Documento A Hora 1 e 2/07/2023

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BRAÇOS ABERTOS AO TURISMO

O Vale do Taquari busca se consolidar como destino de visitação para o RS, país e mundo. Fenômeno do Cristo Protetor potencializa negócios pela região. No entano, o esforço de mobilizar empreendedores começou há pelo menos 20 anos. Neste momento de mais destaque, líderes locais alertam para necessidade de preparar estabelecimentos, profissionais e, assim, alcançar excelência para receber os visitantes.

JULHO /2023

HÁ 25 ANOS, OS PRIMEIROS PASSOS PARA O TURISMO REGIONAL

APÓS A CRIAÇÃO DA AMTURVALES, UM ESTUDO, EM 1998, IDENTIFICOU AS PRINCIPAIS POTENCIALIDADES E GARGALOS

DO SEGMENTO NO VALE DO TAQUARI. ENTRE OS SONHOS DA ÉPOCA, OS PASSEIOS NA FERROVIA DO TRIGO E A CRIAÇÃO DE PARQUES E ATRATIVOS NAS CIDADES

Consolidar o turismo no Vale do Taquari é um sonho antigo. O perfil econômico e social da região foi sendo construído ao longo do século 20, com a emancipação da maior parte dos municípios do Vale. O turismo ganhou destaque somente nos anos de 1990. A nível estadual, já na década de 1970, o governo analisava projetos para o setor.

Na região, um grande marco para o segmento foi a criação da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales, a Amturvales, em 1995. A entidade nasceu em uma reunião da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e, nos primeiros anos, ficou restrita somente aos governos municipais.

O primeiro presidente da Amturvales foi o falecido exprefeito de Encantado, Adroaldo Conzatti. Na época em que a entidade foi fundada, o principal intuito era retomar os passeios de trem na Ferrovia do Trigo. É isso que conta o ex-presidente da Amturvales, Leandro Arenhardt, que participa da instituição desde 2009.

A

INTEGRAÇÃO

COM

O SETOR PRIVADO

Ainda na década de 1990, o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) também voltou os olhos para o turismo regional. Assim, foi definido o Comitê de Gerenciamento do Turismo. Conforme ata da época, esse comitê surgiu da necessidade de uma articulação regional,

envolvendo o Poder Público e a iniciativa privada.

O documento-base dessa iniciativa foi aprovado em três seminários ocorridos em 1997, que reuniram mais de 50 pessoas durante os cinco dias de evento. Entre os objetivos principais, estava identificar as potencialidades turísticas, mapear a infraestrutura existente e necessária, além da criação de uma rota turística regional.

Na época, o vice-presidente do Codevat, Rogério Wink, tomou a frente do comitê. “Em 1997, uma empresa da Alemanha, a GTZ, foi contratada para elaborar o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo no Vale. Nesse documento, constavam as potencialidades e os gargalos da região no setor”, explica Wink. Assim, a partir do comitê e do planejamento, foram traçadas as bases que sustentam ainda hoje a Amturvales. A entidade já existia na época, mas somente com agentes públicos. A mudança ocorreu em 1999, quando a associação permitiu que a iniciativa privada também entrasse no quadro social. Sob a direção de Olímpio Attos, a instituição se fundiu com o comitê do Codevat e a Amturvales se tornou a entidade referência no turismo regional.

A ANTIGA MARCA DO TURISMO REGIONAL

OS DESAFIOS CONTINUAM

Vinte e cinco anos depois, muitos desafios continuam para a região. Em 1998, o Plano Estratégico elaborado pela empresa alemã já apontava para a necessidade de qualificação da mão de obra regional, em especial, de hoteleiros, garçons, taxistas e frentistas.

Outra dificuldade era a ausência de uma marca ou identidade regional. Por isso, na época, foi criado um logo que estampou selos, roteiros e até uniformes por muitos anos.

EM 1997, UMA EMPRESA

DA ALEMANHA, A GTZ, FOI CONTRATADA PARA ELABORAR O PLANO ESTRATÉGICO PARA O DESENVOLVIMENTO

DO TURISMO NO VALE.

NESSE DOCUMENTO, CONSTAVAM AS POTENCIALIDADES

E OS GARGALOS DA REGIÃO NO SETOR”

ROGÉRIO WINK PRESIDENTE DO ANTIGO COMITÊ DE GERENCIAMENTO DO TURISMO

O estudo também apresentou os maiores sonhos da comunidade para o turismo regional. Entre eles, explorar a Ferrovia do Trigo, transformar o Vale em um polo de ecoturismo e gemologia. Outro ponto era desenvolver o turismo no Rio Taquari, com esportes aquáticos e passeios. O estudo também citava a instalação de um teleférico entre Lajeado e Estrela.

O PRIMEIRO ROTEIRO TURÍSTICO DO VALE FOI CHAMADO DE ROTA VALES E MONTANHAS – CAMINHOS DA INTEGRAÇÃO. UMA REVISTA ESPECIAL FOI FEITA PARA DIVULGAR OS PONTOS TURÍSTICOS DESSE ROTEIRO. DENTRO DELE ESTAVA A ROTA DA ERVA-MATE

INVENTÁRIO TURÍSTICO NOS ANOS 1990

População – 305 mil habitantes

Museus – 13

Hotéis – 20

Campings – 27

Praças ou jardins – 29

REUNIÃO DO COMITÊ DO VALE COM O SECRETÁRIO DE TURISMO DO ESTADO, GÜNTHER STAUB, EM FEVEREIRO DE 1998. DA ESQUERDA PARA A DIREITA, ROGÉRIO WINK, STAUB E O SECRETÁRIO DE CULTURA E TURISMO DE LAJEADO, WALDEMAR RICHTER

Parques de exposição – 6

Estabelecimentos

noturnos – 13

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Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
PRODUÇÃO EXPEDIENTE COORDENAÇÃO EDITORIAL IMPRESSÃO ARTE E DIAGRAMAÇÃO Lautenir Azevedo Junior
Rodrigo Martini e Felipe Neitzke Grafica Uma/ junto à Zero Hora Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br
ARQUIVO ROGÉRIO WINK
Raica Franz Weiss raica@grupoahora.net.br Fábio Alex Kuhn 365vezesnovaledotaquari@gmail.com

ANTIGAS INICIATIVAS TURÍSTICAS

MUSEU DA PEDRA

PRECIOSA – Lajeado já foi conhecida por ser um polo de pedras preciosas. No fim da década de 1990, a ideia era construir um museu que explicasse sobre esses materiais e valorizasse o segmento. O antigo Weiand Turis Hotel colocou para exposição, no saguão e nos corredores, várias pedras preciosas para os hóspedes contemplarem.

HIGH PARK FLAT RESIDENCE – Conforme os debates foram se intensificando, surgiu a ideia de um novo hotel em Lajeado. O investimento estava projetado para ser nas imediações do Parque do Imigrante, às margens da Av. Alberto Müller, com 252 apartamentos. Na época, era para ser o maior hotel da região.

AERÓDROMO DE PAVERAMA – Em 1998, foi inaugurado o kartódromo de Paverama, às margens da BR386. Na época, foi chamado de “o maior empreendimento turístico da região”. Hoje, as antigas pistas de kart estão desativadas e a Fruki Bebidas planeja a sua nova fábrica nas proximidades.

TURISFEIRA – Ainda no ano de 1998, o Vale do Taquari organizou a Turisfeira, no Parque do Imigrante. O evento foi criado pela antiga Ajel (Associação dos Jovens Empresários de Lajeado) e pretendia divulgar as potencialidades turísticas do Vale e movimentar os negócios do segmento. Mais edições ocorreram durante os anos 2000.

O QUE SE CONSOLIDOU

NATAL NAS ÁGUAS – Neste mesmo período, a administração de Bom Retiro do Sul estudava a criação do projeto Natal nas Águas. Uma solicitação foi feita ao então secretário do Turismo, Günter Staub. “A intenção é trabalhar o local onde está a barragem e ali criar uma infraestrutura para apresentações em barcos em frente à barragem”. O projeto só se consolidou cinco anos depois, em 2003, com a primeira edição do Natal nas Águas. Naquele ano, se apresentaram os Cantores de La Salle.

TREM DOS VALES – A ideia surgiu ainda na década de 1990, mas os primeiros passeios turísticos iniciaram somente em 2018. Os vagões passam pela antiga Ferrovia do Trigo, construída nos anos 1960 e 1970 para interligar o Vale a Porto Alegre. A história dessa ferrovia será contada em um documentário, que deve ser lançado em 2023.

TURISVALE – Em maio de 1998, foi inaugurada uma sala no antigo Unishopping de Lajeado para atender aos turistas. Era chamada de Turisvale – Central de Informações Turísticas do Vale do Taquari. O comitê do turismo montava um site na internet com curiosidades e dados sobre a região. Na época, isso foi considerado uma grande novidade.

LAGOA DA HARMONIA – Um dos pontos turísticos mais tradicionais do Vale, a Lagoa da Harmonia foi criada na década de 1950 para represar água e assim construir uma usina hidrelétrica no local. O projeto avançou e deu origem à Cooperativa Certel. Alguns anos depois, em 1972, a usina foi encerrada e a Lagoa, aos poucos, foi atraindo visitantes devido à sua vista.

LUPUS LAND DE ESTRELA – A conhecida casa de festas fazia parte de um grande projeto turístico. A área de 120 mil m² teria, além do complexo para eventos, uma pista de kart, parque aquático, lagoa, quadras esportivas, espaço para camping, empreendimentos gastronômicos e muito mais. Sua primeira parte, que contemplava a casa de festas, foi inaugurada em maio de 1998. O resto do projeto não se concretizou.

MORRO GAÚCHO – Alguns contam que o local recebeu esse nome já que os tropeiros costumavam ter o morro como referência para descanso durante suas viagens. Nos anos 1990, era uma pedreira, de onde era extraído basalto, mas alguns moradores lindeiros citam que isso já ocorria desde 1960. Até hoje, o local é muito usado para práticas esportivas e registros citam que isso já ocorria por volta dos anos 1980.

PARQUE HISTÓRICO

DE LAJEADO – Em 1998, lideranças municipais encaminhavam ao Governo do Estado um ofício para a construção do Deutsche Kolonie Park, que se transformou no atual Parque Histórico, inaugurado em 2002, com casas em estilo enxaimel.

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MAPA DO PROJETO DA LUPUS LAND LOGO DA TURISFEIRA 1998 HOMEPAGE DO ANTIGO SITE WWW.TURISVALE.COM.BR
FÁBIO KUHN FÁBIO KUHN
ARQUIVO A HORA ARQUIVO A HORA ARQUIVO A HORA

PELOS CAMINHOS DO VALE

CRIADOS A PARTIR DOS ANOS 2000, OS ROTEIROS

TURÍSTICOS DA REGIÃO

INCLUEM GASTRONOMIA, BELAS PAISAGENS, AVENTURAS E EXPERIÊNCIAS

Entre túneis e viadutos, arroios e cachoeiras. Entre as igrejas e os antigos casarões. A cultura do Vale do Taquari se encontra na diversidade e possibilita explorar diferentes espaços que transformam a região em um potencial, também para o turismo.

Apesar de ganhar força nos últimos anos, quando os próprios moradores passaram a se aventurar pela natureza dos municípios, somado à construção do Cristo Protetor e ao projeto do Trem dos Vales, há pelo menos 20 anos já se fala sobre o assunto na região. Uma das primeiras iniciativas teve origem em Estrela, quando Antônio Veloso era coordenador de turismo da cidade, em 2002. Na época, Teutônia já se mobilizava para uma rota cervejeira, que foi desativada mais tarde. Também com o exemplo da empresa de transportes Scherer, que vendeu um ônibus para trazer um barco de passeio ao Rio Taquari, surgiu naquele momento o projeto chamado “Delícias da Colônia”. O roteiro turístico mais antigo ainda

em funcionamento na região, que também passou a incluir Colinas e Imigrante. “Eram distritos de Estrela na época, a gente já tinha um bom relacionamento e assim o turismo começou a se desenvolver”, destaca Veloso.

As paisagens, gastronomia colonial e hospitalidade dos empreendedores são características da rota, que inclui o Convento São Boaventura e o Cactário Horst, o maior da América Latina, com mais de 800 espécies.

Além das agências, a divulgação do roteiro era feita no boca a boca. “O estabelecimento pioneiro foi a nossa Cachaçaria Berwanger. Tivemos outros pontos, como casas de associações, cooperativas de pedras preciosas. Hoje, só temos ainda o alambique, mas outros empreendimentos entraram no lugar”.

Naquela época, os turistas eram contabilizados pela quantidade de ônibus e excursões. Hoje, o visitante também vem de forma independente. Veloso acredita que isso se deve a uma melhor interação entre os roteiros e um incremento do turismo receptivo.

O ESTABELECIMENTO PIONEIRO FOI A NOSSA CACHAÇARIA BERWANGER. DAQUELE INÍCIO, HOJE, SÓ TEMOS AINDA O ALAMBIQUE, MAS OUTROS EMPREENDIMENTOS ENTRARAM NO LUGAR”

NA FERROVIA, UMA OPORTUNIDADE

Outro ponto explorado foi o Viaduto do Exército, também chamado de Viaduto 13 (V13), em Vespasiano Corrêa, que integra a Ferrovia do Trigo. Foi no local que Mairi Simone, 59, cresceu. Do quintal de casa, ela costumava ver os trilhos do trem. Como uma herança de família, carrega histórias do local, com irmãos que trabalharam na construção da ferrovia e um avô que iniciou um pequeno estabelecimento gastronômico no lugar.

Apesar de não morar mais no V13, Mairi ainda mantém um terreno nas proximidades. “Há uns 20 anos, comecei a ver o potencial e pensava que isso seria um ótimo ponto turístico do município”. Desde aquela época, de forma ainda não oficializada, o local, considerado o segundo maior viaduto do mundo, já recebia visitantes.

A partir de então, surgiram diferentes opções para os turistas. Foram criados trajetos de passeios 4x4 e um roteiro, chamado Vale dos Túneis e Viadutos, entre Muçum, Encantado e Vespasiano Corrêa.

Nos fins de semana, era Mairi quem dava informações para quem chegava e contava a história do viaduto.

AVENTURA NOS VIADUTOS

Naquele tempo, alguns aventureiros também organizavam base jump, rapel e outras atividades nas alturas dos viadutos. Quem frequentava o lugar era essencialmente para o esporte.

Os eventos nos trilhos só deixaram de ocorrer quando os passeios do Trem dos Vales foram retomados. As placas continuam entre as árvores e túneis do lugar, e alguns campings e bares de apoio ainda permitem que sejam feitas trilhas no entorno. Em época de passeios do trem, também há turistas que se programam para ver a locomotiva passar.

Mairi acredita que a parceria do

turismo de Vespasiano Corrêa, Muçum e outros municípios no entorno se dá, hoje, pelo atrativo do trem, que também permitiu a criação de uma rota em Vespasiano Corrêa, que será lançada até o fim deste ano.

CAMINHOS DE ANTA GORDA

Da iniciativa de qualificar os empreendimentos para se tornarem pontos turísticos da cidade, uma rota também surgiu em Anta Gorda. Chamado Percorsi di Anta Gorda, palavra em italiano que significa “caminhos”, o roteiro entra para a lista do turismo de experiências. A iniciativa tomou forma em 2017 e, no período, o município também procurava guias que pudessem apresentar o caminho aos visitantes. Soberana da cidade e com conhecimento sobre a histó-

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CHAMADO PERCORSI DI ANTA GORDA, ROTA INCLUI NOS ATRATIVOS, O MEMORIAL DA NOZ PECÃ ANTÔNIO VELOSO UM DOS IDEALIZADORES DO ROTEIRO DE ESTRELA O MAIS NOVO ROTEIRO LANÇADO NO VALE É EM LAJEADO, QUE UNE HISTÓRIA E GASTRONOMIA FÁBIO KUHN BIBIANA FALEIRO

ria de Anta Gorda, Rafaela Roman foi convidada para o ofício.

“Eu recebo os visitantes, dou as boas vindas e, no caminho, explico sobre a cultura, a história e a essência do município”, destaca. Pelo trajeto, os visitantes conhecem a Igreja Matriz São Carlos, as parreiras da Vinícola Parisoto, o Memorial da Noz Pecã e a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, uma das maiores da América Latina, com 125 degraus.

NOVAS ASSOCIAÇÕES PARA O TURISMO

Os movimentos no setor se intensificaram a ponto de fazerem surgir, além dos roteiros, novos grupos para fortalecer o segmento, como a Associação Turística dos Empreendedores do Vale do Taquari (Atevat), criada em 2022, com 43 empresários de Encantado, Roca Sales, Muçum e Vespasiano Corrêa. O objetivo era sanar uma demanda reprimida de novos negócios voltados ao turismo regional. A instituição busca potencializar a representatividade e estabelecer relacionamento entre os associados e as entidades públicas e privadas.

Em dezembro de 2022, foi criada a Associação Ricardense de Turismo Colonial (Artuc). A iniciativa de vinte empresários visava promover a experiência interiorana nos empreendimentos turísticos da localidade. Sobre o selo da Artuc, se reúnem 13 empreendimentos.

ROTAS TURÍSTICAS DA REGIÃO

do

Boqueirão do Leão

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Roteiro Turístico de Lajeado

Lançado em 29 de junho de 2023, passa pelos pontos históricos da cidade, unidos à gastronomia e experiências na natureza.

Entre os desafios enfrentados, está a capacitação da mão de obra necessária aos negócios. No futuro, a Artuc espera ter também um roteiro turístico pelos atrativos de Doutor Ricardo.

UM NOVO OLHAR

PARA LAJEADO

Neste caminho, iniciativas para o turismo também são percebidas em municípios que, até então, tinham outro foco. Lajeado é um exemplo. Com um roteiro lançado no dia 29 de junho deste ano, os pontos turísticos ou estabelecimentos se tornaram a vitrine da cidade.

O objetivo do projeto é resgatar empreendimentos já conhecidos e buscar novos pontos a serem explorados. A iniciativa é do governo municipal por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, em parceria com a operadora de turismo Librelotto Tour.

Entre visitas a pontos turísticos da cidade, como a Orla do Rio Taquari e o Parque Histórico, o turista também conhece parte das origens

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Delícias da Colônia

Vale dos Túneis e Viadutos

Com belas paisagens entre os túneis e viadutos da Ferrovia do Trigo, o roteiro une aventura e história em meio às antigas construções férreas.

HÁ UNS 20 ANOS, COMECEI A VER

SIMONE GUIA

TURISMO

do município, que se encontra nas pedras preciosas, na agricultura e nos murais artísticos pela cidade.

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NO V13 Guaporé

Caminho das Cascatas

Uma experiência ao ar livre, entre cascatas e riachos, e saborosas refeições coloniais italianas e gaúchas fazem parte da rota.

Caminho dos

Moinhos

O Complexo Arquitetônico Museu do Pão, em Ilópolis, é considerado o coração do roteiro. Potente espaço de preservação da memória e do patrimônio da cultura italiana na região.

Caminhos de Santa Clara

Experiências relacionadas às sensações, cheiros, sabores, belezas naturais e contato com o interior.

Permite ao turista conhecer a cultura germânica, por meio das tradições que ainda são cultivadas, como a confecção do sapato de pau.

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Entre as atrações, estão belezas naturais, pousadas, gastronomia e artesanato.

Caminho da Felicidade

Une agricultura familiar, histórias dos estabelecimentos, cultura local e produção artesanal.

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Rota da Erva-Mate

Turismo rural, religioso, cultural, de natureza, aventura, ecoturismo e gastronomia, além de visitação aos ervais, à produção e ao varejo.

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Percorsi di Anta Gorda

Valoriza a paisagem, gastronomia, estilo de vida e as tradições das famílias que vivem longe dos centros urbanos.

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Entre Vales e Arroios

Experiência de aromas, sabores e natureza. Tem parceria de sete empreendimentos de áreas como gastronomia, centros de lazer e gardens. Município também tem o Caminhos da Forqueta.

5 Itapuca
1 2 2 2 2 2 2 2
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Criada em 2002, é o roteiro mais antigo em funcionamento na região. Paisagens, gastronomia colonial e hospitalidade dos empreendedores são características da rota. 9
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O POTENCIAL E PENSAVA QUE ISSO SERIA UM ÓTIMO PONTO TURÍSTICO DO MUNICÍPIO” MAIRI
DE
turismo
sas,
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Rota das Paixões Abrange atividades como de velocidade, ecoturismo,
de aventura, rotas religio-
comércio e cultura.
LOCAIS COMO O CONVENTO SÃO DELÍCIAS DA COLÔNIA BOAVENTURA, EM IMIGRANTE, FAZEM PARTE DO ROTEIRO
Açoriana e Rota das Duas Figueiras
primeira, e
interior, na segunda. 12 12 13 14
Taquari
Duas rotas que se dividem entre os pontos turísticos da cidade, na
Rota Germânica
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Janelas do Interior
FÁBIO KUHN

O DESPERTAR COM O CRISTO

ESTÁTUA QUE MOBILIZA MULTIDÕES ANTES

MESMO DE ESTAR CONCLUÍDA MARCA UMA NOVA

ERA AO TURISMO REGIONAL. CRISTO PROTETOR DE ENCANTADO DEVERÁ RECEBER CERCA DE 20 MIL VISITANTES AO MÊS A PARTIR DE SUA INAUGURAÇÃO, EM NOVEMBRO DESTE ANO

Cerca de 180 mil pagantes passaram pelo Cristo Protetor de Encantado em dois anos de visitação guiada. Detalhe importante: a maior estátua de Jesus do mundo sequer está pronta e deve ser inaugurada oficialmente em novembro de 2023.

O que explica o sucesso do monumento que, ainda inacabado, já atraiu turistas de diversas regiões do Brasil e de aproximadamente 40 países diferentes?

Embora tenha a construção iniciada em julho de 2019, a ideia de edificar Jesus surgiu entre 2010 e 2011. Foi quando as famílias Gonzatti, Turatti e Talini começaram a projetar uma estátua religiosa em Encantado – neste primeiro momento, influenciados pelo Cristo Redentor de Guaporé.

Chegou-se a cogitar a construção em um dos pontos do bairro Planalto e, em vez do filho de Deus, a proposta era construir Santo Agostinho. A iniciativa não saiu do papel naquele momento, mas foi o “rascunho” para o ambicioso projeto realizado menos de uma década depois.

Em 2016, a construção do Cristo foi promessa de campanha de Adroaldo Conzatti. Ao ganhar o pleito, a proposta avançou já com o desejo de construir um monumento que superasse o Cristo Re-

É UMA EXPECTATIVA QUE

PODE SE FORTALECER OU DIMINUIR. EXISTE UM PLANEJAMENTO

PARA RECEBER BEM

ESSAS PESSOAS E QUE

ELAS SAIAM DO CRISTO PROTETOR COM AS EXPECTATIVAS ATENDIDAS”

dentor do Rio de Janeiro.

A característica mais marcante do projeto encantadense é ser custeada apenas com doações e trabalho voluntário. A Associação Amigos de Cristo foi criada em 19 de março de 2019. No mesmo ano, os irmãos Talini, Radaelli e Camargo doaram as terras no Morro da Antena, em uma altitude de 432 metros.

INAUGURAÇÃO EM NOVEMBRO

O momento mais marcante da construção do Cristo Protetor ocorreu em abril de 2021, quando foram içados os braços e a cabeça do monumento. As imagens percorreram o mundo e colocaram o destino encantadense no mapa do turismo brasileiro.

As visitas guiadas no Cristo Protetor de Encantado iniciaram um mês depois, em 15 de maio. Foi uma forma de atender a curiosidade dos turistas interessados em ver a obra de perto, além de garantir mais recursos à construção por meio da venda de ingressos.

A Associação Amigos de Cristo registra a visitação de 8 mil pessoas por mês. A inauguração da estátua e todo o complexo está programada para o mês de novembro. A expectativa da entidade é que a demanda de visitas duplique, chegando até a 20 mil por mês.

“É uma expectativa que pode se fortalecer ou diminuir. Existe um planejamento para receber bem essas pessoas e que elas saiam do Cristo Protetor com as expectativas atendidas”, ressalta o integrante da associação, Rafael Fontana.

Enquanto o Cristo não está pronto, fiéis já lotam as missas aos pés da estátua, que desde março ocorrem para marcar a novena da inauguração. Outros eventos, como a Via Sacra de 2023, reúnem milhares de devotos. É um prelúdio do que ocorrerá com o turismo depois do Jesus de Encantado.

OS ATRATIVOS NO ENTORNO

Jardim do Acolhimento

Espaço público com mais de 30 mil metros quadrados antes da entrada do monumento. O jardim será divido em três partes. Contará com pórtico de entrada, ponto de informações, espaços de contemplação e pracinha para as crianças. Outros atrativos são passagens para fauna, passarelas elevadas e mirantes para o vale.

Complexo Cristo Protetor

O novo santuário terá 12 mil metros quadrados, com uma capela de vidro em meio à mata nativa, 77 sanitários, praça de alimentação e oito salas comerciais. Outros atrativos são o Caminho dos Salmos, trajeto na entrada do parque até a estátua, e a paisagem panorâmica do Vale.

Boulevard Encantado

Empreendimento próximo à Lagoa por centro comercial com 23 lojas. gastronômico e uma praça de alimentação também abrigará o Espaço Multiverso, culturais, exposições e outras atividades

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RAFAEL FONTANA INTEGRANTE DA ASSOCIAÇÃO FOTOS: REPRODUÇÃO

Monumento

Tem 43,5 metros de altura, sendo 37,5 de estátua e seis de pedestal. A envergadura dos braços é de 39 metros. O monumento terá um elevador que levará o visitante até o coração envidraçado. Do local, será possível ter uma vista privilegiada da região. No pedestal, está a fonte da vida com oito nichos em cor preta, simbolizando a ressurreição de Jesus.

TURISMO NOS TRILHOS

Encantado

Lagoa da Garibaldi. Será composto lojas. Destaque para um solarium alimentação ao ar livre. O Boulevard Multiverso, um local destinado a eventos atividades artísticas.

MAIS DE 80 MIL PASSAGEIROS A BORDO DO TREM TURÍSTICO

Os viadutos gigantescos, túneis quilométricos e paisagens interioranas às margens da Ferrovia do Trigo tornam o passeio do Trem dos Vales um dos mais belos do país. No Trem da Imigração, o viajante vivencia a cultura gerânica/italiana e prova a gastronomia típica das etnias que colonizaram a região.

O Vale do Taquari é privilegiado. Tem dois passeios férreos com características distintas. Em quatro anos, os trens turísticos já transportaram mais de 80 mil passageiros. É a consolidação do turismo nos trilhos.

Em 2023 serão seis meses de viagens. A programação inicia em julho com o Trem da Imigração. A expectativa é reunir 2 mil passageiros nos 10 passeios entre Muçum, Roca Sales e Colinas.

O Trem dos Vales terá 92 passeios em cinco meses, de agosto a dezembro. Mais de 45 mil pessoas devem embarcar nos vagões que percorrem os municípios de Muçum, Vespasiano Corrêa, Dois Lajeados e Guaporé, injetando cerca de R$ 12 milhões na economia regional.

O PRIMEIRO PASSEIO

Foi no dia 29 de maio de 1995 que ocorreu o primeiro passeio com fins turísticos pela Ferrovia do Trigo. Mais de 200 prefeitos, profissionais da imprensa e convidados percorreram 79 quilômetros a bordo do trem, entre Roca Sales a Serafina Corrêa.

A ideia, que partiu dos então prefeitos Adroaldo Conzatti (Encantado) e Edgar Bassani (Dois Lajeado), era mostrar as belezas à margem dos trilhos. Dentro da

SOBRE OS PASSEIOS

TREM DA IMIGRAÇÃO

Passa por Colinas e Roca Sales, com a incorporação de Muçum em 2023. O trajeto de 30 quilômetros interliga as ferrovias do Trigo e Tronco Principal Sul, num percurso de duas horas. Destaque arquitetônico para a passagem sobre a Ponte Rodoferroviária Brochado da Rocha. Se trata de uma viagem pela história regional, com valorização da cultura alemã e italiana. Os vagões ganham decoração especial e há comercialização de produtos gastronômicos locais.

TREM DOS VALES

Percorre 46 km pela Ferrovia do Trigo, entre Guaporé a Muçum. No trajeto, passa por 23 túneis e 15 viadutos. Destaque fica para a paisagem panorâmica no topo do Viaduto 13, o maior da América do Sul, com 143 metros de altura e 509 de extensão. Outra experiência é passar pelos viadutos vazados como o Pesseguinho e o Mula Preta.

programação do passeio, ocorreu a fundação da Amturvales.

Levou mais de duas décadas para o turismo férreo recomeçar no Vale. Quis o destino que a Amturvales liderasse esse movimento ao lado da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).

Atualmente, a busca das duas entidades é tornar permanentes os passeios que ocorrem por temporada.

Coluna de Ivete Scheuermann, em O Informativo do Vale de 1° de abril, trouxe informações detalhadas sobre o desconhecido caminho turístico pela Ferrovia do Trigo

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FÁBIO KUHN FOTOS: FÁBIO KUHN

A TRANSFORMAÇÃO DOS SETORES DE GASTRONOMIA E HOSPEDAGEM

CONFORME ESTIMATIVA DA AMTURVALES, A REGIÃO TEM CERCA DE 280 SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO, COM CAPACIDADE PARA ATENDER 14 MIL PESSOAS. NO RAMO DE HOSPEDAGENS, SÃO CERCA DE 260 EMPREENDIMENTOS DIVERSIFICADOS COM VOCAÇÃO AO TURISMO

propriedade com casa antiga foi adquirida cerca de quatro anos atrás. O movimento crescente até o maior viaduto férreo da América e o início da construção do Cristo incentivaram o sonho antigo da família em ter um empreendimento gastronômico.

“Vemos o turismo com muito potencial em virtude de todos os negócios que surgiram e muitos que ainda virão, além de todas as belezas naturais que é um grande diferencial da região”, ressalta o sócioproprietário Diego Baldissarelli.

Bistrô Alecrim

Quem imaginaria que um restaurante a 10 km de estrada de chão do centro poderia se tornar referência. Em junho de 2018, Jones Hendges e Jeferson Drebes foram pioneiros no turismo gastronômico ao abrir o Bistrô Alecrim do Sítio, no interior de Cruzeiro do Sul.

Os proprietários “exportaram” o fondue da Serra Gaúcha para o Vale. A sequência de acompanhamentos no queijo, carnes com molho e o doce no

Morro Santo Café&Parrilla

No caminho ao Viaduto 13, em Vespasiano Corrêa, a Casa Benvenuto oferece a típica culinária da Itália mesclada com a gastronomia colonial. As sequências de carnes, massas e acompanhamentos faz sucesso desde a abertura do empreendimento em dezembro de 2021.

Espaço Gariba

Entre o Cristo Protetor de Encantado e a Lagoa da Garibaldi, duas luxuosas cabanas se fundem de forma harmoniosa à natureza. Com diária de R$ 990 para casal, o Espaço Gariba hospedou mais de 100 visitantes em apenas sete meses aberto ao público. A ideia surgiu durante a pandemia. Transformaram os espaços e logo perceberam a

Até o nome do empreendimento faz menção ao país europeu. É uma homenagem ao vô dos proprietários, Benvenuto Picoli, mas também significa “bemvindo”, em italiano.

A família Picoli possuía área de terras em Vespasiano Corrêa há 40 anos. Uma nova

O restaurante abre das 11h às 16h nos sábados, domingos e feriados. É solicitado aos clientes que façam reservas. Para os proprietários, o diferencial do empreendimento é ter ambientes aconchegantes em meio à natureza, além de produtos de qualidade, orgânicos e elaborados artesanalmente pelo chef.

Recanto dos Lagos

final se popularizou. Passado cinco anos, o empreendimento chega a atender 2 mil pessoas ao mês. O funcionamento é de quarta a sábado somente com agendamento. Aconselhase fazer a reserva com uma semana de antecedência devido à alta demanda. Muito além do sabor, o Bistrô se preocupa com outras experiências sensoriais. É a mesa posta a meia luz, louça especial, música escolhida a dedo e o cheiro dos pratos recepcionando os visitantes. “É um modo de atendimento lapidado e aperfeiçoado constantemente”, reforça Hendges. “As pessoas estão valorizando o Vale. Temos muito a lapidar, mas o turismo está cada vez mais forte”, conclui. O restaurante tem três ambientes intimistas e temáticos. Uma capela está em fase de acabamentos, criando mais um atrativo na bela propriedade. A capacidade de atendimento chega a 150 pessoas por noite.

Villagio Dei Monti

oportunidade de empreender com o “boom” do Cristo Protetor.

O “Gariba” tem duas cabanas com claraboia de vidro encima da cama e banheira de hidromassagem envidraçada. A “Pôr do Sol” proporciona uma vista única para o Vale, enquanto a Da Mata está entremeada às árvores.

Um desejo de infância que se transformou em pousada. O Recanto dos Lagos surgiu quando as famílias Aroldi e Girardi construíram uma Casa na Árvore ao redor do tronco de um Plátano.

O projeto era tornar a propriedade, em Sério, mais acolhedora aos parentes. Porém, o crescimento do turismo

rural fez a família mudar os planos. Além da experiência em viver no topo de uma árvore, a pousada oferece diária num paiol reformado que leva o nome de “Chapecó”.

Desde maio de 2021, o empreendimento hospedou mais de 400 pessoas – metade oriunda da região metropolitana de Porto Alegre (RS).

Uma pequena vila italiana se forma na Linha Bonita, em Doutor Ricardo. O Villagio dei Monti se inspira na colonização para criar hospedagens temáticas na serra do Vale do Taquari, com acesso pela ERS-332.

A pousada começou a receber os hóspedes em 2022. Tem duas casas coloniais e uma terceira em construção.

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EM BUSCA DE IDENTIDADE TURÍSTICA PARA O VALE

Caminho para o Vale do Taquari

Movimentos em curso e que têm contribuído à diversificação da economia local. Os potenciais locais estão em:

1. TURISMO RURAL:

Paisagens, propriedades agrícolas e atividades tradicionais nas propriedades. O turismo rural tem crescido, com visitantes interessados em conhecer a vida no campo, participar de colheitas, ver o processo das agroindústrias e desfrutar de atividades ao ar livre.

AMTURVALES E EMPREENDEDORES ORGANIZAM ATRATIVOS E CRIAM ESTRATÉGIAS PARA DESPERTAR O INTERESSE DE VISITANTES DO ESTADO, DO PAÍS E DO MUNDO

Aexperiência da Serra Gaúcha pode servir de referência, ainda assim, é preciso encontrar a identidade exclusiva para o Vale do Taquari. “Temos de ter a nossa marca, o nosso selo”, frisa o secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Guaporé, Odacir Toldi. Entre as características locais, a força da produção alimentícia, o diferencial de produzir e industrializar, fazem com que o perfil regional tenha eco

Números do Turismo

280 serviços de alimentação (capacidade para 14 mil pessoas)

260 empreendimentos de hospedagem

naquilo que o turista espera.

“O desafio de futuro hoje é por meio da economia forte e sustentável. O principal do Vale é a beleza natural. O respeito ao ambiente é uma exigência para manter a região como um lugar diferente.”

Pesquisa feita pelo governo do Estado aponta preferências dos turistas. As atrações mais procuradas misturam gastronomia, aventura e negócios. Junto com isso, é preciso um complemento às experiências.

Investimentos no entorno do Cristo

R$ 11 mi para conclusão do Cristo Protetor e nas estradas

R$ 50 mi no Boulevard

Como o Trem dos Vales, o Cristo Protetor e o Viaduto 13.

Pelo Mapa do Comportamento do Turista há 12 perfis de visitantes, com subdivisões divididas entre prioridades e motivações. “O diagnóstico nos proporciona conhecer um panorama do por que as pessoas decidem sair de casa”, resume o presidente da Amturvales, Charles Rossner.

“Estamos começando a entender nossas vocações turísticas. Com esses dados, podemos ser mais assertivos para atingir o público”, realça.

Conforme Rossner, os impactos econômicos do turismo são difíceis de tabular. Há mapeamentos para eventos específicos, como o Trem dos Vales, ou visitação ao Cristo Protetor. Como roteiros e trilhas são atividades em aberto, não há controle sobre quantas pessoas passam ou mesmo o quanto gastam.

Ainda assim, há impactos na organização, qualidade de vida e embelezamento das cidades. “Uma cidade turística é diferente. Há mais convívio entre as pessoas, mais respeito, cuidado com recolhimento de lixo, por exemplo.”

Quem são os turistas

Os visitantes tem diferentes motivações. Para o Vale do Taquari, há três perfis preponderantes:

Aventureiro

As experiências procuradas vão de atividades radicais (escaladas, trilhas em veículos e paraglider), passando por aqueles que buscam momentos de tranquilidade em meio à natureza, com trilhas e belas paisagens.

Gastronômico

2. ECOTURISMO:

Trilhas, cachoeiras e áreas de preservação ambiental são um prato cheio para o turismo de aventura. Os visitantes estão interessados em atividades ao ar livre, como caminhadas, observação de aves, passeios de bicicleta e exploração de áreas naturais. Essas atividades promovem a conservação ambiental, estimulam a economia local por meio do consumo de serviços turísticos e produtos locais.

3. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E RELIGIOSO: Museus, igrejas, construções antigas e comunidades tradicionais. A valorização desses patrimônios atrai turistas interessados em conhecer a história e a cultura da região.

2 mil

Estimativa é que haja cerca de leitos de hospedagem na região

188 mil pessoas visitaram o Cristo Protetor desde maio de 2021

R$ 5 mi do setor hoteleiro

R$ 10 mi do setor hoteleiro em Lajeado

Conforme a Secretaria Estadual de Turismo (Setur-RS), 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do RS provém do setor. Para se ter uma ideia, o estado vizinho de Santa Cataria alcança 12%. Pelo cálculo mais recente, de 2019, o setor representou R$ 14,3 bilhões à economia gaúcha. A meta do atual governo é a dobrar essa atuação até 2026.

É um público exigente que gosta de compartilhar as experiências, seja nas redes sociais ou com pessoas próximas. Neste perfil, se divide o chamado “Foodie”, que espera vivenciar o paladar típico local, e o “gourmet”, voltado à alta gastronomia.

Espiritual

Público religioso e esotérico. O primeiro quer se conectar e fortalecer a fé. O outro, busca se energizar e ter experiências voltadas à espiritualidade.

4. TURISMO DE NEGÓCIOS:

Cidades como Lajeado, Estrela, Encantado, e Teutônia tem-se destacado como destinos para eventos corporativos e de negócios. Garantir infraestrutura adequada, como centros de convenções e hotéis com estrutura para reuniões e conferências, são fundamentais para consolidar essas programações.

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CHARLES
E
ODACIR TOLDI SECRETÁRIO DE TURISMO DE GUAPORÉ
ROSSNERS PRESIDENTE DA AMTURVALES
SEC. DE TURISMO DE ENCANTADO
PECULIARIDADES DA GASTRONOMIA ESTÃO ENTRE AS APOSTAS DA REGIÃO ENCONTROS DE PARAGLIDER FORTALECEM O TURISMO DE AVENTURA

VALE SAGRADO

O fenômeno do Cristo Protetor desperta para outros investimentos. Municípios como Sério, Santa Clara do Sul, Muçum, Anta Gorda e Arroio do Meio contam com projetos para tornar o Vale em uma rota do turismo religioso.

Integrante da Associação Amigos de Cristo e da Amturvales, Rafael Fontana afirma: “Vamos nos tornar o Vale Sagrado. Temos locais próximos da natureza, atrativos como o trem turístico e um contato muito próximo com a Serra Gaúcha.”

ENTRE DUAS REGIÕES

INAGURAÇÃO DO AUTÓDROMO DE GUAPORÉ EM 1969 E O TURISMO DE COMPRAS TROUXERAM UMA EXPERIÊNCIA DE COMO SE PREPARAR

MONUMENTOS DE FÉ

O único monumento que não teria como mote central a religiosidade. Pela proposta apresentada pelo governo municipal, a ideia é construir uma estátua de um gaúcho gigante no morro São José. O parque de 19,5 hectares daria visão para os municípios de Colinas, Teutônia, Fazenda Vila Nova, Estrela, Cruzeiro, Lajeado, Santa Clara e a zona urbana de Arroio do Meio. O investimento previsto atinge R$ 50 milhões.

Um São José com o menino Jesus nos braços. A ideia é fazer o busto no morro do Parque dos Lagos. O complexo ainda teria uma tirolesa do monumento, passando por diversos pontos do parque. Um investimento estimado entre R$ 3 milhões até R$ 5 milhões.

Encantado

Em fase inicial, a proposta é construir um monumento em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes. A ideia é lançar o projeto no fim do ano. A estátua se complementaria com a gruta de basalto, a maior da América Latina.

O empresário Robison Gonzatti projeta um parque com um rosário gigante. Fica em um terreno de 100 mil metros quadrados. A ideia é construir59 capelas, de seis metros de altura por cinco de diâmetro, no formato das contas de um rosário, em homenagem a uma Nossa Senhora.

Guaporé pode ser considerada como a cidade com maior experiência sobre atrações turísticas entre as demais do Vale do Taquari. A história começou em 1969, com a inauguração do Autódromo Internacional.

A atração obrigou movimentos por parte de empreendedores. Restaurantes, pousadas, rede de hotéis, cafés, quiosques, precisaram se qualificar para atender os visitantes. Junto com a tradição nas atividades de bijuterias e de roupas íntimas femininas, se consolidou como destino turístico em diferentes vertentes. Aventura, gastronomia e de compras. Afora essas áreas de atuação, Guaporé ainda faz parte

de duas regiões. Além de estar na Amturvales, também integra roteiros da Serra Gaúcha. “Temos duas governanças. Na Serra, uma associação mais experiente, já consolidada. Agora também com o apoio do Vale do Taquari”, frisa o secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Odacir Toldi.

O fato de estar em duas regiões favorece por receber visitantes de diferentes rotas. “Estamos em um triângulo. Temos vinda de pessoas do Planalto Médio, da Serra e do próprio Vale do Taquari”. Guaporé tem características da Serra, com o enoturismo e, pela proximidade, passou a ser também uma escolha de quem vai até o Cristo Protetor.

CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO LOCAL

Pontos relacionados a mão de obra comuns nos empreendimentos locais:

A proposta é de uma estátua da padroeira da cidade, com 25 metros de altura, com capela, templo e terraço. O município busca recursos para confirmar o projeto. O orçamento previsto alcança R$ 5,7 milhões.

Empresários e pastores pretendem construir um museu cristão em formato de uma bíblia. A edificação teria 12 andares, em um terreno da Comunidade Evangélica Cristo Vive. O complexo terá aqueduto de pedras, jardim, uma tenda de Moisés, a casa do carpinteiro. A ideia é inaugurar o espaço em outubro de 2024.

• CARREIRA

O Vale do Taquari precisa de profissionais especializados, como guias turísticos e funcionários para restaurantes e para hotéis. Na mesma medida em que os empreendimentos crescem, aumenta a demanda um atendimento mais qualificado.

• ATUAÇÃO EMPRESARIAL

A experiência dos empreendedores, a busca por qualificação sobre turismo e a visão de futuro funcionam como propulsores dos negócios;

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AUTÓDROMO AJUDOU NA PROFISSIONALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS EM GUAPORÉ

BUSCA DE TALENTOS

De acordo com Kern, frente a dificuldade de encontrar pessoas com alguma qualificação, a alternativa é peneirar talentos de outros segmentos e treinar no dia a dia. Um deles é o recepcionista Carlos Sander. Nos dias da semana, atua em uma indústria. Sábados e domingos está no Duas Meninas. “Recebi o convide do diretor do complexo. Com muito orgulho fui o primeiro colaborador do Garden”, diz. Todo o preparo para atuar foi direto com o proprietário, Joner Kern. “Desde o primeiro dia fui trabalhar na área de recepção. Virei o primeiro ponto de contato entre o visitante e o empreendimento.”

De acordo com ele, há uma grande responsabilidade, especialmente quando há problemas em momen-

SEM ESPAÇO PARA O AMADORISMO

“Costuma ser assim: quando o turista vem, os empreendedores abraçam. Buscam melhorar os atrativos, garantir serviços contínuos de alimentação e hospedagem”, analisa o presidente da Amturvales, Charles Rossner.

A afirmação dele reflete como o turismo obriga a uma revisão cultural. “A ideia de trabalhos de segunda a sexta-feira é uma que muda. Os visitantes vêm mais nos fins de semana. Então o restaurante não pode estar fechado.

A padaria, o café. Ainda temos barreiras neste sentido, inclusive tem sido difícil de romper.”

Em cima disso, realça o trabalho feito nas gestões passadas da Amturvales para despertar empreendedores e também os trabalhadores. Na avaliação de Rossner, o Vale do Taquari tem avançado, no entanto, há um caminho até se consolidar como destino turístico.

O momento é de aproveitar as oportunidades, afirma. Fazer com que mais parceiros integrem os projetos de rotas e de empreendimentos. Junto com isso, alinhar exigências legais para garantir

• TREINAMENTOS E CURSOS

Aumentar o patamar da região pressupõe profissionalização. Amturvales e instituições de ensino aproximam diálogos para atender demanda do mercado por mão de obra especializada;

atendimento aos turistas nos feriados e fins de semana. “Atender bem, conhecer os atrativos, ter uma boa comunicação, são exigências nesta área. Então, o projeto do Vale turístico é contínuo e precisa de muita integração entre as forças da sociedade.”

Formar trabalhadores deve ser uma missão do Vale nos próximos anos. “Não basta apenas oferecer cursos, mas é necessário que as pessoas compreendam a profissionalização e enxerguem as diversas áreas do turismo como verdadeiras profissões, e não apenas trabalhos temporários ou complementares.”

Profissionalizar garçom, camareiras, manobristas, cozinheiros e tantos outros profissionais é fundamental. “Há preconceito com algumas áreas. Essas atividades não podem ser vistas como ‘bicos’. Não há espaço para amadorismo. No turismo, o trabalho de excelência gera uma carreira estável e promissora.”

Rossner menciona a necessidade de formação de mestres em restaurantes, sommeliers de vinho e cerveja fixos em estabelecimentos, além de profissionais especializados em outras áreas do turismo.

• FAMÍLIAS ENVOLVIDAS

Conforme a Amturvales, o sucesso e continuidade dos atrativos depende do envolvimento das famílias;

ATRAÇÃO COM PRESENÇA DA FAMÍLIA

O Complexo Duas Meninas Garden, em Arroio do Meio, se formou a partir da cabanha. O trato de cavalos crioulos sempre foi uma paixão de Joner Frederico Kern. Empresário do ramo imobiliário, resolveu investir na propriedade da família.

Foi convidado em 2018 por um grupo de empresário para fazer parte de uma rota turística. A ideia de uma atração ligada aos costumes campeiros em uma região de imigração germânica. Ter profissionais preparados sempre foi um desafio. “Na cabanha, temos poucas opções de pessoal. É muito difí-

tos de alta demanda. “É preciso ter muita paciência, perseverança e flexibilidade para lidar com as situações e manter a qualidade do atendimento.”

Para ele, dividir a atuação entre o mercado formal e o turístico é uma experiência transformadora. “É simplesmente fantástico, pois são dois mundos diferente e ao mesmo tempo semelhantes. Temos a pressão produtiva, a busca pela qualidade, cumprimento de metas, produtividade, organização e velocidade do mercado formal. Já o outro, perto da natureza, dos animais e no atendimento ao público. De semelhante, as duas áreas envolvem o gerenciamento de recursos e estratégias. Está soma me completa”, realça.

DURANTE

cil conseguir gente para trabalhar. Até por que essa lida é mais presente nas regiões de origem açoriana.”

Hoje, há outras duas atrações. O jardim e o cactário. As novidades só foram possíveis com o envolvimento das duas filhas, diz Joner.

“Em agosto de 2020, a minha filha mais velha, a Laís, me perguntou: ‘como posso ajudar a cabanha no turismo?’. Eu disse?: ‘convida tua irmã e tua mãe. Em seguida todas estavam pensando no complexo juntas.”

Com a conjunção de ideias, a cabanha se tornou no complexo Duas Meninas Garden. Entre as atrações, estão balanços gigantes, espaços para descanso e contemplação, interação com animais na Fazendinha do Vovô, experiência kids com pracinhas e brinquedos infantis, Bosque Encantado com personagens da Disney e uma diversidade de ambientes.

AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

Empreendedor do turismo, um dos responsáveis pelo Perau do Facão, em Arvorezinha, Valdacir Antônio Bresciani, começou a apostar no potencial da parte alta faz quase 30 anos. “Enfrentei dificuldades para fazer as pessoas acreditarem. Felizmente, nos últimos anos, projetos como o V13, o Trem dos Vales e o Cristo Protetor despertaram na população, na iniciativa privada e no setor público, a visão de geração de emprego e renda.”

Ainda assim, acredita que falta interação e a crença nesse desenvolvimento. “No entanto, estamos caminhando para destacar a região como um destino consolidado. Iniciei minha jornada acreditando nesse potencial em 1995, quando comecei a pensar em atividades turísticas.”

Ele comprou parte da área e começou com o Parque das Araucárias. Oferecia hospedagem em meio a natureza. O ano era 1999. Depois disso, passou a diversificar os serviços, adicionando áreas de camping e visitação.

O grande salto veio faz três anos, com o Cânion Perau do Facão, um atrativo que estava abandonado. “Durante muito tempo, tentei convencer os proprietários da área a investir em infraestrutura para visitação, mas a maioria preferiu vender. Apenas uma família aceitou a proposta, e eu acabei comprando a área.”

Em concurso feito pela internet, o Perau do Facão foi considerada a cascata mais bonita do RS. Desde a abertura, mais de 8 mil pessoas visitaram o local. Além de Valdacir Bresciani, o outro sócio é Celso Portaluppi. O cânion faz parte da Rota da Erva Mate na região Alta do Vale do Taquari.

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MUITO TEMPO, TENTEI CONVENCER OS PROPRIETÁRIOS DA ÁREA A INVESTIR EM INFRAESTRUTURA PARA VISITAÇÃO, MAS A MAIORIA PREFERIU VENDER.”
VALDACIR BRESCIANI EMPRESÁRIO DE ARVOREZINHA DUAS MENINAS GARDEN PERAU DO FACÃO NO TURISMO DE EVENTOS, FEIRAS DE NEGÓCIOS APRESENTAM PODER ECONÔMICO LOCAL E ATRAEM INVESTIDORES

A IMPRESCINDÍVEL APOSTA DO VALE DO TAQUARI NO TURISMO RELIGIOSO ARTIGOARTIGO

Oturismo como nova moeda da economia — esse é o mote que tem guiado o meu trabalho e de cada servidor público na nossa gestão à frente da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul. Muito além de uma “perfumaria”, o setor funciona como um motor para economia e para o bem-estar de um povo, com criação de empregos e geração de renda em uma extensa e diversificada cadeia.

Com o crescimento do turismo, não são beneficiados apenas agências de viagem e outros estabelecimentos pertencentes ao trade turístico, mas outras áreas da economia, como o comércio em geral e a indústria. Difícil elencar, na verdade, uma área da sociedade gaúcha que não melhore com um maior número de visitantes que chegam ao nosso estado. Isso, é claro, com um trabalho feito com responsabilidade socioeconômica e ambiental — nosso compromisso primordial.

Exemplo disso é o turismo emergente que vem sendo desenvolvido na região do Vale do Taquari, destaque com atrativos do Cristo Protetor de Encantado e o passeio do Trem dos Vales. Na região, composta por 33 municípios, houve um crescimento de 33% das empresas relacionadas ao setor turístico entre os anos de 2022 e 2020, conforme pesquisa desenvolvida pelo Observatório do Turismo da Setur-RS com base em dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Junta Comercial (JUCIS).

A principal virtude da região do Vale do Taquari é compreender o perfil do turista que busca os municípios e investir em ações que atendam à expectativa, combinando a atuação enérgica dos empreendores com o necessário apoio do poder público para que o visitante possa ser bem atendido na ponta. No Avançar no Turismo, a Setur investiu R$ 14,1 milhões na região do Vale do Taquari, atendendo projetos para aperfeiçoamento da infraestrutura turística

EXEMPLO DISSO É O TURISMO EMERGENTE QUE VEM SENDO DESENVOLVIDO NA REGIÃO DO VALE DO TAQUARI, DESTAQUE COM ATRATIVOS DO CRISTO PROTETOR DE ENCANTADO E O PASSEIO DO TREM DOS VALES”

em nove municípios.

A aposta no turismo religioso, com a expectativa da criação de uma nova rota, é um movimento muito bem calculado pelos agentes locais diante dos frutos que estão sendo colhidos com o Cristo Protetor, monumento que sequer teve suas obras concluídas. No turismo brasileiro, a religião é responsável por gerar R$ 15 bilhões anualmente, com 18 milhões de viagens domésticas movidas pela fé, de acordo com dados do Ministério do Turismo.

Temos que atrair esse público com nossa hospitalidade gaúcha e oferecer todo o potencial da região. É fundamental, e a Setur está dando todo o apoio necessário, para que o Rio Grande do Sul entre como uma das referências para o roteiro dos fiéis que percorrem os quatro cantos do Brasil movidos pelas suas crenças.

PALAVRA DO

TURISMO PRESSUPÕE ENVOLVIMENTO

OVale do Taquari almeja ser reconhecido como destino turístico. Esse caminho está traçado. A natureza foi generosa com esse pedaço do RS. A pronta iniciativa, o desprendimento e esforço social são parte do perfil na população. Há um espírito empreendedor ativo e inquieto entre líderes, empresários e gestores. Completa essa receita uma história rica e curiosa de formação regional.

Somam-se a esta base atrações diferenciadas. Neste aspecto, o Cristo Protetor de Encantado se tornou uma imagem internacional. Junto com o monumento, o Trem dos Vales e as rotas turísticas complementam a identidade de um Vale disposto a receber o turista.

Explorar todo esse potencial precisa de estratégia e integração. Neste sentido, aproveitar as oportunidades e movimentar a economia se prossupõe algumas rupturas, inclusive culturais.

O turismo é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento econômico, social e para viver experiências. Uma cidade turística é diferente. As ruas organizadas, limpas, bonitas. Há controle sobre cabeamentos nos postes e a disposição das vias favorece o pedestre.

Nesta quebra de paradigma, um gesto simples – respeitar a faixa de segurança – isso já mostra que naquele local há um entendimento diferente de sociedade. Aspectos que parecem pequenos, mas que dizem muito sobre como receber e tratar as pessoas.

Para além do convívio social, da reorganização das cidades e de melhorias na infraestrutura, é imprescindível a participação ativa da comunidade. Os moradores devem se sentir parte desse movimento, conhecer e valorizar a cultura local, história e as tradições.

O TURISMO É

UMA PODEROSA FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SOCIAL E PARA VIVER EXPERIÊNCIAS. UMA CIDADE TURÍSTICA É DIFERENTE. AS RUAS ORGANIZADAS, LIMPAS, BONITAS. HÁ CONTROLE SOBRE CABEAMENTOS NOS POSTES E A DISPOSIÇÃO DAS VIAS FAVORECE O PEDESTRE.”

parados, vão perder esse trem. Procura-se profissionais de excelência. Guias turísticos, recepcionistas, garçons, cozinheiros, entre outros. Despertar nas pessoas a atenção para as possibilidades dessas carreiras, de que são trabalhos com um futuro promissor e não apenas “bicos”, precisa ser um movimento constante e para ontem.

Acesse ao Qr-Code e confira a reportagem em vídeo

A profissionalização da mão de obra é outro fator crucial para o sucesso. Frente ao crescimento no número de visitantes, importante dizer: não existe espaço vazio. Se os trabalhadores, os investidores e os próprios municípios ficarem

Os desafios são variados. Para eles, um alento. A discussão para mudar o patamar está presente e em constante adaptação. As organizações sociais, os líderes, empresários, profissionais e instituições de ensino, sabem o que precisa ser feito.

Dito isto, é latente o potencial turístico do Vale. Portanto, é hora ocupar as lacunas, de qualificar os trabalhadores e aproveitar o momento para evoluir.

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FILIPE FALEIRO, JORNALISTA VILSON COVATTI, SECRETÁRIO ESTADUAL DE TURISMO

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