ou nas Universidades nas manifesta-

ções por causa das propinas. Acho que há mais violência no trabalho, em que patrões e empregados se maltratam, se coagem psicologicamente. Claro que se pode melhorar neste âmbito, mas considero que não seja algo de primeira ordem de importância. O ideal seria a autorregulação das claques, pois assim deixariam de ser necessários os cordões policiais, e estas deixariam de ter de ser seguidas pela polícia entre Lisboa e Porto. As próprias claques são importantíssimas para o futebol, porque essas estão sempre com a equipa, mas não se pode olhar para elas como grupos de malfeitores. E temos de ter em conta que há malucos em todo o lado, até fora das claques. As claques influenciam tudo. Começam a cantar, todos vão atrás, começam a vaiar, todos vão atrás. Penso que no geral, elas até têm um comportamento razoável. Mas claro que há situações que alteram as coisas. Nomeadamente se um dirigente tem um comentário mais infeliz, num jogo contra ele a claque mostrará a sua indignação, por vezes até arremessando objetos para o interior do campo. Mas não é um problema com a grandiosidade que se quer fazer parecer. No meu mandato, gostava de atingir o cenário ideal, que era que se organizassem e autorregulassem a eles mesmos, de forma a não prejudicar nem o futebol, nem o clube, nem a própria claque. Como é que os adeptos podem chegar ao contacto com o Provedor? Através do site da Liga e enviando-me um mail. Claro que se me chegarem imensas solicitações, será mais complicado dar face a tudo. No entanto, se de forma organizada, associações, clubes, claques e adeptos quiserem um encontro mais pessoal para troca de pontos de vista terei todo o gosto em encontrar-me com essas pessoas, tendo em conta as minhas possibilidades. Um boa maneira de o fazer seria através da organização e fóruns e meetings do adepto e das claques, por exemplo.


ENTREVISTA PÁGINA 13 // 06.NOV.12 //ACADÉMICO

ENTREVISTA Felisbela lopes Nuno Gonçalves/Dicas

Felisbela Lopes apresenta o seu 4º livro no dia 6 de novembro

visão privada? Eu não concordo com a privatização de um dos canais da RTP, embora perceba que isso tenha de acontecer, até se tivermos em conta aquilo que incorporava o programa com que o PSD se apresentou a eleições. Tendo entrevistado vinte personalidades para a realização do livro, qual a personalidade que considerou ser indispensável entrevistar?

“Não concordo com a privatização de um dos canais da RTP” Em entrevista ao ACADÉMICO, Felisbela Lopes, pró-reitora da Universidade do Minho (UM), docente de jornalismo na instituição e especializada em jornalismo televisivo, fala-nos um pouco sobre o seu novo livro “Vinte Anos de Televisão Privada em Portugal”. BRUNA RIBEIRO brunatdr@hotmail.com

A escolha do tema “Vinte Anos de Televisão Privada em Portugal” foi uma opção sua ou foi-lhe proposto? Se foi uma opção sua, porquê da escolha deste tema? O livro “Vinte Anos de TV Privada em Portugal” comporta entrevistas a 20 personalidades que marcaram estas duas últimas décadas

ao nível dos processos de decisão no campo do audiovisual em diversos contextos: político, empresarial, informativo… Por isso, entrevistei políticos como Aníbal Cavaco Silva que era primeiro-ministro quando foi lançado o concurso de concessão dos canais privados; o chairman do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão; os diretores de informação dos três canais de televisão; aquele que foi o

Todas foram, à sua maneira, indispensáveis. Não poderei dizer que Morais Sarmento fosse mais importante do que Azeredo Lopes; Paes do Amaral mais importante do que José Eduardo Moniz; Júlia Pinheiro mais importante do que Luís Marinho ou vice-versa. Todos dão um testemunho importantíssimo para perceber aquilo que foi, e aquilo que é, a TV em Portugal. Qual o testemunho de entre os vinte entrevistados que mais a surpreendeu? Todos, à sua maneira, me surpreenderam. Trata-se de entrevistas de fundo. Conversei com cada uma das personalidades durante algumas horas e é natural

que, nesse tempo, emergissem aspetos que eu desconhecia e que, de certa forma, nunca haviam sido contados. O que espera da sessão de lançamento do livro no dia 6 de Novembro, no Museu Nogueira da Silva, em Braga? Que seja um momento de uma boa conversa em torno da TV que temos. Na apresentação do livro estarão Luís Marques Mendes, o ministro de Aníbal Cavaco Silva com a tutela da televisão; e Ricardo Costa, diretor do Expresso que foi um dos jornalistas fundadores da SIC, tendo também ocupado o cargo de diretor de informação da SIC Notícias. Dos livros que escreveu, consegue distinguir qual lhe deu mais gozo? É o meu quarto livro como única autora. Escrevi ‘O Telejornal e o Serviço Público’, “A TV das Elites” e “A TV do Real”. Não há o livro de que tenha gostado mais de escrever, mas esta foi a obra que mais me desafiou, porque foi escrita nos dois meses imediatamente a seguir ao nascimento do meu filho. DR

rosto da Endemol em Portugal durante vários anos, Piet Hein, etc. Penso que era necessário fazer alguma memória escrita daquilo que aconteceu nos últimos anos no campo da televisão. No livro fala sobre o passado, o presente e o futuro da televisão privada em Portugal. Qual o seu ponto de vista em relação à privatização da RTP, no contexto das perspetivas futuras da tele-

Professora especializou-se na abordagem ao panorama telivisivo nacional


TECNOLOGIA E INOV Como surgiu a ideia de criar esta empresa? Surgiu em 2007. Basicamente, e uma coisa que é importante louvar, eram ex-alunos de Biologia Aplicada que se tinham acabado de licenciar e foi uma vontade das pessoas em quererem construir o seu próprio emprego e não estarem à espera que o mesmo apareça. Ainda assim esta área nunca

DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt

Quem é esta Natural Concepts e como a descrevem? A Natural Concepts é uma empresa com várias áreas. Uma, que está mais activa, é a área de chás e produtos ligados à aromoterapia, quer óleos essenciais ou óleos base e tem, também, uma parte de investigação de processos que pretende

sofreu muito com o mercado... É verdade quando comparado com outras áreas. Ainda assim, muitas vezes essas saídas não correspondem aquilo que os estudantes desejam e levam a que esses tentem procurar o seu emprego. Na nossa área da Biologia Aplicada as pessoas acabam por optar pela investigação e via académica e isso não nos apelava tanto.

utilizar plantas medicinais e aromáticas (e os extractos e produtos/compostos que essas plantas tem) para produzir novos produtos, omeadamente que possibilitem a sua utilização quer na área cosmética, quer na vertente alimentar ou mesmo farmacêutica. Depois, temos ainda uma parte de extractos, para incorporação em alimentos, que depende dos pedidos que possam fazer à empresa.

twittadas MARTA SOARES msf_soares@hotmail.com

provam o contrário. Dos três modelos lançados pela Apple apenas um ainda não se encontra à venda.

iPad mini esgotado três dias depois de ser colocado à venda No dia 29 de outubro a Apple disponibilizou para pré-encomenda três modelos do iPad Mini. O prazo de entrega dos equipamentos alargado para duas semanas foi indício de que o stock inicial dos iPad Mini encontra-se agora esgotado. Inicialmente os investidores do tablet temiam que o preço dos modelos wi-fi (329 dólares preço base) fosse demasiado, no entanto os dados revelados

Fundador do Megaupload lança em janeiro novo projeto na Internet de utilização gratuita Kim Dotcom, fundador do Megaupload, acusado de pirataria informática e outros delitos criou conta na rede social Facebook para o seu novo portal Megabox. O projeto online que será lançado a 19 de janeiro diz respeito a um serviço de música fácil de utilizar, grátis e legal. O lançamento de Megabox pode

colocar em risco a liberdade condicional de Dotcom visto que se encontra aguardar julgamento na Nova Zelândia para saber se será extraditado para os EUA onde é acusado. O fundador do Megaupload garantiu que não previa lançar projetos semelhantes até que o processo judicial estivesse resolvido.

PT disponibiliza 16 GB de armazenamento em “cloud’ a todos os portugueses A Portugal Telecom vai permitir que todos os portugueses tenham 16 GB de espaço na cloudPT onde poderão armazenar e

gerir todos os seus documentos online. A partir de 10 de dezembro a PT disponibiliza de forma gratuita uma conta a todos os utilizadores de todas as redes, ou seja, mesmo os que não são clientes da rede podem usufruir deste serviço. Deste modo, formas de armazenamento como os DVD’s, pen’s ou discos externos tornam-se menos usuais, na medida em que esta nova opção não tem custos e permite reunir e conservar ficheiros. Apple aumenta preço das aplicações Os patamares de preços das

aplicações da Apple aumentaram na Europa. A empresa norte-americana justifica a medida com as alterações na taxa de câmbio, isto é, a perda de valor do euro face ao dólar. Para além da subida de dez cêntimos no primeiro patamar dos 87 patamares de preço prédefinidos pela Apple, as aplicações que custavam 1,59 euros passaram a custar 1,79 euros e as que custavam 2,39 euros aumentaram para os 2,69. As subidas nos preços continuam até ao último patamar que passa a ser de 899,99 euros, ou seja, mais 100 euros do que anteriormente.

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OVAÇÃO

PÁGINA 15 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

liftoff,

gabinete do empreendedor da AAUM

Start Point... o programa oficial

Connecting the dots

DOT 1 Dia 16

DOT 2 Dia 16

DOT 3 Dia 16

DOT 4 Dia 16

DOT 5 Dia 16

14h30 - Workshop “Aprender com jogos para resolver desafios do mundo real”

15h - Workshop “Eu e os Mini.me´s - A relação entre o Sucesso e o Meu Cérebro” César Cerqueira (empreendedor)

15h - Workshop “Redes Sociais para Empreendedores” Portal do Sucesso

16h - Pitch 4 feedback So Pitch

14h30 - Balanço de Competências e Auto-Conhecimento | TPE’s AAUM 16h30 - Construir CV´s e Cartas de Apresentação

16h - Emprenda Minho | Da ideia ao negócio - Como lançar empresas de sucesso no século XXI 21h30- Palestra “Equipas Vencedoras” | Jorge Sequeira (TeamBuilding) Dia 17 11h - “Iniciação à Investigação na Pré-Graduação” 12h - Apresentação de Trabalhos de Estudantes Pré-Graduados 13h - “Aproximação da Investigação ao Mercado 14h30 - Seminário “Criação de Empresas” 17h - Start Point Network Doing Business

17h - Workshop “Transição para a vida ativa: Estágios Profissionais/Passaportes Emprego” Dia 17 11h - Workshop “Introdução ao Business Model Generation” | AAUM & Factory Business Center 14h - Workshop “Serviço de Voluntário Europeu”

17h - Workshop “Gestão de Carreira” - José Lucas Oficina de Competências Dia 17 11h - Job Party Fórum Estudante 14h - Workshop “Incentivos à Criação de Emprego: Estímulo 2012 e Reembolso da TSU” IEFP

14h30 - Workshop “Desporto para Todos: Que Oportunidades?”

15h45 - Workshop “Das ideias aos negócios de sucesso” Ilean IEMinho

15h30 - Workshop “Liderar os outros, muito bem, mas quem me lidera a mim?” | César Cerqueira (empreendedor)

16h30 – Workshop “What does it mean to be a Global Responsible Entrepreneurial Leader?” AIESEC

Dia 17 14h30 - Workshop “Sonhos, Objetivos e Metas” I Have The Power 15h – Workshop “Vais ter mesmo de EMPREENDER. O que esperas?” I Have The Power 16h - Workshop “Ferramentas de apoio à gestão da inovação nas organizações” IDT Consulting

18h30 - Preparar as Entrevistas de Emprego Dia 17 11h - Construir CV´s e Cartas de Apresentação 14h30 - Balanço de Competências e Auto-Conhecimento 16h30 - Preparar as Entrevistas de Emprego

Ofertas de emprego Engenharia Biológica (M/F)| Explicações Braga

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Centro de estudos de Braga pretende recrutar Engenheiro/a Biológico/a para explicações ao nível de Gestão da Engenharia e Qualidade (elementos de fiabilidade e qualidade), parte prática. w w w. a a u m . p t /g i p gip@aaum.pt

OFERTA: Valor da remuneração encontra-se entre os 14€ e os 15€/hora.

Enfermeiro (M/F) Braga Para realizar, em regime de voluntariado, trabalhos de enfermagem, em Braga, todas as segundas-feiras entre as 14h30 e as 16h30.

Diestistas (M/F) Braga Experiência no âmbito de consulta (preferencial). Elegibilidade para a Medida Estímulo 2012. OFERTA:Contrato de emprego a termo (18 meses); Salário 600 euros + Subs. de alimentação. Oferta disponível no Centro de Emprego de Braga.

Outras ofertas: - Formador (m/f ) Informática - Braga - Formador (m/f ) Eng. Electrónica - Águeda - Comercial (M/F) - Braga, Viana do Castelo, Barcelos

Candidaturas em: www.aaum.pt/gip


CULTURA CAAA: o primeiro ano do resto da vida de um lugar O Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura completou recentemente o primeiro ano de vida. Uma estrutura dedicada ao estudo da arquitectura, em particular, que leva os seus objectivos ainda mais longe. Porque Guimarães enquanto cidade pensa a longo prazo, quando outros pensam apenas a curto prazo. JOSÉ REIS jose.reis@rum.pt

O que vem depois de Guimarães 2012? Guimarães 2013. O que vem depois da Capital Europeia da Cultura em 2012? Uma ressaca, inevitável, de uma programação intensa como aquela

que a cidade tem conhecido nos últimos meses – bem, uns meses mais do que outros, a bem da verdade, mas não deixa de ser regular. O que fica depois dos holofotes, afinal? As gentes que já cá estavam – e aquelas que, acometidas de um desejo qualquer, se mudam para a cidade -, as vias que já existiam, os espaços rea-

lana del rey menina incomum com alma de camaleão

CATARINA HILÁRIO katarina-kosta@hotmail.com

Com um sucesso atribulado, Lana Del Rey tem conquistado o mundo. Para alguns considerada um génio

da música atual, para outros uma autêntica farsa, Elizabeth Woolridge Grant, de voz serena e melodrama patente em todas as suas músicas, não deixa indiferente quem a ouve e partilha da

bilitados/construídos/preservados. Não há ilusões, Guimarães terá uma ressaca, que se espera curta, mas para isso muito vai servir o que se fizer com os espaços que a cidade irá herdar da cidade em 2012. Há edifícios que nos colocam dúvidas, há outros que nos deixam mais descansados com o seu futuro. O Centro para os

Assuntos da Arte e Arquitetura (CAAA) entra neste último lote. E muito graças ao mentor, o arquiteto Ricardo Areias e um sem número de cúmplices. Balanço “positivo” O CAAA completou um ano de vida há cerca de duas semanas. E o balanço do primeiro ano de atividade é “positivo”, admite Ricardo Areias, em conversa com o ACADÉMICO. “Este espaço surgiu por uma vontade de fazer algo na nossa cidade [Guimarães], depois de regressar de Nova Iorque [cidade onde viveu alguns anos]”, revela o arquiteto. Do sonho à vontade, do espaço à execução da nova vida. Ao fim de um ano, este centro dedicado às novas abordagens da arte (visual e performativa) conseguiu cumprir um duplo objetivo: trazer público às artes marginais, já que muitas delas

não tinham lugar em Guimarães e trazer Guimarães a um coração moribundo da cidade, como era a zona da Caldeiroa. “Não temos um retrato tipo do público que passa por aqui. Vemos nas exposições pessoas mais velhas, pessoas que sabem o que procuram ou simples curiosos pelo espaço”, revela Areias. O CAAA tem sido o berço de projeto como o “Reimaginar Guimarães”, onde as fotografias do arquivo da associação Muralha têm sido mostradas – e ainda continuarão a ser, até final do ano; tem sido a incubadora criativa do cinema em Guimarães neste ano, com o centro de produção lá instalado; tem sido a casa de atores, atrizes, performers e encenadores. “No próximo ano, não sei o que será”, revela Ricardo Areias. Sabemos nós: um ponto obrigatório de passagem e um recomendável lugar de paragem demorada.

crónica musical sua melancolia e obscuridade. O seu álbum de estreia, Born To die, escalou as tabelas de todo o mundo e o seu primeiro single, Video Games, é um sucesso no Youtube com mais de 20 milhões de visualizações. Lana Del Rey acabou por ir ganhando reputação e respeito, mesmo depois das críticas feitas devido à sua estreia, em direto, no programa americano Saturday Night Live. Lana utiliza os adjetivos solitária e rebelde para caracterizar a sua vida. Acusa o seu passado atribulado e perigoso, pelo sentimento de inocência perdida e desilusão transparente nas suas músicas. E justifica-se “tal como acontece com muitos artistas, o meu trabalho é uma forma de lidar com os meus problemas e de os ex-

primir”. Sem dúvida que ela é a nova musa da música pop. Com um talento inegável, tarde reconhecido, desde o single Born To Die ao Blue Jeans, passando pelo Summertime Sadness, tudo o que tem a marca da Lana Del Rey é música para os meus ouvidos. Estranhei e entranhei. Em cada música, somos transportados para o seu mundo, um conjunto de visões projetadas pela sua voz calma e melódica. É possível perceber a vida que teve, as memórias que tem para contar e a nostalgia que tudo isso lhe traz. E quando alguém conhece toda a sua discografia, canta as suas músicas, sabe todas as suas letras e aprecia a sua invulgar forma de estar, Lana Del Rey vira estrela e atinge o primeiro lugar das tabelas. Já devemos ser alguns, sen-

do assim. Born To Die: The Paradise Edition chega dia 12 de novembro às prateleiras. Com oito novas faixas, Lana Del Rey pretende surpreender os fãs e cativar os críticos. O primeiro single, “Ride”, estreado no dia 13 de setembro deste ano, é uma espécie de curta-metragem, onde a cantora, em monólogo, conta parte da sua história, a história da vida que já teve e não tem mais.

Editora: Polydor Ltd. (UK) Stranger Records (USA) Data da estreia: 31.01 Género: indie pop Pontuação: 8.8/10


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RUM BOX

AGENDA CULTURAL

TOP RUM - 44 / 2012

14 TOM VEK Someone loves you

BRAGA

MÚSICA

CCVF

TEATRO 1 B FACHADA - Carlos T

15 SOAKED LAMB, THE A flor e o espinho

9 de Novembro Supernada – “nada é possível” Theatro Circo

8 a 17 de Novembro Guimarães Jazz CCVF

10 de Novembro António Zambujo – “quinto” Theatro Circo

10 de Novembro Spanish music caravan São Mamede

GUIMARÃES

FAMALICÃO

2 NOVEMBRO

2 CAT POWER - Ruin 16 DEUS - Quatre mains

6,7 e 8 de Novembro Falar verdade a mentir Thetaro circo

3 LIARS - No. 1 against the rush 4 GRIZZLY BEAR - Yet again

17 DJANGO DJANGO Hail bop

5 BLACK KEYS, THE Lonely boy

18 VALTER LOBO Pensei que fosse fácil

6 DIABO NA CRUZ - Luzia

19 WE TRUST - Again

7 SOFA SURFERS Word in a matchbox

20 AIMEE MANN - Living a lie

8 BEACH HOUSE - Myth

POST-IT

10 ALT-J - Breezeblocks

05 novembro > 09 novembro

11 ARCTIC MONKEYS R U Mine?

MANUEL FÚRIA Que Haja Festa Não Sei Onde

12 HEAVY, THE What makes a good man

PETITE NOIR Disappear

13 MICRO AUDIO WAVES Donna samurai

HERE WE GO MAGIC Make Up Your Mind

CD RUM tame impala lonerism

A História tem destas coisas; repete-se, é cíclica. Vai-se alimentando e evoluindo através de acontecimentos passados até que todos os fatores se conjugam para voltar a acontecer algo que já tinha tido o seu lugar no grande manual. É assim com praticamente todas as atividades do ser humano. E se no caso de umas, corremos o risco de retroceder para condições nefastas e inimagináveis para as mentes mais progressistas, noutras tem os seus efeitos

12 de Novembro Uma vida melhor Theatro Circo

MÚSICA 7 de Novembro Fundação Orquestra Estúdio, Rosado, Cassuto

EXPOSIÇÃO 7 a 30 de Novembro Tráfico Desumano Casa das Artes

LEITURA EM DIA

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

9 SUPERNADA Arte quis ser vida

PAULO SOUSA paulo.sousa@rum.pt

6, 7 e 8 de Novembro Auto da Barca do Inferno Theatro Circo

benignos, dando lugar a um saudosismo profundo, apenas possível através de hipotéticas viagens no tempo. A música psicadélica surgiu em meados dos 60 nos EUA e na Grã-Bretanha e tentava transparecer para o som as alterações mentais provocadas pelas drogas alucinogénicas. Foram desenvolvidas novas técnicas de gravação e criados novos efeitos induzidos aos instrumentos. Entre os mais conhecidos embaixadores desta corrente estão os Pink Floyd, os Beatles, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Beach Boys ou Santana. O apogeu do psicadelismo

Mel de Ian McEwan - Gradiva. Oúltimo romance do ano de um dos nomes maiores da literatura inglesa. As relações promíscuas entre a literatura e a política, numa obra superior.

Pessoas, lugares e estórias da infância de Alberto Nídio Silva - Atelier. Estórias de vida, é a Vida na sua “verdade”, de um tempo que se recorda com nostalgia. Poético e terno. 12 Testes para te Conheceres Melhor 100% Rapaz de Béatrice Copper-Royer - Educação Nacional. Mais um guia para adolescentes, neste caso para rapazes, útil e esclarecedor.

aconteceu no Woodstock de 1969, que reuniu muitos dos grandes nomes da cena e que ficou por isso, e por outras razões não menos válidas, para a História. Atualmente, são inúmeras as bandas que tentam reviver estes sons e esforçam-se por criar o sistema sonoro perfeito, com o amplificador a válvulas ideal, a guitarra ideal, o microfone e o compressor ideais. Mas estarão a ser realmente psicadélicas, se pensarmos que esta corrente prima pela mudança, pela progressão da sonoridade e pelo experimentalismo? E é aqui que entram em cena os Tame Impala. Os australianos, que lançaram este mês Lonerism, não estão cá para apenas imitar o som dos meados do século passado. Já no álbum de estreia, Innerspeaker, de 2010, revelaram uma espe-

cial apetência para encontrar novos caminhos nos trilhos já exaustivamente pisados desde a década de 60. Eles encaram o psicadelismo muito a sério e pegam o boi pelos cornos. Aliam o lado experimental e progressista do rock psicadélico a uma maximização do uso das tecnologias atuais. Para além disso, as letras melancólicas e solitárias cantadas pela voz melódica de Kevin Parker, resultam numa simbiose perfeita entre a acústiDR

Ravengar de Fernando Campos - Alfaguara. Um hino ao cinema mudo, onde o espetador “participava” no filme. Um dos grandes nomes da literatura portuguesa e de leitura obrigatória. Crueldade a Nu de Colleen McCullough - Bertrand. Um policial com enredo sofisticado e ardiloso. Pede um leitor arguto e atento.

ca, as máquinas e o homem. E talvez por isso, este seja um disco que pode ser escutado em qualquer ambiente, estejas tu na cidade, rodeado de carros, smog e barulho, ou no campo, embrenhado na paisagem, nas árvores, no horizonte distante. Com este novo registo, os Tame Impala conseguem superar a homérica e ingrata missão de melhorar o excelente trabalho conseguido no álbum de estreia. E de que maneira!


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DESPORTO

sp. braga foi exceção à regra antes de receber os “diabos” DR

Sporting de Braga, o único minhoto a vencer na liga Zon/Sagres FILIPA SANTOS SOUSA filipasantos_sousa@hotmail.com

Na próxima quarta-feira o SC Braga volta a entrar em ação na Liga dos Campeões. Os arsenalistas têm pela frente os poderosos ‘red devils’ de Alex Ferguson. Foi a pensar neste jogo que o técnico José Peseiro decidiu poupar alguns dos seus habituais titulares para o duelo, em casa, com o Gil Vicente. Mesmo sem praticarem um futebol deslumbrante, os ‘gverreiros’ acabaram por vencer o dérbi

minhoto, referente à oitava jornada da Liga Zon Sagres, por 3-1. Ao minuto 17, o estreante José Luís assinalou o primeiro tento da partida para os locais. Yero foi o responsável, ao minuto 55, pelo único golo da formação de Barcelos. O empate não durou muito tempo, pois o Braga colocou-se novamente em vantagem, após a conversão de uma grande penalidade, por Alan. O lance que originou o penálti gerou alguma polémica. Aos 88 minutos Hugo

Viana voltou a marcar, estava sentenciado o resultado final. Os bracarenses seguem em terceiro lugar, a três pontos de distância do Benfica e FC Porto. Por sua vez, o Vitória de Guimarães deslocou-se ao Estádio da Luz, onde foi derrotado, por 3-0. Óscar Cardozo bisou e Lima apontou o último golo para os benfiquistas. Com este resultado, os vimaranenses ocupam o sexto lugar, com 11 pontos. Quanto ao Moreirense, voltou a perder, desta vez com o Rio Ave. A formação de

Vila do Conde foi a Moreira de Cónegos vencer, por 0-1. Na próxima ronda, o Braga vai a Alvalade defrontar um Sporting, que se encontra cada vez mais desmoralizado, após nova derrota com o Setúbal; o Gil Vicente recebe o Paços de Ferreira, enquanto o Nacional visita o Estádio D.Afonso Henriques; já o Moreirense tem pela frente uma viagem até ao Estoril. A 12ª jornada da II Liga fechou com saldo negativo para as equipas minhotas. O Arouca ganhou em Fre-

amunde (último classificado da tabela classificativa), por 1-0, e ascendeu assim à terceira posição. A Naval recebeu e venceu o Vitória de Guimarães B (2-1), Tomané fez o golo de honra para vimaranenses. Já o SC Braga B perdeu em casa com o Desportivo das Aves, por 1-2. Também no hóquei o panorama não foi o mais risonho: o Tigres de Almeirim levou a melhor sobre o HC Braga (4-5); e o AD Limianos não conseguiu fazer frente ao líder FC Porto (2-3). PUB



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