Jornal ACADÉMICO 11

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Hélder Castro é o novo presidente da AAUM • Vitória nas urnas com 77,5% dos votos • Sérgio Moura será o presidente da Mesa da RGA • Nelson Cerqueira será o presidente do CFJ

António Cunha, reitor da Universidade do Minho, em grande entrevista

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Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 160 / ANO 6 / SÉRIE 3 SEGUNDA-FEIRA, 12.DEZ.11

“Trazer população universitária para o centro parece-me um projecto absolutamente essencial para a cidade de Braga”


FICHA TÉCNICA 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

SEGUNDA BARÓMETRO PÁGINA

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Segunda-feira, 12 Dezembro 2011 / N160 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana Lopes, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Daniela Mendes, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Fabiana Oliveira, fábio alves, Filipa Barros, Filipa Sousa, Goreti Pêra, Inês Mata, Joana Neves, José Lopes, José mateus pinheiro, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Sara Pestana, Sónia Ribeiro, Sónia Silva e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura, José Reis e Maria joão Pinto // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt // TIRAGEM: 2000 exemplares

EM ALTA

NO PONTO

EM BAIXO

Hélder Castro É ele que irá ser a cara de muitos estudantes da Universidade do Minho no próximo ano. As eleições para a direcção da AAUM legitimaram uma linha de pensamento que se tem mantido desde o início do século. Os estudantes parecem estar satisfeitos. Cabe a Hélder Castro saber estar à altura das responsabilidades que os estudantes lhe depositaram.

Cineclube Aurélio da Paz dos Reis A cidade de Braga precisa de “movida” cultural, é um facto. Apesar de nos últimos tempos termos presenciado algumas manifestações culturais interessantes, é certo é que há sempre algo mais para se fazer. A criação de um cineclube na cidade é, por si só, um motivo de orgulho para a mesma. Deseja-se um óptimo trabalho e... Bons filmes!

Abstenção É inevitável. Custa acreditar neste total descomprometimento dos estudantes pela decisão na sua academia. A sua associação académica foi a votos e uma larga maioria de alunos alheou-se deste acto. Num ano difícil para o ensino superior, todos aqueles que votaram estão agora legitimados a apontar erros a quem dirige e assume a AAUM.

DANIEL VIEIRA DA SILVA // daniel.silva@rum.pt

EDITORIAL

Sem surpresas. Hélder Castro é o novo presidente da AAUM. Os resultados eleitorais voltaram a demonstrar uma preferência dos estudantes pela lista que, na linha de continuidade assumida desde o mandato de Vasco Leão, comandou os destinos da AAUM nos últimos tempos. Resta agora ao futuro presidente da AAUM saber preparar e capacitar uma equipa com as valências capazes de dar aos estudantes aquilo que eles acreditaram quando votaram na sua lista. Cabe à AAUM a defesa intransigente dos interesses dos estudantes e estou certo que a equipa que irá comandar os destinos da instituição no próximo ano saberá procurar os melhores caminhos para o fazer. Em relação às restantes listas, importante salientar que é necessário que se mantenham activas na discussão sobre os temas que afectam os estudantes. Saberem ser parte activa de um mandato é sinónimo de saber estar numas eleições e espero, sinceramente, que, tanto a lista B, encabeçada por Nuno Lopes, como a lista C, encabeçada por Rui Antunes, sejam essa voz activa na comunidade académica e que ajudem os estudantes. Ainda como nota em relação a estas eleições, não queria deixar de sublinhar a forma pouco responsável como a lista C se envolveu na campanha. A sua não presença na entrevista promovida pela RUM, assim como a sua ausência no debate promovido pela mesma estação de rádio e pela própria Comissão Eleitoral é sinónimo de algo. Guardarei para mim a análise, mas considero uma falta de respeito, acima de tudo, para os estudantes que foram votar e queriam fazê-lo de uma forma esclarecida. Para acrescentar dignaram-se a ser a única lista candidata à direcção a não reagir aos resultados eleitorais na emissão especial preparada pela RUM no campus de Gualtar. Uma vez mais, uma tremenda falta de respeito pelos seus pares. De lamentar. Para fechar, dar apenas conta que o ACADÉMICO vai de férias até Fevereiro próximo. Na altura, com novas ideias, novos projectos e ainda mais dinamismo e interacção junto da comunidade académica, o jornal estará de regresso para abraçar o 2º semestre lectivo. Até lá visitem-nos nos sítios da internet: academico.rum.pt / rum.pt / tv.aaum.pt, pois estaremos a acompanhar de uma forma profissional o desenrolar deste período. Conto convosco por lá. Boas festas e, já agora, boa sorte para os exames de início do ano! PUB.


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LOCAL “A banda mais bonita da cidade” encantou (e deixou-se encantar) no Theatro Circo

o fenómeno musical da internet chegou a braga ângela coelho angelacfcoelho@gmail.com

Depois do fenómeno na internet, “A Banda Mais Bonita da Cidade” chegou a Portugal, na sua primeira digressão fora do Brasil. A banda actuou no passado Sábado, dia 3 de Dezembro, no Theatro Circo, em Braga, depois de ter actuado no Mexefest, em Lisboa. A Banda Mais Bonita da Cidade surgiu em 2009 com o objectivo de rearranjar e tocar músicas de outros compositores. Composta por cinco elementos, a ban-

Luís Costa

da ficou conhecida internacionalmente em Maio de 2011 após ter colocado na internet o vídeo da música “Oração”. Mas não foi preciso tocar a música mais conhecida da banda, “Oração” - que ficou guardada para o fim do concerto - para conquistar os curiosos que preencheram a plateia do Theatro Circo. A Banda Mais Bonita da Cidade agarrou, desde o início, o público presente com a sua simpatia e simplicidade. Quem não era fã, rapidamente foi conquistado. Uyara Torrente, na voz, Diego Plaça, no baixo, Luís

Uyara Torrente mostrou-se emocionada pela receptividade dos portugueses

Luís Costa

Concerto marcado por momentos de simplicidade Bourscheidt, na bateria, Rodrigo Lemos, na guitarra, e Vinícius Nisi, no teclado, integram a banda cujo nome foi inspirado no livro de Charles Bukowski, “A Mulher Mais Linda da Cidade”. No final do concerto, Helena Sofia era uma espectadora completamente “derretida”. A bracarense confessou ao ACADÉMICO que “já conhecia a banda através do youtube, mas não sabia de onde vinham nem há quanto tempo existiam”. Apesar de conhecer apenas quatro músicas, Helena Sofia afirma identificar-se com o som da banda. Contudo, foi quando tocaram a música “Capitão Romance” da extinta banda portuguesa Ornatos Violeta, que Helena se tornou fã. “Acho que foi um concerto mesmo muito bom e superou as minhas expec-

tativas”, disse. Outro dos espectadores, Paulo Rocha, não conhecia a banda mas garante que ficou fã. O bracarense destacou as letras das músicas e também “a forma cativante da vocalista”. A vocalista da banda, Uyara Torrente, admitiu que lhe faltavam palavras para descrever o concerto. “Estou muito emocionada. Tanto em Lisboa, como hoje foi muito emocionante”, continuou. A cantora (e também actriz brasileira) mostrou-se surpreendida com a forma como as pessoas se manifestaram durante o concerto, batendo palmas e cantando as músicas. A banda sabia que, de alguma forma, tinha atravessado as fronteiras do Brasil, mas não sabia se o público que os esperava em Portugal era apenas

constituído por curiosos do fenómeno da internet ou conhecedores do seu trabalho. “Foi uma surpresa, porque a gente está tão longe e não sabe muito bem como as coisas estão chegando aqui. Então foi um grande termómetro do nosso trabalho e eu estou realmente muito feliz”, concluiu Uyara. Desde o início, a banda usa a internet, particularmente as redes sociais, como principal meio de divulgação dos seus trabalhos e para comunicar com o público. Para gravar e lançar o primeiro CD, a banda arrecadou fundos através do sistema de financiamento colectivo (site catarse.me) para 11 músicas das 12 que a banda colocou no site como opção para o público colaborar, recebendo inclusive donativos de Portugal.


LOCAL PÁGINA 04 // 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

cinema com o tributo a paz dos reis É um novo cineclube criado por amigos que alimentaram, ao longo dos anos, o gosto e paixão pelo cinema. Num tributo directo a Aurélio da Paz dos Reis, figura essencial no surgimento do cinema em Portugal, o cineclube com mesmo nome procura pensar o cinema e dar a pensar o quotidiano. Começou em 2011 mas vai muito para além deste ano.

José REIS jose.reis@rum.pt

Aurélio da Paz dos Reis (Porto, 28 de Julho de 1862 — Porto, 18 de Setembro de 1931) é apontado como o pai do cinema animado português – e atenção à interpretação das palavras, “animado” nada tem a ver com “cinema de animação”. É considerado o pioneiro do cinema em Portugal, pois foi o primeiro português que produziu e realizou um filme no seu próprio país – e o cinema português, de Oliveira a Canijo, de Vasconcelos a César Monteiro, de Botelho a Fernando Lopes, tem o dever de lhe agradecer. “A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança” é uma réplica do primeiro filme da história do cinema, que foi rodado em França pelos irmãos Lumière. E a ligação a Braga é relevante, já que foi ele o responsável pela cidade ter visto “cinema animado pela primeira vez, no antigo São Geraldo”, antes de partir para o Brasil com o seu filme. Estavamos nos finais

do século XIX, inícios do seculo XX, tempos em que a democracia era uma miragem e o cinema a 3D – “fora do ecrã?” – era utopia. Memória de Paz dos Reis Foi em tributo a esta figura secular, essencial na afirmação de um cinema de cunho nacional, que surgiu o Cineclube Aurélio da Paz dos Reis (e aqui nenhum dos artigos é usado em vão). É uma “memória” que não morre, que se perpetua para lá dos anos e dos novos formatos do cinema. “No fundo, tudo surgiu de um grupo de amigos que há muito tempo alimenta uma paixão pelo cinema e que, há cerca de um ano, teve a ideia de promover a exibição de cinema na cidade de Braga, a cidade na qual nascemos”, revela César Pedro, um dos fundadores deste novo cineclube. “A ideia era criar um sítio, um local, um espaço, uma ideia de programar cinema que fosse para além da simples exibição de um filme. Queriamos que fosse um espaço de encontro com uma identidade cultural,

O nome Aurélio da Paz dos Reis é uma forma de César Pedro e Miguel Ramos homenagearem o pioneiro do cinema em Portugal

um espaço de debate, um espaço de partilha de ideias, como o conceito de cineclube deve ser”, prossegue o jovem, contabilizando “um ano” desde a ideia da realização do projecto até à real concretização do mesmo. Ciclo de Natal E para a chegada a bom porto, um nome foi fundamental: “Tivemos o convite de uma figura que, a meu ver, é fundamental nesta cidade”, revela Miguel Ramos,

outro dos responsáveis, referindo-se a João Catalão, programador cultural da Casa do Professor. “Não o conhecia e foi uma supresa. Acho que é um nome fundamental para a cultura na cidade”, refere. A ideia seria, assim, programar sessões quinzenais no espaço da Casa da Professor. Ideia que foi aceite e que decorre já desde o final de Novembro. “Está, neste momento, a decorrer um ciclo dedicado ao Natal”, acrescenta César Pedro. Mas não se pense

que há direito a aventuras de Shrek. “Não sabíamos mas Braga é uma das cidades com o maior número de associações de apoio aos antigos combatentes (na Guerra Colonial). Mas sentimos que na nossa geração (dos 20 anos) há uma grande falta de informação. E a ideia é que, com estes filmes, possamos falar com a geração mais velha e possamos conhecer mais sobre esta realidade”, destacam. Assim, e depois de na passada sexta-feira ter sido exibido o “Natal de 71”, um filme basilar de Margarida Cardoso, será exibido “Adeus, Até ao Meu Regresso”, um documentário de 1974 de António Pedro Vasconcelos.


CAMPUS PÁGINA 05 // 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

CAMPUS protocolo assinado entre correio da manhã e universidade do minho beneficia academia com estágios renumerados José Mateus Pinheiro jose_pinheiropr@hotmail.com

No passado dia 29 de Novembro, realizou-se a conferência “Jornalismo Económico em Tempos de Crise” no Campus de Gualtar da UM, que visou celebrar um protocolo assinado entre o Correio da Manhã (CM) e a universidade minhota, tendo em vista a atribuição de estágios renumerados (com uma duração de 6 meses), a 3 mestrados em Ciências da Comunicação na academia. O colóquio, com uma duração de aproximadamente duas horas, contou com a presença de personalidades marcantes do panorama universitário actual, como

o reitor da academia, António Cunha e Felisbela Lopes, pró-reitora. Quando confrontados com as expectativas quanto a este acordo, ambos demonstraram-se entusiastas na parceria com “o grupo de media e consequente jornal mais importante do país.” Do outro lado, o director do CM, Octávio Ribeiro, aspira a um protocolo que satisfaça ambas as partes, uma vez que “o CM é o único jornal que pretende ser verdadeiramente nacional, esperando continuar a evoluir, com o auxílio dos novos talentos da Universidade do Minho”. Já Borges de Almeida, administrador do grupo Cofina, sublinhou que o jornal

alcança vendas diárias de 120 mil jornais, partilhando ainda a mesma opinião de Octávio Ribeiro, sublinhando que o jornal “procura talentos na UM, para se tornar um jornal ainda mais nacional do que é hoje.” Em consequência, “o jornalismo económico foi beneficiado com a crise”, sumariza o director-adjunto do CM, Armando Esteves Pereira, ponto de vista que se encontra de acordo com os pensamentos de Fernando Alexandre, vice-presidente da Escola de Economia e Gestão (EEG) da UM, que expressa que “o público em geral sabe muito mais de economia, de um ponto de vista prático.”

DR

Octávio Ribeiro defendeu a importância da parceria com a UM

mas o que é, afinal, o nosso fado? daniela mendes daniela_mends@hotmail.com

Ricardo Fonseca, investigador do Mestrado em Literatura Comparadas da Universidade do Minho, procurou na sua tese final encontrar palavras para definir o “nosso” Fado de forma a validar a sua candidatura a Património Imaterial da Humanidade, candidatura já aceite e reconhecida

pela UNESCO. Para o investigador, esta atribuição é sinónimo de “reconhecimento da nossa música e do nosso país”. Numa perspectiva transcultural, Ricardo Fonseca procura encontrar respostas para definir o Fado, que o considera culturalmente moldado pelo povo, e que, de forma gradual, voltará à sua origem, ainda que, segundo o investigador, “não

seja para já”. Acerca da expansão do Fado à escala global, Ricardo Fonseca considera que “há claramente uma new wave do fado, este género está a ficar com poucas barreiras e a ser muito explorado”, mencionando fadistas portugueses como Cristina Branco, Mafalda Arnauth e Ana Moura que deram a conhecer uma “forma de expressão musical” portuguesa, associando

– se a artistas estrangeiros como Rolling Stones e Prince. No entanto, considera a célebre Amália Rodrigues como a fadista mais radical até à geração dos fadistas actuais, uma vez que se destacou na época da ditadura. O investigador Ricardo Fonseca realça a necessidade da expansão e inovação do Fado, mas mantém a ideia de que as origens são muito

importantes, porém, o auge da época inovadora no Fado não permite que se regresse às origens. O Fado é, para o investigador, “de inegável qualidade e representa a forma de estar dos portugueses” e esta atribuição como Património Imaterial da Humanidade é como que uma “lufada para fazer outras coisas”, dando “Legitimidade acrescida, orgulho e auto – estima”. PUB.


ESPECIAL ELEIÇÕES AAUM PÁGINA 06 // 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

hélder castro é o próximo presidente da associação académica da universidade do minho que este ano rondou os 89 por cento, confirma a tendência dos últimos anos de participação muito reduzida. O presidente da Comissão Eleitoral, Henrique Sousa, atribui este número à ideia de que os jovens acreditam “que alguém há-de resolver tudo por eles”. A campanha eleitoral para estas eleições foi marcada por uma forte ênfase no tema da acção social. Recorde-se que o número de desistências do ensino superior está a aumentar devido às dificuldades económicas

Hélder Castro, o vencedor da noite, será o próximo presidente da AAUM ana isabel lopes ana_lopes91@hotmail.com JOSÉ MATEUS PINHEIRO jose_pinheiropr@hotmail.com

Já passava da 01h00 de quarta-feira, dia 7, quando os resultados eleitorais das eleições para a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) foram anunciados. Na voz de Henrique Sousa, presidente da Comissão Eleitoral, as percentagens foram conhecidas: a Lista A, encabeçada por Hélder Casto, singrou-se como vencedora para a direcção da AAUM, com 77,4 por cento dos votos; a lista B, liderada por Nuno Lopes, e a Lista C, dirigida por Rui Antunes, ficaram-se pelos 16 e 6 por cento, respectivamente. Quanto à mesa da RGA, a lista E, de Sérgio Moura, obteve 55 por cento dos votos, conseguindo renovar o seu mandato. Já a lista D (Daniel Paramés) conseguiu 32 por cento nas urnas, enquanto a Lista F (Patrícia Schwab) somou 13 por cento das intenções de voto.

enfrentadas pelos estudantes universitários. As listas candidatas concordaram na necessidade de uma resposta mais eficaz e rápida por parte do ministério do Ensino Superior e da Ciência em relação a esta questão. A tomada de posse dos novos órgãos de governo está marcada para o dia 13 de Janeiro de 2012. Foi então a edição deste ano das eleições AAUM onde os seus órgãos de governo foram a votos no dia 6 de Dezembro, num acto eleitoral que se repete todos os

anos, desde a fundação da instituição. À semelhança do que se tem vindo a verificar no passado, havia três listas a concorrer para cada um dos órgãos sociais - Direcção, Mesa da Reunião Geral de Alunos (RGA) e Conselho Fiscal e Jurisdicional. Ao longo de todo o dia foram disponibilizadas urnas de votação em Braga (Escola de Ciências da Saúde, Edifício dos Congregados e Complexo Pedagógico II) e em Guimarães, na nave principal do Campus de Azurém. AAUM TV

AAUM TV

Nelson Cerqueira obteve uma margem confortável em relação às outras listas para o Conselho Fiscal e Jurisdicional, conseguindo 71 por cento das votações com a Lista G, enquanto a lista H (Eduardo Velosa) e lista I (Alexandre Carneiro) obtiveram 18 e 10 por cento dos votos, respectivamente. Olhando para a participação dos estudantes no acto eleitoral, a taxa de abstenção,

AAUM TV

A abstençaõ este ano rondou os 89%

RUM juntou os presidentes do séc. XXI da AAUM num debate moderado por Elsa Moura e Daniel Vieira da Silva


ESPECIAL ELEIÇÕES AAUM PÁGINA 07 // 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

Sérgio Moura (lista vencedora rga)

Nelson Cerqueira (lista vencedora cfj)

Qual o balanço que fazes destas eleições para o ano de 2011 na AAUM?

É a primeira vez que te candidatas à mesa da Reunião Geral de Alunos?

Satisfeito com o resultado conquistado?

Faço um balanço bastante positivo, uma vez que conseguimos aumentar o número de pessoas que se identificam com as nossas ideias em relação ao ano passado. Queremos, acima de tudo, continuar a lutar pelo ensino superior. Aproveito ainda para deixar aqui um repto a uma reunião que vamos marcar na próxima quarta-feira, dia 14, às 16h00 no Prometeu, havendo ainda outro encontro, dia 15, em Guimarães, no pólo de Azurém à mesma hora.

Não. Este é já o terceiro mandato consecutivo à frente da RGA. Juntamente comigo mantêm-se dois elementos que também compunham a mesa anterior.

Sim, muito. Em nove mandatos para o Conselho Fiscal e Jurisdicional (CFJ) conseguimos sete.

Que balanço fazes da elevada abstenção? Não havia qualquer referência ao período de eleições no site oficial da Associação Académica (www.aaum. pt), o que, conjugado com uma fraca divulgação, resultou no desconhecimento da população relativamente a este período. És da opinião que as directrizes de cada lista possam ter influenciado a vontade da população académica em votar? De maneira nenhuma. Nós não defendemos nada contra os estudantes e seus respectivos direitos, não sendo um senão para as pessoas não irem votar, muito pelo contrário: só deveria motivá-las a comparecerem.

Assumes então este projecto como sendo de continuidade? Sim, foi um trabalho que começamos a desenvolver em 2009 e que se traduz, sobretudo, numa vontade de trazer mais gente às Reuniões Gerais de Alunos. Esta é uma tendência que se tem vindo a registar e que procuramos incitar, visto que os alunos nem se apercebem da importância deste órgão. É nosso dever consciencializá-los para a pertinência da sua participação neste tipo de eventos. O que procuram no futuro? É preciso salientar que as RGA’s são o órgão máximo da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Nestas reuniões discutem-se questões como a conduta tomada pela própria direcção, o controlo das contas e a posição da AAUM em relação a grandes temas e formas de luta, tal como tem vindo a acontecer, por exemplo, com a situação das bolsas de estudo.

O que fazer agora que foram eleitos num número tão elevado? Penso que o ponto de partida é desenvolver um trabalho em conjunto com as outras listas que elegeram um elemento cada. Há que investir na continuidade, visto que o CFJ que agora foi eleito tem já bastante conhecimento sobre o seu funcionamento, uma vez que este é já o meu segundo mandato e comigo mantiveram-se mais cinco elementos. Que trabalho há a fazer? Continuar a exercer controlo sobre as contas da associação, discutindo todas as ideias com todos os membros do CFJ, uma vez que creio ser possível chegarmos a um consenso, apesar de perceber que possamos ter uma perspectiva diferente em relação a alguns assuntos. A crise afectará o vosso trabalho? O nosso trabalho terá que ser ainda mais exigente, com um maior ‘rigor no controlo orçamental’, como sempre foi defendido na nossa campanha.

eleições aaum... as reacções

Nuno Lopes (lista B)


PÁGINA 08 // 12.DEZ.11 // ACADÉMICO

NACIONAL recomendação e os cursos com menor contra praxes desemprego são... violentas chumbada! tIAGO DIAS alliendias@live.com.pt

DANIEL MOTA PEREIRA danielmotap@gmail.com

As praxes têm sido, ultimamente, assunto de grande susceptibilidade no meio académico e não só. Na passada sexta-feira foi chumbada uma possível resolução do Bloco de Esquerda (BE) contra praxes violentas pela maioria PSD e CDS-PP, contra votos favoráveis do Partido Socialista (PS), PCP e PEV. O projecto de resolução chumbado recomendava a “realização de um estudo nacional sobre a realidade da praxe em Portugal, financiado pelo Ministério da Educação e Ciência e cujos resultados sejam públicos e tornados acessíveis online”, como também a “produção e divulgação de um folheto informativo sobre a praxe” em cada universidade ou politécnico. De um modo mais lacóni-

co, o projecto de resolução defendia a “criação de uma rede de apoio aos estudantes do ensino superior que permita acompanhamento psicológico e jurídico aos estudantes que solicitem apoio e que denunciem situações de praxe violenta ou não consentida, disponível no sítio da internet do Ministério da Educação e Ciência”. Duarte Marques, deputado e líder da Juventude Social Democrata (JSD), para além de concordar com a “recomendação que é feita”, contrapõe o seu discurso esclarecendo que “já existem esse tipo de gabinetes” (referente à criação de gabinetes de apoio psicológico aos alunos) e que “nos últimos três anos houve uma evolução”. Este ainda contestou que na recomendação se fizesse referência ao possível valor adicional deste estudo pago sobre as praxes, defendendo “poderá haver universidades e investigadores que o promovam sem um custo adicional”.

As áreas com menos desempregados inscritos nos Centros de Emprego são os serviços de segurança, a saúde e as ciências da vida. Os dados são do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Educação e Ciência (GPEARI), mas quem fez as contas foi Pedro Lourtie, professor universitário e ex-secretário de Estado do Ensino Superior. De acordo com o quadro elaborado por Pedro Lourtie, as áreas com mais desemprego são a agricultura, silvicultura e pescas, os serviços sociais e a informação e jornalismo. No entanto, calculando o rácio entre o número de desempregados inscritos nos centros de emprego e os números de diplomados com o mesmo curso, “o primeiro é a agricultura, silvicultura e pescas e Direito aparece já mais à frente, enquanto ciências empresariais, que aparecia em primeiro nos números absolutos, também já não fica tão mal”, salienta Pedro Lourtie.

Mulher, licenciada em agricultura, silvicultura ou pescas e à procura de emprego no Norte do país à menos de três meses... Este é o perfil-tipo do diplomado no desemprego em Portugal. A maioria estão à procura de um novo emprego e vêm do sistema universitário público. A maior parte dos diplomados inscritos em centros de emprego são mulheres (66%), têm entre 25 e 34 anos (47,8%) e residem no Norte do país (39,4%). O grau de licenciado é o mais comum entre os diplomados no desemprego (86,1%). Cerca de um quarto dos diplomados no desemprego estão à procura de trabalho há menos de três meses (24,7%), mas uma percentagem quase idêntica está à procura há mais de seis meses (24,5%). Áreas com menos emprego - A área com maior número de desempregados por diplomados é a da agricultura, silvicultura e pescas. - A segunda área onde o rácio entre diplomado e desempregado é maior é os serviços sociais. - Informação e jornalismo é a terceira área onde há mais

desemprego. - Seguem-se as humanidades, indústrias transformadoras e ciências empresariais. Indicadores do desemprego dos diplomados 66% - Dois terços dos diplomados no desemprego são mulheres. Na população geral a maioria dos desempregados também são mulheres, mas a percentagem é menor: apenas 53%. 1,32 - Agricultura, silvicultura e pescas são as áreas com o rácio mais elevado (1,32) entre os diplomados e o número de desempregados. A seguir vêm as ciências sociais, com 1,04, seguidas da informação e jornalismo, com 0,99. 0,10 - Serviços de segurança é a área com menos valor de rácio (0,10) entre o número de diplomados e os desempregados. Saúde surge logo a seguir, com 0,19, e as ciências da vida ocupam o terceiro lugar neste ‘top’, com 0,28. 23.012 - Ciências sociais, comércio e Direito são a áreas de formação com mais diplomados em instituições de ensino superior (23.012 alunos), no ano lectivo de 2009/2010. PUB.


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INQUÉRITO

a crise vai afectar as tuas compras de prendas para o natal? António Amorim, do 2º ano do curso de Administração Pública, assumiu que “de certa forma a maldita crise que está instalada veio definitivamente afectar as compras de Natal”. O estudante salienta ainda outro aspecto, a questão monetária: “Este ano estou com menos dinheiro que no ano passado, isto porque não trabalho, sou um simples estudante e vou oferecer coisas mais simbólicas por causa da crise que me afecta e, infelizmente, atinge todos.” O aluno referiu ainda que costumava oferecer, por exemplo, à sua mãe prendas que ela pode usar ou consumir e também que costuma oferecer chocolates e doces natalícios. Contou que ao seu irmão costuma “oferecer jogos da PSP, de que ele gosta bastante.” Concluiu que nesta quadra natalícia está a pensar “gastar muito menos que no ano passado. Jogos, acabou. Vou oferecer prendas mais simbólicas e acessíveis e não penso gastar mais de do que 20 euros por pessoa”, concluiu.

ANTÓNIO AMORIM 2ºAno // ADMIN. PÚBLICA

BRUNO CARVALHO 1º ANO // BIOQUÍMICA

O aluno do curso de Bioquímica, declarou ao ACADÉMICO que “este ano, as compras de Natal, de certa forma, vão ser alteradas em função da crise em que estamos profundamente mergulhados. Isto deve-se ao facto de, como estudante universitário que sou, estar na base da pirâmide sócio-económica do país”. O referido aluno deu ainda a entender que, em anos anteriores, tinha mais facilidade em comprar prendas de valor mais avultado. Afirmou ainda: “Costumo, normalmente, comprar perfumes e bijutarias para toda a família, mas devido às referidas condições e restrições económicas em que nos encontramos vou optar por algo ainda mais em conta, de modo que possa dar na mesma prendas, mas sem gastar tanto dinheiro, como era costume nesta quadra”. O aluno concluiu ainda que “apesar de preferir a sensação de oferecer” gosta, como qualquer pessoa, de receber algo.

Francisca Vilas Boas, do 1º ano do curso de Ciências de Comunicação, afirmou que “o problema está na falta de dinheiro”. A estudante assume: “A maioria de nós, estudantes, quem nos paga os estudos são os nossos pais. Por isso se queremos prendas este ano, ou vamos trabalhar, ou temos de ter muito boas notas para ter então a merecida recompensa”. Declarou que não gosta muito de dar prendas, nem de as receber, prefere gestos e atitudes humanas como passar o dia com alguém, ou com um grupo de amigos, ou algo elaborado pela própria pessoa. Como a aluna é oriunda da Ilha da Madeira, contou-nos ainda que, normalmente, no Natal se faz um convívio com as pessoas mais chegadas. “Como estou longe de toda a gente, quando chego lá quero muito estar junto dos meus amigos”, atira, antes de afirmar que, neste Natal, está a pensar gastar exactamente a mesma coisa que o ano passado, ou seja, cerca de 250 euros.

FRANCISCA VILAS BOAS 1º ANO // CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

VERÓNICA PINTO 2º ANO // DIREITO

A aluna do 2º ano do curso de Direito, quando questionada se a crise que atinge a nossa sociedade actualmente, iria ou não afectar a compra das prendas deste Natal, referiu: “Sim, em vez de comprar um perfume caro para a minha mãe dou-lhe um livro e em vez de comprar uma coisa que seja mais dispendiosa, vou ter de optar por uma coisa que custe menos, que seja mais acessível e, neste caso, mais intelectual, como é o caso do leitura”. A estudante contou ainda que nos anos precedentes costuma dar à mãe artigos como perfumes ou relógios. “Para o pai, é mais à base de ténis ou calças. Estou, sem dúvida, a pensar gastar muito menos que nos natais anteriores, pois o dinheiro que me é disponibilizado é um pouco menos que o habitual. Normalmente gasto sempre nas prendas de Natal, cerca de 40 euros para a minha mãe e 60 a 70 euros para o meu pai”, sublinha a estudante minhota.

ana pinheiro anafilipapinheiro1@hotmail.com

Face à crise económica a que todos assistimos no nosso país e no mundo, os consumidores, desde os mais aos menos abastados, vêem-se obrigados a cortar nas despesas. Como a época natalícia está a chegar, vêm com ela também as tradicionais prendas. Perante este cenário de consumismo, onde as pessoas gastam sempre mais do que prevêem inicialmente, fomos saber se os estudantes da Universidade do Minho fazem alguma retenção das suas economias, ou então, se estão a pensar gastar o mesmo que nos anos anteriores. Outra questão prende-se com o tipo de prendas que costumam oferecer ou se neste Natal vão optar por alguma solução mais económica. O ACADÉMICO foi para o campus encontrar algumas respostas...


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Daniel Vieira da Silva

ENTREVISTA António cunha

Reitor da Universidade do Minho abordou temas quentes no universo académico

“Trazer população universitária para o centro parece-me um projecto absolutamente essencial para a cidade de Braga” Ultrapassado que está metade do mandato de António Cunha à frente da reitoria da Universidade do Minho, o reitor faz um balanço positivo do que foi feito e abordou temas quentes na actualidade universitária. Os cortes no financiamento, a escassa acção social, a passagem a fundação e... A praxe dentro dos campi. Tudo isto para ler numa entrevista exclusiva à RUM/ACADÉMICO/AAUM TV. alexandre praça alexandre.praca@rum.pt

deixa de ser algo desafiante, apesar das dificuldades.

DANIEL VIEIRA DA SILVA daniel.silva@rum.pt

Quando fala de dificuldades, está a pensar nas financeiras, especificamente? Falo em todas. Durante dois anos o enquadramento que temos mudou significativamente, o quadro financeiro alterou-se, mudou o governo, mudaram os parceiros, mudaram as regras, o contexto universitário a nível nacional também tem tido dinâmicas diversas, e portanto há uma dinâmica muito grande em volta daquilo que é gerir uma universidade. Quanto aos dois anos do mandato, fo-

Estando a meio de um mandato de quatro anos, olhando em retrospectiva para estes dois anos está satisfeito? Foi mais difícil do que imaginava? Vivemos num período muito complexo e dinâmico, pelo que em dois anos acontecem muitas coisas. A execução deste mandato tem sido um desafio muito interessante, sempre mais complexo do que as nossas expectativas iniciais, mas não

ram sempre cumpridos e consolidados os principais objectivos e o resultado e respectivo balanço tem sido muito positivo, sobretudo ao nível de projectos de investimento, onde os meios financeiros são mais importantes. Há certas coisas em que gostaríamos de já estar mais avançados face aquilo que estamos, mas a universidade é muito mais do que projectos de investimento. A dimensão científica, até mesmo a própria dimensão da nossa vida institucional, são áreas onde tem havido muito trabalho feito e, portanto, o balanço que faço é bastante positivo.

Especificando, por exemplo, aspectos positivos e negativos, se pudesse dar dois ou três, o que é que destacaria mais? É muito positiva a normalização institucional que ocorreu e a migração total para o quadro do novo regime legal que enquadra as universidades e, portanto, isso teve a ver com uma série de institucionalização de órgãos e unidades orgânicas, e, neste âmbito, é também um crescendo do grau de autonomia dentro das unidades orgânicas da universidade, escolas ou institutos. Muito importante é o que estamos a fazer ao nível

de toda a reforma administrativa da universidade e do modo como é feita a sua gestão financeira, pelo que é fulcral e, decerto que dará os seus frutos no futuro, assim como a implementação do sistema de qualidade. Foi muito importante também a consolidação da nossa política científica e conseguirmos ter um laboratório associado no domínio das áreas da saúde, em associação com o grupo 3B’s de Engenharia, o que desempenha uma certa afirmação nessa área. Depois, lançámos um certo conjunto de projectos que estamos a trabalhar, que es-


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tamos a discutir, que sejam projectos que tenham futuras instalações em Braga, em Azurém, no complexo do Largo do Paço, mas que, de facto, são projectos que devido a constrangimentos financeiros vão deslizando com o tempo. Em Guimarães, felizmente, o projecto CampUrbis, em associação com a Câmara Municipal e beneficiando do quadro da Capital Europeia da Cultura desenvolve-se a um ritmo intenso e, dentro dos próximos meses, teremos o gosto e o prazer de inaugurar e abrir várias estruturas, nomeadamente uma estrutura que é fundamental para a universidade, que é o Centro de Formação Pós-Graduada, mas também duas estruturas associadas à UM nas quais estamos muito empenhados, sendo estas o Instituto de Design e o próprio Centro de Ciência Viva que será complementado com o laboratório da paisagem, num investimento que a Câmara de Guimarães também está a fazer.

O próprio presidente da AAUM [Luís Rodrigues] diz que guarda com alguma mágoa a nova sede não ter avançado durante estes dois anos em que cá esteve, reconhecendo que houve avanços nessa área, ainda assim o que é que pode ser feito para se dar o passo definitivo para a nova sede avançar? Como disse, estamos a trabalhar nesse assunto. Estamos a trabalhar numa situação que seja muito vantajosa para AAUM, com o objectivo de reduzir, ao mínimo possível, o inves-

Mas a questão da localização é um dos entraves para que estes parceiros se associem finalmente a esta causa da nova sede … Certamente que a localização será limítrofe ao campus. É inquestionável que a nova sede da AAUM deverá ficar na área do campus de Gualtar… Não faz sentido pensar noutra solução, pelo que com certeza ficará junto ao campus, dentro do campus ou nas áreas limite deste. Independentemente da situação que venha a ser conseguida. José Teixeira, responsável da DST, defendia, que no âmbito da reabilitação urbana do centro histórico de Braga, a Universidade teria que influenciar muito mais a cidade e falou em levar também para o centro a AAUM. Isso está fora de hipótese, completamente? A questão de trazer população universitária para o centro, e tendo em conta que a zona da Universidade vai crescer naturalmente no futuro, parece-me um projecto absolutamente essencial para a cidade de Braga e um projecto muito interessante. Tudo isso faz parte de uma agenda que a universidade

“Gostávamos de já ter anunciado uma data para a solução do processo da nova sede da AAUM” tem vindo a discutir com as autoridades municipais e com a câmara. Quanto à questão da AAUM, eu não sou dirigente da AAUM, não quero sequer condicionar as linhas de pensamento da AAUM, pelo que penso que deverão ter sempre uma instalação junto do Campus, devido a um conjunto diverso de actividades que devem estar próximas dos estudantes. Além disso, ter outras instalações de carácter mais social, mais ligado a momentos de lazer, imbuídos de um contexto cultural, de voluntariado (que é também uma agenda que a AAUM tem vindo a abordar) vejo como algo muito positivo. Porém, a única coisa que eu estou a dizer é que AAUM deverá ter sempre uma instalação junto do Campus, pelo que se tem uma do outro lado ou não, nomeadamente no centro da cidade dependerá do que os dirigentes da AAUM decidirem. Relativamente ao edifício do castelo, essa proposta do engenheiro José Teixeira de ser transformado numa escola de Artes é viável. Está na agenda da reitoria? A reitoria está a trabalhar num programa que passa também por encontrar uma solução para o edifício do castelo, mas tudo depende do crescimento, pelo que certamente o edifício do castelo poderá ter uma vocação cultural. Em termos formais, o ensino das artes, ligadas ao desenho e à escultura, a Universidade aposta em cursos nessa área, a partir da escola de Arquitectura e esses cursos serão instalados em Guimarães. No entanto, neste momento o nosso principal projecto no centro na cidade, no qual já

começámos a trabalhar e já foi iniciado, é um projecto de reestruturação de todo o complexo do Largo do Paço que será o processo central de intervenção cultural da Universidade do Minho na cidade, no centro da cidade, e que pressupõe com grandes linhas estratégicas, havendo ainda espaço para a mudança do arquivo distrital para outro edifício; a mudança de instalações administrativas que ainda existem para o Campus de Gualtar e transformar o Largo do Paço num espaço simbólico, transformando aquele local num espaço de promoção da leitura e a todo o papel que a produção documental teve ao longo da história. Em relação ao castelo, a escola da artes enquanto tal está, à partida, fora de hipótese? A escola das Artes enquanto casa da Universidade do Minho que incida sobre o domínio das artes será um projecto que se iniciará de uma forma informal em Guimarães, pelo que a utilização daquele espaço para um espaço ligado de momento à escultura, ao desenho é um compromisso que, de momento, não quero assumir.

Para o próximo ano a Universidade do Minho terá um corte de 8,5%, atendendo principalmente nos salários cortados dos funcionários, mas o professor António Cunha já mencionou que para 2012, pelo que entendi, “dá para aguentar”, mas se houver um corte semelhante em 2013, possivelmente não? É sempre muito difícil estas questões, pelo que pôr as coisas nesses termos, tanto para Universidade do Minho, como para as outras universidades portuguesas, não podem deixar de se envolver na resolução de um problema que todos percebemos que o país tem, e portanto como o país se depara com uma situação económica séria, tem que haver cortes grandes na administração pública e as Universidades não podem dizer não. Esses cortes são conhecidos, mas há coisas que nós já não falamos, uma vez que acabam por ir atacando toda a sustentabilidade financeira da universidade, o aumento do IVA da energia, o que se concretiza numa quantia de 200 mil euros para a Universidade do Minho, o aumento do IVA nos produtos alimentares, o que poderá por em causa os preços nas cantinas nos produtos ali-

Daniel Vieira da Silva

Há alguns projectos que têm deslizado, dizia há pouco. Um deles é recorrente há muito tempo, sendo este a nova sede da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Na última entrevista apontava algumas datas que já foram ultrapassadas… Gostávamos de já ter anunciado uma data para a solução do processo, estamos a trabalhar no processo de resolução. Era a minha melhor expectativa neste momento…

timento e compromissos financeiros que fiquem a cargo da AAUM. Portanto, estamos a trabalhar numa solução que seja do ponto de vista financeiro muito vantajosa e muito interessante para a AAUM, o que faz parte de um pacote mais global de negociação que envolve outros investimentos da universidade, que envolve vários parceiros. É um processo complexo, é um processo cujos actuais contextos económicos não ajudam e tornam grandes investimentos difíceis, pelo que estamos a trabalhar e tenho uma expectativa positiva de que vamos conseguir uma solução. Gostava que ela tivesse sido já conseguida este ano e que pudesse ser já anunciada este ano, pelo que estou confiante de que poderá ser anunciada brevemente.

Reitor da Universidade do Minho faz balanço positivo dos dois anos de mandato à frente da UM


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Em relação a esta questão do financiamento, noto aqui um discurso preocupado, como é lógico e de uma certa forma ponderado. Não se identifica nas palavras do reitor da Universidade de Coimbra que diz que em 2013 a universidade fecha portas se os cortes forem idênticos aos que vão acontecer no próximo ano? Já tive oportunidade de dizer que vamos ter um corte na ordem dos 8 a 10%. Se nada for feito que seja capaz de compensar esse corte e se a universidade tiver os mesmos compromissos que tem hoje isso torna-se in-

sustentável. É possível que alguns cursos tenham de fechar portas? Não é previsível o encerramento de cursos de Licenciatura ou Mestrado Integrado em regime diurno. Poderemos ter alguns ajustes no regime pós-laboral, que é uma aposta muito específica, pelo que não é previsível o encerramento de nenhum curso da universidade, independentemente do núcleo a que pertença. No entanto, aquela que é uma das principais reformas que a reitoria está a conduzir é a reforma curricular, pelo que esse projecto tem como um dos seus objectivos eliminar unidades curriculares que tenham muitos poucos estudantes. Deste modo, o objectivo é garantirmos que não temos disciplinas com números inferiores a 10 alunos, pelo que tendencialmente, até mesmo as disciplinas de opção, tenham sempre um número superior a 12 alunos e nunca uma frequência menor que essa. Como é que a reitoria vê estes cortes na acção social e como é que isto pode ter influência nos alunos que já estão a abandonar as universidades? Acho muito bem que a AAUM se preocupe com esta questão. Os números de abandono que refere eu não posso de maneira nenhuma confirmá-los, nem os confirmo, primeiro porque só teremos algum número capaz de ser confirmado até ao final de Dezembro, quando os alunos tiverem que pagar a primeira prestação das propinas. Quando dizemos que os alunos que saem da universidade, não temos nenhum indicador até ao final do ano que nos esteja a dizer isso, embora haja, com certeza, vários alunos a sair da universidade e vários alunos a entrar na universidade através de um processo com uma dinâmica muito especial, associados aos processos de transferência, associados também aos alunos que se inscreveram também na primeira e na segunda fase e que não con-

Daniel Vieira da Silva

mentares que são servidos aos estudantes da universidade, pelo que a Universidade certamente faz o seu melhor para encontrar soluções para o cenário de dificuldades com que se defronta. A universidade pode fazer coisas quase impossíveis, mas não pode fazer milagres e certamente haverá, se os cortes orçamentais não forem reduzidos, uma degradação no parque de infra-estruturas da universidade, haverá, desde logo, dificuldade em manter, nas áreas mais científicas, uma actualização/remodelação de equipamentos e há projectos que, no futuro, ficam certamente comprometidos, uma vez que necessitam de verbas próprias. Se a universidade de futuro não tiver maneira de responder a essa necessidade, esses projectos acabam por ficar comprometidos. Além de tudo isto, há que lembrar que a universidade são os seus edifícios e respectivos equipamentos e tudo isso é muito importante, no entanto, são as pessoas e as equipas de funcionários o seu próprio capital. Se não formos capazes de fixar e atrair talento para cá a Universidade e, eventualmente, morrerá, porque será uma universidade vulgar. As universidades precisam de duas coisas: precisam se estudantes, de sangue novo e precisam de talento que é construído a partir desses estudantes, sendo, portanto, um fluxo virtuoso que pretendemos manter.

António Cunha considera essencial que a AAUM se debruce sobre a Acção Social firmaram a sua inscrição e que depois saltaram para outra universidade. Portanto, o movimento que existiu até agora é fundamentalmente esse. No ano passado tivemos um número de desistências relativamente baixo, mas os números são conhecidos, que é um valor de total de 560 alunos. Isso envolve alunos que saem por outros motivos... Não é claro quantos desses alunos saíram efectivamente por questões sociais. Porque sentiu necessidade este ano de intervir nas praxes? Acha que houve exageros? A universidade tem um quadro de valores muito bem definidos e que está no seu estatuto e, portanto, a universidade certamente tem que reagir quando o seu quadro de valores é posto em causa. Para além da questão do quadro valores, sendo os campi um local de trabalho, onde para além das aulas e da actividade lectiva normal, há muitas outras iniciativas, actividades de investigação. Todas estas não podem ser perturbadas por ruídos, por manifestações de qualquer género que as afectem. Quero apenas reforçar e dizer de uma forma muito

clara que a universidade é um espaço de tolerância e de liberdade onde os estudantes têm certamente a autonomia e essa liberdade para desenvolverem as actividades que entendem, pelo que têm que perceber que o que têm que desenvolver dentro de um quadro de valores da universidade, e têm que perceber que quando o fazem não podem por em causa outras entidades e não podem levar ninguém a fazer aquilo que não querem fazer. Em relação à fundação, que já foi aprovada em Conselho Geral, quando é que poderá avançar, embora se fale que o Governo actual não tem grande interesse em desenvolver a ideia… Não temos nenhum sinal nesse sentido deste governo. As fundações universitárias são fundações públicas de direito privado, são um caso muito específico das instituições de regime fundacional e que têm um quadro muito próprio. No entanto, este governo entendeu que havia vários problemas ao nível das instituições fundacionais de carácter geral, e nomeadamente, as de regime de direito privado, e está a fazer uma nova legislação que poderá ter impacto no

quadro jurídico das instituições fundacionais universitárias, e portanto o governo em resposta ao nosso pedido respondeu à Universidade do Minho dizendo que deveríamos ter uma moratória de algum tempo até essa lei estar definida e aprovada, pelo que é expectável que essa lei seja aprovada até ao final do ano. Espero que o primeiro trimestre do próximo ano esteja destinado à negociação do processo, sendo uma negociação que poderemos fazer no quadro e nos pressupostos que levaram à universidade passar a fundação, mas se estes pressupostos forem significativamente alterados, a universidade terá que tomar uma nova decisão sobre se continua a apostar neste regime ou não. Está preparado para perder o seu vice-presidente, o José Mendes? Recentemente numa entrevista à RUM/ ACADÉMICO e AAUMTV, admitiu a possibilidade de vir a ser candidato autárquico a Braga em 2013, à câmara de Braga. Encara essa possibilidade de o perder da reitoria? O professor José Mendes é uma figura muito conhecida e muito querida da universidade e da região. Não sei quais são os seus projectos, pelo que certamente ele tem toda a legitimidade para ter os seus projectos, mas penso que neste momento essa situação não está colocada em cima da mesa e se estiver não tenho dúvidas que o professor José Mendes confrontará o reitor com essa situação. E é a sua intenção continuar como reitor após 2013? É uma situação também que não se coloca neste ponto, dado que tivemos a oportunidade de começar esta entrevista dizendo que as situações são muito dinâmicas nos dias de hoje, uma vez o que é actualmente o nosso contexto passados seis meses está significativamente alterado. Uma decisão sobre isso certamente será tomada muito mais perto do final do mandato, e não é neste momento a altura.


ÂNGELA FERREIRA Ângela Ferreira nasceu no Porto em 1975. Apesar de se ter licenciado em Direito, já nessa altura a fotografia era quem mais ordenava. Expondo regularmente desde 1998, Ângela procurou munir-se das ferramentas teóricas necessárias para dar largas à paixão da imagem. Assim, concluiu em 2004 o Mestrado em Multimedia e Novas Tecnologias em Utrecht, na Holanda e, neste momento, frequenta o Doutoramento em Fotografia e Estudos Artísticos na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O percurso de Ângela Berlinde no campo da fotografia é já preenchido por um corpo de trabalho apreciável, com trabalhos representados em várias galerias e espaços em Portugal, Brasil e Holanda. Faz ainda parte da direção dos Encontros de Imagem de Braga e do Festival de Fotografia MaioClaro. A nível de prémios, Ângela venceu em 2007 o Concurso Internacional de Fotografia de Buenos Aires, tendo sido ainda nomeada para Fotógrafa do Ano na Categoria Emoções para a BBC. O projeto de doutoramento de Ângela Berlinde implica o trabalho com populações indígenas dos estados do Amazonas e Ceará, no Brasil. A docente da Escola Superior Artística do Porto procura fazer um estudo antropológico e imagético com estas comunidades, sendo que colaborou ainda como professora na Faculdade de Comunicação e Imagem da Grande Fortaleza. Segunda: El Guincho - Bombay (Pop Negro, 2010) “O Nick Drake só após uns valentes anos é que

Para além de ser um tema bastante colorido, é também um elogio à procura de um horizonte. Nota-se que todas as músicas deles são “de viagem”, porque trazem um rodopio por entre aquilo que é a alegria, a fantasia, a liberdade acima de tudo. Esta música remete-me para o universo do Brasil, que visito regularmente, porque é um corte com as amarras... é um elogio à liberdade!

acompanhar ultimamente, com a qual me identifico e cujas letras me transportam para um outro hemisfério, são fantasiosas e simultaneamente reais e permitem-nos ir a ambientes de jardim, de natureza, focando também aspetos como a amizade, o devaneio e a procura de outras realidades. Os Broken Bells permitem isto: viagens por outros campos e por outras sensações.

Terça: JP Simões - Inquietação (1970, 2007) Eu acho que JP Simões “é” da minha geração e escolhi-o por ser uma espécie de espelho meu em termos musicais. Ele revela algumas ideias, conceitos e uma filosofia muito própria daquilo que entendo ser o nosso Portugal, por exemplo. Aquilo que entendo ser a nossa juventude, as nossas conquistas e desafios enquanto portugueses... E o tema do José Mário Branco é tão e cada vez mais atual... e que a voz do JP Simões traz para o presente.

Sexta: Kings of Convenience - Misread (Riot on an Empty Street, 2004) Vi-os no Theatro Circo, num episódio muito engraçado: este é um concerto típico daqueles que se assiste com amigos. Combinámos um breve petisco antes do concerto sob a promessa de que regressaríamos depois para continuar a refeição. No fim do concerto, estávamos de tal modo em êxtase devido à beleza do concerto que decidimos convidar a banda a jantar connosco! Quando voltámos, vínhamos acompanhados pela banda e eles sempre muito curiosos em nos querer conhecer... Partilhámos momentos de muita beleza e amizade.

Quarta: Noiserv - Bullets on Parade (One Hundred Miles from Toughtlessness, 2008) O Noiserv foi responsável pela componente musical do meu filme sobre Os Maias de Eça de Queirós e foi escolhido a dedo pelo fato da sua música ser reveladora de muita imagem, daí que fosse a minha primeira seleção para a banda sonora do filme. Qualquer um dos temas dele seria uma boa escolha mas senti que, se escolhesse um dos temas da banda sonora, iria sentir que lhe faltava a componente imagética do filme. Quinta: Broken Bells - The High Road (Broken Bells, 2009) Os Broken Bells são a banda que me tem vindo a


TECNOLOGIA E INOV twittadas SÓNIA SILVA sonia.silva.8@hotmail.com

Emails do líder da Apple estão à venda Depois da biografia de Steve Jobs, foi lançado um volume que reúne alguns dos emails enviados pelo ex-líder da empresa norte–americana de tecnologias. “Letters to Steve: Inside de E-mail Inbox of Apple’s Steve Jobs” é o nome do livro digital, assinado por Mark Millan, jornalista da CNN. Entre outros, este documento disponibiliza respostas a queix-

as de clientes e comentários pessoais enviados pelo ex–líder da Apple. O livro está à venda na Amazon, em formato compatível com o Kindle e, portanto, com todas as aplicações gratuitas que permitem aceder aos ebooks da marca em smartphones e computadores. Kinect 2 detecta emoções dos utilizadores Segundo informações apresentadas no site Eurogamer, a nova Kinect, terá a capacidade de ler os lábios e será sensível às mudanças emocionais dos uti-

lizadores. Esta tecnologia terá também suporte para Windows. Esta informação ainda não está totalmente confirmada. Contudo, afirma-se que a evolução da Kinect será centrada num sensor de movimento muito desenvolvido e numa unidade de reconhecimento de voz. Será tão evoluído que permitirá ler os lábios dos utilizadores, detectar alterações no volume da voz e nas expressões faciais, facilitando a medição das emoções. Confirmado está que esta tecnologia possuirá ligação ao Windows e que o seu hardware sofrerá algumas modificações.

Coreia do sul cria guardas–prisionais robotizados Os novos robôs serão testados em Março, num estabelecimento prisional de Pohang. Estas máquinas, amarelas e brancas, estão equipadas com quatro rodas, com câmaras e sensores. Os robôs não foram criados para intervir directamente, mas para avisar. Quando detectam algum problema entram em contacto com os guardas humanos, estando programados para identificar comportamentos violentos e suicidas. Investigador universitário re-

sponsável pelo projecto, Lee Baik-Chu, da Universidade de Kyonggi, explicou, à agência sulcoreana Yonhap e citado pela BBC, que o robô deve parecer amistoso para os reclusos.

não há photoshop que resista! bruno fernandes micanandes@gmail.com

Um programa, criado por investigadores da Universidade de Darmouth, nos Estados Unidos, promete descobrir até que ponto uma imagem foi alterada no Photoshop. O software, desenvolvido por Hany Fraid, professor de Ciências da Computação, e por Eric Kee, aluno de doutoramento da mesma disciplina, permite identificar o modo como a foto foi adulterada, numa escala que vai de 1 a 5, em que o grau 1 significa que a imagem sofreu apenas alguns retoques e o grau 5 significa que a imagem foi completamente alterada.

A ideia da criação do programa surgiu da proposta legisladora, apresentada em diversos estados europeus, de aplicar uma catalogação para as imagens, caso estas sejam alteradas digitalmente, isto é, colocar uma etiqueta ou uma informação vísivel de que aquela imagem havia sido manipulada. “Fiquei intrigado com o problema”, referiu Hany Fraid ao “The New York Times”. “Classificar as fotos como sendo ou não alteradas, apenas, parece-me ser uma abordagem muito brusca.” Os dois programadores tecem críticas a esta proposta de legislação. A proposta pretende uniformizar a classificação das imagens quando, segundo os autores do software,

“toda a gente sabe que estas [as modificações] são de diferentes tipos. Quando é que é demais? Isso levou-nos a pensar se seria possível fazer essa quantificação”, referiu Hany Fraid à revista “Wired”. O software está concebido para imitar as percepções humanas perante as imagens. Para que isso acontecesse,

foram recrutadas centenas de pessoas online que avaliaram conjuntos de fotografias do “antes” e do “depois”. A avaliação destas pessoas, na escala do 1 a 5, foi depois incorporada no programa. Fraid vai afirmando que o software pode ser um veículo de auto-regulação. “Os publicitários têm razões legítimas para alterar as fotografias de forma a apelar à

fantasia e vender produtos, mas estão a ir um bocadinho longe demais. Corrige-se uma coisa e depois outra e, em breve, parece-se com uma Barbie!”, defende o investigador. “Os publicitários devem criar incentivos a reduzir o retoque. Modelos, por exemplo, podem bem dizer: ‘Eu não quero ser um 5! Eu quero ser um 1!’”, conclui. DR

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OVAÇÃO

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liftoff, gabinete do empreendedor da AAUM,

noticia... SpinPark e TecMinho apoiam o 13º Prémio do Jovem Empreendedor (ANJE) arranque de novas empresas O Avepark acolheu a sessão de abertura da 1ª Edição do Laboratório de Empresas no passado dia 29 de Novembro. O Laboratório de Empresas é uma iniciativa do Spinpark – Centro de Incubação de Base Tecnológica, operacionalizada pela TecMinho, que visa apoiar a fase de pré-arranque e arranque de empresas. Os destinatários da iniciativa são empreendedores com projetos empresariais

de conhecimento intensivo ou de base tecnológica que estejam interessados na melhoria do respetivo plano de negócio e no apoio para a entrada no mercado. Nesse sentido, o Laboratório de Empresas assentará a sua atuação numa lógica de apoio personalizado aos empreendedores fornecido por consultores especializados e terá como base o diagnóstico e a avaliação dos processos operacionais e de gestão, dando o suporte na identifi-

cação dos pontos críticos e indicando ações capazes de auxiliar no processo de melhoria contínua de um negócio inovador. Em cada edição do Laboratório de Empresas funcionarão 5 Sessões Coletivas onde se irá abordar a formalização e Constituição de Empresas, como gerir uma PME; marketing, Imagem e Comunicação ; técnicas de Vendas e Negociação Comercial e ainda Internacionalização da empresa.

Entrega de candidaturas até dia 31 de Dezembro

O Prémio do Jovem Empreendedor é um projeto da ANJE - Academia dos empreendedores. Poderão candidatar-se ao Prémio do Jovem Empreendedor todos os jovens portugueses com idade compreendida entre os 18 e 35 anos, promotores de projetos de criação ou expansão de empresas com características inovadoras e exequí-

veis. Está excluída a participação no Prémio do Jovem Empreendedor de pessoas pertencentes aos quadros de pessoal e cargos dirigentes da Instituição promotora – ANJE, assim como projetos que já participaram em edições anteriores. Mais informações em: www.anje.pt

> 16 DEZEMBRO 11

> 31 DEZEMBRO 11

Data limite para entrega de candidaturas ao “OUSAR 2011”

Data limite para entrega de candidaturas ao “13º Prémio Jovem Empreendedor”

>


CULTURA é desta (boa) cultura que vivem os grupos minhotos JOSÉ MATEUS PINHEIRO jose_pinheiropr@hotmail.com

No passado dia 30 de Novembro o Theatro Circo foi o palco selecionado para a realização de mais uma edição do 1º Dezembro, récita de grupos culturais, cuja organização esteve a cargo do Departamento Cultural e Tradições Académicas da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Ao longo de mais de quatro horas, a comunidade académica - e não só - pôde usufruir de performances musicais que primaram pela boa-disposição, dinamismo e, acima de tudo, pela qualidade, havendo ainda espaço para críticas humorísticas enquadradas no panorama sócio-político dos dias de hoje. A actividade teve o seu “pontapé de saída” dado pelo Coro Académico da Universidade do Minho Azeituna fechou a noite em que os grupos culturais mostraram o que valem

Tuna Universitária voltou a dar um brilho especial ao espectáculo

(CAUM), surpreendendo a plateia com reinterpretações marcantes de hits internacionais como “Fix You”,

seguindo-se a Tuna Universitária do Minho (TUM), que presenteou a população bracarense com temas eter-

nos como “O Abraço Acontece”. Posteriormente, o Teatro Universitário do Minho encarregou-se de cativar o público assistente com monólogos inspiradores, dando depois lugar à Tun’Obebes. Houve ainda espaço para a percussão, tão ensurdecedora quanto eletrizante, dos Bomboémia, sendo o primeiro segmento da noite encerrado pela Afonsina. Depois de um breve intervalo, o Grupo de Fados e Serenatas iniciou a segunda parte, seguindo-se o Grupo de Poesia da UM e uma das tunas femininas mais populares da academia minhota, a Gatuna. Por outro lado, a crítica social esteve a cargo dos Jograis e da Opum Dei, cujos comentários mordazes divertiram todos os presentes. A percussão ainda foi prolongada com uma performance dos iPUM, tendo a Azeituna fechado o espectáculo com a apresentação de melodias como “Tudo o que eu te dou”,de Pedro Abrunhosa, que iria pisar aquele palco dois dias depois. Para Sónia Duarte, vice-

-presidente do CAUM, “o 1º Dezembro é uma actividade cultural imensa que visa a promoção dos grupos culturais da UM. Sentimo-nos motivados aquando da aceitação do convite, dado que nos foi dada a oportunidade de mostrar o nosso repertório, assim como os novos elementos que integram a nossa equipa.” Por fim, no parecer de Miguel Araújo de Barros, vice-presidente do Departamento Cultural e Tradições Académicas da AAUM, ”O 1º Dezembro destacou-se como uma homenagem digna aos heróis de 1640, dando espaço aos grupos culturais para demonstrarem a sua versatilidade, o que se reflectiu na lotação esgotada. Consecutivamente, a actividade pautou, acima de tudo, pela irreverência, demonstrando que não devemos deixar cair as figuras do nosso passado no esquecimento. Em suma, é fundamental reavivar as tradições académicas que existem não só na nossa comunidade como também na cidade de Braga.”


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RUM BOX

AGENDA CULTURAL

TOP RUM - 48 / 2011 02 DEZEMBRO

13 MÃO MORTA Estância balnear

BRAGA

1 RAPARIGA ELÉCTRICA Tens de sair

14 WHO MADE WHO - Every minute alone

2 KILLS, THE - Baby says

15 LAMB - Another language

3 WILCO - I might

16 LUÍSA SOBRAL - Xico

4 WASHED OUT - Amor fati

17 NOISERV - Palco do tempo

5 BEIRUT - Santa Fé 6 WE TRUST Time (better not stop) 7 M83 Midnight city 8 NEON INDIAN Fallout 9 JP SIMÕES E AFONSO PAIS A marcha dos implacáveis

18 CHARLOTTE GAINSBOURG Terrible angels 19 PJ HARVEY The words that maketh murder 20 DOISMILEOITO Quinta feira

POST-IT 05 > 09 Dezembro

10 HORRORS, THE Changing the rain

OS LACRAUS Um Peito Em Forma De Bala

11 NIKI & THE DOVE The fox

CANYONS Tonight

12 DEUS Constant now

TOM VEK Someone Loves You

TEATRO 22 e 23 de Dezembro O escaravelho contador Theatro Circo

12 de Dezembro O Mundo no arame – welt am draht Theatro circo

14 de Dezembro Concerto inaugural da fundação orquestra Estúdio CCVF

GUIMARÃES

21 de Dezembro Ópera de todos CCVF

13 a 15 de Dezembro Último Acto – CTB Theatro Circo

DANÇA 17 de Dezembro Romeu Runa CCVF

CINEMA 20 de Dezembro Cinema Falado Theatro Circo

MÚSICA 16 de Dezembro Luísa Sobral CCVF

FAMALICÃO

MÚSICA 10 de Dezembro Mafalda Veiga – Zoom Casa das Artes

LEITURA EM DIA Maria Botelha, a Garrafa Aventureira de Pedro Seromenho (Paleta de Letras). A reciclagem explicada aos mais pequenos com muito engenho e criatividade.

literários mais importantes da moderna literatura portuguesa de 2011.

Furtado(Objectiva). Outros tempos, outros consumidores, ou nós à procura da publicidade perdida - hilariante. Conspiração 365 – Agosto de Gabrielle Lord (Contraponto). Continua a aventura alucinante de Cal uma grande saga juvenil.

O Sentido do Fim de Julian Barnes (Quetzal). Um romance admirável, uma obra literária perfeita.

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em

A Casa das Auroras de Cristina Carvalho (Editorial Planeta). Um dos trabalhos

Caderneta de Cromos Contra-Ataca de Nuno Markl; Ilustr. Patrícia

podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

CD RUM

“it’s all about parallax”

PAULO SOUSA paulo.sousa@rum.pt

Parallax é o fenómeno visual que afecta a percepção dos objectos a diferentes distâncias, dependendo da posição dos observadores. Este termo é também usado em Astronomia e agora é também o título do terceiro disco de Atlas Sound. Para quem não sabe, Atlas Sound é mais uma forma que Bradford Cox (sim, o dos Deerhunter) encontrou para exorcisar os seus fantasmas. E ainda bem que o faz, porque ele é um dos artistas mais interessantes e

criativos da cena indie contemporânea. No ano passado, os Deerhunter brindaram-nos com um dos melhores discos dessa colheita de 2010. Neste ano de 2011, como o colectivo não lançou mais do que um registo ao vivo, eis que surge “Parallax”, ou uma forma relativamente diferente de Bradford Cox explorar o som, ou como o próprio desabafa: “It’s all about parallax, man. Five years for one person is 20 for another, you know? It’s like, if a car is coming towards you down a highway and you’re going towards it, it’s like this distortion of

how fast things go by. And I guess my time as a musician has gone by so fast that I realized that I have no personal life. The other guys in Deerhunter, they all found things. And I just have monomania”. Monomanias e paralaxes à parte, este disco orienta-se mais para a canção pop, se o compararmos com os seus 2 antecessores. “Mona Lisa”, o tema de mais fácil audição, conta até com a voz de Andrew VanWyngarden dos MGMT. “Parallax”, com edição da 4AD, é um álbum onde denotamos uma orientação mais concreta, mais planeada, mas sem pôr de

lado a experimentação e a conjugação dos elementos electrónicos com a guitarra clássica. Talvez por pressão da editora que, lá no fundo, o que pretende é vender dis-

cos. Mas o ambiente de sonho, de fantasia, de viagem interior, continua bem patente em praticamente todo o disco. Bradford Cox nunca nos decepcionará. DR


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DESPORTO

universidade do minho vence xxv jogos galaico-durienses CARLOS REBELO c.covasr@gmail.com

Decorreram nos dias 29 e 30 de Novembro os tradicionais “Jogos Galaico-Durienses”. Nesta que foi a sua 25ª edição, com o apoio do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galícia Norte de Portugal, Tui e Valença foram as cidades anfitriãs, onde as modalidades escolhidas foram o futsal e o basquetebol, numa competição mista, ou seja, atletas masculinos e femininos alinhavam na mesma equipa da sua respectiva universidade. Recorde-se que o início destes Jogos Galaico-Durienses remonta ao ano de 1993, onde a 1ª organização do evento decorreu na Universidade da Corunha. Esta competição visa juntar e aproximar, através do desporto, as FADU

Minhotos alcançaram resultado importante

seis universidades do Norte de Portugal e Galiza (Universidade do Minho, do Porto, de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Corunha, de Vigo e de Santiago de Compostela) com o objetivo de reunir estudantes, professores e funcionários das mesmas instituições. Quanto à competição desportiva, a Universidade do Minho (UM) foi a vencedora desta edição, com a modalidade de futsal a obter o 1º lugar e o basquetebol o 3º lugar. Futsal Esta modalidade tinha como “regra” que os elementos masculinos de cada equipa disputavam dois períodos de sete minutos, intercalados por mais dois períodos de sete minutos, em que só jogavam os elementos femininos.

No primeiro jogo, a UM defrontou a Universidade de Vigo e onde os atletas minhotos demonstraram que estavam ali para obter o 1º lugar na modalidade, ao vencer o jogo por 4-2. Já no segundo jogo, frente à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), os minhotos não foram além de um empate a zero bolas. Apesar deste empate, a UM conseguiu a passagem para a final, fruto do melhor “goal average”, onde iria enfrentar a Universidade da Corunha (UDC). Num jogo muito emocionante, os minhotos começaram melhor, ao conseguir uma vantagem de dois golos, mas rapidamente responderam os “nuestros hermanos” igualando o jogo a dois. Já no último período, a UM marcou e conseguiu aguentar o 3-2 até ao fim do jogo, ficando assim em 1º lugar da modalidade. Basquetebol Para esta competição, o basquetebol da UM apresentava-se como um das candidatos à vitória, enfrentando logo no primeiro jogo deste torneio, outra equipa candidata, a Universidade do Porto (UP). Este jogo foi uma espécie de final antecipada com muita disputa e emoção até aos últimos segundos, onde a UM não conseguiu concretizar alguns lançes livres no final jogo, acabando por perder por 57-56. Apesar de, no

segundo jogo, os minhotos vencerem por uma margem de pontos bastante expressiva a formação da Universidade de Vigo, não conseguiram chegar à final, uma vez que a UP venceu a equipa da Universidade de Vigo. Sendo assim, a formação minhota disputou o 3º e 4º lugar frente à UDC, onde venceu com um avultado (73-39), garantido assim a 3ª posição. Já na final a UP mostrou a sua supremacia frente à UTAD, vencendo por 60-37. Com estes resultados nas respetivas modalidades, a UM conseguiu o 1º lugar da classificação geral seguido da UTAD, UP, UDC, U. Santiago e U. Vigo, respectivamente. Na cerimónia de entrega de prémios estiveram presentes personalidades ligadas às universidades e ao desporto, entre as quais, o Reitor da UM, o professor António Cunha, o Adjunto do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, André Pardal, e o Secretário-geral do Desporto da Galiza, José Ramon Lete e Elvira Vieira, Diretora do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galicia - Norte de Portugal, que sublinhou que esta edição “ficou marcada pelo bom exemplo da cooperação transfronteiriça entre universidades portuguesas e espanholas, bem como entre as cidades de Valença e Tui”.

espaço

scbraga/aaum by DVS

Foi, acima de tudo, uma vitória muito suada. No confronto que colocou frente a frente último e penúltimo classificados do principal escalão do futsal em Portugal, o Sp. Braga/AAUM, a jogar em Nogueiró (casa emprestada) bateu o Loures por 6-5 num jogo electrizante. Do lado da equipa da casa percebeu-se que todo o sofrimento pareceu excessivo, isto se houvesse uma comparação entre a qualidade que as duas equipas apresentaram em campo. Jefferson ao minuto 1 inaugurou a partida. Até aos 11 minutos, mais quatro golos, tornando esta partida muito emotiva e com muita velocidade dentro das quatro linhas. Ao intervalo o resultado registava 4-3, favorável aos da casa. Na segunda parte e emoção continuou e, fruto de alguns erros, o resultando foi-se arrastando para o derradeiro 6-5. Pedrinho (2), Jefferson, Zé Rui, André Machado e um auto-golo de Mingo foram os autores dos golos do lado do conjunto liderado por Pedro Palas. Este resultado permite aos minhotos abandonarem a posição de “lanterna vermelha” do Campeonato, ao mesmo tempo que coloca os lourenses nos lugares de descida directa. PUB.


Braga 2012 e Juventude Cruz Vermelha celebram Dia Internacional do Voluntário com seminário

A organização de Braga 2012 assinalou o dia 5 de Dezembro, Dia Internacional do Voluntariado com um seminário, organizado em colaboração com a Juventude Cruz Vermelha de Braga. O seminário, com o tema “Descobre o Voluntário que há em ti”, decorreu no auditório da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica durante a tarde e contou com a presença de Hugo Pires, presidente do Conselho de Administração da Fundação Bracara Augusta e David Rodrigues, presidente da Juventude Cruz Vermelha de Braga. No seminário foi debatida a importância do voluntariado para a coesão social e o contributo dos voluntários para as acções de Braga. Hugo Pires, presidente do Conselho de Administração, mencionou que Braga 2102: Capital Europeia da

Juventude “apresenta vários eixos estratégicos relativos ao seu projecto de voluntariado como ferramenta de desenvolvimento dos Jovens”. Acrescentou ainda que “as competências desenvolvidas pelos jovens que fazem voluntariado são valorizadas pelo mercado de trabalho, cada vez mais exigente” David Rodrigues, Presidente da Juventude Cruz Vermelha de Braga, salientou que “vivemos um novo paradigma de voluntariado, cada vez mais exigente e focado na gestão de recursos humanos”. Além disso, salientou que “a Juventude Cruz vermelha de Braga desenvolve os seus projectos tendo em conta estas necessidades e este novo paradigma”. A Juventude Cruz Vermelha está presente com uma acção para angariar voluntários no Continente de Braga

até ao Natal, com a acção “Embrulhe Esta Causa”. O Projecto de Voluntariado de Braga 2012: Capital Europeia da Juventude é uma oportunidade para os jovens se envolverem no projecto durante o ano de 2012, ajudando a organização e participando activamente nas actividades. Para mais informações sobre como tornar-se voluntário da Cruz Vermelha, visitem a página da Juventude Cruz Vermelha Braga ou contactem via email: dbraga.juventude@cruzvermelha.org.pt ou dbraga.voluntariado@cruzvermelha.org. pt! Para saber mais sobre o Projecto de Voluntariado de Braga 2012 ou para se inscrições, contacte via email voluntariado@bragacej2012.com ou veja em facebook.com/BragaCEJ2012 no espaço “Projecto de Voluntariado”!


GUIMARテウS 2012 CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 21 DE JAnEIRO 21 DE DEzEmbRO


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